Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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Brasília, 2009

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

Série Cadernos da Indústria ABDI

Volume XIII

Estudo Prospectivo

Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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ABDIAgência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Setor Bancário NorteQuadra 1 – Bloco B – Ed. CNC70041-902 – Brasília – DFTel.: (61) 3962-8700www.abdi.com.br

CGEECentro de Gestão e Estudos EstratégicosSetor Comercial NorteQuadra 2 – Bloco AEd. Corporate Financial Center – Sala 110270712-900 – Brasília – DFTel.: (61) 34249607www.cgee.org.br

SupervisãoClayton Campanhola – ABDIMarcio de Miranda Santos – CGEE

Equipe técnica da ABDIJunia Casadei Lima Motta (Coordenadora)Ana Sofia Brito PeixotoLuís Cláudio Rodrigues de FrançaMárcia Oleskovicz (Supervisão – Comunicação)Maruska Freitas (Comunicação)

Equipe técnica do CGEE

ConsultoresArtur GradinMaria Valéria Robles VelascoPatrícia Maria Berardo Maia CamposSilvia Stanisçuaski Guterres

Equipe técnica do CGEE

Liliane Rank (Coordenação geral)Maria Elenita M. Nascimento (Responsável técnica)Antônio Vaz de Albuquerque CavalcantiCícera Henrique da SilvaCláudio Chauke Nehme

Revisão Ana Sofia Brito Peixoto

FotosArquivo da ABDI

Projeto Gráfico e DiagramaçãoVia Brasília Editora

Ficha Catalográfica

AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.

Estudo Prospectivo Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. / Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-trial, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. – Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2009.

208 p.: il.; graf.; tab. (Série Cadernos da indústria ABDI XIII)

ISBN 978-85-61323-08-0

1-Indústria. 2-Indústria. 3-. I- Título. II- Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. III-Série

CDU 338.47674

© 2009 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDISérie Cadernos da Indústria ABDI – Volume XIIIQualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento IndustrialCGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

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República Fede rativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva Presidente

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Miguel Jorge Ministro

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

Reginaldo Braga Arcuri Presidente

Clayton Campanhola Diretor

Maria Luísa Campos Machado Leal Diretora

Junia Casadei Lima Motta Coordenadora

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Lucia Carvalho Pinto de Melo Presidenta

Márcio de Miranda Santos Diretor Executivo

Antônio Carlos Filgueira Galvão Diretor

Fernando Cosme Rizzo Assunção Diretor

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Sumário

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Lista de Tabelas, Quadros, Figurase Gráficos ...................................................... 12

Apresentação ...................................................................................................... 18

Sumário executivo ............................................................................................... 28

Lista de siglas ..................................................................................................... 34

1. Introdução ....................................................................................................... 38

2. Descrição do Panorama do Setor ..................................................................... 482.1 Aspectos Históricos ........................................................................................................512.2 Evolução do Mercado ....................................................................................................56

2.2.1 Crescimento do Setor versus Crescimento da Economia ..........................................582.2.2 Comparativo de Índices de Preços ..........................................................................592.2.3 Comércio Exterior .................................................................................................602.2.4 Distribuição do Setor Produtivo ..............................................................................632.2.5 Mercado Brasileiro no Contexto Internacional .........................................................662.2.6 Canais de Distribuição ..........................................................................................682.2.7 Oportunidades de Trabalho ...................................................................................69

2.3 Segmentação de Mercado por Categorias de Produtos .....................................................702.3.1 Infantil ................................................................................................................702.3.2 Desodorantes e Antitranspirantes ...........................................................................732.3.3 Perfumaria ...........................................................................................................772.3.4 Banho .................................................................................................................802.3.5 Cuidados Masculinos ...........................................................................................822.3.6 Higiene Bucal ......................................................................................................842.3.7 Cuidado dos Cabelos ..........................................................................................86

2.3.7.1 Tratamento Capilar ......................................................................................89 2.3.7.2 Modelador ..................................................................................................90

2.3.7.3 Tintura (Coloração/Descoloração) ................................................................90

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

2.3.7.4 Permanente e Alisante/Relaxante ..................................................................922.3.8 Maquiagem..........................................................................................................932.3.9 Proteção Solar .....................................................................................................982.3.10 Cuidado da Pele ..............................................................................................1012.3.11 Depilatório ......................................................................................................104

2.4 Infraestrutura Legal ( Marco Regulatório) ........................................................................1062.4.1 Regulamentação Sanitária Brasileira – Âmbito do Controle Sanitário .....................107 2.4.1.1 Brasil no Âmbito do Mercosul ....................................................................109

2.4.1.2 Futuro no Mercosul ....................................................................................1112.4.1.3 Marco Regulatório do Setor de Cosméticos .................................................1112.4.1.4 Simplificação de Procedimentos de Controle Sanitário de Produtos

Grau de Risco 1 .......................................................................................1122.4.1.5. Aspectos do Setor de Cosméticos no Brasil (Regulatório e Entidades) ............1132.4.1.6 Compromisso do Setor de Cosméticos e seu Futuro .....................................115

2.4.2 Metrologia .........................................................................................................1172.4.2.1 Metrologia Legal no Mercosul ....................................................................118

2.5 Meio Ambiente ............................................................................................................1192.5.1 Aspecto Sócio-Ambiental e Segurança Ocupacional ..............................................1192.5.2 Patrimônio Genético ...........................................................................................121

2.5.2.1 Medida Provisória nº 2.186-16/01 .............................................................1212.5.2.2 Conhecimento Tradicional Associado .........................................................1232.5.2.3 Autorizações de acesso ..............................................................................1242.5.2.4 Sanções ...................................................................................................125

2.5.3 Redução da Emissão de Gás Carbônico ...............................................................1272.6 Componentes da Formulação e Material de Embalagem ................................................129

2.6.1 Ingredientes de Formulação .................................................................................1292.6.2 Acondicionamento (Embalagem) ..........................................................................134

2.7 Pesquisa e Desenvolvimento ..........................................................................................1382.7.1 Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) .........................................................1392.7.2 Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Inovação ............................................141

2.7.2.1 Empresas internacionais e especificidades do consumidor brasileiro ..............1482.7.3 Biotecnologia .....................................................................................................1502.7.4 Nanotecnologia ..................................................................................................153

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2.7.4.1 Produtos Nanocosméticos ..........................................................................1562.7.4.2 Mercado de nanocosméticos ......................................................................1602.7.4.3 Segurança dos Nanocosméticos .................................................................1612.7.4.4 Considerações Finais .................................................................................166

2.7.5 Uso da Informação sobre Patentes .......................................................................1672.7.5.1 Importância das Patentes e os Bancos de Dados ..........................................1672.7.5.2 Principais Resultados das Patentes Pesquisadas .............................................170

2.7.5.2.1 Visão da Área no Mundo ..................................................................1702.7.5.2.2 Visão da Área no Brasil .....................................................................174

2.7.6 Resultados ..........................................................................................................1792.8 Recursos Humanos Necessários ....................................................................................179

3. Perspectivas Setoriais ................................................................................... 1843.1 Metodologia Análise SWOT ............................................................................................ 1873.2 Visão de Futuro ............................................................................................................1893.3 Perspectivas de Futuro – Tendências ...............................................................................1903.4 Perspectivas Estratégicas ...............................................................................................198

3.4.1 Objetivos Estratégicos .........................................................................................204

4. Estudo Prospectivo ......................................................................................... 2264.1 Metodologia ................................................................................................................2304.2 Mapa Estratégico .........................................................................................................2324.3 Mapa Tecnológico .......................................................................................................240

4.3.1 Relacionamento entre as Tecnologias envolvidas no Estudo ....................................2434.3.1.1 Tecnologias para insumos, matérias-primas e produtos de

biotecnologia ............................................................................................2434.3.1.2 – Tecnologias do Processo de Produção ......................................................2464.3.1.3 Tecnologias Orientadas pelo Mercado ........................................................247

4.3.2 Análise de Consulta Estruturada ...........................................................................2484.3.2.1 Interpretação da percepção dos respondentes quanto a evolução das

tecnologias do estudo prospectivo ....................................................................2504.3.2.1.1 Interpretação das tecnologias relacionadas à mapeamento/

triagem de insumos e produtos de biotecnologia ................................253

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

4.3.2.1.2 Interpretação das tecnologias relacionadas à extração de insumos/matérias-primas ...............................................................................256

4.3.2.1.3 Interpretação das tecnologias relacionadas ao processamento de insumos e produtos de biotecnologia ............................................258

4.3.2.1.4 – Interpretação das tecnologias relacionadas à qualificação de insumos, produtos de biotecnologia e produto final .....................260

4.3.2.1.5 Interpretação das tecnologias para processo de produção de cosméticos .......................................................................................263

4.3.2.1.6 Tecnologias orientadas pelo mercado ................................................2654.3.2 Mapeamento das tecnologias para cosméticos......................................................268

5. Considerações Finais ..................................................................................... 270

6. Bibliografia .................................................................................................. 280

Apêndices .......................................................................................................... 290APÊNDICE A1RECONHECIMENTO MÚTUO.......................................................293APÊNDICE A2 Análise SWOT – GRUPO I ............................................................................296APÊNDICE A2 Análise SWOT – GRUPO I ............................................................................297APÊNDICE A2 Análise SWOT – GRUPO I ............................................................................298APÊNDICE A3 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................299APÊNDICE A3 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................301APÊNDICE A3 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................302APÊNDICE A4 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................303APÊNDICE A4 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................304APÊNDICE A4 Análise SWOT – GRUPO II ...........................................................................305APENDICE A5 Desenvolvimento de estratégias para introdução de produtos

para pele no mercado massivo ......................................................................305APÊNDICE A6 Desenvolvimento do mercado local e internacional para matéria-prima

originada da biodiversidade ..........................................................................306APÊNDICE A7 Intensificação do lançamento de produtos com os da biodiversidade

brasileira de forma sustentável, no mercado local e internacional ....................307

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APÊNDICE A8 Ampliação do mercado para atender aos nichos específicos: “melhor idade”, masculino, infantil e adolescente ........................................ 308

APÊNDICE A9 Descrição das Tecnologias ............................................................................309 Sum

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Lista de Tabelas, Quadros, Figuras

e Gráficos

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osTabelasTabela 01 – Síntese da consulta.........................................................................................310Tabela 02 – Síntese da consulta.........................................................................................310Tabela 03 – Síntese da consulta.........................................................................................311Tabela 04 – Síntese da consulta.........................................................................................311Tabela 05 – Síntese da consulta.........................................................................................312Tabela 06 – Síntese da consulta.........................................................................................312Tabela 07 – Síntese da consulta.........................................................................................313Tabela 08 – Síntese da consulta.........................................................................................313Tabela 09 – Síntese da consulta.........................................................................................314Tabela 10 – Síntese da consulta.........................................................................................314Tabela 11 – Síntese da consulta.........................................................................................315Tabela 12 – Síntese da consulta.........................................................................................315Tabela 13 – Síntese da consulta.........................................................................................316Tabela 14 – Síntese da consulta.........................................................................................316Tabela 15 – Síntese da consulta.........................................................................................317Tabela 16 – Síntese da consulta.........................................................................................317Tabela 17 – Síntese da consulta.........................................................................................318Tabela 18 – Síntese da consulta.........................................................................................319Tabela 19 – Síntese da consulta.........................................................................................319Tabela 20 – Síntese da consulta.........................................................................................320Tabela 21 – Síntese da consulta.........................................................................................320Tabela 22 – Síntese da consulta.........................................................................................321Tabela 23 – Síntese da consulta.........................................................................................321Tabela 24 – Síntese da consulta.........................................................................................322Tabela 25 – Síntese da consulta.........................................................................................323Tabela 26 – Síntese da consulta.........................................................................................323Tabela 27 – Síntese da consulta.........................................................................................324Tabela 28 – Síntese da consulta.........................................................................................324Tabela 29 – Síntese da consulta.........................................................................................325Tabela 30 – Síntese da consulta.........................................................................................325Tabela 31 – Síntese da consulta.........................................................................................326Tabela 32 – Síntese da consulta.........................................................................................326

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tabela 33 – Síntese da consulta.........................................................................................327Tabela 34 – Síntese da consulta.........................................................................................327Tabela 35 – Síntese da consulta.........................................................................................328Tabela 36 – Síntese da consulta.........................................................................................328Tabela 37 – Síntese da consulta.........................................................................................328Tabela 38 – Síntese da consulta.........................................................................................329Tabela 39 – Síntese da consulta.........................................................................................329Tabela 40 – Síntese da consulta.........................................................................................329Tabela 41 – Síntese da consulta.........................................................................................330Tabela 42 – Síntese da consulta.........................................................................................330Tabela 43 – Síntese da consulta.........................................................................................331Tabela 44 – Síntese da consulta.........................................................................................331Tabela 45 – Síntese da consulta.........................................................................................331Tabela 46 – Síntese da consulta.........................................................................................332Tabela 47 – Síntese da consulta.........................................................................................332Tabela 48 – Síntese da consulta.........................................................................................332Tabela 49 – Síntese da consulta.........................................................................................333Tabela 50 – Síntese da consulta.........................................................................................333Tabela 51 – Síntese da consulta.........................................................................................334Tabela 52 – Síntese da consulta.........................................................................................334Tabela 53 – Síntese da consulta.........................................................................................335Tabela 54 – Síntese da consulta.........................................................................................335Tabela 55 – Síntese da consulta.........................................................................................335Tabela 56 – Síntese da consulta.........................................................................................336Tabela 57 – Síntese da consulta.........................................................................................336Tabela 58 – Síntese da consulta.........................................................................................337Tabela 59 – Síntese da consulta.........................................................................................337Tabela 60 – Síntese da consulta.........................................................................................338Tabela 61 – Síntese da consulta.........................................................................................339Tabela 62 – Síntese da consulta.........................................................................................339Tabela 63 – Síntese da consulta.........................................................................................339Tabela 64 – Síntese da consulta.........................................................................................340Tabela 65 – Síntese da consulta.........................................................................................340

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List

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osTabela 66 – Síntese da consulta.........................................................................................340Tabela 67 – Síntese da consulta.........................................................................................341Tabela 68 – Síntese da consulta.........................................................................................341Tabela 69 – Síntese da consulta.........................................................................................342Tabela 70 – Síntese da consulta.........................................................................................342Tabela 71 – Síntese da consulta.........................................................................................343Tabela 72 – Síntese da consulta.........................................................................................343Tabela 73 – Síntese da consulta.........................................................................................344Tabela 74 – Síntese da consulta.........................................................................................344

Quadros

Quadro 1 – Evolução do Produto Interno Bruto (PIB), 1996-2006, VARIAÇÃO ANUAL – Porcentagem (%) ..............................................................58

Quadro 2 – Índice de preços dos produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 2002-2006 ................................................................59

Quadro 3 – Balança comercial brasileira/US$ Bilhões, 2002-2007 .......................................60Quadro 4 – Balança comercial dos produtos de higiene pessoal,

perfumaria e cosméticos, 2002-2007 ................................................................61Quadro 5 – Exportações brasileiras de produtos de higiene pessoal, perfumaria

e cosméticos por categoria, 2006 .....................................................................62Quadro 6 – Exportação de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos

para a América do Sul ......................................................................................63Quadro 7 – Empresas fabricantes de produtos de higiene pessoal, perfumaria

e cosméticos no Brasil por Estado/Região, 2003-2007 ......................................65Quadro 8 – Mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria

e cosméticos, 2006 ..........................................................................................67Quadro 9 – Mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria

e cosméticos ....................................................................................................68Quadro 10 – Oportunidades de trabalho no setor de produtos de higiene

pessoal, perfumaria e cosméticos, 1994-2006 .................................................69Quadro 11 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de

produto infantil (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ............................................................................................71

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Quadro 12 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de desodorantes e antitanspirantes (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ..................................................................74

Quadro 13 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de perfumaria (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) .........................................................................................77

Quadro 14 – Participação da categoria (em % do valor R$ ‘000) correspondente ao tipo de público no setor de perfumaria de 2002 a 2006 ..............................79

Quadro 15 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de produtos voltados para o banho (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ...................................................................81

Quadro 16 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de produtos de cuidados masculinos (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ...................................................83

Quadro 17 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos destinados à higiene bucal no mundo (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ...........84

Quadro 18 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos de cuidado dos cabelos no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ..........86

Quadro 19 – Crescimento médio (toneladas) do mercado de produtos da categoria de cuidado dos cabelos no Brasil, em 2006 (Painel de dados de mercado) .........................................................................87

Quadro 20 – Segmentação do mercado de produtos da categoria de cuidado dos cabelos em R$ por tipo de produto, no Brasil, em 2006 .............................88

Quadro 21 – Classificação em valor (%) do subgrupo de produtos destinados ao tratamento capilar no Brasil, categoria de produtos de cuidado dos cabelos, em 2006 ...................................................................................89

Quadro 22 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de maquiagem no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) .........................................94

Quadro 23 – Participação do Brasil em porcentagem de valor (R$’000) dos subgrupos da categoria de maquiagem para unhas, lábios, face e olhos nos últimos 5 anos .............................................................................95

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Quadro 24 – Crescimento (em porcentagem a.a.) por faturamento dos subgrupos relacionados aos canais de distribuição, na categoria de produtos de maquiagem no Brasil, nos últimos 5 anos ...................................................96

Quadro 25 – Crescimento (variação da porcentagem em valor R$ ’000) dos subgrupos maquiagem para unhas, lábios, face e olhos na categoria de produtos de maquiagem no Brasil, nos últimos 5 anos .................................97

Quadro 26 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para proteção solar no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) ..........................98

Quadro 27 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para cuidados da pele no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) .......................................................103

Quadro 27 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para cuidados da pele no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano) .......................................................105

Quadro 29 – Produtos/linhas cosméticos de base nanoecnológica produzidos no Brasil .......158Quadro 30 – Produtos/linhas cosméticos de base nanotecnológica obtidos por importação ..159Quadro 32 – Principais assuntos depositados – Análise Derwent ........................................... 173Quadro 33 – Principais assuntos depositados – Análise da Classificação Derwent – Manual ..174Quadro 34 – Brasil – Descrição das Principais Classes da CIP .............................................176Quadro 35 – Brasil – Descrição do Ranking das Principais Classes Derwent .......................... 177Quadro 36 – Descrição do Ranking das Principais Classes do Manual Code ......................... 178Quadro 37 – Cursos de Pós-Graduação em Cosmetologia no Brasil ...................................181

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Apresentação

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A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) tem como missão institucional “promover a execução de política de desenvolvimento industrial, em consonância com as políticas de comércio exterior e de ciência e tecnologia”.

O principal enfoque da ABDI está nos programas e projetos estabelecidos pela Política de Desenvolvimento Produtivo, lançada em 12 de maio de 2008. Dentro do conjunto de programas estruturantes para sistemas produtivos, orientados por objetivos estratégicos e tendo como referência a diversidade da estrutura produtiva brasileira, a cadeia de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) é um dos segmentos contemplados nos “Programas para Fortalecer a Competitividade”, que está focado em complexos produtivos com potencial em exportar e/ou gerar efeitos de encadeamento sobre o conjunto da estrutura industrial.

Para cumprir a sua missão de promover o desenvolvimento in-dustrial e tecnológico brasileiro, a Agência está desenvolvendo o Plano Estratégico Setorial (PES), um dos pilares do Programa de Competitividade Setorial, com o objetivo de contribuir para a ar-ticulação, construção, coordenação, monitoramento e avaliação de uma estratégia competitiva para a cadeia de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, em um horizonte de 15 anos.

Idealizada pela ABDI, a construção do PES mobilizou, integrou e articulou atores governamentais, empresas privadas, academia e representantes do setor, formando assim o comitê gestor. O próximo passo do estudo consistiu na elaboração do Estudo Prospectivo Setorial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, de caráter estratégico e tecnológico, cujas diretrizes indicarão os caminhos para elevar o patamar competitivo dos setores produtivos envolvidos.

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

O Estudo Prospectivo Setorial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos tem como foco promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação presente neste setor. Estes fatores contribuem para tornar a indústria nacional mais competitiva no mercado global. O objetivo principal deste trabalho foi gerar maior capacidade em desenvolver novas competências e estratégias para líderes empresariais possibilitando-os atingir metas específicas do setor, organizadas no tempo.

O estudo está dividido em três etapas. Em cada uma relaciona-se um produto, discussão e validação, com a participação e contribuição do Comitê Gestor, que é composto por diversos membros do governo, de empresas do setor cosméticos e entidades de classe, como a Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).

Para a elaboração desse estudo, a ABDI contratou o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Organização Social, super-visionada e fomentada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, e especialista na elaboração de estudos e pesquisas prospectivas na área de Ciência e Tecnologia e setores correlatos. A metodolo-gia empregada, no Estudo Prospectivo Setorial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos possibilitou uma ativa participação do seu comitê gestor – fato fundamental para a priorização e cons-trução dos mapas estratégicos e tecnológicos.

A metodologia envolveu elaboração do Panorama Setorial, do Relatório de Perspectivas Setoriais e dos Mapas Estratégico e Tecnológico – Relatório de Perspectivas Setoriais. As etapas do estudo foram validadas pelo Comitê Gestor, formado pelos seguintes representantes:

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Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI;

Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil;

Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC;

Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM;

Associação Brasileira da Indústria de Óleos Essenciais, Produtos Químicos Aromáticos, Fragrâncias, Aromas e afins – ABIFRA;

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;

Gerência Geral de Cosméticos – GGCOS;

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE;

Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC;

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa – SEBRAE;Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT;

Amazon Secrets Cosméticos S/A;

Serviços Técnicos em Vigilância Sanitária Tecnologia e Meio Ambiente S/C LTDA – AVISA;

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Atalanta Laboratórios e Cosméticos Ltda;

AVON Cosméticos Ltda;

O BOTICÁRIO – Botica Comercial Farmacêutica S.A;

Kimberly Clark Brasil Indústria e Comércio de Produtos de Higiene Ltda;

L’Oreal Brasil Comercial de Cosméticos Ltda;

Natura Cosméticos Ltda;

Niasi Indústria de Cosméticos Ltda;

Vitaderm Farmácia de Manipulação Ltda.

Na etapa inicial do estudo obteve-se a primeira impressão sobre o posicionamento atual do setor, levando-se em consideração as informações, dados e posicionamentos das dimensões: tecnológica, ambiental, econômica, territorial, organizacional e legal.

Na segunda etapa foi definida uma perspectiva de futuro para atingir a visão de futuro que forneceu subsídios para, na terceira etapa, traçar os possíveis mapas estratégicos e tecnológicos dos segmentos selecionados escolhidos (cabelo e pele). Esses mapas apresentam alternativas de curto, médio e longo prazos, necessárias para, segundo a dimensão mercado, tornar a Indústria Brasileira mais competitiva no território nacional e internacional.

Como parte da metodologia do estudo na descrição do panorama e perspectivas do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, as sugestões apresentadas pelos representantes do Comitê Gestor relativas às dimensões de mercado, tecnologia, recursos humanos,

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investimentos e infraestrutura física e legal. Na priorização das áreas de foco (segmentos) para o estudo, foram considerados critérios, tais como;

A grande maioria das indústrias do setor atua nos dois • segmentos (pele e cabelo);Apresentam considerável diversificação de produtos; • formulações que utilizam inúmeros componentes, formas de apresentação e materiais de acondicionamento; equipamentos; e processos produtivos com elevada variabilidade tecnológica, compatível com as empresas de diversos portes; Contemplam elevado número de postos de trabalho e de • geração de empregos, com crescimento acentuado nos últimos anos;Apresentam índice de crescimento nacional elevado e, nos • últimos anos tem buscado também a projeção no mercado internacional; Os segmentos de pele e cabelo, foco deste estudo estão • presentes, com muita frequência, em todos os canais de distribuição compreendidos pelo setor;O setor de cosméticos apresenta problemas semelhantes de • carga tributária no âmbito estadual e federal;Os esforços das empresas e das associações de classe • permitem a melhor condição para inserção internacional de empresas brasileiras;As principais áreas de atuação das pesquisas e de inovação • tecnológica no Brasil estão sediadas nos laboratórios das empresas, principalmente nacionais, de médio a grande porte e Instituições como Universidades e Centros de Pesquisas;As tecnologias mais patenteadas referem-se aos cuidados da • pele, seguidas dos depósitos referentes aos produtos para o cabelo;

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Utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento • da produtividade favorecem os preços praticados pelo setor, que vem apresentando índices de aumento inferiores àqueles da economia em geral;Evolução no processo de registro de produtos cosméticos • que se modificou, propiciando uma maior agilidade;Existe a conscientização da preocupação ambiental, refletida • nos produtos lançados no mercado que possuem apelo natural.

Como plataformas do desenvolvimento sustentável da visão de futuro foram definidas algumas áreas transversais, como a Nanotecnologia e a Biotecnologia, por serem considerados fatores essenciais na busca de um padrão tecnológico, equiparado ao mundial.

Vale destacar ainda que ao final do estudo prospectivo para o setor, a ABDI dará prosseguimento à próxima etapa do Plano Estratégico Setorial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos com a Agenda Tecnológica Setorial (ATS).

Durante as etapas de execução da Agenda Tecnológica Setorial de HPPC, as equipes de trabalho analisarão as perspectivas de futuro, os mapas estratégicos e tecnológicos dos estudos prospectivos e fa-rão seu alinhamento com as agendas de ação da Política de Desen-volvimento Produtivo e do Plano de Ação de Ciência, Tecnológica e Inovação. Em seguida, as agendas serão apresentadas para as ins-tâncias de articulação da Política de Desenvolvimento Produtivo, os Fóruns de Competitividade coordenados pelo Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior. A partir daí, ações tecno-lógicas serão identificadas, qualificadas e selecionadas para as agen-das. Além da elaboração das agendas tecnológicas, serão escolhidos e desenvolvidos três projetos de financiamento para cada setor.

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As propostas de projetos de financiamento serão construídas para agências como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), além de ou-tras agências de financiamento do desenvolvimento tecnológico e apoio à inovação.

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Sumário executivo

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O Panorama Setorial tem por objetivo apresentar uma descrição geral do setor, com base nos fatores de competitividade deste mercado. Diante das suas características quanto à multiplicida-de de categorias de produtos e a necessidade de adoção de cri-térios, visando a priorização de segmentos que melhor reflitam o perfil do setor, o presente estudo propõe que os cuidados da pele e dos cabelos sejam os pontos focais deste estudo pros-pectivo setorial, atualmente, os maiores mercados do mundo. Considerando, ainda, que a metodologia do estudo inclui a ela-boração do mapa tecnológico, sugeriu-se que fossem escolhidos esses segmentos tendo em vista os seguintes critérios:

A grande maioria das indústrias do setor atua nos dois • segmentos; Apresentam significativa diversificação de produtos, equi-• pamentos e processos produtivos com elevada variabilida-de tecnológica;

Contemplam o maior número de postos de trabalho e • geração de empregos; Apresentam índice elevado de crescimento nacional e inter-• nacional;

Ambos estão presentes com muita frequência em todos os • canais de distribuição compreendidos pelo setor;

Apresentam problemas semelhantes de carga tributária no • âmbito estadual e federal;

Permitem a melhor condição para inserção internacional de • empresas brasileiras;

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Constituem-se nas principais áreas de atuação das pesqui-• sas no Brasil pelos laboratórios sediados nas empresas e Instituições como Universidades e Centros de Pesquisa, as-sim como de maior potencial de inovação tecnológica;

As tecnologias mais patenteadas referem-se aos cuidados • da pele, seguidas dos depósitos referentes a preparados para o cabelo; Utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento • da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que vem apresentando índices de aumento inferiores aos praticados pela economia em geral.

Em última análise pode-se dizer que esses segmentos estão continuamente presentes em lançamentos da maioria das linhas de produtos nos mercados nacional e internacional.

Como resultado, o relatório destaca que os segmentos pele e cabelos do setor apresentaram crescimento considerável tanto no mercado interno como externo.

O Brasil é um mercado com grande potencial em relação ao mundo, e vários fatores contribuem para isso, tais como: fonte de princípios ativos e insumos, principalmente os de origem natural; utilização de tecnologia de ponta e consequente aumento da produtividade; avanços na área regulatória; busca pela qualificação; aumento do consumo de produtos cosméticos e conscientização por parte das entidades de classe, governo, pesquisadores e empresários de que o caminho a trilhar depende de todos para o crescimento do país.

Os resultados desse estudo baseiam-se no panorama setorial

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apresentado no Capítulo 2 e na síntese das perspectivas seto-riais apresentadas no Capítulo 3, bem como nos comentários e recomendações de especialistas do setor (obtidos por meio da consulta estruturada e oficinas de trabalho) além das contribui-ções dos membros do comitê gestor apresentadas no decorrer do desenvolvimento deste estudo prospectivo.

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Lista de siglas

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ABC – Associação Brasileira de CosmetologiaABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento IndustrialABIHPEC – Associação Brasileira das Indústrias de Higiene

Pessoal, Perfumaria e CosméticosABRE – Associação Brasileira de EmbalagemANVISA – Agência Nacional de Vigilância SanitáriaAPEXBRASIL – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e

InvestimentosAPICE – Programa de Qualificação de Fornecedores para a

SustentabilidadeAPL – Antiprojeto de LeiAPS – Aplicação Prática SeletivaCBA – Centro de Biotecnologia da AmazôniaCETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do

Estado de São PauloCGEE – Centro de Gestão e Estudos EstratégicosCGEN – Conselho de Gestão do Patrimônio GenéticoCNDI – Conselho Nacional de Desenvolvimento IndustrialCOFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade SocialCOMEX – Comércio ExteriorC&T – Ciência e TecnologiaCTA – Conhecimento Tradicional AssociadoCURB – Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e

Repartição de BenefíciosDE – Desenvolvimento ExperimentalEPIs – Equipamentos de Proteção IndividualEUROMONITOR – Empresa de pesquisa do mercado mundial

sobre produtos de consumo embaladosFCF-UNESP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-Araraquara

FCF-USP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

FCFRP-USP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas EconômicasFOB – Free On BoardFPS – Fator de Proteção SolarFGV – Fundação Getúlio VargasFMU – Faculdades Metropolitanas UnidasGEE – Gases de Efeito EstufaGMC – Grupo de Mercado Comum do MercosulICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosICT – Institutos de Ciência e TecnologiaIES – Instituições de Ensino SuperiorINCI – International Nomenclature of Cosmetic IngredientINMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade IndustrialINTECQ – Instituto de Pesquisa Tecnológica e Controle de

QualidadeIPC – Índice de Preços ao ConsumidorIPI – Imposto sobre Produtos IndustriaisIPOG – Instituto de Pós-graduaçãoITEHPEC – Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal,

Perfumaria e CosméticosMCT – Ministério de Ciência e TecnologiaMDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

ExteriorMercosul – Mercado Comum do SulMP – Medida ProvisóriaMRE – Ministério das Relações ExterioresOT – Orientação TécnicaPA – Pesquisa AplicadaPB – Pesquisa BásicaPD&I – Pesquisa, Desenvolvimento e InovaçãoPDP – Política de Desenvolvimento Produtivo

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PEAD – Polietileno de Alta DensidadePEBD – Polietileno de Baixa DensidadePET – Poli Tereftalato de EtilenoPG – Patrimônio GenéticoPIB – Produto Interno BrutoPIS – Programa de Integração SocialPME – Pequena e Média empresaPP – PolipropilenoPPA – Plano PlurianualPITCE – Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior PPP – Política Público PrivadaPVC – Cloreto de PolivinilaSECEX – Secretaria de Comércio ExteriorSENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem ComercialSUS – Sistema Único de SaúdeTAP – Termo de Anuência PréviaTI – Tecnologia da InformaçãoUFPA – Universidade Federal do ParáUG – Utilização GeneralizadaUNAERP – Universidade Ribeirão PretoUNIARARAS – Centro Universitário Hermínio OmettoUNICAMP – Universidade de CampinasUNIDERP – Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da

Região do PantanalUNIGRANRIO – Universidade do Grande RioUNINOVE – Centro Universitário Nove de JulhoUNOPAR – Universidade Norte do ParanáZPE – Zonas de Processamento de Exportação1.

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Introdução

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Em 2006, o Brasil foi o 3º (terceiro) mercado mundial que sustentou a vitalidade dos últimos 11 (onze) anos, apresentando crescimento médio deflacionado composto de 10,9%, atingindo um faturamento ex factory, preço de fábrica líquido de impostos sobre vendas, de R$ 17,5 bilhões na somatória de suas categorias de produtos.

Entre os fatores críticos de sucesso, verificou-se a participação crescente da mulher no mercado de trabalho; acesso a todos os níveis sociais; a modernização de instalações industriais, utilizando tecnologias inovadoras; o aumento da produtividade; redução de impostos federais e do custo final do produto; lançamento cons-tante de novos produtos e/ou formas de apresentações atendendo às exigências do mercado e aumento da expectativa de vida da população relacionada com a qualidade de vida, no sentido de manter o indivíduo integrado e participante na sociedade.

No Brasil, o mercado apresenta elevada capacidade de absorção das necessidades internas, caracterizando-se por apresentar dis-ponibilidade para competir em nível externo, considerando que a qualidade dos produtos elaborados se equipara à requerida pelos padrões internacionais.

Este crescimento vertiginoso atrai novas oportunidades, como em-presas internacionais ou de grande porte (multinacionais e trans-nacionais) que buscam novos mercados. Esta situação, igualmen-te pode propiciar entrada de novos empreendedores locais que, necessariamente não precisam investir na construção de fábricas, mas podem utilizar como alternativa a produção em empresas especializadas na terceirização da produção. É comum, também, as indústrias utilizarem terceiros, para a execução de etapas da fabricação ou a elaboração total de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos1, como por exemplo, sabonetes, cremes,

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

maquiagem e envase de produtos na forma de aerossol. O chama-do private label, ou seja, marcas próprias do varejo, ainda é inci-piente nos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e, neste sentido, cresce no Brasil de forma acelerada os serviços de terceirização.

Neste relatório foram abordadas questões relevantes ao setor, como as características do mercado interno e externo comparan-do o Brasil no contexto mundial; as preferências e tendências de consumo pelo público nas diversas categorias de cosméticos: in-fantil, desodorante e antitranspirante, perfumaria, banho, cuida-dos masculinos, higiene bucal, cuidados dos cabelos, maquiagem, proteção solar, cuidado da pele e depilatório.

Outro aspecto importante do setor envolve a regulamentação sa-nitária brasileira, a atuação do Brasil no Mercosul e as expectativas do setor nas modificações que poderão ocorrer. Os produtos de hi-giene pessoal, perfumaria e cosméticos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), harmonizados no Mercosul e estão em sintonia com os principais regulamentos internacionais, inclusive o Europeu.

Os aspectos sócio-ambientais abordados neste relatório refletem o desejo de identificar, desenvolver e implementar soluções que levem o setor ao aprimoramento contínuo visando o desenvolvi-mento sustentável. Neste sentido o setor, por meio dos grupos de trabalho de meio ambiente, realizam um conjunto de ações, em associação com órgãos oficiais, que abrangem os componentes da formulação, como princípios ativos e matérias-primas, abordados quanto a origem, as características, o mercado, as inovações, a ação cosmética, a segurança de uso e as perspectivas de utilização no futuro, como também os diversos materiais de acondiciona-mento utilizados, envolvendo as características pertinentes a cada

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um, tais como, a qualificação, os fornecedores e a disponibilidade. Vale destacar que estes componentes fazem parte da cadeia pro-dutiva e estão integrados com projetos de ação global, a exemplo das alterações climáticas, incentivando a construção de uma agen-da positiva.

Outro tema relevante é a pesquisa e o desenvolvimento tecnoló-gico e de inovação, que se relaciona com a atuação de diversos profissionais em centros de pesquisa instalados em Instituições, como as Universidades e nas empresas. Os investimentos para os trabalhos advêm tanto de fontes governamentais como dos parti-cipantes do setor. Muitas vezes são estabelecidas parcerias entre as empresas e as Instituições. Os resultados dos trabalhos envolvem publicações em Congressos da área cosmética, publicações em re-vistas em nível nacional e internacional, na geração de patentes e sua transformação/implementação em produto.

O país precisa estimular o crescimento do número de depósitos de patentes, visto que representa um instrumento de verificação do seu crescimento. As áreas de nanotecnologia e biotecnologia têm sido apontadas como segmentos com boas perspectivas futuras para o setor de desenvolvimento de produtos e possui inúmeras aplicações, embora muito se tenha discutido a respeito de seu uso sob o ponto de vista regulatório e de segurança.

Os recursos humanos necessários ao setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos estão relacionados com o mercado competitivo gerado pela globalização, pela regulamentação nacional e internacional e as constantes mudanças tecnológicas, principalmente às tecnologias da informação e comunicação. Estes fatores têm produzido mudanças fundamentais na forma de atuação das empresas, dentre as quais podem se destacar a maior ênfase em inovações, terceirizações e a utilização intensiva

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

de tecnologia de informação.

O trabalho resultante neste relatório retrata que os segmentos pele e cabelos do setor de produtos higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentaram crescimento considerável tanto no mercado interno como externo. O Brasil é um mercado com grande potencial em relação ao mundo e vários fatores contribuem para isso, como a fonte de insumos cosméticos, principalmente de origem natural, potencial de desenvolvimento de novas tecnologias que agregam qualidade e redução de custos, alterações na área regulatória, material humano que busca qualificação pessoal, aumento do consumo de produtos cosméticos de forma seletiva e a conscientização por parte das entidades de classe, governo, pesquisadores e empresários de que o caminho a trilhar que envolve o desenvolvimento do país depende de todos profissionais atuantes no setor.

O desenvolvimento de estudos prospectivos envolve o uso de diferentes métodos e técnicas, tanto de natureza quantitativa, quanto qualitativa apresentando um caráter complementar, no sentido de compensar as eventuais limitações decorrentes do uso de métodos isolados.

Dentre os principais benefícios associados aos exercícios de prospecção tecnológica destacam-se:

promoção de canais e linguagens comuns para a disseminação I. da informação e conhecimento de caráter estratégico para a inovação; incorporação de mais inteligência antecipativa inserida no II. processo de tomada de decisão em ciência, tecnologia e inovação;incorporação crescente de visões de futuro no pensamento III.

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dos atores sociais envolvidos no processo de tomada de decisão e de criação de redes; maior apoio às decisões relativas ao estabelecimento de IV. prioridades para Pesquisa e Desenvolvimento, gestão dos riscos das inovações tecnológicas, melhoria da competitividade tecnológica de produtos, processos e serviços (CGEE, 2008).

Figura 1 – Referencial Metodológico do Centro de Gestão de Estudos EstratégicosFonte: CGEE, 2006

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Conforme apresentado na Figura 1, que sintetiza a abordagem metodológica adotada pelo CGEE nos Estudos Prospectivos Setoriais, a Fase Inicial é representada pela coleta, tratamento e sistematização de informações do setor.

No caso específico do Estudo Prospectivo para o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos o resultado desta etapa inicial encontra-se no segundo Capítulo deste relatório, denominado de Panorama Setorial desenvolvido pelos consultores e submetido à análise e discussão no âmbito do Comitê Gestor Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

O Capítulo 3 teve como objetivo detalhar as ações e os critérios adotados nesse estudo prospectivo, com a finalidade de traçar uma estratégia específica para o setor de produtos de HPPC nos segmentos pele e cabelo. Esta fase consiste na interpretação das informações provenientes do panorama atual, e na identificação de perspectivas futuras para o setor

Finalmente, o Capítulo 4 apresenta os mapas estratégicos e tecno-lógicos para os segmentos escolhidos cabelo e pele, como também as recomendações para viabilizar a mudança do patamar compe-titivo do setor de cosméticos para os próximos 15 anos e subsidiar a elaboração e implementação de uma política industrial visando maior competitividade e participação das empresas brasileiras do segmento de cosméticos no mercado nacional e internacional.

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NOTAS1 Resolução RDC nº 176 de 1 de setembro de 2006 – ANVISA

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2. Descrição do Panorama do Setor

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2.1 Aspectos Históricos

A história da cosmetologia é bastante antiga. O uso de produtos cosmé-ticos remonta há pelo menos trinta mil anos, época em que os homens faziam gravações em rochas e cavernas e pintavam o próprio corpo.

A decoração do corpo estava presente também nos rituais tribais praticados pelos aborígenes, assim como na pintura de guerra. A re-ligião era, também, uma razão para o uso desses produtos: cerimô-nias religiosas, frequentemente, empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que em latim significa através da fumaça. Havia ainda o costume de cobrir os defuntos com óleo roxo (óxidos férricos).

Os egípcios foram os primeiros usuários em larga escala de pro-dutos cosméticos e de toucador. Exemplo disso era o emprego do verde de malaquita, usado como sombra de olhos e rouge, e o ex-trato vegetal de henna, utilizado na pintura dos cabelos. A rainha egípcia Cleópatra, admirada como símbolo de beleza, banhava-se com leite de cabra com o qual procurava manter sua pele suave e macia. Os faraós eram sepultados em sarcófagos que continham tudo que eles necessitariam para se manter belos. No sarcófago de Tutankamon (1.400 a.C.) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e tratamento do corpo.

Na Grécia (400 a.C.), nos livros sagrados e em Hipócrates (considerado o pai da medicina), foram observadas regras referidas à higiene, pentea-deira, valor do ar puro, do esporte e dos banhos de água e sol. A Vênus de Milo, descoberta no ano de 1820, cuja origem remonta ao século II a.C., é considerada, até hoje, protótipo da beleza feminina grega.

Na era romana, por volta do ano 180 d.C., um médico grego chamado Claudius Galen realizou uma pesquisa na qual manipulou produtos

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cosméticos, dando início assim à chamada Era Galênica dos produ-tos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold Cream ou Cerato de Galeno, cujo emulsificante resultava da reação de componentes presentes na cera de abelha e no bórax. Até a atualidade, a base da formulação de Galen é utilizada em diversas formulações. Em seguida, surgiu a al-quimia, ciência oculta que utilizava formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Foi nesta época, também, que Ovídio, poeta romano, escreveu Os produtos de beleza para o rosto da mulher, que ensina a mulher a cuidar de sua beleza por meio de receitas caseiras.

Roma deixou ao mundo uma cosmetologia desenvolvida, herdada, por sua vez, da Grécia. Os famosos banhos romanos, de grande es-plendor, eram considerados centros para as reuniões sociais, mas posteriormente foram considerados imorais em função do tipo de atividade desenvolvida.

Segundo o mito, a Imperatriz Pompéia, esposa de Nero, exaltava sua pele branca banhando-se em leite de cabra. No ano de 458 d.C., com a queda do Império Romano, na Idade Média, houve um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. A Idade Média ficou na história como a Idade das Trevas devido ao seu caráter repressivo. O uso dos cosméticos, na época, desa-pareceu completamente. As Cruzadas provocaram a mudança dos costumes, possibilitando a volta da beleza e da ternura.

O Renascimento, em meados do século XV, coincidiu com os des-cobrimentos ultramarinos e mais uma vez ocorreu a busca do em-belezamento por parte das mulheres. Os costumes e modas do desejo estético ficaram retidos nos quadros de pintores renascen-tistas. A Gioconda, de Leonardo da Vinci, pintor Itáliano do século XV, mostra a mulher sem sobrancelhas, o que amplia a sua face. A

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falta de higiene ainda persiste. Mas o odor corporal estimulou o desenvolvimento de perfumes para mascarar o odor corporal.

Durante os séculos XVII e XVIII, a denominada Idade Moderna trou-xe a moda das perucas envoltas em cachos, rostos empoados com talco de arroz e brilhos no estilo Maria Antonieta, esposa de Luís XVI. Na Rue Saint Honoré, em Paris, a venda pública de cosméti-cos, pomadas, azeites, depilatórios, águas aromáticas, sabonetes e outros artigos de beleza, era intensa. Madame du Barry era famosa por suas duchas diárias, o que contraria os hábitos da época.

A produção de perfumes constituiu, desde o reinado de Luís XIV, importante item da economia francesa. Josefina, esposa de Napo-leão, passou a ser outro símbolo de beleza. Giovanni Maria Fari-na, no ano de 1725, estabeleceu-se na cidade de Colônia, na Ale-manha, onde desenvolveu sua clássica e famosa água de colônia. Pouco tempo depois apareceu a Água de Colônia 4711.

Na Idade Moderna, o homem começou a reconhecer a face da sua personalidade. Ocorrem mudanças nas estruturas sociais e cultu-rais e surgem novas expressões artísticas e estéticas. É a primeira etapa cultural em que os perfumes e os cosméticos se transfor-mam em formas de autorrealização do homem.

A Idade Contemporânea corresponde ao século XIX, ou seja, ao segun-do império na França, à época vitoriana na Inglaterra e ao período isa-belino na Espanha. As mulheres quase não expõem o corpo, utilizam grandes sombrinhas e usam trajes fechados ao se banharem. Aparecem os cremes de beleza e os leites. Durante esse século cresceram, em pa-íses como Estados Unidos, França, Inglaterra, Japão e Alemanha entre outros, as indústrias de importação de matérias-primas para a produ-ção e o desenvolvimento dos cosméticos. Surgem, tanto para homens e como para mulheres, inúmeros produtos de embelezamento.

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Ao final do século XIX estavam consolidadas, no mercado inter-nacional, diversas empresas produtoras de cosméticos, o que coincidiu com a melhoria das instalações sanitárias e o avanço das inovações tecnológicas. O homem se transformou em con-sumidor potencial e, muitas pessoas que produziam cosméticos conseguiram transferir para seus produtos conceitos relacionados aos sentimentos e emoções. A demanda por produtos cosméticos tornou-se crescente, em ritmo acelerado.

No início do século XX, diversos países produziam em escala acen-tuada matérias-primas e diversos tipos de cosméticos. A partir das duas guerras mundiais, a mulher assumiu na sociedade uma posi-ção mais liberal e passou a trabalhar fora do lar, o que a obrigou a cuidar da aparência com produtos prontos para uso. A televisão e a rapidez do desenvolvimento dos meios de comunicação passa-ram a divulgar mensagens acerca da beleza da mulher, o que con-tribuiu para a expansão comercial dos cosméticos e favoreceram os grandes avanços tecnológicos e culturais no setor.

No século XX, os cosméticos passaram da produção artesanal para a industrial. O desenvolvimento tecnológico e o conhecimento científico se aprimoraram. As formulações se tornaram mais efi-cientes e seguras. Surgiram alguns marcos importantes da história dos cosméticos, como: Helena Rubinstein, Elisabeth Arden, Coty2. A seguir são citados os marcos relacionados ao tempo:

1906 – invenção da permanente; • 1907 – primeira linha de xampu; • 1908 – primeiro verniz transparente para unhas; • 1911 – primeiras tinturas de oxidação para cabelos; • 1920 – aparecimento das ceras microcristalina; • 1932 – lançamento do • Cold Cream da Pond’s.

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No final do século XX, a consagração da cosmética é um fato ine-gável, na medida em que ela está associada ao retardamento do envelhecimento cutâneo e a melhoria da imagem pessoal. A indús-tria cosmética representa atualmente um fator econômico empre-sarial de grande magnitude.

A formação de colônias de povos de origem europeia estimulou a crescente formação de pequenas fábricas no sul do país. Além dos móveis, espelhos, esculturas em mármore e ferro fundido, impor-tados da Itália, os imigrantes trouxeram cosméticos e perfumes da França e da Inglaterra.

O uso de grande número de produtos cosméticos tem sido uma ca-racterística do século XX, uma vez que anteriormente os cosméticos tinham função apenas decorativa e se limitava aos artistas e nobres (em épocas de festa). Não se atribuia aos cosméticos nenhuma outra virtude que não envolvesse a exaltação da beleza humana, qualidade nem sem-pre bem vista e considerada um fator de agravo à saúde cutânea. Os conhecimentos sobre a fisiologia da pele eram rudimentares. A pele era compreendida como uma simples cobertura de proteção, sem ativida-de funcional de grande importância. A elaboração de cosméticos estava em fase de testes e, assim mesmo, o usuário procurava nesses produtos misteriosos poderes espetaculares e, de certa forma, mágicos.

Na segunda metade deste século, verifica-se a evolução da cosmé-tica em bases científicas, fundadas em informações técnicas, for-mulações criteriosamente preparadas em laboratórios (cujos dis-pêndios em pesquisa se elevam a cada ano), com exigências fiscais quanto à qualidade e segurança do produto. Em relação à eficácia prometida nos apelos de rotulagem, as empresas buscam compro-vá-las a fim de tornar fiéis os seus usuários, que foram esclarecidos de que cada tipo de pele requer cuidados diferenciados, conforme suas características anatômicas, fisiológicas e metabólicas.

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A boa imagem é fator de êxito, e uma das condições exigidas para certos postos de trabalho. Está relacionada com a autoestima e a qualidade de vida. Independem da idade. Tornou-se comum di-versos membros de uma família trabalhar fora de casa, inclusi-ve a mulher, que passou a competir no mercado de trabalho. A apresentação do indivíduo tornou-se essencial. A mentalidade de todos tem levado a indústria a incorporar profissionais e técnicos capazes de responder às necessidades de qualidade, segurança e eficácia, exigidas pelos novos tempos.

A cosmetologia é um reflexo e um produto da evolução histórica da humanidade. Está relacionado às guerras, ao desenvolvimento industrial de matérias-primas, às embalagens, aos equipamentos e produtos e ao avanço científico e tecnológico, dentre outros. É inegável que o avanço do conhecimento em anatomia, fisiologia, metabolismo, toxicologia e outras ciências afins trouxeram infor-mações sobre a pele e as inúmeras interfaces que possui. Também possibilitou ao produto cosmético maior conhecimento de suas ações, esperadas ou não, tornando-o alinhado com as necessida-des, expectativas e exigências do ser humano do século XXI.

2.2 Evolução do Mercado

No período de 1996 a 2006, a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentou crescimento médio deflaciona-do composto de 10,9%, conforme mostra a Figura 2, tendo passado de um faturamento ex factory, líquido de impostos sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões no primeiro ano para R$ 17,5 bilhões no último.

O crescimento em dólares no biênio 2004/2005 foi influenciado pela valorização do Real, na média do ano, em relação ao dólar (3,9% em 2004 e 17,7% em 2005), além do crescimento efetivo do mercado interno de 13,4%, em 2005, e 14,2%, em 2006.

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57

Vários fatores têm contribuído para o excelente crescimento do setor, dentre os quais podem ser destacados:

Participação crescente da mulher brasileira no mercado de • trabalho;Utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento • da produtividade, favorecendo os preços correntes do setor, que vem apresentando índices de aumento inferiores aos praticados pela economia em geral;Lançamentos constantes de novos produtos e/ou apresenta-• ções, atendendo cada vez mais às necessidades do mercado nacional e internacional;Aumento da expectativa de vida da população, o que traz a • necessidade de conservar a jovialidade e alcançar a “melhor idade” com qualidade de vida.

Figura 2 – Evolução do mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Valores apresentados: (ex factory,1996-2007)Fonte: ABIHPEC (Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos)

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2.2.1 Crescimento do Setor versus Cres-cimento da Economia

Nos últimos anos, o país apresentou baixo índice de crescimento, confor-me apresentado no Quadro 1, que mostra a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e compara o crescimento da indústria, em geral, com o dos Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, em particular.3

A partir dos dados apresentados pode-se observar que o setor apre-sentou, ao longo dos últimos onze anos, crescimento mais significa-tivo que o restante da indústria com 10,9% de crescimento médio no setor contra 2,6% do PIB total e da indústria em geral. Este perfil talvez seja o primeiro indicador da diferenciação e do crescimento no setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosmético em relação aos demais segmentos da indústria em geral.

Quadro 1 – Evolução do Produto Interno Bruto (PIB), 1996-2006, VARIAÇÃO ANUAL – Porcentagem (%)

ANOPIB – PAÍS PIB – INDÚSTRIA

PIB GERAL PHPPC1

1996 2,7 3,3 17,2

1997 3,3 4,7 13,9

1998 0,2 -1,5 10,2

1999 0,8 -2,2 2,8

2000 4,3 6,6 8,8

2001 1,3 1,6 10,0

2002 2,7 2,7 10,4

2003 1,1 0,1 5,0

2004 5,7 8,3 15,0

2005 2,9 3,1 13,4

2006 3,7 2,8 14,2

Acumulado 32,6 33,2 212,7

Média 2,6 2,6 10,9Fonte: IBGE – Banco Central – ABIHPEC, 2006Legenda: PIB – Produto Interno Bruto / PHPPC – Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – Setor Deflacionado2

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59

2.2.2 Comparativo de Índices de Preços

Como observado, no Quadro 2, nos últimos cinco anos os preços dos produtos do setor apresentaram crescimento inferior ao da inflação e do índice de preços ao consumidor.

É importante destacar que os produtos de higiene pessoal tiveram índice de preços substancialmente inferior aos demais, com varia-ção anual média de 3,0% contra 9,90% (índice geral de preços), 6,32% (índice de preços ao consumidor) e 5,62% (índice de preços de produtos de limpeza). Isto se deve à maior competitividade dos produtos de higiene pessoal, com maior número de empresas atu-ando. No entanto, nos produtos cosméticos, dada a maior com-plexidade exigida na sua fabricação, a concorrência é menor do que nos produtos de higiene pessoal.

Quadro 2 – Índice de preços dos produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 2002-2006

VARIAÇÃO ANUAL – Porcentagem (%)

Índice de preços

ANO Desvalorização Cambial Média

FGV FIPE

Geral ConsumidorProdutos de

HigieneProdutos de

Beleza

2002 25,01 26,41 9,92 7,97 9,16

2003 4,28 7,67 8,17 8,84 11,13

2004 -3,88 12,14 6,57 0,23 2,49

2005 -17,68 1,22 4,53 -1,67 3,87

2006 -9,5 3,79 2,55 0,08 1,8

Acumulado -6,7 60,3 35,8 15,9 31,5

Média -1,37 9,90 6,32 3,00 5,62

Fonte: ABIHPEC (Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE)

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2.2.3 Comércio Exterior

Até 1994, o país manteve superávit na balança comercial entre 10 e 15 bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização do câmbio como principal âncora de estabilização da moeda, a balança comercial brasileira apresentou déficits entre 3 e 7 bilhões de dólares.

A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do Real e o déficit foi reduzido para US$ 1,2 bilhão nesse ano, e para US$ 0,7 bilhão no ano seguinte. Devi-do à crise econômica na Argentina, em 2001 o Real foi novamente desvalorizado, provocando um superávit de US$ 2,7 bilhões.

Em 2002 ocorreu outra forte depreciação do Real, o que incre-mentou o superávit para US$ 13,1 bilhões. Em 2003, o superávit atingiu o montante de US$ 24,8 bilhões.

Em 2006, apesar da recuperação das importações e da apreciação do Real, nova elevação acentuada foi verificada no superávit de US$ 46,1 bilhões, conforme apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 – Balança comercial brasileira/US$ Bilhões, 2002-2007

Ano Importação Exportação Saldo* Corrente de

comércio

2002 47,2 60,4 13,1 107,6

2003 48,3 73,1 24,8 121,4

2004 62,8 96,5 33,6 159,3

2005 73,6 118,3 44,8 191,9

2006 91,4 137,5 46,1 228,9

2007 120,6 160,6 40,0 281,2

Fonte: SECEX (Secretaria de Comércio Exterior)* Corrente de comércio: somatória das importações com as exportações

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61

O Quadro 4 apresenta a balança comercial dos produtos de higie-ne pessoal, perfumaria e cosméticos nos últimos cinco anos. Indica que o crescimento acumulado das exportações foi de 153,0% en-tre 2002 e 2006, enquanto que as importações evoluíram 47,6% no mesmo período.

O aumento das exportações brasileiras se deve, principalmente, à expansão da força produtiva e ao estímulo à inovação tecno-lógica no Brasil, a partir da ação de diversas empresas interna-cionais de grande porte que centralizaram suas atividades no Brasil e fortalecem o mercado interno e externo do setor. Outra ação importante, que vem contribuindo para o aumento da ex-portação no Brasil, envolve a parceria entre a ABIHPEC e Apex-Brasil, por meio do convênio firmado – PSI Cosméticos – Projeto Setorial Integrado, para ações de promoção no exterior e vinda

Quadro 4 – Balança comercial dos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 2002-2007

ano

Importações Exportações Saldo* Corrente de

comércio

US$ milhões

% CrescUS$

milhões% Cresc

US$ milhões

US$ milhões

2002 152.284 -23,7 202.755 5,9 50.471 355.039

2003 150.279 -1,3 243.888 20,3 93.610 394.167

2004 156.830 4,4 331.889 36,1 175.059 488.719

2005 211.658 35,0 407.668 22,8 196.010 619.326

2006 294.568 39,2 488.835 19,9 194.267 783.403

2007 373.440 26,8 537.497 10,0 164.057 914.937

% Cresc. 87,3 178,3

% Mc 11,2 18,6

Fonte: SECEX (Secretaria de Comércio Exterior)Legenda: Cresc. = crescimento nos últimos 6 anos/Mc= média composta nos últimos 6 anos* Corrente de comércio: somatória das importações com as exportações

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

de compradores e jornalistas internacionais ao Brasil, com foco nas empresas de pequeno e médio porte, com a finalidade da expansão das exportações de produtos do setor.

As importações mostraram dois movimentos distintos: até 2003 elas apresentaram queda e, em 2004, um pequeno crescimento de 4,4%. Em 2005 e 2006, devido principalmente à valorização do Real em relação ao Dólar e ao Euro, as importações tiveram forte crescimento.

O déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, mostrou uma tendência de queda nos anos seguintes, al-cançando US$ 8 milhões em 2001. A partir de 2002, os resul-tados tornaram-se superavitários. Em 2006, o superávit atingiu US$ 190 milhões, com uma queda de 3,1% sobre 2005, como resultado do significativo aumento nas importações provocadas pela apreciação do Real. O Quadro 5 apresenta a composição por grupo, das exportações brasileiras em 2006, dos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Quadro 5 – Exportações brasileiras de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos por categoria, 2006

Categoria de produtos

US$ milhões % Vs. 2005 % Vs. 2002

2006 – Fob1

Higiene Oral 139,0 23,4 129,0

Sabonetes 117,7 26,2 209,2

Produtos para os cabelos

98,5 9,8 132,7

Descartáveis2 29,0 3,2 -2,3

Demais 100,3 19,4 213,7

TOTAL 484,5 18,8 139,0

Fonte: SECEX (Secretaria de Comércio Exterior)Legenda: Vs. = variação em relação a 2006

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O resultado das exportações de produtos de higiene oral e sabone-tes foram, principalmente, devido à estratégia de empresas inter-nacionais de grande porte de utilizar o Brasil como uma espécie de centro de suprimento para a América Latina, e até para o Mundo.

A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do setor, porém, dada a conquista de mercados não tra-dicionais, a participação das exportações para os países sul-ameri-canos foi reduzida entre 2001 e 2004, como mostra o Quadro 6.

O aumento na participação em 2005 e 2006 foi provocado pela re-cuperação da economia na Argentina, que retomou seu poder de compra, e é o principal mercado para as exportações brasileiras.

2.2.4 Distribuição do Setor Produtivo

Existem no Brasil 1.541 empresas atuando no mercado de pro-dutos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (ANVISA, ju-nho de 2007). Deste total, cerca de 1.400 são micro e pequenas empresas. Considerando a distribuição por região, 20 delas es-tão na região norte, 94 no Centro-Oeste, 120 no nordeste, 304 no sul e 1.003 no sudeste. Destas empresas quinze são conside-radas de grande porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões e representando 72,8% do fatura-mento total. As empresas estão distribuídas por região/estado conforme a Figura 3 e os dados apresentados no Quadro 7.

Quadro 6 – Exportação de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos para a América do Sul

Ano2002 2003 2004 2005 2006

Exportações (US$ milhões) 129,0 140,4 187,8 238,6 297,3Participação sobre o total (%) 63,6 57,6 56,6 58,5 61,4Número de Países de Destino 108 122 132 125 139Fonte: SECEX (Secretaria de Comércio Exterior)

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

De acordo com esta distribuição, observa-se que as empresas de produtos cosméticos estão concentradas na região sudeste, se-guindo a tendência do setor industrial e do poder de consumo.

Figura 3 – Distribuição geográfica por estado das empresas fabricantes de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no BrasilFonte: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

Page 65: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

65

Por outro lado, o surgimento de novos pólos, como por exemplo, o da região Centro-Oeste é atribuído aos incentivos oriundos das isenções fiscais e tributárias.

A região Nordeste apresentou o maior crescimento percentu-al entre 2002 e 2006, 129,4%. Um dos fatores que contribuiu para o crescimento foi a implantação do Programa de Regulari-zação Sanitária no Estado da Bahia, projeto em parceria entre a ABIHPEC, Governo do Estado e ApexBrasil, na sua primeira fase e, posteriormente, da ABDI e SEBRAE. O programa cujo objetivo é promover e incentivar as empresas a operarem em conformi-dade com os regulamentos da ANVISA e disseminar as “Boas Práticas de Fabricação e Controle”4, elevou o número de empre-sas formalizadas conforme legislação vigente.

Quadro 7 – Empresas fabricantes de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil por Estado/Região, 2003-2007

Região UF Ind. 2003

Ind. 2004

Var. % 04/03

Ind. 2005

Var. % 05/04

Ind. 2006

Var. % 06/05

Ind. 2007

Var. % 07/06

Var. % 07/03

Saldo s/06

NO

RTE

AC 1 1 0,0 1 0,0 1 0,0 1 0 0,0 0

AM 5 7 40,0 7 0,0 8 14,3 8 0 60,0 0

RO 2 3 50,0 4 33,3 4 0,0 4 0 100,0 0

PA 4 5 25,0 6 20,0 6 0,0 6 0 50,0 0

TO 0 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. N.A. 0

AP 0 0 N.A. 1 N.A. 1 N.A. 1 0 N.A. 0

RR 0 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. N.A. 0

Total 12 16 33,3 19 18,8 20 5,3 20 0 66,7 0

CEN

TRO

-O

ESTE

MS 4 4 0,0 4 0,0 5 25,0 5 0,0 25,0 0

GO 50 53 6,0 63 18,9 72 14,3 77 6,9 54,0 5

DF 6 6 0,0 6 0,0 8 33,3 9 12,5 50,0 1

MT 2 3 50,0 3 0,0 3 0,0 3 0,0 50,0 0

Total 62 66 6,5 76 15,2 88 15,8 94 6,8 51,6 6

Continua2.

Des

criç

ão d

o Pa

nora

ma

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

2.2.5 Mercado Brasileiro no Contexto Internacional

O Brasil ocupa a terceira posição em relação ao mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos supera-do apenas pelos Estados Unidos e Japão. Vale destacar que o cres-cimento percentual para o ano de 2006 foi de 26,2%, superior aos demais países mencionados. A participação brasileira foi de 6,7%,

Continuação

NO

RD

ESTE

MA 3 3 0,0 3 0,0 3 0,0 3 0,0 0,0 0

PI 5 8 60,0 9 12,5 9 0,0 9 0,0 80,0 0

CE 29 28 -3,4 29 3,6 34 17,2 34 0,0 17,2 0

BA 5 11 120,0 21 90,9 27 28,6 29 7,4 480,0 2

RN 2 2 0,0 2 0,0 4 100,0 4 0,0 100,0 0

PB 2 3 50,0 4 33,3 6 50,0 6 0,0 200,0 0

PE 8 13 62,5 22 69,2 29 31,8 30 3,4 275,0 1

SE 1 1 0,0 2 100,0 5 150,0 5 0,0 400,0 0

AL 0 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. 0 N.A. N.A. 0

Total 55 69 25,5 92 33,3 117 27,2 120 2,6 118,2 3

SUD

ESTE

MG 67 82 22,4 92 12,2 102 10,9 115 12,7 71,6 13

ES 9 9 0,0 11 22,2 13 18,2 14 7,7 55,6 1

RJ 144 152 5,6 157 3,3 166 5,7 171 3,0 18,8 5

SP 530 604 14,0 643 6,5 689 7,2 703 2,0 32,6 14

Total 750 847 12,9 903 6,6 970 7,4 1003 3,4 33,7 33

SUL

PR 123 131 6,5 137 4,6 148 8,0 151 2,0 22,8 3

SC 25 34 36,0 35 2,9 41 17,1 43 4,9 72,0 2

RS 96 95 -1,0 105 10,5 110 4,8 110 0,0 14,6 0

Total 244 260 6,6 277 6,5 299 7,9 304 1,7 24,6 5

TOTAL BRASIL 1.123 1.258 12,0 1.367 8,7 1.494 9,3 1.541 3,1 37,2 47

Legenda: NA = Não Apresentado/ Var. % = variação percentual entre 2 anosFonte: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) (documento interno)

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conforme dados do Euromonitor de 2006, resultado do crescimen-to do mercado interno em 14,2% conjugado com a valorização do Real em relação ao dólar no período.

A estratificação por categoria de produto, conforme mostra o Qua-dro 9, evidencia situações peculiares que devem ser destacadas: o Brasil é o segundo mercado mundial em produtos infantis, desodo-rantes e perfumaria; o terceiro em produtos de banho, masculinos, cabelos e higiene oral; o quarto em maquiagem, o quinto em pro-teção solar, o oitavo em pele e o nono em depilatórios (dados de 2006). Os setores que mais cresceram foram: perfumaria, banho, cuidados masculinos, higiene oral, maquiagem, proteção solar, cui-dados da pele e depilatórios. As categorias de produtos infantis, de-sodorantes e cuidados dos cabelos, mantiveram a mesma posição no ranking nos anos de 2005 e 2006. As demais categorias foram superiores as do ano de 2005, o que demonstra a importância de todos os segmentos do setor no panorama mundial.

Quadro 8 – Mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 2006

PaísesUS$ milhões

Preço ao consumidor2006

Porcentagem (%)

Crescimento Participação

Mundo 269.909 4,8 -

1 Estados Unidos 50.446 2,9 18,7

2 Japão 29.771 -4,2 11,0

3 Brasil 18.203 26,2 6,7

4 França 14.114 1,6 5,2

5 Alemanha 13.578 1,2 5,0

6 Reino Unido 12.907 -1,3 4,8

7 China 11.700 11,6 4,3

8 Itália 10.050 2,0 3,7

9 Rússia 8.453 14,4 3,1

10 Espanha 7.771 6,4 2,9

Total Top Ten 176.992 4,1 65,6Fonte: Euromonitor, 2006

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Entre os fatores que interferem no comportamento brasileiro, a capacidade industrial instalada e os níveis de qualidade dos pro-dutos, equivalentes aos padrões internacionais, garantem às em-presas condições de competitividade em segmentos específicos, como dentifrícios, produtos capilares e esmaltes de unha.

Na seção 3.2 Segmentação de Mercado por Categoria de Produtos – será dado maior detalhamento do mercado segundo os canais de distribuição, mas, de modo geral, pode-se dizer que os produtos relacionados às categorias de produto para cuidados da pele (prin-cipalmente para o rosto), perfumaria e maquiagem (lábios, face e olhos) são lideradas pela venda direta. Na categoria perfumaria a franquia tem também uma participação destacada. As demais ca-tegorias de produtos são comandadas pela venda tradicional.

2.2.6 Canais de Distribuição

O sistema de distribuição do produto final do setor é realizado por meio de três canais básicos:

Quadro 9 – Mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticosCategoria de produtos 2005 2006

Infantil 2º 2º

Desodorante 2º 2º

Perfumaria 3º 2º

Banho 5º 3º

Cuidados Masculinos 5º 3º

Higiene Oral 4º 3º

Cuidado dos Cabelos 3º 3º

Maquiagem 7º 4º

Proteção Solar 8º 5º

Cuidados da Pele 9º 8º

Depilatórios 10º 9ºFonte: Euromonitor, 2006

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Distribuição tradicional no comércio – trata-se da venda no • comércio que inclui o atacado e as lojas de varejo, que tra-balham com multimarcas;Venda direta – envolve a evolução do conceito de vendas do-• miciliares diretamente da fabrica ao consumidor, podendo hoje ser comercializada inclusive pela Internet;Franquia – compreende as lojas especializadas e personaliza-• das, que trabalham com marcas exclusivas.

2.2.7 Oportunidades de Trabalho

Sob o aspecto do número de oportunidades de trabalho, o setor apresentou resultados positivos importantes, quando comparado com o nível de crescimento do emprego no país. As oportunidades de trabalho criadas pelo setor, comparadas com o ano de 1994 estão descritas no Quadro 10.

Como meta estabelecida no Fórum de Competitividade de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Secretaria de De-senvolvimento da Produção, quanto à criação de 650 mil oportu-nidades de trabalho5 até o ano de 2010, o setor tem a expectativa de atingir o número previsto antes da data limite.

Quadro 10 – Oportunidades de trabalho no setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 1994-2006

Oportunidades de trabalho (1000) Crescimento (%)Segmentos 1994 2006 2006/1994 Médio anual

Produção e administração 30,1 57,5 91,1 5,5Lojas de Franquia 11,0 27,5 150,0 7,9Revendedoras – Vendas diretas 510,0 1.644,6 222,5 10,2Profissionais de Beleza 579,0 1.205,8 108,3 6,3TOTAL 1.130,1 2.935,4 159,7 8,3Fonte: ABIHPEC, ABEVD, FIESP, ABF, IBGE e FEC, 2007

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Há, como se pode observar, uma clara evolução no período de 1994 a 2006, refletida pelo aumento da geração de oportunidades de tra-balho em todos os segmentos, em especial nas revendedoras (vendas diretas), seguido dos profissionais de beleza que trabalham nos salões e institutos. Este perfil está em concordância com o comportamento da mulher, que busca a beleza e a qualidade de vida, independente da idade, nos produtos e serviços facilitados pelas revendedoras ou pe-los profissionais. A participação do homem, como consumidor nesse mercado, tanto na aquisição de produtos de beleza como no interesse por cuidados da pele e do cabelo, antes próprios das mulheres, contri-buiu ainda mais para a elevação das oportunidades de trabalho.

2.3 Segmentação de Mercado por Categorias de Produtos

Neste seção serão abordadas as diversas categorias do setor como: infantil, desodorante e antitranspirante, perfumaria, banho, cuida-dos masculinos, higiene bucal, cuidados dos cabelos, maquiagem, proteção solar, cuidado da pele e depilatório.

Categorias de Produtos

2.3.1 Infantil

O Brasil tem uma população estimada em 183,9 milhões de habitantes (IBGE, 2007), dos quais aproximadamente um terço tem menos de qua-torze anos. Deste montante, 78% vivem em cidades e 51% são do sexo masculino. O grupo de usuários desta categoria de produtos compreende 3 faixas etárias: população de 0-4 anos (bebês); 5 a 9 anos (crianças) e de 10 a 14 anos (pré-adolescentes), que utilizam produtos e mecanismos de divulgação diferenciados. Duas variáveis sócio-econômicas são importan-tes para entender o desempenho do segmento infantil no país: as condi-ções econômicas das famílias e o índice de natalidade (PACHECO, 2006).

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A categoria de produto infantil compreende os produtos para a higie-ne e cuidado da pele e cabelo, higiene oral, proteção solar, perfuma-ria. Este grupo leva o Brasil a ocupar o 2º lugar no mercado mundial, com faturamento acima de US$ 500 milhões. O 1º lugar é ocupado pelos Estados Unidos, cujos valores atingem a US$ 800 milhões. Esta categoria movimenta cerca de 2% do mercado cosmético mundial e no Brasil, este percentual de participação é da mesma magnitude.

Em 2006, o Brasil apresentou crescimento de 24,7%, muito acima do crescimento mundial (7,2%), o que indica uma expressiva evo-lução em relação aos mercados apresentados no Quadro 11.

Na análise dos dados apresentados verificou-se que o Reino Unido, o Japão e a Alemanha apresentaram, em 2006, um decréscimo de, respectivamente, 2,3%; 7,5% e 1,8%.

Quadro 11 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de produto infantil (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 4.687,6 7,2 -

1 Estados Unidos 786,5 6,8 16,8

2 Brasil 501,1 24,7 10,7

3 China 255,6 11,1 5,5

4 Reino Unido 204,2 -2,3 4,4

5 Japão 200,8 -7,5 4,3

6 Itália 188,1 4,1 4,0

7 Espanha 162,8 4,7 3,5

8 França 162,5 1,1 3,5

9 México 151,0 8,9 3,2

10 Alemanha 149,7 -1,8 3,2

TOTAL TOP TEN 2.762,3 7,0 58,9Fonte: Euromonitor, 2006Legenda: Cresc = crescimento; Particip = participação

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O comportamento do mercado brasileiro segue outra tendência. Nas famílias de baixa renda os pais estão abandonando o costume de utilizar, como medida de economia, produtos de uso adulto em crianças e passaram a consumir produtos específicos para esta categoria, em virtude da ampla disponibilidade do mercado e da redução relativa nos preços.

Quanto aos subgrupos dessa categoria de produtos, a maior repre-sentatividade envolve produtos de proteção solar, devido a inten-sificação das campanhas direcionadas aos pais pelos fabricantes de fotoprotetores que ressaltam os perigos da exposição ao sol e da necessidade de produtos específicos para o público infantil (FPS maior ou igual a 30). Seguido deste subgrupo, tem-se os xampus e condicionadores, sabonetes, colônias, produtos para os cuidados da pele e de higiene bucal.

Os motivos que propiciaram o expressivo crescimento do setor fo-ram os ajustes de preços e os valores agregados decorrentes do aprimoramento de pesquisas de mercado, voltados para o conhe-cimento dos atributos: fatores de preferência na escolha e na com-pra pelos pais (bebês); aspecto lúdico de segurança, envolvendo propostas de suavidade do produto e de origem conhecida.

Fatores como o emprego de embalagens e acessórios coloridos que associam a diversão à higiene, o uso de personagens da mídia ou criados para esse fim6; cores vibrantes, fragrâncias frutadas e a praticidade no uso também estimularam o aumento do consumo e a identificação com o público consumidor.

Salienta-se que o aprimoramento das pesquisas de mercado, o desenvolvimento de produtos cada vez mais seguros e eficazes, a utilização de claims que envolvem termos como “suavidade” e “proteção”, que vêm sendo propostos para essa categoria de pro-

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dutos, foram considerados parâmetros importantes na evolução do mercado de produtos infantis, pois transmitem segurança de uso ao comprador e ao usuário (bebê, criança e pré-adolescente)7. A divulgação de produtos infantis apresenta vários aspectos que devem ser levados em consideração.

Existe uma tendência das mães utilizarem produtos de maior valor para seus filhos, pois acreditam ser de qualidade elevada. Em geral, elas não se incomodam em gastar mais, a fim de se sentirem segu-ras, pois muitas vezes estão ausentes da convivência permanente com os filhos em virtude do trabalho. Explora-se no caso o vínculo entre mãe e filho, e muitos produtos são oferecidos para a mãe e a criança (bebê) e é comum focar o conforto de ambos. Pais e mães podem experimentar novas marcas baseadas nas opiniões de mé-dicos, parentes e amigos. Os produtos mais procurados são os mais simples de usar, com instruções claras de uso, embalagens práticas e de uso seguro, evitando acidentes com as crianças, aromas doces e frutais. As crianças maiores tendem a impor aos pais os produtos que escolhem, em função da influência da mídia. A tendência para o futuro aponta formulações específicas e diferenciadas.

2.3.2 Desodorantes e Antitranspirantes

Como apresentado no Quadro 12, o mercado mundial de deso-dorantes e antitranspirantes é de US$ 13,0 bilhões. Os Estados Unidos, com participação de US$ 2,3 bilhões, correspondente a 17,8% do total, lideram este mercado.

No ano de 2006, o Brasil ocupou a segunda colocação com o mon-tante de US$1,7 bilhão (participação de 13,2%), o que representou um crescimento de 27,9%. Este valor é considerado expressivo diante dos índices verificados na evolução do mercado mundial, 6,5%, e de seu líder, os EUA, com 5,0%. O México situa-se na sétima posição e a

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Rússia na oitava com 13,3% e 11,0%, respectivamente. Os dois países registram os maiores índices de crescimento depois do Brasil.

Esta categoria de produto possui um mercado interno de 48.000 toneladas, valorizada em R$ 1,5 bilhões ex factory e apresenta um crescimento médio ponderado, de 4,2% em toneladas e 15,9% em valor, nos últimos 5 anos.

Quanto às formas de apresentação dos produtos desta categoria, a liderança em 2006 pertence ao tipo roll on com 37%, seguida do tipo spray natural (squeeze e pump), cuja participação nos anos 90, alcançou a extraordinária marca de 70%.

O crescimento médio anual ponderado nos últimos 5 anos, em toneladas, apresentou os seguintes valores para as respectivas

Quadro 12 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de desodorantes e antitanspirantes (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 13.039,0 6,5 -

1 Estados Unidos 2.321,7 5,0 17,8

2 Brasil 1.722,2 27,9 13,2

3 China 892,5 -2,3 6,8

4 Reino Unido 728,3 -0,4 5,6

5 Japão 675,4 1,0 5,2

6 Itália 543,6 1,8 4,2

7 Espanha 489,0 13,3 3,8

8 França 425,1 11,0 3,3

9 México 396,8 4,3 3,0

10 Alemanha 345,0 -5,4 2,6

TOTAL TOP TEN 8.539,6 7,2 65,5Fonte: EuromonitorLegenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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formas cosméticas: 19,4% para o aerossol; 15,1% para o roll on, enquanto que a embalagem squeeze decresceu 1,7% a.a., com-portamento verificado nos últimos anos, compensadas pelo cres-cimento das formas aerossol e roll on. Esta última apresentou cres-cimento devido à alta escala de produção desta forma cosmética no Brasil, que passou a abastecer o mercado de diversos países da América do Sul.

A forma cosmética aerossol é parcialmente fabricada no Brasil, a maior porção é importada da Argentina. Em geral a fabricação no Brasil é terceirizada por empresas especializadas. As empresas de-tentoras da marca enviam para o terceirista a mistura de envase e os itens de embalagem para o enchimento final do produto, sendo o gás propelente aplicado pelos terceiristas, em função de escala e da necessidade de plantas segregadas, dada a necessidade de equipamentos que protejam o risco de inflamabilidade.

Esta forma de desodorante em aerossol, detém 22% da categoria, com tendências a aumentar esta participação, pois o aerossol tem sido a forma de apresentação de maior crescimento. Como caracte-rísticas podem ser citadas que muitas empresas de grande porte no Brasil importam o aerossol (produto final) do mercado argentino. Uma justificativa para este comportamento é a qualificação do gás propelente (mistura de butano e propano) que tem adição de mer-captana8 para atender o consumo doméstico brasileiro e, precisa ser purificado desta substância com filtros, antes de sua utilização na indústria cosmética, processo nem sempre eficiente e que prejudica o odor do produto final. Adicionalmente, o produto argentino pos-sui tributação inferior e disponibilidade de material de envase, o que resulta em um produto final de menor custo. Vale destacar, que por razões econômicas, as empresas de pequeno porte se utilizam do serviço tercerizado existente no Brasil, para a produção de cosméti-cos sob a forma aerossol. A Argentina importa do Brasil as “moedas”

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de alumínio, que são transformadas em tubos na Argentina, com a utilização de todos demais componentes de embalagem e matérias-primas químicas fornecidas localmente.

No Brasil, o gás tem origem em torres do craqueamento do petró-leo, e é classificado, tributariamente, como derivado de combustível, incidindo impostos federais do tipo PIS e COFINS, com tratamento equivalente ao aplicado na cadeia de combustíveis. O propelente ar-gentino, isento de mercaptana, é obtido de poço. Por isso apresenta o diferencial aplicado no produto cosmético. O propelente de ori-gem nacional requer tratamento (desodorização) para ser utilizado nos mesmos, sem interferir na percepção olfativa do produto.

Algumas empresas detentoras de marcas importantes de desodo-rantes passaram a importar o produto desodorante e antitranspi-rante da Argentina, motivados pela qualidade e competitividade no envase da embalagem aerossol.

Quanto aos canais de distribuição (em valor de 2006), o varejo tradicional responde por 62%, a venda direta por 34% e o merca-do de franquias por 4%. Em volume (ano de 2006), a participação do varejo tradicional, sobe para 69%, caindo na venda direta para 29% e na franquia para 2%.

No caso de antitranspirantes existe o conceito de duração de 24 horas, que tende a crescer. Embora a escolha do produto normalmente se baseie no perfume, no futuro poderão ter importância na decisão de compra os apelos de proteção duradoura e benefícios de hipoalergenicidade, com formulações pouco irritantes à pele. Neste contexto a forma roll on tende a crescer, aliada a embalagens de formato atraente e práticos.

A forma cosmética stick (bastão) não possui muita aceitação pelo público brasileiro e tende a refrear a sua taxa de crescimento. As

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formulações tenderão a ter perfumes para todos os públicos, seg-mentando em homens, mulheres e jovens (adolescentes), popula-ção da região norte (fragrâncias mais encorpadas) e do sul do país (fragrâncias mais leves).

2.3.3 Perfumaria

O mercado da perfumaria inclui produtos com composição de fragrân-cias femininas, como perfumes, águas de colônia, sprays, colônias e va-porizadores para o corpo; além da presença de fragrâncias masculinas em cosméticos. Esta categoria de produtos possui um mercado interno em volume de 25.000 toneladas, com valor de R$ 2,4 bilhões/US$ 1,2 bilhão.

O mercado consumidor mundial é da ordem de US$ 30,7 bi-lhões, dos quais os Estados Unidos, primeiro colocado no

Quadro 13 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de perfumaria (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 30.739,7 6,7 -

1 Estados Unidos 6.126,3 2,0 19,9

2 Brasil 3.019,2 33,0 9,8

3 China 2.292,0 1,8 7,5

4 Reino Unido 2.176,1 3,5 7,1

5 Japão 1.676,4 16,5 5,5

6 Itália 1.581,6 3,7 5,1

7 Espanha 1.288,7 -1,7 4,2

8 França 1.251,0 5,4 4,1

9 México 1.062,6 8,9 3,5

10 Alemanha 562,3 4,3 1,8

TOTAL TOP TEN 21.036,2 7,3 68,4Fonte: Euromonitor, 2006Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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ranking, participam com US$ 6,1 bilhões (19,9%). O Brasil é detentor da segunda colocação. Acumulou, em 2006, o va-lor de US$ 2,4 bilhões (ex factory), correspondentes a 25 mil toneladas vendidas, com crescimento médio ponderado de 5,4% ao ano em volume e 16,3% ao ano em valor (Quadro 13).

Esta categoria de produtos compreende grandes empresas como Avon, Natura e O Boticário que detém 81,9% das vendas, mas também atuam outras de pequeno e médio porte que produzem colônias contratipos9 de perfumes internacionais, além de marcas de prestígio importadas.

Os itens envolvidos na categoria perfumaria compõem 13% do to-tal de faturamento do setor. Entre os fatores que influenciam este perfil, podem ser citados:

O mercado jovem impulsiona as vendas de itens específicos; 1) A segmentação cada vez mais ampla de produtos, dando ao 2) consumidor novas possibilidades de compra; A evolução do canal de vendas diretas, que cresceu não somente 3) em resultados, mas também expandiu sua força tática de vendas; Ações agressivas de 4) marketing dos fabricantes; Competição promocional; 5) Melhor qualidade dos produtos, fazendo com que os itens 6) de perfumaria ganhem maior reconhecimento do público; Investimentos realizados pelas indústrias em 2006 que cau-7) saram impacto no 1º semestre de 2007.

A composição deste faturamento no período 2002/2006 indicou par-ticipação crescente para os produtos voltados ao segmento masculino (31,2 para 38,8%), dominante em relação às demais categorias, porém decrescente para o feminino (64,1% para 56,5%) e se manteve estável para o infantil (em torno de 5,0%). A composição (porcentagem em valor) e respectivas categorias estão apresentadas no Quadro 14.

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Os itens da categoria de perfumaria destinados ao público femi-nino representam 61,8% das vendas, com crescimento de 11,2%, enquanto que aqueles destinados ao público masculino, 38,2%, mostram um incremento de 15,5%, em 2006. Desde 2002, a ven-da de produtos de perfumaria no Brasil tem avançado em média 13% ao ano. Um estudo global realizado pela Avon aponta que 75% das mulheres da América Latina se perfumam diariamente, enquanto que nos Estados Unidos esse percentual é da ordem de 50% e, na Ásia, de 60% (VALOR SETORIAL, 2007).

Pode-se observar a partir das informações mencionadas nos Qua-dros 13 e 14, que houve um significativo aumento dos produtos voltados ao público masculino nos últimos 5 anos, cujo crescimento em volume representou 14,7% em 2006, enquanto os produtos para perfumaria do público feminino, tiveram um crescimento de 2,8%.

Cabe ressaltar que devido a classificação de supérfluo no âmbito tributário e a tipificação naciona l de produtos de perfumaria na legislação sanitária em vigor, não reconhecida internacionalmen-te, a variante de produto mais comercializada é conhecida como Deo Colônia. Este tipo de produto foi a estratégia encontrada pela indústria e reconhecida no âmbito fiscal na elaboração de um pro-duto que é comercializado como se fosse “perfume”, mas é regis-trado como desodorante, em função de sua composição.

Quadro 14 – Participação da categoria (em % do valor R$ ‘000) correspondente ao tipo de público no setor de perfumaria de 2002 a 2006

Participação (% em valor)

Categoria 2002 2003 2004 2005 2006

Mercado total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Masculino 31,2 34,1 34,7 36,1 38,8

Feminino 64,1 61,2 60,4 58,9 56,5

Infantil 4,6 4,7 4,9 5,0 4,7Fonte: VALOR SETORIAL, 2007

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O decreto nº 79.094, de 1977, que estabelece normas sanitárias para os produtos do setor, classifica como perfume os produtos com concentração aromática superior a 10%. Este critério está ultrapas-sado e em desuso no mundo todo. Em razão desta incongruência os perfumes são tributados com alíquotas de 42% de IPI e 25% de ICMS na maioria dos estados. As colônias são tributadas em 10% de IPI com a mesma tributação de ICMS que os perfumes.

A participação por canal de distribuição, dos produtos de perfumaria (em valor) correspondeu a 75% pela venda direta, 17% pela fran-quia e 8% no varejo tradicional. Este percentual, praticamente, con-siderou os produtos importados de alto valor (marcas de prestígio), tendo em vista que as colônias, produtos populares, desapareceram do mercado massivo das regiões Sudoeste e Sul, mas mantiveram, ainda, participação significativa nas regiões Norte e Nordeste.

O mercado de perfumaria para adolescentes está ganhando importância principalmente para mulheres jovens, que chegam a gastar até 30% de sua renda com produtos de beleza e o perfume se enquadra nesta categoria.

2.3.4 Banho

Na categoria de produtos voltados para o banho, existe a predo-minância nacional na tradicional forma sólida em barra (sabone-te), superada no mercado europeu, pela forma líquida.

Como apresentado no Quadro 15, além das formas citadas anterior-mente, também abrangem talco, sais e óleos para banho. O Brasil, com um mercado de consumo de pouco mais de US$ 1,4 bilhão, ocupa a terceira posição à frente de Índia, com US$ 1,4 bilhão, e da China, com US$ 1,2 bilhão. O Brasil é superado pelo Japão (segundo colocado no ranking) com US$ 1,6 bilhão, e os Estados Unidos, líder do grupo, com uma participação de US$ 4,5 bilhões.

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O Brasil com um mercado interno total de 296 mil toneladas pos-sui a seguinte composição de faturamento na categoria de produ-tos para o banho:

88% – sabonete em barra. • 9% – sabonete líquido. • 3% – talco e para sais e óleos de banho são pouco significa-•

tivos.

Este segmento apresentou crescimento médio ponderado de 9,7% a.a. em valor e 2,8% em toneladas nos últimos 5 anos (ABIHPEC, 2006).

Quadro 15 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de produtos voltados para o banho (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 23.579,0 2,4 -

1 Estados Unidos 4.456,8 0,9 18,9

2 Japão 1.632,7 -6,8 6,9

3 Brasil 1.430,5 18,9 6,1

4 Índia 1.389,0 3,4 5,9

5 China 1.204,9 5,6 5,1

6 Reino Unido 1.151,0 -4,6 4,9

7 Itália 983,8 -0,8 4,2

8 Alemanha 945,4 -0,7 4,0

9 França 914,1 -0,2 3,9

10 Canadá 606,6 4,2 2,6

TOTAL TOP TEN 14.714,8 1,4 62,4

Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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A participação (em toneladas) nos canais de distribuição para o tipo sabonete em barra é de 95% no varejo tradicional e 5% na venda direta. Quanto à participação por canal, em valor, o varejo tradicional detém 78%, a venda direta 20% e a franquia 2%.

Quanto à forma cosmética – sabonete em barra, tanto o mercado mundial como o brasileiro, registraram crescimento de participa-ção, em volume e em valor, dos sabonetes de tratamento da pele, produzidos com base diferenciada e aditivados de componentes ativos de ação hidratante e emoliente.

No mercado local, esse tipo de produto apresenta crescente par-ticipação do tipo vegetal, cuja base é composta de óleos oriundos de fontes renováveis e uma redução do tipo glicerinado, cujas características de processo são primárias e o prazo de validade do produto reduzido, em função do tipo de formulação e do material de embalagem, que ainda não é o mais adequado para este tipo de produto. Os sabonetes líquidos destinados à higie-ne íntima vêm alcançando índices expressivos de aceitação pelo consumidor, sinalizando um nicho promissor.

2.3.5 Cuidados Masculinos

O Quadro 16 apresenta o crescimento verificado no mercado de consumo mundial, preço varejo, de 6% para a categoria de produ-tos destinada aos cuidados masculinos. Os índices alcançados pelo Brasil de 21,6%, no mesmo período, atestam a tendência de evolu-ção deste mercado associada à mudança de hábitos de consumo. Isto ocorre devido a maior preocupação do homem atual, quanto ao aparecimento dos sinais do tempo, manutenção da pele e dos cabelos saudáveis e pela escolha pessoal dos produtos de uso diá-rio, evitando os danos provocados pela ação do tempo, associado a uma melhor qualidade e o estilo de vida moderno.

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Dentre os fatores que propiciaram o crescimento nesta categoria do ramo cosmético, podem ser citados: praticidade, multifuncio-nalidade, características sensoriais, disponibilidade de produtos acondicionados em embalagens de visual retilíno e de cores só-brias e escolha de fragrâncias que remetem a conceitos de natu-reza, esporte e modernidade.

O subgrupo de produtos de tratamento capilar é igualmente foco de atenção, principalmente os destinados ao controle da queda dos cabelos e/ou os que estimulam seu crescimento, aliados mui-tas vezes como auxiliares de métodos terapêuticos. Quanto à tec-nologia de formulação, os produtos nacionais utilizam o mesmo arsenal de princípios ativos disponíveis no mercado mundial.

Quadro 16 – Tamanho, crescimento e participação mundial na categoria de produtos de cuidados masculinos (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 21.653,2 6,0 -

1 Estados Unidos 4.724,8 7,0 21,8

2 Japão 1.517,9 -5,6 7,0

3 Brasil 1.508,8 21,6 7,0

4 Índia 1.393,8 0 -0,5 6,4

5 China 1.128,8 0,7 5,2

6 Reino Unido 1.034,0 0,8 4,8

7 Itália 828,1 0,2 3,8

8 Alemanha 823,1 17,1 3,8

9 França 692,1 7,3 3,2

10 Canadá 641,8 11,6 3,0

TOTAL TOP TEN 14.293,2 5,4 66,0

Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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2.3.6 Higiene Bucal

A categoria de produtos destinados à higiene bucal compreende os subgrupos: dentifrícios em pasta e gel, enxaguatório bucal, fio/fita dental, e escova de dentes. O Brasil ocupa a terceira coloca-ção no mercado mundial, com valor de US$ 1,8 bilhões (preço ao consumidor), o que corresponde a uma participação de 6,6% no mercado mundial no ano de 2006.

Com base no Quadro 17, pôde-se prever que o Brasil no ano de 2007 ultrapassou o Japão, 2º colocado, pois apresentou em 2006 um crescimento de 20,1% muito superior aos demais classificados no ranking dos 10 (dez) maiores mercados no segmento.

Quadro 17 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos destinados à higiene bucal no mundo (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIP

Mundo 27.700,3 3,1 -

1 Estados Unidos 5.446,6 0,2 19,7

2 Japão 1.950,7 -6,5 7,0

3 Brasil 1.839,8 20,1 6,6

4 Índia 1.770,3 6,7 6,4

5 China 1.533,8 1,3 5,5

6 Reino Unido 1.300,3 -4,3 4,7

7 Itália 1.199,0 3,3 4,3

8 Alemanha 1.007,2 -3,1 3,6

9 França 878,9 9,8 3,2

10 Canadá 815,7 7,9 2,9

TOTAL TOP TEN 17.742,3 2,3 64,1Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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Em 2006, o mercado fabricante no segmento de higiene bucal10 faturou cerca de R$ 860 milhões ex factory com o creme dental (70% do faturamento), R$ 270 milhões com escovas de dentes (21% do faturamento) e 125 milhões com enxaguatório bucal (9% do faturamento) e 60 milhões com fio dental. Este crescimento é resultado dos investimentos realizados pelas empresas da categoria de higiene bucal em inovação tecnológica de seus produtos (PACHECO, 2007).

A maior conscientização da população quanto à importância da higiene bucal na preservação de cáries e doenças periodontais, é reflexo da ação intensa das campanhas governamentais envolven-do ações práticas de grande alcance, na melhoria da qualidade e do valor agregado do produto.

Aliados aos fatores apresentados, o maior acesso por formas cosméti-cas como enxaguatório bucal aliados à redução de tributos conduziu à diminuição de seu custo tornando-o acessível à população de baixa renda, que não consumia tradicionalmente este tipo de produto.

O crescimento médio anual ponderado nos últimos cinco anos, em toneladas, apresentou destaque para o enxaguatório bucal com 19,7% ao ano. Os demais tipos de produtos apresentaram cres-cimento de 4,1% para o creme dental; 7,8% para o fio dental; e 8,1% para escova dental.

No que tange ao desenvolvimento e inovação, houve aplicação industrial de insumos extraídos da biodiversidade brasileira, como, por exemplo, dos extratos de juá, melissa, própolis, malva e de ca-momila (apelo para crianças entre 4 meses e 2 anos por ser menos irritante). Outra tendência do mercado é continuar o crescimento dos produtos na forma de gel e os multifuncionais, como, por exemplo, com benefícios extras para o clareamento dos dentes.

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2.3.7 Cuidado dos Cabelos

Em 2006 observou-se um consumo dos produtos da categoria de cuidado dos cabelos correspondente ao valor de saída da indústria (sem impos-tos) de R$ 4,8 bilhões e uma produção equivalente a 458 mil toneladas.

O Quadro 18 apresenta o posicionamento dos dez países (top ten) no mundo, relatando a porcentagem de crescimento e de partici-pação. Pelo quadro apresentado o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial dessa categoria, com taxa de crescimento de 23,4% e participação de 8,8%.

Verifica-se que, embora o Brasil esteja situado abaixo do Japão e dos Estados Unidos, a taxa de crescimento é superior a todos os países do ranking, quase o dobro do México, que é o segundo país em termos de crescimento. Isto indica o importante potencial bra-sileiro na categoria de produtos para os cuidado dos cabelos.

Quadro 18 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos de cuidado dos cabelos no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIPMundo 52.955,5 4,4 -

1 Estados Unidos 10.322,2 3,2 19,52 Japão 5.478,3 -4,5 10,33 Brasil 4.666,1 23,4 8,84 Índia 2.425,9 -0,4 4,65 China 2.401,5 9,8 4,56 Reino Unido 2.275,4 -3,2 4,37 Itália 2.149,2 -5,5 4,18 Alemanha 1.635,0 12,4 3,19 França 1.577,5 12,5 3,010 Canadá 1.532,1 0,8 2,9

TOTAL TOP TEN 34.463,2 4,0 65,1Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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O Quadro 19 destaca os subgrupos da categoria de produtos de cuidado dos cabelos no Brasil. A partir das informações apresen-tadas consta-se que no caso do tratamento capilar foi o que apre-sentou maior porcentagem de crescimento, em relação aos de-mais produtos.

A elevada participação do tratamento capilar pode ser explicada pela ampla utilização em alisamento/relaxamento e coloração/des-coloração que danificam o cabelo e requer contínuo tratamento que, em geral, é realizado de forma profissional em salões e insti-tutos de beleza ou de forma doméstica pelo próprio usuário.

Vale destacar ainda, a disponibilidade de produtos com formulações di-ferenciadas que atendem aos diversos tipos de público, cabelo (compri-mento, formato, oleosidade e nível de dano). Na categoria de produtos para o cuidado dos cabelos, 93% do valor de mercado é comercializado pelo varejo tradicional (supermercados, perfumarias, lojas de departa-mentos e farmácias). A venda direta contribui com 6% deste total.

Sob o foco tecnológico, devem ser considerados:

dimensão do mercado interno;• hábitos e costumes do povo, típicos de uma zona tropical; •

Quadro 19 – Crescimento médio (toneladas) do mercado de produtos da categoria de cuidado dos cabelos no Brasil, em 2006 (Painel de dados de mercado)

Tipo de produto% Crescimento

(toneladas)

1º Tratamento capilar3 (sem enxágue) 26,8

2º Tintura (Coloração/Descoloração) 20,6

3º Permanente, alisante e relaxantes 12,8

4º Modelador 8,3

5º Xampu 4,5

6º Condicionador (com enxágue) 0,6Fonte: ABIHPEC (Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), 2007

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miscigenação da população que originou a variabilidade de • tons de pele e tipos de cabelo; crescente consumo de tinturas e descolorantes pela popu-• lação de modo geral, antes mais utilizados pelas mulheres acima da “meia idade”;disseminação dos tratamentos de alisamento ou relaxamen-• to não apenas nos cabelos afro-étnicos, procedimentos estes que danificam os cabelos e exigem frequência de condicio-namento com produtos de uso doméstico ou profissional.

Devido a estes fatores, o Brasil tornou-se o maior produtor da América Latina no segmento do tratamento capilar, conquistando o status de centro de abastecimento das grandes marcas interna-cionais, para a maioria dos países da América do Sul e possui par-ticipação acima de 60% do volume exportado neste segmento.

O Quadro 20 apresenta a segmentação do mercado na categoria de produtos de cuidado dos cabelos por tipo de produto no Brasil, no ano de 2006, em valor Real (R$). Com relação a esses produtos, o xampu apresentou o maior volume em toneladas consumido e o maior número (aproximado em 1000) de marcas comercializadas, sendo que as empresas com maior participação chegaram a atin-gir 20 (vinte) variantes por marca.

Quadro 20 – Segmentação do mercado de produtos da categoria de cuidado dos cabelos em R$ por tipo de produto, no Brasil, em 2006

Tipo de produto Participação (%) no segmento

Xampu 28

Tintura (Coloração/Descoloração) 28

Tratamento capilar 20

Condicionador 17

Permanente, alisante e relaxante 5

Modelador 2Fonte: ABIHPEC (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos)

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2.3.7.1 Tratamento Capilar

Nos subgrupos da categoria de produtos de cuidado dos cabelos, o Tratamento Capilar é representado pelos produtos: creme para pentear, desembaraçador (sem enxágue), máscaras/banho de cre-me, tônico, loção, reparador de pontas e ativador de cachos está apresentado no Quadro 21.

A partir dos dados apresentados, verificou-se que a participação em valor desses produtos foi superior para o creme de pentear/de-sembaraçador (sem enxágue), em virtude da maior disponibilida-de de produtos no mercado, que facilitou o manuseio de cabelos cacheados, afro-étnicos naturais, alisados e relaxados tornando-os esteticamente mais aceitáveis. Adicionalmente, as formulações fo-ram modificadas tendo sido introduzido o efeito molhado para os cabelos, mantido por certo período de tempo, após a sua aplica-ção. Este efeito foi considerado uma inovação no mercado nacio-nal e internacional, devido a sua excelente aceitação e performan-ce em mercados externos, a exemplo do Oriente Médio.

Para o condicionador é atribuído o mesmo número de marcas, com a ressalva de um número menor de variantes da mesma marca. Embo-ra o crescimento médio do xampu seja de 4,5% apresentou a maior participação em valores (R$ Real) juntamente com as tinturas (28%).

Quadro 21 – Classificação em valor (%) do subgrupo de produtos destinados ao tratamento capilar no Brasil, categoria de produtos de cuidado dos cabelos, em 2006

Tipo de produto Valor (%)

Creme de pentear/Desembaraçador (sem enxágue) 59,70

Máscaras/Banho de creme 22,60

Tônicos e Loções 8,70

Reparador de pontas 4,40

Ativador de cachos 0,70

Outros 3,90

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Quanto a inovação, a disponibilidade de insumos do mercado in-ternacional e o conhecimento de tecnologias implantadas no país, aliados à utilização de insumos provenientes da biodiversidade da flora brasileira têm permitido a introdução no mercado interno de produtos de maior sofisticação tecnológica.

Estes produtos vêm atendendo as necessidades específicas do cabelo e do couro cabeludo, como a hidratação profunda e prolongada dos fios danificados (condicionamento), proteção da cor, reparação da fibra capilar e a nutrição destinada à ativação da papila dérmica vi-sando o estímulo do crescimento do fio e o controle da oleosidade.

2.3.7.2 Modelador

Conforme apresentado no Quadro 20, o subgrupo modelador, também denominado de styling, representa apenas 2% em valor (R$) dentro da categoria de produtos para o cuidado dos cabelos. Sua maior participação envolve, produtos sob a forma cosmética gel (fixadores) que representam 57,5% do total deste tipo de pro-duto, seguida do aerossol (hair spray) com 26%, pomada capilar com 6%, emulsão com 5% e mousse com 3,8%.

Este subgrupo da categoria utiliza em suas formulações o emprego de polímeros estruturantes da modelagem de origem sintética, ino-vadores, que permitem a formação de filme sob o fio de cabelo de flexibilidade elevada e resistente à umidade e à penteabilidade, pro-piciando aspecto natural aos fios e menor formação de resíduos, no mesmo nível dos produtos encontrados no mercado internacional.

2.3.7.3 Tintura (Coloração/Descoloração)

Neste subgrupo, a (tintura) da categoria de produtos de cuidado dos cabelos, o Brasil segue a tendência dos mercados líderes tais

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como: Estados Unidos (1º) e Japão (2º), conforme apresentado no Quadro 18. No primeiro caso predomina o consumo da tintura sob a forma oxidativa, destinada à cobertura dos fios brancos, se-guido de produtos para o clareamento da cor natural dos cabelos (descoloração), que visa propiciar uma aparência mais jovem. No consolidado mercado fashion oriental, predomina a coloração de diferenciação, crescente na faixa etária de 15 a 25 anos,

O mercado nacional vem apresentando um crescimento dinâmico nos últimos 5 (cinco) anos, que considerou a grande disponibilida-de de insumos, domínio tecnológico e o surgimento da indústria de terceirização que permitiu a introdução no mercado de novas marcas, com qualidade e a preços compatíveis com a realidade da capacidade de compra por todas as classes sociais do povo brasi-leiro (vide Quadros 19 a 21).

Mesmo não estando disponíveis dados do mercado profissional, a tendência é similar ao doméstico, com perfil de consumo crescente do mercado total, por tipo de produto, de 95,6% de tinturas; 4,0% para os descolorantes; e 0,4% para os demais tipos de produtos.

Na categoria de produtos de cuidado dos cabelos, o subgrupo tinturas do tipo permanente (oxidativas) detém o maior segmento do mercado (88,4%) ficando as temporárias ou tonalizantes com 7,1%. Também apresenta predominância de venda (75%) sob a forma de Kit, estando incluídos o sistema de revelação da cor, acessórios para a aplicação da tintura e produtos finalizadores re-gularmente utilizados no processo de coloração.

Quanto ao desenvolvimento de formulações e inovação tecnológi-ca, não existem muitas informações disponíveis, visto que a gama de ingredientes de ação tonalizante da fibra capilar são de origem sintética, oriundos da química fina de alta complexidade, prote-

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gidos por patentes ou disponíveis para o uso e foram testados quanto a segurança de uso com testes clínicos.

No Brasil, verifica-se o desenvolvimento, ainda em fase inicial, de insumos com ação tonalizante de origem biotecnológica, oriundos de fonte secundária (pó de serra) disponibilizados pela indústria moveleira de produção certificada.

2.3.7.4 Permanente e Alisante/Relaxante

Neste subgrupo da categoria de cuidado dos cabelos, os cosméticos destinados ao alisamento/relaxamento denominados, igualmente de-nominados de produtos de transformação, apresentam mercado cres-cente no país em função de grande parcela da população brasileira possuir cabelo de origem afro-étnica modificado ou não pela miscige-nação ou cabelo ondulado. Além disso, existem tendências da moda de utilizar cabelo liso e sem volume, de forma generalizada, também por pessoas com cabelos com pouca ondulação ou quase lisos.

Pelos dados apresentados no Quadro 20, este subgrupo apresenta 5% de participação (em Real) na categoria de produtos para o cui-dado dos cabelos e tende a crescer nos próximos anos, em virtude das razões expostas anteriormente. A baixa participação dos on-duladores nesta segmentação de mercado recai na atual tendência de cabelos de aspecto lisos, soltos e sem volume.

Neste subgrupo, os denominados “relaxantes” apresentam a maior participação de mercado, tendo em vista que sua ação é mais sua-ve e abrange, também, ao público de cabelos ondulados.

Relaxantes e onduladores são comercializados no mercado de varejo, em quase sua totalidade, sob a forma de Kits que também incluem os produtos de ação neutralizante da ação relaxante/permanen-

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te, interrompendo o processo que é irreversível. Apesar dos dados de mercado profissional não estarem disponíveis, pode-se afirmar, igualmente para o relaxamento/alisamento, tratar-se de um dos pro-cessos realizados em salão em ascensão (uso profissional).

2.3.8 Maquiagem

A maquiagem está situada na 4ª posição do ranking mundial (vide Quadro 22), cujo total de consumo atinge a marca de US$ 35,7 bilhões. Esta categoria poderia apresentar números mais expres-sivos, uma vez que possui tributação diferenciada para os vários tipos de produtos. Essa posição é decorrente da característica cul-tural da mulher brasileira, que não tem por hábito a utilização de maquiagem facial, restringindo-se a utilização da forma cosmética pó facial e sombra compacta, máscara para cílios, lápis de contor-no dos olhos e produtos para os lábios (batom, lápis de contorno e gloss labial). Os produtos do grupo maquiagem seguem as ten-dências da moda e apresentam tempo de vida curto, principal-mente quando relacionados com as roupas da estação.

Caracterizado pelo comércio em unidades, dado seu baixo conte-údo unitário, estes produtos somam no Brasil um volume de 502 milhões de unidades, onde a forma cosmética esmalte de unhas possui a maior participação com 297 milhões de unidades; segui-do por 124 milhões para o batom; 52 milhões de máscara para os cílios, sombra e lápis; e 27 milhões para o pó facial, incluídas a base líquida. O hábito de esmaltar as unhas é crescente e comum nas mulheres jovens e adultas e, também, tem apresentado ade-são dos homens, praticados em casa ou com auxílio do profissio-nal especializado (manicure) no salão.

O uso do batom cresceu muito nos últimos anos com ampla dispo-nibilidade de produtos com diversos valores de preço de venda e

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aliados à boa qualidade de seus produtos. Também passam a ofe-recer maior valor agregado como nutrição, tratamento, proteção solar, aumento do volume dos lábios, hidratação, baixa transferên-cia dos lábios e brilho extra (lábios e unhas).

De acordo com os dados apresentados no Quadro 22, o Brasil ocu-pa o 4º lugar no mercado mundial na categoria de produtos para maquiagem, perdendo apenas para os Estados Unidos, Japão e Reino Unido. Possui a maior taxa de crescimento (valor) de 30,3% em relação aos dez primeiros colocados e porcentagem de partici-pação de 4,0% no mercado mundial.

Os dez principais países detêm 70% do mercado mundial (e o Brasil está incluído neste grupo) e apenas 30% para os demais países, o que indica elevado potencial de crescimento para o Brasil nos próximos anos.

Quadro 22 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de maquiagem no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIPMundo 35.714,4 3,7 -

1 Estados Unidos 8.600,7 2,1 24,1

2 Japão 5.734,8 -3,0 16,1

3 Reino Unido 1.961,5 -0,9 5,5

4 Brasil 1.430,3 30,3 4,0

5 França 1.420,3 2,0 4,0

6 Alemanha 1.412,5 -1,3 4,0

7 China 1.168,6 11,5 3,3

8 Itália 1.118,2 0,3 3,1

9 Russia 1.103,8 11,7 3,1

10 Canadá 903,4 7,8 2,5

TOTAL TOP TEN 24.854,1 2,6 69,6Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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A participação em valor (R$ ‘000) dos subgrupos maquiagem para unhas, lábios, face e olhos está representada no Quadro 23 e indicou uma maior participação dos produtos para os lábios, demonstrando a popularização do batom para mulheres de todo tipo de classe sócia. O batom é um item de maquiagem que a grande maioria das mulheres tem e transporta na bolsa, possui no mercado uma diversificação de marcas, preços, embalagens e cores muitas vezes associadas às estações do ano; ademais tem a função fotoprotetora dos lábios. Seguido deste subgrupo, te-mos os produtos para unhas, com diversificação de formulações mais duradouras, ampla disponibilidade de cores e o conceito protetor das unhas que o esmalte oferece.

A menor participação em valor ficou para os segmentos dos olhos está, seguido da face, pois ainda não é hábito da mulher brasileira utilizar este tipo de maquiagem diariamente, em função de carac-terísticas culturais diferente de outros países, que embora tenham clima tropical como o Brasil, é hábito sua utilização diária, como México, Venezuela, Argentina, Chile, etc.

Verificamos que no mercado brasileiro o subgrupo maquiagem para unhas apresentou participação no mercado em valor com distribuição majoritária pela venda tradicional, que teve porcenta-

Quadro 23 – Participação do Brasil em porcentagem de valor (R$’000) dos subgrupos da categoria de maquiagem para unhas, lábios, face e olhos nos últimos 5 anos

Participação % Valor (R$ '000)Subgrupos dos produtos 2002 2003 2004 2005 2006 Cresc. Méd (%)

Unhas 32,4 30,7 33,6 31,8 31,0 20,8Lábios 35,3 38,8 35,0 35,1 34,5 14,2Face 13,9 13,7 14,0 14,2 15,0 18,2Olhos 18,4 16,9 17,4 19,0 19,5 25,1Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 ----Fonte: ABIHPEC, 2006 Legenda: Cresc. Méd. (%) – Crescimento Médio Anual Composto, nos últimos 5 anos

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gem de crescimento acima de 90% de 2002 a 2006. Este tipo de produto normalmente é adquirido pela (o) usuária (o), comumen-te, em lojas de produtos cosméticos e farmácias e não apresentam um diferencial de embalagem que poderia ser fator de diferen-ciação entre tipos de produto e símbolo de status. A utilização de esmalte também tem uma representatividade expressiva por parte das manicures, que adquirem os produtos no varejo tradicional.

Referente aos subgrupos maquiagem para lábios + face + olhos apresentou maior participação no mercado em valor pela venda di-reta, com valores crescentes de 2002 a 2006 e acima de 76,8%. Este perfil indica a facilidade que o consumidor tem em adquirir estes pro-dutos, por meio de catálogos ou Internet. Nestes produtos existe o diferencial de embalagens, desde as mais simples até aquelas mais sofisticadas, normalmente de maior custo, que interfere na percepção que o usuário tem sobre o tipo de produto e conferem, muitas vezes, maior valor agregado. O canal de distribuição tradicional e o de fran-quia apresentaram redução discreta no crescimento médio de 2,0% (2002 a 2005), favorecendo o canal de venda direta (Quadro 24)11.

A representação do crescimento (variação da porcentagem em va-lor R$ ‘000) por ano, de 2002 a 2006 está representado no Quadro

Quadro 24 – Crescimento (em porcentagem a.a.) por faturamento dos subgrupos relacionados aos canais de distribuição, na categoria de produtos de maquiagem no Brasil, nos últimos 5 anos

Participação/anoSubgrupos dos produtos de Maquiagem 2002 2003 2004 2005 2006

UNHAS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0Franquia 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0Tradicional 94,0 94,2 93,6 90,7 91,5Vendas diretas 5,7 5,6 6,4 9,3 8,5LÁBIOS + FACE + OLHOS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0Franquia 8,5 7,7 8,7 7,8 7,7Tradicional 14,8 12,8 10,9 8,5 9,1Vendas diretas 76,8 79,4 80,4 83,7 83,3Fonte: ABIHPEC, 2006

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25. Existe um perfil diferenciado ao longo dos anos, com eleva-ções e diminuições muitas vezes alternadas. Considerando o ano de 2006, a maior porcentagem de crescimento foi da maquiagem para face, seguida dos olhos, lábios e unhas.

Como tendência de formulações, temos a maquiagem de trata-mento com ações: fotoprotetora, hidratante, antirradicais e forta-lecedora das unhas, dentre outras.

O setor de embalagens também diversificou a apresentação, com embalagens portáteis, dupla função (ex. lápis para contorno dos olhos e labial), sombra e batom líquido.

A inovação deste segmento também considerou a introdução de novas matérias-primas no mercado, que permitiram a elaboração de formulações com características sensoriais mais agradáveis, me-nos pegajosas e de maior durabilidade ao clima tropical que propi-cia maior transpiração, principalmente os polímeros e silicones.

A introdução de matérias-primas com menor tamanho de partícula (micronizado) permitiu a elaboração de formulações adequadas aos di-versos tons de pele afro-étnica, sem causar os inconvenientes antes en-contrados, pois existia apenas maquiagem para pessoas de pele clara.

Quadro 25 – Crescimento (variação da porcentagem em valor R$ ’000) dos subgrupos maquiagem para unhas, lábios, face e olhos na categoria de produtos de maquiagem no Brasil, nos últimos 5 anos

Subgrupos dos produtos de Maquiagem% variação em valor (R$ '000)

2002 2003 2004 2005 2006

Unhas 23,3 0,9 30,4 13,7 19,8

Lábios 6,3 17,4 7,0 20,7 21,0

Face 15,3 -1,9 24,3 25,1 31,7

Olhos 31,7 -2,1 22,3 31,7 26,2Fonte: ABIHPEC, 2006

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Outro segmento que apresentou crescimento foi o de maquiagem destinada a crianças e público jovem, principalmente produtos para área dos lábios boca (batom e gloss).

2.3.9 Proteção Solar

Ocupando a quinta posição em 2006, e em ritmo de crescimen-to acelerado, esta categoria sinaliza para um futuro próximo, um “salto” expressivo na classificação top ten (Euromonitor) para o próximo biênio, avançando em até duas posições e assumindo a 3ª colocação em consumo (preço varejo).

De acordo com os dados apresentados no Quadro 26, consideran-do o mercado mundial, o Brasil possui porcentagem de crescimen-to em valor de 39,1%, superior aos demais colocados e participa-ção em valor de 6,9%, próximo do 3º e 4º colocados.

Quadro 26 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para proteção solar no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIPMundo 6.200,4 9,7 -

1 Estados Unidos 1.357,0 12,9 21,92 Reino Unido 511,6 1,3 8,33 Espanha 433,3 8,1 7,04 Coréia do Sul 431,6 11,1 7,05 Brasil 427,0 39,1 6,96 Itália 399,1 4,4 6,47 França 377,4 5,4 6,18 Alemanha 315,7 9,3 5,19 Japão 301,8 -2,1 4,910 China 220,6 15,0 3,6

TOTAL TOP TEN 4.775,1 10,2 77,0Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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Dentre as principais razões do crescimento desta categoria de produtos, o mercado consumidor brasileiro tem demonstrado um reposicionamento dos seus hábitos e costumes, quanto à exposição solar. Tem se conscientizado por meio da imprensa especializada, campanhas governamentais e da classe médica sobre a necessidade do uso de produtos para a proteção so-lar (fotoprotetor) em função dos danos degenerativos da pele exposta à radiação ultravioleta (presente no espectro solar) e que conduz ao envelhecimento cutâneo. Estes efeitos são mais intensos quanto maior for a exposição durante o tempo de vida do indivíduo, e podem levar à maior predisposição do câncer de pele, cujo número de casos tem crescido a cada ano.

Por suas características geográficas singulares nesta área litorânea (8.000 km de costa, clima tropical e elevada concentração habita-cional) é fundamental no Brasil, o uso do protetor solar, em função da elevada incidência da radiação ultravioleta.

Tendo como base, a argumentação e a comprovação estatística da elevação a cada ano, referente aos casos de câncer de pele, mes-mo na população não exposta ao sol e à gravidade desta patologia, igualmente, ocorreu a sensibilização da área tributária no âmbito estadual e federal quanto à redução de taxas tributárias (77% IPI e 25% de ICMS) cobrados nos anos 90 e que foram reduzidos em 2006, para zero (0) % na área federal (IPI) e 18% em São Paulo na esfera estadual (ICMS). Entretanto, estados como Amapá, Minas Ge-rais, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina, ainda tributam os protetores solares com alíquota de 25% de ICMS. Em Alagoas a alíquota vigente é de 27%.

Outra ação envolveu o aumento da produção e a diminuição do preço final do produto, pois nos dias atuais, ainda, o fotoprotetor é considerado caro para ser incorporado na “cesta básica” de pro-

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dutos cosméticos. Devemos considerar também, que no mercado existem produtos de custo médio até mais elevados com apelos “extras”, como a ação de combate ao envelhecimento cutâneo. O uso do fotoprotetor não apresenta tantos atrativos, pois é apenas preventivo e o benefício só será visualizado, na vida do usuário, anos mais tarde.

Outra questão envolvida no uso do fotoprotetor é que não apre-senta apelo no quesito beleza, como a maquiagem, o condiciona-dor capilar, o alisante e a tintura. A lembrança do uso do fotopro-tetor normalmente ocorre no período que antecede férias, finais de semana ou feriados, quando o usuário tem a consciência da exposição ao sol e não diariamente de forma preventiva.

Considerando-se que mais de 50% da população brasileira, ainda não tem acesso ao uso deste tipo de produto, existe um potencial de cresci-mento muito grande, principalmente com produtos específicos para o público infantil, adolescente, masculino, área da face e de uso diário.

No âmbito da segurança do trabalhador, existe um movimento para que os protetores solares sejam considerados EPI (Equipa-mento de Proteção Individual), devido sua importância no exercí-cio das atividades de exposição frequente a radiação solar, como no caso dos trabalhadores de linhas de transmissão.

Como reflexo da conscientização sobre os perigos decorrentes da exposição ao sol, a participação no mercado de produtos com FPS (fator de proteção solar) ≤ (menor ou igual) a 16 apresentaram uma participação de 20% em 2004, tendo reduzido para 13% em 2005 e cresceu apenas 0,5% em 2006.

Os produtos com FPS≥16, em contrapartida, apresentaram cresci-mento de 42% em 2004, 41% em 2005 e 30% em 2006. Este per-

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fil está em concordância com o maior conhecimento da população brasileira sobre os riscos que a pele pode ter em função da falta de cuidados na exposição solar e com a necessidade de utilizar fotopro-tetores com FPS adequado e de maior proteção, principalmente nos indivíduos de pele clara. Atualmente, existe consenso na classe médi-ca que um produto com FPS 30 é o mais indicado para a fotoprote-ção elevada, com menor risco dos efeitos adversos que a formulação poderia ocasionar e o “benefício” de proteção à pele (menor risco/benefício). Em casos indicados de maior sensibilidade da pele ao sol ou após tratamentos médicos, como no peeling químico, a indicação de produtos com FPS mais elevado pode ser necessária.

Referente aos canais de distribuição/canal de venda (toneladas), estes são constituídos por 72% provenientes do varejo tradicional, 26% do segmento de venda direta e 2% pelo sistema de franquia. Este perfil está aliado à ampla variabilidade de marcas e valores de FPS dos produtos disponíveis no mercado.

Quanto aos aspectos tecnológicos, os produtos produzidos no Brasil atendem aos rígidos requisitos internacionais, quanto à segurança de uso e eficácia fotoprotetora, alcançando de forma plena a proteção indicada. Seguimos as tendências internacionais exigidas para os insumos, princípios ativos, filtros solares físicos e químicos utilizados nestas formulações fotoprotetoras (filtros so-lares de origem química e física).

2.3.10 Cuidado da Pele

Conforme dados apresentados no Quadro 27, o Brasil ocupa a 8ª posição no mercado nesta categoria de produtos12. As razões para esta classificação envolvem fatores climáticos, perfil étnico, carga tributária elevada, faixa etária média menor, que a média global, hábitos de consumo associados ao poder aquisitivo, principalmen-

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te no que se refere aos produtos para o rosto onde o consumidor tem um perfil mais seletivo, considerando um maior gasto que um produto para o corpo. Este mercado possui 30% de crescimento em valores e de 3,7% de participação no mercado mundial.

Quanto ao mercado mundial, os produtos destinados aos cuida-dos da pele (skin care), passaram a representar em 2006 a prin-cipal segmentação do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, ao atingir valores de US$ 60 bilhões, ultrapassando o agrupamento de produto para os cabelos que historicamente, mantinha a liderança nos últimos anos.

Dentre as principais razões desta liderança, podemos associá-las a parâmetros como o aumento da expectativa de vida da população mundial e sua relação com a melhoria da qualidade de vida, no sentido de permitir ao indivíduo se manter integrado e participan-te nas atividades pessoal, profissional, social e cultural, chegando à idade madura e “melhor idade” com aparência mais jovial e me-nor incidência de sinais de envelhecimento.

O acesso aos produtos para os cuidados da pele é facilitado pela maior disponibilidade financeira da população de média e da “me-lhor idade”, muitas vezes acima da média da população ativa para a compra destes produtos que vão propiciar as características de jovialidade no decorrer dos anos. A população ativa é nova e dis-ponibiliza menos recursos neste tipo de produto por ter que dire-cioná-los de acordo com as prioridades.

Os países asiáticos agrupados, Quadro 27, lideram este mercado, considerando-se o ranking dos 10 que mais se destacam temos o Japão (liderança), China (3º) e Coréia do Sul (7º), e cuja soma representa o mais que o dobro dos valores verificados no mercado americano (2º) com US$ 7,8 bilhões.

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A tributação elevada é, igualmente, outro fator de importância, tendo em vista que os produtos desta categoria possuem elevada incidência fiscal (22% de IPI, 12,5% de PIS/COFINS, somados a uma variação de ICMS na faixa de 25 – 27%), quando comparado aos produtos de higiene, cuja tributação varia de 0 a 7% para o IPI e de 17 ou 18% para o ICMS.

O mercado total brasileiro na categoria de produtos destinados ao cuidado da pele, em volume é de 55.000 toneladas, apresentando um crescimento médio ponderado de 14,3% a.a. e 20,3% a.a. em valor correspondendo à R$ 1,8 bilhão (ex factory) (ABIPHEC, 2006).

A participação em valor no mercado interno é segmentada como segue:

Quadro 27 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para cuidados da pele no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIPMundo 60.099,8 5,5 -

1 Japão 12.752,6 -3,6 21,2

2 Estados Unidos 7.780,5 3,2 12,9

3 China 4.205,8 16,2 7,0

4 França 4.198,7 5,4 7,0

5 Alemanha 3.021,8 3,7 5,0

6 Reino Unido 2.591,0 5,8 4,3

7 Coréia do Sul 2.425,2 6,4 4,0

8 Brasil 2.243,4 30,03,7 3,1

9 Itália 2.161,7 2,6 3,6

10 Taiwan 1.366,9 11,1 2,3

TOTAL TOP TEN 42.747,6 4,1 71,1Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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53% para o rosto, 38% para o corpo e 9% para o outros, • incluídos os produtos para pés, mãos e infantil.

Em termo de comparação tem-se contraste quanto ao volume co-mercializado no mercado interno, cuja participação é:

76,6% para o corpo; 13,2% para o rosto e 13,2% para os • outros, incluídos os produtos para pés, mãos e infantil.

Na segmentação por canal de distribuição, verifica-se a liderança na comercialização por meio da venda direta (70%), seguida pelo varejo tradicional (26%) e franquia (4%). Quanto à participação por volume (toneladas), o varejo tradicional é responsável por 50% do consumo, a venda direta por 46% e a franquia por 4%.

A amplitude da distribuição dos produtos para rosto em canais de varejo massivo é incipiente. Já nos em países desenvolvidos, ou até em países em desenvolvimento, o serviço prestado ao consumidor por consultoras de beleza das empresas de venda direta é bastan-te difundido e utilizado. Marcas importadas consagradas têm sua distribuição em Perfumarias e Drogarias localizadas em bairros de poder aquisitivo elevado.

2.3.11 Depilatório

Esta categoria envolve os produtos pré-depilatórios (cosméticos nas formas cosméticas creme e gel que preparam e tratam a su-perfície a ser depilada), as lâminas e os aparelhos elétricos e remo-vedores de pêlos e ceras.

Conforme apresentado no Quadro 28, no mercado mundial de US$ 3,2 bilhões, a categoria de produtos depilatórios é liderada pelos Estados Unidos com US$ 0,9 bilhão, com representação de partici-

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pação percentual de 28,3% do mercado total. A somatória da par-ticipação dos 3 (três) países subsequentes é inferior ao americano (Japão – US$ 0,4 bilhão, Reino Unido – US$ 0,3 bilhão e França – US$ 0,19 bilhão). O Brasil nesta categoria de produtos ocupa o 9º lugar com US$ 85,5 milhões e participação percentual de 2,7% no merca-do e taxa de crescimento de 24,0%, superior aos demais países13.

O Japão, que ocupa o 2º lugar na lista dos 10 países de maior parti-cipação mundial justifica sua colocação, pois 95% de suas mulheres possuem o hábito de se depilar por razões culturais e o forte senso de higiene e limpeza. Diferentemente, no mercado chinês o índice de mulheres que executam esta prática não ultrapassa o percentual 15%, o que sinaliza que o alto índice referenciado no Japão é devido ao hábito de consumo e não envolve as características fisiológicas en-volvidas nos pêlos. Na América Latina 91% das mulheres se depilam; na Austrália o percentual é de 85% e na Europa Ocidental é 72%.

Quadro 27 – Tamanho, crescimento e participação do mercado mundial da categoria de produtos para cuidados da pele no mundo, 2006 (Histórico – Preço de Venda no Varejo – US$ milhões – taxas ano a ano)

2006%

CRESC PARTICIPMundo 3.191,2 3,3 -

1 Estados Unidos 904,6 3,9 28,32 Japão 392,4 -5,1 12,33 Reino Unido 231,2 -6,1 7,24 França 184,0 1,8 5,85 Espanha 165,4 7,1 5,26 Alemanha 159,2 -0,6 5,07 Canadá 121,3 9,6 3,88 Itália 103,4 2,1 3,29 Brasil 85,8 24,0 2,710 Turquia 78,2 8,0 2,5

TOTAL TOP TEN 2.425,5 1,9 76,0Fonte: Euromonitor, 2006 Legenda: Cresc – crescimento; Particip – participação

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No Brasil, os hábitos de consumo são influenciados pela estética e pelo clima tropical, que induz o hábito de depilação em mais de 90% das mulheres, principalmente nas axilas, pernas e virilha. Nas classes sociais de maior renda predomina o uso de depilatórios mecânicos do tipo ceras, seguidos dos depilatórios químicos sob a forma cosmética de emulsão, gel e solução; e nas de menor renda a predominância de maior uso é dos depilatórios mecânicos tipo lâminas, seguidos dos depilatórios mecânicos do tipo ceras.

Os homens também têm aderido ao hábito de se depilar, além do convencional, pêlos da barba, nariz, bigode e orelhas. Mui-tos depilam o tórax e costas, com os produtos convencional-mente usados pelas mulheres. As razões que levam o homem a essa mudança de hábitos envolvem: motivos estéticos (porque tem muitos pêlos), práticas esportistas (nadadores, fisiocultu-ristas, ciclistas e até jogadores de futebol), melhorar a apre-sentação social e retardar o envelhecimento da pele, sem ter medo de expor sua masculinidade.

2.4 Infraestrutura Legal ( Marco Regulatório)

Os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de acordo com o Artigo no 200 Capítulo II14. As legis-lações são harmonizadas no Mercosul e estão em sintonia com os principais regulamentos internacionais, como da Europa e dos Estados Unidos.

A definição adotada para os produtos de higiene pessoal, perfu-maria e cosméticos está harmonizada no Mercosul por meio da Resolução GMC nº 110/94 e foi internalizada pela Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Resolução RDC no 211 de 14 de julho de 2005 da seguinte forma:

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“Cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes são preparados constituídos por substâncias naturais e sintéti-cas ou suas misturas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavida-de oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores cor-porais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado”.

No que tange a metrologia legal, os produtos cosméticos são con-siderados produtos pré-medidos, sendo regulamentados por por-tarias do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qua-lidade Industrial (INMETRO). A legislação metrológica em vigor, aplicada a estes produtos, consiste em regulamentos técnicos, de caráter genérico ou específico, que tratam sobre expressão da in-dicação quantitativa, grandezas físicas de comercialização e crité-rios e tolerâncias para verificação do conteúdo efetivo.

Como ocorre em vários setores, a legislação metrológica é harmonizada no Mercosul, tendo como base referências internacionais, principalmente da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML). Além disso, no caso específico de cosméticos, considera-se, também, a regulamentação de vários países, pois é notório e significativo o aumento da representa-tividade das indústrias brasileiras deste setor no mercado internacional. Este fator realça a importância de manter a legislação metrológica sem-pre atualizada, de modo que não sejam criadas barreiras técnicas que impeçam o desenvolvimento industrial e econômico do setor.

2.4.1 Regulamentação Sanitária Brasileira – Âmbito do Controle Sanitário

De acordo com o Artigo nº 200, Capítulo II, Capítulo da Saúde na Constituição Federal Brasileira de 1988: “Compete ao Sistema Úni-

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co de Saúde (SUS), controlar e fiscalizar produtos de interesse para a saúde, executando as ações de vigilância sanitária”.

A Lei 8.080/90 de 19/9/1990 em seu Art. 6º – Inciso I, alínea "a" inclui dentre os campos de atuação do SUS a execução das ações de vigi-lância sanitária. Essas ações integram o Sistema Nacional de Vigilân-cia Sanitária definido na Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

De acordo com o artigo 46 da Portaria nº 354, de 11 de agosto de 2006, que estabelece o Regimento Interno da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) são atribuições da Gerência-Geral de Cosméticos (CGCOS): “Analisar e emitir parecer nos processos referentes ao registro de cosméticos, tendo em vista a identidade, qualidade, finalidade, eficácia, atividade, segurança, risco, preser-vação e estabilidade dos produtos sob o regime de vigilância sa-nitária, inclusive nos casos de importação e exportação; apoiar o desenvolvimento, em articulação com as áreas afins, de sistema de informação de ocorrência de danos causados pelo uso de produtos abrangidos pela área; propor a concessão, indeferimento da peti-ção, alteração, revalidação, retificação, dispensa, cancelamento e a caducidade de registro do produto previsto em lei; exercer demais atos de coordenação e controle, supervisão e fiscalização neces-sárias ao cumprimento das normas regulamentares pertinentes à vigilância sanitária, na área de sua competência; elaborar e propor normas e padrões relativos à sua área de competência”.

Da Classificação dos Cosméticos

De acordo com a Resolução RDC nº 211/2005 (Resolução RDC nº 211 de 14 de julho de 2005), os produtos de HPPC são subdividi-dos em duas categorias, de acordo com o grau de risco sanitário, conforme descrição a seguir:

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Grau 1 – produtos para higiene pessoal, cosméticos e perfumes, os quais de acordo com a definição de cosmético “caracterizado por ter propriedades básicas ou elementares as quais não neces-sitam ser inicialmente comprovadas e não requeiram informações detalhadas em relação ao seu modo de uso e as suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto”, tais como sabonetes, xampus, cremes de beleza, loção de beleza, óleos, ba-tons, lápis e delineadores labiais, produtos para maquiagem dos olhos (sem proteção solar) e perfumes, dentre outros.

Grau 2 – produtos para higiene pessoal, cosméticos e perfumes que estão de acordo com a definição de cosmético, “os quais possuem indicações específicas, cujas características requeiram sua segurança e/ ou eficácia a serem provadas, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso”. Exemplos de produto de grau 2 são: xam-pus anticaspa, cremes dentais anticáries e antiplacas, desodorante íntimo, desodorante antiperspirante axilar, esfoliante peeling quími-co, protetores labiais com protetor solar, alguns produtos para área dos olhos, fotoprotetores, agentes bronzeadores, tinturas capilares, branqueadores, clareadores, produtos para ondular cabelo, tônicos capilares, depilatórios químicos, removedores de cutícula, remove-dores de mancha de nicotina químico, endurecedores de unha e re-pelentes de insetos e todos os produtos infantis, dentre outros.

2.4.1.1 Brasil no Âmbito do Mercosul

O Brasil é um Estado Parte do Mercosul e, como os demais, está em processo contínuo de atualização e harmonização da legisla-ção de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Representantes da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991 o Tratado de Assunção, crian-do o Mercado Comum do Sul (Mercosul). A Venezuela, atualmente,

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é considerada “Estado Parte em processo de adesão” ao Mercosul, possuindo direito à voz nas reuniões do bloco, mas não ao voto.

O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos Estados Partes, por meio da livre circulação de bens, serviços e fato-res produtivos; do estabelecimento de uma tarifa externa comum e da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais e da harmonização de le-gislações nas áreas pertinentes, para alcançar o fortalecimento do processo de integração.

Vale ressaltar que as Resoluções Mercosul são aprovadas pelo Gru-po Mercado Comum (GMC), instância decisória do bloco entram em vigor em cada um dos Estados Partes, após internalização de todos os países por meio de uma legislação nacional publicada no Diário Oficial de cada um dos países que compõem o bloco.

No que tange aos regulamentos de caráter sanitário aprovados no Mercosul, as questões jurídicas são analisadas através de pareceres jurídico-internacionais do Núcleo de Assessoramento de Assuntos Internacionais (NAINT), área de Relações Internacionais da ANVISA que monitora as publicações de Consultas Públicas, Resoluções e Portarias no Diário Oficial da União.

Os pareceres jurídico-internacionais, que analisam o impacto inter-nacional das medidas adotadas ou em vias de adoção pela ANVISA, têm como objetivo verificar a coerência entre as novas Resoluções e os instrumentos do direito internacional público, a fim de garan-tir a legalidade e a efetividade da regulamentação da ANVISA.

Neste trabalho, utilizam-se os principais acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, além de referências internacionais para a área de vigilância sanitária. Além disso, também é feita a

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correlação com as Resoluções e Decretos que internalizaram Reso-luções harmonizadas no âmbito do Mercosul.

O parecer jurídico internacional ainda é encaminhado à Procuradoria da ANVISA para sua chancela. Após este procedimento, ocorre à incor-poração do resultado ao ordenamento jurídico nacional (desde que a norma esteja devidamente aprovada nos foros executivos superiores do Mercosul), seja por meio de Resoluções de Diretoria Colegiada ou de propostas de Decretos ou Leis que são elaboradas em conjunto com a Procuradoria. Os regulamentos harmonizados no Mercosul re-lacionados aos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos seguiram estes procedimentos e estão internalizados no Brasil.

2.4.1.2 Futuro no Mercosul

Desde 2004, a prioridade número um para o setor de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria é a livre comercialização desses produtos nos países do Mercosul, uma vez que desde aquela época já possui todas as suas regras sanitárias harmonizadas e reconhecidas através de reso-luções normativas do Grupo de Mercado Comum Mercosul (GMC).

O setor, representado pelos órgãos de classe e entidades regulató-rias, tem reforçado a priorização nas decisões do Mercosul, funda-mentalmente aquelas discutidas pelo grupo de trabalho do Mer-cosul, Grupo Ad Hoc Cosméticos da Comissão de Produtos para a Saúde do SGT 11 Saúde, coordenado pela Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional do Brasil.

2.4.1.3 Marco Regulatório do Setor de Cosméticos

Diversos fatores promoveram o rápido crescimento do setor no Brasil, parte deles relacionado aos compromissos das autoridades governamentais do Brasil nas questões mais críticas de alinhamen-

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to internacional. O papel da ANVISA como agência reguladora inspirada e criada nos moldes modernos de países desenvolvidos trouxe considerável contribuição neste sucesso.

O marco regulatório ao setor foi em 2004, quando todas as regras técnicas sanitárias foram harmonizadas e reconhecidas pelas au-toridades sanitárias representantes do Mercosul. Por este motivo, a expectativa após alguns anos de experiência com o sistema har-monizado é que os países já possuam subsídios suficientes para reconhecer a livre venda de seus produtos.

2.4.1.4 Simplificação de Procedimentos de Contro-le Sanitário de Produtos Grau de Risco 1

Entende-se como reconhecimento mútuo de Regularização (Noti-ficação, Registro ou outros atos correspondentes) o procedimen-to simplificado pelo qual um produto cosmético que tenha sido regularizado em um país da região, seja imediatamente reconhe-cido pelo órgão competente dos demais países da região não ha-vendo necessidade de regularizá-lo novamente.

Em princípio, a proposta inicial é que o reconhecimento mútuo ocorra no âmbito do Mercosul e, futuramente, possa ser estendi-do para a América Latina. Este fato tem como fundamentação os compromissos assumidos nos Princípios de Florença (1998), que são: Responsabilidade do Fabricante; Padrões de Segurança; Moni-toramento do Mercado e Transparência com os Consumidores.

As bases, para que o reconhecimento mútuo funcione, envolvem a superação das barreiras técnicas e a harmonização de critérios sanitários, onde a formulação do produto deve atender aos requi-sitos de harmonização de listas de substâncias, adotando as listas de ingredientes reconhecidos internacionalmente e incorporando

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os ingredientes e particularidades regionais quando forem perti-nentes (Apêndice A1).

Outro fator importante é a utilização da nomenclatura interna-cional de ingredientes utilizados em cosméticos (International Nomenclature of Cosmetic Ingredient – INCI) na rotulagem dos produtos para proteger o consumidor em qualquer parte do mundo. E, finalmente, o compromisso das indústrias de avalia-ção de segurança de uso dos cosméticos antes do lançamento do produto no mercado como seção imprescindível, assegurado através da harmonização da publicação e grande divulgação do Guia de Avaliação de Segurança em três idiomas (português, inglês e espanhol), assim como outros manuais de orientação nos temas relacionados a qualidade dos produtos.

2.4.1.5. Aspectos do Setor de Cosméticos no Brasil (Regulatório e Entidades)

A resolução RDC 211/05 da Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (ANVISA) estabeleceu a harmonização dos requisitos mínimos técnicos e de documentação entre os países do Mercosul, inician-do um processo de abertura para que em um futuro próximo, o escopo atual sobre os produtos de Grau de risco 1 seja extensivo a todas categorias, resultando em maior agilidade no processo de registro de produtos classificados como Grau de risco 2 e o pro-dutor e o importador não precisarão mais aguardar períodos de tempo prolongados para sua introdução em mercado.

No âmbito do reconhecimento mútuo no Mercosul, cuja denomi-nação é a “Simplificação de Procedimentos de Controle Sanitário de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes de Grau 1 no Mercosul” permanece pendente, por parte da ANVISA (Coor-denadora do Grupo de Trabalho GT-4 – Regulamentação do Fórum

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de Competitividade da Cadeia de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), quanto sua internalização pelo Brasil, tem destaque para a dificuldade de sua implementação, advém de assimetrias existentes entre os Estados Parte, inclusive da falta de recursos financeiros e humanos, o que enseja iniciativas de cooperação técnica entre os países do Mercosul com o intuito de estabelecer um nivelamento para sua implementação das normas.

Paralelamente, ainda que em pequeno número, as Empresas Na-cionais voltadas para a exportação têm demonstrado competência na adequação regulatória para os países extra-zona ao Mercosul, que comercializam seus produtos, em especial, para a Europa e o Oriente Médio. Este comportamento é resultado das atividades de treinamento elaboradas pela entidade representativa do setor (ABIHPEC), contando, inclusive, com linhas de crédito para a par-ticipação destas empresas em feiras e exposições internacionais e sua capacitação e modernização do setor industrial, objetivando o aumento da competitividade nestes novos mercados.

Situação oposta é verificada na área de inspeção e autorização de empresas, que nos termos previstos pela Legislação Sanitária vigente, pode alcançar em alguns casos, períodos superiores a 1 (um) ano para a concessão de sua licença (Municipal ou Estadual) e Autorização de Funcionamento (Federal), para o posterior início de suas atividades. Dessa forma, pode ocasionar a prática de ati-vidades “marginais” (informalidade), o mesmo ocorrendo para os pedidos de alterações previstos na Legislação.

Está prevista na RDC 343/05 a verificação da conformidade das informações apresentadas nas Notificações em relação ao disposto na legislação sanitária, no âmbito das ações de controle sanitário dos Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes ofertados à população. Atualmente, essa verificação é realizada por meio do Programa de Auditoria de Produtos

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Notificados e pelo Programa de Monitoramento de Produtos no mercado. As empresas deverão apresentar, por solicitação da ANVISA e/ou pelas Visas Estaduais e Municipais, os dados de qualidade, de segurança, de eficácia e comprovação dos dizeres de rotulagem, por ocasião de auditorias de notificação, monitoramento no mercado, inspeções e/ou análise fiscal. Vale ressaltar o monitoramento de produtos no mercado realizado desde 2005 por algumas Visas inclusive com análise fiscal nos Laboratórios Oficiais.

Nesta abordagem, é importante ressaltar o trabalho de base voltado a capacitação das Micro e Pequenas Empresas no âmbito técnico/regulatório para a habilitação de empresas, cuja parceria com a ABDI, ABIHPEC e SEBRAE em vários estados tem gerado ações pró-ativas voltadas ao treinamento e às práticas que permitam aprimorar o estado da arte, quanto ao alcance pleno das boas práticas de fabricação e controle de qualidade.

Para o setor produtivo estão disponibilizados manuais de orien-tação elaborados pelo segmento do setor de Produtos Cosmé-ticos e/ou em parceria com a ANVISA. Estes manuais elabora-dos pelo setor e publicados em 2005 com os seguintes títulos: Desenvolvimento de Produtos, Gerenciamento da Qualidade Microbiológica, Auto-inspeção de Boas Práticas de Fabricação e Cosmetovigilância, sendo que em 2003 foi publicado o de Qua-lificação de Fornecedores. Vale destacar a publicação de outros manuais de qualidade coordenados pela ANVISA, como: Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos (2003), Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos (2004), Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos (2007).

2.4.1.6 Compromisso do Setor de Cosméticos e seu Futuro

Apesar do rápido crescimento em valores do setor no Brasil, hou-ve também um acompanhamento responsável na qualidade dos

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produtos. Verifica-se que existe o compromisso com a qualidade e a saúde pública assumidos pelas empresas instaladas em solo bra-sileiro que tem à disposição publicações como manuais, normas e orientações, contando também com ampla divulgação de seus conteúdos por meio de cursos e treinamentos.

Alinhado com este compromisso, estão as entidades de diversos países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Equador, México) e da América Central. Es-ses países reuniram-se em dezembro de 2003 e, nesse encontro, foram acordadas as premissas da Carta Compromisso sobre as di-retrizes gerais do Reconhecimento Mútuo. (vide Apêndice A1)

Com a globalização dos mercados torna-se imprescindível que a estrutura de avaliação da conformidade de cada país alcance reco-nhecimento junto aos fóruns internacionais competentes. Sem a "ferramenta" em questão, as empresas que desejam se voltar para o mercado externo encontrarão dificuldades, pois se defrontarão com diferentes exigências em diferentes mercados.

Por isso, a prioridade número dois para o setor é o apoio na discussão do reconhecimento mútuo para a América Latina, uma vez que o Brasil sediou a reunião de Autoridades Sanitárias de Cosméticos dos países da América Central e Sul, que ocorreu de 24 a 26 de setembro de 2008.

O movimento de harmonização da Legislação Sanitária, na Améri-ca do Sul, liderado pelo Brasil, caminha a passos largos e o objeti-vo desse trabalho, que vem sendo desenvolvido há mais de cinco anos, é buscar a viabilização do reconhecimento mútuo dos pro-dutos pelos órgãos públicos responsáveis, em todo o continente.

Com o objetivo de facilitar as exportações brasileiras, autoridades de diversos setores governamentais estão sensíveis às solicitações formu-

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ladas pelo setor de produtos cosméticos, buscando continuamente, o reconhecimento dos seus credenciamentos em vários fóruns interna-cionais como a Europa e EUA. Vale destacar que o Brasil possui, em fase crescente e com rápido desenvolvimento, todos os elementos envolvidos na cadeia produtiva necessários à produção do produto cosmético, perfumaria e higiene pessoal, desde as matérias-primas e insumos e os materiais de embalagem envolvidos.

Dando continuidade à dinâmica deste processo de atualização, o setor produtivo aguarda atento à publicação da alteração de parte da legis-lação brasileira referente aos cosméticos, no Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de 1977 que regulamenta a Lei nº 6360, de 23 de setembro de 1976, que estabelece o regime da Vigilância Sanitária, onde estão sujeitos os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos

2.4.2 Metrologia

A metrologia legal não se restringe à elaboração de regulamentos, mas também se refere ao controle metrológico realizado pelo IN-METRO, por meio dos órgãos delegados que fazem parte da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ-I), executando as verificações e inspeções relativas aos instrumentos de medição e às medidas materializadas, regulamentadas, além do controle da exatidão das indicações quantitativas dos produtos pré-medi-dos, de acordo com a legislação em vigor em ensaios imparciais. O principal objetivo estabelecido legalmente no campo econômi-co é proteger o consumidor enquanto comprador de produtos e serviços medidos, e o vendedor, enquanto fornecedor destes. A exatidão dos instrumentos de medição garante a credibilidade nos campos: econômico, saúde, segurança e meio ambiente.

Como em todas as sociedades organizadas, o desenvolvimen-to tecnológico, econômico e social tem também no Brasil, de-

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terminado a efetiva implantação do controle metrológico dos instrumentos de medição. Cobrindo inicialmente apenas as medições em transações comerciais, as atividades de metro-logia legal vêm sendo estendidas, gradualmente, às demais áreas previstas na legislação.

2.4.2.1 Metrologia Legal no Mercosul

O INMETRO, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e outros órgãos governamentais e privados, coordena no Brasil, desde 1991, as atividades do Subgrupo de Trabalho nº 3 (SGT nº 3), que trata dos Regulamentos Técnicos e dos procedi-mentos de Avaliação da Conformidade no âmbito do Mercosul.

O SGT nº 3, ao estabelecer parâmetros uniformes para os Estados Partes, evita que os Regulamentos Técnicos e os procedimentos de Avaliação da Conformidade, quando não harmonizados, criem barreiras técnicas ao comércio.

Atualmente, no Mercosul estão em processo de atualização e har-monização de vários temas da Legislação Metrológica, dentre estes, os instrumentos de medição de massa e produtos pré-medidos.

A internalização das Resoluções GMC pertinentes à metrologia le-gal se dá por meio de Portarias do INMETRO. Isso implica no fato que, qualquer alteração requerida nestas portarias, necessita primei-ramente ser discutida na comissão técnica adequada do SGT no 3. No caso do setor de HPPC, os temas metrológicos são discutidos na Comissão de Metrologia/Pré-medidos. Entretanto, pode-se dizer que os assuntos de interesse indireto também são discutidos na Comis-são de Metrologia/Instrumentos, visto que vários instrumentos de medição podem fazer parte do processo produtivo de indústrias de produtos cosméticos, de higiene pessoal e perfumaria.

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O setor de HPPC é um dos mais interessados na harmonização me-trológica, devido ao seu representativo volume de negócios entre os Estados Partes do Mercosul e, entre estes, com o resto do mun-do. Até por isso, sua contribuição ao INMETRO, por meio de asso-ciações nacionais, em especial a ABIHPEC e a Associação Brasileira de Cosméticos (ABC), é de grande relevância nas discussões dos te-mas nessa esfera. Esta contribuição se traduz em apoio técnico, de grande valia visto que, tanto o setor como a legislação metrológica de pré-medidos, são caracterizados pelo dinamismo constante.

No aspecto da cooperação do setor com os órgãos governamen-tais, vale ressaltar a elaboração em conjunto do INMETRO com ABIHPEC, de um Manual de Boas Práticas de Metrologia para In-dústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

2.5 Meio Ambiente

Nesta seção serão abordados os aspectos legais, sócio-ambientais e de segurança sobre a emissão de carbono relativo ao setor cosmético.

2.5.1 Aspecto Sócio-Ambiental e Segurança Ocupacional

Quanto aos aspectos sócio-ambientais, o panorama setorial reflete, a exemplo de toda sociedade organizada e consciente, o desejo em identificar, desenvolver e implementar soluções que levem o setor ao aprimoramento contínuo visando o desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, o setor por meio da participação de grupos de tra-balho, coordenados pela ABIHPEC, vem realizando um conjunto de ações que abrange a cadeia produtiva e suas interfaces, além de integrar-se a projetos de ação global, a exemplo das alterações climáticas, incentivando a construção de uma agenda positiva.

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Com base nos componentes da formulação15 e material de acon-dicionamento a ABIHPEC criou o ÁPICE: Programa de Qualificação de Fornecedores para a Sustentabilidade. O projeto visa privilegiar fornecedores e prestadores de serviços que estejam comprometi-dos com a sustentabilidade por meio de uma avaliação padroniza-da, otimizando recursos e, ao mesmo tempo, oferecendo às em-presas associadas uma ferramenta de avaliação padronizada, que garanta a adequação dos fornecedores às necessidades do setor.

Trata-se de um programa de qualificação aplicado por organismos de terceira parte, que se responsabiliza pela avaliação e inspeção de fornecedores de matéria-prima, embalagens, serviços de disposição de resíduos e fabricantes terceiristas nos quesitos saúde ocupacional, segurança do trabalho e responsabilidade sócio-ambiental.

Considerando a existência de 1.541 empresas atuando no setor, em sua maioria constituída de micro e pequenas empresas, com limi-tado conteúdo tecnológico em suas formas de processamento, o setor desenvolveu em parceria com a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) um Guia Técnico Ambiental voltado a melhoria da eficiência destes processos e seus impactos no ambiente, com base no conceito de Produção Mais Limpa (P+L), cuja aplicação abrangente vem apresentando re-sultados práticos quanto a redução de perdas, geração e controle de resíduos com comentados incrementos na qualidade dos produtos.

O setor desenvolveu em parceria com a Fundação Banco do Brasil, sua maior ação sócio-ambiental, o Projeto “Dê a mão para o futuro”. Este projeto é focado na coleta e reciclagem de embalagens pós-consumo, contribuindo para a geração de trabalho e renda e para a redução do impacto dos resíduos sólidos urbanos no meio ambien-te, assegurando seu correto encaminhamento para a reciclagem ou destinação final evitando ainda a ocorrência do reuso indevido.

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O Projeto “Dê a mão para o futuro” fortaleceu a infraestrutura das associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis por meio da compra de equipamentos e da capacitação dos cata-dores para a utilização adequada das tecnologias necessárias às atividades visão de negócio e sustentabilidade.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) foi a en-tidade escolhida para realizar a capacitação e a construção dos planos de gestão. O projeto foi ainda amplamente divulgado nos municípios com o propósito de conscientizar a população da im-portância de separar e entregar os seus materiais recicláveis para a coleta seletiva. As prefeituras forneceram a infraestrutura física, disponibilizando galpões e implantando, ampliando ou melhoran-do a coleta seletiva e destinando esses materiais para as associa-ções e cooperativas. As associações e cooperativas são responsá-veis pela separação, triagem e descaracterização das embalagens e sua comercialização. Inclusão Social, Educação Ambiental, Gestão Empresarial e atitude são os ingredientes desta receita para a des-tinação correta das embalagens pós-consumo.

2.5.2 Patrimônio Genético

O setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos tem participado ativamente desde 2003, das discussões sobre o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional as-sociado à biodiversidade brasileira, tema atualmente tratado pela legislação brasileira por meio da MP 2186-16, de agosto de 2001.

2.5.2.1 Medida Provisória nº 2.186-16/01

A legislação sobre acesso atualmente em vigor no Brasil é a Medi-da Provisória (MP) nº 2.186-16 de 23 de agosto de 2001 regula-mentada pelo Decreto nº 3.945/2001, modificado pelos Decretos

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nº 4.946/2003, nº 5.439/2005 e nº 6.159/2007. O acesso e a re-messa do patrimônio genético, bem como o acesso ao Conhe-cimento Tradicional Associado (CTA) existente no país, passou a depender de autorização da União.

A MP tem como propósito garantir o direito à repartição de benefícios e aos direitos dos detentores de conhecimentos tradicionais associados, além de promover a conservação da biodiversidade por meio do uso dos recursos genéticos e valorização do conhecimento tradicional associado. Ela trata especificamente do acesso e da remessa de componente do patrimônio genético, do acesso ao conhecimento tradicional associado e da repartição justa e equitativa dos benefícios gerados na exploração de ambos; e prevê a autorização de acesso para três finalidades específicas: a pesquisa científica, a bioprospecção e o desenvolvimento tecnológico.

A MP instituiu também o Conselho de Gestão do Patrimônio Ge-nético (CGEN) como autoridade competente para conceder as autorizações. O CGEN iniciou suas atividades em abril de 2002, constituindo-se em um órgão de caráter deliberativo e normativo com reuniões mensais. O CGEN é integrado por representantes de nove Ministérios e de dez órgãos e entidades da Administra-ção Pública Federal. Todos os representantes têm direito a voz e ao voto e, atualmente, o Conselho conta com a participação de onze convidados permanentes, representantes da sociedade civil (empresas, comunidades e ONGs), com direito a voz.

A MP define “acesso ao patrimônio genético” como obtenção de amostra de componente do patrimônio genético para fins de pesqui-sa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visan-do a sua aplicação industrial ou de outra natureza. Esse conceito deu margem para que o acesso ao patrimônio genético se confundisse com a coleta de material biológico, matéria regulada pelo IBAMA.

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Para esclarecer o conceito de acesso e remessa de componente do patrimônio genético e diferenciá-lo de coleta, o CGEN elaborou uma Orientação Técnica (OT) n° 1/2003, que esclarece o conceito “obtenção de amostras do componente do patrimônio genético”, e define “remessa e transporte de patrimônio genético”.

A partir do esclarecimento desse conceito, estabeleceu-se defi-nitivamente que “acesso” é diferente de “coleta”. A primeira diz respeito ao acesso em nível molecular de um organismo ou de substâncias provenientes de seu metabolismo, enquanto a co-leta refere-se à retirada do organismo, no todo ou em parte, de condições in situ. A Orientação Técnica esclarece também que a remessa, regulamentada pela MP, é apenas o envio, permanen-te ou temporário, de amostra de componente do patrimônio genético com a finalidade de acesso para pesquisa científica, bioprospecção ou desenvolvimento tecnológico.

2.5.2.2 Conhecimento Tradicional Associado

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), além de tratar da conservação da diversidade biológica e do uso sustentável desta, estabelece em seu artigo 8J, que os países devem respeitar, preser-var e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunida-des locais e populações indígenas relevantes à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade.

A MP 2186-16, em seu Capítulo III, trata especificamente da proteção aos conhecimentos tradicionais associados, e reafirma alguns direitos garantidos pela Legislação Federal às comunidades indígenas e locais.

O CGEN, por meio de suas Câmaras Temáticas, que tem atribuição de examinar e relatar assuntos da sua competência vem discu-tindo as medidas a serem adotadas para garantir os direitos das

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comunidades de ter seus conhecimentos tradicionais reconheci-dos, além dos procedimentos necessários para garantir que estas sejam soberanas nas decisões sobre o uso de seus conhecimentos por terceiros, mesmo quando estes estiverem disponíveis fora das comunidades, como em publicações e bancos de dados.

2.5.2.3 Autorizações de acesso

Segundo a MP, as pessoas físicas ou pesquisadores sem vínculo institucional não podem pleitear as autorizações de acesso. Isto é válido, também, para instituições estrangeiras, as quais necessi-tam associar-se com instituições nacionais de pesquisa e desenvol-vimento nas áreas biológicas e afins, para participarem de pesqui-sas que envolvam o acesso.

Um dos requisitos exigidos pela MP para a solicitação de autoriza-ção de acesso é a apresentação do Termo de Anuência Prévia (TAP), que deve ser obtido, no caso de acesso ao patrimônio genético, junto ao titular da área onde será realizada a coleta de material ou junto ao órgão competente, quando se tratar de áreas protegidas. No caso de acesso ao conhecimento tradicional associado, o TAP deve ser obtido junto à comunidade indígena ou local envolvida. A justificativa para a existência desse requisito é garantir o consenti-mento prévio e informado do provedor.

A MP garante também ao titular da área ou do conhecimento tra-dicional o direito de ser parte integrante do Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e Repartição de Benefícios (CURB), outro requisito para a solicitação de autorização de acesso quando a fina-lidade do acesso prevê atividades com potencial de uso econômico (bioprospecção ou desenvolvimento tecnológico). Esse Contrato é anuído pelo CGEN e só adquire eficácia após sua anuência e a deli-beração da autorização de acesso correspondente pelo Conselho.

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Outro requisito exigido pela MP para o acesso ao patrimônio gené-tico é o depósito de subamostra do componente de patrimônio ge-nético acessado em instituição credenciada como fiel depositária.

Existe também a possibilidade da instituição solicitar uma “Autori-zação Especial de Acesso”, prevista pela MP. A autorização especial pode ser solicitada para o acesso ao patrimônio genético para a finalidade de pesquisa científica (autorizada pelo IBAMA) ou de bioprospecção (autorizada pelo CGEN). Esta última foi regulamen-tada pelo Decreto nº 6.159, de 17 de julho 2007.

As autorizações especiais reúnem em uma única autorização o conjunto de projetos de pesquisa que envolvam acesso ao patri-mônio genético, desenvolvido por uma determinada instituição. Nestes casos, o requerente apresenta um portfólio dos projetos da instituição, podendo incluir novos projetos em seu escopo, sem que seja necessário solicitar autorizações caso a caso.

O Decreto no 4.946, de 31 de dezembro de 2003, permitiu tam-bém autorização especial para realizar o acesso ao patrimônio ge-nético com a finalidade de constituir ou integrar coleções ex situ que visem atividades com potencial de uso econômico, como a bioprospecção ou o desenvolvimento tecnológico. Assim, bancos de DNA, coleções de extratos que são formados para ser objeto de bioprospecções futuras, podem obter autorização especial. Para isto, porém, devem atender a requisitos diferentes dos exigidos no caso de pesquisa científica.

2.5.2.4 Sanções

Publicado no Diário Oficial da União, o Decreto n° 5.459, de 7 de junho de 2005, que regulamenta o art. 30 da MP e disciplina as sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao patrimônio

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genético ou ao conhecimento tradicional associado. Considera-se infração administrativa contra o patrimônio genético ou o conhe-cimento tradicional associado toda ação ou omissão que viole as normas da MP n° 2.186-16/2001.

Considerando a aplicação da MP 2.186-16/2001, para o setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e de cosméticos foram identificadas ao longo dos últimos anos sérias dificuldades advindas da aplicação desta Medida Provisória, principalmente relacionadas aos custos de transação e à falta de definição e à regulamentação de alguns pontos. Na opinião de representantes deste setor, a Me-dida Provisória não é suficientemente clara, o que tem gerado dúvi-das e burocracia, além da morosidade e do emperramento das pes-quisas associadas ao uso de componentes do patrimônio genético no desenvolvimento de produtos e processos de interesse para o desenvolvimento do setor. O entendimento dos envolvidos na área cosmética é que a solução definitiva para o impasse seja a substitui-ção total da MP 2.186-16/2001 por uma lei amplamente debatida pela sociedade civil organizada e que conte com a contribuição efe-tiva dos setores industrial e acadêmico dentre outros.

É importante destacar que se encontram em fase de implemen-tação pelo Estado brasileiro várias medidas para a consolidação, em bases sólidas, de uma política de fomento à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, aptas a colocar o País em posição privilegiada, não como mera fonte de matérias-primas, mas como gerador de produtos manufaturados com alto valor agregado. No contexto das estratégias definidas pelo setor de cosméticos, a cria-ção de uma base legal, consistente e eficaz que garanta a seguran-ça jurídica às empresas do setor nos procedimentos de acesso e de uso sustentável dos recursos genéticos. Na visão desse setor cabe ainda ao Poder Público definir: a) o que efetivamente configura o acesso ao recurso genético, por exemplo, manipulação genética

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ou a partir do simples uso, mesmo que sustentável, do recurso; b) os regramentos claros para o acesso ao conhecimento tradicional associado ao recurso genético, dada que na maioria das situações trata-se de conhecimento de que é compartilhado de forma coleti-va por comunidades tradicionais e indígenas e de natureza difusa; c) mecanismos e regras para a efetiva repartição de benefícios de natureza monetária e não monetária; d) quem deverá pagar os eventuais benefícios e em que momento do processo de inovação que, como se sabe, trata-se de processo social complexo com in-tervenientes múltiplos, ao longo da cadeia do conhecimento e do desenvolvimento tecnológico.

É, portanto, preocupante para o setor de HPPC a falta de um de-lineamento preciso de quais são os fatos geradores que configu-ram o acesso ao patrimônio genético nacional, particularmen-te quando o próprio setor define como uma das suas maiores vantagens comparativas e definidoras de competitividade o uso sustentável de componentes da flora, da fauna e de microorga-nismos da biodiversidade brasileira.

2.5.3 Redução da Emissão de Gás Carbônico

As mudanças climáticas ocorrem devido ao aumento indiscrimi-nado das emissões de gases causadores do efeito estufa, que tem conduzido às alterações climáticas do planeta. A comunidade in-ternacional tem se preocupado, cada vez mais, com a questão de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que segundo o Protoco-lo de Kyoto envolvem: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hexafluorcarbono, perfluorcarbono e haxafluoreto de enxofre.

Na interatividade com as ações globais relativas ao impacto das alte-rações climáticas, o setor de produtos cosméticos está desenvolven-do o Projeto denominado Redução de Emissões de GEE, um “projeto

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voluntário” que tem sido adotado por algumas empresas de grande porte. Vale destacar que estas não estão entre as mais poluidoras, e apresentam papel fundamental no desenvolvimento sustentável. Existe consenso entre as maiores corporações, que é necessário em-preender ações para reduzir o impacto financeiro das mudanças cli-máticas em seus negócios. Os países industrializados se comprome-teram a reduzir as emissões de GEE em 5,2%, com relação ao que era emitido em 1990, considerando o período de 2008 a 2012.

Em sua primeira fase, referente ao inventário de emissões de gases geradores do efeito estufa (Projeto Neutralização de Carbono), o grupo técnico trabalha na harmonização do escopo e da metodo-logia a ser aplicada nas empresas do setor. Dentro dos conceitos envolvidos no inventário de emissões, deve-se considerar que são etapas importantes para a empresa: conhecer sua contribuição em emissões de GEE; desenvolver os indicadores de desempenho; identificar as oportunidades de redução de emissões; implementar projetos de neutralização de carbono (estratégias de atuação); e atuar junto ao governo e opinião pública para a regulamentação com vistas ao presente e futuro.

Assim, por sua caracterização quanto ao baixo impacto ambiental de seus processos e a amplitude das ações que estão sendo desenvolvi-das, orientarão o caminho para que a indústria de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos sejam consideradas ecologicamente corretas. Neste sentido, é fundamental que o setor trabalhe no presen-te, pensando no futuro, seguindo um conceito sócio-ambiental corre-to, exigência que se manifesta, cada vez mais, no mercado global.

As questões ambientais terão impacto no desenvolvimento tec-nológico, influenciando na descoberta e isolamento de novos componentes de uso cosmético, novos materiais e novas tecno-logias que gerarão novos produtos no mercado. O setor empre-

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sarial tem papel fundamental na disseminação de práticas que visem o desenvolvimento sustentável.

2.6 Componentes da Formulação e Material de Embalagem

Nesta seção será abordado o tema referente aos componentes que participam da elaboração de produtos de higiene pessoal, perfu-maria e cosmético, considerando os ingredientes da formulação e o material de embalagem (acondicionamento) primária e secundária.

2.6.1 Ingredientes de Formulação

O conceito envolvido nos componentes da formulação que fa-zem parte da composição dos produtos relacionados ao setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é muito abrangente. Podemos considerar que envolve aproximadamente 200 (duzentos) componentes misturados de maneira percentual, balanceados, homogeneizados e processados que se transformam em um bulk16 e que após o acondicionamento gera o produto final. Este pode apresentar diversas matérias-primas de várias origens, que geram composições, muitas vezes, complexas. Os ingredientes da formulação, juntamente com os componentes da embalagem, fazem parte da cadeia produtiva envolvida no segmento.

Como características dos ingredientes utilizados nas formulações cos-méticas, podemos dizer que existe o compartilhamento no uso de insumos de base com setores de maior consumo (alimentos, indústria química e farmacêutica) e também, baixo nível de interferência na formulação de política de preços.

De um modo geral, os insumos de origem natural, preferencialmente os de cultura renovável, sempre serão o foco maior, desse segmento

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para a maioria das categorias comercializadas, sejam eles ingredien-tes: de base, princípios ativos ou aditivos das formulações. Nos três casos, a preferência por produtos naturais tem igualmente alta per-cepção por parte do consumidor, independente de sua procedência.

Quanto aos ingredientes funcionais (com ação na pele e/ou cabelo) de base, empregados nas diferentes categorias de produtos, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos tem a disposição no Bra-sil de uma gama superior a 28.000 insumos, originários de mais de 45 países. Isto permite a qualquer interessado acessar e incorporar em seus produtos, componentes ativos modernos, inovadores, de segu-rança e eficácia comprovada, no mesmo nível praticado no mercado internacional, diferentemente do setor farmacêutico, onde a indústria utiliza, muitas vezes, de princípios ativos exclusivos (patentes).

Vale destacar que, dentre os insumos de base utilizados na in-dústria de produtos cosméticos, alguns são importados, outros são originados da indústria de transformação e outros são de origem nacional. Não existe uma regra fixa para a aquisição des-sas matérias-prima, pois muitas vezes, são adquiridas de origem nacional, porém, em função da disponibilidade, custo (aliado à valorização do Real), características sensoriais e especificações de qualidade das matérias-primas (necessárias de acordo com o país consumidor), podem ser importadas.

Muitas empresas internacionais de grande porte instaladas no Bra-sil importam diversas matérias-primas para a elaboração de seus produtos, mesmo estando disponíveis no mercado nacional. Isso ocorre em função da necessidade de atenderem as especificações exigidas pela matriz. No caso de uma matéria-prima nacional al-terar suas especificações e passar a atender às exigências daquela importada, pode ocorrer seu processo de nacionalização dentro da mesma empresa e sua incorporação nas preparações.

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Devemos considerar que é importante estimular a indústria de transformação, que, apesar de importar os insumos de base, atua na sua modificação e originam novos produtos de aplicação cosmé-tica, com valor tecnológico agregado, atendendo à demanda das empresas nacionais e/ou internacionais e visam a diversificação de produtos com apelos sensoriais diferenciados, mais estáveis, na ge-ração de empregos e de recursos para o país, pois além de atender às necessidades do país, podem ser exportadas. Podemos citar como exemplos: lanolina; alcoóis graxos e óleo de palma e palmiste.

Existem insumos de base que o Brasil é dependente da impor-tação, pelo quesito preço, pela não disponibilidade nacional, ou apenas pelo nível de qualidade que deve se equiparar aos padrões internacionais dos produtos e seguir a regulamentação dos países de destino. Como exemplos, podem ser citados os pigmentos e corantes; certos componentes de fragrâncias, embora o país seja autossuficiente no fornecimento de composições aromáticas finais que participam da formulação; polímeros derivados do ácido acrí-lico; silicones; e grande parte dos princípios ativos.

O Brasil atende a demanda interna de diversos insumos de base, como: álcool etílico, óleo de babaçu, ceras (abelha e carnaúba), talco, argilas, estearatos, ésteres, extratos vegetais, alcanolamidas, glicerina, certos componentes de fragrâncias (como os cítricos e óleos essenciais) e gorduras de origem animal, dentre outros.

A indústria brasileira de insumos aplicáveis ao setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, apresenta bom nível tecnológico no segmento de tensoativos17, produzindo uma expressiva variedade desses insumos, com volumes de produção para os tipos aniônicos, catiônicos, anfoté-ricos de estrutura genérica, que atende a uma demanda do setor. No caso dos tensoativos não iônicos existe uma dependência externa para alcoóis graxos fracionados, conforme mencionado anteriormente.

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Para preparações especiais, cuja quantidade de consumo não justifica sua produção nacional, a matéria-prima base utilizada é de origem importada (asiática), dado seu baixo custo em relação à de produção local. Também ocorre baixo índice no uso de ingredientes exclusivos.

No segmento saboeiro (sabonetes) a indústria nacional é autossu-ficiente na produção da maioria dos ingredientes de base, tendo em vista a grande disponibilidade de matéria-prima (sebo bovino) oriunda da industrialização de carne de corte, onde o Brasil é o maior produtor mundial e é utilizada pela maioria das empresas produto-ras deste produto. É importante observar que, embora a maioria das empresas produtoras de sabonetes utilize matérias-primas de origem animal, existem algumas que estão utilizando a base de óleos vege-tais no preparo deste produto, e dentre estes, os de origem amazôni-ca. Esse tipo de cosmético além de atender uma demanda alternativa dos produtos finais produzidos sem matérias-primas de origem ani-mal, também é uma alternativa no período de entressafra do sebo.

Quanto aos outros grupos de insumos derivados de produtos vegetais utilizados como princípios ativos, podem ser citados os óleos e os extra-tos vegetais, quando voltados especificamente para o setor. O produtor é caracterizado, em geral, quanto sua origem local, capital nacional e classificação de pequena e média empresa, com predominância do uso de processos com baixo nível tecnológico, cujos controles físico-quími-cos e microbiológicos são primários ou terceirizados, respectivamente.

Existe um volume de exportação baixo, cuja predominância é constituída de componentes oleosos oriundos de um extrativismo, muitas vezes não organizado como uma produção sustentada, contínua e confiável quanto sua origem.

De forma geral, os extratos produzidos para o consumo interno cumprem o requisito destinado aos aditivos utilizados em produtos cosméticos, me-

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nor em função do(s) princípio(s) ativo(s), sendo necessária a quantificação no principio ativo do extrato por metodologias analíticas diversas.

Em relação aos pigmentos e corantes destinados à pigmentação/coloração da pele, cabelos e unhas, conservantes, aditivos reoló-gicos, filtros solares minerais ou orgânicos, em função do grau de pureza exigidos, requisitos específicos de sua atividade e se-gurança, devido o custo elevado e o baixo volume de consumo, justifica-se sua procedência externa. De forma similar, a quase to-talidade dos componentes naturais ou sintéticos utilizados na ela-boração das composições aromáticas (perfumes) e na perfumaria é importada, sendo seus componentes monitorados por entidades internacionais que regulam sua utilização quanto a concentração utilizada e as áreas de aplicação (tipo de produto).

O Brasil tem ampla disponibilidade de óleos essenciais exóticos, e sua participação nesse mercado está basicamente baseada em óleos essenciais de uso comum a outros segmentos, por permitir a aplicação de diferentes ingredientes na ampla e complexa cadeia produtiva do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Como exemplo, tem-se os sabores dos alimentos, e também os empregados na indústria de produtos domissanitários18.

No que se refere aos insumos químicos, percebe-se a dependência das importações de produtos químicos básicos utilizados na mani-pulação de produtos cosméticos. Isso revela a fragilidade da base química brasileira, uma das importantes fontes de suprimento de in-sumos ao setor. Muitas vezes, essas compras são realizadas pelas pró-prias empresas que atuam no Brasil nos segmentos finais e possuem maior verticalização produtiva nos seus respectivos países de origem. Mesmo empresas fornecedoras mundiais desses insumos também se utilizam frequentemente de sua base produtiva no exterior para o suprimento da demanda doméstica (GARCIA & FURTADO, 2002).

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2.6.2 Acondicionamento (Embalagem)

O acondicionamento (embalagem) dos produtos de higiene pes-soal, perfumaria e cosméticos tem um papel semelhante, tão im-portante quanto é o custo de seu conteúdo. Neste setor, a tecno-logia e o design da embalagem são estratégicos para o produto e fatores de diferenciação, como também são decisivos no marke-ting de produtos de alto valor agregado. Na maioria dos produtos cosméticos o custo da embalagem é maior que o do produto. Isto não significa que o produto não tenha qualidade, mas que é de fundamental importância investir no diferencial da embalagem.

Cada vez mais, as empresas têm investido em moldes próprios, com embalagens de formatos exclusivos que se tornam conhecidas e re-conhecidas no competitivo mercado cosmético. Essas embalagens são patenteadas e têm sua reprodução proibida por outras empre-sas. Mesmo as que não têm moldes próprios e exclusivos procuram usar embalagens do mercado, porém, diferenciam-nas pela quanti-dade de cores nos seus rótulos, pelo uso de hot stamping (fitas que pela ação do calor transferem cores nobres, brilhantes ou foscas, geralmente, ouro ou prata para o corpo das embalagens).

De acordo com as informações da Associação Brasileira de Embala-gem (ABRE), segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em 2007, a indústria de em-balagem, impulsionada pela demanda interna, obteve receita de R$ 32,5 bilhões, correspondendo a 1,4% do PIB brasileiro no período. A produção física de embalagem cresceu 2,1% em 2007, maior taxa desde 2004. A indústria de embalagem de metal obteve o melhor desempenho em produção física (aumento de 5,2%), seguida pelo plástico (aumento 1,98%) e pelo vidro (1,38%). Dentro do universo da indústria de embalagem o setor que mais se destacou, envolve o de perfumaria e produtos de higiene e limpeza, com 5,1%.

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O material de embalagem é utilizado para diversas finalidades, como as descritas a seguir:

Acondicionar: frasco, pote, estojo, bisnaga, flaconete, etc.• Proteger: cartucho, berço, revestimento, etc.• Informar: bula, rótulo, folheto, etc.• Vedar: tampa, batoque, disco, cascaseal, etc.• Facilitar o uso: válvula, bomba, tampa (• disk-top, flip-top e outras), etc.

A embalagem de um produto cosmético tem papel importante no que se refere à atratividade, modernidade, funcionalidade e pratici-dade de aplicação. O peso de sua participação no custo final varia de acordo com o tipo de produto e quantidade comercializada. Neste setor, a exemplo dos insumos de fórmula, prevalece o volume de consumo dirigido para os setores de alimentos, fármacos e bebidas.

De acordo com a necessidade técnica, comercial, mercadológica ou operacional exigida pelo produto cosmético, os componentes de sua embalagem devem atender as seguintes funções específicas:

técnicas (preservar as características físico-químicas do pro-• duto embalado dentro de limites previamente estabelecidos durante o prazo de validade); estéticas (apresentar • design de formato atraente e harmo-nioso para motivar o impulso de compra e promover o con-sumo do produto, evidenciando as características principais do produto, destacar-se no ponto de venda, dentre outras); operacionais• (apresentar funcionamento prático e ergono-micamente confortável, dispensar continuamente o produ-to na dosagem adequada até o consumo total do conteú-do e dimensionamento coerente com o local de uso ou de armazenamento);

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econômicas (confeccionada com material de ampla disponi-• bilidade no mercado, tecnologia dominada por diversos for-necedores e ter características de peso, gramatura ou espes-sura das paredes que otimizem o processo de produção); ecológicas (projeto que prevê o uso do menor número de com-• ponentes, fabricada com materiais recicláveis, biodegradáveis ou com alto teor de materiais recicláveis, dentre outros) e;legais (identificar o produto contido, informando ao consumidor • sua finalidade, conteúdo ou peso líquido, dados legais do fabri-cante, rotulagem de acordo com a legislação, dentre outros).

Os grupos de materiais de embalagem são descritos a seguir:

Plásticos: frascos, potes, estojos, tampas, rótulos, bisnagas, • batoques, cartuchos, pincéis e aplicadores (maquiagem), etc.Vidros: frascos, potes, flaconetes, etc.• Papéis: cartuchos, bulas, rótulos, folhetos, berços, caixas de • embarque, etc.Metais: bandejas, tampas, anéis, saias e atuadores (para vál-• vulas), estojos, etc.Válvulas: dosadoras, • spray, etc.Diversos: • necessaires, bolsas, fitas, enfeites, etc.

A indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal é consumi-dora potencial de embalagens obtidas por sopro. O material, políme-ro, entra no molde, sob a forma de uma “mangueira” e com auxílio de ar comprimido é soprado contra as paredes do molde, tomando então sua forma. Este material é oriundo da transformação de resi-nas plásticas PEAD, PEBD, PET, PP, PS e PVC. Esse tipo de indústria pre-domina no mercado e supre, com qualidade, a demanda existente.

O Brasil é deficitário em embalagens produzidas por injeção (mate-rial pressionado contra um molde e, ao preencher o espaço deste,

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toma seu formato), como por exemplo, nos estojos de maquiagens e tampas, e as empresas de grande porte optam por trazê-los de fabricantes da Europa e Estados Unidos, em grandes quantidades, ocasionando a redução de custo do produto final. Até o momento não há perspectiva de melhoria dessa situação, pois não existem novas fábricas em construção ou expansão, embora haja o contí-nuo e crescente consumo do mercado brasileiro.

Dentro desse cenário de importação, países como China e Co-réia começam a ter presença neste mercado, apresentando ao mundo embalagens de maquiagem com design apropriado, prático e com preços competitivos. Os representantes dessas empresas no Brasil têm se multiplicado e o acesso às empresas de produtos cosméticos, principalmente de pequeno porte. As dificuldades enfrentadas envolvem: frete, falta de confiança na reposição, no câmbio e na qualidade.

Quanto às resinas plásticas, sob formas de filme, voltadas para a área de rotulagem, envoltórios e etiquetas, o setor conta com alta tecnologia para este tipo de insumo, oriunda do desenvolvi-mento dos setores de alimentos e bebidas, ficando restrita à par-ticipação mais abrangente aos pequenos produtores em função do reduzido volume de produção, o que os remete para a área de serigrafia e rotulagem de papel.

Cenário mais obscuro ocorre para os produtos de vidraria, cuja indústria tem grande limitação quanto a disponibilidade de alter-nativas para um mercado onde o glamour do design e a qualidade dos materiais são fundamentais, principalmente para a apresenta-ção do produto e seu posicionamento nas vendas. Dada a defici-ência da disponibilidade de embalagens de vidro, o setor de pro-dutos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos tem recorrido ao desenvolvimento e importação deste tipo de embalagem.

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O polipropileno e o poliestireno são as resinas mais utilizadas na confecção de tampas. Resinas do tipo co-poliésteres e ionoméri-cas diferenciadas quanto sua aparência, próxima ao vidro, vêm sendo utilizadas em produtos de perfumaria e cosméticos, exclu-sivamente de alto valor agregado.

Quanto ao segmento de cartonagem, a tecnologia disponível atende às exigências de volume e de qualidade. Apresenta, entre-tanto, um custo acima dos preços médios internacionais.

O segmento de papelão ondulado (corrugado) para acondiciona-mento da embalagem individual do produto atende a demanda interna, no entanto não atingiu a expectativa de crescimento de sua produção, conforme estimado pelo setor.

2.7 Pesquisa e Desenvolvimento

Nesta seção serão abordados os aspectos referentes ao desenvol-vimento científico, tecnológico e de inovação no setor de produ-tos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos considerando os Centros de Pesquisa e Universidades, bem como o trabalho realizado pelas empresas e o direcionamento das pesquisas, que tem na biodiversidade e biotecnologia brasileira um foco atual para os trabalhos na obtenção de matérias-primas e insumos de características diferenciadas como: segurança de uso, eficácia direcionada ao alvo e elevada, características sensoriais adequa-das às necessidades do consumidor, viabilidade econômica às diversas faixas da população e tecnologias de produção adap-táveis aos equipamentos atualmente utilizados. Também será mencionada a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Serão abordados os aspectos de divulgação, como participação em eventos científicos, publicações em revistas nacionais e internacionais

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e em congressos científicos e a importância das patentes. Também, serão apresentadas as ações de instituições que estimulam a aproxi-mação, entre as empresas e as Instituições de Ensino e Pesquisa, no sentido de transmitir o conhecimento e aprimorar os aspectos envol-vidos na cadeia produtiva, a fim de melhor qualificar o produto cos-mético brasileiro e alcançar cada vez mais o mercado internacional.

2.7.1 Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)

É importante destacar que a PITCE19 impulsionou um conjunto de iniciativas voltadas ao enfrentamento dos desafios do desenvolvi-mento produtivo. No entanto, além das conquistas alcançadas a economia brasileira demanda apoio à formação de capital e à ino-vação para dar sustentabilidade ao crescimento de longo prazo. Em uma perspectiva de evolução foi necessário dar maior força à Políti-ca Industrial, por meio da ampliação de sua abrangência. Neste sen-tido no dia 12 de maio de 2008, na sede do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro (RJ), foi lançada pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Governo Federal.

A Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) visa dar susten-tabilidade ao atual ciclo de expansão e apresenta quatro metas distintas: a) estimular investimentos e exportações; b) elevar até 2010, o investimento fixo para 21% do PIB e os investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento para 0,65% do PIB; c) aumentar a participação brasileira nas exportações mundiais para 1,25% do comércio mundial e ampliar em cerca de 10% o número de micro e pequenas empresas (MPEs) exportadoras brasileiras, chegando a 12.971 MPEs.

A PDP é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior (MDIC) e irá beneficiar 24 setores da in-

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dústria com financiamentos do BNDES, da ordem de R$ 210 bi-lhões e outros R$ 41,2 bilhões que integram o Programa de Apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria (PACTI), do Ministério de Ciência e Tecnologia. Fazem também parte da política as desone-rações tributárias que chegarão a R$ 21,4 bilhões até 2011.

A Política proposta é abrangente e converge com a política macro-econômica e outras políticas do governo. Sua implementação será realizada por meio de programas, com instrumentos, recursos e responsabilidades definidas, utilizando parcerias e articulações en-tre agências públicas e o setor privado. Seu êxito depende da sua capacidade de mobilizar o setor produtivo nas direções propostas.

Esta política foca no aumento da eficiência da estrutura produti-va, aumento da capacidade de inovação das empresas brasileiras e expansão das exportações. Neste contexto pode-se dizer que é a base para uma maior inserção do país no comércio internacio-nal, estimulando os setores onde o Brasil tem maior capacidade ou necessidade de desenvolver vantagens competitivas, abrindo caminhos para inserção nos setores mais dinâmicos dos fluxos de troca internacionais.

Vale destacar que visando o êxito da Política Industrial foi ne-cessário formular e implementar uma engenharia institucional para dar coerência política às ações e estabelecer um diálogo entre o setor público e a iniciativa privada. Essa estrutura per-mitiu que as diretrizes e os programas estruturadores fossem discutidos democraticamente e de forma articulada. Um dos resultados desse processo foi a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), fórum de discussão en-tre a iniciativa privada, o poder público e os trabalhadores. Esse Centro é composto por 13 ministros, pelo presidente do BNDES e 14 representantes da indústria e da classe trabalhadora.

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2.7.2 Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Inovação

O crescimento econômico está cada vez mais atrelado ao desen-volvimento tecnológico sendo medido por meio das patentes concedidas nos últimos anos, e é notório o aumento da produ-ção tecnológica nos países emergentes, como no caso da Co-réia, Taiwan, Índia e China. Os investimentos maciços para de-senvolver tecnologia própria nestes países vêm resultando em crescimento acelerado de suas economias.

Devem ser consideradas a dinâmica do mercado de produtos cos-méticos finais quanto a procura contínua pelo consumidor de no-vos conceitos e as formas que venham ao encontro das suas neces-sidades especificas, bem como pelas áreas de desenvolvimento das indústrias de transformação do setor, que contam com insumos diferenciados e visam atingir uma maior participação no mercado interno, como também alcançar novos mercados.

Para Garcia e Furtado (2002), os principais atores mundiais do setor de produtos cosméticos são os países desenvolvidos, prin-cipalmente pelo vigor competitivo de suas grandes empresas fabricantes de produtos cosméticos. Estas empresas são deten-toras de fortes capacidades tecnológicas e comerciais. Cabe aqui observar as distintas formas de atuação destas empresas, sendo possível identificar dois tipos de ação:

ação diversificada:• grandes empresas internacionais globais que atuam na indústria cosmética e em atividades correlatas como higiene pessoal, perfumaria, alimentos e medicamen-tos, aproveitando-se das economias de escala decorrentes da proximidade da base técnica-produtiva e, sobretudo, co-mercial dessas atividades.

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ação concentrada:• empresas que concentram suas atividades produtivas e tecnológicas na indústria de cosméticos e, por vezes, em perfumaria, produzindo produtos mais sofisticados. Para estas empresas, fatores como capacidade de inovação e emprego de insumos diferenciados constituem importante requisito.

Em síntese, a atual dinâmica do mercado mundial de produtos de higiene, cosméticos e perfumes é determinada pelas grandes empresas dos países desenvolvidos, como EUA, França, Inglaterra, Alemanha e Japão, que possuem maior capacidade de atuar na pesquisa e desenvolvimento, resultando no lançamento de produtos inovadores no mercado global. As empresas de países em desenvolvimento, não têm a mesma dinâmica de lançamento de novos produtos, mas seguem as tendências globais do mercado, atuando localmente e se esforçam em se posicionar no mercado internacional.

A alta competitividade de empresas internacionais ou de grande porte se deve ao fato destas serem, sobretudo, detentoras de grande capacidade tecnológica e comercial, o que faz destas empresas elementos fundamentais do mercado mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

O Brasil tem posição privilegiada no mercado global com percentuais de crescimento significativos, pois possui dimensão territorial extensa e está situado entre as maiores do mundo em volume de consumo (3º), e em 1º lugar na taxa de crescimento 2005/2006 e 2º lugar de participação no mercado mundial nas categorias específicas, a exemplo dos produtos infantis, desodorantes e antitranspirantes e perfumaria.

O perfil descrito está relacionado à base produtiva que diversas empresas internacionais globais que tem no Brasil e que exportam seus produtos para a América do Sul e, em alguns casos para América Latina e Leste Europeu; o expressivo parque produtor de

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insumos químicos de base, como álcool etílico, óleo de babaçu, ceras (abelha e carnaúba), manteigas (cacau, cupuaçu), talco, argilas, alcanolamidas, estearatos, extratos vegetais de plantas brasileiras, glicerina, certos componentes de fragrâncias (cítricos e óleos essenciais) e gorduras de origem animal, dentre outros.

Outro fator importante é a atuação da indústria de matérias-primas que importam insumos de base, que agregam tecnologia e valor e geram novos produtos de aplicação cosmética, atendendo à demanda dos mercados nacional e/ou internacional, gerando empregos e renda para o país. Dentre as matérias-primas que são importadas e passam pelo processo de transformação no Brasil, gerando novos produtos derivados, podem ser citadas a lanolina, alcoóis graxos, óleo de palma e palmiste, dentre outros. É importante fortalecer os vínculos da indústria de bens finais (produtos cosméticos) com esta indústria de transformação que as supre com diversos tipos de matérias-primas derivadas.

Além das empresas internacionais, encontram-se na estrutura industrial brasileira de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, importantes empresas nacionais que possuem parcelas significativas de mercado, como Natura e O Boticário. Estas empresas têm sua competitividade baseada na combinação de fatores como:

investimento em pesquisa e desenvolvimento; • expressiva capacidade técnica e produtiva;• investimento em novas tecnologias;• marca diferenciada; • canais de comercialização treinados e eficientes e estratégias • diferenciadas.

A vasta presença de empresas nacionais de pequeno e médio por-te é também uma característica importante da estrutura industrial

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brasileira de cosméticos, o que decorre principalmente da simpli-cidade da base técnica-produtiva que envolve uma vasta gama de produtos cosméticos disponíveis no mercado.

Embora o mercado nacional seja expressivo, a participação da in-dústria brasileira de cosméticos no mercado externo se apresen-ta modesta quando comparada aos grandes países exportadores. Além do alto volume de importação de bens finais, como artigos de perfumaria, o mercado nacional é altamente dependente da im-portação de insumos químicos básicos, como alcoóis graxos, pig-mentos, corantes e princípios ativos; bem como de certo tipo de embalagem, muitos deles provenientes em grande parte dos países desenvolvidos. O destino das exportações brasileiras é direcionado principalmente aos países da América Latina, sendo a Argentina res-ponsável por absorver cerca de 20% do total.

Papel importante tem a ação de empresas que atuam de forma am-pla, envolvidas no conceito da terceirização, que cresce a cada dia. Existem basicamente três tipos: a) empresas que têm marcas pró-prias, mas não possuem fábricas, como por exemplo produtos oriun-dos de salões de beleza, de profissionais da área médica ou de artis-tas; b) empresas que apenas alguns de seus produtos elaborados são terceirizados, como no caso dos aerosóis, cosméticos de maquiagem como lápis delineador de olhos e boca, sabonetes e velas perfuma-das; c) empresas que atuam apenas com a terceirização de produtos (vendendo produtos de empresas já estabelecidas). O denominado private label, ou seja marcas próprias do varejo, ainda é incipiente nos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

É importante salientar que temos a nosso favor a base dos anseios do consumidor refletida nas tendências do mercado de produtos, referente ao conceito “de quanto mais natural, melhor”. Devemos salientar que está entre nós a fonte para atender essa necessidade

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de mercado, contemplada com a maior diversidade do planeta. Algumas iniciativas efetivas têm sido tomadas para estimular o desenvolvimento e a inovação tecnológica voltadas para a biodi-versidade brasileira, a exemplo da aprovação da “Lei do Bem” que estimula investimentos por meio dos incentivos fiscais.

Somados a este conjunto, o setor desenvolveu ao longo dessa úl-tima década, um processo de sensibilização contínuo junto à aca-demia e entidades de fomento a pesquisa, que geraram excelente canal de relacionamento e parcerias.

Com base nessas vertentes e objetivando atender a demanda co-nhecida do setor quanto às questões de inovação e tecnologia visando fomentar e promover a produção cientifica, foi criado o Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ITEHPEC) que propiciou condições e oportunidades efetivas de aproximação entre a Indústria, Universidades e os Cen-tros de Pesquisas. O ITEHPEC tem realizado rodadas de tecnológi-cas com pesquisadores de todo país, abrangendo diversos biomas da flora brasileira, cujas interfaces junto ao setor produtivo, apre-sentaram ações práticas de desenvolvimento.

A realização de parcerias entre o setor produtivo e as Universida-des e/ou Centros de Pesquisa é de fundamental importância para o direcionamento da pesquisa e desenvolvimento de produtos cos-méticos, aumentando a contribuição científica na área, o que pode estimular significativamente as inovações tecnológicas e o cresci-mento do setor, principalmente pelas pequenas e médias empresas, que muitas vezes não têm acesso à informação e não possuem um departamento de pesquisa e desenvolvimento – P&D, com recursos humanos, materiais (capacitação do laboratório) suficientes para a realização de pesquisas que geram produtos inovadores. Em geral os projetos envolvidos são muito amplos, indo da simples prestação

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de serviços por período curto até outros mais elaborados e comple-xos, muitas vezes atrelados a projetos relacionados à curso de pós-graduação, tanto no nível de Mestrado como Doutorado.

A pesquisa científica mundial na área cosmética tem tido cresci-mento expressivo nas últimas décadas. Isto pode ser observado pelo número de publicações em periódicos nacionais e interna-cionais indexados e de impacto, principalmente no que se refe-re à avaliação de eficácia, segurança e estabilidade de produtos cosméticos envolvendo novas substâncias ativas com finalidades cosméticas como as fotoprotetora, hidratante, antilipolítica e an-tienvelhecimento, dentre outras e sobre as formas de apresenta-ção dos produtos tradicionais e diferenciadas.

No Brasil, embora a realização de pesquisas na área cosmética e em áreas correlatas tenha aumentando nos últimos anos, com a publica-ção de trabalhos científicos em periódicos nacionais e internacionais e com algumas participações em congressos no exterior, a contribuição brasileira ainda é muito pequena, quando se compara com o grande potencial de mercado cosmético cada vez mais em ascensão.

É necessário ampliar a formação de recursos humanos capacita-dos para atuar no setor, oferecendo a disciplina de Tecnologia de Produtos Cosméticos nos cursos de Farmácia e de Química em um maior número de Faculdades/Centros Universitários e Universida-des no país, e ainda, intensificar a realização de Cursos de Atua-lização e/ou Especialização, abordando os principais temas atuais relacionados à Pesquisa, Desenvolvimento, Inovações e Processos Industriais na área Cosmética.

Quando se compara o Ensino e a Pesquisa em Cosmetologia no Brasil, com alguns países da Europa, Japão e EUA, observa-se que, grande parte da pesquisa realizada, das publicações e patentes,

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originam-se dos Centros de Pesquisa e Desenvolvimento das em-presas cosméticas em parceria com Universidades. Além disso, as universidades oferecem cursos de atualização no desenvolvimento de formulações cosméticas e de avaliação da segurança e da eficá-cia de produtos cosméticos.

É preciso estimular as pesquisas em Ciência Cosmética no Brasil, visando atender a demanda desse mercado, com potencial de crescimento, por meio de projetos de parceria envolvendo Universidade/Empresa, Universidade/Órgãos de Fomento à Pesquisa ou Universidade/ Empresa/Órgãos de Fomento à Pesquisa, sendo este último mais indicado para a obtenção de resultados voltados para o desenvolvimento de produtos inovadores e competitivos para o mercado interno e externo.

Em função do grande potencial dos pesquisadores brasileiros que atuam em Centros de Pesquisa e nas Empresas e das fontes gera-doras de matérias-primas deve ser estimulada a pesquisa cosmética envolvendo insumos desenvolvidos no Brasil, por processos extrati-vos ou síntese, uma vez que, a maioria dos trabalhos que vem sen-do publicados são referentes à avaliação de produtos cosméticos utilizando insumos importados principalmente da Europa, EUA e Japão. Nesse aspecto, a pesquisa envolvendo insumos originários da flora amazônica e de outras regiões do Brasil tem sido intensi-ficado, no sentido de avaliar as ações de extratos, frações e prin-cípios ativos isolados de plantas e também sua segurança de uso para a aplicação nos produtos cosméticos.

Existe muita criatividade da indústria brasileira na criação de conceitos de seus produtos cada vez mais atraentes para o consumidor, que exi-ge estudos de comprovação científica dos benefícios atribuídos que são divulgados na rotulagem e campanhas promocionais, realizados pela própria empresa ou em parcerias com institutos especializados

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na realização dos testes ou Instituições de Ensino e Pesquisa.

É importante salientar que se destacam as inovações do setor de marketing, dinâmicas que propõem novos conceitos de produtos cos-méticos, além daquelas relacionadas à tecnologia, que visam o aprimo-ramento da base produtiva, desde a escolha dos insumos e materiais de embalagem, etapas de produção até a obtenção do produto final.

Somente por meio da investigação científica que englobam: testes de estabilidade física, físico-química, química e microbiológica; a avaliação objetiva da eficácia e os testes de segurança, por meio de estudos pré-clínicos e, principalmente, clínicos é possível comprovar a ação benéfica dos cosméticos na pele, cabelo e anexos e, assim, elevar a credibilida-de desses produtos pelo mercado consumidor, que está cada vez mais exigente e esclarecido, em função do acesso facilitado pela Internet à informação e aos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC).

Além disso, é preciso investir na pesquisa científica e no desen-volvimento de novos insumos, buscando reduzir as importações de princípios ativos e matérias-primas, material de embalagem e fragrâncias para o uso nos produtos cosméticos.

2.7.2.1 Empresas internacionais e especifi-cidades do consumidor brasileiro

Observa-se na estrutura industrial brasileira a presença de em-presas internacionais de grande porte (multinacionais e transna-cionais), abastecendo os mercados, nacional e de outros países da América Latina. Entretanto, essas empresas transferem para o Brasil, essencialmente tecnologias relacionadas à manufatura de alguns produtos de complexidade elevada, optando por concen-trar esforços na fabricação dos demais produtos e em pesquisa e desenvolvimento nos países de origem.

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Esta postura adotada pelas empresas internacionais de grande porte em relação ao Brasil resulta, em alguns casos, na necessida-de de adequação de seus produtos às necessidades do consumi-dor brasileiro, pois nem sempre a formulação que é desenvolvida no país de origem será aceita pelo público de outro. Devem ser considerados vários aspectos particulares ao país, como:

clima tropical úmido;• características culturais próprias de cada região;• características sócio-econômicas e étnicas. •

Estas características formam uma população com diversos tipos de pele e necessidades específicas para cada tipo de público (conside-rando os diversos nichos) a que se destina o produto cosmético.

Desta forma, por meio do investimento em pesquisa, as empresas nacionais poderiam se beneficiar desta situação, buscando explo-rar de forma mais adequada as especificidades/necessidades do consumidor brasileiro, desenvolvendo matérias-primas e formula-ções cosméticas que mais se enquadrem às suas necessidades.

Diante do exposto e, considerando a evolução contínua do conhecimen-to da pele e seus anexos, associado à crescente percepção e valorização pelo consumidor global, quanto à participação no produto, a responsa-bilidade do produtor e transformador quanto sua origem, segurança e eficácia atreladas a uma produção sustentada, pode ser aberto um ca-minho para o desenvolvimento de uma agroindústria estruturada para a produção certificada quanto ao status de sua origem orgânica.

Como ameaças têm-se a demora na aprovação da legislação de acesso em andamento e consequentemente, falta de disponibilização de recur-sos por conta de outros assuntos que não envolvem o foco tecnológico.

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2.7.3 Biotecnologia

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta. Porém, essa grande disponibilidade de espécies, ainda se mantém em estado latente, como fonte para a produção de insumos com aplicabilidade no setor de produtos cosméticos.Algumas consi-derações devem ser observadas em relação ao Brasil, como:

O potencial existente em relação ao mercado global de pro-1) dutos finais; A oportunidade em intensificar a utilização de insumos pro-2) venientes da biodiversidade nos produtos do setor;A grande disponibilidade de recursos humanos com conheci-3) mento crítico, profundo e atualizado sobre o setor.

Concluímos que esta utilização está comprometida, principalmen-te, face aos entraves atualmente existentes, advindos da aplicação da Medida Provisória 2186-16, de agosto de 200120, e que estão principalmente relacionadas aos custos de transação e à falta de definição e regulamentação de alguns pontos.

Junto à maior consciência ambiental, existe a preocupação das empresas em produzir produtos saudáveis ao consumidor, relacio-nando com a qualidade de vida. Itens vistos como seguros para o meio ambiente foram aceitos como saudáveis para o usuário. Esta filosofia levou à tendência de aumentar o uso de produtos naturais contendo princípios ativos como proteínas, minerais, flavonóides, taninos e vitaminas, dentre outros. Trouxe também uma expansão do uso de princípios ativos botânicos como extratos de Aloe vera, pepino, aveia, bardana, própolis e Ginkgo biloba, dentre outros.

Para os perfumes, existe uma tendência de aumento da populari-

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dade de aromas discretos, frescor floral e cheiros marinhos. Para as maquiagens, os consumidores começaram a adquirir os produ-tos multifuncionais, que deveriam exercer funções além das espe-radas, como colorir ou ocultar imperfeições da pele, mas também foto-proteção, hidratação, nutrição e proteção da pele. O foco do emprego de princípios ativos naturais tem a tendência nacional e mundial de considerar apenas as fontes vegetais. Existe a tendên-cia de substituição de uso de matérias-prima de origem animal, por outras e a não realização de testes de avaliação de segurança e eficácia em animais. Muitas empresas promoveram linhas de cos-méticos que foram desenvolvidas sem o teste em animais.

Considerando a queda vertiginosa do uso de insumos de origem animal no mercado internacional a partir do final dos anos 70, em virtude da síndrome da “Vaca Louca”, que culminou na virada do século, onde a Europa praticamente dizimou seu rebanho de bovi-nos, suínos e caprinos; os insumos de origem vegetal e as culturas renováveis passaram a ter uma oportunidade singular em alcançar um novo mercado, até agora não explorado, permitindo que ou-tros mercados fornecedores inclusive o próprio mercado europeu, apresentasse alternativas que, rapidamente, foram absorvidas, a exemplo dos derivados de oliva e da manteiga de karité.

Dentre as principais razões, podemos considerar a incipiente qualidade da infraestrutura logística quanto ao abastecimento da matéria-prima in natura, proveniente exclusivamente do ex-trativismo, diante das condições preliminares de uma floresta úmida e condições inadequadas de transporte e de armazena-mento, provocando desperdícios, alterações físicas, químicas e contaminações microbiológicas na matéria-prima, que acarre-tam custos adicionais expressivos à sua produção.

Quatro tendências importantes em tecnologia e inovações estão

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envolvidas no ritmo do mercado atual de cosméticos: utilização dos sistemas de informação para aumentar a parcela de mercado; proporção crescente de “cosmecêuticos” (cosméticos Grau de Risco 2; cosméticos com princípios ativos funcionais) transitivos no mer-cado de cosméticos; desenvolvimento de cosméticos especiais para a população que está envelhecendo e para os grupos étnicos.

Quanto à produção de insumos, caracterizada, principalmente, pela ação multifuncional no produto cosmético, possui baixo volume de processamento na sua fase primária e são deficientes as condições de alcançar os grandes centros de fabricação de produtos finais, dado sua qualidade, preço e inconsistência no fornecimento.

Como fator positivo, podemos afirmar que a viabilização dos labo-ratórios temáticos de aplicação nas áreas de alimentos funcionais, cosméticos e fármacos no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) permitirá o estabelecimento de parcerias que resultem no de-senvolvimento de projetos de interesse, visando o desejado aprovei-tamento prático, gerando inovações de intensidade expressiva.

Segundo Enriqués (2004) “na maioria dos países desenvolvidos o aces-so à biodiversidade ocorre através da biotecnologia e nos países em desenvolvimento, por sua vez o acesso à biotecnologia se dá pela bio-diversidade”. Neste sentido, grande parte da contribuição do conhe-cimento biotecnológico nos países em desenvolvimento, tem estado centrada nos produtos naturais e, em geral, na biodiversidade rela-cionada a plantas, óleos essenciais, frutas e sementes como fontes de matérias-primas e princípios ativos para uso em produtos cosméticos.

Dessa forma, torna-se fundamental a participação do setor empre-sarial, pois sua estratégia determinará em grande parte a intensida-de e a direção das inovações tecnológicas dos diferentes produtos.

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A baixa intensidade de pesquisa e publicações científicas refe-rentes ao setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e a biodiversidade amazônica, tem como fatores li-mitantes a dificuldade e o custo elevado na atuação de pesqui-sas envolvidas com temas da biodiversidade e que fazem parte do processo em desenvolvimento. É importante considerar que os “entraves” devem ser suprimidos, pois os estudos e recursos necessários para seu desenvolvimento e aplicação são, inferiores às fases exigidas no desenvolvimento de um princípio ativo que será empregado em uma formulação medicamentosa

Aos insumos amazônicos estão garantidas as preferências quanto à inovação e uso imediato, desde que tenham o suporte técnico requerido, como os dados referentes ao teor dos princípios ativos, estudos da segurança de uso e eficácia cosmética e os dados da avaliação da qualidade constantes.

A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, mantem-se ansiosa quanto a esta disponibilidade, conside-rando que possui real interesse em substituir os tradicionais produtos da flora internacional por insumos de origem ama-zônica, aumentando ainda mais sua competitividade.

2.7.4 Nanotecnologia

O início deste século foi marcado pelo advento de novas tecnolo-gias, destacando-se a nanotecnologia. Esta contempla o desenho, a caracterização, a produção e aplicação de estruturas, dispositivos e sistemas por meio do controle da sua forma e tamanho em esca-la nanométrica (RSRAE, 2004). De acordo com a National Science Foundation, Estados Unidos, a nanotecnologia é a pesquisa nos ní-veis atômico, molecular ou macromolecular na faixa de dimensões entre 1 e 100 nanômetros. Entretanto, em alguns casos, a dimensão

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crítica para a observação de novas propriedades e fenômenos dos produtos de base nanotecnológica pode-se encontrar abaixo de 1 nm (como por exemplo a manipulação de átomos aproximadamen-te a 0,1 nm), ou ainda, acima de 100 nm (como por exemplo as nanoestruturas poliméricas e/ou lipídicas que têm diâmetro geral-mente compreendido entre 100 e 600 nm) (NSET, 2000).

A integração de diferentes áreas do conhecimento como a Química, a Física e a Biologia na nanotecnologia conduz a uma multiplicidade de aplicações (CHENG et al., 2006). Nas ciências da vida, a nanotecnolo-gia é frequentemente denominada como nanobiotecnologia. Esta in-clui diversas aplicações no desenvolvimento de insumos e produtos de consumo humano, bem como na área de diagnóstico. Inserido neste contexto, o desenvolvimento de produtos nanocosméticos tem sido particularmente explorado. Uma grande variedade de produtos nano-cosméticos está disponível comercialmente na forma de diferentes na-noestruturas, como os lipossomas, as nanoemulsões, as nanocápsulas, as nanopartículas poliméricas e as lipídicas sólidas, ou ainda, aquelas estruturas inorgânicas como as nanopartículas de óxidos metálicos, tais como o dióxido de titânio e óxido de zinco (SOPPIMATH et al., 2001; VAUTHIER et al., 2003; ALLIANZ, 2006; GUTERRES et al., 2007).

Além do efeito da composição qualitativa e quantitativa das na-noestruturas, as propriedades destas são fortemente influenciadas pelo seu reduzido diâmetro. Desta propriedade advém o principal interesse pelo uso dessa tecnologia na produção de cosméticos. O diâmetro nanométrico pode conduzir a melhorias das propriedades físicas dos produtos, como espalhabilidade e oclusividade, na mo-dulação da permeação de princípios ativos cosméticos através das diferentes camadas da pele, na sua proteção quando incorporados na formulação cosmética frente à degradação química ou enzimáti-ca, ou ainda, no direcionamento a um sítio específico na pele (MÜL-LER et al., 2002; JIMENEZ et al., 2004; GUTERRES et al., 2007).

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Sabe-se que um número considerável de produtos nanocosméticos está disponível no mercado mundial. Recentemente, diversos pes-quisadores e entidades, governamentais ou não realizaram levan-tamentos, geralmente através de buscas na Internet, visando obter informações mais precisas acerca desse mercado. De acordo com um relatório do Woodrow Wilson Center for International Scholars, mais de sessenta produtos nanocosméticos estão disponíveis no mercado americano (WWCIS, 2006). Mais recente, um inventário do Friends of the Earth, Nanomaterials, Sunscreens and Cosmetics: Small Ingredients, Big Risks, relatou a existência no mercado cos-mético dos Estados Unidos e da Austrália mais de 100 produtos que incorporam nanotecnologia (FRIENDS OF THE EARTH, 2006). No Brasil, no mesmo ano, FRONZA, 2006 descreveu a disponibilida-de no mercado nacional de mais de 70 produtos de base tecnológi-ca produzidos no Brasil ou obtidos por importação.

Entretanto, devido ao reduzido diâmetro das estruturas, diver-sos aspectos relacionados à segurança de uso desses produtos têm sido discutidos, uma vez que, os princípios ativos cosméti-cos veiculados, ou ainda, as próprias nanoestruturas poderiam ser absorvidas sistemicamente. Tal fenômeno seria indesejável para um produto cosmético que deve apresentar efeito local e/ou regional. Neste cenário de incertezas, o Scientific Committee on Consumer Products (SCCP) da Comissão Europeia apresentou em dezembro de 2007, um relatório denominado “Opinião pre-liminar sobre a segurança de nanomateriais em produtos cos-méticos”, o qual classifica as nanopartículas em dois grandes grupos: as nanopartículas lábeis (que se dissolvem química ou fisicamente) e as nanopartículas insolúveis. Quanto aos aspectos relacionados à segurança de uso dos produtos, então denomi-nados nanocosméticos, para o grupo das lábeis, considera-se que as metodologias de avaliação de risco baseadas em medidas de massa podem ser adequadas, contudo, para as insolúveis,

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outras medidas como o número de partículas, área superficial e distribuição são igualmente requeridas. Além da necessidade de avaliação da penetração, em especial, para as partículas insolú-veis foi considerada como o ponto crucial para a segurança das estruturas. Esse relatório representa um grande avanço para o estabelecimento de marcos regulatórios para produtos cosméti-cos de base nanotecnológica (SCCP, 2007).

2.7.4.1 Produtos Nanocosméticos

Nanocosméticos podem ser definidos como formulações que veicu-lam princípios ativos ou outros componentes nanoestruturados. Esses podem apresentar vantagens, em comparação aos produtos conven-cionais, como mencionado anteriormente. Uma busca nos bancos de dados do ISI (THE THOMSON CORPORATION) indicou na última década um aumento progressivo do número de publicações referen-tes à nanobiotecnologia no desenvolvimento de produtos cutâneos, somando na mais de 1.500. Igualmente, na busca por patentes (base DERWENT) observam-se mais de 1.700 patentes depositadas relativas exclusivamente à cosméticos ou produtos dermatológicos de base na-notecnológica. Até o momento, o tipo de nanoestrutura mais estuda-do e presente em produtos cosméticos comerciais são os lipossomas.

Os nanocosméticos são geralmente constituídos de materiais polimé-ricos e/ou lipídicos estruturados na forma de nanopartículas (esferas e cápsulas), nanoemulsões ou lipossomas (Figura 4). Estes sistemas podem ser do tipo matricial ou reservatório. Citamos como literatura especializada descrevendo a composição e a organização desses sis-temas, o trabalho de SCHAFFAZICK et al., 2003. Independentemente do tipo de nanoestrutura desenvolvida, na maior parte dos fluxos de produção de nanocosméticos, existe uma etapa de formulação na qual o princípio ativo cosmético é incorporado nas nanoestruturas originando dispersões coloidais semi-sólidas. Na etapa subsequente,

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esse produto líquido pode ser veiculado em formas cosméticas semi-sólidas (como cremes ou géis), ou ainda sólidas (como nos produtos de maquiagem) visando adequar as suas propriedades ao uso tópico (GUTERRES et al., 2007).

Recentemente, FRONZA (et al., 2007) descreveu o perfil dos nanocos-méticos disponíveis no mercado nacional. A busca foi realizada através de uma pesquisa informal na Internet. A lista das empresas utilizada foi aquela divulgada no Anuário Brasileiro de Informação Cosmética (ABI COSMÉTICA, 2006). Este anuário apresenta os sítios das empre-sas na Internet, bem como endereço eletrônico das mesmas. Neste es-tudo, foi considerado critério de inclusão dos produtos a menção de existência de alguma nanoestrutura na sua composição e o destino dos mesmos para aplicação tópica sobre a pele. Independentemente da origem (produzidos no Brasil ou no exterior), os produtos identi-ficados pertenciam a diversas categorias, incluindo, produtos desti-nados à aplicação na pele do rosto e corpo. Existe uma tendência de maior número de produtos de aplicação no rosto, e especialmente, na região dos olhos. Vários produtos fazem menção à ação antirrugas, fotoprotetora e firmadora da pele, indicando grande aplicação destes produtos em formulações antienvelhecimento cutâneo.

Figura 4 – Representação esquemática dos diferentes tipos de nanoestruturas utilizadas em nanocosméticos e sua composição Referência bibliográfica

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Em relação ao tipo de nanoestrutura utilizada, as descrições dos pro-dutos utilizam com frequência denominações “comerciais” que não permitem a identificação de um determinado tipo de nanoestrutura, como por exemplo, fitossomas, glicosferas, aquasferas, nanotecnolo-gia e ultraspheras. Essas denominações, que não seguem uma classi-ficação “usual ou acadêmica” das nanoestruturas como lipossomas, nanoemulsões, nanopartículas constam frequentemente nas infor-mações dos produtos nacionais (FRONZA et al. 2007).

Quanto ao número de produtos encontrados, pela busca realizada, foram identificados 42 fabricados no Brasil e 32 importados (FRONZA, 2006). Os produtos estão descritos nos Quadros 29 e 30, respectiva-mente. De maneira geral, os resultados obtidos demonstraram que uma mesma empresa utiliza um mesmo tipo de nanoestrutura para a elaboração de diversos produtos, podendo caracterizar uma linha com até 17 produtos contendo um mesmo tipo de nanoestrutura, podendo indicar, que a empresa é detentora de conhecimento de um determinado tipo de tecnologia ou de patente e diversifica em termos de produtos. A falta de obrigatoriedade legal de informar a presença de nanoestrutura na rotulagem dos produtos cosméticos pode con-duzir a uma subestimativa do número de produtos.

Quadro 29 – Produtos/linhas cosméticos de base nanoecnológica produzidos no Brasil Fabricante Nanoestrutura Categorias de Produto F

1 Lipossomas Produto para área dos olhosCreme, loção, gel para o corpo com ação firmadora da peleMáscara facialMaquiagem com fotoprotetorMaquiagem sem fotoprotetor

1114

10

2 Nanosferas Produto antirrugas 1

3 NanosferasLipossomas

Produto anticeluliteCreme, loção, gel para o rosto com ação fotoprotetora

11

4 Lipossomas Produto anticelulite 1Continua

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Continuação

5 Lipossomas Produto antirrugas 1

6 Lipossomas Creme, loção, gel para o rosto com ação fotoprotetoraProduto para barbearProduto pós-barbear

111

7 Nanossomas Produto antirrugasProduto antirrugas com fotoprotetorProduto para área dos olhos

211

8 FitossomasGlicoesferas

Produto para área dos olhosProduto para a região dos lábios

11

9 Lipossomas + aquaesferas

Creme, loção, gel para o rosto sem ação fotoprotetora 1

10 Nanotecnologia Produto antirrugas 1

11 Lipossomas Produto antirrugas 1

12 Lipossomas Produto anticeluliteCreme, loção, gel para o corpo (ação redutora de medidas)Produto antirrugas

111

13 Lipossomas Creme, loção, gel para o corpo com ação hidratante 1

14 Lipossomas Clareador de Pele 1

15 LipossomasNanosferasUltraspheres

Produto antirrugasCreme, loção, gel para o corpo com ação antiestriasCreme, loção, gel para o rosto sem ação fotoprotetora

111

Fonte: FRONZA, 2006Legenda: F – Frequência de descrição do produto no sítio da empresa na Internet

Quadro 30 – Produtos/linhas cosméticos de base nanotecnológica obtidos por importaçãoFabricante Nanoestrutura Categorias de Produto F

1 Nanocápsulas

Nanossomas

NanoemulsãoNanodispersãoLipossomas

Máscara para cíliosCreme, loção, gel para o rosto com finalidade específicaProduto antirrugasCreme para os lábios com finalidade específicaProduto para a área dos olhosProtetor solarProtetor solar com ação antirrugasCreme, loção, gel para o rosto com finalidade específicaProduto para a área dos olhosProduto antirrugasProduto antirrugasProduto para a área dos olhos

132117321111

Continua2.

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2.7.4.2 Mercado de nanocosméticos

A produção industrial de nanocosméticos parece estar mundial-mente inserida na indústria de cosméticos convencionais, consti-tuindo, de maneira geral, uma linha de produtos diferenciados de base nanotecnológica. A produção de nanocosméticos representa oportunidade promissora de desenvolvimento tecnológico para o Brasil. No Brasil, a grande importância do setor de cosméticos pode ser exemplificada pelo seu crescimento da ordem de 15% nos últimos três anos e pelo fato do Brasil ser o terceiro mercado consumidor mundial. Internacionalmente, a empresa pioneira em introduzir um cosmético de base nanotecnológica foi a L'Oreal em 1995 (nanocápsulas de vitamina E) e, até o presente, é líder na produção mundial de artigos científicos e patentes relativas à apli-cação da nanotecnologia em produtos cosméticos. Na atualidade, centenas de nanocosméticos encontram-se no mercado mundial, comercializados por inúmeras empresas (GUTERRES et al., 2007).

Segundo o Anuário Brasileiro de Informação Cosmética (ABI COSMÉ-TICA, 2006) foi divulgada uma lista de 491 indústrias e importadoras de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. A partir destas informações, FRONZA (2006) realizou, paralelamente, a busca dos produtos nanocosméticos apresentada na seção anterior, uma

Continuação

2 Lipossoma Protetor solar 1

3 Lipossoma Máscara facial 1

4 LipossomaNanoemulsão

Produto para a área dos olhosProduto hidratante para o rosto

11

5 Lipossoma Máscara para os cíliosMáscara para as sobrancelhas

11

6 Nanoemulsão Produto antirrugas 1

7 Nanopartícula Maquiagem com fotoprotetor 1Fonte: FRONZA, 2006Legenda: F – Frequência de descrição do produto no sítio da empresa na Internet

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pesquisa com base na consulta nos sítios das empresas na Internet. Os resultados obtidos na busca por produtos cosméticos de base nanotecnológica demonstrou que, dentre as 285 empresas consulta-das 7,7 % delas apresentam, na sua linha, um ou mais produtos que pode ser classificado como de base nanotecnológica.

Dentre as vinte e duas empresas identificadas, quinze indústrias fabri-cam os produtos, enquanto sete obtêm os mesmos por importação. Ainda, na busca foram identificadas desde empresas de grande porte até empresas de pequeno e médio porte. (GARCIA e FURTADO, 2006).

2.7.4.3 Segurança dos Nanocosméticos

Aspectos relacionados à segurança dos produtos nanocosméticos representam, provavelmente, o maior desafio do setor. De fato, de-vido ao reduzido diâmetro das estruturas, algumas organizações e pesquisadores da área têm discutido a segurança de uso desses produtos, uma vez que, os princípios ativos cosméticos veicula-dos, ou ainda, as próprias nanoestruturas poderiam ser absorvidas sistemicamente. Tal fenômeno seria indesejável para um produto cosmético que deve apresentar efeito local e/ou na área aplicada e não seria recomendada sua permeação cutânea.

Dentre os primeiros documentos que tratam da segurança de nano-cosméticos, encontra-se o relatório sobre nanociência e nanotecnlo-gia da Royal Society and Royal Academy of Engineering, Reino Unido (RSRAE, 2004). Neste, a referida sociedade sugere que os nanomate-riais sejam tratados como novas entidades químicas sobre o ponto de vista de análise de risco. Além disso, devido à maior superfície específica dessas estruturas, comparadas como sistemas convencio-nais, sugere a necessidade de avaliação da absorção dessas estrutu-ras através de pele normal ou acometida de alguma doença, consi-derando a possibilidade de absorção sistêmica.

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Neste sentido, o Scientific Committee on Consumer Products da Co-missão Europeia divulgou, em junho de 2007, um relatório deno-minado “Opinião preliminar sobre segurança de nanomateriais em produtos cosméticos”, que após consulta pública, foi aprovado e disponibilizado ao público em dezembro de 2007 (SCCP, 2007). Esse Comitê define nanopartícula como uma partícula em que uma ou mais dimensões estão em nanoescala e que, pelo menos, uma das dimensões seja inferior a 100 nm. Esse mesmo Comitê propõe uma classificação para as nanoestruturas em dois grandes grupos: as na-nopartículas lábeis e as nanopartículas insolúveis ou biopersistentes.

As nanopartículas lábeis são aquelas que se dissolvem física ou quimicamente após sua aplicação sobre a pele (i.e. lipossomas e nanopartículas biodegradáveis), enquanto que as insolúveis (i.e. dióxido de titânio e fulerenos) são aquelas incapazes de se deses-truturar nos meios biológicos. Essa classificação é interessante e útil para a diferenciação dos riscos das nanoestruturas. As nano-partículas insolúveis podem ser consideradas como estruturas que podem apresentar maiores riscos sanitários, devido à possibilida-de de penetração/permeação através da pele, podendo se tornar sistemicamente disponíveis e acarretar acúmulo em órgãos-alvo secundários. Esses efeitos podem ser agravados pela aplicação repetida de nanocosméticos contendo essa classe de nanopartí-culas. A comissão de especialistas considera que as informações sobre a segurança de nanomateriais em produtos cosméticos ain-da são insuficientes em diversas áreas, como:

Identificação de risco;• Exposição;• Penetração/permeação (incluindo pele acometida de alguma • doença);Efeito das propriedades físico-químicas na absorção e trans-• porte através das membranas;

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Possível efeito na saúde (incluindo indivíduos suscetíveis);• Translocação de partículas através da placenta para o feto.•

Com base nessas informações, o Comitê considerou que o aces-so à avaliação de risco de maneira tradicional (pela da margem de segurança) talvez não forneça informações adequadas sobre a segurança de nanomateriais, uma vez que pode ocorrer absorção sistêmica a partir da pele (SCCP, 2007). A Margem de Segurança (MS) é definida como a relação entre a dose experimental mais elevada, que não produz qualquer efeito sistêmico adverso de-pois de um mínimo de 28 dias de ingestão oral, em espécie(s) animal(is) seguindo as recomendações internacionais, (NOAEL), e a dose diária absorvida, a qual o consumidor pode ser exposto por via cutânea (DS) (ANVISA, 2003). Esses fenômenos de absorção, provavelmente, seriam aumentados em pacientes que apresentam a pele lesada como em algumas situações, como por exemplo, queimaduras solares ou doenças cutâneas.

O sistema de regulação sanitária de cosméticos no Brasil não prevê, até o momento, classificação particular para os produtos cosméticos de base nanotecnológica. A classificação do grau de risco deste tipo de cosmético deverá ser revista em função da presença das nanoes-truturas e da ação das substâncias ativas que possam estar incorpo-radas, podendo ser exigidos por ocasião do registro, pelos órgãos reguladores, testes de segurança e eficácia cosmética. Considera-se um produto nanocosmético aquele fabricado com nanoestruturas previamente preparadas de forma controlada, apresentando largura de distribuição de tamanho estreita e obtida de forma reprodutível.

É importante que a empresa possua os dados sobre a segurança de uso do produto e das matérias-primas nanoestruturadas, pois os mesmos podem ser solicitados por ocasião do registro. Deve-ria ser informado no rótulo do produto, na embalagem secun-

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dária do mesmo ou, na ausência desta, na embalagem primária, a presença de nanoestruturas, sempre que as mesmas estiverem presentes na composição do produto. Além disso, considerando que as nanoestruturas possuem diâmetro reduzido, o que pode levar a diferenças no seu perfil de permeação, e que os poucos estudos conduzidos a fim de avaliar sua toxicidade foram realiza-dos sobre a pele saudável ou modelos que simulam a mesma, os autores propuseram a obrigatoriedade de inclusão da advertência de rotulagem “Não utilizar sobre a pele irritada ou lesionada”. Da mesma forma, a realização de estudos de toxicidade crônica pode ser necessária a fim de melhor avaliar a segurança dos produtos.

Quanto ao risco, as principais características físicas das nanopartículas a serem consideradas são: tamanho, forma da partícula, morfologia da superfície, área superficial, partículas primárias, agregados ou aglo-merados, carga superficial, reologia, porosidade, presença de cristalini-dade e seu grau. Quanto às características químicas dessas nanopartí-culas pode-se incluir: composição, química de superfície, revestimento de superfície, estequiometria, cinética de dissolução e solubilidade, hidrofilicidade e hidrofobicidade e, ainda, presença de impurezas nas partículas e de adsorventes não intencionais na superfície. Entretanto, esse conjunto de análises não fornece dados a respeito das interações e risco de captura das nanopartículas via absorção dérmica, inalação, ingestão oral ou contato ocular. Desta forma, o risco de captura destas estruturas deve ser avaliado pelo uso de metodologias específicas, vali-dadas e reconhecidas pelo Órgão Regulador.

O risco e a segurança do uso nanocosméticos estão relacionados com a presença de nanopartículas lábeis ou insolúveis na sua com-posição. Adicionalmente, o tamanho e a distribuição de tamanho de partículas das nanoestruturas são elementos-chave para o esta-belecimento do grau de risco dos nanocosméticos. Assim, a clas-sificação das nanopartículas em lábeis ou insolúveis e maiores ou

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menores que 100 nm pode fornecer uma base racional útil, que contribua para a construção de um guia para a avaliação das mes-mas quando contidas em produtos cosméticos (vide Esquema 2) (FRONZA et al., 2007). Geralmente, para fins de análise de risco das nanopartículas insolúveis, esses nanocosméticos devem ser avaliados caso a caso.

Esquema 1 – Guia para a classificação das nanopartículasFonte: FRONZA et al., 2007

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O fluxograma apresentado permite uma classificação dos na-nocosméticos em diferentes tipos de acordo com seus graus de risco e segurança. Os nanocosméticos dos tipos I, III e V reque-rem análise caso a caso visto a necessidade de comprovações de segurança de uso. Por sua vez, os dos tipos II e IV poderiam ser considerados para registro de acordo com as normas a serem estabelecidas pelas Agências Reguladoras.

2.7.4.4 Considerações Finais

A nanotecnologia é uma realidade de mercado na área cosmética. Esses produtos estão disponíveis há mais de uma década no mer-cado internacional e, mais recentemente, no Brasil. No mercado nacional, os nanocosméticos disponíveis são tanto produzidos por algumas empresas do setor de cosméticos como obtidos por im-portação. Cabe destacar o desenvolvimento de projetos na área de Nanotecnologia por algumas empresas de cosméticos, em par-ceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, destacando-se no mercado nacional no que diz respeito à pesquisa e ao desenvolvi-mento de novos produtos e abrindo perspectivas de lançamento de linhas de produtos cosméticos a partir de tecnologia própria.

Apesar dos avanços no desenvolvimento tecnológico de produtos nanocosméticos, vários aspectos limitam o seu desenvolvimen-to especialmente no Brasil. O primeiro deles está relacionado à disponibilidade e produção dos insumos (principalmente lipíde-os e polímeros) utilizados na obtenção dos nanocosméticos no mercado nacional. Atualmente, a grande maioria é obtida por importação. O outro grande desafio mundial está relacionado aos aspectos relativos à segurança de uso das nanoestruturas. O Relatório da Comunidade Europeia claramente aponta para a inadequação dos sistemas de avaliação de segurança de cosmé-ticos atuais para os produtos nanocosméticos (SCCP, 2007).

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Neste cenário, pouco se tem avançado no estabelecimento de mar-co regulatório de normatização para esses produtos e que contri-buam para a segurança ambiental e de uso dos mesmos. Neste contexto é importante mencionar que, na verdade, por Nanotec-nologia se entende uma multiplicidade de materiais e estruturas que podem ser muito diferentes entre si, e cujas propriedades e riscos também podem diferir. Por esta razão, é importante que o tema seja discutido à luz da ciência, de forma se obter uma base racional para a classificação dos riscos associados aos nanocos-méticos, sem que, no entanto, se crie um ambiente de discussões alarmistas e panfletárias, o que frearia o desenvolvimento tecno-lógico. A proposta de classificação de riscos descrita no Esquema 2, apresentada por (FRONZA et al., 2007), visa contribuir para esta racionalização, levando em consideração quesitos como a solubi-lidade e tamanho dos nanomateriais, bem como a disponibilidade de informações científicas como critérios principais para a avalia-ção do risco de produtos nanocosméticos.

2.7.5 Uso da Informação sobre Patentes

2.7.5.1 Importância das Patentes e os Bancos de Dados

A patente representa, normalmente, o primeiro momento em que uma nova tecnologia é levada, formalmente, ao conheci-mento público, quando o inventor pede a proteção legal ao seu invento. Entre o momento em que é solicitado o depósito e a efetiva comercialização de uma nova tecnologia podem de-correr meses ou anos, o que confere à análise de patentes esta capacidade de projeção de tendências tecnológicas futuras.

Destacam-se, a seguir, alguns dos usos potenciais da patente como fonte de informação:

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Ciclo de vida de produtos/tecnologias;• Identificação de tecnologias emergentes;• Identificação de tecnologias alternativas;• Identificação dos atores (empresas, especialistas);• Política jurídica das empresas;• Tendências tecnológicas;• Potencial de pesquisa/identificação de novas linhas de • pesquisa;Redes de inventores, assuntos ou empresas;• Parceiros potenciais ou concorrentes;• Novos entrantes no mercado;• Empresas líderes atuais ou futuras.•

Pelo exposto, constata-se que esse tema está correlacionado à ino-vação de processos produtivos e desenvolvimento de novos pro-dutos. Segundo Watts e Porter (1997), os principais indicadores para prospecção da inovação são os seguintes:

indicador do ciclo de vida da tecnologia que determina o a) comportamento da sua trajetória nas diversas fases (embrio-nária, crescimento, maturidade e envelhecimento e as condi-ções de dependência da tecnologia); indicador que trata do contexto de receptividade da inova-b) ção, incluindo as dimensões econômicas e não econômicas ligadas ao desenvolvimento da tecnologia estudada; e indicador que avalia as perspectivas de mercado e da cadeia c) de valor do produto.

O uso de bases de dados de patentes como fonte de prospecção tecnológica é baseado no pressuposto de que o aumento do inte-resse por novas tecnologias se refletirá no aumento da atividade de Pesquisa & Desenvolvimento e que isso, por sua vez, se refletirá no aumento de depósito de patentes. Assim, presume-se ser possível

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identificar novas tecnologias pela análise dos padrões de pedidos de patentes em determinadas áreas do conhecimento. Os resultados são muitas vezes apresentados de forma quantificada, mas seu uso no processo decisório é baseado numa avaliação qualitativa.

Os principais bancos de dados bibliográficos comerciais hospe-dam bases de dados de patentes, tais como a base World Patent Index, desenvolvida pela Derwent; a base INPADOC, desenvolvi-da pelo Escritório Europeu de Patentes e a base USPTO, desen-volvida pelo Escritório Americano de Patentes. A primeira base de dados está disponível no portal da CAPES, e foi a opção uti-lizada no estudo realizado por Silva (2007). Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes em outubro de 2007 (Relatório Final) para verificar as tendências de patenteamento das tecnologias da área de cosméticos, e cujos resultados e comentários mencionados a seguir.

As bases de dados de patentes, incluída a Derwent, não possuem campo de indexação por palavras-chave. Assim, a visão dos temas tecnológicos patenteados foi mapeada segundo os quatro cam-pos de categorização disponibilizados. As categorizações, inde-pendente de suas características particulares, podem servir como:

um instrumento para o arranjo ordenado de documentos de a) patentes a fim de facilitar o acesso a informações técnicas e legais neles contidas;uma base para divulgação seletiva de informações a todos os b) interessados em informações sobre patentes;uma base para investigar o estado da técnica em determina-c) dos campos da tecnologia;uma base para a preparação de estatísticas da propriedade d) industrial que permitam por sua vez a avaliação do desenvol-vimento técnico nas diversas áreas.

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2.7.5.2 Principais Resultados das Patentes Pesquisadas

A seguir, são apresentados os principais resultados do estudo de text mining nas referências dos documentos de patentes obtidos pela base de dados Derwent, que foi realizado visando a obtenção de indicadores que refletissem o estado atual da técnica na área, no mundo e no Brasil. É também apresentada a análise focada nos segmentos selecionados pelo Consultor e validados pelo Comitê Gestor de cosméticos para a pele e os cabelos.

2.7.5.2.1 Visão da Área no Mundo

Como se pode observar na Figura 5, o Japão é o país líder em depósitos de patentes no mundo, seguido dos Estados Unidos, Alemanha, França e Coréia.

O Brasil aparece na décima primeira posição com 514 depósitos de patentes efetuados no país.

Figura 5 – Mundo – Ranking dos países de prioridade para depósitos de patentesFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. outubro de 2007 [Relatório Final]. Ordenada: número de patentes/Abcissa: países

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Na Figura 5, encontram-se representados os vinte maiores depo-sitantes de patentes na indústria cosmética. A maior parte desses atores é conhecida pelo setor, mas se observa um inventor, pessoa física, (ou família de inventores) de origem chinesa, na vigésima posição – WANG-I.

No que diz respeito à origem das empresas, a francesa L’Oreal é a primeira do ranking, seguida das japonesas Kao Corp, Shiseido e Lion. A americana Procter & Gamble apresenta o quinto maior número de depósitos de patentes no setor, mas a sexta e a sétima posições do ranking também são ocupadas por empresas japo-nesas – a Pola Chem e a Kanebo. Com a presença da japonesa Kose em décima posição, fica validada a primazia de depósitos com prioridade japonesa.

Figura 6 – Mundo – Ranking dos depositantes de patentesFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]. Ordenada: número de patentes/Abcissa: países

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Nos Quadros 31 a 33, pode-se ver o ranking dos assuntos dos depósitos de patentes efetuados no período analisado pelas classificações da CIP (Quadro 31), da Derwent (Quadro 32) e da Derwent manual (Quadro 33).

Não há como se analisar globalmente onde há concentração de depósitos de tecnologia, porque os dados não estão desagrega-dos por classe em nenhuma das classificações disponíveis.

No Quadro 31, a classe que ocupa a primeira posição é demasiada-mente genérica: “cosméticos ou preparações similares para higie-ne pessoal” e poderia ser agregada com a classe da quarta posição – preparações para banho, por exemplo. Algumas classes são bem específicas, como a oitava, que trata de Preparações para lavar os cabelos, mas esta também poderia estar agregada à primeira. No entanto, a classe que ocupa a nona posição no ranking tanto trata

Quadro 31 – Mundo – Principais assuntos depositados – Análise pela CIP

CLASSE CIPNº DE

DEPÓSITOSDESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

A61K-007/00 16887 Cosméticos ou preparações similares para higiene pessoal

A61K-007/48 14328 Preparações para os cuidados da pele

A61K-007/06 8215 Preparações, por ex., loções ou pós, para o tratamento do cabelo Preparações para provocar o crescimento do cabelo ou para ajudar sua remoção, por ex., preparações para barbear

A61K-007/50 5439 Preparações para lavagem ou banho

A61K-035/78 5416 Materiais derivados de plantas

A61K-008/30 5022 Preparações para finalidades médicas, odontológicas ou de toalete

A61K-007/02 4033 Produtos de maquiagem; Preparações para removê-los; Pós-corporais

A61K-007/075 3766 Preparações especialmente adaptadas para lavar o cabelo, por ex., contendo substâncias condicionadoras de cabelo

A61K-007/42 3674 Preparações tópicas, protetores contra o sol ou as irradiações solares ou para bronzear

A61P-017/00 4262 Drogas para o tratamento de problemas dermatológicosFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

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de protetores solares, como de bronzeadores.

Ao analisar a distribuição dos depósitos de patentes pela classificação Derwent (Quadro 32), não se encontra uma situação diferente, pois a primeira posição no ranking é ocupada por uma classe também muito genérica, que engloba desde cosméticos dedicados à higiene bucal até

Quadro 32 – Principais assuntos depositados – Análise DerwentCLASSE

DERWENTNº DE

DEPÓSITOS DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

D21 46731 Preparações para a odontologia e toalete, incluindo ligas de enchimento, composições para próteses dentárias, goma de mascar anticárie, compostos para retirada de placas, dentifrícios, cosméticos, xampus, compostos tópicos e protetores solares, sabonetes

A96 16474 Produtos médicos, odontológicos, veterinários, cosméticos

B04 11816 Produtos naturais e polímeros. Inclui testes de fluídos corporais (com exceção de sangue ou contagem de células), compostos farmacêuticos ou veterinários de estrutura desconhecida, teste de patogenicidade de microrganismos, testes químicos de mutagenicidade ou toxicidade humana e produção fermentativa de DNA ou RNA. Composições gerais

E19 6891 Outros compostos orgânicos em geral – compostos orgânicos de estrutura desconhecida ou indefinida; misturas gerais de vários tipos; reações orgânicas (por exemplo, nitração, resolução), quando aplicadas de modo geral

B05 7049 Outras substâncias orgânicas – aromáticos, alifáticos, organo-metálicos

D13 5424 Outros alimentos e tratamento – incluindo a conservação de alimentos, leite, produtos derivados de leite, substitutos da manteiga, óleos e gorduras comestíveis, bebidas não alcoólicas, adoçantes artificiais, aditivos alimentares e ração animal

D16 4661 Indústria da fermentação – incluindo equipamento de fermentação, produção de levedura, de medicamentos e outros produtos químicos por fermentação, microbiologia, produção de vacinas e soro, de cultura de células e tecidos e engenharia genética

A26 3767 Outros polímeros de condensação incluindo polímeros de silicone e poliamidas

E13 3534 Compostos heterocíclicos

A25 3187 Poliuretanos, poliéteresFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

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bronzeadores solares e sabonetes. As demais classes da Derwent enfoca-das não fornecem subsídios para um não especialista quanto ao cosmé-tico que possa estar englobando. Pela classificação manual da Derwent (Quadro 33), a distribuição dos depósitos também não fica clara, em-bora se possa ver com maior nitidez uma concentração nas classes que englobam cosméticos para cuidados da pele, em geral.

Entretanto, mesmo assim, a análise fica prejudicada, tendo em vista que a própria classe que ocupa a primeira posição no ranking engloba tanto cosméticos para higiene como para cuidados da pele em geral.

2.7.5.2.2 Visão da Área no Brasil

Foram depositados 514 documentos de patentes no Brasil, no período de 1995 a 2005. O número de depósitos de patentes ocorridos no período apresenta um quadro diferente da evolução no mundo. Na

Quadro 33 – Principais assuntos depositados – Análise da Classificação Derwent – Manual

CLASSENº DE

DEPÓSITOSDESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

D08-B09A 11873 Preparações cosméticas, dentifrícios e de toalete: cuidados da pele em geral

D08-B 8939 Preparações cosméticas, dentifrícios e de toalete: geral e outros

B14-N17 8174 Tratamento da pele em geral

B14-R01 8090 Cosméticos em geral, e outros.

A12-V04C 8084 Cosméticos, produtos de toalete, incluindo barbeadores, perucas: produtos para a pele, como cremes protetores, loções, pós, etc.; incluindo esmalte e batom

D08-B03 5744 Cuidados do cabelo ou promoção do crescimento capilar

B04-A10 5664 O código é aplicado quando é reivindicado o uso de “remédio herbal chinês”

D08-B09A1 5550 Cuidados da pele

A12-V04A 5263 Produtos para o cabelo como xampus, tinturas, géis

D08-B01 3877 Maquiagem e pastas removedoras luminescentesFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

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Figura 7 pode-se observar uma tendência à elevação a partir de 2003.

Os principais depositantes de patentes do setor no Brasil são: Proc-ter & Gamble (Código PROC) e a empresa brasileira Natura (Códi-gos NATU e INCO), responsáveis por 8% dos depósitos no período, cada uma. A empresa BOTICA COMERCIAL FARM LTDA aparece na quarta posição, com 4% dos depósitos. Em seguida, há o registro de código para pessoa física, mas que não diz respeito a uma única e sim a alguns inventores que têm sobrenome codificados como DSAN-INDIV. A empresa CHEMYUNION QUIMICA LTDA, a L’Oreal (Código LOREA) e a Unilever (Código UNIL) aparecem empatadas na quinta posição do ranking. Os três outros demais depositan-tes representados por códigos que também aparecem empatados referem-se na verdade a diferentes inventores individuais e não a três inventores, como pode parecer o código que os engloba.

Apresentam-se a seguir os principais temas tecnológicos objeto de pa-tenteamento nos produtos cosméticos, higiene pessoal e perfumaria.

Figura 7 – Brasil – Evolução de depósitos de patentes de cosméticosFonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]. Ordenada: número de patentes/Abcissa: ano

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a) Classificação Internacional de Patentes

As tecnologias mais patenteadas referem-se aos produtos para o cuidado da pele, como se pode concluir do número de depósi-tos classificados na classe A61K-007/48 – (Quadro 34). A seguir, encontram-se os depósitos referentes aos cosméticos destinados ao cabelo, seja para tratamento, crescimento ou remoção, repre-sentados pela classe A61K-007/06.

Quadro 34 – Brasil – Descrição das Principais Classes da CIP

Nº DE DEPÓSITOS

CLASSE DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

112 A61K-007/48 Preparações para os cuidados da pele

94 A61K-007/06 Preparações, por ex., loções ou pós, para o tratamento do cabelo; preparações para provocar o crescimento do cabelo ou para ajudar sua remoção, por ex., preparações para barbear

51 A61K-007/00 Cosméticos ou preparações similares para higiene pessoal

43 A61K-035/78 Materiais derivados de plantas

33 A61K-007/40 Composições protetoras; agentes químicos empregadosem contato direto com a pele de corpos vivos humanos oude animais para protegê-los contra influências externas,por ex., luz solar, raios X ou outros raios ativos, materiaiscorrosivos, bactérias, picadas de insetos

31 A61K-007/50 Preparações para lavagem ou banho

31 A61K-007/50 Preparações para lavagem ou banho (sabões oucomposições detergentes)

24 A61K-008/30 Preparações para finalidades médicas, odontológicas ou de toalete

24 A61K-007/16 Preparações para limpar os dentes ou a boca, por ex.,pastas de dentes; dentifrícios

21 A61K-007/42 Preparações tópicos, protetores contra o sol ou asirradiações solares ou para bronzear

20 A61K-006/00 Preparações para odontologia

Fonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

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b) Classificação Derwent

De maneira análoga ao quadro que se encontrou no mundo, ao se analisar a distribuição dos depósitos de patentes pela classifi-cação Derwent no Brasil (Quadro 35), se observa que a primeira posição no ranking é ocupada por uma classe também muito ge-nérica, que engloba desde “cosméticos dedicados à higiene bucal” até “bronzeadores solares e sabonetes”, não permitindo análises aprofundadas por um não especialista.

No que se refere à classificação dos depósitos pela classificação manual da Derwent (Quadro 36), volta a se repetir a distribuição encontrada na análise de depósitos no mundo. Como mencionada anteriormente, embora também se possa ver com maior nitidez uma concentração nas classes que englobam cosméticos para cui-dados da pele, em geral, a análise fica prejudicada, tendo em vista que esta classe engloba tanto cosméticos para higiene como para cuidados da pele em geral. Entretanto, no Brasil, há uma concen-tração de depósitos referentes à cuidados com o cabelo, represen-tados pelas classes D08-B03, A12-V04A e B14-R02.

Quadro 35 – Brasil – Descrição do Ranking das Principais Classes DerwentNº DE

DEPÓSITOSCLASSE

DERWENT DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

481 D21 Preparações para a odontologia e toalete, incluindo ligas de enchimento, composições para próteses dentárias, goma de mascar anticárie, compostos para retirada de placas, dentífricos, cosméticos, xampus, compostos tópicos e protetores solares, sabonetes

119 A96 Produtos médicos, odontológicos, veterinários, cosméticos

46 E19 Outros compostos orgânicos em geral – compostos orgânicos de estrutura desconhecida ou indefinida; misturas gerais de vários tipos; reações orgânicas (por exemplo, nitração, resolução), quando aplicadas de modo geral

71 B05 Outras substâncias orgânicas – aromáticos, alifáticos, organo-metálicos.

Continua

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Continuação22 A26 Outros polímeros de condensação incluindo polímeros de silicone

polimidas98 B04 Produtos naturais e polímeros. Inclui testes de fluídos corporais (com

exceção de sangue ou contagem de células), compostos farmacêuticos ou veterinários de estrutura desconhecida, teste de patogenicidade de microorganismos, testes químicos de mutagenicidade ou toxicidade humana e produção fermentativa de DNA ou RNA; composições gerais

26 D22 Esterilizantes, ataduras, curativos e protetores para a pele – incluindo agentes esterilizantes (exceto para alimentos), suturas, gessos, próteses bioativas, lentes de contato, fraldas, lixeira para animais, conservantes para madeira, conservantes, desinfetantes, detergentes bactericidas, desodorantes, repelentes de insetos, repelentes de mariposas

22 E17 Outros alifáticos18 D13 Outros produtos alimentícios e de tratamento – incluindo a

preservação de alimentos, leite, produtos lácteos, substitutos de manteiga, óleos e gorduras alimentares, bebidas não-alcoólicas, adoçantes artificiais, aditivos alimentares e alimentos para animais (A23B-L)

25 D16 Indústria da fermentação – incluindo equipamento de fermentação, produção de levedura, de medicamentos e outros produtos químicos por fermentação, microbiologia, produção de soros e vacinas, de cultura de células e de tecidos e engenharia genética

Fonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

Quadro 36 – Descrição do Ranking das Principais Classes do Manual CodeN. DE

DEPÓSITOSCLASSE DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

102 D08-B09A Preparações cosméticas, dentifrícios e de toalete: geral e outros

72 D08-B03 Cuidados do cabelo ou promoção do crescimento

56 D08-B Preparado cosmético, dental e de toalete: cuidados da pele em geral

54 B14-N17 Tratamento da pele em geral

52 D08-09A1 Cuidados da pele

47 B04-A10 O código é aplicado quando é reivindicado o uso de “remédio herbal chinês”

41 B14-R01 Cosméticos em geral, e outros

38 A12-V04C Cosméticos, produtos de toalete, incluindo barbeadores, perucas; produtos para a pele, por ex., cremes protetores, loções, pós, etc; incluindo esmalte e batom

35 A12-V04A Produtos para o cabelo como xampus, tinturas, géis

34 B14-R02 Preparações para o cabelo

Fonte: SILVA, C. H., SILVA, C. H. Estudo prospectivo sobre a Indústria de Cosmético – Text Mining em Patentes. Outubro de 2007 [Relatório Final]

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2.7.6 Resultados

No período de 1995 a 2005, ocorreram 60.904 depósitos de patentes no setor de cosméticos, segundo busca realizada na base Derwent.

O Brasil aparece na décima primeira posição dos países com de-pósito de patentes, com 514 documentos de patentes efetuados no país. O número de depósitos de patentes ocorridos no período apresenta um quadro diferente da evolução no mundo, observan-do-se tendência à elevação a partir de 2003.

A maior parte dos maiores depositantes de patentes na indústria cosmética é conhecida pelo setor, como a francesa L’Oreal que é a primeira do ranking. Fica validada a primazia de depósitos com prioridade japonesa, pelo número de depósitos das japonesas Kao Corp, Shiseido, Lion, Póla Chem, Kanebo e Kose. A americana Procter & Gamble apresenta o quinto maior número de depósitos de patentes no setor. A empresa brasileira Natura (Códigos NATU e INCO), responsáveis por 8% dos depósitos no período, cada uma.

As tecnologias mais patenteadas referem-se à “cuidados da pele”, seguidas dos depósitos referentes a “Preparações para o cabelo”, o que fortalece a priorização de investimentos nestes dois segmentos do setor de produtos cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal e justificam todo o estudo realizado nesse trabalho.

2.8 Recursos Humanos Necessários

A escalada da competição produzida pela globalização, desregu-lamentações e mudanças tecnológicas, principalmente as tecno-logias da informação e comunicação, têm produzido mudanças fundamentais na forma de atuação das empresas, dentre as quais podem se destacar maior ênfase em inovações, terceirizações e

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utilização intensiva de tecnologia de informação (LEV, 2000).

Em geral as empresas são afetadas pelas forças de seu ambiente, sejam elas de natureza político-legal, econômica, tecnológica, social ou global. Neste sentido, o objetivo da gestão estratégica é identifi-car e criar condições para que a empresa opere com eficácia diante de oportunidades e ameaças oferecidas por fatores externos.

Em geral a organização possui o recurso que tem acesso, mesmo que esse acesso seja temporário. Uma competência é a habilidade para fazer alguma coisa a partir de um conjunto de recursos. Assim, uma competência não precisa ser baseada em tecnologia stricto sensu, po-dendo estar associada ao domínio de qualquer estágio do ciclo de negócios, como um profundo conhecimento das condições de ope-ração de mercados específicos. Para que se tenha uma competência essencial, o conhecimento deve estar associado à um sistemático pro-cesso de aprendizagem, que envolve descobrimento ou inovação e a capacitação de recursos humanos (FLEURY e FLEURY, 2004).

As competências para se obterem os resultados desejados são decor-rentes de uma ação combinada do desempenho do profissional, do sabe agir com competência (conhecimentos, habilidades, qualidades, experiências, capacidades cognitivas, recursos emocionais, entre ou-tros), com uma nova perspectiva de gestão (gerenciamento que dá sentido e age por influência, auxilia a fixar uma meta aceita de comum acordo e cria as condições propícias aos recursos e às dinâmicas de profissionalização) e com o conjunto de recursos do seu meio (bancos de dados, redes de especialistas, redes documentais e outros).

A estratégia é um plano, um padrão que integra os objetivos, as políticas e as ações de uma organização em um todo coeso. A estratégia na estrutura organizacional pode ser corporativa, das unidades de negócio, ou funcional, quando se determina como

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uma área funcional – produção, marketing, finanças, suprimento, tecnologia, RH, entre outras – deve operar. Segundo Mintzberg e Quinn (2001), qualquer organização, conscientemente ou não, adota uma estratégia, considerando-se que a não-adoção delibe-rada pode ser entendida também como uma estratégia.

Para Fleury e Fleury (2004), os tipos de estratégias de uma empresa in-dustrial podem ser classificados em excelência operacional; produtos inovadores; ou orientação para os clientes, tomando-se como base o modelo RBV. A distinção entre os tipos de estratégia é estabelecida por meio de diferentes competências organizacionais nas três diferentes funções centrais: operações (produção e logística); desenvolvimento de produto (pesquisa, desenvolvimento e engenharia); e comercialização (vendas e marketing). O desenvolvimento de competências nas demais funções organizacionais (RH, finanças, contabilidade, dentre outros) deve ser feito para reforçar a competência essencial da função central.

Uma empresa tem seus diferentes negócios relacionados quando eles compartilham tecnologias, bens de capital, canais de distri-buição para citar alguns exemplos. (HITT et al., 2007). Em relação às estratégias de crescimento, a organização pode optar por estra-tégias de redução de ativos (downsizing e downscoping), de esta-bilidade, de crescimento orgânico (interno) ou de crescimento por meio de aquisições (horizontais, verticais, fusões, takeover etc).

O Quadro 37 apresenta os cursos de Pós-graduação ministrados no Brasil.

Quadro 37 – Cursos de Pós-Graduação em Cosmetologia no Brasil

Instituição CursoEspecialização/

Mestrado/Doutorado)

Carga horária (horas)

Local(Estado)

Faculdades Oswaldo Cruz

Cosmetologia Especialização 396 São Paulo

ABC FAMEC Gestão da Cosmetologia Especialização 360 São PauloContinua

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Continuação

Consulfarma Cosmetologia com MBA Especialização 360 São Paulo

FMU Cosmetologia Especialização 420 São Paulo

UNIGRANRIO MBA em Cosmetologia Especialização 360 Rio de Janeiro

UNINOVE Manipulação de Produtos Farmacêuticos e Cosméticos

Especialização 400 São Paulo

UNIDERP Cosmetologia Especialização 360 Mato Grosso do Sul

UNOPAR Cosmetologia Especialização 420 Paraná

UNIARARAS Cosmetologia Especialização 400 São Paulo

Instituto Equilibra Tecnologia de Cosméticos Especialização 360 Paraná

INTECQ Cosmetologia Especialização 424 São Paulo

IPOG Cosmetologia Especialização 340 Goiás e outros

FCF-USP Fármaco e Medicamentos (Produção e Controle Farmacêuticos)

Mestrado/Doutorado São Paulo

FCFRP-USP Ciências Farmacêuticas (Medicamentos e Cosméticos)

Mestrado/Doutorado São Paulo

FCF-UNESP Ciências Farmacêuticas (Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Medicamentos)

Mestrado/Doutorado São Paulo

Instituto Racine Gestão e Tecnologia Cosmética Especialização São Paulo

UNAERP Cosmética Dermatológica Especialização 360 São Paulo

Universidade Estácio de Sá

Cosmética Aplicada Especialização 368 Rio de Janeiro

Legenda:ABC-FAMEC – Pós Graduação em Gestão da Cosmetologia – oferecido pela Associação Brasileira de Cosmetologia/FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas/UNIGRANRIO – Universidade GRANRIO/UNINOVE – Centro Universitário Nove de Julho/UNIDERP – Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal/UNOPAR – Universidade Norte do Paraná/UNIARARAS – Centro Universitário Hermínio Ometto /INTECQ – Instituto de Pesquisa Tecnológica e Controle de Qualidade/IPOG-Instituto de Pós-graduação/FCF-USP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo/FCFRP-USP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo /FCF-UNESP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-Araraquara/UNAERP – Universidade Ribeirão Preto

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NOTAS2 A Fundação Coty foi criada em 1905, .

3 Defla or: Índice IPC/FIPE Higiene e Beleza.

4 Através do cumprimento da Portaria 348/97 do Ministério da Saúde/ANVISA e demais normas e ou Portarias, que passaram a vigorar como condição necessária para obtenção da autorização de funcionamento e processo de fabricação adequado e legislação vigente.

5 Esta meta inclui todas as oportunidades de trabalho relativas ao setor (revendedoras da venda direta, manicuros, pedicuros, esteticistas, cabeleireiros, etc.).

6 Meninas Superpoderosas®, Bob Esponja®, Turma da Mônica®, Scooby Dôo®, Turma da Xuxinha®, Snoopy®, Times de Futebol, Astros de Música Pop.

7 Vale salientar que as empresas líderes desse setor são: Johnson & Johnson, Colgate Palmolive, Belocap/L'Oreal, Unilever, Davene, Natura, Nívea, O Boticário, Chimica Baruel e Casa Granado.

8 Substância responsável pela caracterização do odor.

9 Contratipos refere-se a perfumes que possuem características similares aos originais, preferencialmente de marcas reconhecidas internacionalmente.

10 O mercado de produtos de higiene bucal tem nas marcas Colgate e Unilever, a participação de 49% e 17% do faturamento, respectivamente, e muitas pequenas empresas entraram no mercado (PACHECO, 2007).

11 Empresas atuantes no segmento de maquiagem: L´Oreal, Avon, Natura, O Boticário, Farma Ervas, Contém 1g e Niasi.

12 Foram considerados produtos para o cuidado da pele os destinados ao corpo e rosto, como os destinados a diferentes partes do corpo como: mãos, rosto, pernas, pés e tronco.

13 A líder mundial do mercado é a Gilette do Brasil, que detém 73% do mercado, seguida pela BIC e Warner Lambert.

14 Capítulo II, Capítulo da Saúde na Constituição Federal Brasileira de 1988: “Compete ao Sistema Único de Saúde (SUS), controlar e fiscalizar produtos de interesse para a saúde, executando as ações de Vigilância Sanitária.

15 Componentes da formulação envolvem as matérias-primas, princípios ativos, sob as diversas formas de apresentação e veiculação.

16 Bulk: agregado (grande ou numeroso) de um lote de produto que forma uma unidade. Produto elaborado final que ainda não foi acondicionado em seu material de embalagem.

17 Substância que abaixa a tensão superficial do líquido que estiver envolvido. Possui ação detergente, removendo substâncias lipófilas da pele, cabelo e couro cabeludo. Empregado em xampus, sabonetes faciais, dentifrícios, removedor de maquiagem. De acordo com a carga elétrica que possuem, podem ser aniônicos (carga negativa), catiônicos (carga positiva), anfotéricos (de acordo com o pH do meio podem atuar como composto de carga positiva ou negativa) e não iônico (não possuem carga elétrica).

18 Compreendem os saneantes (produtos de limpeza) que são substâncias ou preparos destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar de ambientes coletivos e/ou públicos, de lugares de uso comum e no tratamento de água; detergentes e similares; sabões; polidores; alvejantes; desinfetantes; desodorizantes; esterilizantes; algicidas e fungicidas para piscina; desinfetantes de água para consumo humano; água sanitária; produtos biológicos à base de microrganismos viáveis para o tratamento de sistemas sépticos, tubulações sanitárias de águas servidas, com a finalidade de degradar matéria orgânica e reduzir odores.

19 A Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) lançada em 31 de março de 2004, teve o objetivo de aumentar a eficiência econômica, o desenvolvimento e a difusão de tecnologias, com maior potencial de indução do nível de atividade e de competição no comércio internacional. A PITCE visou fortalecer e expandir a base industrial brasileira por meio da melhoria da capacidade inovadora das empresas. Essa política foi articulada com os investimentos planejados para a infraestrutura e com os projetos de promoção do desenvolvimento regional, como parte integrante do conjunto de medidas previstas no Plano Plurianual (PPA).

20 A Medida Provisória não é suficientemente clara, o que tem gerado dúvidas e burocracia na área, além de morosidade e emperramento das pesquisas do setor.

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Este Capítulo tem como objetivo detalhar as ações e os critérios adotados nesse estudo prospectivo, com a finalidade de traçar uma estratégia específica para o Setor de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumes e Cosméticos nos segmentos pele e cabelo. Esta fase consiste na interpretação das informações provenientes do panorama atual e na identificação de perspectivas futuras para o setor.

3.1 Metodologia Análise SWOT

A metodologia SWOT insere-se no campo de análise de ambientes (interno e externo) e é utilizada em processos de planejamento estratégico, para a avaliação do posicionamento da organização e de sua capacidade de competição.

Nesse estudo de prospecção, a análise dos segmentos do Setor de Cosméticos foi realizada a partir dos elementos chave do SWOT: Forças (Strenghts), Fraquezas (Weakenesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). As Forças e Fraquezas perfazem as características internas do setor industrial brasileiro, ou seja, são determinadas pela vivência atual do setor. E as Oportunidades e Ameaças estão relacionadas com antecipações do futuro e têm a influência de fatores externos. Para que os resultados da análise SWOT pudessem servir de base na definição de objetivos estratégicos abrangentes, o Setor de Cosméticos foi analisado a partir de seis dimensões: mercado, tecnologia, talentos, investimentos, infraestrutura política-institucional e infraestrutura física.

As atividades do programa de trabalho da 2ª Oficina com os especialistas foram distribuídas em função de suas competências, em dois grupos de trabalho (grupo 1 e 2), de acordo com os segmentos cabelo e pele:

Grupo 1: Mercado, Tecnologia, Infraestrutura Física e Ambiental

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Grupo 2: Mercado, Talentos, Investimentos e Infraestrutura legal

As principais atividades do programa são descritas a seguir:

Apresentação pela equipe do CGEE da metodologia, objeti-• vos e do cronograma para elaboração do Estudo Prospectivo de Cosméticos;Apresentação, pelos consultores especialistas do CGEE, do • Panorama Setorial do Setor de Cosméticos e da visão de futuro, os quais destacaram as apostas, estilos de vida e tendências tecnológicas portadoras de futuro que possam direcionar o desenvolvimento de novos cosméticos para o Brasil;Apresentação das perspectivas de futuro do Setor de Cosméti-• cos, visando fortalecer a visão de futuro na perspectiva do ano de 2008, baseado no estudo Facing the Future: The Future of Cosmetics solicitado pelo CGEE. Realização da Análise • SWOT (Strengths, Weaknesses, Oppor-tunities, e Threats), por dimensões, considerando-se o cenário atual (2008) e o futuro (2023);Discussão do mercado consumidor em 2023, definindo a • segmentação do mercado;Discussão do produto/tecnologia definindo os requisitos e • componentes do produto, bem como, processos e sistemas integrantes de produto;Discussão, determinação e consolidação dos objetivos estraté-• gicos por dimensões e áreas prioritárias para que o Setor de Cosméticos alcance a visão de futuro;Elaboração da matriz de priorização dos objetivos estratégicos • em relação às dimensões propostas, por meio de contribuições coletivas e obtenção do consenso do grupo sobre: diretrizes e ações estratégicas pela dimensão mercado e o posicionamento temporal à curto, médio e longo prazo.

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Esse conjunto de atividades compôs a base de conhecimento para gerar as perspectivas dos segmentos cabelo e pele, apresentados no decorrer deste Capítulo.

Após todas as rodadas de preenchimento das tabelas, os dados foram comparados e observou-se que os especialistas confirmaram várias das informações que haviam sido inseridas previamente, validando-as. As matrizes SWOT consolidadas são apresentadas nos Apêndices de A3 a A5.

A partir da análise das fraquezas e ameaças das tabelas SWOT pôde-se direcionar as estratégias para atingir a visão de futuro, para os próximos 15 anos, definidas previamente como:

ser líder mundial na produção de produtos para cabelo e pele, derivados de insumos naturais, com responsabilidade socio-econômico-ambiental, que atendam aos requisitos de consumo do mercado global, quanto a segurança, eficácia e inovação.

3.2 Visão de Futuro

De acordo com o estudo Facing the Future: The Future of Cosmetics as vendas globais de produtos cosméticos estão em torno de US$ 270 bilhões. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABHIPEC, 2006) o Setor de Cosméticos, no Brasil, passou de um faturamento ex factory líquido sobre vendas, de 4,9 para 17,5 bilhões, no período de 1996 e 2006, respectivamente, e vem apresentando um crescimento médio deflacionado composto por 10,9%, nos últimos 11 anos (1996 a 2006). Este perfil é o resultado dos esforços das empresas instaladas no Brasil (nacionais e transnacionais), entidades de classe, instituições de ensino e pesquisa e do Governo no intuito de posicionar o país no lugar de destaque.

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Aliado a esse perfil de crescimento, tem-se a força da mídia em divulgar “apelos” sobre a expectativa de vida elevada do brasileiro colocando o produto cosmético como um meio de se atingir esses objetivos associados ao aumento da autoestima. Este crescimento, em conjunto com os desafios e oportunidades da Indústria Nacional, nos permite projetar para os próximos 15 anos, a seguinte visão de futuro para a indústria de Cosméticos:

Ser líder mundial na produção de produtos para cabelo e pele, derivados de insumos naturais, com responsabilidade socio-econômico-ambiental, que atendam aos requisitos de consumo do mercado global, quanto a segurança, eficácia e inovação.

Essa visão foi resultado de duas Oficinas de Trabalho (1ª e 3ª) realizadas em conjunto com especialistas no setor, nos dias 18 de dezembro de 2007 e 1º de abril de 2008 no CGEE. O foco principal para o desenvolvimento das atividades da 3ª Oficina de Trabalho foi concluir a visão de futuro do Setor de Cosméticos.

3.3 Perspectivas de Futuro – Tendências

Nesta seção serão discutidas as principais tendências em um horizonte de médio e longo prazo, analisados os pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades do setor de cosméticos, obtidos na 2ª Oficina de Trabalho21, que servem de base para definição da Visão de Futuro e dos Objetivos Estratégicos a serem alcançados até 2023.

Estas informações irão subsidiar o desenvolvimento dos Mapas Estratégicos e Tecnológicos, de acordo com o referencial metodológico utilizado no presente estudo pelo CGEE e apresentado anteriormente, na Figura 1.

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Vale destacar que a análise sobre as perspectivas futuras contou com dois insumos importantes. O primeiro foi o estudo de ten-dências, Facing the Future: The Future of Cosmetics, desenvol-vido por uma empresa de consultoria de tendências britânica22. O segundo está relacionado às oficinas de trabalho realizadas pelo CGEE, com diversos especialistas do setor, que forneceram importantes subsídios para o detalhamento da Visão de Futuro e dos Objetivos Estratégicos para o setor. A Programação da 2ª Oficina de Trabalho para a estruturação dos Mapas Estratégicos e Tecnológicos do setor e a lista de participantes são apresentadas nos Apêndices A1 e A2 deste relatório.

As perspectivas de futuro foram identificadas por meio de uma visão geral das tendências, as quais são definidas como direcionamentos ou vetores que possuem certa força e durabilidade. Dessa forma, um conjunto de tendências indica como o setor poderá se comportar no futuro.

Diversas tendências23 foram apontadas, dentre as quais, destacam-se:

Para a área da estética, de modo geral, existe a tendência • ao desenvolvimento de produtos cosméticos para a saúde e bem-estar do indivíduo, gerando qualidade de vida. Vale salientar que existem indivíduos que buscam também a beleza e melhoria da autoestima. Estes conceitos estão relacionados, também, com a manutenção do aspecto jovem com a evolução da idade;Haverá o desenvolvimento do setor, decorrente do crescimento • da sofisticação tecnológica dos procedimentos cirúrgicos e dos produtos para pele e cabelo, com direcionamento para nichos visando alcançar efeitos específicos para cada tipo de público, de acordo com seus anseios;Os consumidores estarão cada vez mais conscientes com •

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o próprio corpo e com o que ocorre ao seu redor. Assim, passam a ter maior aceitação os produtos que não agridam o ambiente e que são social e eticamente corretos. Neste conceito incluem: a) uso de matérias-primas e princípios ativos de origem natural (incluindo produtos oriundos da Biodiversidade, orgânicos e outros da Biotecnologia) e vitaminas nas formulações de produtos cosméticos; b) não utilização de animais nas pesquisas; c) preferência crescente por embalagens diferenciadas e recicláveis (exigem menor consumo de energia na sua produção);Cada vez mais estará difundida a utilização das “terapias • at home (SPAs at home)” pelos consumidores, facilitando e disseminando seu acesso, em substituição aos tratamentos realizados em clínicas de estética, gerando bem-estar e “saúde” corporal, efeito anti-estresse e harmonia com a natureza, como também a busca da beleza e autoestima;Disseminação dos tratamentos realizados em clínicas de • estética em substituição aos procedimentos médicos, tornando-os menos invasivos como:

utilização de produtos para envelhecimento cutâneo • em substituição à toxina botulínica (botox like), peeling físico e químico, estimulantes da síntese de colágeno e elastano);aumento do volume labial, atenuadores de rugas e • ação na recuperação da pele com estrias e celulite.

Com esse crescimento, haverá a atuação maior de profissionais liberais, em detrimento de especialistas (médicos), menor custo e maior facilidade de acesso ao público de renda não elevada.

Cada vez mais estarão evidenciadas mudanças nos • estilos de vida dos indivíduos no mundo, guardando as devidas proporções entre países desenvolvidos e em

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desenvolvimento, com aumento do número da população idosa – “melhor idade”. Cada vez mais, estas pessoas continuarão suas atividades produtivas e terão ritmo de vida acelerado. Isto exigirá soluções de produtos cosméticos versáteis, adaptáveis e convincentes de sua necessidade, pois muitas vezes seu uso pode não ser priorizado, em detrimento daqueles utilizados na manutenção da saúde;Existe uma parcela da população mundial que está disposta a • pagar um valor maior pelos produtos consumidos, incluindo produtos premium, principalmente nos países evoluídos onde é representativa a parcela de pessoas com renda elevada;Dentre os nichos específicos em que os produtos cosméticos • poderão se desenvolver têm-se aqueles destinados às diferentes faixas etárias (adolescente e idade avançada) para os segmentos pele e cabelo, uso masculino (pele e cabelo), da prática sexual (pele), styling para pessoas com pouco volume dos cabelos, étnicos (pele negra, hispânica e outras) para pele e cabelo.

Outras tendências apontadas de forma abrangente não apenas para os cosméticos, como para área da estética e medicina estética:

Crescimento no emprego da tecnologia diferenciada como • a Nanotecnologia e Biotecnologia (segmentos cabelo e pele) nos produtos cosméticos, com objetivos de alcançar a eficácia e propiciar menor agressividade. No âmbito da Nanotecnologia deverá ocorrer a regulamentação, partindo inicialmente das empresas de matérias-primas e produtos cosméticos objetivando a segurança de uso e, em instância maior, pelos órgãos regulamentadores dos países;O consumidor estará cada vez mais preocupado com a • imagem das empresas produtoras de produtos cosméticos, seu posicionamento social, ético e sua relação com o

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ambiente (ecologicamente correta);Maior divulgação dos produtos nos pontos de vendas com ino-• vação nas técnicas de venda e de “fidelização” do consumidor;Aumento das vendas pela Internet, com facilitação do acesso • dos clientes, uso da tecnologia de imagens 3D e promoções. A preocupação desta facilidade envolve, também, a dissemina-ção da venda de produtos falsificados, principalmente os de maior valor agregado (ex.: perfumes importados);Ampliação do conceito e uso de produtos nutricosméticos • (cosméticos/alimentos), com produtos cosméticos de carac-terísticas sensoriais diferenciadas associados aos conceitos de saúde e bem-estar e beleza por dentro e por fora;Desenvolvimento de nutracêuticos personalizados, alimentos • funcionais, visando agir no combate ao envelhecimento, à obe-sidade e às doenças crônicas, propiciando ao indivíduo uma vida mais saudável, saúde, bem-estar e a beleza da pele e cabelos;Aumento da influência da mídia em elevar as vendas de • produtos; maior desenvolvimento de formulações cosme-cêuticas (cosmético + medicamento);Na área da medicina estética são citados: uso de tecnologia • 3D em tratamentos estéticos e médicos demonstrando o diferencial entre “antes” e “depois” do tratamento, com acesso facilitado, incluindo nos procedimentos médicos de pequena extensão, principalmente combatendo o envelhe-cimento cutâneo, queda de cabelo e crescimento de pêlos, como a aplicação de laser (diversos tipos e adaptáveis), pe-eling químico, regeneradores da pele (queimaduras), lipo-aspiração, implante de silicones e a utilização de substân-cias preenchedoras e atenuadoras de rugas; microinserção de pigmentos na derme e micropigmentação intra-dérmica, lipoescultura, implante de ossos, bronzeamento artificial e odontologia cosmética;Emprego de substâncias, como os fatores de crescimento e •

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as “células tronco”, que reparariam danos celulares, naturais ou decorrentes da idade e exposição ao sol, como células tronco, visando a produção e a manutenção das células com melhor “qualidade”;Aumento do trânsito de pessoas para a realização de proce-• dimentos médicos e de profissionais da área médica e estéti-ca para participação em eventos científicos como Congressos, Workshops e Encontros, em função da maior facilidade de rea-lizar as viagens e de hospedagem. Este processo movimentará a indústria do turismo e dos seguros de vida;desenvolvimento de acessórios capilares (apliques e perucas) • com maior facilidade de uso, aspecto natural, menor custo e manutenção facilitada.

Como sinais fracos de tendências, tem-se:

Utilização de substâncias ativas direcionadas à atividade • cerebral, empregando a geneterapia por meio de implantes, visando a restauração de células atrofiadas do cérebro que desempenham funções importantes;Desenvolvimento de cosméticos sentimentais – formulações • que ajustarão a percepção luminosa do rosto ou outras partes do corpo, ex. diminuindo nariz, olheiras ou relacionadas ao humor das pessoas;Desenvolvimento de tatuagem temporária com imagens re-• lacionadas ao humor da pessoa.

A partir dos desdobramentos das tendências indicadas pelo es-tudo apresentado no relatório Facing the Future: The Future of Cosmetics os especialistas reunidos durante as Oficinas de Traba-lho, apontaram as seguintes tendências referentes aos produtos cosméticos e seu uso:

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Continuará a influência da mídia (falada, em maior intensidade, • que a escrita) em influenciar no poder de compra do cosmético;A marca de um produto e seus atributos continuarão a • influenciar no poder de compra do consumidor e a linguagem de comunicação deste produto deverá ter maior acesso ao consumidor;Desenvolvimento de formulações específicas para nichos, como • produtos para o público masculino; infantil; adolescente; “melhor idade” (acima de 50 anos) e para as raças negra, hispânica e outras; disponibilizado para as diversas classes sociais e faixas de renda;Maior disponibilidade de acesso aos bancos de dados sobre • informações científicas das plantas, atualmente deficiente; Estímulo à pesquisa de produtos oriundos da Biodiversidade • brasileira, em função da tendência mundial do uso de produtos naturais e da potencialidade do Brasil possuir biomas importantes como a Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. O uso da biodiversidade tem valor quando associado às pessoas que atuam no cenário e viabilizam o processo de forma sustentável;Descoberta de novos insumos e matérias-primas da biodiversidade, • que deverão ter estudos científicos de segurança e de eficácia comprobatórios; padronização dos extratos e princípios ativos obtidos, com maior rigor em todas etapas da cadeia produtiva, refletindo na qualificação do produto obtido;Na área da perfumaria ocorrerá a criação/desenvolvimento de • novas moléculas que tenham o mesmo direcionamento olfativo daquelas obtidas, originalmente, a partir de animais; Tendência de incluir componentes de uso alimentar em • cosméticos, como os aromas, originando os nutricosméticos, que agregam qualidade de “natural” ao produto cosmético;No segmento pele, os produtos que atualmente • envolvem o foco da indústria continuarão como

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tendência, principalmente porque haverá o aumento da urbanização e maior exposição da imagem do indivíduo: antienvelhecimento cutâneo, desde fotoprotetores, atenuadores de rugas, promotores de peeling físico, químico; anticelulíticos e combate da gordura localizada; massagem corporal (uso profissional); multifuncionais, como maquiagens de tratamento (a exemplo dos pigmentos de efeito óptico para disfarçar manchas) com conotação natural em contraposição ao conceito de artificial e perfumaria;Desenvolvimento da Biotecnologia, com o surgimento de • produtos/subprodutos obtidos de microrganismos, por diversos processos de obtenção e a melhoria dos atualmente existentes;Crescimento da área da Nanotecnologia, agregando valor • ao produto cosmético e de forma segura;No segmento cabelo (alisantes, tinturas e condicionadores), • principalmente, e pele (como produtos para banho), a venda tanto no varejo como de cosméticos de uso profissional continuarão em ascensão, sendo o Brasil uma inspiração para o mundo com o desenvolvimento de produtos diversificados e adaptáveis, em função das diferentes etnias e miscigenação do povo;Maior conscientização do público pelas empresas que: respeitam • o meio ambiente; possuem conduta social e eticamente correta na elaboração de seus produtos; consideram todos os aspectos envolvidos na elaboração do produto cosmético, desde a escolha das matérias-primas e insumos cosméticos e do material de embalagem, o tipo de descarte de resíduos; qual tipo de colaboração da empresa com ONGs e a não utilização do trabalho infantil, dentre outros;Disseminação dos tratamentos em clínicas de estética e salões • de cabeleireiros, com venda de produtos aos clientes;Restrição de encaminhamento de formulações destinadas •

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à pele para a manipulação de formulações, em detrimento do uso do produto cosmético com maior conscientização do profissional médico.

Percebe-se que cada vez mais os atores do setor entendem a importância dos aspectos tecnológicos, como a Nanotecnologia e a Biotecnologia, entre outras, e dos serviços relacionados como meios para o sucesso de uma estratégia e não como um fim em si mesmo. Desta forma, a necessidade de alinhamento da tecnologia com os processos das empresas é de fundamental importância para o alcance da visão de futuro construída.

3.4 Perspectivas Estratégicas

Considerando os componentes do produto cosmético atual, as formulações possuem inúmeros componentes, comparativamente ao medicamento ou formulações cosméticas antigas, muitas ainda, disponíveis no mercado. A combinação das matérias-primas e princípios ativos resultam no produto cosmético que deve ter características sensoriais adequadas ao seu uso, de acordo com as necessidades do consumidor/cliente, cada vez mais consciente de seus desejos e aspirações em relação ao produto que adquire.

Algumas matérias-primas e insumos continuarão sendo importados, a exemplo dos pigmentos, corantes, ingredientes de composições aromá-ticas, princípios ativos e outras fabricadas e/ou desenvolvidas nas matri-zes ou em fábricas localizadas estrategicamente em outros países, que possam atender às especificações exigidas pelo produto cosmético.

A realidade atual da formulação cosmética continuará no futuro, resultado da combinação harmoniosa de diversos componentes, que poderão surgir com novos claims. Conferem forma ao produto final de aspecto, cor, odor, sabor; toque, sedosidade,

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umectância e maciez na pele e cabelo; mudança de forma nos cabelos adequados/adaptados às necessidades do consumidor, cada vez mais esclarecido dos benefícios desejados de sua utilização, relacionados à marca, que deverá alcançar maior fidelidade do consumidor.

Devemos considerar que, em virtude das fusões das companhias, muitas marcas diferentes se manterão no mercado, mas pertencentes a uma única empresa que terá maior controle do mercado.

A marca do produto cosmético tem importância na decisão de compra do consumidor. Deverá ocorrer maior integração entre as empresas para se trabalhar positivamente e de forma consciente na marca “Brasil”, com diferencial competitivo dentro e fora do país. Atualmente, o direcionamento desta marca envolve o uso da biodiversidade.

A linguagem do produto com o consumidor é importante e de-verá ser mais trabalhada, no sentido de viabilizar a comunicação e o acesso, considerando todos os aspectos de qualificação do cosmético e os nichos atendidos.

Intensificação da educação ecológica nas escolas de ensino funda-mental, disseminando conceitos como: reciclagem, aquecimento global, uso racional de energia e água e sustentabilidade. O conheci-mento adquirido pela educação das crianças será disseminado entre os adultos, com maior aceitação e preocupação com o futuro.

Expansão do sistema logístico da cadeia produtiva, contornando os problemas legais relacionados à importação e exportação de matérias-primas, insumos e equipamentos; bem como aqueles envolvidos com os sistemas de venda atualmente utilizados, considerando a expansão de novos canais.

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O desenvolvimento tecnológico deverá ser intensificado e está aliado ao investimento no capital intelectual nos talentos, partindo da iniciativa privada e do governo, que poderão surgir/aperfeiçoar com treinamentos e cursos no Brasil e no Exterior, atendendo as exigências das empresas.

Insumos derivados da biodiversidade (diferentes biomas) apresentam tendência de intensificação de uso, preferencialmente os de cultura renovável, agregado ao seu uso consciente pelo homem e não destruidor do meio ambiente. A escolha de plantas para a obtenção de produtos, deverá estar baseada na:

consolidação do Brasil como país que possui a cultura de • uso de plantas em produtos cosméticos em estudos cien-tíficos, a exemplo de outros países que apresentam esta tradição na área dos medicamentos; na padronização das condições de cultivo; • na estocagem da parte da planta envolvida na obtenção do • extrato;na obtenção do extrato e no seu armazenamento. •

Neste sentido, haverá maior interação entre os Institutos de Ciência e Tecnologia no sentido de subsidiar as pesquisas necessárias para o estudo da biodiversidade, fundamentando os claims declarados e assegurando a condição de uso seguro.

Dentro do conceito do cosmético natural, aumentará a deman-da por produtos orgânicos, com disponibilidade limitada e custo elevado de matérias-primas disponíveis e custo elevado. Deverá ocorrer adequação regulatória nesta categoria de produto e/ou surgir cosméticos modificados a fim de viabilizar maior disponi-bilidade dos cosméticos orgânicos certificados.

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As novas matérias-primas e insumos desenvolvidos deverão ter custo competitivo, viabilidade de produção, transporte e dis-tribuição para as indústrias cosméticas distribuídas no país e, quando possível, produzidas de forma sustentável, com técnicas limpas, de forma reprodutível e promotora do desenvolvimento social. No caso de obtenção a partir da biodiversidade, quanto mais difícil e delicado for o cultivo da planta, poderá ocorrer au-mento de preço obtido pelo insumo e no produto final.

Deverá ocorrer a profissionalização da cadeia de fornecedores, considerando desde o cultivo da planta, transporte, distribuição das matérias-primas e insumos produzidos.

Deve-se cuidar para que a percepção de risco não desestimule as empresas na aplicação do capital e no desenvolvimento da biodiversidade. Este fato está relacionado com aspectos regulatórios e de investimentos.

Existe a tendência de utilização de matérias-primas de origem sintética e que tenham algum acoplamento com aquelas de origem natural como componente da formulação cosmética. Neste sentido, várias derivações poderão surgir, a fim de atender às necessidades de mercado, manter as características do produto e atender às exigências do consumidor.

Outros produtos, derivados da Biotecnologia, tendem a se sobressair com benefícios ao usuário, em detrimento dos derivados de origem animal, que tendem a ser substituídos por equivalentes, em consonância com a preocupação do não uso de insumos e matérias-primas oriundos de animais em produtos cosméticos, mesmo que considerados sub-produtos, conceito incorporado pelas empresas europeias.

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Continuará a preferência pelo emprego de ingredientes multifun-cionais (ação na pele e/ou cabelo) para diferentes categorias de cosméticos, agregando valor ao produto e benefícios ao usuário associado à maior facilidade de uso e múltiplos benefícios.

Inúmeros insumos estarão disponíveis para emprego nas formu-lações, desde matérias-primas com diferenciais aplicativos, prin-cípios ativos novos e moléculas diferenciadas, oriundas daquelas existentes, como sais, sistemas vetorizados (nanoestruturados).

Novas formas cosméticas surgirão com maior aceitação pelo cliente, derivadas das tradicionais existentes, como emulsão, gel, suspensão, pomada, solução, aerossol e ocorrerá o desenvolvimento das sólidas e semi-sólidas que não utilizam água em sua preparação ou participam em proporção reduzida.

A complexidade das formulações cosméticas aumenta, com maior inserção de novas matérias-primas, insumos, novas formas cosmé-ticas e materiais de embalagem e, também, redobram os cuida-dos em todos os aspectos envolvidos: no cumprimento das Boas Práticas de Fabricação e Controle, exigência legal atual que deve continuar a ser implementada em diversas empresas; nos estudos de estabilidade da formulação, a fim de verificar/confirmar o pra-zo de validade; análise e criação de especificações de qualidade dos componentes do produto, não apenas considerando o aspec-to físico, mas também o químico, microbiológico, toxicológico e funcional; avaliação os quesitos de segurança e eficácia, quando necessários não apenas por exigência legal, mas para a manuten-ção da “imagem” da empresa com seus clientes; criação/manuten-ção do serviço de atendimento ao cliente, no intuito de auxiliá-lo em possíveis dúvidas e problemas decorrentes, mantendo bancos de dados atualizados e disponíveis aos órgãos regulamentadores (Cosmetovigilância).

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Continuará o rigor na regulamentação de substâncias novas, bem como as concentrações de uso recomendadas e os estudos sobre as atualmente existentes citadas nas legislações, comparando-as com a regulamentação internacional, principalmente no quesito segurança. Nessa seção, podemos citar os conservantes, corantes, pigmentos e princípios ativos.

Aliado ao panorama dos componentes das formulações, novos equipamentos de produção e embalagem surgirão, com aumento da automatização e facilidade de uso, maior produtividade, manutenção facilitada, o que resultará em menor custo do produto final.

Deverá ocorrer a adequação do setor de embalagens à real necessidade do mercado, com maior disponibilidade de itens, venda em quantidades diversificada (atendendo do pequeno ao grande produtor), maior qualificação e maior adequação para o consumidor final. Talvez novos materiais de embalagem sejam criados como alternativa à redução de custo e da poluição ambiental.

Os serviços de terceirização deverão oferecer mais produtos diferenciados com formulações exclusivas aos seus clientes, criando diferencial competitivo.

Na questão ambiental, deverá ocorrer maior conscientização da reciclagem dos materiais envolvidos nos processos produtivos nas empresas e a preocupação em colaborar com a redução da poluição ambiental e de projetar a empresa no cenário internacional como aquela que se preocupa com o meio ambiente.

Deverá haver maior aproximação colaborativa entre as empresas fornecedoras de matérias-primas e de produtos acabados com os Institutos de Ciência e Tecnologia, com intuito de realizar estudos específicos envolvendo componentes da formulação, material de

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

acondicionamento, elaboração do produto em escalas de labo-ratório, piloto e industrial e estudos de estabilidade, com ganho financeiro e científico, decorrente de publicações em congressos nacionais e internacionais e revistas científicas de divulgação e de impacto e o depósito de patentes.

Os aspectos regulatórios que são cumpridos pelas empresas produtoras de matérias-primas, insumos e produtos cosméticos deveriam ser um fator de diferenciação no mercado, realçando a imagem positiva da empresa perante o consumidor e estimulando as demais.

3.4.1 Objetivos Estratégicos

A partir das informações obtidas da análise SWOT e do seu aprofundamento da percepção dos especialistas, foi desenvolvido o detalhamento do mercado consumidor em potencial, para os segmentos cabelo e pele, e em seguida, o detalhamento dos requisitos necessários aos produtos e relacionados com o usuário (condições de uso, aceitabilidade, praticidade, segurança e eficácia), para finalmente, definir os objetivos estratégicos por dimensão (Mercado, Tecnologia, Talentos, Investimentos, Infraestrutura Física e Político-institucional), priorizando o detalhamento das metas pelos segmentos (pele e cabelo).

Dentre os aspectos apontados na análise de cada dimensão tem-se:

Forças (presente) e Oportunidade (futuro) – características posi-tivas fundamentadas em fatos e/ou “percepções”.

Fraqueza (presente) e Ameaça (atual e futura) – características negativas fundamentadas em fatos e/ou “percepções”.

Considerando a Dimensão Mercado da análise do SWOT, para os

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segmentos cabelo e pele (Apêndices A2 e A3) foram apontados como Forças pelos especialistas participantes da oficina, os seguintes aspectos:

Aumento da expectativa de vida do brasileiro, embora em • ritmo mais lento que nos países desenvolvidos, em função da melhoria dos sistemas e produtos de saúde;Existência de uma categoria da população que tende à eleva-• ção do padrão de vida, disponibilizando maior quantidade da renda para adquirir produtos cosméticos de maior valor (pre-mium). Também, existem consumidores das classes de menor renda dispostos a comprar produtos que se enquadrem no seu orçamento, devendo ser considerado como fator importante;Acessibilidade ao cosmético seja pela maior disponibilidade no • mercado massivo ou pela venda em catálogo;Receptividade do consumidor brasileiro, que pode ser carac-• terizado pela diversidade étnica, às inovações, principalmente quando surgem produtos cosméticos inovadores, com novos claims, que incorporem matérias-primas e insumos seguros e, cada vez mais, eficazes. Este perfil é acompanhado pela criati-vidade das empresas brasileiras no desenvolvimento de produ-tos cosméticos. O mercado lança produtos inovadores, muitas vezes, para alcançar os anseios do público de ter produtos cos-méticos específicos para os diversos nuances de cor de pele e tipo de cabelo e com características sensoriais agradáveis e de boa aceitação;Estabilidade da economia brasileira é fator estimulante ao • crescimento das empresas nacionais e transnacionais em investir no país, considerando, adicionalmente, os aspectos culturais, sociais e ambientais do país; Reconhecimento da força da marca “Brasil”, pelo mercado • internacional com diversos aspectos positivos. As características envolvidas nas formulações, como a utilização de matérias-primas e insumos provenientes da biodiversidade dos diversos biomas,

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como Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica representa um aspecto positivo na divulgação do país. Outro aspecto da marca “Brasil” se relaciona ao sistema de atendimento ao cliente que o brasileiro utiliza, envolvendo característica, como: atencioso, disponível e solícito;No segmento pele, os produtos para higiene e banho apresen-• tam uso disseminado, reflexo do hábito do brasileiro de tomar banho com frequência, relacionado ao clima e, diferentemente de outros países;No segmento cabelo, marcado pela forte presença de empresas • nacionais e o crescimento das regionais, notamos o consumo elevado de produtos cosméticos de uso doméstico e profissional, em função do hábito e desejo do brasileiro de utilizar tratamen-tos para alterar a forma (relaxamento, alisamento, escova pro-gressiva, reconstrução capilar e permanente/encacheamento) e cor (tintura, reflexo, descoloração) dos cabelos. Os produtos são adquiridos tanto no mercado varejo (alta distribuição) como nos salões, ocasionando expansão do sistema de vendas de produtos (por catálogo e de uso profissional) aos clientes visitantes. Este comportamento do brasileiro também impulsiona o mercado de trabalho, gerando aumento do número de postos de trabalho.

Da análise do SWOT, na dimensão Mercado (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontados como Fraquezas pelos especialistas participantes da oficina, os seguintes aspectos:

No segmento pele tem-se a baixa distribuição no mercado de • varejo massivo, como dificuldade, diferentemente do segmento cabelo;Fragmentação da cadeia produtiva, que possui alta dependência • de insumos importados; custo de distribuição elevado, que dificulta o acesso ao público de baixa renda; e os produtos originados possuem baixa tecnologia agregada e este fato pode

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gerar dificuldades de adequação do cosmético brasileiro se estabelecer como marca “forte” no mercado internacional; Dificuldade de controle dos produtos cosméticos importados • utilizados para pele, distribuídos no mercado ilegalmente e existe informalidade do setor para esse segmento; Existência de baixa exigência de qualificação dos produtos, para • os dois segmentos (pele e cabelo) em função de grande parce-la da população brasileira, possuir baixo nível cultural. Este fato pode gerar a “não confiabilidade” do cosmético brasileiro (prin-cipalmente para o segmento pele) como produto adequado para ser indicado pelo profissional da área médica, que, muitas vezes, prefere prescrever uma especialidade farmacêutica ou uma for-mulação manipulada em seu lugar.

Da análise do SWOT, na dimensão Mercado (Apêndices A2 e A3), dos segmentos pele e cabelo, foram apontados como Oportunidades:

Possibilidade de aumento de consumo • per capita do produto cosmético, principalmente se este tiver agregado a algum insu-mo explorado de forma sustentável, proveniente da biodiversi-dade (de diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Caa-tinga, Mata Atlântica e Cerrado), aliado ao design diferenciado das embalagens que possuem poder de comunicação imediata com o consumidor. Este perfil se acentua se for agregado, prin-cipalmente, matérias-primas e insumos derivados de plantas, caracterizada como uma tendência de consumo do mercado nacional e internacional e pode propiciar maior inserção, divul-gação e valorização destes componentes, quando incorpora-dos nos produtos brasileiros; Aumento da busca por produtos cosméticos mais • adequados, que atendam aos nichos específicos, como masculino, melhor idade, crianças e para as diferentes

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etnias, respeitando suas especificidades;Expansão dos tratamentos estéticos nos consultórios médicos e • clínicas de estética; e de cabelo nos salões de cabelereiros, gerando aumento de consumo de produtos de uso profissional e da venda destes aos consumidores e, também dos postos de trabalho. No entanto, existe restrição de indicação de formulações manipuladas para tratamento da pele pelas farmácias de manipulação; Aumento de distribuição no canal massivo (supermercado e • hipermercado) de produtos destinados para o tratamento da pele.

Da análise do SWOT, na dimensão Mercado (Apêndices A2 e A3), segmentos pele e cabelo, foram apontados como Ameaças:

Barreiras técnicas, caracterizadas pela dificuldade de acesso • (disponibilidade, custo, dificuldades de importação e restrições legais pelo uso, patentes e/ou concentração efetiva) das matérias-primas/insumos conhecidos internacionalmente; falta de equipamentos e/ou dispositivos de qualificação da matéria-prima e do produto e de mão-de-bra qualificada nos diversos níveis, o que gera dificuldades de acesso dos cosméticos no mercado internacional;Falsificação de produtos, biopirataria e pirataria;• Deficiência de adequação à legislação vigente que controla a • biodiversidade do país; Menor custo de obtenção de matérias-primas/insumos e de • produção de cosméticos, apresentados por outros países da América do Sul o que pode ocasionar a migração de bases produtivas do Brasil para outros locais;Considerando as formas cosméticas mais utilizadas no produto • cosmético, que envolve sistemas semi-sólidos, como emulsão e gel, representa uma ameaça a escassez de água, em função da degradação ambiental que o planeta enfrenta.

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Da análise do SWOT, na dimensão Talentos (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontados as seguintes Forças:

O Brasil possui representativo grau de empreendedorismo e • criatividade dos empresários, profissionais da comunicação e marketing e demais atuantes no mercado cosmético, sendo que o técnico possui habilidade de exercer múltiplas funções em projetos;Formação de profissionais atuantes nos diversos segmentos • nas empresas internacionais de grande porte, excetuando a área tecnológica, onde ocorre a migração para as empresas locais, transferindo os conhecimentos adquiridos em sua experiência profissional; Os Institutos de Ensino Superior (IES) no Brasil possuem • competência na formação acadêmica e de pesquisa básica o que possibilita a formação de profissionais em diversos níveis, tanto nos cursos de graduação das áreas relacionadas ao setor e de pós-graduação (sistema bem organizado em várias áreas de conhecimento), tendo capacidade de absorção do elevado número de jovens do povo brasileiro, com a característica de renovação;Os IES possuem representativo volume de publicações • científicas aplicadas ao setor, tanto em revistas científicas nacionais como internacionais.

Da análise do SWOT, na dimensão Talentos (Apêndices A2 e A3 para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Fraquezas:

O tempo para o profissional adquirir experiência profissional • e atuar no segmento pele é prolongado, pois existe baixo aproveitamento do conhecimento adquirido em sua formação acadêmica e de pós-graduação, em função da demanda exigida

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e do dinamismo da área cosmética. Após sua qualificação, que exige custo elevado, existe pouca disponibilidade de atuar em competências chaves, o que gera baixa atratividade na manutenção dos talentos no setor cosmético do país e, consequentemente, ocorre sua evasão;Os profissionais possuem baixa vivência em pesquisa aplicada;• Dificuldade no acesso ao estudo e na qualificação de pessoal • no ensino básico (primário e médio); investimentos reduzidos; e deficiência na capacitação em nível técnico, principalmente quando relacionado com o segmento cabelo. Este quadro gera a baixa qualificação de indivíduos atuantes nos níveis básico e intermediário;Deficiência na formação das pessoas voltadas para projetos • de inovação, empreendedorismo e gestão e nos atuantes falta, muitas vezes, visão estratégica e ocorre dificuldades ou inexistência de obter informações necessárias para sua atuação;Indisponibilidade de profissionais e competências atuantes na • gestão do conhecimento;O material científico produzido no Brasil é pouco divulgado • em revistas científicas nacionais e internacionais, gerando baixo reconhecimento dos profissionais dentro e fora do país e, também, é pouco aproveitado, muitas vezes por falta de conhecimento ou não disponibilidade de acesso;Número reduzido de pessoas qualificadas nos órgão • governamentais (MCT, SECEX).

Da análise do SWOT, na dimensão Talentos (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Oportunidades:

Possibilidade de atuação na área cosmética de inúmeros • talentos e com qualificação e, também, a possibilidade de aumento do número de profissionais qualificados, em função

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de investimentos nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação e da criação/expansão de programas de formação profissional (nível técnico e profissionalizante – cursos de pós-graduação em latu sensu e strictu) nos Institutos de Ciência e Tecnologia e de Ensino Superior, visando o estímulo do profissional e a fixação dos talentos no país;Possibilidade de crescimento dos talentos por meio de • estágios, “residência” e/ou intercâmbio em centros de ensino, pesquisa e empresas de outros países, para aquisição de experiência em práticas especializadas.

Da análise do SWOT, na dimensão Talentos (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Ameaças:

Aumento do • gap educacional entre o Brasil e os países industrializados e asiáticos (China e Coréia), o que ocasionará distanciamento na qualificação profissional;Insuficiência de profissionais qualificados em áreas • específicas do conhecimento da Ciência Cosmética do segmento pele, que pode ocasionar mudanças nas políticas de investimento das empresas internacionais no Brasil;Baixa maturidade do Brasil no desenvolvimento e • aproveitamento dos talentos existentes e a política agressiva de outros países pode gerar sua evasão para o exterior, sendo melhor aproveitados.

Da análise do SWOT, na dimensão Tecnologia (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguin-tes Forças:

Existe potencial elevado da descoberta de novos insumos/• matérias-primas e do potencial daqueles existentes

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atualmente, isolados ou combinados em formulações, baseado em estudos científicos para comprovar claims de segurança e de eficácia em atributos diversos;Melhoria das especificações de qualidade dos produtos • cosméticos existentes e em desenvolvimento, impulsionando o desenvolvimento tecnológico; Maior acesso para as empresas de tecnologias e • informações literárias inovadoras disponíveis nacional e internacionalmente;Maior qualificação dos Institutos de Ciência e Tecnologia/• Instituições de Ensino Superior em ensinar e transferir tecnologias inovadoras e “limpas”;Várias empresas nacionais possuem sistemas de pesquisa, • desenvolvimento inovação adequados para o segmento cabelo, mas poucas no segmento pele;Consumidor busca produtos cosméticos que substituam os • medicamentos e procedimentos médicos invasivos para o segmento pele, a exemplo os preenchedores de rugas.

Da análise do SWOT, na dimensão Tecnologia (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguin-tes Fraquezas:

Inconstância de adequação às especificações técnicas de qualidade • das matérias-primas e insumos empregados nas formulações cosméticas, aliado ao monopólio de insumos básicos; Incipiência de base tecnológica, aliada ao alto custo e dificuldade • de colocar em prática a pesquisa científica que poderia ser realizada pelas empresas e institutos de pesquisa e de ensino;Dificuldade de acesso aos insumos/princípios ativos em função • da necessidade de importação, custo elevado e desconhecimen-to/falta de informação sobre suas características físico-químicas e de estabilidade;

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Baixo nível de interação entre empresas e a Academia; inviabili-• zando a realização de projetos de curto, médio e longo prazo. Este fato decorre da falta de informação da disponibilidade de serviços, caracterização do vínculo e da viabilidade econômica;Desigualdade regional no Brasil para o desenvolvimento da • pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Da análise do SWOT, na dimensão Tecnologia (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Oportunidades:

A Biodiversidade do Brasil possui características específicas em • oferecer diversificação em quantidade suficiente de insumos/produtos naturais para atender a demanda global, quando comparada aos outros países, considerando seus biomas diversos, aliada à criatividade do brasileiro e os talentos atuantes no segmento. Este cenário estimula a busca de novos insumos e processos de obtenção para seu uso cosmético;Avanço do desenvolvimento tecnológico com a convergência • entre as ciências – nanotecnologia, biotecnologia, fisiologia da pele e anexos e sistemas de liberação modificado (delivery systems);Desenvolvimento das pesquisas envolvendo produtos cosméticos • aplicados no folículo piloso e no couro cabeludo, em função da falta de trabalhos científicos publicados;Existe grande número de patentes internacionais em domínio • público no Brasil;A informação se transfere rapidamente pelos meios de • comunicação, bem como o acesso de tecnologias desenvolvidas no exterior;A atual infraestrutura do parque industrial brasileiro viabiliza • sua modernização e eleva a competitividade do produto brasileiro, possibilitando o aumento de escala de produção

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e redução de custo do aumento da integração entre as empresas e os centros de excelências do conhecimento; Uso de tecnologias em imagem para diagnóstico de problemas • da pele, apresentando o benefício de uso do produto antes e após seu uso; Possibilidade de atração dos centros de pesquisas atuantes no • exterior para o Brasil;Políticas de apoio diferenciadas para as pequenas e médias • empresas em criar/desenvolver a pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Da análise do SWOT, na dimensão Tecnologia (Apêndices A2 e A3), para os segmentos pele e cabelo foram apontadas como Ameaças:

Ausência de política de desenvolvimento em Ciência e Tecnologia • adequada e alinhada para o setor;Estratégia global sobre o uso de patentes gera limitação no • desenvolvimento tecnológico nacional, dificultando o uso de insumos de interesse cosmético;Dificuldade de adequação do setor em realizar alterações na • plataforma tecnológica no segmento pele, principalmente pelas empresas nacionais, por solicitação do mercado mundial dinâmico, o que pode gerar distanciamento do Brasil com os outros países. As empresas internacionais de grande porte apresentam vantagens com maior velocidade na implementação de novas tecnologias nos segmentos pele e cabelo;Deficiência de testes de segurança e de eficácia validados e • aceitos mundialmente, em substituição aos testes realizados em animais;Procedimentos empregados pelos profissionais médicos e da • estética podem substituir o uso de produtos cosméticos;Burocracia e dificuldade na importação de insumos/princípios •

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ativos, matérias-primas e equipamentos para realizar pesquisas, tanto por parte das empresas como pelos Institutos de Pesquisa e Ensino Superior.

Da análise do SWOT, na dimensão Investimentos, segmentos pele e cabelo, como Forças, podemos apontar (Apêndice A4):

ingresso de investimentos devido a estabilidade econômica e • política do Brasil nos últimos anos, em especial, para o setor de produtos cosméticos;elevação da capacitação do investimento, em função do tamanho, • crescimento nos últimos anos e de reinvestimento do setor devido a necessidade de constantes lançamento de novos produtos;elevada capacidade de disponibilidade de recursos financeiros por • órgãos oficiais (BNDES) para as empresas do setor cosmético.

Da análise do SWOT, na dimensão Investimentos (Apêndice A4), para os segmentos pele e cabelo foram apontadas as seguintes Fraquezas:

Dificuldade na captação de investimentos (insuficientes e • elevados) e/ou aplicação inadequada dos investimentos em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos; e na modernização dos centros de pesquisa, que exige custos elevados e pode ter aplicação inadequada que readequação dos laboratórios dos Institutos de Ciência e Tecnologia e Institutos de Ensino Superior;Investimentos reduzidos na adequação em laboratórios • oficiais de monitoramento de produtos cosméticos, e na divulgação e na promoção de novas tecnologias adotadas na pesquisa;Linhas de financiamento e editais de subvenção são • inadequadas e desestímulo ao investimento voltado às

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necessidades da pesquisa, desenvolvimento, inovação e produção para as empresas do setor, em especial para as pequenas e de médias empresas, que necessitam de muito investimento, em função das limitações legais a exemplo da Lei do Bem (grupo real);

Da análise do SWOT, na dimensão Investimentos (Apêndice A4), para os segmentos pele e cabelo foram apontadas as seguintes Oportunidades:

Atração de novos investimentos de pesquisa e desenvolvimento • para atender a demanda da população, em virtude do aumento da renda, principalmente em produtos de maior valor agregado;Possibilidade de investimentos para a exploração de novos • insumos/matérias-primas oriundos da nossa biodiversidade, em função da sua elevada aceitação global e quando incorporados ao cosmético;Boas perspectivas de ocorrer • joint venture, fusões e aquisições em função do tamanho e crescimento do mercado cosmético do Brasil.

Da análise do SWOT, na dimensão Investimentos (Apêndice A4), para os segmentos pele e cabelo foram apontadas as seguintes Ameaças:

Atração de investimentos por parte de novos países competidores, • como China e Índia em vez do Brasil;Redução dos investimentos na contínua análise da sustentabilidade, • que não são proporcionais em relação aos outros países e a falta de investimentos em novos segmentos do mercado;Falta de infraestrutura energética do país pode ocorrer impactar • negativamente nos investimentos devido à possibilidade de falta de energia (“apagões”);Inibição de novos investimentos, em função do perigo de •

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crescimento da informalidade e do contrabando;Oscilação dos investimentos devido à flutuação da taxa cambial e • outros fatores tributários.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Político-Institucional, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Forças:

Existência de instituições setoriais e governamentais sólidas, • estáveis, respeitadas e reconhecidas, relacionadas ao setor de produtos cosméticos, higiene pessoal e perfumaria no Brasil quando se compara com os demais países da América Latina; e de incubadoras de empresas relacionadas ao setor cosmético e do apoio governamental, que possui políticas de desenvolvimento;Liderança do Brasil em relação à América Latina no tocante aos • posicionamentos da Vigilância Sanitária e Metrologia;Regularização sanitária e eliminação de burocracia para produ-• tos cosméticos de grau de risco 1, com custo zero, estimulou muitas empresas de produtos a sair da clandestinidade; Utilização do ex-tarifário para modernização industrial do setor, • e a possibilidade de importação de máquinas e equipamentos não similares com redução de impostos.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Político-Institucional, para os segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Fraquezas:

Elevada tributação, burocracia e ausência de padronização • (regras não harmônicas) entre os estados (guerra fiscal);Deficiência no nível de interação entre as Instituições de Pesquisa, • as Universidades e as Empresas, o que dificulta o processo de transferência de tecnologia e de conhecimento;Trâmites excessivamente burocráticos e pouca articulação entre • os órgãos anuentes do comércio exterior;

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Falta de difusão das informações/conhecimento sobre as barreiras • técnicas existentes nos mercados nacional e internacional; Imagem do setor cosmético como produtor de bens supérflu-• os, o que gera alíquota de impostos elevada, em detrimento da sua importância para a promoção da saúde e promotora do desenvolvimento do país.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Político-Institucional, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Oportunidades:

Desenvolvimento de uma política para capacitação das pessoas • isoladamente ou como empresa para redução da informalidade do setor;Iniciativas de apoio ao empreendedorismo por parte do governo;• Simplificação de procedimentos sanitários para implementação • do reconhecimento mútuo dos produtos brasileiros no mercado mundial, para facilitação do comércio;Eliminação de entraves burocráticos e da carga tributaria;• Articulação entre as políticas para o desenvolvimento de ações • estratégicas do setor (fiscalização e pesquisa, dentre outros);Maior credibilidade político-econômica e institucional do país • (redução do risco Brasil);Compatibilização (acompanhamento) dos marcos regulatórios • com a evolução tecnológica do setor, como a descentralização dos procedimentos de habilitação das empresas.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Político-Institucional, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Ameaças:

Dificuldades burocráticas para a regulamentação das atividades • relacionadas ao setor, tornando os procedimentos menos ágeis;Participação das empresas nacionais no registro de patentes •

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mundial é mínimo, em função da falta de organização das empresas e do governo e das dificuldades técnicas de entendimento dos trâmites deste procedimento;Política de acesso aos recursos naturais cada vez mais rigorosa, o • que inviabilizaria o processo;Fiscalização ineficiente para impedir o avanço das empresas • estrangeiras que atuam na pesquisa de recursos naturais do Brasil (chegando à biopirataria, pois pesquisam no Brasil e depositam as patentes no exterior);Utilização do setor como “moeda de troca” nas negociações • internacionais;Dificuldades nos trâmites para o comércio exterior (falta • comunicação e/ou pouca articulação entre os órgãos anuentes relacionados).

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Física, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Forças:

O Brasil apresenta parque industrial fabril com inúmeros • equipamentos disponíveis aos diversos processos produtivos, com estrutura de distribuição robusta; Diversidade dos pontos de venda de produtos;• Sistema de comunicação e atendimento ao consumidor em • melhoria contínua (cada vez mais estruturados), capacitado para responder aos diversos questionamentos e problemas dos usuários de produtos.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Física, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Fraquezas:

Infraestrutura em pesquisa e desenvolvimento nas empresas e nos • Institutos de Ciência e Tecnologia e de Ensino Superior (Universi-dades, Laboratórios de Serviços e Oficiais) é deficiente/insuficiente

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(espaço físico, sistema de informação, equipamentos, instrumen-tação básica e analítica e capacitação profissional) para atender à possível demanda necessária da cadeia produtiva do setor cosmé-tico, incluindo aquelas referentes ao estudo, avaliação e aplicação dos insumos, oriundos da biodiversidade brasileira (aproveitamen-to e armazenamento) e provenientes da biotecnologia;Precariedade das malhas rodoviária, ferroviária, portuária e • aeroportuária;Os sistemas de informação para regularização dos produtos é • ineficiente para atender a demanda do setor;Inadequação dos centros de intoxicação no atendimento e • acompanhamento dos eventos relacionados aos cosméticos, estando pouco preparados do ponto de vista técnico.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Física, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Oportunidades:

Aperfeiçoamento da infraestrutura da Tecnologia da • Informação e promoção comercial aos consumidores por parte da indústria;Programas na infraestrutura física de parceria público-• privada; possibilidade de instalação das empresas nas ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação), que se caracterizam como uma área de livre comércio especialmente delimitada. É destinada à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados exclusivamente no exterior. As empresas ali instaladas gozarão de um regime aduaneiro e cambial especial.

Da análise do SWOT, na dimensão Infraestrutura Física, segmentos pele e cabelo, foram apontadas as seguintes Ameaças:

Política energética do Brasil é incerta, pois apesar de sua •

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existência, não se tem garantia que haverá fornecimento suficiente de energia no futuro;Insegurança no transporte de cargas no Brasil, que enfrenta • problemas de roubo e adulterações;Inadequação de sistema de comunicação no Brasil.•

Da análise realizada pelos especialistas foram definidas as estratégias para minimizar ou eliminar as fraquezas, ressaltando ao máximo os pontos fortes, uma vez que o ambiente interno pode ser controlado.

O ambiente externo, representado pelas oportunidades e ameaças, apresenta fatores que estão totalmente fora do controle da organização. Apesar de não poder controlá-lo, o setor deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência, no intuito de aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças ou pelo menos minimizar seus efeitos.

Considerando a Dimensão Mercado, as condições para concretizar a visão de futuro definidas pelos especialistas foram:

Para o segmento pele:

Desenvolver estratégia para introdução de produtos para 1) pele no mercado massivo, o que envolve:

parceria abrangendo todos os canais de distribuição; • mídia adequada;• promoções no ponto de venda com experimentação, • amostragem e material de merchandasing;logística eficiente. •

Para os segmentos pele e cabelo, podemos citar:

Desenvolver mercado local e internacional para matéria-2) prima originada da biodiversidade:

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respeito à sustentabilidade;• respeito ético regulatório;• certificação ambiental e consistência de qualidade;• regularidade de fornecimento. •

Intensificar o lançamento de produtos com uso da 3) biodiversidade brasileira, extraída de forma sustentável, no mercado local e internacional:

consumidor consciente no desenvolvimento sustentável;• posicionamento ético regulatório;• divulgação dos benefícios tangíveis e intangíveis;• produtos com alta taxa de inovação;• design• de embalagem atrativa e amigável com o meio ambiente.

Ampliar mercado que atenda à demanda do público de nichos: 4) "melhor idade", masculino, infantil e adolescente:

mídia destinada aos diversos nichos;• embalagens de fácil aplicação e amigável ao meio ambiente;• benefícios tangíveis e intangíveis. •

As estratégias que deverão ser empregadas para alcançar as condições para concretização das ações de futuro (até 2023), estão apresentadas nos Apêndices A6 a A9.

Considerando a Dimensão Tecnologia, as condições para concretizar a visão de futuro nas dimensões pele e cabelo, definidas pelos especialistas foram:

Aprimorar políticas públicas em Ciência, Tecnologia e 1) Investimentos:

frentes de financiamentos público e privado;• ferramentas de prospecção de demanda do setor;• mecanismos de transferência de tecnologia incluindo a • propriedade intelectual;

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condições para acordo prévio para início da pesquisa • (royalties, licenciamento e propriedade intelectual);desburocratização da pesquisa.•

Estabelecer processos para Políticas Público Privadas (PPPs), para 2) construção de infraestrutura física que atenda o setor como um todo.Fomentar/facilitar a criação de consórcios de pequenas e médias 3) empresas e redes nacionais e internacionais.Simplificar e dinamizar o processo de concessão de patentes.4) Criar frentes de financiamento público da pesquisa básica com 5) horizonte de longo prazo.Criar mecanismos de certificação de insumos naturais (qualifica-6) ção, uniformidade de fornecimento, origem e segurança).Simplificação do marco legal para acesso e uso da biodiversida-7) de.Alterar modelos e mecanismos de avaliação de pesquisadores no 8) sentido de valorizar trabalhos relacionados ao setor produtivo industrial.Criar mecanismos legais de contratação e capacitação de 9) pesquisadores e técnicos para/do setor público.

Criar parques tecnológicos para o setor de cosméticos, com ob-10) jetivo de integrar os recursos e as competências regionais.

Considerando a Dimensão Talentos, as condições para concretizar a visão de futuro nas dimensões pele e cabelo, definidas pelos especialistas foram:

Estimular a integração entre as Instituições de Ensino 1) Superior, Institutos de Ciência e Tecnologia e órgãos de fomento à pesquisa (FAPESP, CAPES e CNPq), divulgando projetos, serviços, cursos, banco de publicações e acesso à financiamentos, por meio de cursos, seminários, mídia, revistas e entidades de classe.

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Desenvolvimento de uma política governamental 2) contemplando investimentos de infraestrutura nas escolas de nível técnico e superior; pois os recursos disponibilizados não estão atendendo às exigências de modernização do ensino com a velocidade necessária.Expansão do conhecimento da área cosmética (técnica, 3) comercial, marketing, gestão empresarial, etc.) para todos os níveis de atuação e formação, com cursos de nível técnico e pós-graduação (strictu e latu sensu) e experiência internacional.Elaborar proposta pedagógica transdisciplinar para o setor, 4) que possa atender a visão de futuro, com o objetivo de formar talentos desde o nível técnico até a pós-graduação.

Os objetivos estratégicos apresentados constituíram uma importante base inicial para o detalhamento dos Mapas Estratégicos e Tecnológicos e, consequentemente, para definição de diretrizes e ações de curto, médio e longo prazo a serem adotadas com o objetivo de alcançar a Visão de Futuro pretendida. O Capítulo 4, a seguir apresenta os desdobramentos dessa análise.

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NOTAS

21 As tendências do setor de Cosméticos foram obtidas com base nos dados levantados na pesquisa apresentada no relatório Facing the Future: The Future of Cosmetics, e nos resultados obtidos da 2ª Oficina de Trabalho (OT), realizada com especia-listas do setor nos dias 5 e 6 de março de 2008 no SEBRAE, em São Paulo.

22 A Shaping Tomorrow é uma empresa inglesa de consultoria de tendências com notória especialização em monitoramento de ambiente (observatório), análise de tendências e de questões emergentes que subsidiam estudos de prospecção. O estudo de tendências realizado segue uma metodologia específica baseada na coleta de informações secundárias e opiniões de especialistas do segmento em questão.

23 De acordo com o relatório Facing the Future: The Future of Cosmetics.

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4. Estudo Prospectivo

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229

Este Capítulo descreve os resultados do estudo prospectivo para o setor de HPPC. Trata-se da fase final onde os mapas estratégicos e tecnológicos para os segmentos escolhidos (cabelo e pele) são desenhados. Apresenta também, as recomendações para viabilizar a mudança do patamar competitivo do setor de HPPC para os próximos 15 anos visando subsidiar a elaboração e implementação de uma política industrial na busca de maior competitividade e participação das empresas brasileiras do segmento de cosméticos no mercado nacional e internacional.

Os resultados baseiam-se no Panorama Setorial (Capítulo 2) e na síntese das perspectivas setoriais apresentadas no Capítulo 3, bem como nos comentários e recomendações de especialistas do setor (obtidos por meio da consulta estruturada e oficinas de trabalho), além das contribuições dos membros do Comitê Gestor apresentadas no decorrer do desenvolvimento deste Estudo Prospectivo.

Conforme detalhado no Capítulo anterior, a Visão de Futuro para o ano de 2023, estabelecida a partir de consultas aos diferentes segmentos e atores do setor é:

Ser líder mundial na produção de produtos para cabelo e pele derivados de insumos naturais, com responsabilidade socio-econômico e ambiental, que atendam aos requisitos de consumo do mercado global, quanto a segurança, eficácia e inovação.

Para que essa visão seja alcançada é apresentado a seguir, um detalhamento dos mapas estratégico e tecnológico para o setor.

A estruturação e a apresentação dos mapas facilitam o entendimento e a comunicação das estratégias, dos objetivos e das ações prioritárias para as partes interessadas do setor, visando

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

alcançar a visão de futuro pretendida. A elaboração dos mapas envolve um grande desafio, pois requer lidar com diversos conceitos e harmonização de visões dos diferentes atores.

4.1 Metodologia

Nesta seção é apresentada a abordagem metodológica para a construção dos mapas estratégico e tecnológico, que consideram duas decisões fundamentais para o estudo:

A Visão de Futuro para o setor;• A definição das estratégias que levam o setor do seu estágio • atual (panorama) para o alcance de visão de futuro.

O desafio da definição de Estratégias adequadas para a indústria de cosméticos tem por premissa considerar as questões relevantes manifestadas pelos principais atores do setor. Além disso, o alcance da Visão de Futuro requer a percepção das principais tendências que sejam aderentes ao seu processo de desenvolvimento.

O processo metodológico em questão integra os requisitos levantados pelo setor com as tendências observadas, de forma a montar um “quebra cabeça”, que permita observar os detalhes e os caminhos a serem definidos para o alcance da visão de futuro.

A elaboração de estratégias para o setor tem a finalidade de organizar as melhores condições para auxiliá-lo no desenvolvimento rumo à Visão de Futuro proposta, tendo como pano de fundo o “quebra cabeça” estruturado.

A montagem desse “quebra cabeça” segue a lógica de considerar o Panorama como ponto de partida e a Visão de Futuro como ponto de chegada construindo a estrutura de montagem por meio da análise

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231

SWOT, onde as forças e fraquezas se atêm à situação descrita pelo panorama e as ameaças e oportunidades vinculam-se com as percepções de tendências para o setor. Além disso, a estruturação do “quebra cabeça” depende dos encaminhamentos estratégicos decorrentes da análise SWOT. No estudo em questão, esses encaminhamentos são os objetivos estratégicos definidos com os especialistas.

Os próximos passos metodológicos têm por objetivo a construção dos mapas estratégicos e tecnológicos.

O mapa estratégico implementa as estratégias para o setor sendo organizado por uma estrutura em que para cada estratégia tem-se a situação atual, a situação futura e os objetivos/ações estratégicas estruturantes para o alcance da visão de futuro.

O mapa tecnológico apresenta três objetivos específicos de alto impacto para o setor:

O primeiro visa aproveitar as oportunidades do mercado de • modo a prover a indústria de cosméticos em condições de se manter competitiva e inserir-se nas iniciativas para inovação no mercado global (curto e médio prazo);O segundo trata da sustentabilidade do setor considerando o • fortalecimento de toda a base técnico-científico industrial, com o desenvolvimento de produtos inovadores, competitivos com os principais competidores globais (médio e longo prazo);O terceiro objetivo é garantir uma estratégia específica e • focada que gere alto impacto na cadeia produtiva do setor.

Para a elaboração do mapa estratégico foi realizada uma Oficina de Trabalho envolvendo especialistas do setor que ocorreu nos dias 05 e 06 de março de 2008 no SEBRAE, em São Paulo, com o objetivo de levantar as principais tendências em HPPC, bem como os objetivos

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232

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

estratégicos associados às diferentes dimensões de análise adotadas na metodologia do estudo, considerando o segmento cabelo e pele.

4.2 Mapa Estratégico

Como descrito na seção 4.1, as estratégias definidas para o setor com o apoio dos especialistas foram:

Ambiência para inovação; a) Qualidade e Inovação;b) Promoção comercial dos cosméticos para cabelo e pele.c)

A estratégia ambiência para inovação está estruturada segundo o que se encontra descrito na Figura 8.

O papel dessa estratégia é encontrar as melhores condições para que o setor se organize e se dinamize de modo a inserir a inovação como tema de pauta entre os principais atores de indústria de HPPC do Brasil.

Situação Atual – 2008 Objetivos Situação Futura – 2023

Estr

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Interação consolidada entre as ICTs, a Indústria e o Governo, estruturada por programas e projetos, visando o desenvolvimento do setor

Indústria de base consolidada com parcerias internacionais desenvolvedoras de tecnologias

Política industrial consolidada para o setor

Marco regulatório brasileiro harmonizado com os

internacionais (América Latina, União Europeia e Estados

Unidos)

Interação consolidada a Indústria e o Governo, estruturada por programas e projetos, visando o desenvolvimento do setor

Indústria de basecom parcerias internacionais desenvolvedoras de tecnologias

Política industrialpara o setor

Marco regulatório brasileiro harmonizado com os

internacionais (América Latina, União Europeia e Estados

Unidos)

Promover interfaces e interações efetivas entre os ICTs, a Indústria e o Governo

Expandir as relações e atuações da cadeia produtiva do setor no âmbito global

Criar políticas de investimentos de longo prazo

Harmonizar marcos regulatórios brasileiros em

relação aos internacionais e racionalizar processos

e custos para o fortalecimento do setor

Promover interfaces interações efetivas entre os ICTs, a Indústria e o Governo

Expandir as relações e atuações produtiva do setor no âmbito global

Criar políticas investimentos de longo prazo

Harmonizar marcos regulatórios

relação aos internacionais e racionalizar processos

e custos para o fortalecimento do setor

Existem ações de aproximação entre ICTs e a Indústria visando a interação efetiva

Relações incipientes entre a cadeia produtiva do setor com os principais atores internacionais

Encontra-se em curso a elaboração de uma política de desenvolvimento para o setor industrial

Marco regulatório brasileiro em processo de harmonização em relação aos internacionais, o que fragiliza e compromete, em especial, os procedimentos de habilitação sanitária

Figura 8 – Estratégia ambiência para inovação

Page 233: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

233

A Figura 8 destaca, principalmente, a promoção de interface entre os principais atores, o fortalecimento da relação da cadeia produtiva com o mundo e as condições políticas para que o setor se estabilize ao longo dos próximos 15 anos.

A estratégia qualidade e inovação é representada pela estrutura exposta na Figura 9.

Essa estratégia apresenta como principal desafio o fortalecimento do processo produtivo de insumos naturais com a qualidade requerida nos principais mercados internacionais. Além disso, busca intensificar a presença da indústria e das ICTs no tratamento dos principais requisitos e desafios demandados pelo mercado global.

Finalmente, a estratégia promoção comercial dos cosméticos para cabelo e pele tem por objetivo procurar a imagem dos produtos cosméticos brasileiros em âmbito global como ilustrado na Figura 10.

Situação Atual – 2008 Objetivos Situação Futura – 2023

Estr

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Cadeia produtiva estruturada com produtos de qualidade e certifi cados com responsabilidade sócio ambiental

Parque industrial dimensionado e estruturado, voltado para produção de insumos naturais de uso globalizado

Atendimento adequado da demanda de profi ssionais requerido pelo setor

Forte participação brasileira dos insumos naturais e de biotecnologia

brasileiros em produtos de "tratamento" e fi nalizadores de alto

valor agregado para os segmentos pele e cabelo

Cadeia produtiva produtos de qualidade e certifi cados com responsabilidade sócio ambiental

Parque industrial estruturado, voltado para produção de insumos naturais de uso globalizado

Atendimento demanda de profi ssionais requerido pelo setor

Forte participação insumos naturais e de biotecnologia

brasileiros em produtos de "tratamento" e fi nalizadores de alto

valor agregado para os segmentos pele e cabelo

Estruturar programas de qualidade para o processo produtivo de insumos naturais

Fortalecer e reorganizar o parque industrial do setor

Redesenhar as bases do processo de formação de talentos para o setor

Diversifi car a presença dos produtos para pele e

cabelo no mercado global

Estruturar programas qualidade para o processo produtivo de insumos naturais

Fortalecer e reorganizar o parque industrial do setor

Redesenhar as basesprocesso de formação de talentos para o setor

Diversifi car a presença dos produtos para pele e

cabelo no mercado global

Processo produtivo de insumos naturais incipiente e disperso

Parque industrial voltado à indústria de base (tensoativos e solventes) e incipente para a produção de insumos da biodiversidade

Formação de talentos para o setor é restrita em quantidade e, principalmente, voltada para P&D

Participação brasileira concentra-se em produtos de cuidado capilar, de baixo valor agregado

Figura 9 – Estratégia Qualidade e Inovação

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234

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

O mapa estratégico está estruturado por meio do detalhamento de cada estratégia exposta nas Figuras 8, 9 e 10, citadas anteriormente.

A partir desse ponto serão apresentadas a lógica de cada estratégia, seus objetivos e o detalhamento das ações desses objetivos.

Esses detalhamentos serão apresentados por meio de figuras onde sua interpretação é considerada auto-explicativa. Cabe esclarecer que as ações estão categorizadas segundo as dimensões escolhidas pelo estudo, tais como: tecnologia, investimentos, infraestrutura política e institucional, infraestrutura física, mercado e talentos.

As ações sempre têm início imediato e se estenderão até a concretização de seus objetivos. Contudo, destacam-se duas informações relevantes. A primeira é a faixa temporal onde os principais esforços de realização devem ser investidos com o fim de garantir o sucesso da ação. Essas faixas são compreendidas em ações de curto, médio e longo prazo, des-tacadas nas figuras com uma simbologia em formato de seta.

A segunda informação relevante é relativa à prioridade das ações em relação ao seu conjunto. Nesse estudo específico as ações de

Situação Atual – 2008 Objetivos Situação Futura – 2023Es

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Pel

eProdutos cosméticos brasileiros certifi cados – "selo verde" (responsabilidade sócioambiental), identifi cados e reconhecidos como de qualidade elevada, utilizados no cuidado com a saúde e

causando, consequente bem-estar

Produtos cosméticos brasileiros certifi cados – verde" (responsabilidade sócioambiental), identifi cados e reconhecidos como de qualidade elevada, utilizados no cuidado com a saúde e

causando, consequente bem-estar

Promover a imagem da riqueza ambiental brasileira nos produtos cosméticos, associada à responsabilidade

sócioambiental, saúde e bem-estar

Promover a imagem da riqueza ambiental brasileira nos produtos cosméticos, associada à responsabilidade

sócioambiental, saúde e bem-estar

Fraca associação dos produtos cosméticos brasileiros com processo produtivos de responsabilidade sócioambiental

Figura 10 – Estratégia – promoção comercial dos cosméticos para cabelo e pele

Page 235: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

235

alta prioridade são destacadas pela cor vermelha e as de média prioridade pela cor amarela.

Os objetivos para a estratégia ambiência para inovação são apresentados pelas seguintes figuras:

Figura 11 – Objetivo estratégico para promover as interfaces • e as interações efetivas entre os ICTs, indústria e governo; Figura 12 – Expandir as relações e as reações da cadeia • produtiva do setor no âmbito global;Figura 13 – Criar política de investimento de longo prazo;• Figura 14 – Harmonizar Marcos Regulatórios em relação • aos internacionais e racionalizar processo e os custos para fortalecimento do setor.

Situação Atual 2008 20

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2023 Situação Futura

2023

Existem ações de aproximação

entre os ICTs e a indústria

visando a interação

efetiva

TecnologiaImplementar programas em C,T&I para explorar efetivamente o potencial natual da biodiversi-dade brasileira, em especial as oleaginosas e também direcionado para biotecnologia, voltado para o Setor Cosmético para outros segmentos dependentes dos mesmos isumos

InvestimentosImplementar programas de subvenção econômica e fi nanceira a P&D empresarial em colabo-ração com as principais ICTs nacional direcionados à cadeia produtiva de cosméticos

Infraestrutura Político-institucional Disseminar e estimular o uso e aplicação dos dispositivos de apoio a interação entre ICTs e empresas, previstas na Lei de Inovação e na Lei do Bem reduzindo e agilizando os procedi-mentos burocráticos

Infraestrutura FísicaFinanciar a criação e o desenvolvimento de incubadoras de base tecnológica com foco nos insumos/matérias-primas e o produto cosmético fi nal.

TecnologiaPromover o acesso às informações sobre patentes de insumos cosméticos provenientes da biodiversidade global, para a cadeira produtiva do setor, por meio da massifi cação da capaci-tação de gestores de tecnologia nas empresas.

Infraestrutura Física e TecnologiaExpandir e fortalecer os parques tecnológicos para o setor visando integrar os recursos e copetências regionais, aprimorando a infraestrutura básica e as redes de informação e comu-nicação estratégicas.

Interação consolidada entre os ICTs, a Indústria e o Governo, estruturada por programas e projetos, para desenvolvimento do setor

Figura 11 – Objetivo estratégico para promover as interfaces e as interações efetivas entre os ICTs, indústria e governo

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Situação Atual 2008 20

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2023 Situação Futura

2023

Relações incipentes

entre a cadeia produtiva do setor com os

principais atores internacionais

TecnologiaDiscutir e elaborar, com a participação do MDIC e MCT, programa de cooperação internacio-nal para o fortalecimento das relações da cadeia produtiva do Brasil com o exterior

TecnologiaFomentar a criação de associações entre as pequenas e médias empresas e as redes nacionais e internacionais para produção de insumos/princípios ativos e matérias primas de alto valor agregado, provenientes da Biodiversidade

TalentosIntensifi car as relações entre os principais formadores de capital intelectual com instituições congeneres internacionais visando adequar a formação de talentos no País tendo como referên-cia o estado da arte da produção de cosméticos no mundo

Indústria de base consolidada com parcerias internacionais desenvolvedo- ras de tecnologias

Figura 12 – Expandir as relações e a reações da cadeia produtiva do setor no âmbito global

Situação Atual 2008 20

08

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2023 Situação Futura

2023

Encontra-se em curso a elaboração

de uma política dedesenvolvimento

para o setor industrial

Infraestrutura Político-instituicionalDefi nir e implementar política setorial que contenha regras claras e estáveis indutoras do investimento de longo prazo para a cadeia produtiva

Infraestrutura Político-instituicionalAdequar os instrumentos de fomento existentes visando minimizar as restrições aos projetos de inova-ção tecnológica da cadeia produtiva do Setor de Cosmético (valores, garantias, contrapartidas etc.)

Infraestrutura Político-instituicionalSimplifi car os procedimentos para a liberação dos recursos fi nanceiros às empresas pelos órgãos de fi nanciamento e fomento à pesquisa.

IE PIRevisar a legislação de Propriedade Industrial no sentido de adequá-la às especialidades e necessidades do Setor.

TecnologiaAjustar os termos da lei de acesso ao Patrimônio Genérico à dinâmica de inovação do Setor de Cosméticos.

InvestimentosReduzir o custo de fi nacimento tornado compatível com as taxas internacionais e ampliando o acesso das pequenas e médias empresas

Política industrial consolidada para o setor

Figura 13 – Criar política de investimento de longo prazo

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Os objetivos para a estratégia qualidade e inovação são apresentados pelas seguintes Figuras:

Figura 15 – Programa de qualidade para o processo produtivo de • insumos materiais;Figura 16 – Fortalecer a reorganização do parque industrial do • setor;Figura 17 – As bases do processo formativo de talentos para o • setor;Figura 18 – Diversificar a presença dos produtos cosméticos • brasileiros para a pele e cabelo no mercado global.

Situação Atual 2008 20

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2023 Situação Futura

2023

Marco regulatório brasileiro em processos de

harmonização em relação aos internacionais, o que fragiliza

e compromete, em especial, os procedimentos de habilitação

sanitária

Infraestrutura Político-instituicionalSimplifi car os processos de habilitação sanitária e ambiental de empresas produtoras e distri-buidoras do setor, nos âmbitos municipal, estadual e federal

Infraestrutura Político-instituicionalHarmonizar as legislações estaduais, com foco na redução da carga tributária

Infraestrutura Político-instituicionalDesonerar gradativamente os insumos/pricípios ativos, ingredientes de base, importados e equipamentos

Marco Regulatório Brasileiro harmonizado com os internacionais (América Latina, União Europeia e Estados Unidos)

Figura 14 – Harmonizar marcos regulatórios

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2023 Situação Futura

2023

Processo produtivo

de insumos naturais

incipiente e disperso

InvestimenosCriar linhas de fi nanciamento específi cas para a avaliação da qualidade, conformidade, segu-rança e efi cácia dos novos ingredientes de uso cosmético.

InvestimenosCriar linhas de fi nanciamento diferenciadas para consolidar a estrutura produtiva dos insumos da biodiversidade, com responsabilidade sócio-ambiental e processo sustentáveis.

TecnologiaCriar processos que favoreçam o acesso à certifi cação de insumos naturais em consonância com a qualifi cação aceita mundialmente.

Infraestrutura Político-instituicionalEstruturar programa agressivo de Biopospecção nos principais biomas nacionais visando à indentifi cação de novos insumos / matérias-primas para a cadeia produtiva de cosméticos.

Cadeia produtiva estruturada com produtos de qualidade e certifi cados com responsabilidade sócio-ambiental

Figura 15 – Programa de qualidade para o processo produtivo de insumos materiais

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Situação Atual 2008 20

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2023 Situação Futura

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Parque industrial voltado para

a indústria de base (tensoativos

e solventes) e incipiente para a produção de

insumos da biodiversidade

Infraestrutura FísicaEstruturar o parque industrial para uma efetiva produção de insumos provenientes da biodi-versidade

Infraestrutura FísicaDirecionar parcela importante do fomento nacional para a ampliação da base laboratorial de apoio à cadeia produtiva visando criar especifi cações, avaliar a qualidade, validar metodolo-gias analíticas e oferecer suporte técnico-científi co para o setor.

Parque industrial dimensionado e estruturado, voltado para a produção de insumos naturais de uso globalizado

Figura 16 – Fortalecer a reorganização do parque industrial do setor

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2023 Situação Futura

2023

Formação de talentos para o setor é restrita

em quantidade e, principalmente

voltada para a P&D.

TalentosElaborar proposta pedagógica interdiciplinar para cursos de graduação e de pós-graduação com a qualidade e inovação requeridas para melhor inserir o setor no ambiente competitivo internacional.

TalentosCriar programa de investimentos focado na modernização e ampliação da infraestrutura das escolas de nível técnico e cursos de natureza profi ssionalizante.

Atendimento adequado da demanda de profi ssionais requerido pelo setor

Figura 17 – Bases do processo formativo de talentos para o setor

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2023 Situação Futura

2023

Participação brasileira

concentra-se em produtos de cuidado capilar de baixo valor

agregado

MercadoAmpliar o mercado com produtos inovadores de maior valor agregado, certifi cados e obtidos de matérias-primas produzidas a partir de insumos naturais, que atendam à demanda de nichos específi cos, tais como: “melhor idade”, ético, masculino, infantil e adolescente.

MercadoAmpliar a participação de produtos de cuidados corporais no mercado massivo.

Forte participação brasileira dos insumos naturais e de biotecnologia brasileiros em produtos de "tratamento" e fi nalizadores de alto valor agregado para os segmentos pele e cabelo

Figura 18 – Diversificar a presença dos produtos cosméticos brasileiros para a pele e cabelo no mercado global

Page 239: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

239

Finalmente, a estratégia promoção comercial dos cosméticos para cabelos e pele propõe-se ser implementada pelo objetivo estratégico intitulado “promover a imagem da riqueza ambiental brasileira e os produtos cosméticos associados à responsabilidade sócio-ambiental, saúde e bem-estar”, conforme descrito na Figura 19.

Como observado nas estratégias e seus objetivos do Mapa Estratégico, percebe-se um grande esforço para que o setor se organize quanto à criação de condições ambientais para o desenvolvimento tecnológico e de produtos inovadores com a qualidade requerida no mercado global, destacando-se o diferencial da biodiversidade brasileira.

As estratégias verticais para o desenvolvimento tecnológico e as competências para inovação serão determinantes na estruturação do mapa tecnológico a ser apresentado na seção subsequente.

Situação Atual 2008 20

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2023 Situação Futura 2023

Fraca associação dos produtos

cosméticos brasileiros

com processos produtivos de

responsabilidade sócio-ambiental

InvestimentosAmpliar o fi nanciamento de projetos de promoção de produtos que incorporam novas tec-nologias, visando o fortalecimento da imagem da insdústria brasileira de insumos/princípios ativos e matérias-primas e de produtos fi nais

Infraestrutura Político institucionalPromover o cosmético brasileiro ressaltando a sua contribuição para saúde corporal e mental, gerador de bem-estar e promover de desenvolvimento com responsabilidade sócio-econômica e ambiental.

MercadoEstimular a criação e promoção de marcas brasileiras de cosméticos, associadas à riqueza ambiental brasileira, à responsabilidade sócio-ambiental e à saúde e bem-estar.

Produtos cosméticos brasileiros certifi cados – "selo verde" responsabilidade sócio-ambiental), indentifi cados e reconhecidos como de qualidade elevada, utilizados no cuidado com a saúde e causando, consequente, bem-estar

Figura 19 – Promoção comercial dos cosméticos para cabelo e pele

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

4.3 Mapa Tecnológico

Para elaboração do mapa tecnológico foram realizadas duas reuniões de trabalho. A primeira foi realizada em 09 de maio de 2008 com o objetivo de fazer uma busca nas principais bases de patentes visando identificar as tendências de mercado em relação as tecnologias do setor de cosméticos para cabelo e pele.

A segunda reunião de trabalho foi realizada em 20 de junho de 2008 cujo principal objetivo foi aprofundar a discussão sobre as tecnologias para subsidiar o desenvolvimento do mapa tecnológico do setor para os próximos 15 anos. Conforme destacado na seção 4.1 Metodologias, o CGEE debateu com especialistas as principais estratégias da abordagem tecnológica que gerasse alto impacto para o setor. Este processo de reflexão considerou a seguinte pergunta central:

A partir da visão de futuro e das principais estratégias para o setor, como a tecnologia pode impactar positivamente no sucesso da visão de futuro considerando essas estratégias?

Além disso, o CGEE percebeu a existência de um tema específico em resposta a referida questão central. Assim, esta indagação foi apresentada aos especialistas para que manifestassem suas opiniões. O tema detectado foi expresso pela indagação:

As tecnologias para extração, processamento e qualificação de insumos no desenvolvimento de produtos cosméticos são alternativas de maior impacto para o setor?

Diante da questão formulada, os especialistas as validaram e o processo de construção do mapa de tecnológico foi orientado por essas duas questões:

Page 241: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

241

O conjunto de tecnologias foi dividido em três grupos:

Tecnologia para Insumos;a) Tecnologia para Processo Produtivo;b) Tecnologia orientada pelo Mercado.c)

As Figuras 20, 21, e 22 respectivamente, demonstram tais conjuntos de tecnologias:

Figura 20 – Tecnologias para Insumos4.

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Figura 21 – Tecnologias para Processo Produtivo

Figura 22 – Tecnologias Orientadas pelo Mercado

Page 243: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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A descrição de cada tecnologia ou processo tecnológico encontra-se no Apêndice A11.

Com o intuito de avaliar a percepção de especialistas do setor (Indústria, ICT’s e Governo), as tecnologias descritas no Apêndice A11, foram submetidas a uma avaliação dos estágios de maturidade nas faixas temporais 2013, 2018 e 2023 em relação ao Brasil e ao mundo.

4.3.1 Relacionamento entre as Tecnologias envolvidas no Estudo

4.3.1.1 Tecnologias para insumos, matérias-primas e produtos de biotecnologia

A organização das tecnologias relacionadas à: produção de insumos, matérias-primas e produtos finais perpassam por quatro fases:

Tecnologias relacionadas ao mapeamento/triagem;• Tecnologias relacionadas à extração;• Tecnologias relacionadas ao processamento de insumos;• Tecnologias relacionadas à qualificação de insumos.•

Conforme apresentado anteriormente na Figura 19, as tecnologias relacionadas ao mapeamento/triagem de insumos, matérias-primas e produtos da biotecnologia são as seguintes:

TMT1: Caracterização farmacobotânica;TMT2: Métodos espectrofotométricos;TMT3: Métodos cromatográficosTMT4: Isolamento e identificação de microorganismosTMT5: Avaliação de atividade (anti)microbianaTMT6: Avaliação sensorial

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

TMT7: Métodos termo-analíticosTMT8: Desenvolvimento de padrões de referência

Essas tecnologias se relacionam em um processo de produção para insumos conforme apresentado na Figura 23.

Como mostrado na Figura 23, as tecnologias relacionadas à extração são:

TE 1: Extração por solventes aquosos e orgânicos;TE 2: Extração por fluido supercrítico;TE 3: Extração por métodos inovadores (Química verde);TE 4: Biotecnologia.

Figura 23 – Relacionamento das tecnologias para mapeamento e triagem de insumos, matérias-primas e produtos de biotecnologia

Figura 24 – Relacionamento das tecnologias para extração

Page 245: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

245

As tecnologias relacionadas ao processamento na Figura 25, são:

TP1: Método de separação;TP2: Purificação/Isolamento;TP3: Modificação/Otimização de moléculas;TP4: Biotecnologia;TP5: Nanotecnologia.

A Figura 26 ilustra as tecnologias relacionadas à qualificação de insumos, produtos da biotecnologia, matérias-primas e produtos terminados:

TQ1: Métodos físicos; TQ2: Métodos físico-químicos;TQ3: Métodos químicos; TQ4: Métodos microbiológicos;TQ5: Avaliação toxicológica in vitro;TQ6: Avaliação in vivo;TQ7: Avaliação de funcionalidade in vitro;TQ8: Avaliação de segurança in vivo;TQ9: Avaliação eficácia in vivo.

Figura 25 – Relacionamento das tecnologias para extração

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

4.3.1.2 – Tecnologias do Processo de Produção

A organização das tecnologias do processo de produção está descrita na Figura 27. As tecnologias são:

TPP1: Redução do consumo de energia;TPP2: Redução do uso de água;TPP3: Tratamento de resíduos;TPP4: Biossegurança.

Figura 26 – Relacionamento das tecnologias para qualificação de insumos

Figura 27 – Relacionamento das tecnologias para processo de produção

Page 247: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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4.3.1.3 Tecnologias Orientadas pelo Mercado

A organização das tecnologias para atendimento das necessidades de mercado perpassa pelo conjunto de sete tecnologias, conforme descrita na Figura 28.

TM1: Considerando fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais;

TM2: Cosmético étnico;TM3: Cosmético personalizado/individualizado;TM4: Produtos multifuncionais;TM5: Produção de embalagens (funcionais e atrativas);TM6: Produção de embalagens para o mercado massivo;TM7: Reciclagem de embalagens.

Figura 28 – Relacionamento das tecnologias orientadas pelo mercado4.

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4.3.2 Análise de Consulta Estruturada

Conforme descrito na seção 4.3, as tecnologias citadas no Mapa Tecnológico foram submetidas à análise e avaliação de especialistas do setor de HPPC, no que se refere ao estágio de maturidade e a faixa temporal de análise do estudo prospectivo.

Os estágios de maturidade considerados foram orientados pelo manual de Oslo, referente aos conceitos de inovação. Os estágios de desenvolvimento foram definidos conforme a escala descrita a seguir:

Pesquisa Básica (PB): em nível laboratorial que se concentra • nos fundamentos do fenômeno estudado; Pesquisa Aplicada (PA): em nível laboratorial que estuda a • aplicação prática do novo conhecimento; Desenvolvimento Experimental (DE): em nível de teste de • aplicação seja como protótipo ou como operação piloto; Aplicação Prática Seletiva (APS): em nível de aplicação em • processos ou produtos específicos; Utilização Generalizada (UG): em nível de tecnologia de uso • consagrado.

Cada tecnologia envolvida no estudo foi submetida à análise sobre os estágios referentes à três horizontes temporais correspondentes à 2013, 2018 e 2023.

Observou-se que esta consulta levou em consideração as comparações entre os estágios de análise das referidas faixas de tempo entre o Brasil e o mundo.

Participaram da pesquisa 35 respondentes, os quais se definiram em relação ao nível de conhecimento para cada grupo de tecnologia, conforme descrito anteriormente.

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Os níveis de conhecimento foram considerados levando em conta a ordem de maior relevância os quais são:

Especialistas;• Conhecedor;• Familiar;• Casualmente adquiridos;• Não familiar.•

Vale destacar que em estudos dessa natureza o respondente da consulta, não necessariamente possui o mesmo nível de conhecimento em áreas tecnológicas distintas que englobam o mapa tecnológico. Desta forma, o respondente auto avalia o seu nível de conhecimento nas áreas tecnológicas apresentadas pela Consulta, conforme descrição a seguir:

Tecnologias para mapeamento/triagem e insumos;• Tecnologias para extração de insumos;• Tecnologias para processamento de insumos;• Tecnologias para qualificação de insumos;• Tecnologias voltadas ao processo de produção de • cosméticos;Tecnologias orientadas para o mercado.•

Foram consideradas na análise, apenas as respostas daqueles que se consideraram entre especialistas, conhecedores e familiares. No Apêndice A11, para cada área dessas tecnologias citadas, encontra-se uma descrição detalhada do tema envolvido e seus tópicos tecnológicos.

Em cada tópico existe uma tabela síntese da consulta registrando como se encontram os estágios de maturidade das três faixas temporais no Brasil e no mundo, respectivamente. Abaixo das tabelas

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encontram-se figuras tridimensionais, que têm por objetivo realçar a percepção dos respondentes quanto aos estágios de maturidade de tal tecnologia, nas faixas temporais no Brasil e no mundo.

4.3.2.1 Interpretação da percepção dos respondentes quanto a evolução das tecnologias do estudo prospectivo

Com o objetivo de desenvolver uma interpretação visual que possibilite observar todas as informações das tecnologias em uma análise unificada foram introduzidos os seguintes elementos gráficos:

A título de exemplificação, considere a tecnologia "Farmacobotânica" (TMT1) do tema mapeamento, triagem de insumos descrita anteriormente, na Figura 28.

Figura 29 – Percepção tecnológica da caracterização Farmacobotânica

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Como pode ser vista na Figura 29 o rótulo TMT1 tem a seguinte descrição:

"tecnologia para mapeamento/triagem nº 1, ou seja, está codificada como sendo a primeira tecnologia dentre todas do mapeamento/triagem de insumos".

Observe que a linha contínua sempre une dois ou mais estágios de maturidade na parte inferior do símbolo de cada faixa temporal (situação no Brasil). Por outro lado, a linha pontilhada une dois ou mais símbolos da mesma faixa temporal na parte superior dos símbolos (situação no mundo).

Quando ocorre uma maior concentração de percepção dos respondentes em um estágio de maturidade específico, tanto a linha contínua, quanto a pontilhada têm destaques maior em espessura representando que, naquela faixa temporal, o estágio de maturidade específico é o predominante na percepção de tais respondentes. A interpretação dessa tecnologia específica TMT1, é a seguinte:

O Brasil tem certa dispersão entre pesquisa aplicada e apli-cação prática seletiva na faixa temporal correspondente a 2013. Nesta mesma faixa o mundo encontra-se entre de-senvolvimento experimental e aplicação prática seletiva. Em relação à faixa de 2018, o Brasil encontra-se entre de-senvolvimento experimental e aplicação prática seletiva, com mais destaque para aplicação prática seletiva. Neste caso, a evolução da tecnologia no Brasil demonstra ga-nhar ritmo. No mundo, na referida faixa, também ocorre uma concentração em aplicação prática seletiva e alguns traços de utilização generalizadas.

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Finalmente, na faixa temporal correspondente 2023, tanto o Brasil quanto o mundo ainda têm atividades de aplicação prática seletiva, mas com concentração em utilização generalizada. Uma análise conclusiva permite-nos inferir que em médio prazo, o Brasil pode ser competitivo com o mundo na caracterização farmacobotânica considerando o processo natural de evolução da tecnologia independente dos investimentos e políticas públicas para o setor.

A título de exemplificação, uma outra situação pode ocorrer quando há uma concentração da percepção dos respondentes em um estágio de maturidade específico em uma faixa temporal. Por exemplo, no que se refere à tecnologia para métodos espectrofotométricos. (TMT2)

A interpretação da Figura 30 é a seguinte:

O Brasil encontra-se na faixa temporal de 2013, concentrado entre desenvolvimento experimental (DE) e aplicação prática seletiva (APS), enquanto o mundo encontra-se entre aplicação prática seletiva (APS) e utilização generalizada (UG).

Figura 30 – Evolução tecnológica para métodos expectrofotométricos

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Para a faixa de 2018 o Brasil e o mundo encontram-se entre aplicação prática seletiva (APS) e utilização generalizada (UG). Tem-se em especial destaque para a faixa correspondente a 2013, onde tanto o Brasil quanto o mundo estão integralmente concentrados na utilização generalizada (UG). Neste caso, o símbolo referente à faixa temporal é circulado pela situação do Brasil e do mundo demonstrando tal concentração, ou seja, os dois círculos representados por linhas contínua e pontilhada, demonstram as específicas concentrações. Há outras situações, não neste caso, que a concentração pode ocorrer em apenas uma situação no Brasil ou no mundo. No caso desta tecnologia específica, o Brasil pode ser considerado competitivo em curto prazo.

4.3.2.1.1 Interpretação das tecnologias relacionadas à mapeamento/triagem de insumos e produtos de biotecnologia

As tecnologias relacionadas ao mapeamento e triagem de insumos têm os seguintes rótulos:

TMT1: Caracterização farmacobotânica;TMT2: Métodos espectrofotométricos;TMT3: Métodos cromatográficos;TMT4: Isolamento e identificação de microrganismos;TMT5: Avaliação de atividade (anti) microbiana;TMT6: Avaliação sensorial;TMT7: Métodos termoanalíticos;TMT8: Desenvolvimento de padrões de referencia.

A Figura 31 apresenta a evolução para as tecnologias relacionadas ao mapeamento/triagem.

Figura 30 – Evolução tecnológica para métodos expectrofotométricos

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Figura 31 – Evolução tecnológica para mapeamento/triagem relacionada à mapeamento/triagem

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Tomando como base a interpretação exemplificada anteriormente na seção 4.3.2.1, pode-se inferir a seguinte interpretação síntese para cada tecnologia:

TMT1: O Brasil pode ser competitivo em médio prazo;TMT2: O Brasil pode ser competitivo em curto/médio prazo;TMT3: O Brasil já pode se considerar competitivo (atualmente);TMT4: O Brasil encontra-se um passo atrás do mundo em toda a

evolução tecnológica nas faixas temporais;TMT5: O Brasil pode ser competitivo em médio prazo;TMT6: O Brasil possui certa dispersão em curto prazo estando um

passo atrás do mundo, mas em médio prazo poderá tornar-se competitivo;

TMT7: O Brasil encontra-se um passo atrás em toda evolução tecnológica;

TMT8: Observa-se incerteza dos respondentes quanto à situação do Brasil em todas as faixas temporais, na grande dispersão em todas as faixas temporais ganhando certo impulso em médio e longo prazo.

Considerando uma interpretação global para as tecnologias mapeamento/triagem de Insumos, matérias-primas e produtos da biotecnologia o Brasil tem grande chance de garantir uma evolução tecnológica que apóie o setor na sua estratégia de inovação e competitividade.

Neste caso específico, sugere-se investimentos em infraestrutura física de maneira que as tecnologias envolvidas possam acelerar seus estágios de maturidade, em especial, para desenvolvimento de padrões de referência.

Em termos de relacionamento entre as tecnologias, a Figura 32 auxilia a interpretação global entre essas tecnologias destacando o

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alto impacto que a tecnologia TMT8 (Desenvolvimento de padrões de referência) tem em todo o conjunto tecnológico. Observa-se que as bordas dos círculos representativos de cada tecnologia têm simbologia própria de cor e de espessura. A cor amarela (não apresentada neste gráfico) representa certa fragilidade do Brasil em relação ao mundo e a cor vermelha representa forte debilidade do Brasil em relação ao mundo. Quanto maior a espessura de cada borda do círculo,demonstra-se o quanto o Brasil está mais próximo do estágio de maturidade do mundo, ou seja, está mais próximo de ser competitivo.

4.3.2.1.2 Interpretação das tecnologias relacionadas à extração de insumos/matérias-primas

As tecnologias relacionadas à extração de insumos apresentam os seguintes rótulos:

TE1: Extração por solventes aquosos orgânicos;TE2: Extração por fluido supercrítico;TE 3: Extração por métodos inovadores (Química Verde);TE 4: Biotecnologia.

Figura 32 – Relação entre as tecnologias para mapeamento/triagem

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A Figura 33 apresenta a evolução para tecnologias.

Pode-se inferir a seguinte interpretação síntese para cada tecnologia:

TE1 – Extração por solventes aquosos e orgânicos. O Brasil pode ser competitivo em curto prazo;

TE2 – O Brasil pode ser competitivo em curto/médio prazo;

TE3 – Existe certa dispersão da evolução tecnológica em curto e médio prazo e em longo prazo o Brasil pode tornar-se competitivo;

TE4 – O Brasil encontra-se defasado em pelo menos um estágio de maturidade ao prazo de toda essa tecnologia comparado ao

Figura 33 – Evolução tecnológica para extração de insumos

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mundo. Contudo verifica-se grande concentração do Brasil nas faixas temporais.

Considerando uma análise global o Brasil encontra-se com certo conforto nos processos de extração de insumos. No entanto, sugere-se especial atenção no investimento industrial para Biotecnologia aplicada a extração de insumos. A Figura 34 permite uma visualização global de como essas tecnologias se relacionam.

4.3.2.1.3 Interpretação das tecnologias relacionadas ao processamento de insumos e produtos de biotecnologia

As tecnologias relacionadas ao processamento de insumo apresentam a seguintes rótulos:

TP1: Métodos de separação;TP2: Purificação/Isolamento;TP3: Modificação/Otimização de moléculas;TP4: Biotecnologia;TP5: Nanotecnologia.

A Figura 35 apresenta a evolução para essas tecnologias.

Figura 34 – Relação entre as tecnologias para extração

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Pode-se inferir a seguinte interpretação síntese para cada tecnologia:

TP1 – O Brasil pode ser competitivo em curto/médio prazo;TP2 – O Brasil pode ser competitivo em curto/médio prazo;TP3 – Há uma dispersão do Brasil na evolução tecnológica em todas

as fases temporais. O Brasil encontra-se a pelo menos um passo atrás do mundo. Neste caso, faz-se necessário investimento no desenvolvimento do agro-negócio para utilização de novas oleaginosas para o processamento de insumos e em especial a modificação genética do coco de babaçu para torná-lo atrativo comercial e de manipulação segura;

Figura 34 – Relação entre as tecnologias para extração

Figura 35 – Processamento de insumos, matérias-primas e produtos da biotecnologia

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TP4 – O Brasil encontra-se defasado em pelo menos um estágio de maturidade ao longo de toda a evolução tecnológica comparado ao mundo. Contudo verifica-se grande concentração do país nas faixas temporais;

TP5 – O Brasil encontra-se a pelo menos, dois passos atrás do estágio de maturidade tecnológico em relação ao mundo. Neste caso, sugere-se forte investimento em infraestrutura física.

A Figura 36 permite fazer uma análise de como o processamento de insumos encontra-se vulnerável pela fragilidade das tecnologias desenvolvidas em modificação/otimização de moléculas, bem como no que se refere à Nanotecnologia.

4.3.2.1.4 – Interpretação das tecnologias relacionadas à qualificação de insumos, produtos de biotecnologia e produto final

As tecnologias para qualificação de insumos apresentam os rótulos descritos a seguir. A Figura 37 apresenta a evolução para essas tecnologias.

TQ1: Métodos físicos; TQ2: Métodos físico-químicos;

Figura 36 – Relação entre tecnologias para processamento de insumos, matérias-primas e produtos da biotecnologia

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TQ3: Métodos químicos; TQ4: Métodos microbiológicos;TQ5: Avaliação toxicológica in vitro;TQ6: Avaliação in vivo;TQ7: Avaliação de funcionalidade in vitro;TQ8: Avaliação de segurança in vivo;TQ9: Avaliação eficácia in vivo.

Figura 37 – Qualificação de insumos, matérias primas, produtos da biotecnologia e cosméticos finais4.

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Pode-se inferir a seguinte interpretação síntese para cada tecnologia.

TQ1 – O Brasil encontra-se com certa dispersão em curto/médio prazo e há pelo menos a um passo atrás do mundo;

TQ2 – O Brasil encontra-se com grande dispersão em curto/médio prazo, contudo em longo prazo, alcança o estágio de maturidade do mundo. Percebe-se que os respondentes apresentaram certa insegurança em relação à evolução dessa tecnologia no tempo;

TQ3 – O Brasil encontra-se a um passo atrás do mundo, mas pode se tornar competitivo em médio prazo;

TQ4 – O Brasil definitivamente encontra-se defasado do mundo e há grande dispersão e incerteza pelos respondentes de situá-lo em curto/médio prazo;

TQ5 – Análise semelhante ao TQ4 com o agravante dos respondentes não apresentarem segurança em relação a evolução do estágio de maturidade no mundo;

TQ6 – Há grande dispersão dos estágios de maturidade do Brasil ao longo de todas as faixas temporais. Percebe-se que o Brasil não está preparado para a competição nem a longo prazo;

TQ7 – O Brasil encontra-se a pelo menos dois passos atrás do mundo na evolução tecnológica, em todas as faixas temporais;

TQ8 – Análise semelhante à TQ6;TQ9 – O Brasil encontra-se a um passo atrás do mundo em toda a

evolução tecnológica.

Especificamente para as tecnologias TQ5 até TQ9 faz-se necessários, vários investimentos em pesquisa, desenvolvimento e formação de talentos que auxiliem a evolução do Brasil na qualificação de insumos para que possibilite entrar nos processos de inovação e competitividade global, no que se refere a produtos cosméticos para os cuidados do cabelo e pele.

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A Figura 38 retrata graficamente o quadro agravante em que se encontra o Brasil nas tecnologias para qualificação de insumos.

4.3.2.1.5 Interpretação das tecnologias para processo de produção de cosméticos

As tecnologias relacionadas para o processo de produção de cosméticos apresentam os seguintes rótulos:

TPP1: redução do consumo de energiaTPP2: redução do uso de águaTPP3: tratamento de resíduosTPP4: Biossegurança

A Figura 39 apresenta a evolução para essas tecnologias.

Figura 38 – Relação entre as tecnologias para qualificação de insumos, matérias-primas, produtos da biotecnologia e cosméticos finais

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Pode-se inferir a seguinte interpretação síntese para cada tecnologia:

TPP1 – O Brasil encontra-se a pelo menos um passo atrás do mundo em relação à evolução tecnológica;

TPP2 – Análise semelhante à TPP1;TPP3 – O Brasil e o mundo encontram-se dispersos em curto e

médio prazo, com pelo menos um passo atrás da evolução tecnológica em relação ao mundo;

TPP4 – O Brasil encontra-se dois passos atrás em relação a evolução tecnológica do mundo.

Figura 39 – Tecnologias para processo de produção de cosméticos

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Para essas tecnologias sugere-se forte investimento tecnológico com o intuito de acelerar a evolução ao longo do tempo. Especificamente, em relação a TPP3 e TPP4 são necessárias Políticas Públicas que garantam foco e concentração nas evoluções nessas tecnologias.

A Figura 40 destaca a gravidade que se encontram as tecnologias para o processo de produção de cosméticos.

4.3.2.1.6 Tecnologias orientadas pelo mercado

As tecnologias orientadas às necessidades do mercado apresentam os seguintes rótulos:

TM1: Considerando fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais;

TM2: Cosmético étnico;TM3: Cosmético personalizado/individualizado;TM4: Produtos multifuncionais;TM5: Produção de embalagens (funcionais e atrativas);TM6: Produção de embalagens para o mercado massivo;TM7: Reciclagem de embalagens.

Figura 40 – Relação entre as tecnologias para o processo de produção de cosméticos

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A Figura 41 apresenta a evolução para essas tecnologias

As seguintes interpretações síntese para cada tecnologia podem ser inferidas:

Figura 41 – tecnologias orientadas pelo mercado.

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TM1 – O Brasil encontra-se a um passo atrás na evolução tecnológica em relação ao mundo;

TM2 – Há certa dispersão do Brasil na sua evolução tecnológica e encontra-se a pelo menos um passo atrás em relação ao mundo;

TM3 – O Brasil e o mundo encontram-se dispersos nesta evolução tecnológica e o Brasil pode ser competitivo em médio prazo;

TM4 – O Brasil pode ser competitivo em curto prazo;TM5 – O Brasil encontra-se à dois passos atrás do estágio de

maturidade do mundo. Neste caso cabe ressaltar que o Brasil encontra-se bem estabelecido no que se refere à produção de frascos, no entanto encontra-se debilitado na produção de estojos por falta de demanda de make-up;

TM6 – O Brasil encontra-se a um passo atrás do estágio de maturidade em relação ao mundo;

TM7 – O Brasil encontra-se a um passo atrás do resto do mundo e pode ser competitivo em médio prazo.

A Figura 42 aponta a relação entre essas tecnologias com especial destaque à produção de embalagens funcionais e atrativas como uma deficiência no atendimento à demanda de mercado.

Figura 42 – Relação entre as tecnologias orientadas pelo mercado4.

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4.3.2 Mapeamento das tecnologias para cosméticos

Diante das interpretações dos estágios de maturidade das tecnologias envolvidas no presente estudo prospectivo, cabe nesta seção, sintetizar o mapa tecnológico detalhado para uma análise global que subsidie as decisões estratégicas para o setor.

Figura 43 – Mapeamento das Tecnologias para Cosméticos

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A Figura 43 relaciona todas as tecnologias estratificadas desde o processo de produção de insumos passando pela produção de cosméticos e chegando às tecnologias orientados pelo mercado. A análise global permite-nos observar que é de extrema relevância o trato especial em investimentos de infra-estrura física, formação de talentos e desenvolvimento tecnológico no que se refere ao processamento e a qualificação de insumos, como também ao processo de produção de cosméticos. Em especial, para a produção de cosméticos destaca-se a necessidade de formulação e implantação de políticas públicas que auxiliem a evolução tecnológica requerida.

Pode-se concluir que o Mapa Estratégico auxilia o setor e o governo a definir um processo de organização que aproveite as oportunidades e se estabeleçam ações consistentes denominadas de alto impacto para a competitividade e inovação da indústria de cosméticos brasileira.

A contribuição do mapa tecnológico está focalizada no alto impacto que as tecnologias tendem a produzir no setor como um todo.

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5. Considerações Finais

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O trabalho resultante neste relatório demonstrou que o setor de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou crescimento considerável, principalmente no mercado interno, mas também no externo.

O Brasil é um mercado com grande potencial em relação ao mundo. Vários fatores contribuem para isso, como: a) fonte de matérias-primas e princípios ativos de uso cosméticos, principalmente os de origem natural; b) potencial de desenvolvimento de novas tecnologias que agregam qualidade, modernidade, diferencial de percepção sensorial e redução de custos; c) alterações na área regulatória visando agilizar, racionalizar, harmonizar o registro de produtos; d) aumento do consumo de produtos cosméticos no mercado brasileiro de forma seletiva e consciente do valor agregado; e) a conscientização por parte das entidades de classe, governo, pesquisadores e empresários de que o caminho a trilhar depende de todos para o crescimento do país.

Como descrito no Capítulo 2, o Panorama Setorial apresentou a situação do setor de HPPC no Brasil, comparativamente ao setor em nível mundial. Essa comparação revelou seu atual posicionamento em termos de mercado, tecnologia existente, infraestrutura física e legal que lhe dão suporte nacional e internacionalmente ao qual está submetido, e aos talentos oriundos dos recursos humanos que têm contribuído no desenvolvimento e na inovação tecnológica dos produtos lançados no mercado, que apresentam uma dinâmica própria de renovação e novos lançamentos, representando uma aposta no desenvolvimento do setor no Brasil.

O Setor apresentou, ao longo dos últimos 11 anos, crescimento mais significativo que o restante da indústria (10,9% de cresci-mento médio do PIB do setor contra 2,6 do PIB total, e também da indústria em geral).

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A elaboração dos mapas representou um grande desafio, pois incluiu um amplo escopo de conceitos e interações humanas. Em geral a estruturação e a apresentação desses mapas, são em forma gráfica, pois facilitam o entendimento e comunicação das estratégias, dos objetivos e das ações prioritárias de uma organização ou de um setor as partes interessadas (stakeholders), para que se alcance a visão de futuro pretendida.

Após a análise dos resultados das Oficinas realizadas e a definição das atividades seguintes, decidiu-se pela realização de uma consulta estruturada para o desenvolvimento do Mapa Tecnológico. Esta escolha baseou-se nas informações apresentadas no Relatório Facing the Future: The Future of Cosmetics, nas Oficinas de Trabalho e em outros estudos prospectivos realizados anteriormente, empregando a metodologia do CGEE. Os critérios de escolha utilizados foram:

Potencial mercadológico;• Potencial tecnológico; • Alinhamento com estudos das tendências mundiais; • Capacitação científica nacional dos profissionais envolvidos; • Impacto social e ambiental; • Alinhamento com a Legislação vigente e;• Alinhamento com a visão de futuro.•

A elaboração deste relatório considerou três etapas, Avaliação do Panorama Setorial, Estudo Perspectivo e Estudo Prospectivo. As informações obtidas em cada etapa auxiliaram a estruturação das demais.

O Panorama Setorial destaca que o Setor de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, segmentos pele e cabelo no Brasil, apresentou de forma geral:

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crescimento do mercado interno e externo com boas perspecti-• vas para a exportação; bom posicionamento nas diversas áreas, como: infantil, deso-• dorante, perfumaria, banho, cuidados masculinos, higiene oral, dentre outros, com perspectiva de incremento; evolução na regulamentação e harmonização, facilitando os • processos de registro e o estímulo à legalização das empresas; preocupação com o meio ambiente incluindo as fontes de ener-• gia, projetos sociais relacionados e o descarte de resíduos; utilização de diversas matérias-primas e insumos, sendo muitos • importados (o que dificulta o acesso) e tem à disponibilidade diversos materiais de embalagem, embora com restrições de acesso para as pequenas e médias empresas; desenvolvimento tecnológico diversificado, muitas vezes com-• parável com diversas empresas globais embora em outras, uti-lizem processos primitivos de produção; no quesito patentes apresentam potencial de crescimento, que • atualmente é reduzido o número e precisam de estimulo à for-mação e talentos nos níveis técnico e profissionalizante.

No estudo das Perspectivas, a análise do SWOT investigou as dimensões Mercado, Tecnologia, Talentos, Investimentos, Infraestrutura Física e Político Institucional. Os aspectos apontados pelos especialistas foram Força, Fraqueza, Oportunidade e Ameaça.

Diversos aspectos apontados, geraram estratégias de ação bastante calcadas em desenvolver produtos oriundos da biodiversidade e biotecnologia apontando a força da marca “Brasil” interna e externamente. Existe a preocupação do usuário em ser coerente com respeito à sustentabilidade e à ética, além de estar disposto em adquirir produtos multifuncionais, inovadores, seguros e que atendam sua necessidade específica.

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As políticas públicas em Ciência, Tecnologia e Inovação deverão estimular o desenvolvimento e a transferência de tecnologia, a ca-pacitação e o aprimoramento pessoal; o depósito de patentes; a publicação em eventos e revistas científicas; e a aproximação entre as empresas, principalmente as pequenas e médias e os Institutos de Ciência e Tecnologia e as Instituições de Ensino. Este conjunto de ações visa tornar o Brasil como centro de excelência na produ-ção de produtos cosméticos, higiene pessoal e perfumaria com nível de qualidade elevado e competitividade.

Do ponto de vista legal, algumas modificações facilitarão o processo de crescimento do setor, como a redução de procedimentos burocráticos de registro, a legalização de empresas clandestinas, agilização do serviço de importação de matérias-primas, insumos e equipamentos e a discussão integrada pelos diversos setores da sociedade sobre a legislação de acesso e uso do patrimônio genético.

Inúmeros campos de ação devem ser revistos, reestruturados, diversificados e estimulados com a força das empresas, associações de classe e governo, visando alcançar a meta de tornar a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos uma referência no mercado nacional e internacional, não apenas do ponto de vista econômico, mas também, social, político, ético e ambiental.

A análise global permitiu-nos observar que é de extrema impor-tância investir em infraestrutura física, formação de talentos e desenvolvimento tecnológico, em especial, no que se refere ao processamento e a qualificação de insumos, matérias-primas e produtos de biotecnologia como também ao processo de produ-ção de cosméticos. Para a produção de cosméticos destaca-se a necessidade da formulação e implantação de políticas públicas que auxiliem a evolução tecnológica requerida.

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Como recomendações gerais destacam-se:

Incentivo a interação entre a indústria de matérias-primas, • insumos, produtos de embalagem; entidades governamen-tais e Institutos de Ciência e Tecnologia, intermediada por workshops, simpósios, cursos, projetos de pesquisa de âmbi-tos diversos (curto, médio e longo prazo), de caráter privado ou com o apoio governamental, que favoreçam a inovação e o desenvolvimento tecnológico do conhecimento existente, incluindo a nanotecnologia e a geração de patentes, princi-palmente nas empresas nacionais deficientes;Definição de Política Industrial que vise o estímulo ao desen-• volvimento da indústria de base, baseada em tecnologias inovadoras e limpas, consolidadas internacionalmente, utili-zando recursos nacionais, principalmente da biodiversidade dos biomas brasileiros, seguindo padrões de qualidade exi-gidos internacionalmente que são necessários à produção dos produtos cosméticos, em consonância com a política de preservação ambiental e responsabilidade sócio-econômica, gerando menor dependência das importações;Fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva, suprindo • deficiências de infraestrutura física, de pessoal e legal;Estimulo à qualificação/formação/capacitação de talentos • no Setor Cosmético, em nível médio e superior nos diversos segmentos, principalmente na pesquisa e desenvolvimen-to, estimulando/viabilizando a participação dos indivíduos/funcionários nos cursos oferecidos, incluindo os programas de pós-graduação (especialização e sensu stritu) existentes e fomentar a criação de novos cursos em estados do Brasil com deficiência formadora;Agilização contínua dos processos de registro de produtos • cosméticos e harmonização dos procedimentos legais em consonância com os empregados mundialmente;

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Simplificação dos processos de habilitação sanitária e • ambiental das empresas produtoras e distribuidoras do setor, nos diversos âmbitos de atuação;Redução da carga tributária de diversos itens do Segmento • Cosméticos;Necessidade de investimentos e políticas públicas em infra-• estrutura física, formação de talentos e desenvolvimento tecnológico no que se refere às tecnologias de Processa-mento e qualificação de insumos, matérias-primas e produ-tos, buscando a evolução tecnológica.

Como recomendações específicas destacam-se:

No segmento das tecnologias de • Mapeamento/triagem de insumos e produtos biotecnológicos existe perspectivas positivas do Brasil ter a evolução tecnológica que apóie o setor cosmético, tornando-o inovador e competitivo;No segmento de tecnologias envolvidas na • Extra-ção de insumos/matérias-primas existem boas pers-pectivas do Brasil se tornar competitivo a curto e mé-dio prazo, dependendo do investimento industrial para Biotecnologia, gerando a evolução tecnológica;No segmento das tecnologias envolvidas no • Processamento de Insumos e produtos de biotecnologia, nos quesitos métodos de separação, purificação e isolamento, o Brasil pode se tornar competitivo a curto e médio prazo, mas nas tecnologias de modificação molecular, biotecnologia e nanotecnologia existe fragilidade no país, mas se entende de sua importância para tornar o Brasil competitivo;Nas tecnologias envolvidas na • Qualificação de insumos, produtos de biotecnologia e produto final a curto e mé-dio prazo, o Brasil pode se tornar competitivo nos métodos físicos, físico-químicos, químicos e microbiológicos, mas de-

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fasados do resto do mundo;Na avaliação toxicológica • in vitro, in vivo, funcionalidade in vitro, segurança e eficácia in vivo serão necessários in-vestimentos em Pesquisa e Desenvolvimento e a formação de talentos para caracterizar adequadamente as matérias-primas, insumos e produtos e inseri-los no mercado global com qualificação aceitável;Nas tecnologias envolvidas no • Processo de produção de cosméticos é necessário forte investimento tecnológico para acelerar o processo evolutivo. O tratamento de resí-duos e da biossegurança deverão ter políticas públicas que garantam a evolução do setor; Nas tecnologias orientadas pelo • Mercado deverá ocorrer o desenvolvimento de embalagens funcionais e atrativas que atendam ao mercado cosmético. Em relação aos: a) fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais; b) cosméticos étnicos, personalizados e multifuncionais; e c) embalagem do mercado massivo; o Brasil está um passo atrás do está-gio de maturidade em relação ao mundo, podendo tornar-se competitivo a curto e médio prazo.

4. E

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6. Bibliografia

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Apêndices

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APÊNDICE A1RECONHECIMENTO MÚTUO

PREMISSAS e ABRANGÊNCIA

O reconhecimento mútuo é aplicável para os produtos 1) comercializados nos Países Signatários. As empresas fabricantes e/ou importadoras devem estar 2) regularizadas pelo órgão competente para fabricar ou importar os produtos cosméticos.Os produtos cosméticos fabricados no País Signatário devem 3) estar regularizados perante seu respectivo órgão sanitário competente. Os produtos importados extra-zona também devem estar regularizados no País Signatário para sua livre circulação na região. A regularização dos produtos cosméticos no país de origem 4) ou no primeiro país que se realize a importação, deve ser reconhecida automaticamente pelo órgão competente localizado no país receptor.Os produtos cosméticos abrangidos por esse mecanismo 5) são aqueles que cumprem com a definição harmonizada na Primeira Cumbre das Autoridades Sanitárias das Américas – Isla Margarita 11-13 de Agosto de 1999. As autoridades sanitárias reconhecem a definição de Cosméticos da União Europeia porque incorpora com precisão os elementos conceituais e de identificação que corresponde a esta família de produtos, como base da harmonização regional. Entende-se por produto cosmético qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contato com as diversas partes superficiais do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos) ou com os dentes e as mucosas bucais, tendo em vista, exclusiva ou principalmente, limpá-las, perfumá-las, modificar-lhes o

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aspecto e/ou corrigir os odores corporais, e/ou protegê-las ou mantê-las em bom estado. Os produtos abrangidos nesta definição não podem indicar nenhuma ação terapêutica.

PONTOS CRÍTICOS

O Brasil aderiu de forma solitária, reconhecendo automaticamente todos os produtos cosméticos classificados como Grau 1, nacionais ou importados de qualquer outro país ou região. O reconhecimento é feito por procedimento eletrônico de notificação online no sítio da ANVISA. Vale ressaltar que não há custos de taxas de registros, não há aprovação prévia ou qualquer outra burocracia em papel. Tal atitude demonstra sua maturidade em lidar com estas questões internacionais, no mesmo nível que países ou regiões desenvolvidas como EUA e Europa.

Entretanto, parceiros internacionais da ABIHPEC, têm se manifestado sobre as propostas discutidas para reconhecimento mútuo no Mercosul, pois oferecem barreiras que poderão dificultar a implantação do reconhecimento mútuo. Uma delas é a EXCLUSÃO dos produtos fabricados extra-zona. Tal fato preocupa o setor, uma vez que criada uma barreira internacional, outros países possam invalidar ou atrasar a implantação do reconhecimento através de recursos na OMC ou mesmo diretamente através de seus representantes oficiais.

Algumas considerações destes países têm sido que:

Os produtos importados extra-zona, para serem regularizados em • qualquer um dos Estados Partes Mercosul devem atender a todos os requisitos harmonizados no Mercosul como qualquer produto fabricado integralmente na região, ou seja, são equivalentes do ponto de vista sanitário;O procedimento de notificação para produtos de Grau 1 do •

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Brasil, reconhece os produtos de qualquer parte do mundo. A aceitação de produtos de Grau 1, sem distinção de origem, já é automática e com isenção de qualquer taxa tanto para fabricados no Brasil quanto importados;A implementação do reconhecimento mútuo no âmbito Mercosul • com os produtos de categoria Grau 1, será a referência para a próxima etapa que é a incorporação dos de Grau 2;Alguns produtos, apesar de serem integralmente fabricados • nos Estados Partes, podem utilizar até 100% de insumos importados;Os procedimentos de registro/admissão estabelecidos nos outros • Estados Partes são diferentes, não atendendo os princípios do reconhecimento mútuo como valores de taxa de registro, tempo para aprovação e requerimentos para registro. Tais valores variam entre US$ 180 ou até mais de US$ 300;O reconhecimento mútuo adotado em outros blocos comerciais • (Andino e Europeu) permite o livre trâmite de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes fabricados em qualquer parte do mundo e não apenas os fabricados dentro dos países do Bloco;Para que o procedimento de reconhecimento mútuo Mercosul • possa ser integrado com os demais procedimentos adotados em outros blocos, a aceitação dos produtos extra-zona é imprescindível e não ser considerado uma barreira comercial, como preconizado nos outros blocos comerciais;O sistema eletrônico no Brasil, por ser considerado o mais • avançado, permite o compartilhamento de informações necessárias, tanto relacionadas aos produtos de fabricação nacional, quanto aos extra-zona;Uma das questões para aceitação do reconhecimento mútuo • desta forma, seria que o projeto possuísse diferentes etapas de implantação.

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A2Análise SWOT – GRUPO I

Análise SWOT Mercado – PELE (Presente 2008)Mercado – Forças (Strengths) Mercado – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor1- Diversidade étnica de todos os tipos de pele no país. 1- Baixa distribuição no mercado de varejo massivo.

2- Insumos provenientes da biodiversidade, com amplo potencial de benefícios ao consumidor.

2- Informalidade do setor.

3- Elevação do padrão de vida. 3- Dificuldade de controle de produtos importados ilegalmente.

4- Facilidade da inserção de novos produtos no mercado. 4- Alta dependência de insumos importados.

5- Aumento da expectativa de vida do brasileiro. 5- Cadeia produtiva do setor fragmentada.

6- Consumidor brasileiro é aberto à inovação. 6- Dificuldade de adequação de produtos brasileiros no mercado internacional.

7- Criatividade das empresas brasileiras. 7- Mercado muito focado em produtos com baixa tecnologia agregada.

8- Reconhecimento pelo mercado internacional que a brasilidade seja algo positivo.

8- Custo de distribuição alto dificultando o acesso ao público de baixa renda.

9- Estabilidade econômica. 9- Nível cultural médio baixo da população brasileira – baixa exigência.

10- Falta de indicação de produtos cosméticos pelos profissionais da área médica.

Mercado – Oportunidades (Opportunities) Mercado – Ameaças (Threats)Aspectos externos que ajudam

no crescimento do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor1- Possibilidade de aumento de consumo per capita de

produtos para pele.1- Barreiras técnicas dificultando o acesso ao mercado

internacional.

2- Interesse pelos produtos provenientes da biodiversidade. 2- Falsificação, biopirataria e pirataria.

3- Inserção masculina, de idosos e de crianças no consumo de produtos no mercado.

3- Aumento da proibição de insumos importantes para o setor.

4- Busca por produtos mais específicos (nichos). 4- Necessidade de importação de insumos.

5- Vegetalização das fórmulas. 5- Restrição de uso de insumos pelas patentes.

6- Possibilidade de maior inserção no mercado internacional. 6- Países da América do Sul com menor custo de produção.

7- Tendência a restrição de manipulação de produtos para tratamento pelas farmácias de manipulação.

8- Design brasileiro para embalagens.

9- Aumento de tratamentos estéticos nos consultórios.

10- Explorar os biomas brasileiros de forma sustentável.

11- Divulgação para valorizar e exportar matéria-prima elaborada brasileira.

12- Aumento de distribuição no canal massivo (supermercado e hipermercado).

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APÊNDICE A2Análise SWOT – GRUPO I

Análise SWOT Tecnologia – PELE (Presente 2008)Tecnologia – Forças (Strengths) Tecnologia – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor1- Elevado potencial de novos insumos. 1- Inconstância de qualidade da base de insumos.

2- Melhoria da qualidade dos produtos, impulsionando o desenvolvimento tecnológico.

2- Incipiência de base tecnológica.

3- Acesso ao conhecimento das tecnologias disponíveis internacionalmente.

3- Dificuldade de acesso aos insumos.

4- Das grandes empresas nacionais, duas possuem sistemas de P,D&I adequados.

4- Alto custo de pesquisa.

5- Tecnologias disponíveis no Brasil. 5- Baixa interação entre empresas e Academia.

6- ICTI’s qualificadas. 6- Desigualdade regional para o desenvolvimento de P,D&I.

7- Busca pelo consumidor por produtos que substituam técnicas mais invasivas.

7- Maior parte das empresas não possui cultura de pesquisa.

Tecnologia – Oportunidades (Opportunities) Tecnologia – Ameaças (Threats)

Aspectos externos que ajudam no

crescimento do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor1- Biodiversidade/criatividade/talentos. 1- Ausência de política de desenvolvimento em C&T adequada

para o setor.

2- Busca de novos insumos. 2- Limitação no desenvolvimento tecnológico nacional por restrição imposta pela estratégia global em patentes.

3- Grande número de patentes internacionais em domínio público no Brasil.

3- Dificuldade de adequação do setor para adotar alterações na plataforma tecnológica por solicitação do mercado.

4- Busca rápida de tecnologias desenvolvidas no exterior. 4- Empresas internacionais com maior velocidade na implementação de novas tecnologias.

5- Bom momento para modernização do parque industrial brasileiro (infraestrutura).

5- A falta de desenvolvimento de novas tecnologias nacionais tende a aumentar o GAP entre o Brasil e outros países.

6- Diversificação em quantidade suficiente dos produtos naturais brasileiros para atender a demanda global.

6- Deficiência de testes validados, em substituição aos testes em animais.

7- Aumento de escala no Brasil para reduzir os custos da tecnologia.

7- Tecnologias que substituam os produtos cosméticos.

8- Utilização de Parque Tecnológico.

9- Aumentar a integração com centros de excelências e empresas internacionais.

10- Uso de tecnologias em imagem para diagnóstico.

11- Mecanismo de atração de centros de pesquisas externos para o Brasil.

12- Políticas diferenciadas para PME’s para desenvolver P,D&I.A

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Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A2Análise SWOT – GRUPO I

Análise SWOT Talentos – PELE (Presente 2008)Talentos – Forças (Strengths) Talentos – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor1- Representativo grau de empreendedorismo e criatividade

dos empresários e profissionais chaves.1- Pouca disponibilidade de pessoal qualificado em

competências chaves requeridas.

2- IES no Brasil com competência em formação acadêmica e pesquisa básica.

2- Baixa vivência em pesquisa aplicada.

3- Representativo volume de publicações científicas aplicadas ao setor.

3- Tempo longo na aquisição de experiência.

4- Alto potencial de renovação devido à juventude do povo brasileiro.

4- Pouco aproveitamento do material científico produzido.

5- Técnico brasileiro com capacidade de múltiplas funções em projetos diferentes.

5- Baixo aproveitamento do conhecimento para atendimento da demanda.

6- Profissionais de comunicação e marketing com alto potencial e capacidade.

6- Baixa atratividade para manter os talentos no país

7- Formação de profissionais nos departamentos das empresas internacionais, excetuando a área tecnológica, que migram para empresas locais.

7- Deficiência de capacitação em nível técnico.

8- Sistema de pós-graduação bem organizado em várias áreas do conhecimento.

8- Dificuldade no acesso ao estudo.

9- Deficiência na formação das pessoas em inovação, empreendedorismo e gestão.

10- Empreendedores voltados para dia-dia sem visão estratégica, com dificuldade na procura por informações.

Talentos – Oportunidades (Opportunities) Talentos – Ameaças (Threats)

Aspectos externos que ajudam no

crescimento do setor

Aspectos externos que prejudicam

o desenvolvimento do setor1- Aumento de profissionais qualificados com maior

investimento em P,D&I.1- Aumento do GAP educacional entre o Brasil e os países

industrializados e asiáticos (China e Coréia).

2- “Residência” e ou intercâmbio em outros países para aquisição de experiência.

2- Empresas internacionais de grande porte podem mudar suas políticas de investimento no Brasil por insuficiência de profissionais qualificados em determinadas áreas do conhecimento.

3- Talentos existentes em número e qualidade. 3- Evasão de talentos para o exterior.

4- Criar programas com centro de pesquisas para fixação de talentos no país.

4- Baixa maturidade do Brasil no desenvolvimento e aproveitamento dos talentos.

5- Redes sociais na web. 5- Política industrial agressiva de outros países provoca a evasão de talentos do Brasil.

6- Interação com centros de pesquisas internacionais.

7- Crescimento da demanda de consumo.

8- Expansão dos cursos de pós-graduação profissionalizante.

Page 299: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

299

APÊNDICE A3Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT Mercado – CABELO E PELE (Presente 2008)

Mercado – Forças (Strengths) Mercado – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor

1- Diversidade étnica no país. 1- Baixa distribuição no mercado de varejo massivo para pele.

2- Insumos provenientes da biodiversidade, com amplo potencial de benefícios ao consumidor.

2- Informalidade no setor.

3- Elevação do padrão de vida. 3- Dificuldade de controle de produtos para pele importados ilegalmente.

4- Facilidade da inserção de novos produtos no mercado. 4- Alta dependência de insumos importados para pele.

5- Aumento da expectativa de vida do brasileiro. 5- Cadeia produtiva fragmentada do segmento de pele.

6- Consumidor brasileiro é aberto à inovação. 6- Dificuldade de adequação de produtos brasileiros no mercado internacional.

7- Criatividade das empresas brasileiras. 7- Mercado muito focado em produtos com baixa tecnologia agregada para o segmento pele.

8- Reconhecimento pelo mercado internacional que a brasilidade seja algo positivo.

8- Custo de distribuição alto dificultando o acesso ao público de baixa renda para o segmento pele.

9- Estabilidade econômica. 9- Nível cultural médio baixo da população brasileira – baixa exigência.

10- Forte presença de empresas nacionais no segmento cabelo com crescimento de empresas regionais.

10- Falta de indicação de produtos cosméticos pelos profissionais da área médica para o segmento pele.

11- Baixa dependência de insumos importados para o segmento de cabelo.

12- Consumo per capita elevado de produtos para cabelo.

13- Alta distribuição no mercado de varejo massivo para cabelo.

14- Elevado consumo de produtos de uso profissional para cabelo

15 – Hábito e desejo do consumidor brasileiro na mudança de cor e forma dos cabelos.

16- Hábito do brasileiro em tomar banho com maior frequência comparada a outros países.

Apê

ndic

es

Page 300: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

300

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Continua

Continuação

Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor

1- Possibilidade de aumento de consumo per capita de produtos.

1- Barreiras técnicas dificultando o acesso ao mercado internacional.

2- Interesse pelos produtos provenientes da biodiversidade. 2- Falsificação, biopirataria e pirataria.

3- Inserção masculina, de idosos e de crianças no consumo de produtos no mercado .

3- Aumento da proibição de insumos importantes para o setor.

4- Busca por produtos mais específicos (nichos). 4- Necessidade de importação de insumos.

5- Vegetalização das fórmulas. 5- Restrição de uso de insumos pelas patentes.

6- Possibilidade de maior inserção no mercado internacional. 6- Países da América do Sul com menor custo de produção.

7- Tendência a restrição de manipulação de produtos para tra-tamento pelas farmácias de manipulação para o segmento pele.

7- Escassez de água.

8- Design brasileiro para embalagens. 8- Marco legal de uso da Biodiversidade deficiente.

9- Aumento de tratamentos estéticos nos consultórios/clínicas para o segmento pele e nos salões de beleza para cabelo.

10- Explorar os biomas brasileiros de forma sustentável.

11- Divulgação para valorizar e exportar matéria-prima elaborada brasileira.

12- Aumento de distribuição no canal massivo (supermercado e hipermercado) para o segmento pele.

13- Aumento da distribuição para venda de produtos de cabelo aos clientes de salão.

Page 301: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

301

APÊNDICE A3Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT Talentos – CABELO e PELE (Presente 2008)Talentos – Forças (Strengths) Talentos – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor1- Representativo grau de empreendedorismo e criatividade dos

empresários e profissionais chaves.1- Pouca disponibilidade de pessoal qualificado em competências

chaves requeridas.

2- IES no Brasil com competência em formação acadêmica e pesquisa básica.

2- Baixa vivência em pesquisa aplicada.

3- Representativo volume de publicações científicas aplicadas ao setor.

3- Tempo longo na aquisição de experiência para o segmento pele.

4- Alto potencial de renovação devido à juventude do povo brasileiro.

4- Pouco aproveitamento do material científico produzido.

5- Técnico brasileiro com capacidade de múltiplas funções em projetos diferentes.

5- Baixo aproveitamento do conhecimento para atendimento da demanda para o segmento pele.

6- Profissionais de comunicação e marketing com alto potencial e capacidade.

6- Baixa atratividade para manter os talentos no país.

7- Formação de profissionais nos departamentos nas empresas internacionais, excetuando a área tecnológica, que migram para empresas locais.

7- Deficiência de capacitação em nível técnico.

8- Sistema de pós-graduação bem organizado em várias áreas do conhecimento.

8- Dificuldade no acesso ao estudo e na qualificação de ensino básico (primário e médio).

9- Deficiência na formação das pessoas em inovação, empreendedorismo e gestão.

10- Empreendedores voltados para dia-dia sem visão estratégica, com dificuldade na procura por informações.

11- Baixo investimento na capacitação de profissionais do segmento cabelo.

12- Dificuldade de atrair e reter talentos no setor de cosméticos.13- Não reconhecimento nacional e internacional da das

atividades de pesquisa do setor. 14- Alto custo de formação de profissionais especializado no setor.15- Indisponibilidade de profissionais e competências de gestão

do conhecimento,

Talentos – Oportunidades (Opportunities) Talentos – Ameaças (Threats)Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor1- Aumento de profissionais qualificados com maior

investimento em P,D&I.1- Aumento do GAP educacional entre o Brasil e os países

industrializados e asiáticos (China e Coréia).2- “Residência” e ou intercâmbio em outros países para

aquisição de experiência.2- Empresas internacionais podem mudar suas políticas de

investimento no Brasil por insuficiência de profissionais qualificados em determinadas áreas do conhecimento para o segmento pele.

3- Talentos existentes em número e qualidade. 3- Política industrial agressiva de outros países provocará a evasão de talentos do Brasil.

4- Criar programas com centros de pesquisas para fixação de talentos no país.

4- Baixa maturidade do Brasil no desenvolvimento e aproveitamento dos talentos gerando evasão para o exterior.

5- Interação com centros de pesquisas internacionais.6- Crescimento da demanda de consumo.8- Expansão dos cursos de pós-graduação em nível profissional.

Apê

ndic

es

Page 302: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

302

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A3Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT – Tecnologia – CABELO e PELE (Presente 2008)Talentos – Forças (Strengths) Talentos – Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor1- Elevado potencial de novos insumos. 1- Inconstância de qualidade da base de insumos.2- Melhoria da qualidade dos produtos, impulsionando o

desenvolvimento tecnológico.2- Incipiência de base tecnológica.

3- Acesso ao conhecimento das tecnologias disponíveis internacionalmente.

3- Dificuldade de acesso aos insumos para o segmento pele.

4- Das grandes empresas nacionais, duas possuem sistemas de P,D&I adequados para o segmento pele.

4- Alto custo de pesquisa.

5- Tecnologias disponíveis no Brasil. 5- Baixa interação entre empresas e Academia.6- ICTI’s qualificadas. 6- Desigualdade regional para o desenvolvimento de P,D&I.7- Busca pelo consumidor por produtos que substituam técnicas

mais invasivas para o segmento pele.7- Maior parte das empresas não possui cultura de pesquisa.

8- Várias empresas nacionais possuem sistemas de P,D&I adequados para o segmento cabelo.

8- Monopólios de insumos básicos.

Talentos – Oportunidades (Opportunities) Talentos – Ameaças (Threats)Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor1- Biodiversidade/criatividade/talentos. 1- Ausência de política de desenvolvimento em C&T adequada

para o setor.2- Busca de novos insumos. 2- Limitação no desenvolvimento tecnológico nacional por

restrição imposta pela estratégia global em patentes.3- Grande número de patentes internacionais em domínio

público no Brasil.3- Dificuldade de adequação do setor para adotar alterações na

plataforma tecnológica por solicitação do mercado para o segmento pele.

4- Busca rápida de tecnologias desenvolvidas no exterior. 4- Empresas internacionais com maior velocidade na implementação de novas tecnologias.

5- Bom momento para modernização do parque industrial brasileiro (infraestrutura).

5- A falta de desenvolvimento de novas tecnologias nacionais tende a aumentar o GAP entre o Brasil e outros países para o segmento pele.

6- Diversificação em quantidade suficiente dos produtos naturais brasileiros para atender a demanda global.

6- Deficiência de testes validados, em substituição aos testes em animais.

7- Aumento de escala no Brasil para reduzir os custos da tecnologia

7- Tecnologias que substituam os produtos cosméticos.

8- Utilização de Parque Tecnológico 8- Burocracia e dificuldade na importação de insumos e amostras para pesquisa.

9- Aumentar a integração com centros de excelências e empresas.10- Uso de tecnologias em imagem para diagnóstico.11- Mecanismo de atração de centros de pesquisas externos

para o Brasil. 12- Políticas diferenciadas para PME’s desenvolver P,D&I.13- Avanço do desenvolvimento tecnológico com a convergência

entre nanotecnologia, biotecnologia, biodiversidade e delivery systems.

14- Desenvolvimento de pesquisa envolvendo folículo piloso e tratamento do couro cabeludo.

Page 303: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

303

APÊNDICE A4Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT Investimentos (Presente 2008)

Forças (Strengths) Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor

Elevada capacidade de capacitação de investimento devido ao tamanho e crescimento do setor.

Dificuldade para captação de investimento para projeto de P&D.

Entrada de investimentos devido a estabilidade econômica e política em especial para o setor.

Aplicação inadequada de investimentos destinados para a readequação dos laboratórios das ICTs e IES.

Elevada capacidade de reenvestimento do setor devido a necessidade de constantes lançamentos de novos produtos.

Altos custos de investimentos para a modernização de centros de pesquisa e de produção.

Disponibilidade de recursos financeiros por órgãos oficiais (BNDES), para as empresas do setor.

Reduzidos investimentos em adequação em laboratórios oficiais de monitoramento de produto.

As linhas de financiamento e editais de subvenção são inadequadas às empresas do setor (para P&D e produção), em especial para as PMEs.

Investimentos reduzidos para a divulgação e promoção das novas tecnologias do setor.

Desestímulo ao investimento em PD&I por parte das empresas devido às limitações legais a exemplo da Lei do Bem (grupo real).

Oportunidades (Opportunities) Ameaças (Threats)

Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor

Atração de novos investimentos de P&D para atender a demanda da população para produtos de maior valor agregado em virtude do aumento da renda.

Atração de investimentos por parte de novos países competidores

Possibilidade de investimentos para a exploração de novos insumos oriundos da nossa biodiversidade devido a elevada aceitação global desses produtos.

Redução dos Investimentos na contínua análise da sustentabilidade.

Impacto negativo nos investimentos devido a possibilidade de apagões.

Boas perspectivas de ocorrer joint venture, fusões, aquisições em função do tamanho e crescimento do mercado.

Inibição de novos investimentos devido ao perigo de crescimento da informalidade e do contrabando.

Falta de investimentos em novos segmentos de mercado.

Oscilação dos investimentos devido à flutuação da taxa cambial e outros fatores tributários.

Apê

ndic

es

Page 304: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

304

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A4Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT Infraestrut. Pol. Inst. (Presente 2008)

Forças (Strengths) Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setor

Existência de políticas de desenvolvimento para o setor. Elevada tributação e burocracia, e ausência de padronização entre os estados (guerra fiscal).

Custo zero para regularização sanitária e eliminação de burocracia para produtos cosméticos de categoria 1.

Baixa interação entre Universidade-Empresa dificultando o processo de transferência de tecnologia.

Utilização do EX tarifário para modernização industrial do setor.

Trâmites burocráticos e pouca articulação entre os órgãos anuentes do COMEX.

Existência de instituições sólidas, estáveis, respeitadas e reconhecidas, relacionadas ao setor.

Carência de difusão do conhecimento sobre as barreiras técnicas existentes nos mercados internacionais.

Papel de liderança do Brasil na América Latina (vigilância sanitária, metrologia).

Imagem como setor produtor de bens supérfluos, em detrimento da sua importância para a saúde e desenvolvimento.

Existência de incubadoras de empresa de alta tecnologia.

Oportunidades (Opportunities) Ameaças (Threats)

Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setor

Desenvolvimento de política para capacitação (da empresa e indivíduos) para a redução da informalidade.

Dificuldades burocráticas para regulamentação

Existência de iniciativas de apoio ao empreendedorismo. Ínfima participação das empresas nacionais no registro patentaria mundial.

Simplificação de procedimentos sanitários para implementação do reconhecimento mútuo dos produtos brasileiros no mercado mundial.

Política de acesso aos recursos naturais ainda mais rigorosos.

Eliminação de pequenos entraves burocráticos e carga tributária.

Fiscalização ineficiente para impedir o avanço das empresas estrangeiras na pesquisa de recursos naturais do Brasil (biopirataria).

Articulação entre as políticas para o desenvolvimento de ações estratégicas do setor (fiscalização, pesquisa...).

A utilização do setor como “moeda de troca” nas negociações internacionais.

Aumento da credibilidade político econômica do pais (redução do risco Brasil).

Compatibilização dos Marcos Regulatórios com a evolução tecnológica.

Descentralização dos procedimentos de habilitação das empresas

Page 305: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

305

APÊNDICE A4Análise SWOT – GRUPO II

Análise SWOT Infraestrut. Física (Presente 2008)Forças (Strengths) Fraquezas (Weaknesses)

Aspectos internos que ajudam o setor Aspectos internos que atrapalham o setorParque industrial fabril existente. Baixa estruturação dos laboratórios oficiais (instrumentação e

capacitação profissional).

Amplo acesso aos equipamentos de apoio ao processo produtivo.

Precariedade das malhas rodoviária, ferroviária, portuária e aeroportuária.

Diversidade dos pontos de venda. Pouca infraestrutura de P&D nas empresas e nas universidades.

Estrutura de distribuição robusta. Sistemas de informação para regularização dos produtos ineficiente para atender a demanda do setor.

Melhoria contínua da estrutura de comunicação e atendimento ao consumidor.

Inadequação dos centros de intoxicação para o atendimento e acompanhamento dos eventos relacionados à cosméticos.

Infraestrutura insuficiente para melhor aproveitamento da cadeia produtiva relacionada aos insumos da biodiversidade brasileira.

(talentos) Reduzido número de pessoas nos órgão governamentais (MCT, SECEX).

Oportunidades (Opportunities) Ameaças (Threats)

Aspectos externos que ajudam no crescimento

do setor

Aspectos externos que prejudicam o

desenvolvimento do setorAperfeiçoamento das redes de informação e promoção comercial aos consumidores (infraestrutura de TI).

Incerteza na política energética do Brasil.

PPP’s na infraestrutura física. Insegurança no transporte de cargas no Brasil.

Possibilidade de instalação das empresas nas ZPEs. Inadequação de sistema de comunicação no Brasil.

APENDICE A5Desenvolvimento de estratégias para introdução de produtos para pele no mer-

cado massivoMetas (%)

Ações Meios Recursos 2013 2018 2023Fase 1: Estabelecer parceria com os canais de distribuição

Testes pilotosDesenvolvimento para os mercados massivos em rede e por estado

MerchandisingAtividades nos pontos de vendaAdequação de produtos e do sistema logístico

70 20 10

Fase 2: Inclusão de novos produtos oriundos da biodiversidade

Desenvolvimento de produtos

Tecnologia disponível.InvestimentosInfraestrutura legal.Re-adequação de embalagens

20 50 30A

pênd

ices

Page 306: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

306

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A6Desenvolvimento do mercado local e internacional para matéria-prima origina-

da da biodiversidade Metas

Ações Meios Recursos 2013 2018 2023

Simplificar a legislação de acesso

Vontade política Infraestrutura do MMA e Casa Civil

Legislação implementada

Conhecer a biodiversidade

Estudos científicos Investimentos e talentos

Cem (100) espécies

1.000 10.000

Proteção patentária Marco regulatório e vontade política

Infra do MCT Legislação amistosa e ágil

50% produção científica patenteada

100%

Exploração sustentável Educação, marco legal e combate à pirataria

Infraestrutura local 20% das comunidades efetuam fornecimento sustentável

50% 100%

Implementar critérios e mecanismos de certificação

Normatizar, implementar infraestrutura e organismo certificador

Capital e talentos Normas e organismo certificador

Infraestrutura disponível

Evidenciar valor agregado da MP da BD sustentável X plantation

Estudos da cadeia de valor e divulgação

Capital e talentos

Legenda: MMA: Ministério do Meio AmbienteMCT: Ministério de Ciência e TecnologiaMP: Matéria-primaBD: Biodiversidade

Page 307: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

307

APÊNDICE A7Intensificação do lançamento de produtos com os da biodiversidade brasileira

de forma sustentável, no mercado local e internacionalMetas

Ações Meios Recursos 2013 2018 2023

Identificação de um produto “carro chefe” para os dois segmentos, pele e cabelo de planta nativa e exclusiva do Brasil

Qualificação dos componentes quanto aos benefícios promovidos

Investimento, pesquisa e transdisciplinariedade

Depósito de patentesEstudos de estabilidade dos extratos e das formulações

Regularidade do fornecimento de produto qualificado

Ajuste na cadeia produtiva com acesso à fontePolítica governamental para uso estratégico

Avaliação da eficácia e segurançaLançamento de mais linhas de produtos

Lançamento de produto marca sem-prestígio com produto originário e derivado

Lançamento de mais produtos no mercado massivo

Sustentabilidade de forma natural sem modificação genética

Bolsa de repartição entre os atores envolvidosDivulgação da sustentabilidade para as empresas (retorno financeiro)

Lançamento de Produto Premium nacional e internacionalDesenvolver e avaliar

Lançamento de produto premium com outro "carro chefe"

Obtenção de produtos multiuso (rosto, cabelo) em todos os nichos

Pesquisa em P,D&I Produtos com novo “carro chefe” e continuar a cadeia

Marketing global Humanos (empresa)Consenso entre empresasSocial comum

Legenda: P, D& I: pesquisa, desenvolvimento e inovação

Apê

ndic

es

Page 308: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

308

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

APÊNDICE A8Ampliação do mercado para atender aos nichos específicos: “melhor idade”,

masculino, infantil e adolescenteAções Meios Recursos Metas (%)

2013 2018 2023Identificação dos requisitos de cada nicho

Pesquisa de mercado TalentosInvestimentos 80 15 5

Desenvolvimento e lançamento de produtos

P & DMídiaDivulgação para formadores de opinião

TalentosInvestimentos 60 30 10

Inclusão da biodiversidade nos produtos de nicho

P & DMídiaDivulgação para formadores de opinião

TecnologiaInvestimentosInfraestrutura legalRe-adequação de embalagens

20 50 30

Legenda: P&D: pesquisa e desenvolvimento

Page 309: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

309

APÊNDICE A9Descrição das Tecnologias

Este Apêndice apresenta uma descrição detalhada dos temas considerados na consulta estruturada e seus tópicos tecnológicos. Vale observar que as respostas consideradas foram relativas aos participantes que se auto-avaliaram como: especialistas, conhecedores ou familiares.

As legendas constantes de todas as Tabelas seguem a seguinte orientação:

Pesquisa Básica (PB): em nível laboratorial que se concentra nos fundamentos do fenômeno estudado; Pesquisa Aplicada (PA): em nível laboratorial que estuda a aplicação prática do novo conhecimento; Desenvolvimento Experimental (DE): em nível de teste de aplicação seja como protótipo ou como operação piloto; Aplicação Prática Seletiva (APS): em nível de aplicação em processos ou produtos específicos; Utilização Generalizada (UG): em nível de tecnologia de uso consagrado.

1. Tecnologias para insumos e Produtos finais

1.1. Tema: Mapeamento/Triagem

Descrição: levantamento de dados que nos permite identificar o potencial de uso de uma planta ou de um produto originado da biotecnologia com finalidades aplicativas na área cosmética, envolvendo a análise macro e testes de qualificação do material que será avaliado.

Apê

ndic

es

Page 310: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

310

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 1: Caracterização famacobotânica

Descrição: envolve a identificação dos caracteres botânicos macro e microscópicos da planta, com potencial de utilização como fonte de princípios ativos isoladamente ou em mistura relacionados à sua composição fitoquímica.

Tópico 2: Métodos espectrofotométricos

Descrição: técnica analítica de identificação e de quantificação de substâncias ativas/insumos e matérias-primas que empre-ga a propriedade da radiação eletromagnética de inte-ragir com moléculas, átomos ou íons que originam um parâmetro mensurável que permite definir o material ab-

Tabela 02 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 7 1 0

APS 7 9 5

UG 1 5 10

Tabela 01 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 6 0 0

DE 5 5 2

APS 5 9 5

UG 0 2 9

Caracterização farmacobotânica Brasil

Caracterização farmacobotânica Mundo

Page 311: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

311

sorvente. Avalia a capacidade de absorção e transmissão da radiação luminosa quando interage com materiais, considerando comprimentos de onda específicos. Como métodos espectrofotométricos temos a espectrofotome-tria: visível, ultravioleta, infravermelho, Raman, fluorime-tria, absorção atômica, dentre outras.

Tópico 3: Métodos cromatográficos

Descrição: grupo de técnicas analíticas de identificação, separação de misturas e quantificação de substâncias ativas/insumos. Está baseada na separação por afinidade pela fase estacionária e móvel, em função das características de solubilidade,

Tabela 04 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 1 1 1

APS 5 4 1

UG 8 10 13

Tabela 03 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 1 1 0

DE 5 0 1

APS 6 7 1

UG 2 7 13

Métodos espectrofotométricos Brasil

Métodos espectrofotométricos Mundo

Apê

ndic

es

Page 312: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

312

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

carga elétrica e tamanho molecular. Consiste na passagem da amostra presente na fase móvel (solvente(s) ou gás) através de uma fase estacionária (sólida ou líquida) com distribuição diferenciada de seus componentes. Temos como exemplos de métodos cromatográficos: camada delgada (CCD), gasosa, coluna, líquida de alta eficiência (CLAE), eletroforese, dentre outras.

Tópico 4: Isolamento e identificação de microrganismos

Descrição: envolve a separação de microrganismos, sua identifica-ção (caracterização microbiana) e avaliação da ativida-

Tabela 06 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 1 1 1

APS 5 4 1

UG 8 10 13

Tabela 05 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 1 1 0

DE 5 0 1

APS 6 7 1

UG 2 7 13

Métodos cromatográfi cosBrasil

Métodos cromatográfi cosMundo

Page 313: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

313

de, a partir de bases diversas, como plantas ou oriun-dos da biotecnologia. Como exemplos das ações de microrganismos de interesse cosmético, temos: ação microbiana, como a produção de metabólitos (ex. en-zimas, corantes, produtos de decomposição/fermenta-ção de microrganismos) e a avaliação da ação antimi-crobiana (biostática ou biocida).

Tópico 5: Avaliação de atividade (anti)microbiana

Descrição: avaliação/quantificação da ação de microrganismos, previamente identificados, caracterizados e isolados,

Tabela 08 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 1 1 1

APS 5 4 1

UG 8 10 13

Tabela 07 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 1 1 0

DE 5 0 1

APS 6 7 1

UG 2 7 13

Isolamento e identifi cação de microrganismos

Brasil

Isolamento e identifi cação de microrganismos

Mundo

Apê

ndic

es

Page 314: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

314

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

empregando métodos analíticos diversos, como concentração mínima inibitória (MIC) e Teste de Eficácia Conservante (Challenge Test), consideradas atividades antimicrobiana. Também envolve a ação de microrganismos produtores de substâncias de interesse cosmético, como corantes, vitaminas, proteínas, fatores de hidratação, dentre outros como exemplos de ação da atividade microbiana e, também, a quantificação da produção de metabólitos de interesse cosmético (descrição anterior).

Tabela 10 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 1 0 0

APS 11 8 4

UG 3 7 11

Tabela 09 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 8 2 0

APS 6 9 6

UG 0 4 8

Avaliação de atividade (anti) microbiana

Brasil

Avaliação de atividade (anti) microbiana

Mundo

Page 315: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

315

Tópico 6: Avaliação sensorial

Descrição: análise sensorial é uma ferramenta usada para provocar, medir, analisar e interpretar as reações produzidas pelas características dos produtos, como cosméticos e matérias-primas/insumos e como são percebidas pelos órgãos da visão, olfato, gosto, tato e audição. Utiliza métodos: descritivos, que descrevem e quantificam os atributos sensoriais de preferência do consumidor (exemplo: aspecto pegajoso, cor verde, odor de frutas, tempo de secagem, etc.); afetivos, que avaliam a aceitação e referência para consumidor; discriminativos: determinam a diferença entre dois produtos no mercado; testes de eficácia, que avalia os benefícios para sustentar o Claim (percebida e clínica).

Tabela 12 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 4 0 0

APS 7 9 2

UG 4 6 13

Tabela 11 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 3 0 0

DE 4 2 0

APS 6 8 4

UG 2 5 11

Avaliação sensorialBrasil

Avaliação sensorialMundo

Apê

ndic

es

Page 316: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

316

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 7: Métodos termoanalíticos

Descrição: envolve um “grupo de técnicas por meio das quais uma propriedade física de uma substância e/ou de seus pro-dutos de reação é medida em função da temperatura e/ou tempo, enquanto é submetida a um programa con-trolado de temperatura. Para que uma técnica térmica seja considerada termoanalítica é necessário envolver a medição de uma propriedade física, que essa seja ex-pressa direta ou indiretamente em função da tempera-tura, e executada sob um programa controlado desta variável. Como exemplos de métodos termoanalíticos, temos: DSC (Calorimetria Exploratória Diferencial), TG (Termogravimetria), dentre outras.

Tabela 14 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 1 0

DE 4 2 0

APS 9 4 4

UG 0 7 10

Tabela 13 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 5 1 0

DE 8 7 1

APS 1 5 9

UG 0 1 4

Avaliação sensorialBrasil

Avaliação sensorialMundo

Page 317: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

317

Tópico 8: Desenvolvimento de padrões de referência

Descrição: são substâncias altamente purificadas, com teor determinado e limites de impurezas identificados e determinados, utilizadas como uma referência na análise quali e quantitativa de substâncias ativas iso-ladas ou em produtos cosméticos nos diversos mé-todos analíticos. Podem ser obtidos por isolamento da fonte ou por síntese química.

Tabela 16 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 6 3 2

APS 8 6 2

UG 0 6 11

Tabela 15 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 3 0 0

PA 5 2 0

DE 6 7 3

APS 0 5 6

UG 0 0 5

Desenvolvimento de padrões de referência

Brasil

Desenvolvimento de padrões de referência

Mundo

Apê

ndic

es

Page 318: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

318

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

1.2 Tema: Extração

Descrição: metodologias envolvidas nos processos extrativos que em-pregam solventes isoladamente ou em misturas, a frio ou a quente, com ou sem agitação, visando obter os princípios ativos/substâncias isolados e em mistura de interesse cos-mético diluídas no líquido extrator, visando sua aplicação como matéria-prima em formulações cosméticas. Como exemplos de métodos extrativos, temos: maceração/infu-são/decocção/percolação/arraste a vapor d'água.

Tópico 1: Extração por solventes aquosos e orgânicos

Descrição: método extrativo convencional que emprega solventes mis-cíveis em água, isoladamente ou em misturas, como a pró-pria água; e solventes polares como etanol, glicerina, pro-pilenoglicol, éter, acetona, acetato de etila dentre outros. A escolha do sistema solvente depende da afinidade física ou química da(s) substância(s) ativa(s) de interesse cosmético que serão obtidas no extrato final, a ser utilizado no produto cosmético. Devemos considerar para seu uso a toxicidade do solvente utilizado.

Tabela 17 – Síntese da consulta

Brasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 5 1 1

APS 4 5 3

UG 1 4 6

Desenvolvimento de padrões de referência

Brasil

Page 319: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

319

Tópico 2: Extração por fluido supercrítico

Descrição: método de extração que utiliza qualquer fluído que esteja a uma temperatura acima da sua temperatura e pressão crítica. Uma substância pode ser levada ao estado supercrítico pelo uso de calor e pressão até superar o seu ponto crítico, conduzindo a grandes variações da densidade do solvente supercrítico, influindo diretamente no seu poder de solubilização das substâncias ativas. Este método tem como vantagem permitir o processamento de materiais a baixas temperaturas, o que é especialmente adequado quando compostos termossensíveis estão presentes.

Tabela 18 – Síntese da consulta

Mundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 1 0 1

APS 6 2 0

UG 3 8 9

Desenvolvimento de padrões de referência

Mundo

Tabela 19 – Síntese da consulta

Brasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 2 1 0

DE 7 3 0

APS 0 6 7

UG 0 0 3

Extração por fl uido supercríticoBrasil

Apê

ndic

es

Page 320: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

320

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 3: Extração por métodos inovadores (Química Verde)

Descrição: o conceito de Química Verde ou Química Limpa tem por objetivo o uso de solventes não poluentes, de fontes renováveis, gerando a menor quantidade de materiais tóxicos e/ou inflamáveis, com riscos minimizados e o processo após sua implantação teria os gastos com tratamento de resíduos minimizados. Nestes processos as exigências energéticas devem ser reconhecidas por seus impactos ambientais e econômicos e precisam ser minimizadas.

Tabela 21 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 3 0 0

PA 4 3 0

DE 2 4 2

APS 1 2 6

UG 0 1 2

Extração por métodos inovadores (Química Verde)

Brasil

Tabela 20 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 4 0 0

APS 5 7 2

UG 1 3 8

Extração por fl uido supercríticoMundo

Page 321: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

321

Tópico 4: Biotecnologia

Descrição: conjunto de conhecimentos que permite a utilização de material biológico de plantas e animais (organismos, células, organelas, moléculas) para fins de obter matérias-primas e insumos utilizados nas formulações cosméticas. Abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (anatomia, fisiologia, embrilogia, imunologia, biologia molecular, microbiologia, genética, genômica, embriologia etc.); a ciência aplicada (química, bioquímica, farmacotécnica, cosmetologia) e outras tecnologias (informática e controle de processos).

Tabela 22 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 2 0 0

DE 5 2 0

APS 2 6 5

UG 1 1 5

Extração por métodos inovadores (Química Verde)

Mundo

Tabela 23 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 1 0

PA 8 2 2

DE 3 7 2

APS 1 2 5

UG 0 1 4

BiotecnologiaBrasil

Apê

ndic

es

Page 322: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

322

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

1.3 Tema: Processamento

Descrição: envolve todas as etapas subsequentes ao processo de obtenção dos extratos vegetais ou dos produtos oriun-dos da biotecnologia visando obter substâncias ativas isoladas ou em misturas para sua utilização no produ-to cosmético final.

Tópico 1: Métodos de separação

Descrição: os métodos de separação envolvem o isolamento de substâncias ativas ou grupos (exemplos corantes, aro-mas, essências, flavonóides, taninos, alcalóides, etc), a partir do extrato vegetal obtido ou do produto oriundo da biotecnologia (exemplo produto de fermentação). Pode exigir métodos adicionais de purificação, visando a melhoria de sua qualidade. Dentre os métodos de se-paração (não destrutivos da amostra), temos a croma-tografia, a eletroforese e membranas de ultrafiltração.

Tabela 24 – Síntese da consulta

Mundo 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 1 1 0

DE 4 1 2

APS 6 8 3

UG 1 3 8

BiotecnologiaMundo

Page 323: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

323

Tópico 2: Purificação/Isolamento

Descrição: o isolamento é a etapa sequencial à separação, que visa obter substância/grupo de substâncias de interesse cosmético. Muitas vezes são obtidas em mistura com interferentes, como enzimas, proteínas, metais, solventes, corantes que comprometem sua ação e devem passar pelo processo de purificação, visando sua separação das demais, a elevação de seu teor e a potencialização de sua ação e/ou viabilização de uso, quando incorporada no produto cosmético. Os mesmos métodos descritos para a separação podem ser utilizados para a purificação e devem ser empregados de forma racional para ter rendimento adequado.

Tabela 26 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 0 0 0

APS 6 1 0

UG 4 9 10

Tabela 25 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 6 0 0

APS 3 6 0

UG 1 4 10

Métodos de separaçãoBrasil

Métodos de separaçãoMundo

Apê

ndic

es

Page 324: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

324

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 3: Modificação/Otimização de moléculas

Descrição: os princípios ativos isolados e purificados podem apre-sentar ação cosmética limitada, causar risco à saúde do consumidor (nas concentrações convencionais de uso), dificuldade de incorporação nas formulações conven-cionais, problemas de estabilidade, dentre outros. Este fato pode exigir a modificação da estrutura da mo-lécula visando sua otimização de uso e contornando problemas das moléculas originais, além de descobrir benefícios adicionais com seu uso. Trabalha com méto-dos de reações enzimáticas, químicas e/ou a incorpora-ção em sistemas nanoestruturados.

Tabela 28 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 0 0 0

APS 8 1 1

UG 2 9 9

Tabela 27 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 7 0 0

APS 3 6 1

UG 0 3 9

Métodos de separaçãoBrasil

Métodos de separaçãoMundo

Page 325: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

325

Tópico 4: Biotecnologia

Descrição: conjunto de conhecimentos que permite a utilização de material biológico de plantas e animais (organismos, células, organelas, moléculas) para fins de obter matérias-primas e insumos utilizados nas formulações cosméticas. Abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (anatomia, fisiologia, embrilogia, imunologia, biologia molecular, microbiologia, genética, genômica, embriologia etc.); a ciência aplicada (química, bioquímica, farmacotécnica, cosmetologia) e outras tecnologias (informática e controle de processos).

Tabela 30 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 4 2 0

APS 5 4 2

UG 0 4 8

Tabela 29 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 4 2 0

DE 5 3 2

APS 0 5 5

UG 0 0 3

Modifi cação/ Otimização de moléculas

Brasil

Modifi cação/ Otimização de moléculas

Mundo

Apê

ndic

es

Page 326: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

326

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 5: Nanotecnologia

Descrição: ciência multidisciplinas que pesquisa as substâncias nos níveis atômico, molecular ou macromolecular na faixa de dimensões entre 1 e 100 nanômetros. Em alguns casos, a dimensão crítica para a observação de novas propriedades e fenômenos dos produtos de base nanotecnológica pode-se encontrar abaixo de 1 nm ou acima de 100 nm. A utilização de matérias-primas e insumos obtidos por nanotecnologia pode alterar as características físicas, físico-químicas e químicas das formulações, visando atingir características sensoriais mais adequadas, bem como atingir/intensificar ações específicas.

Tabela 32 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 1 1 0

DE 4 1 2

APS 6 8 3

UG 1 3 8

Tabela 31 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 1 0

PA 8 2 2

DE 3 7 2

APS 1 2 5

UG 0 1 4

BiotecnologiaBrasil

BiotecnologiaMundo

Page 327: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

327

1.4 Tema: Qualificação

Descrição: envolve a identificação e quantificação dos componentes do produto cosmético ou produto final, como: matéria-prima/princípio ativo (origem sintética, semi-sintética isolada ou combinadas), considerando o extrato vegetal natural e de biotecnologia de origem vegetal, animal e microbiana.

Tópico 1: Métodos físicos

Descrição: características organolépticas (aspecto, cor, odor, sabor e características de avaliação do produto, como pegajosidade, deslizamento, sensação de secura, etc.), dureza, viscosidade,

Tabela 34 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 2 1 0

DE 5 1 2

APS 3 5 2

UG 3 6 9

Tabela 33 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 9 2 1

DE 1 8 2

APS 2 1 7

UG 0 2 2

NanotecnologiaBrasil

NanotecnologiaMundo

Apê

ndic

es

Page 328: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

328

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

ponto de fusão, ponto de quebra, tempo de formação de filme, teor de base livre, dentre outros.

Tópico 2: Métodos físico-químicos

Descrição: valor de pH

Tabela 37 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 3 1 0

DE 4 3 1

APS 4 3 3

UG 4 7 10

Métodos físico-químicosBrasil

Tabela 36 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 1 0

DE 0 0 0

APS 10 3 1

UG 4 11 14

Tabela 35 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 4 1 0

DE 6 4 1

APS 4 5 4

UG 1 5 10

Métodos físicosBrasil

Métodos físicosMundo

Page 329: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

329

Tópico 3: Métodos químicos

Descrição: determinação do teor do princípio ativo e de conser-vantes, por métodos sensíveis como: espectrofotomé-tricos, cromatográficos e termoanalíticos.

Tabela 38 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 1 0

DE 0 1 1

APS 7 1 1

UG 7 12 13

Métodos físico-químicosMundo

Tabela 40 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 0 0 0

APS 9 3 2

UG 6 12 13

Tabela 39 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 8 3 1

APS 4 6 4

UG 3 6 10

Métodos químicosBrasil

Métodos químicosMundo

Apê

ndic

es

Page 330: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

330

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 4: Métodos microbiológicos

Descrição: doseamento de substâncias ativas, determinação da concentração mínima inibitória (MIC) e Teste de Eficácia do Sistema Conservante (Challenge Test).

Tópico 5: Avaliação toxicológica in vitro

Descrição: cultura celular (queratinócitos, adipócitos, melanócitos, células imortalizadas, epiderme e derme equivalente), Hens Egg Test Choriallantoic Membrane (Het-Cam), Permeabilidade e Opacicidade da Córnea Bovina (BCOP), permeação e penetração cutânea (modelos de membrana sintética, pele de porco, humana, ex-vivo, cobra), dentre outros.

Tabela 42 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 1 0

DE 0 0 0

APS 9 4 1

UG 5 10 14

Tabela 41 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 2 3 0

DE 7 2 2

APS 2 5 2

UG 3 5 11

Métodos microbiológicosBrasil

Métodos microbiológicosMundo

Page 331: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

331

Tópico 6: Avaliação in vivo

Descrição: métodos de avaliação de segurança em animais (testes pré-clínicos), como irritação cutânea aguda e acumulada, ocular, alergia (sensibilização cutânea), fotosensibilização, fotoirritação, dentre outros.

Tabela 44 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 2 1 1

DE 5 4 0

APS 5 5 4

UG 3 5 10

Tabela 43 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 2 0 0

PA 8 4 2

DE 5 8 4

APS 0 3 5

UG 0 0 4

Avaliação toxicológica in vitroBrasil

Avaliação toxicológica in vitroMundo

Tabela 45 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 5 2 1

PA 2 3 1

DE 4 4 5

APS 3 4 3

UG 1 2 5

Avaliação in vitro Brasil

Apê

ndic

es

Page 332: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

332

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 7: Avaliação de funcionalidade in vitro

Descrição: atividade fotoprotetora, antioxidante, cultura celular (queratinócitos, adipócitos, melanócitos, células imorta-lizadas, epiderme e derme equivalente), atividade enzi-mática, permeação e penetração cutânea (modelos de membrana sintética, pele de porco, humana, ex-vivo, cobra), dentre outros.

Tabela 46 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 1 1 1

PA 1 0 0

DE 5 4 1

APS 6 5 4

UG 2 5 9

Avaliação in vitroMundo

Tabela 48 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 3 1 0

DE 4 3 1

APS 6 5 3

UG 1 5 10

Tabela 47 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 3 0 0

PA 7 4 1

DE 4 7 3

APS 0 3 4

UG 0 0 6

Avaliação toxicológica in vitroBrasil

Avaliação toxicológica in vitroMundo

Page 333: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

333

Tópico 8: Avaliação de segurança in vivo

Descrição: métodos de avaliação de segurança em humanos (ir-ritabilidade dérmica aguda e acumulada, ocular, fo-tosensibilização e fotoirritação, acnegenicidade, co-medogenicidade, sensibilidade cutânea (alergia) e teratogenicidade, perda de água transepidermal, hi-dratação cutânea, valor de pH cutâneo, dentre outros.

Tópico 9: Avaliação da eficácia in vivo

Descrição: hidratação, perda de água transepidermal, pigmentação cutânea, relevo cutâneo, temperatura e topografia cutânea, valor de pH e de oleosidade, efeito tensor, dentre outros.

Tabela 50 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 2 0 0

DE 3 2 1

APS 7 6 3

UG 3 7 11

Tabela 49 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 3 1 0

PA 5 3 1

DE 2 5 4

APS 4 4 5

UG 1 2 5

Avaliação de segurança in vivoBrasil

Avaliação de segurança in vivoMundo

Apê

ndic

es

Page 334: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

334

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

2. Tecnologias do Processo de Produção

Tópico 1: Redução do consumo de energia

Descrição: envolve as diversas fontes de energia como elétrica, do sol, queima de combustível por máquinas e/ou equipamentos como motores, bombas, misturado-res e outros equipamentos. O setor cosmético não é grande consumidor de energia, em função das carac-terísticas dos processos produtivos, sendo a maioria das etapas realizadas à temperatura ambiente. Existe uma relação estreita com o tipo de fonte de energia utilizada e o impacto ambiental gerado.

Tabela 52 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 0 1 1

APS 8 4 2

UG 5 9 11

Tabela 51 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 0 1 0

DE 8 4 1

APS 3 5 5

UG 2 4 8

Avaliação da efi cácia in vivoBrasil

Avaliação da efi cácia in vivoMundo

Page 335: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

335

Tópico 2: Redução do uso de água

Descrição: a água é uma das principais matérias-primas na fabricação de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, em função das formulações que normalmente a empregam em proporção elevada. Também é utilizada em sistemas de res-friamento, na geração de vapor, bem como em procedimen-tos de limpeza e sanitização de máquinas, equipamentos, tubulações de transferência e mangueiras. Pode ser oriunda da rede pública e de recursos hídricos subterrâneos.

Tabela 54 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023PB 0 0 0PA 2 0 0DE 7 3 1APS 4 4 4UG 0 5 7

Tabela 53 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023PB 0 0 0PA 11 1 0DE 2 10 3APS 0 1 8UG 0 0 1

Redução do consumo de energia Brasil

Redução do consumo de energia Mundo

Tabela 55 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 3 0 0

PA 9 4 2

DE 1 7 3

APS 0 1 6

UG 0 0 1

Redução do uso de águaBrasil

Apê

ndic

es

Page 336: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

336

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 3: Tratamento de resíduos

Descrição: envolve as etapas relacionadas com os resíduos gerados dos processos produtivos do setor cos-mético, como: processo de coleta, manipulação, controle, armazenamento, transporte, tratamen-to e destinação final dos resíduos industriais, desde o seu ponto de geração até o descarte fi-nal. É importante salientar que o tratamento de resíduos apresenta impacto ambiental e se rela-ciona com a cadeia econômica, social e reflete a imagem da empresa.

Tabela 56 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 3 1 1

DE 6 4 0

APS 3 4 5

UG 1 3 6

Redução do uso de águaMundo

Tabela 57 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 2 0 0

PA 8 3 1

DE 3 7 1

APS 0 2 7

UG 0 0 2

Tratamento de resíduosBrasil

Page 337: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

337

Tópico 4: Biossegurança

Descrição: “conjunto de ações voltadas para a prevenção, mi-nimização ou eliminação de riscos inerentes às ati-vidades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvi-mento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados”. Possui caráter interdisciplinar, envolve conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos.

Tabela 58 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 7 3 0

APS 3 3 2

UG 2 6 10

Tratamento de resíduosMundo

Tabela 59 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 10 3 0

DE 2 6 5

APS 1 2 4

UG 0 1 3

BiossegurançaBrasil

Apê

ndic

es

Page 338: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

338

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

3. Tecnologias para Produtos FinaisFamiliares a Especialistas

3.1 Tema: Mercado

Descrição: envolve todos os aspectos relacionados ao mercado de produtos cosméticos, intrínsecos ao ambiente externo relacionado.

Tópico 1: Considerando fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais

Descrição: envolve todos os fatores da economia (distribuição de renda, disponibilidade de postos de trabalho, comprometimento da renda na compra de cosméti-cos), cultura (influência das artes, música, religião), característica social (raças – tipos de pele e de cabe-lo, estratificação das classes, relacionamento entre as pessoas, cuidado pessoal) e ambiental (cuidado e preocupação envolvidos nos diversos aspectos, como água, animais, plantas e ar) particulares do Brasil e do mundo que impactam no desejo e iniciativa do consu-midor em adquirir o produto cosmético.

Tabela 60 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 6 2 1

APS 4 6 4

UG 2 4 7

BiossegurançaMundo

Page 339: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

339

Tópico 2: Cosmético étnico

Descrição: envolve as particularidades das formulações que originam produtos específicos e adaptados para as diversas raças (etnias), considerando as características de pele e cabelo, como negra, hispânica, oriental, dentre outras.

Tabela 62 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 0

DE 3 1 1

APS 6 4 2

UG 2 5 7

Tabela 61 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 3 1 0

DE 5 3 1

APS 3 6 7

UG 0 1 3

Considerando fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais Brasil

Considerando fatores econômicos, sociais, ambientais e culturais Mundo

Tabela 63 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 1 0

PA 3 1 0

DE 6 3 3

APS 2 4 4

UG 1 4 6

Cosmético étnicoBrasil

Apê

ndic

es

Page 340: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

340

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 3: Cosmético personalizado/individualizado

Descrição: cosmético específico para cada pessoa, considerando as particularidades de pele e cabelo. Este tipo de produto leva em conta a diversidade étnica de cada país e o desejo do consumidor de ter um cosmético adequado/específico para seu uso.

Tabela 64 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 2 1 0

DE 3 1 2

APS 6 5 0

UG 2 6 11

Cosmético étnico Mundo

Tabela 66 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 1 1 0

PA 5 1 0

DE 4 5 2

APS 2 4 5

UG 1 2 6

Tabela 65 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 5 2 0

PA 4 5 3

DE 3 3 4

APS 0 2 3

UG 1 1 3

Cosmético personalizado/individualizado Brasil

Cosmético personalizado/individualizado Mundo

Page 341: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

341

Tópico 4: Produtos multifuncionais

Descrição: são cosméticos que apresentam diversas ações de forma simultânea quando aplicados na pele e cabelos, como: hidratação, fotoproteção, pigmentação, emoliência, aumento dos lábios, preenchedores de rugas, alisamento e/ou tintura capilar e condicionamento, dentre outros. Sua ação baseia-se na composição de suas formulações, normalmente rica em diversos componentes ativos/insumos.

Tabela 68 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 0 0 1

DE 3 3 0

APS 7 5 2

UG 3 5 10

Tabela 67 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 1 0 0

PA 2 2 0

DE 6 4 3

APS 4 3 2

UG 0 4 8

Produtos multifuncionaisBrasil

Produtos multifuncionaisMundo

Apê

ndic

es

Page 342: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

342

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 5: Produção de embalagens (funcionais e atrativas)

Descrição: envolve todas as áreas de produção da embalagem primária (em contato com o produto cosmético, como vidro, plástico, metal) e a secundária externa (papelão, tecido e não tecido), que deve apresentar aspectos funcionais, possibilitando sua praticidade, divulgação da marca e dos claims propostos de forma clara e objetiva, além da economia do produto; e sua atratividade, fator de importância na atração e decisão do consumidor em adquirir o cosmético.

Tabela 70 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 2 2 0

APS 5 4 3

UG 4 6 9

Tabela 69 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 4 0 0

DE 5 6 2

APS 2 3 5

UG 1 3 5

Produção de embalagens (funcionais e atrativas)

Brasil

Produção de embalagens (funcionais e atrativas)

Mundo

Page 343: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

343

Tópico 6: Produção de embalagens para o mercado massivo

Descrição: envolve todos os aspectos apontados na produção de embalagens práticas e atrativas, agregado ao conceito de distribuição ao mercado massivo, ou seja embalagens de tamanhos diversos e econômicas que serão distribuídas em grandes redes e lojas de vendas de produtos cosméticos.

Tabela 71 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 6 2 1

APS 2 7 5

UG 3 3 6

Produção de embalagens para o mercado massivo

Brasil

Tabela 72 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 1 1 1

APS 5 3 3

UG 5 8 8

Produção de embalagens para o mercado massivo

Mundo

Apê

ndic

es

Page 344: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

344

Relatório Prospectivo Setorial – Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e CosméticosEstudo Prospectivo

Tópico 7: Reciclagem de embalagens

Descrição: envolve todos os procedimentos referentes à recicla-gem de diversos materiais utilizados nos produtos cos-méticos, como papel, vidro, metal e plástico, visando sua reutilização. As estratégias adotadas estão relacio-nadas com a integração social da empresa e o cuidado que possui com o meio ambiente que a cerca.

Tabela 74 – Síntese da consultaMundo 2013 2018 2023

PB 0 0 0

PA 1 0 0

DE 4 1 0

APS 8 5 3

UG 0 7 10

Tabela 73 – Síntese da consultaBrasil 2013 2018 2023

PB 2 0 0

PA 5 2 1

DE 5 4 1

APS 1 6 4

UG 0 1 7

Reciclagem de embalagensBrasil

Reciclagem de embalagensMundo

Page 345: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Page 346: Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
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