HISTÓRICO_ Físicos Nos Estados Unidos Anunciam a Primeira Detecção de Ondas Gravitacionais _...

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11/02/2016 HISTÓRICO: Físicos nos Estados Unidos anunciam a primeira detecção de ondas gravitacionais | Mensageiro Sideral http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/historicofisicosnosestadosunidosanunciamaprimeiradeteccaodeondasgravitacionais/ 1/9 Salvador Nogueira é jornalista de ciência e autor de nove livros PERFIL COMPLETO Mensageiro Sideral HISTÓRICO: Físicos nos Estados Unidos anunciam a primeira detecção de ondas gravitacionais POR SALVADOR NOGUEIRA Com grande fanfarra, e após um bocado de suspense, físicos nos Estados Unidos anunciaram a realização da primeira detecção positiva de ondas gravitacionais, uma das previsões mais incríveis da teoria da relatividade. E com isso está oficialmente aberta uma nova e poderosa janela para o estudo do Universo — uma que pode até mesmo nos levar a investigar o momento exato de seu nascimento! 11/02/2016 13:34 258 Detecção de ondas gravitacionais abre nova janela para o cosmos Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 TV Folha Classificados

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HISTÓRICO_ Físicos Nos Estados Unidos Anunciam a Primeira Detecção de Ondas Gravitacionais _ Mensageiro Sideral

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Salvador Nogueira é jornalista de ciência e autor de nove livros

PERFIL COMPLETO

Mensageiro Sideral

HISTÓRICO: Físicos nos Estados Unidos anunciam aprimeira detecção de ondas gravitacionaisPOR SALVADOR NOGUEIRA

Com grande fanfarra, e após um bocado de suspense, físicos nos Estados Unidos anunciaram arealização da primeira detecção positiva de ondas gravitacionais, uma das previsões mais incríveisda teoria da relatividade. E com isso está oficialmente aberta uma nova e poderosa janela para oestudo do Universo — uma que pode até mesmo nos levar a investigar o momento exato de seunascimento!

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Detecção de ondas gravitacionais abre nova janela para o cosmos

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O comunicado, transmitido pela internet para o mundo todo no começo da tarde desta quinta­feira(11), foi promovido pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA, em Washington, e envolve umadetecção feita pelo imenso experimento conhecido pela sigla LIGO, sigla para Laser InterferometerGravitational­Wave Observatory. A colaboração envolve cerca de 1.000 cientistas de 16 países.

O sinal em questão parece envolver a colisão de dois buracos negros relativamente modestos, umcom 29 vezes a massa do Sol e outro com 36 vezes a massa do Sol. Eles espiralaram um em torno dooutro até colidir e se fundir, gerando um único buraco negro com cerca de 62 massas solares — emíseros 300 km de diâmetro. A massa faltante foi convertida durante a colisão em ondasgravitacionais — detectadas então pelo LIGO, a mais de 1 bilhão de anos­luz de distância.

“É a primeira vez que um sistema como esse foi observado, um buraco negro binário em fusão, e é aconfirmação de que esses sistemas existem no Universo”, disse David Reitze, diretor­executivo dacolaboração LIGO. “O que é realmente empolgante é o que vem a seguir. Quatrocentos anos atrás,Galileu apontou seu telescópio para o céu e abriu uma nova janela para o estudo do Universo. Nósestamos fazendo algo similarmente importante aqui hoje.”

GRANDES INSTALAÇÕES, PEQUENAS MEDIDAS Composto por duas instalações gêmeas localizadas nos estados de Washington e da Louisiana, osistema usa lasers correndo em circuitos perpendiculares de 4 km e interagindo uns com os outros.Qualquer minúscula variação no comprimento de um dos braços, provocada por uma ondagravitacional, geraria um padrão de interferência detectável. E, quando falamos em “minúscula”, éalgo como um milionésimo do tamanho de um próton.

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Mas que diacho é essa tal de onda gravitacional? Bem, é uma das predições mais difíceis deconfirmar da relatividade geral, que Einstein formulou em 1915 e publicou no começo do anoseguinte — exatos cem anos atrás, portanto. A teoria revolucionária mudou a noção que tínhamos deespaço e tempo, indicando que eles não seriam fixos e imutáveis, como se acreditava até então, masflexíveis, maleáveis. E a gravidade nada mais seria do que uma distorção nessa nova entidade, ocontinuum espaço­tempo.

A teoria sugere que objetos em órbita um do outro sofreriam uma redução paulatina de suadistância, como se estivessem espiralando em torno de um centro de massa comum. Isso valeriapara todos os objetos no espaço. Então, até mesmo a Terra estaria espiralando na direção do Sol —mas num ritmo tão lento que nem mesmo centenas de vezes a idade do Universo fariam com quenosso planeta mergulhasse em sua estrela.

Isso, contudo, é uma perspectiva muito mais real para estrelas de nêutrons e buracos negrosbinários, já orbitando muito perto um do outro. Com efeito, a primeira evidência indireta daexistência das ondas gravitacionais foi descoberta na década de 1970, quando os astrofísicosamericanos Russell Alan Hulse e Joseph Hooton Taylor Jr. descobriram o objeto PSR B1913+16, umpar de estrelas de nêutrons orbitando velozmente em torno de um centro de gravidade comum.

Estrelas de nêutrons são o que resta de astros muito maiores, depois que eles esgotaram suacapacidade de produzir energia por fusão nuclear e explodiram violentamente como supernovas.Quando o material que sobra da explosão é superior a três ou quatro vezes a massa do Sol, não há leifísica conhecida que impeça seu colapso completo –­ o objeto se torna um buraco negro. Contudo, sea massa é menor que essa e pelo menos 40% maior que a do Sol, o resultado final é uma estrela denêutrons.

No caso do PSR B1913+16, Hulse e Taylor notaram que o período orbital das duas estrelas denêutrons estava encurtando, como se eles estivessem espiralando paa dentro, gradualmente seaproximando um do outro. É exatamente o “sintoma” de que o sistema está perdendo energia naforma de ondas gravitacionais. A descoberta valeu aos cientistas americanos o Nobel em Física de1993, e graças a isso sabemos que ondas gravitacionais deveriam existir mesmo. Faltava detectá­lasdiretamente.

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É o que parece ter acontecido agora, pela primeira vez.

SERÁ QUE AGORA VAI? O que deixa o mundo científico um pouco trepidante é que é a terceira vez que isso acontece pelaprimeira vez. E as duas primeiras não passaram de alarme falso.

A primeira delas envolveu o físico americano Joseph Weber, um pioneiro da caça às ondasgravitacionais e o primeiro a desenvolver detectores para esse fim, na década de 1960. (Um de seusdetectores inclusive foi colocado na Lua pela missão Apollo 17!) Weber chegou a anunciar sucesso nabusca, mas tudo não passou de um problema no processamento dos dados produzidos pelo detector.

Já o segundo alarme falso foi bem mais recente, em 2014: o grupo do experimento BICEP2,telescópio instalado no polo Sul, disse ter detectado sinais de ondas gravitacionais na radiaçãocósmica de fundo — supostamente confirmando que o Universo teria tido um período inflacionáriologo após o Big Bang –, mas depois teve de voltar atrás, quando se tornou provável que o sinal nãopassasse, novamente, de um problema de processamento de dados. Eles haviam subestimado oruído produzido pela presença de poeira dentro da nossa própria galáxia.

Para não repetir o fiasco, o pessoal do LIGO tem mastigado cuidadosamente nos últimos meses osinal detectado, para excluir ao máximo qualquer chance de engano. Isso levou a meses deespeculação de que uma detecção havia sido feita, iniciada pelo físico americano Lawrence Krauss,seguida por longos meses de silêncio.

O experimento já está atrás dessas ondas há um bom tempo. Ligado em 2002, ele passou os oitoanos seguintes em busca de uma detecção, sem sucesso. Depois, passou cinco anos fechado parauma atualização, o que o transformou no Advanced LIGO, religado novamente em setembro do anopassado. Mais sensível, ele aumentou seu alcance de detecção. Se antes o sistema podia detectar osinal de ondas gravitacionais de um par de estrelas de nêutrons em colisão a no máximo 70 milhõesde anos­luz de distância, ele passou a poder captar sinais do mesmo tipo num raio de mais de 210milhões de anos luz. Para eventos mais radicais, como a colisão de buracos negros, o alcance é aindamaior, se estendendo a bilhões de anos­luz. Foi o que bastou.

E agora? Com a divulgação, o resultado estará disponível para ser analisado cuidadosamente portoda a comunidade científica. Não só isso permitirá certificar sua autencidade como abrirá uma novamaneira de estudar o Universo. Objetos como buracos negros em colisão são inacessíveis por meiode telescópios convencionais. Mas é possível estudar em detalhes fenômenos como esse por meiodas ondas gravitacionais.

A primeira detecção positiva levará a um aumento radical de interesse na área. Espera­se que osdetectores já em operação — e os que ainda virão, baseados em terra ou no espaço — permitaminvestigar um número cada vez maior de objetos astrofísicos. Talvez seja possível, no futuro,detectar até mesmo as ondas gravitacionais produzidas pelo próprio Big Bang, oferecendo aoscientistas um acesso sem precedentes à origem do Universo.

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COMENTÁRIOS (5)

A cada descoberta da Física vemos o mundo de maneira diferente e mais perto do real.Quando pudermos controlar a onda gravitacional poderíamos pular do prédio mais alto do mundo semproteção e cairíamos suavemente na rua de asfalto.agiríamos como o super homem segurando ponte que cai, trocaríampos os predios de lugar com uma mão sóetc.

Por isso amo a tecnologia.

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marcio luiz ­ 11/02/2016   2:28 pm ­ Responder

Legal, possivelmente o próximo Nobel! Muito bom saber que ainda se usa a tecnologia para alguns fins quenão a nosso própria destruição!

Fábio_Einsam ­ 11/02/2016   2:27 pm ­ Responder

Carambaaaaa PARA TUDO!!!Pensei que não iam achar!Imagina unificar as leis da física, como Einstein tanto tentou? Que elegância.

Carolina Ramos ­ 11/02/2016   2:24 pm ­ Responder

Além de acesso à origem do Universo, essas ondas ajudam a entender a gravidade e a manipula­la de formamais prática?

Érico Monteiro ­ 11/02/2016   2:24 pm ­ Responder

Creio que o experimento precisa ser repetido por um grupo de físicos independentes para comprovação dofeito experimental.

Deilton ­ 11/02/2016   2:04 pm ­ Responder

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