HISTÓRIA DA COSTURA

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HISTÓRIA DA COSTURA A costura está relacionada diretamente com o tecer e costurar da história humana. Há mais de trinta mil anos as agulhas, primitivas, feitas com ossos e marfim, já faziam parte do cotidiano das pessoas. E cinco mil anos depois as pessoas já dominavam a arte da fabricação de tecidos, utilizando o pelo de certos animais. Na Idade Média ocorreram mudanças significativas no campo da indumentária, e a habilidade dos artesãos fez com que as roupas passassem a ser mais refinadas, estas costuradas de forma esmerada, com aplicação de joias e pedrarias. Com a Revolução Industrial ocorreu a padronização da costura e posteriormente a saída das mulheres da casa para a indústria, iniciando-se a exploração das mesmas através do uso desta mão- de-obra barata dentro das fábricas. As operárias das indústrias têxteis recebiam baixos salários, trabalhavam em condições de insalubridade com excesso de carga horária. Os burgueses se diferenciavam buscando roupas mais aprimoradas, e para isso contratavam pessoas especializadas para garantir exclusividade em suas roupas. Foi durante o período entre 1898 e 1910, que a indústria do vestuário evoluiu, passou a produzir em massa, tanto na Inglaterra como na América. A expansão das fábricas de confecção, no entanto, não causou a falência das lojas de alfaiates ou o desaparecimento das costureiras. Pelo contrário. Este sistema aumentou o trabalho em domicílio, pois com as costureiras domésticas as pessoas poderiam achar exclusividade, o que nas fábricas passou a ser uma situação rara. Essa vivência da costura com a mulher é fato marcante que vem desde a antiguidade. Toda mulher nascia predisposta a casar, cuidar da casa e dos assuntos maritais. Desde menina ela já era preparada para os afazeres domésticos e entre eles a costura, ou seja, a preparação do enxoval. Os carretéis que foram utilizados naquele período resultavam na montagem de uma mesa, da qual mais tarde o esposo observaria o esmero e dedicação de sua noiva, devido ao tamanho dessa mesa. Após o casamento, para auxiliar no orçamento doméstico, várias esposas trabalhavam com a costura doméstica, conciliando com o cuidado da casa e dos filhos. Com a evolução da indústria têxtil, a mulher além de tarefas domésticas e a costura domiciliar evoluem ainda mais, dedicando

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HISTÓRIA DA COSTURA

A costura está relacionada diretamente com o tecer e costurar da história humana. Há mais de trinta mil anos as agulhas, primitivas, feitas com ossos e marfim, já faziam parte do cotidiano das pessoas. E cinco mil anos depois as pessoas já dominavam a arte da fabricação de tecidos, utilizando o pelo de certos animais. Na Idade Média ocorreram mudanças significativas no campo da indumentária, e a habilidade dos artesãos fez com que as roupas passassem a ser mais refinadas, estas costuradas de forma esmerada, com aplicação de joias e pedrarias.

Com a Revolução Industrial ocorreu a padronização da costura e posteriormente a saída das mulheres da casa para a indústria, iniciando-se a exploração das mesmas através do uso desta mão-de-obra barata dentro das fábricas. As operárias das indústrias têxteis recebiam baixos salários, trabalhavam em condições de insalubridade com excesso de carga horária. Os burgueses se diferenciavam buscando roupas mais aprimoradas, e para isso contratavam pessoas especializadas para garantir exclusividade em suas roupas. Foi durante o período entre 1898 e 1910, que a indústria do vestuário evoluiu, passou a produzir em massa, tanto na Inglaterra como na América. A expansão das fábricas de confecção, no entanto, não causou a falência das lojas de alfaiates ou o desaparecimento das costureiras. Pelo contrário. Este sistema aumentou o trabalho em domicílio, pois com as costureiras domésticas as pessoas poderiam achar exclusividade, o que nas fábricas passou a ser uma situação rara.

Essa vivência da costura com a mulher é fato marcante que vem desde a antiguidade. Toda mulher nascia predisposta a casar, cuidar da casa e dos assuntos maritais. Desde menina ela já era preparada para os afazeres domésticos e entre eles a costura, ou seja, a preparação do enxoval. Os carretéis que foram utilizados naquele período resultavam na montagem de uma mesa, da qual mais tarde o esposo observaria o esmero e dedicação de sua noiva, devido ao tamanho dessa mesa. Após o casamento, para auxiliar no orçamento doméstico, várias esposas trabalhavam com a costura doméstica, conciliando com o cuidado da casa e dos filhos. Com a evolução da indústria têxtil, a mulher além de tarefas domésticas e a costura domiciliar evoluem ainda mais, dedicando parte de seu tempo para o trabalho nas fábricas, uma forma de ajudar no orçamento doméstico.

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MÁQUINA DE COSTURA

A história da máquina de costura começou em 1830, quando Barthélemy Thimonnier, um alfaiate francês, aproveitando o facto de terem aparecido as agulhas com duas pontas, pôs à venda o primeiro modelo. A máquina de Thimonnier tinha uma agulha de ponta dupla que trabalhava acionada por uma alavanca que movimentava uma roda. Mais tarde, já na década de 40, o negócio deste alfaiate começou a crescer devido ao seu invento, o que levou à ira os colegas de profissão, que provocaram um incêndio na sua fábrica por se sentirem prejudicados no negócio. Thimonnier quase foi linchado devido ao seu sucesso, para o que contribuiu o facto do exército francês se ter tornado cliente deste modo rápido de confecionar uniformes militares. O alfaiate francês teve de fugir para Inglaterra, de onde tentou conquistar o mercado norte-americano. Não teve sucesso e regressou pobre a França, mas não sem antes introduzir algumas melhorias, que permitiram à máquina fazer 200 pontos por minuto. Do outro lado do Atlântico, um norte-americano chamado Walter Hunt desenhou, em 1834, uma máquina de pesponto, mas que não chegou a comercializar por falta de dinheiro. Quem aproveitou este fracasso foi o seu compatriota Elias Howe, que patenteou, em 1846, um modelo com lançadeira sincronizada com a agulha. Cinco anos depois, ainda nos Estados Unidos, aparece a primeira máquina de costura com pedal, uma invenção de Isaac Singer, que ao introduzir uma série de outras melhorias fez com que a máquina passasse rapidamente a dominar o mercado. Isaac Singer fundou então a Singer, empresa que lançou o sistema de venda a prestações e deu visibilidade mundial a esta máquina. A Singer começou a exportar máquinas de costura, dando início a um processo que a transformou numa das maiores empresas do mundo. Em 1910, iniciou a fabricação em série de máquinas elétricas de costura, que passaram a dominar o mercado. As máquinas de costura domésticas mais modernas já são capazes de fazer 1500 pontos por minuto, mas uma de características industriais pode atingir os 7000 pontos por minuto. A máquina de costura permite a qualquer pessoa criar em casa as suas próprias roupas com mais pormenor e sofisticação, mas também contribuiu para que a produção de vestuário pudesse ser feita em grande escala, algo impensável com a costura à mão. Hoje em dia, é quase impossível uma pessoa deixar de estar rodeada de artigos onde houve intervenção da máquina de costura, como são os casos da roupa, dos lençóis, dos travesseiros, das carteiras, dos sofás, entre outras coisas.