Hereditariedade(Não(Mendeliana( Hereditariedade ... ·...
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Hereditariedade Não Mendeliana
Hereditariedade Mul0fatorial Hereditariedade Poligénica Hereditariedade Complexa
Gené&ca Molecular Humana Profª Manuela Lopes FMDUL 2014-‐15 1
18ª Aula Sumário 21/04/2015
• Hereditariedade Mul&fatorial
• Análise Qualita&va das doenças Mul&fatoriais
• Análise Quan&tava das doenças Mul&fatoriais
• Métodos de Estudo das doenças Mul&fatoriais
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Frequência de Doenças Gené&cas
Aos 25 anos Global Cromossómicas
0.18%
0.38%
Monogénicas
0.36% 2%*
Mul0fatoriais
4.6% 64.6%**
Mutações Somá0cas
− 24%***
• Inclui as situações de manifestação tardia
** Para além dos alelos de susce&bilidade, não esquecer os possíveis alelos de protecção *** Mutações em proto-‐oncogenes e genes spressores de tumores. A considerar também o envelhecimento
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Não são explicadas pelas proporções mendelianas...
Hereditariedade Mul&fatorial
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Não se incluem nas formas básicas da hereditariedade monogénica
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Hereditariedade Mul&fatorial -‐ Definição
Doenças resultam da interação:
-‐ Efeito adi0vo do genoma
-‐ Meio ambiente
Suspeitar se: -‐ Risco em famílias
-‐ Gémeos idên&cos < 100% concordância
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Susce0bilidade Gené0ca
Ambiental Gené0ca CA
USA
Hereditariedade mul&/poligénica + Factores ambientais
Grande variabilidade fenobpica
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Influência Gené0ca Influência Ambiental
Não existe 1 que atue de forma dominante
Vários genes
a atuar
Influências de natureza hsica,
quimíca, ou biológica
exercidas “in útero” ou após o
nascimento
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Caraterís0cas das patologias com hereditariedade mul0fatorial
São o &po de doenças + comuns
Grande variabilidade étnica e geográfica
São provocadas pela disfunção de vários genes e não apresentam um padrão mendeliano de hereditariedade
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Demonstram agregação familiar (clustering)
Fatores não gené0cos
Ex: Diabetes, obesidade, estenose pilórica, fenda pala&na, displasia congénita da anca, espinha bífida,
…
Caraterís0cas das patologias com hereditariedade mul0fatorial
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Hereditariedade Mul0fatorial-‐ Propensão
A conjugação diferenciada dos fatores ambientais e gené0cos, associados a uma condição ambiental, nos membros de uma população, determina a suscep0bilidade maior ou menor de cada indvíduo para desenvolver
determinada a doença ou carácter em causa (liability)
Variantes fenobpicas
Diferentes frequências na população
Distribuição em curva de Gauss
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Caracterís&cas humanas que apresentam distribuição normal conbnua na população em geral
• Pressão sanguínea; • Circunferência cefálica;
• Altura; • Inteligência; • Cor da pele
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Várias caracterís&cas humanas apresentam uma distribuição conbnua na população geral que muito se assemelha à distribuição normal
Distribuição dos genó0pos para a caracterís&ca altura com 1, 2 e 3 loci cada um com 2 alelos de iguais frequências. Os valores para cada genó&po podem ser ob&dos da expansão binomial (p+q)2n onde p = q = ½ e n é o número de loci
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• É possível mostrar que um fenó0po com uma distribuição normal na população geral pode ser gerada por hereditariedade poligénica envolvendo a ação de muitos genes em loci diferentes, que exercem um efeito adi0vo igual. Se a altura fosse determinada por 2 alelos igualmente frequentes, um a (alto) e o outro b (baixo), num único locus, isto resultaria num fenó0po desconanuo com 3 grupos numa proporção de 1 alto (aa) 2 médios (ab/ba) 1 baixo (bb)
• À medida que o número de loci aumenta, a distribuição crescentemente torna-‐se similar a uma curva normal, apoiando assim o conceito de que a carateris&ca altura é determinada por efeitos adi0vos de muitos genes em loci diferentes.
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Distribuição Normal Fenobpica
Distribuição da estatura numa amostra de 91.163 jovens ingleses do sexo masculino em 1939 (linha preta). A linha azul é uma curva normal (gaussiana) com a mesma média e desvio padrão (SD) que o dado observado. As áreas sombreadas indicam as pessoas com estaturas incomuns, altas ou baixas ( maior que 2 SD acima ou abaixo da média)
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• Na realidade, as caracterís&cas humanas tais como altura e inteligência também são influenciadas pelo ambiente, e possivelmente também por genes que não são adi&vos pois exercem um efeito dominante.
• Estes fatores contribuem para a tendência observda da descendência em apresentar o que é conhecido como regressão da média.
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Hereditariedade Mul&fatorial
-‐ O Modelo de Propensão/ Limiar • Todos os fatores que influenciam o desenvolvimento de um distúrbio
mul0factorial, seja gené0co ou ambiental, podem ser considerados como propensão.
• As propensões de todos os indivíduos numa população formam uma variável con0nua, que tem uma distribuição normal tanto na população quanto nos parentes de indivíduos afetados. Entretanto, as curvas para estes parentes são desviados para a direita, e a amplitude com a qual são desviadas estão diretamente relacionadas à proximidade de seu parentesco com o caso índice afetado
• A propensão não pode ser medida, mas a propensão média de um grupo pode ser determinada pela incidência da doença nesse grupo usando estaas0ca da distribuição normal.
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Curvas hipoté&cas de propensão na população geral e nos parentes para um distúrbio hereditário no qual a predisposição gené&ca é mul&fatorial
Hereditariedade Mul&fatorial -‐ O Modelo de Propensão/ Limiar
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Na população geral a proporção além do limiar é a incidência populacional
Entre parentes a proporção além do limiar é a incidência familiar
Incidência e Prevalência
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O que medem incidência e prevalência?
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Usos de Incidência e Prevalência
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Análise Qualita&va das Doenças Mul&fatoriais
• Mede a agregação familiar da doença O risco rela0vo
• Quando dois indivíduos numa família têm a doença
• apenas um desenvolve uma patologia
Concordância e
Discordância
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Razão do risco λr de doenças com agregação familiar e hereditariedade mul&fatorial para irmãos do probando
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Doenças Relação λr Esquizofrenia Irmãos 12
Au&smo Irmãos
150
Distúrbio maníaco depressivo (bipolar) Irmãos
7
Diabetes melito &po I Irmãos
35
Doença de Crohn Irmãos
25
Esclerose múl&pla Irmãos
24
24
Os fatores de risco e, consequentemente, O Limiar de risco para parentes aumentam com o grau de parentesco
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Relações Familiares e Genes Compar&lhados
Parentesco Proporção de genes par0lhados Primeiro grau Progenitores
Irmãos Filhos
½
Segundo grau Tios e &as
Sobrinhos e sobrinhas Netos
Meio-‐irmãos
¼
Terceiro grau Primos em 1ºgrau
Bisavós Bisnetos
⅛
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Compar&lhamento de alelos num locus arbitrário entre irmãos concordantes para uma doença
Os números dentro dos quadrados representam o número de alelos que ambos os irmãos têm em comum
Em qualquer locus, a média do número esperado de alelos compar&lhados entre irmãos é dada por: 0,25 (2 alelos) + 0,5 (1 alelo) + 0,25 (0 alelo) = 1 alelo 27
Grau de Parentesco e alelos em comum
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Parentesco com o Probando Proporção de Alelos em Comum com o Probando
Gémeos monozigó&cos
1
Parentes de 1ºgrau
½
Parentes de 2ºgrau
¼
Parentes de 3ºgrau
⅛
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Taxas de Concordância em Gémeos MZ e DZ
Distúrbio
Concordância (%) MZ DZ
Epilepsia não traumá&ca 70 6
Esclerose múl&pla 17,8 2
Diabetes &po 1 40 4,8
Esquizofrenia 46 15
Doença bipolar 62 8
Osteoartrite 32 16
Artrite reumatóide 12,3 3,5
Psoríase 72 15
Fendas labiais com ou sem fendas pala&nas
30 2
Lúpus eritematoso sistémico 22 0
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Análise Quan&ta&va das doenças mul&fatoriais
• Distribuição Normal (gaussiana)
• A heritabilidade (h2) define-‐se como a quan&ficação da importância do fator gené&co na variância fenobpica observada
Quanto maior o valor da heritabilidade maior o papel dos fatores gené&cos
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Es&ma&vas de heritabilidade em estudos com gémeos
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Obje0vo • Métodos de Estudo
Avaliar • o peso dos fatores gené&cos e dos fatores ambientais sobre o fenó&po
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Problemas que a gené0ca molecular encontra na abordagem das doenças mul0fatoriais
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Métodos de Estudo
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• Estudo direto das mutações • Pouco sucesso • (elevado nº de genes envolvidos) • Futuro: Microarrays?
Abordagem direta
• Estudos populacionais • Estudos de concordância em membros de famílias, em crianças adotadas e gémeos
• Estudos de associação e ligação génica
Abordagem indireta
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Métodos de Estudo – Estudos Populacionais
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Se a frequência na subpopulação emigrante se mantêm ≈ à de origem
Fatores Gené0cos
+ importantes
Se a frequência na subpopulação emigrante se mantêm ≈ à acolhimento
Fatores Ambientais + importantes
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Métodos de Estudo-‐ Estudos de Famílias
• Avaliam a presença de agregação familiar
• Permitem dis&nguir se a agregação é causada por fatores ambientais ou gené0cos (desde que seja possível isolar os fatores ambientais)
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Métodos de Estudo – Estudos de Famílias
Se a frequência da condição for
diferente em familiares relacionados por ascendência em relação aos
familiares sem ascendência comum (ex.esposa)
Fatores Gené0cos + importantes
Se a frequência da condição for semelhante em familiares
relacionados por ascendência em relação aos familiares sem
ascendência comum (ex.esposa)
Fatores Ambientais + importantes
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Métodos de Estudo – Estudos em adotados
Se existe concordância fenobpica entre os filhos ado&vos e os pais
biológicos
Fatores Gené0cos
Se existe concordância fenobpica entre os filhos ado&vos e a família
ado&va
Fatores Ambientais
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Gémeos Verdadeiros • Monozigó&cos, com 100% de iden0dade génica inicial e ambiente embrionário e fetal comum
Gémeos Falsos • Dizigó&cos, com 50% de iden0dade génica inicial e ambiente embrionário e fetal comum
Métodos de Estudo – Estudos COM GÉMEOS 39
Métodos de Estudo-‐ Estudos de Gémeos
Grau de concordância Proporção de pares de gémeos em que há coincidência na expressão fenobpica nos 2 gémeos
Tipos de gémeos Monozigó0cos Dizigó0cos
Tipo de
Hereditariedade
Autossómica Dominante
100% 50%
Autossómica Recessiva
100% 25%
Mul0fatorial ≈ 40-‐60% ≈ 4-‐8%
Concordância entre gémeos, em função do 0po de hereditariedade presente e do 0po de gémeos
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Métodos de Estudo -‐ Estudos de Gémeos
• U&lisando os valores de concordância ob&dos é possível calcular a Hereditabilidade (h) de uma doença ou carácter
Gené&ca Molecular Humana Profª Manuela Lopes FMDUL 2014-‐15
• h = 2 X ( Cmz –Cdz) • Cmz -‐ Concordância dos monozigó&cos • Cdz -‐ Concordância dos dizigó&cos
•
• Fatores Gené0cos • Preponderantes
• h ≈ 1 • (Cmz ≈ 1; Cdz ≈ 0.5)
• Fatores Ambientais • Preponderantes
• h ≈ 0
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