Histórias de crianças e infâncias

27
Universidade Federal de Pelotas Material para fins didáticos Professora Taís Ferreira Ver imagens sobre História da Infância em: http://iamachild.wordpress.com/ Histórias de crianças e infâncias

description

Resumo didático com imagens.

Transcript of Histórias de crianças e infâncias

Page 1: Histórias de crianças e infâncias

Universidade Federal de PelotasMaterial para fins didáticos

Professora Taís Ferreira

Ver imagens sobre História da Infância em: http://iamachild.wordpress.com/

Histórias de crianças e infâncias

Page 2: Histórias de crianças e infâncias

Infância como construção socialA emergência do

termo infância, tal qual o compreendemos nos dias de hoje, se dá no século XVI e consolida-se no século XVII.

Antes, as crianças compartilhavam o mesmo mundo dos adultos em todas suas esferas.

Page 3: Histórias de crianças e infâncias

Crianças e adultos compartilhavam os mesmos jogos e brincadeiras, conforme vemos nesta pintura de Brueghel, do século XVI.

Page 4: Histórias de crianças e infâncias

Condições de possibilidade da infância modernaA emergência da

infância só foi possível graças a fatores como:

1) imposição do controle da família e da criança, da promoção da vida;

2) instituição da escola como mecanismo educacional disciplinador;

3) normatização da regras para a infância.

Page 5: Histórias de crianças e infâncias

Crianças = adultos em miniaturaA ideia moderna de

infância surge no Renascimento (séc. XV) e consolida-se no Século das Luzes (XVIII), com o Iluminismo.

Até o século XVI, as crianças eram vistas como “adultos em miniatura”, não há um espaço separado para o “mundo adulto” e o “mundo infantil”.

Na pintura de 1490, A Virgem, o menino e o anjo.

Page 6: Histórias de crianças e infâncias

Tríptico da Etiópia, retratando Jesus Menino: na Idade Média e Renascimento, crianças eram retratadas nas temáticas religiosas.

Page 7: Histórias de crianças e infâncias

Carlos II da Espanha. No século XVII, somente crianças nobres tinham tratamento diferenciado e recebiam educação formal.

Page 8: Histórias de crianças e infâncias

História da infânciaA partir do século XVII,

na França, a criança passa a ser associada à fragilidade, dependência e inocência. Emerge um “sentimento de infância” e o governo dos infantis, ou seja, impedir a morte e promover a vida.

Diário do pequeno princípe Luís XIV serve como base para os estudos sobre a história da infância de Phillipe Ariés.

Page 9: Histórias de crianças e infâncias

Luís XIV bebê com as mãe, Ana da Áustria e quando assume a coroa e torna-se rei da França, aos 13 anos.

Page 10: Histórias de crianças e infâncias

As meninas, de Velásquez: a nobreza e a infância vigiada

Page 11: Histórias de crianças e infâncias

Crianças nobres no século XVII

Page 12: Histórias de crianças e infâncias

Maternidade e cuidados com a criançaSó a partir do século XVIII

as mães passam a ser vistas como “cuidadoras” dos filhos, surge a noção de “amor materno”.

As amas de leite são substituídas pelas mães no cuidado das crianças, e as primeiras acusadas de promulgar os maus-hábitos e falta de saúde nas crianças.

A noção de higiene e cuidados com as crianças passa ser central.

Na foto, mucama em Salvador, em 1870.

Page 13: Histórias de crianças e infâncias

A criança como o centro das atenções maternas e familiares

Page 14: Histórias de crianças e infâncias

Paparicação e educação: o bom selvagemSentimento de

paparicação e compreensão das crianças como dependentes dos adultos.

A criança vista como “bom selvagem” (Rosseau), doce e dependente, é necessário educá-la para civilizá-la.

A criança como o começo e a origem do adulto, ou seja, a vida adulta é o objetivo final.

Page 15: Histórias de crianças e infâncias

Família moderna A família moderna impõe-se

como instituição social no Século das Luzes, por volta de 1750, como instrumento privilegiado de controle das populações.

Dispositivos de controle da sexualidade e da higiene, a “mãe higiênica” e o médico da família sabem o que faz bem à criação das crianças burguesas.

A educação primava por tirar as crianças da irracionalidade, levando-as à racionalidade.

Nas classes pobres, o estado encarregava-se das crianças através da Roda dos Expostos e de orfanatos.

Page 16: Histórias de crianças e infâncias

Crianças no início do século XIX: brinquedos de um “mundo infantil”

Page 17: Histórias de crianças e infâncias

Menino grego e brinquedo

Page 18: Histórias de crianças e infâncias

A mesa das crianças: separa-se as crianças do mundo e dos assuntos “adultos”

Page 19: Histórias de crianças e infâncias

No século XIXA escolarização

universaliza a infância: todas crianças deveriam ser iguais, independente de suas realidades.

O governo dos cidadãos se dá pela escolarização.

Conhece-se e estuda-se as crianças, normatiza-se e governa-se as através da captura e disciplinamento das instituições escolares e seus currículos.

Page 20: Histórias de crianças e infâncias

Escola rural do século XIX: corpos dóceis e disciplinados

Page 21: Histórias de crianças e infâncias

Séculos XIX e XX: direitos universais das crianças e nova adultização da infânciaDiferentes modos de

se vivenciar a infância: criança trabalhadora, criança super-protegida,criança-adulto, entre outros.

Na fotos que seguem, crianças em situação de trabalho no século XX.

Page 22: Histórias de crianças e infâncias

Menina burguesa no século XIX

Page 23: Histórias de crianças e infâncias

Menino trabalhador do comércio

Page 24: Histórias de crianças e infâncias

Crianças trabalhando em fábrica, início século XX

Page 25: Histórias de crianças e infâncias

Crianças negras e brancas no Brasil: infâncias diferentes

Page 26: Histórias de crianças e infâncias

Fim da infância?Segundo Neil Postman,

autor de O fim da infância, com o advento dos meios de comunicação de massa (televisão, telefone, etc), as crianças passam novamente a partilhar o mundo dos adultos na segunda metade do século XX.

Hoje, muitas crianças cumprem obrigações e compromissos iguais aos adultos, tanto nas classes baixas como nas classes favorecidas economicamente.

Page 27: Histórias de crianças e infâncias

Criança-adulto?