História da Política Externa Brasileira · 2018. 8. 14. · A política externa do governo Costa...
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História da Política Externa Brasileira
DAESHR024-14SB/NAESHR024-14SB
(4-0-4)
Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI
UFABC – 2018.II
(Ano 3 do Golpe)
Aula 21
3ª-feira, 14 de agosto
Revisão
A política externa do governo Dutra (1946-1951)
• “A política externa do governo Dutra (1946-1951)
adaptou-se à nova realidade internacional, alimentando
uma convicção válida para a época da guerra, mas que
se mostraria equivocada para as novas condições do
pós-guerra, qual seja, a da permanência de relações
especiais entre o Brasil e os Estados Unidos”. (Doratioto
e Vidigal 2015: 67)
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A política externa do segundo governo Vargas (1951-1954)
• “O último governo Vargas não apenas rompeu com os
parâmetros diplomáticos do Presidente Dutra, como
também iniciou um novo processo de
encaminhamento da política exterior que atingiu seu
apogeu e a forma acabada em 1961 com a Política
Externa Independente”. (Vizentini 1995: 53)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “Mas já em 1958, devido às dificuldades de atração de
investimentos e à desaceleração do crescimento
econômico, o Governo Kubitschek voltou a adotar a
barganha nacionalista frente aos Estados Unidos.
Nesse ano, lança a Operação Pan-Americana, uma
iniciativa multilateral que apontava para a emergência
de uma nova fase na política externa brasileira, que
atingiria seu apogeu com a Política Externa
Independente”. (Visentini 2004: 97-98)
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Política Externa Independente (1961-1964)
• “Em seu conjunto, a PEI conservava o principal da
tradição diplomática brasileira, redimensionava os
elementos desenvolvimentistas que tinham sido
implantados a partir da década de 1930 e agregava as
novas diretrizes voltadas para as áreas então
chamadas periféricas (vizinhos latino-americanos,
africanos e asiáticos), de acordo com os conceitos de
centro e periferia propostos pela Cepal”. (Doratioto e
Vidigal 2015: 83)
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A política externa do governo Castelo Branco (1964-1967)
• “A política externa brasileira inaugurada em abril de
1964, portanto no início do ciclo dos governos militares,
representou uma agressiva e radical guinada em relação
à política externa independente que vinha sendo
desenvolvida desde a posse do presidente Jânio
Quadros, em janeiro de 1961”. (Gonçalves e Miyamoto
1993: 214)
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A política externa do governo Costa e Silva (1967-1969)
• “Como se pode ver, a prioridade havia passado para o
desenvolvimento. Invertia-se portanto a posição dos
termos do binômio com o qual se havia iniciado a
política externa revolucionária em 1964. Não mais se
condicionava o desenvolvimento à segurança coletiva.
Agora a segurança era vista como um produto do
desenvolvimento. E, mais ainda, desacreditado o projeto
de desenvolvimento como resultado da ajuda externa,
este passou a ser pensado como fruto de um processo
endógeno”. (Gonçalves e Miyamoto 1993: 221) 8
A política externa do governo Médici (1969-1974)
• “Isso, contudo, não significa o total abandono do
multilateralismo terceiro-mundista de Costa e Silva. São
perspectivas complementares. A solidariedade com o
Terceiro Mundo é clara e presente. A crítica ao
congelamento do poder mundial é uma constante nos
discursos de Médici e Mario Gibson Barboza. Trata-se,
portanto, de um duplo movimento: solidariedade para
com o Terceiro Mundo e, simultaneamente, compromisso
com o desenvolvimento nacional de forma individual”.
(Souto 2014: 102) 9
A política externa do governo Geisel (1974-1979)
• “A política exterior do governo Geisel (...) recuperava
princípios da PEI, embora não se confundisse com ela.
Entre as principais semelhanças estavam os
compromissos com a comunidade ocidental, a
diversificação dos laços internacionais do país, a
expansão do comércio exterior, a luta contra o
subdesenvolvimento, a cooperação com os países
latino-americanos e as relações ‘sinceras’ com os
Estados Unidos”. (Doratioto e Vidigal 2015: 96)
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A política externa dos governos Figueiredo (1979-1985) e Sarney (1985-1990)
• “O último governo militar e o primeiro civil (eleito segundo
as regras definidas pela ditadura) foram marcados pela
continuidade da política exterior brasileira, num quadro
internacional e doméstico cada vez mais adverso. Tratou-se
do apogeu e do declínio do modelo, pois a reestruturação do
capitalismo mundial eliminava grande parte do espaço
existente para um projeto de desenvolvimento e inserção
internacional relativamente autônomo de um país do porte
geográfico, populacional e econômico do Brasil. Literalmente,
o ‘império contra-atacou’”. (Vizentini 2012: 61) 11
A política externa do governo Figueiredo (1979-1985)
• “A política externa do chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro
autodenominou-se universalismo e esforçou-se por manter a
autonomia do Brasil num cenário crescentemente
desfavorável, conservando fortes traços de continuidade
com o Pragmatismo Responsável. Definindo o país como
parte do Terceiro Mundo, a diplomacia brasileira continuou a
atuar nos fóruns internacionais em convergência com o
Movimento dos Países Não-Alinhados (embora não sendo
membro pleno), denunciando as estruturas políticas e
econômicas internacionais”. (Vizentini 2012: 63) 12
A política externa do governo Sarney (1985-1990)
• “A política externa da Nova República apresentou uma evolução
singular. O ministro Olavo Setúbal mostrou-se determinado a
romper com a linha diplomática do pragmatismo responsável e do
universalismo. (...) Obviamente, sua ênfase foi de afastamento do
Terceiro Mundo e de suas reivindicações. (...) Contudo, o Itamaraty
resistiu a essa nova orientação, que se assemelhava à diplomacia
de Castelo Branco. Assim, no início de 1986 o chanceler era
substituído por Abreu Sodré. Uma de suas primeiras medidas foi o
reatamento de relações diplomáticas com Cuba, até então
obstaculizadas por Setúbal e pelo Conselho de Segurança Nacional”.
(Vizentini 2012: 68-69) 13
Temas recorrentes na PEB
• Autonomia e/ou alinhamento
• Pragmatismo e/ou ideologia
• Multilateralismo e/ou bilateralismo
• Desenvolvimento e/ou dependência
• Sul e/ou Norte
• Oriente e/ou Ocidente
• Terceiro mundo e/ou Primeiro mundo
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