HERMENÊUTICA BÍBLICA

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HERMENÊUTICA BÍBLICA HERMENÊUTICA é a ciência e arte de interpretar. É ciência, porque postula princípios seguros e imutáveis; é arte porque estabelece regras. "Hermenêutica bíblica ou sagrada é o estudo metódico dos princípios e regras de interpretação das Sagradas Escrituras". A Hermenêutica se diferencia da Critica Textual, pois esta se propõe a determinar quais as palavras exatas do texto original, enquanto que aquela procura descobrir qual é o sentido destas palavras no texto. Desde outro ângulo, a Critica Textual tem como alvo a pergunta: "O que é que está escrito?" E a Hermenêutica se ocupa desta outra: "O que é que o Autor queria dizer?". A Hermenêutica, também se diferencia da Exegese, pois esta é a aplicação dos princípios e regras estabelecidos por aquela. O exegeta ou interprete ser serve dos conhecimentos que lhe é dado pela Critica Textual e a Hermenêutica; tal como o orador e o escritor se servem dos fatos da linguagem codificados no dicionário e na gramática. A Exegese desempenha um papel mui importante na interpretação do texto sagrado. - EXEGESE A exegese é distribuída em 5 bases: a) Exegese Estrutural - Doutrina que sustenta que o significado do texto bíblico está além do processo de composição e das intenções do autor. b) Exegese Gramático-histórica - princípio de interpretação bíblica que leva em conta apenas a sintaxe e o contexto histórico no qual foi composta a Bíblia. c) Exegese Teológica - Princípio de interpretação bíblica que toma por parâmetro as doutrinas sistematizadas pelos estudiosos da Igreja. d) Texto e Contexto - O texto bíblico é a passagem focalizada como um todo significado dependente do contexto para interpretação. O contexto é o que vem antes e depois do texto.

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HERMENÊUTICA BÍBLICA

HERMENÊUTICA é a ciência e arte de interpretar. É ciência, porque

postula princípios seguros e imutáveis; é arte porque estabelece regras.

"Hermenêutica bíblica ou sagrada é o estudo metódico dos princípios e

regras de interpretação das Sagradas Escrituras".

A Hermenêutica se diferencia da Critica Textual, pois esta se propõe a

determinar quais as palavras exatas do texto original, enquanto que aquela procura

descobrir qual é o sentido destas palavras no texto. Desde outro ângulo, a Critica

Textual tem como alvo a pergunta: "O que é que está escrito?" E a Hermenêutica

se ocupa desta outra: "O que é que o Autor queria dizer?".

A Hermenêutica, também se diferencia da Exegese, pois esta é a aplicação

dos princípios e regras estabelecidos por aquela. O exegeta ou interprete ser serve

dos conhecimentos que lhe é dado pela Critica Textual e a Hermenêutica; tal como o

orador e o escritor se servem dos fatos da linguagem codificados no dicionário e na

gramática.

A Exegese desempenha um papel mui importante na interpretação do texto

sagrado.

- EXEGESE

A exegese é distribuída em 5 bases:

a) Exegese Estrutural - Doutrina que sustenta que o significado do texto

bíblico está além do processo de composição e das intenções do autor.

b) Exegese Gramático-histórica - princípio de interpretação bíblica que leva

em conta apenas a sintaxe e o contexto histórico no qual foi composta a Bíblia.

c) Exegese Teológica - Princípio de interpretação bíblica que toma por

parâmetro as doutrinas sistematizadas pelos estudiosos da Igreja.

d) Texto e Contexto - O texto bíblico é a passagem focalizada como um todo

significado dependente do contexto para interpretação.

O contexto é o que vem antes e depois do texto.

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e) Contexto Bíblico e Histórico - O contexto bíblico realiza-se na própria

Bíblia.

O Contexto histórico leva em consideração a época em o autor escreveu.

Nalguns casos a própria Bíblia oferece o contexto histórico, mas noutros, é

preciso recorrer a livros que abordem questões culturais e históricas.

ALGUMAS VERDADES POR INDUÇÃO.

1. Toda base da Hermenêutica Bíblica é a própria Bíblia. O sentido de um

texto é determinado, comprando-se escritura com escritura.

2. O objeto central de toda revelação divina é Jesus Cristo. Deus manifestado

em carne para salvar aos homens. O intérprete por excelência é o Espírito Santo,

que inspirou aos escritores da Bíblia e pode iluminar os seus leitores.

3. Para compreender a Bíblia, o homem necessita, mesmo que seja talentoso

e culto, preencher certas condições.

Algumas destas condições, são:

a. Espiritualidade. (I Coríntios 2.14 a 3.2). Esta espiritualidade inclui:

1) Conversão de alma ao Senhor, o que dará início a uma nova vida.

2) Viver em harmonia com o Espírito Santo, para que Ele possa atuar com

liberdade para instruí-lo.

b. Estudo diligente da Bíblia. Com o propósito de conhecer a verdade e com

desejo de aceitá-la (João 5.39; Atos 17.11,12).

c. Humildade e ausência de preconceitos (Atos 8.31; 10.33).

d. Oração, procurando as luzes daquele que nos deu a revelação escrita.

(Tiago 1.5; Sal. l 19.18,19).

Hermenêutica bíblica abrange a relação dialética que visa substancializar os

significados dos textos bíblicos para aproximar o mesmo da realidade fáctica, na

qual se vislumbra o esclarecimento por meio da Bíblia. A hermenêutica bíblica

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utiliza-se de outros princípios comuns aos demais tipos de hermenêutica, como por

exemplo, a hermenêutica jurídica que segue os princípios da inegabilidade do ponto

de partida. Em verdade, a hermenêutica bíblica não deve se afastar do texto bíblico,

bem como não se abstém da problemática inicial do hermeneuta. O principal objetivo

da hermenêutica bíblica é o de descobrir a intenção original do autor bíblico. No

caso dos textos da Bíblia o leitor, ao menos racionalmente, não tem acesso direto ao

autor original. Por isso é necessário aplicar princípios da hermenêutica (a ciência da

interpretação) ao texto bíblico.

O valor da Hermenêutica.

1. Aproxima-nos do texto e do seu sentido e significados corretos.

2. Fortalece a nossa convicção na pessoa de Deus - Deus revelou a

eternidade. 3. Enaltece a Soberania de Deus que preservou a escrita até hoje.

4. Coloca-nos na linha da história da igreja.

5. Traz equilíbrio entre o conteúdo (revelação) e comportamento (ética e

exigência).

6. Confirmação da credibilidade da revelação. Homens falaram a tantos e tão

distante de nós.

7. Auxilia-nos para determinar o permanente e o temporário.

8. Base "cientifica" a vida devocional.

9. Válida a encarnação do Filho de Deus. O texto inserido na história e cultura

de um povo. "teologia da terra"

10. Evita o desvio (sensus plenior).

11. Descobre-se a unidade da revelação.

A NECESSIDADE DA INTERPRETAÇÃO

Concordamos, também, que o pregador ou o professor está por demais

inclinados a escavar primeiro, e a olhar depois, e assim encobrir o significado claro

do texto, que freqüentemente está na superfície. Seja dito logo de início - e repetido

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a cada passo, que o alvo da boa interpretação não é a originalidade, não se procura

descobrir aquilo que ninguém jamais viu.

A interpretação que visa à originalidade, ou que prospera com ela,

usualmente pode ser atribuída ao orgulho (uma tentativa de "ser mais sábio" do que

o resto do mundo), ao falso entendimento da espiritualidade (segundo o qual a Bíblia

está repleta de verdades profundas que estão esperando para serem escavadas

pela pessoa espiritualmente sensível, com um discernimento especial), ou a

interesses escusos (a necessidade de apoiar um preconceito teológico). O que

queremos dizer mesmo é que a originalidade não é o alvo da nossa tarefa.

O alvo da boa interpretação é simples: chegar ao "sentido claro do texto." E o

ingrediente mais importante que a pessoa traz a essa tarefa é o bom-senso

aguçado. O teste de uma boa interpretação é se expõe o sentido do texto. A

interpretação correta, portanto, traz alívio à mente bem como uma aguilhoada ou

cutucada no coração.

Princípios históricos de interpretação

Resumindo

Passos iniciais:

a) Leia o texto varias vezes mesmo sem entendê-lo de imediato, até

familiarizar-se com ele.

b) Busque o significado das palavras desconhecidas.

c) Observe os fatos importantes e procure compreendê-los relacionando-os

ordenadamente.

d) Encontre a verdade central do texto - o assunto ou o tema principal.

e) Faça a aplicação correta do texto (contextualize o texto para os dias de

hoje).

Alvos

Descobrir o sentido original do texto, quando foi escrito. Obter conhecimento

da situação que ocorre o texto. Por exemplo: Mas recebereis poder ao descer sobre

vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém, como em

toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra (At 1:8). Quem falou estas

palavras? Jesus Cristo. A quem, onde e quando foram dirigidas estas palavras? Aos

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apóstolos e discípulos; no Monte das Oliveiras, em Jerusalém; antes de Jesus ser

elevado aos céus. Por que foram faladas? Respondendo a pergunta dos discípulos a

respeito da vinda do reino. O que é prometido? O poder do Espírito Santo. Para que

foi prometido? Para testemunhar no mundo inteiro.

- MÉTODOS DE ESTUDO DA BÍBLIA

Método é a maneira ordenada de fazer alguma coisa. É um procedimento

seguido passo a passo, cujo objetivo é levar o estudante a uma conclusão.

1. Método Analítico - Analisar algo é estudar em seus pormenores, detalhe

por detalhe, tendo o cuidado de anotar os aspectos por menores que eles sejam e

por mais insignificantes que eles pareçam ser. É o método microscópico.

2. Método Sintético - Aborda cada livro como uma unidade inteira e procura

entender o seu sentido como um todo. Procura analisar o livro de forma global. É o

método telescópico.

3. Método Temático - É o método de estudo de um tema específico.

4. Método Biográfico - Aborda narrativas e exposições biográficas de

personagens bíblicos.

5. Método Histórico - É o método de estudo com sentido histórico de livros

ou passagens bíblicas. Consideram-se os factos contemporâneos, lugares,

tendências, movimentos e outras questões.

6. Método Teológico - É o método de estudo onde se sistematiza as

doutrinas bíblicas.

7. Método Devocional - É o método de estudo da Bíblia com fins de aplicar

várias passagens às necessidades particulares do crente.

DEFINIÇÃO

TEXTO BÍBLICO: Atos dos Apóstolos 8.26-35.

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"E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do

Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. E

levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo mor de

Cândace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus

tesouros e tinha ida a Jerusalém para adoração, regressava e, assentado no

seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: chega-te e ajunta-te a

esse carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: entendes

tu o que lês? E ele disse: como poderei entender, se alguém me não ensinar?

E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o

matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não

abriu a sua boca. Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem

contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. E, respondendo o

eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de

algum outro? Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe

anunciou a Jesus. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e

disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?“

FATOS A CONSIDERAR

1. Um homem lê a Bíblia. Não era nenhum ignorante, mas um homem culto

e inteligente, pois a posição de destaque que ocupava assim o exigia.

2. Sua confissão. "Como poderei entender, se alguém não me explicar? Até

determinado lugar, ele entendia o que estava lendo. Compreendia que o profeta

falava sobre o grande sofrimento e humilhação que um servo do Senhor havia de

sofrer. Entretanto, lhe faltava entender a parta fundamental para poder interpretar a

profecia. Quem era esse servo de quem o profeta falava?

3. Outro homem lhe explica o texto, usando a mesma Bíblia, e guiado

pelo Espírito Santo. "E começando nesta Escritura". Isto quer dizer que Felipe

começou a explicação pelos versículos do mesmo parágrafo aonde o eunuco ia

lendo, unindo o sentido do texto com aos versículos anteriores e posteriores

(contexto), e continuo a esclarecer o tema com a ajuda de outras partes do livro do

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profeta Isaias, e talvez, de outras partes do antigo Testamento onde se tratava do

mesmo tema (passagens paralelas). De modo que, ele tinha usado outros textos do

mesmo Isaias, para dar a entender o significado que o escritor dava às suas próprias

palavras; e por outras escrituras, lhe tinha indicado uma cadeia de profecias em

plena harmonia com a passagem que estava considerando. Assim que, pelo sentido

de toda a Bíblia, só uma explicação podia, de forma lógica e necessária, dar lugar,

de forma inquestionável, que se falava de Jesus.

4. O viajante, apesar de não conhecer o evangelista, ouve com atenção à

exposição, reconhecendo e aceitando a verdade. Os preconceitos de raça e de

religião e o desnível da posição social poderiam impedir essa feliz entrevista, que

terminou de forma tão gratificante para os dois interlocutores.

5. Em sua exposição, o evangelista apresentou a Jesus como o objeto

das profecias e como o Salvador dos homens - objeto de nossa fé.

VERDADE CENTRAL

Podemos ler a Bíblia sem entendê-la, mesmo nas partes essenciais; também

podemos ler e entender o sentido com que foi escrito.

O fato de que encontremos dificuldade para entender determinadas parte da

Bíblia não deve ser motivo para concluir por seu abandono. O que convém fazer é

aprender os princípios e regras que são estabelecidas.

O LEITOR COMO INTÉRPRETE

A primeira razão por que precisamos aprender como interpretar é que, quer

deseje, quer não, todo leitor é ao mesmo tempo um intérprete, ou seja, a maioria de

nós toma por certo que, enquanto lemos, também entendemos o que lemos.

Tendemos, também, a pensar que nosso entendimento é a mesma coisa que a

intenção do Espírito Santo ou do autor humano. Apesar disso, invariavelmente

levamos para o texto tudo quanto somos, com toda nossa experiência, cultura e

entendimento prévio de palavras e idéias. Às vezes, aquilo que levamos para o

texto, sem o fazer deliberadamente, nos desencaminha ou nos leva a atribuir ao

texto idéias que lhe são estranhas.

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Isto nos leva a notar ainda mais arte o leitor de uma Bíblia em idioma latino já

está envolvido na interpretação. A tradução, pois, é em si mesma uma forma

necessária; de interpretação. Sua Bíblia seja qual for a tradução que você empregar,

que para você é o ponto de partida, é, na realidade, o resultado final de muito

trabalho erudito. Os tradutores são regularmente conclamados a fazer escolhas

quanto aos significados, e as escolhas deles irão afetar como você entende.

Os bons tradutores, portanto, levam em consideração as diferenças entre

nossos idiomas. Esta, porém, não é uma tarefa fácil. Em Romanos 13.14, por

exemplo, devemos traduzir "carne" porque esta é a palavra que Paulo empregou, e

depois deixar o intérprete contar-nos que "carne" aqui não significa "corpo"? Ou

devemos "ajudar" o leitor e traduzir "natureza pecaminosa" porque é isto que Paulo

realmente quer dizer? Retomaremos este assunto com maiores detalhes no capítulo

seguinte. Por enquanto, basta indicar que o próprio fato da tradução já envolveu a

pessoa na tarefa da interpretação.

LUZES DA BÍBLIA

A VERDADE.

Não se deve interpretar nenhum termo isoladamente nem basear Nenhuma

doutrina num texto isolado; mas devemos interpretar escritura com escritura.

A linguagem da Bíblia, geralmente é clara, compreensível, devendo ser

entendida no seu sentido vulgar e lexical. Entretanto, sempre surgem duvidas sobre

o sentido ou significado de uma palavra, de uma frase, de uma oração, se isso

acontecer, procuraremos basear a interpretação no conjunto do ensino da própria

Bíblia, sobre o tema.

Os principais auxílios que encontramos na própria Bíblia para sua correta

interpretação; o vocabulário do escritor, na observação do vocabulário bíblico

em geral, nos paralelismos, em descobrir a inclinação do escritor, e na

correlação existente entre várias passagens.

LEIA A PASSAGEM DENTRO DO SEU CONTEXTO

Podemos aprender a ler o contexto através da leitura de todos os livros da

Bíblia, ao invés de simplesmente lermos fragmentos dela. Se você consegue sentar-

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se por duas ou três horas para ler um romance, tente fazer o mesmo com Isaías ou

Atos dos Apóstolos, entretanto certifique-se de que está usando uma versão

contemporânea. Sempre que ler uma pequena passagem, leia-a com um resumo do

livro inteiro em mente ou com a ajuda de um bom comentário.

A natureza precisa do contexto pode diferir de um livro para o outro. O

contexto dos livros históricos se originam do curso de eventos na história. Nas

epístolas ou nas cartas, uma idéia constrói a outra. Em Provérbios, capítulos 10 a

31, há um contexto solto. Nestes capítulos, um provérbio expressivo — sobre a

preguiça, por exemplo — é seguido por dois sobre a língua e, então outro sobre a

preguiça novamente. Mesmo assim, em todos os livros bíblicos, deveríamos ter uma

visão do livro todo quando estudamos uma parte dele. Sempre questione como

aquela passagem pode encaixar-se com a mensagem do livro todo, e até mesmo

com toda a Bíblia.

Nunca devemos ler passagens isoladas de todo o contexto das Escrituras.

Apesar de muitos autores humanos terem contribuído para escrever a Bíblia, Deus é

o seu Autor último. E, ao mesmo tempo em que a Bíblia é uma antologia de muitos

livros, ela também é um só livro. A Bíblia contém muitas histórias, mas todas elas

contribuem para uma única história. Conseqüentemente, devemos ler uma

passagem, ou até mesmo um livro da Bíblia, no contexto do corpo do ensino e

doutrina que flui da história completa da revelação progressiva na Palavra de Deus.

CONTEXTO

A pregação expositiva era o tipo mais comum achado no Novo Testamento, e

é claro que essa pregação envolve pegar uma parte das Escrituras e examiná-la, em

vez de pegar só um texto ou tópico e desenvolver uma mensagem em torno dele.

Por esse motivo, a pregação expositiva geralmente lida com uma parte maior das

Escrituras do que lida com qualquer outra forma de pregação, e é pois mais fiel ao

contexto de qualquer dado versículo do que qualquer outra forma de pregação.

Assim essa pareceria ser a forma ideal de pregar a Palavra. No entanto, a pregação

tópica e textual é também importante e muitas vezes necessária, mas devemos

sempre considerar o contexto.

Às vezes, uma palavra que expressa uma idéia geral e absoluta, deve ser

tomada no sentido restritivo, segundo determine alguma circunstancia especial do

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contexto, ou do conjunto das declarações das Escrituras nos temas de doutrina.

Quando Davi, por exemplo, exclama: "Julgam-me Oh Senhor! Conforme a minha

justiça e conforme a minha integridade", o contexto nos faz compreender que Davi

só protesta sua justiça e retidão no que diz respeito às calunias que Cu, o benjamita,

levantava contra ele.

Advertências - Quando se trata do contexto, é necessário advertir que às

vezes se rompe o fio do argumento ou narração por um parênteses mais ou menos

longo, depois do qual se volta a unir-se. Se o parêntese é curto, não oferece

dificuldade; porém se é longo, como quase sempre acontece nas epístolas de Paulo,

se requer uma atenção especial.

Em Efésios 3 encontramos um parêntese que chega desde o versículo 2 até o

último versículo, voltando a unir o tema no primeiro versículo do capítulo 4.

PROCURE A INTENÇÃO DO SIGNIFICADO DO AUTOR

Toda passagem bíblica tem um significado objetivo pretendido pelo autor. A

tarefa do intérprete é descobrir esse significado. Esse princípio parece claro o

bastante, entretanto devemos desenvolver muitas questões que ele levanta...

Primeira, quem é o autor e como descobrir sua intenção. Mesmo quando

sabemos o nome do autor humano (Moisés, Paulo, Davi), não temos acesso direto a

ele. Não podemos perguntar a Paulo se ele se referiu aos cristãos ou aos não-

cristãos quando descreveu uma pessoa que não quer fazer o que Deus deseja em

Romanos 7.21-25. Podemos apenas responder tais questões nos colocando no

período em que o autor escreveu o livro e questionando a sua intenção, ao nos dizer

esse ou aquele assunto.

VOCABULÁRIO DO ESCRITOR

Muitas vezes é necessário verificar cuidadosamente em que sentido um

escritor usa determinadas palavras a fim de que possamos ter uma compreensão

exata de um texto onde ela aparece. Por exemplo: nos escritos do apóstolo João,

muitas vezes aparece a palavra "mandamento". Este é um texto que os legalistas,

os judaizantes de todos os tempos, se referem com o fim de provar que estamos sob

a lei. "Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é

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mentiroso, e nele não está a verdade. (I João 2.4). Estaria João falando dos

mandamentos do Decálogo?

USANDO OS PRINCÍPIOS GERAIS

Uma grande parte da arte de interpretação de passagens é mover-se das

questões específicas mencionadas no texto bíblico para o princípio geral que está

por trás desses elementos específicos.

Deus não apenas resume toda a sua lei em dez mandamentos (Êx 20.1-17;

Dt 5.6-21), como também dá outros sete sumários de leis. O Salmo 15 conserva a

Lei de Deus em onze princípios; Isaías 33.15 a expõe em seis mandamentos;

Miquéias 6.8 as resume em três ordens; Isaías 56.1 as reduz ainda mais a dois

mandamentos; e Amós 5.4, Habacuque 2.4 e Levítico 19.2, colocam toda a lei em

uma única declaração geral.

O próprio Jesus deu continuidade a essa mesma tradição ao resumir a lei

toda em dois princípios: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda

a tua alma e de todo o teu entendimento... O segundo semelhante a este é: Amarás

o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.37-40; Lc 10.26-28; Dt 6.5; Lv 19.2, 18).

A fim de identificar princípios gerais no texto bíblico, há três perguntas que os

intérpretes devem fazer:

1) O autor afirma o princípio de maneira explícita na passagem em questão?

2) Se não o faz, um contexto mais amplo revela esse princípio geral?

3) A situação específica do texto contém quaisquer razões, explicações ou

dicas que poderiam sugerir o que motivou o escritor a ser tão concreto em vez de

abstrato, ao mencionar as ilustrações específicas que ele escolheu?

A busca pelos princípios no texto bíblico normalmente não se encontra em

palavras ou frases isoladas e certamente não está em versículos editoriais do texto.

Em vez disso, tais princípios são mostrados pela tese que controla parágrafos,

capítulos, seções de um livro, e até mesmo livros inteiros da Bíblia.

Outros recursos literários são acionados, tais como as cláusulas de motivo.

As cláusulas de motivo podem tomar pelo menos uma entre quatro formas (a

cláusula de motivo aparece em itálico):

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1. Explanatória — um apelo ao bom senso do ouvinte. "Se um homem

amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto; amaldiçoou a seu pai ou sua mãe; o

seu sangue cairá sobre ele" (Lv 20.9; ver também Dt 20.19; 20.5-8).

2. Ética — um apelo à consciência, à moral. "Quando edificares uma casa

nova, far-lhe-ás, no terraço, um parapeito, para que nela não ponhas culpa de

sangue, se alguém de algum modo cair dela" (Dt 22.8).

3. Religiosa e teológica — um apelo à natureza e vontade de Deus. "Não

profanarão as coisas sagradas que os filhos de Israel oferecem ao Senhor, pois

assim os fariam levar sobre si a culpa da iniqüidade, comendo as coisas sagradas;

porque eu sou o Senhor que os santifico" (Lv 22.15,16; Ver Dt 18.9-12).

4. História da redenção — um apelo à intervenção do Senhor na história de

seu povo. "Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o

estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante. Lembrar-te-ás que foste

escravo na terra do Egito; pelo que te ordeno que faças isso" (Dt 24.21,22).

Uma vez que identificamos o princípio geral, devemos aplicar esse princípio à

nossa vida, seja à mesma situação que o texto das Escrituras apresenta ou a uma

situação semelhante ou comparável.

LUZES DA PRÓPRIA BÍBLIA

PARALELISMOS

É muito importante que as passagens paralelas sejam comparadas. Há três

classes de paralelismos: Os verbais ou de palavras, os de idéias ou reais, e os de

ensinos gerais.

Os paralelos verbais ou de palavras, são as passagens onde ocorre a

mesma palavra. É a base para a construção das Concordâncias Bíblicas e da

maioria das referencias marginais que se encontram em algumas edições das

Escrituras.

Os paralelos de idéias ou reais são as passagens em que, apareça ou não

uma ou mais palavras comuns, se trata do mesmo tema ou se expões a mesma

doutrina.

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Para a correta interpretação de determinadas passagens, não basta conhecer

os paralelos de palavras e idéias, é necessário recorrer ao teor geral, ou seja, aos

ensinos gerais das Escrituras, de ser anunciado tal ou qual coisa pela boca de

todos os profetas, e, dos profetas (pregadores) usarem o seu dom conforme a

medida da fé, ou seja, segundo a analogia ou regra da doutrina revelada (I Coríntios

15.3, 14; Atos 3.18; Romanos 12.6).

Assim que, os valores hermenêuticos das passagens paralelas, quer sejam

verbais, de idéias ou de ensino geral, consiste na possibilidade de comparar textos

que nos parecem meio obscuros, com outros que, tratando do mesmo tema ou

empregando certas palavras ou frases cujo sentido buscamos descobrir, possa

projetar sobre eles uma nova luz.

Temos o exemplo do texto de Apocalipses 3.5 que promete "ao que vencer

será vestido de vestiduras brancas". O leitor verá que ali temos uma linguagem

figurado ou simbólico, ficando por descobrir-se o que simbolizam tais vestiduras.

Uma Bíblia com referencias lhes indicará o versículo 8 do capitulo 19, onde se

encontra a chave do símbolo. "E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro

e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos". (Ap. 19.8).

Outras referências nos conduziria a Isaias, onde se diz que, “nossa justiça são

como trapo de imundícia" Isaias 64.6.

Da mesma forma as narrativas paralelas dos Evangelhos se completam umas

com as outras do ponto de vista histórico.

IDENTIFIQUE O GÊNERO LITERÁRIO

Atente à gramática e à estrutura da passagem.

Devemos ler uma passagem com muita atenção, dando um tratamento

especial aos detalhes gramaticais. Temos de levar em consideração como o

pensamento do autor progride. Temos de seguir a sua argumentação, entrar no

mundo da sua história, absorver sua poesia. Para isso, temos de considerar coisas

como os conectivos (mas, portanto), tempos verbais, e modificadores dos

substantivos, para nos ajudar a descobrir as conexões lógicas entre as idéias.

Um estudo sério da gramática e sintaxe (estrutura) devem ser baseados na

língua original em que o texto foi escrito. A maioria dos leitores da Bíblia não sabe

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hebraico, língua em que o Antigo Testamento foi escrito e nem o Grego do Novo

Testamento. Por essa razão, ter uma cópia literal de uma tradução é muito útil para

que possamos fazer um estudo sério da Bíblia. Novamente, repito que para se ter

uma melhor compreensão do texto original devemos usar o método da comparação

de um grande número de traduções. Um bom comentário baseado no hebraico ou

grego tem um valor inestimável para fazer uma análise relacional entre a gramática

e estrutura.

ANALISANDO O PANO-DE-FUNDO HISTÓRICO E CULTURAL

A Bíblia foi escrita em um tempo e numa cultura muito diferente da nossa. Isto

posto, para descobrir o significado do autor, temos que aprender a ler como se

fôssemos um dos seus contemporâneos.

Como fazer isto? A maioria de nós recorre a comentários e outras

ferramentas de ajuda. Esses livros podem nos proporcionar uma visão do pano de

fundo cultural e histórico dos escritos bíblicos. Por exemplo, a Bíblia, com

freqüência, descreve o Senhor cavalgando nas nuvens (SI 18.7-15; 104.3; Na 1.3).

Um comentário nos diz que os vizinhos de Israel freqüentemente pintavam seu deus,

Baal, cavalgando numa carruagem para a batalha. Se analisarmos a imagem bíblica

à luz do antigo Oriente Próximo, perceberemos que a nuvem de Deus é uma

carruagem da qual ele se utiliza para a guerra. No Novo Testamento, vemos que

Jesus também se utiliza da imagem de um cavaleiro nas nuvens (Mt 24.30; Ap 1.7).

e entendemos que não se trata de uma nuvem branca e fofinha, mas sim de uma

nuvem de tempestade que ele dirige num julgamento. Agora, sim, podemos

perceber que a imagem do Antigo Testamento chamava os israelitas adoradores de

Baal ao arrependimento e à adoração do verdadeiro cavaleiro das nuvens, Yahweh

(o nome próprio de Deus no Antigo Testamento, traduzido por SENHOR).

E a passagem do Salmo 23.1? Conseguimos entender a figura de um pastor

sem recorrer ao mundo antigo? Sabemos o que faz um pastor: ele protege, guia,

toma conta das suas ovelhas.

A resposta é sim — e não. Nos tempos bíblicos, os pastores agiam como os

pastores dos tempos modernos de todas essas maneiras. Porém, se não estivermos

cônscios do uso da figura do pastor no antigo Oriente, perderemos um aspecto

importante do Salmo. Os reis do Oriente sempre se referiam a si mesmos como

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"pastores" do seu povo. Quando lemos o Salmo 23 à luz do seu pano-de-fundo

histórico, descobrimos um ensino importante: O Senhor é o pastor real.

Procure analisar os aspectos histórico-culturais envolvidos no texto. O

conhecimento histórico-cultural nos ajuda a entender determinados textos.

1. Porque o estudo histórico cultural é importante?

Primeiro. Só através de um estudo histórico certos fatos bíblicos podem ser

compreendidos. Jesus, por exemplo, faz uma alusão a tradição dos anciões. Como

compreender esta passagem? A compreensão vem através de um estudo histórico

contextual. Na parábola dos talentos, o que Jesus quer dizer? E ainda, a respeito

dos nazireus, quem eram eles? O que faziam?

Estas situações só podem ser respondidas através das análises histórico

cultural. O que pretendemos adiante é examinar minuciosamente este método.

Segundo. A análise histórica cultural revela as motivações e intenções que

determinado autor tinha em mente ao escrever uma carta e os interesses de seu

auditório. Além disso, esta análise esclarece informações vitais sobre o autor bíblico,

sua vida, e seus valores e o auditório a quem ele se dirigiu.

2. Situações onde a análise histórico cultural é importante

2.1 Caso I - A parábola dos talentos

Quanto vale 1 talento? 1 talento= 6000 mil denários, sendo que 1 denário era

o salário de um dia do trabalhador.

==>Portanto, 1 talento = a cerca de 6000 mil dias de trabalho = 18 anos

2 talentos = 12000 mil dias = 36 anos de trabalho

5 talentos = 30000 dias = 90 anos de trabalho.

==>5 talentos correspondia a uma quantia altíssima, a ser negociada.

Nesta passagem, talento significa valor monetário. Simbolicamente, talento

significa dons distribuídos por Jesus à Igreja.

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2.2 Caso H - Mt 10: 24 ; Mt. 24:17- Os telhados judaicos

No tempo de Cristo, as casas comuns eram constituídas de apenas um

cômodo, com pouquíssimo mobiliário, e quase nenhum adorno. Muitas delas

mediam cerca de 3,5 metros quadrados; tinham somente duas ou três janelas, e o

assoalho era de terra batida. Todas as moradias, até mesmo as mais pobres, tinham

uma escada externa que dava acesso ao telhado, que era plano. Grande parte das

reuniões de família e atividades sociais era realizada no telhado ou no quintal.

Muitas vezes eles até dormiam no telhado, sob o céu estrelado, principalmente nos

meses quentes do verão. Quando queriam um pouco mais de privacidade, erguiam

ali uma barraca ou um quartinho.

TELHADOS PLANOS. Ao se construir uma casa, o telhado, que praticamente

era a sala de estar, recebia certos cuidados especiais. Ele era armado com pesadas

vigas de madeira, sobre as quais se colocavam varetas, sendo tudo recoberto com

uma massa de barro, à qual se misturava palha picada. A fumaça dos fogões era

escoada pelas janelas. As famílias mais abastadas, ao construir a casa, assentavam

ladrilhos no telhado para aumentar lhe a resistência. Um telhado de barro exigia

muitos cuidados. Vez por outra os moradores tinham que rechear com barro os

desgastes causados pelas chuvas. Alguns plantavam grama nele, para tentar

protegê-lo da erosão. Regularmente era necessário fazer uma espécie de lixamento,

para mantê-lo plano e impermeável. Mas a despeito de todos os cuidados, não

conseguiam evitar as goteiras, que se tornaram motivo de símiles cómicas (Pv

19.13). Nas tardes quentes era muito comum às mulheres trabalharem no telhado

preparando pão, tecendo fazendas, fazendo a secagem do linho ou de frutas como o

figo e tâmara, ou então "Gatando" Cereais. Era ali também que se estendiam as

roupas lavadas para secar.

Sendo o telhado plano, prático e de fácil acesso, era utilizado de diversas

maneiras. Certa vez Pedro foi orar no telhado (At 10.9); e muitos outros Já fizeram o

mesmo. Era dali que se faziam as comunicações especiais, enunciadas em alta voz,

e ouvidas em todo o bairro (Mt 10.27; LC 12.3). Era tão comum haver atividades nos

telhados que a lei mosaica dispunha que se construíssem nele parapeitos (Dt22.8),

que geralmente eram gradeamentos de madeira.

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Naquele tempo, era muito raro haver construções de dois pavimentos,

embora fosse bastante comum fazerem-se pequenos cômodos no telhado, desde

varandinhas até quartos para hóspedes. Esse cômodo, chamado alliyah, às vezes

seria como casa de veraneio ou aposento de oração, como vemos em Mateus 6.6;

ali Jesus diz a seus seguidores que, ao orar, eles deveriam entrar no "quarto” em

vez de exibir sua religiosidade em público.

Os telhados planos da velha cidade de Jerusalém eram ótimos lugares para

se orar (At 10.9), e era dos telhados também que se faziam as proclamações e

comunicações (10.27; Lc 12.3).

2.3 Caso m- Mt. 15 - A tradição dos anciões

Era um costume originado pela lei oral, e codificada no Misna. A lavagem das

mãos ocorria antes, durante e depois das refeições. Os judeus acreditavam que o

rito da lavagem das mãos os livrava das imundícies do mundo, tornando-os dignos

de adorarem a Deus e receberem as bênçãos divinas. Esse ritual envolvia uma

forma especial de lavagem, levantando-se as mãos e fazendo-se a água escorrer

sobre os pulsos, até os cotovelos. A lavagem durante as refeições exigia água limpa

especialmente reservada para esta finalidade. Esses rituais nada tinham a ver com

higiene física, e sim com a espiritual, para eliminar os perigos do contato com os

gentios e outras coisas que causavam imundície espiritual. Uma citação da lei oral

diz: "Qualquer que come pão sem lavar as mãos, tem a mesma culpa do que se

tivesse deitado com uma prostituta". Um rabino comenta: "qualquer que despreza a

lavagem das mãos será desarraigado do mundo”. Estas expressões demonstram a

importância deste rito para os judeus.