HENRIQUE PINHEIRO MACHADO DECIDE NO VERÃO SE É...

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Todos os dias ao seu dispôr com simpatia e profissionalismo entre MARGENS DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES. TELF. E FAX.: 252 872 953 EMAIL: [email protected]t PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, CRL 1,00 EURO BIMENSÁRIO | 23 FEVEREIRO 2012 | N.º 472 HENRIQUE PINHEIRO MACHADO DECIDE NO VERÃO SE É CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPAL O AUTARCA DE NEGRELOS ADMITE, INCLUSIVE, FAZÊ-LO FORA DO SEU PARTIDO, O CDS-PP. ENTRETANTO, A DIREÇÃO DOS CENTRISTAS DEMITIU-SE NA SEMANA PASSADA, EM VIRTUDE DOS ATAQUES DE QUE DIZ SER ALVO POR PARTE DE... PINHEIRO MACHADO. PÁG. 9 Governo extingue CNO da Câmara de Santo Tirso Alírio Canceles ‘completamente disponível para candidatura à Câmara’ Entrevista com o presidente do PSD de Santo Tirso Vereadora fala em “motivações políticas” Aves alcança lugar de subida DESPORTO | PÁG.S 20-24 Novas regras para a organi- zação do território. Pág. 13 ATUALIDADE POLÍTICA E SOCIAL INSPIRA CARNAVAL DE NEGRELOS VILA DAS AVES E VILARINHO NÃO DEVERÃO ESCAPAR À FUSÃO DE FREGUESIAS

Transcript of HENRIQUE PINHEIRO MACHADO DECIDE NO VERÃO SE É...

  • Todos os dias ao seu dispôr comsimpatia e profissionalismoentreMARGENS

    DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDESAPARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES.

    TELF. E FAX.: 252 872 953EMAIL: [email protected]

    PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURALDE ENTRE-OS-AVES, CRL

    1,00 EURO

    BIMENSÁRIO | 23 FEVEREIRO 2012 | N.º 472

    HENRIQUE PINHEIRO MACHADO DECIDE NOVERÃO SE É CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPALO AUTARCA DE NEGRELOS ADMITE, INCLUSIVE, FAZÊ-LO FORA DO SEU PARTIDO, O CDS-PP. ENTRETANTO, A DIREÇÃO DOS CENTRISTASDEMITIU-SE NA SEMANA PASSADA, EM VIRTUDE DOS ATAQUES DE QUE DIZ SER ALVO POR PARTE DE... PINHEIRO MACHADO. PÁG. 9

    Governoextingue CNOda Câmara de

    Santo Tirso

    Alírio Canceles‘completamentedisponível paracandidatura à Câmara’

    Entrevista com o presidentedo PSD de Santo Tirso Vereadora fala em

    “motivações políticas”

    Aves alcançalugar de subidaDESPORTO | PÁG.S 20-24

    Novas regras para a organi-zação do território. Pág. 13

    ATUALIDADE POLÍTICA E SOCIAL INSPIRA CARNAVAL DE NEGRELOS

    VILA DAS AVES EVILARINHONÃO DEVERÃOESCAPAR À FUSÃODE FREGUESIAS

  • Uma peçaidílica paraa sétima arte

    Dentro de portas - “Amélie”

    Fora de portas - Santo Tirso - Guimarães - Famalicão - Trofa

    |||||| TEXTO: MIGUELMIGUELMIGUELMIGUELMIGUEL MIRANDMIRANDMIRANDMIRANDMIRANDAAAAA

    Quando ouço Yann Tiersen emanúncios da SIC Notícias, olho ime-diatamente para o ecrã da televisão,como se fosse um antídoto para aminha distração. Fico sempre maisatento e, enquanto dura a faixa so-nora, a minha fidelização ao canalestá garantida.

    Jean-Pierre Jeunet, o realizador do

    filme “O Fabuloso Destino de AméliePoulain”, ao entrar em contacto como trabalho do multi-instrumentista bre-tão, ficou imediatamente fascinado econvenceu-o a compor a banda so-nora. Com trechos dos três primeirosálbuns, “La Valse des Monstres”, “Ruedes Cascades” e “Le Phare”, juntamen-te com alguns novos originais, o mú-sico construiu uma peça idílica com-pletamente adequada à personageminterpretada por Audrey Tatou. A vi-são contemporânea de Paris e o diver-tido e surreal altruísmo de Améliesão complementados com um roman-tismo encantador vindo do acordeão,cravo, pianos (nem que sejam de brin-car), banjo, baixo, vibrafone ou mes-

    em Famalicão, onde Yann Tiersen jáatuou mais do que uma vez. Perdeua(s) oportunidade(s)? Veja aqui umaboa notícia: http://www.optimusprimaverasound.com/. Está confirmado parao cartaz da primeira edição de umfestival que irá realizar-se bem perto,no Porto.

    “Skyline”, o último registo, surgeuma década depois de “Amélie” eserá, com muita probabilidade, umaprioridade no concerto integrado noevento da cidade invicta que irá de-correr em junho de 2012. Para ficara ponderar veja outros nomes con-firmados: Björk, The Flaming Lips,Rufus Wainwrigth, Wilko, The XX ouYo La Tengo. |||||

    FIM DE SEMANAPOR: RUI BRAGA

    GANHE UM ALMOÇO PARA DUAS PESSOAS

    DEVE O PREMIADOS RACLAMAR O SEU JANTAR NO PRAZO DE 3 SEMANAS (SALVO OS SORTEADOS QUE RESIDAM NO ESTRANGEIRO)

    No restaurante ESTRELA DO MONTE a feliz contemplada nesta2ª saída de fevereiro foi a nossa estimada assinante Sanirev, residente

    na rua Ponte da Pinguela, em Vila das Aves.

    O premiado com um almoço para duas pessoas desta quinzena,deve contactar a redação do Entre Margens

    Restaurante Estrela do Monte | Lugar da Barca - Monte | Telf: 252 982 607

    Não sei se o leitor viu ou recorda-se de uma passagem do filme “Ofabuloso destino de Amélie Pou-lain” em que ela pega no braçode um cego para o ajudar a atra-vessar a rua e descreve, ao pro-menor, tudo o que vê a um ritmoalucinante. No fim da travessia, ocego fica de rosto voltado parao ar, como se fosse capaz de ver.

    Pois bem, neste caso Ramón éa Amélie e nós o cego.

    Ao longo de toda a sua vida,o autor praticou este género deescrita breve e aguda, que deno-minou de grueguería. Mas afinalo que são as Greguerías? Nãosão aforismos, “o aforismo é en-fático e opinante”. Tão pouco adá-gios, “que são demasiado tristese elegíacos”. Ficamos então coma metáfora, “o material e imaterialpodem ser objetos de metáfora”:Metáfora + humor = grueguería.

    São “exclamações fatais das coi-sas e da alma ao tropeçarem entresi por puro acaso”. Ramón enten-dia-as como uma revelação repen-tina, independentes da lógica eda razão imperativa nos escritosde “vigília”. Algumas delas incor-poram interessantes sugestões vi-suais, brincam com a forma das le-tras do alfabeto ou com os sinaisde pontuação. Muitas aproximam-se do lirismo: “Há suspiros que li-gam a vida à morte”, outras extra-em a sua graça da aproximaçãoinsólita de ideias: “Fazia tanto frionaquela noite que vi o céu espir-rar estrelas”. Todas elas são umtesouro de iluminações súbitas.

    Este pequeno livro, quase debolso, é para ser saboreado aospoucos, para recordar que “O amornasce do repentino desejo detornar eterno o passageiro.” |||||

    “Grueguerías”Ramón Gómez De La Serna.

    mo de uma roda de bicicleta (no fi-nal de “La Dispute”). Nenhum destesinstrumentos aparece em “Sur Le Fil”,onde o violino é tratado com umadestreza impressionante. Isto mesmofoi comprovado na Casa das Artes

    ATELIÊ DE CARNAVALVila das Aves, Centro Cultural. Até dia 24de fevereiro (14h30 e as 16h30). Morada:Rua de Santo Honorato, 220. 4795 - 114Vila das Aves. Telf. 252.870.020. E-mail:[email protected]

    Ateliê dirigido a crianças com ida-des entre os 6 e os 12 anos. Comeste ateliê pretende-se contribuirpara que os mais novos aprendam,através da utilização de materiaissimples como a cartolina e o ges-so, técnicas de desenho e cons-trução de máscaras de Carnaval.Esta atividade desenvolve-se emsessões de duas horas e com omáximo de 15 participantes porsessão. As inscrições no ateliêsão realizadas através de ficha deinscrição, disponível no CentroCultural e nos estabelecimentosde ensino locais.

    TRIBUTO A JOSÉ AFONSO.CANTARES DO ANDARILHOFamalicão, Casa das Artes. Hoje, 23 defevreiro, às 21h30. Bilhetes a 2 euros. M/

    4 anos. Morada: avenida dr. Carlos Ba-celar. Parque de Sinçães. 4760-103Famalicão. Telefone: 252 371 297.

    Numa altura em que se assinalamos 25 anos da morte de José Afon-so pretexto para este tributo, can-tando-o e dizendo-o. Cantares doAndarilho é uma iniciativa con-cebida por Ivo Machado que en-globa 16 canções selecionadasdo vasto legado que o cantor nosdeixou. O espetáculo faz-se numformato intimista: voz (Ivo Macha-do), guitarra (Carlos Carneiro) epiano (Rui Mesquita). Pelo meio,poemas dito por António Sousa.Destaque ainda para a participa-ção do grupo Gaiteiros da PonteVelha e do Coro da primavera

    MÚSICA: DEALEMAGuimarães, S. Mamede, Centro de Artes eEspetáculos. Dia 25 de fevereiro, às 22horas. Morada: rua dr. José Sampaio, 17-25. 4810-275 Guimarães.

    Concerto de apresentação de, “AGrande Tribulação” o terceiro dis-

    co no percurso do grupo Dealema;um dos mais antigos grupos doHip-Hop português, formado nadécada de 90, com membros deGaia, Guimarães e Porto. Naspalavras de Maze, “A Grande Tri-bulação” é um retrato da humani-dade em pleno processo de desu-manização. “É como se fosse umfilme com vários capítulos”.

    EXPOSIÇÃO: “DA IDEIA DO DESENHO” Santo Tirso, Museu Municipal AbadePedrosa. Até 26 de fevereiro. Morada: av.Unisco Godiniz, 100. 4780-366 Santo Tirso

    Até dia 26 de fevereiro, oportu-nidade para ver ou rever a expo-sição “Da ideia do Desenho” deCarlos Barreira. Com um percur-so longo na escultura mas tam-bém na pintura, desenho, designgráfico, arte efémera e arte públi-ca, Barreira não se dedica apenasà produção artística, mas é tambémprofessor e, acima de tudo, um ci-dadão empenhado e comprome-tido com o seu tempo. ||||||

    IVO MACHADO

  • SEXTA, DIA 24 SÁBADO, DIA 25 DOMINGO, DIA 26Céu pouco nublado. Vento fraco.Máx. 18º / min. 3º

    Céu pouco nublado. Vento fraco.Máx. 16º / min. 4º

    Céu muito nublado. Vento fraco.Máx. 13º / min. 6º

    MÉDICO DOS OLHOSOFTALMOLOGISTA

    MARCAÇÃO DE CONSULTASTELEFONE 252 872 021 | TELEMÓVEL 918 182 018 - 938 130 893

    VILA DAS AVES (EM FRENTE AO MERCADO)

    É a segunda incursão do Teatro Regio-nal da Serra de Montemuro pelo uni-verso de William Shakespeare. A pri-meira aconteceu há nove anos, com“Eira dos Cães”, a partir de MacBeth.A experiência revelou-se de grandesucesso, pelo que a vontade de vol-tar a Shakespeare se manteve. A opor-tunidade surge agora com “Louco naSerra”, desta vez a partir de “Rei Lear”.A peça, que estreia este fim de sema-na na Casa das Artes de Famalicão,é encenada por Steve Johnstone, apartir do texto de Peter Cann. Osmesmos que 2001 levaram a cabo“Eira dos Cães”.

    Debaixo de uma tempestade na Ser-ra de Montemuro três homens, a vi-ver em lugares distintos da serra, re-

    Adaptação de ‘Rei Lear’ pelamão do Teatro de MontemuroSEGUNDA INCURSÃO DO TEATRO DE MONTEMURO PELO UNIVERSO DE SHAKESPEARECOM “LOUCO NA SERRA”, ESTE SÁBADO E DOMINGO, EM FAMALICÃO

    Teatro. Famalicão

    cordam os eventos do ano anteriore a queda de Leandro e da sua famí-lia no caos. Leandro é um proprietá-rio rural com três filhas: Rebeca, Ga-briela e Constância. Leandro decidiunão continuar a cultivar as suas pro-priedades, de modo a poder refor-mar-se e a deixar que as suas filhase os respetivos maridos giram a pro-priedade. Num momento de puro ca-pricho, ele decide dividir a terra deacordo com o amor que as suas fi-lhas possam demonstrar por ele. Ira,traição, inveja, delírio, medo, loucu-ra, vingança, morte, crueldade e com-paixão: “Louco na Serra” faz-nos ca-minhar sobre a frágil barreira entre acivilização e a selvajaria.

    Criado há cerca de duas décadas,

    o Teatro do Montemuro é, “por obri-gação, mas também por vocação, umacompanhia itinerante, os ‘saltimban-cos’ do século 21, apostada em gran-des cenários, figurinos minuciosos,máscaras, adereços e música ao vivo.Ao longo dos 16 anos de criaçõescomo companhia profissional de te-atro, o grupo tem-se distinguido pelaautenticidade e originalidade dos seustextos, plástica, música e também pelotrabalho dos atores que assenta naverdade, na emoção, na alegria e nafisicalidade levada à exaustão. ||||||

    Música . Guimarães

    O POP-ROCK, O INDIE E A ELETRÓNICA DOS BESTYOUTH NO CONCERTO DE APRESENTAÇÃO DO EP“WINTERLIES”. SÁBADO, NO CAFÉ-CONCERTO DO CCVF

    A música dos ‘BestYouth’ ouve-se estesábado em Guimarães

    TEATRO | “LOUCO NA SERRA”Casa das Artes de Famalicão. Sábado, 25 de fevereiro,às 21h30, e domingo, dia 26, às 18h00. Maiores de12 anos. Bilhetes a 8 euros. Morada: avenida Dr. CarlosBacelar. Parque de Sinçães. 4760-103 Famalicão.Telefone: 252 371 297. www.casadasartes.org

    PORMENOR DE CARTAZ DE “LOUCOS NA SERRA”

    Depois do fim do projeto GeniusLoki e de alguns anos a experimen-tar novas sonoridades, a dupla EdRocha Gonçalves, Catarina Salinasreencontra-se para escrever cançõescom uma sonoridade entre o pop-rock, o indie e a eletrónica, onde amelodia, a harmonia e o ritmo sãopalavras de ordem. Após terem vis-to o tema “Hang Out” incluído nacompilação “Novos Talentos Fnac2011”, os Best Youth, do Porto, lan-çaram o seu EP de estreia. Compos-to por cinco temas, o disco chama-se“Winterlies” e, pouco a pouco, vaiajudando a dupla a tornar-se numcaso sério de afirmação musical nocorrente ano. “Esta é uma dupla que

    equilibra da melhor forma todos osingredientes necessários para umacarreira futura de sucesso”

    Ed Rocha Gonçalves (composi-ção, letras, guitarra, baixo, piano,sintetizadores, back vocals, laptop epercussões) e Catarina Salinas (mainvocals, back vocals, letras), apresen-tam-se no próximo sábado no café-concerto do Centro Cultural VilaFlor, em Guimarães. O EP “Winter-lies” está disponível para down-load legal e gratuito. ||||||

    MÚSICA | BEST YOUTHGuimarães, Café-concerto do Centro Cultural VilaFlor. Sábado, dia 25 11 de fevereiro, às 24 horas.Bilhetes a 4 euros. Morada: Av. D. Afonso Henriques,701. 4810-431 Guimarães. Telf.: 253 424 700.Mais iformação em: www.ccvf.pt

    As dificuldades são como as montanhas.Elas só se aplainamquando avançamos sobre elas.(Provérbio japonês)

  • DESTAQUE

    O Centro de Novas Oportunidadesda Câmara de Santo Tirso já não estáem funcionamento e o concelho pas-sa, agora, a ter três Centros. O CNO“era financiado a 70 por cento peloPrograma Operacional Potencial Hu-mano (POPH) pelo que, deixando deser financiado, se torna impossível àCâmara continuar a suportar na ín-tegra toda a equipa envolvida no pro-cesso”, contou a vice-presidente daCâmara, Ana Maria Ferreira, ao En-tre Margens.

    Vítor Moreira, coordenador doCentro de Novas oportunidades daEscola Tomaz Pelayo confirmou o fun-cionamento do centro até 31 de agos-to. “Fizemos uma candidatura e foiaprovada. Até 31 de agosto o centrovai funcionar, a partir daí é uma in-cógnita, ninguém sabe”, garantiu. Na

    Governo extingue Centrode Novas Oportunidadesda Câmara de Santo Tirso

    [email protected]. 4 de abril de 1955,

    C.C. Abril, Loja BH

    DOS 430 CENTROS DE NOVAS OPORTUNIDADES DO PAÍS SÓ 301 VÃO CONTINUAR A RECEBERFINANCIAMENTO. DOS QUATRO CENTROS DO CONCELHO, SÓ TRÊS MANTÊM AS PORTAS ABERTAS. O CNO DACÂMARA MUNICIPAL FOI CRIADO EM 2004 E, PELA PRIMEIRA VEZ, VIU RECUSADA FINANCEIRAMENTE A SUACANDIDATURA, O QUE IMPEDIU A SUA CONTINUAÇÃO. REPORTAGEM: ELSA CARVALHO

    GANHE UM ALMOÇOPARA DUAS PESSOAS NO

    RESTAURANTE:

    Torne-se assinante deste jornal e

    Estrela do Monte

    CERIMÓNIA DE ENTREGA DE CERTIFICADOS POR OCASIÃO DO 6º ANIVERSÁRIO DO CNO DE SANTO TIRSO

  • DESTAQUEPAGINA 5 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    Rua da Indústria, 24 - 4795-074 Vila das Avestelefone 252 820 350 | fax 252 820 359E-mail: [email protected]

    mesma situação estão os CNO’s doModatex e da Escola Secundária D.Afonso Henriques. “O nosso centrocontinua a funcionar como até ago-ra, com todos os funcionários”, afi-ançou Gualter Carvalho, coordena-dor do CNO do Modatex. “Incógni-ta” é também a palavra usada por Ar-minda Carneiro, Coordenadora doCNO da Secundária D. Afonso Hen-riques, para descrever a situação docentro a partir de agosto: “enviamosa candidatura técnico pedagógica efinanceira, e foi aceite. Continuamosativos até agosto de 2012. Depoisnão sabemos como será”.

    Esta é, por agora, a situação detodos os Centros que viram a suacandidatura financeira aprovada. OCNO da Câmara não chegou a al-cançar esse patamar. Embora a can-didatura técnico pedagógica tenharecebido uma resposta positiva, “pelaqualidade do trabalho que tem vin-do a ser desenvolvido”, como expli-ca Ana Maria Ferreira. A verdade éque a falta de financiamento deixouo primeiro CNO do concelho cair.

    “Quero que as pessoas percebamque foi um trabalho sério e com qua-lidade”, adianta a vice presidente, quesublinha a justificação dada pelo pro-grama. “O POPH menciona que amesma [dotação financeira]“não ésuficiente para aprovar a totalidadedas candidaturas com apreciação dequalidade positiva”.

    Com os Centros de Novas opor-tunidades a serem extintos um pou-co por todo o país, surgem dúvidasrelativamente aos critérios tidos emconta pelo governo. Ao Entre Mar-gens, o Ministério da Educação adi-antou que “na avaliação das candi-daturas ao financiamento intercalarforam utilizados os mesmos critériosaplicados nos dois concursos ante-riores, em 2008 e 2010”, critériosaos quais não tivemos acesso. Ana Ma-ria Ferreira não descura a possibili-dade de existirem questões políticaspor detrás destas decisões. “O que

    cisco Silva, ressalva que a Associa-ção ainda não tem sócios suficientespara ‘conseguir auscultar mais preci-samente qual a posição de todos osadultos em relação a esse assunto”,mas diz ser “lamentável que isto es-teja a acontecer, principalmente semser feita a avaliação daquilo que são,no terreno, as novas oportunidades”.Ainda assim, Francisco Silva acreditaque o encerramento dos vários CNO’snão irá pôr em causa a continuida-de da Associação cujo “objetivo émanter as pessoas ligadas à cultura”.

    Desde 2004, inscreveram-se noCentro de Novas Oportunidades daCâmara de Santo Tirso 6968 candi-datos, foram certificados 2334 adul-tos e realizaram-se itinerâncias em cer-ca de 50 instituições dentro e fora doconcelho. O governo anunciou, no iní-cio do ano, o encerramento de váriosCNO’s por todo o país, alegando a exis-tência de um “sobredimensionamentoda atual rede, a escassez de recursosfinanceiros disponíveis e as necessida-des de financiamento de outras medi-das”. A extinção do CNO da Câmaraatira 11 pessoas para o desemprego. |||||

    “Atualmente há umaclara tentativa de desa-creditar os CNO’s e otrabalho desenvolvidopelo sistema de RVCC”.

    “Parece-me que há cla-ras motivações políti-cas, já que só algunsCNO´s foram encerradosenquanto outros conti-nuam a trabalhar”.ANA MARIA FERREIRA, VEREADORADA EDUCAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPALDE SANTO TIRSO

    “A ideia do RVCC [reco-nhecimento, validaçãoe certificação de com-petências] era excelen-te, mas não erapara ser massificada”

    “É lamentável que istoesteja a acontecer, prin-cipalmente sem ser fei-ta a avaliação daquiloque são, no terreno,as novas oportunidades”FRANCISCO SILVA, PRESIDENTE DAASSOCIAÇÃO DE ADULTOS DOFÓRUM DE CNO’S DO VALE DO AVE

    ALÍRIO CANCELES, VEREADOR DO PSDDA CÂMARA DE SANTO TIRSO

    todos sabemos”, diz a vereadora “éque o anterior governo era um gran-de defensor da Iniciativa Novas Opor-tunidades (INO) e que atualmentehá uma clara tentativa de desacredi-tar os Centros Novas Oportunidadese o trabalho desenvolvido pelo siste-ma de RVCC”. “Parece-me que há cla-ras motivações políticas, já que só al-guns CNO´s foram encerrados en-quanto outros continuam a trabalhar,pelo menos até agosto”, sublinha.

    Alírio Canceles, líder da ConcelhiaSocial Democrata e vereador na Câ-mara de Santo Tirso diz-se “comple-tamente a favor de uma redefinição,de maior rigor, para que as pessoasque saem do CNO não sejam estig-matizadas”. O vereador acredita que“a ideia do RVCC [reconhecimento,validação e certificação de competên-cias] era excelente, mas não era paraser massificada”. Para Alírio Cance-les, os Centros de Novas Oportunida-des “desvirtuaram aquilo que era, emparte, a essência do projeto” e estaredefinição “pode trazer mais credibi-lidade ao CNO”. Canceles defendeque deve ser a rede de escolas a serpercursora dos processos de apren-dizagem e atesta que “tudo o que seviu em Santo Tirso foi puro show offque não serviu para nada. Foram mi-lhares que se gastaram, que se deita-ram ao lixo, e as pessoas continuama ser a costureira com o nono ano.Não acrescentaram competências”.

    Opiniões e políticas à parte, AnaMaria Ferreira garante que “a situa-ção dos adultos acompanhados peloCNO não foi descurada”. A vice pre-sidente admite a falta de orientações,por parte da Associação Nacional pa-ra a Qualificação, sobre que procedi-mentos adotar mas assegura que opróprio CNO está a “providenciar omelhor encaminhamento e posterioracompanhamento dos candidatos”para outros centros do concelho.

    As reações à extinção do CNO daCâmara não se fizeram esperar e avereadora tem contactado com essassituações: “as pessoas têm reagidonegativamente, com um misto de revol-ta e pesar, não compreendendo o por-quê do indeferimento a este Centro”.

    A recente Associação de Adul-tos do Fórum de CNO do Vale doAve também não vê com bons olhosestas mudanças. O presidente, Fran-

  • OPINIAO~

    Será que a escola inclusiva, sob o pretexto denão querer excluir ninguém, acaba, na prática,por excluir quase todos?!

    Uma escola inclusiva é diferente de umaescola que promove coexistência. Colocar to-dos os alunos dentro de uma escola é fácil.Garantir-lhes Igualdade de Oportunidades noprocesso de ensino-aprendizagem é difícil.

    Defendo que cada aluno tenha direito aoseu ritmo de trabalho (pautado por uma infini-ta gama de causas que vai desembocar numdeterminado efeito, necessariamente). Defendoque um aluno excelente tenha condições paraque a sua excelência seja exequível, assim comodefendo que um aluno com NEE tenha condi-ções para poder ser o mais e o melhor queconseguir alcançar.

    Quando se fala do «milagre finlandês», é im-portante perceber que o milagre só aconteceuporque os finlandeses conseguiram encontrar oregisto certo para o seu sistema de ensino, tendoem conta o meio social, político e cultural em queestão inseridos. Ou seja, sendo o povo finlan-dês tão diferente do português, em praticamentetodos os aspetos (culturais, sociais, tempera-mentais, ambientais), só mesmo por milagre oseu sistema de ensino daria frutos em Portugal.

    Aliás, a principal causa do descalabro do nossosistema de ensino reside precisamente no factode os nossos governantes, incapazes de compre-ender, analisar e avaliar a realidade portuguesa,se entreterem a importar de outros países reta-lhos de experiências educativas mal assimiladas.

    Mas recuemos aos tempos de escola dageração que nos governa. Nos inícios dos anos70, para além de o acesso ao Ensino Secundá-rio ser extremamente seletivo, um aluno de Le-tras do Ensino Complementar tinha apenas 20horas letivas semanais divididas, praticamente,por cinco disciplinas (havia uma que não con-tava). Esta carga horária pressupunha, inevita-velmente, uma grande intensidade de trabalho,com muitos trabalhos de casa, muitas leiturasobrigatórias e muito estudo.

    Nestes últimos 30 anos, para além de assis-tirmos à chamada massificação do ensino, pas-sámos de horários de 20 horas letivas sema-

    Escola Inclusiva ouCoexistência?

    Com a elevação ao cardinalato de Dom Ma-nuel Monteiro da Castro, um ilustre bispoportuguês com uma folha de serviço essen-cialmente diplomática, a Igreja Portuguesaadquire influência nas elevadas funções decondução de uma política “vaticana” ao ser-viço da Igreja e da Humanidade, inclusiveadquire mais oportunidades de proxima-mente vir a ter um papa português, o quenão seria a primeira vez que tal sucede.

    No entanto, creio que o teor das decla-rações produzidas pelo novo purpurado,não terão sido pastoralmente muito pro-metedoras, já que denunciam uma visão umtanto preconceituosa dos tempos que vive-mos enquanto cidadãos de um país e deuma Europa “críticos” e cristãos que, em gran-de parte, somos devedores a essa cidada-nia. E porque digo isto?

    Um Cardeal que diz “que não é útil ao paísque uma mulher trabalhe”, por muito queisso resulte de um idealismo matriarcal oupatriarcal que tinha necessariamente umcontexto de fidalguia, de aristocracia ouburguesia como se lhe queira falar, com oque tal significava de total disponibilida-de da mulher como esposa, mãe e educado-ra, com o concurso de uma criadagem quelhe suavizava os trabalhos caseiros até aolimite, é alguém que vem de outros tempose está longe de compreender as transmu-tações de uma era industrial e as alteraçõesde mentalidade da mulher moderna, os fun-damentos da sua emancipação e da sua as-censão a postos-chave da cidadania, da po-lítica e do empreendedorismo. Noutro pas-so da entrevista que concedeu ao JN do pas-sado dia 17, diz o novo cardeal que “devía-mos dar muito mais valor à família e ao valorda mulher em casa. O trabalho da mulher atempo completo, creio que não é útil ao País.Trabalhar em casa, sim, mas que tenham quetrabalhar de manhã até à noite, creio quepara um país é negativo. A melhor formado-ra é a mãe, e se a mãe não tem tempo para

    Declarações que nos‘acomodam’ou ‘incomodam’

    respirar como vai ter tempo para formar.”Aqui está mais do mesmo: uma visão es-

    treita do que foram e do que hoje são asrelações recíprocas do homem e da mulher,inclusive, na partilha das responsabilida-des do lar e da formação dos filhos que, emmédia, também já não são “os que Deus lhesder” mas os que eles planeiam vir a ter. Emesmo numa situação “crítica” como é a deuma sociedade em que à mulher se exige otrabalho fora de casa e complementarmen-te “as lides da casa” porque os companhei-ros a elas se não adaptam ou, pior ainda, orecusam, mesmo assim, é de reconhecer queà mãe continua a caber a nobre e vantajosasuperioridade na formação dos seus filhos,deixando-lhes um legado de afeto e de só-lidos valores humanos. Foi mesmo uma des-tas mulheres a quem pouco tempo sobrapara as lides caseiras que me mostrou a suaincredulidade quanto às declarações docardeal dizendo-me que “estas prédicas” jánão convencem ninguém e muito menoscontribuem para a mudança de mentalida-des machistas, pelo contrário, acomodamos homens à sua mentalidade tacanha e pre-judicial para o avanço da nossa sociedadepara formas de civilização e de convíviomenos marcadas pelo sexismo, no que es-tou perfeitamente de acordo.

    É outra de facto a realidade do nossopaís. Num recente congresso sobre natali-dade, o nosso presidente da República, quetem produzido declarações também menosfelizes, acabou por dizer algo que tem todoo cabimento e que, de certo modo, contra-dita as declarações atrás mencionadas donovo cardeal da Igreja Portuguesa cujospadrões de mentalidade afinam mais poruma cultura de Tribunal da Penitenciáriado que por uma pastoral atenta à realidadesocio cultural vigente. Dizia-nos então oPresidente da República, neste contexto:

    “Nasce-se menos em Portugal, mas nas-ce-se melhor e ser criança tem outro valor”,transcrevo apenas o título da notícia do Pú-blico de 18 do corrente. Em subtítulo, podeler-se o ambiente de pensamento veiculadopor especialistas presentes neste Fórum aque chamaram de “Roteiros do Futuro”: “es-pecialistas explicam em conferência comopaíses com elevada empregabilidade femi-nina conseguiram fazer aumentar a natali-dade. Apostaram em serviços de apoio àscrianças”. |||||||||||||||||||||||||

    Luís Américo FernandesO DIRETOR

    nais para horários de 40 horas letivas, reparti-das por uma chusma de disciplinas que impe-de, só por si, que qualquer uma seja viável. Ora,uma carga horária com este peso pressupõe,obrigatoriamente, que todo o trabalho se esgo-te dentro da sala de aula.

    Acontece que querem que os alunos de hoje,com horários de 40 horas letivas e uma infinida-de de disciplinas, continuem a fazer trabalhos decasa e a ler muito como antigamente. Ora, defen-der isto é o melhor certificado de estupidez dequem governa, de quem leciona e de quem alvitra.

    Acresce que a inutilidade da maioria dasdisciplinas acaba por gerar uma concorrênciaabsurda entre os diferentes professores que pro-curam justificar a maior importância da sua dis-ciplina com uma sobrecarga de trabalhos decasa, trabalhos de grupo e testes que o bomsenso totalmente desaconselha.

    Enquanto não aceitarmos que as pessoastêm, naturalmente, capacidades diferentes e queo sistema de ensino deve servir, precisamente,para potenciar e direcionar as capacidades decada um e não para as igualizar, não há outraforma de combater o insucesso escolar a nãoser pela via administrativa e de forma artificial.

    Para uma pessoa melhorar o salto em altura,nem se pode pôr a fasquia tão baixa, ao pontode não exigir qualquer esforço para a ultrapas-sar, nem tão alta, ao ponto de se ter a certeza,antes do salto, que é impossível consegui-lo.

    Misturar na mesma turma alunos com capa-cidades, conhecimentos e objetivos muito dife-rentes é prejudicar todos e não beneficiar nin-guém. Na verdade, para que alguém aprenda eevolua é necessário que a aprendizagem estejaadequada ao seu nível, ou seja, aos seus conhe-cimentos, às suas capacidades e às suas aptidões.Para uma pessoa melhorar o salto em altura,nem se pode pôr a fasquia tão baixa, ao pontode não exigir qualquer esforço para a ultrapas-sar, nem tão alta, ao ponto de se ter a certeza,antes do salto, que é impossível consegui-lo.

    Ora, só com a criação das turmas de nível, apartir do 7.º ano de escolaridade, é possível àescola dar resposta a todos os alunos: aos super,aos medianos e aos menos bons, devendo a tur-ma de nível inferior ser vocacionada, obviamen-te, para o ensino profissional. Só assim será possí-vel ao professor adequar as estratégias, os pro-gramas e o ritmo de aprendizagem às necessida-des de cada aluno em concreto e, consequente-mente avaliar-se o professor e a escola pelos resul-tados dos alunos. Só que fazer isso implicaria pôrem causa um dos dogmas fundamentais do atualsistema de ensino: o da escola inclusiva! ||||||

    Carla Valente

    Laivos de verdade...

  • OPINIAOPAGINA 7 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012~

    Andanças do Felismino noReino da Educação Dr.

    os, Arq.os e Eng.os

    Vamos a ver...

    Enquanto aguardava que o gestor deuma escola me atendesse, apercebi-me de que ele falava ao telefone comum qualquer departamento de umqualquer patamar ministerial, e querogava a compreensão de um qual-quer “doutor”, que poderia muito bemchamar-se Felismino. Num país ondeos doutores são mais do que as mãese onde poucos serão aqueles que fi-zeram doutoramento, o tratamento de“doutor” lisonjeia, ajuda. Porém, peloque me pareceu, aquele “doutor” eralento de raciocínio e o gestor daque-la escola insistia num diálogo de sur-dos sem fim, do qual reproduzo umexcerto, crente de que o leitor adivi-nhará aquilo que o “doutor” terá dito,no outro lado da linha.

    Doutor, tente compreender. Não podereipreencher o documento, porque ele não seadequa ao modo de organização destaescola. Senhor doutor, já lhe disse que nãotemos horários, nem disciplinas distribu-ídas por tempos letivos. (…)

    Sim, os nossos alunos trabalham todo o cur-rículo, como qualquer outra escola. Mas nãoconsigo enquadrar os professores nestas ru-

    José Pacheco

    bricas. Não posso utilizar aquilo que o dou-tor chama de “crédito horário”, ou “discipli-na de oferta”. Aqui, não temos disso. (…)

    É claro que os professores têm horário com-pleto! Já lhe disse, doutor. Mas os profes-sores não têm horário. Tente perceber: eusei que esse despacho divide os temposletivos por disciplina, mas nós não temostempos letivos... O doutor diz-me que po-derei usar de criatividade ao preencher omapa, mas quem assume a responsabi-lidade sou eu, não é, doutor? (…)

    Não, doutor, nós não temos blocos horá-rios. Já lhe disse duas vezes! (neste mo-mento, um esgar de desespero percorreu aface do gestor e a sua voz endureceu).Como é que eu consigo? Diga-me, dou-tor! Não posso colocá-los em “grupos derecrutamento”. Eu sei que um professordo primeiro ciclo cumpre 25 horas letivase que no segundo, no terceiro ciclo, e nosecundário e ensino especial são menoshoras letivas. Mas, aqui, todos trabalhamas mesmas horas. (…)

    Não pode ser? E por que razão não podeser assim? Está na lei? Mas poderá dizer-me porque está na lei? Porque está na lei,doutor? Diga-me, doutor! (...)

    Não! O doutor é quem está a fazer confu-são, não sou eu. Nós não temos de fazeraquilo que as outras escolas fazem. Achoestranho que não seja contemplada aespecificidade desta escola…

    Neste momento, o gestor olhou parao telefone, duas vezes carregou numatecla, por duas vezes chamou o dou-tor (melhor dizendo, gritou). Mas ofuncionário (vulgo “doutor”) haviadesligado.

    É enorme o estrago que a buro-cracia produz nas escolas. Se os pro-fessores já não eram produtores decurrículo, serão reprodutores de for-mulários, papéis...

    O mestre da teoria crítica (HenryGiroux) diz-nos que “o conceito de tem-po nas escolas restringe o desenvolvimen-to de relacionamentos sociais e intelectu-ais saudáveis (…) com seus relaciona-mentos de trabalho hierárquicos, a roti-na atua como um freio à participação eaos processos democráticos”. Mas o“doutor” nada entendeu, relativamenteà gestão do tempo naquela escola. Enada quis entender quanto ao resto.Porque burocracia não rima com pe-dagogia. A burocracia na educaçãorima com maldição. É desperdício detempo em inúteis formalidades.

    Um amigo, que, por motivos óbvios,manterei no anonimato, disse: A edu-cação está em grande parte nas mãos detecnocratas conservadores e de Felisminos,que raramente sabem o que é educação.

    Mas o Felismino está convencidode que sabe. |||||

    Crónico

    Fernando Torres*

    Não admiro nem desprezo títulos.Gosto quando clarificam a posiçãoprofissional de uma pessoa, detes-to quando tentam impor-se social-mente. Não reparo quando, em tra-balho, me tratam apenas pelo títu-lo, mas fico triste quando ao telefo-ne preciso de o referir para que mereconheçam.

    A utilização de títulos não é con-sensual, há quem goste, quem exi-ja, quem dispense, quem deteste edepois quem seja indiferente. O mes-mo se poderá dizer da opinião pú-blica sobre a necessidade e a ofer-ta de ensino superior. Uns dizemque os cursos são muito demora-dos, facilitados, uma perda de tem-po, outros dizem que são muito cur-tos, exigentes, importantíssimos.

    Se relativamente a muitas ques-tões existem opiniões opostas, noque respeita a outras, a opinião pú-blica tende a ser mais consensual.

    Com ou sem fundamento, a mai-oria das pessoas defenderia que oensino superior deveria ser maisprático. Procurando outro consen-so, diria que a maioria das pessoastambém acredita que o Estado deve-ria disponibilizar cursos de acordocom a procura por parte do merca-do de trabalho. Faz todo o sentido,certo? Porquê formar jovens quedepois se tornarão frustrados por

    (V)

    É enorme o estrago que aburocracia produz nasescolas. Se os professoresjá não eram produtoresde currículo, serão repro-dutores de formulários.

    tabelecimentos de ensino. Matema-ticamente, seria possível formar pes-soas para as funções que o merca-do necessita.

    Se isto tivesse sido feito umasdécadas atrás, possivelmente nãoteriamos o problema que temos ho-je, não estaríamos perante uma taxade desemprego de Dr.s, Arq.ºs eEng.ºs tão elevada como a atual.

    Aplicando esta teoria e anteven-do as dificuldades da década quevivemos, o nosso Estado teria criadoem todas as suas universidades epolitécnicos um curso novo e ino-vador: Mestrado em Emigrante.

    Assim, teriam assegurado a exis-tência de jovens, com formação, pa-ra desempenhar o que os nossoschefes de Estado publicamente mani-festam ser a profissão do momento.

    A primeira fornada de licencia-dos em Emigrante estaria agora asair das universidades, o que se tra-duziria numa nova geração de jo-vens com possibilidade de exercera profissão em que se formaram. Umageração capaz de fazer uma mala,abandonar as suas familias, amigose raízes e, claro, encontrar entida-de patronal num país estrangeiro.

    E os benefícios não ficam poraqui. Efetivamente, esta seria daspoucas profissões onde os postosde trabalho seriam reservados a por-tugueses, pois nenhum estrangei-ro pode ser um Emigrante Portugu-ês e claro, faça o que fizer, duranteo tempo que o fizer, desde que sejano estrangeiro, terá sempre o di-reito de exigir a utilização do seutítulo como prefixo do seu nome.

    Em termos locais, acredito que,se olharmos para a história do nos-so concelho, a existência de um cur-so desses poderia justificar o apa-recimento do ensino superior, es-pecializado, em Santo Tirso.

    Mesmo com o mercado satu-rado, eu prefiro a formação à forma-tação. É crónico...Eu sei! *ARARARARARQUITETQUITETQUITETQUITETQUITETOOOOO

    [email protected]

    A primeira fornada de licen-ciados em Emigrante estariaagora a sair das universida-des (...). Uma geração capazde fazer uma mala, aban-donar as suas famílias,amigos e raízes e, claro,encontrar entidade patro-nal num país estrangeiro.

    não poderem exercer, no seu país,aquilo para o qual se formaram?

    Não é coisa do outro mundo,bastava que o Estado fizesse o seutrabalho de casa, antevisse as ne-cessidades do mercado de traba-lho com mais ou menos uma déca-da de avanço. Que coordenasse apartilha de informação do nosso Ins-tituto de Estatística, entre as diver-sas associações industriais e os es-

  • ATUALIDADE

    INSCRITO NA D.G. DA C.S. SOB O Nº112933

    DEPÓSITO LEGAL: 170823/01

    PERIODICIDADE: BIMENSAL

    DIA DE SAÍDA: QUINTA-FEIRA

    TIRAGEM MENSAL: 4.000 EXEMPLARES.

    ASSINATURAS: PORTUGAL - 14,50 EUROS / EUROPA - 26,00 EUROS / RESTO DO MUNDO - 29,00 EUROS

    NÚMERO AVULSO: 1,00 EURO

    PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, C.R.L. NIF: 501 849 955

    DIREÇÃO DA CCEA: PRESIDENTE: JOSÉ MANUEL MACHADO; TESOUREIRA: LUDOVINA SILVA;

    SECRETÁRIO: JOSÉ CARVALHO.

    DIREÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO: RUA DOS CORREIOS - ESTAÇÃO DE CF DE VILA DAS AVES

    APARTADO 19 - 4796-908 AVES - TELEFONE E FAX: 252 872 953

    DIRETOR: LUÍS AMÉRICO CARVALHO FERNANDES. CONSELHO DE REDAÇÃO: JOSÉ MANUEL MACHADO, LUÍS

    ANTÓNIO MONTEIRO. REDAÇÃO: LUÍS AMÉRICO FERNANDES, JOSÉ CARVALHO (C.P. N.º 4354), CATARINA

    SOUTINHO (C.P.Nº 1391), CELSO CAMPOS, LUDOVINA SILVA, ELSA CARVALHO.

    COLABORAM NESTE JORNAL: JOSÉ PEREIRA MACHADO, JOSÉ PACHECO, JOAQUIM COUTO, ABEL RODRIGUES,

    PEDRO FONSECA, NUNO MOTA, FERNANDO TORRES, MIGUEL MIRANDA, ANTÓNIO LEAL, REGINA LIMA,

    ALBERTO GOUVEIA, VITOR MARTINS, SILVIA MENDES.

    DESIGNER GRÁFICO: JOSÉ ALVES DE CARVALHO

    REPORTER FOTOGRÁFICO: VASCO OLIVEIRA.

    DEP. MARKETING / PUBLICIDADE: ÂNGELA ISABEL GOMES MARTINS ([email protected])

    COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO: JORNAL ENTRE MARGENS

    IMPRESSÃO: EMPRESA DO DIÁRIO DO MINHO, LDA.

    RUA CIDADE DO PORTO | PARQUE INDUSTRIAL GRUNDIG, LOTE 5 - FRACÇÃO A - 4700-087 BRAGA | TEL.: 253

    303 170 FAX.: 253 609 465

    ENTRE MARGENS - Nº 472 - 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    Num destes sábados frios de janeiro, ao pro-porcionar uma pequena viagem de comboioao meu querido filho, ele que na traquinicedos seus quase cinco anos, curioso, me iaquestionando tudo sobre o que via…

    Envolvido neste ambiente de perguntase respostas, ouvi a voz suave feminina de fundoanunciando a próxima paragem…

    Vila das Aves se ia aproximando e deicomigo a refletir nesta expressão de proximi-dade de paragem em si, ou seja para sair-mos, mas também pelo facto de ser a paragemque desejamos!? Dada a conjuntura econó-mica diria que porventura não, e olhando omeu pequeno, pensei, e esta geração de cri-anças frágeis sem culpa nenhuma dos des-varios da nação, irão parar por esta terra!?

    Sem olhar a meios por este amor desme-dido à minha querida família e à minha ter-ra, creio que além da falta de emprego queescasseia, aliás um mal de todo o país, achoque será necessário mais fatores de interes-se para cativar a geração vindoura, pois es-tou certo que é, e será a geração mais vul-nerável e mais exposta aos problemas, poisvão ter uma herança difícil!

    Pessoalmente serei sempre suspeito ao falarda minha terra, pois nestes curtos 34 anos,ainda não conheci nenhuma outra para vi-ver, e estou grato pelos desenvolvimentosque teve, mas continuo a insistir que ela, epor conseguinte nós, seus habitantes, mere-cíamos muito mais, porque os que hoje ain-da andam pelas nossa mão, não tardará muitoserão os homens do amanha! As exigênciasde melhoria que cada um terá no seu intimo,possam ser realizadas, não só em períodos,confinados a obras, mas sempre quando ne-cessários, visando uma politica de bem paracom os cidadãos.

    Por mim digo com muito orgulho, queestá será sempre a minha paragem, nem queseja no meu coração: Vila das Aves. ||||| LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍSMIGUELMIGUELMIGUELMIGUELMIGUEL SOUSASOUSASOUSASOUSASOUSA BARBOSABARBOSABARBOSABARBOSABARBOSA

    Próxima paragem:Vila das Aves

    Cartas ao diretor

    As eleições do passado dia 12 defevereiro na Cooperativa de Abas-tecimento Elétrico de Roriz resul-taram numa expressiva vitória daLista A, liderada por Manuel Mon-teiro. Uma aposta na continuida-de, traduzida nos 452 votos con-quistados pela Lista A, contra os180 votos da lista B, liderada peloatual presidente da Junta da Fre-guesia de Roriz, Jorge Leal.

    Manuel Monteiro junta assimmais três anos à frente dos destinosda CoopRoriz, sendo acompanha-do na direção por António Fernan-des (secretário), Geraldo Carneiro(tesoureiro) José Silva e José Manu-el (vogais) e José Lima (suplente).Por sua vez, Manuel Rodrigues pre-side à Assembleia-geral, tendo co-mo vice-presidente Ferreira Martinse Cristina Soares como secretária.

    Manuel Monteiroreconduzido nadireção da CoopRoriz

    No conselho Fiscal, José Faria as-sume a presidência, tendo comovogais Aprígio Freitas e ValdemarCunha e, como suplente, João Silva.

    “Continuar a reorganizar inter-namente a cooperativa, preparan-do-o para o grande desafio daliberalização do setor elétrico” éum dos grandes objetivos da atualdireção que, dentro de algunsmeses, apresentará também algu-mas alterações aos estatutos, no-meadamente no que concerne àlimitação de mandatos. Dos pro-pósitos da direção de ManuelMonteiro consta também a criaçãode uma zona de lazer, a levar acabo no terreno adquirido no an-terior mandato pela CoopRoriz, si-tuado o lugar da Ribeira. Zonade lazer contestada, desde logo,pelo seu opositor Jorge Leal. |||||

    Zeinal Bavarecebe ‘Medalhade Honrado Concelho’Depois de, em 10 de novembro do ano pas-sado, o executivo camarário ter decidido, porunanimidade, entregar a “Medalha de Hon-ra do Concelho” ao Presidente executivoda Portugal Telecom, Zeinal Bava vem a San-to Tirso, a 27 de fevereiro, para participarna Cerimónia publica em sua homenagem.

    Zeinal Bava foi um dos responsáveis pelainstalação, em Santo Tirso, de um Centrode Apoio Técnico a Clientes que, segundoa Câmara, criou cerca de mil postos de tra-balho (número já rebatido pela oposição)e, em 2010 considerado o mais inovadore funcional centro de relacionamento como cliente, em Portugal recebendo o Prémiode Melhor Espaço. A cerimónia tem iníciomarcado para as 11 horas no salão nobredos Paços do concelho. |||||

    No próximo dia 4 de abril, realiza-se umacelebração conjunta dos 57 anos da eleva-ção de Aves a vila e dos 25 anos do jornalEntre Margens. Esta sessão, a realizar noSalão Nobre da Junta de Freguesia de Viladas Aves, pelas 21h30, contará com as in-tervenções dos presidentes da Junta eAssembleia de Freguesia, bem como dostrês diretores que sucederam nos 25 anosdeste periódico. A cerimónia conta aindacom a participação especial de Ivo Macha-do (cantautor) acompanhado à viola clás-sica por Carlos Carneiro com poemas ditospor António Sousa (interpretarão temas doseu último trabalho intitulado “Marés de So-nho - Tributo aos Poetas”).

    Paralelamente, outras iniciativas estão aser preparadas para assinalar as duas dé-cadas e meia de atividades deste jornal. |||||

    As bodas de pratado ‘Entre Margens’

    JORGE LEAL NÃO FOI ALÉM DOS 180 VOTOS

  • Funerária das AvesAlves da Costa

    Telef. 252 941 467Telem. 914 880 299Telem. 916 018 195

    Serviço permanenteServiço permanenteServiço permanenteServiço permanenteServiço permanente

    ATUALIDADEPAGINA 9 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    Rua António Abreu Machado, nº111 | 4795-034 AVESTELEF/ FAX 252 872023 | email: [email protected]

    MONTAGENS ELÉCTRICASMONTAGENS TELECOMUNICAÇÕES

    PROJECTOS E ACESSORIA TÉCNICAASSISTÊNCIA E MANUTENÇÃO

    |||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    A Comissão Política concelhia doCDS/PP apresentou a demissão embloco. A saída foi anunciada numcomunicado onde se pode ler a justifi-cação: “o nosso atual presidente, Ri-cardo Rossi, está a ser atacado deuma forma inacreditável, por um mi-litante deveras conhecido por estasestratégias”. Ricardo Rossi confirmouao Entre Margens tratar-se de Hen-rique Pinheiro Machado e garantiunão saber “quais as intenções do ata-que”. “O militante respondeu a uma

    ComissãoPolítica do CDSPP demite-seDIZENDO-SE ALVO DE UM ATAQUE POR PARTE DE HENRI-QUE PINHEIRO MACHADO, O PRESIDENTE DA COMISSÃOPOLÍTICA DO CDS/PP DE SANTO TIRSO, RICARDO ROSSI,APRESENTOU A SUA DEMISSÃO E, NUM ATO DE SOLIDA-RIEDADE, TODA A CONCELHIA SE AFASTOU. PINHEIROMACHADO DEFENDE-SE DIZENDO QUE NÃO ESTÁ “A ATACARNINGUÉM” E DIZ TRATAR-SE DE UMA “ESTRATÉGIA”.

    PINHEIRO MACHADODECIDE NO VERÃOSE É CANDIDATO ÀCÂMARA MUNICIPAL

    A primeira vez que a possibili-dade de Henrique Pinheiro Ma-chado ser candidato à Câmara deSanto Tirso surgiu foi há poucomais de um ano. Segundo o pró-prio, “foi um dirigente que, numdia de eleições, disse: ‘o Dr. Henri-que autorizou-me a dizer-lhesque tem intenção de se candi-datar nas próximas eleiçõesautárquicas, com o CDS ou sem oCDS’”. Numa altura em que faltacerca de um ano para as eleiçõesautárquicas, Henrique PinheiroMachado assegura que ainda nãocolocou a hipótese de parte. “Eucontinuo a organizar-me nessesentido. Pode-se confirmar ounão, mas só depois do verão fareiuma resolução definitiva”.

    Convidado, em fevereiro de2010, a responder ao Inquéritodo Entre Margens, Henrique Pi-nheiro Machado, quando ques-tionado sobre o possível suces-sor de Castro Fernandes”, apon-tava o nome de Ana Maria Fer-reira. “Se for dentro do PS, torçopela Eng.ª Ana Maria Ferreira”.Mas logo a seguir, o presidenteda Junta de S. Tomé de Negrelosalertava para “uma candidaturaemergente, fora do PS e do PSD,que vai fazer a diferença e queserá uma aposta forte e com carizde vitória”. Estaria a falar da suaprópria candidatura? Talvezapós o verão se fique a saber. |||||

    entrevista que dei e atacou-me de for-ma pessoal. Já não foi a primeira, nemsegunda, nem terceira vez. Eu acheipor bem demitir-me e o resto daconcelhia foi solidária”, contou o pre-sidente demissionário. Já HenriquePinheiro Machado afirma não estar“a atacar ninguém” e diz tratar-se deuma “estratégia”, “uma desculpa demau pagador que tem como objetivotentar arranjar um ambiente propíciopara fazer coligação com o PSD”.

    O assunto remonta a 10 de mar-ço de 2011, quando Ricardo Rossideu uma entrevista ao Entre Margensna qual afirmava que o seu afasta-mento do partido em 2001 se deviaa “motivos pessoais e também devi-do às pessoas que estavam, na altu-ra, à frente do partido”. Na mesmaentrevista, Rossi referia que: “durantemuitos anos foi o Dr. Henrique PinheiroMachado presidente da concelhia, eeu e as pessoas que estavam comigonão estávamos de acordo com o ca-minho que seguia” e dizia não en-tender como “é que um presidente daconcelhia consegue candidatar-se eganhar juntas como independente”.

    A 8 de setembro do mesmo ano,Henrique Pinheiro Machado exerciao direito de resposta e publicava umtexto “em defesa da verdade”. Lembra-va que quando foi “eleito pela pri-meira vez, não era presidente da con-celhia” e sublinhava que só concor-reu como independente porque nãoesteve de acordo “com os dirigentesdos CDS em 1997, quando, para ga-

    rantirem para si próprios um lugar àmesa do poder, não se importaramde destruir as bases e vender os in-teresses do partido ao PSD”. Num textoonde apresentava várias explicações,Henrique Pinheiro Machado acusa-va, também, Ricardo Rossi de ter sido“expulso da juventude popular”.

    Cinco meses depois, a comissãopolítica do CDS PP de Santo Tirso emi-tiu um comunicado onde anuncia ademissão de toda a concelhia, numato de solidariedade para com o pre-sidente. “O que está ali escrito sãocoisas muito graves”, declara RicardoRossi. No comunicado pode aindaler-se que a equipa demissionária éuma equipa “ambiciosa, jovem e defuturo”, “que por muitas vezes colo-cou a vida pessoal e profissional emsegundo plano, para servir o partidoe o concelho”. Depois de um ano demandato, o CDS lembra que conse-guiu “que ao fim de duas décadas opartido estivesse representado em 23das 24 juntas do concelho, nas elei-ções”, mas afirma que chegou ao li-mite. Ainda assim, Rossi garante quese irão recandidatar “porque assimos militantes dizem, através do voto,se têm confiança em nós ou não”.

    “Eu não estou a atacar ninguém,quando me atacaram a mim defendi-me e se eles acham que estão a seratacados acho que se deviam defen-der daquilo que estão a ser atacados”,sublinhou Henrique Pinheiro Macha-do, que disse ter sido “muito brando”.“Há coisas que são para se discutirinternamente, eu optei por fazê-lo enão pôr na praça pública”, contou.

    Henrique Pinheiro Machado acre-dita que a questão começou desdeque, há mais de um ano “disse queseria candidato à Câmara Municipalnas próximas eleições, com o CDS ousem o CDS. A partir daí apareceu essaentrevista ao Entre Margens e agoraeles estão preocupados que eu lhespossa tirar o ‘tacho’”.

    Ricardo Rossi afirma que a únicacoisa que pretende fazer, para já, “édar voz aos militantes”. “Depois iremosver quais os procedimentos que ireifazer, a nível individual”, concluiu. |||||

    “Henrique Pinheiro Ma-chado respondeu auma entrevista que deie atacou-me de formapessoal. Já não foi aprimeira, nem segunda,nem terceira vez. Euachei por bem demitir-me e o resto daconcelhia foi solidária”RIARDO ROSSI, PRESIDENTE DEMIS-SIONÁRIO DO CDS-PP

    “Eu continuo a organizar-me nesse sentido.

    PINHEIRO MACHADO SOBRE APOSSÍVEL CANDIDATURA À CMST

    RICARDO ROSSI

  • ATUALIDADE ENTRE MARGENS | 23DE FEVEREIRO DE 2012 PAGINA 10

    |||||| ENTREVISTA: JOSÉJOSÉJOSÉJOSÉJOSÉ ALALALALALVESVESVESVESVES DEDEDEDEDE CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    Desde janeiro deste ano que a pre-sidência da Comissão Política Conce-lhia do PSD de Santo Tirso está, ou-tra vez, nas mãos de Alírio Canceles.E novamente, com a tarefa de prepa-rar o partido para mais uma disputaautárquica, a de 2013. Canceles sen-te-se “confortável” nesse papel e, seo partido assim o entender diz-se “com-pletamente disponível” para avançarcomo candidato à presidência da Câ-mara Municipal de Santo Tirso.

    No final de 2007 foi reeleito presi-dente da Comissão Política do PSDque teve a seu cargo a preparaçãodas eleições de 2009, em que maisuma vez o PSD perdeu a Câmara deSanto Tirso. A esta distância conse-gue perceber o que falhou?Uma campanha é feita de vicissitu-des e seguramente que não há duasestratégias iguais: a campanha de2013 será completamente diferentedaquela que fizemos em 2009. Se-guramente que aprendemos com ascoisas que correram menos bem. Noentanto, numa eleição não se ganhaou se perde só por ação direta deuma das partes. O PS, por exemplo,tem uma máquina de publicidade ede propaganda poderosíssima e issoé determinante no resultado final.Mesmo assim, acho que o PSD em2009 fez uma excelente campanha.

    Depois do mandato de Andreia Neto,volta à liderança da concelhia, maisuma vez com responsabilidadesacrescidas pelo resultado eleitoralque o PSD tiver em 2013. Indepen-dentemente de se apresentar ou nãocomo candidato, o que lhe perguntoé se se sente tranquilo nesse papel?

    Sinto-me. Sinto-me bem. Aliás, até achoimportante que alguém tenha a possi-bilidade de ir, pelo menos duas vezes,a campanha eleitoral. Há uma experi-ência acumulada que eu tenho – e oconjunto de pessoas que estão co-migo – que penso que ajudará a de-senhar melhor a estratégia para 2013e a campanha eleitoral, ou seja, a par-te visível de uma estratégia, aquelaparte em que se interage com o cida-dão. Sinto-me muito confortável comessa responsabilidade. Muito confor-tável e confiante.

    Em 2013 as eleições autárquicas vão,seguramente, traduzir a Reforma daAdministração Local que se encon-tra em curso e que está a ser muitocontestada, tanto à direita com à es-querda, e é de prever que o atualgoverno de coligação PSD-CDS nãoesteja em estado de graça. Este ce-nário não poderá ter um peso navotação no PSD em Santo Tirso?Seguramente. Há um conjunto de va-riáveis que na altura pesarão. Mastambém acrescenta motivação ao tra-balho que teremos que fazer. Eu te-nho consciência do trabalho que as-sumi e tenho consciência das enor-mes dificuldades que teremos atéoutubro de 2013. Mas confesso queestas dificuldades me têm motivado

    muito. Eu sou uma pessoa extrema-mente motivada e confio no trabalhoque eu e a minha equipa fazemos. Etemos a certeza absoluta que, mesmono quadro de alguma dificuldade, va-mos conseguir fazer passar as nossasmensagens porque Santo Tirso tem demudar. Hoje, acho que quase todosnós interiorizamos a ideia que estamudança é inevitável. Já deveria teracontecido, mas seguramente terá deocorrer em 2013, sob pena dos tirsen-ses perderem a possibilidade de ex-perimentar outra gestão, experimen-tar ideias novas, gente nova.

    Foi eleito presidente da ComissãoPolítica a 21 de janeiro último com109 votos. Esta votação chega paraque o partido diga que está “coeso”e “mobilizado para assumir o po-der em 2013”, como o fez em comu-nicado de imprensa?Sem dúvida, sem dúvida. Dos 109votos, dois votos foram brancos e umnulo. E essa é a grande questão quese coloca: num universo de 109 vo-tos, três votos que não são favorá-veis. É um valor muito residual. Emmédia, nas eleições de lista única,votam 50/60 pessoas. Estas eleições,de lista única, foram das mais con-corridas dos últimos anos e isso é umsinal claro de unidade. Não tenho dú-

    vidas nenhumas que elas o mostram.Mas quando falo em unidade e co-esão, não quero dizer que todos osmilitantes estão de acordo com estacomissão política ou comigo, segu-ramente que não estão. Há segura-mente três que não estão. E os outrosque não estão, poderiam ter expressa-do no voto a sua discordância, e senão foram é porque não o quiseram.

    Os partidos têm várias sensibilida-des, o PSD é um partido de gente quesempre foi capaz de divergir, de dizeraquilo que pensa e, portanto, esta elei-ção era uma oportunidade para todaa gente dizer aquilo que pensava.Quando nós vamos votar estamos afazer escolhas, estamos a sinalizaraquilo que queremos…

    Mas terá sido esta eleição devida-mente divulgada?Devidamente divulgada.

    Recordo que em 2007 se apresen-tou como candidato à presidênciada Comissão Política. Agora, e à co-municação social, o comunicado quechega é de que foi eleito. Não houveaqui um défice de divulgação de umato eleitoral importante para a defi-nição da estratégia do partido emrelação às próximas autárquicas?A divulgação não tem de ser pública.Quando há uma eleição, a nossa res-ponsabilidade, para além do que sãoas obrigações formais que decorremdos estatutos, é informar os militan-tes, nomeadamente aqueles que têmcapacidade eleitoral ativa. E nós fize-mos isso. Nós somos obrigados a mar-car as eleições com 30 dias de ante-cedência, contudo, quem marca aseleições não é o presidente da co-missão política nem é o candidato, éo presidente da Assembleia de Sec-ção que é o Dr. Mário Roriz. Portanto,a partir do momento em que ele mar-ca as eleições, qualquer militantepode apresentar a sua candidatura.

    Repare, na lista que se apresen-tou a eleições, fazem parte pessoascomo o dr. Manuel Mirra que já es-teve numa lista com o Eng. Almeida

    ‘Tenho a convicção plena que o PSD em 2013terá todas as condições para ganhar’“ESTOU DISPONÍVEL PARA TODOS OS DESAFIOS QUE O PSD ENTENDER DIRIGIR-ME. E POR ISSO, ESTAREI, SEM DÚVIDA NENHUMA,DISPONÍVEL PARA UMA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DE SANTO TIRSO” ADIANTA AO ENTRE MARGENS ALÍRIO CANCELES QUEREGRESSOU, EM JANEIRO ÚLTIMO, À LIDERANÇA DA COMISSÃO POLÍTICA

    “Qualquer militanteque tivesse alguminteresse em apresen-tar-se como alternati-va, saberia que emjaneiro de 2012 ter-minaria o mandandode Andreia Neto eque haveriameleições nesse mês”.

    ALÍRIO CANCELES, PRESIDENTE DA COMISSÃO POLÍTICA CONCELHIA DO PSD DE SANTO TIRSO

  • ATUALIDADEPAGINA 11 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    Santos. Nos últimos anos, só em2006 é que houve duas listas queconcorreram a eleições, a partir daínunca houve mais do que uma lista.E, curiosamente, algumas pessoasque estiveram nessa outra lista pas-saram para a minha lista. Olhe, senão houvesse divulgação, não tería-mos 109 militantes a votar; batemoso recorde de militantes a participarnum ato eleitoral. Se não houvessedivulgação não tínhamos 90 subs-crições (só precisávamos de 20). Ouseja, passou pelas diversas freguesi-as o chamado termo de subscrição enunca, em situação alguma, tivemos90 subscritores numa lista. A minhacandidatura foi suficientemente divul-gada. Digo-lhe mais: qualquer mili-tante que tivesse algum interesse emapresentar-se como alternativa, sabe-ria que em janeiro de 2012 termina-ria o mandando de Andreia Neto eque haveriam eleições nesse mês.

    Mas admite que estas eleições te-nham passado ao lado de algunsmilitantes?Bem… admito que haja pessoas queleem as cartas com 30 dias de ante-cedência e depois não se lembram.

    Cumpriu dois mandatos na lideran-ça da concelhia, em 2009 a presi-dência do partido passa para asmãos de Andreia Neto, regressandoagora como líder do PSD local. Comoresponde a quem o acusa de ter de-finido uma estratégia política, paravoltar a liderar a concelhia do PSDnum momento-chave do partido?Nos últimos meses, e com a eleiçãode Andreia Neto como deputada, achamada, digamos assim, gestão dodia a dia já foi feita por mim, pois elaentendeu delegar-me algumas dassuas responsabilidades. A dr. AndreiaNeto entendeu não se recandidatarpor uma razão óbvia: porque está emLisboa. Como é que uma pessoa queé deputada, e que está a semana intei-ra em Lisboa, iria gerir todo um pro-

    Como vereador, que análise faz doatual mandato camarário?(Pausa). Não é fácil. Há desde logoum problema complicado que o exe-cutivo socialista tem: falta de abertu-ra. O PS é um partido que se cristali-zou. Mesmo em sede de executivo, éum partido que se fechou, que estáindisponível para aceitar os contribu-tos daqueles que foram eleitos com42 por cento. E esse é talvez o maiorerro do Partido Socialista, que é viverpara si próprio. Não perceber os sinais,quer da sociedade, quer dos eleitosdos outros partidos. Quem gere umaorganização não pode cristalizar-se,não pode fechar-se em redomas devidro e não pode ser autista. Tem de

    - decidiremos se há condições. Nósnão fechámos a porta a nada. E esta-remos também atentos àquilo que sãoos sinais que vem da sociedade paradepois, na altura certa, tomarmos asdecisões que nos pareçam mais ade-quadas para que Santo Tirso possamudar de trajeto.

    Por falar em sinais, como vê os si-nais que chegam do PS?É normal que a sucessão gere movi-mentos internos nos partidos. Estamovimentação no PS é normal. O PSDestá atento, não deixa de a observar,mas não tem nenhuma relevânciapara o nosso trabalho. O que querque seja que se passe em casa alheia,não nos diz respeito, nem nos fazalterar aquilo que é o nosso cami-nho. E vamos fazê-lo com ajustamen-tos, em função dos sinais externos,mas nunca ficaremos condicionadosàquilo que se passa no seio do PS.Nós definiremos a nossa estratégiaem função daquilo que são os nos-sos objetivos.

    E já se pode saber alguma coisa daestratégia a seguir?Nós estamos neste momento a defi-nir uma estratégia que nos aproximeo mais possível dos cidadãos. Que-remos reforçar o PSD junto dos cida-dãos. Queremos aumentar e melho-rar os níveis de interação com os ci-dadãos. Vamos criar estruturas quenos permitam, com tempo, organizarum programa eleitoral, envolvendoestruturas autónomas que vão muitopara além da comissão política. É nos-sa intenção criar um conselho con-sultivo com personalidades com com-petências em áreas diversas para nospróximos 15 meses tratar um conjun-to de diferentes matérias, produzir umconjunto de reflexões e desencade-ar uma série de debates com o objeti-vo final de fazer com que todo essetrabalho possa depois, total ou parci-almente, ser aproveitado para aquiloque vai ser o nosso programa. ||||||

    cesso autárquico de grande comple-xidade e de exigência em termos detempo? Se se recandidatasse teria omeu total apoio. Se não tivesse sidoeleita deputada, seria a candidata na-tural à Comissão Política. Agora o quenão posso é deixar de reforçar estaideia: a minha candidatura resultou,não só de uma opção pessoal, mastambém da pressão de que eu fuialvo por parte de um grupo destaca-do de militantes, entre eles a própriadr. Andreia Neto, que entendeu quedeveria assumir essa responsabilida-de. Como militante do PSD, estareisempre disponível para aquilo que opartido precisar. Nunca fugirei aos de-safios que o PSD me coloca.

    E se o PSD precisar de si como can-didato à Câmara Municipal, estarádisponível?Completamente disponível. Nem fa-ria sentido que não estivesse. Estoudisponível para todos os desafios queo PSD entender dirigir-me. E por isso,estarei, sem dúvida nenhuma, dispo-nível para esse desafio, sem restrições.

    Independentemente dessa vontadeexistir ou não por parte do partido,como é que encara essa possibilida-de? Era um desafio que gostava deenfrentar?Eu, ao longo destes anos, enfrenteialguns desafios em nome do PSD; fuilíder de bancada de 2007 a 2009,fui membro da Assembleia Metropo-litana, hoje estou responsável pela ve-reação. Aceitei estes desafios com gostoe senti sempre um enorme prazer nis-so. E senti também que, a cada desa-fio que me era lançado, ia crescendo,pelo que, se o PSD entender que medeve dirigir esse desafio – e que consi-dero, obviamente, aliciante sob o pon-to de vista pessoal, mas também deuma enormíssima responsabilidade -obviamente que eu estarei disponível.

    Recupero aqui uma pergunta que oEntre Margens vai fazendo nos seus

    inquéritos: é em 2013 que o PSDvence a Câmara de Santo Tirso?Eu acredito no nosso trabalho, acre-dito naquelas que vão ser as nossaspropostas. Acredito que o resultadode 2009 não é fruto de um ato iso-lado, tem que ver com um processoiniciado há muito tempo, e que sereforçou nos últimos anos. O PSD foicrescendo e por isso tenho a convic-ção plena que o PSD em 2013 terátodas as condições para ganhar.

    À mesma pergunta, Almeida Santosrespondeu há alguns meses que em2013 uma vitória do PSD só poderiaacontecer por “demérito” do PS. Re-centemente, à Agência Lusa, Gonçal-ves Afonso dizia que o PSD dificil-mente ganhará as eleições se avan-çar sozinho. Merecem-lhe algum co-mentário estas declarações?Não, não. As pessoas têm o direitode ter as suas opiniões. Mas não con-cordo. E, nalguns casos, são opiniõesde quem não vive isto por dentro,vive as coisas muito pelos jornais. Euacompanhei toda a evolução do PSD;recuperamos nas últimas legislativasoito mil votos, eu percebo toda estaevolução. Aceito que alguns pensemde forma diferente, mas não comen-to a opinião dos militantes.

    Mas , e pegando nas declarações deGonçalves Afonso, como encara apossibilidade de uma coligação?Ao longo dos últimos anos o PSDtem-se aberto aos cidadãos. Em2009, 50 por cento da nossa listapara a vereação era constituída porindependentes ou de pessoas vin-das de outros partidos, nomeadamen-te do CDS. Nós não temos complexos,nem nenhum estigma, em relação aosoutros partidos, nomeadamente aoCDS que é o partido com quem oPSD terá maiores afinidades. Portan-to, todos os cenários são possíveis.Não excluímos esse cenário de pro-ximidade, mas na altura própria – eessa altura própria ainda está longe

    ouvir e tem de ouvir todos. E a câma-ra não ouve o PSD, não ouve a soci-edade, não ouve as instituições, nãoouve as empresas, e quem não ouvea sociedade não pode definir asmelhores políticas.

    Se a Câmara não ouve as pessoas enem a oposição, como é que o PSDfaz “ouvir a sua voz”?Pois, aí entra a comunicação social.Mas nós temos uma comunicaçãosocial pouco presente. Por exemplo,as decisões do concelho tomam-seem reunião de câmara e todos osmeses há uma reunião pública e sólá está um órgão de comunicaçãosocial. E assim é difícil. Se a comuni-

    cação social, que é quem faz chegara informação aos cidadãos, não estapresente, é natural que essa informa-ção não chegue, o que nos obriga aum esforço acrescido e procurar, atra-vés de sucessivas notas de imprensa,chegar à imprensa.

    Mas acha que este défice informati-vo – chamemos-lhe assim - tem pre-judicado o percurso do PSD?Não acho, tenho a certeza absoluta.

    É óbvio. Os cidadãos não conseguem– porque não tem a informação – fa-zer o seu escrutino, os seus julga-mentos. A informação que recebemda forma sistemática chega-lhes dacâmara, ou seja, do PS. E este enormedéfice da informação, este empobre-cimento da comunicação social, éestratégico. A ideia foi sempre a deempobrecer a imprensa para investirna comunicação que a Câmara faz eque consegue fazer chegar a todosos munícipes. E nenhum partido lo-calmente tem condições financeiraspara competir com a autarquia, por-que esta usa e abusa do dinheirodos tirsenses para fazer propaganda.O PS, com toda esta propaganda, ali-

    enou o concelho e é essa a estraté-gia que faz com que continue a ga-nhar as eleições. Não é pela obra. ||||||

    “A Câmara Municipalusa e abusa do dinhei-ro dos tirsenses pa-ra fazer propaganda”.

    “A minha candidatu-ra [à Comissão polí-tica] resultou, não sóde uma opção pesso-al, mas também dapressão de que eu fuialvo por parte de umgrupo destacado demilitantes, que en-tendeu que deveriaassumir essa respon-sabilidade”.

    “Como militante doPSD, estarei sempredisponível paraaquilo que o partidoprecisar. Nunca fugi-rei aos desafios que oPSD me coloca”.

    “O que quer queseja que se passe emcasa [PS] alheia,não nos diz respei-to, nem nos faz alte-rar aquilo que éo nosso caminho”.

    ALÍRIO CANCELES: ‘O PS É UM PARTIDO QUE SE CRISTALIZOU’

  • ATUALIDADE ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012 PAGINA 12

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    “A SAÍDA DO EURO TEM CONSEQUÊNCIAS MUITO GRAVES EQUEM DEFENDER ISSO AGORA VAI TER QUE DAR A CARADEPOIS”, ESTA É A POSIÇÃO DA ECONOMISTA E DIRIGENTEDO BE, MARIANA MORTÁGUA, NUM DEBATE PROMOVIDOPELO PARTIDO, EM SANTO TIRSO, PARA DISCUTIR AS CON-SEQUÊNCIAS DE UMA POSSÍVEL SAÍDA DA MOEDA ÚNICA.

    ||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    Mariana Mortágua lembrou que, des-de a entrada de Portugal na UniãoEuropeia até 1992 houve um cresci-mento mas assegurou que, depois de1992 Portugal estagnou. O deputa-do do partido, Pedro Filipe Soares re-alçou que “os primeiros dez anos doeuro foi a Alemanha a engordar e ospaíses da periferia a empobrecer” enão poupou o Banco Central Europeu,que acusa de ter gerido o euro “comose de moeda alemã se tratasse”.

    E se Portugal sair mesmo do euro?Pedro Filipe Soares garantiu que “sairdo euro neste momento era passar afatura aos trabalhadores” e salientoua importância da “solidariedade e vi-são integrada na Europa” para haverum equilíbrio entre os países mem-bros. “Não pode ser sempre o jogoda Alemanha e da França, porqueapertar, apertar, apertar é o que vãofazer a Portugal”.

    Mariana Mortágua antevê perío-dos muito conturbados caso esta saí-da se verifique. “Imaginemos que oEstado decide que sai do Euro: vaiter que imprimir outra moeda e vaitentar fazê-la chegar aos bancos emsegredo, porque se a população sabevai correr para os bancos para levan-tar o seu dinheiro em euros, que va-lem mais”, explica. Mas, para a diri-

    E se Portugalsaísse do Euro?

    gente há um ponto importante: “nin-guém muda a moeda de um país emsegredo” e as consequências não sefarão esperar. “Os bancos vão fechar”e, com a perda de valor do escudo,os preços sobem. “As pessoas vãoquerer comprar tudo enquanto ain-da é mais barato e os comerciantesvão querer guardar os produtos paravender, depois, mais caro”. Perante umcenário de desordem, Mariana Mor-tágua é perentória ao afirmar que“muito rápido se vai estar a defendero exército contra a população”.

    Para Pedro Filipe Soares, sair damoeda única significa a perda “de umdos pilares da soberania de Estado,a moeda”. O deputado não aceitaque se atribuam culpas à baixa pro-dução ou ao nível de vida acima daspossibilidades. “Há aqui uma faláciade que a culpa é dos trabalhadores”,sublinha. “Dizer aos que têm os salá-rios mais baixos da Europa que vi-vem acima das possibilidades é go-zar com as pessoas”.

    Traçado o cenário de Portugal eda Europa, Mariana Mortágua garan-te que a única forma do Bloco de Es-querda defender uma saída do Euroé “a democracia estar ameaçada”. Numdebate onde esclarecer foi a palavrade ordem, fica a certeza de que “a saí-da de Portugal ou da Grécia do euroteria impacto em todos os países”. |||||

    ||||| TEXTO: JOSÉJOSÉJOSÉJOSÉJOSÉ ALALALALALVESVESVESVESVES DEDEDEDEDE CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    Em mais uma iniciativa promovidapelo chamado Grupo de ReflexãoPolítica, surgido no âmbito do PS comJoaquim Couto à cabeça, realizou-se na passada sexta-feira, no salãonobre da Junta de Sequeirô um de-bate em torno das Políticas Sociais ede Desenvolvimento Local.

    Eduardo Vítor, figura do PS deVila Nova de Gaia, sociólogo e pro-fessor na Faculdade de Letras daUniversidade do Porto, foi o oradorconvidado. E fosse pelo orador, oupor Joaquim Couto, o certo é que acasa encheu. O primeiro apelou aodebate e acabou por ter muito a queresponder. E talvez porque, comoreferiu no inicio da sua intervenção,estava ali para dizer o que habitual-mente não se ouve daquela que emais odiadas das medidas sociais.O agora chamado “Rendimento So-cial de Inserção é uma grande me-dida”, sublinhou.

    Em momentos de crise – como oatual – medidas como esta saltam para

    ‘Em temposde crise, o empregosubsidiado nãoé um escândalo,é a solução’O SOCIÓLOGO E PROFESSOR DA FACULDADE DE LETRASDO PORTO, EDUARDO VITOR, DEBATEU EM SEQUEIRÔAS POLÍTICAS SOCIAIS NUMA INICIATIVAPROMOVIDA PELO GRUPO DE REFLEXÃO POLÍTICA

    a ordem do dia. Bem como a “aber-tura de cantinas comunitárias” ou ou-tras levadas a cabo para minorar osefeitos da crise, e que Eduardo Vítorclassificou de “medias básicas” e“pouco avançadas”, contrariamenteao outrora chamado RendimentoMínimo Garantido. Este permite, se-gundo o orador, maior justiça eequidade na distribuição da rique-za, lamentado que o contrário seacentue em momentos de crise.

    O sociólogo referiu-se ainda aoRSI como a única medida que não

    depende do trabalho. “As políticassociais são feitas ou para quem tra-balha ou para quem já trabalhou”,escapando a este cenário o RSI. Re-ferindo-se ao Complemento Solidá-rio para o Idoso, Eduardo Vítor dizque o mesmo mais não é do queuma espécie de RSI para os maisvelhos” mas que escapou à classifi-cação porque o Estado “percebeu oódio que as pessoas têm ao RSI e,por isso, tirou de lá os idosos”.

    Ódio este baseado na convicçãode que quem dele usufrui são “unsmalandros que não querem traba-lhar”. Eduardo Vítor admite que issopossa acontecer, mas também disseque a percentagem fraude no RSI ébem menor do que a verificada, porexemplo no subsídio de desempre-go: 14 por cento no primeiro casoe 30 por cento no segundo.

    O orador defendeu ainda quenão existem políticas sociais; exis-tem políticas económicas, ponto. Esão estas que, no seu entender aju-dam a explicar a diferença em ter-mos de desenvolvimento de paísescomo Portugal e a Finlândia. E, nestaordem de ideias, defendeu aquiloa que chamou de emprego subsidi-ado. “Em tempos de crise, o empre-go subsidiado não é um escânda-lo, é a solução” criticando o chama-do “trabalho social útil” definido pa-ra os beneficiários do subsídio dedesemprego. Em vez disso, defendea atribuição de subsídios a institui-ções para que estas os possam con-tratar e pagar-lhes um salário. |||||

  • Funerária São Miguel das Aves, Lda. R

    RUA DE S. MIGUEL, Nº 145 VILA DAS AVES | TELEM 916 461 171 | 916 461 112

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    ATUALIDADEPAGINA 13 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    |||||| TEXTO: JOSÉJOSÉJOSÉJOSÉJOSÉ ALALALALALVESVESVESVESVES DEDEDEDEDE CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    E se os comboios voltarem a pararem Vila das Aves / S. Tomé de Negre-los? Para já, tudo não passa de umamera especulação, mas o exemploserve para avivar memórias, e princi-palmente as querelas e a mobilizaçãopopular que se geraram nas duas fre-guesias por causa do nome da esta-ção. Mas no quadro das novas dire-tivas do Governo quanto à fusão /extinção de freguesias, a junção deVila das Aves com S. Tomé de Negre-los poderá ser uma possibilidade.

    Vila das Aves, assim como a fre-guesia de Vilarinho, estavam tranqui-las pois, tendo em conta os parâme-tros definidos no Livro Verde da Re-forma da Administração Local, ambasescapavam ao processo de agrega-ção. Contudo, uma proposta de leisaída do Conselho de Ministro de2 de fevereiro vem alterar “as regrasdo jogo” por assim dizer, e, desta for-ma, Vila das Aves e Vilarinho passama integrar o grupo de freguesia a ex-tinguir ou a fundir. Não que a propos-ta defina quais, mas define “parâme-tros de agregação” e, tendo em con-ta as características do município deSanto Tirso, terá de haver uma redu-ção de 55 por cento dos chamados“lugares urbanos”.

    Para os municípios de nível 1,como é o caso do de Santo Tirso,cuja “densidade populacional é su-perior a 500 habitantes por km2 ecom população igual ou superior a40 mil habitantes”, a proposta agoraaprovada define uma “redução, nomínimo, de 55 por cento do núme-ro de freguesias cujo território se si-tue, total ou parcialmente, no mesmolugar urbano ou em lugares urbanossucessivamente contíguos e de 35por cento do número das outras fre-

    Vila das Aves e Vilarinho, afinal, não deverãoescapar ao processo de fusão de freguesiasPROPOSTA DE LEI SAÍDA DO CONSELHO DE MINISTRO DE 2 DE FEVEREIRO, ALTERA OS PARÂMETROS PARA A AGREGAÇÃO E EXTINÇÃODE FREGUESIAS E COM ISTO, VILARINHO E VILA DAS AVES SÃO “METIDAS” AO BARULHO.

    guesias”. Nos anexos à referida pro-posta, assinala-se, município a muni-cípio, os ditos “lugares urbanos”, equi-valendo estes, no caso de Santo Tirso,e para além da freguesia sede, às vi-las de S. Tomé de Negrelos, Rebor-dões, S. Martinho do Campo, Vilari-nho e Aves. A freguesia de Roriz,embora tendo sido elevada recente-mente a vila, não integra esta lista.

    Entretanto, foi anunciado que oInstituto Nacional de Estatística (INE)irá divulgar uma plataforma onde es-tarão cartografados todos os lugaresurbanos e nessa altura, “de forma cla-ra e inequívoca”, se saberá que fre-guesias serão abrangidas. A convic-ção é da Câmara Municipal que par-

    te do princípio que as freguesias si-tuadas à volta de Santo Tirso (sede)sejam igualmente tidas como lugaresurbanos. Ou seja, Palmeira, Areias,Sequeirô, Burgães, S. Miguel do Coutoe Santa Cristina do Couto. Tudo so-mado, estão em causa 13 freguesiasque terão de ficar reduzidas a seis.

    Os parâmetros ficaram menos aper-tados para as áreas rurais, que, deacordo com a proposta de lei, terãode reduzir 35 por cento. No caso deSanto Tirso, está-se a falar de 11 fre-guesias que terão de passar a 7. Ouseja, e no total, o município de SantoTirso passara de 24 para 13 freguesi-as. São, pelos menos, estas as contasavançadas pela Câmara Municipal.

    “Eu se já estava preocupado como que se previa para concelho de San-to Tirso, mais preocupado fiquei comesta nova proposta de lei”, afirmouCastro Fernandes ao Entre Margens.O autarca continua convicto de quenão faz sentido nenhum reduzir o nú-mero de freguesias, sublinhando queo processo não se traduzirá em qual-quer poupança para os Estado. Mas

    o presidente da Câmara diz-se, aci-ma de tudo, preocupado com os con-flitos que uma proposta desta natu-reza poderá gerar. “O que significaráa junção de Vila das Aves com S.Tomé de Negrelos? O que implicaráa junção de S. Martinho do Campocom Vilarinho? Não entendo. E achopreocupante todo este processo quepoderá gerar muitos conflitos”.

    A proposta de lei saída do Con-selho de Ministros diz também quea “a freguesia criada por efeito daagregação tem a faculdade”, entreoutras, de “incluir na respetiva deno-minação a expressão ‘União das Fre-guesias’, seguida das denominaçõesde todas as freguesias anteriores quenela se agregam”. Ou seja, e recupe-rando a especulação feito no primei-ro para-grafo deste texto, estar-se-á afalar de qualquer coisa como: “Uniãodas Freguesias de Aves / Negrelos”?A pergunta – igualmente especulativa– fica no ar. Já o mesmo não acontececom a postura de Castro Fernandesem relação a este processo. “Eu nãoextingo freguesias. Não farei esse pa-

    pel. Quem fez a Reforma que a imple-mente”, afirmou o autarca num de-bate promovido recentemente em S.Mamede de Negrelos sobre o assun-to. A afirmação deve-se ao facto de arecente proposta permitir que o pro-cesso de extinção de freguesias pos-sa partir da Câmara Municipal. No ca-so de não ser apresentada qualquerproposta, a definição do modelo deorganização territorial caberá a umaUnidade técnica composta por repre-sentantes da Assembleia da Repúbli-ca, da presidência do Conselho Mi-nistros, do Ministério da Agriculturae Ordenamento do Território, da As-sociação Nacional de Freguesias e daAssociação Nacional de Municípios”.

    Castro Fernandes critica ainda ofacto de, no seu entender, o governoestar a “empurrar” este processo paraa Assembleia da República e para osmunicípios”, revelando-se igualmen-te contra o facto de não se ouvir asassembleias de freguesia. “Imagine-se, uma população como a de Viladas Aves de 10 mil habitantes nãoser ouvida neste processo”. |||||

    “Eu se já estava preocu-pado com o que seprevia para concelho deSanto Tirso, mais preo-cupado fiquei com estanova proposta de lei”CASTRO FERNADES, CMST

  • ATUALIDADE ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012 PAGINA 14

    P. U. D.

    Sr. Pinto desfilouno Carnaval deS. Tomé de Negrelos“Stou barado... tanta gente!”

    A CRISE, A TROIKA, A FUSÃO DE FREGUESIAS E S. TOMÉ DENEGRELOS FORAM TEMAS DA EDIÇÃO DESTE ANODO MAIOR CARNAVAL DO MUNICÍPIO DE SANTO TIRSO

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  • ATUALIDADEPAGINA 15 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    EM VILA DAS AVES, OS MAIS NOVOS FIZERAM A FESTA DO DISFARCE

  • ATUALIDADE ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012 PAGINA 16

    ||||| TEXTO: LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

    No passado número deste jornal, pra-ticamente em cima do fecho da edi-ção, ainda demos notícia de um acon-tecimento original que aglomerou noadro da igreja matriz de Vila das Avesuma pequena multidão de paroquia-nos para ouvir, aplaudir e fazer umamoldura humana em volta de umademonstração de toques tradicionaisde sinos. Os protagonistas eram evi-dentemente os irmãos Joaquim e An-tónio Gouveia que, se prestaram maisuma vez para animar a torre dando-lhe o bomboar dos sinos à força dosbraços e não, pelo sistema mecânicoque habitualmente os faz ressoar.

    A demonstração fora solicitada porum doutorando do curso de Musi-cologia da Universidade do Minho,Giovani Goulart, um brasileiro natu-ralizado português que, dedica partedo seu tempo académico a efectuargravações de toques sineiros pelasigrejas da arquidiocese de Braga, afim de vir carrear elementos para atese de doutoramento que vai apre-sentar na sua faculdade. Mas deixe-mos para a segunda parte desta re-

    Sineiros Gouveiade Vila das Avesnuma gravaçãooriginal para umatese deDoutoramento

    portagem este assunto porque, nestacircunstância, os artistas foram os ir-mãos Gouveia.

    Enquanto a equipa que viria a efe-tuar a gravação não chegava, ouvimosJoaquim Gouveia instalado na suacarrinha de trabalho, ali mesmo juntoà igreja e ao lado da casa que foi ado sacristão seu pai, António Gou-veia, e sineiro que se orgulhava depassar para os filhos o jeito e a ciên-cia do manejo dos sinos e que, de-pois, cada um foi desenvolvendo se-gundo o seu ritmo e a sua agilidade,até que a era da mecanização quechega a todos os ofícios os levou aquase deixarem cair a habilidade e aperder os reflexos. Joaquim Gouveiareferiu que só ao fim de alguns anos,solicitado por muitos amigos e com-panheiros da sua geração, bem comopor Carlos Valente, no primeiro man-dato, e com a anuência do pároco,num rebate de consciência subiu àtorre para avaliar como estariam osmecanismos e se ainda seria possí-vel manejá-los. Deu-se conta que umdos sinos estava praticamente inamo-vível, o sol, mas que todos os outroscom uma boa oleadela nos eixos fi-cariam operacionais. E vá de tentarrecuperar o “tempero” dos bronzes.Explicou que, tirando o “sol”, já pecoe inamovível mas ainda assim tangí-vel através do badalo, os demais de-senvolvem-se segundo uma esca-la que vai do FA ao SI bemol. Ouseja, com quatro notas apenas se de-senvolvem os temas que têm na ca-beça e que constituem o repertóriode que hoje iriam fazer prova e que,agora, desde que os braços e as per-nas não cedam, já não perdem osreflexos, embora às vezes, dada a se-melhança de algumas melodias, de uns

    que reservava para os momentos daelevação da hóstia e do cálice duran-te as Missas solenes. Para as festas na-talícias tinham “As Janeiras” que seprolongavam até aos Reis.

    Independentemente destes toquesque os fiéis conheciam de cor, por se-rem melodias religiosas conhecidase cantáveis, os irmãos Gouveia tinhamos seus toques próprios; assim o seuirmão Augusto, falecido recentemente,um dia que foi à Penha fixou de coruma melodia que lá ouviu e por isso,o seu toque predilecto era “a Penha”e chamava-lhe assim porque a ouvi-ra lá. Ele, Joaquim tinha também um“vira” mas raramente o tocava porquenão se adaptava às funções religio-sas; o seu irmão Joaquim também látinha os seus toques muito pessoais.Referiu ainda que gostava de tocar o“Avé Singelo”, mas, por vezes, dava-lhe um dobre característico e por issolhe chamava o “avé dobrado”.

    Entretanto chegaram mesmo osdois forasteiros, o doutorando GiovaniGoulart e o representante da Indús-tria Sineira, Carlos e Luís Jerónimo.O trabalho de Goulart passa por vá-rios momentos: primeiro faz uma gra-vação local que, depois trata em la-boratório, procurando transcrever parauma pauta musical o que gravou. Temintenção, de com a colaboração dospárocos, ir a cerca de 500 igrejas ondeirá gravar os temas de quantos mes-tres sineiros encontrar e mesmo ha-vendo temas que são comuns, há vari-ações de timbre e de índole pessoalporque cada sineiro tem versatilida-de diferente e técnica diferente e detudo procurará registar as diferençasespecíficas e trata-las. Admite que nofinal deste programa, poderá realizar-se no centro de Braga um concertocom a presença e a atuação de to-dos os mestres sineiros e que, de tudoresultará uma obra impressa bem do-cumentada e ilustrada. Por sua vez,Luís Jerónimo deu a entender quenão será de pôr de lado a elabora-ção de uma candidatura destes to-ques tradicionais a Património Ima-terial da Humanidade, a apresentarà Unesco, tal como aconteceu recen-temente com o Fado, e que este tra-balho de doutoramento poderá sero primeiro passo para essa aposta.

    Quem esteve no local ouvindoesta sessão foi pontuando a interpre-tação dos dois irmãos Gouveia comaplausos e comentários. No final, osdois “artífices sonoros” foram agraci-ados pelo pároco com ramos de flo-res. Padre Fernando Abreu sentiu-senaturalmente orgulhoso com os seussineiros e pediu aos circunstantes quefizessem duas filas para que, quandoambos saíssem da torre com os téc-nicos que os acompanharam, passas-sem pelo meio e fossem no meio dosaplausos receber os ramos das mãosdos dois mais velhos que ali se en-contravam, a srª Joana Molhas e osr. Pedro de Cense. ||||||

    toques acabem por passar para ou-tros se a atenção falha. Garante Joa-quim que, pelo menos, na Festa dopadroeiro, enquanto puder quer elequer o seu irmão darão um arzinhoda sua graça bombeando os sinos.

    Calculava-se que Joaquim Pereirateria já um alinhamento de toquespara demonstrar e, de facto, tinha-o:num primeiro momento iria mostrarcomo chamava os fiéis para a missaprimeira, cerca de uma hora antes;depois da “Donzela”, faria um “bom-boar”, picaria o sino e terminava comuma “Salve Rainha” ou um “S. João”;o “Queremos Deus”, habitualmentesoava para o ofício do Terço, aosdomingos à tarde e também nos diasde Festa ao sair das procissões; o “Sal-ve Rainha” assinalava a recolha da pro-cissão. Referiu-se depois aos toques

    OS IRMÃOS JOAQUIM E ANTÓNIO GOUVEIA PRESTARAM-SEMAIS UMA VEZ PARA ANIMAR A TORRE DANDO-LHE OBOMBOAR DOS SINOS À FORÇA DOS BRAÇOS E NÃO, PELOSISTEMA MECÂNICO

    O SINEIRO JOAQUIM GOUVEIARECEBENDO DAS MÃOSDO SR. PEDRO DE CENSE UMRAMO DE FLORES

    OS IRMÃOS JOAQUIM E ANTÓNIOGOUVEIA NA DEMONSTRAÇÃOSOLICITADA POR UMDOUTORANDO DO CURSO DEMUSICOLOGIA DA UNIVERSIDADEDO MINHO, GIOVANI GOULART.

  • ATUALIDADEPAGINA 17 ENTRE MARGENS | 23 DE FEVEREIRO DE 2012

    Em Rebordões, osino vai serautomatizado

    ||||| TEXTO E FOTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

    Há muito que no cimo da torre daIgreja de Rebordões, em Santo Tirso,o toque dos sinos conta as horas,anuncia tristezas e vibra em toquesfestivos. Hoje, ainda há quem se lem-bre de quando construíram a igrejae os colocaram lá, em 1937, de co-mo bateram palmas no final. Aindahá quem se lembre do senhor quedava som aos sinos nos fins de se-mana e dias festivos, que se levan-tava às cinco horas para, às seis, darsinal para a missa das sete.

    O Padre Celestino Félix está nafreguesia há cerca de 42 anos econhece todos os segredos que osoito sinos foram guardando ao lon-go dos tempos. “Havia um relógiomecânico com pêndulos, dois pên-dulos, um para as horas e outropara os minutos”, lembra. O ‘sinei-ro’ tratava também do relógio, quefuncionava com pesos. “Era uma ope-raç�