HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES

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A História da Fotografia A fotografia (escrita pela luz). O termo refere-se a uma forma de registrar a imagem real sem a participação ou interferência do homem, apenas pela ação direta da luz natural e é herdeira direta do desenho e da pintura, não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos e foi inventada a partir de experiências realizadas desde a antiguidade quando se descobriu o fenômeno da “câmera escura”, consiste em um compartimento fechado (como uma caixa ou mesmo um quarto) com apenas um pequeno orifício em um de seus lados; quando os raios de luz entram por este pequeno orifício eles são ordenados, gerando no lado oposto ao furo uma projeção invertida da imagem exterior. Grande Câmara Escura em forma de liteira, construída em Roma 1646 por Athanasius Kircher. Na virada do século XVII para o XVIII, as imagens feitas por meio de câmera obscura não resistiam à luz e ao tempo, desaparecendo logo após a revelação. Foram vários os pesquisadores que conseguiram gravar essas imagens, mas todos encontravam dificuldades em sua fixação. Evolução da Fotografia , Pioneiros e Contribuição Histórica 1

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Trabalho desenvolvido por Isis Nogueira, estudante de jornalismo das Faculdades Integradas Ipitanga.Este trabalho fala sobre a descoberta da fotografia, câmera escura, pioneiros e evolução das câmeras fotográficas.http://isisnogueiras.blogspot.com/

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A História da Fotografia

A fotografia (escrita pela luz). O termo refere-se a uma forma de registrar a imagem real sem a participação ou interferência do homem, apenas pela ação direta da luz natural e é herdeira direta do desenho e da pintura, não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos e foi inventada a partir de experiências realizadas desde a antiguidade quando se descobriu o fenômeno da “câmera escura”, consiste em um compartimento fechado (como uma caixa ou mesmo um quarto) com apenas um pequeno orifício em um de seus lados; quando os raios de luz entram por este pequeno orifício eles são ordenados, gerando no lado oposto ao furo uma projeção invertida da imagem exterior.

Grande Câmara Escura em forma de liteira, construída em Roma 1646 por Athanasius Kircher.

Na virada do século XVII para o XVIII, as imagens feitas por meio de câmera obscura não resistiam à luz e ao tempo, desaparecendo logo após a revelação. Foram vários os pesquisadores que conseguiram gravar essas imagens, mas todos encontravam dificuldades em sua fixação.

Evolução da Fotografia , Pioneiros e Contribuição Histórica

Aristóteles (384-322 a.C.)

Observou a imagem do sol, em um eclipse parcial ( sem prejudicar os olhos ), projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.A descoberta da câmera escura é atribuída a sua pessoa.

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O Árabe Alhazen (Séc. X).

Descreveu como observar um eclipse solar no interior de uma câmera obscura. Escreveu o texto “Illusion”, óptico que descreve a “Máquina Fotográfica Obscura”. A inversão do objeto e a sua reflexão do outro lado da câmara ocorre quando, devido ao pequeno orifício, somente um raio de luz passa pela extremidade do objeto, atravessa oorifício e é refletido do outro lado da caixa.  

Leonardo da Vinci Séc. XV e XVI

Examinou o fenômeno da câmara e demonstrou as possibilidades no uso para o desenho, facilitando enormemente a reprodução das imagens por esta produzida.

Ele disse: “Quando as imagens dos objetos iluminados penetram num compartimento escuro através de um pequeno orifício e se recebem sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se no papel, os objetos invertidos com as suas formas e cores próprias”

Palavras registradas por Leonardo da Vinci no “Codex Atlanticus”, hoje na Biblioteca Ambrosiana em Milão.

Fez uma descrição minuciosa em seu livro de notas sobre os espelhos, publicado muito depois de sua morte, em 1797.

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Em 1604 o físico-químico italiano Ângelo Sala estudou o escurecimento de alguns compostos de prata pela exposição à luz do sol. Em 1614, demonstrou que o nitrato de prata era escurecido pelo Sol, assim como o papel que estava próximo, e publicou suas descobertas. Todavia, não foi somente por Sala que se deu a fotografia, mas também com o trabalho de muitos outros. Nascido em Vicenza, na Itália, Sala nunca se formou em uma universidade, mas aprendeu química em Veneza. Não sabemos onde adquiriu seus conhecimentos de medicina, mas Sala atuou como químico por muitos anos de sua vida e serviu vários monarcas alemães depois de deixar a Itália entre 1602 e 1612. Os estudos de Sala na medicina e química foram grandes e com forte influência de Paracelsus. Uma das áreas primárias de Sala de estudo abrangeram a identidade da química e o papel dos átomos nas transformações químicas. Seu trabalho foi um passo a mais à frente de uma melhor compreensão das reações químicas e que as substâncias são compostas de combinações químicas de outras substâncias. Uma das descobertas de Sala foi que a fermentação era um reagrupamento de partículas primárias que resultavam na formação de outras substâncias. Durante o último ano de sua vida, Sala começou novamente sua busca, junto com seu serviço ao duque Gustav Adolph em Butzow, na Alemanha. No dia 2 de outubro de 1637, Sala morreu.

(Giovanni Della Porta (1541 a 1615 )

O que faltava em sua época era apenas uma maneira efetiva de fixar as imagens produzidas pela luz na câmara obscura, que já vinha sendo utilizada como objeto de apoio a pintores e desenhistas desde 1544, quando em seu livro Magiae Naturalis, publica a melhor e mais completa descrição do fenômeno,recomendando seu uso como instrumento auxiliar para o desenho.

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Johan Heinrich Schulze (1725).

Em 1725 Jonhann Henrich Schulze colocou a exposição da luz do sol um frasco contendo nitrato de prata e depois de um tempo percebeu que, a partir da solução atingida pela luz solar tornou-se de coloração violeta escura.Percebeu também que o restante da mistura continuava com a cor esbranquiçada original.Ao sacudir a garrafa observou o desaparecimento do violeta.Ele estava em dúvida se a alteração era devido a luz do sol ou ao calor.Por isso refez a mesma experiência dentro de um forno e percebendo que não houve alteração concluiu que era a presença de luz que provocava a mudança. Embora não tenha fornecido meios de preservar a imagem, uma vez que o sal de prata continuava a escurecer na presença de luz, sua descoberta permitiu estabelecer os fundamentos de trabalhos posteriores na fixação de imagens.

Karl Wilhelm Scheele (1777).

Em 1777 o químico suíço Carl Schelle também comprovou o enegrecimento dos sais devido à ação da luz. Descobriu que o amoníaco atuava como fixador.

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Joseph Nicéphore Niépce (1826).

Em 1817 Joseph-Nicépore Joseph Nicéphore Niépce ele nasceu em (Chalon-sur-Saône, em 7 de março de 1765 — e faleceu Saint-Loup-de-Varennes, 5 de julho de 1833) foi um inventor francês responsável por uma das primeiras fotografias.Niépce começou seus experimentos fotográficos em 1793, mas as imagens desapareciam rapidamente.Então ele conseguiu imagens que demoraram a desaparecer em 1824 e o primeiro exemplo de uma imagem permanente ainda existente foi tirada em 1826. Ele chamava o processo de heliografia e demorava oito horas para gravar uma imagem.Em 1817, obteve imagens com cloreto de prata sobre papel. Em 1822, conseguiu fixar uma imagem pouco contrastada sobre uma placa metálica, utilizando nas partes claras betume-da-judéia, este fica insolúvel sob a ação da luz, e as sombras na base metálica.

A primeira fotografia conseguida no mundo foi tirada no verão de 1826, da janela da casa de Niepce, encontra-se preservada até hoje. Esta descoberta se deu quando o francês pesquisava um método automático para copiar desenho e traço nas pedras de litografia. Ele sabia que alguns tipos de asfalto entre eles o betume da judéia endurecem quando expostos à luz. Para realizar seu experimento, dissolveu em óleo de lavanda o asfalto, cobrindo com esta mistura uma placa de peltre (liga de antimônio, estanho, cobre e chumbo). Colocou em cima da superfície preparada uma ilustração a traço banhada em óleo com a finalidade de ficar translúcida. Expôs ao sol este endureceu o asfalto em todas as áreas transparentes do desenho que permitiram à luz atingir a chapa, porém nas partes protegidas, o revestimento continuou solúvel. Ai ele lavou a chapa com óleo de lavanda removendo o betume. Depois imergiu a chapa em ácido, este penetrou nas áreas em que o betume foi removido e as corroeu. Formando desta forma uma imagem que poderia ser usada para reprodução de outras cópias..Infelizmente ele morreu antes de ver sua invenção mundialmente aclamada em 1839. Quem ficou com a glória foi o associado, Jean Jacques Mandé Daguerre, que rebatizou a héliographie (nome imaginado por Nièpce) de daguerreotypie, para ter certeza de que a humanidade não o esqueceria.

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Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce em 1826.

Josef Petzval (1843).

Um matemático húngaro radicado em Viena, o autor da invenção de maior alcance.Fabricando no ano de 1830, uma nova lente dupla ( acromática) abertura 30 vezes mais rápida do que a lente Chevalier, formada por componentes distintos: com uma abertura de f .36 Ela funcionava com uma objetiva combinada (dupla), que dava excelente definição, oferecia opções variáveis de abertura (máxima de f 3,5) e a exposição durava de 90 segundos a dois minutos. Deste modo ele conseguiu que os tempos de exposição

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sofressem uma redução drástica. Mas do que qualquer outro, foi esse invento o responsável pela imediata popularização do daguerreótipo e , na verdade, da fotografia.Agora em termos práticos, ainda não se chegara à invenção certa, pois até então se obtinha apenas um positivo, ou seja, uma única fotografia.Inventou uma câmera de bronze que tirava fotos circulares, de 9 centímetros de diâmetro.

Louis-Jacques-Mandé Daguerre (18 de novembro de 1787, Cormeilles-en-Parisi, Val-d'Oise, França — 10 de julho de 1851, Bry-sur-Marbe, França) foi um pintor, cenógrafo, físico e inventor francês, tendo sido o primeiro a conseguir uma imagem fixa pela ação direta da luz (1835 - o daguerreótipo).

No prosseguimento dos experimentos fotográficos de Joseph Nicéphore Niépce, a descoberta decisiva coube a ele, que em 1835 apanhou uma placa revestida de prata sensibilizada com iodeto de prata, que apesar de exposta não apresentava sequer vestígios de imagem, guardou-a displicentemente em um armário e ao abri-lo no dia seguinte, encontrou uma imagem revelada. Fez experiências, por eliminação com os outros produtos que estavam no armário, para descobrir que a imagem latente tinha sido revelada por ação do mercúrio.

Em 1837, ele já havia padronizado o processo que ainda tinha como grandes problemas, longo tempo de exposição (15 a 30 minutos), a imagem era invertida e o contraste era muito baixo. A imagem formada na chapa, depois de revelada, continuava sensível à luz do dia e rapidamente era destruída; Daguerre solucionou este último problema ao descobrir que, mergulhando as chapas reveladas numa solução aquecida de sal de cozinha, este tinha um poder fixador, obtendo assim uma imagem inalterável. porém a imagem não podia ser copiada.Apesar dessa limitação, a qualidade das fotografias obtidas pelo “daguerreótipo” era superior à das tiradas por Talbot, tanto que o método de Daguerre foi sucesso por muitas décadas, até o aperfeiçoamento de novas técnicas de exposição em negativo.

Daguerre tinha problemas financeiros e não conseguiu obter o apoio de industriais por querer manter secreta a parte fundamental do seu processo. Em 1839, vendeu sua invenção, o daguerreótipo, ao governo Francês, tendo ficado a receber uma renda vitalícia de 6000 Francos anuais e Isidore Niépce, filho de Nicéphore, recebia 4000.

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Primeiro Daguerreótipo

Máquina usada por Daguerre

Hippolyte Bayard

Bayard aperfeiçoou, em 1839, um processo de obtenção de uma imagem fotográfica em positivo sobre papel: uma folha de papel era mergulhada numa solução de cloreto de sódio; depois de seca era mergulhada numa solução de nitrato de prata; quando estava quase seca era exposta a vapores de iodo e depois vapores de mercúrio; a luz descolorava a branco as zonas expostas fotograficamente, pelo que a imagem ficava diretamente um positivo (um processo em tudo semelhante é ainda hoje utilizado no sistema Polaroid).

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Foi convencido à não tornar pública a sua invenção, em beneficio do daguerreótipo. Na sequência desta cedência, Bayard, vê a sua oportunidade esfumar-se pelo emergente sucesso do daguerreótipo e é esquecido por Arago. Este esquecimento, apesar de Bayard ter o seu nome ligado à Academia das Ciências de Paris, à Academia de Belas-Artes de Paris e à Sociedade Francesa de Fotografia, acaba por se transmitir, em termos gerais, à própria história da fotografia

Cientista, poliglota, viajante e ex-membro do Parlamento, Talbot deu início a suas pesquisas em 1833, em busca de uma imagem fotográfica inalterável.Poucos meses depois, já obtinha negativos minúsculos, após uma exposição de 30 minutos, em máquinas fotográficas de fabricação local, designadas pela sua esposa de “ratoeiras”.Contudo, foi só no final de 1840, depois do triunfo de Daguerre, que ele passou a fazer progressos palpáveis e inventou o primeiro processo prático para a produção de um número indetreminado de cópias a partir de negativos original.

Foi ele quem teve o primeiro negativo da história da fotografia por volta de 1835, sendo o exemplo mais antigo a janela de rótula de sua casa, situada em Lacock Abbey, em willtshire.Porém, passaram-se ainda cinco anos até que ele começasse a usar iodeto de prata e percebesse que os tempos de exposição poderiam ser drasticamente reduzidos para menos de 1 minuto.Se tentasse registrar uma imagem latente, revelando-a depois de algum tempo, ele na verdade revelou e copiou seu primeiro calótipo. Como o negativo da talbotipia (ou calotipia) era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o vidro. 

Em 1841, William Fox Talbot inventou e patenteou na Inglaterra o Calótipo, processo que inicialmente foi batizado de Calotipia. Expôs papel sensibilizado, durante cerca de dez minutos, à luz direta do sol, num pequeno aparelho de tomada de vistas (antecedente da câmara fotográfica) com pequena distância focal. Para corrigir a inversão inicial das imagens obtidas, colocou outra folha de papel sensibilizado com prata sobre a imagem negativa (parafinada para ficar transparente) e expôs as duas diretamente à luz, ficando a segunda folha com a imagem positivada. Este processo usa-se ainda hoje para positivar os negativos produzidos em papel realizados com a pin-hole.

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A Pin-Hole

Buraco de alfinete, ou câmara sem lentes ,Câmara fotográfica mais simples que existe – uma câmara escura onde é possível registrar imagens, quer em película, quer em papel fotográfico.Para construir uma pin-hole basta uma caixa ou lata, totalmente vedada à entrada da luz, cujo interior seja pintado de preto mate, com um pequeno orifício exatamente no centro.

Como o negativo da talbotipia (ou calotipia) era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o vidro. 

Em 1845, a grande contribuição de Talbot foi permitir a reprodução das fotos através dos negativos ou fotografia negativa latente. Suas pesquisas se baseavam na descoberta da propriedade do dicromato de potássio para endurecer a gelatina na proporção da quantidade de exposição. O processo usado foi tratar o papel com substrato de iodeto de prata e lavá-lo com ácido gálico em conjunto com o nitrato de prata e ácido acético. Em 1849 apresentou uma nova patente no campo fotográfico que consistia, em utilizar a porcelana como suporte fotográfico. Talbot foi reconhecido com muitos galardões.

A Calótipia

O inglês Willian Henry Fox Talbot no mesmo ano da invenção do daguerreótipo (1839) mostrou a importância da invenção do primeiro processo fotográfico que possibilitava através do negativo original em papel produzir quantas cópias positivas se quisesse também em papel. Estas cópias eram feitas por contato.

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O inconveniente era que o papel não permitia a passagem de toda a luz que formaria a imagem fotográfica positiva e assim a mesma tinha pouca definição.

Estúdio de Talbot em Reading, 1844 Talbot comprou uma casa em Reading, contratou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã Bretanha. Assim começou a verdadeira história da fotografia em sua versão negativo-positivo, processo cujo fundamento é usado até hoje. 

Se a contribuição de Daguerre à fotografia foi extensa mas temporária, a de Talbot foi mais restrita,porém duradoura.Embora Talbot permitisse aos amadores e cientistas usarem livremente seu processo, exigia, a semelhança de daguerre, que os profissionais obtivessem uma autorização paga.Apesar de contar com o apoio de eminentes cientistas,Talbot terminou perdendo uma ação judicial, sobre patentes, movida contra o fotógrafo londrino laroche.Este contestara, em 1852, sua alegação de que os processos químicos do calótipo e o novo sistema do colódio úmido seriam praticamente idênticos.Não obstante, a reivindicação de Talbot, no tocante à prioridade da invenção foi confirmada pelos tribunais ingleses.

John Frederick Herschel

Filho do famoso astrônomo que descobriu o planeta Urano, Herschel também se interessou pela corrida à obtenção do que seria a imagem fotográfica, quando tomou conhecimento do

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anúncio de Daguerre em janeiro de 1839. Herschel queria, na verdade, um método para 'fotografar' as imagens da abóbada celeste obtidas por um grande telescópio que ele próprio construiu, num interesse astronômico cuja ambição era o de registrar todos os corpos visíveis no céu.Herschel conhecia, através de Talbot, as dificuldades que envolviam os pioneiros da fotografia, e sabendo que Daguerre havia conseguido resultados satisfatórios, resolveu pesquisar ele próprio, métodos que pudessem resolver tais problemas.Ele e Talbot trocaram diversas experiências e informações durante algumas semanas, pois Herschel tinha conhecimentos muito mais profundos de química, e lembrou-se de algumas experiências feitas alguns anos antes.

Oficialmente, os termos: negativo, positivo e fotografia, são criação sua, porém sua maior e mais importante contribuição para a fotografia foi a descoberta da propriedade do hipossulfito de sódio (hoje, tiosulfato de sódio) como solvente dos haletos de prata.Essa descoberta foi informada tanto a Fox Talbot quanto a Daguerre que passaram a usar o “hipo” como fixador da imagens fotográficas.(O hipossulfito de sódio é, até hoje, o principal componente de todos os fixadores fotográficos)

A cianotipia foi um dos primeiros processos de impressão fotográfica em papel. Foi descoberta por Sir JOHN HERSCHEL, notável cientista, cuja atividade principal era a astronomia, tendo feito diversas descobertas neste campo. Além disso, fez pesquisas relevantes na fotografia e, segundo autores abalizados, deve-se a ele também a descoberta do HIPOSSULFITO como agente fixador.

Frederick Scott Archer (1851).

Desenvolve o processo de negativo em vidro chamado: COLÓDIO ÚMIDO – negativo feito sobre placas de vidro sensibilizadas com uma solução de nitro celulose com álcool e éter. Tal processo, tinha mais sensibilidade à luz, era 20 vezes mais rápido que os anteriores, reduzindo o tempo de exposição para dois ou três segundos (melhorando a qualidade do negativo e abrindo novos horizontes para a fotografia). Os negativos apresentavam uma riqueza de detalhes semelhante à do daguerreótipo, com a vantagem de permitir a produção de várias cópias.Seu método que viria substituir os processos utilizados pelo daguerreótipo e o calótipo. As chapas de vidro em negativo tinham qualidade superior à do daguerreótipo e pela primeira vez, permitiam produzir várias cópias em papel de uma foto.Foi o responsável por tornar obsoletos tanto os calótipos quanto os talbótipos por superá-los.Ele basicamente criou o processo de revelação de fotos e o antecessor do filme fotográfico, permitindo imagens muito mais nítidas do que as feitas até então. 

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Richard Leach Maddox (1871).

Médico inglês, inventou a primeira chapa manipulável em 1871, experimentando ao invés de colódio, uma suspensão de nitrato de prata em gelatina de secagem rápida para manter o brometo de prata no lugar. A gelatina, de origem animal, não só conservava a emulsão fotográfica para uso após a secagem como também aumentava drasticamente a sensibilidade dos haletos de prata, tornando a fotografia, finalmente, instantânea. Era um processo extremamente barato (pois gelatina pode ser obtida de restos de ossos e cartilagens animais) e, ao substituir o colódio, ficou conhecida como chapa seca.

Seu método da “placa seca” não exigia que as chapas fossem reveladas na hora, como no colóide, além de ser 60 vezes mais sensível. A gelatina podia ser aplicada sobre papel e em filmes transparentes.Contudo, a chapa de gelatina não se limitou a simplificar a técnica fotográfica ( já não havia mais necessidade de untar as chapas antes da exposição, ou revelá-las imediatamente após), tendo ocasionado ainda uma revolução no desenho das câmeras, reduzindo o equipamento do fotógrafo ao mínimo, indispensável até hoje.

O Novo material era rápido o suficiente para o registro de cenas em movimento, desde que as máquinas fossem providas de um obturador instantâneo.Os fabricantes reagiram de imediato e , no decorrer das duas décadas subseqüentes o mercado foi tomado por máquinas de todos os tamanhos e formatos.

É o início da fotografia moderna.

George Eastman (1877).

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O último capítulo relevante do desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos fotográficos deu-se a o Inglês e Bancário ( funcionário do banco Rochester, Nova York) George Eastman.A aos 23 anos de idade adquiriu uma câmera fotográfica e apaixonou-se pela atividade, ainda no rudimentar processo de chapa úmida.

Seu interesse pela nova técnica foi despertado em 1877 quando comprou o equipamento necessário ao processo de colódio úmido e começou a ter aulas com um profissional em sua cidade.Contudo, sentia uma crescente insatisfação com aquele processo confuso, trabalhoso e dispendioso(achava complicado o processo de estocagem das chapas de vidro - além de pesadas,quebravam com facilidade) e imaginou que poderia tornar a fotografia muito mais prática e eficiente se encontrasse uma maneira de abreviar o processo todo.

Depois de leu um artigo sobre a emulsão de gelatina sensível, no british jurnal of photography, decidiu experimentar o novo método.

Aliando a tecnologia da emulsão com brometo de prata (mais propícia para fazer negativos, e, conseqüentemente, cópias) com a rapidez de sensibilidade já existente na suspensão com gelatina e a transparência do vidro, Eastman substituiu esta última por uma base flexível, igualmente transparente, de nitrocelulose, e emulsionou o primeiro filme em rolo da história. Podendo então enrolar o filme, poderia obter várias chapas em um único rolo, e construiu uma pequena câmara para utilizar o filme em rolo, que ele chamou de "Câmara KODAK".

Por volta de 1880, Eastman já havia começado a fabricar e vender sua própria produção Lançada comercialmente em 1888, reza a lenda que o nome veio de uma onomatopéia, o barulho que a câmara fazia ao disparar o obturador, e o sucesso do invento tornou todos os processos anteriores completamente obsoletos, relegados apenas a fotógrafos artesãos. E no ano seguinte deixou o emprego no banco para fundar a Eastman Dry Plate Company ( Companhia Eastman de Chapas Secas ).

Eastman projetou uma câmara pequena e leve, cuja lente era capaz de focalizar tudo a partir de 2.5m de distância, e, seguidas as indicações de luminosidade mínimas, era só apertar o botão. Depois de terminado o rolo, fotógrafo só precisaria mandar a câmara para o laboratório de Eastman, que receberia seu negativo, cópias positivas em papel e a câmara com um novo rolo de 100 poses.

Em 1888, a Eastman Kodak Company revolucionou a fotografia com a introdução de filmes em rolos.

A idéia era : “ aperte o botão que nós fazemos o resto” ! Com esta forma de marketing a fotografia atingia a sua vocação popular e encontrava-se finalmente ao alcance de pessoas inexperientes de todos os poderes aquisitivos.

Uma verdadeira revolução, que fez da Kodak uma gigantesca empresa, pioneira em todos os demais avanços técnicos que a fotografia adquiriu até hoje.

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Nome para ser pronunciado em qualquer país do mundo.Tratava-se de uma Câmera pequena ( 9,2x7,9x16,5 centímetros);O chassi completo encerrava um rolo de filme com 6,35 centímetros de largura, com o qual se obtinham cem exposições circulares.O Obturador cilíndrico era armado por cordão e disparado por meio de um botão; o filme era transportado quando se girava um pino e a máquina tinha apenas uma velocidade (1/25 segundo), uma abertura e uma objetiva retilínea de

A primeira Kodak

foco fixo.

Esatman oferecia ainda um serviço complementar de todo o processamento: o dono enviava a câmera de volta à fábrica e ela lhe era devolvida recarregada e com cem cópias montadas em cartão.O preço da máquina era de 25 dólares na América do Norte e 10 guinéus da Grã-Bretanha;o serviço ficava em 10 dólares, ou 2 guinéus.

Em 1889, Eastman lançou mais duas câmeras: uma nova versão da Kodak com obturador modificado( denominada “Nº 1) e um modelo maior , capaz de tirar negativos com 8,9 centímetros de diâmetro.Em 1990, já existiam, já existiam no mercado mais cinco modelos, dois deles dobráveis.Todos utilizavam filmes em rolo, colocados no laboratório.As Câmaras que podiam ser carregadas à luz natural foram introduzidas no mercado no ano seguinte.

Apesar de todo esse pregresso, Eastman tentava encontrar métodos para reduzir os preços e solucionou o problema com o filme de rolo em cartucho.A kodak de bolso começou a ser vendida em 1895 por 1 guinéu, ou 5 dólares.Era uma Câmera de dimensões muito menores ( 5,7 x 5,7 x 7,8 centímetros) tirando doze fotografias de 3,80x6,35 centímetros.Um novo modelo dobrável, destinado a aumentar o tamanho das fotos, surgiu em 1987.

Pensando nas pessoas de baixo poder aquisitivo, criou um novo modelo, mais simples.A pesar de ter sido idealizado por Frank A. Browell em 1900 recebeu o nome de uma personagem contemporânea de histórias em quadrinhos, de autoria de Palmer Cox.Tratava-se de Brownie, talvez a máquina fotográfica mais célebre da história, capaz de tirar fotos de qualidade, com 6x6 centímetros, em filme de rolo em cartucho ao preço de 5 xelins ou 1 dólar.

“Finalmente, a fotografia foi colocada ao alcance de todos.” Agora, qualquer moleque tem uma Brownie.Se Bill Gates tem algum precursor na história certamente esta pessoa é George Eastman.da mesma forma que Gates com o microcomputador,este visionário também se preocupou em levar a tecnologia da fotografia da forma mais simples e acessível para dentro do lar de cada pessoa.É a ele que devemos o que hoje conhecemos

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por fotografia popular, um dos maiores mercados do mundo com um faturamento de bilhões de dólares por ano.

LEGADO

Durante sua vida, ele doou US $ 100 milhões, principalmente para a University of Rochester e Massachusetts Institute of Technology (sob o pseudónimo "Mr. Smith"). [9] O Rochester Institute of Technology tem um edifício dedicado ao Sr. Eastman, em Reconhecimento do seu apoio substancial e doações. Ele doou a Eastman School of Music da Universidade de Rochester.

O MIT tem uma placa de Eastman (à fricção é tradicionalmente considerada pelos estudantes para trazer boa sorte), em reconhecimento da sua doação. Eastman também fez doações para o Tuskegee Institute e Hampton Institute. Após a sua morte, todo o seu património foi para a Universidade de Rochester, onde o seu nome pode ser encontrado no Eastman Quadrangle e o River Campus. Sua antiga casa a 900 East Avenue, em Rochester, Nova Iorque foi aberta como George Eastman House International Museum of Photography and Film em 1949. Sobre o 100 º aniversário do seu nascimento em 1954, Eastman foi homenageado com um selo postal dos Estados Unidos Post Office.

Eastman tinha um sentido muito astuto no negócio. Ele concentrou sua empresa em fazer filme quando competição aqueceu na indústria de câmara. Ao oferecer qualidade e preços acessíveis dos filmes a cada fabricante de câmera, a Kodak conseguiu transformar seus concorrentes de fato em parceiros comerciais.Em 14 de março de 1932, Eastman cometeu suicídio. Ele deixou uma nota de suicida onde se lia, "Aos meus amigos, meu trabalho está feito. Porquê esperar?"Seu funeral foi realizado na igreja St. Paul's Episcopal Church, em Rochester. Eastman, que nunca se casou, foi enterrado nas terras da empresa que ele fundou no Kodak Park, em Rochester, Nova Iorque.

A EVOLUÇÃO DA MÁQUINA FOTOGRÁFICA

A CÂMERA ESCURA

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Sendo que a nitidez da imagem formada dependia do tamanho do furo: quanto menor o furo, mais nítida era a imagem. O efeito colateral era o escurecimento da imagem formada, pois um furo menor permite passar menos luz.Novas idéias foram sendo adicionadas à câmara escura, como as lentes (para permitir que furos grandes pudessem produzir fotos nítidas) e o diafragma (para variar o tamanho do furo usado juntamente com as lentes). O aperfeiçoamento das câmaras escuras permitia que qualquer imagem fosse refletida perfeitamente num papel, e essa idéia foi muito usada por artistas, mas para fixar as imagens no papel, foi necessária a ajuda da química.

CAMERA DESENVOLVIDA POR JOSEPH NICÉPHORE NIÉPC

A primeira câmera fotográfica foi oficialmente desenvolvida em 1826 por Joseph Nicéphore Niépce, um francês que passou anos pesquisando as formas de fazer registros precisos através das imagens. O aparelho ainda possuía um sistema de funcionamento precário, capaz de tirar fotos com baixa definição e sem cores.

DAGUERREÓTIPO

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 O equipamento, que nada mais era do que uma caixa com lente e substâncias fotossensíveis, era baseado no conceito da câmara escura, já descrita por outros pensadores como Aristóteles e Leonardo Da Vince, e nas experiência de fotosensibilidade executadas por Joseph-Nicéphore Niépce. A câmera era grande, desajeitada e difícil de ser manuseada. Eram necessários quase 8 minutos de exposição para se ter uma imagem formada sobre uma fina camada de prata polida, aplicada sobre uma placa de cobre e sensibilizada em vapor de iodo.

Câmera Kodak de 1888  

A palavra "Kodak" foi registrado como marca em 1888.

Tratava-se de uma câmera pequena (9,2 x 7,9 x 16,5 centímetros); o chassi completo encerrava um rolo de filme com 6,35 centímetros de largura, com o qual se obtinham cem exposições circulares. O obturador cilíndrico era armado por cordão e disparado por meio de um botão; o filme era transportado quando se girava um pino e a máquina tinha apenas uma velocidade (1/25 segundo), uma abertura e uma objetiva retilínea de foco fixo. E foi aquela a verdadeira revolução, pois o fotógrafo agora devia apenas bater a chapa

Câmera Kodak de 1889   Kodak (Nº 1);

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Um aparelho simples, de formato paralelepipédico, com foco e tempo de exposição fixos.A máquina foi lançada no mercado americano, e em pouco tempo, a sua extraordinária facilidade de utilização alargou consideravelmente o conjunto de praticantes da arte fotográfica. Os negativos em vidro, nada maleáveis e de natureza individual, davam o seu lugar, pela primeira vez, a um rolo flexível, sensível à luz, no qual era possível registrar uma centena de negativos. Depois de captadas as imagens, o aparelho era enviado para o fabricante, e este, depois de processar a película e imprimir as provas em papel, devolvia-o ao seu proprietário, acompanhado pelas desejadas fotografias e devidamente guarnecido com um novo rolo.

Câmera Kodak de bolso

Começou a ser vendida em 1895 por 1 guinéu, ou 5 dólares. Era uma câmera de dimensões muito menores (5,7 x 5,7 x 7,8 centímetros), tirando doze fotografias de 3,80x 6,35 centímetros. Um novo modelo dobrável,destinado a aumentar o tamanho das fotos.

Câmera Brownie

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Havia milhões de pessoas com baixo poder aquisitivo, e isso deu ensejo à criação de um novo modelo, mais simples. Apesar de ter sido idealizado por Frank. A. Brownell em 1900, recebeu o nome de uma personagem contemporânea de histórias em quadrinhos, de autoria de Palmer Cox. Tratava-se da Brownie, talvez a máquina fotográfica mais célebre da história, capaz de tirar fotos de qualidade, com 6 x 6 centímetros, em filme de rolo em cartucho ao preço de 5 xelins, ou 1 dólar.

Câmera Ermanox

Foi a primeira câmara fotográfica verdadeiramente moderna, que abriu o caminho ao aparecimento de todas as outras. Em 1924 foi posta à venda ao público sob o nome de Er-Nox e as suas características inovadoras eram tantas que se impôs rapidamente como um novo paradigma, deixando para trás toda a concorrência. Um novo conceito de câmara fotográfica - aquele que conhecemos hoje - tinha nascido.

O seu inventor e fabricante, Heinrich Ernemann, não era novo no ramo. Em 1907 tinha inventado e produzido a primeira câmara SLR, sigla que designa que a mirada é feita através da objetiva graças a um sistema de espelhos. Estava, portanto, na vanguarda da tecnologia. Quase todas as câmaras da época eram feitas de madeira e as suas objetivas eram pouco luminosas. Estes dois fatores tornavam-nas volumosas e pesadas, necessitando de um conjunto de acessórios extenso, entre os quais um tripé figurava como obrigatório.

CÂMERA LEICA

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Em 1913 Oscar Barnack, um funcionário da empresa de óptica Leitz, construiu uma câmera para testar película cinematográfica. O aparelho aparentemente era idêntico a uma câmera de cinema com uma bobina no seu interior que alojava cerca de dois metros de filme 35mm. O diferencial estava na possibilidade de captar um fotograma de cada vez, sendo necessário rodar uma alavanca para passar ao seguinte. Durante esta operação um obturador tapava a abertura da lente impedindo a luz de impressionar o filme. A câmera era pequena e portátil, mas a qualidade das fotografias que fazia era espantosa. 

Durante a guerra Barnack deu uma pausa no desenvolvimento do seu aparelho, mas encontrava-se de tal modo fascinado pelas suas potencialidades que, mal o conflito terminou, retomou o trabalho. Uma nova objetiva foi desenhada tendo em conta as particularidades do formato do filme 24x36 mm. Outra novidade foi à introdução de um visor com um sistema óptico de precisão. Até então as câmeras fotográficas eram equipadas apenas com uma simples moldura por onde o fotógrafo espiava, dando origem a erros de paralaxe e de enquadramentos freqüentes. 

Na Feira de Leipzig de 1925 foi apresentada ao público a primeira Leica, abreviatura de Leitz Camera, um nome que haveria de perdurar e brilhar no mundo da fotografia. Nesse mesmo ano venderam 1000 exemplares e, em 1929, 15000.O sucesso consolidou a marca. A cada ano que passava a Leica apresentava melhorias técnicas e novos acessórios. Em 1932 lançou um modelo com um mecanismo de focagem integral e uma gama de velocidade de obturação que ia até 1/1000 de segundo, equipada com um conjunto de objetivas e compartimentos de filme intermutáveis. Sólida, pequena e fácil de usar, a Leica introduziu o padrão das modernas câmeras fotográficas. Tudo o que apresentava de inovador haveria de se tornar regra e ser copiado por todos os fabricantes de equipamentos fotográficos, a começar pelo uso do filme de 24x36 mm.As suas características fizeram com que fosse o instrumento de trabalho favorito de muitosfotojornalistas, nomeadamente na Europa. Nas mãos de mestres como André Kertész ou Cartier-Bressondeu ao mundo algumas das melhores imagens do século XX.

“CÂMERA “ROLLEIFLEX TLR”

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Em 1928, o Rolleiflex 6x6 para o primeiro negativos foi concebido por Reinhold Heidecke (1881-1960), co-proprietário da empresa Franke e Heidecke em Braunschweig (Alemanha).

Sua partnner foi Paul Franke (1888-1950), dono de uma loja de fotografia em Berlim. Franke e Heidecke já eram famosos por suas câmeras estéreo: a Heidoscop e Rolleidoscop. A Rollei nome vem de "rolo de filme 'en' H ei decke ' A câmera Rolleiflex foi muito bem sucedida desde o início: dentro de algumas semanas eles venderam mais câmeras de um ano de produção e eles tiveram que restringir a promoção. Heidecke não é o inventor da câmera reflex de lente dupla, geralmente chamado TLR. Este conceito já havia sido utilizado em câmeras de grande formato, mas o design foi patenteado que Heidecke muito mais compacto do que qualquer dos modelos existentes.

Heidecke feita uma utilização ótima do espaço: ele colocou a film rolls em que estava "perdido espaço" em outros projetos e colocou o espelho que reflete o mais baixo possível e fazendo isso a 2 lentes poderiam ser colocados mais próximos uns dos outros. Assim, o parrallax entre as lentes foi mínima. Durante os anos seguintes o projeto foi naturalmente feito melhor em muitos aspectos: por exemplo, foi encontrada uma solução para compensar a parrallax restantes. Em 1937, a Rolleiflex Automat fez a sua aparição na Exposição Mundial de Paris. Esta câmara tinha um mecanismo para filmtransport automática. Rolleiflexes câmeras foram caros para o uso proffessional. A versão mais cara, com uma cara de lentes cada vez menos recursos técnicos, foi feito para o fotógrafo amador: o ROLLEICORD. Após a segunda guerra mundial a 2,8 A Rolleiflex foi comercializado. Este tipo de lente tinha af/2.8 (em vez dos habituais f / 3,5) e foi vendida principalmente nos Estados Unidos e não na Europa por causa do preço elevado. E mais tarde, o modelo com a medição de luz desacoplada e no final, o modelo F-lightmeter com selênio acoplado foram feitas. A F-tipo foi feito até 1980, quando o Franke Rollei-Werke e Heidecke faliu. Mas a empresa cresceu de suas cinzas como "Rollei Fototechnic" e teve vários proprietários até que a empresa foi vendida para os membros da equipe através de um management buy-out. A Rolleiflex TLR ainda é feita, o mais recente modelo é o GX 2,8 que apresenta uma luz TTL moderno sistema de medição. Nos modelos mais recentes da Synchro obturador Compur é substituído por um mecanismo de obturador japonês.

CÂMERA EXAKTA B

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Em 1930, o Exakta VP, tendo 4 × 6,5 centímetros exposições em 127 filmes, foi a primeira

câmera foi concebido por Karl Nüchterlein para oIhagee empresa. Ele mais tarde

desenvolveu um modelo menor, tendo 35mm, após o sucesso das primeiras câmeras para o

formato de filme, como a Leica ou Contax. Este original Kine Exakta (1936) foi a primeira

SLR 35mm, a palavra Kine deriva da sua utilização de 35mm cinema filme. Pelo menos

duas variações do Exakta Kine existe: quanto mais cedo se tem uma rodada lupa na capa,

mais tarde têm uma lupa retangular. Um modelo 6 × 6 centímetros também foi lançado

c.1938, mantendo a forma trapezoidal do Exakta outros modelos.

Após a Segunda Guerra Mundial, a série da câmera foi continuado pela Alemanha

Oriental Ihagee empresa. Um monte de outros acessórios foram oferecidos para este viveu

ao longo da linha de câmera. Um sistema de módulos visor trocável foi introduzido com o

VAREX 1950, e uma grande variedade de procuradores foram desenvolvidos, incluindo

alguns com built-in m com uma baioneta, ou para usar uma lente como uma lupa.Em 1951,

a Exa linha foi introduzida como um menor e mais leve alternativa mais barata, a

Exakta. Eles tiveram uma redução de funcionalidade, mas dividiram o mesmo lentes de

montagem e as características de design.Em 1953, uma breve tentativa foi feita para reviver

um modelo de 6 x 6cm, desta vez com o filme correndo verticalmente nas costas

intercambiáveis, mas este Exakta segundo 66 foi também de curta duração.Os últimos

modelos Exakta mantendo algumas características do projeto original foram 1.936 Exakta

VX 1000 e VX 500. Em 1969 Ihagee foi incorporada Pentacon. O RTL1000 Exakta

baseou-se na Praktica L, LTL e séries LLC, com uma baioneta Exakta mount em vez

do parafuso de 42 milímetros de montagem. Tinha cabeças intercambiáveis visor; um

desses oferecidos TTL medição, mas este foi um arranjo bastante cru. O RTL1000 não tem

o design dos modelos precisos Ihagee, e muitos consideram RTL1000 não para ser um

verdadeiro Exakta.

A partir de meados dos anos 1960, a empresa alemã West Ihagee Kamerawerk (ou Ihagee

Oeste), completamente independente de sua contraparte oriental, usou a marca Exakta

também. Seu primeiro modelo foi o alemão feita Exakta Real, que vendeu mal. Mais tarde,

35 milímetros modelos SLR vendido por esta empresa foram rebadged câmeras feitas por

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fabricantes japoneses, como Petri ou mais tarde cosina.Em 1984, Ihagee West anunciou

a Exakta 66 com base na Pentacon Six, que foi oferecido para vários anos

com Schneider lentes.

Na década de 2000 a marca Exakta foi usado por Pentacon GmbH para compacta digital e

câmeras de filme, como de 2008 a marca é, certamente, ainda que de propriedade da

empresa, mas não é utilizado.

CÂMERA POLAROID 95

A Polaroid Corporation foi fundada em 1937 por Edwin H. Land. Ele foi o inventor americano e físico, cuja uma etapa de processo para desenvolvimento e impressão de fotografias criado uma revolução em fotografia - Fotografia instantâneas. É o mais famoso para seu filme câmeras instantâneas, que chegou ao mercado em 1948, e continuou a ser empresa emblemática linha de produto. original da empresa dominante do mercado era de óculos polarizados, uma conseqüência da investigação orientada auto-Terreno em polarização depois de sair da Universidade de Harvard com a idade de 17 (mais tarde ele retornou a Harvard para continuar suas pesquisas).

Depois de derrotado Polaroid Kodak em uma batalha de patentes, a Kodak saiu do negócio

câmara instantânea em 09 de janeiro de 1986.

Early câmeras instantâneas eram freqüentemente referidos e intitulado como "Land

Máquinas", o nome do inventor do processo de imediato, o Dr. Terra. Instant câmeras

foram produzidos para uso três categorias principais do filme: microfilmes, packfilm e

filme integral. Todos estes filmes podem ser caros, geralmente custam cerca de US $ 1 por

um tiro, ou imprimir. Através de sua história, a Polaroid foi conhecida como uma empresa

que constrói câmeras peculiares mais barato que trabalham muito bem. A maioria das

câmeras Polaroid ter sistemas automáticos de exposição totalmente, com um olho

elétrico para determinar a exposição correta. Qualidade pode variar de muito bom, como

no Pathfinder ou SX-70 câmeras, a pobreza extrema, como no JoyCam. Apesar de sua

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história de inovação, a empresa entrou no mercado da fotografia digital muito tarde no

jogo, e como resultado não tem uma quota de mercado significativa, nem inovação

significativa nesta área.

As aplicações profissionais da Polaroid instantâneas filme e câmeras foram as câmeras,

captura de tela para instrumentos científicos, passaporte identidade photos / ou câmeras de

grande formato de outros fabricantes equipados com filme Polaroid folha de titulares ou

backs de filme do bloco. fotos Polaroid eram frequentemente usados para testar

configurações de iluminação de estúdio antes do uso de outros tipos de filme ou da câmera,

antes da reprodução instantânea de câmeras digitais se tornaram disponíveis.

A empresa pediu proteção contra falência federal em 11 de Outubro de 2001, ea maioria

dos negócios foi posteriormente desenvolvida pela Polaroid Holding Company (APS),

gerido pelo Bank One. muitas críticas rodeado esta aquisição, pois o processo deixou os

executivos da companhia com bônus de grande porte, enquanto os acionistas, bem como

funcionários atuais e aposentados, ficaram sem nada. de falência Polaroid foi amplamente

considerado como sendo o resultado do fracasso dos seus quadros superiores para ver o

efeito de câmeras digitais no seu negócio de filmes, um destino que também se abateu sobre

o seu rival principal, Kodak. Desde a falência Polaroid marca televisores LCD e Plasma e

portáteis DVD surgiram no mercado.

Em 27 de abril de 2005, Petters Group Worldwide anunciou a aquisição da APS. Petters, no

passado, não comprou as empresas com nomes conhecidos para o valor desses nomes. No

mesmo ano, a Flextronics comprou as operações de fabricação e Polaroid foi tomada a

decisão de enviar a maior parte das fábricas para a China. Em janeiro de 2009 Polaroid

apresenta câmera digital instantânea PoGo dois, uma variante da impressora Polaroid PoGo

foto portáteis inovadores com built-in digicam. As impressoras muito compacto PoGo

zinco uso de papel especial para impressão de tinta livre.

Em março de 2009, na sequência de processo de falência, o nome da marca Polaroid foi

vendido mais uma vez. No momento da escrita, nenhum filme está sendo fabricado sob o

nome famoso, mas vários projetos estão sendo realizadas por pessoas que desejam reviver o

formato Polaroid.

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Só caiu no gosto do público norte-

americano em 1972, com o lançamento de

um modelo que imprimia uma foto em um

minuto. No final dos anos 90, a venda de

câmeras digitais disparou, e a das

Polaroids começou a despencar. No ano

passado, a empresa anunciou que deve

parar de fabricar essas máquinas até o final

de 2009. Hoje, a Polaroid ainda é usada

por alguns profissionais de cinema e de

moda, que precisam de fotos desse tipo

antes de escolher ângulos e locais de filmagem.

CÂMERA CANON RC-701

A comercialização das câmeras digitais começou apenas em 1986, com a Canon RC-701. O preço absurdo da época (cerca de US$ 20 mil) e a baixa qualidade das imagens geradas, em comparação com câmeras tradicionais, restringiram o público alvo dos produtos.RC-701 foi destinada principalmente ao mercado da imprensa. Tinha quatro dedicado lentes intercambiáveis e ofereceu também um adaptador para lentes 35mm. Preço do RC (RC ficou para R Amera ealtime C), com uma 66 milímetros f/1.2 lente 11 foi de cerca de US $ 3.000. O sistema de RC-701 completa das câmera, um leitor / gravador, uma impressora, um laminador, e de uma unidade de transmissão de custo do telefone cerca de US $ 27.000. O CCD foi 6,6 milímetros x 8,8 milímetros com 780 pixels na horizontal. Esta foi igual a cerca de 300 horizontal e 320 linhas verticais em um monitor de TV. O RC-701 teve um swing-espelho semelhante a uma SLR convencional e velocidade do obturador de 08/01 a 1 / 2000 segundo. Pode capturar 1, 2 , 5 ou 10 frames por segundo. lentes adicionais incluíram uns 6mm f/1.6, comparável a uma grande angular 24 milímetros lente de 35 mm e uma teleobjectiva-150mm zoom 50. Ambas as lentes foram para o RC-701 só e não poderia ser utilizado em outras câmeras.  

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Vários modelos de câmeras eletrônicas foram lançados nos anos seguintes, mas duas merecem destaque: a Canon RC-250 Xapshot, cujo kit completo custava US$ 1.500 foi a primeira com preço acessível ao consumidor médio. Já a Nikon QV-1000C, com venda de apenas algumas centenas de unidades, era voltada para profissionais, e foi a primeira câmera eletrônica cuja qualidade de imagem era igual às câmeras tradicionais.

FUJI DS-1P

Produzido em 1988, o Fujix DS-1P é frequentemente descrita como primeira do mundo a ser uma verdadeira máquina fotográfica digital com Memória interna de 16MB;Arquivos reconhecidos por computadores : do cartão de memória para o registro de imagens "FUJIX DS-1P anúncio". Significativo impacto sobre a indústria e se tornou o modelo de câmera digital subseqüentes. Conteve a 400 kilopixel CCD e salvou fotografias para removível Toshiba SRAM cartões.Como outros pioneiros Fuji câmeras digitais, é marcado Fujix em vez de Fuji, FujiFilm ou Fujica, mas veio a ser conhecida como a Fuji DS-1P.

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DYCAM MODEL 1

A câmera digital comercialmente disponível primeiro foi de 1990 Dycam Modelo 1, que também é vendido como o LogitechFotoman. É usado um CCD sensor de imagem, fotos armazenadas digitalmente, e ligado diretamente a um computador para o download.Dycam Modelo 1 (cinza escuro) e as Fotoman (branco) B & W digicams foram as primeira câmera do consumidor completamente digital vendidos nos Estados Unidos (ambos feitos por Dycam). Eles guardaram 32 imagens comprimidas em memória RAM interna de 1MB. 1/3-inch, 376 x 240 pixels CCD de 256 níveis de cinza. TIFF ou PICT formato 2. 8 milímetros lente de foco fixo. Shutter 30/01 a 1 / 1000 segundo. Built-in flash. Eles operavam de forma semelhante ao XapShot Canon, exceto que eles incluíram o hardware de digitalização na própria câmera. A câmera estava ligada a um PC para transferir as imagens (fotos por Jef Raskin). Houve ony um botão na câmera, o botão do obturador. Para ligar o flash era necessário connet a câmera a um computador e usar o programa que veio com a câmera. Para desligar o flash, era necessário ligar a câmera para um computador. MSRP $ 995. Fotografia Digital, Aaland Mikkel, 1992, p21. Fotografia Popular. Dezembro de 1991.P111.

A foto à direita mostra que aproximadamente um de boa qualidade Dycam uma foto pode parecer em um computador com o tamanho total (100%), 376 x 240 pixels (0,09 MP). Dobrar o tamanho da foto para 752 x 480 pixels irá causar pixelização óbvio da imagem. O tamanho real de uma foto de 376 x 240 pixels, quando impressa em uma impressora jato de tinta normal seria cerca de 3 / 4 de polegada de largura e 1 1 / 4 polegadas de altura, ou sobre o tamanho da imagem no canto direito.

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KODAK DCS 100

A DCS 100 foi a primeira câmera DSLR. Foi lançada em 1991 pela Kodak que usou o corpo da Nikon F3 para esta câmera. A câmara consiste de uma Nikon F3 vez. As fotos capturadas são armazenadas em uma unidade de armazenamento digital separado (DSU) que se conecta à câmera através de um O 1.3 megapixel Nikon F3 com base Kodak DCS (Digital Camera System) foi anunciada pela Kodak em 1991. A câmara consiste de um corpo de câmera inalterado F3 HP conectado a um enrolador de feitos e um back digital. As fotos capturadas são armazenadas em uma unidade de armazenamento digital separado (DSU) que se conecta à câmera através de um enrolador de cabo de interconexão.

As câmeras DCS original são muito mais difíceis de encontrar do que mais tarde os modelos Kodak DCS. Tive a sorte de encontrar um perto de hortelã condição kit DCS em julho de 2005.

A Câmera Digital System foi originalmente marcado DCS, mas mais tarde foi designado DSC100 para evitar confusão com os modelos mais tarde. De acordo com um fórum NikonWeb.com postagem pelo ex-gerente de produto Kodak DCS Jay Kelbley:

Sobre o "DCS 100", tenha em mente que quando era "actual" isso nunca foi vendida como uma "DCS 100" .. Foi vendido como "CDC" ("Câmera Digital System"). Não foi a tag "100" até que os anunciados "DCS 200" ..

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Havia muitos modelos da DCS 100...diferentes tampões, Mono, cores, versões de transmissão (com teclado e modem) ...

FOTÓGRAFOS BRASILEIROS

EVANDRO TEIXEIRA

Nascido em 1935 no interior de Irajuba, Bahia, Filho de Seu Waldomiro Teixeira Almeida e de dona Almerinda Teixeira Almeida, Evandro viveu toda a sua infância como outros garotos de interior, andando a cavalo, pegando picula na rua e levando uma vida tranqüila. Estudou em um colégio de padres, no primário e fez o segundo grau em Salvador.Foi ainda garoto que ele teve o primeiro contato com a fotografia, na escola que estudava fazia jornalzinhos interno tendo assim o contato com a foto. Fazia também jornal que circulava na cidade de Jequié e Ipiaú. Evandro conta que sempre teve veia artística, desde pequeno queria trabalhar com algo relacionado à arte, diz ainda que quando pequeno criava caixas cinematográficas com lâmpadas para brincar de produtor de cinema. Iniciou-se na profissão em 1958, no diário da noite, e em 1963 entrou para o jornal do Brasil.Suas fotos fazem parte dos acervos dos Museus de Belas Artes de Zurique ( Suíça), de Arte Moderna La terulia, em Cali ( Colômbia), de Arte Moderna do Rio de janeiro e de São Paulo e do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Ele revela que já quis ser de tudo nessa vida, aviador, escultor, produtor de vídeos, e o que hoje ele é, fotografo. Evandro teve boas influências, Zé Medreiros, grande fotografo que trabalhou no Cruzeiro, foi uma das pessoas que sempre apoiou em seus trabalhos. Ele também diz que aprendeu com grandes nomes da fotografia, quando ia visitar ateliês de fotografia, para se aprofundar no assunto. Com 23 anos de idade se formou no Rio de Janeiro, na Escola de Belas Artes. Ele começou sua carreira de fotografo, quando conseguiu seu primeiro estágio no Diário de Noticias em Salvador. Com um tempo de trabalho no Diário de Noticias, voltou para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no Diário da Noite, jornal que pertencia ao mesmo grupo do Diário de noticias, o grupo de Assis Chateaubriand. Mas no ano de 1963, ele começou a trabalhar no Jornal do Brasil, onde está ate hoje. Suas fotografias lhe renderam muitos prêmios, inclusive já teve livros publicados, documentários exibidos em longa e agora esta escrevendo um novo livro, entitulado de 68 destinos. Casou com Marly Teixeira e teve duas filhas, Carina Caldas, hoje jornalista, e Adryana Almeida, fotografa. Evandro sempre registrou momentos extraordinários da vida das filhas através de suas lentes, sempre em momentos diferentes as meninas eram fotografadas e hoje continua registrando momentos familiares, agora o alvo das suas lente são as sua duas netas.São 49 anos de carreira profissional, com clicks de diversos tipos, e foi com muita batalha que Evandro construiu uma das mais sólidas e importantes carreiras do fotojornalismo brasileiro.

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Guerra dos Tóxicos, Favela Vila do João, no Rio de Janeiro (1998)

Em 1962, Evandro foi convidado a trabalhar no Jornal do Brasil, segundo ele, a elite do jornalismo na época. Até hoje está no jornal e concilia o dia-a-dia da redação com a publicação de documentários e livros.

Evandro Teixeira

João de RégisEntre os casos que marcaram sua carreira, está o registro exclusivo da morte do poeta chileno Pablo Neruda. Por conhecer Matilde, mulher de Neruda, Teixeira foi o único a fotografar o corpo do poeta.

Evandro Teixeira

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Cathy Freman segura a Trocha Olímpica, nas Olimpíadas de Sidney

Evandro presenciou o drama do transporte do corpo para o local escolhido por Matilde para o velório. O comboio, composto por amigos, familiares e Teixeira, seguiu para a propriedade. Evandro contou ao Portal IMPRENSA que tiveram de improvisar uma ponte sobre um rio para que chegassem à casa do poeta. "Chegamos e vimos que o riacho tinha se tornado um rio. Não tinha como atravessar. Então, improvisamos uma ponte com portas e pedaços de madeira encontrados no local".

"68 destinos"

Outro momento marcante de sua carreira foi a cobertura da Passeata dos Cem Mil, que deu origem ao seu mais recente trabalho, o livro "68 Destinos", que reúne entrevistas com 100 pessoas identificadas na antológica fotografia tirada em 1968, no Rio. O livro consiste em relatar a história dos personagens registrados por sua câmera. Segundo Teixeira, a procura foi tanta, que 170 pessoas foram catalogadas. Destas, 70 ficaram fora da primeira edição, e por este motivo, o fotógrafo cogita o lançamento de mais um volume."Eu penso em fazer mais um [livro] para colocar estas 70 personalidades". O lançamento do livro está previsto para março, no aniversário de 40 anos da passeata.

Evandro Teixeira

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Passeata dos 100 mil, Movimento Estudantil, no Rio de Janeiro (1968)

Quando interpelado sobre seus próximos trabalhos, Evandro é categórico: "Ainda fiz pouco. Tenho muita coisa pra fazer". O fotógrafo se prepara para a cobertura das Olimpíadas de Pequim e para o lançamento de mais um livro, sem data prevista, que mostrará as belezas da feira de São Cristóvão, registradas por ele ao longo de 30 anos.

Além do livro Fotojornalismo de 1983, que registra acontecimentos nacionais e internacionais cobertos desde a década de sessenta, outro trabalho documental dele é Canudos 100 anos.feito em parceria com Ivana Bentes, responsável pelo texto, os dois resgataram a Guerra de Canudos ( ocorrida de 21 de novembro de 1896 a 5 de outubro de 1987) e a história de Antônio Conselheiro ( líder religioso que defendia a continuação do regime monárquico no início do período republicano no Brasil)

O livro desenterra as histórias dos “herdeiros” de canudos ( que chegou a ser a maior cidade da Bahia naquela época) e mostra o que restou dos locais históricos onde se deram as batalhas.São 106 impressionantes imagens em preto-e-branco, numa reportagem que reúne fotografia, história e arte.Em sua viagens pelo sertão baiano,Evandro Teixeira produziu certa de 7 mil fotogramas.São registros preciosos de ruínas da canbudos destruída pela guerra, da atual Canudos, das velhas e novas gerações, da religiosidade, da seca, do abandono.Um verdadeiro documento histórico.

PEDRO MARTINELLI (1950-)

É fundamentalmente um Fotojornalista. Foi assim que começou a quase 30 anos.Trabalhou nos principais jornais e revistas do Brasil, mas não se limitou a fotografar os fatos.Em sua carreira fez trabalhos para a playboy e para revistas de moda.Nunca esqueceu ,porém, sua base jornalística.Num ensaio de moda publicado na revista Elle, Pedro resgatou um artigo trabalhando sobre os bóias-frias.As fotos serviram de base para vestir as modelos e o esultado foi um trabalho belíssimo e inovador.

Nasceu em 1/1/1950 e começou no jornalismo como fotógrafo em A Gazeta Esportiva (1967). Passou pelo Diário do Grande ABC (1968-70) e O Globo (1970-75), quando cobriu a expedição de contato dos índios Kranhacãrore (hoje chamados Panará).

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Trabalhou depois em Veja (1976-83) e chefiou o Estúdio Abril (1983-94). Desde 1994, dedica-se à documentação da vida do homem da Amazônia, da qual resultou em livro.

Em 1970, quando o regime militar botou em marcha os primeiros acordes do chamado Plano de Integração Nacional e iniciou a construção de rodovias que cortariam a floresta amazônica, Pedro, então com 20 anos, foi escalado pelo jornal O Globo para cobrir a célebre expedição de "atração" dos chamados Kranhacãrore, os "índios gigantes", na rota da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém.

Foi sua pós-graduação de mato na Amazônia, tendo Cláudio Villas Bôas como mestre!

Durante três anos, aguardou pacientemente na rede, meses a fio, o desfecho da história. Descobriu quanto custa fazer uma documentação fotográfica profunda, numa região imensa, desconhecida e onde o que dá o ritmo (ainda) é a natureza...

Seus registros memoráveis do cerco aos Kranhacãrore viriam se completar somente 25 anos mais tarde, quando reencontrou os Panará - o verdadeiro nome da tribo - e pôde documentar o seu retorno ao que sobrou do território tradicional, depois do vendaval predatório das madeireiras, das empresas agropecuárias e dos garimpos que se instalaram na região dos afluentes da margem esquerda do médio Xingu, no rastro da estrada.

A esta altura, Pedro Martinelli já havia deixado o emprego fixo e estava andando por sua conta, sem a pressão das pautas de curto prazo e o jugo dos editores, para se dedicar prioritariamente à documentação do cotidiano do homem da Amazônia, do qual o livro Amazônia - O Povo das Águas é um primeiro fruto.

Pedro é um fotógrafo artesanal, que só utiliza câmeras mecânicas sem adereços, sempre depois de uma aproximação profundamente humana e alegre com as pessoas e comunidades protagonistas das histórias que está aprendendo para contar.

Beto Ricardo, companheiro de viagem - Instituto Socioambiental São Gabriel da Cachoeira, AM, agosto de 1999.

DOCUMENTANDO A EXTRAÇÃO

Estar na composição de um dos perfumes mais cobiçados do mundo, determinou, ao mesmo tempo, a fama e a quase extinção do pau-rosa, cujo nome científico é Aniba rosaeodora Ducke...

Até hoje é da madeira desta árvore que é extraída a mais cobiçada substância da indústria de fragrâncias, o linalol, óleo que serve como matéria-prima para a fabricação do famoso perfume francês Chanel nº 5, criado na década de 20 pela estilista Gabrielle Chanel - mais conhecida como Coco Chanel.

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O perfume foi criado por Ernest Beaux, um dos maiores perfumistas de todos os tempos, a pedido de Coco Chanel. Ele é elaborado com uma mistura de sessenta fragrâncias.A árvore, que já foi encontrada em toda extensão da Floresta Amazônica, atualmente, existe apenas na região de Manaus e em certas áreas de difícil acesso. Além da redução na quantidade das plantas disponíveis para o corte, o linalol pertence à família das substâncias que não se fazem presentes facilmente...

Os cortadores de madeira precisam ir à locais cada vez mais longínquos para conseguirem obter milhares de unidades de pau-rosa, necessárias à produção de toneladas e toneladas de essência exportadas anualmente - para que sejam produzidas 50 toneladas desse óleo, é necessário o corte de cerca de duas mil árvores por ano...

Para cortar a árvore leva-se, em média, uma hora. A madeira, que exala um odor de rosa, é muito rija, principalmente perto do miolo. Depois, as toras de mais de 100 quilos são carregadas nas costas até o rio mais próximo. Dessa forma, serão transportadas até as usinas, que vão transformá-las num óleo chamado linalol.

O mesmo seguirá para Manaus e de lá para a Europa, o Japão e os Estados Unidos. Sujeito a tantos fatores, o produto passou a ser vendido a preço de ouro - cada quilo custa US$ 40 - e tantos impasses forçaram o questionamento sobre a viabilidade econômica e ecológica da sua utilização. Um dos maiores entraves para a continuidade de seu emprego, contudo, localiza-se na questão tecnológica.

De acordo com o Ibama, a extração de matéria-prima suficiente para produzir um tambor de 180 litros de linalol deveria ser compensada com o replantio de 80 mudas de pau-rosa. Porém isso não acontece, segundo o Ibama, porque as mudas são escassas e, conseqüentemente, caras. Outros problemas são a falta de técnicas de plantio e o longo período de maturação das plantas para corte - mais de 25 anos.

As dificuldades crescentes da extração acarretaram a decadência do negócio...

Das cerca de 30 usinas que funcionavam no Amazonas, apenas 5 continuam em atividade. Uma delas, fotografada por Pedro Martinelli, fica em Parintins...

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Bodó é um tipo de cascudo, vive grudado em paus e pedras. Pequenino ainda, é exportado como peixe ornamental. Mas sua pesca é proibida pelo IBAMA, por ser filhote de uma espécie comestível que chega a ter 1 quilo quando adulto.

O caldo de bodó é uma iguaria clássica da Amazônia...

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Maravilhas do Mundo

Na foto de Pedro Martinelli podemos ver a Basílica de São Pedro, localizada na Cidade do Vaticano, sede da Igreja Católica.

O Vaticano é um Estado independente que ocupa uma área de 44 quilômetros, toda cercada por muros, no centro de Roma - a capital italiana. Aloja a maior igreja do mundo, que é a Basílica de São Pedro, e grandes tesouros culturais, entre eles as pinturas feitas por Michelangelo no teto da Capela Sistina.

Todos esses anos de vivencia na região amazônica resultaram no livro Amazônia: o povo das águas,lançado em junho de 2000.Nas palavras dele : “ esse livro não deve ser tratado apenas como um livro de fotografia, mas como um livro que mostra o modo de vida do

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brasileiro que está no Amazonas”.Seu trabalho antes de tudo é uma denúncia documentada por imagens.

Resumo da entrevista de Pedro Martinelli dada ao Livro Imagens da Fotografia Brasileira

Com toda essa bagagem, Martinelli realizou o sonho de fotografar o homem da Amazônia, o caboclo, mistura do índio com o colonizador, que há mais de 400 anos habita a região e , na verdade, é uma das raízes do povo brasileiro.

Depois de 11 anos dirigindo o estúdio da Abril, teve a idéia de fazer um trabalho sobre a Amazônia por entender que a idéia que as pessoas tem da região é irreal e absurda. “ É uma Amazônia da fauna, flora e dos índios...É o tucano e o índio na festa do kuarup.Mas ninguém se preocupou em contar a história do indivíduo que habita as margens dos rios, quem é esse caboclo, como ele vive, qual é sua história.

Foi para a Amazônia com a finalidade de melhorar a qualidade da informação sobre a mesma, para que as pessoas tenham melhor entendimento do que ocorre lá : o esforço e a dignidade de um homem que faz as coisas com as mãos,nas condições mais terríveis do mundo.Essa história visual é que precisa ser contada.

Esse projeto teve o apoio da Kodak e do laboratório Imágicas que revela e faz todas as suas cópias.

Para ele o Fotojornalista é o sujeito que sai,acompanha os fatos e os relata para seu leitor exatamente da forma como aconteceram.É para isso que existe o fotógrafo.Acredita que a fotografia documental é caracterizada pela temporalidade.E vai mais longe: “ Documentação é isso, resgatar a memória do brasileiro, que muitas vezes são histórias simples, mas têm a força do homem e a dignidade do homem da Amazônia, são histórias desconhecidas.”

Explica que os fotógrafos em geral trabalham em preto-e-branco por ser um problema de edição.Se usar a luz, vai ter uma péssima imagem e por isso são sempre questionados com perguntas do tipo: o que quero dessa imagem?,desse momento?, dessa luz? E por isso tem que tomar uma decisão rápida e a cor não permite isso, por iludir,simplesmente por ser cor.E o preto-e-branco mostra o que ninguém tem a capacidade de ver.nele o fotógrafo consegue ser contundente, passar a informação sem ser explícito.Sobre a fotografia digital,acha ótima para mostrar mais um ponto de vista, mas uma alternativa para quem faz jornal ou revista.Não concorda com a afirmação de que a fotografia digital vai derrubar a tradicional, já que existem histórias que podem ser contadas em fotografia digital e outras pela convencional.

Define fotografia como um documento,uma carteira de identidade.É fundamentalmente memória.Como fotógrafo,já viajou o mundo todo.A fotografia é a sua vida, assim como a música( foi criado ouvindo música clássica, ópera) Assim como as imagens, o som pra ele é emoção.

Se inspira no próprio dia-a-dia, está sempre aprendendo com alguém.Aprendeu com Bresson,Sebastião Salgado e Richard Arredon.É um verdadeiro “sugador” das coisas boas.Para ele a fotografia é uma comunicação imediata e que não existe certeza se ao apertar o botão a foto estará tecnicamente perfeita, pois na fotografia tudo é sempre risco...

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SEBASTIÃO SALGADO

Nota introdutória:

Quando Sebastião Salgado, decidiu tornar-se fotógrafo, em 1973, já carregava consigo uma bagagem de economista e uma visão de mundo dialética.Formado em economia, com mestrado em São Paulo e nos EUA, mudou-se no final dos anos 60, para paris, onde obteve o doutorado.o diploma ficou sem uso.Foi tomado por um vírus, a fotografia e desde o ínicio dos anos 70 abandonou completamente planilhas e números por câmeras fotográficas e lentes.

Nessa época trabalhava para a Organização Internacional do café, em Londres e foi enviado para Angola para coordenar um projeto sobre a cultura do café naquele país.Além do lápis e da calculadora levou câmera e vários filmes.Desde essa primeira experiência,Salgado teve certeza de que voltaria seu olhar pra o ser humano.Fotografar gente é sua meta, sua preocupação sempre foi captar a humanidade que respira ao seu redor.

História:

Em 1980 a fotografia brasileira tornou-se mundialmente conhecida no exterior por meio da participação em exposições internacionais e da publicação do trabalho de fotógrafos brasileiro em revistas estrangeiras entre eles esta Sebastião Salgado.

Sebastião Ribeiro Salgado (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944) é um fotógrafo brasileiro reconhecido mundialmente por seu estilo único de fotografar.Nascido em Minas Gerais, é um dos mais respeitados foto jornalistas da atualidade. Nomeado como representante especial do UNICEF em 3 de abril de 2001, dedicou-se a fazer crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de dez livros e realização de várias exposições, tendo recebido vários prêmios e homenagens na Europa e no continente americano.

Sendo ele um dos fotógrafos mais famosos do mundo . é exemplo do triunfo sob o acaso jornalístico . sua carreira mudou significativamente depois de retratar o atentado contra o então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. Resultado de poucos segundos , as fotos lhe renderam destaque no meio, comprovando que as vezes , o tempo, trabalha a favor do fotógrafo.

Em 1981, Salgado tinha sido contratado pela agencia Magnum , para fazer fotos dos 100 primeiros dias de Reagan, que seria matéria da capa da revista semanal do New York Times . Em 30 de março , o fotógrafo começou o dia registrando o presidente dentro do hotel Washington Hilton e , ao perceber que Reagan sairia , foi esperá-lo do lado de fora.Quando o atentando aconteceu , o fotógrafo estava numa posição privilegiada e fez uma seqüência do presidente entrando no seu carro oficial.Todos jornais do mundo disputaram as imagens de Salgado,distribuídos pela Magnum. O fotografo não diz quanto os poucos segundos em que clicou o atentado lhe rendeu , mas diversas matérias publicadas sobre o assunto , funcionários da agencia mencionaram cerca de US$ 1milhão . sabe –se que , com a venda destas fotografias , Sebastião salgado comprou um apartamento em Paris.

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1981: Atentado contra Reagan

 

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Reagan pouco antes do atentado em Washington ele tb era um ex- ator;

No dia 30 de março de 1981, um atentado a tiros feriu o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, que estava há dois meses no cargo.

 Formado em economia pela Universidade de São Paulo, trabalhou na Organização Internacional do Café em 1973, e trocou a economia pela fotografia após viajar para a África levando emprestada a câmera fotográfica de sua mulher, Lélia Wanick Salgado. Seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequencia, publicou Sahel: O Homem em Pânico (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de quinze meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome Trabalhadores rurais, um feito monumental que confirmou sua reputação como fotodocumentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente.Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…" Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças

Resumo da entrevista de Sebastião Salgado dada ao Livro Imagens da Fotografia Brasileira

Suas fotos nos trazem as vítimas da fome na África, os mineradores de ouro e de Serra pelada,os camponeses e índios das Américas, os multilados de guerra no Camboja,os multilados na guerra do Camboja,os rescaldos da guerra do golfo,no Kuwait,os sem-terra do Brasil.Acredita que a função da fotografia não é apenas a de informar,mas também a de representar uma época, a de ser o retrato cultural de uma sociedade.

Considerado o fotógrafo do preto-e-branco e da contraluz,Salgado continua percorrendo seu mote de fé: o ser humano, que ele nos traz em suas reportagens, sempre tratadocom respeito e dignidade.Um ser humano que nos é mostrado em toda sua plenitude, interagindo completamente com o meio no qual se encontra.Com suas imagens, conquistou um posto

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de destaque dentro da fotografia mundial.É o mestre da fotografia documental.Ele acredita na força da fotografia como um instrumento para criar discussão e levar as pessoas a olhar suas imagens e refletir sobre o que está ocorrendo.

Afirma que no Brasil há pessoas que não tem capacidade de decisão, são pessoas pobres e simples e que estão lutando pela sua evolução porque não tem ninguém fazendo nada por elas.

Acredita que a imagem é uma linguagem universal. A imagem que ele fez no Brasil vai ser difundida em 10,12 países, sem uma linha de tradução.Qualquer um que ler sua imagem no Japaão,Índia e etc, vai compreender porque a fotografia é uma linguagem universal.

Em sua avaliação a fotografia tem o poder de síntese.sintetiza tantas coisas ao mesmo tempo: a cultura da pessoa que está fotografando está vivendo,porque ela está sendo influenciada pelo ontem e pelo agora.

Grande parte da comunicação é feita via imagem e a pessoa que se deixa fotografar e dá sua imagem já sabendo que ela também está participando dessa linguagem universal.No momento em que ele começa a fotografar,os fotografados,as imagens, o local, tudo está rodando dentro de uma mesma sintonia e a partir desse momento estão todos no mesmo nível de participação.

Perguntado como são recebidos suas imagens, ele disse : “ Minha imagem incomoda”.” Mas acho que deveríamos assumir nosso papel dentro da sociedade e que deveríamos tentar resolver os problemas.

Em sua observação a imagem está ali, latente, não é ele quem está criando.Ele é simplesmente um vetor.A imagem foi criada por um ato social da nossa sociedade e nós temos de assumir.

Como narrador da história do homem, acredita que se continuarmos a quebrar o equilíbrio ecológico e biológico, estamos correndo o risco de desaparecer.Com suas imagens , tenta criar debates para encontrar a solução.O que ele faz é uma auto crítica.

Em relação a críticas e elogios, para ele o fotógrafo precisa imbuir-se de uma grande quantidade de humildade e cada manhã dizer que ainda não compreendeu,que ele não é nada e ainda não é fotógrafo.Que ele tem que compreender que a sociedade tem muita coisa para aprender e que tem de refazer tudo que fez.

E para finalizar, fiz que o mais importante não é as pessoas conhecerem seu trabalho, mas compreenderem uma ás outras.Deveriam ir mais aonde as coisas estão acontecendo,pois a nossa história é a da coletividade

EUSTÁQUIO NEVES

Nascido em 1955, em Juatuba (MG), Eustáquio Neves é um fotógrafo autodidata. Com formação técnica em química industrial. Não pensava em ser fotógrafo ao comprar sua primeira câmera fotográfica.A opção pela química foi mais pela vontade que teve desde a infância pela experimentação e foi justamente isso que o levou para a fotografia. Eustáquio atua como freenlancer na área de publicidade e fotografia documental desde 1984, ano em que adquiriu seu primeiro equipamento fotográfico. Os conhecimentos assimilados no curso de química foram de grande auxílio quando o fotógrafo montou seu estúdio e um

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pequeno laboratório em Belo Horizonte. Na mesma época, criou com alguns amigos um grupo de estudos para discutir projetos autorais.

Em seu trabalho autoral, Eustáquio emprega técnicas fotográficas alternativas, manipulando negativos e cópias e incorporando-os nas suas imagens. O experimentalismo e o acaso exercem uma função expressiva fundamental no trabalho do fotógrafo. Boa parte de sua produção explora ricas composições com detalhes e elementos incorporados, como fragmentos de negativos, cópias de imagens, manuscritos e trechos de texto.

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As obras do artista Arthur Bispo do Rosário e do cineasta Wim Wenders são referências importantes para Eustáquio Neves.

Atualmente, o fotógrafo desenvolve projetos pessoais e pesquisas etnográficas que buscam resgatar aspectos culturais de grupos étnicos específicos, e é também colaborador da Imaginário Picture Agency e da Autograph.

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Vencedor de grandes prêmios brasileiros de fotografia, como o VII Prêmio Marc Ferrez, da Funarte, Eustáquio já expôs seu trabalho no Canadá, Inglaterra, EUA, Japão, Alemanha, entre outros países. Seu primeiro livro, Eustáquio Neves, lançado pela Cosac Naify em 2005, faz parte do acervo do f/508.

Cronologia

Fotógrafo

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Londres (Inglaterra) - Colaborador da Imaginário Picture Agency e da Autograph

Atualmente tem desenvolvido pesquisas e projetos de expressão pessoal no sentido de buscar novas linguagens na fotografia e resgatar aspectos de identidade cultural, social e étnica de grupos sociais específicos, ao mesmo tempo que ministra cursos de atualização a convite de instituições e presta serviços como autônomo no setor comercial da fotografia

1981/1984 - Goiás - Exerce a profissão de químico

1984 - Goiás - Adquire seu primeiro equipamento fotográfico

1987 - Belo Horizonte MG - Monta pequeno estúdio fotográfico e cria com amigos entusiastas da fotografia um grupo de estudos em que eram discutidos projetos autorais

1994 - Belo Horizonte MG - Fotos publicadas em Cenas de um Belo Horizonte, editado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

1994 - México - Fotos publicadas em Naturaleza Muerta, editado pela Luna Córnea

1994 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, oferecido pela Funarte, para desenvolvimento do ensaio fotográfico Filhos do rosário em nome do pai

1995 - Belo Horizonte MG - Participa de Novas Linguagens nas Artes, no Centro Cultural da UFMG

1996 - Londres (Inglaterra) - Viaja para realizar exposições e participar de palestras e workshops

1996 - Londres (Inglaterra) - Ministra workshop no Hackney Community College e no Photofusion Centre

1996 - Londres (Inglaterra) - Participa de Novas Travessias: New Directions in Brazilian Photography, no Rackney Community College Photo Fusion Centre

1996 - Londres (Inglaterra) - Publica Eustáquio Neves Monograph, editado pela Autograph

1996 - Londres (Inglaterra) - Fotos publicadas em Contemporary Brazilian Photographer, de Maria Luiza Mello, editado pela Verso

1996 - França - Fotos publicadas em Afro Brasileiro, editado por Rivue Noire

1996 - Belo Horizonte MG - Fotos publicadas no artigo Arturos em Londres, editado no Estado de Minas

1997 - Havana (Cuba) - Realiza uma instalação dentro da 6ª Bienal de Havana

1997 - São Paulo SP - Fotos publicadas no catálogo da Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, editado pelo Masp

1997- Belo Horizonte MG - Fotos publicadas no artigo Tensão entre o Caos e o Cosmo, editado no jornal Estado de Minas

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1997 - Belo Horizonte MG - Ministra oficina de atualização no 29º Festival de Inverno UFMG.

Resumo da entrevista de Eustáquio Neves dada ao Livro Imagens da Fotografia Brasileira.

Define seu trabalho como autobiográfico, não se contenta com a documentação pura e simples.Traduz em imagens sua preocupação com o social e em especial pela questão da identidade negra e da cultura africana.Seu trabalho se destaca pela pós-produção.

A manipulação é uma das características de seu trabalho.É por meio das interferências físicas e químicas nos originais que ele vai contando sua história.Tem como referência o trabalho do artista plástico Arthur Bispo do Rosário e o cinema experimental encontra inspiração para elaborar suas imagens.

Quando ele constrói uma imagem, em alguns casos usa até 10 negativos.Ele se imagina narrando um roteiro cinematográfico que fala do comportamento humano.Ao criar uma imagem, pretende compartilhar poesia, inquietações, denúncias e informações filtradas pela saturação dos signos do mundo à sua volta.

Suas imagens são muito mais simbólicas do que simples fruição estética, são índices, rastros que nos falam de algo que já existiu e nos apontam para novas descobertas.Suas imagens também são uma crítica á vulgarização da própria imagem. Em seu projeto: “ Objetivização do corpo da Mulher”, onde faz uma crítica às mídias que usam o corpo da mulher com exaustão para todos os fins.

Ele se incomoda com as desigualdades e isso foi refletido em seu trabalho: “ Outros navios Negreiros”, mostrando a condição dos negros trazidos como escravos e nesse trabalho, os “navios negreiros” são as cadeias públicas, hospitais e trens urbanos.

Escolheu ser fotógrafo porque foi na fotografia que ele encontrou os elementos para a reconstrução de seu imaginário.

JOÃO URBAN

João Urban, fotógrafo, nasceu na cidade brasileira de Curitiba, no ano de 1943. Pratica a profissão desde criança. Mais tarde, entre a militância política nos anos 60 em Curitiba, o ingresso na fotografia publicitária  ( preocupa-se com a imagem dos produtos ) como profissão e a formação de uma cultura fotográfica, foi se tornando um fotógrafo com técnica aprimorada e olhar sensível para questões sociais. Publicou os livros Bóias - Frias, Tagelöhner im Süden Brasiliens. Edition Dià, St. Gallen/Suíça e Wuppertal, Alemanha em 1984, com edição brasileira em 1988 e Tropeiros, em 1991. Participou de várias exposições no Brasil e no exterior. Seu trabalho integra importantes acervos e coleções de fotografia. Recebeu o premio J. P. Morgan em 1999 e, em 2000 recebeu a Bolsa Vitae de Artes.

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Exibe em 150 imagens uma retrospectiva de seu trabalho. As fotografias foram produzidas ao longo de quatro décadas no Paraná, no Brasil e no exterior. O público poderá fazer a visitação entre 08 de dezembro e 11 de março.A exposição é organizada a partir de uma seqüência cronológica, estruturada como uma linha do tempo, que se inicia em 1966 e prossegue até a produção mais recente de Urban. Entre os trabalhos, há imagens de um ensaio inédito, ao qual se dedica atualmente, chamado de “O mar e a mata”. Nele, o fotógrafo retrata a serra, a floresta, a baía, os homens e as mulheres da região litorânea do Paraná. Segundo Urban, trata-se de um ensaio de natureza sócio-ambiental que está sendo realizado desde os anos 80

As obras 

O primeiro núcleo exibe fotografias feitas entre 1966 e 1970. Já a produção realizada entre 1971 e 1976, inclui as séries “Luvas, mãos, ferramentas”, “Madeiras” e “Outdoors”. A seqüência segue com a série “Bóias-Frias”, realizada entre 1976 e 1981, que marca o início do trabalho narrativo do fotógrafo. Entre os trabalhos realizados entre 1980 e 2003 são apresentados os ensaios sobre a imigração polonesa no Paraná –“Tu i Tam”– e “Tropeiros”, outro importante ensaio sobre o caminho das tropas, desenvolvido desde os anos 80 até 1991.

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Logo em seguida está a série “Papeleiros”, realizada em 1999, e o ensaio “Aparecidas”, sobre a festa de São Benedito, na basílica de Aparecida, no interior de São Paulo. Também faz parte da exposição uma série de retratos de personalidades e personagens do mundo cultural. Outro núcleo é composto pelas séries “Curitiba, paisagens urbanas” (1992 a 1993) e “Viagens”, onde mostra cenas de viagens captadas desde os anos 70 até 2006, em países como Brasil, Havana, Paris, Varsóvia e Nova Iorque.

Memória

O fotógrafo é considerado, principalmente, um artista de memória. Desde os anos 60, Urban se dedica à fotografia documental e publicitária, especialmente aos ensaios fotográficos sobre temas sociais com forte apelo pelo registro da memória, conforme se pode constatar nos núcleos expositivos. “A fotografia não recorda o passado, mas atesta que ele existiu na dimensão do real –de um real que não podemos mais tocar”, afirma a artista plástica e curadora da exposição, Jussara Salazar.

Durante anos, ele fotografou a imigração polonesa e o trabalho dos bóias-frias nos campos paranaenses e acompanhou p caminho dos tropeiros. Ressalva que a fotografia social ou documental, não é representativa da verdade, mas a expressão do olhar de cada fotógrafo.

É com esse poder de captar o passado que o fotógrafo idealizou e produziu diversos livros. Entre os principais estão “Bóias frias”, publicado primeiro na Alemanha em 1984 e, somente, em 1988 no Brasil; “Tropeiros” (1992); “Aparecidas” (2002); e “Tu i Tam” (1984). A seleção de imagens dessas e de outras publicações e trabalhos é o que se pode ver na mostra.Urban deixa claro sua predileção pelas origens e raízes do povo do Paraná.

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Retrata com especial atenção as pessoas simples que ajudaram a construir o Estado. Como nos títulos de seus livros, mostra os trabalhadores rurais e urbanos, o cotidiano, a religiosidade, o folclore, os hábitos e as características de comunidades de pequenas e grandes cidades. 

Para se ter uma idéia, no livro “Tu i Tam”, que traduzido do polonês significa “Aqui e Lá”, o fotógrafo reconstrói, através dos descendentes, a saga dos imigrantes poloneses que se estabeleceram no Sul do País. Em “Aparecidas” retrata, particularmente, a devoção e a peregrinação de romeiros à basílica de Aparecida. Assim como em “Bóias frias”, Urban relata o dia-a-dia daqueles que trabalham como diaristas na zona rural.

Um trabalho que já rendeu ao fotógrafo o devido reconhecimento, inclusive internacional. As fotografias de Urban se encontram em acervos de vários países, como no Museu Francês da Fotografia, em Biévres, na França; no Kunsthaus de Munique, na Alemanha; no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), entre outros.

João Urban Demarcação temporal, 40 anos de fotografia.

A fotografia não recorda o passado, mas atesta que ele existiu na dimensão do real – de um real que não podemos mais tocar. O olhar de fascínio do “via-me ver-me” dito pela jovem Moira, a mítica fiandeira que tece, desmancha e corta o fio da vida, ou ainda sob o olhar sartriano, em que: não vejo mais o olho que me olha, e se vejo esse olho, é então esse olhar que desaparece, um olhar imaginado por mim no campo do outro.

É nesse campo de alteridade, desejo e memória que João Urban constrói um olhar raro a respeito do mundo,– a partir da qualidade do que é o outro, que é próprio da fotografia, mas que nesse caso amplifica-se no jogo de espelhos e indagações que o ser humano, a natureza

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e as cidades, em sua complexa rede de significações suscitam.Sua obra, marcada pela profundidade da dimensão humana, afirma desde sempre essa mesma qualidade, e embora Urban tivesse o interesse voltado para a fotografia já muito jovem, alguns momentos são muito significativos em sua produção, especialmente o da fotografia documental e narrativa que o acompanha até hoje.O ano de 1966 marcou o ingresso de João Urban nas atividades da resistência à ditadura. Sua fotografia – que já àquela época recebia influência dos fotógrafos do Farm Security Administration (Serviço de Previdência Rural da época da depressão americana), que ele conhecia pelos ensaios publicados na Life e através dos Anuários da Popular Photography – colocou-o frente a frente aos graves problemas do campo e da cidade e às questões impostas pelo regime político. “Esse movimento aconteceu com um grande número de jovens fotógrafos e mesmo com os já atuantes, principalmente na área de jornalismo. A fotografia estava fortemente marcada pela intenção de denúncia social e política”, afirma Urban.A partir daí, sua câmara volta-se para as pessoas na rua, para as passeatas, presídios, pescadores, trabalhadores do campo, tendência que, de uma forma ou de outra, foi marcante em sua trajetória como fotógrafo. Entre 1966 e o início dos anos 70, suas primeiras experiências foram aleatórias e aconteceram circunstancialmente. Os primeiros registros de “realidade” principiam aí. Planos distantes e tímidos, meandros da luz-disponível num presídio, o filme “puxado”. Fotografias de policiais infiltrados em uma passeata valeram-lhe a primeira “entrevista” numa delegacia da polícia política e um laboratório fotográfico para fazer “finanças” para a resistência.

Entre 1971 e 1975 veio o aprimoramento técnico na prática da fotografia publicitária, e a descoberta de Bresson, August Sander, Marc Riboud, Diane Arbus, Kudelka, Guy le Querrek e todo o universo de ensaios de um grande número de fotógrafos. O questionamento da propaganda da ditadura e do ufanismo nacionalista, exibidos em outdoors, chamam a atenção de Urban, nesse momento em que também registra a série Madeiras, fotografias produzidas em l974 na região norte e sudoeste do Paraná, sobre o desmatamento e a arquitetura pioneira do norte do estado. Em Luvas, mãos, ferramentas, em um ensaio que também foi realizado em 1974 numa siderúrgica, reafirma esse discurso sócio político.Entre 1976 e 1981 organiza outro trabalho importante: Bóias-Frias, sobre trabalhadores rurais, de qual resulta o seu primeiro livro: “Bóias-frias, Tagelöhner im Süden Brasiliens”, publicado em 1984 em edição suíço/alemã. Essa série marcou uma adesão do fotógrafo ao documentário narrativo e interpretativo. 

Os Tropeiros, ensaio fotográfico sobre o Caminho das Tropas foi realizado no final dos anos 80 e publicado em 1991. Com os Coletadores de Papel, retratos produzidos em estúdio com personagens das ruas de Curitiba que trabalham recolhendo papel para reciclagem, Urban recebeu o prêmio Ensaio J.P. Morgan em 1999.

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A partir de 1980 inicia Tu i Tam (Aqui e Ali), fotografias de imigrantes e descendentes de imigrantes poloneses no Paraná. Em 1988, Urban, também descendente de poloneses, registra paralelos e semelhanças no sul da Polônia seguindo até 2003, quando em sua volta e revisitando as colônias, faz os retratos dos mesmos personagens fotografados anteriormente. Produz com Tu i Tam um documento de grande beleza sobre a memória e a história da cultura dos poloneses daqui e de lá. Segundo o fotógrafo Luiz Carlos Felizardo, em Tu i Tam “a recriação da paisagem se dá através de coisas muito diversas: nas roupas, na casa, no pátio, no galpão, no campo. As árvores que organizam o espaço da lavoura, o desenho das casas de troncos, a simplicidade e riqueza dos interiores, os travesseiros, e lenços de cabeça, o próprio desenho humano: tudo faz a paisagem, tudo é parte dela”.

Em sua fotografia João Urban questiona os valores capitalistas da arte e sua inserção na máquina do consumo, a valoração no engenho daquilo que excede e multiplica-se ao infinito até a inexistência das coisas, até o banal de onde não mais somos. Renascida, a imagem sem a tirania caótica dessas relações, retoma aí seu lugar, o éthos do sujeito que reconhece a si próprio e ao mundo e engendra novas possibilidades críticas a respeito da atitude do olhar em seu espaço ativo e transfigurado. Urban intensifica um discurso carregado de diferentes sentidos, uma arquitetura simples em sua práxis de fotógrafo experiente, lugar de oposição e afirmação, afinal para ele o mundo significa antes de tudo resistência, e se não fosse assim, nada faria sentido. Nessa oposição ao esvaziamento, fica o desafio a esse tempo e esse espaço onde a imagem permanece, tanto no terreno da percepção e da imaginação como na possibilidade da lembrança e dos afetos ou ainda na sensação de se ter estado um dia.Enfim, a fotografia única de João Urban humaniza e distingue o indivíduo e o mundo como partes de um imaginário singular e inaudito, quem sabe o espaço para nos debruçarmos sobre novas fábulas modernas do olhar e da existência.

Resumo da entrevista de João Urban dada ao livro imagens da fotografia brasileira

Na entrevista, revela que além de trabalhar como fotógrafo publicitário e industrial, dedicou-se a fotografia documental para conseguir cobrir todos os seus gastos, ou seja, por questões financeiras.

Fez o trabalho “O retrato das raízes” quando um banco o contratou para fotografar as colônias polonesas perto de Curitiba e essas imagens eram para uma exposição em homenagem ao papa João Paulo II, que visitou o Brasil em 1980.E nesse trabalho, observou a presença da cultura popular na vida dos imigrantes poloneses no Brasil.E isso o deixou satisfeito, pois era como reencontrar sua infância.

Conta também, que além dos imigrantes fotografou os bóias-frias em um momento relacionado com a chegada da soja.

Ele disse: “Nesse período, acabaram com as matas, mas grande parte da população rural perdeu seu trabalho e suas terras.foi uma época de crise para a população e revela que era um movimento humano impossível de passar despercebido e por isso começou trabalhando com pesquisadores do Estado e continuou fotografando os bóias-frias por conta própria.

Conta também o fotógrafo, que só faz uma fotografia com autorização dos personagens e que se a pessoa não quiser e não se sentir à vontade, ele não fotografa.

Para ele os bóias-frias são pessoas desprovidas de tudo, com uma vida tão difícil e que usufrui pouco do desenvolvimento.

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Define os descendentes de imigrantes como pequenos proprietários fora do limite da miséria e da pobreza, católicos fervorosos e conservadores.

Conceitua a fotografia documental como uma gota da realidade que não existe sozinha, nem é isenta de comentário pessoal de cada fotógrafo.É o registro de algo que aconteceu nem determinado momento registrando o cotidiano.

RESUMO DE SEU CURRÍCULO

Área de atuação: Fotografia documentária e autoral.

Premiações: • Prêmio Banco do Brasil, 35º Salão Paranaense de Artes Plásticas • Prêmio Bienal de São Paulo, na XIV Bienal de São Paulo (Equipe Bóias-Frias: Margareth Born, Renato Mazanek, Jamil Snege e João Urban) • Prêmio Ensaio Banco J. P. Morgan-São Paulo, 1999 • Bolsa Vitae de Artes, 2000

Exposições Individuais: • Madeira - Árvores, Ferramentas e Objetos, Sesc Pompéia SP(Organizada por Rosely Nakagawa Matuck e Rubens Matuck) Pinho e Polacos - SESC Campinas, SP 1983

• Bóias-Frias - Vista Parcial

Galeria do Instituto Goethe, Curitiba, 1990 Teatro São Pedro, Porto Alegre, 1991 15ª Bienal Internacional de São Paulo – 1979 Biblioteca Pública do Paraná – Bienal Internacional da Fotografia Cidade de Curitiba da Fotografia, 1996

• Male pamiatki – Polônia w Brazylii” (“Pequenas lembranças – Polônia no Brasil”) Itinerante na Polônia, Varsóvia, Kochakin e Cracóvia, 1988

• Paisagens Urbanas Sede da Fundação Cultural de Curitiba, 1993

• Sonhos e Fantasias Galeria Solar do Rosário, Curitiba, 1993 Galeria de Fotografia da Escola de Belas Artes, da UFF, Niterói, 1996

• Tu i Tam Museu da Imagem e do Som, Curitiba, 1997 Galeria do Centro de Convivência, Campinas, 1997 Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2004 (Acompanhando o lançamento do Livro Tu i Tam)

• João Urban - Bóias-Frias - Destaques - Museu da Fotografia da Cidade de Curitiba, 2002

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• Déjà Vu - exteriores - Casa do Barão, Curitiba, 2005

• Tu i Tam – Maison de la Photographie, Lille, 2009

Retrospectiva: • Demarcação Temporal - João Urban – 40 anos de fotografia. Museu Oscar Niemeyer, Curitiba – 2006, 2007

Participações em Bienais: • 14ª Bienal de São Paulo, 1977 • 15ª Bienal Internacional de SP • 5ª Bienal de Havana, 1994

Exposições Coletivas: • I Trienal de Fotografia do Museu de Arte Moderna de SP 1980 • I Quadrienal de Fotografia do MAM de SP – 1983 • 1ª Muestra de la Fotografia Latinoamericana Contemporánea,

México Brésil dês brésiliens, Centre Georges Pompidou, Paris,1983 1ª Fotosul 83: Presença do Imigrante na Região Sul – Escritório Regional da Funarte, Curitiba, 1983 • Documentando Raízes

Galeria de Fotografia da Funarte, com André Zallis, 1983 • Brasil Cenários e Personagens – Galeria e Fotografia da Funarte Rio de Janeiro 1989 • Reflexão dos Anos 80 - Museu de Arte Contemporânea do Paraná, 1991 • 5 Fotógrafos & Tiragens Limitadas – Semana de Fotografia Cidade de Curitiba, Casa da Imagem, Curitiba 1992 • Brasilien – Entdeckung und Selbstentdeckung – Zürich, 1992

• Casas do Brasil 2006 Museu da casa Brasileira 2006, Com Ana Mariani, Andrés Otero e Iêda Marques

• “Aparecidas” Beto Batata, Curitiba – 2000; (Acompanhando o Lançamento do Álbum de Cartões Postais

Aparecidas) • Uma Coleção: Fotografias do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo – Galeria 68 Elf e Espaço Cultural Exit Art em Colônia, Alemanha e também no Espaço Cultural Kultur Fabrik em Esch – Sur – Alzette, Luxemburgo 2001

• Bienal de Havana em Achen, Alemanha, 1994.

• Los Fotografos Autorretratos V, Centro de Fotografía Contemporánea – Galeria Omega - La Plata, Argentina 2007

• La utopía amorosa – Imagines, Centro Cultural Borges, Buenos Aires Livros publicados (autoria):

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• Bóias-Frias, Tageluhner in Suden Brazilien”, Edition Diá 1984, St. Gallen e Wupertal,

• Bóias-Frias, Vista Parcial, Edition Dia e Fundação Cultural de Curitiba - Curitiba, 1988

• Tropeiros”, Editoração Publicações e Comunicações – São Paulo, 1992

• Aparecidas (João Urban e Suzana Barretto), Tempo d´Imagem - Rio de Janeiro, 2002 • Tui i Tam - Memórias da Imigração Polonesa - Edições Mirabilia -Curitiba, 2004

• João Urban, Coleção SENAC de Fotografia, N.°8 - São Paulo, 2005

• Rios por Onde Passo - Mater Natura – Inst. De Estudos Ambientais – Curitiba – 2007 • Mar e Mata – A serra, a floresta e a baía. Seus homens e suas mulheres. Edições Água Forte, Curitiba 2009

Cadernos do Patrimônio (publicações da Secretaria de Cultura do Paraná ilustradas com ensaios fotográficos de João Urban):

• A Represa e os colonos, (27 fotografias)1986 • Tropeirismo – Um modo de vida, (20 fotografias)1989

Fotos e citações, publicadas em livros e catálogos:

• 1ª Fotosul 83- presença do imigrante na Região Sul – Curitiba, 1983 • Brésil des brésiliens – Centre Georges Pompidou – 1983

• Encyclopédie Internacionale de Photographes de 1839 à nous jours. (Michele e Michel Auer - Editions Camera Obscura, Paris,1985)

• História Geral da Arte no Brasil (Instituto W.M. Sales e Fundação Djalma Guimarães, São Paulo: 1989)

• Brasilien – Entdeckung und Selbstentdeckung – Zürich, 1992

• Canto a la realidad, Fotografia Latino-Americana 1860 - 1993 (Érika Billeter, Madrid: 1993);Lunwerg Editores

• Contemporary Brazilian Photography (Maria Luiza Melo Carvalho)-Verso, Londres N.Y. 1996

• Imagens da Fotografia Brasileira (Simonetta Persichetti: Estação Liberdade, São Paulo - 1997)

• 22 de abril de 1500 -1999: Cem fotógrafos retratam o cotidiano do país em 24 horas (Simmas e Viotti: 2000)

• O Relógio de Ver – Luiz Carlos Felizardo – Gabinete de Fotografia – Porto Alegre, 2000 • Coleção Pirelli/Masp de Fotografia nº 3 - 1993” • Visões e Alumbramentos – Fotografia Contemporânea Brasileira na Coleção de Joaquim Paiva”(Joaquim Paiva -Brasil Connects – São Paulo 2002

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• Fotografia Brasileira Contemporânea – Revista Extra Câmara, Ângela Magalhães e Nadja Peregrino, Caracas. • Fotografia no Brasil – um olhar das origens ao contemporâneo (Ângela Magalhães e Nadja Peregrino, Rio de Janeiro, Funarte, 2004). • Resenha Livro Bóias-Frias – Revista European Photography , Vilém Flusser, 1985 • Casas do Brasil 2006 – Museu da Casa Brasileira, São Paulo 2006

Entrevistas cedidas: Para o livro Imagens da Fotografia Brasileira, de Simonetta Persichetti, (por S. Persichetti) Estação Liberdade, São Paulo, 1997 Para a revista Cadernos da Escola de Comunicação da UNIBRASIL, nº 3 Jan-Dez/2005 por Elza Oliveira Filha e Humberto Michaltchuk, Curitiba Para a Revista Fotos & Imagens #43 outubro/novembro de 2004, por Danielle Pinto, Itajaí SC

Entrevistas produzidas para a revista Gráfica: No nº 56 nov./dez. 2005, com Luiz Carlos Felizardo No nº 59 2007, com Leopoldo Plentz

Textos: Apresentação do Livro O Acervo de Arthur Wischral, documentos de um olhar, Fundação Cultural de Curitiba 2007 Texto final do Livro Tu i Tam 2º Texto de abertura do livro Mar e Mata.

Editoria, Grafia, o Jornal da Foto

Eventos: Participou e colaborou na organização das cinco primeiras Mostras de Fotojornalismo da Arfoc do Paraná

Sítios Eletrônicos: www.joaourban.com.br Colabora na edição da revista eletrônica LaGioconda. http://www.lagioconda.art.br Coleção publicada no sitio eletrônico de Lucia Guanaes http://www.luciaguanaes.com

Fotografias em acervos: Museu da Fotografia da Cidade de Curitiba; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte de São Paulo (Coleção Pirelli); Fundação Suiça para a Fotografia, Zurich; Museu da Casa Brasileira SP; Museu de Arte Contemporânea(PR) ;Musée Français de la Photographie, Bievres; Coleção particular de Joaquim Paiva.

Teses e Dissertações Acadêmicas, textos diversos: De Pedro Karp Vasquez – Dupla visão, apresentação de Aparecidas De Rubens Fernandes Junior – Vagas Lembranças, posfácio de Tu i Tam De Luiz C. Felizardo – Apresentação de Bóias Frias, Vista Parcial Apresentação de Tu i Tam De Simonetta Persichetti – Apresentação de Aparecidas Apresentação João Urban- Coleção Senac de Fotografia Nº 8 De Jussara Salazar – Apresentação de Demarcação Temporal De Vilém Flusser – Resenha do livro Bóias Frias, Tageluhner in Suden Brazilien, na revista European Photography

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Paulo Mattar – Apresentação da exposição Sonhos e Fantasias na UFF em Niterói De Osvaldo Luciano dos Santos Lima – Mestrado em Comunicação e Linguagem da Universidade Tuiuti do Paraná: Título da dissertação:TU I TAM, Um fotógrafo em dois tempos. De Vivian Leila Bosquila Abade – Faculdade de Artes do Paraná - Olhar

Fotográfico de João Urban: Imigrantes e Descendentes de Imigrantes Poloneses, na Década de 1980 no Paraná.

EDUARDO SIMÕES

Sempre quis ser fotógrafo. Mais: Fotojornalista.Era começo dos anos 70, e ele via na imagem uma forma de ter uma participação social e política mais intensa.Começo trabalhando na antiga agência f4, onde já poderia realizar seus ensaios e suas reportagens sem estar ligado à grande imprensa.Considera o fotojornalismo, aliado à curiosidade,uma grande escola.

Inicia sua carreira em 1976. Três anos mais tarde, torna-se um dos membros fundadores da agência F4, na qual permanece até 1982, quando passa a integrar a equipe da revista IstoÉ até 1988, exercendo a função de editor assistente de fotografia. Entre 1988 e 1992, é editor de fotografia da revista Goodyear, passando a atuar como autônomo depois deste período, até que, em 1997, torna-se editor de fotografia das revistas Bravo e República. A partir de 1996, encontra nos Cadernos de Literatura Brasileira, do Instituto Moreira Salles, o veículo ideal para a afirmação de seu trabalho produzindo uma série de ensaios fotográficos de grande sensibilidade sobre a obra de grandes escritores como João Cabral de Melo Neto, Raduan Nassar, Jorge Amado, e Rachel de Queiroz. É contemplado com o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos em 1980, o Prêmio Aberje de Fotografia, em 1989, e o Prêmio Abril de Ensaio Fotográfico em 1995. Atualmente trabalha no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde mantém seu estúdio.

FOTOGRAFIAS

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Resumo da entrevista de Eduardo Simões dada ao Livro Imagens da Fotografia Brasileira

No ano de 200 fez um trabalho chamado de fotografia pessoal dos maiores escritores de nossa literatura.Processo que engloba tanto o universo geográfico onde o escritor escreveu e onde o escritor vive.

No caso do Jorge Amado, foi fotografado a Bahia.Ele leu a obra dos escritores para saber quem são e entender do que falam.Isso não significa que ele transforma suas obras em imagens.Ele fez um roteiro dentro do universo de cada escritor para fotografar.

A Ilhéus do século de Jorge Amado que ele descreveu em 1940, já não existe mais.No caso de Rachel de Queiróz ele foi até Quixadá e observou que ainda se mantém a cultura do sertão.É o mesmo sertão descrito por ela nos anos 30.detectou que a paisagem continua a mesma.Para ele o retrato é sempre um ato de cumplicidade e nunca é feito sozinho.Na sua opinião o fotojornalismo só está preocupado com o momento, enquanto que o fotógrafo está interessado em fazer uma imagem que fique como testemunho de um acontecimento.O primeiro momento não interessa, o que importa pra ele é o que a imagem representa.

Concorda com a idéia de que a arte mais próxima da fotografia é a poesia.A prosa é narrativa e durante anos, os ensaios fotográficos também foram narrados.

Em sua entrevista, revela que aprendeu a fotografar vendo os trabalhos de Maureen Bisilat ( é uma referência para ele). Admira-a por ela fazer parte de uma fotografia para ele é um álibi para conhecer pessoas, os lugares.É uma profissão especial, pois também é uma forma de arte.

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CONCLUSÃO

A fotografia tem caráter memorial. Ela fixa o nunca vai repetir-se, pode guardar a memória de um tempo e mostrar a evolução cronológica dos fatos.Hoje não se tem mais dúvidas de que a referência fotográfica, aliada a outros documentos, desempenha papel decisivo na reconstrução da história.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Tudo sobre fotografia, Michel Busseli e Thompson. Editora Pioneira2. Revista eclética dos alunos do departamento de comunicação social da Puc-rio3. http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/urban.htm4. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho.Editora SENAC5. http://www.camerapedia.org6. Imagens da fotografia Brasileira 1.Simonetta Persichetti.Editora SENAC7. www.evandroteixeira.net8. Imagens da fotografia Brasileira 2. Simonetta Persichetti.Editora SENAC9. A Câmera.Ansel Adams. Editora SENAC10. http://fotografeumaideia.com.br11. pt.wikipedia.org12. www.joaourban.com.br

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