História ahbv vila real cruz verde 28 01 2011

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A História da Nos Ass Bombeir ssa “CASA” 1 sociação Humanitária dos ros Voluntários de Vila Real - CRUZ VERDE – 1890 - 2011

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A História da Nossa “CASA”

Associação Humanitária

Bombeiros Voluntários de Vila Real

A História da Nossa “CASA” 1890

Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Vila Real - CRUZ VERDE –

1890 - 2011

A História da Nossa “CASA” – 1890 / 2011

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – CRUZ VERDE 1

A História da Nossa “CASA”

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – CRUZ VERDE

Quando Avelino Patena, em 10 de Maio de 1890, participou na reunião que criou uma Comissão Iniciadora da Organização de um Corpo de Bombeiros Voluntários viu cumprido o primeiro objectivo de levar por diante um sonho. Em 1 de Dezembro de 1890 viu concretizado esse sonho com a aprovação dos estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real.

No primeiro dia de Janeiro de 1891, os Bombeiros Voluntários de Vila Real apresentaram-se a toda a cidade e,

a partir desse momento, ininterruptamente durante 120 anos, honram os seus fundadores com a sua acção em prol da população, seguem os mesmos ideais, lutam e são determinados por manter vivo o sonho dos seus fundadores e também o de todos quantos serviram esta Associação.

Nos 120 anos de vidas vividas na “nossa Casa”, para a nossa Casa, para o serviço e socorro de toda a

população incluem-se os Fundadores, tantos e tantos Bombeiros, famílias de Bombeiros, Comandantes, Directores, Sócios, Beneméritos, Amigos, toda a cidade, o concelho, o distrito, o país.

A Associação fez-se de gente valorosa, determinada, ousada, sonhadora e é nessa nossa gente e com esses

valores que todos, ao longo dos tempos, procuramos prosseguir…

Associação Humanitária dos Bombeiros

A História da Nossa “CASA”

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – CRUZ VERDE

INDÍCE

Introdução A Fundação Os Estatutos Os Fundadores O Fundador Avelino PatenaComando e Graduados de 1890Símbolos Condecorações O Quartel Presidentes da Assembleia GeralPresidentes da DirecçãoDirectores Sócios Beneméritos e HonoráriosConselho Geral Comandantes O Corpo de BombeirosCrachás de ouro da LBPActos relevantes do Corpo de BombeirosAs viaturas Quadro de Saúde A Secção de JustesA Fanfarra Aniversários Apoio Social Apoio Educativo Actividade cultural e socialO Desporto Centro RepublicanoServiço Fúnebre Palavras

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3 4 5 6

Fundador Avelino Patena 7 Comando e Graduados de 1890 9

10 16 19

Presidentes da Assembleia Geral 24 Presidentes da Direcção 25

26 Sócios Beneméritos e Honorários 28

29 30

O Corpo de Bombeiros 33 Crachás de ouro da LBP 36 Actos relevantes do Corpo de Bombeiros 37

38 40

A Secção de Justes 41 42 43 47 48

Actividade cultural e social 49 50

Centro Republicano 52 53 54

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INTRODUÇÃO

A NOSSA CASA,

A NOSSA FAMÍLIA “Cruz Verde”

Este pequeno apontamento da “História da Nossa CASA” tem por objectivo dar a conhecer a “CASA” e a “Família Cruz Verde”.

Apresentamos aqui a História da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Real ou Vilarealenses, como era denominada a Associação nos Estatutos, se recuarmos até à Fundação. Foram apelidados de “Voluntários”, também “Bombeiros de Cima” e nas últimas décadas “Bombeiros da Cruz Verde”.

Para muitos dos directores, bombeiros, famílias, sócios a Associação é conhecida e tratada simplesmente pela CASA, pela nossa CASA.

Este é um sentimento que vem de longa data, desde o tempo da fundação e em que o Quartel era a própria casa de Directores e Comandantes. A CASA marcou muitas gerações, todos sentiam a Associação como a sua casa e que todos faziam parte desta família dos Bombeiros Voluntários, desta família que hoje designamos “Cruz Verde”.

Com efeito a CASA era um local de encontro diário de toda a família “Cruz Verde”. Era um local de encontro diário de muitos bombeiros, sócios e suas famílias. Os tempos livres, os momentos de tertúlia, de reuniões, de acções de caridade, o apoio à saúde, o convívio, a cultura, a educação, a formação eram momentos privilegiados na CASA.

A CASA era para muitos a primeira casa, era a que lhe dava a formação, a educação, o desporto, conforto, auxílio médico, auxílio económico, era também quem alegrava os dias tristes de pobreza e de dificuldades com a realização de teatros, os famosos Bailes do Carolina, a projecção de filmes.

A CASA é hoje um local que queremos que todos sintam como sua, que todos defendam e de que sintam orgulho em pertencer, honrando o seu passado e dignificando o presente.

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A FUNDAÇÃO

1 de Dezembro de1890

Consta, em actas da Câmara Municipal, que em 1856 foi criada uma associação

de cidadãos para acudir aos incêndios. Já em 29 de Junho de 1864 foi aprovado um regulamento que transforma essa associação de cidadãos na “Companhia de Bombeiros Municipais”.

Em 27 de Março de 1890, o Presidente da Câmara Municipal, Avelino Patena,

propunha a demissão de vários bombeiros municipais dado que era lastimável o estado em que se encontrava o pessoal de bombeiros municipais, visto que a maior parte das vezes deixavam de comparecer às intimações feitas pelo seu Comandante.

Em 10 de Maio de 1890, perante esta realidade e com o alto patrocínio de Avelino Patena reúne uma Comissão Iniciadora de um Corpo de Bombeiros Voluntários.

Em 15 de Maio de 1890 é nomeado o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários. O primeiro comandante foi Avelino Patena, o 2º Comandante foi o Engenheiro António Gomes Névoa e o Ajudante foi o professor Jayme Coelho.

A pedido dos Bombeiros Voluntários a Câmara Municipal deliberou emprestar-

lhes a 1ª bomba dos “municipais”. Em 1 de Dezembro de 1890, foram aprovados os Estatutos, em Assembleia

Geral, tendo sido assinados pelos seus fundadores. Ainda em Janeiro de 1891 a Câmara Municipal extingue o serviço municipal de

incêndios.

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OS ESTATUTOS

Estatutos da Fundação

1.12.1890

Em 10 de Maio de 1890 reúne uma Comissão Iniciadora de um Corpo de Bombeiros Voluntários. A Comissão Iniciadora era composta por António Gomes Névoa, Presidente; Jaime de Jesus Coelho, secretário; António das Dores Beltrão, Domingos José Ferreira de Macedo, Guilhermino Vieira da Silva, António Romoalde, Narciso Alves Ribeiro Machado e Manuel José de Morais vogais, estando também presentes outros indivíduos.

Nesta data, o Presidente desta Comissão apresentou uma proposta de estatutos,

por ele elaborados, para o futuro corpo de Bombeiros Voluntários.

Os estatutos são aprovados em 1 de Dezembro de 1890 e estiveram em vigor durante 56 anos.

Em 26 de Dezembro de 1946 os estatutos foram reformulados por imposição legal. Estes estatutos vigoraram durante 54 anos.

Em 22 de Maio de 2000 os estatutos foram reformulados para lhes conferir maior actualidade.

Recentemente, em 11 de Agosto de 2009, e por imposição legal, os estatutos foram novamente reformulados, no entanto, só alguns artigos foram alterados.

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Os Fundadores

Avelino Arlindo da Silva Patena António Gomes Nevoa Jaime de Jesus Coelho Narciso Alves Ribeiro Machado Manuel José de Morais Serrão Manuel Teixeira de Aguiar Guilhermino Vieira da Silva Mateus Santos António Correia de Almeida Lucena António Joaquim dos Santos Narciso Mendes Pereira Manuel Rodrigues Romoaldo Joaquim Bernardo Ferreira Joaquim Alves Ribeiro João Dias da Rocha Domingos Ferreira Albano A. Serafim Domingos Varandas de Carvalho António da Costa Campos Rodrigo Henrique Mourão António G. da Silva Samardã António Aires António da Silva Oliveira Manuel José Nogueira Manuel de Jesus Almeida Francisco Lopes dos Santos Manuel António de Carvalho Benedito Gonçalves Fernandes João Botelho Borges de Sampaio António Rodrigues de Almeida Manuel Constantino Borges Rangel Aquiles Sampaio Joaquim Manuel José Inácio Botelho Serafim Taboada Manuel M. de Carvalho Vitorino da Costa Manuel António Teixeira

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O Fundador Avelino Patena

= Retrato oferecido pelo filho =

Dr. Custódio Patena

Avelino Arlindo da Silva Patena Nasceu em 3 de Dezembro de 1865 Filho de Custódio José Inácio, (o Patena) e de Maria do Carmo Cândida dos Santos e Silva Natural de Cepelos, Amarante Presidente de Câmara, negociante e herdeiro, Aos 25 anos foi Fundador e Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Real.

Um dos mais ilustres fundadores e 1º Comandante desta Associação, Avelino

Patena será para sempre reconhecido como principal impulsionador da Associação, tendo adquirido todo o material de incêndios e respectivo fardamento.

«A fundação desta benemérita colectividade deve-se a Avelino Arlindo da Silva Patena, que foi ajudado por um núcleo de 80 rapazes que foram com Patena os sócios fundadores da Associção.

Os seus dois carros, bomba «Jauck» e de ferramentas, foi material comprado por Avelino Patena, na casa «Guilherme Fernandes», do Porto, na data em que o mesmo benemérito fez a encomenda dos fardamentos, feitos na célebre alfaiataria «Amieira».

Todas estas despesas avultadíssimas foram pagas por Avelino Patena, adiantadamente, ficando resolvido pagar-lhe, metade pelo cofre da Câmara, e o restante por subscrição pública. Afinal, nunca recebeu um ceitil, sabendo-se também que a Corporação lhe absorveu muito mais dinheiro, que de igual forma perdeu.

Com tudo isto, o benemérito Comandante de tal forma desfalcou a sua fortuna, que passados breves anos, depois de haver também exercido as altas funções de Presidente da Câmara Municipal, foi forçado a emigrar para S.Tomé.

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Em Novembro de 1889, concorre pelo Partido Progressista à Câmara Municipal e torna-se Presidente da Câmara, por eleição dos seus pares, em Janeiro de 1890. Exerce a presidência durante apenas 16 meses. Funda a Corporação de Bombeiros Voluntários de Vila Real. A sua acção na fundação dos Bombeiros Voluntários aproximou-o dos republicanos, dado que os seus órgãos sociais eram constituídos maioritariamente por personalidades desta área política. A Câmara Municipal é dissolvida em 12 de Maio de 1891. Avelino Patena gasta uma boa parte da sua fortuna com a aquisição de equipamento para os Bombeiros Voluntários. Em 1894, com 28 anos de idade, emigra para a ilha de São Tomé. Regressa a Vila Real em 1900 e participa nas celebrações do 10°.aniversário da fundação dos Bombeiros Voluntários. Em 1932, quando a Câmara de então, presidida pelo Dr. Júlio António Teixeira, delibera dar o nome de Avelino Patena à que então se chamava Travessa 31 de Janeiro e fora anteriormente Travessa de São Paulo, onde morou. Em 1 de Janeiro de 1941, no 50° aniversário da fund ação da Corporação de Bombeiros Voluntários de Vila Real, é colocada uma placa evocativa na sua casa.

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Nomeação

do Comando e Graduados

em 15 de Maio de 1890

3ª Secção – 1 de Maio de 1902

1º Comandante

2ºComandante

1º Ajudante do corpo e secretário do comandante

2ºAjudante do corpo

1ºChefe de Divisão, Porta-Bandeira

1º Chefe de Divisão

2º Chefe de Divisão

1º Ajudante de secção

2º Ajudante de secção

1ºChefe de secção (Bomba)

2ºChefe de secção (agua e mangueiras)

3ºChefe de secção (escadas e salvados)

4ºChefe de secção

Ajudante da 2ª secção

Ajudante da 3ªsecção

1º agulheta

2º agulheta

Ajudante do 1º Agulheta

Ajudante do 2º Agulheta.

1º Chefe da secção de ambulância

1º Chefe da secção de musica

Architecto

Avelino Arlindo da Silva Patena

António Gomes Névoa (engº)

Jayme de Jesus Coelho (prof.)

Guilhermino Vieira da Silva

António Ferreira Viana

Narciso Alves Ribeiro Machado

António da Costa e Silva Tojeira

António Pedro Feliz

Manoel Teixeira d´Aguiar

Manoel José de Moraes

Domingos José Ferreira de Macedo

Manoel António de Carvalho.

António Rodrigues Romoaldo

Manoel Constantino Borges

João da Costa Moraes

Luiz José Claro da Fonseca,

António das Dores Beltrão;

João Botelho Borges de Sampaio,

António Coreia d´Almeida Lucena

José Ignacio Botelho

Manoel António Teixeira

António Gomes Névoa

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OS SÍMBOLOS

A designação

“Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Vilarealenses”

“Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Vila Real”

No longínquo primeiro de Dezembro de 1890 foi fundada a Associação

Humanitária dos Bombeiros Voluntários Vilarealenses. Apesar desta designação estatutária era também denominada por Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real. As duas designações coexistiram, sendo referidas, em simultâneo, nos livros de actas da época.

Em 3 de Setembro de 1928, a denominação da Associação foi alterada para

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real e Cruz Verde «Comendador Botelho».Este facto fica a dever-se à criação desta Secção de Saúde, cujo Comendador Botelho que foi o seu benemérito.

Já em 11 de Agosto de 2009, a denominação foi alterada, em virtude de haver necessidade de ser simplificada, pelo que passou a designar-se Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real - CRUZ VERDE.

A Corporação era conhecida como a dos “Voluntários”, a dos “Bombeiros de Cima” e a partir de 1981 com o incremento do Comandante José Pinto, passou a ser conhecida como a dos “Bombeiros da Cruz Verde” ou simplesmente “Cruz Verde”.

O símbolo “Cruz Verde”, ganhou relevância e passou deste modo a identificar a

nossa Associação. Como curiosidade é de referir que esta secção de saúde precede a antiga secção de saúde “Estrela Vermelha” fundada em 1921.

“Voluntários”, “Bombeiros de Cima” ou “Bombeiros da Cruz Verde” identificam-

nos quando socorremos e quando salvamos, são sinónimos da determinação, da coragem e da formação que nos distingue e nos torna um símbolo dos Bombeiros, desde a fundação até à actualidade.

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A Bandeira

Bandeira da Fundação

Bandeira “Fernanda”

Nos estatutos de 1890, começamos com uma bandeira branca tendo ao centro

um escudete azul no qual era bordado a ouro o emblema da Associação. Mais tarde, já por volta de 1964, o Chefe Artur e o Chefe Simão incluem na

bandeira, no escudete e por trás das letras V e R uma Cruz Verde, símbolo da Saúde. Actualmente, a bandeira oficial é de cor dourada e o escudete mantém o azul.

(*)

As restantes bandeiras (*) têm a cor amarela e o azul do escudete tem um azul

muito desbotado.

Simbólica é a outra nossa bandeira FERNANDA, que se diz ter sido bordada pela própria esposa do ilustre Carvalho Araújo, o qual tinha familiares que foram directores da Associação. Esta bandeira tem como curiosidades a “Estrela Vermelha”, símbolo do quadro de saúde e uma âncora que é simbologia típica da marinha.

A bandeira foi baptizada por D. Ester, esposa de Carvalho Araújo a convite da

Associação. A cerimónia decorreu em 1931, aquando da inauguração da estátua de Carvalho Araújo.

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um Poema à BANDEIRA E tu, Bandeira Gloriosa Símbolo da Paz e do amor Na tua fronte majestosa Brilha a luz do Sol criador. À tua passagem triunfal, Tudo se curva e descobre, Logo um sorriso divinal Envias, ao rico e ao pobre. Teus soldados valorosos No combate aos elementos Têm fama, são ditosos, E que o diga os fortes ventos. Busquem no Céu, não na terra Prémio digno aos teus feitos Que o de lá, valor encerra, E o de cá, só tem defeitos. Brilha já no horizonte A Coroa mais subida Que há-de cingir tua fronte Minha bandeira Querida. Vila Real, 19 de Janeiro de 1947 Luiz Mateus Granjo - 1ºPatrão

A bandeira e a propósito de um incêndio

Um dos maiores incêndios em que a técnica e coragem dos Bombeiros Voluntários foram postas à prova, deu-se em 2 de Janeiro de 1894, pelas 3 horas da manhã, no Cimo do Campo, hoje Praça Luís de Camões, num prédio pertencente a Manuel Samardã, pai de Adelino e António Samardã.

Todo o prédio foi devorado por este violento

incêndio, não podendo os Voluntários salvar coisa alguma do seu recheio, limitando-se a circunscrevê-lo, no que tiveram de empregar tais esforços que todo o seu material ficou extremamente deteriorado.

Por esta razão, o povo de Vila Real, várias

colectividades, autoridades civis e militares e os estudantes do nosso liceu, organizaram um bando precatório a fim de se conseguirem fundos necessários para reparar o material danificado.

Na mesma altura e num gesto altamente humanitário e dignificante, as

senhoras vilarealenses, na mira de angariarem donativos para o mesmo fim, tomam a bandeira da Corporação e percorrem as principais ruas da cidade, recolhendo assim uma importância digna de nota, visto que o povo, sempre generoso, acolheu os bandos precatórios com tal carinho que todo o material pode ser convenientemente reparado.

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O Emblema

O Emblema tem os símbolos dos Bombeiros e está encimado por um capacete. Na Bandeira antiga, nos documentos antigos e na “Pontiac” está voltado para o lado direito, actualmente está voltado para o lado esquerdo.

O Escudete

(no emblema mais antigo apresenta-se o pormenor

Ao longo dos tempos o escudete foi mudando de cor. O azul do tempo da fundação foi substituído pelo vermelho bombeiro em meados dos anos 70. Já mais recentemente e a quando da encomenda de um conjunto de azulejos que está no Salão Nobre, a cor sofreu algumas alterações passando a ser do tom que vigora actualmente.

Foi, entretanto, apresentada uma proposta para que se recupere o tom azul que é o original do escudete e que se pode ver na antiga bandeira e que ainda consta na Bandeira Oficial.

O Distintivo

Os bombeiros têm um distintivo que identifica a Associação. O crachá definido nos estatutos constava de uma chapa de metal branco, em forma de escudete com os cantos superiores em quarto de círculo côncavo, tendo no alto do lado direito um B e no fundo do lado esquerdo VR, ao centro em diagonal da esquerda para a direita VOLUNTÁRIOS. Este distintivo, tinha na parte de trás duas alças por onde passava uma liga de elástico. A quando de incêndio e sempre que o bombeiro se apresentasse à civil, este tirava o distintivo da carteira e colocava-o no braço como se fosse uma braçadeira. O distintivo sofreu, ao longo dos tempos, várias modificações sendo as mais notórias as referentes às cores e materiais.

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Hino O nosso ideal é o bem sublime, Esse sol rutilante dos céus. É luz sagrada que redime E que eleva nossa alma até Deus. Nós temos somente uma esperança Que é a da Glória o maior galardão. Salvar a vida de uma criança, Defender da miséria um irmão. Sempre, sempre avante, Pela vida além Dando a vida até pelo amor do bem. Ó Santa e pura caridade És o anjo. És a força capaz De um dia erguer a humanidade a uma era de glória e de paz.

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Banda de Música “Philarmónica”

Hino da Associação

A Banda de Mateus toca o Hino da

Associação 13.10.2007

Julga-se que o Hino terá quase tantos anos como a Associação Humanitária, podendo ter sido composto e tocado pela Banda “Philarmónica”da Corporação. Esta Banda foi fundada no ano de 1896 conforme consta em acta de 27 de Janeiro de 1896.

A ligação dos elementos da Banda “Philarmónica” à própria Corporação fica demonstrada quando os elementos que a compunham pretenderam fazer parte do corpo activo pelo que lhes foi disponibilizada a Bomba nº2.

Em 30 de Junho de 1899 perante uma dívida desta Associação esta vê-se na

necessidade de pôr à venda os instrumentos da Banda “Philarmónica” , finalizando aqui a vida da Banda da Associação.

Na impossibilidade de ter a sua própria banda a Associação Humanitária passou

a ter a colaboração da Banda de Música de Mateus de onde eram oriundos muitos dos músicos da Banda entretanto extinta.

Era a Banda de Música de Mateus que acompanhava a Corporação de

Bombeiros no desfile de aniversário e em outras ocasiões. O Hino era tocado no dia do aniversário, ao hastear da bandeira, no palco e no final do espectáculo que era realizado nesse dia. Havia elementos da Banda que eram Bombeiros da Corporação e que se fardavam de Bombeiros nesse dia.

No mês de Dezembro, os clarins iam ensaiar com a Banda, quer o Hino, os

toques, mas também uma marcha que no dia de aniversário dedicavam a um elemento dos órgãos sociais, comando, sócio benemérito ou honorário, ou mesmo a um amigo a quem depois da dedicatória solicitavam auxílio económico para a Associação.

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Condecorações

(1) (2)

(3) (4) (5)

(6) (7)

(8) (9) (10)

10.Janeiro.1919

12.Setembro.1920

12.Junho.1931

2.Abril.1932

1.Janeiro.1941

25.Outubro.1944

18.Junho.1956

13.Junho.1990

9.Maio.1991

16.Junho.1991

22.Dezembro.1991

13.Maio.2001 20.Fevereiro.2003

01.Dezembro.2007

- LOUVADA PELA 6.' DIVISÃO MILITAR - DETENTORA DA TAÇA "MORAIS SERRÃO” (1) Certame do 1º Congresso Transmontano de Bombeiros - OFICIAL DA ORDEM MILITAR DE CRISTO (Portaria) (2) - DIPLOMA DE HONRA da AH Bombeiros Voluntários do Porto - MEDALHA DE OURO DA CIDADE (3) - MEDALHA DE OURO de Duas Estrelas da LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES (4) -SÓCIO HONORÁRIO da AH dos Bombeiros Voluntários Espinhenses -MEDALHA DE OURO DE MÉRITO MUNICIPAL (5) -MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DE MÉRITO (6) -CRACHÁ DE OURO DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES (7) -MEDALHA DE HONRA da AHBVSP da Cruz Branca de Vila Real (8) -MEDALHA DE PRATA Federação dos Bombeiros Distrito Vila Real (9) -SÓCIO HONORÁRIO do Clube Automóvel de Vila Real -MEDALHA DE MÉRITO (10) de Protecção e Socorro Grau Ouro Distinção Azul

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10.Janeiro.1919

LOUVADA PELA 6.' DIVISÃO MILITAR

12.Junho.1931

OFICIAL DA ORDEM MILITAR DE CRISTO

LOUVADA PELA 6.' DIVISÃO MILITAR Em 7 de Janeiro de 1919 na véspera do ataque das tropas monárquicas vindas

pela estrada da Régua e que dos altos de Silvela metralharam a cidade, foi mobilizada a Corporação para a defesa da República, pela nota nº8 da 1º repartição do Quartel general da extinta 6ª Divisão do Exército.

Três dias depois, em 10 de Janeiro, foi louvada a Corporação pelo Comando da

6ª Divisão Militar, pelos serviços prestados, durante o ataque efectuado no dia 8 de Janeiro pelas forças monárquicas às ordens da chamada Junta Militar do Norte, contra as da 6ª Divisão, fiéis ao Governo legítimo, como consta da nota nº64 da 1ª República do Quartel General da extinta 6ª Divisão do Exército.

E finalmente, no dia 24 do mesmo mês, quando a grossa coluna de Sá

Guimarães atacou Vila Real do alto de Constantim, aos Bombeiros Voluntários coube a extinção do incêndio da igreja do Calvário, provocado por uma das granadas incendiárias que a artilharia dos atacantes lançou sobre Vila Real. Este acto demonstra uma heróica abnegação, por ser praticada sob o bombardeamento da artilharia.

OFICIAL DA ORDEM MILITAR DE CRISTO

Outra condecoração, a de Oficial da Ordem Militar de Cristo foi colocada na

Nossa Bandeira pelo Presidente da República, à data General Carmona, tendo o Ministro do Interior referido que a homenagem aos homens da paz porque estes arriscam a sua vida pela salvação do próximo (…) é o justo prémio pelos serviços relevantes prestados.

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12.Setembro.1920

DETENTORA DA

TAÇA "MORAIS SERRÃO”

Certame do 1º Congresso Transmontano de Bombeiros

«No dia 12 de Setembro de 1920 a Corporação cobriu-se de louros, bem merecidos, pela perícia demonstrada no 1º Congresso Trasmontano de Bombeiros, para a disputa da «Taça Morais Serrão» e para a qual a Câmara Municipal convidou todas as corporações de bombeiros da província.

A prova circunscreveu-se apenas às duas corporações locais: os Voluntários e

Salvação Pública, que numa casa esqueleto mandada construir pela Câmara Municipal, ao norte do 1º talhão da Avenida Carvalho de Araújo, disputaram com a maior galhardia o prémio que no final foi conferido aos Bombeiros Voluntários.

O júri que presidiu ao certame das competições, era constituído por um

comandante e dois graduados dos Voluntários do Porto, um engenheiro por parte dos Voluntários e outro pelos de Salvação Pública. Os de Salvação estavam representados na sua máxima força (60 bombeiros), e os Voluntários, por divergências de momento, por 26 bombeiros apenas.

A vitória coube aos Voluntários, não tendo sido entregue desde logo a «Taça»

aos vencedores, porque o júri, manifestamente comprometido, nada resolveu de momento para a sua entrega imediata.

Só decorrido um ano, e depois de vários conflitos entre os bombeiros das duas

corporações, se pôs termo à questão, tendo o júri deliberado dar a posse da «taça» aos Voluntários (…). Os Voluntários não mais largaram a «taça», por julgarem e muito bem, que por direito lhes pertencia. E assim terminou a guerra da «Taça Morais Serrão»

por Lourenço de Morais

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O QUARTEL

Quartel onde houve o incêndio

Outro Quartel

A CASA tem a própria história, a história do nosso quartel.

Emblema da Associação, património da cidade, o nosso quartel é um edifício

que espelha a dignidade de quem o sonhou, desenhou, edificou e de quem ao longo de todos estes anos tem dado anos de vida à vida da Corporação.

A CASA teve várias casas que lhe serviam de quartel, uma alugadas, outras

emprestadas. O material ocupava uma casa, as reuniões faziam-se noutras, quase sempre as casas de alguns directores e Comandantes.

Decorria o ano de 1912 quando um terrível incêndio reduziu a cinzas o exíguo

edifício em que estava instalado o quartel, e de que pouco ou nada restou do seu material e arquivo. O quartel ficou reduzido a um montão de escombros, incêndio que se diz originado por uma vela que o quarteleiro deixara acesa por descuido e que propagou o fogo a um colchão.

Este facto insólito fez com que das cinzas renascesse o nosso quartel. A

determinação e coragem de avançar para um quartel digno desse nome foi tal que, no mesmo ano, em 12 de Outubro de 1912 é aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal um pedido da Corporação solicitando a concessão de um terreno do qual anexou uma planta.

A construção de um edifício próprio veio a concretizar-se em acto solene de

lançamento da 1ª pedra do actual Quartel-Sede, em 1 de Janeiro de 1915, consumando-se a sua inauguração em 1 de Janeiro de 1923.

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O Quartel “Albano Silva”

Apesar do lançamento da 1ª pedra, só em 1916 foi apresentada pelo Engº

Joaquim Gaudêncio Rodrigues Pacheco uma planta para construção de uma casa. Este facto conferiu ao edifício uma beleza única para um Quartel de Bombeiros, mas originou que fossem efectuadas algumas alterações à planta. Em 1918 foi colocada a última pedra, consumando-se a sua inauguração em 1 de Janeiro de 1923.

A construção do quartel foi uma empresa enorme para a época. Os recursos

económicos depressa se esgotaram tendo sido obrigada a Associação e emitir obrigações. Esta construção e as inúmeras remodelações e ampliações subsequentes contaram sempre com a ajuda de muitos amigos, também de subsídios e com o contributo de muitos bombeiros e amigos que nunca regatearam a mão-de-obra necessária a construírem o quartel.

Para a construção de tão grande empreendimento foi determinante a vontade, o empenho e esforço do Comandante Adelino Samardã, louvado em 1916 e também do então Presidente da Direcção Albano Silva (foi também 2º e 1º Comandante da Corporação) que tomou para si a realização de tão árdua tarefa.

A acção e o seu dinamismo de Albano Silva em prol da construção do quartel levou a que fosse louvado em 1922 e reconhecido como sócio benemérito.

Mais tarde, em homenagem póstuma, estávamos a 18 de Agosto de 1940, foi descerrado o seu nome no quartel, na presença do seu neto Albano Fernandes da Silva Ribeiro, e feita uma romagem ao cemitério.

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O Quartel

“Albano Silva”

Tomada de posse do Quintal (1976)

Quartel com fachada degradada (1988)

As obras no quartel foram quase sempre permanentes, as necessidades de ampliação assim o exigiam. O quartel foi ganhando novos espaços e em tempos como os da 2ª Guerra Mundial, em que o cimento era racionado, conseguiram-se fazer obras de vulto no quartel.

Já nos anos sessenta e na presidência do Engº Varejão novo incremento de

obras foram realizadas, tendo sido construída a Casa do Quarteleiro. No final dos anos setenta procedeu-se à construção do "Salão Nobre José

Correia", da casa-escola “Chefe Félix”, da parada, do parque de viaturas subterrâneo, de novos gabinetes, do bar, de camaratas. A casa-escola foi construída em terreno à data ocupado pelos Bombeiros e depois expropriado pela Câmara Municipal.

Por volta de 1988 a degradação da fachada do Quartel era total, no entanto não

havia recursos financeiros para efectuar obra de tal envergadura. Perante a presença do Sr. Ministro, Engº. Valente de Oliveira, o nosso António Barros pediu ao Chefe Artur que o acompanhasse e foram diante do Ministro solicitar auxílio para o restauro. Desta vontade e determinação resultou, passados três meses, o envio pelo Ministério do financiamento pedido. Não obstante esta ajuda financeira, foi necessário pedir auxílio juntos dos amigos da Associação. É de realçar todo o contributo do Corpo de Bombeiros que, com denodo, vontade e satisfação colaboraram nas referidas obras tendo sido da sua responsabilidade picarem toda a fachada do Quartel. Convém referir o contributo especial do Engº Manuel Carlos Trindade Moreira que ofereceu todos os materiais ficando a cargo da associação o pagamento da mão-de-obra especializada.

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O Quartel,

por ocasião do Centenário “100 anos ao serviço da comunidade”

Projecto de Ampliação e remodelação

2009/2011

A partir de 1996 e já sob a presidência do Dr. Manuel Prazeres promoveram-se

novas remodelações com vista a dotar as instalações de condições adequadas para responder às necessidades operacionais e administrativas da Associação bem como a dignificação do edifício e do magnífico Salão, jóia que a todos nos deixa orgulhosos.

Na actualidade, foi tomada a decisão de ampliação do Quartel dada a

importância de manter as instalações e em virtude da possibilidade da sua ampliação, também pelo facto de poderem ser uma opção válida a médio prazo.

Na base desta opção esteve também a prioridade de se poder continuar a dar

uma resposta rápida de combate ao fogo em todo o centro histórico. O facto deste quartel ser um espaço social onde se continuam a reunir todos os

bombeiros no activo, bombeiros mais antigos, os seus familiares, e muitos amigos, foi também um factor importante de decisão.

As obras estão de momento a decorrer estando prevista a sua conclusão no

próximo Setembro de 2011. Entretanto, a Associação irá dar início à construção do seu Centro de Formação.

Esta será uma infra-estrutura que garantirá a formação do corpo de bombeiros. Durante os próximos anos estará garantida a operacionalidade das suas

instalações e a formação dos seus bombeiros mantendo-se, no entanto, a vontade e determinação de, a médio prazo.

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O SALÃO NOBRE

(Homenagem da UTAD)

O MUSEU

Muitas histórias da CASA relacionam-se com o salão cuja construção sempre foi o sonho dos vários directores. Refira-se que o Salão chegou a estar divido em salas que cumpriam as mais diversas funções.

O Salão foi também um dos motivos para que todos chamassem ao Quartel “a

nossa CASA”. Nos anos 50 chega a TV mas muitas eram as pessoas que não a possuíam. Os directores, à data, entenderam adquirir uma televisão. Como não havia cadeiras foram buscar as do antigo Teatro Circo que estava a ser desmantelado. Assim, a CASA enchia-se e à noite já não só os Bombeiros mas também as mulheres, filhos, familiares, sócios vinham até à CASA para ver a Televisão.

A grandiosidade do nosso salão permitiu que durante muitos anos fosse um dos únicos recursos existentes na cidade que possibilitava dar resposta à realização de diversas actividades. Aqui realizaram-se vários tipos de reuniões, desde comícios políticos, reuniões diversas. Aqui realizaram-se as primeiras e seguintes eleições após o 25 de Abril.

Aqui foi o berço da UTAD. No salão e na quase totalidade de salas de reuniões,

da Direcção e Comando, decorreram as primeiras aulas do Instituto Politécnico e posteriormente da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.

Foi ainda sala de imprensa de vários acontecimentos. Também serviu para

realização de serviços fúnebres, bailes, ringue de patinagem, campo de treinos de futebol do SC Vila Real em tempos de chuva, exposições e muitas outras actividades.

A partir de 1 de Dezembro de 2007 o Salão Nobre é também o nosso MUSEU, é

um espaço de divulgação da nossa história, do espólio e de todos os que serviram a Associação; é um espaço educativo, cultural e social; é um espaço de exaltação aos Bombeiros Voluntários, à Nossa CASA, à Nossa Família “CRUZ VERDE”.

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Presidentes da Assembleia Geral

Rodrigo Félix

Dr. Manuel Lopes Prazeres

1896 José Augusto de Barros

1897 Dr. António Alberto Teixeira Lobato

1898 António Firmo d' Azevedo Antas

1899 a 1904 Dr. José Coelho Mourão Teixeira de Carvalho

1905 Dr. Manoel Gonçalves de Carvalho

1909 a 1910 Dr. José Joaquim Fernandes d' Almeida

1911 Dr. Henrique Ferreira Botelho

1916 Dr. Henrique Ferreira Botelho

1917 a 1918 Dr. António Alberto Teixeira Lobato

1921 a 1925 Dr. João Avelino Pereira da Rocha

1928 a 1934 Dr. João Avelino Pereira da Rocha

1938 a 1946 Dr. João Avelino Pereira da Rocha

1947 a 1948 João Baptista Pinto

1949 a 1957 Teófilo Lameirão

1958 a 1989 Manuel António Teixeira de Sousa Serôdio

1990 a 1995 Engº Humberto Cardoso de Carvalho

1996 a 2005 Rodrigo Félix Nogueira de Carvalho

2005 a 2007 Henrique Fernando dos Santos Rodrigues

A partir de 2007 Dr. Manuel Lopes dos Prazeres

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Presidentes da Direcção

Engº Carlos Moreira

1896 Joaquim de Azevedo 1897 a 1898 José Augusto de Figueiredo 1898 a 1900 João de Deus Guimarães

1899 Dr. Augusto Guilherme Botelho de Sousa 1901 a 1902 Conde de Vila Real 1903 a 1905 Joaquim Gonçalves Taveira d' Azevedo 1909 a 1910 Joaquim Gonçalves Taveira d' Azevedo

1911 Rodrigo da Nóbrega Pinto Pizarro 1916 a 1918 Albano da Assunção Fernandes da Silva 1921 a 1925 Albano da Assunção Fernandes da Silva 1928 a 1932 Albano da Assunção Fernandes da Silva 1933 a 1934 Dr. Manuel Ribeiro Cardona 1938 a 1944 Francisco Lameirão 1945 a 1948 Dr. João Augusto Gomes Teixeira 1949 a 1956 João Baptista Pinto 1957 a 1959 António Augusto da Rocha Cunha Serra 1960 a 1964 Engº Eugénio Maximiliano Ferreira Sequeira Varejão 1965 a 1974 Engº Humberto Cardoso de Carvalho 1975 a 1995 Rodrigo Félix Nogueira de Carvalho 1996 a 2007 Dr. Manuel Lopes dos Prazeres

2007 a … Engº Manuel Carlos Trindade Moreira

Na senda dos antigos directores, procuramos estar na vanguarda, dotando a Corporação de um Quartel com todas as valências e de um Centro de Instrução. Um sonho de todos que está a ser concretizado pela liderança do Presidente da Direcção Engº. Manuel Carlos Trindade Moreira.

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Os Directores

“Rodriguinho” Araújo

Domingos Ribeiro

A história da CASA é também a história de vida dos seus directores, poderá bem dizer-se que assim foi, no caso dos nossos Crachás de Ouro, Rodrigo Araújo e Rodrigo Félix, mas também de Domingos Ribeiro e de tantos outros.

Efectivamente, para muitos dos nossos directores esta era a sua verdadeira casa dado que passavam aqui diariamente várias horas, esta era a sua primeira casa.

Muito dinâmicos, empreendedores e organizados, Rodrigo Araújo, Domingos Ribeiro e Ribeiro de Sousa foram os responsáveis pela “Organização Bombeiros Voluntários” a partir da qual asseguraram que os meios financeiros nunca faltassem para dotar a Corporação de instalações, equipamentos e materiais necessários à sua actividade.

Rodrigo Araújo, serviu a Associação ao longo de mais de 60 anos, a sua vida confunde-se com a história da nossa Associação. Este cidadão Vila-realense dedicou toda a sua vida à causa Humanitária e da Solidariedade e também às causas do Serviço e Bem público tendo inclusive exercido funções de Presidente de Câmara de Vila Real. Foi também Director do Sport Clube de Vila Real e responsável pela Comissão Permanente do Circuito Automobilístico de Vila Real.

Rodrigo Félix (Crachá de Ouro) foi o Presidente da Associação que mais tempo

esteve em funções neste cargo, tendo ainda desempenhado cargos nas estruturas de Bombeiros locais e nacionais.

Durante muitos anos, foi sobre estes directores que recaiu a árdua tarefa de

levar por diante a Associação tendo-os acompanhado durante mais de trinta anos outros símbolos que, tendo já partido, estarão para sempre ligados à nossa Casa, tais como José Claro, Luís Faceira, Júlio Mesquita.

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Os Directores

António Mota

(Condecorado pela LBP, pelos 25anos de serviço)

António Barros

25 anos ao serviço da Associação (Secretário-Geral)

Também António Mota foi um dos directores distinguidos pela Liga de Bombeiros Portugueses com Medalha pelos 25 anos de serviço dedicado à Associação. Durante uma vida, desde que se conhece, é da Família Cruz Verde. Nunca falhou a um aniversário da Associação como gosta de salientar, este sempre foi um dia dedicado integralmente à CASA. É um dos rostos da nossa CASA e muitas iniciativas tiveram o seu apoio e dedicação, entre muitas outras destaca-se o apoio à Fanfarra.

Muitos nomes, muitas vidas ficaram, por certo por referir nestes 120 anos, no

entanto, estes são exemplos de vidas que nos honram pela acção, pela determinação, pela dedicação de muitos anos de vida.

Nos dias de hoje, muitos são o que continuam a servir a nossa Casa e a procurar seguir o exemplo dos que nos precederam.

Alguns seguem as pisadas dos seus mentores e a sua dedicação, perseverança, disciplina, organização, amor à nossa Casa fazem-nos acreditar no sucesso dos próximos 120 anos.

No ano em que completa 25 anos de trabalho e dedicação à nossa Casa, o nosso António Barros merece aqui referência especial.

O sentido de visão e de futuro do seu, para sempre, amigo Rodrigo Araújo levou a que este, em 1984, lhe fizesse o convite de participar na reestruturação da Casa preparando-a para os tempos actuais.

Determinado nessa vontade e partilhando esse sonho, o António Barros, durante

muitas horas, dias e anos de convívio com essa figura que foi a história viva da nossa Casa foi-se tornando uma referência, sendo actualmente um símbolo de trabalho, de esforço, de dedicação, de prestígio e de Serviços Distintos prestados à nossa Casa.

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SÓCIOS Beneméritos e

Honorários

Comendador Botelho

(Benemérito na criação da

Secção CRUZ VERDE)

A história da CASA é também a história dos seus ben eméritos e honorários

No dia 22 de Dezembro de 1991 foi benzida, em frente ao Quartel, a nova viatura de Fogo (Toyota Dyna) a quem foi dado o nome de 1º Centenário. Esta viatura foi apadrinhada pela Neta e esposa do saudoso ex-Presidente da Assembleia Geral Sr. Manuel António Teixeira de Sousa Serôdio.

Após este momento foi descerrada, na sala de reuniões da Direcção, uma

fotografia do saudoso Presidente da Assembleia Geral e benfeitor desta Associação, Senhor Manuel António Teixeira de Sousa Serôdio, pela sua Neta.

Em 11.06.2000 foi realizada uma cerimónia foi feita a tomada de posse dos elementos que passaram a compor o Conselho Geral composto pelos Antigos Presidentes dos Órgãos Sociais, detentores de Crachá de Ouro da Liga de Bombeiros Portugueses e todos os antigos e actual Comandante bem como outros Comandantes deste Corpo de Bombeiros que virão a suceder, conforme deliberação da Assembleia Geral de 26 de Maio de 2000.

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CONSELHO GERAL

SÓCIOS Beneméritos e

Honorários

Conselho Geral António João Martins António Jorge Barreiro Vaz António Santos Cigarro Eugénio Maximiliano Ferreira de Sequeira Varejão Henrique Fernando dos Santos Rodrigues Humberto Cardoso de Carvalho José Artur Magalhães Saraiva de Aguilar José Artur Correia Moreira da Costa José Joaquim Teixeira Pereira Luís Maria Fernandes Faceira Manuel Alberto Dias de Carvalho Manuel Correia Botelho Maria Adelaide Tocaio Taboada Serôdio Maurício José Passos de Almeida Rodrigo Botelho Pereira de Araújo Rodrigo Félix Nogueira de Carvalho

Sócios Honorários e Beneméritos

António João Martins – S. Honorário Eugénio Maximiliano Ferreira Sequeira Varejão – S. Honorário José Artur Correia Moreira da Costa – S. Honorário Luis Maria Fernandes Faceira – S. Honorário Maria Adelaide Tocaio Taboada Serôdio – S. Honorário Rodrigo Botelho Pereira de Araújo - S. Honorário Rodrigo Félix Nogueira de Carvalho – S. Honorário António Santos Cigarro – S. Benemérito Henrique Fernando dos Santos Rodrigues – S. Benemérito Manuel Correia Botelho – S. Benemérito Manuel Alberto Dias de Carvalho – S. Benemérito

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Comandantes

Avelino Patena

Adelino Samardã Albano Silva

Mário Figueiredo César Pinto

António Vaz José Pinto Maurício Almeida José Pinto

Teixeira Pinto Vitor Almeida Fernando Mota Miguel Fonseca

Na Galeria, irão ficar para sempre os nomes de Avelino Patena o fundador; de Adelino Samardã o grande impulsionador da Corporação, figura que lhe deu alma, força, visão estratégica; Albano Silva que foi uma figura incontornável da CASA, é patrono do nosso quartel, facto que se fica a dever à sua importância na realização de tão digna e importante obra; também César Augusto Pinto dos Santos pela longevidade ao serviço da Corporação.

1890 a 1894 Avelino Arlindo da Silva Patena

1896 a 1896 José Augusto de Barros

1898 a 1900 João Baptista Vaz de Carvalho

1904 a 1905 Dr. Augusto Rua

1909 a 1929 Adelino Gonçalves da Silva Samardã

1931 a 1934 Albano d´Assunção Fernandes da Silva

1934 a 1945 Dr. Mário Vilar Correia Figueiredo

1945 a 1970 César Augusto Pinto dos Santos

1970 a 1981 António Jorge Barreiro Vaz

1981 a 1994 José Pinto

1994 a 1996 Maurício José Passos de Almeida

1996 a 1998 José Joaquim Teixeira Pereira

1998 a 2001 José Pinto

2001 a 2004 Vítor Manuel Gomes da Almeida

2005 a 2010 José Fernando Teixeira da Mota

2010 a … Luís Miguel Gonçalves Almeida Fonseca

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Comandantes

Avelino Patena

Adelino Samardã

Albano Silva

César Pinto

Fundador da Associação, juntamente com outros valorosos homens, Avelino

Patena foi o primeiro Comandante do Corpo de Bombeiros. Ao tornar-se Presidente da Câmara Municipal, em Janeiro de 1890 foi um dos maiores entusiastas pela Fundação dos Bombeiros Voluntários. Para concretizar este sonho Avelino Patena adquiriu a bomba «Jauck» e o carro de ferramentas. Compra ainda todo o fardamento e demais material e equipamento.

O papel de Adelino Samardã foi determinante para o prestígio da Associação, a

organização do Corpo de Bombeiros, a preocupação de o dotar de meios, de capacidade operacional e de instalações. Foi no seu tempo que se impulsionou e construiu o actual quartel. Foi uma figura ilustre, 1º Governador Civil da República, figura política e intelectual de relevo, professor, jornalista. Enquanto Comandante dos Bombeiros Voluntários foi transmissor de ideais, valores e atitudes a que correspondeu um período de enorme progresso e prestígio.

Albano Silva foi Presidente da Direcção, exerceu também o cargo de

2ºComandante e de Comandante. Formou com Adelino Samardã (Comandante) uma dupla empreendera e de prestígio inigualável. Foi o grande obreiro e elemento determinante para a edificação do nosso Quartel.

Seguindo os passos dos Comandantes anteriores, César Pinto que tinha

participado em várias Direcções com Albano Silva assumiu a transição para os tempos actuais. Em tempos conturbados pela 2ª Guerra Mundial, César Pinto soube e conseguiu manter a capacidade operacional e o prestígio da Associação. Tendo começado muito novo, esteve ao serviço da Corporação quase quarenta anos, sendo que a maior parte deles foram como Comandante.

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Posse do COMANDO

2010

Comandante Miguel Fonseca

2º Cmd.te António Pinto Cmd.te Miguel Fonseca

Dos Comandantes que marcam as últimas quatro décadas podemos referir o Comandante Vaz que em tempos difíceis soube manter o estatuto da Corporação. Já o Comandante José Pinto, trouxe a Cruz Verde para a linha da frente no combate aos incêndios florestais e na Coordenação de Bombeiros da região. Foi Comandante Operacional de Zona, Representante dos Bombeiros de Vila Real na Comissão Especializada de Fogos Florestais Municipal e Distrital, responsável pela organização do Centro de Coordenação Operacional, e seu 1º Coordenador; foi ainda o Responsável pela Organização do Centro de Meios Aéreos e seu 1º Coordenador.

Nos últimos anos, a exigência de disponibilidade quase total do Comandante, que continua a ser um voluntário, tem implicado um sacrifício pessoal e familiar acrescido que se traduz num enorme desgaste e que tem tido como consequência um menor tempo de permanência no cargo de Comandante.

O Comandante Luís Miguel Fonseca, acompanhado pelo 2º Comandante António José Pinto, ambos nomeados pela actual Direcção, e que têm a sua proveniência directa do Corpo de Bombeiros, preconiza a imagem dos novos desafios para a Associação e para a sua Corporação de Bombeiros. Distingue-se pelo compromisso assumido de concretizar o Projecto estruturante da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde.

Durante todos estes longos anos de existência os Nossos Comandantes foram o rosto da determinação, da vontade e do prestígio da Cruz Verde. Serão sempre lembrados, todos eles foram importantes e deixaram obra feita nos períodos em que comandaram a Corporação.

Para este Comandante preconiza-se o maior sucesso, os seus sucessos serão os da prevenção, da segurança e socorro da população, por último, o do engrandecimento e prestígio continuado dos nossos Bombeiros, da Nossa CASA.

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O CORPO DE BOMBEIROS

Chefe Félix Carvalho

(Medalha de Ouro de três estrelas, em 19 de Maio de 1957)

Chefe Simão e Chefe Barros

(Condecoração em 20.10.1954)

A CASA é de BOMBEIROS e a eles estão ligadas histórias que nos contam a

sua determinação, audácia e coragem e que escrevem as páginas de glória da Associação.

Lembramos o nome de alguns dos medalhados pela Liga dos Bombeiros

Portugueses: Chefe Félix, Chefe Francisco Barros, Chefe Simão, Chefe Zé Aguiar, Bombeiro Amadeu Lisboa e o nosso emblemático Chefe Artur.

Figura de destacar durante o Comando de César Pinto foi o Chefe Félix Emílio

Alves de Carvalho que o acompanhou em muitos momentos. À liderança do Comandante César Pinto e do Chefe Félix (homenageado com o

nome da Casa-escola, em 22 de Dezembro de 1991, no ano do Centenário) fica a dever-se a formação de bombeiros e de uma equipa de graduados de elevada qualidade e prestígio, dos quais se destaca o Crachá de Ouro, o Chefe Artur Costa, e que foram e ainda são referência para a Corporação e para os Bombeiros a nível local, concelhio e nacional.

Graduados do Quadro de Honra contemporâneos do Chef e Félix

Ajudante Rebelo Chefe Simão Chefe Artur Chefe Barros Chefe Fernando Chefe Aguiar

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O CORPO DE BOMBEIROS

Chefe Artur Carvalho

(Crachá de Ouro em 12 de Abril de 2003)

É o destino!...

Dizê-mo-lo repetidas vezes e eu não sei, ao certo, se já nascemos com o destino traçado. (A não ser assim, seria cruel sobretudo para os menos afortunados).

O que eu sei, o que sabemos (porque o podemos constatar todos os dias) é que há homens e mulheres que se distinguem, pela positiva, de outros homens e/ outras mulheres.

Uns nas letras, outros nas artes; Uns na política, outros nos negócios; Uns no desporto, outros em outras áreas do nosso quotidiano. São os predestinados!

O Chefe Artur também foi e é um predestinado: Nasceu Bombeiro; Nasceu para ser Bombeiro; E da CRUZ VERDE!...

É o destino!... (palavras de Dr. Manuel Prazeres, Presidente da Direcção em 2003)

Um Bombeiro, uma referência… …são palavras ditas pelo Chfe Simão e pelo Chefe Barros para ilustrarem a vida de um Bombeiro – o nosso Chefe Artur Costa – e que são exemplo de muitas outras que ouvimos, também simples e profundas, ditas e sentidas com muito orgulho, por estes e tantos outros amigos que partilham a caminhada deste BOMBEIRO, bombeiros do mesmo ideal, com o mesmo espírito, bombeiros de uma geração com história que fizeram história e que, agora, contam as suas histórias feitas de vida, porque de sacrifício, de dádiva, de fraternidade, de serviço em prol dos outros, de profunda amizade, de VIDA por VIDA… palavras simples que todos entendemos, sentimos e subscrevemos, porque sabemos verdadeiras e plenas de significado.

(palavras de António Barros, Secretário Geral da Associação em 2003)

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CRACHÁS DE OURO

Condecorados pela

Liga dos Bombeiros Portugueses

Merecem uma menção especial os Crachás de Ouro da Liga de Bombeiros Portugueses, os nossos distintos

AH Bombeiros Voluntários Vila Real - Cruz Verde , em 16.6.1991

Rodrigo Félix, em 5.4.1994

Presidente da Assembleia Geral

Rodrigo Botelho Araújo, em 11.6.2000

Presidente Honorário Conselho Geral

Artur Costa, em 12.04.2003

Chefe no Quadro de Honra

Como nota relevante, acresce referir que à data destas condecorações o “Crachá de Ouro” era a mais alta distinção honorífica da Liga dos Bombeiros Portugueses e que era raríssima a sua atribuição. Daí que a nossa Associação se distinga, também, pela qualidade e quantidade dos seus Crachás de Ouro.

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Alguns actos relevantes do Corpo de Bombeiros

Condecoração à Associação

Comandante César Pinto

Condecoração pelo acto de coragem e

solidariedade no caso da “lepra”

O nosso Corpo de Bombeiros tem muitos e importantes actos generosos e de bravura ao longo da sua história, tais como o bombardeamento do Calvário por tropas afectas ao Regime Monárquico em 1919 e em que os nossos homens debaixo de fogo socorriam as vítimas e combatiam o fogo.

Também quando em 1956 uma ambulância da Cruz Verde passava por Coimbra caminho de Lisboa e ao ver um homem a ser arrastado pela corrente do rio Mondego num dia de temporal o conseguem salvar.

Quando em 2 de Janeiro de 1962 a cidade da Régua é surpreendida pela subida das águas do Rio Douro isolando as populações dentro de suas casas e sem a existência de meios estes homens aproveitam as pipas e a madeira que flutuava e constroem jangadas e começam a retirar as pessoas para lugar seguro.

Muitos factos ficam por referir mas realçamos, no entanto, o da “lepra” por ser aquele que melhor se identifica com o lema dos homens desta casa que é “SERVIR”.

Quando ouvimos falar de casos de lepra ficamos assustados, pois no tempo em que esta peste proliferava e os casos abundavam o medo era generalizado, ao ponto dos doentes serem discriminados e abandonados. No final da década de 40, as autoridades sanitárias constataram existir uma família com lepra no lugar da Telheira - Parada de Cunhos.

Estas autoridades solicitaram a Bombeiros, entidades paramilitares locais,…o

transporte para conduzir estes doentes a um Hospital em Coimbra. Perante a recusa de todos, excepto os da Cruz Verde foram os leprosos conduzidos ao destino.

As autoridades locais condecoraram o Comandante César Pinto pelo acto de coragem e solidariedade, tendo este aceite, na condição desta ter lugar no seu Quartel e na presença dos seus homens numa atitude de reconhecimento e Justiça.

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AS VIATURAS

DODGE, “Aleu” - 28/04/1929

Ford, “Maria Alice” - 26-4-1931

Ford V8, “Francisco Lameirão” -

29/12/1940

Momentos históricos da nossa Associação foram a aquisição, chegada e baptismo das viaturas mais emblemáticas. À época estes momentos eram vividos intensamente.

A compra das viaturas gerava um movimento cívico enorme, organizavam-se

listas de recolha de fundos, muitas das quais se enviavam para as colónias, para o Brasil, para outros países onde havia Vilarealenses, e todos contribuíam. Directores e Comandante organizavam a aquisição, preparavam as listas, pediam auxílio a outros amigos e todos, sócios e bombeiros efectuavam peditórios devidamente organizados. O dia da chegada da viatura era um momento único, eram imensas as pessoas que acompanhavam a viatura até ao quartel.

A este propósito pode-se contar uma história que se refere à chegada da Pontiac,

no 1º de Dezembro de 1951. Esta viatura que foi importada directamente dos Estados Unidos da América foi, desde logo, recebida por muitos entusiastas no Alto Espinho, tendo estes acompanhado a ambulância até à cidade a qual desfilou pelas principais ruas de Vila Real, sendo recebida pelos bombeiros em parada. Sendo este um dia com muito significado para a academia do Liceu, quis a mesma estar presente tendo colocado uma fita comemorativa na viatura.

O brilho da chegada de uma viatura era imenso, mas o momento alto era o do

seu baptismo. Todos sem excepção se reuniam para celebrar esse momento, e à madrinha era destinado o papel principal.

As viaturas da Associação são, para todos nós, símbolos da nossa história

gravada na galeria de todas as madrinhas, padrinhos, sócios e bombeiros que desde sempre nos ajudaram a equipar a Corporação com o melhor que existia e existe na actualidade.

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Pontiac, 01/12/1951

Fargo - 19/05/1957

Sarda – 1.1.1962

Internacional

23.5.1976 – Auto-Chefe

1983 – Ambulância SNA

1951 - Magirus

1.1.1988 - Auto-Escada

11.6.2000 – Auto-Escada

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QUADRO DE SAÚDE

1.1.1934 – Posto Médico

Elementos do Quadro de Saúde

com braçadeira Cruz Verde

Na CASA também se tratavam os doentes. Fundado em

1920, o Quadro de Saúde chamado “Estrela Vermelha” foi desde o primeiro instante quem socorreu muitos enfermos.

Pelo Quadro de Saúde passaram quase a totalidade dos

médicos de Vila Real, farmacêuticos dos quais se lembra Francisco Mesquita e José Barreira, também enfermeiros e socorristas entretanto instruídos na CASA.

Mais tarde, em 1928 e com o apoio do benemérito “Comendador Botelho” é criado o Quadro de Saúde Cruz Verde.

Já em 1938 a CASA cumpre finalmente um dos seus sonhos. Com a criação do Posto Médico é possível que muitas pessoas possam aqui ter consultas médicas, possam fazer curativos e terem acesso a demais apoio médico.

A necessidade de socorro prioritária eram os incêndios, no entanto, era ao nível do socorro médico que a maioria das pessoas sentia necessidade, daí que a aquisição de auto-macas fosse uma ambição permanente da Associação, as quais são um símbolo também ao nível das viaturas. A Maria Alice, a Pontiac, a Ford Taunus e tantas outras são disso digno exemplo.

José Barreira (à data, era o proprietário da

Farmácia Barreira)

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A SECÇÃO DE JUSTES

Bomba da Associação do

tempo da Fundação e que foi colocada na Secção de Justes

Quartel da Secção de Justes

Em 12 de Novembro de 1960 o 1º Comandante do Corpo dos Bombeiros

Voluntários, César Pinto ,dirige-se ao Inspector de Incêndios referindo haver a possibilidade de estabelecer na povoação de Justes, uma Secção de Bombeiros que ficaria adstrita ao Corpo de Bombeiros, pelo que pedia autorização para poder tratar deste assunto, referindo que à Secção seria entregue o material braçal disponível na Associação.

Em 15 de Novembro de 1960 o Inspector Guedes de Magalhães, informava o Comandante que podia tratar da instalação apropriada e equipar a Secção com material que o Corpo de Bombeiros pudesse dispensar para esse fim.

Assim sendo, o Comandante juntamente com o Sr. Fernando Carvalho e o Sr. Albertino Silva (elementos da Junta de Freguesia), deram início a todo o processo acabando por concluir com êxito, nesse mesmo ano, a criação da secção.

A Bomba manual do tempo da Fundação da Associação, passados 55 anos (1945), foi cedida a Justes. Como não havia casa do povo na aldeia, a Bomba ficou em casa do Sr. Fernando Carvalho (situada no meio do povo) até se fundar a Secção, que viria a ter a sua sede na Casa do Povo, lugar que ainda hoje aquartela a nossa Secção de Bombeiros

Este veículo tem um depósito com capacidade de 60 litros, era abastecido pelas mulheres com os seus canecos de água; oito homens accionavam a Bomba, mas para a transportarem eram precisos 4 homens à frente e atrás seriam todos os que coubessem no espaço livre para empurrar.

Esta bomba foi uma mais-valia para os habitantes, até porque em qualquer ocorrência os Bombeiros da Cruz Verde demorariam algum tempo a chegar a Justes , por esse mesmo motivo a Bomba foi cedida a Justes.

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A FANFARRA

Fanfarra, 1970

Durante anos o Bombeiro Aníbal Teixeira

foi a figura emblemática da Fanfarra

Decorria o ano de 1967 quando um grupo de Bombeiros constituído pelos senhores: José Nogueira Matias de Aguiar, Fernando de Jesus Dias, Feliciano da Silva, Mário Mendes e Francisco dos Reis Pereira se organizaram e com a autorização do Comando e Direcção criaram uma Comissão com vista à criação da Fanfarra.

Esta Comissão contou com o apoio incondicional dos Chefes Francisco Barros, Artur Costa, António Rebelo e o Bombeiro António Pinto que os orientaram na sua organização e abordagem directa aos amigos e beneméritos que contribuíram financeiramente para esta causa.

A Comissão promoveu peditórios, fundou um pequeno bar dentro do Quartel, organizou corridas de cavalos, abriu uma Sala de Jogos no Quartel, fizeram bailes e matinés dançantes, tendo em vista angariação de fundos para a criação da Fanfarra. Os acessórios que equipavam os elementos da Fanfarra foram feitas pelos próprios Bombeiros.

É de salientar a contribuição dada pelo Senhor Vidal, homem natural de Arnadelo, freguesia de Torgueda, radicado há muitos anos no Brasil que estando de férias em Vila Real, instalado no Hotel Tocaio, por intermédio do seu amigo Francisco Barros recebeu a Comissão que lhe pediu uma contribuição.

É de realçar que o 1ºInstrutor da Fanfarra foi o Cabo Alziro do RI 13. A instrução de esquemas de apresentação da Fanfarra tais como rodas, estrelas e outras formações ficaram a cargo dos Bombeiros Artur Costa e André Alvadia.

A primeira apresentação pública foi no Aniversário da Associação em 1 de Janeiro de 1970. O porta-estandarte era o Bombeiro de 2ª Classe, na época José Aguiar, que fazia parte da Comissão Organizadora.

Assim, passou a existir na Associação uma Fanfarra. Em meados dos anos 80 foi nomeado pela Direcção o Director António Mota como seu representante junto da Comissão que entretanto vigorava, a fim de se coordenarem esforços para que a actividade da Fanfarra se mantivesse.

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ANIVERSÁRIOS Cinquentenário

As comemorações do cinquentenário e do centenário foram dois momentos significativos na vida da Associação. Mais uma vez o sentir da CASA esteve presente e, se bem que em tempos diferentes, as comemorações do cinquentenário ainda hoje são lembradas e são uma referência quer pela revista então editada, quer pelos espectáculos produzidos, pelas homenagens realizadas, pela viatura que foi baptizada com o nome de “Francisco Lameirão” em homenagem a esta família de directores e beneméritos.

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ANIVERSÁRIOS Centenário

O centenário revelou toda a grandeza desta Associação e foi digno dos seus fundadores. Foram muitas as iniciativas das quais estão ainda na retina o simulacro realizado junto a Câmara Municipal, a homenagem aos antigos bombeiros, as conferências realizadas e tantas outras actividades. Foi um ano repleto de emoções.

A realização das cerimónias do centenário, assim como todo o trabalho que o antecedeu durante alguns anos foi de enorme esforço e dedicação de todos: Dirigentes, Comando, Bombeiros, muitos amigos da Associação.

Para as comemorações do Centenário foi constituída uma comissão executiva, que por proposta do Sr. Rodrigo Félix deveria ser constituída pelo Vice-Presidente da Assembleia Geral, Dr. Manuel Prazeres; por ele próprio Presidente da Direcção e pelo Sr. Comandante, José Pinto. Esta comissão foi alargada passando também o Sr. Vice-Presidente da Direcção Rodrigo Botelho Pereira Araújo e o Secretário, José Manuel da Silva Leite a fazer parte da comissão.

Parece no entanto de inteira justiça referir dois nomes. O primeiro é o chefe Artur que pelo empenho com que se dedica as coisas que faz, e também pela imaginação que usava para inovar nas diversas iniciativas que ocorreram ao longo do ano, realçando aqui a autoria e construção do “Marco” alusivo ao centenário com cerca de 5 metros de altura tendo este estado exposto durante o tempo em que decorreram as cerimónias no Largo do Pelourinho, que de certa maneira viu reconhecido o seu esforço e dedicação, pois foi condecorado com a mais alta distinção dos Bombeiros portugueses, o Crachá de Ouro.

Também o Comandante José Pinto foi o impulsionador de muitas destas iniciativas, que comandou e idealizou a maioria dos actos, que mobilizou todos os meios que ao seu dispor, para que todas actividades desenvolvidas antes e durante o centenário fossem possíveis.

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ANIVERSÁRIOS

Centenário

Publicação de Livro

Medalha Comemorativa do Centenário

Das sugestões apresentadas tornava-se evidente a necessidade de divulgar o

acontecimento, editar um livro sobre a vida da Associação, editar uma medalha comemorativa do Centenário e arranjar verbas para realizar as iniciativas.

Relativamente à divulgação, a comissão entendeu patrocinar a camisola

amarela da volta a Trás-os-Montes com 500 contos, instalar tarjas em frente ao Quartel e fazer um monumento que simbolizasse o acontecimento e instalá-lo em lugar Nobre da Cidade.

A Edição do Livro, ficou a cargo do Dr. Lourenço Camilo Costa, e foi

patrocinado pelo Montepio Geral, que, com os documentos e fotos que possuía, com outros disponibilizados pela Associação, se tornou possível a sua edição.

O Pintor João Estrócio ofereceu uma pintura da sua autoria, que serviu de capa

para este livro. A Medalha Comemorativa, ficou a cargo do arquitecto Mário Santos, que

gentilmente ofereceu o desenho e acompanhou a execução. As verbas que suportaram as festividades foram conseguidas através de uma

grande empenho dos Directores, Comando, Bombeiros e alguns amigos da casa, que nos seus locais de trabalho fizeram uma subscrição pelos colegas e amigos.

Foi também constituída uma comissão que realizou um peditório pela cidade e

através de uma carta que enviou a todos os Vilarealenses e a entidades sensibilizando-os para a efeméride.

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ANIVERSÁRIOS

Centenário

Programa Foi elaborado um programa indicando as datas mais significativas que deveriam

ser assinaladas, conforme passo a citar:

1º de Dezembro de 1990 - dia em que a Assembleia Geral aprovou os primeiros Estatutos da Associação, e por consequência o dia do nascimento da Associação. 1º de Janeiro de 1991 - dia em que, pela primeira vez, os Bombeiros se apresentaram à cidade uniformizados, e por ser o dia em que é festejado o aniversário da Associação. 24, 25 e 26 de Maio – Comemoração do Dia Nacional do Bombeiro integrado nas festividades do centenário com a presença do Ministro da Administração Interna. 9 de Junho - Homenagem a todos os antigos Bombeiros e familiares. 14 e 15 de Junho – realização de um colóquio sobre a protecção civil e a problemática dos Fogos Florestais. 16 de Junho – Sessão Solene para Imposição da Ordem de Mérito à Associação.

22 de Dezembro – Encerramento das comemorações.

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APOIO SOCIAL

1959 - Casamento

1959 – Baptizado da criança

Temos também histórias que nos contam que A CASA era abrigo, carinho, amparo.

No início, e porque os tempos eram muito difíceis, organizavam-se peditórios para crianças. Assim aconteceu quando se compraram agasalhos para as crianças que frequentavam a escola.

Também quando se organizaram vários bandos precatórios para auxiliar quem sofria devido a catástrofes ocorridas localmente ou mesmo a nível nacional.

Ainda quando se entregavam cobertores e roupas a família de bombeiros necessitados.

Em 1959, numa nossa ambulância, ocorreu o nascimento de uma criança, pelo que foi a mesma baptizada, sendo padrinho o Chefe Félix e tendo a Associação contribuído com o enxoval. A Associação ofereceu ainda a Boda do Casamento dos pais da criança o qual se realizou antes do baptizado.

1959 - Boda de casamento

É de salientar que a Associação promoveu diversas iniciativas e concedeu imenso apoio ao Asilo de Infância Desvalida.

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APOIO EDUCATIVO

A CASA que educa. Nos primórdios da Associação, em Outubro de 1903, o 1ºComandante Manuel

Teixeira de Aguiar assiste à abertura das aulas nocturnas que funcionaram no quartel sob a direcção gratuita do senhor Albano Botelho da Silva Ayres, professor diplomado pela escola de habilitação ao Magistério Primário, desta localidade.

Em Janeiro de 1898 alguns sócios prestam-se em realizar na Associação

conferências e cursos com fins meramente instrutivos pelo que a Direcção deu o apoio à realização.

Em 1898 é proposta a criação de biblioteca pelo que os sócios e amigos foram

convidados, por oficio, a entregar um livro.

Nos anos mais recentes e na actualidade têm sido ministrados vários Cursos EFA, das “Novas Oportunidades” e Curso CAP, possibilitando ao nosso Corpo de Bombeiros aumentar as suas competências e assim valorizar o seu percurso educativo conseguindo certificação até ao 12º ano.

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ACTIVIDADE CULTURAL E SOCIAL

A actividade cultural e social está associada ao Café Popular onde se realizaram os primeiros Bailes do Carolina, ao salão Hyg-life, ao Teatro Salão, aos cinematógrafos, ao Teatro Circo, ao Teatro Avenida, e também ao nosso Salão Nobre e que construído propositadamente para aqui se puderem realizar os Bailes do Carolina e outros espectáculos.

Foram muitos os directores, bombeiros, sócios e amigos que participaram nas inúmeras peças de teatro, muitas delas escritas propositadamente para espectáculos de aniversário ou para beneficência.

Um vulto no ensaio e escrita de muitas destas peças ficou também com nome na cidade, o nosso Bombeiro do Quadro de Saúde, António Rodrigues Grande.

Histórias da Cruz Verde são histórias que se recordam associadas aos Bailes do Carolina que sempre foram promovidos pela Corporação, às peças de teatro, à exploração cinematográfica dos teatros circo e teatro avenida.

Em 1943 a comissão de bailes e festas ofereceu à associação um piano com a condição de ser utilizado pela associação em bailes e saraus musicais. Por esta altura, são elaborados os estatutos da Orquestra “Luz e Harmonia” dos Bombeiros Voluntários, cujas finalidades estatutárias eram dar maior expansão à cultura musical da cidade; promover o gosto pela arte musical; preencher a falta de um conjunto musical em Vila Real.

Toda a actividade cultural tinha como objectivo o apoio a causas de beneficência e para angariar fundos para os Bombeiros. Como já se referiu anteriormente é digna de registo a iniciativa dos directores terem criado a “Organização Bombeiros Voluntários” que desde 1946 e até 1958 explorou o Teatro Circo e o Teatro Avenida e a partir da qual se conseguiram angariar fundos para efectuar obras no quartel nos tempos difíceis da Guerra e nos momentos seguintes.

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O DESPORTO

Equipa de Futebol “Pé de Ferro”

22.6.1980- Atletismo em Trancoso

Equipa de Futebol

A CASA tem história também no desporto. Desde logo, as equipas que disputaram as corridas de S. Silvestre. Alguns elementos eram bombeiros, outros eram amigos da associação que corriam pelas cores da CASA.

Troféus ganhos nas provas desportivas

Outras duas equipas, de jovens e de veteranos, ganharam provas ou obtiveram prémios relevantes nas famosas corridas em Trancoso.

Mas, já antes se disputavam jogos de futebol com nossa equipa “Pé de Ferro”. A tradição do atletismo, do futebol, mais tarde do andebol estão na linha da

prática desportiva que sempre se incentivou.

Equipa de Atletismo do S. Silvestre Bilhete para o Ringue de Patinagem (Salão)

Lembramos a prática de ginástica para manter em boa forma os bombeiros, e também a prática de patinagem que era realizada no Salão Nobre.

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“AS CORRIDAS”

Equipa de apoio às Corridas

Chefe Carlos Santos

Diz a história que esta sempre foi A CASA das Corridas. A nossa participação nas corridas do circuito de Vila Real, é, desde os tempos

da Comissão do Circuito até à actualidade. Grande continuador de Aureliano Barrigas, o Nosso Rodriguinho Araújo foi também um dos grandes Directores da Comissão do Circuito e como sempre a CASA esteve na retaguarda desta organização.

As instalações serviram para as equipas prepararem aqui os seus bólidos e motos. As nossas salas serviram para reuniões da organização, o salão serviu tantas vezes para apoio logístico e para sala de imprensa, o parque de viaturas estava repleto com os “carros de corrida”.

Os bombeiros participavam em todas as actividades e especificamente no apoio

e segurança das provas, por todo o circuito e durante os dias de corridas.

«Há outros acontecimentos em que os nossos Bombeiros se envolviam todos os anos e que não posso deixar de referir, que são as corridas do Circuito Internacional de Vila Real.

Eram cerca de 10 dias de azáfama e ao mesmo tempo de festa, pois recebíamos alguns corredores que parqueavam no nosso Quartel, tais como David Payper e Nicha Cabral, vencedores por mais do que uma vez neste circuito.

Ao mesmo tempo os bombeiros preparavam o seu material, montavam a sua estratégia para os dias das corridas. Enfim era festa.»

Comandante Vaz

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CENTRO REPUBLICANO

Comandante Adelino Samardã

1º Governador Civil da República

em 1910

16.2.1929 - Funeral de Adelino Samardã

Esta foi uma CASA em que a liberdade, igualdade e fraternidade sempre foram seu apanágio. Foi um importante centro republicano, já no tempo da monarquia. Muitos dos seus directores, bombeiros e associados eram conotados como sendo republicanos.

Um dos símbolos da República foi o nosso Comandante Adelino Samardã tendo sido o primeiro Governador Civil da República em 1910.

Relativamente a Adelino Samardã e aquando do seu funeral não foram feitas exéquias fúnebres cristãs. Houve um diferendo com o Sr.Bispo D. João Evangelista, pelo que as pessoas que integravam o cortejo fúnebre ao passarem pelo Paço Episcopal, terão mostrado toda a sua indignação. Assim, assaltaram a torre da Sé e fizeram dobrar os sinos. Por isso a associação foi excomungada. Passado um ano, em visita à Associação, D.João Evangelista escreveu no nosso livro de Ouro que saudava os Bombeiros Voluntários que tanto se orgulhavam da sua excomunhão.

Com já foi referido, em 1919 foi louvada pela 6ª divisão militar pela sua participação na luta contra o ataque das tropas monárquicas que entretanto queriam retomar o poder.

Já no tempo do Estado Novo esta foi uma CASA que deu abrigo a muitos livres pensadores e activistas contra o regime. Nunca nesta CASA se foi submisso a qualquer tipo de imposição, mas é intrínseca a sua relação com o poder.

Os nossos Comandantes Avelino Patena e Dr. Augusto Rua mas também o nosso director Rodriguinho Araújo foram Presidentes da Câmara. O Comandante Adelino Samardã foi Governador Civil.

Muitos outros directores, comandantes, associados e bombeiros tiveram um

papel preponderante na vida social e política da cidade.

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SERVIÇO FÚNEBRE

A Carreta

Funeral de Francisco Lameirão

21.11.1939 - Funeral de Albano Silva

Uma CASA com história no serviço fúnebre. Um dos apoios prestados aos associados contribuintes e bombeiros foi também

o serviço fúnebre. Neste sentido, foi adquirida uma carreta fúnebre que, durante muitos anos prestou serviço, tendo mesmo sido utilizada no Porto aquando do falecimento do nosso benemérito Silva Pereira, importante industrial portuense, benemérito de muitas associações. A nossa CASA esteve presente com o seu Corpo Activo e também com a nossa carreta.

Sendo algo que nos recorda momentos tristes é também a nossa homenagem a

todos quantos partiram, a tantos que durante as suas vidas quiseram bem a esta CASA, a todos quantos a serviram de forma brilhante, abnegada e com a coragem que caracteriza os Bombeiros.

No entanto, esta carreta é também motivo de humor, naturalmente por não

estar associada aos serviços que prestava, mas por estar ligada a muitas histórias de bombeiros, e que a propósito ainda contam que num célebre dia, vindos de realizar um funeral no cemitério de Mateus, resolveram apanhar boleia na carreta. Fizeram da carreta carro e lançados no seu entusiasmo ganharam balanço e a alta velocidade desceram a recta de Mateus. Tentaram imitar os corredores do nosso circuito mas, em vão, a carreta não tinha um volante muito prático e assim despistaram-se. Foi o caos… tendo desfeito completamente a carreta!

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P

ALA

VR

AS

SER BOMBEIRO Bombeiro palavra santa Não foi dita por ninguém Vem da terra como a planta TERRA Como filho da sua Mãe Ser Bombeiro é ser poeta A trabalhar com enxada Semear semente certa PEDAGOGIA Na terra mais precisada È ter granadas no Peito E nos olhos um trovão Mais um coração perfeito AMOR Para amar o seu irmão Ser Bombeiro é ter fé E ser forte muito forte Para combater de pé SACRIFICIO Contra a morte até à morte E aqueles que tombaram Na longa estrada da vida Grande saudade deixaram SAUDADE Hoje mais viva e sentida Leais Jovens Transmontanos Despertai a vocação E juntai mais tenros anos CONTINUIDADE Aos cem anos de missão Bombeiros do Meu Pais Bombeiros de Portugal Tendes aqui a raiz Mas a alma universal

Autor : Joaquim Evónio

Associação Humanitária dos Bombeiros

Nota Final:

Este trabalho foi possível devido ao

testemunho de muitas pessoas, em especial os nossos antigos Bombeiros, e também a partir do testemunho e textos produzidos pelo nosso António Barros, também a partir da pesquisa do acervo documental da Associação.

O desejo e vontade da sua edição

vem de há muitos anos, o António Barros e o António Mota foram sempre os mais persistentes para que se cumprisse este objectivo.

Surge agora, depois de estarem

reunidas condições para a sua realização e após o desafio do Comandante Miguel Fonseca que, em boa hora e de acordo com o previsto no Projecto estruturante “Cruz Verde”, a partir deste documento pretende incluir na formação do Corpo de Bombeiros um Módulo sobre a História da nossa CASA.

Por último, esta é uma iniciativa que,

de forma indelével, pretende assinalar a Comemoração dos 120 anos da Nossa CASA.

Vila Real, 28 de Janeiro de 2011

A “História da Nossa CASA

fala de 120 anos da Associaçãonossa Associaçãoparticipação ou contributo foram e são significativas. Todos têm o seu valor e certamente agradecem à CASA tudo o que lhes ensinou, conforme as palavras do Cnada, eu

Todos nós, desde que passamos a ter o direito de ser da família “CRUZ VERDE” temos o Honrar a nossa Casa.

A História da Nossa “CASA”

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – CRUZ VERDE

A “História da Nossa CASA ”

fala de 120 anos da Associação e de 120 anos de vidas dedicadas à nossa Associação, todas estas vidas, por mais simples que fosse a sua participação ou contributo foram e são significativas. Todos têm o seu valor e certamente agradecem à CASA tudo o que lhes ensinou, conforme as palavras do Chefe Carlos Santos, nada, eu é que devo tudo à CASA!...”

Todos nós, desde que passamos a ter o direito de ser da família “CRUZ VERDE” temos o dever de continuar a Servir, a PHonrar a nossa Casa.

A História da Nossa “CASA” – 1890 / 2011

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e de 120 anos de vidas dedicadas à por mais simples que fosse a sua

participação ou contributo foram e são significativas. Todos têm o seu valor e certamente agradecem à CASA tudo o que lhes ensinou,

Carlos Santos, “a CASA não me deve

Todos nós, desde que passamos a ter o direito de ser da família dever de continuar a Servir, a Prestigiar e a

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