História Da Psiquiatria - Dani

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STÓRIA DA PSIQUIATRIA Recife, junho/2013 Daniela Teles

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HISTRIA DA PSIQUIATRIA

HISTRIA DA PSIQUIATRIARecife, junho/2013 Daniela Teles Psiquiatria Antiga e Greco-latinaPrimeiros registros: 2000 a.C. Papiros egipcios de kahun: histeria ( do grego, hystero, matriz, tero) Doenas como versanias naturais

Hipcrates concebe o homem como um microcosmos regidos por leis fsicas semelhantes s do universo- o macrocosmos. Primeiras descries de histeria No considera epilepsia como doena sagrada e distingue a histeria convulsiva da epilepsia

Psiquiatria Antiga e Greco-latinaCelso , Areteu de Capadcia, Sorano de feso e Galeno.

Mania, melancolia e freniteHisteria ainda enfermidade uterinaMelancolia: excesso de bile negra circulante

Areteu de Capadcia- primeira descrio de transtorno bipolarSorano de feso- distingue afeces agudas das crnicasGaleno- refuta a tese de migrao uterinaPsiquiatria MedievalIdade das TrevasRetrocesso s condies mgico-religiosas e o abandono da idia de doena mental como decorrente de causa naturalExercida por magos e feiticeirosSo Toms de AquinoMalleus maleficarum (Martelo dos feiticeiros) de Kramer e e Sprenger em 1494ParacelsoExorcismo e perseguio aos doentes at a criao dos manicmios na idade modernaA Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaSculo XVII fundao de locais para o cuidado de doentes mentais -> doentes passam a ser reconhecidos como objeto da psiquiatriaDesenvolvimento do mtodo psicopatolgico e o surgimento de classificao das doenas mentaisO reconhecimento do doente mental como paciente de patologia natural, acima de tudo orgnica, com efeitos psquicos, coincide com a revoluo francesa, poca em que a defesa dos direitos humanos era pregada pelo Iluminismo.A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaPhilipe Pinel ( 1745-1826 ) Instituiu regras de funcionamento hospitalar enfatizando pirncpios humanitrios A identificao das doenas mentais obtm grande aprimoramento

J.-P. Falret ( 1794-1870) loucura circular ( folie circulaire)

J. Baillarger (1809-1890) - loucura de dupla forma ( folie a double forme)

J. Moreau de Tours (1804-1884)- efeitos do haxixe

Ernest Lasgue ( 1816-1883) quadros delirantes de evoluo crnica e folie duex

A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaA. L. J. Bayle ( 1799-1858)

Inflamao das membranas aracnides determinaria a gnese da doena mental, em que os indivduos com infeco sifiltica sofreriam mais tarde de paralisia geral progressiva (PGP) Inaugurou o mtodo anatomoclnico na descrio de uma entidade mrbida em psiquiatria

A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaB. A. Morel ( 1809-1873) Teoria da degenerescncia A degenerescncia seria causada por diversas etiologias: txicas (pio, haxixe, etc), climticas, ecolgicas(p.ex., cretinismo por falta de iodo), morais e sociais. Com o passar das geraes o dano se agravaria. Descrio da dmence prcoce, conhecida a partir de Bleuler como esquizofrenia. Uma sbita imobilizao de todas as faculdades...idiotismo e demncia eram o destino triste que terminaria o curso

A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaMagnan (1835-1912)- definia o degenerado como aquele que se torna cada vez menos capaz de se adaptar, em virtude de seus efeitos fsicos, intelectuais e morais decorrentes de predisposio hereditria ou adquirida.Degenerados e no degeneradosDescreveu em 1886 o quadro Bouffe delirante como a ecloso sbita de delrios polimorfos em seus temas e expresses. Ausncia de sinais fsicos, a desestruturao da conscincia, instabilidade emocional e curso transitrioImportncia dos delrios crnicos em indivduos sadios, porm predispostosA Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaA poca das manias e o conceito de loucuraA mente humana seria incapaz de sofrer uma perturbao parcial folie gnralDuas concepes de mania se desenvolveram aps a descrio inicial dos gregos: - Pr-novecentista: afastou-se da teoria humoral grega, pois ligava-se concepo renascentista de perda da razo, das idias unitrias de corpo-mente e inclui a hiptese de evoluo deteriorante(demencial) e crnica - Vale-se da descrio de mania simplex , denotando quadro agudo, sem evoluir para deteriorao e nem apresentar sintomas psicticos.

A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaNo final do sec XVIII William Cullen ( 1710-1790)dividiu as doenas mentais em : - Parciais (partial insanity) - Globais ( general insanity)Frana dos sec XVIII e XIX: Folie partiel x folie gnralPinel publica o Trait sur la manie: todas as coisas que tm relao com a loucura so chamadas de mania Mania sem delirium- prottipo da folie partiel Mania e demncia folie gnral Esquirol (1772-1840) monomania- reforar loucura parcialA Escola Francesa e a Primeira Revoluo Psiquitrica MonomaniasCaractersticas: - transtorno limitado funo psquica principal - anormalidade deve ser entendida como resultado lgico de uma premissa falsa - excetuando a rea psicologicamente afetada, o indivduo pensa, julga e age como os outros As monomanias so classificadas de acordo com a funo psquica alteradaA Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaLypemanie melancoliaMonomania intelectual- paraniaMonomania institiva- dipsomaniaMonomania circunscrita- comportamento perturbado

Kraepelin -final do sec XIX- estados manacos subclassificados de acordo com gravidade, tipo e cronicidade das alteraes: - hipomania, mania (aguda) e mania psictica(delirante)Mania simplex -> formulao da dicotomia das psicoses endgenas.A Escola Francesa e a Primeira Revoluo PsiquitricaDa melancolia depressoMelancolia:-Tristeza, suicdio e nostalgia- Refora a ideia de transtorno deliranteNo final do sculo XVIII Esquirol defende o abandono do termo

Depresso do latim de-premere (pressionar para baixo)Melancolia -> depresso : primeira metade do sculo XIXDepresso- rebaixamento do estado de esprito de pessoas que padecem de alguma doenaA Escola Psiquitrica AlemNo final do sc. XIX a psiquiatria germnica se desenvolvia no contexto cultural romntico, desprezando o esprito iluminista francs.

Empatia mais importante que a razo

Os Psychiker ( mentalistas ou psicologistas) predominavam durante a primeira metade do sc. XIXA Escola Psiquitrica AlemCorrentes do mentalismo germnico Corrente filosfico especulativa: Johann Christian Reil . Criador do termo psiquiatria- reconheceu a importncia de tcnicas psicoterpicas.Corrente tico-religiosa: Johann Christian Heinroth . A doena mental , por natureza, a perda da liberdade e o resultado do pecado e da culpa.Corrente moralizante: Wilhelm Ideler concebeu a doena mental como hipertrofia das paixes, cuja patognese estaria ligada vida emocional e passional.Corrente romntica: A intuio superior experincia, incorporava a filosofia da natureza de Shelling, sua idia sobre alma do mundo e seus princpios de polaridade derivados de Cullen e BrownA Escola Psiquitrica AlemBuscam o equilbrioDevido ao seu carter especulativo-terico, os mentalistas pouco fizeram para melhorar as condies de tratamento dos seus doentes.Ernest von Feuchtersleben - psicose transtorno mental em geral, sem inteno classificatria. Concebe a doena mental de forma monista. O ser vivo o corpo espiritualizado, e a alma o esprito corporizado: ambos constituem um nico fenmeno, sempre uno e indivisvel.Entre 1840 e 1860 cri0u-se a reao somaticista

A Escola Psiquitrica AlemOs representantes iniciais dessa corrente ainda no reconhecem a doena mental em seu sentido estritoSomente a partir de Wilhelm Griesinger ( 1817-1868), os somaticistas estabelecem a psiquiatria mdica na Alemanha - A causa dos transtornos mentais deve ser procurada no sistema nervoso central eram disfunes do crebro e a insanidade um sintoma da patologia cerebral - Patologia cerebral e nosologia clnicaA Escola Psiquitrica AlemKarl Westphal ( 1833-1890) - Estudos especializados sobre PGP - Descries de fenmenos compulsivos e agorafobia

Demncia assume um papel central no pensamento psiquitrico, impulsionando o interesse mdico nas pesquisas sobre sua causa, natureza e tratamento.Alois Alzheimer

A Escola Psiquitrica AlemKarl Ludwig Kahlbaum ( 1828-1899) - Representante mais importante da corrente clnica - A nosologia ideal deveria ser baseada na anatomia patolgica - Buscou as fases evolutivas da PGP - Utiliza os termos ciclotimia e distimia - Descreveu a catatonia - inaugurou o critrio temporal na descrio de sintomas de um quadro nosolgicoNo final do sec XIX, a psiquiatria germnica dominava o cenrio europeu.

A Escola Psiquitrica AlemKraepelin e a Segunda Revoluo Psiquitrica

- Nosologia baseada no curso natural da doena - Doena manaco-depressiva e dementia praecox - O laboratrio no substituiria o clnico,no qual o fenmeno de insanidade poderia ser estudado in vivo - Estabeleceu critrios para sua melancolia involutiva, incluindo a maioria dos estados afetivos e depressivos - Transtorno melanclico: curso peridico, bom prognstico e endogenicidade - DSM

Outras contribuies da escola alemKarl Jasper ( 1883-1969)

Martin Heidegger (1889-1976)

Kurt Schneider ( 1887-1967) - Sintomas de primeira ordem da esquizofrenia - Personalidades psicopticas - Psicopatologia clnica-1946 diagnstico assentado na descrio clnica seguida da classificao sintomatolgicaOutras contribuies da escola alemErnst Kretschmer (1888-1964) - Descrio do delrio de referncia dos sensitivos- Relao entre constituio fsica e personalidadeCarl Wernicke (1848-1904) - Todos os sintomas de doena mental deveriam ser deduzidos das propriedades conhecidas do crebroKarl Kleist (1879-1960) psiquiatria e neurologiaKarl Leonhard (1904-1988) - Prope um sistema classificatrio detalhado das psicoses endgenas, em quatro grupos e muitos subgrupos. - conceito de unipolar-bipolar

Psiquiatria fora da Frana e da AlemanhaEugen Bleuler ( 1857-1939)-Sua - critica critrio evolutivo de Kraepellin como parmetro diagnstico. Esquizofrenia ( ciso das almas): grupo de doenas com sintomatologia comum -Esquizofrenia simples -Alteraes txicas -> deterioraes, autismo, ambivalncia afetiva e modificaes na associao do pensamentoWillian Cullen ( 1710-1790)- Inglaterra- perspectiva organicistaPsiquiatria fora da Frana e da AlemanhaWilly Mayer-Gross (1889-1961) influenciado pela fenomenologia jaspersiana, contribuiu com a viso clnica associada a experimentao nos pases anglo-saxes

Adolf Meyer ( 1866-1950) -Critica a nosografia kraepeliniana baseada na evoluo da doena. O indivduo deveria ser um todo psicobiolgico integrado, no qual o distrbio consistiria em patologia funcional da adaptao, e as doenas , modalidades diversas de reao.Freud e a compreenso psicodinmica do indivduoSigmund Freud a partir dos anos de 1980 desenvolve a teoria do inconscienteA partir de observaes sobre histeria desenvolve o conceito de inconsciente e repressoDescobre a transferncia e abandona a hipnoseA psicanlise nasce como mtodo de investigao das significaes inconscientes por meio de livre associao Encontro com Charcot em 1885: fisiolgico -> psicolgico.Freud e a compreenso psicodinmica do indivduoA interpretao dos sonhos- 1900Trs ensaios sobre a teoria da sexualidade 1905Alm do princpio do prazer 1920Id, ego e superego

Freud e a compreenso psicodinmica do indivduoAlfred Adler (1870-1937) o sentimento de inferioridade determinaria o funcionamento psicolgico individualCarl Gustav Jung ( 1875-1961) Prope noo mais ampla da libido, corresponderia ao interesse psiquico, como a energia que se manifestaria nos processos vitais em forma de complexos - inconsciente coletivo e arqutipo

Sociopsiquiatria e AntipsiquiatriaOrganizao da personalidade no contexto sociocultural

Harry Sullivan ( 1892-1949) - enfatizou o estudo das relaes interpessoais e adotou a posio sociopsicogentica para transtornos de eti0logia no-orgnicas.

Karen Horney (1865-1952) - Contesta as opinies de Freud em relao a inferioridade das mulheres e ao seu masoquismo, creditando esses traos presso exercida pela sociedade industrializada sobre as mulheres, o que restringe a possibilidade de trocas afetivas.Sociopsiquiatria e AntipsiquiatriaInglaterra (Laing, Cooper, Esterson) - Loucura como um fenmeno social da II Guerra mundial surgindo um movimento de crtica ao hospital psiquitrico e busca de alternativas, experincias de transformao do assistncia psiquitrica.Equizofrenia: fenmeno social

Michel Foucaut (1926-1984) - interpreta a emergncia da psiquiatria no do ponto de vista da necessidade da defesa da liberdade, mas pela tica de que a sociedade ao exercer um papel alienante sobre o indivduo usava a identificao do ser alienado para se desembaraar de todos os transviados que ofendessem a moral e a razo vigentes.

Tratamentos somticosEmprego de ervas e alucingenos associado a meios fsicosA lcool foi a primeira substncia psicoativa para tratamentos diversosBeladona, passiflora, rawwolfiaA partir da metade do sec XIX vrias substncias com ao no SNC foram sintetizadas: hidrato cloral-1896, paraldedo-1883Baudelaire e Theophile Gautier descrevem os efeitos do haxixeTratamentos somticosFinal do sec XIX: barbitricos utilizados para sonoterapia.1934 cardiazol1938- eletroconvulsoterapia

Segunda metade do sec XX - ltio 1949 - clorpormazina- 1952 - haloperidol 1958 - clozapina- anos de 1970Tratamentos somticosImipramina- 1957Clordiazepxido- 1960Diazepam- 1963Mtodos para controlar comportamento socialmente inadequadoMalarioterapia (1917) e InsulinoterapiaPsicocirurgia lobotomia desenvolvida pelo neuropsiquiatra protugus Egas MonizPsiquiatria atual e perspectivas futurasConsolidao do conhecimento psiquitrico, a partir do estudo da neurobiologia das patologias mentais.Neuroimagem e neurocincia1990- Dcada do crebro

Cenrio promissor e otimista - neurofisiologia, neurobiologia,neuroanatomia, psicofarmacologia, gentica molecular,etc. - conhecimento em problemas sociais, psicodinmica e adeso ao tratamento.