HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf ·...

12
H I G H L I G H T S 10 de novembro de 2016 Hotel Pullman Ibirapuera São Paulo - Brasil

Transcript of HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf ·...

Page 1: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

H I G H L I G H T S

10 de novembro de 2016Hotel Pul lman Ib i rapuera

São Paulo - Bras i l

Page 2: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

P A N O R A M A

No dia 10 de novembro, o Hotel Pullman Ibirapuera, em São Paulo, foi sede do 1º Encontro Latino-Americano de Point of Care. Com o auditório cheio, o evento contou com 20 pales-trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Apoiado pela Alere, empresa de diagnósticos, o evento é uma iniciativa de três patologistas clínicos – Dra. Paula Távora, membro da Comissão de Testes Laboratoriais Remotos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e presidente do Conselho de Ex-Presidentes da SBPC/ML; Dr. Octávio Fernandes, vice-presidente da DASA, empresa prestadora de serviços de Medicina Diagnóstica; e Dr. Carlos Ballarati, membro da SBPC/ML e sócio-fundador da Consulta do Bem, startup destinada a promover agendamento médico on-line e consultas a preços acessíveis.

Dra. Paula Távora, responsável pela cerimônia de abertura, em seu discurso de apresentação e de boas-vindas, declarou que o pensamento inicial foi o de investir em um evento que contasse com aqueles que estão diretamente envolvidos no cenário do Point of Care (POC), tanto no Brasil quanto na América Latina. “No âmbito do POC, queríamos trazer a discussão sobre o que tem sido feito nas áreas de triagem e diagnóstico de doenças com a profundidade que o assunto merece”, afirmou. A especialista defendeu, também, o debate sobre o real conceito que o termo deve englobar, dada a abrangência das atividades às quais se relaciona, que permeiam todas as camadas da atenção primária, secundária e terciária.

Em entrevista para o Highlights POCDAY, o VP de Marketing da Alere para a América Latina, Cyrille Schroeder, comentou o fato de as tecnologias POC não serem ainda um assunto de destaque na área da Saúde. Segundo ele, isso faz com que seja necessário criar eventos que permitam debater o tema, esclarecendo, inclusive, a importância de o POC ser adotado pelos sistemas de saúde. Com base nisso, Schroeder considera que o encontro atingiu suas expectativas: “Tínhamos a vontade de inserir a relevância do assunto nas mentes de vários tomadores de decisão da Saúde e acredito que o objeti-vo foi alcançado com esse evento, de modo especial pela qualidade dos palestrantes convidados. Foi

possível notar a empolgação que as discussões geraram. O tema foi extremamente bem recebido pelo público”.

Anderson Caiado, gerente-geral da Alere no Brasil, também se mostrou satisfeito com o sucesso da iniciativa e reforçou a importância do encontro, ao indicar como exemplo

o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, que tem por objetivo elevar o acesso ao diagnóstico da patologia, o que é feito por meio de testes rá-

pidos. “Ao todo, são mais 13.500 localizações no país que testam os pacientes nos locais de atendimento, totalmente descentralizados”, informou. De acor-do com Caiado, sem os testes, seria muito difícil atingir esse objetivo, visto

que os exames dependeriam de uma estrutura laboratorial mais complexa e o custo seria muito alto.

Anderson Caiado e Cyrille Schroeder

Por M

aria

na M

orei

ra /

Foto

s de

divu

lgaç

ão

A partir da esquerda, os patologistas clínicos idealizadores do evento: Dr. Octávio Fernandes, Dra. Paula Távora e Dr. Carlos Ballarati

2

Page 3: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Dra. M

iriam Fr

anch

ini

Sobre o mercadoConsultora especializada em diagnósticos para a

saúde global e ex-diretora de Serviços de Diagnóstico para a Clinton Health Access Initiative (CHAI), Mau-rine Murtagh foi convidada para falar sobre o mercado de Point of Care.

Em seu discurso, Maurine afirmou que o mercado de POC tem crescido. Contudo, embora os testes rápidos tenham um grande papel no âmbito do Point of Care em cenários com recursos limitados, não são suficientes para todas as necessidades diagnósticas e a qualidade ainda é um ponto a se levar em consideração. Em vista disso, uma das tendências tem sido o desenvolvimento de plataformas multiplex, sendo a maioria delas mo-leculares, que oferecem sensibilidade e quan-tificação melhores, resultados objetivos e versatilidade. Além disso, tem-se pro-vado que é possível desenvolver essas plataformas para uso nas proximidades ou no pró-prio local de cuidado.

Sobre a nova ge-ração de tecnologia para POC, segundo Maurine, são dis-positivos que trabalham

com técnicas microfluídicas e nanotecnolo-gia. “Muitas dessas tecnologias em desen-volvimento parecem ser promessas con-sideráveis na área, mas não estão em comercialização ainda e é provável que não estejam disponíveis em curto prazo”, complementou.

Apesar das possibilidades e do futuro promissor, a consultora indicou que a implementação do POC em determinados países pode acentuar as falhas do sistema laboratorial, como trei-

namento, cadeia de suprimento, serviço de manutenção etc. “O processo de desenvol-

vimento do produto provou ser um desafio e sua introdução no mercado não é um

exercício trivial, especialmente no que diz respeito às vias regulatórias de

cada país. A distribuição tam-bém é um desafio. O resul-

tado tem sido e continua a ser o alto custo para os desenvolvedores e atrasos significantes na introdução do mer-

cado e implementação do POC”, definiu.

“A introdução

do POC no

mercado não é um

exercício trivial, especialmente

no que diz respeito às

vias regulatórias de cada país”

Maurine Murtagh

Point of Care application & usefulness

Moderado por Dra. Paula Távora, o painel que discutiu a aplicação e a utili-dade do Point of Care destacou vários aspectos, como o manejo de epidemias, tema da palestra de Dra. Miriam Franchini, especialista em diagnóstico labora-torial e consultora do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde.

Encarregada de falar sobre o manejo de epidemias, a palestrante declarou que entende o POC como testes simples, que apresentam resultados dentro de 30 minutos, idealmente, dispensam equipamentos e permitem a utilização de uma variedade de amostras – plasma, sangue total, fluido oral, urina etc.

Maurin

e Murt

agh

3

Page 4: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

O POC e as DSTsDe acordo com a especialista, segundo a

OMS e também conforme sua experiência, os tes-tes rápidos para diagnóstico de HIV têm uma excelen-te qualidade, dependendo do fabricante, da condição de armazenagem e de como foram executados. “E são vários os princípios que encontramos nos testes dispo-níveis, como aglutinação, imunodot, imunocromato-grafia, imunofiltração etc. Há uma variedade de meto-dologias utilizadas na construção desses dispositivos”, acrescentou.

Prosseguindo, a consultora destacou que os testes rá-pidos foram planejados para serem, idealmente, de uso individual, o que corrigiria um erro frequente – a troca de amostras –, já que o teste é realizado presencialmente.

Por ter integrado ativamente o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, a palestrante pôde apresentar a estimativa de que 70% da população brasileira seja sexualmente ativa. Em uma reflexão favo-rável ao POC, com um cenário hipotético e ideal, no qual fosse possível realizar todos os testes necessários só para o HIV nessa população estimada, a especialista concluiu: “Nesse caso, nós teríamos que realizar, por ano, só no Brasil, 144 milhões de testes. No mundo, seriam mais de cinco bilhões de testes, e eu estou res-tringindo isso apenas ao HIV”. Com a projeção, a espe-cialista quis mostrar que não existe capacidade instalada de laboratório no mundo para garantir acesso universal ao diagnóstico da patologia.

Em números, foram adquiridos, no Brasil, para utiliza-ção entre julho de 2015 e 2016, 13.788.000 testes rápidos de HIV (sendo mais de 8,5 milhões de testes efetivamente distribuídos em 2015). Para sífilis, hepatite B e hepatite C, acima de 9 milhões. No entanto, apesar da disseminação dos testes, estima-se um grande número de brasileiros por-tadores do vírus ainda não diagnosticados: “Em nossa expe-riência com testes rápidos, conseguimos diagnosticar 255 mil portadores da infecção pelo HIV. Caso não tivéssemos utilizado essa ferramenta na saúde pública, eles jamais te-riam sido diagnosticados”.

GovernoQuanto à atuação governamental, Dra. Miriam Fran-

chini declarou que o Poder Público age por meio de por-tarias ministeriais, que determinam a sensibilidade e a es-pecificidade aceitáveis para que o teste possa ser utilizado no Brasil. No caso do HIV, a sensibilidade tem que ser de 99% e a especificidade de 99,5%. A portaria relacionada ao HIV também permite que o diagnóstico seja feito por dois testes. Contudo, na prática, existe o terceiro teste – a car-ga viral –, utilizado em todo o país e que serve de baseline para o pronto início do tratamento. “Ao adotarmos esse método, corrigimos um problema que é muito frequente em outros países: os falso-positivos. Quando combinamos dois testes de altíssima sensibilidade, jogamos o valor pre-ditivo positivo lá para cima. Como existem os ‘duplo-aza-rados’, que fazem o duplo resultado falso-positivo, essas pessoas podem ser incluídas no protocolo de tratamento sem que efetivamente portem o vírus. Por isso é importan-te testar a carga viral de todos”, analisou.

DesafiosSegundo a palestrante, a difusão dos testes rápidos ain-

da enfrenta dificuldades, como a promoção do acesso em longa escala, a padronização do procedimento, a determi-nação de um controle de qualidade melhor e o treinamen-to correto dos responsáveis por realizar os testes.

Outro ponto a considerar é a logística: a especialista informou que já foi possível mapear diversas unidades no Brasil que utilizam testes rápidos para fazer o diagnóstico de HIV. “Essas pessoas participam do programa de contro-le de qualidade, que nos permite avaliar um operador. Em um mesmo serviço, às vezes, até dez ou quinze pessoas executam o teste – umas fazem corretamente, outras não”, explicou. Nesse sentido, a consultora reforçou que treinar os operadores é um desafio enorme: “O Brasil adota um sistema de ensino à distância gratuito. No Telelab (nome do programa de ensino), inscrevem-se aqueles que têm interesse em obter o diploma. Entretanto, é possível ter acesso ao passo a passo sem realizar a inscrição”.

4

Page 5: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Dr. Ade

lino d

e Melo

Freir

e Jr.

Outro ponto alto do painel foi a palestra sobre o manejo da resistência antimicrobia-na, apresentada por Dr. Adelino de Melo Freire Jr., infectologista e chefe da Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG). De acordo com o palestrante, espera-se que, até 2050, a resistência antimicrobiana cresça a tal ponto que se torne responsável por quase 10 milhões de mortes por ano – mais do que o câncer mata hoje –, e com um custo acumulado, durante esse período, de mais de 100 trilhões de dólares. Segundo Freire, os dados justificam, de fato, a preocupação global.

Conforme o infectologista, sabe-se, hoje, que as bactérias portam mecanismos de re-sistência complexos. “O que fazemos com os antibióticos é um processo de acelerar a seleção natural. Simplesmente ajudamos a selecionar as cepas que são mais adaptadas, e elas têm uma capacidade incrível de passar isso para as demais gerações e para outras espécies de bactérias, o que as faz evoluir e sobreviver em um cenário adverso”, explicou.

Mecanismo de resistênciaFreire demonstrou que existe uma correlação direta en-

tre o uso de antibiótico e o desenvolvimento de resistência – quanto mais se usa antibiótico, mais resistentes as bacté-rias ficam. Com base nisso, um dos grandes problemas, de acordo com o especialista, é referente ao tratamento de sín-dromes infecciosas, principalmente as graves, como sepse e pneumonias associadas à ventilação mecânica. Ou seja, quando o tratamento não é correto no momento inicial, pode elevar as chances de mortalidade do paciente. Dessa forma, o impacto de acertar o antibiótico no início do trata-mento da sepse é de suma relevância.

ConsequênciasPara esclarecer o quadro, o palestrante usou o exemplo

de um médico ante uma suspeita de infecção: “Ele se vê em um cenário no qual precisa tomar uma decisão – precisa saber se, de fato, é uma infecção ou não, qual antibiótico vai prescrever etc., tudo sob a pressão de não poder cometer erros, principalmente em situações em que há suspeita de sepse, podendo, inclusive, enfrentar processos caso o des-fecho não seja o esperado pelo paciente”.

A fim de reforçar a importância do tema, Freire relem-brou a publicação JAMA, de maio de 2016, que avaliou, entre 2010 e 2011, a quantidade de antibióticos prescritos nas salas de emergências dos hospitais nos Estados Unidos. O estudo mostrou que até 30% dessas medicações são indicadas sem necessidade, sendo que, conforme o palestrante, os outros 70% não foram avaliados em relação à dose e tempo de trata-mento, o que poderia revelar ainda mais inadequações.

No mesmo âmbito, outra questão levantada pelo es-pecialista foram as doenças respiratórias. “Existe uma sobreposição de sintomas da infecção viral e bacteriana e o número de antibióticos utilizados desnecessaria-mente é mais alarmante: de quase 40 milhões de pessoas

que recebem tratamento para doenças respiratórias nos Estados Unidos, anualmente, mais da metade usou anti-bióticos sem indicação. Ou seja, 27 milhões de pessoas recebem antibiótico sem necessidade por ano”, revelou.

Para o infectologista, essa carga de uso inadequado gera um círculo vicioso, no qual se aumentam:

• A resistência da bactéria;• A ineficiência da terapia;• O tempo de tratamento;• Os riscos ligados à hospitalização;• Os custos do tratamento.

Ademais, há a limitação de alternativas terapêuticas, por causa da dificuldade em acertar o antibiótico nova-mente. Outro ponto salientado por Freire é a restrição de novas drogas lançadas nas últimas décadas, pois a indústria perde o estímulo para novas produções, devido ao gran-de investimento em algo que, brevemente, estará fadado à obsolescência.

Combate à resistência antimicrobianaEm sua apresentação, o destaque para o combate à

resistência antimicrobiana foi dado aos testes rápidos, como uma forma lógica de reduzir o uso desnecessário de antibiótico. Conforme o infectologista, o acesso ao diagnóstico microbiológico se baseia em uma técnica artesanal que ainda é a mesma de um século atrás. Sendo o resultado da cultura positivo, é feito o antibiograma, cujo resultado pode levar até mais de 96 horas para ser obtido, tempo que pode mudar ou não o desfecho do caso. Por outro lado, já existe, de acordo com o especialista, o PCR, exame que, poucas

5

Page 6: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Dr. Jorg

e Esp

inoza

horas após o resultado positivo, permite fazer um diagnós-tico preciso que auxiliará o médico na melhor escolha te-rapêutica. “Com isso, é claro que os testes rápidos mudam a forma de tratar o paciente, alterando as possibilidades de um tratamento empírico e possibilitando um tratamento preciso, já de forma imediata”, sustentou.

Como exemplo, Freire descreveu uma situação referente à suspeita de Clostridium na instituição em que trabalha, o Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte: “Quando pensa-mos em Clostridium – que não é uma bactéria multirresisten-te, mas está totalmente ligada a esse cenário de uso de antibi-ótico, de dificuldade nos tratamentos –, é solicitado um teste de antígeno e toxina. Se o resultado for positivo, o laborató-rio emite uma sinalização para o médico assistente começar o tratamento e para o controle de infecção hospitalar, que inicia a precaução de contato com as enfermeiras; sinaliza, também, o manejo de leitos, para que se coloque o paciente em um quarto privativo; e indica à equipe de limpeza que comece a desinfecção com derivados de cloro”, relatou.

Assim,, o palestrante mostrou que os testes rápidos podem ser de grande ajuda, pois indicam se a infecção é

viral ou bacteriana, qual é o tipo de bactéria envolvida, se aquela bactéria é resistente a determinada medicação ou se ela é sensível a uma droga específica.

Tipos de testes rápidos disponíveisConforme o infectologista, há desde os dipsticks de uri-

na até os métodos moleculares, mais sofisticados: “De certa forma, todos nos apoiam a diminuir o uso de antibióticos e, assim, a manejar a resistência antimicrobiana”, definiu.

ObstáculoO maior empecilho à utilização dos testes rápidos, para

o especialista, é o alto custo, algo que precisa ser negociado e justificado com os gestores do hospital em que trabalha, por exemplo. “Há diversas publicações indicando que ter um diagnóstico rápido traz impacto de benefícios clínico e financeiro no manejo dessas situações. Apesar disso, ainda assim nos vemos, frequentemente, tendo essa tecnologia negada pelas fontes pagadoras”, lamentou.

Também foi abordado o ge-renciamento de doenças crônicas,

apresentado por Dr. Jorge Espinoza. Especialista em Endocrinologia e Biolo-

gia da Reprodução Humana e ex-presidente da Federação Mexicana de Diabetes, Espinoza iniciou comentando que as doenças crônicas degenerativas são muito prevalentes em seu país, o México, e que das pessoas com diabetes mellitus, muitas são obesas, hipertensas ou possuem disli-pidemia. “O diabetes mellitus, principalmente o tipo 2, é um problema de saúde mundial. Mais do que uma epide-mia, é uma pandemia. As pessoas afetadas vivem de oito a dez anos menos do que a população em geral. Portanto, sua expectativa de vida é menor, assim como sua quali-dade de vida, sendo que a obesidade, a hipertensão e a dislipidemia só incrementam esses fatores de risco do ponto de vista da saúde”, afirmou. Além disso, o

palestrante informou que 85% de pessoas com a patologia morrem de infarto do miocárdio ou de derrame cerebral, e que 50% das amputações não traumáticas são oriundas do diabetes mellitus.

Assim, para Espinoza, mais do que fazer um manejo da doença crônica degenerativa, o interesse maior está em re-alizar a prevenção. Para isso, é necessária uma série de fer-ramentas que permitam tomar decisões rapidamente – já que, dependendo do caso, é necessário internar o paciente –, solução encontrada com o POC. Um exemplo é hemo-globina A1C (HbA1C), um marcador que ajuda a realizar um diagnóstico de forma rápida. “Se, no momento da ava-liação, consigo a análise da hemoglobina A1C, vou saber como está o controle da glicose do paciente nos últimos quatro meses, pelo menos. Assim, tenho uma ferramenta que me possibilita saber o grau do controle metabólico do indivíduo”, detalhou.

“O diabetes mellitus, principalmente o tipo 2, é

um problema de saúde mundial. Mais do que

uma epidemia, é uma pandemia. As pessoas afe-

tadas vivem de oito a dez anos menos do que a

população em geral”

Dr. Jorge Espinoza

6

Page 7: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Dra. Pa

ula Tá

vora

“Essa descentralização, da forma

como nós patologistas clínicos

pensávamos, deveria ser vincula-

da a um laboratório clínico, e toda

responsabilidade dos resultados, do

controle de qualidade, deveria estar

dentro dos modelos que os laboratórios

clínicos controlam”

Dra. Paula Távora

Point of Care success stories

Tendo o Dr. Octávio Fernandes como moderador, esse segundo painel trouxe casos de sucesso na utilização do POC. Dentre as histórias de destaque esteve a apresentada por Dra. Paula Távora, uma das fomentadoras do encontro.

À luz do tema “Testes Ambulatoriais para Doenças Infecciosas”, a palestrante iniciou fazendo uma breve análise do mercado brasileiro de POC, ressaltando que a experiência do Brasil no assunto ainda é muito peque-na, apesar de o interesse ser grande. Na sequência, a especialista fomentou a discussão sobre a necessidade de organizar melhor a implantação do POC no país e suas possibilidades, e definiu: “Nós estamos caminhan-do para um modelo de negócio muito heterogêneo, não só em princípios estéticos, mas também em relação ao quesito multidisciplinaridade, quando pensamos em quem vai manusear as amostras. Se elas não forem con-troladas por laboratórios, vejo aí uma desvantagem e uma barreira. Essa descentralização, da forma como nós patologistas clínicos pensávamos, deveria ser vinculada a um laboratório clínico, e toda responsabilidade dos resultados, do controle de qualidade, deveria estar den-tro dos modelos que os laboratórios clínicos controlam. Além disso, quando descentralizamos, crescem as chan-ces de um uso inapropriado dos testes”.

A especialista ressaltou a falta de regulação da ativida-de que envolve o POC e observou que a velocidade do avanço tecnológico não é compatível com a velocidade e a capacidade regulatórias no país, o que abre um grande precedente para discussão. Em entrevista ao Highlights POCDAY, Dra. Paula Távora declarou que, por ora, no seg-mento laboratorial, a única norma que menciona o POC é a RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Conforme a palestrante, seria preciso criar uma norma só para esse setor.

A patologista também destacou a necessidade de re-modelamento do sistema de saúde por demanda de cui-dados e salientou o envelhecimento da população, pois a expectativa de vida chega a 70 anos e crescem os efeitos do envelhecimento, como os problemas renais. “Acredito, inclusive, que a Geriatria, hoje, é muito imatura. Precisa-mos diagnosticar melhor, porque as doenças estão se apre-sentando em maior número”, avaliou.

Outro ponto levantado pela especialista é o debate acerca dos valores de referência, questionando os valores baseados na população jovem saudável, por exemplo. Para a especialista, essa questão precisa ser revista quando se

trata de POC. “De repente, montamos um modelo de des-centralização que oferece uma resposta rápida, constante e total, e quais são os valores de referência definidos? Dá tempo de estudar todos os valores de referência antes de implementar esse modelo?”, indagou.

Outra preocupação da especialista é quanto ao que ela nomeou “emancipação da informação”, visto que o moni-toramento de doenças crônicas, por exemplo, está saindo da responsabilidade dos médicos, dos laboratoristas e dos especialistas na área porque os pacientes estão decidindo o que eles querem para cuidar das suas doenças.

A palestrante também destacou a urgente necessidade de priorizar a atenção primária indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “A partir disso, começamos a ver que o sistema está insuficiente. Temos a preocupação em não excluir, mas não temos um mapeamento mundial, global ou descentralizado por meio do qual possamos evoluir tanto assim na atenção primária. Há carência de atenção às comunidades. Há falta de movimentos de saúde pública, para que se consiga atender a uma demanda maior, capilarizando a disponibilidade de testes de diagnóstico para áreas menos centralizadas do que os hospitais ou as unidades de saúde”, avaliou a patologista, instigando ques-tões a serem pensadas e discutidas sobre o tema.

7

Page 8: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Dr. Octá

vio Fe

rnand

es

“Com implantação de um programa

de POC em oito hospitais do Brasil,

conseguimos reduzir o tempo de

entrega dos resultados em mais de

50% do habitual. Ainda, nós montamos

um menu específico e os médicos e a

administração das instituições viram

muito valor nisso”

Dr. Octávio Fernandes

Dr. Octávio Fer-nandes, outro idea-

lizador do projeto, tam-bém apresentou um caso de

sucesso de sua experiência com POC, abordando a implantação do

processo em emergências hospitalares. “Montamos o projeto em oito hospitais no

Brasil – cinco em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Brasília. Em todos, conseguimos reduzir o tempo de entrega dos resultados em mais de 50% do habitual. Ainda, nós mon-tamos um menu específico e os médicos e a administração das instituições viram muito valor nisso”, contou. Sobre os desafios de sua experiência, Fernandes declarou que um dos maiores é estruturar um menu que seja compatível com a emergência e fazer com que os médicos entendam que essa abordagem nova vai trazer valor para a cadeia como um todo.

Outro caso de sucesso foi o apresentado por Dr. Gusta-vo Méndez, cardiologista e chefe da Emergência do Hospital Vera Cruz, no México, que falou sobre o uso do Point of Care nos cuidados intensivos. Segundo o especialista, com os testes rápidos, foi possível reduzir a mortalidade em 50%, devido aos rápidos diagnósticos. “O Point of Care é um serviço que con-segue uma igualdade na atenção médica dada ao paciente e na qualidade do diagnóstico. Eu vivo em uma cidade de 700 mil habitantes, no México, cenário diferente dos locais com po-pulações de 50 ou 70 mil habitantes, em que não há hospitais de alta tecnologia. Pelo contrário, são hospitais pequenos, nos quais a tecnologia POC se implementa, dando a pessoas mais pobres a mesma qualidade de atenção oferecida em cidades grandes”, analisou.

O POC na atenção primáriaIntroduzindo seu caso de sucesso com POC,

Dra. Paula Távora relatou que a clínica de medici-na preventiva da qual faz parte, em Belo Horizonte, tem uma parceria com o segmento de varejo – uma rede de drogarias, que convidou o serviço médico a colocar vacinas e testes rápidos para atender a po-pulação. “A partir disso, definimos um fluxo para o paciente ser atendido, com um menu de testes que disponibilizaríamos e o nosso controle de qualidade, o que, particularmente, seria o mais difícil para mim, que fui auditora do programa de acreditação de la-boratórios clínicos por 16 anos”, relatou. Com sua experiência na área, entretanto, ela conseguiu pôr em prática os conceitos de controle de qualidade e viu que é possível realizar esse controle em Point of Care. “Tudo que é possível medir é controlável. Vali-da-se método, reporta-se resultado. Buscamos fazer tudo dentro do recomendado para atingir a seguran-ça do paciente”, complementou.

A epidemia de dengueA patologista contou que Belo Horizonte pas-

sou por uma epidemia de dengue em 2015, com mais de 1 milhão de pacientes infectados. Foi quan-do, segundo ela, surgiu a oportunidade de oferecer o teste rápido de dengue para seus clientes.

Por meio da rede de drogarias, com treze en-dereços, foram oferecidos 650 testes por quatro meses. Em dois meses, foi percebida uma concen-tração da infecção pelo vírus, tendo 71% de posi-tividade, pela detecção das proteínas dos vírus da dengue NS-1 e pelo teste combinado com IgG e IgM. Conforme a especialista, que foi a centraliza-dora das informações, dos 650 casos testados, 23 resultaram em hospitalizações.

A patologista mencionou, também, que um hospital aderiu à iniciativa. “Alguns médicos da instituição envolvida ficaram muito satisfeitos com essa iniciativa, dada a lotação dos pronto atendimentos e das urgências. Com a parceria, eles indicavam os pacientes para a clínica em que trabalho, para que fizessem o teste. Se o resulta-do fosse positivo, nós poderíamos redirecionar para o hospital ou, em caso de viroses não com-plicadas, encaminhávamos para o tratamento em domicílio, tirando, assim a sobrecarga do pronto atendimento”, contou.

8

Page 9: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Para encerrar o ciclo de palestras desse painel, Dr. Alexan-dre Teruya, anestesista nos hospitais Sírio-Libanês e Einstein e diretor médico executivo do Hospital Moriah, todos em São Paulo, levou aos espectadores sua experiência no uso do Point of Care no ambiente perioperatório. Ele destacou que há uma série de protocolos que o anestesista precisa seguir durante o ato operatório e que, quanto mais tempo se ga-nhar nas tomadas de decisão, melhor para o bom desfecho do caso. “São decisões muito simples, mas que podem reduzir a mortalidade e as ocupações dos leitos”, enfatizou.

Em seguida o especialista apresentou casos e sublinhou a importância da mensuração de hemoglobina (Hb) e de lactato

“O Point of Care é um serviço que consegue uma igualdade na atenção médica dada ao paciente e na qualidade do diagnóstico”

Dr. Gustavo Méndez

Point of Care accessDr. Carlos Ballarati, outro dos patologistas que promoveu a iniciativa do encontro, foi o moderador desse terceiro e último pai-

nel. Em entrevista, comentou um dos pontos mais destacados pelos palestrantes: o custo de implantação do Point of Care. Segundo Ballarati, como o POC traz um diagnóstico rápido e com qualidade, acelerando a tomada de decisão pelo médico, isso reflete em diminuição de custos. “Com a utilização do POC em um centro cirúrgico, por exemplo, é possível fazer com que as decisões médi-cas reflitam em uma melhor e mais rápida recuperação do paciente. Consequentemente, há também uma diminuição do tempo de permanência dos pacientes no hospital. Desse modo, apenas usando o Point of Care, consegue-se fazer uma movimentação maior de leitos, aumentando a capacidade de lotação, sem, necessariamente, investir em infraestrutura”, expôs.

Modelo de negócioNesse contexto, o colombiano Rámon Castaño, em sua apresentação, falou sobre o custo-efetividade do POC. Médico,

PhD em Política de Saúde Pública pela London School of Hygiene & Tropical Medicine e membro correspondente da Academia Nacional de Medicina da Colômbia, o especialista se dedica a promover inovações nos modelos de negócio na prestação de serviços de saúde. Em seu discurso, Castaño indicou que o modelo de negócio dos laboratórios centralizados é inadequado ao Point of Care e, quanto ao custo-efetividade, especificamente, o custo líquido para

Dr. Alex

andre T

eruya

no perioperatório. Quanto ao primeiro índice, deu o exemplo de uma cirurgia mamária robótica de paciente com risco cirúr-gico ASA II, 70 anos e ecocardiograma normal. “O cirurgião disseca uma mamária. Enquanto isso, estamos monitorando o índice cardíaco do paciente. Nossa meta é 2.5, mas o paciente está com 1.7. Vamos transfundi-lo? Como ele está com Hb de 9.2, não faremos isso”, expôs.

O anestesista ressaltou ainda que, em uma situação co-mum, é feito um exame um pouco mais demorado, de 20 a 30 minutos. Entretanto, com o Point of Care para a mensuração de Hb, é possível conseguir um resultado em cinco ou dez minutos já para fazer diagnóstico e tratamento.

Dr. Gus

tavo M

énde

z

9

Page 10: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Marcelo Botelho

Dr. Carlos Ballarati

um modelo de negócios direcionado ao POC deve incluir como custos diretos: equipamentos, materiais consumíveis, trabalho e logística; o ciclo completo de cui-dados com número reduzido de contatos; diagnóstico e tratamento precoces, perda reduzida para follow-up e tratamento alvo (por exemplo, antibióticos); uma função de produção diferenciada; e uma perspectiva social.

Gestão da informaçãoQuando se fala de acesso, outro ponto relevante é a conectividade. Marcelo

Botelho, diretor da Veus Technology, empresa destinada a promover serviços digitais para a Saúde, foi o convidado para abordar o assunto.

Para Botelho, um dos grandes desafios na área, o que inclui o POC, é pro-mover para os sistemas de informação a interoperabilidade, termo que definiu como sendo a capacidade de os sistemas se comunicarem, utilizando padrões internacionais que garantam um nível elevado de integração. Para esclarecer, o palestrante citou como exemplo o que diz ser uma das grandes reclamações dos profissionais de saúde: “O médico, muitas vezes, não consegue ter acesso ao histórico do paciente quando ele é transportado de uma unidade para outra. Às vezes, o sistema dá o registro, mas, mesmo assim, de modo parcial. Não existe uma universalização do tratamento da informação, o que gera perda de tempo e aumento de custos e do risco do paciente”.

Para solucionar o problema, Botelho apresentou o hub de informações e servi-ços de saúde, uma das propostas que está sendo oferecida globalmente, atingindo também o Brasil. De acordo com o palestrante, essa iniciativa envolve todas as cadeias e agentes da Saúde – pacientes, médicos, laboratórios, consultórios, far-mácias etc. O diretor explicou que o hub concentraria todas as informações em uma única estrutura, “que proverá desde a identificação do paciente, informações certificadas, documentos, atestados, declarações, até prescrições, por exemplo. E, com isso, será possível garantir a integração entre as mais diversas plataformas: as unidades e departamentos de um hospital conseguem se comunicar bem, assim como o hospital com o laboratório, este com o consultório etc.”.

Moderada por Dr. Car-los Ballarati, a mesa redonda que fechou o

encontro contou com as presen-ças de Dr. Octávio Fernandes, de Dra. Paula Távora, de Dr. Gustavo Méndez, de Maurine Murtagh, da enfermeira colom-biana Sidia Traslaviña e da psi-cóloga argentina María Velez. Fazendo juz ao título da sessão, o destaque desse desfecho foi a pergunta feita por Ballarati, que contestou o isolamento do Point of Care no panorama da Saúde como um todo. Partin-do disso, o especialista pediu a opinião dos palestrantes sobre sua colocação e lhes questio-nou como enxergam o futuro do POC.

A argentina María Velez, mestre em psicologia organi-zacional pela Universidade de Columbia, nos Estados Uni-dos, e especialista em preven-ção nos espaços laboratoriais e relações institucionais com a associação civil de câncer e prevenção, comentou que há a necessidade de se aplicar o POC de forma preventiva, de-vido, especificamente, à dimi-nuição do risco de percepção quanto ao uso de drogas, ao crescente acesso às substân-cias e à elevação dos prejuízos à saúde pelo uso de vários ti-pos de drogas.

Dra. Paula Távora afirmou enxergar uma oportunidade muito

10

Page 11: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Point of Care future trends ROUND TABLE

do POC precisa ser estratégica em cada um deles, devendo ser avaliadas suas respectivas epecifici-dades e necessidades para o melhor atendimento da população.

Dr. Gustavo Méndez ressaltou a desigualdade de saúde em seu país, destacando as zonas mais po-bres, como as rurais, em que se vê cada vez mais a necessidade da implantação de sistemas como o POC, dada a possibilidade de acesso à população que ele permite.

Por fim, Dr. Octávio Fernandes, patologista, contribuiu defendendo que a única forma de se conseguir fazer com que o POC chegue à Saúde Pública é por meio de acesso e equidade. Sobre o futuro, declarou que ainda é preciso caminhar bas-tante, tecnologicamente, para fazer com que os tes-tes realmente sejam por meio de saliva, sangue to-tal, baixo volume, de fácil resultado, amigáveis, para que as pessoas possam fazê-los, e com controle de qualidade mais acessível.

grande de copiar modelos já existentes. Citando a Socie-dade Brasileira de Nefrologia (SBN) – que, segundo ela, deu origem à Associação Brasileira de Transplantes de Ór-gãos (ABTO), quando o campo de transplantes tornou-se a maior área de atuação na especialidade –, a patologista defendeu que é preciso haver uma associação específica do tema, para que ele possa ser mais bem refletido e discutido.

Sidia Traslaviña, licenciada em Enfermagem, é assesso-ra do Ministério da Saúde da Colômbia para o programa de prevenção à sífilis e ao HIV em Bogotá. A enfermeira acredita que o crescimento do POC no país promoverá um impacto economico muito importante. “Lidamos com exames que têm um custo muito alto e levam dois ou três meses para se ter o resultado. Isso significa perder pacien-te, quadro que o POC pode vir a reverter, caso consiga-mos ter acesso a, pelo menos, 70% dos indivíduos infec-tados”, opinou.

Maurine Murtagh, por sua vez, indicou que a rea-lidade dos Estados Unidos é diferente da dos países latino-americanos. Para a palestrante, a implementção

Copyright© 2017 by DOC Content. Todas as marcas contidas nesta publicação, desenvolvida exclusivamente pela DOC Content para a empresa de diagnósticos Alere, bem como os direitos autorais incidentes, são reservados e protegidos pelas leis 9.279/96 e 9.610/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da DOC Content. Publicação destinada à classe médica. O conteúdo deste material é de responsabilidade de seu autor, não refletindo necessariamente a opinião da Alere.

Cyrille Shroeder, VP de Marketing da Alere para a América Latina, à esquerda, com o quadro de palestrantes que fechou o evento

11

Page 12: HIGHLIGHTS - pocday.com.brpocday.com.br/wp-content/uploads/2017/12/Highlight-POCDay-PT.pdf · trantes não só do Brasil, mas também da Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos.

Argentina+54 11 4554-4007

[email protected]

Brasil+55 11 2131-5100

[email protected]

Colombia+57 1 7028979

[email protected]

Outros – América Latina e Caribe+1-877-441-7440 Opção 4

[email protected]

a l e r e . c o m