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    Marco Cardoso http://marcocardosoguitarra.blogspot.com/

    A Histria dosInstrumentos

    Musicais

    Por;

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    NDICE

    OS INSTRUMENTOS: classificao e breve histria

    1 Panorama geral

    2 Classificao e histrico

    2.1 Instrumentos de cordas

    2.1.1 Instrumentos de cordas friccionadas

    2.1.1.a Violino2.1.1.b Viola2.1.1.c Violoncelo2.1.1.d Contrabaixo2.1.1.e Viola da gamba

    2.1.2 Instrumentos de cordas dedilhadas

    2.1.2.a Alade2.1.2.b Bandolim2.1.2.c Guitarra espanhola / Violo2.1.2.d Harpa

    2.1.3 Instrumentos de cordas percutidas

    2.1.3.a Cravo

    2.1.3.b Piano

    2.2 Instrumentos de sopro

    2.2.1 Flauta transversal2.2.2 Flauta doce2.2.3 Obo2.2.4 Corne ingls2.2.5 Clarinete2.2.6 Fagote2.2.7 Contrafagote

    2.2.8 Trompete2.2.9 Saxofone2.2.10 Trompa2.2.11 Trombone2.2.12 Tuba2.2.13 rgo

    2.3 Instrumentos de percusso

    2.3.1 Instrumentos de som determinado

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    2.3.1.a Tmpano2.3.1.b Carrilho2.3.1.c Xilofone

    2.3.2 Instrumentos de som indeterminado

    2.3.2.a Tringulo2.3.2.b Prato2.3.2.c Caixa2.3.2.d - Bombo2.3.2.e - Pandeiro2.3.2.f Tant2.3.2.g - Castanhola

    INSTRUMENTOS : ORIGEM E CLASSIFICAO

    Panorama geral

    Talvez seja do compositor francs Hctor Berlioz, autor de um famoso Tratado de orquestrao, adefinio de msica que conserva toda a sua vigncia: Qualquer corpo sonoro utilizado pelo compositor um instrumento musical.

    A origem dos instrumentos musicais remota e controversa e sua evoluo acompanha a prpria histria dascivilizaes. No h povo da Antigidade que no tenha feito uso de instrumentos musicais mais ou menosrudimentares, j que a msica uma linguagem espontnea e inerente ao prprio homem, sendo provvel

    que tenha aparecido antes da linguagem verbal.

    Difcil precisar com rigor a poca e o lugar em que surgiu o primeiro instrumento. Muitos existiram em maisde uma civilizao antiga. Alm disso, diversos instrumentos surgiram, praticamente ao mesmo tempo, emlugares distintos. O certo que seu uso como entretenimento puro e simples uma conquista recente, queremonta Idade Moderna.

    As culturas primitivas atribuam a criao dos instrumentos aos deuses, pois acreditavam que a msica tinhaorigem divina. Assim, de acordo com a mitologia grega, a flauta tinha sido inventada por Pan, a ctara porApolo, a harpa por Narada, o alade por Plux e a lira por Mercrio.

    Os antigos chineses, por sua vez, acreditavam que a gnese dos instrumentos musicais estava na tentativa deimitar os sons da natureza. Quando se trata de uma explicao racional, porm, chega-se concluso de quea origem dos instrumentos deve estar intimamente relacionada com a dana, o trabalho e as atividadesguerreiras ou os ritos mgico-religiosos. A msica seria um importante meio de reforo no desempenhodessas atividades bsicas do homem primitivo.

    Nessas situaes, o emprego de material com potencial sonoro, como armas, ferramentas, jias e adornoslevou provavelmente necessidade de music-los, isto , desenvolver esse potencial. Essa tese nosfornece as bases para reconstruir sua evoluo. A princpio, lanou-se mo de materiais da natureza ou

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    objetos usados para outros fins. Posteriormente, as conquistas da tcnica foram sendo gradualmenteutilizadas na explorao de novos corpos sonoros.

    muito provvel que os instrumentos rtmicos, chamados de percusso, tenham precedido, no tempo, ostonais e meldicos. Embora isso no, possa ser comprovado, por falta de documentos dos povos primitivos,pode-se chegar facilmente a essa concluso, observando-se a msica das sociedades primitivas atuais da

    Oceania e frica Central. Nelas, os instrumentos so basicamente rtmicos.

    Pesquisas arqueolgicas revelaram que, no perodo Paleoltico, instrumentos de pedra ou osso j eramutilizados como formas rudimentares de chocalhos, apitos, matracas ou mesmo trompas. No Neoltico,surgiram os primeiros tambores de flautas de osso e de bambu, bem como um primitivo instrumento,constitudo de uma corda presa a um arco, em cuja extremidade se colocava a boca e, mais tarde, se fixavaum objeto cncavo (um pote, por exemplo), que servia como caixa de ressonncia. Este foi, sem dvida, oprecursor dos instrumentos de cordas. No 3 milnio antes de cristo, apareceram as liras, na Sumria e sabe-se tambm da existncia de harpas e alades no Egito.

    A criao de instrumentos musicais entre as civilizaes da Antigidade parece ter sido mais significativa na

    sia e no norte da frica. Devemos nos lembrar, no entanto, de que no fcil afirmar com certeza se uminstrumento originrio de uma determinada regio ou pas, na medida em que eles podem ter sidotransportados para as mais diferentes reas, levados pelo homem em suas conquistas e invases.

    Numa viso de conjunto da msica dos povos da Antigidade, sabe-se, atravs do testemunho deixado pordocumentos arte ou escrita -, que os egpcios, assrios, babilnios, hebreus, chineses, gregos e romanosconheceram muitas espcies de instrumentos musicais, como harpa, lira, alade, flauta, ctara, trompa,trompete, gaita, rgo, xilofone, alm de inmeros instrumentos de percusso: tambores, pandeiros, sistros,cmbalos, castanholas e campainhas. Embora se encontrem, desde a Antigidade, formas rudimentares deinstrumentos de palheta, foi s na Idade Moderna que seu fabrico passou a ser aprimorado.

    O crescimento da arte instrumental durante o sculo XVI, estimulado pela inveno dos tipos mveis deGutemberg, que tornou possvel a divulgao das partituras, provocou grande desenvolvimento na msica e,conseqentemente, o aparecimento de novos instrumentos e o aperfeioamento dos j existentes.

    Nessa poca, comearam a surgir os primeiros fabricantes, como os Andrea Amati, construtor de violinosem Cremona; Hans Ruckers, fabricante de cravos na Anturpia; Hans Neuschel e sua manufatura detrombones em Nuremberg; e Jean Hottetere, especialista no fabrico de flautas e obos. Dois sculos maistarde, com a Revoluo Industrial, a mecanizao tornou possvel a construo, em larga escala, de todos ostipos de instrumentos, o que barateou os custos e popularizou os instrumentos e a prpria execuo musical.

    A evoluo dos instrumentos se processou lenta e gradualmente atravs dos sculos. Foi na primeira metade

    do sculo XIX, com o grande desenvolvimento da msica orquestral, sobretudo entre 1810 e 1850, que osinstrumentos musicais adquiriram, em sua essncia, as formas que ainda hoje apresentam.

    Colocada a servio da msica, a tecnologia permitiu o aperfeioamento dos instrumentos, possibilitando aexecuo de qualquer som sugerido pelo compositor. A partir de ento, os instrumentos passaram a existirem funo da msica e no mais o contrrio. No exagero, portanto, afirmar que os modelos criados porvolta de 1850 equiparam a orquestra para a execuo da msica do sculo XX, exceo feita aosinstrumentos eletroacsticos e aos geradores de freqncia.

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    Existem vrios critrios de classificao. Em geral, os instrumentos so ordenados de acordo com o materialempregado, o modo de produo do som, de execuo, formato, mecanismo, etc... Todos so vlidos, mas oque nos parece mais satisfatrio o que considera a maneira de produo do som, em essncia, a finalidadeda msica.

    Este critrio foi proposto inicialmente pelo filsofo e matemtico francs Marin Mersenne, em seu ensaio

    Harmonia Universal (1636/37). De acordo com essa classificao, os instrumentos se agrupam, grossomodo, em 3 grandes categorias: cordas, sopros e percusso. De cada uma delas, s sero abordados aqui osinstrumentos que integram a orquestra sinfnica tradicional.

    INSTRUMENTOS DE CORDAS

    Os instrumentos de cordas constituem a estrutura da orquestra ocidental moderna. Feitas de ao, lato, tripaou nylon, as cordas so presas pelas extremidades, geralmente sobre uma superfcie de madeira. Obtm-se osom, quando vibradas e, conforme o modo pelo qual se produz esta vibrao classificam-se em:- cordas friccionadas - por meio de um arco (violino, viola, violoncelo e contrabaixo);

    - cordas dedilhadas por meio de um plectro ou pua, ou os prprios dedos do instrumentista (harpa,alade e guitarra);

    - cordas percutidas por meio de um martelo (piano) ou por um mecanismo prprio (cravos e espinetas).

    H alguns efeitos que so comuns aos instrumentos de cordas friccionadas, que so:- pizzicato - quando se beliscam as cordas com os dedos sem usar o arco;- com legno isto com a madeira do arco, roando ou batendo;- surdina uma espcie de grampo ou pente que limita a ressonncia, diminuindo ou emudecendo a

    intensidade do som.

    A altura e a freqncia do som variam de acordo com a espessura e o comprimento das cordas. A amplitudedas vibraes depende da estrutura do instrumento.

    Violino

    Desenvolvido no sculo XVI pelos italianos Andrea Amati, de Cremona, e Gasparo da Sal, de Brescia, apartir do aperfeioamento do primitivo instrumento de 3 cordas, parece, primeira vista, que, dessa pocaat os dias de hoje, o violino no sofreu transformaes em sua estrutura. No sculo XVI, eram comunsviolinos menores, como os chamados pochette, usados pelos mestres de dana e que eram guardados nosbolsos (poches) de suas casacas.

    Na verdade, porm, a partir das inovaes introduzidas por Antonio Stradivarius, por volta de 1700, oinstrumento passou por pequenas mas significativas mudanas estruturais, para que pudesse atender snecessidades das sucessivas geraes de compositores e intrpretes. No sculo XIX, o surgimento dasgrandes salas de concerto e o aparecimento da figura do virtuose levaram s alteraes que lhe deram afeio definitiva e que redundaram num timbre mais volumoso e brilhante.

    De aparncia simples, um instrumento de extraordinria complexidade, composto de quase 70 peasdiferentes. Constitui-se basicamente de 4 cordas, afinadas em quintas (mi4, l3, r3 e sol2) e que atingemmais de 4 oitavas e meia, uma caixa de ressonncia em forma de oito e um brao preso caixa por um cepo.No interior da caixa, h h uma prancheta chamada cadeira e um pequeno cilindro vertical denominadoalma. Ambos tm por finalidade melhorar a sonoridade, alm de dar mais solidez parte superior da caixa

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    de ressonncia, o tampo harmnico, em cuja parte central encontra-se o cavalete, por onde passam ascordas.

    O violino, o mais agudo e verstil instrumento de cordas, indispensvel na orquestra sinfnica e noquarteto de cmara.

    Viola

    Estruturalmente idntica ao violino, embora de dimenses um pouco maiores, a viola, derivada da chamadaviola de brao, integra regularmente a orquestra sinfnica e o quarteto de cmara. Seu timbre ligeiramente mais grave que o do violino (uma quinta abaixo) e suas 4 cordas so, como no violino,afinadas em quintas (d2, sol2, r3 e l3).

    Suas origens parecem remontar ao sculo XVI na Itlia. As primeira violas modernas de que se temconhecimento foram fabricadas por Andre Amati e Gasparo da Sal e possuam dimenses um poucomaiores do que as atuais. No sculo seguinte, Stradivarius e Andrea Guarnerius criaram modelos detamanho mais reduzido, que se firmaram atravs dos sculos.

    A partir de Haydn e Mozart, a viola ganhou importncia como instrumento de cmara e sinfnico. No sculoXIX, foi valorizada por Berlioz e Richard Strauss, que compuseram solos do instrumento. No sculo XX, noentanto, que surgiram as primeiras obras para viola desacompanhada, como as sonatas de Paul Hindemith.

    Violoncelo

    Construdo no sculo XVI, maneira do violino e para ser tocado como a viola de gamba, pelos mestresitalianos Andres Amati, Gasparo da Sal, Maggini e outros, esse instrumento de timbre grava e aveludadotinha a funo de reforar os baixos da orquestra.

    Em seus primrdios, exercia papel secundrio, sendo utilizado ora como baixo contnuo, juntamente com ocravo, ora como simples pedal da orquestra. Somente a partir do final do sculo XVII que se firmou comoinstrumento solista, substituindo a viola de gamba.

    De estrutura semelhante do violino e da viola, diferencia-se destes pelo comprimento (1,19 m.), comotambm pela caixa de ressonncia, proporcionalmente mais funda. Possui 4 cordas afinadas uma oitavaabaixo das cordas da viola, tambm em quintas (d1, sol1, r2 e l2), e seu registro mdio de 3 oitavas emeia.

    A princpio, o corpo do violoncelo variava de dimenses. O comprimento atual foi fixado no sculo XVII,por Stradivarius. Assim como o violino e a viola, indispensvel na orquestra sinfnica e no quarteto de

    cordas.

    Contrabaixo

    O mais grave e maior instrumento de cordas e arco, o contrabaixo surgiu tambm no sculo XVI, na Itlia,modelado a partir do violone, instrumento de cordas medieval. No decorrer dos sculos, foram feitasvrias experincias no tocante a suas dimenses, estrutura da caixa de ressonncia e nmero de cordas.

    O contrabaixo usado atualmente mede 1,82 m. de comprimento e possui 4 cordas afinadas em Quarta (mi,l, r e sol). Seu registro mdio de pouco mais de duas oitavas, comeando pelo mi mais grave da escala.

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    Para solos, utiliza-se, muitas vezes, um instrumento um pouco menor, que apareceram no sculo XVII. svezes, podem ter uma Quinta corda, afinada em D superior.

    Para sua execuo, empregam-se dois tipos de arco: o francs, mais comum, e o Simandl ou Dragonetti, deempunhadura especial, que proporciona maior peso do arco sobre as cordas do instrumento, extraindo delasum som mais forte e homogneo. Em geral na msica popular e, com menos freqncia, na erudita,

    executado sem o uso do arco, com as cordas sendo dedilhadas ( pizzicato ).

    Indispensvel na msica sinfnica, o contrabaixo tem por funo bsica reforar os baixos da orquestra.Raramente funciona como solista.

    Viola da gamba

    Surgiu na Pennsula Ibrica em meados do sculo XV e ganhou toda a Europa. Na Itlia, recebeu seu atualnome pois gamba, em italiano, significa perna instrumento que para ser tocado sustentado entre aspernas.

    No sculo XVI surgem violas de vrios tamanhos como a soprano, tenor e a viola contrabaixo ou violone,constituindo uma verdadeira famlia. O Consort of Viols conjunto de violas foi a formaoinstrumental mais popular da Renascena. No sculo XVII, a tendncia por uma msica com sonoridademais forte e cantante no registro agudo levou preferncia pelo violino, fazendo com que as violas sopranoe tenor perdessem o seu favoritismo. At o final do sculo XVIII, a viola da gamba baixo era muito estimadae conheceu um perodo glorioso nas cortes europias, principalmente na Frana, com um repertrioextremamente virtuoso. Aos poucos foi perdendo a sua predileo para o violoncelo, at cair em desuso.

    No h registros histricos da chegada da viola da gamba ao Brasil. Sabe-se que a bagagem dos nobres,que aqui desembarcaram poca do descobrimento, inclua objetos que lhes permitissem, de certo modo,manter os laos culturais com as cortes europias. Acompanhando a nobreza desde final do sculos XV at o

    final do sculo XVIII, provvel que a viola da gamba estivesse entre eles. Em contato com o climatropical, muitos desses instrumentos, inclusive a viola, no resistiam s altas temperaturas e umidade e sedeterioravam. Talvez por isso, no haja registro de uma seqncia da viola da gamba na histria da msicano Brasil.

    Com o movimento de resgate da Msica Antiga, os instrumentos utilizados para fazer msica entre ossculos X e XVIII voltaram a despertar o interesse do pblico, entre eles a viola da gamba, atualmentebastante requisitada nas salas de concertos. No Brasil, vem sendo muito utilizada na msica renascentista e,principalmente, na msica de cmara, reforando a linha do baixo. O rico repertrio solista ainda poucoexplorado.

    Texto mandado por Kristina Augustin, a mais importante gambista do Brasil.

    Alade

    Alade, na realidade, o nome genrico de um instrumento de cordas dedilhadas, integrado por uma caixade ressonncia e um brao, sobre o qual passam as cordas, desde o extremo, onde se encontra a cravelha queserva para as retesar, at o fim da tbua da caixa. O nmero de cordas foi variando com as pocas e os pasese, a partir do sculo XVI, ficou estabelecido que seriam 5.

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    Bandolim

    um instrumento de cordas dedilhadas e teve sua origem no alade ou, mais provavelmente, na mandola.Apareceu no fim do Renascimento e seu uso se generalizou no sculo XVIII, primeiro na Itlia e depois noresto da Europa.

    Constitui-se de uma caixa de ressonncia com a tbua do fundo abombada e um brao curto com trastes, quetermina numa cravelha. Apareceram vrios tipos de bandolim, mas o mais difundido o napolitano que tem4 cordas duplas, afinadas como no violino.

    Guitarra espanhola

    Tambm chamada violo um instrumento de cordas dedilhadas, sobre cuja origem no acordam ospesquisadores, embora sua presena e difuso na Espanha tenha a ver com a invaso dos rabes na PennsulaIbrica.

    Consta de uma caixa de ressonncia, de um brao com 19 trastes, que termina numa cravelha. Tem seiscordas, tocadas com a ponta dos dedos ou arranhadas com as unhas. parte de um enorme repertrioespecialmente escrito para ela, sua enorme difuso deve-se sua presena constante em obras para pequenosconjuntos e muito especialmente, como instrumento solista em inmeros concertos.

    Harpa

    Um dos instrumentos de corda mais antigos, a harpa j era usada pelos egpcios no sculo II antes de Cristo,em forma semelhante atual. Trazida para o Ocidente na Idade Mdia, foi introduzida no sculo XV nascortes reais europias. Em meados do sculo XVII, fabricantes tiroleses acrescentaram harpa umdispositivo mecnico que, acionado pelas mos do intrprete, elevava a altura das notas em meio-tom.

    Por volta de 1720, o alemo G. Hochbruker construiu um modelo com pedais acoplados base doinstrumento, permitindo as alterao das notas em meio ou um tom. O moderno mecanismo com 7 pedais,correspondentes s sete notas, foi criado pelo francs Sbastien rard e recebeu seus ltimos retoques em1820.

    A harpa utilizada nas orquestras sinfnicas atuais contm cerca de 46 cordas presas a uma armaotriangular. Seu registro abrange seis oitavas e meia (d bemol1 a sol bemol6). Usada como instrumentosolista por alguns compositores, foi amplamente empregada na orquestra sinfnica por uma gamainteressante de compositores.

    Cravo

    O clavicmbalo ou cravo tambm pertence a este epgrafe. Trata-se de um instrumento de teclas, cujascordas so premidas por puas, mediante um mecanismo que acionado no teclado pelo intrprete. Cadatecla est unida a uma pea de madeira, chamada martinete, na qual h fixa uma pua, que oprime a cordacorrespondente, ao ser acionada pela tecla.

    O clavicmbalo italiano aparece nos fins do sculo XV e estende-se por toda a Europa, com ligeirasvariantes. Sua presena habitual na msica prolonga-se at depois de entrado o sculo XVIII, quando ,pouco a pouco, substitudo pelo piano.

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    Com a tendncia surgida h alguns anos de se recuperarem os instrumentos originais, voltou a ocupar seuposto de solista nos concertos com orquestra e, desde o princpio do sculo XX, mereceu a ateno doscompositores para obras concretas.

    Piano

    Muito utilizado por alguns compositores contemporneos como instrumento de percusso. O piano ( o maisverstil dos instrumentos ) e, na verdade, um instrumento de cordas percutidas, munido de um maquinismo ede uma grande caixa de ressonncia. O maquinismo o complexo aparelho que faz vibrar as cordas e secompe, basicamente, de teclas, escapes, martelos, abafadores e pedais. O som produzido pela presso dasteclas, que acionam martelos de madeira recobertos com feltro, que, por sua vez, percutem as cordas.

    O princpio essencial do mecanismo do piano a independncia do martelo em relao s teclas. Depois depercutir a corda, o martelo afasta-se, para que ela possa vibrar, mesmo que a tecla continue a ser

    pressionada. Esse dispositivo denominado duplo escapa e permite a repetio de uma mesma notaquantas vezes for necessrio. Os abafadores (feltros que recobrem os martelos) servem para impedir amistura dos sons.

    O piano dotado de dois pedais:- o direito, mais importante, quando pressionado, permite que as cordas permaneam vibrando, mesmo

    que se retirem os dedos que pressionam as teclas;- o esquerdo, denominado surdina, tem por funo diminuir o brilho da sonoridade.

    Um dos instrumentos de maior alcance (s excedido pelo rgo), seu registro estende-se por 7 oitavas eum quarto. Indo de l2 a d7. Atualmente, existem dois modelos bsicos: o piano de armrio, com cordas

    verticais e 85 teclas e o de cauda, com cordas horizontais e 88 teclas.

    O antecedente do piano o clavicrdio, que apareceu no sculo XV, mas a primeira referncia ao piano foipublicada em 1711, por motivo de sua apresentao a pblico por seu inventor Bartolomeu Cristofori, emFlorena. Neste mesmo sculo, foi aperfeioado por Silberman e Stein, na Alemanha, que introduziram ospedais e o mecanismo de escape. No sculo XIX, com o aparecimento das grandes salas de concerto, queexigiam ampliao da sonoridade, o instrumento adquiriu sua forma definitiva.

    A literatura propriamente pianstica se iniciou com Muzio Clementi, em 1773, com algumas sonatas. Mozarte Beethoven ampliaram as potencialidades do piano, abrindo caminho para os expoentes do Romantismo.No sculo XIX, atingiu o apogeu de sua popularidade, com Schubert, Schumann, Chopin e Liszt.

    Tratado geralmente como instrumento solista, tambm foi empregado em msica de cmara e, maisraramente, integrou a massa orquestral.

    INSTRUMENTOS DE SOPRO

    Assim denominados porque, nestes instrumentos, o som produzido pela emisso de ar dentro de um tubo.A altura do som depende do tamanho e da temperatura do tubo e pode ser regulada pela abertura ou pelofechamento dos orifcios existentes ao longo do tubo.

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    Podem ser feitos de madeira ou de metal. Entre os primeiros, temos a flauta e o flautim, tradicionalmenteincludos no grupo das madeiras, embora atualmente sejam fabricados em metal, o obo, o clarinete, oclarinete-baixo, o corne-ingls, o fagote e o contrafagote.

    Entre os metais, incluem-se o trompete, o saxofone, a trompa, o trombone e a tuba. Numa classificao

    parte, est o rgo, instrumento de sopro e teclado, com uma estrutura muito complexa.

    Flauta transversal

    Um dos instrumentos mais antigos, a flauta transversal, utilizada regularmente na moderna orquestrasinfnica, surgiu no sculo IX, antes de Cristo, provavelmente na sia. Introduzida na Europa ocidentalatravs da cultura bizantina, no sculo XII depois de Cristo, era geralmente associada msica militar.Somente na segunda metade do sculo XVII que passou a integrar a orquestra.

    A moderna flauta transversal nasceu das transformaes operadas no antigo instrumento pelo alemoTheobald Boehm, por volta de 1840. Feita em metal, geralmente prata, constitui-se de um tubo cilndrico de

    67 cm. de comprimento por 19 mm. de dimetro. Divide-se em 3 partes: cabea ou bocal, corpo e p.

    O bocal tem por funo manter rigorosamente o equilbrio da afinao; o corpo e o p contm orifcios echaves, cuja finalidade diminuir ou aumentar o comprimento da coluna de ar no interior do tubo. Sopradalateralmente, seu alcance de 3 oitavas (d3 a d6). Tem sido tratada como instrumento solista e comoinstrumento da orquestra, sendo o mais agudo entre os membros regulares do grupo das madeiras.

    Existiram na Antigidade diversos outros tipos de flauta. No entanto, a nica que coexistiu com a flautatransversal foi a flauta doce, soprada pela ponta, muito usada pelos msicos renascentistas e barrocos.

    O flautim ou piccolo, verso menor da flauta transversal, cujo tubo tem aproximadamente metade do

    comprimento da flauta. o instrumento mais agudo da orquestra, da qual no , entretanto, um elementoessencial. Alcana quase 3 oitavas (r4 a d7).

    H ainda a flauta baixa, que se usa para sons mais graves. Prolonga-se o comprimento do tubo ou em algunscasos, constri-se com um cotovelo pelo qual o tubo se aproxima, no outro extremo, posio da boquilha.

    Flauta doce

    Com freqncia conhecida como flauta de bico, por traduo direta de seu nome francs: flt a bc.Bastante utilizada em orquestras que utilizam os chamados instrumentos originais, com a recuperaao damsica do passado, em especial do perodo barroco.

    So construdas de madeira, como no passado, com a sua forma ligeiramente cnica e a sua parte maisestreita para o final. No extremo superior, tm um corte chanfrado reto, pelo qual o intrprete sopra atravsda boquilha, com o instrumento colocado na posio vertical. O corpo sonoro tem uma srie de orifcios queo intrprete de obturar ou deixar abertos, para encurtar ou alongar o comprimento da coluna de ar.

    As flautas doces esto formadas por uma ampla famlia, conforme o seu tamanho, isto , conforme ocomprimento do tubo sonoro, que vai desde a sopranino, no agudo, at a grave ou baixa, que tem alcancemuito amplo.

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    Obo

    Instrumento antiqssimo, o tipo utilizado hoje nas orquestras sinfnicas surgiu na Frana, na segundametade do sculo XVII, a partir do desenvolvimento das charamelas medievais e renascentistas. Osprimeiros modelos foram fabricados pelos franceses Jean Hotteterre e Michel Philidor, e eram usados pelosmsicos da corte de Lus XIV.

    A forma do moderno obo, data do perodo de Haydn e Mozart, embora tenha sofrido algumas importantesmodificaes no decorrer dos sculos XVIII e XIX, como, por exemplo, o aumento de sua extenso.

    Constitui-se de um tubo cnico e palheta dupla, sendo o som controlado por orifcios e chaves. De timbreanasalado, distingue-se perfeitamente dentro da massa orquestral. Seu alcance de 2 oitavas e meia,comeando no si, uma oitava abaixo do d mdio.

    Utilizado sobretudo como integrante da orquestra sinfnica, onde indispensvel, h tambm considervelliteratura para solo do instrumento.

    Corne-ingls

    De estrutura semelhante do obo, distingue-se deste pelo tubo mais longo e por um esfrico pavilho emforma de pera. Desenvolveu-se a partir do obo de caa, no sculo XVII. A origem do nome desconhecida.

    De timbre suave, soa uma quinta abaixo do obo e prprio para melodias tristes e melanclicas. EmboraHaydn e Beethoven tenham escrito obras para este instrumento, suas potencialidades s foram amplamentedesenvolvidas por Berlioz, Wagner e Dvork.

    O corne-ingls no utilizado com muita freqncia na orquestra sinfnica.

    Clarinete

    Surgiu no final do sculo XVII, a partir do aperfeioamento da charamela, levado a cabo por JohannChristopher Denner, conhecido fabricante de flautas de Niremberg. No sculo seguinte, passou a integrar aorquestra sinfnica. Por volta de 1840, atingiu sua estrutura definitiva, com a introduo do sistema dechaves de Theobald Boehm, que j havia sido aplicado com sucesso na flauta.

    Ao logo dos tempos, foram criados clarinetes de dimenses e timbres variados. H cinco modelos ainda emuso:- em mi bemol- o soprano da famlia, tambm denominado requinta;- em d de timbre brilhante;

    - em si bemol o mais usado na atualidade;- em l de pouco uso;- clarinete-baixo em si bemol uma oitava abaixo do outro de mesma tonalidade.

    Constitui-se de um tubo cilndrico dividido em 4 partes: pavilho, corpo inferior, corpo superior e barrilete.Neste est embutida a boquilha, na qual se adapta uma palheta simples.

    Mozart foi um dos primeiros compositores a explorar o clarinete como instrumento solista, compondo umconcerto e vrias peas de cmara. A sua escrita para o clarinete, favorecendo a beleza do registo grave doinstrumento e um equilbrio e fluncia em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e no

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    difcil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatispersona em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de uma tradio vienense do incio do sc. XVIII, naqual se inscrevem mltiplas peras, evidenciando uma relao estreita entre a voz e o chalumeau que,tomado como objeto significante, associado a sentimentos especficos de carter amoroso ou pastoral.

    Criado em 1810, o clarinete-baixo ou clarone tambm utilizado na orquestra sinfnica, embora com menorfreqncia. Distingue-se do clarinete propriamente dito, pelo pavilho recurvado e pelo diapaso mais grave.

    Fagote

    Uma pessoa que v assistir a uma orquestra sinfnica se depara com um grande nmero de instrumentos difereentre si. Mesmo o freqentador mais assduo tem, por vezes, dificuldades em identificar alguns deles, devido diversidade de tamanhos, formas e nuances... Um desses instrumentos que chama a ateno (fica muitas vezesescondido no meio da orquestra) o FAGOTE: um instrumento de forma um tanto extica, na maioria das vezvermelho, parecendo-se com um enorme tubo revestido de chaves prateadas...

    Refazer a histria genealgica do fagote voltar poca do Renascimento e se perder um pouco em documimprecisos e desfeitos pela histria... essa poca no havia uma msica instrumental propriamente dita, massomente instrumentos que, com poucas excees (fanfarras militares, msica de dana e algum folclore) repetaquilo que j era cantado pela voz humana. O canto a quatro vozes era ento a regra e, para que os instrumentopudessem atender tessitura de cada uma das vozes humanas (soprano, contralto, tenor, baixo), eles eramconstrudos em diferentes tamanhos, constituindo-se assim em famlias de instrumentos: instrumentos menotinham som mais agudo, os maiores, mais grave. Existiam, entre outras, famlias de violas, de flautas, decornamusas... At aqui a histria do fagote se confunde em parte com a de outros instrumentos.

    bem provvel que o fagote tenha tido sua origem em um instrumento grave de uma dessas famlias de

    instrumentos de palhetas duplas: as bombardas. A bombarda-baixo era de um tamanho quase descomunal,necessitando por vezes de uma pessoa que a segurasse para que outra a pudesse tocar. Como a criatividade humno conhece fronteiras, o problema logo se resolveu... Assim, a soluo encontrada foi a de dobrar ao meio uminstrumento que tinha mais de dois metros de comprimento! Este procedimento reduziu por certo suas dimensmas teve tambm como conseqncia uma alterao da sonoridade, e a bombarda, inicialmente de som speroagressivo, passou a ter um som mais suave, mais dolce, a tal ponto que tomou da o seu novo nome: DULCI

    Com o acrscimo de algumas chaves necessrias para que os dedos pudessem operar os orifcios mais distantealgumas alteraes de perfurao e dimenses, este passou a ser o fagote barroco. Existe uma certa crena denome fagote venha do italiano il fagotto, o que significa um amontoado de coisas, como por exemplo, um fede lenha, numa aluso ao formato que o instrumento assumiu com sua dobra ao meio. Em francs o fagote ate

    pelo nome de basson (uma aluso ao seu som de baixo?). A nomenclatura inglesa bassoon.

    A passagem para o sculo XIX, uma poca acentuadamente progressista, baseando suas pesquisas na acsticaressaltou a preocupao pela afinao e sonoridade do instrumento, fazendo o fagote passar por uma srie deinovaes e melhoramentos. a partir de ento que ficam mais diferenciados os sistemas hoje conhecidos comalemo e francs.

    O sistema francs se firmou atravs de construtores como Savary e Tribert, que seguiam uma linha de construmais conservadora. Atualmente o fagote sistema francs tido como um instrumento que executa com mais

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    facilidade passagens no agudo e tem como caracterstica um som mais ou menos anasalado. Buffet-Crampon nome que, em nossos dias, se tornou praticamente sinnimo do fagote construdo no sistema francs.

    Na Alemanha, Carl Almenrder (1786-1843), com sua criatividade e muitas inovaes, de fundamentalimportncia no desenvolvimento do fagote sistema alemo. Aliando-se a Johann Adam Heckel (1812-1877), ujovem e talentoso construtor de instrumentos, Carl desenvolveu o fagote, dotando-o de um novo mecanismo,

    alterando-lhe tambm as dimenses de perfurao. Esse novo instrumento a base do fagote moderno alemoatualmente tambm conhecido como sistema Heckel.

    Para o ouvinte a diferena de sistemas se faz sentir sobretudo atravs da sonoridade e do aspecto visual doinstrumento; para o fagotista, alm destas, existe a grande diferena do mecanismo das chaves, que faz com qudedilhado usado em um instrumento no seja aplicvel a outro.

    Independentemente do fagote ser baseado no sistema francs ou alemo, ele se compe de uma parte construdmetal (bocal) e de quatro partes construdas de madeira (asa, culatra, baixo e campana), que se encaixam uma outra e que, quando montadas, perfazem um tubo cnico de 235cm, tendo um dimetro inicial de 4mm. efinalizando em 4 cm.

    No tocante s partes de madeira, quando o sistema alemo, o fagote quase sempre construdo em cer (emalemo: Ahorn; em ingls: maple wood); quando seu sistema francs, a madeira usada tradicionalmente ojacarand. Como o cer uma madeira muito clara, quase branca, o fagote normalmente tingido com algumcolorao que lembre a nobreza da cor do mogno. O jacarand, por ser j de natureza mais escuro, no recebecorante e tende automaticamente ao marrom. Mas no a cor que importa; ela um acessrio meramente est

    O fagote o baixo do grupo das madeiras (flauta, obo, clarineta, fagote) e, dentre esses instrumentos, aqueltem a mais ampla tessitura. So trs oitavas e meia, abrangendo do sib 1 at o mi 4 (tomando-se como base ocentral = d 3). Atualmente instrumentos mais apurados, instrumentistas mais ousados e uma literatura maisexigente esto fazendo extrapolar essa tessitura, forando o fagotista a tocar, em certos casos, at o sol 4. O so

    fagote produzido, tal como na bombarda renascentista, por uma palheta dupla aplicada a um bocal em formaS e feita vibrar pela boca do instrumentista atravs do sopro.

    As exigncias de sonoridade da orquestra moderna e o desenvolvimento dos instrumentos fazem com que cadados instrumentos das madeiras tenha um ou mais parentes prximos: flauta - flautim; obo - corne ingls;clarineta - clarone. No caso do fagote o parente prximo o contrafagote, que soa uma oitava abaixo do fagote

    O fagote de construo bastante complexa, sobretudo em funo da dobra do instrumento, onde, em uma s na chamada culatra, existem dois furos: um descendente e outro ascendente unidos por uma vlvula em forma U. Por isso, contam-se quase que literalmente nos dedos os fabricantes de fagote pelo mundo afora, estandoprincipais representantes na Alemanha, Frana, Estados Unidos e Japo.

    O Brasil est modesta mas orgulhosamente representado neste seleto rol de fabricantes com o autor deste pequhistrico do fagote, que, h cerca de 10 de anos, se aventura com sucesso nesse campo, usando para isso madebrasileiras.

    Texto de Hary Schweiser nico construtor brasileiro deste instrumento.

    Contrafagote

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    Este instrumento soa uma oitava abaixo do fagote. Surgiu em 1714, criado por Andreas Eichentopf, emLeipzig, sendo ocasionalmente utilizado pelos compositores clssicos.

    O moderno contrafagote segue o desenho idealizado, em 1870, pelo alemo Johann Heckel. De estruturasemelhante ao fagote, seu tubo, no entanto, se curva 4 vezes sobre si mesmo. Distingue-se tambm por umpavilho de metal voltado para baixo.

    O instrumento alcana 3 oitavas, sendo o si bemol a sua nota mais grave. Nas raras vezes em que aparececomo solo dentro da massa orquestral, tem por funo criar atmosferas lgubres ou grotescas.

    Trompete

    O mais agudo entre os metais, o trompete se originou, provavelmente, no Egito Antigo, no II milnio antesde Cristo, tendo adquirido importncia como instrumento musical a partir do sculo XVII, ao ser introduzidona orquestra.

    Sua forma atual data da primeira metade do sculo XIX, quando os fabricantes alemes Blhmel e Stlzel

    criaram o sistema de 3 pistes, que tornou o instrumento mais verstil, aumentando seu registro e tornandosua execuo menos difcil. Pode ser afinado em r ou, mais comumente, em si bemol ou d.

    Consiste num tubo cilndrico recurvado sobre si mesmo, em cujas extremidades ficam o pavilho e o bocal.A qualidade do som pode ser modificada com a surdina, pea de madeira introduzida no pavilho. Alcana 2oitavas e meia, comeando do f abaixo do d mdio.

    Tem sonoridade brilhante e penetrante. muito usado pelos compositores em unssono com as cordas e asmadeiras da orquestra, como tambm em solos.

    Saxofone

    Criado em 1840 pelo belga Adolphe Sax, o saxofone o nico entre os sopros de metal que possui palheta.Constitui-se de um tubo cnico com cerca de 24 orifcios controlados por chaves, que permitem a produodos diferentes sons do registro do instrumento. Esse tubo termina num pavilho largo, voltado para cima.

    Existem 7 tipos:- sopranino afinado em mi bemol;- soprano afinado em si bemol;- contralto afinado em mi bemol;- tenor afinado em si bemol;- bartono afinado em mi bemol;

    - baixo afinado em si bemol;- contrabaixo afinado em mi bemol.

    Somente o soprano, contralto, tenor e bartono so usados com freqncia, formando o quarteto comum dosgrupos instrumentais de dana e jazz.

    Introduzido na orquestra sinfnica no final do sculo XIX, popularizou-se entre os compositores eruditoscomo Rossini, Berlioz e Meyerbeer, com preferncia para o sax contralto. Seu registro alcana 2 oitavas euma Sexta, comeando do si bemol abaixo do d mdio.

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    No membro permanente da orquestra sinfnica, mas seu repertrio vastssimo, com muitas obras parasolo.

    Trompa

    Surgiu na Frana, por volta de 1650. Como um desenvolvimento da trompa de caa, que, por sua vez, se

    originou dos primitivos instrumentos feitos com chifres de animais. J no final do sculo XVII foi integrada orquestra.

    Consiste num longo tubo cilndrico de 2 metros, recurvado sobre si mesmo numa espiral de duas voltas. Naextremidade mais estreita, localiza-se o bocal, em forma de funil, e, na outra, o pavilho. O som controladopor 3 vlvulas, incorporadas ao instrumento no incio do sculo XIX pelos fabricantes Blhmel e Stlzel(alemes) e Leopold Uhlmann (austraco). Esse mecanismo permitiu a execuo de todos os sons cromticosda escala.

    A trompa emite um som aveludado e suave e sua afinao em f ou si bemol. Alcana 2 oitavas e umaQuinta (si3 a f4). Considerada indispensvel na orquestra a partir de 1830, foi utilizada tambm como

    solista por inmeros compositores. Um dos efeitos utilizados na trompa a surdina, que se conseguequando o intrprete coloca a mo ou uma pea de madeira no pavilho, obtendo um apagamento do som.

    Trombone

    Surgiu provavelmente na Frana quinhentista, a partir de modificaes introduzidas no trompete. Suaprincipal caracterstica so as varas corredias, cuja funo controlar a emisso e a altura do som.

    O corpo principal; do instrumento, extremamente simples, formado por dois tubos paralelos, presos um aooutro. Numa extremidade est o bocal e na outra o pavilho. Atualmente, construdo em 3 tamanhos: tenor,contralto e baixo. O primeiro o mais utilizado em orquestras sinfnicas e afinado em si bemol, soando

    uma oitava abaixo do trompete. No registro baixo, tambm pode ser afinado em Sol.

    Indispensvel orquestra, na qual foi introduzido por Beethoven, foi tratado como solista por muitos outroscompositores tambm.

    No sculo XIX, um outro tipo de trombone, denominado de mbolos, com 3 vlvulas, era muito empregadonas orquestras, mas acabou perdendo seu lugar para o trombone de vara.

    Tuba

    O mais grave entre os metais, a tuba surgiu por volta de 1835, em Berlim, inventada por Wilhelm Wieprecht

    e construda por Johann G. Moritz. No entanto, o modelo mais comumente empregado na orquestra foidesenvolvido, por volta de 1845, pelo belga Adolphe Sax.

    Consiste num tubo cilndrico, recurvado sobre si mesmo, e que termina num pavilho em forma de sino. Osom controlado por vlvulas ou pistes, cujo nmero varia de 3 a 5. De timbre suave e surpreendentementegil, apesar de seu grande porte, a tuba foi introduzida na orquestra por volta de 1850. afinada em f ealcana 3 oitavas (f1 a f3).

    Indispensvel na orquestra sinfnica, foi por vezes utilizada em solos orquestrais. muito usada tambmnas bandas militares.

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    A tuba wagneriana, idealizada por Wagner para a sua tetralogia O anel dos Nibelungos, possui estruturasemelhante da trompa ( bocal e pavil!o recurvado). afinada em si bemol e em f e sua extenso vai domi bemol1 ao r4. Alm de Wagner, Bruckner, R. Staruss e Stravinsky utilizaram-na em algumas de suasobras.

    rgo

    O maior e talvez o mais verstil entre todos os instrumentos, o rgo, apesar de incluir-se entre os sopros,distingue-se destes por sua estrutura especial, que rene tubos, teclados e pedais. Os principais estgios daevoluo do primitivo rgo hidrulico grego para o rgo moderno incluem a introduo de teclas, registrose mecanismo de acionamento.

    Atualmente, o rgo constitui-se de 3 partes principais:- tubos sua caracterstica bsica;- console que abriga os teclados, geralmente em nmero de dois, pedais, botes para mudana de

    timbres e outros acessrios;

    - mecanismo de acionamento so os foles.

    Cada tubo corresponde a uma nota e se agrupam em sries, denominadas registros, que produzem sons dealturas variadas. Quanto maior o tubo, mais grave o timbre.

    H 3 tipos de registros, de cuja combinao resulta a imensa variedade de timbres e a grandiosidade sonora,caracterstica do rgo, a saber:- os de fundo ou flautados produzem os sons principais de flauta e de gambas;- os de mistura enriquecem o som dos registros de fundo;- os de palheta conferem a sonoridade brilhante do trompete, clarim, etc...

    Entre todos os instrumentos, o rgo o que possui maior alcance: sete oitavas e meia. Instrumento solistapor excelncia, o repertrio abrange obras de inmeros compositores. Pode integrar tambm a massaorquestral.

    INSTRUMENTOS DE PERCUSSO

    So instrumentos basicamente rtmicos. O som produzido por vibraes transversais numa membranaestendida sobre uma cavidade ressoante ou em corpos slidos.

    Podem ser divididos em dois grupos:

    - os de som determinado aqueles capazes de produzir alturas precisas (as notas musicais);- os de som indeterminado de altura indefinida, isto , rudos.

    Entre os primeiros esto: tmpanos, carrilho, xilofone, celesta, glockenspiel, marimba e vibrafone. Nosegundo grupo esto: tringulo, pratos, caixa, bombo e outros menos freqentemente usados na orquestrasinfnica, como o pandeiro, o tant, as castanholas , o agog, o chicote, etc...

    Tmpanos

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    Indispensveis orquestra, na qual foram introduzidos em 1670, pelo compositor francs Lully, os tmpanosse originaram dos naqqara rabes, por volta do sculo XII.

    Constituem-se de uma caixa de ressonncia feita de madeira ou metal, de formato semi-esfrico, com cercade 60 cm. de dimetro e coberta por uma pele estendida sobre um arco. So percutidos por meio de baquetasdenominadas bilros, cuja extremidade, arredondada, revestida de feltro.

    Em geral, a orquestra possui de dois a quatro tmpanos, executados por um mesmo instrumentista. Soafinados em quartas ou quintas.

    Carrilho

    Conjunto de lminas ou tubos dispostos numa armao e percutidos por uma espcie de martelo, o carrilhoaperfeioou-se e difundiu-se no sculo XVI. A extenso das notas varia muito, no chegando, entretanto, aalcanar mais de 2 oitavas. Possui sons diatnicos e cromticos.

    A percusso tambm pode ser feita por mecanismo de teclado, recebendo ento o nome de celesta. Nesta, as

    teclas acionam martelos que percutem lminas metlicas, produzindo um som lmpido. Alcana 5 oitavas(d1 a d6).

    Xilofone

    Formado por lminas de madeira de tamanhos variados, dispostas em fileiras horizontais, seu alcance variade modelo para modelo. Os maiores atingem 4 oitavas, a partir do d mdio. percutido por meio de 2baquetas, obtendo-se trinados, trmulos, arpejos e repetio rpida de uma mesma nota.

    Formas variantes do xilofone so o glockenspiel, o vibrafone e a marimba. O glockenspiel constitui-se delminas de ao dispostas em duas fileiras horizontais, percutidas por uma baqueta, denominada maceta.

    Alcana duas oitavas e meia (sol3 a d6 ou sol2 a d5).

    Derivado, provavelmente, do glockenspiel, o vibrafone surgiu por volta de 1920. Possui lminas de aovibradas por martelos tambm de metal. Sob cada lmina, h um ressonador operado eletricamente, queamplia e confere maior nitidez ao som. Possui timbre doce e aveludado.

    A marimba, de origem africana e desenvolvida na Amrica Central, um instrumento usado sobretudo pelasorquestras tpicas populares de alguns pases centro-africanos. Integra, por vezes, o aparato percussivo dasorquestraes de alguns compositores contemporneos. Seu timbre um pouco mais grave que o doxilofone. Alcana 4 oitavas, comeando no d abaixo do d mdio.

    Tringulo

    O menor dos instrumentos de orquestra, consiste numa vareta de ferro dobrada em formato de tringulo. percutido com uma baqueta tambm de ferro. Os sons emitidos, sempre agudos, podem ser curtos e isoladosou formar uma cadeia semelhante do trinado, provocada por batidas rpidas e sucessivas.

    Conhecido na Europa no sculo XIV, s foi empregado na orquestra a partir do sculo XVIII, por Mozart.

    Pratos

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    Derivados dos cmbalos, discos metlicos usados no Egito Antigo, foram introduzidos na Europa durante aIdade Mdia. Medem cerca de 50 cm. de dimetro e so percutidos com uma vareta ou chocados um contrao outro, podendo ento produzir uma sonoridade que se sobrepe a toda a orquestra.

    Quando executados pelo mesmo instrumentista que toca os tmpanos, um dos pratos pode ser fixado a umsuporte, fazendo-se que o outro caia sobre ele, por meio de um pedal. Os pratos foram introduzidos na

    orquestra sinfnica no sculo XVIII, por Cluck. Entre os romnticos, o seu uso se popularizou.

    Caixa

    Assim como os tmpanos e o bombo, a caixa um instrumento da famlia dos tambores. Surgiu no sculoXV, como um desenvolvimento do tamborim, muito utilizado nos regimentos medievais de infantaria.De formato cilndrico, feita de lato ou madeira, revestida de pele de vitela, geralmente apertada porparafusos que regulam o som. H dois tamanhos:- um maior e mais fundo, com sonoridade mais opaca;- outro, menor, circundado por cordas metlicas, que lhe do sonoridade mais viva e brilhante.

    Ambos so percutidos com uma ou duas baquetas de madeira ou com uma escova de arame, quando se querobter efeitos especiais. Instrumento caractersticos das bandas militares. A caixa passou a integrarefetivamente a orquestra sinfnica, a partir do Romantismo.

    Bombo

    Conhecido tambm como grande tambor, constitui-se de uma caixa circular de madeira ou folha de ferro,coberta na parte superior e inferior por uma pele esticada, apertada nas extremidades por parafusos depresso.

    Distingue-se da caixa pelo tamanho, pois muito maior, e por ser executado em posio horizontal.

    percutido por uma baqueta denominada maceta. Caracterstico das bandas militares, foi introduzido naorquestra sinfnica por Mozart, em meados do sculo XVIII.

    Pandeiro

    Originrio do Oriente Mdio, constitui-se de um arco de madeira, com ou sem guizos, tendo uma peleesticada na parte central. agitado com uma das mos ou percutido. Muito utilizado na msicas folclricade alguns pases. Tambm chamado de pandeireta.

    Tant

    De origem oriental, constitui-se de um disco metlico, geralmente de bronze, suspenso, que se faz vibrar,batendo-se com uma baqueta ou martelo, sobre as extremidades ou no centro. Produz som forte e de alturaindefinida. Foi introduzido na orquestra sinfnica em fins do sculo XVIII. Sendo mais utilizado peloscompositores contemporneos, geralmente em momento de clmax ou para sugerir desespero.

    Castanholas

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    Tambm de origem oriental, provavelmente fencia, as castanholas se disseminaram pela Espanha,transformando-se em instrumento tpico do pas. Constitui-se de duas peas de madeira, marfim ou bano,em formato de concha, unidas por uma fita ou cordo, que o instrumentista enrola entre os dedos.

    O som produzido, percutindo-se uma contra a outra. Comum nas orquestraes de compositores espanhis.