História da Música - Géneros Musicais

21
PRÉ-HISTÓRIA até ao nascimento de Cristo As primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios da forma como na Pré-História se começou a fazer arte com os sons. Os timbres produzidos pela Natureza e pelo próprio corpo fascinaram certamente o Homem desses tempos, dando-lhe vontade de os imitar. Portanto, muito antes do aparecimento dos primeiros instrumentos musicais já o homem fazia a sua música, imitando os sons da Natureza (gritos, sons corporais, paus, ramos, pedras, conchas...). Presume-se que o homem de Neandertal já fizesse música. Sabe-se com alguma certeza que o Homem da Cro- Magnon, mais evoluído que os seus antecessores, conhecia o prazer de a escutar e interpretar. Com o Homo Sapiens a fala e a capacidade de abstracção. Há vestígios, tal como podemos observar nas pinturas das cavernas, de que o homem utilizava a música nas cerimónias rituais (caça, cultos dos mortos, evocação das forças da natureza...). Primeiro usaria a voz e outros sons do corpo mas, ao longo do tempo, foi construindo instrumentos musicais e, com eles, acompanhou essas músicas e danças para as tornar mais “agradáveis” e, deste modo, a agradar os seus deuses. Na Mesopotâmia encontraram-se provas de que existiram grupos de instrumentos de sopro, cordas e percussão. Nos vasos sumérios (meados do Século III a. C.) estão reproduzidos intérpretes de instrumentos musicais de corda. No segundo milénio a. C. existia já uma notação musical na Mesopotâmia, assim como uma teoria musical baseada em princípios matemáticos. ANTIGUIDADE do nascimento de Cristo até 400 D.C. Nas grandes civilizações antigas (Egipto, Grécia, Roma) a música tinha um papel fundamental em todas as acções do dia-a-dia. Os antigos Egípcios aprenderam, provavelmente, alguma coisa sobre a música da Mesopotâmia. A música fazia parte da vida diária dos Egípcios, assim como dos seus festivais, cortejos e apresentações dramáticas. A música tinha origem divina e estava muito ligada ao culto dos deuses. Os instrumentos de corda, harpa e cítara eram fabricados com muita arte. A escala Egípcia era diatónica, conforme se pode deduzir pelas flautas encontradas. A arte Egípcia atingiu outras civilizações antigas, como a Cretense, a Grega e a Romana. Nos vestígios encontrados nas ruínas de algumas cidades gregas, pode concluir-se que a música era a glorificação da natureza e da vida.

Transcript of História da Música - Géneros Musicais

Page 1: História da Música - Géneros Musicais

PRÉ-HISTÓRIA

até ao nascimento de Cristo

As primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios da forma como

na Pré-História se começou a fazer arte com os sons. Os timbres produzidos

pela Natureza e pelo próprio corpo fascinaram certamente o Homem desses

tempos, dando-lhe vontade de os imitar. Portanto, muito antes do

aparecimento dos primeiros instrumentos musicais já o homem fazia a sua

música, imitando os sons da Natureza (gritos, sons corporais, paus, ramos, pedras, conchas...).

Presume-se que o homem de Neandertal já fizesse música. Sabe-se com alguma certeza que o Homem da Cro-

Magnon, mais evoluído que os seus antecessores, conhecia o prazer de a escutar e interpretar. Com o Homo

Sapiens a fala e a capacidade de abstracção.

Há vestígios, tal como podemos observar nas pinturas das cavernas, de que o homem utilizava a música nas

cerimónias rituais (caça, cultos dos mortos, evocação das forças da natureza...). Primeiro usaria a voz e outros

sons do corpo mas, ao longo do tempo, foi construindo instrumentos musicais e, com eles, acompanhou essas

músicas e danças para as tornar mais “agradáveis” e, deste modo, a agradar os seus deuses.

Na Mesopotâmia encontraram-se provas de que existiram grupos de instrumentos de sopro, cordas e percussão.

Nos vasos sumérios (meados do Século III a. C.) estão reproduzidos intérpretes de instrumentos musicais de

corda. No segundo milénio a. C. existia já uma notação musical na Mesopotâmia, assim como uma teoria musical

baseada em princípios matemáticos.

ANTIGUIDADE

do nascimento de Cristo até 400 D.C.

Nas grandes civilizações antigas (Egipto, Grécia, Roma) a música tinha um papel

fundamental em todas as acções do dia-a-dia.

Os antigos Egípcios aprenderam, provavelmente, alguma coisa sobre a música da

Mesopotâmia. A música fazia parte da vida diária dos Egípcios, assim como dos

seus festivais, cortejos e apresentações dramáticas.

A música tinha origem divina e estava muito ligada ao culto dos deuses. Os

instrumentos de corda, harpa e cítara eram fabricados com muita arte.

A escala Egípcia era diatónica, conforme se pode deduzir pelas flautas encontradas. A arte Egípcia atingiu

outras civilizações antigas, como a Cretense, a Grega e a Romana.

Nos vestígios encontrados nas ruínas de algumas cidades gregas, pode concluir-se que a música era a

glorificação da natureza e da vida.

Page 2: História da Música - Géneros Musicais

Na Grécia (Atenas) todos os anos realizavam um concurso de canto e as peças de teatro eram

acompanhadas por música. Os gregos cultivavam a música como arte e como ciência. Era uma das quatro

disciplinas fundamentais da educação dos jovens. O órgão é uma invenção grega.

Já em Roma as lutas dos gladiadores eram acompanhadas por trombetas. Os ricos aprendiam música e

realizavam concertos nas suas casas. Na rua, malabaristas e acrobatas representavam acompanhados por

flautas e pandeiretas. Os conjuntos de músicos obtinham licenças especiais do Imperador para percorrerem

as províncias do Império, dando o primeiro exemplo de Tournée.

MEDIEVAL

400 - 1450

No primeiro século da nossa Era, ocorreu em Roma a simultaneidade de duas culturas e

filosofias opostas: a civilização cristã, que nascia, e a antiga civilização romana, já em

grande decadência espiritual. Com o aparecimento do Cristianismo, ainda no Império

Romano, a música volta a desempenhar uma função respeitável (somente entre os

adeptos da nova religião).

Por volta do ano 100 começa então a surgir uma nova música, na qual os primeiros cristãos exprimiam os seus

sentimentos de fé, esperança e amor através desta arte.

Escondidos nas catacumbas por baixo da cidade de Roma, devido às perseguições, os cristãos criaram as suas

próprias formas de prática religiosa e musical, entoando um tipo de oração: salmos cantados a uma só voz em

latim (língua oficial da Igreja) e sem acompanhamento musical. Eram cantados numa das mais velhas formas

musicais que conhecemos, «pergunta e resposta», em que uma frase cantada por um líder é repetida pelo

grupo sem alterações ou apenas com alguma variação.

A Idade Média durou um milénio, desde a queda do Império Romano do Ocidente (476 até cerca de 1450). De

500 a 1000, período em que o Cristianismo se impôs ao paganismo em toda a Europa, a sociedade e o poder

estavam nas mãos dos reis, que tinham o apoio da Igreja. Carlos Magno, o lendário Imperador dos Francos,

monarca progressista, desenvolveu a educação e deixou atrás de si uma ideia de justiça social que iluminou o

“obscurantismo” do mundo medieval dos primeiros séculos.

Foi em mosteiros que os monges e as freiras preservaram o conhecimento do

mundo antigo e o transmitiram, através dos seus manuscritos, para o presente. Para

os serviços da igreja necessitavam de música e, por isso, a arte da música era

largamente religiosa ou sacra. De 1000 a 1450, os mosteiros românicos deram lugar

à construção de grandes catedrais num estilo mais leve: o gótico. Fundaram-se Universidades em toda a

Europa. As cidades tornaram-se centros de arte e cultura e surgiram os primeiros burgueses que tiveram um

papel importante na vida social.

Apesar da sociedade feudal ser dominada por homens, a mulher era muito respeitada devido ao culto universal

a Maria, Mãe de Cristo. Nas canções da Corte, os trovadores cantavam poemas onde a mulher era venerada.

Page 3: História da Música - Géneros Musicais

Os trovadores eram, normalmente, poetas músicos que apresentavam material original, ao contrário dos

músicos de igreja que baseavam a sua arte em melodias do passado (nos cantos gregorianos). Os trovadores

pertenciam à classe aristocrática, mas um artista, mesmo sem linhagem, podia ser bem aceite pelo seu talento.

A música profana fazia parte da corte medieval. Servia para dançar, para animar o jantar, para se ouvir. Era

indispensável em cerimónias, civis e militares, e também para animar os Cruzados quando partiam para a Terra

Santa ou de júbilo, quando regressavam das suas campanhas.

Os jograis pertenciam a outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam, tocavam, dançavam, faziam

acrobacias e exibiam as habilidades de animais domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas diversões,

entretinham a nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas. Eram vistos como vagabundos e

viviam à margem da sociedade, mas eram muito populares por trazerem as novidades e as notícias de outras

terras.

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Estilo Imitativo (mp3) – Técnica de composição polifónica que envolve a repetição mais ou menos integral de

uma frase numa voz, depois de esta já ter sido anteriormente citada por outra voz.

Canto Gregoriano (mp3) - A grande quantidade de melodias tradicionais do rito cristão que na sua forma final

se designam por canto gregoriano. Compreende linhas monofónicas de melodia vocal, que em execução

correcta não são acompanhadas, em ritmo livre, sem divisão em compassos. Tem um sistema de notação

próprio, usando uma pauta de 4 linhas em vez de 5. A palavra é uma tradução dolatim cantus planus em

oposição a cantus figuratus (canto florido, indicando contraponto sobre a melodia tradicional) ou cantus

mensuratus (canto medido, indicando regularidade do ritmo associada com a música polifónica. O ramo grego

da igreja cristã e a religião judia possuem um corpo semelhante de melodias rituais, mas o termo cantochão, no

seu uso comum, não inclui estas tradições.

O ritmo do cantochão é o ritmo livre do discurso; é um ritmo prosódico que emerge do ritmo não métrico das

palavras que são recitadas - salmos, orações, etc.

Quanto às suas características, o cantochão pertence a dois grupos distintos - o responsorial (desenvolvido a

partir da recitação de salmos em tomo da «dominante») e o antifonal (desenvolvido como melodia pura).

O cantochão desenvolveu-se durante os primeiros séculos da cristandade, influenciado pelo sistema modal

grego (ver Modos) e possivelmente pela música das sinagogas judias. No Século XV foi instituída uma reforma

muito importante, aparentemente sob o impulso do papa Gregório

Uma outra reforma foi tentada no final do Século XVI, mas com resultados desastrosos. Palestrina foi

encarregado de rever o cantochão do Gradual e Antifonário, mas morreu quase imediatamente após ter aceite

esta encomenda. Felice Anerio e Soriano encarregaram-se então da revisão, e a sua edição foi publicada pela

Impressora dos Médicis em dois volumes, 1614-15. Esta Edição Mediciana, como é conhecida, com a sua

adição e supressão de melismas, as suas melodias alteradas e melodias novas, tomou-se a base de muitas

edições de fraca qualidade destinadas à execução do cantochão. No séc. XVIII, era comum a introdução de

Page 4: História da Música - Géneros Musicais

notas de ornamento e notas de passagem no cantochão (esta prática é chamada em francês machicotage). No

Século XIX, realizou-se outra reforma e foi publicada a famosa Edição de Ratisbona (Regensburg) - baseada,

infelizmente, na Edição Mediciana. Seguiram-se anos de controvérsia, já que os monges de Solesmes, em

França, estavam a trabalhar há algum tempo, de um modo sistemático e científico, fotografando e comparando

inúmeros manuscritos, em todas as bibliotecas da Europa. Publicaram o seu Gradual em 1883 e o Antifonário

em 1891. À Edição de Ratisbona tinham sido conferidos privilégios papais, mas em 1903 estes expiraram e no

mesmo ano Pio X foi eleito papa e imediatamente emitiu o seu famoso Motu Proprio sobre música religiosa, no

qual referia, entre outras coisas, a importância do cantochão e a necessidade de o ir buscar a fontes mais

antigas e mais puras.

Entre as reformas introduzidas pelos monges de Solesmes.

No que respeita ao aspecto estilístico, há que distinguir entre o canto silábico, neumático e melismático. No

primeiro, a cada sílaba do texto corresponde apenas um som; no último, a voz lança-se em longos vocalizos

sobre uma única sílaba: o canto neumático situa-se entre estes dois extremos: embora sem longos vocalizos, é

mais rico do que o canto silábico.

Por volta do Século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido d'Arezzo (995 -

1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano. A

utilização do sistema silábico de dar às notas deve-se também ao monge Guido d'Arezzo e encontra-se num

hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:

Ut queant laxit Ut queant

laxit

Ressonare fibris

Mira gestorum

Famuli tuorum

Solvi polluti

Labii reatum

Sancte Joannes

(Com o passar do tempo o Ut foi substituído pelo Dó)

Música Modal (mp3)- As escalas que dominaram a música europeia durante 1100 anos (aproximadamente de

400 a 1500 d. C.) e influenciaram fortemente compositores durante outros cem anos (até cerca de 1600).

Reapareceram de tempos a tempos na obra de alguns compositores, especialmente no séc. XX. Ao longo desse

período total de 1500 anos, o cantochão da Igreja, que é inteiramente «modal», continuou a habituar os ouvidos

das gerações mais jovens ao efeito melódico dos modos. Mas a expressão «modos eclesiásticos» está errada,

já que o seu uso era generalizado.

Page 5: História da Música - Géneros Musicais

O material musical disponível na época em que os modos foram aceites era equivalente às teclas brancas do

piano ou órgão de hoje, cujas notas formam (com ligeiras diferenças de tom) a escala cientificamente

estabelecida no Século IV a. C. por Pitágoras e pelos pensadores gregos do seu tempo. No Século XI da nossa

era, os Gregos usavam esta escala de 7 maneiras diferentes: a influência grega era grande na primitiva Igreja

Cristã, tendo-se desenvolvido, como medida prática, mudanças no sistema modal entre os cantores. No Século

V, foram adoptados 4 modos (modos autênticos) e, no tempo do papa S. Gregório, o Grande (cerca de 540-

604), acrescentaram-se mais de 4 modos (plagais) e, mais tarde, outros 4, perfazendo 12. Nos modos

autênticos, a 5ª nota (dominante) era muito usada como nota de recitação no cantochão e a primeira (final)

como nota cadencial para encerrar uma passagem. Os modos autênticos podem ser recriados tocando no piano

escalas de oitava de notas brancas começando respectivamente em ré, mi, fá e sol. A melodia tocada num dos

modos e depois em outro alterar-se-á em alguns dos seus intervalos, e portanto no seu efeito geral, por

oposição a uma melodia tocada nas nossas 12 escalas maiores ou menores, todas elas idênticas na sua

estrutura intervalar. Os modos plagais eram apenas novas formas dos autênticos, mas cujo âmbito já não se

situava entre final e a respectiva oitava superior dos modos autênticos correspondentes, mas movia-se da

quarta inferior à quinta acima da final. Para evitar ter a nota de recitação no extremo superior ou inferior da

escala, a dominante dos modos plagais estava três notas abaixo da dos modos autênticos correspondente.

Toda a série era como se segue (A = autêntico, P = plagal):

I - (A) Âmbito Ré-Ré com Dominante Lá

II - (P) Âmbito Lá-Lá com Dominante Fá

III - (A) Âmbito Mi-Mi com Dominante Dó (originalmente Si)

IV – (P) Âmbito Si-Si com Dominante Lá

V – Âmbito (A) Fá-Fá com Dominante Dó

VI – Âmbito (P) Dó-Dó com Dominante Lá

VII – Âmbito (A) Sol-Sol com Dominante Ré

VIII – Âmbito (P) Ré-Ré com Dominante Dó (originalmente Si)

Cerca de mil anos depois de São Gregório, um monge suíço, Henrique de Glaro ou Henricus Glareanus, num

livro chamado Dodecachordon (1547), propôs uma teoria segundo a qual deveria haver historicamente 12

modos em vez de 8. Ele acrescentou modos em Lá e Dó (nenhum em Si), com as suas formas plagais, de modo

que a tábua acima ficou assim completada:

IX - (A) Nível Lá-Lá com Dominante Mi

X - (P) Nível Mi-Mi com Dominante Dó

XI - (A) Nível Dó-Dó com Dominante Sol

XII - (P) Nível Sol-Sol com Dominante Mi

Glareano devolveu os 12 modos ao que pensou ser a sua origem. Nomes gregos, como estes (embora

incorrectos), acabaram por ser aceites:

Page 6: História da Música - Géneros Musicais

I - Dórico

II - Hipodórico

III - Frígio

IV - Hipofrígio

V - Lídio

VI - Hipolídio

VII - Mixolídio

VIII - Hipomixolídio

IX - Eólico

X - Hipoeólico

XI - Jónico

XII - Hipojónico

Claramente se deveria entender que a diferença entre os vários modos não está na altura dos sons mas na

ordem em que aparecem os tons e semitons. Qualquer modo pode ser utilizado numa altura diferente da original

(ou seja, pode ser transposto), mas nesse caso os seus intervalos permanecem os mesmos que na forma

original.

Com o desenvolvimento da música harmonizada, o sistema modal tendeu a desintegrar-se: os dois modos

autênticos acrescentados por Glareano (o jónico e o eólico) pareciam os mais aptos à harmonia e

permaneceram como as nossas escalas «maiores» e «menores».

Música Polifónica (mp3)- Termo que, literalmente, significa a sobreposição de diversos sons; mas que, no seu

sentido habitual, tem implícita a presença do contraponto - é o oposto de homofonia, em que o interesse está

virtualmente confinado a uma única «linha» musical, actuando os outros sons apenas como acompanhamento.

Daqui deriva polifónico. Período polifónico é uma expressão pouco precisa que, geralmente, indica o século XVI

e os princípios do Século XVII, isto é, o período de, por exemplo, Palestrina, Lasso e Byrd. (O estilo de um

compositor bastante posterior como Bach é também polifónico, mas ai a polifonia é subordinada ao esquema

harmónico, ao passo que no período anterior a polifonia é considerada como a base única de construção

musical.

Organum (mp3)- As primeiras músicas polifónicas (com duas ou mais linhas melódicas tecidas conjuntamente)

datam do século IX. Por essa época, os compositores partiram para urna série de experiências, introduzindo

urna ou mais linhas de vozes com o propósito de acrescentar maior beleza e refinamento a suas músicas. A

composição nesse estilo é chamada organum e sua forma mais antiga é o "organum paralelo", pois a voz

organu (vox organolis, a que foi adicionada) tinha unicamente o papel de duplicar a voz -principal (vox -

principalis, a que conservava o cantochão original), num intervalo inferior, de quarta ou quinta.

Page 7: História da Música - Géneros Musicais

Esse som, um tanto rígido e despojado, frequentemente era enriquecido por meio da duplicação de uma ou

ambas as vozes na oitava. Nos dois séculos seguintes, os compositores foram gradualmente dando alguns

passos no sentido de libertar a voz organal de seu papel como cópia fiel da voz principal. Por volta do século XI,

além do movimento paralelo, a voz organal também usava o movimento contrário (elevando-se quando a voz

principal abaixava e vice-versa), o movimento-oblíquo (conservando-se fixa enquanto a voz principal se movia) e

o movimento directo (seguindo a mesma direcção da voz principal, mas separada desta não exactamente pelos

mesmos intervalos). No "organum livre", a voz organal já aparece, escrita acima da voz principal. É feita ainda

ao estilo de nota contra nota, mas se observe que, na peça mostrada abaixo, há três ocasiões em que a parte

da voz organal tem duas notas para cantar contra uma única da voz principal.

No começo do Século XII, esse rigoroso estilo de nota contra nota foi inteiramente abandonado, substituído por

outro em que a voz principal se esticava por notas do canto com longos valores. A voz principal passou, então, a

ser chamada de tenor (do latim tenere, isto é, manter). Acima das notas do tenor, longamente sustentadas, uma

voz mais alta se movia livremente, expressa por notas de menor valor que, com suavidade, se iam

desenvolvendo. Dá-se a um melodioso grupo de notas numa única sílaba o nome de melisma, daí esse tipo de

organum ser conhecido como “organum melismático”.

Motetos (mp3)- No Século XIII, as vozes mais altas das clausulae começaram a receber palavras

independentes do texto. O duplum, então, a ser conhecido como motetus (do francês mots, que significa

“palavras”), dando assim origem a um tipo de música popular que foi chamada de moteto. Como muitas dessas

composições foram elaboradas para serem cantadas fora das igrejas, passaram a ser usadas palavras

seculares.

Sobre a clausula, talvez tirada de um organum a duas vozes, acrescentava-se uma terceira voz (triplum), escrita

com notas mais rápidas. Esta tinha palavras inteiramente independentes, às vezes até em outra língua."É

curioso observar que, musicalmente, o triplum poderia tanto ajustar-se ao tenor (agora mais tocado do que

cantado) como o duplum, mas não precisava necessariamente adequar-se aos dois, do que por vezes

resultavam conflitos dos mais dissonantes"! É típica da Idade Média essa forma de construção musical em

camadas, por vezes resultantes do trabalho de diferentes compositores.

Danças e Canções Medievais (mp3)- Em sua maioria, as danças e canções medievais são monofónicas

(tessitura de uma só linha). Durante os séculos XII e XIII, houve intensa produção de obras na forma de canção,

compostas pelos troubadours, os aristocráticos poetas-músicos do Sul da França, e pelos trouvères, a

contrapartida destes no Norte. São duas palavras que estão associadas ao moderno verbo francês trouver que

significa "descobrir" - de modo que troubadours e trouvères eram aqueles que descobriam ou inventavam

poemas e melodias.

Eram melodias que davam clara ideia do tom, mas não dos valores reais das notas, que adivinham certamente

do ritmo natural das palavras. Não existe qualquer informação sobre os instrumentos que deveriam acompanhá-

las, mas é pouco provável que fossem cantadas sem acompanhamento. Também é possível que houvesse uma

introdução e interlúdios entre os versos, executados por algum instrumento.

Page 8: História da Música - Géneros Musicais

Dentre as canções dos troubadours, uma das mais conhecidas é Kalenda Maya, música que pode ser cantada

em um tempo de dança bem ritmado: "Primeiro de Maio, mas nenhuma folha, flor ou canto de pássaro me pode

dar prazer, enquanto notícias de meu amor não receber..."

De entre as dos trouvères, C'est la fin, de autor anónimo, traduz um estado de espírito ainda mais melancólico:

"É o fim. Não importa o que se diga, eu amarei…”

As formas mais populares da dança medieval foram a estampie (provavelmente, "dança sapateada") e o

saltarello ("dança saltitante"). São músicas construídas por partes, cada qual repetida uma vez. A parte, antes

de se fazer a repetição, é chamada "ouvert" (aberta), e da segunda vez em que é executada tem o nome de

"clos" (fechada). Tanto podia ser tocada por um ou dois instrumentos como por um grupo mais numeroso, com

um ou dois solistas executando as partes iniciais para depois juntar-se os demais instrumentistas. Mostramos

aqui uma dança de corte na França do Século XIII, chamada ductia, cuja forma é a da estampie, mas com um

número menor de partes.

INSTRUMENTOS MUSICAIS

Alaúde (mp3) – o alaúde, na forma que a Renascença tornou famosa, só foi introduzido na Europa no Século

XII, pelos mouros, com seu nome árabe (al’ud, que se tornou laud na Espanha, depois luth na França). No fim

do Século XIV, adquiriu aspecto característico com caixa piriforme composta de lados de sicónomoro e o

cravelhal recurvado para trás.

Carrilhão - conjunto de sinos graduados, para ser tocado com martelos de metal.

Charamela (mp3 ) - instrumento de sopro e palheta dupla, antepassado do oboé.

Cítola ou cistre - instrumento de 4 cordas de arame.

Cornamusa – instrumento de sopro que consiste de um chalumeau melódico dotado de

palheta dupla e inserido em um reservatório de pele hermético (odre ou saco). O ar entra

no odre através de um tubo superior, com uma válvula para impedir o seu retorno. Na

Idade Média este instrumento podia ou não ter um bordão.

Flauta e tambor - taborin (nome dado ao executante). Flauta de três furos tocada com uma das mãos enquanto

a outra toca o tambor que é sustentado no ombro ou debaixo do braço pelo mesmo executante. Animava todas

as danças e festividades e o seu auge foi entre os Séculos XV e XVI. Este instrumento é até hoje presente em

algumas tradições no sul da França e no País Basco.

Flauta dupla – os instrumentos de sopro duplos são conhecidos desde Antiguidade. A flauta dupla foi um

instrumento bastante utilizado e desapareceria somente no século XVI.

Flauta reta – as flautas retas englobam as flautas doces (flauta de oito furos, um deles na parte posterior

destinado ao polegar) e as flautas de seis furos com agudos feitos através de harmónicos, já que não possuem

o furo posterior. É classificado na Idade Média como instrumento de som suave, baixo, diferenciando-se dos

instrumentos altos, como as bombardas.

Page 9: História da Música - Géneros Musicais

Flauta transversal – Presente em Bizâncio pelo menos desde o século XI, é pela primeira vez representada no

manuscrito d’Herrade de Landsberg. Os estudiosos dos instrumentos do período estão de acordo em afirmar

que a flauta transversal, bem como as flautas retas, tinham formato cilíndrico.

Galubé e tamboril - flauta e tambor de duas faces, tocados por uma só pessoa.

Harpa (mp3) – as harpas são reconhecidas por sua forma aproximadamente triangular e pelas cordas de

comprimentos desiguais estendidas num plano perpendicular ao corpo sonoro. As cordas são presas por

cravelhas, que podem variar de sete a vinte e cinco. A pequena harpa portátil veio sem dúvida da Irlanda, com a

chegada dos monges irlandeses (a harpa é o emblema heráldico deste país).

Organetto ou portativo - (porque podia ser carregado ou portado pelo executante). Bizâncio foi o primeiro

centro de construção de órgãos da Idade Média. Na figura ao lado temos uma representação do instrumentista

tocando o fole com a mão esquerda, enquanto a direita executa a peça no teclado.

Órgão (mp3) - além do órgão da igreja, havia o órgão portátil, que podia ser carregado.

Percussão – antes do século XII, praticamente não existia, a excepção dos jogos de sinos (cymbala)

empregados nos mosteiros. Só nos Séculos XII e XIII aparecem na Europa provenientes provavelmente do

Oriente, os tambores de dois couros, o pequeno tambor em armação, que por vezes era dotado de soalhas

(pandeiro), címbalos de dedos etc.

Rabeca – instrumento de cordas friccionadas com caixa monóxila, isto é, escavada em uma

só peça de madeira. As formas variavam entre as ovais, elípticas ou rectangulares. De

proporções menores do que a viela de arco tem um som agudo e penetrante.

Saltério (mp3) – Aparece no século XII numa escultura da catedral de Santiago de

Compostela. Neste instrumento as cordas são estendidas em todo o seu comprimento acima

da caixa de ressonância, ao contrário do princípio da harpa.

Viela - maior que as violas modernas, possuía um cavalete achatado.

Viela de arco (mp3) – os instrumentos de cordas friccionadas da Idade Média, chamados vièle, fiddle, giga, lira,

começaram a ser utilizados no século X, quando o arco surge na Europa (introduzido provavelmente pelos

árabes). A viela de arco pode ter formas bastante diversas e apresenta normalmente de três a cinco cordas.

Pode ser tocada apoiada no ombro ou no joelho.

Viela de roda – ou symphonia - Espécie de viela em que o arco é substituído por uma roda, que fricciona as

cordas sob a acção de uma manivela. As cordas são encurtadas não directamente pelos dedos, mas através de

um teclado. Este instrumento pertence ao folclore desde o Século XVII.

RENASCIMENTO

1450 - 1600

O Renascimento (termo proveniente de «renascer») caracteriza-se

essencialmente por dois aspectos fundamentais: o interesse pelo saber

e o interesse pela cultura. Estes ideais, provenientes dos antigos

Gregos e Romanos, marcaram fortemente este período, de grandes

Page 10: História da Música - Géneros Musicais

descobertas e explorações, com notáveis avanços na Ciência e na Astronomia. Deixa de existir a visão

teocêntrica do Homem da Idade Média, isto é, Deus deixa de ser razão para todas as explicações acerca do

Universo.

Terminada a Guerra dos Cem Anos, a Inglaterra e o Ducado de Borgonha, que compreendia a Bélgica, a

Holanda e a França, converteram-se nos centros da cultura musical do século XV. Os compositores ingleses

viajaram ao longo do continente europeu na primeira metade deste século. Alguns estabeleceram-se onde hoje

é a França, na época território inglês. A transferência do Ducado para o imperador Maximiliano I, em 1477,

transferiu o centro cultural para os Países Baixos. Esta escola (franco-flamenga) irradiou a sua influência de

quase 200 anos pela Europa.

O período da Renascença se caracteriza, na história da Europa Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse

devotado ao saber e à cultura, particularmente a muitas ideias dos antigos gregos e romanos. Foi também uma

idade de grandes descobertas e explorações, a época em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros

exploradores estavam fazendo suas viagens de descobrimento, enquanto notáveis avanços se processavam na

ciência e na astronomia.

Entre os principais compositores da primeira geração renascentista, encontram-se Guillaume Dufay e Johannes

Ockeghem, dois homens eruditos, que deram continuidade e desenvolvimento ao estilo musical que,

distintamente, Dunstable tinha criado. A música introduzida por Dufay e seus contemporâneos tinha uma

clarividência sem precedentes. As técnicas medievais começam a ser esquecidas.

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Música Sacra (mp3) - Música sobre temas religiosos.

Música Profana (mp3) - Música de divertimento, para ouvir ou dançar, podendo ser

programática ou pura e que não diz respeito à religião nem a temas religiosos.

Polifonia (mp3) - Sobreposição de diversos sons mas que tem implícita a presença do

contraponto – é o oposto de homofonia, em que o interesse está confinado a uma única

“linha” musical, actuando os outros sons apenas como acompanhamento.

O período polifónico é uma expressão que indica o Século XVI e os princípios do Século XVII, o período de

Palestrina, Lasso e Byrd.

Imitação contínua (mp3) - Imitação é o processo de que os compositores se servem na escrita da partitura:

uma voz repete uma figura que foi enunciada antes por outra voz.

Contínuo é um tipo de linha melódica grave que se compunha para um instrumento de teclado destinado a tocar

a parte de acompanhamento ou a fazer parte de um conjunto instrumental especial. Dada uma única nota grave,

o músico tinha de elaborar ele próprio as harmonias correctas a tocar acima daquela nota.

Cantus firmus - Cantus firmus é uma melodia, geralmente extraída do canto gregoriano, usada por

compositores dos séculos XIV – XVII como base da composição polifónica e contra a qual as outras melodias

são escritas em contraponto.

Pavana (mp3) - Dança espanhola, aristocrática, que remonta pelos menos ao Século XVI e é mencionada em

Shakespeare. Era frequentemente seguida por uma veloz Galharda.

Page 11: História da Música - Géneros Musicais

Galharda (mp3) - Dança animada mas nem sempre no compasso 3/2 e que ascende ao Século XV. Entrava

frequentemente nas suites orquestrais dos sécs. XVI e XVII, em contraste com uma Pavana, que é mais lenta, e

às vezes era construída com o mesmo material desta.

INSTRUMENTOS MUSICAIS

Alaúde (mp3) - Instrumento de cordas com trastos, muito antigo, dedilhado pelos dedos

(inicialmente usava-se um plectro ocasionalmente). Provavelmente, em Espanha, foi

transformado no alaúde europeu, com uma separação nítida entre o braço e a caixa de

ressonância central.

Bombarda (mp3) - Tipo de Charamela, embora nos séculos XIV e XV o termo fosse aplicado à charamela alto

na França e Inglaterra. O nome provém provavelmente de uma peça de artilharia com o mesmo nome.

Espineta (mp3) - Instrumento de tecla de pequena dimensão, da família do cravo, no qual as cordas estão

dispostas em diagonal, em frente do executante, e mais ou menos paralelas ao teclado, como no virginal.

Fagote (mp3) - Membro mais grave da família das palhetas duplas, afinado em Dó. Feito em madeira, com um

tubo cónico.

Flauta Travessa (mp3) - Flauta tocada transversalmente, que se distingue da flauta direita, a qual é tocada com

a ponta virada para baixo.

Harpa (mp3) - Instrumento de origem muito remota, que se pode definir muito simplesmente como uma

armação aberta sobre a qual está esticada uma série de cordas de dimensão crescente, postas em vibração

quando são dedilhadas.

Órgão (mp3) - Instrumento de tecla operado pela pressão de ar transmitida dos foles aos tubos,

fazendo soar as notas.

Sacabuxa (mp3) - Antiga designação de um instrumento de sopro, espécie de trombone.

Usado a partir de finais do século XV. Pouco diferente do trombone moderno, este instrumento

tem apenas uma campânula maior.

Trompete (mp3) - Instrumento de sopro do grupo dos metais, com um tubo de curvatura interna

cilíndrico, que no último quarto da sua extensão se vai alargando até tomar quase a forma de uma campânula.

Vihuela (mp3 ) - Instrumento espanhol de forma semelhante à guitarra. Maior do que a guitarra e tinha

geralmente 6 pares de cordas e 10 trastes. Foi substituído gradualmente pela guitarra cerca de 1700. A sua

música era escrita em tablatura.

Viola de Braço (mp3) - Instrumento de corda que se toca apoiado no braço mas posteriormente aplicou-se aos

membros da família do violino.

Viola da Gamba (mp3) - Instrumento de corda, embora se refira mais especificamente ao instrumento baixo,

que se segurava entre os joelhos.

Virginal (mp3) - Instrumento de tecla de corda beliscada. O virginal típico tem uma forma oblonga com uma

série de cordas paralelas ao teclado. A origem do termo é obscura mas é provável que venha da associação

deste instrumento com executantes femininas ou possivelmente do seu timbre (semelhante ao de uma voz de

menina).

Page 12: História da Música - Géneros Musicais

MÚSICA BARROCA

1600-1750Barroco, termo que foi aplicado a pedras preciosas de formato triangular, terá sido

também usado para definir o estilo arquitectónico em particular e a arte em geral, pelo

emprego excessivo de ornamentos. Em finais do século XVI, a música procurava

ainda os caminhos que outras artes tinham já trilhado: o regresso aos padrões

clássicos greco-romanos.

Durante o período que decorreu aproximadamente entre 1600 e 1750, o desenvolvimento da música assentava

em duas vertentes principais: o melodrama - baseado no teatro grego, em que as palavras e o canto davam

maior expressividade sentimental - e a música instrumental - que durante estes anos teve um notável

desenvolvimento, tornando-se uma arte completamente autónoma.

Em Florença, Itália, um grupo de intelectuais que se auto-intitulou de camerata, reuniam no

Palácio de Pitti, ou na residência do mecenas Giovanni Bardi, preparando a renovação musical.

Este novo género que se desenvolvia tinha uma grande adesão por parte de alguns aristocratas

da época que, através do apoio prestado às artes, eram reconhecidos socialmente. Esses aristocratas

chegaram à conclusão que o elaborado contraponto, até esse tempo utilizado no canto, encobria o sentido das

palavras que, segundo eles, deveria ter mais importância do que a música.

A polifonia dos séculos XV e XVI foi a mais complexa de todos os tempos.

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Suite - Nome mais comum dado a uma composição instrumental em diversos andamentos, uma sequência de

danças.

Nos séculos XVII e XVIII, a sua característica era a inclusão das danças “Allemande”, “Corrente”, “Sarabanda” e

“Giga” com a adição de outras danças.

Tonalidade maior e menor - A distribuição dos tons e meios tons pelas notas de uma escala determina os

vários modos. Se uma escala no modo Maior começar em Dó, diz-se que está na tonalidade (ou no tom) de Dó;

se começar em Ré, diz-se que está na tonalidade (ou no tom) de Ré, etc. As notas que estão fora do tom da

escala diz-se que estão fora do tom.

Os sustenidos e bemóis que pertencem ao tom utilizado podem ser reunidos junto da clave; os outros

sustenidos e bemóis naturais que aparecem «acidentalmente» na música são escritos como acidentes.

Os modos maior e menor e respectivos tons são os dois únicos tipos de ordenação de notas usados na música

ocidental aproximadamente entre 1600 e 1900; antes disso predominavam os modos gregorianos.

Melodia - Uma sucessão de notas, variáveis de altura, que tem uma forma organizada e reconhecível. A

melodia é horizontal, ou seja, as notas são ouvidas consecutivamente, ao contrário da harmonia, em que as

notas soam simultaneamente («vertical»).

Page 13: História da Música - Géneros Musicais

Estilo monódico - Género de composição em melodia e contínuo, por exemplo, na ópera italiana dos princípios

do Século XVII, em contraste com o estilo polifónico precedente, quando as partes eram tratadas como tendo a

mesma importância.

ESTILO COMPOSITOR MÚSICA

Suite Johannes Sebastien Bach Suite 2 mp3

Galharda Jean-Baptiste Lully Abertura mp3

Aria Claudio Monteverdi Qual onor mp3

Minueto George Friedrich Handel Suite 1 mp3

Prelúdio e Fuga Johannes Sebastien Bach Dó Menor mp3

Sonata François Couperin La tromba mp3

Concerto - abertura Alessandro Scarlatti Lá menor mp3

Concerto Arcangelo Corelli Natal mp3

Baixo Contínuo Arcangelo Corelli Trio Sonata Op.3 n.º2 mp3

Cantata Johannes Sebastien Bach Wachet auf mp3

Coral Johannes Sebastien Bach Ich will hier bei dir stehen mp3

Oratória George Friedrich Handel O Messias - Alleluia mp3

Responsório Calos Seixas Tantum Ergo mp3

Dinâmica Henry Purcell Come, ye sons of arts, come away mp3

Melodia George Friedrich Handel I know that my redeemer liveth mp3

Homofonia Giulio Caccini Amarilli mp3

MÚSICA CLÁSSICA

1750-1810

Por um lado, o termo «clássico» poderá ter significados diferentes, mas por outro, seja qual for

a interpretação, significa algo de valor duradouro, eterno, ao qual estão associadas qualidades

como, entre outras, simplicidade, clareza, equilíbrio, elegância e lógica. Sendo vulgarmente

chamada clássica a toda a música que não é efémera, passageira, significando o oposto de

ligeira ou popular, deve ser enquadrada no período histórico a que nos estamos a referir;

compreendido aproximadamente entre 1750 e 1810.

No decorrer do século XVIII, realizou-se plenamente aquilo a que os últimos compositores barrocos já

aspiravam: a criação de uma arte abstracta.

Os classicistas não pretendiam que a sua música fosse uma linguagem para cantar a religião, o amor; o

trabalho, ou outra coisa qualquer. Procuravam darlhe pureza total, a fim de que o mero acto de ouvi-Ia bastasse

para dar prazer. A perfeição formal era o seu ideal estético, baseado na abstracção completa. Essa abstracção

foi obtida, desenvolvendo a sonata clássica (sonata forma/forma sonata) e a

sinfonia.

A música clássica tornou-se mais leve e menos complicada que no período

Barroco. Nela predomina a melodia com acompanhamento de acordes, as

frases são bem delineadas e mais curtas que anteriormente.

Page 14: História da Música - Géneros Musicais

A dinâmica das obras torna-se mais variada, aparece o Sforzato (acentuação forte numa nota), o crescendo

(aumento gradual da intensidade do som) e o diminuendo (diminuição gradual da intensidade do som). A música

é tonal.

O cravo cai em desuso e é substituído pelo piano (piano-forte). A orquestra cresce em tamanho e acolhe um

diversificado número de instrumentos.

Por seu lado, a Ópera conhece um grande desenvolvimento e popularidade e começa a tratar temas do dia-a-

dia.

É um período musical extremamente fértil em grandes compositores e talvez a mais produtiva de todos os

períodos da história da música. Viena de Áustria é considerada a capital da música clássica pois foi lá que se

concentraram a maioria dos compositores.

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Sonata - Originalmente, peça para ser tocado em vez de ser cantada. A sonata barroca tem de 3 a 5

andamentos, mais extensos e autónomos. No período romântico tem dois a quatro andamentos, o primeiro dos

quais usa sempre a forma sonata.

Música pura ou absoluta - Música que não recorre a referências directas a coisas exteriores, isto é, que não é

acompanhada de palavras nem é música descritiva, que descreve uma história, ou uma cena.

Sinfonia - Grande obra orquestral. Normalmente em três ou quatro andamentos, um dos quais costuma ser na

forma sonata.

COMPOSITOR MÚSICA

Joseph Haydn Concerto Trompete e Orquestra mp3

Wolfgang A. Mozart Eine Kleine Nachtmusik mp3

Wolfgang A. Mozart Flauta Mágica mp3

Wolfgang A. Mozart Sinfonia 40 mp3

Wolfgang A. Mozart Sonata Piano Lá M mp3

Wolfgang A. Mozart Requiem mp3

MÚSICA ROMÂNTICA

1810-1910

Page 15: História da Música - Géneros Musicais

Depois da Revolução Francesa, o Liberalismo espalhou-se por toda a Europa e, seguidamente, para o resto do

mundo que tinha sido alvo de uma grande transformação. Os ideais políticos, assim como a estrutura cultural que

parecia ser sólida e definitiva, acabaram por desmoronar e, consequentemente, as artes não escaparam.

Como expressão cultural deste novo ideal (Liberalismo) surgiu, atingindo todas as artes, o movimento romântico.

Relativamente à música, os novos conceitos tinham como objectivo: 1 - eliminar a arte de salão feita para uma elite

aristocrática e 2 - direccionar a música para o povo através de uma linguagem simples.

As primeiras manifestações dessa nova música eram geralmente obras de exaltação revolucionária em que se

celebravam os acontecimentos nacionais e as liberdades conquistadas.

A «antiga» linguagem musical clássica já não servia, visto ser limitada por regras muito rígidas.

Perante os novos conceitos, a música devia dramatizar-se, tornar-se sentimental, exprimir sentimentos interiores,

ser mais livre e, para isso, precisava de formas mais livres que favorecessem, entre outros aspectos, a

improvisação.

Assim, ao lado de concertos, sinfonias e sonatas surgiam fantasias, nocturnos, baladas, rapsódias, prelúdios e

poemas sinfónicos. Em França, os músicos desdobram-se numa produção contínua e descontrolada desse tipo de

obras, mas é entre os alemães que o Romantismo se afirmará.

O rumo será este até meados do Século XIX, altura em que se deu o casamento entre o Romantismo e o

Nacionalismo (Casamento esse que veio a ser dos mais felizes… para a música!).

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Música programática - É música instrumental sugerida por um termo não musical e que trata de descrever, por

exemplo, uma história, uma pintura, etc.

Ópera - Género de peça teatral em que todos ou a maior parte dos personagens cantam os seus papéis e em que a

música constitui um dos elementos fundamentais. As primeiras obras que se podem classificar neste género são as

que apareceram em Itália por volta de 1600, embora se encontrem precursores na Idade Média.

Há diversos sinónimos para o tema ópera, cujos significados exactos dependem do contexto histórico.

Música nacionalista - Um movimento musical que começou durante o Século XIX e foi marcado pela ênfase dada a

elementos nacionais da música, como canções tradicionais, danças tradicionais, ritmos tradicionais ou assuntos

para óperas e poemas sinfónicos que reflectiam a vida e história nacionais. Paralelamente deu origem a movimentos

políticos de independência, tais como os que ocorreram em 1848, como uma reacção à dominância da música

alemã. Na Rússia, A Vida pelo Czar de Glinka (1836) iniciou um movimento nacionalista que foi sustentado por Cui,

Mussorgsky, Balakirev, Rimski-Korsakov. Liszt expressou o espírito húngaro nas suas obras e este espírito foi

intensificado por Bartók e Kódaly. Smetana, Dvorák e Janácek foram os principais nacionalistas da Boémia; na

Noruega, Grieg, na Finlândia, Sibelius; em Espanha, Falla, Albéniz e Granados; em Inglaterra, Holst e Vaughan

Willliams; nos E.U.A., Copland, Gershwin, Ives e Bernstein; no Brasil, Villa-Lobos.

COMPOSITOR MÚSICA

Berlioz Sinfonia Fantástica Op. 14 mp3

Page 16: História da Música - Géneros Musicais

Fryderyk Chopin Estudo 4 Dó Sust. Piano mp3

Franz Lizt Concerto Orq. 1 Mib m mp3

Richard Wagner Navio Fantasma mp3

Johannes Brahms Dança Húngara 5 mp3

George Bizet Carmen mp3

Tchaikovsky Abertura 1812 mp3

Claude Debussy O Mar: diálogo do vento e do mar mp3

MÚSICA MODERNA

a partir de 1910

O inconformismo é uma característica do Homem desde a sua existência. Na música tem-se

manifestado de muitas e variadas maneiras, mas sempre com o mesmo objectivo: comunicar através

dos sons e sentidos.

Sendo uma arte, a música deve estar continuamente atenta à necessidade de aperfeiçoar a sua

linguagem (que é universal). Ao longo dos tempos, a imaginação foi essencial para substituir a

relativa permanência formal dos séculos passados por uma incessante apresentação de

vanguardismos.

Sendo assim, ao longo dos tempos, sempre houve uma necessidade de mudança, de inovação e uma constante exigência

imaginativa de originalidade e criatividade.

A música é a arte que mais facilmente nos comove (de uma forma muito mais intensa que a muito mais intensa que a poesia).

É que, enquanto que a expressão/interpretação literária depende da mente, a música deixa o «campo aberto» para sonhar à

vontade, encerrando em si a apreensão e a expressão da beleza.

Beethoven afirmou: «A música é uma revelação muito mais sublime do que todo o sabedoria ou filosofia. Ela é a única

introdução incorpóreo no mundo superior do saber, esse mesmo mundo que rodeio o Homem, cujo significado interior não se

percebe por conceitos reais...». A música, arte de contrastes que suscita os mais heterogéneos sentimentos na sua diversidade

de tendências, fez do Século XX um dos mais interessantes da sua História.

A música, arte de contrastes que suscita os mais heterogéneos sentimentos na sua diversidade de tendências, fez do Século

XX um dos mais interessantes da sua História.

O Romantismo explorou até ao limite as possibilidades da música tonal.

O Século XX surge como o século das experiências, da procura de novos caminhos na música e nas

artes em geral.

É o demonstrar das formas convencionais e a valorização de novas perspectivas, a procura de novos

materiais e a utilização de recursos trazidos pelos avanços tecnológicos.

Acentua-se a tendência para valorizar culturas até então esquecidas. Os novos meios de transporte e

comunicação facilitam as trocas culturais e fazem com que se conheça na música moderna influências

Page 17: História da Música - Géneros Musicais

muito variadas.

O aparecimento da gravação sonora abre um mundo novo à produção musical.

A procura de novas sonoridades faz com que os compositores explorem sons produzidos por objectos, transformando-os em

instrumentos musicais. Os instrumentos convencionais são transformados e preparados de forma a alargar as suas

possibilidades tímbricas. O timbre, nesta época, é talvez o parâmetro mais valorizado na música.

Surgem os primeiros instrumentos electrónicos, que ficarão para sempre ligados à música Pop Rock, embora também estejam

presentes noutros géneros musicais.

O piano é um instrumento muito usado em experiências no campo da investigação tímbrica. Têm sido usadas técnicas muito

simples, como seja: tocar agregados sonoros (clusters), usando o cotovelo, o antebraço ou mesmo a mão aberta sobre as

teclas, tocar directamente nas cordas do piano com os dedos, como se se tratasse de uma harpa. Há compositores que para

obter novas sonoridades, colocam folhas de papel entre as cordas do piano ou objectos sobre as cordas (bolas de ping-pong).

CARACTERÍSTICAS MUSICAIS

Tonalismo - Interdependência em que se encontram os diferentes graus da escala relativamente a uma tónica que é o centro

de todos os movimentos melódicos. A tonalidade define-se pela hierarquia dos graus tonais: 1º, 4º e 5º graus.

Pentatonismo - É um sistema baseado na escala pentatónica. Kódaly, compositor Húngaro, escreve com uma estrutura

pentatónica, baseado nas origens do Folclore Húngaro. É também a Kódaly que se deve a linguagem dos vocábulos (Vocábulos

Kódaly) utilizada no ensino de música a crianças: h Tá-á, q Tá, e Ti, etc.

Impressionista - Palavra empregue para descrever obras como as de Debussy e Ravel enquanto parecem interpretar os seus

títulos não de uma maneira narrativa ou dramática, como o período romântico, mas como um observador que estivesse a

registar a sua impressão num determinado momento.

Modalismo - É a maneira como se dispõem os intervalos de tom e meio-tom e que definem o que se chama modo.

Polimodalismo - É um fenómeno que consiste na sobreposição de melodias pertencentes a modos diferentes. É o sistema

utilizado nas Escalas-Mistas.

Politonalidade - Sobreposição ou simultaneidade de melodias ou acordes pertencentes o tonalidades diferentes. Os

compositores do século XX empregaram-no muito; porém, já aparece no "Divertimento musical" de Mozart, que é bem mais

antigo. Este sistema foi utilizado por Ravel e Strawinsky.

Cromatismo - Sequência melódica que usa a escala cromática – doze sons.

Atonalidade - Sistema harmónico que foge ao princípio fundamental da tonalidade central e que se deve ao compositor

Austríaco Schoenberg. Os intervalos fundamentais na música atonal são a 4ª aumentada e o meio-tom cromático.

Dodecafonia - É o emprego contínuo do cromatismo, alterando o sentido tonal. Neste sistema, empregam-se livremente os 12

sons da escala temperada. Wagner pode considerar-se o percursor do dodecafonismo.

Pontilhismo - Música em que as notas parecem aplicadas em «pontos» isolados em vez das curvas melódicas normais - por

exemplo, certa música de Webern e Stockhausen.

Música Serial - É um sistema mais alargado que a dodecafonia. Utilizam-se as “séries” que são grupos de 4 ou 5 sons. Foi

preconizado por Schoenberg que o definiu de: “Método de compor com 12 sons que só entre si são aparentados”.

Page 18: História da Música - Géneros Musicais

Outros sistemas há que poderão ser estudados e, aprofundado o seu estudo em tratados de História da Música.

Música aleatória - Música escrita no pressuposto de intervenção ao acaso do intérprete. Escreve-se geralmente com grafia

própria, diferente da tradicional. Esta forma desenvolveu-se depois da 2º Guerra Mundial.

Música Minimalista - Palavra usada a grupos de compositores, por exemplo, Steve Reich e Philip Glass, em cuja música existe

um mínimo de material, usado repetidas vezes para obter um efeito máximo.

ESTILO COMPOSITOR MÚSICA

Atonalidade Arnold Schoenberg Noite transfigurada mp3

Impressionista Claude Debussy L'Aprés midi d'un faune mp3

Pontilhismo Anton Webern Sinfonia Op. 21 mp3

Dodecafonia Igor Stravinsky Agon mp3

Dodecafonia Alban Berg Wazzeck mp3

Aleatória John Cage Sonata 1 mp3

Piano Preparado John Cage Bacchanale mp3

Minimalismo Steve Reich Violin Phase mp3

BLUES

Depois da escravatura, só nos finais do Século XIX é que os músicos negros norte-americanos conseguiram ter

guitarras. Os músicos andavam de terra em terra e, por isso, precisavam de instrumentos fáceis de transportar.

Até esta altura um dos instrumentos mas usados era uma espécie de violino, mas a guitarra acústica de seis

cordas metálicas tornou-se tão popular que o substituiu

Canção triste, de lamentação, geralmente sobre um caso amoroso infeliz, de ritmo lento, que se tornou muito

conhecida por volta de 1911; em sentido estrito, é uma composição curta (12-bar blues, blues de 12 barras) em

3 linhas de 4 barras cada, em que a segunda linha repete exactamente ou quase a primeira e em que o conjunto

segue uma sequência de acordo previamente estabelecida. A tonalidade predominantemente utilizada é maior,

mas com o 3º e os 7º graus da escala abaixados (as “blue notes”). A harmonia tende para o domínio da plagal

ou subdominante.

Compositores como Gershwin, Ravel, Copland e Tippet usaram o termo para indicar um ambiente semelhante

ao dos blues, mais do que uma adesão estrita à forma. Entre os grandes cantores de blues encontram-se Bessie

Smith e Billie Holiday.

COMPOSITOR MÚSICA

Louis Armstrong Westen Blues mp3

Louis Armstrong Down River Side mp3

Scott Joplin Entertainer mp3

Handy Blues St. Louis Blues mp3

Page 19: História da Música - Géneros Musicais

SALSA

Apesar do nome Salsa e das letras das canções serem em castelhano, este género musical nasceu nos bairros

hispânicos (Spanish Harlem) no final dos anos 60 e os músicos que o criaram era emigrantes de vários países

da América Latina, nomeadamente Cuba, Porto Rico e da República Dominicana. Foi da mistura das músicas

destes países, cada um contribuindo com os respectivos “condimentos” musicais, que acabou por nascer a

Salsa.

Os tipos musicais que mais influenciaram a Salsa foram a Rumba, a Bomba e a Plena porto-riquenhos e o Jazz

norte-americano. De salientar que, o género musical que constitui a base da Salsa foi Son Cubano, ritmo com

origem nas zonas rurais de Cuba na segunda metade do século XVIII, tendo como antecedentes a influência

hispânica, francesa e italiana. Já no início do Século XIX, com a vinda dos guajiros (camponeses) para as

cidades, o Son converteu-se numa música apreciada por todos.

ESTILO COMPOSITOR MÚSICA

Salsa Célia Cruz Hot Street Salsa mp3

Bomba Bomba Tanta vanidad mp3

Rumba Las estrellas de Fania - Rumba Yambeque mp3

Son Compay Segundo De camino a la vereda mp3

POP-ROCK

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) deixou marcas muito profundas em todo o Mundo. Após este conflito,

assistiu-se a rápidas e profundas transformações na forma de ser e de estar das pessoas. Surgiram

movimentos políticos, sociais e culturais, que vieram renovar e revolucionar as sociedades.

Também o progresso económico que se veio a verificar após esta guerra, aliado ao desenvolvimento das

aparelhagens sonoras e às emissões, das rádios, veio alterar a forma de pensar e de viver de toda a sociedade.

O sentimento de revolta dos jovens para com a situação político-social e económica do pós-guerra deu origem a

manifestações artísticas revolucionárias. Estes movimentos fizeram-se notar nas mais variadas artes e também

na forma de estar, pensar e vestir dos jovens.

A história da música Pop e Rock continua ainda a fazer-se e torna-se difícil sintetizá-la.

A grande explosão da indústria discográfica e o desenvolvimento da rádio, televisão e cinema são co-

responsáveis pelo aparecimento da pop music.

De raízes americanas, o Rock'n’Roll espalhou-se por todo o mundo ocidental desde cerca de 1950, baseado

numa voz solista e violas (principalmente eléctricas), e difundido através do disco. Rock'n’Roll é aplicado

Page 20: História da Música - Géneros Musicais

apenas a um subtítulo, com características particulares rítmicas e outras. São indicadas por termos

semelhantes como Folk-Rock e Jazz-Rock as fusões com outra música popular.

O termo Pop sobrepõe-se mas não é empregado verdadeiramente como sinónimo; para os praticantes do Rock,

Pop pode denotar um produto mais comercializado, mais juvenil e mais facilmente assimilável do que o Rock.

Por volta de 1950 surgiu uma nova era musical com a qual os jovens rapidamente se identificaram. Pôde-se

também assistir a uma alteração dos hábitos de vestir, dançar e de viver dos jovens. Todos estes factores

contribuíram para o aparecimento de vários movimentos socioculturais no século XX.

O estilo Rock'n’Roll surgiu pela mão de Bill Haley (1926-1981)

com a canção "Rock around the clock", em 1954, e veio alterar

profundamente os hábitos musicais da população branca dos

Estados Unidos da América e, mais tarde, da Europa.

O Rock'n’Roll contribuiu para que alguns preconceitos raciais

fossem ultrapassados. A coabitação de brancos e negros em

locais públicos passou a ser uma realidade, facto até então

impensável.

A denominação Rock'n’Roll viria, posteriormente, a ser alterada para rock, em consequência de um novo

movimento surgido na Inglaterra, cujos principais responsáveis foram The Beatles. A canção "Love me do",

editada em 1962, ficou para sempre como o grande marco desta alteração.

A predominância da língua inglesa nas canções destes estilos deve-se à Inglaterra e aos Estados Unidos da

América, pelo facto de terem sido estes países os principais responsáveis pelo seu aparecimento,

desenvolvimento e divulgação. A duração das canções é curta e não há qualquer interligação entre elas. Os

temas abordados nas letras eram, inicialmente, o amor e críticas à sociedade e a revolta que os músicos

sentiam relativamente às desigualdades sociais vigentes a nível mundial, assim como os alertas a favor da

preservação ambiental.

Os conjuntos musicais são formados por um reduzido número de pessoas. A base instrumental é habitualmente

constituída por guitarras eléctricas, bateria e teclado e a parte vocal interpretada por uma voz solista.

A música atravessou gerações e acompanhou a evolução dos tempos. É curioso notar que hoje em dia prolifera

um conjunto heterogéneo de estilos musicais baseados na música Pop e Rock, que, no entanto, são agora

ouvidos por um leque mais alargado de faixas etárias. A evolução técnica na construção dos instrumentos

contribuiu também para que fossem surgindo mudanças estilísticas no Rock.

Os meios de comunicação social e a evolução dos aparelhos de reprodução sonora têm contribuído para que

hoje exista um grande número de grupos e intérpretes destes estilos musicais.

A partir de 1970 surgem nos EUA e na Europa novas correntes na música Rock. Houve uma procura de novas

sonoridades, tirando partido das potencialidades dos sintetizadores e explorando electronicamente outros

instrumentos.

Pink Floyd, Led Zeppelin e Genesis são alguns dos grupos que se afirmaram neste período.

Com o decorrer dos anos, o Rock foi evoluindo tendo aparecido muitos grupos que contribuíram para o

Page 21: História da Música - Géneros Musicais

aparecimento de derivações deste género musical, que por sua vez deram origem a novos estilos. Surgiram

então o heavy metal, punk, new wave, disco, tecno entre outros.

Durante a década de 80 assistiu-se à afirmação da música oriunda de outros países. Pioneiro do Reggae como

Bob Marley trouxe ao público questões como a pobreza e a fome mundiais. Consequência disso, surgiram

concertos de caridade e contra o apartheid. Deste modo, a música Rock consegue atingir o objectivo humanista

que sempre procurou desde as suas origens.

A partir de 1981 o canal televisivo MTV, dos EUA, passou a transmitir videoclips 24 horas por dia. Assim, trouxe

uma extraordinária importância ao elemento visual na música. O canal MTV passou a ser um dos meios de

divulgação de toda a música ligeira em todas as suar vertentes.

INTÉRPRETE/GRUPO MÚSICA

Loonie Donegan Rock my Soul mp3

Bill Haley Rock around the clock mp3

Elvis Presley Tutti frutti mp3

Beatles Help mp3

Rolling Stones (I can't get no) Satisfaction mp3

Bob Dylan Mr. Tambourine Man mp3

Beach Boys I get around mp3

Pink Floyd Money mp3

Led Zeppelin Good times bad mp3

Genesis I know what I like mp3

Elton John Goodbye yellow Brick Road mp3

Queen We will rock you mp3

Madonna Like a virgin mp3

FADO

Tipo de canção popular portuguesa com acompanhamento de guitarra, datando

aparentemente de cerca e 1850. O Fado terá sido trazido do Brasil onde se conhece uma

dança com o mesmo nome desde 1819 e que, por sua vez, terá sido introduzido naquele

país pelos escravos negros oriundos de Angola. É da mistura destas três raças que surge

o Fado de Lisboa, canção silábica, como na generalidade é a melodia popular

portuguesa. Os centros de cultura estão localizados em Lisboa e Coimbra, embora nesta última cidade esteja

limitado ao meio académico.