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1 Segunda Série do Ensino Médio HISTÓRIA Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus COLÉGIO ESTADUAL “JOÃO XXIII” ALUNO (a):___________________________________, Nº ________ Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus site: http://givaldohistoria .webnode.com.br e-mail: [email protected] “A História é o estudo orientado cientificamente que analisa o passado e suas relações com o tempo presente, buscando linhas de ação (transformação) para o futuro”. Lucien Febvre

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1Segunda Série do Ensino Médio HISTÓRIA Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus

COLÉGIO ESTADUAL “JOÃO XXIII”

ALUNO (a):___________________________________, Nº ________Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus

site: http://givaldohistoria.webnode.com.bre-mail: [email protected]

“A História é o estudo orientado cientificamente que analisa o passado e suas relações com o tempo presente, buscando linhas de ação (transformação) para o

futuro”. Lucien Febvre

Ribeirópolis –SE2011

1ºANO

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Primeira Série do Ensino Médio HISTÓRIA Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus

SUMÁRIO

1 – Esquema dos conteúdos do primeiro bimestre ............................................................................... 032 – Esquema dos conteúdos do segundo bimestre ...............................................................................083 – Esquema dos conteúdos do terceiro bimestre ................................................................................ 124 – Esquema dos conteúdos do quarto bimestre .................................................................................. 145 – Questões referentes ao primeiro bimestre ...................................................................................... 256 – Questões referentes ao segundo bimestre ..................................................................................... 287 – Questões referentes ao terceiro bimestre ....................................................................................... 328 – Questões referentes ao quarto bimestre ......................................................................................... 359 – Questões do ENEM.......................................................................................................................... 399 – Anexos (mapas) .............................................................................................................................. 50

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

* PRIMEIRO BIMESTRE:- Introdução à História: Conceitos, Funções, Fontes. Relações da História com as demais Ciências Humanas. A Questão do Patrimônio Cultural;- A Hominização. A Revolução Neolítica. Pré-História Americana, Brasileira e Sergipana;- As Civilizações do Oriente: Egípcios, Povos Mesopotâmicos, Hebreus e Persas;

* SEGUNDO BIMESTRE:- As Civilizações Clássicas: Grécia e Roma;- O Império Bizantino. O Islão e os povos que o difundiram;- A Igreja Medieval;- A Sociedade Medieval;

* TERCEIRO BIMESTRE:- Transição do Feudalismo para o Capitalismo;- O Renascimento e as Reformas Religiosas;- Os Estados Nacionais, o Mercantilismo e a Expansão Marítima Européia;- A Situação Mundial nos séculos XV e XVI: África, Ásia e América;

* QUARTO BIMESTRE:- Conquista e Colonização de Sergipe;- Povos Indígenas e Africanos no Brasil Colonial;- O Estado Colonial Português;- A Economia do Brasil Colonial;- O Brasil Holandês e o papel de Sergipe;- Cultura Popular no Brasil Colonial.

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Primeira Série do Ensino Médio HISTÓRIA Profº Msc. Givaldo Santos de Jesus

“O principal objetivo da educação é ensinar as pessoas a pensar com autonomia”.

Kant

Bom estudo!!

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HISTÓRIAPRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIOProfº Msc. Givaldo Santos de Jesus

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ESQUEMA DOS CONTEÚDOS

PRIMEIRO BIMESTRE

I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA

1. A História, a Poesia e o Tempo: A História que em grego significa investigação surgiu na Grécia do século V com Heródoto (considerado o pai da História). Este é um dos exemplos de como a cultura Ocidental é baseada no ensinamento dos gregos. Contudo, antes do advento da História, todo e qualquer estudo feito sobre os homens, as guerras e as civilizações eram registradas sob a forma de poemas. Na verdade a poesia pode ser denominada a “mãe da História”. No início desses registros, a poesia era lírica, trágica e épica (narrativa detalhada e precisa, com descrições minuciosas de guerras, viagens marítimas, banquetes, funerais etc.). Então por que o gênero épico não é história?Porque o épico é atemporal (não situa o indivíduo ou o acontecimento ou a civilização em uma cronologia lógica). Daí a importância de Heródoto. Ele foi o primeiro a estabelecer uma cronologia (estudo no tempo) dos fatos. Seguiram-se a ele, nomes como Tucídides, Platão, Aristóteles. Todos agora empenhados em datar os acontecimentos e acima disso, diferenciar: mito e história. Segundo o historiador Moses Finley: “as datas e um escalonamento coerente das datas são tão essenciais para a História quanto à medição exata o é para a física”.Para Lucien Febvre, história é o estudo orientado cientificamente que analisa o passado e suas relações com o tempo presente, buscando linhas de ação (transformação) para o futuro.O tempo é um mecanismo fundamental para se estudar a História, pois não podemos estudar todos os fenômenos e fatos de uma só vez. Logo, se faz necessário que esse estudo sofra uma periodização (ou seja, divida-se em períodos determinados).

Essa periodização foi feita por inúmeras civilizações, cada uma delas privilegiando como marco (momento em que ocorre uma mudança significativa para aquela civilização). No século VI, o abade de Roma, Dionísio, o Exíguo cria o primeiro calendário cristão, estabelecendo como marco inicial o ano I – Nascimento de Cristo. Roma neste mesmo momento encontrava-se no ano 754. No século XVI, o papa Gregório XIII reformou o calendário, sendo este utilizado até hoje (na maior parte do Ocidente).

2. Mito e Ensinamentos : O que significa mito?1. Segundo o Aurélio: história fabulosa, coisa inacreditável, sem realidade. Porém, antes de Heródoto a História era baseada em mitos. Por que os gregos se basearam no mito para fazer história?Porque o mito era o grande mestre dos gregos em todas as questões do espírito. Com ele aprendiam sobre moralidade e conduta; as virtudes da nobreza, raça, cultura e até política.Obs: Os gregos dividiam o passado em duas partes: era heróica (tempo dos deuses) e pós-heróica (tempo dos homens).

3 - A Construção da História:- Através da Memória (a História é

construída através dos indícios, resquícios, relatos deixados por gerações passadas, tradição oral, monumentos etc.). Todos esses referenciais são o que chamamos de Memória. Algum artefato que ficou de determinado momento da História, que pode ser investigado e nos dar respostas, ou sob o qual possamos “construir” (elaborar analiticamente) alguma conclusão sólida. Obs:O objeto da História é o fato histórico.Fato histórico é toda e qualquer ação humana.É possível construir uma análise crítica em relação a um determinado fato histórico – síntese histórica (teoria construída para o fato – a escrita final).A síntese histórica se dá a partir da reunião das fontes históricas (primárias e secundárias) Fontes Históricas (até o século XIX – Documentos escritos) 1960 Revolução Documental: tudo pode ser fonte (documento, relatos de indivíduos ou grupo de indivíduos, sangue, vestuário, casario, mobiliário, etc.).

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4 - Para José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti (1998), a Historiografia, isto é, a arte de escrever a História apresenta quatro momentos em sua evolução:A – HISTÓRIA-CRÔNICA: da Antiguidade aos cronistas medievais; é a história heróica, das batalhas, dos reis; dava lições de moral, era a mestra da vida.B – HISTÓRIA-CIÊNCIA: a História do século XIX, ligada ao desenvolvimento das demais Ciências Sociais, como a Sociologia, a Antropologia; formula problemas e dá as respostas, usando método próprio, a análise documental; ganha assim um sentido pragmático, isto é, deve compreender as transformações do passado e apontar diretrizes para o futuro.C – HISTÓRIA TOTAL: fortemente ligada às Ciências Sociais, ao marxismo, ao estruturalismo, procura ultrapassar a aparência imediata dos fatos e atingir as explicações mais profundas; tenta captar o sentido das mudanças, por isso privilegia as rupturas em detrimento da continuidade.D – NOVA HISTÓRIA-SOCIAL: movimento de posição à história mais interpretativa, mais estrutural; valoriza a História da Cultura, das mentalidades, das representações, dos mitos, do cotidiano, sem se ocupar da busca de relações determinantes.

5 - CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA: Nas suas investigações, a História recorre ao auxílio de outras ciências para interpretar os acontecimentos históricos. Vejamos algumas delas:* Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e humano;* Economia: estuda a produção, distribuição, consumo e circulação da riqueza;* Sociologia: estuda as relações humanas em sociedade;* Antropologia: estuda a evolução biológica e cultural do homem;* Arqueologia: estuda os vestígios deixados pelas civilizações passadas;* Paleontologia: estuda os fósseis de animais e vegetais;* Epigrafia: estuda os escritos antigos em materiais pesados, como pedra, argila, madeira e bronze;* Genealogia: estuda as origens e os desdobramentos das famílias; * Cronologia: estuda a localização dos fatos no tempo (datas);* Heráldica: estuda os brasões e escudos;

* Sigilografia: estuda os selos, sinetes ou timbres;* Diplomática: estuda os documentos oficiais;* Numismática: estuda as moedas.

6 – PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA: periodizar significa “indicar períodos”, demarcar com elementos que caracterizam o tempo demarcado. Entre os povos cristãos ocidentais, a periodização dominante divide o estudo da humanidade em Pré-História e História. - Pré-História: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada; Neolítico ou Idade da Pedra Polida e Idade dos Metais.- História: Idade Antiga ou Antiguidade; Idade Média; Idade Moderna e Idade Contemporânea.

7 –CONCEITO DE CULTURA: cultura é a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo. Ou pode ser considerada a parte do ambiente que o próprio homem criou (Clyde Kluhohn).- Cultura material e cultura imaterial.- Patrimônio cultural: os guardiões da memória e da história.- Como contar o tempo:

(...) 4_____3____2_____1____2____3____4 ... 2009 a.C. d.C.

8 - A PRÉ-HISTÓRIA- Conceito: corresponde ao período que vai do surgimento do homem primitivo até a invenção da escrita.- O universo, a terra e a vida:- A origem do homem e o processo de evolução: do Australopithecus ao Homo sapiens moderno;* Teoria Criacionista x Teoria Evolucionista;* O papel do trabalho na transição do primata em homem.8.1 - Considerações sobre o Termo Pré-História:

- Influência do evolucionismo do séc. XIX - idéia de progresso, superioridade X inferioridade.

- O que é Pré - História? – o estudo da sociedade humana antes do aparecimento da escrita

II - Evolução da espécie humanaCaracterísticas dessas espécies:a) hominídeos – compreende os gêneros: australopithecus e o humano. Viveu a cerca de mais 5 milhões dos anos.

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b) Australopithecus – surgiu na áfrica, a cerca de 4 milhões de anos. Diferenciavam dos primatas por terem um cérebro mais desenvolvido, uma dentição semelhante ao homem atual e a capacidade de criar instrumentos rudimentares.c) Homo Habilis – viveu por volta de 2,4 milhões a 1,5 milhão de anos atrás. Fabricava instrumentos de pedra e, provavelmente, desenvolveu uma linguagem rudimentar.d) Homo Erectus – descendente do Homo Habilis, viveu entre 1,8 milhão e 300 mil anos atrás. Saiu da áfrica e alcançou a Europa, a Ásia e a Oceania. Foi o descobridor do fogo, fabricava instrumentos de pedras mais complexos, usava peles de animais apara cobrir o corpo e possuía uma linguagem mais elaborada.e) Homo Sapiens – provável descendente do Homo Erectus, conhecido como homem de Neandertal viveu entre 230 mil e 30 mil anos. Criou ferramentas e armas sofisticadas; enterravam os seus mortos com adornos; conviveu com o homem moderno e desapareceu por motivos até hoje inexplicáveis.f) Homo Sapiens Sapiens - descendente do Homo Erectus, surgiu à cerca de 120 mil anos. Trata-se do homem moderno, da espécie a que pertencemos.

8.2 - PERÍODOS DA PRÉ-HISTÓRIA:* Paleolítico: o homem era nômade, coletor e caçador; morava em cavernas formando grupos de caçadores; vestia-se com peles de animais; usava instrumentos de pedra lascada, arpões de ossos, etc.; e no final do paleolítico conheceu o fogo;- Neolítico: o homem conheceu a agricultura e a domesticação de animais; tornou-se sedentário; morava em palafitas; vestia-se com roupas feitas de fios de algodão; usava instrumentos feitos de pedra polida; a origem da família, da propriedade privada, das classes sociais e da religião;* Idade dos Metais: o homem desenvolveu a metalurgia e a revolução urbana; formação do Estado e o surgimento da escrita.

9 – A PRÉ-HISTÓRIA AMERICANA

- O ser humano chega à América:* Pesquisadores acreditam que a América foi o último continente a ser ocupado;* Controvérsias da ocupação: quando chegaram e que caminhos teriam percorrido os primeiros povoadores.

- A teoria Clóvis – Os primeiros povoadores teriam chegado à América através do estreito de Bering numa época do rebaixamento e congelamento dos oceanos, facilitando a passagem do ser humano da Sibéria pelo Extremo Norte da Ásia, chegando ao Alasca entre 10 a 11 mil anos atrás.- Pesquisas recentes x Teoria Clóvis- Alguns sítios arqueológicos da América:* Meadowcroft ( Pensilvânia – Estados Unidos);* Monte Verde (Chile);* Lagoa Santa (Minas Gerais);* Pedra Pintada (Pará).

10 - A PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA

- A Pré-história brasileira divide-se em dois grandes períodos:* Culturas do Pleistoceno – Trata da origem dos primeiros povoadores da América;* Culturas do Holoceno – Culturas pré-cerâmicas do litoral (os sambaquis); Culturas Meridionais (Tradições Taquara e Itareré); Culturas do Brasil Central e Nordeste (Tradições Uma e Aratu).- Vestígios arqueológicos encontrados no Brasil:* objetos de barro;* sambaquis;* pinturas rupestres, entre outros.- Pesquisas arqueológicas atuais: Alguns estudiosos acreditam que os primeiros povoadores da América tenham chegado através de ondas migratórias a mais de 20 mil anos atrás.- Luzia, a primeira brasileira.

11 - A PRÉ-HISTÓRIA SERGIPANA

- A Arqueologia e seu objeto de estudo- Os estudos arqueológicos em Sergipe datam a presença humana a mais de 9000 anos atrás.- principais municípios sergipanos onde foram encontrados materiais arqueológicos: Canindé do São Francisco, Divina Pastora, Cristinápolis, Pacatuba, Lagarto e Frei Paulo.- A cultura Canindé: material cerâmico, artefatos líticos, registros rupestres, dieta alimentar, rituais de enterramento.- O sítio arqueológico Fortuna em Divina Pastora – Urnas funerárias.- A vida do homem pré-histórico no atual território sergipano: viviam em pequenos grupos; eram nômades; moravam em grutas no Canyon do Rio São Francisco e em casas feitas de troncos de madeira e cobertas de palha; caçavam, pescavam e plantavam milho e feijão; usavam arco e

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flexa; fabricavam objetos cerâmicos; existia uma divisão sexual e etária do trabalho; acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos mortos.

II – A ANTIGUIDADE ORIENTAL- O berço das primeiras civilizações.- Quadro natural: Crescente Fértil.- Povoamento: hamitas, semitas e indo-europeus.

1 – O EGITO ANTIGO- Localização: Nordeste da África (veja mapa em anexo);- Povoamento: tribos nômades vindas do deserto do Saara e da Península da Arábia;- Obs.: para o historiador grego Heródoto, o Egito era uma “dádiva do rio Nilo”. (tese causal hidráulica).

1.1 - DIVISÃO DA HISTÓRIA EGÍPCIA 1 – Período Pré-Dinástico (4000 – 3200 aC.) - Características:* trabalhos coletivos de regadio;* organização dos nomos e os reinos do Alto (Sul) e do Baixo Egito (Norte).

1.2 – PERÍODO DINÁSTICO1.2.1 – O Antigo Império (3200 – 2300 aC.)- Características:* o Estado centralizado dos faraós;* construção das grandes pirâmides de Gizé; * construção de obras hidráulicas (canais, diques) para controlar as cheias do rio Nilo);* o desaparecimento do Antigo Império.

1.2.2 – O Médio Império (2100 – 1780 a.C)- Características:* restauração da unidade política e do poder do faraó;* expansão das atividades comerciais;* invasão dos hicsos (povos de origem asiática);* o fim do Médio Império.

1.2.3 – O Novo Império (1580 – 1090 a C)- Características:* o apogeu da civilização egípcia – Tutmés III, o militarismo e o expansionismo;* o faraó herético Amenotep IV e a reforma religiosa monoteísta (culto ao Deus solar Áton);* o faraó Ramsés II e a guerra com os hititas, a invasão assíria e o desaparecimento do Novo Império.

1.2.4 – O Renascimento Saíta (662 – 525 a C)- Características:* os faraós Psamético e Necano (Psamético I expulsou os assírios e promoveu o florescimento econômico e cultural);* a invasão persa e o fim do Renascimento Saíta;* o domínio estrangeiro (persas, gregos e romanos).1.3 – DESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA - Economia: agricultura de regadio (base), comércio exterior, artesanato e a manufatura;* Modo de produção asiático (servidão coletiva);* dirigismo econômico;* o Estado era proprietário das terras;- Regime político: Monarquia Teocrática Absolutista;- Religião: Politeísta Espiritualista:* crença na imortalidade da alma;* mumificação.- Sociedade estratificada e hierarquizada: Faraó, nobres, sacerdotes, escribas; artesãos, felás (camponeses) e escravos;- Ciências (caráter prático e utilitário):* Astronomia: calendário solar, divisão do ano em 365 dias e o dia em 24h;* Medicina: doenças do estômago, coração e cirurgias no crânio; * Matemática: álgebra e geometria;- Escrita: Hieroglífica, Hierática e Demótica. (Pedra de Roseta);- Artes: Arquitetura (templos de Karnac e Luxor); escultura; pintura e literatura (livros dos mortos, hino ao sol);- Obs.: As artes estavam voltadas para a glorificação dos deuses e faraós.

2 – A MESOPOTÂMIA“Uma terra entre rios”.

- Localização: estreita faixa de terra comprimida entre os rios Tigre e Eufrates, situada na parte Oriental do Crescente Fértil (veja mapa em anexo);- Povoamento: essa região foi habitada ou invadida por diversos povos:2.1 - SUMÉRIOS- Características:* inexistência de unidade política;* construção das primeiras obras de irrigação;* desenvolveram a escrita Cuneiforme;* criaram a roda;* organizaram-se em cidades-estados como: UR,NIPPUR, LAGASH e URUK, governadas por monarcas chamados de Patesi;* constante rivalidades entre as cidades-estados.

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2.2 - ACÁDIOS- Características:* dominaram a região mais ou menos meio século;* Sargão I, o monarca mais importante (rei dos quatro cantos da terra.);* unificou as cidades-estados sumerianas;* fundou a cidade de Acad;* apogeu do império: construção dos Zigurates, pirâmides escalonadas, e dos canais de irrigação na região de Sumer;* invasão dos guti;* conquista dos amoritas.

2.3 – AMORITAS (ANTIGOS BABILÔNIOS)- Características:* fixaram-se na região de Acad, e transformaram a cidade da Babilônia na capital de seu império;* Soberano: Hamurabi;* criação do código de Hamurabi ou Lei do Talião “(olho por olho, dente por dente)”;* invasão do hititas, cassitas e mitaneanos;* invasão dos assírios.

2.4 – ASSÍRIOS- Características:* monarcas Tiglat Falasar III, Senaqueribe e Salmanasar;* capital do império: Nínive;* o militarismo e o expansionismo;* as práticas violentas contra os povos vencidos;* as rebeliões dos povos conquistados.

2.5 – CALDEUS (NOVOS BABILÔNIOS)- Características:* segundo império babilônico;* monarca: Nabucodonosor;* construção da Torre de Babel e dos Jardins Suspensos da Babilônia;* a crise do império e a conquista persa.

2.6 - A CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA- Economia: agricultura de regadio (base), comércio exterior, artesanato e a manufatura.- Organização política: Monarquia Teocrática Absolutista.- Religião: Politeísta.- Organização Social: a sociedade era dividida em castas (governantes, sacerdotes, militares e comerciantes; camponeses, pequenos artesãos e escravos);- Desenvolvimento Científico:* Medicina;* Matemática (divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica e álgebra).

* Astronomia (previsão de eclípses, criaram o horóscopo, distinguiram planetas de estrelas, criaram um calendário com o ano de 12 meses divididos em semanas de 7 dias e estes com 12h).- Legado: escrita Cuneiforme, obras literárias, monumentos arquitetônicos e o código de Hamurabi.

3 – OS HEBREUS

- Localização: Palestina, encruzilhada do Oriente entre o Egito, Mesopotâmia, Fenícia e Arábia (veja mapa em anexo);- Povoamento: tribos de origem Semita.- Primeiro povo monoteísta da História.- Evolução política:3.1 – PATRIARCAS:- Características:* formação das 12 tribos de Israel;* ausência de unidade política;* tribos seminômades e economia agro-pastoril.* primeiro patriarca: Abraão.* o cativeiro no Egito;* retorno dos hebreus à Palestina (Êxodo).3.2 – OS JUÍZES- Características:* luta pela reconquista da Palestina;* início do processo de centralização política;* principais juízes: Gedeão, Sansão, Samuel.3.3 – PERÍODO DOS REIS- Saul – Instituição da monarquia e criação do Estado hebreu.- Davi – venceu os filisteus e consolidou o Estado israelita.- o apogeu da monarquia israelita: o Reinado de Salomão.* desenvolvimento do comércio;* construção do Templo de Jerusalém;* descontentamento popular devido os pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas obras públicas.

3.4 - O CISMA- Divisão da monarquia hebraica após a morte de Salomão- Surgimento dos reinos de Israel e Judá;* Reino de Judá (Sul): duas tribos com capital em Jerusalém;* Reino de Israel (Norte): dez tribos com capital em Samaria- Invasões estrangeiras;3.5 - DOMÍNIO ESTRANGEIRO- As invasões na Palestina;- O cativeiro da babilônia;- Dominação romana;- Destruição do Templo de Jerusalém;- A Diáspora.

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3.6 - CIVILIZAÇÃO HEBRAICA- Economia: agro-pastoril e comercial;- Religião: Judaísmo (monoteísta);- Contribuições: ciências, artes, direito e na literatura;

4. A Civilização Persa A Civilização Persa formou o maior Império da Antiguidade Oriental.

Por muito tempo os povos Semitas, Hititas, Egípcios e Gregos foram vassalos dos Reis persas.

Por volta de 2000 a.C, a região do atual Irã, era habitada por dois povos distintos, os Medos e os Persas.

Em 558 a.C, os persas liderados por Ciro, destruíram a unidade politica dos medos, e passaram a controlar a região.

Foi formado o Reino da Pérsia que posteriormente conquistaria todo o Oriente. A Mesopotâmia, a Ásia Menor, e o Egipto passariam a fazer parte do Império Persa, iniciado por Ciro O Grande.

Com a morte do Rei Cambises, filho de Ciro, o controle da Pérsia passaria para Dario I que dividiu o grande Império em 20 Sátrapias, o mesmo que províncias. Apesar de impor a sua dominação politica sobre os vários povos do oriente, os Persas respeitava as particularidades culturais de cada povo.

Estas províncias seria governadas por um Sátrapa, líder provinciano indicado pelo rei. Existia também outros funcionários, os chamados "Olhos e os Ouvidos do Rei" que tinham a função de fiscalizar essas províncias.

Para estimular o comercio no território persa, foram construídas estradas que interligavam as principais cidades do império. Um eficiente sistema de correio passavam as informações de uma província para a outra.

Para impulsionar as atividades comerciais no imenso império, foi criada uma única moeda padrão, O Dárico, cunhada em prata ou em ouro.

As mais importantes cidades persas eram Susa, Persepolis, Babilônia e Ecbatana.

4.1 - A Religião

No inicio da Civilização, os persas adoravam diversos deuses, mas, por volta

do Século a.C.,o Profeta Zoroastro ou Zaratrusta, fundou uma religião monoteísta na Pérsia, o Zoroastrismo.

A nova religião persa ensinava que no mundo existe duas forças antagônicas que representava o Bem e o Mal.

Ormuzd Mazda era o único e verdadeiro Deus criador de todas as coisas boas no mundo. Uma de suas criações, Arimã, preferiu escolher um caminho errado, lançou sobre a terra a maldade que assola os humanos.

As pessoas que praticasse boas ações estaria seguindo Mazda. Como recompensa ele daria aos seus seguidores a vida eterna num lugar maravilhoso.

Já para aqueles que andasse no caminho do Mal, se tornariam escravos de Arimã e passariam a viver junto com ele no Reino das Trevas. Os princípios do Zoroastrismo estão contidos no "Zend Vesta", a Bíblia Persa.

4.2 - Arte e Arquitectura

No Campo da Arte os persas assimilaram a produção artística dos povos dominados por eles. Boa parte dos palácios persas foram construídos por artistas Assírios, Babilónicos, egípcios.

4.3 - O Declínio do Império Persa

Na tentativa de conquistar os Povos da Grécia, o Império Persa encontraria o seu fim. No governo de Dario I, eles se envolveram nas Guerras Medicas contra os Gregos. Desde a Batalha de Maratona os Persas amargariam sucessivas derrotas. Assim como Dario I, os reis persas Xerxes e Artaxerxes fracassaram no objetivo de subjugar os Gregos

No choque entre as duas Civilizações os gregos levaram a melhor. O Império Macedônico que havia conquistado toda a Grécia, tomou as dores dos gregos e passaram a lutar contra o Persas.

Em 332 a.C o Império Persa chegaria ao seu fim. Alexandre o Grande, Rei da Macedônia, depois de uma serie de Batalhas conquistaria todo Oriente, antes pertencente a Dario III, ultimo Rei da Pérsia Antiga.

SEGUNDO BIMESTRE

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II – A ANTIGUIDADE CLÁSSICA

1 - A GRÉCIA ANTIGA

“A unidade da diversidade”

- Localização: A Grécia Antiga localizava-se no sudeste da Europa, ao sul da Península Balcânica, na bacia oriental do mar Mediterrâneo (veja mapa em anexo).- Obs.: a Grécia Antiga ocupava um território que pode ser divido em três grandes partes (Grécia continental, Grécia peninsular e Grécia insular).

1.1- O PERIODO HOMÉRICO (1700-800 a.C.)

- Fontes: pesquisas arqueológicas;— A Ilíada e a Odisséia (Poemas de Homero).— Origem da Grécia Antiga: civilização cretense e a micênica;- A lenda do minotauro;— A invasão dos indo-europeus (aqueus, Jônios, eólios e dórios);— A primeira diáspora;— A comunidade gentílica: o genos, a frátria e a tribo:* Economia agro-pastoril, baseava-se na propriedade comunitária da terra;* A autoridade política baseava-se na religião e na tradição, exercida pelo pater;* O crescimento demográfico e a falta de terras férteis.— A formação da polis grega:* Expansão das atividades agrícolas, comerciais e artesanais;— A independência das cidades- estados.— A monarquia:* O baliseus;* O conselho de nobres;* A assembléia popular.— Principais cidades-estados: Atenas, Esparta, Mégara, Corinto, Argos, Mileto, Tebas, Olímpia.

1.2 - O PERIODO ARCAICO (800-500 a.C.)

— A segunda diáspora grega (emigração colonizadora).— A expansão da Grécia.— O desenvolvimento da indústria e da construção naval, e a dimensão internacional do comércio.* A rica classe média de artesãos, armadores e comerciantes;* Aumento da escravidão por dívida e o desemprego;* Crise social e política;* Surgimento dos legisladores e dos tiranos;* A disputa entre os demos e a nobreza.

1.3 - O Esplendor das Pólis: Esparta e Atenas

3.1 - ESPARTA— Local: península do pelopaneso, na planície da Lacônia, às margens do rio Eurotas;— Povos fundadores: Dórios;— Sistema político: oligarquia segundo a grande Retra o poder estava dividido em: Diarquia, Gerúsia, Ápela e Conselho dos Éforos;— Economia: agricultura;

— Sociedade:

Esparciatas

Periecos Hilotas

— Sistema educativo: visava o militarismo.

1.4 - ATENAS— Localização: situa-se na parte central da planície da Àtica, a cinco quilômetros do mar Egeu.— Povos fundadores: Jânios— Sistema político: Monarquia, oligarquia, Democracia— Economia: comércio marítimo— Sociedade:

Eupátridas

Metecos

Escravos

- Sistema educativo: Visava formar o bom cidadão.

1.5 – O PERÍODO CLÁSSICO— A Guerras Médicas: Gregos X Persas;— A Guerra do Peloponeso: Atenas X

Esparta;— A hegemonia de Tebas;- A dominação macedônica;— O período Helenístico;— Cultura e Mentalidade:* Religião: Politeísmo Antropomórfico.- Ciências - Filosofia: O desmembramento do conhecimento filosófico: Medicina, Matemática, História, artes, teatro, escultura.— Os jogos olímpicos.

2 - A CIVILIZAÇÃO ROMANA

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- Localização: Península Itálica, ao sul da Europa, banhada pelo mar Mediterrâneo. Região de solo fértil e pouco recortado (veja mapa em anexo).- Povos que habitavam a península: Gauleses (Norte); Gregos (Sul); Etruscos e Italiotas (Centro);- Fundação lendária: Rômulo e Remo.- Evolução política: Monarquia, República e Império.

2.1 – MONARQUIA OU REALEZA(de 509 a.C. – 27 a.C.)

- DICA: Durante esse período os romanos viviam da agricultura e do pastoreio, sendo sua sociedade dividida em:A – PATRÍCIOS: Grandes proprietários (aristocracia), tinham direitos políticos e controlavam o exército.B – PLEBEUS: Pequenos proprietários, comerciantes e artesãos.- DICA: Eram marginalizados socialmente, politicamente e economicamente.C – CLIENTES: Pessoas dependentes das famílias patrícias.D – ESCRAVOS: Prisioneiros de guerra, escravos por dívidas ou enjeitados quando criança.- DICA: A família era Patriarcal.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

* REI: Desempenhava as funções militares, religiosas e judiciais. Sua autoridade era limitada.

* SENADO: Composto pelos chefes das famílias patrícias. Funções: Tinha o direito do veto e sanção das leis apresentadas pelo rei.

* ASSEMBLÉIA CURIAL: Formada por todos os patrícios em idade militar. Tinha a função de discutir as questões do governo e eventuais guerras.

2.2 - A REPÚBLICA ROMANA(de 509 a.C. – 27 a. C.)

DICA: A causa fundamental da proclamação da República foi o absolutismo do rei Tarquínio, o Soberbo.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA- SENADO: dirigia a política externa e atuava como corpo assessor nos mais importantes assuntos internos. Era o órgão máximo.- CONSULADO: dois cônsules,

encarregados do poder executivo;

- DITADOR: encarregado do poder executivo em tempos de guerra;* PRETOR: cuidava da justiça;

* QUESTOR: cuidava das finanças;* EDIS: cuidava da manutenção;* CENSOR: cuidava do recenseamento;* ASSEMBLÉIA CENTURIAL: era dividida

em grupos de 100 soldados, cuja função era votar os projetos (98 centúrias patrícias e 95 plebéias);

* ASSEMBLEÍA CURIAL: Examinava os assuntos religiosos;

* ASSEMBLEÍA TRIBAL: Nomeava os questores e edis.

2.3 - AS LUTAS DE CLASSESPATRÍCIOS X PLEBEUS

- CAUSAS: * os plebeus eram excluídos da magistratura e do matrimônio patrício;* Os plebeus eram obrigados a participar de guerras freqüentes;* A escravidão por dívida;* A falta de leis escritas.

2.4 - A RETIRADA DOS PLEBEUS PARA O MONTE SAGRADO

* PRINCIPAIS CONCESSÕES:* Tribunos da plebe: dois magistrados

plebeus eleitos por um ano. Não podiam propor leis, mas tinham o direito do veto;

* Lei das Doze Tábuas: primeira lei escrita especificando os direitos e deveres de todos os cidadãos;

* Lei Canuléia: permitiu o casamento entre plebeus e patrícios;

* Lei Licínia: concedeu direitos políticos; possibilitou aos plebeus partilharem das terras conquistadas; acabou com a escravidão por dívida (só foi concretizada em 326 a.C.).

2.5 - AS GUERRAS PÚNICAS- CAUSAS:* desenvolvimento do comércio e da navegação romana que se tornou rival de Cartago na luta por mercados;* a inveja dos romanos pela expansão cartaginesa na Sicília;

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* a disputa pelo predomínio do Mediterrâneo, grande centro comercial da Antiguidade.- Conseqüências:* domínio comercial de Roma no Mediterrâneo; Expansão Romana no Oriente Helenístico;* destruição de Cartago;* aparecimento do Latifúndio;* aumento da escravidão em Roma;* acumulação de riquezas em conseqüências das indenizações das guerras e saques, etc.

2.6 - AS LUTAS CIVIS* TIBÉRIO GRACO: Lei Agrária Licínia: Mandava distribuir aos pobres uma parte das terras pertencentes ao Estado.* CAIO GRACO: * Lei Agrária: fazer uma reforma agrária;* Lei Fundamentaria: Mandava baratear o custo do trigo aos pobres;* Lei Viária: Determinava a construção de estradas e obras públicas; * Lei Social: Concedia cidadania a todos os habitantes da Itália.

2.7 - OS TRIUNVIRATOS* 1º TRIUNVIRATO: Júlio César, Pompeu e Crasso.* 2º TRIUNVIRATO: Marco Antônio (parte

Oriental); Otávio (parte Ocidental); Lépido (parte Africana).

DICA: Na batalha naval de Ácio, Otávio venceu Marco Antônio, que marcou o fim da Republica Romana.

2.8 - O IMPÉRIO (de 27 a.C. – 476 d.C.)

O GOVERNO DE OTÁVIO AUGUSTO- DICA: caracterizou-se pelo

desenvolvimento econômico e cultural.

- OBS.: Em seu governo nasce Jesus Cristo, o fundador do Cristianismo.

- DICA: O EDITO DE MILÃO: Concedeu liberdade de culto aos cristãos.- A decadência do Império Romano:* anarquia Militar;* crise escravista;* crescimento do Cristianismo;* crise econômica;* volta para a economia rural de subsistência;* as invasões bárbaras;- Cultura Romana:* Religião: Politeísta, prática e utilitarista;

* Contribuição para o Ocidente: Direito, latim e o Cristianismo.

ALTA IDADE MÉDIA3 - OS BÁRBAROS

3.1 – Caracterizações - todos os povos que viviam além fronteiras do império romano e não possuíam a cultura romana eram denominados de bárbaros. Vivam em grupos, possuíam uma economia amonetária, a terra era considerada propriedade coletiva, eram politeísta e o direito era consuetudinário. Os principais grupos foram: Tártaros - mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc. Eslavos - russos, sérvios, poloneses,etc Germanos - anglos, saxões, francos, etc2 - Os Francos a) Dinastia Merovíngia – localizados na região onde hoje é a França, sua unificação ocorreu em 481, através de Clóvis, iniciando a dinastia Merovíngia, em homenagem a Meroveu, avô de Clóvis. Clóvis - fundador da dinastia: conversão ao cristianismo. Após a sua morte instaurou um período dominado pelos reis indolentes, sendo o poder exercido de fato pelos Major Domus, ou, Prefeitos de Palácio, entre eles se destacaram: a) Carlos Martel - venceu os árabes na batalha de Poitiers, em 732. e Pepino, o Breve - repassou para a igreja os Estados pontifícios.b) Dinastia Carolíngia – iniciada por Pepino, o Breve e teve como maior representante o seu filho Carlos Magno. Com o apoio da Igreja os Francos objetivaram a reconstituição do Império Romano do Ocidente, dentre as suas principais realizações temos:- Divisão administrativa - condados, as marcas e supervisionados pelos "missi dominici".- Renascimento Carolíngio – valorização das artes e a volta da cultura letrada com a criação escolas palatinas e monásticas; as leis escritas denominadas de capitulares.c)Decadência do Império - o império franco entrou em decadência após a morte de Carlos Magno, através do Tratado de Verdun (843),o poder foi dividido entre os seus netos: Luís ficou com a França oriental; Carlos ficou com a França ocidental e Lotário ficou com as terras situadas entre os dois reinos (atual Itália).

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4 - O IMPÉRIO BIZANTINO (Império Romano do Oriente).

- Localização: entre a Europa e a Àsia na passagem do mar Egeu para o mar Negro (veja mapa 06 em anexo)

- A cidade de Constantinopla (antiga Bizâncio dos gregos, hoje Istambu, capital da Turquia).

— Desenvolvimento de um amplo comércio e de uma rica agricultura.

— Política: autoridade máxima do imperador, chefe da igreja e do exército, e auxiliado por uma vasta burocracia.

— Principal Imperador: Justiniano.* Reconquista de grande parte do Império

Romano.* Compilação das leis romanas, o Corpus

Júris Civilis (Digesto ou Pandectas, Institutas, Novelas ou Autênticas).

* O Proseguimento da construção da catedral de Santa Sofia.

— Política externa: reconstituição do Antigo Império Romano.

- Política interna: Revolta de Nika devido aos altos impostos para sustentar as campanhas militares.

— No ocidente.* O papa Leão I.— O contato com outras regiões e povos

como gregos e árabes.- Os iconoclastas.- As heresias (correntes doutrinárias)- O Cisma do Oriente:

Igreja Católica Apostólica Romana – papa.

Igreja Ortodoxa Grega – Imperador.

- Cultura: divulgação e preservação das obras dos filósofos da Antiguidade.- Decadência do Império: tomada de Constantinopla pelos Turcos-Otomanos em 1453.

5 – OS ÁRABES E O ISLAMISMO— Localização: Península Arábica está

localizada entre a Àfrica e a Ásia (veja mapa 07 em anexo).

— Primeiros habitantes: Tribos

nômades do deserto (beduínos).

- Arábia Pré-Islâmica:* Religião: Politeísta— Principal cidade: Meca (Valor comercial

e religioso – a CAABA).* Tribo dos caraixitas.- A Arábia Islâmica:* Maomé e o islamismo (elementos

judaicos e cristãos).

* O corão e Alá como único Deus:— A cidade de Medina (Hégira) – fuga de

Maomé de Meca para Medina (o início do calendário muçulmano).

— A unificação dos Árabes em torno do islamismo.

— A morte de Maomé.— O avanço árabe.— O avanço árabe foi barrado em direção

a Europa na batalha de Poitiers (732) – Árabes e francos.

— A desagregação religiosa.* Surgimento de duas seitas.* Sunitas e Xiitas. Corão Defendiam que o

governante deveria ser descendente de Maomé tornando o seu poder absoluto.

Suna – Continha os ditos e feitos de Maomé.* Livre escolha dos chefes políticos pela

comunidade de crentes.— As incursões árabes realizadas no sul

da Europa, decadência comercial e a ruralização.

6 – O SISTEMA FEUDAL“Alguns rezam, outros combatem e outros

trabalham”.- Introdução: “A Idade Média, na Europa, foi caracterizada pelo aparecimento, apogeu e decadência de um sistema econômico, político e social denominado feudalismo. Este sistema começou a se estruturar na Europa ao final do Império Romano do Ocidente (século V), atingiu seu apogeu no século X e praticamente desapareceu ao final do século XV”.— Origens: instituições romanas

( Colonato, Clientela, Vila, Precarium, Cristianismo); e Germânicas (Comitatus, Beneficium, Direito Consuetudinário e Economia Agro-pastoril).

— Características:- Poder político: Descentralizado.— Economia de subsistência, auto-suficiente, baixa produtividade e amonetária.* relação servil de produção.— Organização do feudo: manso senhorial, manso servil, manso comunal.— Sociedade: * Senhores feudais* Servos— Obrigações servis: corvéia, talha,

banalidades, Tostão de Pedro, homenagem, etc.

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A IGREJA MEDIEVAL— A grande senhora feudal;— Lutas internas;— Detentora da riqueza, do poder e da

cultura;— Os mosteiros;— O Tribunal da Santa Inquisição.

A DECADÊNCIA DO FEUDALISMO— As cruzadas;— O Renascimento urbano e comercial;— Fortalecimento do poder real;— Guerra dos cem anos;- A peste negra.

III – TERCEIRO BIMESTRE

1 - A REFORMA PROTESTANTE

-Introdução: “Na Europa do século XVI, a igreja passaria pela maior crise de sua história. A indisciplina e a leviandade de muitos membros do clero haviam gerado descrença e repulsa entre os fiéis. O sentimento nacionalista, desenvolvido pelas monarquias, estimulava o desejo de expropriar as terras da igreja espalhadas por todas as nações da Europa. A burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura, estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições, a igreja passaria por uma divisão que levou ao aparecimento de muitas seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficaria como Contra-Reforma”.- Fatores: * Desenvolvimento das monarquias nacionais;* Conflito entre o papa e o imperador;* A venda de indulgências;* A prática da simonia;* Riqueza material da igreja e vida mundana do clero.- Causa imediata: a venda de indulgências.- Precursores da Reforma:* John Huss (Reino da Boêmia) – pregava a diminuição do poder do clero e a adoção de um idioma nacional.* John Wycliff (Inglaterra) – pregava o fim da venda de indulgências. A REFORMA NA ALEMANHA- Razões: ausência de unidade política; desenvolvimento do humanismo, venda de indulgências e descontentamento geral da população.— O Luteranismo:* A fé somente em Deus;

* Substituição do latim pelo idioma alemão;* A Bíblia como única fonte de fé;* Abolir o culto aos santos etc. Obs.: A ética luterana salvação pela fé.- As 95 teses de Lutero.- Revolta de pequenos nobre e camponeses.- A cisão religiosa da Alemanha.

A REFORMA NA SUÍÇA- Zwinglio: iniciador da Reforma na Suíça.- Calvino: teórico que satisfez os interesses burgueses.- A ética Calvinista: predestinação divina.- Calvino e a fé burguesa:

A REFORMA NA INGLATERRA- Fatores:* interesses do rei e da nobreza;* negação do divórcio a Henrique VIII;* o rei torna-se chefe da igreja inglesa;* igreja anglicana: protestante sob forma

católica.— O fim da unidade cristã.— Principais conseqüências da Reforma:* intolerância religiosa;* fortalecimento do absolutismo;* expansão do capitalismo;* Contra-Reforma.

A CONTRA-REFORMA- Conceito: foi a reação da igreja católica ao protestantismo;— Concílio de Trento:* criação da Ordem dos jesuítas;* fortalecimento da inquisição;* criação do índex;* confirmação do celibato;* confirmação do culto aos santos;* proibição da acumulação de cargos

eclesiásticos e da venda de indulgências.

2 – O RENASCIMENTO CULTURAL

— Introdução: “Com o renascimento comercial e urbano, o aparecimento da burguesia, classe ligada ao comércio, e a formação das monarquias nacionais, a cultura européia também sofreu alterações. Essas transformações culturais aprofundaram-se nos séculos XIV-XVI, ficando conhecidas por Renascimento. Representavam, em feral, os valores da burguesia, classe social em ascensão”.— Características gerais:* humanismo;* racionalismo;* individualismo e nacionalismo;* valorização da cultura grego-romana;

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* valorização da natureza e do homem.— Fatores que influenciaram o

Renascimento:* renascimento comercial;* desenvolvimento da imprensa;* ação dos mecenas.— Obs.: o berço do Renascimento foi a

Itália.— Principais artistas italianos:* Leonardo da Vinci: (Última ceia, Mona

Lisa).* Rafael Sanzio: (As Madonas ou

Representações da Virgem Maria com o Menino Jesus).

* Miguel Ângelo Buonarroti (Esculturas Moisés, Pietá e Daviol; como arquiteto projetou a gigantesca cúpula da Basílica de São Pedro em Roma).

* Ticiano (Amor Sacro e Amor Profano, e Vênus de Urbino).

— Expansão pela Europa:* França;* Inglaterra;* Alemanha;* Portugal;* Espanha;— O Renascimento Científico:* Copérnico: heliocentrismo;* André Vassálio: dissecação;* Servet: pequena circulação;* Harvey: função das veias.

3 - O ESTADO MODERNO

- O Estado Moderno formou-se em oposição a duas forças características da Idade Média: o regionalismo político e o universalismo religioso. - A noção de soberania substitui a suserania feudal; - Características: * caráter ambíguo (de um lado, foi um Estado feudal transformado mantendo valores e privilégios dos senhores feudais. De outro, um dinâmico agente mercantil unificando mercados, pesos, moedas, leis, e eliminando barreiras internas). * Nascido da aliança rei + burguesia acabou se tomando parasitário e aristocrático com uma crescente tributação; * Endurecimento do poder do rei e oposição aos empreendimentos da burguesia. - Meios de controle político da monarquia: * burocracia administrativa; * força militar; * leis e justiças unificadas; * sistema tributário.

O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

Com a consolidação do Estado Moderno, os reis foram concentrando poderes em suas mãos. Passaram a

comandar exércitos, decretar leis e arrecadar tributos.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO

As mudanças culturais do Renascimento reestruturou a ideologia política européia livre das amarras da igreja e que passam a legitimar o absolutismo, como:

*NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) – Para Maquiavel o soberano deve ficar acima das considerações morais, mantendo a autonomia política. Os "fins justificam os meios" e a razão do Estado deve sobrepor-se a tudo. O soberano tudo pode fazer quando busca o bem-estar do país. "A força é justa quando necessária". Obras: Mandrágara, Discurso sobre a década de Tito Lívio, O príncipe.

*THOMAS HOBBLES (1588-1619) - Foi quem melhor definiu a ideologia absolutista. Para Hobbles, o Estado seria uma grande entidade toda poderosa que dominaria todos os cidadãos, a fim de proteger contra a violência e o caos da sociedade primitiva. Segundo Hobbles "é lícito ao rei governar despoticamente, já que o próprio povo lhe deu o poder absoluto".

*JACQUES BOSSUET (1627 - 1704) -Escreveu Memórias para a educação de Delfim e política segundo a sagrada escritura, e estabeleceu o princípio do direito divino dos reis.

*JEAN BODIN (1530-1596) - autor de A república. A soberania real não pode sofrer restrições nem submeter-se a ameaças, pois o poder emana de Deus. (Legislar sem precisar do consentimento de quem quer que seja.

*HUGO GRITIUS (1583 -1645) - Obra: Direito da paz e da guerra - Trata do direito internacional e também defende o governo despótico.

- O absolutismo francês

- O absolutismo inglês

- O absolutismo no restante do mundo.

4 – A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO

- O Mercantilismo: Entendemos o Mercantilismo como o conjunto de teorias e práticas de intervenção econômica surgidas na Europa a partir do século XV. Era um sistema complexo, que envolvia concepções precisas acerca da produção manufatureira, da utilização da terra e, sobretudo, do poder do Estado.*Objetivo: fortalecer o poder real e enriquecer a burguesia.* Características Gerais: Metalismo, Estatismo, Balanço Comercial favorável,

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colonialismo, monopólio e Protecionismo e Pacto Colonial.* Época mercantilista (50% de características feudais e 50% de características capitalistas).* Principais formas mercantilistas:

Espanha e Portugal Metalismo ou Bulionismo.

Inglaterra 1ª Fase Mercantilismo Comercial;

2ª Fase Mercantilismo Industrial; França Industrialismo ou

Colbertismo. Alemanha Comercialismo. Obs.: O mercantilismo não tinha

preocupação social.

5 – A EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL EUROPÉIA

- Introdução: “A expansão ultramarina européia deu início ao processo de Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV,XVI e XVII. Por intermédio das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças à acumulação primitiva de capital que propiciou, preparou o advento da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII.- Fatores da expansão:* crise econômica: fome e doenças;* necessidade de conquistar novas terras e novos mercados;* necessidade de uma nova rota parta o Oriente;* interesses dos Estados nacionais e da burguesia;* propagação da fé cristã;* ambição material;* evolução tecnológica (bússola, astrolábio, quadrante, a caravela, pólvora);* formação dos Estados nacionais.

Pioneirismo Português

- Fatores:* centralização administrativa;* Mercantilismo;* ausência de guerras;* posição geográfica favorável.- Principais fases:

Conquista de Ceuta (Escola de Sagres);

Conquista do Cabo da Boa Esperança;

A chegada de Vasco da Gama nas índias;

O “Descobrimento do Brasil” (1500).

- Navegações Espanholas: Colombo e a “descoberta da

América” A Primeira Volta ao Mundo.

- O Tratado de Tordesilhas (1494).- Navegações Tardias:

Franceses; Ingleses; Holandeses;

- Conseqüência das Grandes Navegações:

O Atlântico como centro; Formação de grandes empresas

comerciais; Ampliação de mercados; Riqueza e poder para a Europa; Implantação do sistema colonial.

6 – A SITUAÇÃO MUNDIAL NOS SÉCULOS XV E XVI:

ÁFRICA, ÁSIA E AMÉRICA

Dominação européia. Pacto colonial; Exploração, escravidão e

extermínio.

QUARTO BIMESTRE

IV – O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA

1 - A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA

- Conquista de Cristóvão Colombo.- Colonização baseada no bulionismo.- Processo de colonização: * Fernão Cortez – conquista dos Astecas (México).- Francisco Pizarro – conquista dos Incas (Peru).- A América tinha povos em estados culturais bem diferentes.- O império organizado dos Astecas, Maias e Incas e a dominação espanhola.- Divisão política: Vice-Reinados e Capitanias Gerais.- Sociedade colonial: elite (Chapetones e os criollos); Massa: mestiços (brancos e índios ), índios (maioria) e negros (escravos).

COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA INGLESA

- As treze colônias e os dois tipos de colonização:* Colônias do Norte – povoamento.* Colônias do Sul – exploração.

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2 – A AMÉRICA PORTUGUESA (BRASIL)

1 - PERÍODO PRÉ-COLONIAL- Características:* não fixação do homem a terra;* exploração predatória do pau-brasil;* criação de feitorias;* realização do escambo.

AS EXPEDIÇÕES EXPLORADORES

— 1501. Gaspar de Lemos (Expedição dos Topônimos, relevo nome).

— 1503. Gonçalo Coelho Foi dada uma capitania antes de existir o sistema a Fernando de Noronha.

- Dica: estas expedições tinham como objetivo verificar se existia metais preciosos na nova terra.

AS EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTAS

— 1516 e 1526 Comandadas por Cristóvão Jacques.

- Dica: tinha como objetivo patrulhar o litoral brasileiro.

A EXPEDIÇÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO DE SOUSA, (1530)

* O início da colonização – 1531.- Fatores: * a perda do monopólio do comércio das especiarias – por parte dos portugueses.* a intensificação da presença francesa

(estrangeiros) ao longo do litoral brasileiro.

PRIMEIROS NÚCLEOS URBANOS— Vila de São Vicente.— Vila de Santo André.OBS.: As 4 cidades mais antigas do Brasil:* 1549 São Salvador da Baía de Todos

os Santos (Tomé de Sousa).* 1565 São Sebastião do Rio de

Janeiro (Estácio de Sá).* 1585 Filipéia de Nossa Senhora das

Nevis (João Pessoa-PA) Diogo Valdez e Martim Leitão.

* 1590 São Cristóvão (Cristóvão de Barros).

3 – O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

01. Introdução: Com a finalidade de intensificar a colonização dividindo os gastos do processo com particulares, a coroa portuguesa criou em 1534 o sistema de capitanias hereditárias para o Brasil.

02. O funcionamento do sistema: R——————D————————C

- Carta de Doação documento que estabelecia os limites e a extensão territorial da capitania.-Foral Estatuto Jurídico administrativo que estabelecia os direitos e deveres dos donatários. - Tipos de capitanias:* R — D particular* R — O Real

03. Entraves do sistema:— A grande extensão territorial dos lotes

aliada a precariedade dos meios de transportes e comunicação, além da grande distância entre a colônia e a metrópole;

— Os freqüentes ataques indígenas;— A inexistência de uma autoridade que

coordenasse a administração colonial frente aos donatários;

4 – O SISTEMA DE GOVERNO GERAL, 1548

01. Introdução: “Com a finalidade de instituir poder público oficial na colônia, além de estabelecer uma atividade de coordenação administrativa frente aos donatários, a coroa portuguesa cria em 1548 o sistema de governo geral para o Brasil”.

- Obs.: O governo geral não extingue as capitanias hereditárias. Estabelece apenas um processo de centralização.

02. O Funcionamento do sistema:* Regimento real documento que

estabelece as normas administrativas aplicáveis ao sistema de governo-geral.

* Capitão-mor responsável pela defesa do litoral.

* Provedor-mor responsável por assuntos ligados a fazendo pública (assuntos fiscais).

* Ouvidor-mor responsável pela justiça.

03. Os três primeiros governadores:a) Tomé de Souza Fundação da cidade

de Salvador; Criação do primeiro bispado no Brasil (1º bispo D. Pero Fernandes Sardinha).

b) Duarte da Costa Conflitos entre Igreja e Estado; Invasão francesa no Rio de Janeiro;

c) Mém de Sá Expulsão dos franceses; Fundação da cidade do Rio de Janeiro.

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- As Câmaras Municipais e os homens-

bons.

5 - DIVISÕES ADMINISTRATIVAS DO BRASIL: Governo do Norte: sede em Salvador Luis de Brito 1572 Governo do Sul: sede no Rio de Janeiro Antonio Salema. 1578: unificação com Lourenço da Veiga. 1580-1640: a estrutura político-administrativa do Brasil colonial sofreu mudanças com a ascensão dos Felipes ao trono português: Estado do Maranhão: sede em São Luis, mais tarde transformado em Estado do Grão-Pará e Maranhão. 1621 Maranhão, com sede em Belém. Estado do Brasil: sede em Salvador e, a partir de 1763, com sede no Rio de Janeiro. 1774: nova unificação.

6 - ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA:+ A administração eclesiástica acompanhou no Brasil Colonial a própria evolução administrativa da Colônia; a criação de capitanias, comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de prelazias, dioceses e paróquias. A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização. A catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus. O ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar dos bandeirantes, e, no norte da Colônia, também devido à exploração das “drogas do sertão”. Os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a realidade colonial, foram expulsos de Portugal e do Brasil no reinado de D. José I (na época do ministro Marquês de Pombal).+ O projeto missionário e catequizador dos jesuítas: Os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário com os índios e a educação com a fundação dos colégios. A legitimação da espoliação e da fraternidade cristã. O ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambigüidade.

Os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária.+ Educação:Na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII. A Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a evangelização das colônias americanas: a evangelização e a catequese. O ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa do colonizador. Não conseguiram dissociar a evangelização do processo colonizador luso-brasileiro. Os jesuítas exerceram um papel de grande importância em relação à educação dos filhos dos grandes proprietários de escravos e terras até sua expulsão. Sua presença foi tão significativa que seus colégios constituíram-se enquanto marcos da ação colonizadora portuguesa na América. Os jesuítas procuraram aprender as línguas indígenas. Os jesuítas pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei. Os jesuítas fundaram vários colégios. Contribuíram para amenizar as tensões entre indígenas e colonos. Os jesuítas tinham por objetivo promover a Igreja Católica e, para isso, acabaram por alterar a cultura indígena: a aculturação dos indígenas, à medida que a colonização portuguesa se consolidava. Quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no período colonial, se limitavam ao repúdio às torturas e aos maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão enquanto instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas pelos jesuítas, que elegem como espaço de julgamento o fórum divino. O negro foi excluído da catequese e do processo de educação porque existia a crença de que o negro não tinha alma.

7 – A ECONOMIA COLONIAL

I. A ECONOMIA AÇUCAREIRA (SÉC. XVI E XVII)

1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL : Sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de relações políticas, econômicas, sociais, ideológicas e culturais. Um conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-colônia principalmente no campo econômico.· Pacto Colonial: Relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole:

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monopólio. Também chamado “regime do exclusivo colonial”, denomina o sistema de monopólio comercial e controle econômico imposto pelas metrópoles às suas colônias nos Tempos Modernos (capitalismo comercial/mercantilismo).

+ O Sentido da Colonização: O monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o sistema colonial, porque é através dele que as colônias preenchem sua função histórica de produzir riquezas para o maior desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o aspecto de uma vasta empresa comercial destinada a explorar os recursos das colônias em proveito do comércio europeu. Monopólio:

-as colônias são áreas complementares da economia metropolitana.-as colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam vender seus produtos para o grupo mercantil metropolitano.-as colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem os produtos manufaturados da metrópole.-as colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições de fazer, nunca concorrer com ela.-as colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e com o máximo de lucratividade.

2. A COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA: Colonização como desdobramento da expansão marítima e comercial européia. A agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do litoral brasileiro. A colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-açúcar. Valorização econômica das terras. Passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da produção.

Com a empresa açucareira Portugal solucionava o seu problema de utilização econômica das suas terras americanas e o Brasil se integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores europeus. A colonização como instrumento de acumulação de capital na Europa.3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR: Existência de mercados consumidores na Europa. A participação holandesa no financiamento, refino e distribuição do produto. A experiência portuguesa.

A qualidade do solo (massapê) e as condições climáticas. 4. EMPRESA AÇUCAREIRA: Estrutura de empresa comercial exportadora. Empresa de base agrícola destinada à exploração econômica e a colonização do litoral brasileiro, principalmente o nordestino (principal centro produtor). O engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala, capela, canaviais) exigia grandes investimentos. Tipos de engenho: os reais movidos à água, e os trapiches, que utilizavam tração animal. Nordeste: principal centro produtor (PE e BA). Trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores contratados. Grupo flutuante formado de mestiços, mamelucos, rendeiros e agregados. A montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de plantation.· Plantation: sistema de produção: Monocultura: especialização na produção de um artigo de real interesse no mercado europeu. Escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória (escrava): índia, depois negra. Latifúndio: grande propriedade de terra. Exportação: havia uma total ausência de autonomia dos produtores e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente voltada para o mercado externo.5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA: Uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do trabalhador escravo, base da economia colonial e do prestígio do grande proprietário. Uma sociedade conservadora, patriarcal, escravista, rural (agrária). O engenho era o centro dinâmico de toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero prolongamento da vida rural. Uma organização social intimamente articulada à propriedade e à riqueza.+ início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos étnicos responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira: o índio americano, o branco europeu e o negro africano. Mulato: mestiço de branco com negro. Mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco. Cafuzo: mestiço de negro com índio.6. A ESCRAVIDÃO :+ Motivos da utilização da mão-de-obra escrava:

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A plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores. Crise demográfica portuguesa. A inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua escassez e ao seu custo. Os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na colônia: difíceis condições de trabalho. Os lucros proporcionados pelo tráfico de escravos.· Escravidão Indígena: Os índios foram utilizados como escravos no início da economia canavieira, contudo, demonstrou-se incompatível com a produção açucareira e foram substituídos pelos negros africanos. Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura açucareira: A imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado, dinâmico, organizado e metódico chocou-se com a cultura indígena. A alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que, para ser mantida, necessitava manter a escravidão negra. Conseqüências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios: Massacre de milhares de índios. Ocupação de suas terras. O contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a cultura do índio. Desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas. Mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos europeus. Áreas Periféricas: O escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito pobres, onde os colonos não tinham recursos para comprar escravos negros: São Vicente e Maranhão.· Escravidão Negra: Os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às necessidades do colono branco, dos grupos mercantis e da Coroa Portuguesa.+ Formas de Aquisição do Negro na África: Caça, captura e aprisionamento. Compra de africanos aos chefes locais (sobas): muitas tribos africanas passaram a escravizar outras para vendê-las aos traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo, rapadura, cachaça).+ Tráfico Negreiro: Navios negreiros (tumbeiros). Os negros (peças do gentio da Guiné) eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.+ Grupos:

Sudaneses: oriundos da Nigéria, Dome, Costa do Ouro (Ioruba, Geais, Fanti-ashantis) Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e moçambiques). Malês: sudaneses islamizados.+ Resistência do Negro a Escravidão: Evitando a reprodução. Suicidando-se. Matando feitores e capitães-do-mato. Fugindo. Formando quilombos.+ Quilombos: Comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus senhores e passavam a viver em liberdade. Quilombo dos Palmares: localizava-se no atual estado de Alagoas.- o número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão holandesa em Pernambuco.- produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas.- simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para novas fugas de escravos. Representava uma ameaça à ordem escravocrata.- líder: Zumbi.- em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores nordestinos.

8 - ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:Paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira, desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável pela produção de gêneros que vinham atender às necessidades básicas dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco, algodão, mandioca, milho, feijão.· A mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o consumo interno: elemento básico da alimentação do brasileiro.· O fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de escravos no mercado africano: cultivado em zonas restritas da Bahia e Alagoas.· O algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos: cultivados no Maranhão e Pernambuco.

6 - AS INVASÕES

1 - INVASÃOES FRANCESAS:1. MOTIVOS :· O Tratado de Tordesilhas que dividia o novo mundo descoberto entre Portugal e

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Espanha e marginalizava (excluía) as outras nações européias.· Interesses econômicos: o tráfico do pau-brasil, da pimenta nativa, do algodão nativo e produção de gêneros tropicais.2. AS INVASÕES :· Rio de Janeiro (1555-1567): França Antártica.· Maranhão (1612-1615): França Equinocial.3. A FRANÇA ANTÁRTICA :· Objetivos: Fundar uma colônia de exploração econômica. Abrigar o protestante (huguenotes) que eram perseguidos pelas guerras de religião.· Comandante: Nicolau Durant de Villegaignon.· Ocupação: Os franceses se instalaram nas ilhas de Serigipe, Paranapuã, Uruçumirim e Laje. Aliaram-se aos índios tamoios: formação da Confederação dos Tamoios.· Expulsão: A Confederação dos Tamoios foi dissolvida (1563) por Nóbrega e Anchieta que fizeram um acordo com os índios através do armistício de Iperoig (Ubatuba). Na expulsão dos franceses, o governador Mém de Sá, contou com o auxilio de Estácio de Sá, dos índios Temininós (Araribóia) e pelos tamoios do sul. Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (01.03.1565): Estácio de Sá. Os franceses são expulsos em 1567. 4. A FRANÇA EQUINOCIAL :· Objetivo: Fundar uma colônia de exploração econômica.· Comandante: Daniel de La Touche.· Ocupação: Fundação da povoação de São Luis (homenagem ao rei francês Luis XIII).· Expulsão: Os franceses são expulsos em 1615 pelas tropas portuguesas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre de Moura.5. A OCUPAÇÃO PORTUGUESA DO LITORAL ACIMA DE PERNAMBUCO:· Quando os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro, procuraram alojar-se no litoral acima de Pernambuco e foi da luta contra eles que se iniciou o povoamento: Paraíba: Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) João Pessoa. Rio Grande do Norte: Forte dos Reis Magos (1599) Natal. Ceará: Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) Fortaleza.

Pará: Forte do Presépio (1616) Belém.

2 . INVASÕES HOLANDESAS1. MOTIVOS:

· A União das Monarquias Ibéricas (1580-1640): Portugal e suas colônias submetidas ao domínio espanhol Juramento de Tomar.

· Os conflitos político-militares entre a Espanha e a Holanda: devido à separação da Holanda do domínio espanhol.· O Embargo Espanhol: proibição de quaisquer relações comerciais entre os holandeses e todas as áreas sob dominação espanhola.1. REPERCUSSÕES DA UNIÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS:· Brasil Filipino: Reforma da política fiscal: rigidez para evitar a corrupção e os desvios. Criação do Tribunal de Relação de Salvador: os colonos podiam apelar das sentenças dinamizou a prática de justiça. A colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco, chegando até o Amazonas: expansão oficial. A nova divisão política do Brasil (1621): criação do Estado do Maranhão (capitanias do Grão-Pará, Maranhão e Ceará). Invasões francesas: França Equinocial no Maranhão. Invasões holandesas.2. OBJETIVOS :· romper o monopólio ibérico.· recuperar o comércio do açúcar.· controlar os centros produtores de açúcar.· estabelecer uma colônia de exploração econômica.3. AS INVASÕES AO BRASIL :· Os Holandeses na Bahia (1624-1625): Tentativa fracassada de conquista da Bahia (sede do Governo Geral do Estado do Brasil). Reação luso-brasileira comandada pelo bispo D. Marcos Teixeira e por Matias de Albuquerque: guerrilhas. As guerrilhas impediram o avanço holandês para o interior e, por isso, os holandeses só conquistaram a cidade de Salvador. Os holandeses são expulsos pelos colonos luso-brasileiros e pela esquadra luso-espanhola Jornada dos Vassalos.· Os Holandeses em Pernambuco (1630-1654): Os holandeses se refizeram dos prejuízos da invasão da Bahia saqueando

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navios que saiam do Brasil carregados de açúcar e aprisionando galeões espanhóis que saiam da América carregados de prata. Invasão e conquista de Pernambuco (maior centro açucareiro do Brasil, mas pouco guarnecido militarmente). A resistência dos colonos, através de guerrilhas, no interior foi comandada por Matias de Albuquerque: impediram a imediata conquista holandesa de todo o Nordeste açucareiro. Principal centro de resistência: Arraial de Bom Jesus. A “traição” de Calabar: este integrante das tropas de resistência passou para o lado holandês e indicou os focos (centros) de resistência dos colonos: os holandeses passam a ocupar áreas do litoral nordestino. Com a queda do Arraial do Bom Jesus (1635), os holandeses começam a efetivar a conquista do Nordeste.4. CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO HOLANDÊS:

As invasões tiveram um caráter exclusivamente mercantil: foram comandadas pela Companhia das Índias Ocidentais (WIC). Aliança com os senhores de engenho. Respeito às propriedades e a classe dominante colonial. Tolerância política e religiosa. Concessão de empréstimos aos senhores de engenho.5. A ADMINISTRAÇÃO NASSOVIANA (1637-1644):· Conde João Mauricio de Nassau: funcionário da WIC. Consolidou a dominação holandesa e o sistema produtor de açúcar. Criou facilidades de produção e comercialização do açúcar. Domínio do Nordeste brasileiro: do Maranhão até Sergipe.

Criação da Câmara dos Escabinos: assembléia de representantes das várias câmaras municipais da região.

Monopólio do mercado escravista: domínio de áreas portuguesas na África para garantir o fornecimento de escravos. Embelezamento e urbanização de Recife: pontes,palácios, jardins, pavimentação. A vinda de intelectuais europeus: Franz Post, Piso, Marcgrave.6. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654):· a luta para expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil.· motivos:+ mudança da política colonial holandesa (WIC):

Arrocho financeiro: aumento dos impostos, altos preços dos fretes e cobrança de pagamento dos empréstimos. Confisco de terras. Nassau não concorda com esta política imposta pela WIC aos produtores brasileiros e pede demissão.· Líderes: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira (senhores brancos), Henrique Dias (negro) e pelo índio Poti (Filipe Camarão).· Batalhas: Monte das Tabocas (1645), Guararapes (1648 e 1649) e Campina do Taborda (1654).7. CONSEQÜÊNCIAS DA EXPULSÃO: Tratado de Haia (1661): a Holanda recebia uma indenização (dinheiro, açúcar, tabaco e sal), a restituição de sua artilharia e favores no comércio do açúcar. O auxilio inglês a Portugal nas lutas contra os espanhóis (Restauração = D. João IV) e contra os holandeses e a conseqüente aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês. Crise na empresa açucareira brasileira devido à concorrência do açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas: crise econômica no Brasil e crise política e econômica (financeira) em Portugal (saiu economicamente arruinado do domínio espanhol).

8. CONSELHO ULTRAMARINO (1642): reorganização da administração do Brasil para obter maiores recursos e para garantir o real controle sobre a colônia.

Limitar os poderes da aristocracia latifundiária. Centralização político-administrativa. Limitava o poder das Câmaras Municipais e dos “homens bons”: submissão às autoridades metropolitanas. Os juizes passaram a ser nomeados diretamente pelo rei: juizes de fora. Em 1720, o governo português elevou a colônia a vice-reinado e os governadores passaram a ser titulados vice-reis: visava aumentar a centralização e o controle do Brasil. Criação de companhias privilegiadas de comércio para manter um controle mais rígido sobre a economia: Companhia Geral de Comércio do Brasil e Companhia de Comércio do Estado do Maranhão.

3 - A EXPANSÃO TERRITORIAL

1. DEFINIÇÃO :

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Processo de expansão da colonização para o interior do Brasil, ultrapassando os limites de Tordesilhas e ampliando o território brasileiro realizado nos séculos XVII e XVIII.

2. CONTEXTO HISTÓRICO : O período do domínio espanhol (1580-1640) foi marcado pela expansão da colonização para o interior, pela conquista do litoral setentrional norte, pela expansão bandeirante e pela ocupação das terras além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas. Processou-se fundamentalmente de acordo com as necessidades econômicas da Colônia e de Portugal.3. FATORES DA EXPANSÃO : A expansão oficial: conquista militar do litoral setentrional e colonização do Amazonas. A pecuária. O bandeirismo. A mineração. Os jesuítas: missões. A Colônia do Sacramento.4. A EXPANSÃO OFICIAL :· Conquista do litoral setentrional (acima de Pernambuco): Através de tropas militares para expulsar os franceses e seus aliados indígenas que faziam entre si o escambo (pau-brasil, pimenta-nativa, algodão nativo).· Colonização do Amazonas: Através de tropas militares para expulsar os ingleses e holandeses que exploravam as “drogas do sertão” (cacau, baunilha, guaraná, cravo, pimenta, castanhas e madeiras aromáticas e medicinais) e de expedições exploradoras.5. A PECUÁRIA: Responsável pela ocupação do sertão do Nordeste e do Sul.· Pecuária bovina no Nordeste: avanço do gado rumo ao sertão. Atividade econômica complementar das lavouras canavieira e mineradora. Funções para o engenho: alimento, força de tração animal e meio de transporte. Inicialmente criado nos engenhos do litoral baiano e pernambucano, o gado penetrou para os sertões a partir do século XVII.* Motivos do deslocamento do gado do litoral para o interior: Crescente expansão da grande lavoura açucareira: o gado estragava as plantações de cana-de-açúcar. Necessidade de maior espaço para o plantio da cana: as terras deveriam ser usadas para o plantio de cana e não para pastagens.

Importância econômica inferior da pecuária.* Ocupação do sertão nordestino: processo pecuarista de colonização e expansão do interior do Brasil. Rio São Francisco: “Rio dos Currais” nas suas margens surgiram várias fazendas de gado. A fazenda de gado exigia pouco capital e pouca mão-de-obra. O trabalhador era geralmente livre: vaqueiro · recebia um pequeno salário e um quarto das crias (após cinco anos de trabalho). O fazendeiro e vaqueiro mantinham um relacionamento amistoso e o vaqueiro, com o tempo, podia se tornar um fazendeiro (cabeças de gado que recebia e a abundancia de terras). Muitas feiras e fazendas de gado deram origem a vários núcleos de povoamento: centros urbanos. O gado realizou a integração de diferentes regiões econômicas. Atividade econômica voltada para o mercado interno. Abastecimento da região mineradora: séc. XVIII. Diversificação econômica: couro, leite, carne.· Pecuária no Sul: Atividade complementar a da mineração: séc. XVIII Gado muar e bovino: vivendo em estado selvagem desde a destruição de missões jesuíticas pelas bandeiras no século XVII. Tropas de mula: abastecimento das regiões mineiras. Estâncias (fazendas): fundadas por paulistas. Produção de charque (carne-seca). Os peões boiadeiros viviam submetidos à rigidez da fiscalização dos capatazes e jamais teriam condições de montar sua própria fazenda5. BANDEIRISMO :· Conceito: Expedições que penetravam no interior com o objetivo de procurar riquezas (índios para serem escravizados e metais e pedras preciosas).· Centro irradiador das Bandeiras: A Capitania de São Vicente.+ Motivo: A pobreza econômica da capitania devido ao fracasso da lavoura de exportação canavieira e o seu isolamento político.· Ciclos: Ouro de Lavagem; Caça ao Índio; Ouro de Mina; Sertanismo de Contrato.* Ciclo do Ouro de Lavagem: Zona litorânea. Curitiba: Heliodoro Eobanos ouro de aluvião. São Roque: Afonso Sardinha ouro de aluvião.

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* Ciclo da Caça ao Índio ou de apresamento:+ Motivos: necessidade de mão-de-obra. Aumento da produtividade agrícola. As invasões holandesas no Nordeste provocaram a dispersão dos escravos. Os holandeses dominaram áreas de fornecimento de escravos na África.+ Características: Os paulistas passaram a apresar o índio para vendê-lo como escravo. Missões jesuíticas: Tape, Itatim e Guairá os índios já estavam aculturados, catequizados Bandeirantes: Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto. Decadência: a partir da segunda metade do século XVII devido à extinção da maioria das missões e a reconquista do monopólio do tráfico negreiro pelos portugueses após a expulsão dos holandeses do Brasil e da África.* Ciclo do ouro e do diamante:+ Motivos: A decadência da economia açucareira; O estímulo dado pela metrópole: financiamento, títulos e privilégios; A decadência do apresamento do índio;+ Características: Áreas de exploração (prospecção): Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Bandeirantes: Fernão Dias Pais, Antonio Rodrigues Arzão (descobriu ouro em Cataguases em 1693: primeira notícia oficial de descoberta de jazida de ouro), Antonio Dias de Oliveira (Ouro Preto), Borba Gato (Sabará), Bernardo da Fonseca Lobo (diamantes no Arraial do Tijuco: Diamantina), Pascoal Moreira (Cuiabá) e Bartolomeu Bueno da Silva Filho (Goiás). Os bandeirantes utilizavam-se dos rios como caminhos naturais: pousadas e roça nas margens povoamento Tietê.+ Monções: Expedições fluviais de abastecimento das longínquas e de difícil acesso regiões do Mato Grosso e Goiás* Ciclo do Sertanismo de Contrato: Bandeiras contratadas por autoridades e senhores de fazendas, principalmente do Nordeste (BA e PE) para combaterem índios rebelados e negros dos quilombos. Bandeirante: Domingos Jorge Velho destruição do Quilombo dos Palmares.6. COLÔNIA DO SACRAMENTO (1680): Fundação de uma colônia portuguesa no estuário do rio da Prata, quase em frente a Buenos Aires. Motivos: A pecuária. O comércio do couro.

O contrabando. O interesse nas regiões mineradoras do Peru e Bolívia. Os interesses ingleses. Reação Espanhola: Reação dos colonos de Buenos Aires e da Coroa Espanhola: invasões da Colônia do Sacramento e assinatura de tratados de limites. Tratados de Limites e Formação de Fronteiras:* Tratado de Lisboa (1681): A Espanha reconhecia a posse portuguesa da Colônia do Sacramento.* Tratado de Utrecht (1715): A Espanha é obrigada, mais uma vez, a ceder a Colônia do Sacramento para Portugal.* Tratado de Madri (1750): Definia a posse, de direito e de fato, das terras efetivamente ocupadas por Portugal além dos limites de Tordesilhas. Não houve participação da Igreja. Foi utilizado o princípio: uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato deve possuir de direito) a terra pertence por direito a quem a ocupa Alexandre de Gusmão. Assim, a Espanha reconhecia a posse portuguesa de todas as terras efetivamente ocupadas por portugueses além da linha de Tordesilhas e cedia a Portugal a região de Sete Povos das Missões (RS). Portugal devolveria à Espanha a Colônia do Sacramento. Por este tratado, o Brasil assumiu, praticamente, sua atual configuração geográfica.+ Guerras Guaraníticas: Revolta dos índios de Sete Povos das Missões liderados pelos jesuítas. Motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega de Sete Povos das Missões para os portugueses e os índios suspeitavam de uma possível ocupação de suas terras e da escravização. Repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi chacinada pelas tropas portuguesas.* Tratado de El Pardo (1761): Anulava o Tratado de Madri e a Colônia do Sacramento voltava para Portugal.* Tratado de Santo Ildefonso (1777): A Colônia do Sacramento e Sete Povos das Missões foram devolvidas para a Espanha.* Tratado de Badalos (1801): Confirmava os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri.

7 - A ECONOMIA MINERADORA (SÉC. XVIII)

1. CONTROLE ADMINISTRATIVO: Regimento de 1702:

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A mineração era rigidamente controlada pela metrópole: política fiscal e controle absoluto sobre a mineração. A exploração era livre, mas os mineradores deveriam submeter-se as autoridades da Coroa e pagar os impostos.+ Intendência das Minas: Órgão responsável pelo policiamento, fiscalização e direção da exploração das jazidas, além de funcionar como um tribunal e de ser responsável pela cobrança dos impostos. Todas as minas pertenciam ao rei e o descobridor de uma jazida deveria comunicar a Intendência, caso contrário seria preso e julgado. A mina, depois de descoberta, era dividida pela Intendência em lotes (datas): as duas primeiras datas eram escolhidas pelo descobridor da mina, a terceira data era reservada para a Coroa e depois leiloada e as demais datas eram distribuídas com os interessados que tivesse maior número de escravos.2. TIPOS DE EXTRAÇÃO: Faiscação (Faisqueira): Pequena extração: no leito dos rios e riachos.

Garimpeiro: geralmente um trabalhador livre que trabalhava isoladamente. Lavra (Jazidas): Mina: grande unidade de extração.

Volume razoável de capital.Numerosa mão-de-obra escrava.

3. A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES: Descobridor: o bandeirante Bernardo da Fonseca Lobo (1729). Local: Vale do rio Jequitinhonha Arraial do Tijuco Diamantina (MG). Regimento dos Diamantes (1730).* Distrito Diamantino: rígida fiscalização + Tipos de Extração: A Coroa concedia a particulares o direito de extração e estes pagariam taxas e impostos.Posteriormente a Coroa passou a conceder o direito de extração a um único individuo: o contratador. O monopólio régio sobre a extração: a região foi fechada e a circulação das pessoas era controlada.

4. OS IMPOSTOS: (carga tributária onerosa e opressiva). Quinto: 20% do ouro extraído. Casas de Fundição (1719): Criadas com o objetivo de evitar o contrabando e a sonegação fiscal: facilitar a cobrança do quinto. O ouro em pepita e em pó era fundido em barras timbradas com o selo real e quintadas. Capitação: 17g de ouro por escravo. Fintas: quotas anuais (100 arrobas).

Derrama: cobrança complementar e violenta do imposto (quinto) atrasado.5. DESTINO DO OURO BRASILEIRO: Tratado de Methuen (1703): também denominado de Tratado de Panos e Vinhos.: Assinado entre Portugal e Inglaterra. Estipulava que Portugal teria vantagens alfandegárias na venda de vinhos para a Inglaterra e esta teria vantagens alfandegárias na venda de manufaturados para a Inglaterra: desvantagens comerciais (benefícios para a Inglaterra). Grande parte do ouro brasileiro serviu para a Coroa pagar suas dívidas e cobrir os prejuízos da balança comercial deficitária.+ Conseqüências: Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário. O desenvolvimento manufatureiro foi prejudicado. Submissão de Portugal ao capital inglês.6. A DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO: Fatores: O esgotamento das jazidas: ouro de aluvião. O baixo nível técnico. A economia colonial entrou novamente em crise.7. CONSEQUÊNCIAS: Crescimento demográfico. Desenvolvimento da vida urbana. Crescimento do comércio e do artesanato: mercado interno. Integração entre diferentes regiões do Brasil com a zona mineradora. Aparecimento de uma camada social média. Certa mobilidade social. Piores condições de vida e de trabalho para os negros escravos. Crescimento das atividades intelectuais e culturais: arquitetura, escultura, música religiosa, poesia, contato com as idéias iluministas barroco Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto. Crescimento da mão-de-obra livre. Conflitos: Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos, Inconfidência Mineira, Quilombos (Rio das Mortes em Minas Gerais e o de Carlota no Mato Grosso).8. A ÉPOCA POMBALINA (1750-1777): Despotismo Esclarecido Marquês de Pombal: ministro do rei D. José I

Buscou salvar Portugal da dependência inglesa. Desejava anulares os efeitos desastrosos do Tratado de Methuen para a economia portuguesa. Estimulou as manufaturas portuguesas.

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Proibiu a exportação de ouro. Combateu vigorosamente o contrabando. Criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e da Companhia de Comércio de Pernambuco: visava racionalizar a exploração da colônia para recompor a economia da metrópole monopólio do comércio e da navegação. Centralismo e fortalecimento do Estado metropolitano: choque com parcela da nobreza e com a Companhia de Jesus. Expulsou os jesuítas (1759): acusava-os de constituírem um império teocrático em terras brasileiras. Escolas régias: professores leigos. Reforma na Universidade de Coimbra: ciências exatas, naturais e jurídicas. Transferência da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. Política colonial marcada pelos excessos e abusos: política fiscal rígida e opressiva. Instituiu a derrama.

1 HISTÓRIA DE SERGIPE COLONIAL

Pré-História SergipanaTribos Troncos-Linguísticos: Tupi e Macro-Jê Tribos: xocós, aramarus, carapotós, kaxangó, natu (nas margens do rio São Francisco), tupinambás, caetés, e boimés (região litorânea), aramaris, abacatiaras e ramaris (no interior próximo da região da serra de Itabaiana), kiriris ou cariris (região centro-sul entre os rios, Real e Itamirim). Resistência: lutaram para defender suas terras diante dos invasores portugueses. Líderes: Baopeba (apelidado de Serigy), Aperipê, Surubi, Siriri, Japaratuba, Pacatuba. Atuais Remanescentes: Xocós (localizados na ilha de São Pedro no município de Porto da Folha, ás margens do rio São Francisco). Parte de suas terras foi tomada pelos latifundiários da região. Continuaram lutando para sobreviver e conservar a terra que sobrou para eles. Sua identificação com indígenas é uma questão de cultura. Período Pré - Colonial :Primeiros Contatos com os Brancos Europeus:

- O litoral do atual território de Sergipe, localizado entre os rios São Francisco e Real, foi visitado inicialmente pelos portugueses que integravam a expedição guarda-costas de Gaspar de Lemos em 1501. Américo Vespúcio também integrava a expedição. Em 1531

Martim Afonso de Souza, também desembarcou em terras sergipanas. Os portugueses estabeleceram contato com os índios em terra firme.

- Em 1534, o território sergipano passou a fazer parte da Capitania da Bahia, doada pelo rei D. João III a Francisco Pereira Coutinho. A partir de 1549, com a instalação do Governo Geral em Salvador, a Capitania da Bahia foi comprada do herdeiro de Coutinho (Manuel Pereira Coutinho) e passou a ser Capitania Real. - Origem do Nome “Sergipe ”:No início, o Estado era denominado pelos portugueses de “Os Sertões do Rio Real”. Depois passou a ser conhecido pelo nome de um dos seus principais rios, que os índios chamavam de “Siriípe”, que na nossa língua significa “Rio dos Siris”. Com o passar do tempo recebeu outras denominações como: Sirigí, Sirigipe, Seregipe e finalmente Sergipe.Relações Comerciais:Os franceses também entraram em contato com os índios da região. Desde o início da colonização que os franceses interessaram-se pelas riquezas sergipanas. Eles entravam escondidos em nosso território com seus navios à vela pelos rios São Francisco, Sergipe, Vasa-Barris e Piauí. Levavam o pau-brasil, a pimenta e algodão. Existia um bom relacionamento dos índios com os franceses pelos seguintes motivos:Os franceses respeitavam a maneira de viver dos indígenas e não tinham interesse de tomar suas terras;Os índios acreditavam que um deus branco com cabelos e olhos claros viria (Mair).Catequese dos Índios:A catequese iniciou-se em 1575 com os padres jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio. Fundaram as aldeias (igrejas) de São Tomé (rio Piauí), Santo Inácio (Vasa-Barris) e São Paulo (rio Real). Os jesuítas no início conseguiram atrair os índios para catequese.Entretanto, os soldados que vieram proteger os padres começaram a praticar violência nas aldeias indígenas roubando produtos das roças e molestando mulheres. Os índios revoltados expulsaram os padres e soldados de suas aldeias.Conquista de Sergipe:Motivos:O interesse em tomar posse das terras dos índios e escravizá-los;Ligar por terra a capitania da Bahia à de Pernambuco (importantes centros coloniais produtores de açúcar);Criar gado e plantar cana-de-açúcar;

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Expulsar os franceses que praticavam o escambo com os índios;Explorar minérios no Sertão: prata, ferro, salitre, nitrato de potássio.A conquista de Sergipe atendia aos interesses do Governo Português e dos fazendeiros de gado e senhores de engenho da Bahia.Primeira Tentativa de Conquista (1575):Comandada pelo governador do norte: Luís de BritoPretexto: punir os índios por terem abandonado a catequese e expulsado os padres jesuítas;Características: invasão militar violenta, morte do cacique Surubi, aprisionamento dos índios que foram levados à Bahia (a maioria morreu devido aos maus tratos e doenças)Fracasso: não conseguiu implantar a colonização, o número de índios escravizados foi pequeno.A Conquista de Sergipe (1590):Comandada por Cristóvão de Barros a mando de Felipe II da Espanha e I de Portugal. Ele levou consigo inúmeros moradores da Bahia.Foi estabelecida a guerra de extermínio contra os índios (guerra justa);As aldeias foram massacradas e, finalmente, o território conquistado;Fundação da Cidade de São Cristóvão (01.01.1590) na Barra do rio Sergipe, no atual território de Aracaju: marco da integração de Sergipe à colonização portuguesa;Foram edificados: uma igreja, um presídio e um arsenal de armas; Iniciava-se a colonização de Sergipe: Tomé da Rocha foi escolhido para ser o capitão-mor.A partir de 1551 integrava a Comarca de Sergipe, sete vilas: Santa Luzia de Piagui; Nossa Senhora do Socorro de Thomar, Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, Santo Antônio e Almas de Itabaiana, Santo Amarão das Grotas, Vila Nova do Rio São Francisco, Vila de Santo Antônio do Urubu (Própria).As Transferências de lugar da Cidade de São Cristóvão:Motivos: Ficar longe dos ataques franceses; Proximidade das primeiras fazendas e engenhos. Em 1596: para uma colina próxima ao rio Poxim; Em 1607 para o local atual (às margens do rio Paramopama, distante 24 Km do litoral).

A Colonização de SergipeDificuldades:

Ataque dos franceses, que só foram definitivamente expulsos em 1601;

Ataques de índios, que resistiram à ocupação de suas terras.Doação de Sesmarias: terras doadas ás pessoas que ajudaram na guerra contra os índios e outros que possuíam condições para colonizar a região.A ocupação do litoral do território ocorreu do Sul para o Norte;Outras vilas foram fundadas na região do rio Real e do rio Piauí, no sul da capitania, e nas terras banhadas pelos rios Vaza-Barris, Cotinguiba e Seregipe, no norte da capitania.Atividades Econômicas:Criação de gado: principal atividade econômica da capitania – tinha como finalidade abastecer a Bahia e Pernambuco, foi uma atividade que ocupou o interior. É marcante a presença dos Garcia D’ Ávila (Conde da Torre)Cana - de- Açúcar: introduzida em 1602, no sistema de plantation, surgimento de alguns engenhos.Metais Preciosos: nunca foi realmente constatada a presença de minas, apesar de algumas lendas (Serra de Itabaiana). Principais Exploradores: Belchior Dias Moreya, (encontrou salitre e pedras preciosas no Canyon do São Francisco). Em 1619 ele afirmou ter encontrado prata no sertão. Contudo, exigia do rei uma Carta que lhe doasse terras e poder. O rei não aceitou. O bandeirante foi preso e morreu sem revelar a suposta riqueza.Outros bandeirantes em Sergipe: Rubélio Dias, Gabriel Soares e Marcos Ferreira (rio das pedras – Itabaiana).

A Invasão Holandesa em SergipeA disputa pela posse de colônias gerou inúmeros conflitos que, da Europa, muitas vezes transferiram-se para as áreas coloniais. A Holanda, que participava junto com Portugal da empresa açucareira instalada no Brasil, foi proibida pela Espanha de continuar com este negócio – União Ibérica (1580-1640). Em represália os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais – WIC e resolveram conquistar o Brasil. Em 1624 tentaram tomar a Bahia, sem sucesso. Retornaram em 1630 e invadiram Pernambuco, passando a dominar o Nordeste Açucareiro – do Maranhão (ao norte) até o Rio Real (ao sul).

Foi no ano de 1636 que os holandeses chegaram à Capitania de Sergipe, cuja

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ocupação se justificava pela proximidade com a Bahia sede do Governo Geral do Brasil. A invasão dos holandeses foi preparada no Forte Maurício (Penedo – Al), em 1637. Em novembro desse ano as tropas da Companhia das Índias Ocidentais cruzaram o rio São Francisco e iniciaram a invasão sob o comando de Van Schoppke, que tinha como objetivos: recolher os rebanhos sergipanos; construir fortes no território; controlar a cidade de São Cristóvão. Ao chegar à Capitania os invasores forçaram a retirada das tropas portuguesas e espanholas, chefiadas pelo conde Bagnuolo em direção à Bahia e provocaram grande destruição às propriedades e aos bens dos habitantes da cidade de São Cristóvão, que teve suas casas incendiadas e sua economia destruída.

Em 1642 o governo holandês fez um contrato com o empresário Numo Olferdi para explorar economicamente a capitania de Sergipe e recupera-la dos estragos da guerra, mas isso nunca foi colocado em prática. A retomada portuguesa iniciou-se em 1645 quando os portugueses conquistaram o forte holandês do rio Real e São Cristóvão foi sitiada, os holandeses se renderam. A batalha final em terras sergipanas ocorreu em 1646 na batalha do Urubu (atual Propriá). Sergipe ficou abandonada pelas autoridades até o ano de 1654 sem sofrer controle administrativo dos portugueses ou holandeses. Nesse ano se deu a expulsão dos invasores e a retomada da colonização pelos portugueses.Povoamento de Sergipe:Em 1891, o historiador natural de Itaporanga (Pedra Bonita), Felisbelo Freire, concluiu que “o sergipano antes de ser agricultor foi pastor”. Assim pode-se que concluir que diferentemente de outros estados nordestinos, nossa economia esteve sempre muito mais ligada à pecuária.

O gado sergipano era procurado para abastecer engenhos na Bahia e Pernambuco, ocasionando a expansão do povoamento em direção ao agreste e ao sertão sergipano. Surgiram então Santo Antônio e Almas de Itabaiana, Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, Santa Luzia do Itanhy e Santo Amaro das Brotas, Campos do Rio Real (Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (Gararu), São Pedro(Porto da Folha), São Félix de Pacatuba.A maioria da população de 55.600 habitantes que vivia em Sergipe no final

do século XVIII encontrava-se dispersa pelas fazendas, sítios e engenhos e formava uma sociedade de caráter essencialmente rural. Nessa sociedade os proprietários rurais gozavam de todo privilégio e poder. Além do poder decorrente da riqueza, contavam ainda com patentes de Coronel, Capitão e Sargento-mor.Junto com os proprietários rurais compunham a sociedade sergipana escravos, homens livres e índios. Esses a partir do século XVII passaram a viver em Missões como as de Geru, São Pedro de Porto da Folha, Japaratuba de onde aos poucos foram sendo incorporados ao conjunto da população. Os homens livres, fosse trabalhando em engenhos ou por conta própria como lavradores de cana-de-açúcar ou criando gado, viviam submetidos aos senhores rurais.Educação:Na sociedade sergipana ao final do século XVIII, a educação estava limitada aos ensinamentos que eram oferecidos a poucas pessoas pelos padres de diversas ordens religiosas: beneditinos, capuchinhos, franciscanos. Isto se dava através das aulas de primeiras letras e gramática latina que funcionavam na capital e em algumas sedes de algumas vilas. Na zona rural os proprietários iniciavam a prática de contratar professores (preceptores) para darem aulas particulares aos filhos, procedimento reproduzido em maior escala nos engenhos do século XIX.

LISTA DE SIGLAS

UFS-SE – Universidade Federal de SergipeUFPE – Universidade Federal de PernambucoUFA – Universidade Federal de AlagoasCSA – Clayton de Sousa Avelar (2001)UFC-CE – Universidade Federal do CearáUFPR – Universidade Federal do ParanáUCB-DF – Universidade Católica de BrasíliaPUC-SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo UFJF – MG – Universidade Federal de Juiz de ForaFATEC – SP - Faculdade de Tecnologia de São PauloFGV – Fundação Getúlio VargasUNIRIO – Fundação Universidade do Rio de JaneiroUFF-RJ – Universidade Federal Fluminense

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ESPM-SP – Escola Superior de Propaganda e MarketingUFMG – Universidade Federal de Minas GeraisUFSM –RS – Universidade Federal de Santa MariaUEL-PR – Universidade Estadual de LondrinaFUVEST – Fundação Universitária para o VestibularCSA – Clayton de Sousa Avelar (2001)GC – Gilberto Cotrim (1999)AWMC e MVMA – Antônio Wanderley de Melo Corrêa e Marcos Vinícius Melo dos Anjos (2003)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de A e PILETT, Nelson. Toda a História: História Geral e do Brasil. 8ª ed. São Paulo: Ática. 1999.

CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo e ANJOS, Marcos Vinícius dos. História de Sergipe para vestibulares e outros concursos. Aracaju: Infographic’s Gráfica e Editora, 2003.

COTRIM, Gilberto. História Global: Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1999.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: Série Novo Ensino Médio. Vol. Unico. São Paulo: Ática. 2000.

GLÊYSE E GENIVALDO. Apostila de História para o Primeiro ano. Aracaju: Pré-Uni, 2008.

MELLO, Leonel Itaussu Almeida e COSTA, Luís César Amad. História Antiga e Medieval. São Paulo: Scipione, 1999.

_______________________. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Scipione, 1999.

_______________________História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1999.

SANTOS, Lenalda Andrade e OLIVA, Terezinha Alves. Para Conhecer a História de Sergipe. Aracaju: Opção Gráfica, 1998.

SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo e SERIACOPI, Reinaldo. 1ª Ed. São Paulo: Ática, 2005.

SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil: Colônia, Império, República. São Paulo: Moderna, 1992.

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Giannpaolo. História Geral e do Brasil. Vol. Único. São Paulo: Scipione, 2001. (Série Parâmetros).

CADERNO DE ATIVIDADES

PRIMEIRO BIMESTRE

01. (CSA-2001, adaptada) Analise os itens abaixo e marque verdadeiro para os que corresponderem ao “conhecimento científico” e falso para os que não corresponderem. 0 0 – Um velho e rude camponês jamais estudou as leis da climatologia, não conhece o movimento das massas de ar e ignora completamente a relação entre densidade atmosférica e temperatura. Mesmo assim ele sabe, por experiência de vida, o momento propício ao cultivo.1 1 – Homero, ao relatar a Guerra de Tróia, informou que os deuses intercederam em favor dos gregos.2 2 – Ao responder uma questão escolar sobre a I Guerra Mundial, um aluno afirma que: “a crise balcânica esteve no centro dos acontecimentos precedentes à guerra, pois comprometia pelo menos duas grandes potências, Rússia e Áustria, com alianças antagônicas”.3 3 – Partindo do último livro bíblico, o Apocalípse, muitos clérigos afirmavam que as pestes em cidades européias do século XIV eram castigo divino às suas atividades pecaminosas.4 4 – Os livros didáticos apresentam informações importantes aos alunos. São frutos do conhecimento científico.

02. (CSA-2001, adaptada) Analise os itens abaixo e assinale verdadeiro para os que corresponderem ao “tempo histórico” e falso para os que não corresponderem.0 0 – O historiador francês Fernando Braudel propôs o conceito de conjuntura para caracterizar o contexto histórico de um período de alguns anos, às vezes décadas.1 1 – O apresentador de TV informa que, segundo a meteorologia, o tempo estará nublado nos próximos dias. Sendo a meteorologia uma ciência, o tempo em questão também é histórico.2 2 – Há uma diferença de 13 dias entre os calendários Juliano e Gregoriano. Ambos foram utilizados por vários povos ao longo da história, são, portanto, tempos históricos.3 3 – Ao iniciar o ano, o professor de ensino médio informa aos seus alunos que

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o programa de História compreenderá o estudo da História Antiga e Medieval. O uso desses termos expressa muitíssimo bem o que chamamos de “tempo histórico”.4 4 – Considerando o tempo médio de vida de um ser humano, poderíamos dizer que cada pessoa vive um e somente um tempo histórico.

03. (UFS – 2004) A história que se escreve está intensamente ligada à história que se vive. Partindo dessa concepção e dos conceitos históricos, analise as proposições coerentes para a compreensão do estudo da História.0 0 – A historiografia não deve ter a pretensão de fixar verdades absolutas, pois a História, como forma de conhecimento, é uma atividade contínua de pesquisa.1 1 – O trabalho do historiador é o de reconstruir os fatos históricos das sociedade antigas, mas para isso, é preciso que essas sociedades tenham deixado sua história escrita, pois a história baseia-se exclusivamente nos relatos escritos.2 2 – Uma pintura de Jean-Baptiste Debret, um francês que retratou cenas da sociedade brasileira no século XIX, pode construir uma fonte histórica na reconstituição da história do Brasil.3 3 – Os conceitos e objetos de compreensão da História-ciência devem restringir-se ao campo histórico, pois as ciências não devem interferir no estudo de temáticas de outras áreas do conhecimento.4 4 – As igrejas e os castelos não podem ser considerados patrimônios culturais, uma vez que foram construídos pela classe dominante, por meio da exploração do trabalho das camadas populares.

04. (UFPE-2003, adaptada) A História é uma das áreas do conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir este caráter à História, porque, em sentido genérico, todos somos historiadores e, por outro lado, porque o acontecimento histórico é passível das mais diferentes interpretações.

0 0 - No período de crescimento, a criança e o adolescente, através da convivência social, da escola e da cultura, formam de maneira quase natural uma visão do passado, do presente e do futuro. Constróem assim uma visão histórica, em ressonância com o que seu grupo social ensinou-lhe.

1 1 - A História, apesar de ser alvo de muitas polêmicas, estabelece verdades comprovadas, que têm como base os documentos. Por essa razão, é correto admitir, como fazem todos os autores, que a história da humanidade só se inicia com o uso da escrita.2 2 - A História é um saber científico e, portanto, não muda. Podemos comprovar que aquilo que aprendemos, muitas vezes, são verdades inquestionáveis através dos séculos. Essa característica da História garante-lhe um lugar entre as demais ciências.3 3 - Todos aqueles que defendem a História como um conhecimento passível de muitas interpretações, contribuem para fortalecer a idéia de que a História é um conhecimento certo e verdadeiro, construído a partir de documentos que não deixam margem a dúvidas.4 4 - O bombardeio atômico sobre as cidades japonesas em 1945, embora seja um fato inegável para alguns historiadores, significou um genocídio injustificável; para outros, foi um ato necessário para evitar o prolongamento da II Guerra, o que revela o caráter interpretativo da História.

05. Sobre a questão do Patrimônio Cultural, julgue V ou F.0 0 – Patrimônio Cultural pode ser definido como um conjunto de bens culturais, antigos e novos, representativos das manifestações culturais de uma nação ou de um povo.1 1 – É incomensurável o número total de bens que compõem o patrimônio cultural de um povo, de uma nação ou de um pequeno município.2 2 – O patrimônio cultural de uma sociedade ou de uma região ou de uma nação é bastante diversificado, sofrendo permanentemente alterações.3 3 – Nem só de cidades e monumentos é formado o patrimônio cultural: quadros, livros ou mesmo fotografias que documentem a memória e os costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural.4 4 – A problemática do patrimônio cultural deve ser encarada de modo abrangente, isto é, abordando todo o elenco de bens culturais de um povo, sem atentar, necessariamente aos aspectos históricos, artísticos ou arquitetônicos.

06. (UFS – 2001) Sobre a Pré-história é correto afirmar que:0 0 – A Pré-história corresponde a primeira etapa da evolução humana e antecede à Idade Antiga.

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1 1 – A Pré-história teve início com o surgimento dos primeiros hominídeos, perto de quatro milhões de anos atrás, e estende-se até o aparecimento dos primeiros registros escritos, por volta de 4 000 a.C.2 2 – A Pré-história, no Brasil, envolve todos os registros culturais da antiga cultura indígena.3 3 – Os sítios arqueológicos situados no litoral brasileiro são em pequeno número e chamados de sambaquis ou concheiros.4 4 – A arte rupestre abrange pinturas em cores, em branco e preto, sinais gravados, representações estranhas, comumente encontradas no Brasil, em paredes rochosas de grutas, em lajes de pedras ao ar livre, em fragmentos de rochas, em nichos pétreos, enfim nas superfícies mais diversas e nos locais mais variados.

07. (UFPE—2002, adaptada) Revisitar o que dizem os estudiosos sobre a origem do homem e seus primeiros ancestrais possibilita uma posição mais crítica face à intolerância cultural e ao racismo. Com relação a esse tema, podemos afirmar que, segundo os estudiosos:

0 0 - Não resta dúvida de que os seres humanos vieram de diferentes ancestrais. Por essa razão, quando se estuda o DNA, descobre-se que, entre os seres humanos, as grandes diferenças estão depositadas entre raças distintas.1 1 - Os seres humanos vieram de um mesmo ancestral, e o Homo erectus, a última escala evolutiva antes do Homo sapiens, que somos nós, tinha a pele amarela. 2 2 - Os seres humanos tiveram a mesma espécie ancestral comum e são irmãos, independentemente da raça. O Homo erectus, a última escala evolutiva antes do Homo sapiens, tinha a pele negra. 3 3 - É impossível fazer qualquer afirmação sobre os ancestrais dos seres humanos, pois não existem informações empíricas que forneçam às pesquisas uma garantia de cientificidade. 4 4 - O Homo erectus foi o primeiro ser da linhagem Homo a abandonar a África, o berço da humanidade. Do Homo erectus, que era negro, derivam todas as outras raças.

08. (AWMC e MVMA – 2003) Julgue os itens abaixo.

0 0 – Os principais municípios sergipanos onde foram encontrados vestígios arqueológicos de grupos humanos pré-histórico foram Canindé, Cristinápolis, Frei Paulo, Lagarto e Pacatuba.1 1 – Grande parte dos achados arqueológicos de Sergipe encontra-se no M.A.X. Museu de Arqueologia de Xingó.2 2 – Os mais antigos achados arqueológicos de Sergipe são datados de 8.000 B.P. e foram encontrados em São Cristóvão.3 3 – O modo de vida do homem primitivo sergipano era rudimentar, fabricando artefatos com pedras, com cerâmicas.4 4 – Segundo as pesquisas arqueológicas em Canindé e Xingó, está comprovado que o homem primitivo sergipano é autóctone.

09. (UFS – 2009) As primeiras civilizações da antigüidade oriental das quais tem-se notícia organizaram-se sob aspectos muitos semelhantes. Sobre o tema é correto afirmar que:

0 0 - Essas civilizações apresentavam um tipo de sociedade convencionalmente inserido no modo de produção escravista, em que o Estado garantia aos cidadãos o direito de se dedicarem a outras ativi-dades por meio do trabalho escravo.

1 1 - Uma parte expressiva dos bens econômicos dessas civilizações era produzida pelos escravos obtidos, principalmente, através de conquistas ou por meio de condenação pelo não pagamento de uma dívida.

2 2 - Os elementos mais marcantes dessas civilizações foram a agricultura baseada nos grandes sistemas de irrigação e o poder político sustentado pela religião, por isso ficaram conhecidas como teocracias de regadio.

3 3 - Embora existisse a exploração do homem pelo homem, uma característica importante do modo de produção dessas civilizações era a ausência da propriedade privada da terra e o trabalho escravo não dominante.

4 4 - A maioria dessas civilizações possuía regime de governo semelhante que partiram de uma monarquia, evoluíram para o regime oligárquico e, após várias reformas, passaram para a democracia.

10. (UFAL-2000) Na antigüidade, aproximadamente na mesma época em que se desenvolveu a sociedade egípcia,

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outros povos começaram a despontar. Sobre os aspectos da organização socioeconômica desses povos é correto afirmar: 0 0 - As primeiras civilizações: Mesopotâmia, Egito, Índia e China nasceram, respectivamente, em torno do vale dos grandes rios: Tigre e Eufrates, Nilo, Ganges, Indo e Amarelo.1 1 - Nessas sociedades, onde predominava a servidão coletiva, o indivíduo explorava a terra como membro da comunidade e servia ao Estado, proprietário absoluto dessas terras.2 2 - O Estado constituía, nessas sociedades, o principal instrumento de poder do grupo privilegiado, assegurando e ampliando o predomínio da classe burguesa.3 3 - A base econômica, dos povos dessa região, foi a agricultura. Nessas sociedades, tanto a produção agrícola quanto a artesanal estavam sob controle do Estado.4 4 - O desenvolvimento do modo de produção escravista, característica dessas sociedades, estava intimamente relacionado ao caráter expansionista desses povos.

11. (UFS – 2003) Analise as proposições sobre as civilizações da Antiguidade Oriental.0 0 – No período em que se formaram as civilizações do Crescente Fértil, a humanidade passou a depender menos da natureza e com o aperfeiçoamento técnico dos instrumentos passou a dominá-la. Foi quando os grupos sociais tornaram-se sedentários.1 1 – Os sacerdotes possuíam papel religioso pouco importante no Egito e na Mesopotâmia, pois a eles competiam apenas preservar a pureza da religião, frente à influência dos deuses estrangeiros.2 2 – As civilizações egípcias e mesopotâmica eram marcadas por profunda religiosidade, eram politeístas, adoravam os astros e suas religiões promoveram o desenvolvimento cultural-científico, como a medicina no Egito e a astronomia na Mesopotâmia.3 3 – No Egito e na Mesopotâmia houve escravos, mas, por um lado, nunca constituíram a base das relações de produção e, por outro, diferenciavam-se bastante daqueles do período greco-romano clássico: podiam casar-se com pessoas livres, ter bens, pagar impostos etc.4 4 – A civilização mesopotâmica caracterizou-se, do ponto de vista

histórico-universal, pela contribuição do Direito, que teve seu principal codificador na figura de Hamurábi.

12. (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Observe atentamente o mapa.

Analise as proposições que contenham fatos históricos relacionados ao meio geográfico revelado no mapa de civilizações do Oriente.

0 0 – As cheias periódicas do rio Nilo possibilitaram os meios para que o Egito antigo fosse considerado um oásis no deserto do nordeste africano.1 1 – Como não conheciam técnicas de irrigação do solo, os povos da Mesopotâmia tiveram que praticar o nomadismo nas épocas de estiagem.2 2 – Os hebreus destacaram-se por terem construído canais de irrigação às margens do Mar Vermelho, o que os levaram a desenvolver a agricultura.3 3 – O Egito e a Mesopotâmia caracterizaram-se pelo desenvolvimento das atividades agrícolas, que eram condicionadas ao controle das águas dos rios pelo Estado.4 4 – Os assírios e os babilônicos praticaram o comércio como principal atividade econômica porque habitavam regiões desérticas tendo apenas as águas do Golfo Pérsico para subsistência.

13. (UFC-CE, adaptada) Os hebreus desenvolveram sua civilização no primeiro milênio antes de Cristo. A respeito dela marque verdadeiro ou falso nas proposições abaixo:0 0 - A importância da história da civilização hebraica se expressa, especialmente, por meio da formação de um Estado centralizado.1 1 – A civilização hebraica apresenta traços específicos que decorrem do seu distanciamento ante as demais culturas do Oriente Próximo.2 2 – A importância do estudo dos hebreus se justifica pelo monoteísmo ético que surge e se desenvolve entre eles,

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constituindo um ponto de partida para o cristianismo e o islamismo.3 3 – Os antigos hebreus têm como livro sagrado o Novo Testamento, que compreende vários outros livros, dentre os quais está o Gênesis, que trata da criação.4 4 – A antecedência da civilização hebraica à sumeriana explica a presença de mitos semelhantes nas duas culturas.

SEGUNDO BIMESTRE

14. (UFS – 2001) Analise as proposições abaixo.0 0 – A principal fonte da história hebraica é a Bíblia.1 1 – Para se compreender a evolução política da Grécia Antiga, é preciso retroceder aos Tempos Homéricos, quando os povos indo-europeus foram expulsos.2 2 – A herança cultural deixada pelos gregos foi muito rica e influenciou toda a civilização ocidental.3 3 – Os plebeus eram cidadãos de Roma, possuidores de terra e gado, que constituíam a aristocracia e os patrícios – parcela da população que passara para o domínio romano durante as primeiras conquistas; eram livres.4 4 – Bizâncio, capital do Império Romano do Oriente, apesar de possuir uma localização privilegiada não conseguiu desenvolver um comércio ativo com as regiões vizinhas.

15. (UFS – 2006) Considere o texto.Segundo se supõe, nos antigos regimes despóticos do Oriente a liberdade só existia para uma pessoa: o rei, o único ser dotado de individualidade. O restante da sociedade estava imerso no anonimato e na servidão ao monarca. Sem conhecer a liberdade, os súditos dos antigos regimes despóticos orientais tampouco tinham consciência de si como indivíduo. Essa interpretação, embora esquemática, é útil para ressaltar, por contraste, os traços característicos da civilização grega: a invenção da liberdade, do individualismo e do racionalismo.(Luiz Koshiba e Denise M. F. Pereira. História: Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2004. p. 39)

A Grécia desempenhou papel de primeiro plano na Antiguidade, constituindo uma civilização cuja influência foi profunda na formação da cultura ocidental. O texto refere-se a alguns elementos dessa influência. Com base nesses elementos e

no conhecimento histórico pode-se afirmar que:0 0 – As realizações intelectuais do século de Péricles tiveram maior desenvolvimento nos campos do direito, da engenharia e da organização dos serviços públicos e estratégicos.1 1 – O pano de fundo da liberdade grega foi o escravismo. Graças a não-liberdade dos escravos, os cidadãos podiam gozar da mais absoluta liberdade. Essa liberdade permitiu a produção de uma religião elaborada, uma mitologia rica, um teatro e um pensamento político bastante avançado.2 2 – Na Grécia, a dessacralização do Estado, a separação entre o público e o privado e a difusão da escrita alfabética favoreceram o desenvolvimento de uma nova atitude mental marcada pelo racionalismo.

3 3 – Os gregos lançam as bases da cultura leiga, não religiosa, ao elaborarem o conceito de que a família é a célula mater do Estado.4 4 – O setor mais original e específico da civilização grega foi o religioso, com o aparecimento de divindades com representação antropomórfica e de poderes ilimitados.

16. (UFS – 2008) Considere o texto que segue:

(...) A Antigüidade greco-romana sempre constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis helênica e da posterior República romana, que ofuscaram tantos períodos subseqüentes, traduziam um nível de organização e cultura urbanas que jamais seria igualado em outro milênio ( .. .)

(Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Trad.Beatriz Sidou. São Paulo:Brasiliense,1989, p.19)

Analise as afirmações sobre a Antigüidade Clássica.

0 0 - A riqueza material, que sustentava a atividade intelectual e cívica provinha da agricultura; os proprietários de terra dominavam os agrupamentos urbanos.

1 1 - O cenário geográfico onde se desenvolveram as civilizações grega e romana foi fundamental para a expansão do comércio, que se baseou na abertura de vias terrestres de comunicação.

2 2 - O pleno exercício da cidadania repousava no trabalho escravo. A

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liberdade do cidadão estava intrinsicamente ligada à permanência da escravidão, tanto na Grécia como em Roma.

3 3 - As cidades-estado gregas evoluíram em sua forma de governo mas permaneceram estados autônomos e não realizaram a unificação do território. Diferentemente das cidades-estados gregas Roma estendeu seus domínios sobre o mundo da época e concedeu cidadania à parte das elites das regiões conquistadas e fundou um Império.

4 4 - A cultura helenística, que resultou do domínio dos Antoninos sobre o território grego, foi imposta pelos romanos aos povos conquistados quando transformaram o Mar Mediterrâneo em um lago romano, impulsionados pelo avanço dos macedônios.

17. (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Durante o processo de construção de seu espaço físico, as sociedades desenvolveram diferentes relações e modos de uso da terra. Ao analisar a antiga sociedade romana é possível concluir que:0 0 – Os romanos, durante o período da República, consideravam a terra um bem natural, pois havia terra em abundância para todos os habitantes, inclusive para a plebe.1 1 – Um dos aspectos das lutas sociais entre patrícios e plebeus estava relacionado à concentração de terras ocorrida principalmente com o processo de expansão romana.2 2 – A reforma agrária proposta por Tibério e Caio Graco, tribunos da plebe, provocou uma reação violenta das classes proprietárias que impediram a concretização dessa reforma.3 3 – Os imperadores romanos dividiam igualitariamente as propriedades conquistadas de povos estrangeiros entre as camadas sociais de nacionalidade romana.4 4 – As instituições e as leis romanas desprezaram os valores materiais, por essa razão a propriedade da terra não era considerada critério de diferenciação das classes sociais.

18. (UFS – 2002) No século IV, o Império Romano foi dividido em duas partes: a do Oriente e a do Ocidente. Analise as proposições abaixo.0 0 – Enquanto no Oriente a idéia de Nação estava vinculada à necessidade de apoiar a soberania do príncipe, vital para a

construção de um Estado, no Ocidente essa construção dependia do enfraquecimento do poder da Igreja Católica.1 1 – Enquanto no Ocidente as invasões germânicas criaram novos reinos, no Oriente do Mediterrâneo consolidou-se a civilização bizantina com eficiente desenvolvimento comercial e urbano.2 2 – Ocupando militar e violentamente a Europa ocidental os povos invasores do império causaram destruições na região, acarretando a ruína de todas as instituições criadas pelos romanos, na antiguidade.3 3 – A partir do século VII a expansão dos muçulmanos atingiu tanto regiões do Oriente como do Ocidente.4 4 – O auge do Império Romano do Oriente esteve relacionado ao governo de Justiniano (527-565). Esse imperador, empreendeu uma monumental obra jurídica a partir da revisão do Direito Romano: o Corpus Júris Civilis (Corpo do Direito Civil).

19. (CSA-2001, adaptada) Dos itens abaixo, identifique aqueles que mencionam corretamente as principais contribuições bizantinas para as civilizações posteriores.

0 0 - O Código de Justiniano foi um dos principais documentos históricos preservados da Antigüidade. Tanto pelo que ele representava em si, quanto pelo que preservou do antigo Direito romano.

1 1 - A Catedral de Santa Sofia, ricamente adornada com seus mosaicos, é uma obra-prima da arquitetura mundial. Ainda preservada em Constantinopla, hoje Istambul, ela é uma prova concreta do esplendor cultural bizantino.

2 2 - A adoção do grego como idioma oficial serviu para eliminar o latim antigo. A partir daí, os idiomas nacionais foram se consolidando, inclusive na Europa ocidental.

3 3 - Coube aos bizantinos a preservação de boa parte dos escritos da Antigüidade. Sem dúvida, essa é uma das principais heranças por eles deixada.

4 4 - Foi graças ao Império Bizantino que o mundo ocidental pôde conhecer alguns dos principais inventos e descobertas chinesas. Esse é o caso, por exemplo, do astrolábio e da bússola.

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20. (UFS – 2005) Analise atentamente as informações do mapa.

O mapa indica a trajetória da expansão islâmica nos séculos VII e VIII. Analise as afirmações cujos fatos históricos tenham relação com essa expansão.0 0 – O expansionismo do império árabe, motivado pelo crescimento populacional, pela escassez de terras férteis e principalmente pelo ideal da “guerra santa”, iniciou-se com a conquista de parte dos territórios bizantinos e persas.1 1 – Os povos árabes iniciaram o processo expansionista com a ocupação de todo o norte da África, onde conseguiram adeptos com o objetivo de unir forças para conquistar a cidade de Meca que estava sob o domínio persa.2 2 – Em direção ao Ocidente, os muçulmanos conquistaram o norte da África e, em seguida, a Península Ibérica, mas foram impedidos de prosseguir a expansão em direção ao norte da Europa pelos francos, na Batalha de Poitiers.3 3 – No processo expansionista, a conquista mais rápida e espetacular dos árabes ocorreu na metade do século VII, quando eles dominaram o Mar Mediterrâneo e subjugaram o Império Bizantino aos seus interesses políticos e econômicos.4 4 – A colonização da África e da Pérsia pelos árabes não representou obstáculos ao comércio praticado pelos francos e bizantinos no Oriente, em razão dos acordos entre esses povos para a utilização da rota Mar Mediterrâneo-Mar Vermelho.

21. (UFSC-2006, adaptada) “O grande patriarca da Bíblia Hebraica é também o antepassado espiritual do Novo Testamento e o grande arquiteto sagrado do Alcorão. Abraão é o ancestral comum do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. É a chave do conflito árabe-israelense. É a peça central da batalha entre o Ocidente e os extremistas

islâmicos. É o pai - e, em muitos casos, o suposto pai biológico - de doze milhões de judeus, dois bilhões de cristãos e um bilhão de muçulmanos em todo o mundo. É o primeiro monoteísta da história”.(FEILER, Bruce. Abraão. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 19.)

Assinale as proposições com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os assuntos a que ele se refere.0 0 - O judaísmo, o cristianismo e o islamismo são religiões monoteístas que nasceram na mesma região do mundo, o Oriente Médio.1 1 - Embora os judeus e os cristãos encontrem na Bíblia muitas das suas crenças, o Alcorão é o livro sagrado comum ao judaísmo, ao cristianismo e ao islamismo.2 2 - O judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem elementos comuns em sua tradição.3 3 - Podemos encontrar, entre as muitas causas do conflito árabe-israelense, elementos relacionados à religião, como, por exemplo, a disputa por Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos. 4 4 - A História registra uma convivência pacífica e a tolerância entre judeus, muçulmanos e cristãos, até a criação do Estado de Israel no século XX.

22. (UFS – 2006) O período conhecido por Baixa Idade Média, que se estendeu dos séculos X ao XV, foi marcado por profundas transformações na sociedade, as quais conduziram à superação das estruturas feudais e à progressiva estruturação do futuro modo de produção capitalista. No contexto histórico desse período, analise as afirmações.0 0 – A economia, típica do feudalismo, foi se transformando em uma economia mais dinâmica: a comercial.1 1 – A classe burguesa reuniu meios para edificar uma ordem social, política e econômica à sua própria imagem e para consolidar sua importância na sociedade.2 2 – Os novos grupos sociais ao preservarem os privilégios da aristocracia feudal e abrirem espaço à burguesia contribuíram para a derrocada do poder universal e local e das monarquias nacionais.3 3 – A hierarquia estamental foi se desintegrando, surgindo paralelamente um novo grupo ligado ao comércio: a burguesia.4 4 – O poder pessoal e universal dos senhores feudais foi sendo gradativamente substituído pelo poder

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centralizado dos soberanos, originando as monarquias nacionais européias.

23. (UFS – 2003) A Igreja teve um papel importante na sociedade medieval, não somente no plano da espiritualidade, mas também no domínio material. Analise as proposições abaixo sobre o tema.0 0 – O pensamento religioso da Igreja medieval baseava-se na doutrina da predestinação, segundo a qual é Deus quem escolhe as pessoas que serão salvas. Por isso, o culto era extremamente simples e a moral católica bastante austera.1 1 – Com a realização da economia européia, durante a Alta Idade Média, a Igreja, antes concentrada nas cidades, foi obrigada a se deslocar para o campo, e os bispos e abades se tornaram verdadeiros senhores feudais.2 2 – Devido à forte influência da Igreja Católica no modo de pensar e agir do homem, a arte e o saber de toda Idade Média voltaram-se para o mundo concreto, para a humanidade e sua capacidade de transformar o mundo.3 3 – O domínio da leitura e da escrita era privilégio quase exclusivo de bispos, padres, abades e monges, durante praticamente toda a Alta Idade Média, o que fazia com que os membros do clero fossem as pessoas mais aptas a ocupar cargos junto à realeza.4 4 – Dentro dos mosteiros medievais, o rígido e minucioso trabalho dos monges copistas acabou por preservar o saber greco-romano. Além disso, esse trabalho deu forma e conteúdo ao pensamento religioso que dominou todo o período medieval.

24. (UFS – 2007) O Feudalismo, sistema que se difundiu pela Europa medieval, foi marcado por características sociais, econômicas e políticas. É correto afirmar que o Feudalismo era caracterizado.0 0 - pela compra e venda de seres humanos, aprisionados e escravizados nas constantes guerras que dividiam os senhores feudais, e que consistiam na principal força de trabalho das cidades mercantis, dependentes do mundo rural.1 1 - pela espoliação dos trabalhadores do campo por meio da servidão executada por donos de fábricas que começavam a surgir na Europa e a suplantar o sistema mercantil-escravista.2 2 - pela exploração por meio da servidão, que prendia os camponeses à terra, cujos senhores compunham a nobreza feudal e, em muitos casos, dividiam o poder com o Rei.

3 3 - pela apropriação da mais-valia do proletariado rural, pago na forma de produtos como o sal, a farinha, parte das colheitas; expropriado dos seus meios de produção e submetido a uma super-exploração pelos sacerdotes.4 4 - por tributações aos camponeses, através da fixação de direitos senhoriais, ou das obrigações servis, entre as quais se incluíam a corvéia, as banalidades e o dízimo, este último pago à Igreja.

25. (UFS – 2008) A partir do século XI na Europa Ocidental, processou-se o renascimento das cidades, vinculado ao renascimento do comércio. A sociedade européia, até então concentrada na zona rural, assistiu à revitalização de seus centros urbanos e ao surgimento de outros. Analise as transformações resultantes deste processo.

O O - Houve aumento do índice de mortalidade devido ao crescimento da produção agrícola e à Trégua de Deus, que reduziu as atividades bélicas.

1 1 - A cidade de Veneza tornou-se um grande centro rural do Mediterrâneo desde sua fundação, à época das invasões germânicas, porque estabeleceu contatos comerciais regulares com Bizâncio.

2 2 - A Carta de Franquia ou Foral garantia liberdade à cidade emancipando-a dos tributos que devia ao senhor feudal, o que lhe permitia uma administração própria.

3 3 - Com o desenvolvimento das atividades artesanais e comerciais os habitantes das cidades se organizaram em associações denominadas corporações de ofício e guildas, que regulamentavam essas atividades e os defendiam frente aos senhores feudais.

4 4 - A liberdade é considerada pelos burgueses um direito útil para garantir o casamento com pessoa da mesma condição e para retirar os direitos dos senhores feudais sobre as terras em que se assentavam os feudos.

TERCEIRO BIMESTRE

26. (UFS – 2009) Para esses, nenhuma mudança contava que não fossem as mudanças no interior da alma: a escolha feita por cada um entre o caminho do bem, indicado pelo clero, e o do mal, aconselhado pelas forças satânicas. ( ... )

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Os humanistas, por sua vez, voltaram-se para o aqui e agora, para o mundo concreto dos seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem um controle maior sobre o próprio destino. (Nicolau Sevcenko. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. p. 16-17)

Com base no texto e no conhecimento histórico, analise as afirmações abaixo.

0 0 - O crescimento do sentimento nacional fez diminuir os conflitos existentes entre alguns intelectuais humanistas europeus e a autoridade da Igreja Católica.

1 1 - O Humanismo foi um movimento intelectual que contrapôs a idéia de valorização do indivíduo à mentalidade medieval, que concebia as pessoas coletivamente, incluídas no mundo cristão.

2 2 - Enquanto os membros do clero insistiam em considerar a Igreja como uma instituição universal, os humanistas, representando a unidade intelectual européia, passaram a encarar a Igreja como uma entidade estrangeira.

3 3 - A condenação radical e irônica do clero católico, tratado como responsável pela perdição da alma, foi uma das características principais do movimento humanista.

4 4 - Os valores humanistas expressaram-se no Renascimento estimulando a curiosidade intelectual, o espírito de iniciativa, o desejo de aventuras e a exploração do mundo.

27. (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Considere o texto do século XVI.Deus chama cada um para uma vocação particular cujo objetivo é a glorificação de Deus. O comerciante que busca o lucro, pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho, a sobriedade, a frugalidade, a ordem, responde também ao chamado de Deus, santifica de seu lado o mundo pelo esforço e sua ação é santa. O pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus.(João Calvino. In: Flávio Berutti. Tempo e Espaço: História. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 207)

As idéias de Calvino estavam relacionadas ao contexto histórico das reformas religiosas do século XVI, na Europa. Analise as afirmações procurando

identificar as que têm coerência entre as idéias de Calvino e o contexto referido.0 0 – Calvino criou uma doutrina que resultou numa contribuição ao desenvolvimento do capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho, o que favorecia a burguesia.1 1 – O calvinismo expandiu-se por vários países, especialmente por aqueles em franco progresso comercial.2 2 – As idéias de Calvino estavam em consonância com as da igreja católica, que o elegeu como um de seus apóstolos.3 3 – A igreja calvinista considerava que os pobres, por seu sofrimento e penúria, eram naturalmente eleitos pelo Deus.4 4 – A doutrina calvinista admitia o mundo dependente da vontade absoluta de Deus, estando os homens sujeitos à predestinação.

28. (UFS – 2009) A ascensão da classe média é um dos fatos importantes desse período que vai do século X ao século XV. Modificações nas formas de vida provocaram o crescimento dessa nova classe e seu advento trouxe novas modificações no modo de vida da sociedade. As antigas instituições, que haviam servido a uma finalidade na velha ordem, entraram em decadência; novas instituições surgiram, tomando seu lugar ( ... ). (Leo Huberman. História da riqueza do homem. Trad. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. p. 79-80)

No processo das transformações associadas à ascensão da camada social a que o texto faz referência, é correto afirmar que, no período indicado, o - 0 0 - rei, apoiado pelo poder econômico da burguesia e pelo exército, enfraqueceu o poder particular dos senhores e o poder universal da Igreja.

1 1 - processo de formação do Estado, na Inglaterra, começou com o poder político centralizado que se enfraqueceu descentralizando-se e voltando a se fortalecer com a dinastia Tudor.

2 2 - processo de formação da monarquia francesa evoluiu de um poder descentralizado para uma centralização absoluta.

3 3 - crescimento do comércio e das cidades, e as revoltas camponesas foram determinantes para enfraquecer o poder da nobreza feudal e abrir caminho para a centralização das monarquias francesa e inglesa.

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4 4 - processo de formação do Estado na França e na Inglaterra, teve origem no enfraquecimento da burguesia e no equilíbrio entre o poder do Estado e o da Igreja.

29. (UFS – 2007) Analise as proposições a respeito das características do mercantilismo, que marcou uma fase da história econômica do Ocidente entre os séculos XVI e XVIII.0 0 - Havia, naquele período, protecionismo ao comércio por parte dos regimes absolutistas, inúmeros monopólios e a crença de que a riqueza de um reino se media pela quantidade de ouro e prata acumulados graças à balança comercial favorável.1 1 - Predominou o livre-comércio entre os reinos europeus e a concorrência entre os mercados coloniais, que também podiam praticar a liberdade de comércio desde que pagassem os impostos às respectivas metrópoles.2 2 - Foi influenciado pela doutrina fisiocrática, que considerava a riqueza originária tanto do trabalho como do capital (dinheiro), e que o mercado não deveria ser alvo de monopólios e restrições. 3 3 - Inaugurou a ênfase dada pela política econômica dos Reinos europeus à indústria e à defesa do trabalhador, considerados motores de enriquecimento de uma sociedade e impulsionadores da expansão mercantil.4 4 - Vigorou, nessa fase, intensa competição entre os Reinos europeus por mais Colônias a fim de garantir novos mercados, a possível aquisição de minérios e outras fontes de lucro, como o comércio de especiarias.

30. (UFS – 2005). Intimamente ligadas à expansão comercial, à reforma religiosa e ao absolutismo político, as transformações culturais dos séculos XV e XVI – movimento denominado de Renascimento cultural – estiveram articuladas com o capitalismo comercial. Analise as afirmações sobre essas transformações.0 0 – Constituíram-se elementos característicos do Renascimento do século XV a substituição da importância da autoridade e da tradição pelo valor da observação como elemento essencial do desenvolvimento científico.1 1 – O Renascimento, embora questionasse alguns valores da igreja católica, apresentou-se como um entrelaçamento dos novos e antigos valores, refletindo a caráter de transição do período.

2 2 – Reaberto o mar Mediterrâneo, com as Cruzadas, algumas cidades italianas transformaram-se em grandes centros de formação do capitalismo, motivo pelo qual apresentavam as condições necessárias para a germinação e proliferação do Renascimento.3 3 – O Renascimento questionou o monopólio da igreja sobre a explicação do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade.4 4 – A defesa de idéias como a de que é direito natural do homem a liberdade de pensamento e de religião, bem como a igualdade perante a lei, revolucionou o pensamento científico e político do século XV e contribuiu para o surgimento do Renascimento.

31. (UFS – 2002) Um conjunto de fenômenos marcaram a transição do feudalismo para uma sociedade nos moldes burgueses na Europa ocidental. Fazem parte desse conjunto.0 0 – A centralização monárquica com o conseqüente fortalecimento do poder real, entre os séculos XV e XVI, contribuiu para o enfraquecimento do particularismo feudal e do universalismo da Igreja.1 1 – A crise do século IV, agravada pelas invasões bárbaras, promoveu a integração entre as estruturas do mundo romano e do mundo germânico, preparando os fundamentos dos tempos modernos.2 2 – A expansão ultramarina européia deu início ao processo da Revolução Comercial que, ao propiciar a acumulação primitiva de capital, preparou o advento da revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII.3 3 – A Reforma Protestante contribuiu para modificar as instituições políticas, sociais e econômicas européias.4 4 – O mercantilismo, política de controle e incentivo, por meio do qual o estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder.

32. (UFS – 2003) Analise as proposições abaixo sobre a era dos descobrimentos marítimos europeus e a colonização da América.0 0 – A diferença fundamental entre as navegações espanhola e portuguesa está no fato de que, enquanto a primeira procurou contornar o continente africano e chegou à América, a segunda, foi a pioneira em navegar pela orla mediterrânea e chegou às Índias.

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1 1 – Tanto a colonização portuguesa como a colonização espanhola na América tiveram como objetivo a ocupação territorial. Em ambas, os colonos buscavam terras, liberdade religiosa e política, além do fortalecimento do Estado nacional.2 2 – No campo do conhecimento, as Grandes Navegações foram possíveis devido ao desenvolvimento da cartografia, principalmente com os portulanos que registravam as rotas, ao uso da bússola e do astrolábio e pelo aperfeiçoamento das técnicas de construção de embarcações.3 3 – Portugal e Espanha, pioneiros na expansão marítima, ao ajustarem-se para fornecer manufaturas de luxo para os países europeus desenvolveram, respectivamente, o mercantilismo comercial e o mercantilismo industrial.4 4 – Uma das peças-chave do mercantilismo foi o sistema colonial. A colonização era estabelecida em função das necessidades metropolitanas e cumpria seu papel na medida em que contribuía para a manutenção da balança comercial favorável, transferindo lucros para a burguesia e para o Estado.

33. (UFS – 2005) As grandes navegações foram importantes no processo de conquista do mundo pela Europa. A partir dessa época, a África, a América e a Ásia integraram-se a um mercado mundial, dominado pelos europeus. Analise as afirmações sobre fenômenos que levaram a essa integração.0 0 – Dada a escassez de metais preciosos a Europa no século XV, era fundamental para mercadores e armadores europeus estabelecer uma relação comercial sem intermediários com a África ocidental, na época a principal fonte produtora de ouro, além do sal, pimenta e, mais tarde, de escravos negros.1 1 – O colonialismo luso do fim do século XVI encontrou na Índia e na China dois amplos mercados para a exploração. A Índia passou a importar grande quantidade de tecidos de algodão e a China, produtos manufaturados europeus.2 2 – No século XVI, a conquista e ocupação da América pelos espanhóis contribuiu para o crescimento demográfico da população indígena, concentrada nas áreas de mineração e impôs o domínio político e econômico dos criollos na região.3 3 – A edificação do Império oriental português no século XVI converteu o Oceano Atlântico em eixo econômico mundial, ligando Lisboa aos principais

centros do Oriente, atingindo, inclusive, a China e o Japão.4 4 – Embora não houvesse interesse específico nessa região do Oceano Atlântico, a procura de novas terras no Ocidente, durante o século XV, foi uma reação de Portugal ao tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.

34. (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) No contexto da América Portuguesa, existiram especificidades em relação à conquista e à colonização de Sergipe. Identifique as afirmações cujo conteúdo está relacionado a fatos do processo de exploração portuguesa em Sergipe.0 0 – O tipo de colonização do território de Sergipe, ao contrário do que ocorreu em Pernambuco e na Bahia, baseou-se na pequena propriedade de cultivo de alimentos e criação de animais para garantir a subsistência dos habitantes do Nordeste.1 1 – Uma das formas de os colonizadores garantirem a posse da terra foi desenvolver a pecuária. Essa atividade produtiva era, no início, a base da economia da capitania, com a finalidade de abastecer o Recôncavo Baiano.2 2 – Os proprietários da lavoura canavieira preferiram explorar o trabalho dos africanos, como fizeram os latifundiários da Bahia, devido aos acordos que realizaram com os jesuítas poupando os índios do trabalho compulsório.3 3 – Nos séculos XVII e XVIII, a atividade canavieira destacou-se na economia de Sergipe, contribuindo para isso vários fatores, dentre os quais o comércio com a Europa, que comprava o açúcar produzido, e o solo e o clima propícios.4 4 – Diferentemente de outras regiões da colônia, a conquista e a colonização de Sergipe ocorreu sem conflitos sociais, pois a estrutura colonial adotada permita ganhos econômicos para as diferentes classes sociais.

35. (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Considere o texto.

Nos tempos Modernos (...) toda a estrutura das atividades econômicas coloniais, bem como a formação social a que servem de base, definem-se nas linhas de força do sistema colonial mercantilista. E de fato, não só a concentração dos fatores produtivos no fabrico das mercadorias-chave, nem apenas o volume e o ritmo em que eram produzidas, mas também o próprio modo de sua produção define-se nos

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mecanismos do sistema colonial. A colonização organiza-se no sentido de promover a primitiva acumulação capitalista nos quadros da economia européia.(Fernando A Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1981. p. 97)

Analise as afirmações que contêm fatos ocorridos num período que pode ser denominado de transição do feudalismo para o capitalismo.

0 0 – O autor analisa fatos ocorridos num período que pode ser denominado de transição do feudalismo para o capitalismo.1 1 – Os princípios do modo de produção ao qual o autor faz referência prejudicavam os interesses da burguesia mercantil.2 2 – O Estado português, para controlar e fomentar a economia nacional, adotou o sistema identificado no texto, na exploração de suas colônias.3 3 – O rei de Portugal estimulou o fabrico das mercadorias diversificadas com o objetivo de estimular a mecanização da produção nas colônias.4 4 – O sistema mercantil, ao qual o autor faz referência, foi sendo elaborado a partir da formação dos estados nacionais.

36. (UFS – 2008) Considere o texto a seguir: (...) Enquanto a expansão da economia européia se limitou a abertura de novos mercados ultramarinos, isto é, na etapa pré-colonizadora, a política da potência expansionista se constituía fundamentalmente em estabelecer, nas áreas ultramarinas, através da ação militar ou mesmo dominação política, condições que lhe permitisse o exercício do monopólio comercial, com exclusão das demais potências. Ao passar para atividade propriamente colonizadora, tratava-se de organizar uma produção que se ajustasse aos interesses dos lucros monopolistas. A produção colonial se ajusta por isso às necessidades da procura européia ( ... )

(Fernando A. Novais. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. 10: Brasil em Perspectiva. São Paulo: Difusão Européia do Livro,1968. p.65)

Analise as afirmações quanto às idéias do texto. 0 0 - Os bens produzidos nas colônias de ultramar são comercializados com a

metrópole e apropriados pela burguesia mercantil européia, que detém o exclusivo na aquisição dos produtos coloniais por concessão do Estado Metropolitano. 1 1 - Para garantir a posse da terra através do povoamento e valorizá-Ia economicamente os portugueses implantaram a agricultura tropical, portanto uma economia agrícola complementar à praticada na Europa. 2 2 - Na América, os portugueses deram início à colonização com a cultura da cana-de-açúcar o que Ihes permitia ocupar o território, defender a terra de interesses estrangeiros, obter os lucros almejados e a integração da colônia ao mercado europeu. 3 3 - A colonização espanhola na América obedece ao sistema econômico de apropriação das riquezas naturais com a instituição do regime de portos em toda a costa espanhola para dar conta do recebimento dos galeões abarrotados de metais preciosos. 4 4 - Na América a solução encontrada pelos europeus para tornar as terras produtoras foi a construção de feitorias tal como haviam realizado na Ásia e na África. A colonização americana se realiza exclusivamente na esfera da circulação de mercadorias.

QUARTO BIMESTRE

37. (UFS – 2001) Analise as proposições sobre o Período Colonial.0 0 – A formação do povo brasileiro resultou da fusão de portugueses, índios e africanos, realizada de forma desigual, envolvendo dominação e escravidão.1 1 – O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da coroa portuguesa no século XV. Embora não houvesse interesse especifico de expansão para o Ocidente a posse de terras no Atlântico Oriental consolidava a hegemonia portuguesa no Oceano Pacifico.2 2 – Com relação às populações indígenas brasileiras é correto afirmar que quando os europeus chegaram aqui, encontraram uma população ameríndia homogênea em termos culturais e lingüísticos, distribuída ao longo da costa e da bacia dos rios Paraná-Paraguai.3 3 – O escambo de pau-brasil intensamente praticado no litoral, foi a primeira atividade importante que articulou estrangeiros e nativos no século XVI.4 4 – Quanto à utilização da mão-de-obra durante o primeiro século da colonização, na região Nordeste do Brasil pode-se

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afirmar que os negros africanos não tiveram nenhuma participação.

38. (UFS – 2003) A implantação, pelos portugueses, de um modelo administrativo no Brasil teve, entre outros, o objetivo de impulsionar à colonização efetiva na nova terra. Analise as afirmações abaixo sobre esse modelo.0 0 – Embora o grande número de capitanias não tivesse sucesso, o sistema de capitanias foi responsável pela efetiva colonização de todo o litoral brasileiro, contribuindo para afastar a ameaça de invasão e ocupação estrangeira na colônia portuguesa.1 1 – Apesar de hereditárias, as capitanias não era, propriedades privadas dos donatários, já que a legitima propriedade das terras era atributo do Estado. Hereditário era tão-somente o poder do donatário de administrar a capitania como província da Coroa.2 2 – O Governo-Geral, criado para promover a centralização administrativa da colônia, extinguiu o sistema de Capitanias Hereditárias com o objetivo de enfraquecer o poder político local dos donatários.3 3 – Apesar de o Governo-Geral ter sido criado para impor a centralização política em toda a colônia, na prática, o poder político continuou descentralizado em todo o período colonial, pois permaneceu concentrado nas mãos da elite latifundiária, classe dominante da qual faziam parte os próprios donatários.4 4 – Durante todo o período colonial as câmaras municipais contribuíram com a criação de um pólo de poder local que possibilitou, via Governo-Geral, a concentrar o poder político da colônia nas mãos do Estado metropolitano.

39. (UFS – 2009) Para organizar a colonização de suas terras americanas o governo português criou as Capitanias Hereditárias. O território colonial português foi dividido em faixas de terra que iam do litoral à linha do Tratado de Tordesilhas.

Analise as proposições sobre a administração da América Portuguesa. 0 0 - Sergipe estava vinculado à Capitania da Bahia até a Independência, quando conseguiu tornar-se uma capitania autônoma, ato ratificado pela Constituição do Império, em 1826. 1 1 - Aos donatários competia exercer a justiça, doar sesmarias, fundar vilas e arcar com todas as despesas que a

colonização exigia. O desenvolvimento das capitanias foi desigual, com destaque para S. Vicente e Pernambuco. 2 2 - A Coroa Portuguesa institui o Governo Geral com o intuito de coordenar o desenvolvimento das capitanias, em um momento que sofria perdas significativas nos seus negócios na Índia. 3 3 - Banqueiros e negociantes judeus financiaram a colonização, o que permitiu o desenvolvimento uniforme das capitanias, com a instalação de engenhos e fornecimento de escravos para suprir a necessidade de mão-de-obra. 4 4 - Para facilitar a instalação do Governo Geral, a Coroa Portuguesa comprou as capitanias e exigiu o retorno dos donatários à Europa.

40. (UFS – 2000) Analise as afirmativas sobre os indígenas encontrados no Brasil pelos portugueses em 1500.0 0 – Possuíam um pequeno desenvolvimento tecnológico e, também, era muito pequena a produção de excedente.1 1 - Algumas tribos eram nômades e formavam comunidades nas quais reinava uma igualdade entre os indivíduos.2 2 – Possuidores de cultura e vida distinta da dos portugueses, espalhavam-se por todo o litoral e interior do Brasil.3 3 – Homens e mulheres participavam igualmente das tarefas de caça e pesca, para a sustentação da tribo.4 4 – A sociedade baseava-se numa divisão de classes, onde os chefes impunham pesados impostos à população rural.

41. (UFS – 2000) Durante o Período Colonial, o ensino desenvolvia-se influenciado pela cultura religiosa do colonizador. Sobre os primeiros educadores nessa fase é correto afirmar que:0 0 – Conseguiram dissociar a evangelização do processo colonizador luso-brasileiro.1 1 – Permaneceram alheios ou indiferentes aos abusos praticados pelos senhores de escravos.2 2 – Presos à idéias etnocêntricas européias, ignoraram as línguas indígenas.3 3 – Pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei.4 4 – Tinham por objetivo promover a igreja católica, mantendo intacta a cultura indígena.

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42. (UFS – 2002) Analise as proposições referentes a situação mundial nos séculos XV e XVI.0 0 – No que se refere às civilizações americanas, somente os maias e os tupis foram dominados e tiveram sua cultura destruída no processo de conquista e colonização européia da América.1 1 – No século XVI, a conquista e ocupação da América pelos espanhóis dizimou a população indígena e destruiu as estruturas agrárias anteriores à conquista.2 2 – O objetivo do comércio de escravos realizado pelos portugueses na África no século XV era suprir a necessidade de mão-de-obra nas empresas agrícolas da península Ibérica.3 3 – Em 1575, os jesuítas tentaram colonizar as terras sergipanas, mas apenas em 1590 os indígenas foram derrotados definitivamente por Cristóvão de Barros, fundador do forte e do arraial do mesmo nome.4 4 – Nos primeiros anos do período pré-colonial os portugueses já iniciaram a ocupação do litoral sergipano em razão da ameaça dos corsários franceses na região, interessados no pau-brasil.

43. (UFS – 2009) Inserida nos quadros da política mercantilista, a empresa agrícola instalada no Brasil só seria economicamente viável se fosse suficientemente grande para produzir em larga escala para os crescentes mercados internacionais.

A produção em larga escala, por sua vez, exigia o emprego de uma grande quantidade de mão-de-obra. Em síntese, para que houvesse o rápido retorno de capital aplicado na instalação, a empresa tinha de ser de grande porte. (Francisco de Assis Silva. História do Brasil. São Paulo: Moderna.1992. p.50) O texto contém informações que explicam o fato de, no Brasil, 0 0 - a grande propriedade monocultora escravista ter sido a célula fundamental da exploração agrária colonial. 1 1 - o interesse da burguesia mercantil em criar empresas agrícolas nas regiões tradicionalmente mais pobres da colônia.

2 2 - a exploração agrária ter criado condições para a formação de um mercado interno que promoveu a riqueza da colônia.

3 3 -a perspectiva de enriquecimento rápido, gerado pela agroindústria, ter

contribuído para a interiorização da colonização.

4 4 - o abastecimento das áreas da agroindústria ter impedido outras atividades econômicas em várias regiões da colônia.

44. (UFS – 2006) Considere o texto.A religião dos negros não era o catolicismo. Por isso os padres queriam uma só religião: ser católico de verdade, não faltar à devoção, ouvir missa nem que fosse levando no empurrão.Assim ensinavam os negros a sofrer como humildade. Pra não serem castigados, os negros obedeciam embora contra a vontade a religião seguiam, mas dos seus cultos da África eles nunca se esqueciam.Uns queriam ser católicos por causa do cativeiro;Pois o bem obediente podia ser jardineiro ou ficar na casa grande servindo de cozinheiro.Só que aqui eles adoram sem pensar nada de cá. Senhora da Conceição para eles é Iemanjá, Santa Bárbara é Iansã, deuses que adoram lá.O que a eles atrapalhava eram as muitas diferenças, porque mesmo lá na África havia diversas crenças.

(Jorge Pereira Lima. Raízes da escravidão. São Paulo: Paulinas, 1982, p.

33-8)

Na sociedade atual ampliou-se o debate sobre a história dos afro-brasileiros. O texto expressa aspectos importantes acerca dessa história durante a vigência da relação de produção escravista na América portuguesa. A partir do conhecimento histórico e da análise do texto é possível afirmar que:0 0 – Os padres contribuíram na manutenção da dominação metropolitana na América portuguesa inclusive quando usavam os princípios religiosos para confortar espiritualmente os escravos.1 1 – O texto revela a construção do que se tornou conhecido por sincretismo religioso principalmente em razão da resistência dos escravos em assimilar os valores da religião cristã.2 2 – Os jesuítas, por representarem a Igreja católica, tinham poderes para intervir na organização social da colônia, podendo educar os africanos de forma autônoma e priorizando seus valores culturais.3 3 – Os senhores preferiam comprar escravos da mesma cultura e idioma, para que os mesmos pudessem se comunicar, melhorando dessa forma a organização do

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plantio de cana e a produção de açúcar nas fazendas.4 4 – Os escravos africanos resistiram como puderam à destruição de sua cultura, mantendo inclusive valores e costumes mesmo que essas manifestações fossem representadas de acordo com as exigências dos colonizadores.

45. (UFS – 2005) No antigo sistema colonial, no século XVI, a empresa agrícola brasileira teria de viabilizar a colonização e gerar fortunas para o Estado e o grupo mercantil metropolitano. Analise as afirmações sobre essa temática.0 0 – O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que passaram a disputar as terras e os escravos disponíveis para a produção na região açucareira.1 1 – Para os diversos setores da economia colonial brasileira, a adoção de formas de trabalho compulsório constituiu uma forma de acumulação de capital nas mãos da burguesia metropolitana.2 2 – Para que houvesse o rápido retorno do capital aplicado em sua instalação, a empresa tinha de ser de pequeno porte. Dessa forma, a propriedade mini-fundiária escravista foi a célula fundamental da exploração agrária colonial.3 3 – A descoberta das áreas mineradoras, o desenvolvimento de um mercado interno e a acumulação de capital determinaram a ruptura da dependência da economia colonial para com a metrópole.4 4 – Paralelamente ao crescimento da produção açucareira, principal atividade exportadora, desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável pela produção de gêneros que vinham atender às necessidades básicas dos colonos e escravos.

46. (UFS – 2007) Considere o mapa a seguir

(Adaptado de José Jobson de A . Arruda. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1993)Sobre o domínio holandês no Nordeste brasileiro, analise as proposições que seguem.0 0 - As conquistas holandesas chegaram a abranger territórios localizados numa área que abarcava de Sergipe ao Maranhão, e que configurava a mais rica região da Colônia.1 1 - A base do império holandês no Brasil era sediada em João Pessoa, então denominada Nova Holanda, primeira cidade conquistada pelos holandeses após uma primeira tentativa fracassada de dominação, em Salvador.2 2 - A Companhia das Índias Ocidentais obteve altos lucros com o comércio açucareiro, porém se mostrou um negócio pouco vantajoso, com o passar do tempo, uma vez que arcava com muitas despesas militares e administrativas.3 3 - Maurício de Nassau trouxe para o Nordeste brasileiro um qualificado grupo de artistas, estudiosos, médicos e cientistas que passaram todos a viver em Olinda e lá permaneceram mesmo após a expulsão dos holandeses.4 4 - A Insurreição Pernambucana contribuiu para a derrota dos holandeses, e contou com a participação de diversos senhores de engenho insatisfeitos com as cobranças e a intolerância que caracterizaram os anos que se seguiram à demissão de Nassau.

47. (UFS – 2007) Considere o texto que segue.A história das manifestações da cultura popular até os anos setecentos é muito pobre em registro ou documentação (...) os cantos e danças desse período viviam o tempo da memóriadas pessoas e eram quase sempre criadas para animar festas ou divertir nos momentos de folga, nascendo e morrendo ao sabor das novidades (...) sabe-se que as letras que acompanhavam as danças tinham quase sempre sentido dúbio ou de caráter zombeteiro, como formas de

expressar críticas, além de burlar a vigilância exercidas pelos bispos queas consideravam imorais, embora fossem dançadas e cantadas até em festas religiosas ou em quermesses nos pátios das igrejas.(Antonio Luiz D’Araújo. Arte no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Revan, 2000. p. 70)Analise as afirmações quanto às idéias do texto.

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0 0 - O eixo da vida cultural popular era a Igreja Católica, que abrigava e estimulava a manifestação do povo, na Colônia, nas festas religiosas, sem reprimir oconteúdo destas manifestações.1 1 - As expressões culturais na Colônia eram independentes da vida religiosa, sendo reprimidas pelos bispos portugueses que só aceitavam manifestações de arte sacra nas igrejas e festas religiosas.2 2 - A cultura popular na Colônia era marcada pela memória e pela transmissão oral, sem ser fixada em modelos institucionais ou escritos como museus,editoras ou universidades.3 3 - As danças e cantos que marcavam a cultura popular no Brasil Colônia, embora vigiados pelos bispos e considerados imorais, mesclavam-se a manifestações culturais de caráter sagrado.4 4 - O Rei e os bispos vigiavam e reprimiam a cultura popular no Brasil Colônia, que só podia se manifestar clandestinamente nas festas religiosas e em quermesses realizadas nas comunidades onde aqueles poderes não se encontravam presentes.

48. (UFS – 2007) A introdução da pecuária no Brasil Colônia dinamizou a vida social e econômica, chegando a ocupar áreas que deveriam ser preservadas para o cultivo da cana, sobretudo no caso do Nordeste brasileiro. Analise as proposições abaixo sobre a pecuária do Brasil Colônia.0 0 - Incorporou uma vasta área no norte do território colonial (atual Nordeste), pouco utilizável para a agricultura, pois era uma região castigada pelas secas periódicas e pela baixa fertilidade do solo.1 1 - Foi introduzida por donos de minas de ouro, que viram sua atividade decair em meados do século XVIII e passaram a se dedicar à pecuária e ao tráfico de escravos no interior da Colônia.2 2 - Caracterizou-se pelo uso predominante de mão-de-obra livre, pois o trabalho de vaqueiro era remunerado, o que possibilitava a homens livres pobres escapar ao trabalho escravo.3 3 - Incrementou o comércio atlântico, pois o gado criado no sertão era comercializado nos mercados caribenho e africano, trocado por novos escravos destinados às lavouras de cana-de-açúcar e às minas.4 4 - Expandiu-se para o sertão e, no século XVIII, atingiu as bordas da selva amazônica, incrementando o processo de desmatamento iniciado pelos jesuítas, e o gradual extermínio dos índios.

49. (UFS – 2000) Analisa as proposições abaixo.0 0 – Aracaju, fundada em 1855, primeira cidade planejada do país, tem papel importante na resistência contra os franceses no Período Colonial.1 1 – A existência de algumas áreas inadequadas à plantação de cana-de-açúcar no litoral sergipano favoreceu o surgimento das primeiras criações de gado.2 2 – Sergipe, no Período Colonial, tornou-se então um fornecedor de animais de tração para a Bahia e Pernambuco.3 3 . Sergipe ficou quase indiferente a movimentos libertários como, por exemplo, a Revolução de 1817.4 4 – Economicamente, Sergipe só ganharia alguma expressão com o advento da República, e assim mesmo depois da virada do século, com o aumento de sua participação no conjunto das exportações, através da criação de fábricas de tecidos, para atender à demanda de um mundo convulsionado pela Segunda Guerra Mundial.

50. (UFS – 2009) O "sergipano antes de ser agricultor foi pastor”; pois antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e criar rebanhos nas imediações do mesmo.

(Felisbelo Freire, historiador de Sergipe (pt.wikipedia.org/wikil História_de_Sergipe - 22k)

Analise as afirmações sobre a colonização a que o texto faz referência.

0 0 - A invasão de piratas franceses para contrabandear pau-brasil, tornou urgente a colonização portuguesa da região de Sergipe, pois, além de bloquear a ação dos invasores, a conquista das terras facilitaria a comunicação com a importante região de Pernambuco.

1 1 - O trabalho de catequese das missões jesuíticas foi responsável pelo sucesso das primeiras tentativas de colonização das terras sergipanas pois, além de enfraquecer a resistência dos nativos à ocupação, evitou a destruição de muitos dos aldeamentos indígenas existentes na região.

2 2 - As expedições de piratas franceses estabeleceram contato com as tribos do litoral sergipano por meio do escambo, ou

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seja, troca de objetos por pau-brasil. Esta relação entre franceses e índios, ao contrário da relação hostil empreendida pelos colonizadores portugueses, ocorria de forma amistosa.

3 3 - Com a crescente colonização de Sergipe tem inicio a criação de gado que, com os holandeses, torna-se a base da economia da capitania, pois, diferente-mente dos portugueses, reiniciaram o processo de povoamento e incentivaram a recuperação econômica da região ocupada.

4 4 - Com a ocupação do território sergipano, a capitania passou a se dedicar à criação de gado, facilitada pelos rios na região e fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias vizinhas. Isso permitiu que as capitanias da Bahia e Pernambuco se dedicassem prioritariamente à produção canavieira.

QUESTÕES DO ENEM

01. (Enem-MEC) A figura de Getúlio Vargas, como personagem histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de esse período ser conhecido no Brasil como a Era Vargas. Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e "Pai dos Pobres", existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites. Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma personalidade histórica podem ser explicadas conforme uma das opções a seguir. Identifique-a. a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a permanência no poder depende de idéias coerentes e de uma política contínua. b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas circunstâncias.

c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor a seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco - verdadeira marionete nas mãos da elite da época. d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros. e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciais e, às vezes, conjunturais, como sendo posturas definitivas e absolutas.

02. (ENEM - 2000) Os quatro calendários apresentados a seguir mostram a variedade na contagem do tempo em diversas localidades.

Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que:a) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às diferentes culturas e tradições.b) embora o calendário cristão seja hoje adotado em âmbito internacional, cada cultura registra seus eventos marcantes em calendário próprio.c) o calendário cristão foi adotado universalmente porque, sendo solar, é mais preciso que os demais.d) a religião não foi determinante na definição dos calendários.e) o calendário cristão tornou-se determinante por sua antiguidade.

03. (ENEM - 2000) "Somos servos da lei para podermos ser livres." (Cícero) "O que apraz ao príncipe tem força de lei." (Ulpiano) As frases são de dois cidadãos da Roma Clássica, que viveram praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano ). Tendo como base as sentenças acima, considere as afirmações: I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.

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II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano. III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de outro cidadão. IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana. Estão corretas apenas:a) I e IIb) I e IIIc) II e IIId) II e IVe) III e IV

04. (ENEM – 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente de pensamento.

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Essas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. (Os Pensadores. São Paulo, Nova Cultural, 1991.) Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar: a) a existência do governo como um

poder oriundo da natureza. b) a origem do governo como uma

propriedade do rei.c) o absolutismo monárquico como uma

imposição da natureza humana.d) a origem do governo como uma

proteção à vida, aos bens e aos direitos.

e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

05. (ENEM – 2001) O texto foi extraído da peça Tróilo e Créssida, de William Shakespeare, escrita, provavelmente, em 1601. Os próprios céus, os planetas, e este centro reconhecem graus, prioridade, clas-se, constância, marcha, distância, estação, forma, função e regularidade, sempre iguais; eis por que o glorioso astro Sol está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio dos outros, e o seu olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos planetas malfazejos, e, qual rei que comanda, ordena sem entraves aos bons e aos maus. (Personagem Ulysses, Ato I, cena IlI, SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida. Porto, Lello & Irmão, 1948.) A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da teoria:

a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu. b) da reflexão da luz do árabe Alhazen, c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico. d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei. e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.

06. (ENEM – 2001) O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades. (Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.)

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como

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ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

07. (ENEM – 2001) Os textos referem-se à integração do índio à chamada civilização brasileira. I - Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fIsicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus. ( ... ) E preciso congelar essas idéias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas.( ... ) Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes. (Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal. Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.) II - OBrasil não terá índios no final do século XXI ( ...) E por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório. (Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 1994.) Pode-se afirmar, segundo os textos que:a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõe idéias inadequadas, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela “civilização branca” e o segundo, o confinamento de tribos.b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a idéia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade cultural dos índios.

c) Terena compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil.d) Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevitabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à sociedade brasileira.e) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas.

08. (ENEM – 2002) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos fragmentos de textos a seguir, as guerras das sociedades Tupinambá com as cha-madas "guerras de religião" dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.

"( ... ) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. ( ... ) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade ( o canibalismo); mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entrega-Ia a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. ( ... ) Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros e dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se os compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades." (Montaigne, Michel Eyquem de. Ensaios. São Paulo, Nova Cultural, 1984.) De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne, a) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião. b) a diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.

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c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade. d) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional. e) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

09. (ENEM – 2003) Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas:(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior freqüência, tornou-se necessário que todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive durante dez meses), o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...).Nesse texto, Jean de Léry:a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos.b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de “selvagem”.c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus.d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades.e) valoriza os costumes dos indígenas americanos, porque eles também eram perseguidos pelos católicos.

10. (ENEM – 2001) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632. - Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca? Os textos referem-se também a esse personagem.

Texto I: ... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos. (Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro, Bibliex, 1949.) Texto II: Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados ... (os crimes referidos são o de contrabando e roubo). (CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1959.) Pode-se afirmar que: a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões. b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária à atitude de Calabar. c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar. e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas dessa per-sonagem.

11. (ENEM – 2004) A questão étnica no Brasil tem provocado diferentes atitudes:I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social.II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias.

Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes reflexões:Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela

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cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o. (Gilberto Freire. O mundo que o português criou.)

[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva. (Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)

Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar:

a) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes.b) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II.c) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II.d) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes.e) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes.

12. (ENEM – 2006) No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:“Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (…). Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.” Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.Com base nessa descrição, concluiu-se que o naturalista Von Martius:a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão européia, respeitavam a flora e a fauna do país.

b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios.c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.d)procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América.e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão “civilizadora européia”, típica do século XIX.

13. (ENEM - 2007) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que:a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

14- (ENEM – 2008) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484-420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte:“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina

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esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa freqüência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.” Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2ª - ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações).

Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas abaixo.I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste.II. O argumento embasado na influência dos ventos do noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.É correto apenas o que se afirma em:A- IB- II. C- I e II.D- I e III.E- II e III.4215- (ENEM- 2008) Existe uma regra religiosa, aceita pelos praticantes do judaísmo e do islamismo, que proíbe o consumo de carne de porco. Estabelecida na Antiguidade, quando os judeus viviam em regiões áridas, foi adotada, séculos depois, por árabes islamizados, que também eram povos do deserto. Essa regra pode ser entendida como

A- uma demonstração de que o islamismo é um ramo do judaísmo tradicional.B- um indício de que a carne de porco era rejeitada em toda a Ásia.C- uma certeza de que do judaísmo surgiu o islamismo.D- uma prova de que a carne do porco era largamente consumida fora das regiões áridas.

E- uma crença antiga de que o porco é um animal impuro.

16- (ENEM- 2008) A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.” Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que

A- o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.

B- a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.

C- a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.D- houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.E- o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.5917- (ENEM- 2008) Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveramse separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa

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A- foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.B- mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.C- passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.D- diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.E- resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

18- (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

A- significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.B representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.C significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.D representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.E significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

19- (ENEM 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida política das sociedades. No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,

A- na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.B- na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.C- no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social.D- na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.E- no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.

20- (ENEM 2009) A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é

A- a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.

B- o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.C- a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.D- o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.E- a tradição heróica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood

21- (ENEM 2009) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.

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VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania

A- possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.B- era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.C- estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.D- tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.E- vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

22- (ENEM 2009) Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.

SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras.

São Paulo: Cia. das Letras,1999 (adaptado).

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é:

A- Brasil, um país que vai pra frente.B- Brasil, a eterna esperança.C- Brasil, glória no passado, grandeza no presente.D- Brasil, terra bela, pátria grande.E- Brasil, gigante pela própria natureza.

23- (ENEM 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisasdiabólicas e que os diabos lha ensinaram”.

ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.

Do ponto de vista da Inquisição,

A- o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.B- o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.C- os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população.D- as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptíveis suas tendênciasfeministas.E- os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

24. (ENEM – 2010) No Brasil colonial, os portugueses procuravam ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios, que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os missionários aprendiam os idiomas

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dos nativos para catequizá-los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo as línguas se influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português.

De acordo com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a formação desse idioma e suas variedades foi condicionada:

A- pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos portugueses.B- pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico dos índios.C-) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam aperfeiçoar-se.D- pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova língua com os portugueses.E- pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior à chegada dos portugueses.

25- (ENEM 2010)

Chegança

Sou Pataxó,Sou Xavante e Cariri,Ianomâmi, sou TupiGuarani, sou Carajá.Sou Pancaruru,Carijó, Tupinajé,Sou Potiguar, sou Caeté,Ful-ni-ô, TupinambáEu atraquei num porto muito seguro,Céu azul, paz e ar puro...Botei as pernas pro ar.Logo sonhei que estava no paraíso,Onde nem era preciso dormir para sonhar.Mas de repente me acordei com a surpresa:Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.Da grande-nauUm branco de barba escura,Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.E assustado dei um pulo da rede,Pressenti a fome, a sede,Eu pensei: “vão me acabar”.Levantei-me de Borduna já na mão.Aí, senti no coração,O Brasil vai começar.

NÓBREGA, A. e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.

A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à idéia presente no chamado mito

A- da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.B- da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.C- do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.D- da natural miscigenação, resultante da forma como a Metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.E-do encontro, que identifica a colonização como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.

26- (ENEM 2010) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso.

Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma

A- de manipulação do povo pelo poder, que controlao teatro.B- de diversão e de expressão dos valores e problemas da sociedade.C- de entretenimento popular, que se esgota na suafunção de distrair.D- de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as peças.E- de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão.

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27- (ENEM 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios. CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. ET AL. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a

A -preocupação em garantir a integridade do colonizador Diante da resistência dos índios à ocupação da terra.B-- postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.C- orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.D- oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.E- abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.

28- (ENEM 2010) Alexandria começou a ser construída em 332 a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um Pólo de estudos sobre matemática, filosofia e ciências gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na

destruição ou perda de quase todo o seu acervo. RIBEIRO, F. Filosofia e mártirFIAAventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produção do conhecimento e memória das civilizações antigas, porque

A- eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.B- funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e Deu origem às universidades modernas.C -preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.D- transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.E- reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e fez avançar a museologia antiga.

29- (ENEM 2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas eCasou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.

No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação entre

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liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do determinismo é:

A- “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.” Jean Paul SartreB -“Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.” Santo AgostinhoC- “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.” Arthur SchopenhauerD- “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo.” Michel de FoucaultE- “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança.” Friedrich Nietzsche

30- (ENEM 2010) O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores, nobres sacerdotes, funcionários do governo, artesão, camponeses, escravos e soldados. A religião contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura, principalmente o cultivo da batata e do milho.A principal característica da sociedade inca era:

A- ditadura teocrática, que igualava a todos.

B- existência da igualdade social e da coletivização da terra.

C- estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens

D- existência de mobilidade social, o que levou a composição da elite pelo mérito.

E- impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária.

31- (ENEM 2010) Os vestígios dos povos tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o

Maranhão. A oeste, aparecem (no rio do Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical. PROUS. A. o Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2005Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se

A- a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo.

B- a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semi-sedentário de sua organização social.

C- a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto território.

D- o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de animais.

E- o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas.

32- (ENEM 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural dessa região, úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de

A- objetos arqueológicos e paisagísticos.

B- acervos museológicos e bibliográficos.

C- núcleos urbanos e etnográficos.

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D- práticas e representações de uma sociedade.

E- expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

33- (ENEM – 2010) Quem construiu a Tebas de sete portas?Nos livros estão nomes de reis.Arrastaram eles os blocos de pedra?E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes?Em que casa de Lima dourada moravam os construtores?Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.Quem os ergueu? Sobre que triunfaram os césares?BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê.Disponível em http//recantodasletras.uol.com.br. Acesso em 28 abr. 2010

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que

A- os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heróicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.

B- a História deveria se preocupa das em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.

C- os grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.

D- os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.

E- as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

“A mente que se abre a uma nova idéia, jamais volta ao seu tamanho original”.

Albert Einstein