História da língua_portuguesa

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História da Língua Portuguesa, línguas românicas, enriquecimento léxico

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  • 1. Histria da Lngua Portuguesa Uma viagem no tempo

2. A torre de Babel, Pieter Brueghel 3. A torre de Babel Segundo a narrativa bblica no Gnesis na Bblia, a Torre de Babel era uma "torre construda por uma humanidade unida para chegar ao cu. Visto que o homem queria ser como Deus, Deus parou este projeto ao confundir a sua linguagem, para que cada um falasse uma lngua diferente". Como resultado, eles j no conseguiam comunicar entre si, e o trabalho teve de parar. Os construtores foram depois dispersados pelas diferentes partes do mundo. Esta histria usada para explicar a existncia de muitas lnguas e raas diferentes. 4. Da fala escrita Pedra Michaux com escrita cuneiforme, Sculo XI A.C.Papiro com escrita hieroglfica, 1185-950 A.C. 5. Da fala escrita corrente considerar-se que as representaes inscritas nas paredes de cavernas, por algumas sociedades pr-histricas, so de certa forma as primeiras manifestaes da escrita. No entanto na Mesopotmia que aparece um primeiro sistema de escrita baseado em pictogramas ou ideogramas, conhecido por escrita cuneiforme.A mais antiga inscrio data de cerca de 3.300 anos A-C. e foi encontrada em Uruk, atual regio de Warka no Iraque. A escrita hieroglfica, que foi criada na regio do rio Nilo, uma escrita mista pois utiliza signos que representam palavras e fonogramas que representam sons. Ao longo dos sculos passou de cerca de 700 signos para 5.000. A mais antiga inscrio data de 3100 anos A.C. e a ltima conhecida, de 394 D.C. 6. Os suportes da escritaEtiqueta em argila, Mesopotmia, Sculo II A.C Parabeke, papel de fibras de bambu, Tailndia, Sculo XIX. Pedra de Kensington, com escrita Rnica, Sculo XIV, Runestone Museum, Alexandria, Minnesota, USA Disco duro de computador 7. Os suportes da escrita Desde a sua criao, os sistemas de escrita utilizaram diferentes suportes, tais como a argila, a pedra, o pergaminho, o papiro, folhas, cascas de variadas espcies vegetais, papel e atualmente tambm os suportes digitais. 8. De Roma: a cultura, a lngua. A lngua portuguesa, que se transformou ao longo dos sculos e se transforma todos os dias, pertence ao grupo das lnguas romnicas ou neolatinas. Tem origem no latim, trazido para a Pennsula Ibrica por volta do sculo II A.C., em consequncia das conquistas do Imprio Romano. O latim propriamente dito teve origem na regio de Lcio, na atual Itlia.Maqueta de Roma, GismondiTeatro romano de Mrida 9. De Roma: a cultura, a lngua. O Imprio Romano, que se estendeu por trs continentes, Europa, sia e frica, atingiu o seu apogeu no incio da era crist. A chamada Civilizao Romana tinha um elevado nvel de complexidade manifestando formas de Cultura prprias, nas artes, nas atividades econmicas, na vida militar e nas formas de organizao poltica e jurdica, tanto no centro do imprio como nas regies ocupadas. Toda a vida social era por seu lado inscrita no que se chama hoje a Mitologia romana.Mitologia romana: Baco, Ceres e Cupido 10. De Roma: a cultura, a lngua. A conquista da Pennsula Ibrica teve lugar no sc. III A.C. e ainda hoje persistem importantes sinais da influncia romana na cultura portuguesa: sistemas de agricultura, indstria, regras sociais e naturalmente a prpria Lngua Portuguesa. Tambm a arquitetura e o urbanismo romanos deixaram marcas por todo o territrio.Cartaz do filme Ben-Hur 11. Um territrio para uma lngua nova Foi a partir do galaicoportugus que se formaram as modernas variantes galega e portuguesa, integrantes ainda hoje de um mesmo sistema lingustico, que se estendeu pelo mundo graas s descobertas, at fazer do idioma nascido no canto noroeste da Pennsula um dos mais estendidos e falados na atualidade.D. Afonso Henriques 12. Um territrio para uma lngua nova Vrios povos muulmanos ocuparam a Pennsula Ibrica no Sc VIII. rabes e Berberes tinham como lngua o rabe. A sua religio era o islamismo. Detentores de uma cultura material e espiritual muito forte, introduziram na Europa novas formas de relacionamento social, econmico e poltico. No entanto, o rabe conviveu com as lnguas e os dialetos locais.Tomada de Lisboa, Roque GameiroBatalha de S. Mamede, painel de Accio Lino 13. Um territrio para uma lngua nova A reconquista dos territrios ocupados pelos muulmanos, efetuada a partir do Condado Portucalense, iniciada no tempo de D. Afonso Henriques, permitiu a ocupao do territrio que seria Portugal e a generalizao do galaicoportugus, datando do incio do Sculo XIII os primeiros textos escritos conhecidos. 14. O galaico-portugusTestamento de Estevo Prez, de 1230, considerado o mais antigo dos textos no literrios escritos em galego EaM C . LX. V etoctodiasante kal octu er E r . C III endas b . go StefanoPetr fazuistamandaque seiastavilporsempr Inpr quosa i e. ima manduaal e ocor asanctaM iadoBur Emanduoscl icosde ma pu ar gu. er sanctaM iaporanniver iaaminavinadosC par amesados ar sar odesaes a cl icos; aPetr Dominget, meuab mandu/aminavinade Revor er o ade, dauns indonazu e manduaminacasadocampuque avendapar asminas m; a dividase manduaminavinadasPiasamaquir M inaPetr e aseus maa ar i ir manus; e manduaGuncal Ioh e afil de donaScizil ama vuu annis us ia casadoC de fundu; e manduaM tinPetr todasmiasvoontadesde ampu ar i casa; etmanduaGu vuIoh h meuqu dacor de Tr l ncal annis u inum tina a a por e manduamiavinadasarasque vaanporminasanctaM iade ta; r ar Rocamadore acu easancti Y i; e manduamiavinade suaecl de i acob esia Fr ue ador uameutiuM tinPetr e mandol amial ada ancel igeir ar i, e eir Vonzaunde me fatfor e mandoaGuncal Ioh e asuusquir er o; vu annis mauuns h for que h cumil e oqui me fatI. Aiaszapateir e manduameutiu u o ec is r u; StefanoPetr quantuayuinV use mandul miavotd-aquel er i imieir e a dade que me teimosfr ades.D. Dinis 15. O galego Na Galiza, a lngua que tinha sido veculo de expresso das cantigas trovadorescas foi progressivamente banida dos mbitos formais, nomeadamente a partir do reinado de Fernando II e Isabel I (os Reis Catlicos), chegando mesmo a deixar de se escrever durante vrias centrias. Porm, no sculo XIX comeou uma lenta regenerao, e o galego chega ao novo milnio debatendo-se entre a afirmao da sua identidade com o portugus ou a separao do seu tronco comum. A adoo da ortografia espanhola, sustentada pelas atuais instituies autonmicas, no tem contribudo para fortalecer os laos com a lngua de aqum-Minho, um dos alvos defendidos pelo movimento cvico galeguista que trabalha pela normalizao da lngua na sociedade. 16. Os primeiros textos em portugus Os primeiros textos conhecidos, escritos em portugus, so a Notcia dos Fiadores descriminando as dvidas de Pelgio Romeu, datado de 1175, a Notcia do Torto, que trata das malfeitorias de que foi injustamente vtima Loureno Fernandes da Cunha, escrito por volta de 1214 e o Testamento de D. Afonso II, datado de 27 de junho de 1214. Nessa poca era tambm corrente a escrita em latim.Not cia dos Fiador esNot Test ament o de D. Af onso I I cia do Tor t o 17. A escrita como arte Os documentos escritos eram geralmente realizados nos mosteiros, por copistas, que compunham verdadeiras obras de arte atravs das iluminuras, das letras capitulares e do cuidado que tambm punham na execuo do prprio texto. Em Portugal destaca-se o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.So Mar cos, copist a, Const ant inopla, Sculo XI IDocument os do Most eir o de Sant a Cr uz de Coim 18. A escrita como arte Sculo XI ILet r a Gt ica libr r ia Bula Papal, Caldas da Rainha 19. O poder da escrita Infanta D. Catarina e o Gro Rabino da Judiaria de Lisboa. Os Livros Sagrados em Latim e em Hebraico. Painis de S. Vicente de Fora. 20. A expanso para fricaA partir da poca das descobertas a lngua portuguesa chegou a frica, Amrica e sia. Nos sculos que se seguiram o Portugus foi-se expandindo de formas diferentes, consoante as regies e a natureza dos contactos: comrcio, ocupao poltica/militar, pilhagem, escravatura, colonizao e ps colonizao. 21. A expanso para o Oriente Dai velas (disse) dai ao lar go vent o, Que o Cu nos f avor ece e Deus o manda; Que um mensageir o vi do clar o Assent o, Que s em f avor de nossos passos anda. Alevant a-se nist o o moviment o Dos mar inheir os, de ua e de out r a banda; Levam gr it ando as ncor as acima, Most r ando a r uda f or a que se est ima. Os Lusadas, Cant o I IAf onso de Albuquer queBiombo Nambam 22. A expanso para o Brasil O portugus tornou-se a lngua dominante no Brasil atravs da Lei do Diretrio, promulgada pelo Marqus de Pombal em 1757, durante o governo de D. Joo VI. Nela se impedia o uso da lngua geral at ento mais usada que tinha por base o Tupi e o Portugus, "inveno verdadeiramente abominvel e diablica"; no se permitindo que "meninos e meninas e todos aqueles ndios, que forem capazes de instruo (...) usem lngua prpria das suas naes, ou da chamada geral, mas unicamente da portuguesa". ( Artigo 6 do Diretrio)Rio Amazonas, Diogo Homem, 1558Mar qus de Pombal 23. A lngua portuguesa no mundo Crioulos de fricaCrioulos da Alta Guin 1 Cabo Verde 2 Casamansa (Senegal) 3 Guin-Bissau Crioulos do Golfo da Guin 4 Prncipe 5 S. Tom (Santomense e Angolar) 6 Ano BomCrioulos Indo-portuguesesEm extino 24. A lngua portuguesa no mundo 170 milhes de indivduos utilizam o portugus como lngua materna ou como lngua oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal, So Tom e Prncipe e Timor-Leste.Noutras regies a lngua portuguesa persiste, usada por grupos minoritrios (Macau, Goa, Damo e Diu) ou levada por imigrantes de origem lusfona: Japo 250.000, USA e Canad 2.000.000, Paraguai 500.000, Europa alm Portugal 1.500.000, Austrlia 60.000 25. A lngua portuguesa no mundo Portugus como lngua oficialA 7 lngua mais falada no mundo 170 000 000 de falantes 26. Uma lngua em mudana Ol! Td bem? Eu estou :-) pk to a fazer uma pesquisa mt fixe sobre a hist da lngua Port, i mt interessante ver cm cresceu a lngua Port desde D. Afonso Henrikes at aos pc's i net. ********************* **Bjs teh logo. 27. Novos tempos novos usosCAMES, Luis de. Os Lusadas, Edio impr essa em Lisboa, 1572.I mpr esso de livr os, Sculo XVGrafittiGrafitti, Mural MRPP 28. Fixa!Noo de estrato, substrato, superstrato e adstrato Substrato: as lnguas antigas no desaparecem sem deixar marcas atravs de palavras que ficam. Em Portugal o mais importante substrato o cltico. Dele nos ficaram palavras como: caminho, camisa, lgua. Estrato: a lngua romance Quando os Romanos conquistaram o vasto Imprio a sua lngua foi-se impondo dos vencidos. Na regio que hoje Portugal Continental, a lngua romance que est na origem da lngua portuguesa constitui o estrato. Entende-se por romance a fuso do latim vulgar com os falares daquela regio. No sc. III a.C. o latim passa a ser falado na Pennsula Ibrica. As lnguas romnicas ou novilatinas derivam dos diferentes romances, palavra que significa falares maneira de Roma: portugus, espanhol, francs, italiano, romeno. 29. Noo de superstrato Superstratos: o Germnico e o rabeSuperstratos so as lnguas que vm depois de consolidado o estrato. Coexistem com a local, mas acabam por desaparecer. Porm, deixam tambm as suas marcas. Em Portugal temos o superstrato germnico (sc.V), que nos deixou palavras como: arreio, baluarte, ganhar, guarda, luva, orgulho, roubar, sala.E ainda o superstrato rabe (sc. VIII), de que temos inmeras palavras, muitas delas comeadas por al: albufeira, alecrim, alface, alfaiate, arroz, mesquinho, oxal, xadrez, xarope. 30. Noo de adstrato; influncia de outras lnguas Adstrato: o GalegoH uma relao de adstrato quando duas lnguas coexistindo no mesmo espao ou em espaos vizinhos, se influenciam, mas em pequeno grau, mantendo cada qual a sua vida prpria. O portugus e o galego so adstratos; do mesmo modo so adstratos o espanhol e o catalo.Influncias de outras lnguas Com o Renascimento e os Descobrimentos, o mundo tornou-se mais aberto e os contactos maiores: estabeleceram-se novas relaes com a frica, a sia, o Brasil e intensificou-se cada vez mais a influncia dos grandes pases europeus, como a Frana, a Itlia, a Espanha e a Inglaterra. Assim, no vocabulrio portugus foram-se integrando palavras de variadas origens, palavras essas que hoje em dia j nem sabemos que vieram do estrangeiro. 31. Expanso da lngua portuguesa Nos sculos XV e XVI a lngua portuguesa foi enriquecida com vocbulos de origem: Africana missanga, macaco, cachimbo; Asitica leque, ch, pagode, canja; Americana anans, piroga, canoa, cacau, chocolate; Francesa bon, bibel, chefe, blusa; Espanhola bolero, tejadilho; Inglesa bife, futebol, pulver, cheque, tnis; Italiana cantata, piano, maestro E a lngua vai continuando a enriquecer-se com a criao de novos vocbulos neologismos necessrios para designar as novas realidades. 32. mui asinha?! A lngua vive da atualizao constante feita pelos seus falantes. Enquanto h termos que caem em desuso os arcasmos outros vo surgindo ou sendo adaptados (neologismos). por isso que a lngua ser sempre o meio de expresso de uma mesma comunidade, quer ela se manifeste atravs da linguagem escrita ou oral. a identidade de um povo. 33. Trocas comerciais, cincias, artes Ao longo dos sculos elas tm sido outros factores de renovao do Lxico. Mesmo nos nossos dias se vo criando palavras novas, para batizar novas descobertas, recorrendose frequentemente aos radicais de origem grega e latina. Exemplos: astronauta, aerfero, pluricelular, retrovisor, antipirtico Estas palavras que so criadas para designar novas realidades chamam-se neologismos. 34. V se aprendeste.Identifica as afirmaes verdadeiras e as falsas. Os povos que invadiram a Pennsula Ibrica a partir do sculo V impuseram a sua lngua aos vencidos. FALSO O Indo-Europeu fala-se numa regio da ndia. FALSO O francs, o ingls e o alemo so lnguas romnicas. FALSO O latim deixou de usar-se quando comearam a falar-se as lnguas romnicas. VERDADEIRO O latim foi a lngua dos Romanos. VERDADEIRO Os rabes deixaram-nos muitas palavras que comeam por al. VERDADEIRO O portugus uma lngua romnica. VERDADEIRO O portugus derivou do latim clssico. FALSO O portugus escrito surge-nos j no sculo X. FALSO 35. Palavras divergentes Palavras convergentes Atriumtrio adrotrio e adro so palavras divergentes porque tm origem no mesmo timo latino, atrium, tendo a 1 evoludo por via erudita e a 2 por via popular. Sanum (adj) sunt (forma verbal)sosanum e sunt so palavras convergentes porque, tendo partido de timos latinos diferentes, evoluram para a mesmo palavra, em portugus, embora com significados diferentes. Por esse motivo dizemos tambm que so palavras homnimas. 36. Bibliografia Gramtica do Portugus Moderno, Pltano Editora Histria da Lngua Portuguesa, Exposio Interativa, Universidade Lusfona de Humanidades e Tecnologias