Hipóteses da Psicogêse da Língua Escríta

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ALFABETIZA Ç ÃO P r o f e s s o r a A n n e C u n h a S i l v e i r a E.M.E.F. José Carlos Ferreira – Guaíba/RS www.facebook.com/escolajcf

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Abordagem teórica. Sugestões para avanço entre os níveis da Psicogênese da língua escrita. A importância da afetividade e a contribuição da neurociência no processo. Atividades, jogos e dinâmicas de incentivo profissional.

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ALFABETIZAÇÃOP r o f e s s o r a A n n e C u n h a S i l v e i r a

E.M.E.F. José Carlos Ferreira – Guaíba/RS

www.facebook.com/escolajcf

A nota de R$ 100,00

• Dinâmica da nota de R$ 100,00!!

Sugestões para avanço entre as hipóteses da Psicogênese da Língua escrita segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky.

Contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon e demais teóricos para a aquisição da Linguagem Escrita.

• “Como a construção de sentido passa

pela afetividade, é difícil reter algo novo quando ele não nos afeta.”

Laurinda Ramalho de Almeida baseda em conceitos de Wallon

(Estudos recentes sobre a Neurociência)

• “Como professor devo saber que

sem a curiosidade que

me move,que me inquieta ,que me

insere na busca,não

aprendo nem ensino.”

Paulo Freire em Pedagogia da autonomia

• “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”.

Em “A Importância do Ato de Ler”.

• “Não há vida sem correção, sem retificação”.

• “Nós podemos reinventar o mundo. Mudar é difícil, mas é possível

Em Pedagogia da Autonomia

• A criança, para Henri Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O autor estudou a criança contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas condições de existência.

Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros. Nas interações cotidianas, a mediação com o adulto acontece espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das situações imediatas.

Emília Ferreiro

A psicolinguista argentina

desvendou os mecanismos

pelos quais as crianças

aprendem a ler e escrever.

Ana Teberosky

A autora afirma que:

• “Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo em termos de alfabetização.”

As autoras não propõem nenhum

método pedagógico, mas

revelam os processos de aquisição e

elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela

aprende.

Tanto as descobertas

de Piaget como as de Emília levam à conclusão

de que as crianças têm

um papel ativo no

aprendizado.*Freire em Pedagogia da Autonomia

também aborda este aspecto

Segundo Piaget, cada salto cognitivo depende

de uma assimilação e de uma acomodação dos esquemas internos, que necessariamente

levam tempo.

Adaptação: O balanço entre assimilação e acomodação

• Assimilação: As crianças colocam novos eventos em esquemas existentes. O indivíduo usa as estruturas que já possui.

• Acomodação: A criança cria um novo esquema através do novo estímulo ou modifica um estímulo já existente de modo que o novo possa ser incluído nele.

É imprescindível que o professor alfabetizador descubra o que cada aluno sabe sobre o sistema de escrita. Isto

permite que as intervenções sejam adequadas à diversidade de saberes da turma. (Diagnóstico)

Sondagem (Teste de níveis)• É recomendável que seja

feita individualmente com cada aluno.

• O teste deve constar de quatro palavras do mesmo grupo semântico e uma frase.

• As palavras devem ser ditadas por ordem decrescente quanto ao número de sílabas, ou seja, polissílaba, trissílaba, dissílaba e monossílaba.

EXEMPLOS E INSTRUÇÕES:

• Grupos semânticos: as palavras devem estar agregadas por uma unidade de sentido para as crianças. Ex.:

• Corpo humano: cotovelo, cabeça, boca e mão. Frase: O menino coçou a cabeça.

• Materiais escolares: apontador, caneta, lápis e giz. Frase: A caneta é azul.

• Animais: Elefante, girafa, sapo e boi. Frase: O sapo mora na lagoa.

• As frases devem ser simples para minimizar efeitos de tensão.

• Ao ditar as palavras, o professor não deve “silabá-las” (e-le-fan-te).

• O som inicial não deve receber ênfase (sssssssapo)

• A criança deve ter a impressão de que está realizando uma tarefa qualquer.

• Ao término da escrita de cada palavra, a criança pode ser solicitada a ler o que escreveu. Esta intervenção contribui para o diagnóstico preciso do professor.

AS QUATRO HIPÓTESES

Pré-silábicaOs alunos não percebem a escrita como uma

representação da língua falada.

É caracterizada por dois níveis:

Nível 1Não estabelecem vínculo entre a fala e a escrita.

Usam desenhos, garatujas e rabiscos para escrever.

Supõem que a escrita representa os objetos e não seus nomes (coisas grandes têm nomes grandes, coisas pequenas têm nomes pequenos). É o que chamamos de Realismo Nominal.

Usam letras do próprio nome ou letras e números nas palavras.

Nível 2Começam a desvincular a escrita das imagens e números das letras.

Utilizam letras aleatórias, geralmente presentes em seus próprios nomes.

Constroem dois princípios organizadores básicos:

1º: É preciso uma quantidade mínima de letras para que algo esteja escrito (em torno de três).

2º: É necessário que haja uma variedade de caracteres para que se possa ler.

SilábicaJá supõem que a escrita representa a fala.

Para cada sílaba oral, atribuem uma grafia.

Em frases, podem escrever uma letra para cada palavra.

Também pode ser dividida em dois níveis:

Nível 1: Silábico sem valor sonoro

Representam cada sílaba por uma

única letra qualquer.

O que escrevem ainda não tem

correspondência com o som

convencional daquela sílaba.

Érik, 5 anos.

As autoras relatam que ele propõe,

sistematicamente, tanto

CARACTERES circulares como sílabas para a

escrita.

Nível 2Silábico com valor sonoroCada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.

Em geral representada pela vogal, mas não exclusivamente.

Silábico-alfabéticaA hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição.

A criança trabalha simultaneamente com as hipóteses silábica e alfabética.

AlfabéticaO aluno já compreendeu o sistema de escrita, entendendo que cada um dos caracteres da palavra corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba.

Domina, ou não, as convenções ortográficas.

Intervenções

Brincadeiras, jogos e materiais manipulativos como estímulo à aquisição da linguagem

• “Ao brincar, a criança se mostra por inteira: expressa suas emoções, mostra a forma como interage com os colegas jogadores, evidencia seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguístico, sua formação moral.”

Fernanda Fornari Vidal

HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA

A importância do próprio nome• “Saber escrever o próprio nome é um valioso

conhecimento que fornece às crianças um repertório básico de letras que servirá de fonte de informação para produzir outras escritas.”

*Referencial curricular nacional para a educação infantil

LISTAGEM DE NOMES

Estimular os alunos para que

cada um reconheça o seu próprio nome e os nomes dos

colegas.

ASPECTO SONORO DAS LETRAS

• Quando ocorre a identificação sonora, os alunos começam a compreender que a escrita contém partes sonoras da fala.

• As pseudoletras são substituídas pela aquisição dos conceitos de grafema e fonema.

DISTINÇÃO ENTRE NÚMEROS , LETRAS E OUTROS SÍMBOLOS

CONTAGEM DE SÍLABAS

Através de palmas ou tampinhas, professora e alunos contam o “número de pedacinhos” que a palavra possui.

BOLICHE DO ALFABETO

Ao derrubar a garrafa, a

criança deve pronunciar

o som da letra e

falar uma

palavra que

inicie com

a mesma.

ALFABETO MÓVEL

HISTÓRIAS CONTADAS PELA PROFESSORA

BINGO DE LETRAS

CAIXA SURPRESAA professora guarda um objeto: brinquedo, material escolar, bichos de pelúcia...

Os alunos tentarão adivinhar o que tem na caixa através das dicas dadas pela professora.

Neste momento, vários aspectos podem ser observados: letra inicial, som, função do objeto...

Esta atividade estimula sobretudo a linguagem oral.

“A fala da criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo.”

Vygotsky

SORTEIO DE LETRAS

O aluno sorteia uma letra e pronuncia o som, o nome da letra e alguma palavra iniciada por ela.

Pode ser feita a contagem de sílabas através de palmas.

ATIVIDADES COM RÓTULOS

JOGO DAS INICIAISEscolher determinado tema (animais, brinquedos, doces, material escolar, personagens de desenhos, fotos dos colegas da turma...) e para cada item, a criança fará a relação com a letra inicial.

QUEBRA-CABEÇA

MEU DICIONÁRIOOs alunos

confeccionarão um dicionário

ilustrado com nomes e gravuras

retiradas de revistas ou

desenhadas.

• A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio.

(Fruto de investigações neurológicas recentes sobre o funcionamento cerebral.)

Revista Nova Escola junho/julho 2012

Desenhos infantis, filmes, cantigas, animais, frutas, materiais escolares entre outros, são itens que

compõem o dia a dia dos nossos alunos!

VARAL MUSICAL

IDENTIFICAÇÃO DE LETRAS E PALAVRAS EM TEXTOS CONHECIDOS (músicas)

HIPÓTESE SILÁBICA

O aluno deve reconhecer as letras no contexto das sílabas.

JOGO DA MEMÓRIAFIGURA / PALAVRA

CAÇA-PALAVRAS

CRUZADINHA

ATIVIDADES ANTERIORES :

• Meu dicionário

• Atividades com rótulos

• Identificação de palavras em textos

• Ouvir e compreender histórias

• Reconhecer a letra inicial das palavras

• Desmembrar oralmente as palavras em sílabas.

OUTRAS ATIVIDADES• Contar o número de letras das palavras

• Pesquisa de palavras em jornais e revistas

• Listagem de palavras

• Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e maiúscula.

• Completar as palavras com as sílabas faltantes.

HIPÓTESE SILÁBICO-

ALFABÉTICA E ALFABÉTICA

JOGO DA FORCA

PALAVRA SECRETA

TEXTO FATIADO

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO FATIADO TOMI BOLINHA.

OUTRAS ATIVIDADES• Leitura de textos de seu nível.

• Observação da segmentação de palavras no texto.

• Construção de frases.

• Completar textos com palavras.

• Jogo do Stop.

• Leitura oral de histórias para a turma.

CONTATO COM VÁRIOS PORTADORES TEXTUAIS

ALGUMAS SUGESTÕES

PORTA-LIVROS

CAIXAS ENCAPADAS PARA ARMAZENAGEM DE JOGOS

DADOS

A BARATA DIZ QUE TEM...

HAVIA UMA BARATA E PIRULITO QUE BATE, BATE...

A CANOA VIROU...

RIMAS: RECORTAR E COLAR.

O que está ocupando o meu coração?Onde está o nosso tesouro,

também está o nosso coração!E a nossa boca fala

do que ele está cheio!

Dinâmica: O que está ocupando os nossos

corações?

A g r a d e c i m e n t o s• A Deus pelo Amor que há no coração dos que me cercam e

também no meu!• À Secretaria Municipal de Educação: Professora

Supervisora Margareti e equipe por intensificarem o meu interesse pela alfabetização e fornecerem, com toda a dedicação, as bases deste trabalho.

• À Escola José Carlos Ferreira: diretora Magda, vice-diretora Carla Merêncio e demais componentes da equipe pelo apoio. Colegas professoras: Silvana, Vera Selenti, Rosane Jardim, Neusa Baum, Isabel Toniolo, Sandra Cury, Carmen Lúcia, Cátia Lopes, Michele Moscardini, Ana Beatriz e Vera Righi pela cooperação e solicitude.

• Colega Divane.• Às colegas que Deus me presenteou: mãe: Nelci Cunha,

irmãs: Maria Cristina e Rita Cilene Cunha e minha professorara alfabetizadora Clenir Medronha que cultivaram em meu coração a ideia de que não há vida sem educação!

R e f e r ê n c i a s • FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. 4 ed. Porto Alegre: Artes Médicas,

1991.• FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. 26 ed. São Paulo: Cortez, 2011.• VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2010.• SALLA, Fernanda. Toda a atenção para a Neurociência. Nova Escola, ano XXVII, n° 253, pág. 48 – 55,

junho/julho 2012.• QUESTÕES alfabetização. Disponível em

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/conhecer-nova-turma-431205.shtml. Acesso em 04/06/2012.

• HIPÓTESES. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/teste-hipoteses-de-escrita-dos-alunos.shtml. Acesso em 04/06/2012.

• NÍVEIS conceituais da escrita, modelos de slides, frases, imagens. Disponível em: http://dc122.4shared.com/doc/upV0x813/preview.html

• http://www.slideshare.net/cmyamaral/apresentao-psicognese-da-lngua-escrita• http://sabidinhosdaioio.blogspot.com.br/2011/04/niveis-conceituais-da-escrita.html• http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/94/artigo252538-2.asp• http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/debater-opinar-estimulam-leitura-escrita-

423497.shtml• http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/• http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com.br/2012/03/psicogenese-conhecer-teoria-para-usar.html• http://lereescrevercerto.blogspot.com.br/2008/11/o-teste-das-quatro-palavras-e-uma-frase.html• http://www.webartigos.com/artigos/pedagogia-da-autonomia-paulo-freire/25522/ Acessos em 05/06/12 e

10/09/2012.• QUESTÕES de ensino-aprendizagem. Disponível em:

http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-pedagogicas/PROCESSO%20ENSINO-APRENDIZAGEM/osavancoseosdesafiosdarelacaoensino_aprendizagem.pdf. Acesso em 06/06/2012

• REFLEXÕES sobre o ensino. Disponível em http://www.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm . Acesso em 11/09/2012

• QUESTÕES sobre o Neoliberalismo. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiag/neoliberalismo.htm Acesso em: 14/09/2012.