Histórias da Viagem ao Centro da Pedreira

Histórias da Viagem ao Centro da Pedreira:

1 – A Transformação do Granito --------------- Pág. 1

2 – A Aventura do Basalto ----------------------- Pág. 7

3 – A Vida do Granito ----------------------------- Pág. 13

A transformação

do Granito

A transformação do Granito

Projecto “Viagem ao centro da pedreira” - Página 3 de 18


Era uma vez um Granito que agora é Areia….Sabes como começou esta

história? Vou contar-vos como tudo sucedeu … e tudo aconteceu muito lentamente…!

Há milhares e milhares de anos, no tempo dos dinossauros, quando o Granito

era muiiiiiiito, muito mais novo, conheceu muitos amigos lá no fundo da Terra. Um

deles era o simpático e brincalhão Mármore. Todos juntos gostavam muito de brincar

e de pregar muitas partidas às outras rochas mais velhas.



Quando o Granito atingiu a maior idade, viajou até ao Brasil, num grande

contentor destinado a uma empresa de Pedra Natural. Foi aí que conheceu o seu

amigo Tiago que o levou consigo. Ele utilizou o granito na construção da sua casa e na

decoração das paredes, juntamente com madeira cintilante. O Granito ficou muito

bem e sentiu-se muito feliz por partilhar o espaço com aquela família.

Passado algum tempo, os homens destruíram a casa mas o Granito sobrevivera

e ficara livre para poder partir à aventura.

Decidira partir à descoberta da sua família. Tinha que a procurar para conhecer

as aventuras vividas durante a sua ausência. Depois de muito procurar, finalmente

encontrara-os, ficando junto deles durante longo período.

Com o passar do tempo, com ajuda do vento, da água e das plantas começara a

lenta transformação!... Era agora grãos de areia escura e brilhante… alguns dos meus

minerais separaram-se…



E agora, o que lhe irá acontecer?

Estava a transformar-se….

…em areia.

Estava agora deitada ao sol mas não estava sozinha. Com ela estava toda a sua

família, eram muitos irmãos, todos brilhantes e com muitas histórias para contar.

No verão passado, usaram-na para fazer castelos de areia, também foi um

túnel, uma estrela, um peixe e muitos bolos… mas como era permeável e a água do

mar vinha visitá-los muitas vezes… voltava sempre a ser só areia.

Num dia cinzento e triste, ouviu um barulho estranho que se ia aproximando

cada vez mais. Viu que era um camião, e de repente, sentiu que alguma coisa os levava

para dentro dele. Sentiram muito medo. À medida que se iam afastando da praia

sentiram uma grande tristeza, por deixar o sítio onde tinha vivido tanto tempo.

Foram levados para uma fábrica que produzia bonitas peças de vidro.

Animaram-se logo, afinal a viagem ia continuar.



Sofreram muitas transformações, juntaram uns químicos próprios, foram ao fogo até

os começar a fundir completamente, e por último, deram-lhes a forma de um prisma

retangular.

Sabes o que é agora o Granito?

É um aquário cheio de vida que recorda os dias felizes que viveram na praia.

Continua a ser feliz!

Texto autores: Gonçalo, Ana Miguel e Inês Sá –

Co-autores: Turma do 3º ano da EB1 de Curval

Ilustradores – Turma B do 3º ano Travanca

A aventura do

Basalto

A aventura do Basalto



Era uma vez um Basalto preto que nascera há milhares de anos no interior da Terra.

Era constituído por minerais e rocha magmática com origem na lava de um vulcão.

Num belo dia de sol, o Basalto foi passear com os seus amigos: os granitos, os

mármores, os calcários, os xistos, os arenitos e o sal-gema… pela floresta dos cogumelos

gigantes. Andavam os amigos todos contentes a correr e a explorar as rochas, quando de

repente, apareceu um precipício com um rio lá ao fundo!... Como vinham tão distraídos com a

brincadeira, o Basalto e os seus amigos escorregaram e caíram pela encosta, só pararam nas

profundas águas esverdeadas do rio.



A corrente era forte, então foram arrastados mas ao longe viram e ouviram o som de

uma cascata. Eles ficaram cheios de medo.

- Uau! Uau! Vamos cair. – gritou o Basalto com a voz a tremer….

Nesse mesmo instante viram um tronco de uma árvore gigante a flutuar nas águas e

tiveram uma ideia.

- Vamos todos a nadar rápido e agarramos o tronco com muita força. Ele está próximo da

margem do rio! – disseram os granitos ao mesmo tempo.

- Vamos, força! Força! – gritaram todos.

Agarraram-se todos ao tronco e saltaram para terra firme. Conseguiram sair do rio mas

estavam longe de casa, então decidiram partir para uma longa caminhada.

Ao longo de vários anos caminharam tanto, tanto que se tornaram diferentes, mais

redondinhos e mais macios, até que decidiram descansar numa gruta enorme e longa. Nesse mesmo

instante, todos tiveram vontade de conhecer aquele local, que até lhes parecia familiar.



Começaram por explorar a gruta e procurar o caminho para o seu interior. Carregaram

as mochilas com mantimentos e água e lá partiram …

À medida que iam descendo e entrando pela gruta, encontraram muitos minerais: a

dourada pirite, a brilhante moscavite, o rosa feldspato, e camadas brilhantes e transparentes

de hatite… Que mundo fantástico! Estavam todos maravilhados com os efeitos da luz refletida

nos cristais…



Mas o perigo espreitava,…

… a temperatura começou a subir.

Tudo estava quente! O que estaria acontecer? Ao longe ouvia-se um ruído parecido

com alguém a aproximar-se!?... Quem seria??

Sem reparar, era a lava quente do vulcão que se aproximava cada vez mais. Sentiu o

corpo a aquecer mais e um impulso forte nos pezitos nus.

- Pirite, moscavite… ei… ei… Onde estão? – perguntou o Basalto.

Mas já ninguém respondia.

Foi aí que Basalto sentiu que algo de estranho estava a acontecer. O calor era

abrasador e os mantimentos e água já não eram suficientes para sobreviver.

Sentiu novamente um impulso forte. Estava a voar! Que sensação estranha. Eram

saltos e saltos, saltos tão altos e rápidos que o Basalto até começou a achar piada. Então ria,

ria de admiração e medo…

Assim que avistou o rio, o tal das águas esverdeadas, percebeu que estava a ser

expelido de um vulcão.

- Fantástico! – gritou o Basalto.



E num abrir e fechar de olhos deu consigo todo aos pedaços. Estaria a desfazer-se? Percebeu

então que não, o que tinha nos seus braços eram pequenos minerais, assustados com o

vulcão. Choravam e pediam ajuda. Estavam com muito medo!

Basalto acalmou-os e explicou-lhes que estavam a nascer. Iriam viver muitos e muitos

anos, conhecer outros habitantes do interior da Terra… e transformar-se. Mais calmos,

sorriram e agradeceram.

A vida continuou!

Autores: Miguel Silva; Ana Monteiro

Co-autores: Turma do 3º ano da EB1 de Areosa

Ilustradores: Turma 3º ano EB1 de Travanca

A vida do Granito

A Vida do Granito

Projecto “Viagem ao centro da pedreira” Página 14 de 18

A vida do Granito

Era uma vez um granito que era feito de feldspato, quartzo e biotite que vivia no

interior de um vulcão já extinto. Ele pensava que era a única rocha do planeta. Mas não era?!

Só que não conhecia mais ninguém senão os seus irmãos e primos granitos. Estava cansado,

queria partir e conhecer, explorar e investigar.

Começou por procurar nos livros dos avós se havia outro tipo de rocha, e, descobriu

que fora dali poderia descobrir outras rochas parentes de si e talvez não! Falou com a família

e decidiu viajar pelo planeta. Logo pela manhã preparou as suas malas e partiu ….

A Vida do Granito


Mal saiu do vulcão viu uma rocha branca e rosa, muito brilhante a pentear os seus

cachos rosa e negros que percorriam o seu corpo… O granito explorador ficou tão curioso que

perguntou:

- Mas que tipo de rocha és tu?

- Eu? Eu sou o mármore. Não me reconheces? uhmmm!! Não te tenho visto por aqui, é um

prazer conhecer-te menino granito. – disse o mármore em tom de brincadeira.

- És diferente! De que és constituído? – questionou o granito.

- Eu sou constituído por quartzo, pirite e outros minerais mas também tenho calcite – disse

todo vaidoso e continuou. Sou uma rocha metamórfica com origem no calcário e restinhos

(sedimentos) de muitas rochas. Há muito, muito tempo estive muito quentinho e muito

compactado, quando arrefeci, ufs, ufs fiquei assim… , maciça e foliada. Costumo estar em

jazidas longas e grandes onde vivemos os mármores todos juntos. Aqui, em Portugal podes

encontrar-me em maior quantidade em Estremoz, Borba e Vila Viçosa… Conheces estes

locais? Mas com essa mochila parece que andas a viajar? Para onde vais, tu?

A Vida do Granito


- Eu vou conhecer outros tipos de rochas! – respondeu o granito – mas fiquei espantado com

a tua transformação. Ena, sabes tanto!! Queres vir comigo?

Decididos, partiram à procura de outras rochas. Passado algum tempo, chegaram à

selva Africana e ficaram admirados com a paisagem e com a diversidade de animais e plantas

ali existentes.

Estava tanto calor que os dois decidiram apanhar um coco e beber a sua água

refrescante, então aquele calor fazia relembrar a sua infância vivida no vulcão… já estavam

com saudades da casa.

A Vida do Granito


Sentaram-se à sombra e começaram a reparar na paisagem mais ao longe, a rocha

estava transformada, o solo é fino e solto. Quem será? Tem um aspecto tão diferente? Já não

tem tantas plantas e parece tudo seco…

Tinham chegado ao deserto do Saara, com as suas dunas a perder a vista! Aquela

rocha solta e fina que reveste o solo chamava-se areia.

-És tão diferente! Porque és assim? - Perguntou o granito.

- Foi o vento! Aquele malvado soprou tanto que me desgastou ao longo dos anos!

-Então tu, eras como nós? – Perguntou o mármore indignado.

-Sim! Eu era grande! Mas agora que estou mais leve, viajo muito mais! Vivo cada aventura!! E

vocês quem são?

O granito e o mármore explicaram quem eram e o porquê daquela viagem.

-Que interessante, uma viagem cultural! Uma verdadeira exploração…

A Vida do Granito


Os dois amigos despedem-se e fazem-se ao caminho, atravessam o Oceano Atlântico e no

Brasil encontram uma rocha escura como a noite!

- Boa tarde amiga! Nós somos o granito e o mármore.

-Oi! Eu sou o basalto! Muito prazer!

-És tão escura! -comentou a mármore.

- Eu venho do centro da terra como tu granito! Também sou uma rocha vulcânica e

magmática, mas quando o vulcão me expulsa, atinjo a superfície e arrefeço rapidamente!

-Então se calhar até somos familiares!

-Sim talvez… Mas eu sou muito importante que até tenho titânio na minha composição, que é

um metal muito importante.

Como já tinham saudades de casa, do clima e da comida, os 2 amigos resolveram

interromper a viagem e depois retomá-la, quando já tivessem filhos para poder partilhar com

eles a sabedoria desta aventura!

Autores: Vítor Martins; Roberto Cardoso

Co-autores: Turma do 4º ano EB1 de Areosa

Ilustradores: Turma do 3º ano EB1 Travanca

Histórias da Viagem ao Centro da Pedreira

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