hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas...

8
ANO IX • Nº 169 PETRÓPOLIS-RJ BOLETIM DA PARÓQUIA DO SAGRADO CORAÇÃO de JESUS MARÇO DE 2013 138 ANOs DE HISTÓRIA EM NOSSAS MÃOS! www.franciscanos.org.br/noticias Paróquia do Sagrado Coração de Jesus Petrópolis/RJ Semana Santa ‘PORQUE BUSCAIS ENTRE OS MORTOS, AQUELE QUE ESTÁ VIVO?’ (Lc 24,5) MUTIRÃO DE CONFISSÕES NO SAGRADO – Para o mutirão de confissões na Semana Santa (dias 25 a 27 de março, manhã e tarde), solicitamos a dispo- nibilidade dos confrades para não sobrecarregarmos alguns apenas e atendermos os fiéis da melhor maneira possível. Quinta-feira Santa; Sexta-feira Santa e Sábado Santo, às 7h30, Ofício Divino. Quinta-feira Santa,após a celebração, Adoração ao Santíssimo = salão da Ordem Franciscana Secular, Legião de Maria e Religiosos (as); das 22h às 23h = RCC, Ministros; das 22h30 às 24h = ECC , Vila São José, Juventude e Conselho da Matriz. Sexta-feira Santa: continua a Adoração ao Santíssimo Sacramento no Salão da OFS, na parte da manhã – Procissão após a celebração da Paixão do Senhor. • Sábado Santo: Vigília Pascal, às 20h, trazer velas. COMUNIDADE 24/3 – Domingo RAMOS 25/3 – Segunda CONFISSÃO 26/3 – Terça CONFISSÃO 27/3 – Quarta CONFISSÃO 28/3 – Quinta LAVA-PÉS SAGRADO Mutirão Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado (Sagrado) Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado (Sagrado) Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado Mutirão/Sagrado (Sagrado) Mutirão Mutirão 7h; 8h30; 10h; 18h e 19h30 29/3 – Sexta PAIXÃO 30/3 – Sábado VIGÍLIA PASCAL 15h Paixão/Procissão 31/3 – Domingo PÁSCOA Ingelheim 10h Oswaldo Cruz 8h30 15h Presidência 8h 15h 15h CATEDRAL Vila São José (Sagrado) 20h 20h 20h 20h Missa Santos Óleos 9h (Sagrado) 20h 20h 20h 20h (Sagrado) (Sagrado) 7h; 8h30; 10h; 18h e 19h30 10h 8h30 8h30 (Sagrado) Lourdes 11h Teatro Mariano 16h30 e 20h 16h30 Milagre do Calvário Milagre do Calvário Madre Regina 17h 11h • ESPECIAL

Transcript of hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas...

Page 1: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

ANO IX • Nº 169PETRÓPOLIS-RJ

BOLETIM DA PARÓQUIA DO SAGRADO CORAÇÃO de JESUS

MARÇO DE 2013

138 ANOs DE hISTÓRIA EM

nOSSAS MÃOS!

www.franciscanos.org.br/noticias

Paróquia doSagrado Coração

de JesusPetrópolis/RJ

Semana Santa‘Porque buscais entre os mortos, aquele que está vivo?’

(Lc 24,5)

MUTIRÃO DE COnFISSÕES nO SAGRADO – Para o mutirão de confissões na Semana Santa (dias 25 a 27 de março, manhã e tarde), solicitamos a dispo-

nibilidade dos confrades para não sobrecarregarmos alguns apenas e atendermos os fiéis da melhor maneira possível.

• Quinta-feira Santa; Sexta-feira Santa e Sábado Santo, às 7h30, Ofício Divino.

• Quinta-feira Santa,após a celebração, Adoração ao Santíssimo = salão da Ordem Franciscana Secular, Legião de Maria e Religiosos (as); das 22h às

23h = RCC, Ministros; das 22h30 às 24h = ECC , Vila São José, Juventude e Conselho da Matriz.

• Sexta-feira Santa: continua a Adoração ao Santíssimo Sacramento no Salão da OFS, na parte da manhã – Procissão após a celebração da Paixão do Senhor.

• Sábado Santo: Vigília Pascal, às 20h, trazer velas.

COMUNIDADE24/3 – Domingo

RAMOS

25/3 – Segunda

CONFISSÃO26/3 – Terça

CONFISSÃO27/3 – Quarta

CONFISSÃO28/3 – Quinta

LAVA-PÉS

SAGRADO Mutirão

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

(Sagrado)

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

(Sagrado)

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

Mutirão/Sagrado

(Sagrado)

MutirãoMutirão7h; 8h30; 10h;

18h e 19h30

29/3 – Sexta

PAIXÃO

30/3 – Sábado

VIGÍLIA PASCAL

15h

Paixão/Procissão

31/3 – Domingo

PÁSCOA

Ingelheim 10h

Oswaldo Cruz 8h30

15hPresidência 8h

15h15h

CATEDRAL

Vila São José (Sagrado)

20h

20h

20h20h

Missa Santos Óleos9h

(Sagrado)

20h

20h

20h20h

(Sagrado)(Sagrado)

7h; 8h30; 10h;

18h e 19h30

10h

8h308h30

(Sagrado)

Lourdes 11h

Teatro Mariano

16h30 e 20h

16h30

Milagre do Calvário

Milagre do Calvário

Madre Regina

17h 11h

• ESPECIAL

Page 2: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

2 •

Boletim de circulação interna da Paróquia do Sagrado coração de JeSuS dioceSe de PetróPoliS

rua montecaseros, 95, centro ✆ (24) 2242.6915 [email protected]

responsável: Freis luiz Flávio adami, ofm coordenador da comunicação: michaell grillo

Editoração e Produção gráfica: arteg ✆ (24) 2237.9759 [email protected] Impressão: Carfel Editora Gráfica ✆ (24) 2237.2523 Tiragem: 2.500 exemplares • Distribuição Gratuita

SugeStõeS Poderão Ser enviadaS Para o endereço acima.

Prezados amigos e leitores do informativo da paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Depois de um longo silêncio estamos de volta para comunicar-lhes o que nos leva a comprometermos com a nossa fé no Cristo Ressuscitado. Façamos uma boa preparação para chegarmos a celebrar essa festa com muita alegria e júbilo.

Quando proclamamos a Ressurreição de Jesus é confessar a fé em uma nova Criação, que refaz a antiga, marcada pelo mistério do mal e da morter. É ter a segurança de Jesus como nosso novo Adão, princípio de uma humanidade nova. Hoje, Deus pode olhar para o universwo criado por Ele e ver de novo que tudo o que criara era e é "muito bom". O dia da Páscoa é festa de nascimento, é o primeiro dia de uma nova Criatura, refeita totalmente por Deus.

Quando o homem se faz obediente primeiramente a Deus, Deus se compromete

MM e n s a g e M d o s a g r a d oM e n s a g e M d o s a g r a d o

A Vida venceu a Mortea fundo c om a sua libertação. Não quer e não permite que seu povo seja escravo de outros deuses e de outros homens. Ele continua a escutar o clamor de seu povo e a ofercer Jesus como o novo Moisés, capaz de libertar o ser humano de suas escravidões externas a partir de uma libertação mais profunda. Jesus chega até a raiz do mal e da morte, que se aninham na própria natureza humana, e o toma pela mão para fazê-lo participante de sua Ressurreição.

O Aleluia de Jesus é o nosso Aleluia. as experiências de encontro com Jesus Ressuscitado, narradas pelos Evangelhos, transformaram os primeiros discípulos em testemunhas públicas e anunciadores corajosos do projeto redentor de Deus em favor dos homens. Hoje as nossas experiências de contato com a Palavra de Deus, de união entre comunidade e de comunhão eucarística com Jesus devem nos levar também a assumir uma nova Evangelizaçãoda nossa sociedade, fazendo ecoar com força o nome de Jesus Ressuscitado, como único Senhor da nossa história, e proclamando o valor da vida e do amor como critério fundamental na construção da sociedade humana. Vamos viver a Páscoa no Espírito do Cristo Ressuscitado. Construindo uma sociedade nova, onde a vida é preservada e acolhida.

Desejo-lhes uma Feliz Páscoa com as bençãos e alegria do Ressucitado. Que a alegria Pascal esteja sempre convosco.

São os votos dos frades da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus.

Page 3: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

• 3

Irmãos e irmãs, boa-noite!

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.

[…]Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e

mulheres de boa vontade.

[Bênção]

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!

Vai, Francisco e reconstrói

a nossa IgrejaCardeal argentino é eleito o primeiro papa

latino-americano da história

Acompanhe na íntegra o primeiro

pronunciamento do Papa Francisco, após a aparição na janela

dos aposentos papais, no ultimo dia 13 de

março. No final, o Sumo Pontifice deu a benção Urbi et Orbi a todos os

presentes na praça São Pedro.

Page 4: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

4 •

MIChAEL GRILLO

• Horto das Oliveiras. Era noite em Jerusalém. Após a ceia, na qual Jesus revelou o maior mandamento a ser apreendido pelos apóstolos e, a posteriori, pela humanidade, subiu o mon-te e naquele jardim frio suou sangue, expressando ao máximo a sua humanidade divina. O que escorrera de Sua fronte era san-gue de receio; sangue da vitória, como horas depois fora mostra-do em cima do madeiro, onde pregaram o Salvador como se fosse criminoso; onde ultrajaram o Messias como o mais iníquo dos seres. Mataram o Cordeiro, mas nós recebemos os frutos do sacrifício: a eucaristia e a Igreja, brotadas do lado de Cristo, como nos diz São Crisóstomo.

Apesar de pedir ao Pai para que, se possível, fosse afastado de Sua frente o cálice da morte, Jesus em nenhum momento pensou em resistir aos desígnios de Deus, pois compreendera ser necessário morrer para que todos tivessem a vida eterna e, assim, poderem caminhar nas estradas da vida tendo como companhia o Paráclito, aquele que desce dos céus; o mesmo soprado pelo construtor do Universo no iní-cio dos tempos e que agora era prometido por Jesus. E por assim

ser seria cumprido, uma vez que Cristo é o portal da Verdade, por onde ela passa e pelo qual é reti-da. Como nos disse Santo André de Creta em um de seus sermões, citando o evangelista Mateus e o profeta Isaías: Jesus não discutiu, nem gritou e ninguém ouviu a sua voz. Pelo contrário foi manso e humilde.

Os apóstolos não compreen-deram os prenúncios da Paixão, pois não podiam acreditar que o Messias, como o próprio Pedro anunciara quando Jesus o ins-tigara sobre quem Ele havia de ser, teria curta passagem na ter-ra. A morte, o sacrifício e a cruz não são bem aceitos na cultura ocidental. Por isso tamanha re-cusa por parte daqueles que O seguiam. Ainda hoje, especial-mente em solo brasileiro, vê-se a “passagem”, proporcionada pelo mistério da mortificação humana, como o fim.

Mas, sob o prima cristão não podemos encontrar vida se não ocorrer a morte, ou seja, vida e morte estão ligadas, mas sempre com a conscientização de que a primeira nunca sai derrotada, pois foi essa a aliança que Cristo fez no alto da cruz, enquanto era pregado por nossos pecados e jorrava o sangue de nossa soberba e auto-suficiência. É preciso su-portar o peso da cruz; enfrentar

os desafios e não permitir que os obstáculos daí resultantes sirvam como empecilhos para o evoluir natural da existência. As Sa-gradas Escrituras, mais precisa-mente o Evangelho de São João, sabiamente nos prepara para os momentos em que, assim como Jesus, nos encontramos diante do Calvário, onde muitas vezes nos sentimos sozinhos, camba-leantes, sem força para suportar o peso do madeiro. Porém, Deus, nosso Pai misericordioso, nunca fecha os olhos para um filho e imediatamente após as nossas quedas, envia anjos sob formas humanas para enxugar o nosso pranto e nos ajudar a seguir com a cruz nos ombros. Percebemos, então, que a cruz permanece, mas ela agora parece mais leve, pois com ela está impregnada pela mansidão de Deus.

Como não lembrar de Ve-rônica, que na sexta estação da via-sacra de Cristo quis ver o rosto de Deus e num ato de amor e compaixão, ofereceu um lenço a Jesus, ensangüentado pela fúria e maldade daquele grupo de judeus que o julgaram e o condenaram? Verônica é a personificação de tantas marias, carlas, josés, que nos encontram na correria do dia a dia e nos oferecem, muitas vezes, o único lenço que tem no bolso a fim de enxugar o nosso

Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Vinde adoremos!

I

Matéria publicada neste veiculo por ocasião da Semana Santa 2011

Page 5: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

• 5

pranto. E como não lembrar de Simão, da região de Cirene, que é “obrigado”, pela brutalidade dos soldados, a ajudar Cristo a carregar aquela pesada cruz? Quanto amigo verdadeiro Deus coloca em nosso caminho para não permitir que desistamos diante da dificuldade de andar com passos firmes, já que o peso da cruz parece imensurável?

Irmãos, nessa Semana Santa, a mais importante de nosso ca-lendário litúrgico, encontramos o cerne de nossa fé: a Ressurreição e a conseqüente vitória da vida sobre a morte, uma vez que o Espírito de Cristo, que não pode morrer, matou a morte homicida, como nos diz o bispo Melitão de Sardes, em uma de suas homilias sobre a Páscoa. Portanto, nos preparemos espiritualmente, nos despojando de todo e qualquer sentimento de ganância, vaidade e promiscuidade que possa exis-tir, a fim de que possamos viven-ciar bem os aspectos próprios da celebração dessa semana, como proposto a seguir:

I – Na solenidade do Domingo de Ramos, exultemos de alegria, pois o Salvador, o Rei dos Reis em sua mais pura humildade, vem ao nosso encontro montado em um burrico. Mas, ao contrário do povo influenciado pela elite religiosa judaica da época, não

rejeitemos o Messias ao primei-ro fraquejar de nossa fé. Que os nossos ramos espirituais venham bendizer o que vem em nome do Senhor, louvando o Altíssimo e o Onipotente e, novamente citando o bispo Santo André de Creta, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo e que depois perdem o verdor, prostremo-nos aos pés do próprio Cristo, como mandos estendidos.

II – Que durante a celebração da última ceia, estejamos com o nosso coração puro para ouvir o novo mandamento que Jesus nos deixou. Relatado no capítulo 13 do Evangelho de São João, o qual abre o que convencionamos de “Testamento de Jesus” (Jo 13 –17), o Mestre pede que todo o amor manifestado por Ele a cada um dos “irmãos” seja também semeado por nós em nossa socie-dade, não diferenciando amigo de inimigo, uma vez que todos são iguais perante os olhos do Criador. Portanto, esqueçamos os pedestais que nos colocam acima dos outros e façamos como Jesus, que se inclina aos irmãos para, humildemente, lavar os pés de cada um.

III – Que na sexta-feira da Pai-xão do Senhor, resguardemo-nos a oração e ao reconhecimento de todo o sacrifício feito por Jesus em expiação a cada um de

Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Vinde adoremos!

nossos pecados. Aproveitemos o momento para renovar, intima-mente, nosso compromisso de sermos cristãos de verdade, sem a prática do pecado e com a firme-za na caridade e na oração, pois o sangue derramado do alto do ma-deiro não pode ser visto apenas como mais um acontecimento na história da humanidade, já que foi através desse sangue que alcançamos a liberdade eterna.

IV – Na Vigília Pascal, exul-temos de alegria! Rompeu-se o silêncio, pois o sepulcro está vazio. Aleluia! Aleluia! A morte não pôde prevalecer diante da luz irradiada pela vida, dom concedido em graça e de graça por Deus a cada uma de suas criaturas. Nossa fé, representada nas velas acesas, espalhadas por toda a assembléia na noite do sá-bado santo, revigora-se ao saber que a promessa foi cumprida e que a humanidade foi retirada das profundezas do sepulcro e que a vida jorrara em abundân-cia, como nos diz Melitão de Sardes. Agora, nos cabe celebrar a passagem da morte para a vida, verdadeiro sentido da Páscoa, que nos fez povo eleito para sempre, e aguardar o Espírito Santo que vem para nos renovar, transformando nossa vida em um verdadeiro Pentecostes.

Boa Páscoa a todos!

Page 6: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

6 •

MIChAEL GRILLO

Na noite da quinta-feira santa so-mos convidados a refletir sobre o ato de lavar os pés dos discípulos, verdadeiro sentido da humidade deixada por Jesus, na noite derradeira. Humildade esta, necessária se quisermos o reconheci-mento de Cristo na Jerusalém celeste. Pois como nos disse São Paulo: “Sede, pois imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor” (cf Ef 5, 1-2).

A humildade deve ser vista pelos cristãos como verdadeira regra de vida, pois Cristo, a quem seguimos, veio a esse mundo para mostrar aos judeus que mais importante do que ser fiel às leis, é necessário que sejamos fiéis ao amor para com os marginalizados, pois do que adianta saber todas as Escrituras de cor, se não a colocamos em prática? São Francisco soube viver na radicalida-de esse amor pelos oprimidos, amando e cuidando dos leprosos e despojando--se de todos os bens, almejando única e exclusivamente o tesouro dos céus, pois sabia que somente amando estaria mais próximo de Cristo; que somente no ágape, seria digno de estar diante Dele na glória celeste. Assim, são os santos, de maneira geral: testemunhas na carne do que a Palavra nos diz, ou seja, humildes em essência.

Ser humilde nos dias de hoje ganhou outra denotação. A sociedade capitalis-ta em que estamos inseridos associa a humildade à pobreza social. Constan-temente ouvimos que o indivíduo que mora na favela é uma pessoa humilde simplesmente por ser desprovida de bens materiais. Porém, com Cristo percebemos que a humildade é, e deve ser vista, a partir de outros prismas. Ser humilde é doar-se por completo ao outro; é sinal de solidariedade e compaixão por quem perece não só socialmente, mas também emocional e afetivamente.

Ser humilde é agir da mesma ma-neira que o Rei de Nínive (Jn 3, 6): perceber que na presença de Deus não há trono que resista. É preciso despojar-se de nossas soberbas e en-tregar o senhorio de nossa vida à Jesus, pois Ele se entregou por nós na cruz. Humildemente, durante a última ceia, Jesus nos mostra que viemos para servir, e não pata sermos servidos (Jo 13, 2-5).

Se o Mestre encurvou-se para lavar os pés dos apóstolos, quem somos nós para fazermos da graça que Deus nos dá, a possibilidade de enriquecer finan-ceiramente, elemento de sufocamento do irmão? Sim, a riqueza é fruto de nosso trabalho que por sua vez é graça de Deus. Porém, quantas vezes lidamos com pessoas que ainda acreditam ser o seu maior tesouro, uma farta conta bancária? Todo o dinheiro acumulado na terra em nada nos edificará ao trono do Pai, e sim a maneira com que procedermos nesta mesma terra: consigo mesmo e para com os nossos semelhantes. Quanto mais justos tivermos sido nessa etapa da vida, mais reconhecidos seremos diante do Pai.

Irmãos e irmãs, precisamos ter em mente que ser humilde é agir com caridade e que ser caridoso, em nada tem a ver com o sentir pena do irmão. Ser caridoso é entregar a nossa vida a serviço; é não ter medo de enfren-tar as provações, confiando a vida à Deus. É assim que encontraremos graças diante do Senhor e poderemos participar com a multidão de anjos e santos, na presença de Jesus Cristo e da virgem Maria Santíssima, do banquete celeste, no qual percebere-mos que não poderíamos ter tomado a melhor decisão em nossas vidas: sermos humildes e estar a serviço da comunidade até o fim.

o verdadeiro sentidoda humildade

Lava-pés

Page 7: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

• 7

Frei ALMIR RIBEIRO GUIMARÃES

1. Estamos ainda vivendo as alegrias do belo tempo pascal. Durante um tempo fixamos nosso olhar no sono mortal do Senhor. Nas últimas semanas temos diante de nós a vida nova, o despertar do Cristo. Nunca cessamos de meditar no amor do Senhor Jesus, cuja expres-são definitiva é o dom da vida que fez por nós no alto da cruz naquela sexta--feira das dores e do amor crucificado. Não temos outra coisa a fazer senão mergulhar nessa fornalha de caridade que é o peito aberto do Senhor pela lança, esse coração fissurado, essa fon-te de vida da qual manaram dois rios: um filete de sangue e outro de água. Uma esplêndida e profunda Homilia do grande Sábado Santo adota o gênero literário de uma conversa entre Jesus e Adão. No dia em que Cristo desce à mansão dos mortos, no sábado do des-canso e do silêncio, o que morrera vai abrir as portas da mansão dos mortos e dialoga com o primeiro homem.

2. Belíssimas palavras de Cristo di-rigidas a Adão: “Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir--te o sopro da vida original. Vê em minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida”. Caminhando pelas estradas da vida, nós que fomos criados à imagem do Altíssimo e fica-mos belos com as águas do batismo, ainda sentimos nosso rosto interior sem beleza. Leva tempo nosso nascimento definitivo. Faz bem ouvir esse que visita a mansão dos mortos para transfigurar nossa vida.

3. E o devoto do Senhor se extasia ao ouvir: “Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para reti-rar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso”. Lenho, madeira, cruz, árvore do meio do paraíso… O Senhor havia pedido

Aquele que dormia na morte despertou para a vida

que Adão lhe fosse fiel, que não tocasse naquilo que iria destruí-lo, que não se considerasse “deus”. Houve a terrível decisão de o homem querer ser igual a Deus. A árvore do paraíso é colocada ao lado de uma outra árvore, a árvore da cruz, que carregou o mais doce de todos os frutos, o filho da Virgem Ma-ria, aquele que veio para obedecer ao Pai, para fazer a vontade do Pai e assim ser ele o fruto novo da nova árvore da cruz. Quando olhamos para a cruz com o mais sincero e profundo olhar

do coração sentimos o alívio do perdão das loucuras que nos fizeram seres medíocres e ingratos para com aquele que nos amou desde toda a eternidade. Tudo isso acontece quando vemos as mãos do Senhor pregadas à árvore da vida que é a cruz.

4. Prestemos atenção num outro pa-rágrafo dessa deslumbrante homilia para um Sábado Santo: “Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha

lança deteve a lança que estava diri-gida contra ti”. O autor reflete sobre o “lado”: o lado de Cristo e o lado de Adão. Lado do coração, coração que é símbolo da vida e do que a pessoa tem de mais importante. Coração, que fica no lado do corpo e lado que foi tocado pela lança do soldado quando Jesus já estava morto. Quando tudo havia começado, o Senhor havia criado Adão. Parecia que faltava alguma coisa: um ser que fosse companheiro. Adão percorreu os caminhos do Eden e não encontrou ninguém que pudesse ser igual a ele para fazer a profunda expe-riência do amor na alteridade.

5. O Senhor adormeceu no alto da cruz. A morte muitas vezes é descrita como um sono. Na verdade, normal-mente falando, ninguém desperta do sono da morte. Jesus foi arrancado desse sono pela força do Pai. Enquan-to dormia na cruz penetrou a espada no lado do Senhor. Do lado de Adão nasceu Eva. Quando este despertou do sono vive imensa alegria que não cabe no seu peito. Jesus tem também seu lado tocado e aberto e dele sai a Esposa que é a Igreja, essa multidão de homens e de mulheres que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e que se tornam do Senhor e manterão com ele um relacionamento esponsal. O Esposo e a Esposa trocarão palavras de amor. Haverá esse banquete sempre nupcial do Cordeiro que é a Eucaristia. O despertar de Cristo arranca o homem da morte e o coloca nas alamedas da casa das núpcias eternas.

6. Para concluir retomamos o lumino-so texto desta homilia: “Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”

Obs.: As citações entre aspas foram tira-das da Liturgia das Horas II, p, 439.440.

Page 8: hISTÓRIA EM nOSSAS MÃOS! PETRÓPOLIS-RJ ANO IX • Nº … · E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos

8 •

Tenha uma feliz e santa Páscoa!

Afinal, Ele ressucitou, Aleluia!!!

Que nessa Páscoa, nossos olhos não fiquem presos às cruzes da vida, pois o

Senhor venceu a morte, nos deu vida nova e Ressucitou. No santo madeiro, que

recebeu as primeiras gotas da salvação, o Senhor renovou a Aliança que Deus fez com

a humanidade, mediante Abraão.

Jesus se deixou ultrajar para que não fossemos mais escravos do pecado. Ele quis

nos reconstruir e continua a nos restaurar diariamente, enquanto sacrários vivos,

repletos da unção do Espírito Santo, que Ele nos deixou para sempre estarmos em

Sua presença.

E esse mesmo Santo Espírito, que nos santifica e fortalece, continua a pairar e a

incendiar nossos grupos de oração e a reedificar a nossa Diocese. Só Ele é capaz de nos

manter firmes na oração, na acolhida e na intercessão.

Que Jesus possa ressucitar diariamente em nossos corações. Fiquemos atentos,

pois Ele está no meio de nós, hoje e sempre, das mais diversas formas e cores. Que o

Senhor nos dê a paz! Amém!