Hídrias: Dora Ferreira da Silva e os mitos gregos
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Narciso ILampeja o olhar que antes a toda belezase esquivara. És tu, Narciso,teu reflexo nas águas, ou a irmãde gêmeo rosto e forma?Não, não te afastas, porque a unidadeem duas se faria e o mundo das sombras ululaà espera de tal luto. Permaneces inclinadoe adoras, sem saber se és tu, ou quem queres vernos exasperando amor que as águas refletem.
A Morte veio enfim buscar-te, consternada,vendo os olhos do estranho amante fixos na flor nascida de teu sonho.
O canto ancestral de Dora Ferreira da Silva
Com uma escrita permeada pelos elementos míticos, símbolos e arquétipos, Dora Ferreira da Silva é defensora de uma poesia atemporal. De descendência grega, a escritora e tradutora, que dedicou mais de 50 anos à arte poética, intensifica sua relação com a temática mítica em sua última obra lançada em vida: o livro Hídrias.
Conclusões
Elemento fundamental na poesia de Dora Ferreira da silva, o mito, enquanto perpetuador dos símbolos arquetípicos, é o construtor da perenidade da sua poesia. É com a reativação e a transposição dos mitos antigos para o cotidiano que a poeta sensibiliza o seu leitor, fazendo-o refletir acerca do sentido da existência humana.
Questões pesquisadas
Por que o mito sobrevive?Como os mitos se relacionam com a condição humana?O que Narciso tem a ver com o homem contemporâneo?Como esse mito é evocado na poesia de Dora Ferreira da Silva?