História do webjornalismo

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História do webjornalismo28 Fev 2011

Tema da semana de 28/02 a 04/03 para debate no fórum online e em sala

Com menos de 20 anos, o webjornalismo tem uma história marcada por muitas mudanças e momentos de grande impacto na sociedade. Começou, em meados dos anos 1990, como cópia de matérias de jornais impressos. Agora, de acordo com alguns pesquisadores, já está na sua “quarta geração”, com ampla utilização dos recursos da web 2.0 e da tecnologia de bases de dados.Ao lado, a logomarca do JB Online quando entrou no ar em maio de 1995.

Por marialucia

John Pavlik, no livro “El periodismo y los nuevos medios de comunicación”, identifica uma “evolução” do jornalismo digital marcada por três etapas. Uma primeira, ainda predominante em muitos sites jornalísticos, em que os jornalistas se limitam basicamente a republicar, ou reciclar, os conteúdos produzidos para veiculação em outros meios.

Uma segunda, que caracteriza a maioria dos melhores sites, em que os jornalistas criam conteúdos originais, acrescentando hiperlinks para outros sites; algumas possibilidades interativas, como buscadores e índices clicáveis, onde o leitor pode selecionar diferentes conteúdos; alguns conteúdos multimídia, como foto, vídeo e áudio; e alguma coisa de personalização dos sites e da informação, de forma que os leitores possam criar suas próprias categorias informativas.

E uma terceira fase, que se caracteriza por conteúdos informativos originais configurados especificamente para a web, “com uma vontade de experimentar novas formas de narração, como o relato imersivo, que permite ao leitor entrar e navegar por todo o conteúdo da reportagem” (PAVLIK, 2005, P. 82).

Nessa terceira etapa é que se expressam, em toda a sua potencialidade, as seis características básicas do jornalismo digital: hipertextualidade, multimidialidade, interatividade, atualização contínua, memória e personalização. A essas potencialidades, Schwingel acrescenta a “supressão dos limites de tempo e espaço para a publicação das informações”; ou seja, diferentemente do impresso, do rádio e da TV, no JD, com a possibilidade de fragmentação, não é preciso impor limites de tamanho (no espaço ou no tempo) para o conteúdo (SCHWINGEL, 2003, P. 199).

No texto “Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na web”, Luciana Mielniczuk também divide a trajetória do webjornalismo em três momentos:

Primeira geração“Os produtos desta fase, em sua maioria, são simplesmente cópias para a web do conteúdo de jornais existentes no papel. A rotina de produção é totalmente atrelada ao

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modelo estabelecido nos jornais impressos e parece não haver preocupações com relação a uma possível forma inovadora de apresentação das narrativas jornalísticas” (MIELNICZUK, 2003, p. 48-49).

Segunda geraçãoTextos com hiperlinks; algumas formas de interatividade simples (buscadores, índices clicáveis); alguns conteúdos multimídia (foto, vídeo, áudio); alguma possibilidade de personalização (leitores podem criar categorias informativas).

“Nesta fase, o jornal impresso é utilizado como metáfora para a elaboração das interfaces dos produtos. […] Ao mesmo tempo em que se ancoram no modelo do jornal impresso, as publicações para a web começam a explorar as potencialidades do novo ambiente, tais como links com chamadas para notícias de fatos que acontecem no período entre as edições; o e-mail passa a ser utilizado como uma possibilidade de comunicação entre jornalista e leitor ou entre os leitores, através de fóruns de debates; a elaboração de notícias passa a explorar os recursos oferecidos pelo hipertexto, surgem as seções 'últimas notícias'” (p. 49).

Terceira geraçãoConteúdos informativos originais, produzidos especificamente para a web; presença das seis características básicas do jornalismo digital: hipertextualidade, multimidialidade, interatividade (baixa, modelo bilateral), atualização contínua, memória e personalização.

“Nos produtos jornalísticos desta geração, é possível observar tentativas de efetivamente explorar e aplicar as potencialidades oferecidas pela web para fins jornalísticos. Neste estágio, entre outras possibilidades, os produtos jornalísticos apresentam:- recursos em multimídia, como sons e animações, que enriquecem a narrativa jornalística;- recursos de interatividade, como chats com a participação de personalidades públicas, enquetes, fóruns de discussões;- opções para a configuração do produto de acordo com interesses pessoais de cada leitor/usuário;- a utilização do hipertexto não apenas como um recurso de organização das informações da edição, mas também como uma possibilidade na narrativa jornalística de fatos;- atualização contínua no webjornal e não apenas na seção 'últimas notícias'” (p. 50).

Quarta geraçãoSuzana Barbosa indica uma quarta etapa de evolução: o jornalismo digital em base de dados. Segundo a autora, trata-se de um modelo que “tem as bases de dados como definidoras da estrutura e da organização, além da apresentação dos conteúdos de natureza jornalística” (BARBOSA, 2007, P. 28-29). Nessa fase, trabalha-se com a articulação de distintas bases de dados presentes na rede desde a apuração até a publicação das informações.

Algumas características dessa fase:- Tem a sua estrutura e organização constituída a partir de bases de dados;- Consolidação do uso de blogs;

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- Adoção de recursos da Web2.0 (troca de informações e colaboração dos usuários na produção e organização de conteúdo) – alta interatividade, modelo trilateral (relação dos usuários com o veículo/jornalista e com outros usuários);- Disponibilização de conteúdos em RSS (Really Simple Syndication);- Uso de aplicações mashups (conteúdos de mais de uma fonte);- Uso do podcasting para distribuição de conteúdos em áudio;- Ampla adoção do vídeo em streaming;- Integração do material de arquivo na oferta informativa.