Histórias de Voluntariado – Clube 10/14 Histórias de Estudo ...

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OLHARES | REVISTA DO CSCM | OUT-DEZ 2008 | 1 Revista do Colégio do Sagrado Coração de Maria de Lisboa Revista trimestral Número 19 Ano 2008 | 2009 Histórias de Voluntariado – Clube 10/14 Histórias de Estudo – Ensino Secundário Histórias de Alegria – Dia da Música

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Revista do Colégiodo Sagrado Coraçãode Maria de LisboaRevista trimestralNúmero 19Ano 2008 | 2009

Histórias de Voluntariado – Clube 10/14Histórias de Estudo – Ensino SecundárioHistórias de Alegria – Dia da Música

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Cada história, um desafio.

É uma coisa boa em que devemos tentar ganhar. Ma-falda Abade, 1ºA

Ser a maior do colégio. Maria do Rosário, 2º B

É uma pergunta, um novo elenco. Ana Catarina Bap-tista, 3ºA

É uma coisa boa em que devemos tentar ganhar. Joa-na Soeiro, 4º A

Uma coisa nova, um pouco difícil. Álvaro Louro, 5ºD

Ter 5 a todas as disciplinas. Guilherme Ramos, 6ºA

Uma coisa difícil de fazer, e que eu me esforço para concretizar. Francisco Morgado, 7ºB

Uma coisa nova. Teresa Gonçalves, 8ºE

O desafio é uma dificuldade. Catarina Matias, 9ºB

Algo difícil. Ana Isabel, 10ºB

Um objectivo a concluir. Beatriz Mascarenhas , 11ºC

É algo que envolve a possibilidade de não conseguir ser feito. Gustavo Cruz, 12ºE

Ser feliz enquanto Mãe, Esposa, Mulher, Professora, Colega e Amiga. Cristina Fonseca, prof.

Um desafio nos dias de hoje passa por ser um sinal de esperança para todos e por dar sentido a tudo o que fazemos. Irene Esteves, prof.

Nos nossos dias e... na minha idade...Um dos grandes desafios é chegar o mais perto pos-sível do 36! Perceber que o 8 não compensa e que o 80 não realiza. Maria do Carmo Feio, Não-docente

Um desafio nos nossos dias é conseguir ultrapassar todos os problemas e dificuldades com que nos de-paramos no nosso dia a dia, não esquecendo os nos-sos princípios de cristãos. Ana Rainho, Não docente

Um desafio coincide com algo de extraordinário e difícil, com um enfrentar de situações com-plicadas. Referimo-nos a de-safios quando pontualmente experimentamos algo novo, ou quando, por fim, alcançamos um sonho ou um objectivo pelo qual lutámos e no qual nos em-penhámos durante longo tem-po. Assim, associamos frequen-temente a dita palavra a um con-fronto extenuante ou a algo que, como se costuma dizer, “nos dá água pela barba”. Já todos rece-ámos ou desejámos os desafios que se sucedem na nossa vida e percebemos que os mesmos nos fazem evoluir como pesso-as, nos impelem a fazer mais e melhor do que alguma vez pen-sáramos conseguir, nos indicam o caminho da superação pes-soal. Empenhamo-nos quando temos um pela frente e espan-tosamente surpreendemo-nos a nós e aos outros quando abra-çamos um que parecia impossí-vel. Inovamo-nos por dentro e crescemos como seres huma-nos. No final sentimo-nos mais felizes.

Para diferentes idades sur-gem diferentes desafios.

Assim, durante a infância um desafio poderá apenas ser consti-tuído por uma corrida no pátio da escola ou pela aprendiza-gem de um simples conteúdo na sala de aula. O sucesso e as boas notas parecem, muitas vezes, encontrar-se por trás de uma imensidão de obstáculos que tentamos derrubar: não é fácil manter a atenção nas au-las, não exagerar na conversa com o colega do lado ou ter as matérias em dia. Por outro lado, poder contar com as novas tec-nologias, sem que nos sintamos totalmente dependentes delas, também é um desafio para os mais novos. Neste caso, enfren-tando a vontade de estar em permanente contacto com as mesmas. Redescobrindo que há imensas coisas para além delas, e muitas coisas a que nunca res-ponderão com tanta qualidade como nós próprios. O que fazer quando não podemos ver TV, quando não temos acesso a um computador ou perdemos a playstation? Será por certo difícil para muitos de entre os mais novos encontrar uma resposta a esta pergunta.

No período da adolescência, a terra em que crescemos ferti-liza naturalmente para que os desafios floresçam sem limite. Almejamos deixar a nossa mar-ca, lutar para que não sejamos só mais um. Queremos ser origi-nais e ao mesmo tempo iguais a todos os outros. Fazer parte de um grupo e conciliar os resul-tados escolares com a vastidão de tudo o resto. Neste tempo de mudança, desafio também passa por perceber quem so-mos e o que é fulcral na nossa vida para que possamos tomar decisões fundamentais. Há mui-to por onde apostar. Pensemos, por exemplo, na dificuldade diária que é travar o louco de-sejo consumista que nos leva a pedir e a comprar tudo e mais alguma coisa sem que paremos para pensar no significado e uti-lidade que tem cada uma delas. Ainda na adolescência, numa al-tura em que desejamos alargar os nossos horizontes e ver mais além, torna-se um desafio per-ceber a diferença e a heteroge-neidade do outro, do mundo.

Quando chegamos à idade adulta, os desafios parecem multiplicar-se. É preciso ser ca-paz de ser tudo: pais, mulheres, maridos, profissionais, colegas e amigos. Despenhou-se o mun-do em cima das nossas cabeças. Da mesma forma que queremos chegar a todos e estar com to-dos, pela obrigação ou simples prazer que isso nos dá, temos saudades do tempo em que tínhamos mais tempo e podía-mos dispor dele como quisés-semos. Pois é!! Repetimos de-sesperados a palavra tempo com a esperança vã de que esta se reproduza à mesma velocidade dos nossos afazeres. Também queremos ser um sinal de espe-rança para os outros, dar senti-do a tudo o que fazemos, conti-nuar a viver seguindo os princí-pios que julgamos mais válidos e justos. Um desafio passa hoje por sermos capazes de sentir a felicidade de mais um ano que passou porque vivemos bem connosco e com os outros, pois demos o que foi preciso e rece-bemos algo que nos proporcio-nou alegria e prazer.

Catarina Carrilho, Coord.

Para mim, uma história é deixar a imaginação voar entrando na mesma, transformando-nos na nossa personagem favorita, sentindo aquilo que sente. É descobrir e aprender. Leonor, 16 anos

É algo que todos gostam de saber, com um recheio de lendas, emoções, vivências mas, acima de tudo, memórias. Com as histórias podemos compreender melhor o que acontece na nossa vida e criar nós pró-prios a nossa história. Catarina, 17 anos

Conjunto de ideias, desejos, imagens, sonhos que juntos formam uma narrativa contínua. Alexandre, 18 anos

Uma história é um conjunto de palavras para serem contadas, tem coisas inventadas e coisas reais. Bruno, 13 anos

Uma história é o que me acontece todos os dias! Joa-na, 11 anos

Eu gosto de ouvir histórias, mas não tenho muito jei-to para as contar ... Pedro, 10 anos

Sempre que oiço uma história é como se estivesse lá dentro, gosto mais de ouvir do que contar. Carolina, 12 anos

As histórias que eu mais gosto são contadas à noite, nas férias, pelos meus pais e pelos meus tios. Sofia, 8 anos

As minhas história preferidas são de piratas e quando mas contam, eu posso ser um deles e não faz mal. Gonçalo, 5 anos

É uma sequência de factos, reais ou inventados, que podem ser contados ou lidos. Rui, 11 anos

Nas histórias da minha avó, ela deixa-me ser o que eu quiser. João Pedro, 5 anos

As histórias quando são boas, deixam-nos fugir à rea-lidade. Madalena, 14 anos

Diferentes idades

Múltiplos desafios

O que é um desafio?O que é uma história?

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Cada história, um desafio.

As palavras não nos pertencem ou, provavelmente, perten-cem a todos nós.

Foram ditas há muito tempo pela Mère S. Jean e chegam-nos através de uma carta que escreveu a 5 de Dezembro de 1849.

Passados tantos anos, fomos à descoberta destas e de outras palavras da Mère S. Jean, até agora para a maioria de nós uma ilustre desconhecida, para lhe descobrirmos traços de personalidade e de fé. Ao longo deste ano, todo o Insti-tuto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria e, por isso, também o nosso Colégio, lançou-se na aventura de procu-rar conhecer melhor esta mulher que ajudou o Pe. Gailhac a edificar o Instituto.

2009 é o ano em que comemoramos 200 anos sobre o nascimento de Appolonie Pélissier (era assim o nome de baptismo da Mère S. Jean). Filha de uma família abastada, viveu mais ou menos até aos vinte anos com os pais, depois foi casada com Eugène Cure até perto dos 40 anos, altura em que ficou viúva. O Pe. Gailhac era amigo da sua família e depois da morte do seu marido resolveu ajudá-lo nas suas obras. A 24 de Fevereiro de 1849, Appolonie dá início à pri-meira comunidade de irmãs do Sagrado Coração de Maria e passa a chamar-se Mère S. Jean.

As primeiras irmãs, como as actuais, não a esqueceram e sabem bem da sua impor-tância na vida do Instituto. Isto apesar dela não se dar muito a conhecer nem dela ha-ver grandes dados bibliográficos, que quase se limitam às cartas que ia trocando com o Pe. Gailhac durante a sua vida de religiosa. No entanto, não é difícil, através dessas pa-lavras ou de um ou dois retratos a que va-mos tendo acesso, descobrir-lhe traços de

determinação, coragem, uma fé a toda a prova, uma alegria imensa por Deus contar com ela e por se pôr ao seu serviço, um amor aos mais necessitados e ao Instituto que ajudou a fundar.

Passados 200 anos, a Mère S. Jean não se nos apresenta como um dado da história, mas antes como um exemplo que interpela e desafia a viver na alegria da união a Deus. Talvez (!) por isso, tenhamos escolhido como Tema do Ano para o nosso colégio: Mère S. Jean – Uma história... um desafio.

Queremos, à medida de cada idade, ir descobrindo a his-tória desta menina – mulher – irmã que tornou seu o lema: Para que todos tenham vida!

Queremos, a partir desta personagem do seu tempo, descobrir desafios para o nosso tempo!

Acreditamos que ela não se resume a uma pintura ou a parte da história. Acreditamos que chamando-lhe Madre Joãzinha (como os meninos do pré-escolar) ou, correcta-mente, Mère S. Jean (como os mais velhos), é possível apren-der dela uma total entrega a Deus que só se efectiva em duas vertentes inseparáveis: a oração e a entrega aos outros. Na vida da nossa co-fundadora é bem evidente que uma vida

de oração leva a uma vida de acção.Vivemos um ano de festa pela Vida da

Mère S. Jean! Em Fevereiro de 2009, havemos de nos

juntar (irmãs, colaboradores, famílias, ami-gos) dos quatro cantos da Província Portu-guesa em Fátima para juntos celebrarmos o seu nascimento. Até lá, vamos crescendo na descoberta da sua vida e da sua fé.

Luís Pedro de Sousa, Coord.

A História de uma vida desafianteComo é feliz toda a pessoa que está unida ao seu Deus

Este ano, o desafio está lançado!

Celebramos, este ano, os duzentos anos do nascimento daquela que foi cofundadora do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria. A sua vida, obra e legado impulsionam-nos a levar por diante muitos dos ideais, iniciativas e projectos até agora em estado de sonho. Algumas das iniciativas começadas neste ano tomam muito tempo e trabalho, algum visível e outro que passa muito escondido, mas igualmente importante e indispensável para a concretização de novos e antigos projectos.

As características pessoais da Mère St Jean, de unificadora, perseverante, visionária, competente administradora, constituem para nós exemplo e força de acção.

Este ano lectivo nasceu o Clube 10/14, na Paróquia das Galinheiras, sob a orientação do Centro Jean Gailhac, do nosso Colégio, com a colaboração das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, concretamente, da nova comunidade Mère St Jean, criada este ano ano, e de docentes do nosso colégio. Possibilitar um melhor desempenho escolar, proporcionar actividades enriquecedoras, como a Educação Física, a Expressão Dramática e a Expressão Plástica, a crianças mais desfavorecidas, está mesmo a ser um desafio. A ajuda a algumas famílias do Bairro da Quinta do Mocho,também está a tornar-se uma realidade sistemática e não esporádica. A Bolsa de Emprego também tem cumprido o seu propósito, criando trabalho para algumas pessoas.

A ajudar a tudo isto, a renovação do site do colégio mostra-se um importante meio de comunicação entre o colégio e as famílias, bem com todo o exterior. É lá que passa muita da informação necessária ao bom desenrolar de muitos projectos e causas, e é por lá que nos chegam muitas ajudas e respostas. Esta actualização traduz, também, a actualidade e espírito de inovação da Mère St Jean.

As campanhas de Natal deste ano traduzem alguns dos projectos solidários em que todos estamos envolvidos, como sendo os enxovais para a Maternidade Alfredo da Costa, a recolha dos brinquedos para Camarate e para as Galinheiras, de produtos de higiene para os Refugiados, entre muitas outras coisas, como a realização de um mega cabaz de Natal, entre outros bens necessários, angariado pelos funcionários e colaboradores do colégio, para os idosos das Irmãzinhas dos Pobres.

Nesta revista damos eco do prosseguimento dos estudos dos nossos alunos mais velhos que ingressaram no ensino superior e que novos desafios estão a viver, depois de quinze anos no colégio.

O investimento na Língua Portuguesa e os textos escritos pelos nossos alunos, textos de opinião, com olhar crítico e construtivo, traduzem vontade de mudança e melhoria na nossa pequena/grande aldeia global. Com capacidade de reflexão, análise e poder argumentativo, sustentando opiniões válidas, de quem se quer interveniente na sociedade, assim se mostram os nossos alunos.

Temos, entre nós, origens e culturas diferentes, hábitos e costumes diversos daqueles que nos são familiares. Neste número da nossa revista, damos a conhecer algumas dessas culturas, na primeira pessoa, para que ao conhecê-las um pouco melhor possamos alargar o nosso mundo e compreender melhor os outros, integrando-os na nossa, não por tolerância, mas porque têm efectivamente o seu lugar na nossa comunidade, tal como todos nós. E aqui podemos estabelecer um paralelo com as primeiras comunidades RSCM. Religiosas de diferentes nacionalidades e culturas, reunem-se num só espírito para dentro dos seus países, e além fronteiras, trabalharem em favor dos que mais precisam. Ainda hoje temos RSCM em muitos paises espalhados pelo mundo, de diversas origens e culturas e com ministérios diferentes. Estando onde são mais precisas, para que todos tenham vida.

Este é um ano de desafios, mudanças, de muitas propostas novas e novos trabalhos. Para receios e inseguranças não há tempo, e tal como dizia a Mère St Jean (...) tenho a certeza de que Deus nos protege, para que o trabalho do Bom Pastor possa avançar a passos largos(...).

Desejo a toda a comunidade educativa um Santo e Feliz Natal e um Novo Ano repleto de Paz!Com amizade,

Margarida Marrucho Mota Amador, Directora Pedagógica

Esses múltiplos Olhares

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15 de OutubroO dia em que celebramos a alegria de sermos nós!No dia 15 de Outubro, o Colégio fez anos.

De manhã, todos os alunos e professores foram à Eucaristia, na Igreja. O Padre falou de pensarmos mais nas qualidades que temos, do que nos defei-tos. Foi uma missa bonita e bem organizada!

Mais tarde, voltámos para o Colégio, onde algu-mas mães foram falar à nossa sala, da sua experiên-cia como antigas alunas. Houve muitas gargalhadas e perguntas. Percebi como era a vida no colégio quando era interno e momentos de há muitos anos...

No fim, as mães e a avó levaram uma lembrança deste dia, para casa. Acho que gostaram muito des-te dia, tal como eu e os meus colegas!

Catarina Gomes, 8ºA

Foi, também, no dia de aniversário do Colégio, que os alunos finalistas voltaram a casa para re-ceber o tão esperado Diploma de conclusão do Ensino Secundário. Foram recebidos de braços abertos por professores, irmãs e não docentes. Ouviram discursos e quando chegou a vez de usarem a palavra, pela voz da Ana Leonor deixa-ram o seguinte testemunho:

Hoje é um dia em cheio. Reunimo-nos aqui por diversas razões, sendo a fundamental a entrega dos diplomas aos alunos finalistas, agora ingressados no ensino superior. É também o dia em que o Nos-so Colégio comemora 67 anos de vida. E a junção de ambas as comemorações neste dia faz para mim todo o sentido, pois permite-nos perceber que esta escola continua a dar maravilhosos frutos, e que já o faz há quase sete décadas.

Já na Universidade, e apesar de toda a excitação do novo ambiente e das novas pessoas que agora conhecemos, é impossível não sentirmos saudades de tudo o que de tão bom nos foi proporcionado enquanto aqui vivemos. Muitos devem discordar, pois quando relembram as variadas regras que sempre nos foram impostas, queixam-se de falta de liberdade. No entanto, tudo isto foi em prol de um firme ideário que acabou por modelar muitos dos nossos comportamentos, e ao qual um dia ain-da acabaremos por agradecer. Mas provavelmente alguns de vós vão pensar que os alunos de outras escolas sentem o mesmo. No entanto, eu garanto-vos que em muitos aspectos este Colégio é único. As amizades fortes que daqui levamos, a forma como todos nós aqui aprendemos a amar e respeitar o

outro e a nós próprios, a dar sem nunca querer rece-ber, a tolerar e a acolher, só são possíveis graças aos valores que nos foram incutidos por todos os que nos acompanharam ao longo dos vários anos pas-sados neste colégio. Pessoalmente, sinto que mudei muito desde que aqui cheguei. Muitas das causas a que hoje em dia estou atenta, a forma como me interesso por certos assuntos e o modo como lido com as pessoas, tudo isto se deve grandemente aos anos passados nesta casa, junto de todos aqueles que nos ajudaram a desenvolver o gosto pelo co-nhecimento, pelo trabalho, pelas relações humanas, pela dignidade da pessoa, pela vida. A eles temos o dever de agradecer. E penso que falo por todos os alunos quando agradeço, primeiramente, às irmãs, pela fé, amor, extrema dedicação e total entrega que sempre demonstraram. Aos nossos professores, por serem muito mais do que isso: por acreditarem SEMPRE nos seus alunos, por serem disponíveis, interessados, competentes, dedicados. A todos os professores e funcionários, por nos acompanharem, cuidarem de nós, pela simpatia e acolhimento. Por último, às nossas famílias. São elas as principais res-ponsáveis pela nossa formação, sem as quais com certeza não estaríamos aqui. É impossível alguma vez conseguir compensar toda a vida que nos de-ram e continuam a dar.

O facto de este ser um colégio católico não deve ser um factor desprezado. Aqui, sentimos realmente que a vontade de Deus está a ser cumprida, e apren-demos que Ele está mesmo em todo o lado, sendo o seu amor infinito. Os momentos de oração, que sempre nos acompanharam ao longo destes anos, talvez tenham sido os que mais impacto tiveram na nossa forma de vivenciar a fé, pois estes surgiram como momentos de profunda união, de partilha, de sentir que toda a nossa diversidade conflui numa enorme unidade.

É deste ambiente único que sempre me foi pro-porcionado, de autêntico conforto, amor e confian-ça, que mais saudades sinto. Mas é daqui também que levo as melhores recordações. E quando me perguntam de que escola vim, eu respondo, e res-pondo com orgulho.

As lágrimas são inevitáveis, pois há a tristeza de partir, sentindo que estes tempos maravilhosos são irrepetíveis. Mas este não é nem nunca será o meu antigo colégio. Este é o meu, o vosso, o Nosso colé-gio, SEMPRE. E é por isso que, apesar de partir, sem-pre quererei voltar.

A todos os professores e irmãs digo: Bom traba-lho. Apenas peço que continuem a manter os valo-res que nos incutiram, que tanto prezam, e que sem-pre ditaram como vossos. “Para que todos tenham Vida” .. Eu parto cheia de vida: Obrigada!

Ana Leonor Matos

Jesus Cristo, O Emanuel, O Deus Connosco

O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Ma-ria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espíri-to Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor ti-nha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer di-zer: Deus connosco. Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Mt 1, 18-25

Para os cristãos a vida não é uma simples existência, é uma experiência acompanhada. Nunca um cristão deveria dizer estou sozinho, poderá acontecer dizer sentir-se sozinho, o que é bem diferente. De facto, crer em Jesus Cristo é fazer a experiência da inclusão, é romper com toda a espécie de isolamento ou discriminação. O Cristianismo é uma religião de encontro, de relação. Há nesta profissão de fé uma comunhão existencial. É por isso que a Jesus Cristo se atribuirá o nome de Emanuel, o Deus Connosco. Doravante, o Homem só não existe, Deus vive nele e com ele.

Que mistério!?Quantas vezes perguntamos por Ele e, no entanto, Ele ali

está. Quantas vezes o buscamos em tanta coisa, e, no entanto,

Ele é nosso parceiro nessa busca. Será que perdemos a capa-cidade de O perceber “connosco”?

Será que deixámos de ser os felizes, que o seriam se mes-mo não O vendo acreditassem que ele de facto Está? E está de facto, entre nós quando nos reunirmos, nos reunirmos em seu nome, está em cada um, e de modo especial nos mais desprotegidos: o que fizerdes a um destes mais pequeninos é a mim que o fazeis”. ESTAR Com e SER Em, serão concerteza sinónimos do Nosso Deus.

António José Rocha, prof.

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culturalmente...

A riqueza de sermos diferentesO conhecimento de diferentes culturas e o contacto com gente proveniente de diferentes regiões enrique-ce-nos. Torna-nos seres humanos mais completos, mais conhecedores e mais tolerantes. Na nossa nova rubrica – Culturalmente – queremos conhecer um pouco mais a fundo as diferentes realidades culturais que existem no nosso colégio. Para tal, entrevistámos alguns dos nossos alunos.

Para além de Portugal, qual o país com o qual tens uma relação especial?

Chloé e Arthur Galipeau (3º e 1º ano): Com a França. Os nossos pais são franceses.

Ana Li (7ºano): Com a China. A minha família é deste país.

Joana Barros (12ºano): Para além de Portugal, tenho uma ligação especial à Holanda. A minha mãe é holandesa.

Visitas com frequência esse país? Tens lá familiares? Chloé e Arthur Galipeau: Vamos a França mais ou me-

nos uma vez por mês. Visitamos os nossos avós paternos que vivem na zona de Paris. Os nossos tios também vivem lá.

Ana Li: Este verão visitei a China pela terceira vez. A famí-lia dos meus pais vive na região de Pequim.

Joana Barros: Apenas vou à Holanda uma vez por ano, para visitar a família da parte da mãe.

Quantas línguas falas e em que contextos as usas?Chloé e Arthur Galipeau: Falamos francês em casa, na

França, com amigos e com familiares franceses. Na escola e com amigos portugueses, falamos o português.

Ana Li: Falo chinês e português e um pouco de inglês e espanhol. Uso o chinês com a minha família, pais e avós. Na escola, com os meus amigos falo português.

Joana Barros: Falo português e holandês. O português uso-o no meu dia a dia e o holandês apenas quando vou à Holanda. Muitas vezes a minha mãe fala comigo em holan-dês, só que, infelizmente, eu respondo em português.

No Natal, vivem-se as mesmas tradições ou cumprem-se tradições diferentes?

Chloé e Arthur Galipeau: Não existem grandes diferen-ças. Fazemos quase as mesmas coisas que são tradição em Portugal. Normalmente ficamos cá e, às vezes, os nossos avós vêm da França para estar connosco.

Ana Li: Na China, o dia 25 de Dezembro é um dia como qualquer outro. Não há férias nesta altura, os alunos estão nas escolas. Na zona de origem dos meus pais, a religião dominante é o Budismo e não o catolicismo.

Já em Maio, para comemorar o dia do trabalhador, os chi-neses têm uma semana de férias.

Joana Barros: A religião dominante na Holanda é o Pro-testantismo, contudo, a minha família não cumpre tradições diferentes das de Portugal.

Pensas trocar Portugal pelo teu outro país, um dia mais tarde?

Arthur Galipeau: Um dia gostava, mas só quando for muito mais velho.

Ana Li: Não. Gosto mais de Portugal porque é menos po-luído e tem praias.

Joana Barros: Sim. Uma das minhas opções é ir estudar para a Holanda quando acabar o 12º ano. Gosto imenso do país e acho que seria uma experiência muito enriquecedora.

Como se sente um/a jovem que pertence a dois países?Chloé e Arthur Galipeau: É bom porque fazemos muitas

visitas a França e conhecemos bem este país. É uma vanta-gem saber falar duas línguas. Gostamos muito de visitar a Torre Eiffel e a nossa família.

Ana Li: É bom saber falar duas línguas e conhecer a cul-tura chinesa. Posso também ensinar os meus colegas a es-creverem os seus nomes em chinês.

Joana Barros:Acho que pertencer a dois países é algo especial e muito bom. Além de se conhecer duas culturas diferentes, falar duas línguas só tem vantagens.

Clube 10/14Voluntariado: esse movimento do coração!“Que é que leva um voluntário a dedicar a sua vida ao ou-tro? Antes de mais nada esse movimento do coração, que estimula cada ser humano a ajudar o seu semelhante. Trata-se quase de uma lei da vida. O voluntário pressente a alegria, que vai além da acção cumprida, quando se atreve a dar gratuitamente algo de si aos outros.”

João Paulo II CLUBE 10/14….uma ideia que se tornou projecto, um

projecto que ganhou vida… para que esta se estenda a to-dos , na conjugação forte do lema de Gailhac!

Galinheiras…Um lugar nas fronteiras da cidade… como que empurrado para longe do olhar… onde vidas que sobre-vivem percorrem um dia-a-dia sofrido, longe do conforto dos muros da cidade que se avista do alto.

Será esta uma forma livre e desinteressada de con-tribuir para uma cidadania mais efectiva?

Quando o professor Luís Pedro Sousa lançou a ideia e falou na necessidade de voluntários para esta nova cau-sa do Centro Jean Gailhac, achei que estava na hora de dar um pouco mais de mim. Numa pequena dádiva que poderia fazer a diferença na vida de crianças que, sem o nosso apoio, se podem transformar em mais um número das cifras preocupantes do insucesso escolar e da conse-quente marginalidade social.

Estava na hora de dar o meu tempo em vez de bens ou até dinheiro, e receber, em troca, um mundo novo, no exer-cício de melhor forma de cidadania que é a solidariedade activa, o voluntariado interventivo e comunitário.

Será uma aprendizagem constante que nos envolverá obrigatoriamente e à qual nos dedicaremos sem muitos limites. Uma experiência importante que poderemos fazer nas nossas vidas, deixando soltar os afectos e com uma enorme vontade de dar sem pensar receber em troca.

Terça-feira, às 16:15m, toca para a saída dos alunos do 1º Ciclo. O encontro ficou marcado na garagem e é lá que me encontro com as colegas que comigo, nessas tardes, rumam até ao Centro Paroquial das Galinheiras, para nos juntarmos a quinze crianças que esperam o nosso apoio e sobretudo a nossa companhia.

Podemos até pensar que as poucas horas diárias que pas-samos com aquelas crianças não farão muita diferença. Mas no fundo a acção foi importante, tendo sido com agradável surpresa que fomos recebidos por eles, adolescentes em de-senvolvimento, abertos a uma pequena dádiva, entre tantas outras, que são sempre bem recebidas.

O tempo vai passando rápido. É preciso ver os trabalhos, corrigir erros, ajudar a estudar para os testes, ouvir peque-nos desabafos, criar regras, impor ordem…nem é sempre é fácil mantê-los sentados, nem sempre é fácil fazê-los acredi-tar que vale a pena o esforço.

Alguns já não acreditam neles; não acreditam que o mundo lhes vá dar alguma coisa de bom algum dia…estu-dar custa muito e a disponibilidade mental e emocional não favorece o esforço dispendido. Eis uma tarefa que me cabe cumprir…fazer acreditar, dar esperança, fortalecer os espíri-tos, criar soluções!

E, entre uma tarefa e outra, as tardes no Centro vão pas-sando, frias, lá fora, mas dentro das salas o calor humano consegue ir aquecendo os corações daqueles que vão con-fiando em nós.

Ainda é cedo para tirar conclusões, para ter certezas, mas o cansaço sentido em cada terça-feira à noite, renova a mi-nha esperança e o meu sonho numa sociedade integradora de real sucesso, capaz de contrariar aspectos negativos so-ciais, culturais e familiares das crianças e constituir-se como elemento compensador das desvantagens iniciais da vida de grupos socialmente desfavorecidos.

“O voluntariado não se explica, VIVE-SE”! Elsa Coelho,

Prof. e mãe da Mariana e do Nuno

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Um beijo para o Pai NatalEra meia-noite e eu desci do meu quarto e fui para a sala. Na sala, estava um homem de longas barbas e fato vermelho deitado no sofá. Era o Pai Natal! Fiz-lhe cócegas e ele acor-dou.

– Está a sonhar? - perguntei.O Pai Natal respondeu-me:– Não, não estou... eu só estava a tentar sonhar! - disse.Então, eu reparei que o Pai Natal estava triste e pergun-

tei-lhe novamente:– Porque é que está triste?E o Pai Natal respondeu:– Porque não consigo sonhar!Então eu tive uma ideia. Fui ao meu quarto, silenciosa-

mente, e quando voltei trazia uma montanha de livros. Eu li-lhe imensas histórias e desde esse dia em diante o Pai Natal nunca mais deixou de sonhar. No final de tudo eu enviei um beijo para o Pai Natal!

João Magalhães Fonseca, 3.º C

Na véspera de Natal de 2008, em Lisboa, uma antiga e maravilhosa cidade, os seus habitantes pareciam formigui-nhas a entrar e a sair das lojas. As ruas estavam brilhantes como o céu estrelado, onde todas as estrelas cintilavam. To-das? Todas não… havia uma que com tanta tristeza quase se apagara.

Essa estrela chamava-se Safira e ao longo dos tempos percebeu que os Homens se esqueceram da verdadeira mensagem do Natal.

Os homens só pensavam em presentes, em festas e ban-quetes. No dia 24 de Dezembro de 2008, algo inesperado aconteceu… O Pai Natal ficou constipado e não pode entre-gar os presentes. Ainda pensou em pedir aos duendes para fazerem a entrega. Porém, eles eram muito distraídos e po-diam trocar as prendas.

No meio de um espirro, o Pai Natal olhou para o céu e reconheceu Safira. Pediu-lhe auxílio e a estrela como era tão bondosa aceitou o desafio.

O início da viagem foi um pouco turbulento, mas Safira depressa se orientou. A cada presente que distribuía, ficava cada vez mais contente e o seu brilho renascia.

No fim da noite, já quando os presentes tinham sido todos entregues e quando já não estava ninguém na rua, Safira re-parou num menino de aspecto muito pobre, muito mal aga-salhado e triste, e, com a sua luz, tentou aquecê-lo. Safira, com este seu gesto, conseguiu aquecer o menino e como por ma-gia apareceu um presente dentro do seu saco que já estava vazio. A estrelinha curiosa abriu o saco, tirou de lá o embrulho e deu-o ao menino. Este estava agora feliz e bem quentinho.

À Descoberta...do 1º CicloOs Finalistas da Sala Laranja e da Sala Rosa estão a levantar um pouco do véu sobre o que é pertencer ao 1º ciclo, com o objectivo de lhes transmitir uma maior confiança nesta fase de mudança, através do contacto e socialização com colegas mais velhos, e de despertar o interesse e a descoberta pelas diferentes áreas curri-culares.

Ao longo do ano lectivo, cada sala terá a oportunidade de assistir e participar numa aula por disciplina - Português e Inglês, Matemática, Estudo do Meio, Informática, Expres-são Dramática e Musical, Educação Física, Expressão Plástica e EMRC - das turmas ‘A’, ‘B’ e ‘C’ do 3º ano.

A experiência tem sido muito gratificante e já conta com a elaboração de trabalhos em conjunto com resultados mui-to interessantes para todos.

As visitas de parte a parte e a troca de ‘mimos’ no corre-dor já são uma constante…

As nossas salas foram apadrinhadas pelos colegas (e pro-fessores) do 3º ano! Manuela Neto Pascoal, Educadora

“Quando nós formos dos crescidos, já sabemos tudo o que eles fazem” Pedro Soares, Sala Laranja

“Para sabermos tudo o que eles fazem e sabermos res-ponder a tudo o que os professores perguntarem.” Leonor Freitas, Sala Rosa

“Porque assim quando passarem para o 1º ano vão já estar elucidados sobre o que se vai passar.” Carolina Cunha, 3º A

“Para perceberem que as coisas vão ser difíceis, mas di-vertidas também.” Matilde Rebelo, 3º B

“Para nós ensinarmos algumas coisas aos meninos dos 5 anos e assim quando vierem para o 1º Ciclo já se sentem preparados.” Bernardo Faísca, 3º C

Da História de Portugal

As salas dos 5 anos foram à descoberta das nossas raízes enquanto povo, foram conhecer os nossos an-tepassados e fizeram-no através de um projecto com os alunos do 11º ano, contando com a colaboração da professora Luísa Serrano.

Assim, nas últimas semanas, as salas laranja e rosa têm-se enchido de alunos mais velhos, promovendo-se o contacto entre diferentes idades. Para os mais pequenos, o conheci-mento de alguns monumentos emblemáticos da nossa his-

tória, quem os mandou construir e o porquê da sua existên-cia revela-se um desafio interessante. Fazem-no com a ajuda dos mais velhos.

A fase seguinte desta actividade é uma visita de estudo, a qual tem gerado grande entusiasmo.

Uma das visitas que já se realizou foi ao Mosteiro dos Je-rónimos, onde os pequeninos tiveram a companhia de algu-mas alunas de 11º ano que, com prazer, os ajudaram a fazer a visita guiada, fornecendo-lhes preciosa informação.

No geral, tem sido uma experiência muito agradável.Ana Cristina Montoia, Educ.

Enquanto tudo isto acontecia, as pessoas começaram a sair das suas casas em direcção à rua e parecia que um mila-gre tinha acontecido. E aconteceu mesmo! Era um verdadei-ro milagre de Natal.

A estrelinha sentiu-se tão orgulhosa pelo que tinha con-seguido fazer, que o seu brilho era agora maior do que nun-ca e atraía toda a gente em sua direcção. As pessoas junta-ram-se sob a sua luz e tomaram consciência do verdadeiro significado do espírito de Natal! Começaram a abraçar-se umas às outras e partilharam tudo o que tinham.

Ao ver tal milagre a acontecer, a estrelinha voltou para o seu lugar no céu e ainda hoje lá permanece. Na noite de Natal, olha para o céu e repara que a estrelinha Safira ainda lá está a brilhar mais do que todas as outras.

4ºA, B e C

Chegou o Natal! Muitos projectos, muita alegria, muitas tarefas em mão... Mas como a força de vontade é muita e o gosto por desafios nunca é pouco, a turma do 2.º ano A decidiu pôr mãos à obra e dedicar-se a um novo projecto.Tudo começou quando o pai da aluna Inês Morais (o pai dos Bons Dias) contou à turma acerca do concurso RFM / André Sardet. Este cantor lançou recentemente um CD dedicado aos mais pequeninos, intitulado “Mundo de Cartão”. Assim, cada turma poderia concorrer com a construção de um “Mundo de Cartão de Natal”. O projecto vencedor receberia um presente muito especial: um mini concerto de André Sardet dentro da própria sala de aula.O entusiasmo foi grande e começámos de imediato a imaginar o nosso mundo de cartão com as personagens mais mirabolantes e as construções mias magníficas e imponentes... No dia seguinte, a nossa sala de aula foi invadida por caixas, caixinhas, rolos e embalagens. Já não podíamos voltar atrás e pouco a pouco foi surgindo de pequenos pedaços de papel e cartão um mundo fantástico, através da magia incansável que vem da imaginação e da vontade de fazer mais das crianças.Agora que já sabemos os resultados e não fomos os vencedores sabemos que valeu a pena de qualquer das formas. Temos a sala mais bonita e preparada para o Natal, com o Menino à espera de nascer outra vez nos nossos corações.

A turma do 2ºA

notíciasdo pré-escolar

notíciasdo 1º Ciclo

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“O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho.”

Ramalho Ortigão, in As Farpas, 1871

No final do século XIX, Ramalho Ortigão descrevia Portugal como um país sem «inteligência e consciência moral. (…) A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.»

Volvidos mais de cem anos, em pleno século XXI, a conjuntura nacional e internacional tem lançado muitos para as franjas da sociedade. Vulgarmente conhecidos por marginais, muitos são inquilinos nocturnos das arcadas do, outrora nobre, Terreiro do Paço, ou até mesmo à porta no nosso prédio; outros, orientam o cidadão comum a conquistar um lugar de estacionamento, em troca de umas moedas que, amealhadas ao final do dia, permitem satisfazer o vício. Mas, para lá dos olhos da cidade, existem tantos outros marginais, invisíveis, cujas portas de casa encerram uma vida de prolongadas incertezas.

Urge educar para o dever cívico de ser solidário, de agir a favor dos outros, de dar um pouco do tempo que temos, do conhecimento que possuímos. É na generosidade de DAR que tomamos consciência do quanto ganhamos.

A época natalícia é apenas um pretexto para (re)animar as campanhas de solidariedade, e com elas promover uma atitude atenta e interventiva junto das crianças do 2º Ciclo, cujo SORRISO e BRILHO no olhar são a maior prova de generosidade.

Ângela Malheiro, Prof.

Neste Natal queremos ser mais SolidáriosQueremos estender as mãos sem olhar a quem. Por mais

complicado que possa parecer, queremos dar sem medo e nada receber. Queremos ver o mundo com os olhos do coração. Não nos queremos esconder atrás das cortinas… de palavras quando alguém estende a mão.

Neste Natal, ao jeito de Jesus, Padre Jean Gailhac e Mère Saint Jean queremos Dar a mão e ter cada um, como irmão.

Armindo Rodrigues, Prof.

Aproveitar onde sobra para distribuir onde faltaEstas são apenas algumas das palavras que descrevem a generosidade com que a nossa Comunidade Educati-va participou em mais uma jornada do Banco Alimen-tar.

Muitos foram os Encarregados de Educação, irmãs, professores e alunos que abdicaram de um fim-de-semana

Ao encontro de gente que não se detém perante obstáculos pessoaisAs turmas do nono ano realizaram os seus Encontros de Formação sob o tema do ano, “Mère S. Jean, uma história, um desafio”, orientados pelo professor Nuno Cocharro, de EMRC, e respectivos Directores de Turma.

Assim, da parte da manhã, após uma breve oração, os alunos dramatizaram as várias fases da vida da Mère S. Jean, co-fundadora do Instituto das Religiosas do Sagrado Cora-ção de Maria, destacando os desafios que esta aceitou e as-sumiu como sua missão.

De seguida, foi-lhes lançado o repto de responderem aos desafios da vida actual, em termos pessoais e enquanto cidadãos, tendo cada aluno delineado e assumido os seus compromissos.

Após o almoço, os alunos visitaram a CRINABEL, uma Ins-tituição de Ensino Especial e Solidariedade Social cujo ob-jectivo é a educação, reabilitação e integração de pessoas com deficiência no seu desenvolvimento intelectual.

Aí, os alunos tiveram uma visita guiada pelas diversas áreas das actividades desenvolvidas nesta Instituição, da Estação-Auto à Carpintaria, da Lavandaria à Jardinagem, da Manutenção e Limpeza à Organização e Administração, sem esquecer a Hotelaria.

Perante o empenho e o esforço constantes dos jovens da CRINABEL, que diariamente enfrentam o desafio de ul-trapassarem as suas deficiências, os nonos anos imediata-mente aceitaram ajudar esta Instituição, dedicando-lhes a sua Campanha de Natal.

Acima de tudo, a visita à CRINABEL deixou uma marca in-delével em todos nós, um respeito ainda maior por aqueles cujos obstáculos pessoais não os detêm, sendo um exemplo de coragem e determinação a seguir.

Luísa Policarpo, prof.

Semana Verde A tradição sempre renovada

É já uma tradição! A semana verde decorreu mais uma vez, no início do ano lectivo entre os dias 2 e 4 de Outu-bro.

Desta feita, foram batidos todos os recordes de partici-pação. Mais de 60 alunos tiveram oportunidade de disfrutar das excelentes instalações que o Campo Aventura em Óbi-dos disponibiliza e passar três dias de intensa actividade físi-ca, aventura, diversão e amizade.

Este ano deparámo-nos com uma agradável surpresa, o campo aventura estava renovado com mais espaço para alo-jamento, o que proporcionou maior conforto.

Os nossos alunos tiveram oportunidade de realizar diver-sas actividades como a espeleologia, o slide, a escalada, o sempre apetecível paintball, entre outras. Até os professores realizaram as já famosas High Ropes, uma estrutura de pon-tes de cordas colocadas a 6 metros de altura.

De ano para ano, a adesão e o entusiasmo, por parte dos nossos alunos a esta “semana”, têm sido cada vez maiores, o que dá ao Departamento de Educação Física e Desporto grande confiança na continuidade desta iniciativa. Estamos já a trabalhar no próximo ano!

notíciasdo 3º Ciclo

notíciasdo 2º Ciclo

B A N C O

S O L I D A R I E D A D E

A L E G R I A

T E M P O

E M P E N H O

E M P E N H O

T R A B A L H O

A J U D A

C A R I N H O

de lazer ou do aconchego da sua casa para que outros possam ter um pouco mais de conforto.

O Banco Alimentar tem como objectivo evitar o desperdício de alimentos fazendo-os chegar às pessoas que têm fome. São recebidos toda a qualidade de géneros alimentares, ofertas de empresas e particulares, em muitos casos excedentes de produção da indústria agro-alimentar e excedentes agrícolas que são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e segurança alimentar.

A estas dádivas acrescentam-se os produtos oferecidos por particulares nas campanhas de recolha efectuadas nas grandes superfícies comerciais, sendo distribuídas, ao longo de todo o ano, pelas instituições caritativas e humanitárias espalhadas por todo o país.

Para além da entrega gratuita de alimentos, o Banco Alimentar acompanha e partilha a acção das instituições no sentido de lutar contra a exclusão social.

Quem não teve oportunidade de participar desta grande festa da solidariedade esteja atento pois as campanhas realizam-se duas vezes por ano: em Maio e Dezembro.

Aproveitemos o lema do Banco Alimentar e façamos o mesmo com os nossos materiais escolares:

Aproveitar onde sobra para distribuir onde falta,para que todos tenham vida.

Fátima Silva, Prof.

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Viagem de finalistas ou a história de momentos passados entre amigos que dão verdadeiramente sabor à vida

Por onde começar a descrever o indescritível? Talvez por Munique que foi o início da viagem de finalistas de 2008 e 2009. Apesar de só termos ficado lá durante 2 dias, Muni-que cativou-nos pelo seu ar puro, a sua história e os seus monumentos. O Palácio de Verão do Rei foi certamente o local mais interessante visto nesta cidade, onde podemos vislumbrar um enorme e magnífico jardim e tirar fotografias aos muitos cisnes brancos que por ali passem, o que é uma prova de coragem, pois ninguém sabia quando poderão atacar. Munique é uma cidade cheia de vida, com imensos parques para bicicletas e edifícios imponentes baseados em estilos antigos.

Apesar de não corresponder exactamente à nossa visão do castelo gigantesco que tínhamos imaginado dele, o cas-telo de Neushwanstein (castelo de Pedra do Cisne) transpor-tou-nos, assim que entrámos nele, para o interior da mente fantasiosa de Luís II da Baviera. Atravessámos a materializa-ção dos sonhos heróicos do rei com os olhos presos no deta-lhe e incrível elegância do interior do castelo que retratavam as aventuras de Siegfrid, Parsifal e outros modelos do rei.

Depois para quebrar os sonhos inspirados por este caste-lo entre árvores, lagos e montes descobrimos que a viagem até Praga demoraria 5 horas! Podemos dizer que o autocarro se tornou o nosso companheiro inseparável de todos os mo-mentos. Quando chegámos à cidade não conseguimos ter o mínimo olhar sobre ela pois já era uma noite cerrada e fria. No entanto, Praga não nos desapontou em ponto algum.

inútil os 90 minutos seguintes seriam. Não é que, para meu espanto, as coisas tornaram-se interessantes? Existia uma certa ligação entre os senhores que nos despertaram para o lado bom da vida, enquanto os escutávamos atentamen-te. Lentamente, mas seguramente, os alunos e professores iam sendo moti-vados para seguirem um novo estilo de vida que poderia levar a novas opor-tunidades, novos objectivos e novas soluções. Era tempo de deixar de olhar para baixo, tempo de deixar de pensar se estamos perdidos ou não, olhar em frente e começar a caminhar.

Tenho que ser sincera. Pequenas mudanças fazem a diferença, princi-palmente quando estamos a falar da maneira como vivemos a nossa vida! Agora, que estou a escrever este artigo, questiono-me porque tive de me armar em parva e levantar o braço quando a professora estava à procura de voluntá-rios para o escrever. Ah! Desculpem-me, isto não tem nada a ver com optimismo. Optimismo seria dizer: “Vou tentar”, “Vou encontrar uma solução”, “Tenho a certeza de que vou conseguir!” Bom, sendo mais realista, estava apenas à pro-cura de mais um desafio, queria representar o meu papel em vez de ver o filme a passar.

Ana Isabel Tam, 10.º B

Apercebemo-nos de que ao promover uma comunica-ção positiva estamos a contribuir para criar uma persona-gem optimista devido à influência dos pensamentos. Rea-lizar uma mudança de pensamentos juntamente com uma mudança de postura levará por conseguinte à mudança do estado do indivíduo. Se tal estado for negativo, e se quiser tornar-se mais optimista, será necessário evitar expressões negativas e ser autónomo na resolução de problemas. De-verá delimitar um objectivo e uma estratégia para as con-cretizar, tentado sempre focar-se nas soluções. É também importante manter-se motivado.

Filipe McGuire, 10.º A

notíciasdo Secundário Espantou-nos principalmente o facto de que a cidade man-

tinha simultaneamente um aspecto antigo e moderno com igrejas monumentais ao lado de lojas de fast food ou mes-mo uma fusão de ambas. Todos se divertiram muito quer a visitar os museus da cidade (que são muitos), quer em de-moradas e custosas subidas ao Monte Pétrin, que são um verdadeiro teste à força de vontade de cada um (só se se for a pé), ou então apenas a passear pelas muito movimentadas ruas desta cidade. A peça de teatro “Os Espíritos de Praga” foi bastante interessante apesar de a sua mensagem não ser facilmente perceptível pois os actores não disseram uma pa-lavra durante o espectáculo limitando-se a outras formas de expressão que não a voz.

Para sempre ficam na memória a boa disposição dos guias (nunca nos esqueceremos de que na Alemanha a cer-veja é bebida como penitência ou de como a língua húnga-ra é difícil), as luzes que fazem de Praga à noite uma autên-tica cidade com telhados de ouro, como reza a lenda, e os momento passados entre amigos que dão verdadeiramente sabor à vida.

Miguel Rodrigues, 12ºA

Optimismo: uma atitude que pode fazer toda a diferençaMas afinal, vale a pena pensar no optimismo?

Quando o sol se esconde, a chuva teima em cair, o car-ro tem um furo e, para completar este belo quadro, tenho um teste logo ao primeiro tempo da manhã, estou num da-queles dias em que acho que é crime ter que sair da cama quentinha.

Todos temos dias em que aprendemos algo de impor-tante ou simplesmente interessante. Não gostamos de o ad-mitir mas essa é a verdade. O dia 26 de Novembro de 2008 mudou-me, nem que tenha sido apenas um pouco ou ape-nas por uns dias. Fui para uma conferência pela qual não es-tava minimamente interessada. Tinham-me dito que o tema era o optimismo e isso bastava-me para pensar no quão

Dia Mundial da Música no ColégioNo passado dia 1 de Outubro, esquecemo-nos do mp3 por algum tempo para celebrar um dia diferente, unicamente dedicado à Música. Para muitos de nós foi estranho sair para o intervalo e encontrar elementos da PSP, Polícia de Segurança Pública, no átrio do colégio.

Só mais tarde percebemos que se tinham juntado a nós para celebrar o Dia Mundial da Música, a convite dos mais pequeninos, mas, no fundo, para todos nós.

Depois de nos darem a conhecer os seus instrumentos – os de sopro e os de cordas, passando pelos de percussão – começou o concerto. O espectáculo contou com a presença de todo o colégio, desde a infantil até aos alunos de 12º ano, incluindo professores e funcionários. Assistimos a um concerto diferente, adequado à plateia, com destaque para os temas de séries e filmes infantis como A Pequena Sereia, O Aladino ou Dartacão, entre outros, fazendo-nos relembrar o que é ser criança.

Depois de um “encore”, tudo terminou com o hino nacional, cantado entusiasticamente por alunos e professores.

Ficam as imagens porque os sons ficaram guardados nos nossos ouvidos e a alegria nos nossos corações.

Ana Rita Gonçalves, 11ºD

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os nossos escritos

A propósito de Cesário Verde A propósito de Cesário Verde, os nossos alunos escreve-ram:

Sento-me. Observo o que está à minha frente, mas olho como quem não quer ver.

Uma estante atolada de pratas lembra-me montes de lixo esquecidos na rua. Coisas inúteis, coisas que me perturbam, que me fazem querer mudar.

O manto de cristais que reluzem ofusca-me, faz-me que-rer fechar os olhos, adormecer.

Neste mar de reflexos pálidos e sombras escondidas vejo que nada muda, tudo é distorcido e disfarçado.

O pó cobre os retratos, fotografias de uma vida, esconde a essência das personagens, esconde as mentiras, as trai-ções. Tudo é falso, acessório.

Eu deslizo entre cheiros confundidos. Mistura-se o esca-pe da cidade com o perfume da sopa acabada de fazer.

Sou feliz. Queria o mundo inteiro aconchegado no cheiro quente do meu jantar.

Maria Inês leal, 12ºB

Quando estás durante algum tempo num sítio que tenha pessoas, eventualmente, começas a ver como essas pessoas são diferentes umas das outras. Olhas durante tempo sufi-ciente e perguntas-te se é mais do que a simples maneira de cada um se vestir.

Provavelmente é.Notas pequenos tiques: a senhora maquilhada e com

laca no cabelo que mantém a pose e se mostra indiferente perante a senhora idosa à sua frente que tira calmamente uma moeda de cada vez para o bilhete... Isto contrasta, pen-sas, com o homem de fato que olha constantemente para o relógio à medida que caminha. Focas-te no homem e sentes um desejo de procurar mais, de o abrir cirurgicamente com o bisturi polido que é a tua mente. Um desejo saudável.

O desejo é tal que quando não há aparentemente mais nada completas com a imaginação. Para onde vai o homem do fato com tanta pressa? Porquê? Ou será que a sua vida foi de tal modo preenchida pelo stress que o homem do fato chegou ao ponto de saturação e o facto de olhar para o relógio não passa disso – um tique mesmo que não tenha pressa? Queres descobrir.

Segues o homem do fato até ao metro e vais até onde ele for. Até ao fim. Agora estás na mesma carruagem que ele. Sais no mesmo sítio mas apercebes-te de que já não estás onde meditavas há momentos: já não há mais pessoas, são só vocês os dois. Acordas, diga – se, e voltas para trás, com medo de te acusarem de assédio.

Aquele desejo era um bom exercício para a mente, e pro-vavelmente a satisfação nasce da deliberação sobre a vida daquele homem e a piada está toda em não saberes se esta-vas certo ou errado.

Duarte Rondão, 12ºC

São sete horas e meia da noite.À Praça Bernardo Santareno,Chegam de meio em meio minuto cansados automóveis,Mortos para chegar ao seu estacionamento.

Do outro lado da rua,Que liga à Praça Bernardo Santareno,Comboios chegam e comboios partem,Como assim fizeram ontem e anteontem.

Ao fundo, mais perto do horizonte,Luzes que andam aos pares,Atropelam-se umas às outras,Aceleradas, desesperadas.

Outro comboio passa,E um avião lá em cima,Quebra toda a rotina!

Aí vem outro carro preguiçosamente“É hora de ponta, coitado!Deve vir entediado!”E estaciona, refasteladamente.

Acomodado na minha reconfortante cadeira,Culpado! Sinto um prazer culpado!Sinto-me vil, porque me reconforto sem estar cansado.Quantos não queriam agora estar no meu lugar?Quantos não queriam agora estar de papo pró ar?Quantos, mais que eu, o iriam aproveitar?

Afogada num dia de trabalho,Vem gente com fortes propósitos de descansar,E buzina um porque quer chegar à almofada,E buzina outro porque há muito que não dorme,E um mais além buzina porque ainda tem trabalho para casa.Escravos do trabalho, fazem tudo por uma noite descansada,E eu que passo o dia a admirar metal andante,Contemplo a minha cadeira de forma tão desinteressada.

Mais um avião que se faz leve,E uma tripulação que levanta voo.Ali dentro 150 pessoas esponjam-se como eu, mas com um propósito,Pela família, pelo trabalho, de férias, seja o que for!Que quebrem a rotina como eu devia quebrar o meu ócio!

O empresário do terceiro chegou.Já sei que são oito. Nunca se atrasou!Olho-o pasmado! Como consegue ser tão rotinado?Deve ter horas para tudo, como o meu pai me dizia que ha-via,Horas para trabalhar, para gozar, para descansar…Mas troquei sempre as horas de trabalhar pelas de gozarE nunca nenhumas pelas de trabalhar,Causa de hoje estar perdido a folgar.

Jorge Reis, 12º C

da actividade. Os maiores receberam-nos de forma muito entusiasta, reservando-lhes boas surpresas. À pergunta Trick or Treat? (Doce ou Travessura?), responderam com uma mão cheia de guloseimas que deixaram os mais jovens radiantes. No final, e depois de uma canção de Halloween de pôr os cabelos em pé, os mais pequenos regressaram às suas salas de saco cheio.

Paula Duarte e Catarina Carrilho, Profs.

Jovens talentosNo final de Maio do corrente ano, a aluna Patrícia da Silva Pita Ferreira ganhou o 3º prémio do Concurso Literário “Jo-vens Talentos”, com o trabalho “Elo”, elaborado a partir da obra Eragon. Esta foi a 3ª edição do concurso, promovido a nível nacional pela Editora Gailivro, e teve como mote “a ousadia na mensagem, a agilidade nas palavras, a clareza nas ideias e um tom original”, tendo sido o prémio entregue na Feira do Livro de Lisboa, a 10 de Junho, na presença do escritor Antónia Mota.

Campeonato Nacionalde Jogos MatemáticosNo próximo mês de Janeiro serão realiza-das as eliminatórias internas do V Cam-peonato Nacional de Jogos Matemáticos nas seguintes datas:

21 de Janeiro – Secundário – 14:30h28 de janeiro – 2º e 3º ciclos – 14:30A Final Nacional será na Covilhã no

dia 13 de Março.Os alunos devem inscrever-se entre 2

a 17 de Fevereiro junto dos seus profes-sores de Matemática.

Prémio de traduçãoNo passado dia 30 de Setembro de 2008, teve lugar mais uma entrega de prémios do concurso “Traduzir”, organiza-do pela Universidade Católica. O evento ocorreu na referida universidade, estando presentes o Reitor, a Coordenadora do Departamento de Línguas, tradutores experientes que deram o seu testemunho sobre o acto de traduzir, em varia-das áreas (meios de comunicação social, literatura, política) e alunos vencedores. Desde o ano 2000 que este concurso ocorre anualmente e, desde cedo, o colégio tem entrado nesta saudável competição. No ano de 2007, a nossa, então, aluna do 12º ano, Maria Inês Sá Carvalho, competiu na cate-goria de tradução em Espanhol e obteve a classificação de 2ª Menção Honrosa. É com bastante orgulho que vemos os nossos alunos obterem sucesso e serem reconhecidos em trabalhos na escola e além colégio. Muitos parabéns à Inês. Que nos sirva de motivação para mais alunos concorrerem e, quem sabe, continuarem a vencer.

HalloweenDurante a semana de 20 a 31 de Outubro de 2008 viveu-se no nosso colégio um ambiente verdadeiramente assustador: o Concurso de Decoração de Salas para o Halloween. Os alunos do 2º ciclo, assim como os do 7º ano de escolaridade, aderiram em massa e foi um verdadeiro frenesim. Os alunos socorreram-se de aranhas, abóboras, teias, bruxas, fantas-mas e de outros fantásticos adereços para decorarem as suas salas de aula de forma a sentir-se no Sagrado o espírito do Dia das Bruxas. No último dia, o júri reuniu-se, observou, avaliou todas as salas das turmas concorrentes e deparou-se com uma agradável surpresa: foi impossível escolher uma sala…várias eram verdadeiramente cinematográficas. As-sim, o júri deliberou que seriam 3 as turmas vencedoras: o 6ºA, o 6ºB e o 6ºE. Muitos parabéns ao trabalho de equipa e à dedicação demonstrada. Também estão de parabéns as turmas do 5ºA, 5º B e do 7ºB que ficaram imediatamente a seguir na classificação, obtendo um precioso segundo lugar. Todos os concorrentes demonstraram gosto, criatividade e originalidade nesta actividade e, para o ano, ficamos à espera de novas e geniais apresentações.

A esta festa juntaram-se as turmas do primeiro ciclo. Foi assustador vê-los desfi-lar pelo colégio com máscaras de arrepiar e canções tenebrosas. Viver e conhecer a tradição de forma mais real, visitando os colegas mais velhos do terceiro ciclo e secundário, foi o objectivo por detrás

brevemente...

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Assumir Jesus na EscolaCom o início de mais um ano lectivo, as turmas viveram o exercício democrático de eleger os seus delegados de turma e da pastoral. Professores de EMRC e Directores de Turma procuraram que estas eleições fossem actos de consciência e responsabilidade em vez de actos de simpatia. Nós por cá fomos ouvir alguns delegados da pastoral para lhes descobrir a motivação e a missão.

No início deste ano lectivo foi-nos colocado o desafio de ser Delegado da Pastoral. Muitos, hesitantes, oferecem-se para desempenhar este cargo não sabendo muito bem qual irá ser a sua função, mas mesmo assim seguem em frente.

“Afinal, o que é ser Delegado da Pastoral?” - muitos de nós perguntam. - “ Qual é a nossa função, missão, respon-sabilidades..?

Família Alargada: Gente que quer partilhar a missão geradora de vida de Jesus CristoFátima acolheu mais uma vez o VII Encontro Nacional da Família Alargada do Sagrado Coração de Maria (FA SCM).

Para o Núcleo Juvenil, com cerca de setenta participantes de Portalegre, Porto, Aveiro, Lisboa, Fátima e Braga, o encontro começou no dia 14 de Novembro e prolongou-se até dia 15. Foram dois dias, simultaneamente, intensos e fugazes., onde as preocupações ficaram para trás. Todos tínhamos de estar completamente disponíveis para acolher Jesus Cristo e deixar que Ele inundasse os nossos corações, as nossas vidas, que nos fizesse rejuvenescer; pois Ele é fonte de água viva.

Numa altura em que a Igreja de todo o mundo celebra o ano dedicado ao apóstolo Paulo e em que o Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, o Bicentenário do nascimento da sua Cofundadora, a Mère S. Jean, tivemos a oportunidade de ouvir testemunhos de jovens e adultos que orientam as suas vidas no sentido da entrega ao outro, vivendo assim em conformidade com o espírito destas duas figuras.

Motivados pela alegria que se fazia sentir, o encontro foi marcado por muita boa-disposição, onde houve espaço para brincar, para conhecermos os outros, para nos conhecermos a nós, para reflectir, para pensar, para agradecer, para escutar. Ficámos mais próximos do espírito das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, e do seu desejo de “partilhar a missão geradora de vida de Jesus Cristo”.

O Encontro Nacional permitiu-nos reforçar a nossa identidade como FA SCM e avivar a missão a que nos propomos, cada um na sua vida e no seu local de estudo ou trabalho:

Conhecer e celebrar o amor de Deus através de uma vida orante.Conhecer e aprofundar o carisma de Jean Gailhac e do IRSCM.Acolher os desafios de hoje e participar na vida da IgrejaColaborar com as Irmãs nos seus diferentes ministérios.

Ana Leonor Matos, FA SCM – Lisboa

O nosso papel não é apenas dizer aos nossos colegas que vai ter lugar a actividade tal, no dia tal, é também incentivá-los a participar e a dar o seu melhor. Para além de estarmos presentes na organização de vários eventos, como as euca-ristias, ou as orações, devemos ser os intermediários entre a equipa Pastoral e todos os alunos do colégio, promovendo esses mesmos eventos.

Mas, mais do que tudo isto, do que todas as questões prá-ticas, é Dar a Conhecer. Dar a conhecer um mundo de novas oportunidades, escolhas e desafios. É sermos os pastores de Deus. Por isso, vamos todos aceitar este grande desafio que nos foi proposto... Ser Delegado da Pastoral!

Teresa Torres, 11ºA

A missão de ser delegada da pastoral é uma missão muito especial, porque os delegados da pastoral devem incentivar os seus colegas a participar em campanhas de solidarieda-

de, em orações, etc.. Sem esquecer que a melhor forma de incentivar é dar o exemplo!

Mas, ser delegada da pastoral é também ser especial-mente atenta aos outros, e ajudá-los em situações difí-ceis, ou no dia-a-dia da escola, no recreio, na sala de aula, etc..

Em resumo: Ter presente Jesus na Escola.Inês Chaly Rosa, 5ªC

Ser delegado da pastoral é...Uma missão! Uma missão que nos leva à procura da

Palavra e a espalhá-la.Um desafio! Um desafio que consiste em crer e dar

testemunho daquele em quem cremos.Mostrar que em Deus tudo podemos! Mais, e que só

nele seremos felizes. É ser exemplo!É acreditar que temos em nós um pedacinho de

Deus.Teresa Sousa, 9ºC

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Clube Natura

O Clube Natura é uma actividade extra-curricular que já existe no colégio há cerca de seis anos. Promove actividades de carácter científico tanto em espaço do laboratório, como ao ar livre e em espaços de divulgação de ciência. O contac-to com a natureza e o respeito pelo ambiente, estão na base das actividades dinamizadas. Temos a preocupação de res-ponder às curiosidades e interesses dos nossos alunos, pro-movendo sempre o interesse e gosto pela ciência. O nosso grupo abrange alunos dos 2º e 3º ciclos. Procuramos diversi-ficar as actividades propostas, tendo em conta as novidades que surgem nestas áreas. Este ano, na primeira dormida fora fomos ao Museu Nacional de História Natural de Lisboa, Dormir com os Dinossauros.

Ana Cláudia e Elisabete Santos, Profs.

O Clube Natura é muito divertido. Fazemos várias experiên-cias entre as quais ir «Dormir com os Tubarões», no Oceanário e como ir «Dormir com os Dinossauros», no Museu Nacional de História Natural de Lisboa , onde fomos no dia 8 de No-vembro. Fizemos uma pequena escavação e uma caça ao tesouro muito divertida e um pouco assustadora. Passeá-mos pelo sotão do Museu e pelos seus inúmeros corredores, apenas com a luz das nossas lanternas. No escuro, os fósseis e os dinossauros pareciam quase reais. E para além de nos divertirmos também aprendemos muitas coisas sobre os mesmos. Depois, dormimos em tendas numa das salas...

Ana Duarte – 5ºD, Marta Trindade – 5ºD, Marta Ven-ces – 5ºD, Patrícia Manso – 8ºA

Eu chamo-me Maria Tareco e sou do 8ºC. Estou no Clube Na-tura há 4 anos, desde que entrei no Colégio. O Clube Natura é muito giro e fazemos actividades engraçadas e divertidas. É sempre muito alegre.

A actividade «Uma noite no Museu» foi entusiasmante. Visitámos fósseis de Dinossauros assustadores com dentes afiados nos quais podemos tocar. Aprendemos muitas coi-sas! Adorava poder repetir a experiência!

Maria Tareco – 8º C

Entrevista às professoras Isabel Pablo e Irene CanasPor estes dias havíamos de partir à descoberta de duas pes-soas que cresceram no nosso Colégio e que agora, passados tantos anos, ajudam outros a crescer segundo o ideário dos Colégios das Irmãs do Sagrado Coração de Maria. É o caso das professoras Isabel Pablo e Irene Canas.

Em que altura frequentaram o Colégio?Professora Irene: Frequentei o Colégio entre 1955, quando entrei na terceira classe, e saí em 1963.Professora Isabel: Eu entrei em 1948 para a primeira classe e saí em 1959.

Quem decidiu que entrassem no Colégio e porquê?Professora Irene: A decisão de entrar na escola foi minha, porque vim morar para perto do Colégio e já tinha cá uma prima que frequentava o mesmo ano.Professora Isabel: A decisão foi dos meus pais porque as mi-nhas irmãs mais velhas já frequentavam a escola.

Alguma das professoras foi interna?Professoras Isabel e Irene: As alunas eram internas normal-mente quando viviam longe do Colégio e não lhes era pos-sível ir e vir de casa todos os dias. No nosso caso, nenhuma de nós foi interna porque morávamos em Lisboa.

E que principais diferenças é que sentem relativamente ao antes/depois no Colégio, principalmente no que cons-ta à relação aluno-professor e à relação entre colegas?Professoras Isabel e Irene: Ambas temos opiniões idênticas acerca das semelhanças/diferenças das relações entre co-legas e professores-alunos. Consideramos que, provavel-mente, as relações entre colegas se mantêm idênticas às da nossa época, mas notamos uma grande diferença nas rela-ções entre os professores e os alunos, já que estas, na nossa época, eram mais distantes, mais formais. Contudo, existia um outro elemento que atenuava esse formalismo, que era

Observação dos céus e planetário insuflávelA sessão de observação nocturna, ansiosamente esperada, decorreu finalmente a 5 de Dezembro. Nesse dia, o desa-pontamento foi grande, quando pouco depois do crepús-culo nuvens ominosas ameaçavam os céus. No entanto, o receio revelou-se infundado e, durante o resto da noite, as condições atmosféricas excepcionais permitiram observar todo o tipo de astros. A magia dos céus, a juntar ao convívio nocturno, tornaram esta noite inesquecível.

Diogo Farinha, 11º ano

Uma aventura no Colégio. Nós somos alunos do 4ºB e vamos contar-vos uma aventura fantástica que nos aconteceu! Certo dia, quando íamos a sair do Colégio, vimos uns telescópios no pátio. Fomos logo espreitar e ficámos cara a cara com a Estrela Polar, Vénus e com a Lua. Não nos apetecia sair dali, mas tivemos de ir embora.

No dia seguinte, qual não foi o nosso espanto quando descobrimos que o Planetário estava instalado no auditório. A nossa professora Carla, também muito curiosa, foi connos-co àquela maravilhosa tenda. Ficámos todos fascinados com as brilhantes constelações e com as explicações que deram às nossas inúmeras perguntas. Nunca pensámos que tantas estrelas coubessem dentro de uma tenda tão pequena e re-dondinha!

Agora que conhecemos melhor o Espaço, já podemos ser astronautas da NASA e viajar pelo Universo em busca de novas aventuras!

Hugo Cecílio, José Maria Ribeiro e Vasco Catarro, 4ºB

Visita ao planetário insuflável. Foi numa quar-ta-feira do mês de Novembro que visitámos o planetário in-suflável no auditório. Antes de lá entrarmos, o guia explicou-nos as regras. De seguida, entrámos.

Aprendemos a observar as constelações no céu e a guiar-mo-nos pelas estrelas. Vimos o movimento de translação e os astros do Sistema Solar. O guia foi-nos fazendo algumas perguntas.

O que mais gostámos foi de observar a beleza das estre-las no céu e, por isso, gostávamos de repetir esta experiên-cia que adorámos.

Teresa Cunha, Carolina Silva e Filipa Maçãs, 7ºC

cientificamente... a nossa gentea presença muito próxima das irmãs, que eram geralmente as Directoras de Turma e professoras de Moral.

Já se conheciam no tempo em que eram alunas?Professora Irene: Eu já conhecia, de vista, a professora Isa-bel, já que como aluna mais nova isso é normal acontecer. Quando voltei para o Colégio para leccionar, reconheci logo a professora Isabel.Professora Isabel: Não me lembro da professora Irene nessa época, dada a nossa diferença de idades.

Tanto a nível profissional como pessoal, de que modo é que o Colégio influenciou os vossos percursos?Professora Isabel: O Colégio marcou bastante o meu percur-so pessoal e social, já que foi aqui que fiz as principais ami-zades que ainda hoje conservo. O contacto e discussão com outros colegas e amigos ajudou-me também a descobrir a minha via profissional.Professora Irene: Eu digo o mesmo que a professora Isabel. Aliás, devo ter sido das primeiras alunas deste Colégio a fa-zer um teste de orientação profissional, que ainda não era muito comum nessa época.

E qual a sensação de leccionar num estabelecimento de ensino com o qual estavam já tão familiarizadas?Professoras Irene e Isabel: Consideramos ser bom voltarmos às nossas origens, ainda que encaradas de outra perspec-tiva.

Entre as iniciativas de carácter solidário que têm vindo a ser desenvolvidas no Colégio, dão especial atenção a alguma?Professoras Irene e Isabel: Não se destaca nenhuma, porque todas as iniciativas promovidas pelo Colégio são dignas do nosso interesse.

Há algum episódio que tenham vivido no Colégio e que vos tenha marcado especialmente?Professora Irene: Como professora, recordo-me de um epi-sódio que se passou quando ainda não era professora efec-tiva. Fui convidada pela Direcção para fazer uma substitui-ção de uma professora de Alemão durante quinze dias e, no final desse período, os alunos a quem dei as aulas vieram agradecer-me com um ramo de flores, o que muito me sen-sibilizou.Professora Isabel: Recordo um episódio semelhante ao da colega Irene no aspecto do carinho e simpatia manifestados por uma turma de alunos do 9º ano na última aula da dis-ciplina de História que leccionei, há cerca de quatro anos. Ainda hoje guardo o cartão assinado pelos alunos.

E, para finalizar, como caracterizam o nosso Colégio?Professoras Irene e Isabel: O Colégio significa, para nós, uma ligação forte entre o nosso passado e o nosso presente.

Catarina Maia, 11ºD2

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Quando o tempo é de conclusão e avaliaçãoNos últimos anos, os resultados obtidos pelos alunos nos exames realizados no ensino secundário têm merecido da parte da comunicação social um tratamento especial. Vários orgãos de comunicação social têm efectuado os seus “rankings”, cada um de seu modo e a partir de critérios de elaboração diferenciados.

A publicação destes resultados tem suscitado as mais variadas análises e interpretações, não só quanto à “qualidade” das escolas, como também quanto ao próprio sistema educativo.

A publicação de forma isolada dos resultados poderá criar falsas interpretações e esquecer muitas dimensões do trabalho realizado em cada escola.

Com efeito, e independentemente do nosso lugar numa escala de ordenação de escolas, é sempre com desmedida satisfação que testemunhamos os bons resultados dos nossos alunos, na maioria das disciplinas. Bons resultados, principalmente nas disciplinas específicas, significa alcançar o seu objectivo essencial - o Ensino Superior, e nós só podemos congratular-nos com isso.

Não queremos elaborar nenhum”ranking”, mas é nosso dever prestar contas.Vejamos então os nossos resultados no ano lectivo 2007-2008.

Paulo Campino, Coord. Ens. Secundário

Cursos Escolhidos

Engenharias 18Medicina 7 Direito 7Gestão 7 Enfermagem 6Veterinária 2 Farmácia 5Comunicação Social 5Bioquímica 2Ciências da Saúde 1Psicologia 1Economia 2Fisioterapia 1Gestão Hoteleira 1Geografia 1Ensino Básico 1Reabilitação 1Cinema 1Informática/Gestão 1 A. Espectáculo 1Tradução 1Biologia 1 Jornalismo 1

Relação Médias Nacionais / Média do Colégio

Disciplina Classificação Externa CSCM Classificação Externa Nacional % de aumento CE CSCM/CE NACIONAL 1ª Fase 2ª Fase 1ª Fase 2ª Fase 1ª Fase 2ª FasePortuguês 10,6 14,7 10,4 12,0 2,0 22,5Matemática A 16,9 13,6 14,0 10,6 20,7 28,3História A 13,4 10,8 11,0 9,4 21,8 14,9Biologia e Geologia 14,5 14,6 10,8 11,2 34,3 30,4Física e Química A 14,1 13,8 9,6 9,1 46,9 51,7Geometria Descritiva A 11,9 8,8 10,5 7,5 13,3 17,3Economia A 16,3 17,5 13,0 13,2 25,4 32,6Geografia A 12,4 11,4 11,4 10,3 8,8 10,7História B 13,9 17,2 10,4 9,8 33,7 75,5Mat. Aplicada C. Sociais 13,3 7,3 10,0 7,0 33,0 4,3MÉDIA 13,7 13,0 11,1 10,0 23,4 30,0

Resultados obtidos nos Exames Nacionais. As médias que vamos apresentar foram calculadas considerando: 1. Os alunos que realizaram os exames como internos; 2. As notas das duas fases.

Disciplina Classificação Interna Classificação Externa CSCM 1ª Fase 2ª Fase 1ª Fase 2ª FasePortuguês 15,3 15,3 10,6 14,7Matemática A 14,4 13,2 16,9 13,6História A 15,1 13,8 13,4 10,8Biologia e Geologia 16,3 16,9 14,5 14,6Física e Química A 15,8 14,7 14,1 13,8Geometria Descritiva A 17,0 15,7 11,9 8,8Economia A 16,5 16,5 16,3 17,5Geografia A 14,6 14,2 12,4 11,4História B 16,3 16,5 13,9 17,2Mat. Aplicada C. Sociais 13,4 12,0 13,3 7,3MÉDIA 15,5 14,9 13,7 13,0

Conclusão do Ensino Secundário

Não concluiram o 12.º ano 1 Concluiram o 12.º ano 76

Acesso ao Ensino Superior

Não colocados 2 Colocados 74

Engenharias 24,3%

Direito 9,5%

Outros 25,5%

Comunicação Social 6,8%

Farmácia 6,8%

Enfermagem 8,1%

Gestão 9,5%

Medicina 9,5%

Cursos escolhidos

OlharesNúMERO 19 | ANO 7 PROPRIEDADE: COLÉGIO DO SAGRADO CORAçãO DE MARIA DE LISBOAAV. MANUEL DA MAIA, Nº 2, 1000 – 201 LISBOATEL. 21 8477575 | FAX. 21 8476435DIRECçãO: MARGARIDA MARRUCHO MOTA AMADORCOORDENAçãO CATARINA CARRILHO E LUíS PEDRO DE SOUSAREDACçãO: CATARINA GRILO, LEONOR CASTRO, MARTA BAPTISTA, MATEUS LEITE DE CAMPOS.APOIO GRáFICO: FERNANDO COELHOIMPRESSãO: CLIO, ARTES GRáFICASTIRAGEM: 1330 EXEMPLARESDISTRIBUIçãO: GRATUITA À COMUNIDADE EDUCATIVA

Durante 7 anos a nossa revista tem procurado mostrar diferentes olhares da realidade do nosso colégio.

Têm sido muitos os rostos de quem tem feito, com dedicação, a nossa Olhares. Passados oito anos, poucos permanecem porque a vida da escola tem desta coisas a que podemos chamar: passagem, inconstância, mudança...Olhando para trás, tornam-se tão presentes rostos de gente que deu vida à Olhares. Destacamos a professora Leonilde que sonhou a primeira página, a primeira capa ou a primeira rubrica...Quando nos aventuramos no nosso sétimo ano de existência, mostramos, pela primeira vez, os nossos olhares. Hoje somos estes! Ontem fomos muitos outros!Uma palavra final para o sempre amigo Fernando Coelho que tem posto no papel, com cor e vida, as nossa ideias, por vezes cinzentas.A uns e a outros uma mesma palavra: Bem hajam por nos olharem e nos ajudarem a olhar!

Luís Pedro de Sousa

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