HERANÇA DA COR DO HILO EM SOJA: I – PADRÃO DE HILO...

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AGNELO DE SOUZA HERANÇA DA COR DO HILO EM SOJA: I – PADRÃO DE HILO ESPARRAMADO II - PRESENÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS LONDRINA 2007

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AGNELO DE SOUZA

HERANÇA DA COR DO HILO EM SOJA: I – PADRÃO DE HILO ESPARRAMADO

II - PRESENÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS

LONDRINA2007

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AGNELO DE SOUZA

HERANÇA DA COR DO HILO EM SOJA:I - PADRÃO DE HILO ESPARRAMADO

II – PRESENÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãoem Agronomia, da Universidade Estadual deLondrina.

Orientadora: Profa. Dra. Valéria Carpentieri-Pípolo

LONDRINA2007

AGNELO DE SOUZA

HERANÇA DA COR DO HILO EM SOJA:I – PADRÃO DE HILO ESPARRAMADO

II – PRESENÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação emAgronomia, da Universidade Estadual de Londrina.

Aprovada em: 23/02/2007

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Cássio Egídio Cavenaghi Prete UEL

Prof. Dr. Deonísio Destro UEL

Dr. Antonio Eduardo Pípolo Embrapa Soja

Dr. Carlos Alberto Arrabal Arias Embrapa Soja

Prof. Dr. Claudemir Zucareli - suplente UEL

Dr. Leones Alves de Almeida - suplente Embrapa Soja

____________________________________Profa. Dra. Valéria Carpentieri Pípolo

OrientadoraUniversidade Estadual de Londrina

Aos meus familiares e meus amigos

DEDICO

AGRADECIMENTOS

Ao Curso de Pós – Graduação em Agronomia da Universidade Estadual de

Londrina pela e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pela oportunidade de realização do curso e da pesquisa.

A Profª Drª Valéria Carpentieri Pípolo, pela segura orientação, pelo apoio,

pela confiança e pela amizade.

Aos Doutores Antonio Eduardo Pípolo, Cassio Egídio Cavenaghi Prete,

Deonísio Destro e Carlos Alberto Arrabal Arias, pelas apreciações e valiosas sugestões.

Aos demais professores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia pelos

ensinamentos transmitidos.

Aos amigos Danilo e Deoclécio que tiveram papel fundamental na

realização nas diversas fases deste trabalho.

À Vânia e Luiz Henrique, pelo incentivo na concretização deste trabalho.

Aos funcionários do Geraldo e Uri pela amizade e indispensável

colaboração nos trabalhos de campo e laboratoriais.

Às funcionárias da secretaria, Dalva, Graciane e Weda pela colaboração e

atenção.

Aos estagiários Paulo Henrique, Tiago, Leandro e Rafael, pelo auxílio nos

trabalhos de campo.

Gostaria de agradecer também a todos aqueles que, de alguma forma,

contribuíram para a realização deste trabalho.

SOUZA, Agnelo. Herança da cor do hilo em soja: I – Padrão de hilo esparramado; II –Presença de hilo marrom em sementes pretas. 2007. 37p. Tese de Doutorado em Agronomia –Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

RESUMO

As características morfológicas cor de hilo e cor de tegumento são descritores utilizados paraa identificação de cultivares em soja. Essas duas características são resultado da interação decinco loci: I/ii/ik/i, R/rm/r e O/o, que controlam a cor do tegumento, e T/tr/t e W1/w1 quecontrolam cor de pubescência e cor de flor, respectivamente. Os objetivos desse trabalhoforam estudar o controle genético das características hilo esparramado e hilo marrom emtegumento preto. Para o estudo da herança da expressão dessas duas características foramrealizados cruzamentos e avaliadas as gerações F1 e F2. Concluiu-se que não houve influênciade efeito citoplasmático na expressão dessas características. Para a característica hiloesparramado, isto é, tipos em que a pigmentação se estende além dos limites do hilo, foramutilizados os genótipos T48, Bragg e BR16. A população F2 segregou na proporção 3:1,proporção que se ajusta à hipótese genética de um par de alelos recessivos controlando aexpressão do caráter hilo esparramado nos genótipos estudados. A expressão do caráter hiloesparramado é dependente do locus T que controla cor de pubescência, pois somente ocorreem genótipos com pubescência marrom (T_), caracterizando efeito pleiotrópico deste locussobre a característica hilo esparramado. No estudo do controle genético da característica hilomarrom em tegumento preto foram realizados cruzamentos entre o genótipo T16 e osgenótipos Bragg, Bragg Preta e T236. A população F2 segregou na proporção 3:1 nocruzamento T 16 x Bragg Preta, indicando a presença de um alelo recessivo controlando essacaracterística; e 9:3:3:1 nos cruzamentos T 16 x Bragg e T 16 x T 236, indicando asegregação independente de dois alelos recessivos. A característica hilo marrom e tegumentopreto tem controle genético, e a característica hilo e tegumento pretos, embora pertença amesma série alélica, tem controle genético distintos.

Palavras-chave: Descritores. Pigmentação. Melhoramento. Genética qualitativa. Tegumento.

SOUZA, Agnelo. Inheritance of hilum color in soybean: I – Spread hilum standard; II –Brown hilum in black seed coat. 2007. 37p. Tese de Doutorado em Agronomia –Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

ABSTRACT

Hilum color e seed coat color are descriptors utilized to identificy soybeans cultivars. Fiveloci interact to produce this traits: I/ii/ik/i, R/rm/r and O/o,control seed coat and hilum colorand, T/tr/t and W1/w, pubescence color and flower color, respectively. The objectives of thiswork had been to study the genetic control of spread hilum and brown hilum in blacktegument. To study the inheritance of the expression of this traits, crosses were made and F1

and F2 plants were evaluated. There was no citoplasmatic effect in the expression of this traits.For the study of the spread hilum, where the pigmentation stretches beyond the limit of hilum,crosses between genotype T48 and genotypes Bragg and BR16 were carried out. The F2 plantssegregated in ratio 3:1, which fits to the genetic hypothesis of a pair of recessive allelescontrolling the expression of spread hilum in the studied genotypes. The expression of thetrait spread hilum is dependent of locus T _ which controls pubescence color, therefore it onlyoccurs in genotypes with brown pubescence (T _), characterizing pleiotropic effect of thislocus on the trait spread hilum. At the study of the genetic control of the brown hilum trait inblack seed coat, crosses between genotype T16 and genotypes Bragg, Black Bragg and T236were carried out. The F2 population segregated into the ratio 3:1 in the T16 x Black Braggcross, showing the presence of a recessive allele responsible for this trait; and 9:3:3:1 in theT16 x Bragg and T16 x T236 crosses, showing the independent segregation of two recessivesalleles. The genetic control of the brown hilum trait in black tegument, although belonging tothe same allelic sequence, has a distinct control from the hilum and black teguments trait.

Key-words: Pigmentation. Varietal descriptors. Breeding. Qualitative genetic. Seed coat.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................... 3

2.1 Melhoramento Genético ................................................................................................... 3

2.2 Proteção de Cultivares ...................................................................................................... 5

2.3 Genética Qualitativa em Soja ........................................................................................... 6

2.3.1 Patógenos e pragas......................................................................................................... 7

2.3.2 Florescimento e maturação............................................................................................ 9

2.3.3 Reação à peroxidase ...................................................................................................... 10

2.3.4 Cor da flor e da vagem .................................................................................................. 11

2.3.5 Cor do hilo e do tegumento ........................................................................................... 11

2.3.6 Cor da pubescência........................................................................................................ 13

3 ARTIGO A: HERANÇA DE HILO ESPARRAMADO EM SEMENTES DE SOJA

3.1 Resumo e Abstract............................................................................................................ 14

3.2 Introdução.............. ........................................................................................................... 15

3.3 Material e Métodos........................................................................................................... 16

3.4 Resultados e Discussão..................................................................................................... 17

3.5 Conclusões........................................................................................................................ 19

4 ARTIGO B: HERANÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS DE SOJA

4.1 Resumo e Abstract............................................................................................................ 20

4.2 Introdução.............. ........................................................................................................... 21

4.3 Material e Métodos........................................................................................................... 22

4.4 Resultados e Discussão..................................................................................................... 24

4.5 Conclusões........................................................................................................................ 26

5 CONCLUSÕES GERAIS .................................................................................................. 27

REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 28

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1. Cor de tegumento e de hilo e os genótipos dos parentais utilizados noscruzamentos................................................................................................. 17

Figura 4.1. Cor de tegumento e de hilo e os genótipos dos parentais utilizados noscruzamentos................................................................................................. 23

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1. Fenótipos dos parentais envolvidos no estudo de herança, em soja, dehilo esparramado, para cor de vagem, cor de hilo, ocorrência de hiloesparramado, cor de pubescência, cor de tegumento e cor de flor............... 16

Tabela 3.2. Segregação na geração F2 para hilo normal e hilo esparramado noscruzamentos dos genótipos de soja T48 x Bragg e T48 x BR16................. 18

Tabela 4.1. Fenótipo dos parentais envolvidos no estudo de herança, em soja, dehilo marrom em tegumento preto, para cor de tegumento, cor de hilo,cor de pubescência e cor de flor................................................................ 22

Tabela 4.2. Fenótipos na população F1, em soja, para padrões de tegumento e cor dehilo............................................................................................................... 24

Tabela 4.3. Segregação de padrões de cores de tegumento e de hilo, na população F2,em três cruzamentos de soja......................................................................... 25

1

1. INTRODUÇÃO

A soja, Glycine max (L.) Merrill, é a mais importante leguminosa no mundo

em produção e a principal commodity no mercado internacional por causa do contínuo

emprego em novos usos comerciais.

No Oriente a soja foi tradicionalmente empregada na alimentação humana,

em produtos tais como tofu, leite de soja e natto. Após sua expansão para o Ocidente, devido

a sua composição química única, cerca de 40% de proteína e 20% de óleo, tornou-se a

principal fonte de proteína e óleo para a alimentação humana e ração animal. O óleo é

empregado numa variedade de produtos, como óleo de cozinha, margarina, alimentos

processados e outros usos industriais. A proteína se tornou a principal fonte protéica de

suínos, aves e outros animais. Mais recentemente, a proteína também tem sido de interesse

das grandes companhias do setor alimentício por causa de seus benefícios à saúde humana.

É a cultura com maior área de cultivo no Brasil, demandando grande

produção de sementes. As características morfológicas deste estudo, pigmentação do hilo e do

tegumento, são alguns dos descritores empregados pela Lei nº 9.456, de 1997, que criou o

Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC, para o processo de proteção de cultivares

e na identificação da pureza varietal.

A cor do hilo da semente de soja é uma das principais características

utilizadas pelos melhoristas para a descrição de uma cultivar. Nos laboratórios de análise de

sementes, essa característica é bastante útil para diferenciar cultivares e detectar misturas.

Além da coloração do hilo, também são utilizadas outras características da semente para

descrever as cultivares de soja, como o tamanho médio, o formato, a coloração e o aspecto do

tegumento (lustro).

As cultivares de soja utilizadas pelos agricultores apresentam sementes de

tegumento amarelo, pois as indústrias de processamento impõem restrições para o

recebimento de grãos coloridos. No Ocidente, há a preferência do consumidor por grãos de

soja com tegumento amarelo e hilo com coloração clara para o seu uso na alimentação

humana. Entretanto, no Japão, a soja com tegumento preto, que contém antocianina, um

efetivo antioxidante, é mais valorizada que as de tegumento amarelo. Sendo, nesse país,

utilizada na alimentação humana em preparos conhecidos como niname e edaname. Outra

característica das linhagens de soja com tegumento preto é serem mais resistentes às

2

intempéries do campo, sendo menos prejudicadas pelas condições ambientais na fase de pré-

colheita.

O objetivo desse estudo é a determinação da herança das características hilo

marrom em tegumento preto e hilo esparramado, presentes nos genótipos T 16 e T 48,

respectivamente. Cor de hilo e cor de tegumento são características com herança qualitativa e

o conhecimento do controle genético nesses dois genótipos contribuirá para solucionar

possíveis conflitos de identificação que possam surgir no registro e proteção de cultivares, nos

campos de produção de sementes e na sua comercialização. Além disso, poderá ser

empregado para aumentar o entendimento da genética dessa cultura e facilitar o uso desse

conhecimento em pesquisas futuras.

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. MELHORAMENTO GENÉTICO

Nos primórdios da agricultura, a experiência prática, freqüentemente

amarga, ensinou que somente as sementes de melhor qualidade deveriam ser selecionadas e

armazenadas para o próximo cultivo. Segundo Harlan (1975), é a partir desse momento,

quando o homem começa a armazenar parte das sementes para o próximo cultivo, que se

inicia o processo de modificação genética de uma espécie vegetal. Pois começa a ser exercida

a pressão de seleção a favor dos alelos que determinam características, que de alguma forma,

são importantes para a adaptação da espécie. Ou seja, muito antes que compreendesse a

biologia, o homem já realizava, subjetivamente, o melhoramento de plantas.

Os primeiros melhoristas foram agricultores com aguçado instinto de

observação que, ao detectarem plantas com características atípicas de interesse, selecionavam

suas sementes para cultivo posterior (BORÉM; SANTOS, 2003). Entretanto, somente com a

redescoberta dos experimentos de Mendel, no início do século XX, foi possível o

entendimento da hereditariedade e, com isso, o surgimento de uma nova ciência: a genética. A

utilização dos princípios da genética e adoção de novos métodos de seleção ocasionou uma

revolução no melhoramento de plantas, resultando em ganhos por seleção mais consistentes,

por levar em conta a estrutura genética das populações. Isso permitiu aos programas de

melhoramento a obtenção de cultivares cada vez mais produtivas e estáveis (SCHUSTER;

OLIVEIRA, 2006).

As características avaliadas durante o processo de melhoramento podem se

dividir em dois grupos: quantitativas, controladas por muitos genes, com distribuição normal

e influenciados pelo ambiente, por exemplo, altura da planta, ou, qualitativas, controladas por

um ou por poucos genes de distribuição discreta, de fácil identificação e pouco influenciados

pelo ambiente, por exemplo, cor da flor (CIAT, 1983). Tradicionalmente, a seleção da

variabilidade em populações vem sendo feita com base no fenótipo.

As primeiras publicações com genes específicos de soja começaram a surgir

nas primeiras décadas do século XX. Essas pesquisas proporcionaram a descoberta de genes

que controlavam determinadas características chaves e possibilitaram, aos pesquisadores, o

melhoramento sistemático para as características desejadas.

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Grandes e acessíveis coleções de germoplasma de soja, exibindo ampla

diversidade fenotípica, são mantidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(USDA). A Coleção Tipos Genéticos de Soja - Soybean Genetic Type Collection, uma parte

da Coleção de Germoplasma de Soja do USDA - USDA Soybean Germplasm Collection,

mantém cerca de 300 fenótipos mutantes (PALMER et al., 2004) incluindo uma ampla gama

de características. Segundo Sediyama, Teixeira e Reis (1999), a primeira coleção de soja foi

iniciada em 1921, por C.M. Woodworth e L.F. Williams, na Universidade de Illinois e foi a

base da atual Coleção Tipos Genéticos de Soja. A coleção teve início com os tipos genéticos

identificados pelo T-número. Em 1955, a coleção foi revista e expandida, e a sua manutenção

tornou-se de responsabilidade do USDA.

Ainda em 1955, foi estabelecido o Comitê de Genética de Soja - Soybean

Genetics Committee, com os objetivos de estabelecer as normas e as regras para a

denominação dos genes e para atuar como revisor de manuscritos referentes à interpretação da

genética qualitativa e dos símbolos dos genes no gênero Glycine. Em 1974 foi fundada a

Soybean Genetics Newsletter com o objetivo de veicular tópicos referentes à genética e ao

melhoramento de soja e, portanto, reportar os símbolos dos genes de soja (PALMER et al.,

2004).

A Coleção de Germoplasma de Soja do USDA é dividida em quatro

categorias: de tipos genéticos, de isolinhas, de linkage e citológica. A de tipos genéticos

contêm todos os genes de soja publicados, preferencialmente no genótipo original, e os

genótipos mutantes. As coleções Tipo Genético, Isolinha e Linkage são mantidas na

Universidade de Illinois, em Urbana, Illinois, EUA. A coleção Citológica é mantida na

Universidade de Iowa, em Ames, Iowa, EUA (SEDIYAMA; TEIXEIRA; REIS, 1999). Outro

notável desenvolvimento foi o estabelecimento do Comitê Executivo Genético de Soja -

Soybean Genetics Executive Committee (SoyGEC) em 2003, cuja missão é servir como ponto

central para o desenvolvimento das prioridades na pesquisa da soja e como ligação entre a

comunidade pesquisadora de soja e as agências de fomento científico.

No Brasil, a conservação de recursos genéticos iniciou em 1974, com a

criação do Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargem).

A coleção brasileira de soja é de cerca de 4.693 acessos, mantidos a longo prazo no

Cenargem, em Brasília (DF). O Banco Ativo de Germoplasma de soja é mantido pela

Embrapa Soja, em Londrina (PR) (KNUDSEN, 2000).

5

2.2. PROTEÇÃO DE CULTIVARES

Segundo Muñoz, Giraldo e Soto (1993), a descrição das cultivares devem

ser baseadas em características agronômicas e comerciais que sejam importantes para o

agricultor e o agronegócio. Para que, dessa forma, contribua para solucionar possíveis

conflitos de identificação que possam surgir no registro e proteção de cultivares, nos campos

de produção de sementes e na sua comercialização (IRASTORZA, 1983). Portanto, toda

cultivar deve reunir características que garantam sua identidade, uniformidade e estabilidade

(MUÑOZ; GIRALDO; SOTO, 1993).

Segundo a Lei 9.456, sancionada em 25 de abril de 1997, o termo cultivar se

refere a qualquer gênero ou espécie vegetal superior que seja claramente distinguível de

outras cultivares conhecidas por margem mínima de descritores, por sua denominação

própria, que seja homogênea e estável quanto aos descritores através de gerações sucessivas e

seja de espécie passível de uso pelo complexo agroflorestal, descrita em publicação

especializada disponível e acessível ao público, bem como a linhagem componente de

híbridos; e os descritores são características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas ou

moleculares que seja herdada geneticamente, utilizada na identificação de cultivar (BRASIL,

1997).

Os descritores que podem determinar a identidade, uniformidade e

estabilidade diferem para cada espécie. As características qualitativas são consideradas mais

confiáveis que as quantitativas para descrever uma cultivar, no entanto, ambas devem ser

utilizadas (MUÑOZ; GIRALDO; SOTO, 1993). O Serviço Nacional de Proteção de

Cultivares (SNPC), órgão do Ministério da Agricultura da Pecuária e do Abastecimento

(MAPA), é o responsável pela divulgação dos descritores mínimos necessários à abertura de

pedidos de proteção das espécies vegetais. Para a soja, entre os descritores requeridos para a

proteção de cultivares pode-se observar várias características de herança qualitativa, tais

como, cor da flor, cor do hilo, cor do tegumento e cor e densidade da pubescência da haste

principal.

Algumas dessas características, tais como tamanho, coloração e aspecto do

tegumento e cor do hilo, também são empregadas na determinação da pureza varietal, durante

o processo de certificação de sementes (MOREIRA et al., 1999).

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2.3. GENÉTICA QUALITATIVA EM SOJA

A genética desempenha importante papel no melhoramento de soja. A

herança de um caráter, como resistência a doenças e cor de hilo, são características

importantes a serem selecionadas no melhoramento. As genéticas qualitativa, quantitativa e

molecular são empregadas na seleção de linhagens altamente produtivas, assim como na

identificação de germoplasma.

A Coleção Tipos Genéticos de Soja, além de genes que afetam

características morfológicas e reprodutivas, também existem genes que afetam a nodulação, a

resistência ou suscetibilidade a vírus, bactérias, nematóides e fungos, a habilidade na

utilização dos diversos minerais presentes no solo, a produção de compostos fluorescentes na

raiz e de vários flavonóides, a produção de clorofila e outros pigmentos, a tolerância ou

sensibilidade a vários herbicidas. Também há uma extensa série de isoenzimas e uma coleção

de variantes para óleos. A última contagem acusou a existência de cerca de 552 isolinhas para

características morfológicas, de pigmentação e resistência a doenças (CARTER et al., 2004).

Segundo Chen (2002), a avaliação fenotípica do germoplasma de soja é de

fundamental importância para o manuseio das coleções de germoplasma de soja e para a

diversidade genética. Existem três tipos de características documentadas nas coleções de

germoplasma: as descritivas, as agronômicas e as de composição dos grãos. As características

descritas por cores, formas ou aparência pertencem às descritivas. As agronômicas consistem

de características mensuráveis, tais como, altura de planta, peso de grão e dias para a colheita.

A porcentagem de proteína e de óleo e dos cinco principais ácidos graxos: ácido palmítico,

ácido esteárico, ácido oléico, ácido linoléico e ácido linolênico, são as características de

composição dos grãos.

As características cor de flor, cor de pubescência, cor de tegumento, cor de

hilo e cor de vagem são descritores obrigatórios de soja para a proteção de cultivares.

Também constam da tabela de descritores de soja às reações aos patógenos causadores da

pústula bacteriana, mancha olho-de-rã e cancro da haste e a reação à peroxidase,

características com herança qualitativa. Portanto, o conhecimento da genética qualitativa é

importante para os melhoristas, patologistas, fisiologistas e todos os pesquisadores envolvidos

no melhoramento desta cultura.

7

A seguir estão relacionadas informações sobre características de soja, com

herança qualitativa, que são empregadas como descritores no processo de proteção de

cultivares.

2.3.1. Patógenos e Pragas

Quando das primeiras introduções de soja, existiam poucos problemas com

pragas e patógenos. No entanto, durante o século XX, a soja cresceu em importância e

firmou-se como a principal fonte de proteína e óleo vegetal para animais e alimentação

humana (STACEY et al., 2004). Com o cultivo ocorrendo de forma extensiva, a soja tornou-

se hospedeira de uma série de pragas e patógenos que causam significativas perdas

econômicas se não controladas. Mais de 100 patógenos afetando a soja já foram reportados,

sendo que cerca de 35 desses patógenos são economicamente importantes pela redução que

causam na produção e na qualidade dos grãos (SINCLAIR; HARTMAN, 1999).

A resistência genética é a primeira ferramenta empregada no controle desses

patógenos e pragas para a preservação da rentabilidade econômica. Portanto, a identificação

de alelos de resistência é crítica, tanto no melhoramento convencional como no molecular.

Segundo Walkey (1991), o uso de cultivares resistentes é a forma mais efetiva e econômica

para o controle de pragas e patógenos. Principalmente se considerarmos que o custo de

desenvolvimento de uma cultivar resistente é o mesmo que o de uma suscetível.

A ênfase a ser dada à resistência a pragas, doenças e nematóides, em um

programa de melhoramento, dependerá da intensidade e da regularidade com os quais os

danos ocorrem. Nos anos 1970, a pústula bacteriana (Xanthomonas campestris pv. glycines

(Nakano) Dye) era uma das principais doenças da soja. Segundo Bernard e Weiss (1973), a

resistência à pústula bacteriana está sob o controle genético do alelo recessivo rxc, encontrado

na cultivar CNS. Esse alelo também é responsável pela resistência à Pseudomonas syringae

pv. tabaci (Wolf e Foster), Young, Dye e Wilkie, agente causador de fogo selvagem.

A Cercospora sojina Hara, agente causador da mancha olho-de-rã, causou

severos prejuízos nos anos 1980 (SEDIYAMA; TEIXEIRA; REIS, 1999), mas tem sido

controlada com o uso de cultivares resistentes. A resistência à raça 1 desse patógeno é

conferida pelo alelo dominante Rcs1, identificado na cultivar Lincoln; à raça 5 pelo alelo

dominante Rcs3, identificado na cultivar Davis; e à raça 2 pelos alelos dominantes Rcs2 e

8

Rcs3, presentes nas cultivares Kent e Davis, respectivamente (PROBST; ATHOW;

LAVIOLETTE, 1965; BOERMA; PHILLIPS, 1983).

No início dos anos 1990, o cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp.

meridionalis) foi o principal patógeno causador de danos à soja no Brasil, ocasionando perdas

de cerca de 100 milhões de reais na safra 1994/1995 (HENNING, 1996). Kilen e Hartwig

(1987) identificaram dois alelos dominantes controlando a resistência ao cancro da haste na

cultivar Tracy-M, Rdc1 e Rdc2. Bowers, Ngeleka eSmith (1993) reportaram outros dois alelos

dominantes controlando a resistência, Rdc3 na cultivar Crockett, e Rdc4 na cultivar Dowling.

Os programas de melhoramento de soja tiveram sucesso na incorporação de

resistência a essas três doenças, de forma que raramente ocorrem nos cultivos de soja

10

cultivada sob dias curtos, enquanto a planta não houver completado seu período juvenil, não

haverá indução ao florescimento (SEDIYAMA; TEIXEIRA; REIS, 1999). O Instituto

Agronômico de Campinas (IAC) e a Embrapa Soja iniciaram na década de 1970 pesquisas

para o desenvolvimento de genótipos com a característica de período juvenil longo

(ALMEIDA et al., 1999). A cultivar Santa Maria e as introduções PI 159925 e PI 240664

foram as fontes iniciais para a característica período juvenil longo e as primeiras cultivares

desenvolvidas foram Tropical, Timbira, BR-10 (Teresina) e BR-11 (Carajás) (KIIHL, 1976;

KIIHL; BAYS; ALMEIDA, 1986; TOLEDO et al.,1995; DESTRO et al., 2001).

O entendimento do controle genético dessa característica iniciou-se com a

descrição de dois genes independentes, E1/e1 e E2/e2, por Bernard (1971), afetando o tempo

para o florescimento e para a maturidade em soja. Posteriormente, foram descritos os genes:

E3/e3 por Buzzell (1971), E4/e4 por Buzzell e Voldeng (1980), E5/e5 por McBlain e Bernard

(1987), E6/e6 por Bonato e Vello (1999), E7/e7 por Cober e Voldeng (2001) e J/j por Ray et

al. (1995). Sendo que os genes E6/e6 e J/j foram descritos em condições de dias curtos. O

controle genético do florescimento em condições de dias curtos e dias longos é diferente. Nas

condições de dias curtos, o período juvenil longo é conferido por alelos recessivos

(HARTWIG; KIIHL, 1979; TISSELI JR, 1981; VARGAS, 1996; CARPENTIERI-PÍPOLO et

al., 2000; HARADA, 2006). Resultados obtidos por Pipolo (1996) mostraram que o período

juvenil longo é controlado pela combinação de alelos recessivos: j2j2, j3j3 e j4j4. Sendo que a

magnitude do período juvenil dependerá do número e da combinação dos locos recessivos.

Segundo Kiihl (2006), em comunicação pessoal a Harada (2006), ainda não

foi esclarecido se o mecanismo de ação fisiológica da característica período juvenil longo

ocorre pelo estabelecimento de uma verdadeira fase juvenil ou pela redução da sensibilidade

ao fotoperíodo.

2.3.3. Reação à peroxidase

Também empregado na identificação de cultivares, o teste de peroxidase se

baseia na presença de alta (Ep) ou baixa (ep) atividade de peroxidase no tegumento de soja

(BUZZELL; BUTTERY, 1969). O controle dessa característica é devido aos alelos Epep,

sendo que a alta atividade de peroxidase é dominante sobre a baixa atividade (BUZZELL;

BUTTERY, 1969).

11

2.3.4. Cor da flor e da vagem

A maioria das cultivares de soja apresentam flores de cor branca ou roxa

sendo que o controle genético dessas duas cores é devido aos alelos W1w1, sendo a cor roxa

dominante sobre a cor branca (TAKAKASHI; FUKUYAMA, 1919; WOODWORTH, 1923).

Porém, nos acessos de Glycines max também existem outras cores. O alelo wm condiciona a

cor roxa escura, w4-dp e W3w4 a cor roxa diluída (HARTWIG; HINSON, 1962; PALMER;

GROOSE, 1993), w3w4 a cor quase branca, wp na presença de W1 a cor rosa (STEPHENS;

NICKELL, 1992) e wp-m que apresenta as cores rosa e roxa na mesma planta ou somente a

cor rosa ou somente a cor roxa (JOHNSON et al., 1998). O alelo W1 tem efeito pleiotrópico

na coloração do hipocótilo, produzindo a cor roxa também no hipocótilo. Cerca de 30% dos

acessos da coleção de germoplasma do USDA, apresentam flores de cor branca; enquanto que

a coleção de germoplasma chinesa, as cores branca e púrpura ocorrem na mesma proporção

(XU et al., 1999).

A cor de vagem é resultado da expressão de dois loci L1l1 e L2l2. A vagem

apresenta cores em vários tons de preto, marrom e castanho amarelado. L1 proporciona a cor

preta, l1 com L2, a cor marrom e l1 com l2 a cor castanho amarelado (BERNARD, 1967).

2.3.5. Cor do hilo e do tegumento

Pelo fato de tradicionalmente os melhoristas utilizarem descritores

morfológicos para o registro e lançamento de cultivares, essas características atuam como o

"cartão de apresentação" da cultivar. Sendo, portanto, de importância fundamental na

divulgação das características agronômicas de novos materiais genéticos e influenciando na

decisão das cultivares pelos agricultores (MILLACH, 1999).

Uma vez que os descritores cor de tegumento e cor de hilo também são

utilizados na determinação da pureza varietal e que há uma considerável variação em cor e

padrão de tegumento exibida pela soja, o entendimento das características responsáveis pela

coloração da semente é necessário ao melhoramento de soja.

Segundo Vernetti (1983), a ação conjunta de vários genes determinam as

cores do tegumento e do hilo. O tegumento pode apresentar as cores verde, amarela, várias

12

tonalidades de marrom, preta e preta imperfeita. Enquanto que o hilo, além dessas cores,

também pode apresentar a coloração cinza. No tegumento podem ocorrer simultaneamente até

três cores, e no hilo no máximo duas.

As cultivares de soja com tegumento colorido são consideradas indesejáveis

pela indústria de processamento de soja (REESE; BOERMA, 1989), e a herança dos

pigmentos preto e marrom é geneticamente independente da dos pigmentos verde e amarelo

(WOODWORTH, 1921). Terao (1918) mostrou que o pigmento verde (G) é dominante sobre

o pigmento de cor amarela (g). Nagai (1921) e Woodworth (1921) observaram a dominância

do pigmento preto (R) sobre o pigmento de cor marrom (r). Posteriormente, verificou-se a

presença de um terceiro alelo nesta série alélica, rm, responsável pela presença de estrias/anéis

pretas sobre tegumento marrom (NAGAI; SAITO, 1923; WEISS, 1970). Assim, a série

alélica R, rm e r controla a cor de pigmento e presença de desenhos (estrias/anéis) no

tegumento. Sendo que o alelo rm é dominante sobre r e recessivo para R. O tegumento pode

ser então de cor preta (R_), marrom (rr), marrom com estrias pretas (rm_) e marrom

avermelhada (ocasionada pelo genótipo rrT_oo) (NAGAI, 1921; WILLIAMS, 1952; BHATT;

TORRIE, 1968).

Entretanto outros dois genes interferem na pigmentação do tegumento, o

gene responsável pela cor da pubescência (T/tr/t) e o responsável pela cor de flor (W1/w1). O

alelo para pubescência marrom (T) tem efeito pleiotrópico na cor de tegumento, e é

complementar com o alelo R para a formação da cor preta (WOODWORTH, 1921). O alelo

para cor de flor branca w1 é epistático ao alelo R em genótipos com pubescência cinza (t),

mudando a cor do tegumento de preto imperfeito para camurça (STEWART, 1930;

MAHMUD; PROBST, 1953).

Outra série alélica, I, ii, i

k e i, com dominância na ordem apresentada,

controla a distribuição ou atenuação de pigmentos no tegumento. O alelo I é responsável pela

inibição total da pigmentação; com ii a pigmentação é restrita ao hilo; com i

k ocorre a

pigmentação no hilo e em parte do tegumento; e i permite a pigmentação completa da

semente. Na presença do alelo I, as colorações marrom e camurça são completamente

suprimidas, enquanto que preta e preta imperfeita são atenuadas para cinza e restritas ao hilo.

Com a presença dos inibidores I, ii ou ik, a cor do tegumento é amarela ou verde (NAGAI,

1921; WOODWORTH, 1921; OWEN, 1927; MORSE; CARTTER, 1937; WILLIAMS, 1952;

MAHMUD; PROBST, 1953; BHATT; TORRIE, 1968).

Segundo Todd e Vodkin (1993), o alelo dominante I determina a cor do

tegumento em soja por causa de sua influência no acúmulo de antocianinas ou

13

proantocianidinas. Esse alelo dominante suprime o acúmulo de antocianinas resultando em

tegumento de cor amarela; enquanto que, a presença do alelos recessivo i proporciona alto

acúmulo de antocianinas. Assim, a cor do tegumento de soja é amarela quando o genótipo é I

R T, preta quando é i R T, marrom quando é i r T, preta imperfeita quando é i R t e camurça

quando é i r t (LINDSTROM; VODKIN, 1991).

Wang, Todd e Vodkin (1994) mostraram que o nível de RNAm de chacona

sintase é especialmente reduzido em cultivares com tegumento amarelo (alelo I), enquanto

que não é reduzido em cultivares com tegumento colorido (alelo i). Consequentemente, a

atividade da chalcona sintase em cultivares com tegumento amarelo foi significativamente

menor que naquelas com tegumento colorido. A chalcona sintase é a chave enzimática da via

de biosíntese dos pigmentos antocianina e proantocianidinas, e a redução de RNAm da

chalcona sintase é, provavelmente, a base para a inibição da pigmentação do tegumento.

Senda et al. (2004) e Tuteja et al. (2004) propuseram que em cultivares de soja com o alelo I,

a pigmentação do tegumento é inibida pelo silenciamento pós-transcripcional dos genes

responsáveis pela codificação das chalconas sintase.

2.3.6. Cor da pubescência

A pubescência em soja pode apresentar a cor marrom ou cinza. A cor

marrom, porém, pode apresentar diferentes tonalidades. O alelo dominante T condiciona a cor

marrom e a cinza pelo alelo recessivo t; e na presença de T, o alelo Td condiciona a cor

marrom escura e o alelo td a cor marrom clara (PIPER; MORSE, 1910; NAGAI, 1921;

WOODWORTH, 1921; WILLIAMS, 1952; BERNARD, 1975). Posteriormente, Seo et al.

(1993) identificaram um novo alelo nesse locus, tr, só detectável em genótipos R_w1w1 e

proporcionando o fenótipo único de tegumento camurça avermelhado e pubescência cinza

presente em T 236.

Além do efeito pleiotrópico do alelo T na cor de tegumento, Takahashi e

Asanuma (1996) e Takahashi (1997) mostraram que esse alelo suprimiu o desenvolvimento

da pigmentação marrom na região ao redor do hilo e o aparecimento de rachaduras no

tegumento em condições de temperaturas ≤ 15ºC no florescimento.

14

3. ARTIGO A: HERANÇA DE HILO ESPARRAMADO EM SEMENTES DE SOJA

3.1. RESUMO E ABSTRACT

RESUMO

Com o objetivo de estudar a herança da expressão da característica hilo esparramado, isto é,tipos em que a pigmentação se estende além dos limites do hilo, no genótipo T48, foramrealizados cruzamentos e avaliadas as gerações F2. Concluiu-se que não houve influência deefeito citoplasmático na expressão da característica. A população F2 segregou na proporção3:1, proporção que se ajusta à hipótese genética de um gene com alelos recessivoscontrolando a expressão do caráter hilo esparramado nos genótipos estudados. A expressão docaráter hilo esparramado é dependente do locus T_ que controla cor de pubescência, poissomente ocorre em genótipos com pubescência marrom (T_), caracterizando efeitopleiotrópico deste locus sobre a característica hilo esparramado.

Palavras-chave: Pigmentação. Descritores. Melhoramento.

ABSTRACT

With the objective to study the inheritance of the expression of spread hilum, where thepigmentation stretches beyond the limit of hilum, in the genotype T48, crosses were made andF2 plants were evaluated. There was no citoplasmatic effect in the expression of this trait. TheF2 plants segregated in ratio 3:1, which fits to the genetic hypothesis of a pair of recessivealleles controlling the expression of spread hilum in the studied genotypes. The expression ofthe trait spread hilum is dependent of locus T _ which controls pubescence color, therefore itonly occurs in genotypes with brown pubescence (T _), characterizing pleiotropic effect ofthis locus on the trait spread hilum.

Key-words: Pigmentation. Varietal description. Breeding.

15

3.2. INTRODUÇÃO

A cor de hilo é uma importante característica na classificação e na

identificação de cultivares de soja, e o conhecimento da herança da cor do hilo é proveitosa

para esses objetivos (MAHMUD; PROBST, 1953). O controle genético da cor do hilo é

relativamente simples, mas pode apresentar variações de tonalidade em função da origem

genética e das condições ambientais de cultivo. Nos laboratórios de análise de sementes, o

conhecimento dessa característica é muito importante para diferenciar cultivares e detectar

misturas.

Com a Lei de Proteção de Cultivares esse assunto passou a ser

amplamente discutido, pois a cor do hilo é um descritor obrigatório na caracterização de uma

nova cultivar para solicitação de proteção no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, seguindo as exigências da União

Internacional para Proteção de Obtenções Vegetais (UPOV), onde não estão previstas essas

variações.

Segundo estudos feitos por Nagai (1921), Woodworth (1921), Owen (1927),

Morse e Cartter (1937), Williams (1952), Mahmud e Probst (1953), Bhatt e Torrie (1968) e

Seo et al. (1993), os mesmos cinco genes que produzem pigmentos no tegumento afetam a

pigmentação do hilo. A interação do alelos do locus R, rm e r com os alelos do locus T, tr e t,

que também controlam a cor de pubescência, é responsável pelas coloração preta, marrom e

camurça do tegumento e do hilo. Plantas com pubescência marrom (T_) podem ter

tegumentos de coloração preta (R_), marrom com estrias pretas (rm_) e marrom (rr). Enquanto

que, plantas com pubescência cinza (tt) podem ter tegumento de coloração camurça e preto

imperfeito (R_ttW1_). A cor de flor é controlada pelos alelos W1_, flor roxa, e w1w1, flor

branca. Já o alelo o do locus Oo, só é detectado nos seguintes genótipos rrT_oo (tegumento

marrom-avermelhado) e rm_T_oo (tegumento marrom-avermelhado com estrias pretas).

Outro locus envolvido na pigmentação é a série alélica I, ii, i

k e i, que

controla a distribuição ou a atenuação das cores do tegumento. Na presença de I ocorre a

inibição total da pigmentação; o duplo alelo recessivo ii permite a pigmentação completa da

semente, enquanto que com o alelo ii a pigmentação é restrita ao hilo e com o alelo ik ocorre a

pigmentação no hilo e em parte do tegumento. Na presença do alelo I, as colorações marrom e

camurça são completamente suprimidas, enquanto que preta e preta imperfeita são atenuadas

16

para cinza e restritas ao hilo. Com a presença dos inibidores I, ii ou ik, a cor do tegumento é

amarela ou verde.

O tipo genético T48 é um acesso da coleção de soja do Departamento de

Agricultura dos Estados Unidos que tem flor branca, pubescência marrom, tegumento amarelo

e hilo preto (USDA, 2005).

O objetivo deste trabalho é estudar a herança da expressão da característica

hilo esparramado, isto é, tipos em que a pigmentação se estende além dos limites do hilo nos

genótipos T48, Bragg e BR16.

3.3. MATERIAL E MÉTODOS

Foram estudadas as gerações F1 e F2 resultantes de cruzamentos entre o

genótipo de soja com hilo esparramado T48 e os genótipos com hilo normal Bragg e BR16.

Os fenótipos dos parentais envolvidos neste estudo de herança, para cor de hilo, cor de

vagem, cor de tegumento, cor de pubescência e ocorrência de hilo esparramado estão

apresentados na tabela 3.1.

Tabela 3.1. Fenótipos dos parentais envolvidos no estudo de herança, em soja, de hiloesparramado, para cor de vagem, cor de hilo, ocorrência de hilo esparramado, cor depubescência, cor de tegumento e cor de flor.

As populações parentais, F1 e F2 foram conduzidas em casa de vegetação, na

Embrapa Soja, Londrina, PR 23º 22 de latitude sul, no período de 1999 a 2001.As sementes

foram pré-germinadas em rolos de papel toalha, em germinador, por três dias à 25°C e o

plantio foi realizado em vasos de PVC com 10 lts de capacidade, contendo substrato formado

por uma mistura de latossolo e esterco de curral peneirados e esterilizados com brometo de

metila.

Hilo normal Hilo esparramado Pubescência Tegumento FlorBragg Preto Marrom Amarelo BrancaBR-16 Marrom claro Cinza Amarelo BrancaT48 Preto Marrom Amarelo Branca

Parentais Fenótipo (cor)

17

O plantio dos parentais utilizados nos cruzamentos foi realizado

semanalmente, cada vaso com cinco plantas/parental, de novembro/1999 a janeiro/2000. Os

cruzamentos foram realizados de dezembro/1999 a fevereiro/2000.

Bragg: ii_R_T_w1w1 BR16: ii_rrttw1w1 T48: ii_R_T_w1w1

Figura 3.1. Cor de tegumento e de hilo e os genótipos dos parentais utilizados nos

cruzamentos.

As populações parentais, F1 e F2 foram conduzidas em casa de vegetação, na

Embrapa Soja, Londrina, PR 23º 22 de latitude sul, no período de 1999 a 2001.As sementes

foram pré-germinadas em rolos de papel toalha, em germinador, por três dias à 25°C e o

plantio foi realizado em vasos de PVC com 10 lts de capacidade, contendo substrato formado

por uma mistura de latossolo e esterco de curral peneirados e esterilizados com brometo de

metila.

O plantio dos parentais utilizados nos cruzamentos foi realizado

semanalmente, cada vaso com cinco plantas/parental, de novembro/1999 a janeiro/2000. Os

cruzamentos foram realizados de dezembro/1999 a fevereiro/2000.

Em maio/2000 foram plantados oito vasos de sementes híbridas, de cada

cruzamento, para obtenção das plantas F1. As plantas F1 receberam seis horas/dia de luz

suplementar por um período de 26 dias para evitar o florescimento precoce. O florescimento

ocorreu 49 dias após a emergência. Juntamente com as plantas F1 foram cultivados os

parentais de todos os cruzamentos. Foi realizada a autenticação da origem híbrida das plantas

F1 comparando-as com os parentais femininos, utilizou-se como marcadores cor de flor, cor

de pubescência e cor de vagem.

Para o plantio da geração F2 foram selecionadas quatro plantas F1 de cada

cruzamento. Foram plantados 15 vasos em dezembro/2000 deixando-se, após o desbaste, seis

18

plantas/vasos de cada planta F1. Também foram plantados dois vasos de cada parental

(cinco plantas/parental).

Tendo em vista que a idade da semente influencia na expressão das

características genéticas da soja, em junho/2001, foi feita a renovação das sementes dos

parentais. Foram plantados dois vasos com sete plantas/vaso para cada parental. As plantas

receberam suplementação diária de luz (seis horas/dia ) durante 25 dias.

As gerações segregantes F2 foram separadas em classes através da

comparação com uma amostra dos parentais. Os dados obtidos foram agrupados baseado-se

na distribuição das freqüência das plantas para a característica e foi aplicado o teste do χ2

(chi-quadrado) para testar as hipóteses genéticas de herança monogênica, digênica e

poligênica (SNEDECOR; COCHRAN, 1980).

3.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi encontrada nenhuma diferença entre os cruzamentos originais e os

recíprocos, o que sugere que não houve efeito citoplasmático no controle da característica hilo

esparramado. Todas as sementes F1 apresentaram hilo normal, indicando que a característica

hilo normal é dominante sobre hilo esparramado. Na Tabela 3.2 podemos observar a

segregação da população F2 para hilo normal e esparramado.

A população F2 do cruzamento T48 x Bragg apresentou segregação

bimodal, com duas classes bem definidas, hilo normal e hilo esparramado, e com dominância

de hilo normal. O valor do χ2 = 0,01025 (P = 0,91933 ) mostrou que os resultados observados

se ajustam à proporção teórica esperada de 3:1 (hilo normal:hilo esparramado). Segregação

esperada para característica controlada por um gene com dominância completa.

Tabela 3.2. Segregação na geração F2 para hilo normal e hilo esparramado nos cruzamentosdos genótipos de soja T48 x Bragg e T48 x BR16.

Parentais Hilo normal Hilo esparramado TotalProporção esperada χ2 P

T48 x Bragg 391 129 520 3 : 1 0,01025 0,91933T48 x BR 16 48 12 60 3 : 1 0,8 0,37109Total 439 141 580

19

No cruzamento T48 x BR16 a segregação da população F2 para hilo normal

e hilo esparramado mostrou correspondência com a proporção esperada (3:1) para herança

monogênica com dominância completa. O valor do χ2 = 0,8 (P = 0,37109) indicou que os

resultados observados se ajustam aos esperados (3:1). Essa mesma proporção (3:1) foi

verificada em F2 para a característica pubescência marrom/pubescência cinza (χ2 = 0,0888 e

P = 0,7655). Plantas com a característica pubescência cinza (tt) não apresentaram hilo

esparramado. Somente ocorreu hilo esparramado na presença da característica pubescência

marrom (T_). Mostrando que a expressão do caráter hilo esparramado é dependente da

expressão da cor da pubescência e caracterizando efeito pleiotrópico do alelo T sobre a

característica hilo esparramado. Efeito já relatado pelos estudos de Woodworth (1921), em

que cultivares com pubescência marrom apresentavam pigmentação preta ou marrom,

enquanto que cultivares com pubescência cinza apresentavam pigmentação preta imperfeita

ou camurça.; e por Seo et al. (1993) em seu trabalho sobre característica cor de tegumento

camurça avermelhado do genótipo T236, em que demonstrou um modelo de herança

monogênico envolvendo pleiotropismo para essa característica e postulou que esse efeito

pleiotrópico era devido ao alelo tr.

Considerando que T48 apresenta hilo esparramado e que Bragg e BR16

apresentam hilo normal, podemos presumir que a constituição genética de T48, para essa

característica, é duplo recessivo. Sugere-se a existência de um alelo recessivo determinando a

presença de hilo esparramado no cruzamento T48 x Bragg e T48 x BR16.

3.5. CONCLUSÕES

A característica hilo normal é dominante sobre a presença de hilo

esparramado em sementes de soja e não há influência de efeito citoplamático sobre a

expressão genética dessa característica. A presença do hilo esparramado é condicionada por

um alelo recessivo e sua expressão é dependente do locus T_ que controla cor da pubescência,

pois somente ocorre em genótipos com pubescência marrom (T_). Portanto, o alelo T é

pleiotrópico em relação ao alelo que condiciona hilo esparramado.

20

4. ARTIGO B: HERANÇA DE HILO MARROM EM SEMENTES PRETAS DE SOJA

4.1 RESUMO E ABSTRACT

RESUMO

Com o objetivo de estudar o controle genético da característica hilo marrom em tegumentopreto foram realizados cruzamentos entre os genótipos T16, Bragg, Bragg Preta e T236 eavaliadas as gerações F1 e F2. Não houve influência de efeito citoplasmático na expressão dacaracterística. A população F2 segregou na proporção 3:1 no cruzamento T16 x Bragg Preta,indicando a presença de um alelo recessivo controlando essa característica; e 9:3:3:1 noscruzamentos T16 x Bragg e T16 x T236, indicando a segregação independente de dois alelosrecessivos. A característica hilo marrom em tegumento preto, embora pertença a mesma sériealélica, tem controle distinto da característica hilo e tegumento pretos.

Palavras-chaves: Pigmentação. Tegumento. Descritores. Glycine max.

ABSTRACT

Aiming at studying the genetic control of the brown hilum trait in black tegument, crossesbetween genotypes T16 and genotypes Bragg, Black Bragg and T236 were carried out, andthe generations F1 and F2 evaluated. There was no citoplasmatic effect in the expression ofthis trait. The F2 population segregated into the ratio 3:1 in the T16 x Black Bragg cross,showing the presence of a recessive allele responsible for this trait; and 9:3:3:1 in theT16 x Bragg and T16 x T236 crosses, showing independent segregation of two recessivesalleles. The genetic control of the brown hilum trait in black tegument, although belonging tothe same allelic sequence, has a distinct control from the hilum and black teguments trait.

Key-words: Pigmentation. Seed coat. Varietal description. Glycine max.

21

4.2. INTRODUÇÃO

Genes responsáveis pela pigmentação são uma ferramenta valiosa no

melhoramento, sendo muito utilizada em análise de ligação, mapeamento genético e como

marcadores genéticos para a distinção entre sementes oriundas de autopolinização e

hibridização (WALKER et al., 1979). A cor de tegumento é um descritor obrigatório para a

solicitação de proteção de cultivares do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, a cor de tegumento é

importante na seleção de linhagens puras e na identificação de misturas de cultivares e, com

poucas exceções, todos os fatores estudados em soja têm alguma relação com a cor de

tegumento (OWEN, 1927).

As cultivares de soja com tegumento colorido são consideradas indesejáveis

pela indústria de processamento de soja (REESE; BOERMA, 1989). Porém, existem quatro

cores principais de tegumento, preto, marrom, amarelo e verde, sendo que a herança dos

pigmentos preto e marrom é geneticamente independente da dos pigmentos verde e amarelo.

A série alélica R, rm e r controla a cor de pigmento e presença de desenhos

(estrias/anéis) no tegumento. O alelo rm é dominante sobre r e recessivo para R. O tegumento

pode ser de cor preta (R_), marrom (rr), marrom com estrias pretas (rm_) e marrom

avermelhada (ocasionada pelo genótipo rrT_oo) (NAGAI, 1921; WILLIAMS, 1952; BHATT;

TORRIE, 1968; CARTER et al., 2004). O alelo para pubescência marrom (T) tem efeito

pleiotrópico na cor de tegumento, e é complementar com o alelo R para a formação da cor

preta (WOODWORTH, 1921). O alelo para cor de flor branca w1 é epistático ao alelo R em

genótipos com pubescência cinza (t), mudando a cor do tegumento de preto imperfeito para

camurça (STEWART, 1930; MAHMUD; PROBST, 1953).

Outra série alélica, I, ii, i

k e i, com dominância na ordem apresentada

controla a distribuição ou atenuação de pigmentos no tegumento. O alelo I é responsável pela

inibição total da pigmentação; com ii a pigmentação é restrita ao hilo; com i

k ocorre a

pigmentação no hilo e em parte do tegumento; e i permite a pigmentação completa da

semente. Na presença do alelo I, as colorações marrom e camurça são completamente

suprimidas, enquanto que preta e preta imperfeita são atenuadas para cinza e restritas ao hilo.

Com a presença dos inibidores I, ii ou ik, a cor do tegumento é amarela ou verde (NAGAI,

1921; WOODWORTH, 1921; OWEN, 1927; MORSE; CARTTER, 1937; WILLIAMS, 1952;

MAHMUD; PROBST, 1953; BHATT; TORRIE, 1968).

22

O tipo genético T236 é o único acesso da coleção de soja do Departamento

de Agricultura dos Estados Unidos que tem flor branca, pubescência cinza e tegumento

vermelho-acamurçado que é governado pelo alelo tr, no locus T/t, em plantas com genótipo

R_w1w1 (SEO et al., 1993).

O tipo genético T16 é o único acesso da coleção de soja do Departamento de

Agricultura dos Estados Unidos que tem flor branca, pubescência marrom, tegumento preto e

hilo marrom (USDA, 2005).

O objetivo deste trabalho é estudar o controle genético da característica hilo

marrom em tegumento preto.

4.3. MATERIAL E MÉTODOS

Foram estudadas as gerações F1 e F2 resultantes de cruzamentos entre o

genótipo de soja T16 e os genótipos T236, Bragg e Bragg Preta (Tabela 4.1).

Tabela 4.1. Fenótipo dos parentais envolvidos no estudo de herança, em soja, de hilomarrom em tegumento preto, para cor de tegumento, cor de hilo, cor de pubescência e corde flor.

As populações parentais, F1 e F2 foram conduzidas em casa de

vegetação, na Embrapa Soja, Londrina, PR 23º 22 de latitude sul, no período de 1999 a 2001.

As sementes foram pré-germinadas em rolos de papel toalha, em

germinador, por três dias à 25°C e o plantio foi realizado em vasos de PVC com dez litros de

capacidade, contendo substrato formado por uma mistura de latossolo e esterco de curral

peneirados e esterilizados com brometo de metila.

Tegumento Hilo Pubescência FlorT 236 vermelho-acamurçado vermelho-acamurçado cinza brancaT 16 preto marrom marrom brancaBragg amarelo preto marrom brancaBragg Preta preto preto marrom branca

Fenótipo (cor)Parentais

23

T236: iiR_tr_w1w1 T16: ii_ _T_w1w1

Bragg: ii_R_T_w1w1 Bragg Preta: iiR_T_w1w1

Figura 4.1. Cor de tegumento e de hilo e os genótipos dos parentais utilizados nos

cruzamentos.

O plantio dos parentais utilizados nos cruzamentos foi realizado

semanalmente, cada vaso com cinco plantas/parental, de novembro/1999 a janeiro/2000. Os

cruzamentos foram realizados de dezembro/1999 a fevereiro/2000.

Em maio/2000 foram plantados oito vasos de sementes híbridas, de cada

cruzamento, para obtenção das plantas F1. As plantas F1 receberam seis horas/dia de luz

suplementar por um período de 26 dias para evitar o florescimento precoce. O florescimento

ocorreu 49 dias após a emergência. Juntamente com as plantas F1 foram cultivados os

parentais de todos os cruzamentos. Foi realizada a autenticação da origem híbrida das plantas

F1 comparando-as com os parentais femininos, utilizou-se como marcadores cor de flor, cor

de pubescência e cor de vagem.

Para o plantio da geração F2 foram selecionadas quatro plantas F1 de cada

cruzamento. Foram plantados 15 vasos em dezembro/2000 deixando-se, após o desbaste, seis

plantas/vaso de cada planta F1. Também foram plantados dois vasos de cada parental (cinco

plantas/parental).

Tendo em vista que a idade da semente influencia na expressão das

características genéticas da soja, em junho/2001, foi feita a renovação das sementes dos

24

parentais. Foram plantados dois vasos com sete plantas/vaso para cada parental. As plantas

receberam suplementação diária de luz (seis horas/dia ) durante 25 dias.

As gerações segregantes F2 foram separadas em classes através da

comparação com uma amostra dos parentais. Os dados obtidos foram agrupados baseado-se

na distribuição das freqüência das plantas para a característica e foi aplicado o teste do χ2

(chi-quadrado) para testar as hipóteses genéticas de herança monogênica, digênica e

poligênica (SNEDECOR; COCHRAN, 1980).

4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os fenótipos das sementes F1 (Tabela 4.2) mostraram que hilo preto foi

dominante sobre hilo marrom em todos os cruzamentos, resultado já esperado conforme

descrito por Owen (1921) em seu estudo da relação entre pigmento preto e marrom em

tegumento e hilo de soja. Para tegumento houve dominância da cor amarela sobre a cor preta

no cruzamento T16 x Bragg, e da cor preta sobre a cor camurça avermelhada no cruzamento

T16 x T236. Mesma relação de dominância observada por Seo et al. (1993) em seu estudo

sobre a herança do tegumento camurça avermelhado no genótipo T236.

Tabela 4.2. Fenótipos na população F1, em soja, para padrões de tegumento e cor de hilo.

A segregação de F2 (Tabela 4.3) indicou que a pigmentação marrom do

hilo em tegumento preto foi controlada por um único gene em um cruzamento e por dois

genes nos demais cruzamentos.

Tegumento HiloT 16 x Bragg amarelo pretoT 16 x Bragg Preta preto pretoT 16 x T 236 preto preto

CruzamentoFenótipo (cor)

25

Tabela 4.3. Segregação de padrões de cores de tegumento e de hilo, na população F2, em trêscruzamentos de soja.

TP = tegumento preto, TA = tegumento amarelo, TVA = tegumento vermelho-acamurçado,HP = hilo preto, HM = hilo marrom, HB = hilo bege e HVA = hilo vermelho-acamurçado.

No cruzamento T16 x Bragg Preta a segregação de F2 apresentou boa

correspondência com a proporção de 3:1 para hilo preto: hilo marrom. Esse resultado foi

confirmado pelo baixo valor de chi-quadrado observado (χ2 = 0.0095 e P = 0,9225),

indicando que a herança de cor de tegumento e cor de hilo foi condicionada por um único

gene nesse cruzamento.

A população F2 do cruzamento T16 x Bragg apresentou segregação em

quatro classes fenotípicas distintas. A proporção observada em F2 de 244:84:72:24 mostrou

concordância com a esperada de 9:3:3:1 (χ2 = 1,3248, P = 0,7232) para dois loci segregando

independentemente controlando a expressão de cor de hilo e cor de tegumento.

No cruzamento T 16 x T 236 também houve segregação da população F2 em

quatro classes fenotípicas. Os resultados obtidos de 146:45:45:15 para cor de hilo e cor de

tegumento correspondem à segregação de 9:3:3:1 (χ2 = 0,1606, P = 0,9836), indicando dois

loci segregando independentemente.

Chadlee e Vodkin (1989) estudaram o alelo rm, responsável pelo fenótipo

tegumento marrom com anéis pretos, por várias gerações e identificaram mutabilidade nesse

alelo. O alelo rm poderia se converter em outras duas formas alélicas, as quais os autores

designaram por R* e r*. Observaram que essas três formas alélicas eram instáveis uma vez

que também ocorria mutação de r* para rm, assim como de r* para R*; e que a forma alélica

R* seria responsável pelo fenótipo hilo marrom em tegumento preto. Os resultados obtidos

em nosso estudo não mostraram essa instabilidade e indicaram que a característica hilo

marrom em tegumento preto tem controle genético distinto da característica hilo e tegumento

pretos, apesar de pertencer a mesma série alélica,.

HP HM HP HM HB HVAT 16 x Bragg Preta 237 80 3:1 0,0095 0,9225T 16 x Bragg 72 24 244 84 9:3:3:1 1,3248 0,7232T 16 x T 236 146 45 45 15 9:3:3:1 0,1606 0,9836

Proporção esperada χ

2 PNúmero de plantas

TP TA TVACruzamento

27

5. CONCLUSÕES GERAIS

Não há influência de efeito citoplasmático sobre a expressão genética das

características hilo esparramado e hilo marrom em semente com tegumento preto.

A característica hilo normal é dominante sobre a presença de hilo

esparramado em sementes de soja e A presença do hilo esparramado é condicionada por um

alelo recessivo e sua expressão é dependente do locus T_ que controla cor da pubescência,

pois somente ocorre em genótipos com pubescência marrom (T_).

A característica hilo marrom em semente com tegumento preto, no genótipo

T16, é condicionada por um alelo recessivo no cruzamento com genótipo com hilo e

tegumento pretos e por dois alelos recessivos independentes nos cruzamentos com genótipos

com tegumento amarelo e hilo preto e tegumento e hilo vermelho-acamurçados. O controle

genético da característica hilo marrom em semente com tegumento preto, embora pertença a

mesma série alélica, tem controle distinto da característica hilo e tegumento pretos.

28

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