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PCN 1ª a 4ª série - 43 Alunos da Escola Eliezer Steinbarg, do Rio, fantasiam-se de detetives em um exercício de investigação E m 1997, Belo Horizonte – a capital mineira – completou 100 anos. O evento, muito comemorado, serviu como um poderoso tema gerador de atividades escolares, sobretudo em História. O colégio Santa Dorotéia, da rede particular, aproveitou bem a oportunidade. Os pais dos alunos da pré- escola, por exemplo, ainda, livros com fotos de álbuns de família. Os alunos de 1ª a 4ª série estudaram os meios de transporte usados nesses 100 anos. Eles fizeram carros de boi , bondes, trens e metrô de papel machê, associando cada tipo de veículo à história da cidade. Depois, percorreram de ônibus as ruas centrais e desenharam mapas da A prioridade é desenvolver a consciência Use os eixos temáticos como estratégia Valorize o conhecimento de sua turma de 1ª a 4ª série Parâmetros Curriculares Nacionais Fáceis de entender História mudou, graças a fa- tores como a expansão esco- lar, que trouxe um público culturalmente diversificado às aos estabelecimentos de ensino, aumento do acesso dos estudantes às informa- ções e uma nova visão peda- gógica, que considera os alunos como participantes ativos na construção do co- nhecimento. O que se busca agora é desenvolver a cons- ciência humana, algo que será alcançado estabelecen- do-se relações entre identidades individuais, so- ciais e coletivas e relacionando-se o particular e o geral, construindo as noções de diferenças e seme- lhanças e de continuidade e permanência. O aniversário de uma cidade vira tema gerador Alice Hattori região para comparar o traçado atual das ruas com o que foi planejado há um século. Uma grande quantidade de árvore que valeram a Belo Horizonte o apelido de Cidade Jardim, foi derrubada para dar espaço para os veículos. Junto com Artes, os alunos conheceram hinos e canções populares de Belo Horizonte. Crianças do Santa Dorotéia: ensaio de hino em homenagem a Belo Horizonte Carro de boi, trem e bonde de papel machê: história dos meios de transporte PCN História Fotos Giovani Pereira foram convidados para contar como se vivia na cidade quando eram crianças. Eles falaram do chicotinho-queimado, da cabra-cega e de outras brincadeiras de rua, quando a capital tinha menos carros. Lembraram também brinquedos, como os fantoches, que as crianças aprenderam a fazer. Elas montaram, Nada de decorar nomes e datas. Ensinar História é estimular os alunos a refletir e fazer descobertas O tempo muda o ensino da História Até o começo dos anos 80, ensinava-se Histó- ria principalmente com o objetivo de criar uma identidade nacional no aluno. Mas, muitas vezes, a “identidade” deixava mais dúvidas do que iden- tificações. Por exemplo, independentemente de nossa cor, éramos todos descendentes de portu- gueses. Pouco se falava das centenas de grupos in- dígenas que viviam no Brasil de 1500. Sobre os negros, que já foram muito mais numerosos do que os brancos, as informações eram mínimas. O ensino tradicional preocupava-se com a de- coreba de datas e nomes. Longe da realidade e sem utilidade visível, a disciplina tornava-se um assunto chato que existia apenas em livros velhos, fotos amareladas e na poeira dos museus. Mas a

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PCN 1ª a 4ª série - 43

Alunos da EscolaEliezer Steinbarg,

do Rio, fantasiam-sede detetives

em um exercício de investigação

Em 1997, BeloHorizonte – a capital

mineira – completou 100anos. O evento, muitocomemorado, serviucomo um poderoso temagerador de atividades

escolares, sobretudo emHistória. O colégioSanta Dorotéia, da redeparticular, aproveitoubem a oportunidade. Ospais dos alunos da pré-escola, por exemplo,

ainda, livros com fotos de álbuns de família.Os alunos de 1ª a 4ªsérie estudaram osmeios de transporteusados nesses 100anos. Eles fizeram carrosde boi , bondes, trens emetrô de papel machê,associando cada tipo deveículo à história dacidade. Depois,percorreram de ônibusas ruas centrais edesenharam mapas da

■ A prioridade é desenvolver a consciência ■ Use os eixos temáticos como estratégia ■ Valorize o conhecimento de sua turma

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e Parâmetros Curriculares Nacionais

Fáceis de entender

História mudou, graças a fa-tores como a expansão esco-lar, que trouxe um públicoculturalmente diversificadoàs aos estabelecimentos deensino, aumento do acessodos estudantes às informa-ções e uma nova visão peda-gógica, que considera osalunos como participantesativos na construção do co-nhecimento. O que se buscaagora é desenvolver a cons-ciência humana, algo queserá alcançado estabelecen-do-se relações entre identidades individuais, so-ciais e coletivas e relacionando-se o particular e ogeral, construindo as noções de diferenças e seme-lhanças e de continuidade e permanência.

O aniversário de uma cidade vira tema gerador

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região para comparar otraçado atual das ruascom o que foi planejadohá um século. Umagrande quantidade deárvore que valeram a BeloHorizonte o apelido deCidade Jardim, foiderrubada para darespaço para os veículos.Junto com Artes, osalunos conheceram hinose canções populares de Belo Horizonte.

Crianças do Santa Dorotéia: ensaio de hino emhomenagem a Belo Horizonte Carro de boi, trem e bonde de papel machê: história dos meios de transporte

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foram convidados paracontar como se vivia na cidade quando eramcrianças. Eles falaram do chicotinho-queimado,da cabra-cega e deoutras brincadeiras derua, quando a capitaltinha menos carros.Lembraram tambémbrinquedos, como osfantoches, que ascrianças aprenderam afazer. Elas montaram,

Nada de decorar nomes e datas. Ensinar História é estimular os alunos a refletir e fazer descobertas

O tempo muda oensino da História

Até o começo dos anos 80, ensinava-se Histó-ria principalmente com o objetivo de criar umaidentidade nacional no aluno. Mas, muitas vezes,a “identidade” deixava mais dúvidas do que iden-tificações. Por exemplo, independentemente denossa cor, éramos todos descendentes de portu-gueses. Pouco se falava das centenas de grupos in-dígenas que viviam no Brasil de 1500. Sobre osnegros, que já foram muito mais numerosos doque os brancos, as informações eram mínimas.

O ensino tradicional preocupava-se com a de-coreba de datas e nomes. Longe da realidade esem utilidade visível, a disciplina tornava-se umassunto chato que existia apenas em livros velhos,fotos amareladas e na poeira dos museus. Mas a

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Um bate-papo com os mais velhos: uma fonte depesquisa que não está nos livros

Chame os avós para dar aulas

Em muitas escolasainda se ensina

História como se elaexistisse apenas noslivros. Mas não noExternato NossaSenhora do Morumbi,?

As práticas doconstrutivismopodem tornarminhas aulas deHistória maisinteressantes?

No construtivismonão há fórmulasprontas. Trabalhecom os fatos do dia-a-dia dos alunose com as diferentesvisões que eles têmdos protagonistas daHistória. Os passosseguintes podemajudar a obter umaaprendizagem maissignificativa.* Descubra o que ascrianças já sabemsobre o conteúdo aser introduzido.* Levando em contaa faixa etária dosalunos e o tipo deproblematização quedeseja fazer, escolhamaterial que ponhaem dúvida osconhecimentosprévios deles. Dêênfase às interaçõesprofessor-alunos ealunos-alunos.* Ao planejar osobjetivos da aula,tenha claras aspossibilidades reais epotenciais da classe.* Avalie osresultados obtidosjunto com ascrianças: elas terãomais consciência dopróprio processo deaprendizagem e vocêverá se é precisofazer correções emsua prática de aula.

em São Paulo.“Queremos mostrar quea História foi e é umacoisa viva, feita porgente de carne e osso”,afirma a orientadorapedagógica de Estudos

Sociais da escola, Normade Oliveira Leite.“Entendendo isso, ascrianças desenvolvem um visão crítica dos fatos.” Exatamente paramostrar que a História é real, a escola convida os avós paraconversar com a turma de seus netos sobre a época em que tinham a mesma idade dessascrianças. Além deaumentarem o sabor

Trabalhe com eixos temáticos

Para substituir o ensino simplificador dopassado, que se limitava a transmitir aos alunosa seqüência dos períodos históricos, a propostaé trabalhar com “eixos temáticos”. Eles são osgrandes assuntos do ensino da História para asquatro primeiras séries do Ensino Fundamental,em torno dos quais podem ser desenvolvidas vá-rias atividades. No primeiro ciclo, equivalenteàs duas primeiras séries, o eixo temático é aHistória Local e do Cotidiano. No segundo ci-clo – a 3a e 4a séries –, o eixo é a História dasOrganizações Populacionais.

Ao propor o estudo da História Local, o pro-fessor estará fazendo com que o aluno amplie suacapacidade de observação do mundo que o ro-deia e diversifique suas relações. O estudante te-rá mais facilidade em compreender a História secomeçar a abordá-la pelo tempo presente. Ele po-de ver o mundo de hoje e diferenciá-lo de outrostempos por meio de objetos antigos que são o tes-temunho de outras formas de vida. Da mesma

maneira, será mais agradável aprender com jo-gos, músicas, brincadeiras ou gravuras antigas,nos quais poderá identificar vestígios de outrostempos que ainda permanecem entre nós.

O conhecimento sobre os costumes de outrosgrupos sociais, como os indígenas, revelará aexistência de diferentes formas de relações so-ciais. Isso desenvolverá sua capacidade de dife-renciar e identificar outros grupos sem classificá-los como mais ou menos “evoluídos”.

Chegando ao segundo ciclo com essas noçõesbásicas, o aluno estará pronto para começar a es-tudar a História das Organizações Populacionais.Aí, será o momento de ele compreender que a His-tória também é feita de intercâmbios humanos, so-ciais, econômicos, políticos, culturais e artísticos.

Essas noções podem ser transmitidas à turmaao estudar a procedência geográfica e cultural desuas famílias e as histórias que aconteceramquando se deslocaram de um lugar para outro.

O professor também pode introduzir o estudodos grupos e classes sociais que lutam ou lutarampor direitos ao longo do tempo e um apanhado decomo foram se constituindo os centros políticosadministrativos brasileiros.

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O professor mostra uma foto antiga dolocal onde ele e os alunos vivem.Deveidentificar com a classe o que mudou eo que foi preservado. Os costumes,ouso do espaço,as construções atuais ede então devem ser comparados.

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Uma pesquisa mostrará que os alunosvivem em diferentes tipos de moradia(apartamento, casa, barraco). Em quetipo a maioria vive? Formule hipótesesdo porquê de eles morarem em um tipo de residência e não em outro.

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As criançasficaram

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Os cinemas ficavam no centro e passavam

filmes seriados.Sala de bairro é

invenção recente

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Linha do tempo:uma boa estratégiapara apresentarnoções decronologia

A turma queriasaber quem foiGetúlio Vargas:um presidenteamado por uns eodiado por outros ?

Meus alunos nãogostam de estudarHistória. Como posso motivá-los?

A primeira providênciaé tornar a matéria aser dada significativapara o aluno. Isso sefaz envolvendo acriança no tema, oque lhe permiteparticipar dessaHistória. Todos osassuntos trabalhadosem classe devem terrelação direta ouindireta com questõespresentes no dia-a-diados estudantes. Umaenchente na cidade,por exemplo,possibilita essaligação. As criançaspodem ter presenciadoas chuvas ou visto nonoticiário da TV osestragos causados por elas. O fato serve de ponto departida para uma aula sobre o meioambiente e odesmatamento aolongo dos séculos. O mesmoacontecimento dámargem ainda adiscussões sobre como ocorreu aocupação domunicípio ou daregião onde se vive.Enfim, a motivação da turma cresce àmedida que oprofessor dá vida aoseventos do passado eo aluno os relacionacom os problemas do presente.

O que se quer ensinar nessa etapade aprendizagem

Conforme propõem os PCN nos capítulosdedicados à História, os alunos devem desen-volver as seguintes habilidades nas quatro sé-ries iniciais do Ensino Fundamental:

Ao final do primeiro ciclo,o aluno deve ser capaz de:

■ comparar acontecimentos no tempo, ten-do como referência os conceitos de anteriorida-de, posteridade e simultaneidade;

■ discernir algumas semelhanças e diferen-ças sociais, econômicas e culturais existentesem seu grupo de convívio escolar e em sua ci-dade;

■ reconhecer que algumas situações sociais,econômicas e culturais se transformam e outraspermanecem, em seu espaço de convivência;

■ caracterizar o modo de vida de uma cole-tividade indígena, que vive ou viveu na região,distinguindo suas dimensões econômicas, so-ciais, culturais, artísticas e religiosas;

■ estabelecer diferenças entre seu modo devida e o da comunidade indígena estudada;

■ identificar alguns documentos históricose fontes de informações, discernindo suas fun-ções.

Ao final do segundo ciclo,o aluno deve ser capaz de:

■ reconhecer algumas relações sociais, eco-nômicas, políticas e culturais que sua coletivi-dade estabelece ou estabeleceu com outras loca-lidades, no presente ou no passado;

■ identificar a ascendência e descendênciadas pessoas que pertencem a sua localidade,quanto a nacionalidade, etnia, língua, religião ecostumes, contextualizando seus deslocamentose confrontos culturais e étnicos, em diversosmomentos históricos nacionais;

■ distinguir as relações de poder, formais oude fato, estabelecidas entre sua localidade e osdemais centros políticos, econômicos e cultu-rais, em diferentes tempos;

■ utilizar diversas fontes de informação –jornais, revistas, noticiário de TV ou de rádio,conteúdos na Internet – para o desenvolvimentoda leitura crítica;

■ valorizar as ações coletivas que tenhamrepercussão na melhoria das condições de vidadas comunidades.

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Relacione o local de nascimento deseus alunos. Peça que pesquisem junto à família asrazões que a levaram a mudar.Pesquise em livros, vídeos e revistas as rotas migratórias no país e no mundo. Compare a históriarelatada por cada um.

da disciplina, essesencontros permitemexplorar em detalhes atéos mais singelos gestosdo dia-a-dia e relacioná-los com eventosgrandiosos do passado.Por exemplo, os alunosficaram fascinados aosaber que, na década de40, as crianças de entãoguardavam os chicletesmastigados paradesfrutá-los no diaseguinte. “Era a época da Segunda GuerraMundial”, contou uma das avós. “Não seencontravam chicletesnos bares e a incertezaquanto ao futuro nos fazia economizar.”A turma, claro, quis saber

que guerra foi essa,quando começou, quemganhou. Meios detransporte, o tamanhodas famílias, os artigosde higiene foram algunsdos assuntos abordados.As crianças trabalharamcomo pesquisadores,observando objetos,entrevistando osparticipantes dosacontecimentos eproduzindo textosinformativos.O texto, nesse caso, foi um painel com umalinha do tempo. Feito comtextos, fotos e ilustraçõesreferentes a cada época,o painel teve também avantagem de reforçar anoção temporal.

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Q uem já nãopensou em deixar

informações sobre opresente para ospesquisadores dofuturo? A idéia fascinatambém as crianças. NoColégio Madre Iva, emCotia, na Grande SãoPaulo, a proposta daprofessora de HistóriaSonja Antiqueira Magride construir e encher

Alunos e cópias dos objetos guardados na cápsula

A 3ª série inventou ojogo Percurso do Tietê,mostrando a poluição do rio. Com sorte,a situação muda

Dados sobre aseleições de 1996foram guardados.Como estará apolítica em 2008?

A pré-escoladeixou asmarcas deseus pés emãos

Viagem a bordo de uma cápsula do tempo ?Como fazer parameus alunos umacomparação entreo Brasil colonial eo de hoje?

Comece discutindocom os alunos asrazões que levaramnosso território acrescer para ointerior entre osséculos XVI e XIX.Dessa forma,poderá estimulá-losa traçar hipótesesde trabalho e, emseguida, buscarcomprová-las peloestudo do processode expansãoterritorial. Serápossível entãodesenvolver anoção de que oterritório do Brasilatual constitui umaconstruçãohistórica, cujasmarcas podem serfacilmenteidentificadas nasdiferenças entre asvárias regiões dopaís. Esses estudosmostrarão que abusca de mão-de-obra indígena, apecuária e amineração, entreoutros exemplos,foram atividadesque expandiram aocupaçãoportuguesa paramuito além dolitoral e dos limitesdo Tratado deTordesilhas,firmado em 1494.

com trabalhos escolaresuma “cápsula do tempo”para ser aberta anosdepois entusiasmou osalunos. A intenção eradesenvolver a noção detempo dos estudantes.

“Nessa faixa etária,entender o que é opresente, o passado e ofuturo não é simplesquanto parece”, explicaSonja. Construída em1997, a cápsula – um

Você pode ir maisfundo em suas aulas de História

A proposta dos PCN é que o professor, aolecionar História nos primeiros anos do EnsinoFundamental, trate de três conceitos que esta-rão presentes em todos os anos de escolaridade:o fato histórico, o sujeito histórico e o tempohistórico. Mas atenção: quando o professor re-passa ao aluno o estudo produzido por pesqui-sadores, ele vai adaptar parte desse conheci-mento a seus objetivos. Nesse processo, ele vaise utilizar de uma série de representações so-ciais do mundo e da História. Ou seja, estaráescolhendo uma concepção de História paratransmitir aos alunos.

O professor, por exemplo pode traduzir parao aluno a noção de fato histórico num aconteci-mento como uma festa cívica ou o ato de umherói. Ou pode ensinar esse mesmo conceitopor meio de ações humanas significativas. De-pendendo das escolhas didáticas, pode-se res-tringir o fato histórico às atitudes isoladas deum ou outro personagem ou interpretá-lo demaneira mais abrangente, em que estão incluí-das as ações que envolveram vários setores dasociedade, como criações artísticas, influênciaseconômicas, ritos religiosos ou adesão populara alguma idéia.

A guerra de Canudos, que ocorreu no sertãoda Bahia em 1897, por exemplo, foi sem dúvidaum fato histórico. Ali, 30 000 pessoas morreram,entre soldados e sertanejos. O episódio é inter-pretado como resultado das lutas entre um imen-so grupo de sertanejos conduzidos pelo líder re-ligioso Antônio Conselheiro e as tropas do re-cém-criado Estado Republicano.

Ocorreu isso, sim, mas houve mais. Em Ca-nudos encontraram-se vários conflitos da socie-dade: lá estavam desempregados pela crise na la-voura canavieira, militares que disputavam o po-der com políticos civis e o medo republicano deum levante para restaurar a Monarquia.

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Construir linhas do tempo deixa maisclara a sucessão dos fatos históricos esuas interações. Qualquer aspecto daHistória pode ser representado assim.A mudança nos transportes na cidadeem que se vive – as carroças, o bonde,os ônibus – pode ser feita facilmente.

tubo de PVC guardadodentro de uma caixad’água – só será abertaem 2008, quando ocolégio fará trinta anos.As crianças colocaramali seus planos paraquando crescerem,previsões sobre adespoluição do Rio Tietê(que corta São Paulo) esobre o futuro dos sem-terra, entre outrosdocumentos.

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Alunos da Castro Alves pesquisam na biblioteca daescola: matéria-prima para telejornal

“Dom Pedro I”dá uma

entrevista aovivo: indecisãoentre Portugal

e o Brasil

?Como trabalhar alocalização dos fatos da História doBrasil colonial nalinha do tempo?

O mais importante nahora de montar a linhado tempo é selecionaros eventos a sermencionados. Não éprodutivo fazer acronologia de todos os acontecimentosimportantes doperíodo. O critério de escolha deve serdefinido pelo tema aser desenvolvido emsala pelo professor.Além disso, osepisódios destacadosna linha do tempodevem ter umsignificado para oaluno. Se o tema dasaulas for, por exemplo,a divisão do Brasil emcapitanias hereditárias,uma notícia sobre oMovimento dosTrabalhadores RuraisSem Terra pode dar àcriança o sentido que a envolverá nas aulas.Na linha do tempo,relacione a chegada de Martin Afonso deSouza ao país e outrosfatos que mostremcomo o governoportuguês dividiu oterritório. Um exercíciodesse tipo deixa claropara os estudantes queo Brasil, desde quandoera colônia, tinha noslatifúndios suaprincipal forma deocupação.

O tempo corre em velocidadesdiferentes

Os conceitos de sujeito histórico e tempohistórico também podem ser tratados de ma-neira tradicional ou inovadora. Sujeitos histó-ricos são personagens como Tiradentes, Getú-lio Vargas, Bill Clinton, reis, soldados, escra-vos, patrões ou trabalhadores que foram fun-damentais em determinado tempo históricopara o desenrolar de um fato histórico. O pro-fessor não deve limitar-se a ensinar aos alunosos nomes e feitos de personalidades, masmostrá-las no contexto em que sua ação ga-nhou significado. Da mesma forma que a His-

tória não deve ser entendida como resultadoda vontade de alguns indivíduos “ilumina-dos”, o professor não pode passar a idéia deque a seqüência dos conhecimentos é compar-tilhada por toda a humanidade num mesmopercurso ao longo do tempo cronológico. Ca-da nação, povo ou comunidade vive o própriotempo histórico.

O aluno deve compreender que alguns fa-tos históricos têm curta duração, ao passo queoutros levam décadas (às vezes séculos) parase consumar. Um bom exemplo para ilustrartal informação é a Independência do Brasil eos vários planos pelos quais ela pode ser com-preendida.

Na esfera política, a Independência repre-sentou uma mudança de governo, que foi for-malizada no dia 7 de setembro de 1822. No ní-vel econômico, no entanto, as mudanças de-moraram um pouco mais, já que a necessidadede rompimento com a dominação portuguesavinha se manifestando desde 1808. No entan-to, no plano das relações de produção, a Inde-pendência não trouxe alterações significativas.Nas relações trabalhistas, a escravidão aindaduraria 66 anos, até a assinatura da Lei Áurea.

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Para ilustrar a noção de passado,presente e futuro, o professor podeapresentar graficamente o andar dotempo. Por exemplo, num calendárioque relacione as atividades dosalunos, representadas com desenhos,com as horas em que são feitas.

C om ar grave, oapresentador

levanta os olhos dopapel, encara a câmarae diz: “Ontem à noite, oimperador dom Pedro Iradicalizou e fechou a AssembléiaConstituinte”. No quadro seguinte, um comentaristaeconômico, pessimistacom a situaçãonacional, lamenta aqueda dos preços do

O passado vira notícia em uma TV colonialaçúcar e do algodão eos gastos com a GuerraCisplatina. As câmarassão de papelão. Osapresentadores, alunosda Escola Castro Alves,em Cariacica (ES). Asnotícias saíram daspesquisas feitas nabiblioteca da escola. Noar, a “História Legal”,projeto da professoraEdna Mendes Tavares.A idéia é pedir aosalunos que transformem

o conteúdo ensinado em classe em notíciasapresentadas sob aforma de um telejornal.“Os alunos se sentirammotivados e a atenção ea assimilação dobraram”,garante a professoraEdna, que levou ascrianças à sede dealguns jornaislocais, paraestudar técnicasde redação.Os estudantesprepararam otexto, o cenárioe, depois depesquisar,criaram ofigurino da

época, mesmo que fosse um simples chapéu usado por “dom Pedro I” naentrevista ao vivo em que admitia estar“dividido” entre manter-se leal a Portugal ou lutar pelaindependência brasileira.

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Moda pode ajudar a entender o passado

O s alunos da 3ªsérie da Escola

Municipal ProfessorAugusto Cony, no Rio deJaneiro, estudam astransformações dahistória contemporâneabrasileira observando ovaivém da moda de

?Como possoexplicar a meusalunos a origem daexpressão “santodo pau oco”?

A expressão surgiuno século XVIII, emMinas Gerais. Suaorigem tem relaçãocom uma práticausada para sonegaros impostoscobrados pelo rei dePortugal, que eramelevadíssimosdurante o apogeuda mineração. Paraescapar do tributo,os donos de minas e os grandessenhores de terrasda colôniacolocavam parte desuas riquezas nointerior de imagensocas de santos,feitas de madeira.Algumas delas,normalmente asmaiores, eramenviadas a parentesde outras provínciase até de Portugal,como se fossempresentes inocentes.Por isso, essasimagens acabaramconhecidas como“santos do pauoco”. Esseestratagemaaproveitava areligiosidadeprofunda existentena época e ocostume dos maisricos de manter emcasa altares com os santos de suadevoção.

época. Naatividade sugeridapelas professorasDenise Subtil eDenise Cruz daSilva, as criançaspesquisam em revistas,fotografias, discose entrevistas comparentes asmudanças namoda brasileira e as relacionamcom os fatos quemarcaram o paísnas últimas quatrodécadas.Elas pesquisam e

fazem modelos de roupade papel e organizamum “desfile” commúsicas da época.Os estudantesdesenvolvem o espíritode pesquisa e exercitama capacidade decontextualizar os fatos.

Valorize osconhecimentos de seus alunos

A História é uma das disciplinas que apre-sentam maiores possibilidades de criar situaçõespedagógicas para que o aluno desenvolva suascapacidades intelectuais autônomas e se trans-forme num observador atento da realidade, ca-paz de estabelecer relações, comparações e che-gar a conclusões sobre o tempo e o espaço emque vive. Principalmente porque, dentro das no-vas concepções, ela é matéria viva e deve desen-volver um método específico de comunicaçãocom os estudantes.

O professor pode facilitar o processo deaprendizagem utilizando materiais como rela-tos orais, imagens, objetos, danças, músicas,narrativas, cartas, mitos, lendas, construçõesarquitetônicas, utensílios, vestimentas e quais-quer outros itens que possam se transformarem instrumento de construção de conhecimen-to. Ao mesmo tempo, o aluno terá mais facili-

dade em compreender a História se o professorpartir dos problemas locais, em que ele está in-serido (como a escola, sua família, vizinhos ouamigos), fazendo a relação destes com situa-ções regionais, nacionais e mundiais. Porexemplo: a criança poderá aprender sobre te-mas que estão sendo discutidos na sociedadepor meio de debates, leitura e identificação dosproblemas de seu bairro. Com certeza, ela sa-berá propor soluções.

Para que essa dinâmica tenha o maior apro-veitamento possível, recomenda-se que o pro-fessor valorize os conhecimentos, hipóteses emodos de explicar que os alunos já possuem. Es-ses dados devem ser tomados como ponto departida para desenvolver estratégias que permi-tam ampliar o repertório inicial. Também é pro-veitoso que se selecione material de fontes dife-rentes, mostrando ao aluno a diversidade de opi-niões que pode existir sobre o mesmo assunto.Como fechamento da atividade, o professor po-de propor que o tema estudado seja transforma-do em um produto cultural, que poderá ser, en-tre outros, livros, mural, exposição de desenhos,teatro, mapa ou quadro cronológico.

Painel coletivo: trabalho pararetratar a evolução da moda

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Anos 60,época políticaturbulenta: a moda retrata ainquietação jovem

Anos 70:roupas informaiscom influênciahippie e damística indiana

Anos 80:ainda há ecos dadécada anterior,mas o vestuário é mais social

Anos 90: para os alunos, na erada diversidadetoda roupa é bem-vinda

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PCN 1ª a 4ª série - 49

Música, letra e dança, a História no ritmo rap

G rande parte dos moradores

de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, é pobre e se identificacom o rap, música deorigem americana comletra de protesto social.

Tirando partido disso, a professora ValériaGuedes, da Escola daFundação Bradesco, em Ceilândia, sugeriu a seus alunos quetransformassem emraps alguns conteúdos

Meninos de Rua:“(...) no Império eradiferente, todos osmenores viviamcontentes, eles viviamcom seus pais emoravam em fazendaslegais (...)”. As músicasforam apresentadas para toda a escola, eaclamada uma campeã.Este trecho do rap De Volta ao Passado,dedicado ao reinado de dom Pedro I, parecemostrar que os objetivosde Valéria foramatingidos: “(...) o que nós devemos fazer éestudar o passado eaprender, para modificara nossa realidade, e saber de tudo sobre a verdade”.

?Qual é a formacorreta de fazer a divisão dosséculos? Qual seráo último ano doséculo XX?

O modo usual éfazermos a divisãode 100 em 100 anos (de 1 a100): o século Icomeça no ano 1 etermina no ano 100.Contamos a partirdo nascimento deJesus Cristo. Oséculo II se iniciaem 101 e finda noano 200 e assimsucessivamente.Algumas pessoascometem o enganode começar acontagem dosséculos por umhipotético ano zero.É um equívoco, poisnunca existiu anozero. Ao contráriodo que muita gentetambém pensa, oúltimo ano doséculo XX será oano 2000. Somenteno dia 1o de janeirode 2001 é queentraremos de fatono século XXI. Isso quer dizer que só vamos poder comemorar a chegada do novoséculo e o início doterceiro milênio napassagem de 31 de dezembro de 2000 para 1o de janeiro de 2001.

Visitas e excursõestambém ajudam oaprendizado

A obrigatoriedade de saber a lição de cor foidefinitivamente superada em favor deatividades mais significativas e estimulantes,tanto para os alunos quanto para o professor.Visitas a museus, exposições, cidades históricase pesquisas no bairro põem o estudante diantede situações que permitem seu contato comtipos diferentes de informação e a possibilidadede interagir com essa diversidade, para quechegue às próprias conclusões.

Recomenda-se que o professor desenvolvaalgumas atividades antes da realização davisita, para que a classe obtenha o maiorproveito. Ele pode, por exemplo, pedir aos

alunos que façam uma pesquisa prévia sobre olugar que vão visitar, organizar junto com ascrianças um roteiro do passeio, um mapa dolocal e a divisão de tarefas. Também éinteressante que converse com a turma sobre aimportância daquele patrimônio ambiental,histórico, cultural ou arqueológico, decidindoem conjunto as condutas que não interferem nolocal, que pertence a toda a humanidade e não aum grupo específico de pessoas.

Também é importante que, depois derealizada a atividade, o professor faça propostas

para que os alunos organizem as informações.Dê preferência a trabalhos que possam sercompartilhados com outras pessoas. Porexemplo, que tal reunir outros grupos da própriaescola ou familiares, para que os alunos contemcomo foi o passeio e o que aprenderam? Vale apena verificar se há condições para umaatividade como essa.

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Antes de levar sua turma a um lugar histórico, visite o localescolhido. Assim será possível fazerum roteiro de acordo com osassuntos que estão sendo estudadose tornar a visita mais proveitosa.

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Corresponder-se com outros paísespode mostrar aos alunos que fatoshistóricos são vistos com olhosdiferentes. A troca de cartas entreestudantes brasileiros da cidade deSantos (SP) e de Portugal, por exemplo,mostrou que o ensino da História nopaís europeu pouco fala do tráfico de escravos no Brasil colônia.

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Alunos de Ceilândia apresentam um dosseus raps: críticas a questões sociais,

como a dos menores abandonados

escolares. O trabalhocomeçou com aulasexpositivas e a seguirforam feitos debates emsala e pesquisa emtextos paradidáticos.Finalmente, iniciou-se acomposição dasmúsicas. Temas como oPrimeiro Reinado (1822-1831) ou a Escravidãoforam desenvolvidos.Mas o melhor é que osalunos relacionaramassuntos atuais com opassado. Como no rap

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50 - PCN 1ª a 4ª série

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Crianças manuseiam vários tipos de papel:analogia com raças e culturas

?A lguns conceitos de

História parecemabstratos demais edifíceis de explicar aosalunos mais novos. Aprofessora PriscilaCrantschaninov, doCentro Educacional eCultural Vivência, emSão Bernardo doCampo, na Grande SãoPaulo, usa retalhos depapel e fotos parailustrar noções como ade diversidade cultural.“Como as crianças ainda

estão numa fase de raciocínio muitoconcreto, procurei ummaterial que facilitassesua passagem para umnível mais alto deabstração”, explicaPriscila. A atividadecomeça com aprofessora montandoum cartaz com fotos devários tipos humanos:brancos, negros, índios,orientais, famosos,pobres... O que eles têmem comum? São

brasileiros, conclui aturma. Mas são todosiguais? Novo debate, e a resposta é “não”, mas não podemos tratar tais diferençascom preconceito.Em seguida, Prisciladistribui vários tipos de papel: lixa, papel de seda, jornal,cartolina, crepom.

O tempo podeabarcar múltiplasconcepções

O tempo é um dos conceitos mais difíceis deser entendidos no estudo de História, pois podeindicar uma cronologia, a marcação de um pe-ríodo de duração ou o ritmo de organização dedeterminada comunidade, por exemplo. Mas éimportante dar atenção especial a sua com-preensão nessa fase do ensino, porque ele é umpoderoso auxiliar para que o aluno se torne ca-paz de sair do campo do raciocínio concreto pa-ra pensar reflexivamente.

De acordo com os PCN, não deve existir umapreocupação em ensinar formalmente aos alunosessas noções. Isso pode ser feito por meio de ati-vidades que vão diferenciando, aos poucos, osdiversos conceitos e possibilitando a compreen-são da complexidade do tempo. Por exemplo:criar rotinas de atividades, organizando-as emquadros de horários, e agendas é uma boa idéiade atividade que possibilita ao aluno organizar-sede modo autônomo em relação aos acontecimen-tos da escola. Também é interessante fazer o re-

gistro dos dias da semana, do mês e do ano, cha-mando a atenção para datas como feriados, ani-versários e festas, relacionando-os com aconteci-mentos do passado e do presente. Salientar a re-petição dos fenômenos naturais como o dia e anoite e as mudanças nas fases da Lua também éútil para estudar o assunto.

Outra boa idéia é fazer a comparação entrea rotina de trabalho dos camponeses e a da pro-dução em uma fábrica. Com esse exercício, osalunos poderão perceber que o tempo tambémpode ser um ritmo de organização das socieda-des, ordenando as ações individuais e coletivas.

Para chamar a atenção sobre o tempo histó-rico, por exemplo, é sempre bom confrontaracontecimentos do presente com os de outrasépocas. Além disso, os alunos podem se diver-tir identificando nos assuntos que estão estu-dando aqueles que são de curta, média ou lon-ga duração.

Pegando conceitos com a mão

Por que a Guerrados Cem Anosrecebeu esse nome,se ela, na verdade,não teve essaduração?

É verdade: aGuerra dos CemAnos foi um conflitoentre a nobrezafeudal da França ea da Inglaterra pelotrono francês.Naquele período,não existia sequer a idéia denacionalidade. Os países eramconjuntos de feudos.O rei da Inglaterra,por exemplo, tinhafeudos na França.O conflito iniciou-se em 1337 e seestendeu até 1453.Durou, portanto,116 anos, comperíodos de tréguae de luta. Foram osprimeiros manuaisdidático lançadosno século XIX, quedivulgaram a idéiade um século deconfronto, com ointuito de facilitar acompreensão dosestudantes. Parasaber mais sobre oassunto, consulte oslivros HistóriaMedieval, deJacques Heers,Difel/Edusp, SãoPaulo, e História da Idade Média, deC. W. Previtéorton,Martins Fontes,Lisboa.

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Não deixe de falar da história de suaregião mesmo que ela pareça não tertido papel relevante nos eventosnacionais. Toda mudança históricatraz reflexos no cotidiano das pessoas.

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A professoraPriscila e opainel defotos: rostosdiferentes,mas comgrandesemelhança

Em grupos, os alunosmanuseiam o material.Qual o papel maisimportante? Cada umacha que é o dele.No final, concordam que não há comoresponder a essaquestão. “Cada variedadeé única e, muitas vezes,insubstituível na suacaracterística”, concluem.