Hoeffel Et Al. Conhecimento Tradicional e Uso de Plantas Medicinais

download Hoeffel Et Al. Conhecimento Tradicional e Uso de Plantas Medicinais

If you can't read please download the document

Transcript of Hoeffel Et Al. Conhecimento Tradicional e Uso de Plantas Medicinais

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    CONHECIMENTO TRADICIONAL E USO DE PLANTAS MEDICINAIS

    Joo Luiz de Moraes HOEFFEL1

    Nayra de Moraes GONALVES2

    Almerinda Antonia Barbosa FADINI 3

    Sonia Regina da Cal SEIXAS4

    Resumo: Os processos de industrializao e globalizao cultural e econmica geraram riscos

    relacionados com a questo ambiental e com a descaracterizao da identidade local,

    conduzindo a desvalorizao de elementos do conhecimento tradicional, como por exemplo, o

    uso de plantas medicinais. A rea de estudo do presente trabalho, as reas de Proteo

    Ambiental do Sistema Cantareira/SP e Ferno Dias/MG, ainda apresentam uma expressiva

    populao rural e significativos remanescentes de Mata Atlntica que so utilizados como

    fontes de plantas para uso medicinal, mas nas ltimas dcadas passam por um intenso processo

    de alteraes socioambientais. O objetivo deste trabalho, que integra o projeto de pesquisa

    FAPESP n 2008/10631-0 Pharmcia do Mato - Transformaes Socioambientais e Uso de Plantas

    Medicinais nas APAs Cantareira/SP e Ferno Dias/MG, apresentar as plantas utilizadas como

    medicinais pela populao da regio de estudo, analisar seus usos e a importncia da

    manuteno deste conhecimento para a conservao de espcies, bem como para a preservao

    socioambiental local. A metodologia utilizada envolveu trabalhos de campo e coleta de dados

    obtidos por meio de um roteiro de entrevistas semi -estruturado aplicado a 56 moradores locais.

    Os resultados demonstram que os entrevistados tm conhecimento de186 espcies, sendo que

    destas 93 so nativas, 80 exticas e 13 espcies no foram identificadas e que a manuteno

    deste conhecimento essencial e pode auxiliar na conservao destas reas naturais.

    Palavras-Chave: rea de Proteo Ambiental, Conhecimento Tradicional, Plantas Medicinais .

    Abstract: The processes of industrialization and economic and cultural globalization have

    generated risks related to environmental issues and the discharacterization of local identity,

    leading to devaluation of elemen ts of traditional knowledge such as the use of medicinal plants.

    The study area of this research work, the Cantareira System/SP and Ferno Dias/MG

    Environmental Protected Areas (EPA), still have a significant rural population and remnants of

    Atlantic Forest used as sources of medicinal remedies, but in recent decades pass through an

    1Doutor em Cincias Sociais IFCH/UNICAMP. Professor e Pesquisador do Centro de Estudos

    Ambientais/Universidade So Francisco, Bragana Paulista/SP. Professor, Coordenador e Pesquisador do

    Ncleo de Estudos em Sustentabilidade/Faculdades Atibaia/FAAT, Atibaia/SP. Contato: [email protected] 2Bacharel em Turismo/Universidade So Francisco, Assistente de Pesquisa no Centro de Estudos

    Ambientais/Universidade So Francisco, Bragana Paulista/SP. Contato: [email protected] 3Doutora em Geografia pela UNESP. Professora do Instituto Federal de So Paulo Campus Salto/SP.

    Professora e Pesquisadora do Centro de Estudos Ambientais/Universidade So Francisco, Bragana

    Paulista/SP. Contato: [email protected] 4Doutora em Cincias Sociais IFCH/UNICAMP. Professora e Pesquisadora do Ncleo de Estudos e

    Pesquisas Ambientais/NEPAM/UNICAMP, Campinas/SP, Pesquisadora CNPq 2. Contato:

    [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    intense process of socioenvironmental changes. This study, part of the project FAPESP

    2008/10631-0 Pharmacy of the Woods - Social and Environmental Transformations and Use of

    Medi cinal Plants in EPAs Cantareira/SP and Ferno Dias/MG, aims to present the medicinal

    plants used by the local population, analyze their uses and the importance of keeping this

    knowledge to the conservation of species, as well as to the local socioenvironmental aspects.

    The methodology involved field work and data collection obtained by semi -structured

    interviews applied to 56 local residents. The results show that respondents are aware of 186

    species, and of these 93 are native, 80 are exotic and 13 species were not identified and that the

    maintenance of this knowledge is essential and can help conserve these natural areas.

    Key-words : Environmental Protected Area, Traditional Knowledge, Medicinal Plants .

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    1. INTRODUO:

    Atualmente a crise da biodiversidade tr ansformou-se em tema de discusso

    global, com dados cada vez mais alarmantes. Para Primack e Rodrigues (2001) as

    ameaas biodiversidade no tm precedentes na histria humana e espcies nunca

    estiveram, em um curto espao de tempo, to ameaadas de extino.

    Um estudo realizado pela International Union for Conservation of Nature and

    Natural Resources (IUCN, 2010) sobre espcies vegetais ameaadas demonstra que cerca

    de 380 mil espcies mundiais se enquadram em alguma categoria de ameaa, sendo

    que uma em cada cinco corre risco de extino, tornando-as to ameaadas quanto os

    mamferos. O estudo avaliou uma ampla amostra de espcies coletivamente

    representativas de todas as plantas do mundo, projetando um retrato global do risco de

    extino, revelando as ameaas mais urgentes e as regies mais afetadas. Segundo os

    resultados obtidos, o habitat mais vulnervel so as florestas tropicais, sendo que no

    Brasil foram estudadas 385 espcies, das quais 32,62% so endmicas e do total

    analisado, 10,96% foi considerado em risco.

    A importncia da conservao da biodiversidade pauta -se em seu papel

    fundamental para o fornecimento de diversos servios ecossistmicos, como a

    manuteno da quantidade e qualidade das guas, fertilidade do solo, equilbrio

    climtico, conforto trmico, alm de seu valor biolgico, esttico e econmico, bem

    como sua funo essencial na manuteno dos ciclos ambientais do planeta

    (PRIMACK; RODRIGUES, 2001; SCHITTINI; FRANCO; DRUMOMND, 2008).

    Contudo a sociedade moderna traou uma relao com a natureza marcada,

    principalmente, pelo mito da natureza inesgotvel, resultando na ausncia de

    preocupao com a manuteno da biodiversidade, dos recursos naturais e do

    conhecimento acumulado por comunidades locais (FEEK; MORRY, 2003).

    Embora o processo de industrializao e a globalizao cultural e econmica

    tenham possibilitado o aumento de empregos e o acesso aos meios de informao, de

    transporte e educacionais, estes ocasionaram tambm riscos relacionados questo

    ambiental, eqidade social e identidade local. Esta situao tem incrementado o

    estresse e as tenses da populao, afetando o modo de vida e as culturas tradicionais.

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    O conceito de sociedade de risco foi inicialmente abordado por Beck (1995) que

    considera que este conceito designa uma fase da sociedade moderna em que os riscos

    sociais, polticos, econmicos e individuais tendem a escapar das instituies que

    buscam o controle e a proteo da sociedade industrial (BECK, 1997).

    Desmatamentos florestais, deposio de resduos urbanos e perigosos nos solos

    e nos rios e contaminao de trabalhadores e de consumidores - frequentemente

    invisveis no conjunto das estatsticas de sade - so problemas que acabam sendo

    coletivamente absorvidas pela sociedade e pelos sistemas pblicos previdencirios e de

    sade e muitas vezes exigem que as pessoas recorram a solues e prticas tradicionais

    (BARBOSA; HOEFFEL, 2008).

    O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o nico

    recurso teraputico de muitas comunidades e grupos tnicos. Entretanto, o crescente

    uso de plantas medicinais tem segundo diversos autores (CUNHA, 2003; AZEVEDO;

    SILVA, 2006), aumentado a presso ecolgica exercida sobre esses recursos naturais.

    Assim, tanto o valor econmico, o extrativismo predatrio, quanto o com rcio local,

    alm da degradao ambiental dos ambientes naturais, colocam em risco a

    sobrevivncia de muitas espcies medicinais nativas (REIS; MARIOT; DI STASI, 2000).

    Neste sentido, a sociedade tem utilizado diversas estratgias que possam

    possibilitar o uso sustentvel e auxiliar na conservao dos recursos naturais. Uma das

    ferramentas utilizadas pelo Poder Pblico a criao de unidades de conservao,

    definido segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) como:

    espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo guas

    jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, legalmente

    institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e limites

    definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam

    garantias adequadas de proteo (BRASIL, 2004, p. 9).

    Entre as unidades de conservao destaca-se a rea de Proteo Ambiental

    (APA), pertencente categoria de unidades de conservao de uso sustentvel, que se

    caracteriza por extensas reas, com elevado grau de ocupao humana e ocorrncia de

    atributos cuja conservao seja importante para a qualidade de vida da populao,

    tendo como objetivos assegurar que a utilizao dos recursos naturais ocorra de modo

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    sustentvel, proteger a biodiversidade, alm de discipli nar o processo de ocupao nos

    municpios (BRASIL, 2004, p. 18).

    Neste contexto, insere-se a rea de estudo do presente trabalho, as reas de

    Proteo Ambiental do Sistema Cantareira/SP e Ferno Dias/MG, que ainda

    apresentam uma expressiva populao rural e significativos remanescentes de Mata

    Atlntica que so utilizados como fontes de plantas para uso medicinal, mas que nas

    ltimas dcadas passam por um intenso processo de alteraes socioambientais. O

    objetivo do presente trabalho, que integra o projeto de pesquisa FAPESP n 2008/10631-

    0 Pharmcia do Mato - Transformaes Socioambientais e Uso de Plantas Medicinais nas APAs

    Cantareira/SP e Ferno Dias/MG, demonstrar as plantas utilizadas como medicinais

    pela populao da regio de estudo e a importncia da manuteno e disseminao

    deste conhecimento para a preservao de espcies, bem como do ambiente local.

    2. CONHECIMENTO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS

    A cultura um importante elemento que compe a identidade social e por ser

    dinmica apresenta constantes alteraes. Os processos de urbanizao e globalizao

    ocasionam diversas transformaes e mudanas de valores, contribuindo para que

    ocorram alteraes culturais, resultando, muitas vezes, na perda de elementos e

    conhecimentos tradicionais importa ntes.

    saber-fazer a respeito do mundo natural e sobrenatural, transmitido oralmente, de

    e somente pode ser corretamente interpretado dentro do contexto

    cultura l em que gerado (DIEGUES; ARRUDA, 2001, p. 31).

    Contudo a modernidade produziu e vem produzindo modos de vida

    desvinculados dos tipos tradicionais de ordem social de modo jamais visto, seja na

    forma, alterando substantivamente o cotidiano ao infi ltrar -se na existncia de modo

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    ntimo , ou na dimenso, relacionado s possibilidades de expandir a interconexo

    social (BARBOSA, 1996).

    No contato com o outro, o diferente pode ser percebido como superior e a

    cultura do grupo pode ser desvalorizada, passando a ser omitida, negada e, por fim,

    esquecida (CASTELLS, 1999). Esse um processo que se verifica nas relaes sociais

    entre o campo e a cidade e que tem levado o morador rural a querer exibir um estilo de

    vida moderno percebido como nico legtimo.

    O ultimo sculo foi marcado notadamente pelo processo de urbanizao, pela

    expanso da produo industrial e intensificao dos modos de gerao e consumo de

    energia (HOGAN, 2000; HOGAN; MARANDOLA, 2006). De acordo com Giddens,

    estas transformaes tm acontecido em curto espao de tempo, principalmente em

    relao s descontinuidades que, segundo o mesmo autor, respondem pelo ritmo,

    escopo da mudana e natureza intrnseca das instituies modernas (GIDDENS, 1991).

    Ou seja, as transformaes pelas quais passam as sociedades capitalistas, urbanas e

    rurais, possuem interface com questes ligadas organizao do trabalho, hbitos de

    consumo, configuraes polticas, poderes e praticas institucionais do Estado

    (BARBOSA, 1996), que englobam o sistema pblico de sade.

    Mui tas comunidades possuem como nico recurso teraputico e medicinal o

    conhecimento tradicional . As culturas tradicionais elaboraram idias sofisticadas de

    sade e bem-estar e para muitas culturas sade no a mera ausncia de doena.

    Sade um estado de equilbrio espiritual, de convivncia comunitria e ecolgica, o

    que explica provavelmente a incluso em sistemas de cura tanto de remdios para cura

    fsica, quanto para a melhoria e fortalecimento do bem-estar. Alm disto, em algumas

    culturas a escolha por um tratamento frequentemente explicada por esta complexa

    compreenso de sade e das provveis causas da doena. Plantas e medicamentos

    podem ser efetivos no apenas em funo de sua ao farmacolgica, mas em funo

    do significado cultural que lhes atribudo.

    Desta forma as prticas relacionadas ao uso popular de plantas medicinais so o

    que muitas comunidades tm como alternativa vivel para o tratamento de doenas ou

    manuteno da sade. Porm, sua continuidade pode ser ameaada pela interferncia

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    de fatores externos dinmica social do grupo como, por exemplo: maior exposio

    das comunidades s presses econmicas e culturais externas; maior facilidade de

    acesso aos servios da medicina moderna; deslocamento das pessoas de seus ambientes

    naturais para regies urbanas, o que leva perda do conhecimento popular acumulado

    h vrias geraes e, conseqentemente, ao seu desaparecimento (PINTO; AMOROSO;

    FURLAN, 2006)

    Alm disso, a desagregao dos sistemas de vida tradicionais que acompanha a

    degradao ambiental e a insero de novos elementos culturais ameaam muito de

    perto um acervo de conhecimentos empricos e um patrimnio gentico de valor

    inestimvel para as geraes futuras (RODRIGUES; GUEDES, 2006).

    3. CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

    A rea geral de estudo deste trabalho constitui-se pelas reas de Proteo

    Ambiental do Sistema Cantareira (APA Cantareira), localizada no Estado de So Paulo,

    e Ferno Dias (APA Ferno Dias), localizada no Estado de Minas Gerais.

    Instituda pela Lei Estadual n 10.111 de Dezembro de 1998, abrangendo os

    municpios de Mairipor, Atibaia, Nazar Paulista, Piracaia, Joanpolis, Vargem e

    Bragana Paulista, a criao da APA Cantareira (Fig. 1) teve como objetivo a

    manuteno e melhoria da qualidade dos recursos hdricos da regio, particularmente

    das bacias de drenagem que formam o Sistema Cantareira, principal produtor de gua

    para abastecimento da Regio Metropolitana de So Paulo (SO PAULO, 1998;

    WHATELY; CUNHA, 2007). Sob esta questo cabe ressaltar que a construo deste

    Sistema ocorreu durante o perodo de governo militar brasileiro, no havendo

    envolvimento e participao social, o que resultou em conflitos de usos que se mantm

    at os dias atuais (HOEFFEL; VIANA, 1996) .

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fig. 1: Mapa de localizao da APA do Sistema Cantareira (SO PAULO, 2000).

    A APA Ferno Dias (Fig. 2), criada pelo Decreto Estadual n 38.925 de Julho

    de 1997 com o objetivo de proteger os remanescentes florestais e fauna silvestre

    existentes na regio. Possui uma rea de aproximadamente 180.000 hectares na qual

    esto inseridos os municpios de Camanducaia, Extrema, Gonalves, Itapeva, Sapuca-

    Mirim e Toledo, e parte dos municpios de Brazpolis e Paraispolis (MINAS GERAIS,

    1997).

    A APA Ferno Dias considerada uma rea prioritria para a conservao da

    flora de Minas Gerais, com importncia biolgica muito alta (reas de riqueza de

    espcies endmicas, ameaadas ou raras, remanescentes significativos, altamente

    ameaados ou com alto grau de conservao) (DRUMMOND , 2005). Ainda segundo a

    autora, as presses antrpicas mais importantes identificadas para a flora foram a

    monocultura, a expanso urbana e as atividades agropecurias.

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fig. 2: Mapa de localizao da APA Ferno Dias (OLIVEIRA, 2007).

    Esta regio apresenta uma problemtica ambiental singular, centrada na

    conservao de recursos hdricos, possui reas de nascentes e pontos de captao de

    importncia regional e, apesar de sua proximidade com a Regio Metropolitana de So

    Paulo, ainda encontram-se remanescentes significativos de Mata Atlntica. Esta

    situao, associada sua beleza natural, faz com que ela se torne alvo de

    empreendimentos imobilirios os mais diversos, consolidando um processo crescente

    de ocupao do solo e uso turstico desordenado (HOEFFEL et al, 2004; 2005).

    A dupl icao das rodovias regionais - D. Pedro I e Ferno Dias facilitou

    expressivamente o acesso a esta regio, determinando um processo de expanso

    industrial e urbana, alm de um incremento turstico, fatores que tm colaborado para

    o aumento dos impactos socioambientais e culturais regionais (FADINI, 2005).

    Observa-se que os atores pesquisados nestas reas de estudo vivem situaes

    de mudanas sociais rpidas e violentas, de choques culturais entre modos de vida

    tradicionais e novos modos de viver, em sociedades urbanizadas.

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    relevante salientar que as principais alteraes ocorridas na rea de estudo a

    construo das Rodovias Ferno Dias e D. Pedro I e do Sistema Cantareira - no

    consideraram as caractersticas scio-econmicas deste espao, que at a dcada de

    1960 era essencialmente rural, mas consideraram apenas as necessidades e planos de

    reas vizinhas as Regies Metropolitanas de So Paulo e Campinas. Estas metrpoles

    passam a direcionar novos usos, alm de determinarem rupturas em uma identidade

    rural anteriormente constituda, criando uma identidade outorgada que estimula tanto

    sua conservao quanto sua urbanizao, mas que no assimilada efetivamente pela

    populao regional.

    A legislao impe um maior controle e restries no que se refere ao

    desenvolvimento de atividades econmicas consideradas potencialmente degradantes

    em uma rea de Proteo Ambiental. Entretanto o fato de serem mantidas as

    atividades produtivas pode levar a conflitos de interesses e necessidade de busca por

    novas prticas econmicas adequadas a esta realidade (HOEFFEL et al, 2008;

    HOEFFEL; FADINI; SEIXAS, 2010).

    Contudo, para conciliar o desenvolvimento de atividades econmicas

    conservao ambiental necessrio considerar, alm dos aspectos biolgicos, os

    elementos sociais, culturais e polticos relevantes para a conservao (SCHITTINI;

    FRANCO; DRUMOMND, 2008).

    4. O USO DE PLANTAS MEDICINAIS PELOS MORADORES DA REA DE

    ESTUDO

    Cantareira/SP e Ferno Dias/MG foi realizado atravs de trabalhos de campo e coleta

    de dados obtidos atravs de um roteiro de entrevistas semi-estruturado

    (RICHARDSON, 1999). Um municpio integrante de cada APA foi escolhido como rea

    ncleo de estudo para a realizao desta pesquisa: o municpio de Nazar Paulista,

    integrante da APA Cantareira e o municpio de Camanducaia, integrante da APA

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Ferno Dias, que ainda apresentam reas com cobertura vegetal nativa e populao

    rural que mantm traos de sua cultura tradicional.

    As entrevistas foram realizadas com pessoas que possuem conhecimento acerca

    do uso de plantas medicinais e realizam ou realizavam tais prticas. Houve certa

    dificuldade para realizar este levantamento, visto que conforme verificado em ambas

    este uso realizado pelas pessoas mais idosas, em sua maioria acima de 55

    anos de idade, e muitos dos considerados grandes conhecedores das plantas

    medicinais j faleceram. Os relatos demonstram que estes conhecimentos foram

    adquiridos na maioria das vezes com parentes e, em alguns casos, com amigos e

    conhecidos, e sua transmisso realizada oralmente de gerao a gerao.

    Segundo relatos dos entrevistados, os jovens no possuem interesse em

    aprender as prticas medicinais e alguns dos motivos apontados que justifi cam esse

    desinteresse o acesso facilitado a hospitais e medicamentos industrializados, a

    necessidade de preparar os remdios medicinais, alm do fato de que os mesmos

    devam ser administrados por mais vezes e a cura ser mais demorada quando

    Em Nazar Paulista o conhecimento acerca das plantas medicinais est

    relacionado essencialmente ao sexo feminino, enquanto que em Camanducaia o

    mesmo relaciona-se ao sexo masculino. Alm disso, verificou-se que as pessoas

    entrevistadas em Nazar Paulista conhecem e utilizam, em sua maioria, plantas

    cultivadas nos quintais (Fig. 3), e os entrevistados de Camanducaia, alm das plantas

    cultivadas em casa, utilizam tambm as que so encontradas em meio s matas (Fig. 4).

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fig. 3 Plantas Medicinais cultivadas em jardim (Nazar Paulista/SP).

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, abril/2010.

    Fig. 4 Remanescente de mata nativa utilizado como fonte para coleta de plantas

    medicinais (Camanducaia/MG) .

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, maio/2011

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Um total de 186 espcies foi citado pelos entrevistados, sendo que 93 so

    nativas (Tabela 1), 80 exticas (Tabela 2) e 13 espcies no foram identificadas .

    Algumas espcies foram mencionadas em ambos os municpios, das 114 espcies

    listadas para Nazar Paulista 58 so nativas, 49 so exticas e 07 no foram

    identificadas (barba-de-camaro, cip-cruz, erva-de-raposa, flor-de-maria-marisco,

    mircinria, rebarba, rosrio) e em Camanducaia, das 138 espcies catalogadas, 76 so

    nativas, 56 so exticas e 06 no foram identificadas (cip-de-So-Domingos, embira,

    folha-de-conta, japecanga-sem-espinho, morcego, serralha-gigante). As Figuras 5 a 14

    apresentam algumas das espcies citadas pelos entrevistados.

    Tabela 1 Plantas medicinais nativas utilizadas na rea de estudo

    Famlia Nome cientfico Nome Popular

    Acanthaceae Justicia pectoralis Anador/Erva -de-

    Santo-Antonio

    Alismataceae Echinodorus grandiflorus Chapu-de-Couro

    Amaranthaceae Alternanthera brasiliana (L.) O.

    Kuntze

    Perptua

    Amaranthaceae Alternanthera dentata (Moench)

    Stuchlik

    Terramicina

    Amaranthaceae Chenopodium ambrosioides L. Erva-de-Santa-

    Maria

    Amaranthaceae Gomphrena celosioides Mart. Perptua

    Amaranthaceae Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze Para-tudo

    Anacardiaceae Schinus terebinthifolia Raddi Aroeira

    Angiospe rmae

    Hypoxidaceae

    Hypoxis decumbens L. Cebolinha-do-

    Mato/Tiririca

    Angiospermae

    Trigoniaceae

    Trigonia nvea Cip-Prata

    Annonaceae Annona sp. Araticum Mirim

    Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A. St.- Hill Erva-mate

    Araceae Taccarum ulei Jararaca

    Arau cariaceae Araucria angustifolia N-de-pinho

    Aristolochiaceae Aristolochia triangularis Mart. &

    Zucc.

    Cip-mil -homens

    Asclepiadaceae Asclepias curassavica L. Oficial -de-sala

    Berberidaceae Berberis laurina Brao-

    forte/calafate

    Bignoniaceae Dolichandra unguis cati Unha-de-gato

    Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus Ipe-roxo

    Bignoniaceae Jacarand mimosaefolia Caroba,

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Carobinha do

    Campo

    Bignoniaceae Pyrostegia venusta Cip-de-So-Joo

    Bromeliaceae Ananas sp. Abacaxi

    Caprifoliaceae Sambucus australis Sabugueiro

    Cecropiaceae Cecropia pachystachya Trcul Embaba-branca

    Celastraceae Maytenus aquifolium Espinheira-santa

    Commelinaceae Tradescantia elongata Trapoeraba

    Compositae- Asteraceae Acanthospermum australe (Loeft.)

    Kuntze

    Carrapicho-de-

    carneiro

    Compositae -

    Asteraceae

    Achyrocline satureioides / alata Macelinha/Macela

    Compositae

    Asteraceae

    Ageratum conyzoides L. Erva-de-So-Joo

    Compositae

    Asteraceae

    Artemisia alba Canfora

    Compositae

    Asteraceae

    Baccharis dracunculifolia DC. Alecrim -do-

    campo

    Compositae

    Asteraceae

    Baccharis trimera Carqueja

    Compositae

    Asteraceae

    Bidens pilosa Pico

    Compositae -

    Asteraceae

    Chaptalia nutans (L.) Pohl Lingua -de-vaca

    Compositae -

    Asteraceae

    Egletes viscosa (L.) Less Marcela-galega

    Compositae -

    Asteraceae

    Elephantopus mollis Kunth Pata-de-elefante

    Compositae -

    Asteraceae

    Mikania glomerata Spreng Guaco/Cip-sete-

    sangrias

    Compositae -

    Asteraceae

    Mikania hirsutissima Cip-cabeludo

    Compositae -

    Asteraceae

    Solidago chilensis Arnica

    Compositae- Asteraceae Vernonia polyanthes Assa-peixe-branco

    Compositae Vernonia glabrata Less Assa-peixe-roxo

    Cruciferae -

    Brassicaceae

    Coronopus didymus Mentruz

    Curcubitaceae Cayaponia podantha Taiui

    Dioscoraceae Dioscorea sp. Car

    Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum Catuaba, Fruta de

    pomba

    Euphorbiaceae Croton urucurana Capixingui

    Euphorbiaceae Euphorbia hirta Erva-andorinha

    Euphorbiaceae Phyllanthus niruri Quebra-pedra

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fabaceae -

    Mimosoideae

    Anadenanthera colubrina Angico -branco

    Fabaceae

    Mimosoideae

    Stryphnodendron adstringens Barbatimo

    Ganodermaceae Ganoderma sp. Cogumelo

    serpente

    Guttiferae - Clusiaceae Hypericum brasiliense Choisy Alecrim -bravo

    Icacinaceae Villaresia congonha Ch-de-Bugre

    Labiatae Lamiaceae Hyptis mutabilis Alfavaca-brava

    Labiatae - Lamiaceae Peltodon radicans Pohl Rabo-de-cachorro

    Lauraceae Ocotea odorfera Sassafrs

    Leguminosae -

    Caesalpinioideae

    Bauhinia forficata Pata-de-vaca

    (rvore)

    Leguminosae Erythrina mulungu Mulungu

    Loranthaceae Phoradendron rubrum Erva-de-

    passarinho

    Lycopodiaceae Lycopodium sp. Licopodium

    Lythraceae Cuphea carthagenensis Sete-sangrias-do

    campo

    Malvaceae Sida rhombifolia L. Guanxuma

    Meliaceae Cedrela odorata L. Cedro-rosa

    Menispermceas Cissampelos parreira / Cissampelos

    glaberrima

    Abutua

    Moraceae Dorstenia asaroides Caiapi

    Myrtaceae Eugenia uniflora Pitanga

    Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira

    Passifloraceae Passiflora sp. Maracuj

    Phytolaccaceae Phytolacca americana Tintureira

    Piperaceae Piper aduncum L. Pimenta-brava

    Piperaceae Piper umbellatum Pariparoba

    Plantaginaceae Plantago australis Transagem

    Polygalaceae Polygala paniculata Barba-de-So-Joo

    Pteridaceae Pteris aquilina Varabi

    Rosaceae Rubus sellowii Amoreira,

    Amoreira -brava

    Rubiaceae Richardia brasiliensis Ipecacuanha

    Scrophulari aceae Buddleja stachyoides Verbasco, Calo-

    de-Velho

    Scrophulariaceae Scoparia dulcis L. Vassourinha

    Simarubaceae Simarouba amara Quassia / Quina

    Siparunaceae Siparuna brasiliensis Limo-bravo

    Smilacaceae Smilax japecanga Japecanga/

    Salsaparrilha

    Solanaceae Physalis angulata L. Joa/Juapoca

    Solanaceae Solanum cernuum Vell. Bolsa-de-pastor

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Solanaceae Solanum erianthum Guavetinga

    Solanaceae Solanum paniculatum L. Jurubeba

    Solanaceae Solanum viarum Ju-bravo

    Solanum

    Umbeliferae Apiaceae Hydrocotyle bonariensis Lam. Erva-capito

    Verbenaceae Lantana camara L. Lantana/Cambar

    Verbenaceae Lippia alba Erva-cidreira

    Verbenaceae Stachytarpheta cayennensis (Rich.)

    Vahl

    Verbena/Gervo-

    verdadeiro

    Violaceae Anchietia salutaris Cip-suma

    Vitaceae Cissus verticillata Insulina em folha

    Winteriaceae Drimys winteri Casca d'anta

    Tabela 2 Plantas medicinais exticas utilizadas na rea de estudo

    Famlia Nome cientfico Nome Popular

    Anacardiaceae Mangifera indica Manga

    Angiospermae -

    Compositae -

    Asteraceae

    Soliva anthemifolia (Juss.) Sweet Cuspe-de-caipira

    Angiospermae

    Gramineae (Poaceae)

    Melinis minutiflora Capim-gordura

    Araceae Colocasia antiquorum Taioba

    Boraginaceae Borago officinalis L.* Borragem

    Boraginaceae Symphytum officinale L. Confrei

    Caricaceae Carica papaya Mamoeiro

    Compositae Taraxacum officinale Weber Dente-de-leo

    Compositae

    Asteraceae

    Achillea millefolium Novalgina/ Mil -folhas

    Compositae

    Asteraceae

    Artemisia absinthium L. Losna

    Compositae -

    Asteraceae

    Artemisia vulgaris Art emisia

    Compositae -

    Asteraceae

    Arctium minus (Hill) Bernh Bardana

    Compositae -

    Asteraceae

    Chamomilla recutita Camomila

    Compositae -

    Asteraceae

    Emilia fosbergii Serralhinha

    Compositae -

    Asteraceae

    Lactuca sativa Alface

    Compositae -

    Asteraceae

    Silybum marianum Cardo-Mariano

    Compositae -

    Asteraceae

    Sonchus oleraceus Serralha

    Compositae - Tanacetum vulgare Catinga-de-mulata

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Asteraceae

    Compositae -

    Asteraceae

    Vernonia condensata Baker Boldo

    Crassulaceae Sedum dendroideum Blsamo

    Cruciferae

    Brassicaceae

    Brassica rapa Mostarda

    Cruciferae

    Brassicaceae

    Nasturtium officinale Agrio

    Curcubitaceae Sechium edule (Jacq.) Sw. Chuchu

    Equisetaceae Equisetum hyemale Caninha-do-brejo,

    Cavalinha,

    bambuzinho

    Euphorbiaceae Ricinus communis Mamona

    Geraniaceae Geranium nepalense Nogui

    Gramineae Poaceae Cymbopogon citratus Erva-cidreira -capim

    Gramineae - Poaceae Zea mays Milho

    Hamamelidaceae Hamamelis virginiana* Hamamelis

    Juglandaceae Carya illinoenses (Wang) K. Pec (noz)

    Labiatae Nepeta glechoma Hera-terrestre

    Labiatae Lamiaceae Lavandula angustiflia Alfazema

    Labiatae Lamiaceae Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br. Rubi/Rubim

    Labiatae - Lamiaceae Leonurus sibiricus L. Rubi/Rubim, Mato -

    chimango

    Labiatae - Lamiaceae Melissa officinalis Melissa

    Labiatae - Lamiaceae Mentha pulegium Poejo

    Labiatae - Lamiaceae Mentha sp. Hortel

    Labiatae - Lamiaceae Mentha sp. Levante, alevante,

    elevante

    Labiatae - Lamiaceae Ocimum basillicum L. Manjerico

    Labiatae - Lamiaceae Ocimum gratissimum Alfavac a/Alfavaco

    Labiatae - Lamiaceae Origanum vulgare Manjerona

    Labiatae - Lamiaceae Plectranthus barbatus Boldo

    Labiatae - Lamiaceae Plectranthus neochilus Boldozinho

    Labiatae - Lamiaceae Rosmarinus officinalis Alecrim

    Lamiaceae Tetradenia riparia Incenso/Mirra

    Lauraceae Persea americana Abacateiro

    Leguminosae Mucuna pruriens P-de-mico

    Leguminosae

    Papilionoideae

    Piscidia erythrina Timb-de-pelota/

    Timb

    Liliaceae Aloe arborescens Babosa

    Liliaceae Allium sativum Alho

    Malvaceae Malva sylvestris Malva

    Moraceae Morus alba Amora -de-rvore

    Myrtaceae Eucaliptus globulus Eucalipto branco

    Olaraceae Brassica sp. Couve

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Oxalidaceae Oxalis sp. Trevo-azedo

    Poaceae Saccharum officinarum L. Cana

    Polygonaceae Polygonum persicaria Erva-de-bicho

    Polygonaceae Rumex crispus Lingua -de-vaca

    Primulaceae Primula officinalis Primula

    Pteridaceae Adiantum capillus Avenca

    Punicaceae Punica granatum L. Rom

    Rosaceae Fragaria vesca Fragaria, Morango

    silvestre europeu

    Rosaceae Malus pumila Macieira

    Rosaceae Rosa alba Rosa-branca

    Rutaceae Citrus sinensis Laranjeira

    Rutaceae Citrus sp. Limeira

    Rutaceae Citrus sp. Limoeiro

    Rutaceae Ruta graveolens Arruda

    Scrophulariaceae Digitalis purpurea Dedaleira

    Tiliaceae Tilia sp. * Tilia

    Umbelferas Angelica archangelica* Anglica

    Umbelliferae

    Apiaceae

    Centella asiatica (L.) Urban Centela/Pata-de-

    cavalo

    Umbelliferae -

    Apiaceae

    Foeniculum vulgare Erva-doce

    Urticaceae Parietaria officinalis Parietria

    Urticaceae Urtica diica Urtiga

    Urticaceae Urtica urens Urtiga

    Valerianaceae Valeriana officinalis* Valeriana

    Zingiberaceae Alpinia zerumbet Pacova

    Zingiberaceae Curcuma longa Aafro

    Zingiberaceae Zingiber officinale Gengibre

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fig. 5: Alecrim-bravo Fig. 6: Verbasco

    (Hypericum brasiliense Choisy) (Buddleja stachyoides)

    Fonte: Thiago Comenale, junho/2011 Fonte: Thiago Comenale, junho/2011

    Fig. 7: Oficial -de-sala Fig. 8: Cip-suma

    (Asclepias curassavica L.) (Anchietia salutaris)

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011 Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011

    Fig. 9: Erva-de-bicho Fig. 10: Cogumelo-serpente

    (Polygonum persicaria) (Ganoderma sp.)

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011 Fonte: Almerinda Fadini ,

    junho/2011

  • Revista VITAS Vises Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas N 1, setembro de 2011

    Fig. 11: Rubim Fig. 12: Lantana

    (Leonurus sibiricus L.) (Lantana camara L.)

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011 Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011

    Fig. 13: Pariparoba Fig. 14: Tintureira

    (Piper umbellatum) (Phytolacca americana)

    Fonte: Joo Luiz Hoeffel, junho/2011 Fonte: Joo Luiz Hoeffel,

    junho/2011

    importante salientar que as espcies exticas Borago officinalis L. (Borragem),

    Hamamelis virginiana (Hamamelis), Tilia sp. (Tilia) , Angelica archangelica (Anglica) e

    Valeriana officinalis (Valeriana), de amplo uso na medicina fitoterpica, no so comuns

    na regio e no se dispersam com facilidade, sendo mencionadas por um morador do

    distrito de Monte Verde/MG, que as cultiva em pequenas reas. Dentre as

    enfermidades passveis de tratamento com plantas medicinais mais citadas esto gripe