Historia Do Aramaico

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 ZIX¥A¦ R L£ [ Q¥ XhW URS SHEL YVRYT CURSO DE HEBRAICO MORÉH: Pr. SANDRO G. G. NOGUEIRA Diretor Geral  Pastor da Igreja Batista Vida Abundante em Santa Maria DF. Mestrado em Teologia pela fatesp    São Paulo. Juiz Arbitral pelo TJAEM - Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação dos Estados Brasileiros. Teólogo e Professor na FATADEB - Faculdade Teológica da Assembléia de Deus de Brasília. Professor na FAETEB - Faculdade de Educação Teológica de Brasília. Professor na FATEN - Faculdade Teológica Nacional de Luziânia - GO. Professor no STEMM - Seminário Teológico Evangé lico de Missões Mundiais. Registrado no CFT - Conselho Federal de Teólogos do Brasil - N° 000.083/061. Registrado no COPEV - DF - Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal. Registrado na ORMIBAN -DF - Ordem dos Ministros Batistas do Distrito Federal. Registrado na C.B.N   Convenç ão Batista Nacional - D F Registrado no CFECH   DF - Conselho Federal Evangélico de Capelania Hospitalar do DF. Membro da Academia Nacional de Doutores, Mestres e Teólogos do Brasil. Contatos WWW.ULPAN.COM.BR E-mail: ulpanbrasil@yaho o.com.br Fone: (61) 30452188 ou (61) 96221288 / 86220402

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Uma introdução da história da língua aramaica

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ZIX¥A¦R L£[ Q¥XhWURS SHEL YVRYT

CURSO DE HEBRAICOMORÉH: Pr. SANDRO G. G. NOGUEIRA

Diretor Geral 

Pastor da Igreja Batista Vida Abundante em Santa Maria DF.Mestrado em Teologia pela fatesp –  São Paulo.

Juiz Arbitral pelo TJAEM - Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação dos Estados Brasileiros.Teólogo e Professor na FATADEB - Faculdade Teológica da Assembléia de Deus de Brasília.

Professor na FAETEB - Faculdade de Educação Teológica de Brasília.Professor na FATEN - Faculdade Teológica Nacional de Luziânia - GO.

Professor no STEMM - Seminário Teológico Evangélico de Missões Mundiais.Registrado no CFT - Conselho Federal de Teólogos do Brasil - N° 000.083/061.

Registrado no COPEV - DF - Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal.Registrado na ORMIBAN -DF - Ordem dos Ministros Batistas do Distrito Federal.

Registrado na C.B.N –  Convenção Batista Nacional - DFRegistrado no CFECH –  DF - Conselho Federal Evangélico de Capelania Hospitalar do DF.

Membro da Academia Nacional de Doutores, Mestres e Teólogos do Brasil.Contatos

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E-mail: [email protected]: (61) 30452188 ou (61) 96221288 / 86220402

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HISTÓRIA DA LÍNGUA ARAMAICAAramaico é uma língua semítica pertencente à família linguística afro-asiática. O nome da língua é

 baseado no nome de Aram,[1] uma antiga região do centro da Síria. Dentro dessa família, o aramaico pertence ao subgrupo semítico,  e mais especificadamente, faz parte das línguas semíticas do

noroeste,  que também inclui as línguas canaanitas assim como o hebraico e o fenício.  A escritaaramaica foi amplamente adotada por outras línguas, sendo assim, ancestral do alfabeto árabe ehebraico moderno. 

Foi a língua administrativa e religiosa de diversos impérios da Antiguidade, além de ser o idiomaoriginal de muitas partes dos livros bíblicos de Daniel e Esdras, assim como do Talmude. 

O aramaico foi, possivelmente, a língua falada por  Jesus e ainda hoje é a língua materna de algumas pequenas comunidades no Oriente Médio, especialmente no interior da Síria; e sua longevidade sedeve ao fato de ser escrito e falado pelos aldeões cristãos que durante milênios habitavam as cidadesao norte de Damasco,  capital da Síria, entre elas reconhecidamente os vilarejos de Maalula eYabrud,  esse último "onde Jesus Cristo hospedou-se por 3 dias" além dessas outras aldeias daMesopotâmia reconhecidamente católicas por onde Cristo passou, como Tur'Abdin ao sul daTurquia, fizeram com que o aramaico chegasse intacto até os dias de hoje.

 No início do século passado, devido a perseguições políticas e religiosas, milhares desses cristãosfugiram para o ocidente onde ainda hoje restam poucas centenas, vivendo nos Estados Unidos daAmérica,  na Europa e na América do Sul e que curiosamente falam e escrevem fluentemente oidioma falado por  Jesus Cristo. 

ARAMEUS

Para alguns historiadores, o termo arameu refere-se aos descendentes semíticos de Arã,  filho deSem, que podiam ser encontrados na região da Mesopotâmia e que falavam o próprio idioma - oaramaico.  Segundo o ponto de vista bíblico, o nome de Uz, um dos quatro filhos de Arã, seriaaplicado à área do deserto da Arábia, ao L da Terra Prometida, chegando aos limites do estreito deEdem (Jó 1:1; La 4:21). Região essa onde normalmente os fenícios encontravam o famoso Portal doEdem (paralelo 13) (Jó 3:3; La 66:21). Seria nessa interseção das águas do Oceano Índico com oGolfo de Acaba onde os navegantes viam-se livres dos  piratas, desse modo o termo aramaico,  alíngua dos arameus, estaria intimamente relacionada aos piratas salteadores dos montes, osHarames, e que devido ao tempo e a localização estratégica na confluência dos três continentes o

 prefixo Ha transformar-se-ia em A de árabe em substituição a primeira vogal do hebraico (sem

vogais) recentemente revisto, tornando-se então língua internacional para os navegantes. Osarameus, estabelecidos também em muitos outros pontos da Ásia, apoderaram-se do norte da Síria;e a região que ocupavam, compreendia duas partes: a Arameía do norte, cuja principal cidade eraCarkemisk e a Arameía do Sul, que tinha por centro Damasco. Caremisk era a estação predileta doscomerciantes, e tornou-se importante pra época. Dizemos que nela está um número notável decidades com grande significação, isto é, as mais ricas cidades da Síria.

Distribuição geográfica

Durante o século XII a.C.,  os arameus,  os originais falantes do aramaico, começaram a seestabelecer em grande número nas regiões onde atualmente situam-se a Síria, o Iraque e a Turquia

oriental. Adquirindo importância, passou a ser falado por toda a costa Mediterrânea do Levante. A partir do século VII,  o aramaico, que era utilizado como língua franca no Oriente Médio foisubstituído pela Língua árabe.  Entretanto, o aramaico continua sendo usado, literária e

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liturgicamente, entre os judeus e alguns cristãos. Guerras e dissenções políticas nos dois últimosséculos ocasionaram a dispersão de inúmeros indivíduos que se utilizam do aramaico como línguamaterna pelo mundo.

História

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A história do aramaico pode ser dividida em três períodos:

  Arcaico 1100 a.C. – 200 D.C.), incluindo:o  O aramaico bíblico, do hebraico.o  O aramaico de Jesus. o  O aramaico dos Targum.

  Aramaico Médio (200 – 1200), incluindo:

Língua siríaca literária.o  O aramaico do Talmude e dos  Midrashim. 

 

Aramaico moderno (1200 –  presente)

Classificação baseada em Klaus Beyer  *. 

Aramaico Antigo

O aramaico nabateu é a língua do reino árabe de Petra.  O reino (c. 200 a.C.  –   106 d.C.)compreendia a área entre a margem leste do rio Jordão, a península do Sinai e o norte da Arábia. Talvez por causa da importância do comércio das caravanas, os nabateus começaram a preferir ausar o aramaico ao árabe setentrional antigo. O dialeto é baseado no aquemênida, com um pouco deinfluência do árabe: o 'l' frequentemente se transforma em 'n' e há algumas poucas palavras tomadasdo Árabe. Algumas inscrições Aramaicas Nabateanas existem dos dias mais antigos desse reino,mas a maioria é dos primeiros quatro séculos d.C. A língua é grafada em escrita cursiva, que é a

 precursora do Alfabeto Árabe moderno. O número de palavras emprestadas do árabe aumentouatravés dos séculos, até que, no século IV, o Nabateano se fundiu definitivamente com o Árabe. 

O aramaico palmireno é o dialeto que se usava na cidade de Palmira no Deserto Sírio, de 44 a.C. até274 d.C. Era grafada em escrita arredondada, que mais tarde originou a escrita cursiva. Como o

 Nabateano, o Palmireno foi influenciado pelo Árabe, mas em um grau menor.

O aramaico arsácida era a língua oficial do Império Parto (247 a.C. – 224d.C.). Ela, mais quequalquer outro dialeto pós-Aquemênido, continua a tradição de Dario I. Naquele tempo, no entanto,ela ficou sob a influência do aramaico contemporâneo falado, do georgiano,  do  persa.  Após aconquista dos partos sobre os sassânidas,  que falavam o persa, os arsácidas externaram umainfluência considerável sobre a nova língua oficial.

Targum do século XI da Bíblia Hebraica

Aramaico Oriental Antigo Tardio

Os dialetos mencionados na última seção descenderam todos do Aramaico Imperial Aquemênido.Contudo, os diversos dialetos regionais do Aramaico Antigo mais recente continuaram junto com

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essas, frequentemente como simples línguas faladas. Evidências antigas dessas línguas faladas sósão conhecidas por suas influências em palavras e nomes num dialeto mais padrão. Porém, essesdialetos regionais se tornaram línguas escritas no século II a.C. Os mesmos refletem um tipo deAramaico que não depende o Aramaico Imperial e mostra uma divisão clara entre as regiões daMesopotâmia, Babilônia e o leste, e Palestina e oeste.

 No leste, os dialetos do aramaico palmireno e arsácida se uniram com línguas regionais para criarlínguas com um pé no Imperial e um pé no Aramaico. Muito mais tarde, o Arsácido se tornou alinguagem litúrgica da religião mandeísta, a língua mandeia.[3] 

 No reino de Osroena, centrado em Edessa e fundado em 132 a.C., o dialeto regional se tornou alíngua oficial: o antigo siríaco, na margem superior do rio Tigre, o aramaico mesopotâmico orientalfloresceu, com evidências em Hatra, Assur e Tur Abdin. Tatian, o autor do evangelho harmônicoDiatessaron veio da Assíria e talvez tenha escrito seu trabalho (172 a.C.) no dialeto mesopotâmicooriental, em vez de siríaco ou grego. Na Babilônia, o dialeto regional foi usado pela comunidade

 judaica, o Velho Judeu Babilônico (c. 70a.C.). Essa língua do cotidiano cresceu sob a influência doAramaico Bíblico e do Targúmico Babilônico.

Uma 'armadilha de demônios' mágica mandeia

Aramaico Ocidental Antigo Tardio

Os dialetos regionais do oeste de Aramaico seguiram um curso similar àqueles do leste. Eles sãomuito diferentes dos dialetos do leste e do Aramaico Imperial. As línguas semitas da Palestinarumaram ao Aramaico durante o século IV a.C. A língua fenícia, contudo, seguiu até o século I a.C.

A forma do aramaico antigo ocidental recente usado pela comunidade judaica é mais bem atestada egeralmente chamada de antigo palestino judaico. Sua forma mais antiga é o antigo jordanianooriental, que provavelmente vem da região da cidade de Cesareia de Filipo.  Essa é a língua domanuscrito mais antigo de Enoque, da Bíblia (c.  170 a.C.). A próxima fase distinta da língua échamada de Velho Judaico (no segundo século d.C.). Literaturas do Velho Judaico podem serencontradas em várias inscrições e cartas pessoais, citações preservadas no Talmude e recibos deQumran.  A primeira edição de Guerra Judaica  do historiador Josephus foi escrita em VelhoJudaico.

O antigo jordaniano oriental continuou a ser usado no primeiro século antes de Cristo pelascomunidades pagãs que viviam ao leste do Jordão. Seu dialeto é frequentemente chamado, então, deantigo palestino pagão, e era escrito de forma cursiva de certa forma similar ao siríaco antigo. Um

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dialeto antigo palestino cristão pode ter nascido do pagão, e esse dialeto pode estar por detrás dealgumas das tendências do aramaico ocidental encontradas nos evangelhos orientais no siríacoantigo.

Dialetos Falados na Época de Jesus

Sete dialetos do Aramaico Ocidental eram falados na época de Jesus.  Eles eram provavelmentedistintos ainda que mutuamente inteligíveis. O Velho Judaico era o dialeto proeminente deJerusalém e da Judeia. A região de Ein Gedi-Engedi tinha o Judaico do Sudeste. A Samaria tinhaseu Aramaico Samaritano distinto, onde as consoantes 'he', 'heth' e '`ayin' todas se tornaram

 pronunciadas como 'aleph'. O Aramaico Galileu, a língua da região natal de Jesus só é conhecida dealguns poucos lugares, das influências no Targúmico Galileu, de alguma literatura dos rabinos ealgumas poucas cartas privadas. Ela parece ter um número de características distintas, como:ditongos nunca são simplificados a "monotongos". A leste do Jordão, os vários dialetos deJordaniano Oriental eram falados. Na região de Damasco e no Líbano, o Aramaico Damasceno erafalado (deduzido na sua maioria do Aramaico Ocidental Moderno. Finalmente, bem ao norte, comoem Aleppo, o dialeto do Aramaico de Orontes era falado.

Além desses dialetos de aramaico, o grego era usado extensivamente nos centros urbanos. Há poucaevidência do uso do hebraico durante esse período. Algumas palavras em hebraico continuaramcomo parte do vocabulário aramaico judeu (em sua maior parte palavras religiosas, mas tambémalgumas do cotidiano, como `ēṣ, árvore) e a língua escrita do Tanakh era lida e entendida pelasclasses cultas. Contudo, o Hebraico deixou de ser a língua do dia a dia. Em adição, as várias

 palavras no contexto Grego do Novo Testamento que não são traduzidas, são claramente Aramaicoao invés de Hebraico. Tirando da pouca evidência que existe, esse aramaico não é o aramaico daGalileia, mas o antigo aramaico da Judeia. Isso sugere que as palavras de Jesus foram transmitidasno dialeto da Judeia e Jerusalém ao invés do de sua cidade natal.

O filme A Paixão de Cristo (2004) é notável pelo seu uso de diálogos em aramaico especialmentereconstruído por apenas um professor, William Fulco.  Contudo, falantes modernos da línguaconsideraram a linguagem usada pouco familiar .[4] 

Aramaico Médio

O século III d.C. é tido como o limiar entre o aramaico antigo e o médio. Durante aquele século, anatureza das várias línguas aramaicas começaram a mudar. As descendentes do aramaico imperialdeixaram de existir como línguas vivas e as línguas regionais do leste e oeste começaram a formarliteraturas novas e vitais. Diferente de muitos dos dialetos do antigo aramaico, muito se sabe do

vocabulário e gramática do aramaico médio.

Aramaico Oriental Médio

Somente dois dos idiomas do aramaico oriental antigo continuaram nesse período. No norte daregião, o antigo siríaco evoluiu para o siríaco médio. No sul, o antigo judeo-babilônico se tornou o

 judeo-babilônico médio. O dialeto pós-aquemênida, arsácida, se tornou o fundo da nova línguamandeia. 

Siríaco

O siríaco médio é, até hoje, a linguagem clássica, literária e litúrgica dos cristãos siríacos. Suaépoca de ouro foi do século IV ao século VI d.C.. Esse período começou com a tradução da Bíblianessa língua: a  Peshitta, e a prosa e poesia de Éfrem, o Sírio. O siríaco médio, diferentemente de

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seu ancestral, é uma língua completamente cristã, embora no tempo ela tenha se tornado a línguadaqueles que se opuseram à liderança bizantina da Igreja no leste. A atividade missionária levou aespalhar o siríaco pela Pérsia, até a Índia e China.

Manuscrito do século IX escrito em siríaco Estrangela, da Homilia sobre o Evangelho de João de

João CrisóstomoO siríaco (leššānā Suryāyā) é um dialeto do aramaico médio falado historicamente em boa parte doCrescente Fértil. Surgido por volta do século I d.C. o siríaco clássico se tornou um dos principaisidiomas literários em todo o Oriente Médio do século IV ao VIII, e foi a língua clássica de Edessa, conservada num grande corpus de literatura siríaca. 

Tornou-se o principal veículo da cultura e do cristianismo ortodoxo oriental, espalhando-se por todaa Ásia,  chegando até Malabar e a China oriental, e foi um importante meio de comunicação edisseminação cultural entre os árabes e, em menor escala, os persas. Primordialmente um meio deexpressão cristão, o siríaco teve uma influência cultural e literária fundamental no desenvolvimento

do árabe, que o substituiu na região no fim do século VIII. O siríaco continua a ser a língua litúrgicado cristianismo siríaco. 

Escrito no alfabeto siríaco, derivado do alfabeto aramaico, o siríaco pertence ao ramo ocidental dafamília linguística semita. 

Alfabeto

O siríaco era um sistema de escrita (alfabeto) que os  jacobitas utilizavam na região da Síria. Existem variedades como o siríaco moderno e o oriental. Enquanto o primeiro possui documentosescritos apenas a partir da metade do século XIX,  o segundo, além de macarações de pontos nas

vogais, é utilizado em manuscritos desde o século XV.[3] 

História

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Teve um aspecto bem particular devido à influência dos escribas que desenhavam os caracteres dealto a baixo, de forma que o leitor deveria manusear a folha endireitando-a para lê-la da direita paraesquerda.

Importante ressaltar que neste idioma foram feitas várias traduções da Bíblia,  tanto do  NovoTestamento quanto do Antigo Testamento,  bem como de outros livros religiosos que servem de

fontes para o judaísmo e para o cristianismo. 

Aramaico Judeu-Babilônico Médio

O aramaico judeu-babilônico médio é a língua do Talmude  babilônico (que foi completado noséculo VII). Apesar de ser a principal língua do Talmude, em seu conjunto, vários trabalhos emhebraico (reconstruído) e dialetos mais antigos de aramaico são cuidadosamente dispostos. Oaramaico judeu-babilônico médio é também a língua por trás do sistema babilônico de apontamento(marcando as vogais em um texto que seria primordialmente feito somente com consoantes) daBíblia Hebraica e o seu Targum. 

Mandeu

O mandeu é um dialeto muito próximo do aramaico judeo-babilônico,embora linguisticamente eculturalmente diferente. O mandaico clássico é a língua no qual a literatura religiosa dos mandeusfoi composta. Caracteriza-se por uma ortografia altamente fonética. Mandeísmo é uma religião pré-cristã classificada por estudiosos como gnóstica. 

Os mandeístas são assim classificados devido à etimologia da palavra manda  em mandeu: conhecimento, que é a mesma palavra gnosis em grego. É considerada uma das religiões gnósticasremanescentes até os dias atuais, junto com o pseudo-gnosticismo de Samael Aun Weor (que alguns

segmentos gnósticos não aceitam).

Os mandeístas veneram João Baptista como o  Messias  e praticam o ritual do  batismo.  Possuemcerca de 100.000 adeptos em todo o mundo, principalmente no Iraque. 

A religião mandeísta tem uma visão dualística mais estrita que a maioria dos gnósticos. Ao invés deum grande pleroma, existe uma clara divisão entre luz  e trevas. O senhor das trevas é chamado de

 Ptahil  (semelhante ao Demiurgo gnóstico) e o gerador da luz (Deus) é conhecido como "a grande primeira Vida dos mundos da luz, o sublime que permanece acima de todos os mundos". Quandoesse ser emanou, outros seres espirituais se corromperam, e eles e seu senhor Ptahil  criaram o nossomundo.

A escritura mandeísta mais importante é o Ginza Rba,  juntamente com o Qolastā. A linguagemusada por eles é o mandeu, uma sub-espécie do aramaico. 

Aramaico Ocidental Médio

Os dialetos do aramaico do Velho Ocidente continuaram com o dialeto judeu da Média Palestina(em hebraico, no alfabeto hebraico dito "de escrita quadrada"), o dialeto aramaico samaritano (noalfabeto fenício,  antiga escrita hebraica) e o dialeto cristão-palestino (em siríaco cursivo, noalfabeto siríaco). Destes três, somente o dialeto judeu da Média Palestina continuou como umalíngua escrita.

Aramaico Judeu-Palestino Médio

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Em 135,  depois da revolta de Bar Kokhba,  vários líderes  judeus,  expulsos de Jerusalém,  semudaram para a Galileia. O dialeto galileano então saiu da obscuridade para se tornar o padrãoentre judeus no ocidente. Este dialeto era falado não somente na Galileia, mas também nosarredores. Constituiu o pano de fundo lingüístico para o Talmude de Jerusalém (completado noséculo V), do targumim  palestino (versões em aramaico das escrituras judaicas) e do midrashim(comentários e ensinamentos bíblicos). O padrão moderno para a pontuação de vogais na Bíblia

Hebraica, o sistema Tiberiano do século VII,  foi desenvolvido a partir do dialeto Galileano doaramaico judeo-palestino médio. A vocalização do hebraico clássico, portanto, ao representar ohebraico deste período, provavelmente reflete a pronúncia contemporânea deste dialeto aramaico.

O judeiano médio, descendente do judeiano antigo, não é mais o dialeto dominante e foi usadoapenas na Judeia do Sul (o dialeto engedi, continuou por todo este período). Da mesma forma, o

 jordaniano médio-oriental continuou como um dialeto menor do velho jordaniano oriental. Asinscrições na sinagoga em Dura-Europos estão tanto em jordaniano médio-oriental quanto em

 judeano médio.

Aramaico Samaritano

O dialeto aramaico da comunidade dos samaritanos foi comprovado anteriormente por uma tradiçãodocumentária que pode ser datada do século IV. Sua pronúncia moderna é baseada na forma usadano século X.

Samaritanos

Samaritanos no Monte Gerizim

Os Samaritanos  são um pequeno grupo étnico-religioso aparentado aos  judeus que habita nascidades de Holon e Nablus situadas em Israel e na Cisjordânia respectivamente. Designam-se a si

 próprios como Shamerim  o que significa "os observantes" (da Lei); desde há alguns anos os

Samaritanos tem vindo igualmente a usar o termo "israelita-samaritanos". Em hebraico moderno, osSamaritanos são designados de

ם נ רמ ש

 , os de Shomron, ou seja, os da Samaria. 

A religião dos Samaritanos baseia-se no Pentateuco,  tal como o  judaísmo. Contudo, ao contráriodeste, o samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não possuemrabinos e não aceitam o Talmud dos judeus ortodoxos.

Os samaritanos não se consideram judeus, mas descendentes dos antigos habitantes do antigo reinode Israel (ou reino da Samaria). Os judeus ortodoxos consideram-nos por sua vez descendentes de

 populações estrangeiras, que adoptaram uma versão adulterada da religião hebraica; como tal,recusam-se a reconhecê-los como judeus ou até mesmo como descendentes dos antigos israelitas. O

Estado de Israel reconhece-os como judeus.

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Hoje há cerca de 700 samaritanos. Seu idioma de uso comum é o hebraico moderno e o árabe palestino, enquanto para atos litúrgicos utilizam o hebraico samaritano. 

Origem dos Samaritanos

Por volta de 1000 a.C., os Israelitas viviam nas terras altas situadas a oeste do rio Jordão,  assimcomo numa área situada um pouco a leste deste rio, no actual território da Jordânia.  Segundo aBíblia,  os Israelitas dividiam-se em doze tribos,  que alimentavam rivalidades mais ou menosintensas umas com as outras.

Ainda de acordo com a Bíblia, estas tribos teriam sido unificadas em cerca de 1000 a.C pelo reiSaul, que foi sucedido por  David; este foi por sua vez sucedido pelo seu filho Salomão[1]. 

Depois da morte de Salomão, em cerca de 930 a.C., dez tribos do norte separaram-se e formaram oreino de Israel, também conhecido como reino da Samaria, devido ao nome da cidade que se tornoua sua capital no século IX a.C. Este reino tornou-se vizinho e por vezes rival do reino do Sul, oreino de Judá.

Os dois reinos

Mapa político do Próximo Oriente em 800 a.C.

O reino de Israel e o reino de Judá definiram-se um com relação ao outro. Embora fizessem parte damesma comunidade, encontravam-se em disputa no domínio territorial, político e religioso.

 Num contexto em que a religião e a política não estão separadas, o controle da religião é um aspectoimportante do poder. Assim, cada reino fixou os seus próprios lugares de culto. O do reino deIehudá foi instalado em Jerusalém,  enquanto que os do reino de Israel situavam-se em diversos

 pontos, encontrando-se os mais importantes nas extremidades norte e sul do reino, em Betel e emDan. Nos primeiros séculos esta diversidade de templos não representou um problema e não gerouqualquer tipo de cisma. Saliente-se que antes do ano 1000 a.C. não existiam locais de culto

 permanentes, como mostra a Bíblia (o profeta Samuel, por exemplo, era sacerdote no santuário deSilo). O fenómeno estava relacionado com a ausência de uma centralização do poder inerente à vidadas tribos.

De acordo com a Bíblia, as tribos do reino de Israel tinham uma inclinação para o pecado. Sobre osseus templos lança-se a acusação de estarem abertos aos ritos pagãos e de não serem

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verdadeiramente israelitas. Não é possível provar a realidade destas acusações, que de qualquerforma demonstram uma hostilidade da malchut Iehudá para com o malchut Israel.

Em 722 a.C. a saber o rei Salmaneser, os Assírios conquistaram o reino de Israel, quetransformaram numa província do seu império. O reino de Judá aceitou submeter-se à soberania dosAssírios como estado vassalo, tendo por isso sobrevivido mais algum tempo. Restabeleceu a sua

independência durante o reinado de Josias, tendo sido destruído pelos Babilónios e a sua populaçãodeportada em 586-587 a.C.

[editar] Perspectiva judaica ortodoxa

De acordo com o II Livro de Reis, que se pensa ter sido redigido em meados do século VI a.C. (pelomenos cento e cinquenta anos após os acontecimentos), a população do reino de Israel foi deportada

 para outras regiões do Império Assírio como castigo pelos seus pecados. De seguida, esta populaçãoteria misteriosamente desaparecido (as "Dez Tribos perdidas de Israel").

A Bíblia refere que povos estrangeiros foram transladados para habitar o território das populaçõesdeportadas. Estes estrangeiros teriam criado uma religião nova, que misturava elementos hebraicose pagãos, e encontram-se na origem dos Samaritanos[2]. 

Perspectiva da História

Sargão II e um alto dignitário

Os arqueólogos recuperaram uma boa parte dos arquivos do Império Assírio. As crónicas assirias deSargão II, o rei que venceu o reino de Israel, afirmam:

Cerquei e ocupei a cidade da Samaria, e levei comigo 27 280 dos seus habitantes comocativos. Tomei-lhes 50 carros, mas deixei-lhes o resto das suas coisas  —  

'

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Alguns tradutores não estão de acordo quanto ao significado exacto de "cidade de Samaria",considerando que o texto original não esclarece se se trata da cidade ou do Estado da Samaria. 

Há no entanto um ponto em comum com o II Livro de Reis, a deportação dos Israelitas. Mas hátambém uma diferença importante: o número de deportados. Segundo o II Livro de Reis, toda ouquase toda a população foi deportada; segundo Sargão, foi apenas uma minoria. Os arqueólogos

estimam que o reino da Samaria teria 200 000 pessoas, de acordo com as cidades e aldeiasreencontradas. Sabe-se que ocorreu uma primeira deportação dez anos antes, quando o rei assírioTiglat-Falasar III conquistou a Galileia.  O total das duas deportações atinge cerca de 40 000

 pessoas, ou seja apenas 20% do total dos habitantes, essencialmente a elite. Os historiadoresacreditam que certos Israelitas do Norte teriam partido também como refugiados para o Reino deJuda.

A implantação de colonos estrangeiros é indicada várias vezes no resto do texto, mas a propósito deoutras conquistas. Esta política de implantação era comum, e por conseguinte foi provavelmentetambém feita na Samaria,  como o indica o II Livro de Reis. Na localidade de Gezer e nos seusarredores encontraram-se textos cuneiformes do século VII a.C. contendo nomes babilónicos. Atransladação de populações estrangeiras na Samaria (pelo menos em certas zonas), encontra-seassim atestada. Contudo, a arqueologia revela que este repovoamento está longe de ter sido maciço.As cerâmicas, inscrições, aldeias, etc.... mostram uma continuidade com o período anterior. O Livrode Jeremias afirma que 150 anos após a queda do reino do Norte, os Israelitas do Norteapresentaram oferendas no templo de Jerusalém. 

Perspectiva dos Samaritanos

De acordo com o seu livro de Crónicas (Sefer ha-Yamim), os Samaritanos consideram-se comodescendentes das tribos de  Efraim  e de Manassés (duas tribos procedentes da Tribo de José) que

viviam no reino de Israel antes da sua destruição em 722 a.C.. Esta visão está bastante próxima dosestudos da maior parte dos historiadores.

Os Samaritanos afirmam ainda que foram os Judeus a se separar deles quando da transferência daArca da Aliança no século XI a.C.. De acordo com a segunda das suas sete crónicas, foi o profetaElias a causar o cisma quando estabeleceu em Siló um santuário que visava substituir o santuário doMonte Gerizim.

Datação da ruptura

Ciro II e os hebreus. Iluminura de Jean Fouquet, c. de 1470-75

Em 586 a.C., o reino de Judá cai perante o inimigo, e uma parte da sua população é deportada para aBabilônia.  Após a libertação dos exilados por Ciro II em 537 a.C., estes decidem reconstruir o

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templo de Jerusalém.  O Samaritanos oferecem então a sua ajuda, mas esta é rejeitada, tal comodescreve o Livro de Esdras. 

Se se tiver como referência o Livro de Esdras, a ruptura religiosa entre Judeus e Samaritanos teriaocorrido depois de 500 a.C. Porém, dado que há incertezas quanto à data de redacção dos textos,conteúdo e aplicação do mesmos, subsistem dúvidas. Alguns estudiosos consideram que a ruptura

ocorreu após o retorno de Neemias em 445 a.C.; o começo da história samaritana propriamente ditasituar-se-ia no começo da época helenística, com a construção de um templo rival ao de Jerusalém,no Monte Gerizim, em Siquém (actual Nablus).

História dos Samaritanos após a separação

Os Samaritanos mantiveram uma população relativamente numerosa no norte da Palestina: estima-se o seu número em várias centenas de milhares até ao século VI; alguns autores apontam um valorde 1,2 milhões nos séculos IV e V. No entanto, nunca foram um povo independente, tendo passado

 pelo controle dos impérios que sucederam ao império assírio.

Relações com o reino selêucida

O reino selêucida foi um reino de cultura helenística governado por uma dinastia de origemmacedónia, que resultou da divisão do império de Alexandre, o Grande. Embora de início tivesseuma extensão territorial considerável, em pouco tempo restringiu-se à região da Síria-Palestina. Oreino afirmou fortemente a cultura grega,  o que num primeiro momento não representou um

 problema para os judeus e samaritanos que viviam na Palestina. A situação alterou-se durante oreinado de Antíoco VI Epifânio (175-163 a.C.), que lança uma campanha de helenização forçada

das populações do seu reino. A decisão de em 168 a.C. consagrar o Templo de Jerusalém a Zeusobteve a aprovação de alguns judeus, gerando a revolta de outros, liderados pelos Macabeus. 

Segundo o Livro dos Macabeus,  tropas samaritanas teriam se unido em 166 a.C. ao exércitoselêucida para combater os judeus durante a revolta dos Macabeus.  No domínio da religião, osSamaritanos teriam também aceitado transformar o templo do Monte Gerizim num templohelenístico.

 No entanto, esta aliança política com os Selêucidas não deixou rastro nos samaritanos quando odomínio selêucida terminou. É portanto possível que tenha sido uma aliança política sem conteúdoreligioso, embora esta aceitação reforce a acusação de paganismo que já se encontrava presente no

Livro dos Reis. 

Relações com os judeus da Antiguidade

As relações com os judeus foram em geral negativas durante toda a Antiguidade. Existia entre elesum odio recíproco. Depois do sucesso da revolta judaica contra os selêucidas, o novo reino dosHasmoneus, governado por  João Hircano I conquista Siquém e destrói o templo do Monte Gerizim(108 a.C.).

Os samaritanos tornam-se súditos de um Estado que não os considera como judeus. Contudo, FlávioJosefo refere que até à época do procurador romano de Coponius (6-8 d.C.), o Templo de Jerusalém

encontrava-se aberto aos samaritanos.

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Depois da conquista romana de 63 a.C. a Samaria conheceu várias reorganizações administrativas.Em 30 a.C. Augusto acrescenta-a ao reino de Herodes, o Grande. Em seguida, a província daSamaria e as cidades da costa são enquadradas na província romana da Síria (ou da Fenícia, conforme as épocas), escapando ao poder judeu. O Império Romano era tolerante para com asreligiões dos povos conquistados

Relações com o Império Romano

A chegada do Império Romano à região em 63 a.C. permitiu ao Samaritanos libertarem-se progressivamente dos judeus. Mas as relações com este império foram por vezes conflituosas.

Durante o levante judaico de 67-73, o imperador Vespasiano temeu assistir a uma aliança dossamaritanos com os judeus. Segundo Flávio Josefo, Vespasiano teria enviado tropas contra ossamaritanos, que foram cercados; apesar de terem ficado sem água e de lhes ter sido oferecida arendição, os samaritanos resistiram e foram executados.

 No reinado de Adriano (de 117 a 138), os judeus e os samaritanos foram castigados com a proibiçãode celebrarem o shabat e as festas, bem como de praticarem a circuncisão e os banhos rituais. Ascrônicas samaritanas atribuem a Adriano a destruição de todos os seus livros sagrados, comexcepção do Pentateuco e da genealogia dos sacerdotes.

Relações com o Império Bizantino

Justiniano I

O Império Romano dividiu-se definitivamente em 395 da era comum. A partir desta data, haveriaum Império Romano do Ocidente, que desaparece em 476, e um Império Romano do Oriente ouImpério Bizantino (designação derivada do nome da sua capital, Bizâncio, mais tarde conhecida porConstantinopla e depois como Istambul). O Império Bizantino tentaria converter pela força certasminorias (cristãs ou não) à sua forma de cristianismo.

Assim, o imperador  Zenão I lança-se de ataque aos judeus e aos samaritanos. Durante o seu reinadoo templo dos samaritanos foi destruído pela segunda vez e desta feita de forma definitiva, não tendosido reconstruído.

Sob a condução de um líder carismático e messiânico, chamado Julianus ben Sabar (ou ben Sahir),os Samaritanos revoltaram-se em 529. Com a ajuda dos ghassanidas (árabes cristãos), o imperador

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Justiniano esmaga a revolta. Dezenas de milhares de Samaritanos foram mortos ou vendidas comoescravos. Outros converteram-se, sem dúvida como maneira de escapar à repressão. De uma

 população de pelo menos centenas de milhares de pessoas, passa-se rapidamente a uma pequena população. O Império Bizantino foi o responsável pela transformação dos samaritanos de um povoque ocupava uma região onde se desenvolveu a uma minoria submetida.

Um último levantamento sem sucesso teve lugar em 594, tendo contribuído ainda mais para a quedademográfica da população samaritana.

Relações com o islão

Boas de início, as relações entre o Samaritanos e os poderes islâmicos não foram contudo sempre perfeitas. Algumas fontes referem-se à destruição de lugares de culto judaicos e samaritanos noséculo IX. Os Mamelucos teriam destruído lugares de culto samaritanos no século XIV. As relaçõescom os Otomanos foram bastante más, excepto no período final do império. Durante esta era,muitas famílias samaritanas mudaram de religião; várias famílias prestigiadas de Nablus, como asfamílias Shakhsheer, Yaish e Maslamany, que eram samaritanas, aderiram ao islão nesta época. Em1596, o sumo sacerdote Pinhas VII foi obrigado a se exilar em Damasco, onde se contavam apenas132 samaritanos.

Em 1841 os ulemas de Nablus acusaram os Samaritanos de serem pagãos, o que desencorajavacertos muçulmanos a incluí-los na sociedade islâmica. Esta crise foi resolvida graças à intervençãodo Grão-Rabino da Palestina que emitiu um documento no qual atestava que os Samaritanos eramum ramo dos filhos de Israel.

 No fim século XIX, o Samaritanos obtiveram o reconhecimento jurídico das autoridades otomanasatravés do sistema Millet.

 No século XX, os viajantes descrevem a pequena população samaritana como miserável, composta por comerciantes e alfaiates.

Observação importante: O Alcorão relata que os Samaritanos ja existiam na epoca do Exodo. Verem Sura 20:85-99.

Época moderna

 Na segunda metade século XIX, os samaritanos não ultrapassavam 120 pessoas, passando para 146em 1917.  O seu futuro mostra-se assombrado pela consanguinidade, pela pobreza e pelas

conversões. Os observadores da época prediziam frequentemente o seu desaparecimento próximo.

Depois da instalação do Mandato Britânico na Palestina (1922), as relações dos samaritanos com ossionistas foram cordiais. Os sionistas, judeus seculares, interessam-se pouco pelas disputasreligiosas e reconhecem sem dificuldades os samaritanos como judeus.

Hoje a população samaritana é estimada em cerca de 670 pessoas (2005), que vivem no monteGerizim e em Holon, comunidade essa criada pelo segundo presidente de Israel, Yitzhak Ben-Zvi, em 1954 .

Devido a sua resistência a aceitar convertidos, a comunidade samaritana tem sido reduzida

grandemente, além de enfrentar enfermidades genéticas. Apenas em tempos recentes foi aceito quehomens da comunidade se casem com mulheres judias não-samaritanas.

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A religião dos Samaritanos

À semelhança do judaísmo, os Samaritanos conheceram disputas religiosas, que são malconhecidas. Hoje em dia existe na religião samaritana apenas uma corrente religiosa.

Textos sagrados

Samaritano e Torá samaritana

Os Samaritanos aceitam apenas a autoridade do Pentateuco.  Rejeitam os outros livros da Bíblia

 judaica, assim como a tradição oral (Talmud). O Pentateuco dos Samaritanos é escrito em hebraicosamaritano com recurso ao alfabeto samaritano,  uma variante do antigo alfabeto paleo-hebraicoabandonado pelos judeus.

Para além da questão linguística, existem diferenças entre as duas versões do Pentateuco. A maisimportante está relacionada com a atribuição ao Monte Gerizim do estatuto de local mais sagradoem vez de Jerusalém. Os Dez Mandamentos da Torá samaritana integram como décimomandamento o respeito do Monte Gerazim como centro do culto. As duas versões dos DezMandamentos existentes na Bíblia (no Livro do Êxodo e Deuteronômio), encontram-se entre osSamaritanos uniformizadas.

Para os Samaritanos, aquilo que os judeus chamam de primeiro mandamento ("Eu sou o Senhor teuDeus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão") é apenas uma apresentação que Deus fazde si próprio; assim, o primeiro mandamento dos Samaritanos é o segundo mandamento dos Judeus("Não terás outros deuses diante de mim"). Segundo os Samaritanos os judeus fizeram daapresentação de Deus o primeiro mandamento depois de terem retirado como décimo mandamentoo dever de considerar o Monte Gerizim como local de culto.

As crianças são iniciadas no estudo da Torá quando tem quatro ou cinco anos. Quando a criança leua Torá por completo tem lugar uma cerimónia especial; atingir este objectivo pode variar segundo acriança, pelo que a cerimónia pode ocorrer entre os seis e os dez anos.

Doutrinas

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O "credo" samaritano baseia-se nos cinco seguintes pontos:

1.  Unidade e unicidade de Deus.2.  O único profeta é Moisés.3.  O Pentateuco é o único livro inspirado4.  O monte Gerizim é o único lugar escolhido por Deus para situar um santuário, sede da sua

santidade (segundo Dt 11:29 e 27:4, sendo que nesta última os Samaritanos lêem Gerizimem vez de Ebal).

5.  A ressurreição dos mortos ocorrerá antes do Juízo Final.

Os Samaritanos aguardam o aparecimento do Messias, o Taheb, que será semelhante a Moisés. Eleviverá cento e dez ou cento e vinte anos e fundará um reino que durará vários séculos.

Festas religiosas

O calendário samaritano baseia-se no calendário judaico,  tendo sofrido alterações durante os períodos bizantino e árabe. Pode recorrer a duas eras, contando os anos desde a criação do mundoou desde o ano em que os Israelitas entraram na Terra Prometida. Os meses são designadosrecorrendo-se a nomes ordinais ("primeiro", "segundo", etc...), embora também se possam os nomes

 judaicos e árabes.

Os cálculos do calendário e dos dias das festas são feitos pelos sacerdotes. Duas vezes por ano osumo sacerdote samaritano distribui o calendário para o período de seis meses que se segue. Nestasduas ocasiões cada homem samaritano paga ao sumo sacerdote uma quantia de dinheiro (em alusãoao meio siclo de Êxodo 30:11-16)

Os Samaritanos celebram sete festas religiosas: Pessach (Páscoa), Massot (a Festa dos Pães

Ázimos), Shavuot, a Festa do Sétimo Mês, Iom Kippur, Sucot e Shemini Aseret (festa do último diade Sucot). Três destas festas implicam a realização de uma peregrinação ao Monte Gerizim.

A principal festa religiosa dos Samaritanos é a Páscoa. Ao contrário dos judeus, os Samaritanosconservaram a tradição do sacrifício do cordeiro pascal, seguindo as regras que se encontramconsignada no capítulo 12 do Livro do Êxodo.

O sacrifício é realizado no Monte Gerizim, embora no passado tenha sido celebrado nas povoaçõessamaritanas. Durante o sacrifício o sumo sacerdote lê as passagens do Êxodo associadas ao deverreligioso. O abate dos animais ocorre no preciso momento em que o sumo sacerdote lê o texto doÊxodo 12:6.

Outras práticas

Para além destas crenças e festas, os Samaritanos procuram seguir estas práticas:

1.  Viver perto do Monte Gerizim (o que é posto em causa com a instalação de uma parte dacomunidade em Israel).

2.  Participação obrigatória de toda a comunidade no sacrifício da Páscoa.3.  Observância do Shabat. 4.  Respeito pelas regras de pureza descritas na Torá. Neste sentido, os Samaritanos ainda

seguem as regras do Levítico abandonadas pelos judeus, como a obrigação da mulher se

isolar da comunidade durante o período da menstruação ou depois de ter dado à luz.

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Os Samaritanos utilizam mezuzot   mais grossas que as mezuzot judaicas, mas recusam o uso dostefilin. 

A menorá é considerada pelos Samaritanos como o seu símbolo nacional. A estrela de David, pelocontrário, não é por eles usada, já que se trata de um símbolo especificamente judeu que não émencionado na Bíblia.

A circuncisão das crianças do sexo masculino é feita no oitavo dia.

A visão cristã sobre os samaritanos

O surgimento do Cristianismo se deu em uma época de conflito entre judeus e samaritanos, e oministério apostólico os englobou em sua obra missionária (por exemplo João 4:5-42 e Atos 8:4-19). Jesus, por exemplo, usou esta diferença religiosa para enfatizar o amor ao próximo na históriado "Bom samaritano" (Lucas 10:25-37).

Os Samaritanos hoje

Localização das duas cidades onde vivem os Samaritanos

Um estudo de 2003 produzido pela comunidade samaritana estima o seu número em 654 pessoas,das quais 346 (179 homens e 167 mulheres) vivem em Holon em Israel e 308 (165 homens e 143mulheres) em  Nablus na Cisjordânia.  A natalidade é média, implicando um crescimentodemográfico lento: 2,2 à 2,3 filhos por família. Este crescimento moderado deve-se em parte aofacto dos Samaritanos se casarem numa idade avançada, quando comparada com outros grupos; aidade média do casamento corresponde aos 31, 3 para os homens 24,6 para as mulheres. Refira-seque o número de Samaritanos em 1969 era de 414 pessoas.

Depois da guerra de 1948 a fronteira com a Jordânia encerrou-se, rompendo os laços entre os dois

ramos da comunidade. Entre 1951 e 1967 o rei da Jordânia autorizou os Samaritanos de Israel aviajar a Nablus na Cisjordânia (que na época encontrava-se ocupada pela Jordânia) uma vez porano, para a festa da Páscoa. Esta separação foi mal vivida por uma comunidade pequena, que já seencontrava em risco de desaparição.

Os Samaritanos de Nablus

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Samaritanos no monte Gerizim

Os Samaritanos de Nablus vivem quase todos num bairro da cidade há vários séculos.

O rei Hussein da Jordânia comprou terras perto do Monte Gerizim, que entregou à comunidadesamaritana, que as utilizou para construir uma aldeia de nome Kiryat Luza. Esta localidade é ocentro espiritual da comunidade, encontrando-se nela a residência do sumo sacerdote.

Os Samaritanos da Cisjordânia utilizam a língua árabe na sua vida quotidiana; como língua litúrgicausam o hebraico samaritano.

Depois da Guerra dos Seis Dias, a administração militar israelita da Cisjordânia, sob pressão dacomunidade samaritana de Israel, colocou em prática uma política favorável aos samaritanos de

 Nablus. Apesar de terem beneficiado desta política, os Samaritanos tiveram o cuidado de nãoapareceram como traidores aos olhos dos palestinianos, desempenhando por vezes um papel deintermediários entre a população de Nablus e o exército israelitaOs Samaritanos de Holon 

A partir de 1905, várias famílias samaritanas instalaram-se na zona costeira da Palestina, em Jafa,

sob a direcção de Abraham ben Marhiv Tsedaka. Este procurou que a comunidade saísse do seuisolamento geográfico, abrindo-a às novas oportunidades económicas.

Outros Samaritanos instalam-se em Israel em 1951 no quadro de um programa de reunificação defamílias aprovado pela Jordânia e Israel.

Em 1955 várias famílias samaritanas que procuravam trabalho instalam-se em Holon, a sul de TelAviv, num bairro criado com a ajuda do antigo presidente israelita Yitzhak Ben-Zvi e de Yefet b.Avraham Tsedaka, líder do Samaritanos residentes fora de Nablus.

Progressivamente este número aumentou, contando-se cerca de 350 pessoas em 2005.  Os

Samaritanos de Holon habitam em torno do seu local de culto, a rua Ben Amram, num grupo decasas situada ao longo da artéria principal da cidade. O nível de vida e a escolaridade dosSamaritanos de Israel é superior ao dos Samaritanos da Cisjordânia. Encontram-se integrados nasociedade israelita, apesar de preservarem às suas especificidades religiosas. Na sua vida quotidianafalam o hebraico, recorrendo ao hebraico samaritano para a liturgia. Prestam serviço militar noexército israelita, com excepção dos Samaritanos oriundos das famílias sacerdotais. Foi acomunidade de Holon que fundou em 1969 o  A. B. - The Samaritan News, o primeiro  jornal dacomunidade samaritana.

Organização e relações com Israel

Do ponto de vista religioso, os Samaritanos são dirigidos por um sumo sacerdote que reside em Nablus. Os sacerdotes afirmam-se descendentes da tribo sacerdotal de Levi. Depois da guerra de1967, as duas comunidades (a de Nablus e de Holon) criaram cada um um conselho de sete

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membros eleitos. Estes conselhos encarregam-se dos assuntos civis da comunidade e servem deinterlocutores com as autoridades israelitas e palestinianas.

 No plano familiar, os Samaritanos organizam-se em oito "casas" patriarcais, das quais quatroderivam de um "casa" original, os  Danafis, originária de Damasco; duas outras casas são oriundasda "casa" Marchiv, cujas origens estão em Gaza e Sarafend. As oito "casas" são Dom Kaplanski (a

casa sacerdotal), Tsedaka Hatsafari, Altif Danafi, Marchiv Marchivi, Sassoni-Sirrawi Danafi,Yehoshua Marchivi, Meshallema Danafi e Shalabi Danafi. As duas últimas tem uma existênciaresidual, dado que não contavam com nenhuma pessoa em 2003. A pertença a uma destas "casas" étransmitida pelo pai. Segundo os Samaritanos, estas "casas" estão ligadas a uma das antigas tribosde Israel. Tal como acontece em outras sociedades tradicionais, os mais velhos desempenham um

 papel fundamental, embora não possuam nenhum poder oficial.

A maioria dos casamentos é feita no seio da mesma "casa", o que não contribui para melhorar os problemas de consanguinidade que a comunidade conhece.

Os Samaritanos são reconhecidos como judeus pelo Estado de Israel, encontrando-se abrangidos pelo "lei do retorno"  que concede a cidadania israelita de forma automática. Os bilhetes deidentidade dos Samaritanos de Israel classificam-nos como "judeus samaritanos" ou simplesmente"judeus". No entanto, os Samaritanos não são reconhecidos como judeus pelo rabinato ortodoxo deIsrael. As relações com os judeus ultra-ortodoxos são particularmente más, já que os primeiros osrejeitam completamente. Em 1992 foi mesmo proposto retirar aos Samaritanos a possibilidade de

 beneficiarem da lei do retorno, sob pressão do Shas, partido ultraortodoxo, mas o Tribunal Supremode Israel confirmou em 1994 o estatuto de judeus dos Samaritanos.

Saliente-se que os próprios Samaritanos não se consideram propriamente judeus (descendentes doshabitantes do reino de Judá), mas antes como Israelitas descendentes dos habitantes do reino da

Samaria. Para os Samaritanos, os judeus seriam outro ramo do povo israelita.

Problemas de consanguinidade

Jovens Samaritanos em 2006

Os problemas oriundos da consanguinidade são comuns entre os Samaritanos. Hoje em dia, antes deterem filhos muitos casais Samaritanos submetem-se a exames genéticos no hospital israelita TelHaShomer. Desde a década de 20 do século XX que os Samaritanos admitem a entrada de mulheres

 judias na comunidade, como forma de resolver este problema. Contudo, estas uniões levantam problemas para ambas as partes: o rabinato de Israel, que possui o monopólio sobre o casamento no país, é contra as uniões com Samaritanos, enquanto que para os Samaritanos a uniões podem gerar adissolução no meio judaico. Estes casamentos são por isso raros. Em 2003 encontravam-se

recenseados 14 casamentos mistos.

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 Numa nova tentativa de solucionar a situação, Eleazar ben Tsedaka, sumo sacerdote dosSamaritanos desde 2004, emitiu uma directiva que autoriza os homens da sua comunidade a casarcom mulheres oriundas de qualquer meio religioso, desde que estas se convertam à fé samaritanaantes do casamento.

Lista de sumo sacerdotes samaritanos desde 1613

veja também a entrada Sumo Sacerdote de Israel  

Linhagem de Eleazar: 

  1613-1624 Shelemiah ben Pinhas

Linhagem de Itamar: 

  1624-1650 Tsedaka ben Tabia Ha'abta'ai  1650-1694 Yitzhaq ben Tsedaka  1694-1732 Abraham ben Yitzhaq

  1732-1752 Tabia ben Yiszhaq ben Avraham 

1752-1787 Levi ben Avraham  1787-1855 Shalma ben Tabia 

1855-1874 Amram ben Shalma  1874-1916 Yaacov ben Aaharon ben Shalma  1916-1932 Yitzhaq ben Amram ben Shalma ben Tabia  1933-1943 Matzliach ben Phinhas ben Yitzhaq ben Shalma  1943-1961 Abrisha ben Phinhas ben Yittzhaq ben Shalma  1961-1980 Amram ben Yitzhaq ben Amram ben Shalma 

1980-1982 Asher ben Matzliach ben Phinhas 

1982-1984 Phinhas ben Matzliach ben Phinhas  1984-1987 Yaacov ben Ezzi ben Yaacov ben Aaharon  1987-1998 Yosseph ben Ab-Hisda ben Yaacov ben Aaharon  1998-2001 Levi ben Abisha ben Phinhas ben Yitzhaq  2001-2004 Shalom ben Amram ben Yitzhaq (Saum Is'haq al-Samiri)

desde 2004 Eleazar ben Tsedaka (o 131o Sumo sacerdote samaritano)

Aramaico Cristão-Palestino

A língua dos cristãos que falavam o aramaico do ocidente é evidenciada como sendo do século VI,mas provavelmente existia desde dois séculos mais cedo. A língua por si vem do velho palestinocristão, mas suas convenções de escrita foram baseadas no antigo siríaco médio e foi fortementeinfluenciada pelo grego. O nome Jesus, apesar de Yešû` em aramaico, é escrito Yesûs no palestinocristão.

Aramaico Moderno

Mais de quatrocentas mil pessoas falam algum dialeto do aramaico moderno (ou neo-aramaico)hoje em dia como língua nativa. São judeus, cristãos, muçulmanos e mandeanos, vivendo em áreasremotas e preservando suas tradições com impressos e agora com mídia eletrônica. As línguas neo-

aramaicas estão agora mais distantes em termos de compreensão entre si do que já estiveram antes.Os últimos duzentos anos não foram bons para os falantes do Aramaico; a instabilidade no OrienteMédio levou a uma diáspora mundial de falantes de aramaico. O ano de 1915 é especialmente

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relevante para os cristãos que falavam aramaico: chamado de Sayfo ou Shaypā  (a espada  emsiríaco), todos os grupos cristãos do leste da Turquia (assírios, armênios e outros) foram submetidosao genocídio que marcou o fim do Império Otomano. Para os judeus que falavam aramaico, 1950 éum ano da mudança: a fundação do Estado de Israel e a consequente expulsão dos judeus dos paísesárabes, como o Iraque, levou a maioria dos judeus que falavam aramaico a migrar para lá. Contudo,a mudança para Israel levou o neo-aramaico judeu a ser substituído pelo hebraico moderno entre os

filhos dos imigrantes. Na prática, a extinção de muitos dialetos judeus parece iminente.

Aramaico Moderno Oriental

O aramaico moderno oriental existe em uma ampla variedade de dialetos e línguas. Há umadiferença significante entre o aramaico falado por judeus, cristãos e mandeanos.

As línguas cristãs são chamadas frequentemente de siríaco moderno (ou neo-siríaco, especialmenteno que se refere à sua literatura), sendo fortemente influenciado pela língua literária e litúrgica dosiríaco médio. Entretanto, elas têm suas raízes em diversos dialetos aramaicos locais, que não foramescritos, e não são exclusivamente as descendentes diretas da língua de Efraim o Sírio. 

O siríaco ocidental moderno (também chamado de neo-aramaico, estando entre o neo-aramaicoocidental e o neo-siríaco oriental) é representado geralmente pelo idioma turoyo, a língua de TurAbdin. Um idioma aparentado, Mlahsô se extinguiu recentemente.

As línguas orientais cristãs (siríaco moderno oriental ou neo-aramaico oriental) são chamadasfrequentemente de Sureth ou Suret , a partir de um nome nativo. São também chamadas às vezes deassírias ou caldeias, porém estes nomes não são aceitos por todos os nativos. Os dialetos não sãotodos mutuamente inteligíveis. As comunidades siríacos orientais geralmente são membros ou daIgreja Católica Caldeia ou da Igreja Assíria do Oriente. 

As línguas judeo-aramaicas modernas são faladas principalmente em Israel hoje em dia, e a maioriadelas estão entrando em extinção (os falantes mais antigos não estão passando a língua às geraçõesmais jovens). Os dialetos judeus que vieram de comunidades que viviam entre o lago Urmia eMosul não são todos inteligíveis entre si. Em alguns lugares, como Urmia, cristãos e judeus falamdialetos incompreensíveis entre si do aramaico moderno oriental, embora habitem os mesmoslugares. Em outros, como nas planícies próximas a Mosul, por exemplo, os dialetos das duascomunidades são similares o bastante para permitir a interação.

Alguns poucos mandeanos que vivem na província do Khuzistão,  no Irã,  falam o mandaicomoderno. É bem diferente de qualquer outro dialeto aramaico.

Aramaico Moderno Ocidental

Resta muito pouco do aramaico ocidental. Ele ainda é falado na vila cristã de Maalula, na Síria, e navilas muçulmanas de Baca e Jubadin,  no lado sírio do Anti-Líbano,  assim como por algumas

 pessoas que migraram destas vilas para Damasco e outras grandes cidades da Síria. Todos osfalantes de aramaico ocidental moderno são fluentes em árabe, que já se tornou o principal idiomanestas vilas.

Línguas semíticas

As línguas semíticas são a família mais ao nordeste das línguas camito-semíticas, e a única famíliado grupo falada na Ásia. 

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As línguas semíticas mais comuns faladas hoje são a língua árabe, o amárico, o hebraico e a línguatigrínia. 

O termo "semítica" para essas línguas é etimologicamente errado de algumas formas, mas é o termo padrão em linguística. 

A classificação dada abaixo é provavelmente a mais difundida  –   segundo Robert Hetzron  –  mas éainda hoje discutida; em particular, muitos semitistas ainda discutem a perspectiva tradicional doárabe como parte das línguas Semíticas do Sul, e alguns (p.ex. Alexander Militarev)  vêem asLínguas Árabes do Sul como um terceiro ramo das semíticas juntamente com as Semíticas Orientaise Ocidentais, ao invés de um subgrupo das Semíticas do Sul.

As Línguas semíticas orientais

  acádia –  extinta

Controversa (ou Semítica Oriental ou Semítica Noroestina): Língua eblaíta –  extinta

As Línguas semíticas ocidentais

As Línguas semíticas do centro

  Ocidentalo  Árabe

  Meridionalo 

Maltês

Línguas semíticas do noroeste

 

Línguas cananitas (veja também línguas hebraicas) o  Língua amonita –  extintao 

Língua moabita –  extintao  Língua edomita –  extintao 

Língua hebraica bíblica –  tem línguas descendentes vivaso  Línguas fenícias (incluindo o antigo púnico)  –  extinta

  Aramaicoo  Siríacoo  Língua mandaica

  Ugarítico –  extinta

  Língua amorita –  extinta (sua existência é comprovada somente a partir de nomes própriostranscritos em acadiano; pode de fato ser a língua-mãe do semítico do noroeste, ou mesmo

 predatar o desmembramento do semítico central)

As Línguas semíticas meridionais

Ocidentais

  Línguas etiópicaso 

do Norte  Língua tigrínia 

Língua tigré

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Língua ge'ezo  do Sul

  Transversais

 

Língua amárica  Língua argobba 

Língua harari  Línguas gurage orientais

 

Língua selti  Língua wolane 

Língua zway  Língua ulbare  Língua inneqor

  Exteriores  Língua soddo 

Língua goggot  Língua muher  Línguas gurage ocidentais

  Língua masqana

  Língua ezha

 

Língua gura  Língua gyeto

 

Língua ennemora  Língua endegena

 

Árabe do sul antigo –  extintao  Língua sabaeana –  extintao 

Língua minaeana –  extintao  Língua qatabaniana –  extintao 

Língua hadramáutica –  extintaOrientais

  Língua socotri  Língua mehri  Língua jibbali 

Língua harsusi  Língua bathari 

Língua hobyot

Características comuns

Todas essas línguas exibem o padrão de palavras formadas com raízes de três consoantes, commudanças vocálicas, prefixos e sufixos usados para flexioná-las. Por exemplo, em hebraico:

 gdl  significa "grande" mas não é nenhuma palavra, apenas uma raiz gadol  significa "grande" e é um adjetivo, na forma masculina gdola significa "grande" (adjetivo, forma feminina) giddel  significa "ele fez crescer" (verbo transitivo) gadal  significa "ele cresceu" (verbo intransitivo)higdil  significa "ele amplificou" (verbo transitivo)magdelet  significa "amplificador" (lente) 

 spr  é a raiz para "contar" ou "recontar" sefer  significa "livro" (contendo contos que são recontados)

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 sofer  significa "escriba" (os escribas masoréticos contavam versos)mispar  significa "número".

Muitas raízes são compartilhadas por mais de uma língua semítica. Por exemplo, a raiz ktb, umaraiz significando escrita, existe em hebraico e árabe ("ele escreveu" e katav em hebraico e kataba em árabe clássico).

A lista seguinte oferece algumas palavras equivalentes em línguas semíticas:

Acadiano  Aramaico   Árabe  Hebraico  Português

 zikaru  dikrā  ḏakar    zåḵår   Macho

maliku  malkā  malik   mĕlĕḵ   Rei

imêru  ḥamarā  ḥimār   ḥămōr   Burro

erṣetu  ʔarʿā  ʔarḍ   ʔĕrĕṣ  Terra

Algumas vezes determinadas raízes diferem em signficado de uma para outra língua semítica. Porexemplo, a raiz b-y-ḍ  em árabe tem o significado de "branco" e de "ovo", enquanto que em hebraicosignifica apenas "ovo". A raiz l-b-n significa "leite" em árabe, mas a cor "branca" em hebraico.

É claro, algumas vezes não há nenhuma relação entre as raízes. Por exemplo, "conhecimento" érepresentado em hebraico pela raiz y-d-ʿ mas em árabe pelas raízes ʿ-r-f  e ʿ-l-m.

Outras línguas afro-asiáticas mostram padrão semelhante, mas mais freqüentemente com raízes biconsonantais; v.g., em língua cabila afeg  significa "voe!", enquanto affug  significa "vôo", e yufeg  significa "ele voou".

Referências

1.  ↑ Oxford English Dictionary2.  ↑ Richard, 2003, p. 69.3.  ↑ "Iranian Scripts for Aramaic Languages," em Bulletin of the American Schools of Oriental

Research 341 (2006), pp. 53-62.4.  ↑  Langmaker: Aramaic. 

Bibliografia

  Beyer, Klaus (1986). The Aramaic language: its distribution and subdivisions. Göttingen:

Vandenhoeck und Ruprecht. ISBN 3-525-53573-2.   Casey, Maurice (1998).  Aramaic sources of Mark's Gospel . Cambridge University Press.

ISBN 0-521-633141-1. 

Frank, Yitzchak (2003). Grammar for Gemara & Targum Onkelos  (expanded edition).Feldheim Publishers / Ariel Institute. ISBN 1-58330-606-4. 

  Heinrichs, Wolfhart (ed.) (1990). Studies in Neo-Aramaic. Atlanta, Georgia: Scholars Press.ISBN 1-55540-430-8. 

  Rosenthal, Franz (1961). A grammar of Biblical Aramaic. Otto Harrassowitz, Wiesbaden. 

Stevenson, William B. (1962). Grammar of Palestinian Jewish Aramaic  (2nd ed.).

Clarendon Press. ISBN 0-19-815419-4.