Rua Santo António: uma das “quatro primeiras ruas” e travessa de igreja.

1.bloco nhô Chico e Bougainville:

As duas casas com fachada para a rua Santo António (1a e b) já existiam em 1870. O primeiro dono da casa 1a era um homem chamado Nhô Chico de S.Nicolau. pode ser que o edifício já de início tivesse primeiro andar; pelo menos teve-o antes de 1891. Parece que o edifício passou do Nhô Chico a outro sãonicolense chamado Badjide. O edifício sofreu modificações ao longo dos anos. Em 1930 foi levantado o telhado “com duas trapeiras (…) para arejamento do sótão e serventia do telhado”. Esta modificação foi seguida de outras mais radicais executadas no período pós-guerra, das quais resultou a actual casa.

A casa 1b era antigamente (por volta de 1870) chamada a casa do Bougainville, devido ao grande bougainvilia que o dono tinha no quintal. O rés-do-chão sem dúvida foi construído para funcionar como loja e durante algum tempo existiu ai o estabelecimento do conhecido comerciante Fialho. Parece que a casa nunca foi modificada. Ainda conserva o seu aspecto antigo, um pouco rústico, construído num declive com fachada principal (rés-do-chão, 1º andar) para a Rua Santo António e rés-do-chão só para a travessa da igreja, fazendo-se nesta ultima o acesso para o primeiro andar.

2. Pensão Atlântida

Também edifício antigo, construído (como esta agora) por um lavrador e comerciante importante na Praia, e dono de um grande prédio na Ponta do Sol em Santo Antão, José Coelho Serra. Tinha também no Mindelo um estabelecimento, exactamente nesta casa. O edifício inicialmente ocupava parcialmente o lote, existindo um primeiro andar na Rua Santo António e um pátio-quintal na rua São João que funcionava como armazém e arrecadação. No início daquele século o pátio-quintal foi edificado, apresentando as características e traçado arquitectónico hoje existente. Posteriormente o edifício foi usado como pensão, então chamada Atlântida. (A notar: já em 1858 existia um prédio no mesmo local, propriedade de João António Martins, que era o comerciante mais importante na década de 1860 e também

1.a 1.b

vice-cônsul da bélgica, Brasil, Dinamarca, e Sardenha. Se a casa actual é uma transformação do edifício mais antigo ou construção nova, não sabemos.)

Rua da Praia: a rua dos ship-chandlers, negociantes da baia e grandes companhias de carvão

3. Antiga zona Madeira

Em 1865 estabeleceu-se no Mindelo a firma Madeira. Inicialmente a actividade principal dessa companhia foi o fornecimento de navios. Como um dos ship-chandlers importantes da cidade, Madeira ocupou um lote grande na rua da Praia e também viria a assenhorear-se do terreno ao lado, onde antes de 1891 havia dois edifícios de primeiro andar. Parece no entanto que foram demolidos para dar lugar a uma ampliação do quintal da companhia Madeira. Posteriormente, no início do século ou mais provável nos finais do século, a firma construiu o edifício 3a (como esta agora) para escritórios. No terreno ao lado foram construídas dependências a nível do rés-do-chão, envolventes do pátio de guarida dos animais, através das quais se processavam as transacções previstas. O mais antigo dos edifícios da madeira nesta zona, portanto construído o mais tardar no início do século.

2.

3a e b

3.a

4. Casa Aguiar

Edifício pertencente nos anos 1870 a Casa Frederico Aguiar. No prédio funcionava depois, durante muitos anos, Lopes & C.ª (mais tarde Lopes & Madeira). Posteriormente passou a SHELL, que aproveitou o espaço para instalar um clube dos empregados. Agora funciona como sede do clube Mindelense. O edifício teve o primeiro andar antes de 1891.

Praça independência: a salina que se transformou em campo desportivo e praça.

5. Casa William Thomas

Uma das casas antigas na praça. O dono mais conhecido foi o negociante e ship-chandler William Thomas, que ai tinha parte do seu estabelecimento a partir do início do século. O edifício também inclui uma moradia. Existia já no século passado, mas vários elementos (por exemplos a varanda) mostram que mais tarde foram feitos arranjos e modificações. Hoje o edifício pertence ao clube Dérby.

4.

5.

Rua da Luz e travessa da Praia

6. Bloco Gaspar

A casa Gaspar: edifício constituindo, conjuntamente com o edifício de Varela, são as construções mais antigas da Rua da Luz e no centro. O primeiro dono conhecido da casa foi uma família portuguesa de comerciantes, Burnay. No início do século Gaspar Ferreira de Matos comprou o prédio, que tinha um grande quintal cobrindo um parte do que é actualmente a Rua da Moeda e Largo Owen Pinto. Ai funcionou a padaria de Gaspar, posteriormente demolida aquando da criação do actual Largo. O edifício é muito antigo; o corpo é o mesmo que o da passagem do século. Foram feitas obras na fachada mas principalmente no interior do edifício. No velho quintal foi construído, na década de sessenta, o edifício moderno anexo.

7. Casa Varela

Edifício que mantem a sua arquitectura do século XIX, no entanto exposta de varias obras na fachada. A casa ainda tem cobertura de telha de madeira. O primeiro proprietário conhecido foi Raimundo Varela, que era empregado da Madeira & C.ª Depois da primeira grande guerra o edifício passou a firma Santos Alcântra Limitada, que ai tinha os seus escritórios. Actualmente o edifício é propriedade da firma JBC.

6.

8. Casa feijóo

O prédio como esta agora é resultado da ampliação de um edifício já existente, conforme um projecto de 1929. Antes existia só a parte hoje utilizada como escritórios da Casa Feijóo. Segundo o projecto fizeram-se pequenas modificações no edifício existente e construiu-se uma parte nova do lado do quintal, mas de harmonia com edifício velho. A primeira construção é considerada uma das mais antigas da rua. Sabemos que por volta de 1890 estava na posse de Augusto Ferro. Mais tarde foi residência do filho Raul Ferro, que era representante consular da frança e argentina. Na década de vinte funcionou no prédio o hotel da “Maninha de Djon”. No fim da mesma década Joaquim Maria Feijóo comprou o edifício e mandou fazer a ampliação. Desde então funciona ai o estabelecimento Fiejóo. Segundo as informações obtidas é bastante claro que o edifício primitivo obedeceu ao mesmo estilo que o actual e que as ampliações foram feitas de harmonia com a antiga casa.

8.