HEMOGLOBINA Autor: Breno Vilela Massahud – 2º ano A Disciplina: Fisiologia Curso: Medicina FCMMG.
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HEMOGLOBINA
Autor: Breno Vilela Massahud – 2º ano A Disciplina: FisiologiaCurso: MedicinaFCMMG
INTRODUÇÃO
• A Hemoglobina (Hb) é uma proteína encontrada no interior das hemácias;
• É uma proteína de estrutura quaternária: 4 cadeias polipeptídicas ligadas entre si.
• Cada uma das 4 cadeias está ligadas a um grupo prostético heme (Fe2+), pelo qual ela pode se ligar à molécula de O2.
• Então: 1 molécula de Hb pode se ligar até a 4 moléculas de O2. (principal função);
• É uma cromoproteína: o seu grupo heme confere a coloração avermelhada do sangue – pigmento sanguíneo.
• Concentração: 15g/100 ml sangue.
• Funções:
1. Transporte de praticamente todo o gás oxigênio circulante(97%); elo entre sistema respiratório e o metabolismo celular, em relação ao oxigênio;
2. Efeito tampão da pO2 tecidual;
3. Transporte de uma pequena parcela do gás CO2 circulante.
4. Tampão ácido-base na molécula de Hb.
PAPEL DA HEMOGLOBINA NO TRANSPORTE DE OXIGÊNIO
• Transporte de praticamente todo o gás oxigênio (97%), dos pulmões para os tecidos;
• Não é suficiente apenas transportar O2, deve-se também liberá-lo para os tecidos;
• Grupo heme (Fe2+): ligação química frouxa e reversível com molécula O2 permite essa liberação;
• Base de quase todo o transporte: a ligação se faz e se desfaz de acordo com o nível de pO2 local (concentração ou pressão parcial de oxigênio); porém, 4 fatores podem influenciar a taxa de ligação ou liberação de oxigênio;
• Desse modo, a ligação se faz ao nível capilar pulmonar ( pO2) e se desfaz ao nível capilar tecidual periférico ( pO2);
• 2 gráficos podem representar a ligação de Hb com O2 em função da pO2:
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE OXIGÊNIO-HEMOGLOBINA
• A curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina é uma média do organismo;
• A curva pode estar deslocada para direita ou para esquerda de acordo com o local;
• 4 fatores podem deslocar a curva (serão apresentados posteriormente).
QUANTIDADE MÁXIMA DE O2 QUE CONSEGUE COMBINAR
COM A Hb DO SANGUE• Sangue normal: 15g Hb/100ml de
sangue;
• Para Hb 100% saturada:
1. 1g Hb se liga a um máximo de 1, 34 ml de O2 (média);
2. 15g Hb transporta 20 ml de O2;
3. Então: cada 100 ml de sangue, transporta, 20 ml de O2 por meio da Hb.
REPOUSO
Sangue arterial sistêmico:
• Hb 97% saturada; • PO2 de 95mmHg; • Transporte de 19,4ml O2/100ml de sg.
Sangue venoso que retorna ao coração:
• Hb com saturação de 75%; • PO2 de 40 mmHg;• Transporte de 14,4 ml O2/100 ml de sg.
Porque tanta Hb (75%) não libera O2 mesmo após a passagem pela área de troca (capilar)?
• Lembrar: o valor é para situação de repouso;
• Certamente haverão situações de estresse, emergência, exercício físico intenso; Essas situações requerem maior consumo de oxigênio;
• Importância de se ter 75% da Hb saturada: FONTE DE RESERVA DE OXIGÊNIO PARA ESSAS SITUAÇOES (além de haver uma reserva de volemia nos vasos venosos).
DIAGRAMA DE VOLUMES % DE 02 NO SANGUE EM FUNÇÃO DA
pO2
• Volumes percentuais (%) de O2 no sangue significa: unidade de volume de O2 (ml) transportado em cada 100 unidades de volume (ml) de sangue, via Hb.
LIBERAÇÃO DE OXIGÊNIO DA HEMOGLOBINA
• Ocorre ao nível dos capilares periféricos;
• Como se calcula:
• Para Hb 100% saturada: 100ml sg -15g Hb – 20 ml de O2 transportado;
• No sangue arterial sistêmico - Hb 97% saturada: 100ml sg – 15g Hb – 19,4ml de O2 transportado;
• Nos capilares teciduais periféricos: desfazem-se ligações entre Hb-O2, liberando oxigênio até que:
• No sangue venoso - saturação de Hb é 75%: 100ml sg – 15g Hb – 14,4ml de O2
continua sendo transportado (pessoa em repouso);
• Então: a Hb liberou, para os tecidos, 5ml de O2 (19,4 – 14,4) a cada 100ml de sangue ou fluxo sanguíneo (condições normais de repouso).
COEFICIENTE DE UTILIZAÇÃO
• É a porcentagem do sangue cuja hemoglobina realmente libera oxigênio, quando o sangue passa pelos capilares teciduais;
• Pessoa em repouso (como já exposto no slide anterior): Hb 75% saturada no sangue venoso: 25% (100 – 75) da Hb, ou seja, 25% do sangue, liberou oxigênio. Coeficiente de utilização = 25%.
EFEITO TAMPÃO DA HB NA PO2 TECIDUAL
• Para liberar 5ml de O2 por 100 ml de sangue, a pO2 deve cair para 40 mmHg (repouso);
• A pO2 tecidual não pode ultrapassar os 40 mmHg;
• Se ultrapassar esse limite, a quantidade de oxigênio (5 ml) necessária pelos tecidos não é liberada da Hb.
• Dessa forma: A Hb estabelece limite superior de pO2 tecidual de 40 mmHg (repouso);
• Por outro lado, em exercícios físicos pesados, grandes quantidades de O2 podem ser liberadas, sem que a pO2 tenha que cair tanto. Isso é possível por causa de:
1. Inclinação abrupta da curva de dissociação de oxigênio-Hb, para pO2 abaixo de 40 mmHg;
2. Aumento do fluxo sanguíneo logo após queda da pO2, anulando, em parte, a queda da pO2.
3. Maior liberação de oxigênio da Hb a uma mesma pO2, em relação a situação de repouso: Efeito Bohr (Próximo assunto).
DESVIO DA CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE Hb-O2
• Quais fatores desviam:
1. Mudanças no pH;
2. Mudanças na [ ] de CO2;
3. Variação de temperatura;
4. Variação da [ ] de BPG (2,3 – bifosfoglicerato)
FATORES QUE DESVIAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO O2-Hb
DESVIO PARA A DIREITAEFEITO BOHR
• Ocorre nos tecidos periféricos: da pCO2 e da concentração de H+( no pH);
• Deslocamento da curva para direita = em relação a curva normal, ocorre uma liberação de oxigênio ( saturação de Hb) para uma mesma pO2.
• Intensifica a liberação de O2, havendo menos queda da pO2;
• Quanto a atividade metabólica de um tecido, mais intenso é o Efeito Bohr na circulação local.
• É o oposto do Efeito Bohr;
• Ocorre nos capilares pulmonares;
• É devido à pCO2 e da [ ] de H+ no sangue, pois ocorre liberação de CO2 para os
alvéolos com a hematose;
• A uma mesma pO2, ocorre maior ligação de oxigênio à Hb, permitindo, assim, maior transporte de O2 aos tecidos.
DESVIO PARA A ESQUERDA
EXERCÍCIO FÍSICO INTENSO• Necessidade de maior aporte de algumas
substâncias para as células: O2 e glicose, basicamente.
• Para isso, ocorre: 1. Aumento do FLUXO SANGUÍNEO (Débito
Cardíaco) em até 7 vezes – ação do simpático.
2. AUMENTO EM 3 VEZES DA DISSOCIAÇÃO DE HB-O2: a mesma quantidade de fluxo sanguíneo libera até 3 VEZES MAIS OXIGÊNIO para os tecidos.
• Obs.: O aumento da dissociação entre Hb-O2 permite que ocorra um grande aumento do metabolismo sem que o débito cardíaco aumente o mesmo tanto de vezes (experiência em sala de aula).
• Logicamente, essa resposta ao aumento do metabolismo, para tentar supri-lo de maneira adequada, ocorrerá mais eficazmente quanto mais treinado ou condicionado fisicamente for a pessoa. Importante: a longo prazo, além desses dois itens, também ocorrem: aumento da densidade capilar e do n de mitocôndrias.
3. Desvio da curva de dissociação de Hb-O2 para a direita (Efeito Bohr) por causa de:
• Aumento da [ ] de H+;
• Aumento da [ ] de CO2;
• Aumento da temperatura em 2º a 3º C;
• Aumento do BPG, em casos de hipóxia prolongada.
AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE O2
EM EXERCÍCIOS FÍSICOS INTENSOS
• Para que: aumentar aporte de O2 para as células em maior taxa metabólica;
• Porque: nos exercícios intensos, o aumento da utilização de oxigênio pelas células leva a grande redução da pO2 ao nível muscular – estímulo maior para a dissociação de Hb-O2;Além disso: a curva de dissociação é deslocada para a direita – maior liberação de O2 da Hb a uma mesma pO2, em relação a situação de repouso.
• Quantidades: na pessoa em repouso a saturação de Hb cai de 100% para 75%: cada 100ml de sangue libera 5ml de O2 para os tecidos;
• Atividade física intensa: a mesma saturação de Hb cai para 25% (25% a 15%), liberando 15ml (3 vezes mais) de oxigênio em cada 100 ml de fluxo sanguíneo;
• Efeito multiplicador: 3 vezes maior dissociação de Hb-O2 x 6 a 7 vezes maior débito cardíaco = cerca de 20 vezes maior o aporte de oxigênio para os tecidos.
• Esse aumento em 3 vezes do transporte de O2, dos pulmões, para as células e tecidos (maior liberação) também pode ser explicado pelo Coeficiente de Utilização:
• Repouso: Coeficiente de utilização de 25% (100 – 75%) – média.
• Atividade física intensa: 75% a 85% (100 – 25% a 15%) – média.
• Algumas áreas musculares: próximo de 100%, ou seja, quase todo o O2 transportado é liberado para ser utilizado pelas células.
DESVIO DA CURVA DE DISSOCIAÇÃO NO EXERCÍCIO
• de H+ ( pH), de CO2, temperatura (em 2º a 3º C) Efeito Bohr: desvio da curva de dissociação O2-Hb para a direita;
A uma pO2 menos baixa haverá grande liberação de oxigênio para o tecido muscular;
• A pO2 de 40 mmHg consegue-se remover 70% do oxigênio da Hb, ou seja, caindo a saturação para somente 30%;
Nos pulmões, durante o exercício, a remoção deCO2 do sangue em intensidade faz com que:
1. níveis de CO2;
2. níveis de H+, pH no sangue;
• Ocorre, então, nos capilares pulmonares, o desvio para a esquerda da curva, o contrário dos capilares musculares;
• Há, com isso, ligação do O2 com a Hb a uma pO2 menos alta, permitindo transporte de oxigênio dos alvéolos para os tecidos.
CARBOXIEMOGLOBINA
• A Hb combina-se com CO no mesmo ponto que combinaria com O2;
• Porém, a ligação CO-Hb ocorre 250 vezes mais facilmente do que O2-Hb;
• A curva de dissociação de CO-Hb é idêntica à de O2-Hb, exceto pelo fato de que as pressões parciais de CO são 250 vezes menor que as pressões de O2.
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE CO-HB
• CO a uma pressão gasosa (0,4 mmHg) 250 vezes que a pO2 alveolar normal (100 mmHg): compete igualmente na combinação com a Hb (metade da Hb para cada gás);
• pCO de 0,6 mmHg ( que 1 parte por mil do ar): pode ser letal – desloca + da metade O2;
• Importante: na intoxicação por CO, a pO2 do sangue pode estar normal – com isso:
1. Não ocorre estimulação do centro respiratório para a freqüência respiratória;
2. Sangue continua vermelho – vivo – não há sinal clínico de hipoxemia: cianose;
• Com isso: o cérebro pode ser afetado antes de se perceber a situação de intoxicação.
• CONDUTAAdministração simultânea de:
1. Oxigênio puro para deslocar o CO da Hb;
2. CO2 a 5% para estimular intensamente o centro respiratório e a freq. respiratória, eliminando o CO em excesso.
TRANSPORTE DE CO2 NO SANGUE
Em condições normais de repouso: • Sangue venoso: pCO2 de 45 mmHg 52
ml de CO2 é transportada a cada 100 ml de sangue;
• Sangue arterial sistêmico: pCO2 de 40mmHg
48 ml de CO2 é transportada a cada 100 ml de sangue
• Ou seja:4 ml de CO2 é liberada para os alvéolos a cada 100 ml de sangue (fluxo sanguíneo).
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DO CO2
FORMAS NAS QUAIS O CO2 É TRANSPORTADO NO SANGUE
• CO2 dissolvido no plasma: 7%;
• HCO3¯ dissolvido no plasma: 70%;
• Combinada com a Hb (CO2•Hgb): 23%.
Formas de transporte do CO2
Hb NO TRANSPORTE DE CO2
• Sob a forma CO2•Hgb;
• A Hb transporta apenas 23% do total de CO2;
• Combinação fraca e reversível: feita nos capilares teciduais periféricos e desfeita nos capilares pulmonares, liberando CO2 para os alvéolos, onde a pCO2 é menor.
Hb função de tampão ácido - base no interior dos eritrócitos:No interior das hemácias:
• CO2 + H2O <H2CO3> HCO3¯ + H+
• O HCO3¯ sai das hemácias e se constitui na principal forma química de transporte do CO2 (70%);
• Já o subproduto H+ combina-se com a Hb (proteína base) função de tampão ácido – base da hemoglobina.
EFEITO HALDANE
• Definição: fenômeno em que o CO2 é deslocado do sangue sob estímulo do aumento da combinação de O2-Hb.
• Ou seja, para uma mesma pCO2 no sangue, haverá maior liberação de CO2 (menos CO2 no sangue) na situação em que houver maior pO2 e complexo O2-Hb;
• Sem o Efeito Haldane: apenas 2ml de CO2 (por 100ml de sangue) seriam liberados dos capilares pulmonares para o ar alveolar.
• Com o Efeito Haldane: são liberados 4ml (dobro).
Mecanismo a combinação com O2 torna a Hb mais ácida duas conseqüências:
1. Hb mais ácida libera o CO2 ligado a ela;2. Hb mais ácida libera muito H+ para o plasma
sanguíneo se ligam ao HCO3- H2CO3 H2O + CO2 que é liberado do
sangue.
EFEITO HALDANE
RAZÃO DE TROCA RESPIRATÓRIA (R)
• É a razão do débito de CO2 em relação à captação de O2;
• Condições normais de repouso, com dieta equilibrada: R = 0,825;
• Uso exclusivo de glicídios: R = 1,00.
• Predomínio de triglicérides: R = 0,7.
REFERÊNCIASJUNQUEIRA, L. C. ; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004. 488p.
GUYTON, A. C. ; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. Tradução de Bárbara de
Alencar Martins ... [et al.] 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 1115p.