Hoje Macau 2 FEV 2012 #2541

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 18 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.5 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 2 DE FEVEREIRO DE 2012 ANO XI Nº 2541 PUB Ter para ler ESCRITOR DO BRASIL QUER UM SÓ INSTITUTO Machado de Assis acaba, Camões defende língua PÁGINA 15 SERVIÇOS DE SAÚDE SOBRE LEI DO TABACO 300 inscritos em clínicas para deixar de fumar PÁGINA 5 REFORMA POLÍTICA Ho Iat Seng sobre o futuro de Macau Sufrágio universal impossível O vice-presidente da Assembleia Legislativa foi sincero: “dentro deste enquadramento da Lei Básica posso dizer francamente que é impossível haver sufrágio universal”. Logo, sobre a reforma política em curso, concluiu: “não podemos trabalhar fora da lei”. PÁGINA 3 NANCY VIEIRA Festival fecha com ritmo africano PÁGINA 14 ROTA DAS LETRAS

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Edição do Hoje Macau de 2 de Fevereiro de 2012 • Ano X • N.º 2541

Transcript of Hoje Macau 2 FEV 2012 #2541

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 18 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.5 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 2 DE FEVEREIRO DE 2012 • ANO XI • Nº 2541

PUB

Ter para ler

ESCRITOR DO BRASIL QUER UM SÓ INSTITUTO

Machado de Assis acaba, Camões defende língua

PÁGINA 15

SERVIÇOS DE SAÚDE SOBRE LEI DO TABACO

300 inscritos em clínicaspara deixar de fumar

PÁGINA 5

REFORMA POLÍTICA Ho Iat Seng sobre o futuro de Macau

“Sufrágio universal impossível”

O vice-presidente da Assembleia Legislativa foi sincero: “dentro deste enquadramento da Lei Básica posso dizer francamente que é impossível haver sufrágio universal”. Logo, sobre a reforma política em curso, concluiu: “não podemos trabalhar fora da lei”. PÁGINA 3

NANCY VIEIRA

Festival fechacom ritmo africano

PÁGINA 14

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2 publicidade quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

3políticaquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

Já não será unicamente por causa da vontade do Céu, leia-se Pequim. Segundo o vice-presidente da Assembleia Legislativa é a própria Lei Básica que impede em Macau o sufrágio universal

Joana [email protected]

A Lei Básica de Macau não prevê o sufrágio directo universal, ao contrário da de Hong Kong. “Se

na Lei Básica não se prevê, como podemos avançar com esta solu-ção?”, questiona Ho Iat Seng.

O vice-presidente da As-sembleia Legislativa (AL) diz que todas os trabalhos sobre a reforma política devem ser

LAU Cheok Va quer definir prioridades no que diz res-

peito à análise de diplomas na Assembleia Legislativa (AL). O presidente do hemiciclo defende que é necessário en-contrar um equilíbrio entre as propostas de lei mais e menos urgentes. “Há diplomas que se houver atraso na sua apresen-tação não trazem grandes pro-blemas, mas há outros em que se isso acontecer podem haver repercussões com um impacto maior.” Para este ano, adivinha um “trabalho volumoso pela frente”, até porque ainda falta à AL terminar a análise na especialidade de 13 diplomas.

Entre as mais de uma deze-na de propostas em atraso, há pelo menos duas que merecem o destaque do presidente do hemiciclo, pela sua proximi-dade ao interesse social. “É o caso da Lei de Segurança Alimentar, que tem a ver com

a saúde da população, e a Lei de Terras e do planeamento urbanístico, que têm a ver com o desenvolvimento de Macau.” Diz Lau Cheok Va que estes são diplomas que não se podem compadecer com atrasos.

Apesar do trabalho ser maior para este ano, o presiden-te do hemiciclo quer equilibrar necessidades. “Temos de ter em conta prioridades, o que não significa que ponhamos de lado outras leis.”

Os atrasos na apreciação das leis são um problema que já vem do ano passado, mas Lau Cheok Va defende-se. “A AL não é um carimbo e, por isso, quando algum diploma passa pelo hemi-ciclo, quer dizer que é sujeito a um crivo rigoroso quanto ao bem estar da população e interesses da comunidade.”

FISCALIZAÇÃO EM ORDEMSobre as muitas divergências

entre deputados e Executivo em algumas propostas de lei, Lau Cheok Va considera um acto normal que apenas dá credibilidade ao trabalho da AL.

As queixas de deputados sobre a falta de poder fisca-lizador do hemiciclo já me-recem outras considerações. “Esse papel tem de ter um fundamento legal e, no pro-cesso legislativo, pode surgir margem para melhoria.”

Isto até porque, apesar do número de interpelações ter aumentado – o que reflecte a fiscalização -, tem de se ter em conta uma maior qualidade.

Lau Cheok Va sublinha que o número de interpelações tem aumentado nos últimos anos, o que, defende, reflecte uma devida fiscalização. No entanto, reconhece, é preciso dar maior atenção ao factor qualidade. - J.F.

Virginia [email protected]

A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM)

encontrou-se com o Chefe do Executivo e apresentou algumas propostas sobre a reforma do sistema político. A UGAMM concorda com a introdução de novas formas de eleição para a Assembleia Legislativa e Chefe do Executivo, reco-mendando no entanto que devem seguir a Lei Básica, com mudanças passo a passo.

Por sua vez, o Professor do Depar-

tamento de Governo e Administração Pública da Universidade de Macau, Eilo Yu, declarou que o Chefe do Executivo deve apresentar ao Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular o relatório com as opiniões mais radicais e as mais consensuais em pé de igualdade. Já Lou Shenghua, professor da Escola de Administração Pública do Instituto Politécnico, instou o Governo a apresentar o conteúdo do relatório final em tempo útil, de modo a dar a conhecer à sociedade o nível de aceitação das suas opiniões.

Deputados discordam sobre Lei LaboralSão os dois deputados da Assembleia Legislativa (AL) e representam moradores e operários. Mas se Ho Ion Sang diz ser necessário mexer na Lei Laboral e no pagamento extraordinário triplo nos feriados, Kwan Tsui Hang não admite essas alterações. Algumas lojas do território optaram por fechar portas no Ano Novo Chinês, o que Ho Ion Sang justifica devido aos elevados custos que os proprietários têm de suportar. “Os proprietários já precisam de suportar encargos como as rendas e os salários dos trabalhadores. O pagamento extraordinário não existe nas regiões vizinhas.”Mas se o deputado considera que parte laboral e patronal devem chegar a um consenso sobre a situação do pagamento triplo nos feriados, Kwan Tsui Hang não quer ver qualquer revisão nesse sentido. “Não tem nada a ver com entrar em acordo, o triplo salário está previsto na lei e sempre existiu e deve manter-se.”Quanto a outra sugestão de Ho Ion Sang – como a criação de orientações sobre os preços que as lojas devem praticar em casos como o ano novo chinês -, Kwan Tsui Hang diz que o mercado é livre e que o Governo não deve interferir. - J.F.

Ho Iat Seng Por agora e sem revisão da Lei Básica

Sufrágio universal pode esperar

Presidente do hemiciclo quer definir prioridades

“Assembleia Legislativa não é um carimbo”

Propostas para a reforma do sistema político

Radicais e consensuais

feitos no enquadramento da Lei Básica. Nada de novo, se for tida em conta necessidade de apro-vação do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular para alterar as metodologias de eleição para o Chefe do Execu-tivo e para o hemiciclo.

Mas Ho Iat Seng adianta algo mais concreto: “Dentro deste enquadramento [da Lei Básica] posso dizer francamente que é impossível haver sufrágio universal.”

Para que o voto individual directo possa ser aplicada to-

talmente no território tem de ser feita uma revisão na Lei Básica, algo que não é simples, diz Ho Iat Seng. “A Lei Básica de Hong Kong tem isso definido, a de Macau não e não podemos trabalhar fora da lei. Esse é um facto que temos de enfrentar. Não sendo possível, nem se pode discutir, porque só com a revisão é possível, de certeza absoluta.”

SEGUIR A MAIORIAO vice-presidente do hemiciclo segue a tendência da maioria, na altura de apontar mais deputados para a AL. Dois directos e dois indirectos, sendo estes da área social e profissional.

Sobre o desenvolvimento da reforma, Ho Iat Seng diz que esse é o caminho inscrito na lei, que deve ser seguido. Sobre se o au-mento de mais quatro deputados divididos igualmente por cada uma das vias é algo demasiado equilibrado, o vice-presidente da AL discorda. “Sempre houve avanço dessa forma, com au-mentos dos assentos de um lado e do outro.”

Eilo Yu Lou Shenghua

4 sociedade quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

NO quarto trimestre do ano passado, entidades e instituições privadas receberam mais de sete

milhões de patacas em apoios financeiros. A Direcção dos Ser-viços para os Assuntos Laborais (DSAL) foi o organismo que mais dinheiro despendeu neste âmbito, segundo a publicação de ontem do Boletim Oficial.

Num total de MOP 2.660.974,6, a DSAL concedeu à Associação Geral dos Operários de Macau mais de um milhão de patacas para “custear despesas de fun-cionamento” - a maior atribuição financeira feito pelo organismo.

Na lista dos apoios da DSAL estão ainda direccionadas MOP 590 mil para as despesas de fun-cionamento da Associação Geral dos Operários de Construção Civil de Macau e mais MOP 35 mil para

Serviços públicos com mais de quatro milhõesEste ano, o Governo de Macau vai atribuir mais de MOP quatro milhões a serviços públicos. Segundo o Boletim Oficial de ontem, o Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças concede, para este ano, um “fundo permanente” total de MOP 4.021.607. O Gabinete para os Assuntos Sociais e Cultura é o que se coloca no topo da lista – com um orçamento concedido de MOP 1.074.327. De referir que esta é também a área que tem mais serviços na sua tutela.O Gabinete do Chefe do Executivo foi o segundo que arrecadou mais patacas para o fundo – 1.041.500. Os Gabinetes da Secretária para a Administração e Justiça, Economia e Finanças, Segurança e Obras Públicas seguiram-se na lista das concessões – com valores na casa dos milhares. Já os três que não exigiram tanta saída de dinheiro dos cofres da RAEM foram a Comissão de Acompanhamento de Redes e Infra-Estruturas dos Serviços de Saúde – MOP 20.500 -, a Comissão de Segurança dos Combustíveis – MOP 35.680 – e o Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético, que arrecadou MOP 49 mil. O fundo permanente é concedido pela Direcção dos Serviços de Finanças, depois dos serviços públicos como estes – sem autonomia administrativa ou financeira –darem uma estimativa discriminada das despesas do ano seguinte.

Quarto trimestre de 2011 recheado para entidades privadas

Mais de sete milhões em apoiosA Associação dos Hoteleiros

de Macau foi a entidade mais beneficiada – com um apoio de MOP 800 mil -, para a constru-ção da plataforma online dos estabelecimentos hoteleiros mais económicos de Macau. A Asso-ciação dos Tailandeses recebeu MOP 150 mil para a realização de uma actividade e a Associação Culinária de Macau ficou em terceiro na lista de atribuição dos maiores subsídios – MOP 40 mil para a participação de quatro chefs de cozinha numa acção na África do Sul.

Na lista das entidades que concederam apoios a privados está ainda a Capitania dos Portos – que atribuiu pouco mais MOP três mil ao Fundo de Beneficên-cia dos Leitores do Oumun – e os Serviços de Administração e Função Pública, que concede-ram MOP 15.500 ao Instituto Português do Oriente para a pu-blicação de manuais em Língua Portuguesa.

Os Assuntos de Justiça fazem também parte da lista. Este or-ganismo deu um total de MOP 868.008, sendo metade destinada à Caritas de Macau. Pouco mais de cem mil patacas foram dadas à Associação Geral das Mulheres.

realização de actividades da mes-ma associação. Um total de MOP 15.690 foi entregue pela DSAL à Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu.

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) encabeça também a lista de entidades que concedeu, de Outubro a Novembro de 2011, os maiores apoios financeiros. Neste caso, mais dirigido aos estudantes ou à área da educação, o IPM gas-tou um total de MOP 2.485.644.

APOIADOO Instituto de Investigação Queen Mary de Macau foi o que arrecadou mais apoios – pouco mais de um milhão de patacas -, para custear despesas do centro de investigação. A Associação de Economia de Macau também contou com ajuda monetária do IPM – desta vez, de MOP 245 mil destinadas a subsídio para o Es-tudo sobre o Índice de Felicidade dos Residentes de Macau de 2011.

Nas contas do IPM, a maioria dos apoios foi concedida a alunos da China, de mérito ou de mestra-do, na forma de bolsas de estudo.

O Fundo de Turismo custeou

apenas actividades culturais – a ópera chinesa foi o acontecimento que mais dinheiro arrecadou, apesar de serem diferentes asso-ciações a realizar diversas óperas.

5sociedadequinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

Virginia [email protected]

DESDE a imple -mentação do novo “Regime de pre-venção e controlo

do tabagismo” que os números de candidatos a deixar de fumar tem vindo a aumentar. Li Siu Tin, funcionário do departamento de controlo do tabaco dos Serviços de Saúde (SSM), declarou que tanto nas associações como nas clínicas o aumento de pacientes é notório, sendo que as clínicas registam já cerca de 300 inscritos, um aumento de 30% em relação ao ano passado. Liu Siu Tin, anunciou que o departamento planeia no futuro aumentar as campanhas para promover o abandono do tabaco.

O agente do SSM acrescen-tou que os Centros de Saúde também estão a facultar aos utentes programas levados a cabo por pessoal qualificado,

Paciente enforca-se no São Januário Um homem enforcou-se no Centro Hospitalar Conde de São Januário, acabando por morrer ontem. O paciente, de 50 anos, tinha sido internado para tratar uma doença de estômago. Foi encontrado enforcado na janela no dia 29 de Janeiro, às 00H29, mas o pessoal de enfermagem ainda conseguiu libertá-lo, segundo comunicado do hospital. Apesar de ter sido levado para a Unidade de Cuidados Intensivos, ficou em estado de coma e com tensão arterial instável.

O Gabinete de Econo-mia e Finanças do

Governo da província de Guangdong anunciou que iria desenvolver o “Plano piloto de inovação financeira de HengQin” de acordo com os itens do “Plano Quinquenal” para o desenvolvimento da reforma financeira da-quela província. Uma das medidas anunciadas foi o aceleramento das relações entre Guangdong, Hong

Kong e Macau e o desen-volvimento do seu projecto conjunto da construção da Universidade Internacional de Economia de HengQin, de modo a instituir uma equivalência de habilita-ções nos três territórios.

Tendo em conta que a indústria de logística de Macau não tem acompa-nhado o desenvolvimen-to económico da região, Kwan Hok Meng, Sub--Director do Departamento

de Logística de Macau para a Aviação, declarou que o desenvolvimento de HengQin é uma boa oportunidade que a logís-tica aérea de Macau deve agarrar, desenvolvendo a sua competitividade.

Segundo Kwan Hok Meng a abertura da ponte “Zhuhai-Hong Kong-Ma-cau” é um misto de “ameaças” e de “oportunidades” para o desenvolvimento do sector logístico de Macau. – V.L.

Trânsito, o velho problemaA deputada Kwan Tsui Hang disse ao jornal Ou Mun que é sempre difícil mudar os hábitos enraízados nas pessoas e que as mudanças a introduzir no tráfego da cidade enfrentarão algumas dificuldades. A deputada sugeriu que o Governo desse a conhecer à população o plano de tráfego para a cidade, para que os cidadãos percebam a natureza do projecto. Kwan Tsui Hang sublinhou que o tráfego é um velho problema, sempre a crescer com o aumento de turistas, e que é inevitável haver críticas, apesar de algumas medidas positivas tomadas pelo Governo, como o subsídio nas tarifas e o aumento de autocarros. – V.L.

Clínicas para deixar de fumar com mais adesões

Consequências da lei do tabaco

Área da logística vive tempo de único de mudança

Ponte de oportunidadesPUB

para quem quer deixar de fumar, existindo de momento um total de 2,997 inscritos, sendo que já foram tratadas 1,200 pessoas “com uma assinalável taxa de êxito”.

Li Siu Tin assinalou que as clínicas receberam 292 casos de pedidos de ajuda, após a implementação do novo regime para o tabaco. A maioria do pe-didos vêm de pessoas entre os 30 e os 60 anos. A Associação Abstenção Fumo e Protecção Saúde também recebeu nos últimos 3 meses cerca de 304 pedidos de ajuda, o que repre-senta um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

As clínicas registam já cerca de 300 inscritos, um aumento de 30% em relação ao ano passado.

6 nacional quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

Maria João [email protected]

RESTAURAR a confiança no Euro. Mais uma vez. Angela Merkel chega hoje à China,, onde vai

ser recebida pelo primeiro-minis-tro Wen Jiabao para encontros que devem servir para assegurar que a recuperação da zona Euro está no bom caminho. Naquela que é a primeira visita oficial do ano novo chinês, a chanceler alemã vem igualmente assinalar os 40 anos de relações diplomáticas entre a Alemanha e a China.

Como o maior parceiro eco-nómico europeu da China, a Ale-manha é também o segundo maior exportador para a China. No ano passado as transacções comerciais entre os dois parceiros registaram um aumento de 11,1%.

Em Pequim, Angela Merkel vai passar pela Academia de Ciências Sociais, onde deve discursar para uma plateia de políticos, economistas e investidores chineses e estrangei-ros. A falar em nome da Alemanha, mas também de uma Europa onde os problemas são cada vez mais vi-síveis, traz um discurso que pretende aumentar a confiança dos chineses sobre as medidas tomadas na últi-ma cimeira em Bruxelas para fazer face à crise do Euro. O restaurar da confiança com esta visita acontece

O vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben

Rhodes, afirmou que a visita em Fevereiro do vice-presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos será um novo marco para as relações entre os dois países.

Segundo Rhodes, a passagem de Xi Jinping é a retribuição da visita do vice-presidente norte--americano, Joe Biden, à China,

e constitui um passo importante nas relações entre os dois países. Os EUA e a China têm mantido conversações a muitos níveis, tendo conseguido alguns avanços nas questões nucleares. Rhodes revelou que durante a visita, irão ser discutidos alguns dos temas económicos mencionados na visita do presidente Barack Obama à Ásia.

AS forças egípcias libertaram os 25 trabalhadores chineses que

tinham sido sequestrados em Arish, no Norte do Sinai, disse ontem um porta-voz da embaixada chinesa no Cairo. Os trabalhadores, libertados ontem após passarem cerca de 15 horas em cativeiro, estão em boas condições, encontrando-se agora num hotel militar de Arish, disse Ma Jianchun, conselheiro da embaixada chinesa, segunda a Xinhua.

“Estávamos nervosos e assustados, mas a embaixada chinesa foi contac-tando connosco através de mensagens de telemóvel, dizendo que estava a fazer todos os possíveis para nos liber-tar, o que nos deixou um pouco mais aliviados”, declarou um trabalhador de 25 anos de apelido Pan, após a sua libertação.

Pan acrescentou, que os trabalha-dores não sofreram quaisquer danos fí-sicos e agradeceu à embaixada chinesa e às autoridades egípcias os esforços

O representante chinês na ONU, Li Baodong, afirmou esta terça-feira, numa reunião aber-

ta do Conselho de Segurança (CS) da ONU sobre a questão da Síria, que o país se opõe firmemente ao uso da força para a resolução da questão síria e à mudança forçada do regime, actos que violam o princípio da Carta das Nações Unidas.

Na ocasião, a Liga Árabe (LA) e os países ocidentais pediram que a entidade aprove o mais rapidamente possível a resolução formulada por Marrocos. Rússia, China e Índia, porém, manifestaram a sua oposição a sanções ou ao uso de força contra a Síria.

O primeiro ministro do Qatar, Hamad Bin Al-Thani, disse esperar que o CS apoie a su-

gestão da Liga Árabe para impor pressões à Síria. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, também destacou ser favorável à resolução de Marrocos.

Já o representante da Rússia, Vitaly Tchurkin, reiterou que o país não concorda com nenhuma resolução que imponha sanções ou que pretenda in-citar confrontos ou defender intervenções militares.

Na opinião da Índia, a avanço do processo político da Síria deve ser dirigido pelo seu próprio povo e deve respeitar a soberania e integridade territorial do país.

A Síria, por sua vez, criticou a LA por entregar a questão directamente ao CS, sem ter em conta o conteúdo do relatório da missão enviada ao país.

Libertados 25 trabalhadores chineses no Egipto

Sequestro acaba bemChina rejeita resolução contra a Síria

À força, não

Casa Branca diz que visita de Xi Jinping é novo marco

EUA jogam em casa

desenvolvidos. “Pensávamos que a situação iria demorar uns dias para se resolver, mas afinal foi tudo muito mais rápido. Parecia que estávamos a viver um sonho.”

ATAQUE DE BEDUÍNOSOs trabalhadores foram raptados por beduínos, na terça-feira, quando re-gressavam de férias na China e estavam a caminho da fábrica de cimento onde trabalham. A estrada por onde seguiam tinha sido entretanto cortada pelos beduínos, que exigem a libertação de familiares presos pelas autoridades egípcias, por suspeita de envolvimento em atentados no sul do Sinai, entre 2004 e 2006.

As autoridades egípcias, que negociaram com os líderes tribais a libertação dos trabalhadores chineses, deram grande importância ao assunto, que contou com a intervenção de dirigentes militares, segundo relatou Ma à Xinhua.

A segurança no Sinai tem-se vin-do a deteriorar-se desde a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, em Fevereiro de 2011. As autoridades chinesas pediram entretanto às suas congéneres egípcias o reforço das condições de segurança para todos os trabalhadores chineses que se encon-tram no país.

Merkel de volta à China

Quinta visita da Chancelerantes da próxima cimeira China – União Europeia, que deve acontecer a meio de Fevereiro, ainda com data a confirmar.

METAIS RAROSAlém da capital, nos dois dias na China Merkel vai ainda viajar

até Guangdong, acompanhada por Wen Jiabao e uma comiti-va de empresários. Um fórum económico vai juntar gestores alemães e chineses para delinear estratégias no futuro. Os interes-ses nos negócios na província estendem-se aos sectores de

energia, química, engenharia e electrónica, existindo já cerca de 500 empresas alemãs esta-belecidas em Guangdong. A exploração de metais raros, um sector onde a China tem uma importância fundamental para o mundo, vai ser um dos temas em

agenda. Para um gigante na alta tecnologia como é a Alemanha, a cooperação com a China para a exploração dos metais raros, essenciais na produção, assume uma importância vital.

A assinalar as relações diplomá-ticas, a Alemanha tem preparado para 2012 um ano de eventos sobre a China. E na Feira Internacional de Hanôver, a República Popular é o parceiro da organização este ano.

A QUESTÃO SÍRIADesde o ano passado que a China e a Alemanha estabeleceram reu-niões de consultas directas entre os dois governos e, além de Wen Jiabao, 13 ministros chineses visi-taram Berlim para conversas com a Angela Merkel. Apesar da crise económica, a cooperação entre os dois países continua a crescer. Não havendo acordos para ser assinados durante o encontro desta semana, os dois governos já reafirmaram que pretendem continuar a estreitar os contactos.

Além do Euro, aquela a quem já chamam a “madame Europa” deve utilizar a visita para conver-sas com Hu Jintao e Wen Jiabao, relativas à necessidade do apoio de Pequim para uma resolução contra a Síria, a ser tomada no Conselho de Segurança da ONU, onde a China é membro permanente.

7nacionalquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

Maria João [email protected]

FALTA de informação deta-lhada e precisa leva a que seja mais difícil definir a classe média alta do que identificar

as classes de baixos rendimentos na China. Trata-se de uma distorção na leitura da realidade económica que, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas, torna difícil definir o coeficiente de Gini na China. Assim, o medidor da desigualdade na distri-buição da riqueza não é por agora divulgado no país porque, de acordo com o director do Departamento Nacional de Estatísticas, Ma Jiantang, não existem dados suficientes para saber de que forma o dinheiro está distribuído nos meios urbanos no país.

Para o cálculo, têm de ser exami-nados tanto os agregados familiares rurais como urbanos. Porém, a informação sobre a origem dos ren-dimentos de quem vive nas cidades não é suficiente.

Na China, desde o ano 2000 que o Departamento Nacional de Estatísti-cas publica dados sobre a distribuição de rendimentos a nível rural, sendo o último valor, referente a 2011, de 38%. A análise de dados feita para o nível urbano resultou no ano passado em valores muito baixos, que levaram o Departamento Nacional a não publi-car a informação por ser considerada insuficiente.

PROBLEMA PARALELOA economia paralela na China pode ter um peso superior ao que se calcula e o dinheiro não declarado surge muitas

NUMA medida aparen-temente direccionada

à empresa de minério brasi-leira Vale SA, o Ministério dos Transportes da China anunciou esta terça-feira um controlo mais rígido sobre uma nova categoria de cargueiros de minério de ferro de grandes dimen-sões, exigindo uma análise mais rigorosa por parte dos portos que quiserem aceitar os navios.

O Ministério disse, num comunicado publi-cado no seu site, que, a partir de 20 de Janeiro, os operadores dos portos dei-xariam de ter a liberdade de permitir a atracagem

de cargueiros de petróleo e de produtos a granel que excedessem os limites ac-tuais de peso. “Os riscos decorrentes das paragens nos portos de navios de grandes dimensões são muito altos”, diz o comu-nicado do ministério.

Uma porta-voz da em-presa Vale em Xangai não quis comentar.

PROBLEMA GRANDEO Ministério solicitou aos operadores dos portos que cumpram com a lei de Mar-ço de 2006, a qual exige que concluam um proces-so de revisão detalhado e obtenham permissão do

Ministério dos Transportes antes de aceitar navios de grandes dimensões. Com este anúncio, o Ministério aparentemente ignora uma lei de Outubro de 2006 que permitia aos portos aceitarem, segundo o seu critério, este tipo de navios até três vezes por ano. Mes-mo assim, o Ministério não proibiu completamente os enormes cargueiros de mi-nérios nos portos chineses.

A primeira frota da Vale de navios de grandes dimensões atracou tem-porariamente no porto de Dalian no mês passado. Esta ancoragem de surpresa aconteceu após a Associa-

ção de Armadores da China ter declarado a sua oposição à presença dos navios devi-do a “riscos de segurança e poluição”.

Um funcionário do de-partamento de relações nacionais da Associação recusou-se a comentar o assunto na terça-feira, mas citou os estatutos chineses que limitam a entrada deste tipo de navios.

Analistas dizem que é possível que os armadores chineses vejam os navios de grandes dimensões como uma ameaça comercial, porém os construtores na-vais querem contratos para construir os mesmos.

O maior fabricante chinês de máquinas e equipa-

mento para a construção ci-vil, a Sany Industry Co. Ltd, vai comprar a parte alemã da Putzmeister Holding (uma multinacional), por 324 milhões de euros, anunciou ontem o jornal China Daily.

Esta é a primeira aquisi-ção da Sany fora da China e irá ajudá-la a “melhorar a sua capacidade de investigação e de marketing internacional”, disse o presidente da Sany, Xiang Wenbo, realçando

que o fabricante chinês terá acesso a todas as patentes da empresa alemã e às suas re-des de serviço e distribuição.

“Ao comprar a Putz-meister, a Sany encontrou a chave de ouro para entrar na Europa, na América e na Índia”, disse um analista chi-nês citado pelo China Daily.

O negócio foi comunica-do à Bolsa de Xangai na pas-sada segunda-feira, três dias antes da chanceler alemã, Ângela Merkel, iniciar uma visita de três dias à China.

A China liderou em 2011, pelo quinto ano conse-

cutivo, a extracção mundial de ouro com 360.957 tonela-das, 5,89%o mais do que em 2010, revelou a Associação Chinesa do Ouro citada pelo jornal “Novo Pequim”.

Desde 2007, ano em que a China assumiu a liderança mundial da extracção de ouro ultrapassando a África do Sul, a produção aumentou 90 toneladas.

Segundo a associação chi-nesa, 59,9% do ouro na China

é recolhido nas províncias de Shangdong (este), Henan (centro) Jiangxi (sul), Fujian (este) e Mongólia (norte), com mais de 189 toneladas extraídas por grandes compa-nhias mineiras chinesas como os grupos Huangjin China, Zijin, Shangdong Huangjin e Shangdong Zhaojin.

Em Setembro de 2011, o preço do ouro no mercado internacional subiu até cerca de MOP 15 mil por onça e a média anual era de cerca de MOP 12 mil por onça.

Fabricante chinês compra empresa Putzmeister

Também tu, Alemanha?

Distribuição dos altos rendimentos não tem números fiáveis

Classe média desconhecida

China lidera extracção em 2011

Bolsos cheiosde ouro

Governo dificulta acesso de grandes cargueiros

Pequim com Brasil na mira

O que é o coeficiente de GiniO coeficiente de Gini é um medidor de desigualdade na distribuição de rendimento com valores entre zero e um, sendo zero a igualdade máxima onde todos ganham o mesmo e um a maior disparidade social.

vezes como um dos factores a favore-cer a desigualdade na distribuição de rendimentos. A dificuldade da análise aparece também associada à própria dimensão da população do país. A ní-vel central, o Departamento Nacional de Estatísticas estabeleceu o objectivo

de até 2013 ter dados suficientes para realizar uma análise completa da distribuição de rendimento na China.

O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP) e a Or-ganização para a Cooperação e De-senvolvimento Económico (OCDE) calculam o coeficiente de Gini como referência para elaborar uma lista de países. Para o ano de 2011, o cálculo do coeficiente de Gini, segundo a UNDP, coloca o AZerbeijão no topo da lista com menor índice de Gini e, logo, menor desigualdade na distribuição de rendimento. Num total de 152 países, a República Popular da China aparece no lugar 92 com um Gini de 41.5%.

8 nacional quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

APESAR do fim dos feriados do Novo Ano Lunar, os comentários sobre

o tradicional Festival da Primavera não saíram da internet. Uma grande parte dos chineses gosta de exibir as suas experiências na comunidade virtual e partilhar a alegria com os outros.

Um dos temas mais abordados na rede é a lista de compras e as despesas efectuadas durante este período. As crianças gostam de mostrar os presentes e o dinheiro que receberam, enquanto os adultos preferem mostrar temas mais tradicionais, e a refeição na véspera do Ano Novo Chinês.

Para os especialistas, os cibernautas partilham as suas experiências da Festa da Primavera para expressar felicidade, dife-rindo daqueles que exibem a vida privada na comunidade virtual.

O metropolitano de Chongqing teve de contra-tar mais umas

mãos-extra para empurrar os passageiros durante as horas de ponta. A dificulda-de de fechar as portas das carruagens nesses períodos continua a ser um dos gran-des problemas que afecta o metro daquela cidade. Segundo um director duma das estações, estes funcio-nários têm de estagiar pelo menos durante 15 dias até serem colocados no cais.

Os “empurradores” têm de usar luvas para evitar o contacto directo com o corpo dos passageiros e possuir uma voz clara e sonora de modo a fazerem-se ouvir. Estes funcionários têm ainda de aprender a empurrar sempre com as duas mão, para evitar que o passageiro se desequi-libre e caia à linha.

O “empurrador” tam-bém pode bloquear o acesso dos passageiros usando o corpo, caso a carruagem já esteja completamente sobrelotada, reportou o

diário de língua chinesa Want Daily.

EMPURRAR É UMA ARTEUm “empurrador” declarou a um jornal local que tem de empurrar pelo menos dez vezes durante as horas de ponta, e que com um só empurrão consegue espre-mer três pessoas no interior da carruagem.

O Metro de Chongqing tem três linhas em fun-cionamento, estando em construção a ampliação de uma delas.

Metro contrata “empurradores” para espremer passageiros

Aperta que entra

Festa da Primavera continua na internet

Hora da vaidade

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ANÚNCIO [N.º 26/2012]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura Nome N.º do boletim

de candidatura Nome

66445 LEI IM IM ALIAS LEE YIN YIN 72427 LAO SI MAN

72487 FU IO TOU 63306 CHAN WAI MENG71182 HO JOEL 53504 LAO TAK MENG55335 NG OI LENG *55267 *CHIO TONG KUN57680 LAO WA KUAN 72097 CHONG SOI WA67380 TAI SAI YAN 51533 KUOK IN51765 IEONG SOK PENG 72500 CHONG KA IAN58036 WONG WAI LENG 55762 CATARINA MAHER CHAU53505 U TONG SENG 69596 LEI HONG IP67698 IU WAI SAN 55356 LAI MAN I60267 LEONG WAI KAI 71035 LEI KUOK PENG59973 CHU UT CHIO 62458 HO SAN KUAI

*51482 *VONG VAI MAN 55374 CHAN VENG IAN53592 MA MAN WAI 72253 LAI TAK CHENG69674 LEI CHIO SENG 55066 LAU KUAI IN

51776 LAM WAI LENG 63834 AO MAN KEI ALIAS ANTONIO AO

68521 LOU WAI LIN 62457 HO SAN HENG67264 VONG WENG KIN 72383 CHAN WAI MENG60038 WONG SIO MAN 60306 LOK CHI KEUNG67587 WONG CHI IENG 57838 CHAN CHENG CHING59674 TANG IONG KEI 67162 LAM PEK KEI56708 CHIO PUN SIO 69644 LEONG KIN CHI68755 CHAO WAI KEONG 53304 NG TENG PONG56614 WONG CHAK KUAN 66259 LOI KIN TONG66225 LAU KIT PENG 59821 UNG CHOI LIN51775 CHAN SOI WANG 51493 ROSARIO DIANA*53212 *SOU KUOK HIN 53941 LEI CHI MAN56852 LOU CHI KIN 58976 CHOI WAI LIN60573 CHAN KA ION *63747 *CHAN WAI TAN63987 LEI HOU IN 66989 LO PEK IAN

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 20 de Fevereiro de 2012, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T2 na zona de Taipa. Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica: 1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica. 2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.) 3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados. De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral. * Em caso da 2.ª convocação, os agregados familiares seleccionados que não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, serão excluídos na lista geral, de acordo com os termos das alínea a) do artigo 14.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002 e alínea 2 do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011. No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man 31 de Janeiro de 2012

9regiãoquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

O governo japo-nês aprovou nesta terça-feira um pro-jecto de lei que re-

força as medidas de segurança das centrais nucleares, após o acidente em Fukushima, condicionando o seu limite de vida útil até 40 anos.

A lei deixa aberta a pos-sibilidade de estender esse período a, no máximo, mais 20 anos, embora o Governo insista que isso será “extre-mamente difícil”, segundo uma fonte oficial citada pela agência “Kyodo”.

Actualmente, não existe no Japão um limite legal para a vida operacional dos seus 54 reactores nucleares, muitos dos quais alcançarão quatro décadas de actividade nos próximos anos. Um dos três reactores da central nuclear de Fukushima, por exemplo, estava a operar desde 1970.

O plano do governo tam-bém estabelece que as centrais nucleares deverão tomar me-didas para prevenir a emissão em massa de substâncias radioactivas para o ambiente

A morte do líder norte--coreano Kim Jong-

-il levantou incertezas e abriu uma janela de opor-tunidade para mudanças no regime de Pyongyang, afirmou o ministro sul--coreano da unificação, Yu Woo-ik.

Para o governante, a morte de Kim Jong-il está cheia de incertezas, mas a Coreia do Norte

“também enfrenta agora uma oportunidade de mu-dança”, disse, ao exortar Pyongyang a abandonar a “velha atitude e fazer o caminho rumo à reconci-liação e à cooperação”.

Yu Woo-ik salientou também que as provoca-ções de Pyongyang afas-taram a Coreia do Norte do resto do mundo, mas apelou ao diálogo trans-

fronteiriço sobre todas as questões pendentes.

Apesar de instado a melhorar as relações com a Coreia do Sul por responsáveis de vários países, como os Estados Unidos, o poder de Pyongyang fez saber após a morte de Kim Jong-il que não será feita qualquer alteração na política do país.

UM grupo de residentes de Hong Kong publicou ontem,

num jornal local, um anúncio em que insulta os chineses do continen-te, a quem chama de “gafanhotos”, e apela ao governo para impedir a sua “infiltração” na antiga colónia britânica.

No anúncio de página inteira publicado no jornal Apple Daily surge um gafanhoto enorme a ob-servar o horizonte de Hong Kong e a frase “os residentes de Hong Kong já tiveram o suficiente!” e “Esta cidade está a morrer, sabes?”.

O anúncio é da autoria do grupo da Internet Golden Forum e foi publicado através de donativos dos utilizadores do seu serviço de conversação.

O grupo “exige o fim da infiltra-ção ilimitada de casais chineses do continente em Hong Kong”, pode--se ler no anúncio, referindo-se às milhares de mulheres da China

O Secretário das Finanças de Hong Kong, John Tsang,

anunciou ontem um pacote de medidas que vai custar ao governo cerca de MOP 80 mil milhões para ajudar os residentes e empresários a ultrapassar um “ano difícil”.

As medidas que o Governo prevê adoptar este ano e que estão avaliadas passam por deduções nos impostos sobre os salários de 75% até cerca de MOP 12 mil euros, subsídio de electricidade de cerca de MOP 1.800 e melhoria das garantias de empréstimos às pequenas empresas.

De acordo com Tsang, estas medidas deverão dar um impulso à economia de Hong Kong de 1,5 pontos percentuais, mas o Produto Interno Bruto (PIB) da Região Administrativa Especial chinesa deverá registar este ano

apenas um crescimento entre um e três por cento.

AINDA A CRISEA incerteza nos mercados financei-ros e “os problemas económicos por resolver” relacionados com a crise da dívida na Europa e Estados Unidos “poderão afectar a econo-mia global de forma mais séria do que o tsunami financeiro de 2008”, afirmou o Secretário, na apresenta-ção do orçamento para 2012.

Tsang disse “não estar opti-mista em relação às exportações de Hong Kong no primeiro se-mestre”, salientando ser “difícil prever com certeza a possibili-dade de uma recessão severa na Europa e, caso isso aconteça, o eventual impacto sobre a Ásia”. O Governo de Hong Kong regis-tava a 31 de Dezembro de 2011 reservas fiscais de cerca de MOP 654 mil milhões.

Japão aprova plano para limitar a sua duração

Centrais nucleares com dias contados

Ministro sul-coreano apela à Coreia do Norte

Mudança de líder é uma oportunidade

Jornal publica anúncio que insulta chineses do continente

Hong Kong malcriadoMedidas para ultrapassar ano difícil

Milhões de soluções

em caso de acidente. As au-toridades devem ordenar a paralisação dos reactores que não cumprirem os padrões de segurança.

NOVA REGULAÇÃOSerá também criada uma nova agência de regulação, dependente do ministério do meio ambiente, para unificar os actuais organismos de segurança nuclear.

A actual agência de se-gurança nuclear, dependente do ministério de comércio, economia e indústria, tem o

papel de promover a energia nuclear e foi criticada pelas falhas na supervisão das ins-talações atómicas.

A lentidão da resposta após o acidente na central de Fukushima, que provocou a pior crise nuclear dos últimos 25 anos e levou o Japão a iniciar o projecto de reduzir gradualmente a sua depen-dência da energia atómica, também foi criticada.

A lei será apresentada ao Parlamento durante o actual período de sessões, que come-çou na semana passada.

continental que todos os anos se deslocam à Região Administrativa Especial chinesa para dar à luz.

VISÕES DIFERENTESUma sondagem divulgada recente-mente pela Universidade de Hong Kong revelou que mais de 79% dos habitantes do território se consi-

deram residentes de Hong Kong e não chineses. Foram mais os que se identificaram como “asiáticos” do que os que se designaram cidadãos da República Popular da China.

Hong Kong está sob adminis-tração chinesa desde 1997 sob o modelo “um país, dois sistemas”, à semelhança de Macau.

10 quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mogeoestratégia

ONZE anos depois dos ataques às Torres Gémeas, os Estados Uni-

dos atravessam uma nova fase na sua política externa, onde a Al-Qaeda deixou de ser considerado o inimigo número um. De acordo com agências de espionagem norte-americanas, o Irão terá planeado o ano passado o

O país de Ali Khamenei já causa mais dores de cabeça ao Governo de Obama do que a Al-Qaeda. Intervenção militar é uma questão de tempo?

Agências de espionagemtemem ataque iraniano nos EUA

Até onde

eles?Irão

assassínio do embaixador da Arábia Saudita em Washing-ton. O suposto crime terá sido evitado por acção dos serviços de inteligência, mas mostra que o Irão já estará preparado para concretizar ataques em solo dos EUA.

Segundo o jornal The Washington Post, este caso encontra-se num documento de avaliação que foi dis-

cutido terça-feira, durante uma audição na comissão de informações do Senado. Nesse relatório, os agentes de espionagem explicam que a relação diplomática entre o Irão e os Estados Unidos atingiu o limite e que há cada vez mais probabilidades de Teerão planear ataques no país governado por Obama.

James Clapper, conselhei-

ro de topo para os serviços secretos do presidente norte--americano, disse que a cons-piração iraniana mostra que “alguns oficiais – provavel-mente incluindo o Supremo Líder Ali Khamenei – alte-raram os seus planos e estão agora dispostos a conduzir ataques em resposta a acções dos Estados Unidos que têm enfraquecido o regime.”

Clapper frisou ainda que o cenário simboliza “uma fase de transição crítica na luta contra o terrorismo”, para o qual contribui o enfraque-cimento da Al-Qaeda, que já estava fragilizada quando Osama Bin Laden foi morto. “Há cada vez mais hipóteses da descentralização levar à fragmentação. A Al-Qaeda vai passar a executar pe-

quenos ataques apenas para demonstrar alguma relevância na Jihad.”

NUCLEAR NÃO PÁRASendo um país com um progra-ma nuclear activo – embora diga que é apenas para fins civis - o Irão tem sido alvo de diversas sanções económicas. Consti-tuem um meio de pressão por parte da comunidade interna-

Os quatro pesadelosde ObamaSegundo informação divulgada sobre o encontro das agências de espionagem norte-americanas, que incluiu dirigentes governamentais, a política externa dos EUA enfrenta quatro perigos principais.

• IRÃO EM FASE NUCLEARO iminente poderio nuclear do país do presidente Ahmajinedad traz outra má notícia: a suspeita de ataques terroristas em solo dos EUA.

• CHINA COM MANIA DE HACKEROs ataques não assumidos da China terão sido feitos através de roubos de tecnologia e informação confidencial via internet. E serão para continuar.

• COREIA DO NORTE EM MUDANÇAA transição de liderança num país que possui poder atómico preocupa os Estados Unidos.

11quinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo geoestratégia

O país de Ali Khamenei já causa mais dores de cabeça ao Governo de Obama do que a Al-Qaeda. Intervenção militar é uma questão de tempo?

Agências de espionagemtemem ataque iraniano nos EUA

Até onde

eles?Irão

cional para diminuir o seu poder nuclear, embora nem todos os países participem ainda nessas sanções, sendo a China o nome mais sonante dessas ausências.

Daniel Byman, especialis-ta em assuntos ligados ao Irão na universidade de Georgeto-wn, disse ao The Washington Post que “os iranianos podem sentir que estão sob cerco” e que dessa forma é “plausível”

que tenham agentes infiltra-dos em território americano. Além disso, Teerão acusa os Estados Unidos e Israel sobre diversos casos, incluindo o suposto assassinato de um cientista em Teerão, tal como um ataque “online” aos sis-temas informáticos ligados à produção de urânio.

Leon Panetta, Secretário da Defesa dos Estados Uni-

dos, afirmou numa entrevista televisiva que o Irão está a um ano de conseguir a bomba atómica, e que num prazo de dois anos terá capacidades de conduzir ataques com mísseis. Na opinião do político, tais factos mostram que tanto os americanos como os israelitas chegaram “à linha vermelha”. Ou seja, a guerra poderá ser inevitável.

Contudo, as sanções im-postas não conseguem travar os planos iranianos. James Clapper apontou que tais medidas têm originado uma crise da moeda no país, mas não uma crise no programa nuclear. “As sanções impos-tas não causaram mudanças de postura nem de política”. Como prova, Teerão anunciou este mês que a central de

Fordow está prestes a avançar com a produção de urânio enriquecido.

Segundo a agência Lusa, as sanções impostas este mês pela UE ao nível das exportações de petróleo foram apoiadas pelos Estados Unidos. “Saudamos a decisão da UE de impor um embargo sobre a importação do petróleo bruto e dos produ-tos petrolíferos iranianos e de

congelar os activos do Banco Central iraniano”, pode ler-se num comunicado conjunto dos Departamentos de Estado e do Tesouro norte-americanos. “Estas medidas representam uma nova etapa importante nos esforços da comunidade internacional para aumentar fortemente a pressão sobre o Irão.”

AL-QAEDA ENFRAQUECIDADepois da morte de Bin La-den em Maio de 2011, a Al--Qaeda sofreu uma quebra de liderança que se traduziu em fragmentação interna. Para tal facto também contribuiu a morte do clérigo iemenita Anwar al-Awlaki, que as-sumiu a liderança do grupo terrorista depois da morte de Bin Laden. Segundo Leon Panetta, os Estados Unidos afectaram fortemente a lide-rança do grupo.

Contudo, a sua existência ainda é importante para a estra-tégia americana. Actualmente a Al-Qaeda mantém pequenos grupos no Iémen, no Paquistão e na Somália, que continuam a ser combatidos, afirmou Leon Panetta. “Vamos atrás da Al-Qaeda onde quer que esteja. Ainda é uma ameaça real. Ainda há militantes da Al--Qaeda por aí. E nós devemos continuar a pressioná-los onde quer que estejam.”

• COREIA DO NORTE EM MUDANÇAA transição de liderança num país que possui poder atómico preocupa os Estados Unidos.

• AFEGANISTÃO NO MOMENTO DO ADEUSA saída de tropas norte-americanas do Afeganistão deixará o país numa incógnita, pronta a ser aproveitada pelas forças talibãs.

quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo12 vida

Entre Junho e Dezembro de 2011, o Programa de Pontos Verdes recolheu garrafas de plástico, papel e latas de alumínio, mas esqueceu-se do vidro. A DSPA não tem plano de reciclagem para estes resíduos.

Andreia Sofia [email protected]

PARAR chamar a atenção da população para a re-ciclagem dos resíduos, a Direcção dos Serviços

de Protecção Ambiental (DSPA) criou, em Junho do ano passado, o Programa de Pontos Verdes, que atingiu a sua primeira fase em De-zembro último. Até ao momento, foram recolhidos 25.820 quilos de

EUROPEUS e asiáticos descendem do mesmo

grupo de africanos que chegou ao Sul da Península Arábica há 60 mil anos, conclui um estudo coorde-nado por uma cientista por-tuguesa, publicado numa revista norte-americana da especialidade.

Os descendentes desse grupo rumaram depois para outras paragens - uns em di-recção à Ásia, tendo chegado à Austrália há cerca de 50 mil anos; outros para a Europa, onde terão chegado dez mil anos depois, explicou ontem a investigadora Luísa Perei-ra à agência Lusa.

Simulações anteriores realizadas em computador com base em linhagens maternas apontam para que esse grupo de migrantes incluísse cerca de 600 mu-lheres, o que corresponderia a um total de indivíduos entre mil e 1200.

O estudo liderado pela cientista do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) foi realizado com a colabora-ção de outros seis investi-gadores portugueses e cinco

Governo gasta 800 mil em recolha de papel, plástico e alumínio

Macau sem reciclagem de vidro

Europeus e asiáticos descendem do mesmo grupo de africanos

Separação para locais diferentes

Todos os cidadãos que colo-quem o seu lixo para reciclagem podem ganhar “Pontos Verdes” que depois são utilizados em cupões de compras no super-mercado.

RECOLHA ALARGADADurante seis meses foram co-locados pontos de recolha para reciclagem em 11 locais, onde a população pôde colocar os seus resíduos consoante o cumpri-mento de um horário. Este ano, a recolha será alargada aos edifí-cios particulares, nomeadamente o Edifício Nga Lim e Yue Xin Garden. Embora já exista dia e horário para a recolha, estes pontos ainda não estão em fun-cionamento.

A DSPA planeia ainda abrir mais um local para a recolha selec-tiva de resíduos, que irá funcionar junto do Centro de Actividades Pak Wai, na avenida Conselheiro Ferreira de Almeida.

Além do apoio da UGAMM, a DSPA quer colaborar com mais associações. “Temos uma atitude aberta para colaborar com todos”, disse Cheong Sio Kei, lembrando que há margem para fomentar ain-da mais a reciclagem no território. “Cada programa tem margem para ser melhorado, conforme as solicitações da população. Vamos recolher mais opiniões para melhorar o nosso trabalho.”

papel, 9.628 quilos de garrafas de plástico e mais de 40 mil latas de alumínio. O trabalho de recolha, por mais de 100 voluntários, foi feito em parceria com a União Geral das Associações dos Mo-radores de Macau (UGAMM).

Contudo, a reciclagem do vidro ainda não está prevista no território. Cheong Sio Kei, direc-tor da DSPA, afirmou que está a ser desenvolvida a análise sobre as necessidades da recolha do vidro em Macau. “Vamos analisar a viabilidade da recolha.” Até ao momento, o Governo gastou cerca de MOP 800 mil com o projecto.

Os resíduos recolhidos no âmbito do programa seguem para uma empresa de tratamento em Macau, onde colaboram vo-luntários que acompanham todo o processo. “Depois de receber os resíduos muitos são trans-formados em materiais e vamos acompanhar o processo de trata-mento”, disse Cheong Sio Kei. “Vamos lançar inquéritos para saber mais sobre o tratamento e posteriormente vamos lançar os resultados.”

estrangeiros, com recurso à comparação genética entre 85 indivíduos do sudoeste asiático e 300 europeus.

ENIGMAS E DESCOBERTASO facto de terem chegado muito antes à Austrália do que ao continente euro-peu, bem mais próximo,

da terra, os europeus vi-viam apenas da caça e do que recolhiam na natureza.

Um dos aspectos que Luísa Pereira disse preten-der esclarecer é o motivo pelo qual apenas dois mil anos depois de terem che-gado à Europa pelo extre-mo leste, as primeiras téc-nicas de cultivo da terra já serem usadas na Península Ibérica, como confirmam os estudos arqueológicos.

Entre as hipóteses co-locadas sobressai a de que o mar Mediterrâneo tenha sido já na altura uma via que terá permitido um avanço mais rápido do que a progressão exclusiva-mente feita por terra.

A líder do grupo de in-vestigadores de Diversida-de Genética do IPATIMUP disse ainda à Lusa que o facto de a população não africana ter muitas seme-lhanças genéticas se deve à descendência comum do primeiro grupo de huma-nos que chegou à Península Arábica, registando-se, actualmente, muito mais diversidade genética entre a população africana do que no resto do mundo.

Terá sido também o nível mais baixo das águas do actual estreito de Adén a facilitar a travessia do grupo de africanos da re-gião que inclui a Somália e a Etiópia para o sul da península Arábica, a que corresponde o Iémen, consideram os cientistas.

Objecto de investiga-ção continua a ser o cami-nho utilizado para chegar à Europa, que terá ocor-rido através da Turquia, desconhecendo-se ainda se em direcção a Ocidente (Macedónia e Grécia), ou para Norte, através do Cáu-caso (Arménia e Geórgia).

Os cientistas estão tam-bém a tentar determinar como se fez a ocupação humana da Europa e, pos-teriormente, há cerca de 10 mil anos, a chegada da agricultura, vinda igual-mente de Oriente.

Nos milhares de anos que antecederam o cultivo

é explicado por essas mi-grações terem decorrido numa altura em que o he-misfério norte atravessava uma era gelada, afirmou a professora universitária coordenadora do trabalho publicado no Journal of Human Genetics.

Ao contrário, acrescen-

tou, a metade sul da terra era então mais árida e os oceanos tinham um nível mais baixo, o que facilitava as deslocações e terá levado a que “a Austrália tenha sido colonizada primeiro do que a Europa”, como confirma o cruzamentos de dados arqueológicos e genéticos.

quinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo 13vida

Clickecológico

Sabia que...

... muitos animais ainda tentam sobreviver na zona de exclusão

de 20 quilómetros em redor da central de Fukushima, dez meses

após o acidente? As autoridades tentam agora recolher o maior número

possível de animais, que vão desde avestruzes a vacas, cães e gatos?

SETE pessoas foram detidas serem alegadamente os responsáveis

pelo derrame de cádmio que ameaça as reservas de água potável do rio Liujiang, em Guangxi.

Todos os detidos são altos responsáveis de fábricas químicas de Guangxi, segundo o chefe do departamento regional de protecção do Ambiente, Feng Zhennian. De acordo com a agência Xinhua, a iden-tidade dos detidos não foi divulgada.

Há duas semanas, centenas de peixes mortos foram encontrados no rio e amostras de água revelaram níveis de cádmio mais elevados do que os considerados seguros. A concentração era 80 vezes superior ao limite oficial de 0.005 miligramas por litro.

RESPOSTA LIMITADADesde 20 de Janeiro já foram liber-tadas ao longo do rio 3000 toneladas de substâncias para neutralizar o

A queda abrupta do número de mamíferos

de um dos parques natu-rais mais emblemáticos dos Estados Unidos pode estar a ser provocada por pitões-da-Birmânia. Os cientistas não sabem o que o futuro reserva ao ecossistema do parque.

Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science frisa que algumas das espécies de mamíferos, como o coelho e o coiote, diminuíram em cerca de 99% em pouco mais de dez anos. “Descrevemos um aparente declínio severo que coincide temporal-mente e espacialmente com a proliferação da pitão-da-Birmânia, no Par-que Nacional Everglade”, escreve no artigo a equipa norte-americana.

Há mais de 30 anos que no Sul da Florida a python molurus bivittatus é avista-da. Esta cobra mata as suas vítimas apertando-as e atin-ge os seis metros de com-primento, sendo original do sudeste Asiático. Em 2000

ADOPTADOS COM SUCESSO• Lembra-se da Pintas, do Blacknight, da Trileg e do Eyeball? Todos eles esperavam adopção na ANIMA e todos eles já foram adoptados. O Hoje Macau felicita os novos donos destes gatinhos.

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Fábricas responsáveis pelo cádmio em rio na China

Sete detidos por poluição grave

Pitão-da-Birmânia pode estarna origem de desaparecimento de animais

Cobra dizima mamíferos nos EUA

foi encontrada no Parque Nacional Everglade.

O réptil tem sido im-portado para os Estados Unidos como animal de estimação. O mais

provável é ter acabado na natureza por fuga, por libertação feita por donos, ou ainda por al-gum acontecimento que permitiu que um número

de espécimes tenha fugido de lojas de animais.

Só em 2009, os técni-cos do parque tentaram retirar 380 pitões. “Em qualquer população de serpentes só se encontra uma pequena fracção do número de espécimes que realmente existe”, disse Michael Dorcas, à BBC News. O cientista é um dos autores do es-tudo. Esta espécie “é o novo predador de topo do Parque Nacional de Everglades – um predador que não deveria estar lá”.

Ao mesmo tempo que o número de serpentes foi aumentando, o número de mamíferos foi diminuin-do. “Antes de 2000, os ma-míferos eram encontrados frequentemente durante inspecções nocturnas feitas nas estradas dentro do Parque Nacional de Everglade. Por oposição, em inspecções feitas às estradas que totalizaram 56.971 quilómetros entre 2003 e 2011 documentou--se uma diminuição de 99,3% na observação de guaxinins, uma diminui-ção de 98,9% e 87,5% em marsupiais que existem no continente Americano e no lince-pardo e falhámos em detectar coelhos.”

O Everglade é Patri-mónio da Humanidade e tem inúmeras espécies animais que correm risco de extinção.

cádmio, feitas de cloreto de alumí-nio dissolvido. Mas as autoridades estão a ficar sem essa substância. No domingo, as autoridades de Hechi tinham em reserva apenas 256 tone-ladas. A poluição está a ameaçar as reservas de água de 3,7 milhões de habitantes e a corrida à água engar-rafada ainda não terminou.

Como medida de prevenção, está suspensa a produção em sete fábricas

do sector da metalurgia ao longo do rio. Desde 24 de Janeiro, uma equipa está a avaliar 13 grandes fábricas químicas em Hechi quanto ao seu potencial de fontes de poluição.

O cádmio é um metal pesado tó-xico usado em baterias e em algumas tintas industriais, por exemplo. A exposição ao cádmio afecta sistema respiratório, fígado e rins e pode causar a morte.

14 cultura quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

ROTA DAS LETRAS

Editores na conferência “Os desafios de editar em Macau” pedem mais ajuda do Governo à publicação e que o apoio aos jornais exista também nos livros

Rita Marques [email protected]

“O Governo de Macau pouco se esforça por

dar visibilidade aos livros de Macau”, acusa Manuel de Al-meida, do Instituto Português do Oriente (IPOR). Rogério Beltrão Coelho, ex-director

Gonçalo Lobo [email protected]

ESTÁ em Macau para dar concerto no encerramento do

Festival Literário de Macau no pró-ximo sábado, dia 4. É a primeira vez que vem à ex-colónia portuguesa e quer mostrar as “mornas e cola-deiras” aos chineses. Nancy Vieira falou ao Hoje Macau e lembrou que Cesária Évora só há uma.

É cabeça de cartaz do Festival Literário de Macau. Como sur-giu o convite?Recebi o convite da parte do Ri-cardo Pinto e fiquei muito feliz e honrada por participar num festival desta natureza. Tenho viajado mui-to mas é a primeira vez que estou neste lado do mundo.

O que se pode esperar do concerto?Espero conseguir criar um am-biente intimista, pois são os meus preferidos. Estarei acompanhada por quatro músicos. O repertório será baseado em temas do meu mais recente álbum, “No Amá”, mas também relembraremos alguns clássicos da música de Cabo Verde.

É a primeira vez que vem a Macau?É a primeira vez que venho a Macau e estou muito feliz por isso.

Como é ser africana a cantar na China?É muito interessante. É curioso como a música de Cabo Verde toca

Associação de Editores de Macau pode nascer em breve

União pela visibilidade dos livros

Nancy Vieira - Cantora

“O lugar de Cesária Évora não está à disposição ou ao alcance de alguém”

as pessoas, mesmo em lugares tão distantes das nossas ilhas, como a China, lugares onde não percebem uma palavra do que cantamos (em crioulo). Tanto quanto sei, é um público aberto e curioso e é com muito gosto que vou cantar para ele. A música cabo-verdiana perdeu duas grandes vozes nos últimos dois anos: primeiro Hermínia Antónia do Sal e agora Cesária Évora. O que significou para si?Esses desaparecimentos signi-ficam perdas grandes para mim e para todos os cabo-verdianos. Infelizmente, não conheci a Her-mínia pessoalmente, mas tive o privilégio de privar com Cesária. Não é fácil lidar com a “Sodade” que ela deixa, mas temos que pensar em tudo o que fez pela cultura do nosso país no Mundo e no reconhecimento que teve a nível mundial.

Muitos apontam a Nancy como a sucessora natural de Cesária Évora. Quer comentar?O meu comentário é simples: o

lugar de Cesária Évora não está à disposição nem ao alcance de ninguém. É e será sempre dela, apesar do desaparecimento físico. Eu canto o mesmo género de mú-sica que a Cesária cantava, mornas e coladeiras, com o mesmo amor por essa música. Da mesma forma, ninguém o faz. Novo álbum na forja. Quais as suas expectativas para o novo trabalho?É verdade. O meu novo álbum já está à venda em Cabo Verde e será lançado, em breve, em Portugal, em França e no resto do mundo. As minhas expectativas são as melhores. Estou muito muito satisfeita com o disco e confiante.

Uma última palavra às pessoas de Macau?Gostaria de aproveitar para agra-decer ao público chinês, em geral, ao de Macau, em particular, pelo bom acolhimento à música de Cabo Verde e aos nossos artistas. Tenho esse feedback de colegas músicos.

do Macau Daily Times, pro-põe criar conjuntamente uma Associação de Editores de Macau. Uma ideia que o editor Luís Ortet subscreve. Mas Or-tet acrescenta que o Governo deveria dar apoio à edição de livros, da mesma maneira que ajuda a publicação de jornais.

Caso se concretize a fu-tura associação de editores

de Macau, Ortet diz que deve ser tomada a decisão sobre se será uma associa-ção de língua portuguesa e chinesa. Independentemen-te disso, defende que todos deviam unir-se para entrar em diálogo conjunto com o Governo. “Até porque os pedidos a título individual têm funcionado como uma

tro sobre medicina chinesa que teve 7.500 e não há um exemplar disponível”.

IPOR PROMETE MAIS LIVROSManuel de Almeida também acredita que enquanto os edi-tores não se sentarem à mesa com o Governo para falarem de uma política real do livro nada avança. Já que “pouco se faz para fazer chegar estes livros a Portugal” e em Ma-cau não há uma divulgação consistente dos livros. “Em Macau fazem-se três ou quatro feiras do livro.”

No entanto, o chefe da biblioteca do IPOR mantém--se optimista face a um ano próspero (ano chinês do Dragão) que será certamente um bom ano de edição, a julgar pelos livros que já lhe passaram pelas mãos.

O IPOR, na pessoa de Manuel de Almeida, ga-rante ainda que “vai fazer um esforço por editar uns livros que serão de grande importância para quem es-tuda português, mas também para o público que queira acompanhar um pouco a dinâmica de Macau”.

Cultura chinesa ganha espaço na literatura em língua portuguesa A editora de Macau “Livros do Meio” assinou um convénio com a editora brasileira Sésamo, criada por professores da Universidade de São Paulo, neste último mês de Janeiro. A primeira colecção sai já este mês com o mesmo título da editora de Carlos Morais José e já se sabe o nome do primeiro livro a ser lançado este ano: “ Uma Leitura de Yi Jing - O Sol, A Lua e a Via do Fio de Seda”, de Fernanda Dias. Em seguimento a este primeiro título, espera-se lançar também a “Cânone Confuciano”, um compêndio de quatro livros: “Grande Estudo”, Doutrina do Meio”, “Analectos” e “Mêncio”. No Brasil haverá apoios à edição, pelo que a tiragem já será significativa, ao contrário do esperado no território de Macau, onde se pretende alcançar mais apoios.

‘política da esmola’”, subli-nha Ortet, cuja resposta do Governo sempre lhe soou a “está bem pobrezinho, a gente dá-te um subsidio-zinho”.

Beltrão Coelho apon-tou o dedo às instituições, nomeadamente ao Instituto Cultural, pois sempre sen-tiu falta de apoio quando

apresentou um programa de divulgação à literatura. E recorda, junto do painel, que “entre 86 e 90, quando estávamos no Instituto Cultural e tínhamos um gabinete de projecto pes-soal e fizemos livros sobre cozinha, houve um livro sobre comida chinesa que teve 10 mil exemplares, ou-

15culturaquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

ROTA DAS LETRAS

Rita Marques [email protected]

CUENCA, escritor contemporâneo do Brasil, diz que o Instituto

Machado de Assis se man-tém alheado do seu dever e que não tem a visibilidade e a representação necessária para promover a língua do seu país. “Além do mais nem tantos assim sabem quem é Machado de Assis.”

Para o escritor, o Brasil deveria deixar cair o seu instituto e “apoiar o Instituto Camões na divulgação da língua, literaturas e culturas dos dois países”.

Por outro lado, tanto João Paulo Cuenca como Tatiana

Salem Levy, escritora que viveu em Portugal embora resida no Brasil, crêem que em terras lusitanas se va-lorizam mais os escritores contemporâneos distingui-dos - os ditos “Prémios Camões” - ao contrário do que acontece no Brasil.

O escritor brasileiro, au-tor de “O Dia Mastroianni”, defende que a literatura con-temporânea no Brasil não tem expressão porque “o povo é analfabeto funcional, só compra livros de auto-ajuda”.

Percorrendo o caminho literário do Brasil no século XX, Cuenca e Salem Levy chegaram à conclusão que os autores brasileiros con-temporâneos querem provar que conseguem falar de

outras coisas que não apenas do próprio país. Tal como comprovam os seus últimos livros publicados.

Nos anos 30, Jorge Amado e Graciliano Ramos falavam de questões sociais e regio-nais do Brasil e, diz Cuenca, “viciaram os brasileiros a comprar o Brasil como uma coisa exótica”. Nos tempos correntes, a “Cidade de Deus”, de Paulo Lins, e o “Cortiço”, de Aluízio Azevedo, são dois dos títulos contemporâneos que fazem a actualização da realidade do Brasil.

POESIA SURPREENDEA Escola Portuguesa de Macau marcou presença neste evento, com uma turma de 8º ano, que pediu reco-

mendações aos dois autores sobre algumas obras literá-rias que poderiam abordar nesta altura. As sugestões foram múltiplas, de acordo com a idade do público--alvo. “Capitães de Areia” de Jorge Amado, “Encontro Marcado” de Fernando Sa-bino, “Hora da Estrela” de Clarice Lispector, foram as recomendações assinaláveis. Quando questionados sobre poesia, os autores propuse-ram Carlos Drummond de Andrade, Vínicius de Mo-raes e João Cabral. Mas não podiam imaginar que uma aluna acabaria por recitar impecavelmente o poema “Menina Gorda”, de Rui Ribeiro Couto, perante um auditório maravilhado.

JOSÉ Luís Peixoto, Ta-tiana Salem Levy e João

Paulo Cuenca apresenta-ram algumas das suas mais recentes obras literárias.

José Luís Peixoto apre-sentou o “Livro”, título da obra que “propõe jogos a quem a lê”. A emigração portuguesa para França nos anos 60 foi o tema biográfico escolhido por José Luís Peixoto para esta narrativa. O escritor assume que escolheu “a forma ilegal de emigração” porque se recorda das his-tórias dos pais, que pouco antes de nascer, em 1974, regressaram de França.

Por essa razão, também centrou o enredo no ano da mudança de regime, carac-terizado pelas vivências da personagem principal, embora “não tivesse vivido na época”. O autor retrata ainda o binómio “vida rural vs vida urbana”, envol-vendo o leitor na história de Portugal dos últimos 50 anos.

AMOR COM SILICONESalem Levy e Cuenca disseram trazer ao Festival Literário de Macau dois

livros que “se tocam no conceito de nacionalismo”. Por outro lado, os dois retratam também histórias que vão buscar influências culturais fora do Brasil. “A Chave de Casa”, de Tatiana Salem Levy, pretende fazer um retrato autobiográfico da autora, que nasceu durante a ditadura militar no Brasil, quando os pais, judeus turcos, se encontra-vam exilados em Portugal. A escritora pretende, com a procura de memórias fotográficas, brincar com “a fronteira entre a ficção e a realidade”.

Cuenca optou por se socorrer do seu imaginário infantil face aos desenhos animados japoneses, para captar uma história de amor entre uma “boneca de silicone - lovedoll” e o personagem da trama. Tentando, por via de um mestre, a identificar a “chave do que se pensa sobre a cultura japonesa”. Mas o título “O Único Final Feliz para uma História de Amor É um Acidente” já denuncia que a paixão acaba em desastre que se “destrói diante dos olhos”.

Autobiografias de autoresportugueses e brasileiros

A chave,a boneca

e a emigração

Instituto Camões passaria a ser comum para Portugal e no Brasil

“O Brasil deve deixar cair o Instituto Machado de Assis”João Paulo Cuenca disse ontem à tarde, no âmbito do Festival Literário de Macau, que a literatura contemporânea de Portugal e do Brasil deve ser apoiada por um mesmo instituto de promoção da língua e cultura em português. “Não faz sentido existirem dois institutos separados, com os mesmos objectivos.”

José Luís Peixoto

16 desporto quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

Ténis Wozniacki despede treinadorA tenista dinamarquesa Caroline Wozniacki que na segunda-feira perdeu a liderança do “ranking” WTA para bielorrussa Victoria Azarenka, descendo para a quarta posição, despediu o treinador Sanchez, com quem trabalhava há apenas dois meses. Segundo o pai da tenista, citado pelo Ekstra Bladet, Wozniacki não sentiu “novos incentivos” na cooperação com o treinador espanhol, contratado no início do mês de Dezembro de 2011 que viu a dinamarquesa perder nos quartos-de-final do Open da Austrália frente a Kim Clijsters, perdendo a liderança na hierarquia mundial. Piotr Wozniacki já afirmou que não vai voltar a orientar a sua filha depois de Sanchez ter dito ao jornal que era “impossível” implementar um sistema com dois treinadores, o que “apenas deixava Caroline confusa”.

Coreias Norte recusa “alinhar” com Sulem torneio de futebolUma equipa de juniores da Coreia do Norte recusou “alinhar” com a Coreia do Sul num torneio de futebol, que se disputou na China, devido às tensões transfronteiriças, após a morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, indicou ontem fonte oficial. As duas nações da península coreana estavam a preparar-se para jogar juntas na segunda-feira na cidade de Kunming, no sudeste do país, num torneio regional anual entre jovens futebolistas das duas Coreias, Japão e China. Contudo, os jogadores do Norte receberam ordens para abandonar o campo antes do pontapé de saída “devido à política governamental de não lidar com o Sul”, segundo informações divulgadas por fonte oficial da cidade sul-coreana de Incheon que ajudou na organização do evento, citada pela AFP. “Os jogadores, de ambos os lados, estavam a tirar fotografias juntos e a aquecer para o jogo, mas 30 minutos depois os jogadores da Coreia do Norte receberam ordens para sair”, disse a mesma fonte. O evento desportivo vai continuar com as restantes três equipas, de acordo com o mesmo responsável que acrescentou que a cidade não planeia culpar o Norte. As equipas de futebol da cidade de Incheon, da cidade japonesa de Yokohama e da província chinesa de Yunnan participam no torneio. O Norte alertou o mundo para não esperar mudanças na sua política, agora sob os comandos de Kim Jong-un que assumiu o poder após a morte do seu pai.

Gonçalo Lobo [email protected]

FOI anunciado pelo director executivo do Grémio de Porto Alegre, Paulo Pelaipe,

que o clube negociou Fábio Rochemback com a equipa chinesa do Dalian Shide, orientada por Nelo Vingada, mas é mentira como adiantou ao Hoje Macau o treinador português. “Essa notícia não faz qualquer sentido. O Rochemback não vem nem virá para o Dalian Shide.”

O técnico não entende como é que essa notícia circula no Brasil e saiu da boca do pre-sidente do clube. “Acho isso muito estranho. Não faz sentido nenhum. Adquirimos o Ricardo

Esteves e um outro jogador coreano. Não quero o Rochemback e penso até que serão manobras de algum empresário de futebol”, referiu.

Paulo Pelaipe afirmou recentemente à imprensa brasileira que Fábio Rochemback – capitão da equipa durante as últimas duas épocas - não era mais jogador do Grémio e que estava a ser negociado com o Dalian Shide por cerca de 39 milhões de patacas.

De acordo com a imprensa brasileira, Ro-chemback terá já viajado para a China, onde irá realizar exames médicos com o Dalian Shide. “Se vem para a China não sei, mas que não vem para o Dalian tenho a certeza”, garantiu Nelo Vingada ao Hoje Macau.

Fábio Rochemback chegou a jogar no Bar-celona, mas acabou por ser no Sporting Clube de Portugal que se tornou conhecido dos portu-gueses. Fez uma primeira época boa, as outras nem por isso. E se no princípio da aventura por terras lusas os adeptos leoninos se mostraram agradados com o jogador brasileiro, a fraca forma física que sempre apresentou conduziu-o à dispensa para o Grémio.

O médio chegou mesmo à Selecção canari-nha onde actou por seis vezes nos sub-23 e sete no escalão principal.

O Dalian Shide está agora no Médio Oriente a realizar o seu segundo estágio de pré-época. E Rochemback, vai para onde?

Marco [email protected]

VINTE minutos de um futebol fulgurante, uma segunda parte sofrida e o primeiro triunfo na nova

temporada. A formação da Casa de Portugal em Macau entrou com o pé direito na edição de 2012 do Cam-peonato de Futebol da II Divisão, ao levar a melhor sobre a sempre exigente formação dos Serviços de Alfândega por quatro bolas a duas.

Com várias reforços no onze inicial, a formação orientada por Pelé cedo deixou claro que tem os argumentos necessários para perse-guir com frontalidade os objectivos da subida de divisão. Aos três mi-nutos, Nicholas Friedman coroou um início frenético de partida com um golo de belo efeito. O avançado

gaulês controlou a bola à entrada da área adversária e rematou colocado para o primeiro tento do encontro.

Embalado pelo golo, o conjunto das cores lusas dilatou a vantagem pouco depois, numa iniciativa concluída por Cuco. O capitão da formação tirou proveito de uma jogada em que a defensiva dos Serviços de Alfândega ficou a pedir o fora-de-jogo para bater o guarda--redes adversário com um “chapéu” com peso, conta e medida.

Com um futebol fluído e convin-cente, a Casa de Portugal apontou o terceiro golo à passagem do vigésimo primeiro minuto, numa jogada a três tempos concluída por Miguel Couto. Cuco é quem desenha a jogada e quem abre para o dianteiro macaense. Com o guarda-redes adversário pela frente, o jovem artilheiro não falha, colocando o parcial nos 3-0.

O onze orientado por Pelé parecia embalado para um resul-tado de contornos rotundos, mas a história do encontro começou a pintar-se com outras nuances a partir da meia hora de jogo. Aos 31 minutos, Carlos Vilar agarra um adversário em plena área e o árbitro apita para a marca de onze metros, mas o marcador de serviço dos Serviços de Alfândega desperdiçou a grande penalidade ao rematar ao lado da baliza à guarda de Bruno Capitulé.

O banco da Casa de Portugal respirou de alívio, mas aos 41 mi-nutos a Alfândega marcou mesmo, num lance em que sobram culpas para a defensiva do grupo de traba-lho às ordens de Pelé. O golo não beliscou a ambição dos jogadores da formação lusitanista e a Casa de Portugal voltou a entrar melhor na

segunda parte. Três minutos após o reatar da partida, Miguel Couto vol-tou a fazer o gosto ao pé, dilatando a vantagem dos lusos de novo para os três golos. O onze dos Serviços de Alfândega não baixou os bra-ços e aproveitou, aos 61 minutos, um lapso do guarda-redes Bruno Capitulé para marcar o segundo. Demasiado adiantado, o guardião da Casa de Portugal permitiu que a formação adversária transformasse em golo um livre directo cobrado a mais de quarenta metros da baliza da formação verde e encarnada.

A jornada inaugural do Campe-onato da II Divisão do Futebol de Macau prossegue ao final da tarde de hoje com a realização, no Campo da Universidade de Ciência e Tec-nologia de Macau, dos encontros entre Chau Pak Kei e Kei Lun e entre Hong Lok e Chang Wai.

Formação de Pelé derrotou Alfândega por 4-2

Casa de Portugal entra a ganhar

Dalian Shide não é o destino do internacional brasileiro

Nelo Vingada desmente Rochemback

17futilidadesquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1I LOVE HONG KONG 2012 [B]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Chin Kwok WaiCom: Stanley Fung, Teresa Mo, Eric Tsang14.15, 19.45, 21.45, 23.45

KOKURIKOZAKA KARA [A]FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Gora Miyazaki16.15, 18.00

SALA 2PUSS IN BOOTS [3D] [A]Um filme de: Chris Miller14.30, 18.00

JOURNEY 2: THE MYSTERIOUS ISLAND [3D] [B]Um filme de: Brad PeytonCom: Vanessa Hudgens, Dwayne Johnson14.30, 18.00, 19.45, 21.30

SALA 3THE MUPPETS [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: James BobinCom: Jason Segel, Amy Adams14.15, 16.15, 20.00

THE DARKEST HOUR [3D] [B]Um filme de: Chirs GorakCom: Emily Hirsch, Olivia Thisrlby18.15, 22.00, 23.45

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:30 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:00 Passione23:00 TDM News23:45 Herman 201100:20 Reportagem Sic01:01 Telejornal (Repetição)01:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Especial Informação: Seguir em Frente15:00 A Conversa dos Outros - Marvila15:30 Correspondentes 16:00 Bom Dia Portugal17:00 O Elo Mais Fraco18:00 Resistirei18:45 Escape.tv - SIC19:00 Tempos Modernos19:20 Os Compadres20:00 Jornal Da Tarde 21:20 O Preço Certo22:15 Com Ciência22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 Big Ten Basketball 2011/1215:00 2011 World Cup Of Trick Shots 16:00 PBA Tour - PBA Viper Open17:30 Asean Basketball League 2012 Westports Malaysia Dragons vs. Saigon Heat19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012

20:00 ABL 2012 Weekly H/L 20:30 Global Football 2011 21:00 Goal! - FA Cup 2011/12 21:30 FA Cup 2011/12 Highlights 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 FA Cup 2011/12 Queens Park Rangers vs. Chelsea

STAR SPORTS 3113:00 Australian Open 2012 Women’s Singles & Men’s Doubles Finals 14:30 Ifmfx Freestyle World Championships 15:00 Against The Tide17:00 Sports Max 2011/12 18:00 Dongfeng Nissan Cup - Highlights 19:00 Australian Open 2012 Women’s Doubles Final/ Mixed Doubles Semifinal 20:30 Race Of Champions Highlights 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Global Football 2011 22:30 Game 23:00 Australian Open 2012 Women’s Doubles Final/ Mixed Doubles Semifinal HBO 4112:00 The Patriot14:40 The Truman Show16:20 Confessions Of A Young Bride17:50 Biloxi Blues19:40 Vanilla Sky22:00 The Social Network00:00 Dragonfly

CINEMAX 4212:30 Intrusion Cambodia14:15 Defendor16:00 Harper18:05 Jet Pilot20:20 Hard Luck22:00 The King Of Fighters23:30 Hush

[Tele]visão

Aqui há gato

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS:1-Sem nome, não assinada. Segurei com a mão. 2-Estar na idade de. Prisão, xadrez (Gír.). Inseparável. 3-Caro, prezado. 4-Numeral. Fímbria, rebordo exterior. 5-Apelido. O trabalho do toureiro, lide (pl.). 6-Antiquado (abrev.). Um casal. Interior (abrev.). 7-Mulheres de cabelos loiros. Aguço. 8-Nome de homem. Mulher pequena, anã. 9-Desvairar. 10-Basta!. Embarcação de recreio. Dificilmente, apenas. 11-Substância tintorial usada na India. Ave pernalta da América do Sul também conhecida por seriema.

VERTICAIS:1-Apertta com laçada. O m. q. galveta. 2-Nordeste (abrev.). Proprietários, senhores. Rio de França. 3-Relativo à orquite. 4-Umas (Arc.). Rabino. 5-Alces, ergas. Casaco comprido, desportivo, impermeável e com capuz (pl.). 6-Imensidão (Fig.). Nota musical (pl.). Letra grega. 7-Dar cor de anil. 6-Género típico das aceráceas. 8-Deixe para outro dia. O m. q. Alna. 9-Que tem todas as formas conhecidas. 10-Sigla automobilística da URSS. Desterrrava. Amerício (s.q.) 11-Que se impôs. Remoinho de água (Prov.).

HORIZONTAIS:1-ANONIMA. ASI. 2-TER. CANA. UM. 3-A. QUERIDO. P. 4-DUAS. LIMBO. 5-GOIS. FAENAS. 6-ANT. PAR. INT. 7-LOIRAS. AFIO. 8-OSCAR. ANOA. 9-E. OBCECAR. 0 10-TA. IATE. MAL. AAL. SARIEMA.VERTICAIS:1-ATA. GALOETA. 2-NE. DONOS. AA. ORQUITICO. L. 4-N. UAS. RABI. 5-ICES. PARCAS. 6-MAR. FAS. ETA. 7-ANILAR. ACER. 8-ADIE. ANA. I. 9-A. OMNIFORME. 10-SU. BANIA. AM. 11-IMPOSTO. OLA.

ESPERTO OU INTELIGENTESempre me questionei acerca da diferença entre um ser esperto e um ser inteligente. Para mim ser esperto é apenas uma benesse do momento. Quem é inteligente terá melhores recompensas da vida.Cheguei a esta conclusão depois de olhar os humanos que giram à minha volta. Há uns que se são muito espertos, outros muito inteligentes. Há ainda a vertente daqueles que se julgam espertos e quem o são, e tão pouco chegam a inteligentes. Há ainda aqueles que não se julgam espertos – e não o são – e nem se julgam inteligentes, sendo-o.Bom, isto parece uma conversa de malucos. Eu sou esperto e sou inteligente. Complemento uma coisa com outras e assim vivo com a cabeça entre as orelhas.O problema é que há muito boa gente, e eu vejo, que não consegue lidar com a falta de alguma destas características ou das duas. Coitados.Com esse problema chegam os chicos-espertos que pensam que são mais e melhores que os outros. Equívoco. Lembro-me de ouvir numa conversa entre dois jornalistas do Hoje Macau que Portugal está carregado de chico-espertos. Eles é no trânsito, nas filas dos supermercados, na política. Mas vejo que Macau também não foge à regra. É nas filas de táxi, é nas filas de autocarro, é na não cedência de passagem nas passadeiras, é no Governo – se bem que aqui a chico-espertice de mescle com incompetência.Aliás, já que estamos em tempo de globalização, porque não globalizar o fenómeno do chico-espertismo? Eu aponto a bitola nesse sentido.Para mim, e essa é a grande conclusão desta dissertação, a chico-espertice é um mal global, bem dividido por todas as aldeias deste planeta.E assim irá continuar, presumo. Infelizmente, o acto de se julgar mais esperto do que os outros, para daí tentar tirar partido de algo, não vai acabar. O único gaudio que tiro disso é que, na altura do tombo final, a queda será sempre mais alta para os chico-espertos. Viva a inteligência e a sensibilidade de assumir que não se sabe.

Pu Yi

E SE EU GOSTASSE MUITO DE MORRER • Rui Cardoso MartinsNa confusão do mundo, um rapaz sobe a rua. O Interior é igual em toda a parte. Mas hoje vai mudar. Ele traz um segredo terrível no bolso do kispo. Faz calor na província dos suicidas. Dá vontade de rir: uma cidade em que até o coveiro se mata... São estatísticas, tudo em números. Na Internet, há sexo e doidos japoneses e americanos para conversar em directo. No campo, granadas e ervas venenosas. No prédio, um jovem assassino toca órgão.

A CHAVE DE CASA • Tatiana Salem LevyAudaciosa, Tatiana Salem Levy, sobrepõe uma narrativa de viagem a uma história de paralisia. Um corpo que percorre a Turquia na esperança de encontrar uma casa de família e um corpo que jaz e sofre numa cama. Um paralelo tão contraditório como as confissões que lemos, confissões sobre um amor que vai sobrevivendo graças a instantes de delírio sexual, em que tudo é permitido, aliados a momentos de medo. E, ao mesmo tempo, por entre narrativas ficcionais e memorialísticas, a figura maternal, a mãe que se ama, a mãe que já morreu mas que se quer ressuscitar, a mãe de que se precisa.

18 opinião quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

Gareth evans*in Público

Á dez meses, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, sem dissensão, autorizou o uso de “todas as medidas necessá-rias” para proteger civis em risco eminente de massacre na Líbia

do Coronel Muammar Khadafi. Essas vidas foram salvas – e, se o Conselho de Segurança tivesse agido de modo igual-mente decisivo e robusto na década de 1990, também poderiam ter sido salvas outras 8 mil em Srbrenica e 800 mil no Ruanda.

Eu e muitos outros saudámos o acordo para intervir na Líbia como a maturida-de do princípio da Responsabilidade de Proteger (“R2P” [ou “RtoP”, do inglês Responsibility to Protect – NdT]), una-nimemente adoptado pelos governos mundiais em 2005. A sua ideia central – contrariando séculos de tratamento da soberania quase como uma licença para matar – é que os estados devem proteger os seus próprios povos do genocídio e de outros crimes contra a humanidade. Se falharem manifestamente em fazê-lo, a comunidade internacional tem a respon-sabilidade de agir – pela persuasão, se possível, e pela coerção, se necessário.

Agora, dez meses depois, o Conselho de Segurança está paralisado relativa-mente à Síria, incapaz de concordar não apenas na diligência extrema da força militar, mas mesmo em medidas menos coercivas como sanções específicas, um embargo militar, ou uma indicação ao Tribunal Penal Internacional. Essa inacção surge apesar de um número de vítimas mortais bem superior a 5 mil e um panorama ainda pior do que na Líbia no princípio do ano passado.

A hesitação reflecte parcialmente a muito diferente geopolítica da crise Síria: divisões sectárias regionais potencialmen-te explosivas, nenhuma unanimidade da Liga Árabe a favor de uma acção robusta, um longo compromisso da Rússia com o regime de Assad e um exército sírio forte, que tornaria difícil e sangrenta qualquer concebível intervenção militar.

Mas isto não é tudo. O consenso do Conselho de Segurança sobre onde e quando aplicar a R2P, tão evidente em Fevereiro e Março de 2011, evaporou-se num alvoroço de recriminações relativas ao modo como foi executada a implementação, liderada pela NATO, do mandato do Conselho “para proteger civis e zonas civis povoadas sob ameaça de ataque” na Líbia.

A carga crítica foi liderada pelos “BRICS” (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul [South Africa no original – NdT]. As suas queixas não incidem sobre a resposta militar inicial – a destruição da infra-estrutura da força aérea Líbia, e os ataques aéreos sobre forças terrestres que avançavam sobre Benghazi. Em vez disso, estes países contestam o que veio depois, quando se tornou rapidamente evidente

Responsabilidade durante a protecçãonuma guerra civil, era porque matanças unilaterais por parte de um regime por vezes levam os civis (como na Síria) a pegar em armas para se defender (e a re-crutar desertores do exército). Além disso, operações militares não podem ser micro geridas com uma “chave de fendas de mil milhas”. E um conceito mais limitado de “monitorização e varrimento” para as operações teria levado a um conflito na Líbia mais longo e mais sujo, que teria sido politicamente impossível de sustentar nos EUA e na Europa, e provavelmente produziria muito mais baixas civis.

Todos estes argumentos são fortes, mas os EUA, o Reino Unido e a Fran-ça resistiram a debatê-los no Conselho de Segurança, e outros membros do Conselho nunca receberam informação suficiente que lhes permitisse avaliá-los. Talvez não se possa acreditar em todos os BRICS quando dizem que poderia ter sido alcançado mais terreno comum se um melhor processo tivesse sido seguido. Mas a negligência das potências ocidentais durante a campanha Líbia feriu-as – e essas feridas deverão ser curadas antes de se esperar qualquer consenso sobre respostas duras a situações futuras deste tipo.A melhor notícia é que se abriu uma via adiante. Em Novembro, o Brasil fez circular um documento onde argumenta que o conceito R2P, por ter evoluído, deve ser suplementado por um novo conjunto de princípios e procedimentos sobre o tema da “Responsabilidade Durante a Protec-ção” (já referido como “RDP” [“RWP” no original – NdT]). As suas duas propostas principais consistem num conjunto de critérios (incluindo a última instância, a proporcionalidade e a ponderação de consequências) que devem ser levados em conta antes que o Conselho de Segurança mandate qualquer uso de força militar e um mecanismo de monitorização e de revisão que promova o debate sério da implementação desses mandatos.

A reacção inicial dos EUA, do Reino Unido e da França foi quase desdenhosa – um pouco como ‘estes países gostavam de ter todas essas opções para atrasar e prejudicar, não gostavam?’. Mas a reacção começou a suavizar-se – como devia. O Brasil, por seu lado, indicou vontade de refinar as suas propostas no sentido de as tornar mais manejáveis e amplamente aceitáveis.

Um consenso renovado sobre a im-plementação da R2P em casos difíceis pode chegar tarde demais para ajudar na Síria. Mas todos compreendem que a alternativa à cooperação no Conselho de Segurança é um retorno aos maus dias do Ruanda, de Srebrenica e do Kosovo: ou uma inacção total perante os crimes contra a humanidade, ou uma acção proibida pela Carta das Nações Unidas. Depois de tudo o que foi conseguido na última década, isso seria desolador.

* Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros australiano e reitor da Universidade Nacional da Austrália

que os três membros permanentes do Conselho de Segurança que conduziam a intervenção (os Estados Unidos, o Reino Unido e a França) não se contentariam com nada menos do que uma mudança de regime e que fariam tudo o que fosse necessário para o conseguir.

Em particular, foram levantadas pre-ocupações que os intervenientes teriam rejeitado ofertas de cessar-fogo que po-diam ter sido reais, combatido pessoal em fuga que não colocaria risco imediato a civis, e atacado posições sem importância militar óbvia (como o complexo onde os parentes de Khadafi foram mortos). Mais genericamente, as potências Ocidentais, com estados árabes como o Qatar, supor-taram amplamente a facção rebelde no que depressa se tornou uma guerra civil, ignorando um embargo militar explícito durante o processo.

Os EUA, o Reino Unido e a França são rápidos a apresentar algumas respostas. Proteger civis em áreas como Trípoli que estavam sob o controlo directo de Khadafi, argumentam, requeria derrubar o seu regime. Se uma facção foi apoiada

H

O Conselho de Segurança está paralisado relativamente à Síria, incapaz de concordar não apenas na diligência extrema da força militar, mas mesmo em medidas menos coercivas como sanções específicas, um embargo militar, ou uma indicação ao Tribunal Penal Internacional. Essa inacção surge apesar de um número de vítimas mortais bem superior a 5 mil e um panorama ainda pior do que na Líbia no princípio do ano passado.

da estre laCarlos M. Cordeiro

19opiniãoquinta-feira 2.2.2012 www.hojemacau.com.mo

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Todos nasceram velhos — desconfio.Em casas mais velhas que a velhice,em ruas que existiram sempre — sempreassim como estão hojee não deixarão nunca de estar:soturnas e paradas e indeléveismesmo no desmoronar do Juízo Final.

Carlos Drummond de Andrade

AIS de 20 mil idosos fazem parte do todo nacional dos desamparados em risco de vida. Leio atentamente o jornal e oiço no rádio que só na semana passada foram

encontradas dez pessoas, de idade avançada, mortas no interior de suas casas.

Uma enfermeira amiga diz-me que muitos filhos que têm a seu sustento os pais com mais de 80 anos, antes de irem de férias vão deixá-los nos hospitais a propósito de qualquer queixume e nunca mais os vão buscar após o regresso do ripanço.

Um comissário da PSP desabafa para

A vida são dois dias Os idosos em Portugal metem

dó, dor e provocam revolta a quantos ainda entendem que os nossos progenitores é que nos ensinaram tudo. Os idosos mereciam que o país demonstrasse um comportamento decente para com eles e que subliminarmente organizasse uma cadeia de unidades urbanas somente destinadas a recebê-los e tratá-los com dignidade e carinho.

comigo quanto lhe dói a alma ao ter conhe-cimento de uma idosa com 93 anos, a viver sozinha num casario térreo com lareira – um perigo constante de incêndio - e na compa-nhia do seu gato, que não recebe qualquer apoio domiciliário da Segurança Social e que há mais de seis meses que não é visitada pelo filho e nunca viu os netos.

Uma assistente social da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco estranha que o Governo não se preocupe em realizar um censo nacional para apurar o número de idosos que residem sem acompanhamento.

Um médico refugia-se numa resposta ínfima quando confrontado com a situação de muitos idosos serem mandados para casa quando ainda estão a necessitar de uma cuidada recuperação após intervenções cirúrgicas.

O país está doente. A alma dos homens apodrece paulatinamente. O sentimento foi conspurcado pelo materialismo de uma realidade pecuniária que passou a comandar as vidas. A vida é fútil, banal, tormentosa e

Mdesprezível para com os semelhantes porque não há dinheiro. O esbanjamento do tempo das vacas gordas cavaquistas terminou. A crise representa a entrega da casa ao banco para leilão posterior e do carro à financiadora, a retirada dos filhos da escola privada e, já

em número assustador, a opção pelo suicídio. Os portugueses abusaram do crédito fácil e de tão embriagados pela fortuna virtual acabaram por ludibriar a luz do sol e da lua e habituaram-se a faltar à visitinha ao papá ou à mamã.

Os “velhos” foram esquecidos na cidade, na vila ou na aldeia, foram atirados para um lar, na maioria dos casos sem condições de conforto, passaram a seres desprezados pelos familiares e até roubados da sua parca reforma.

Os idosos em Portugal metem dó, dor e provocam revolta a quantos ainda enten-dem que os nossos progenitores é que nos ensinaram tudo. Os idosos mereciam que o país demonstrasse um comportamento de-cente para com eles e que subliminarmente organizasse uma cadeia de unidades urbanas somente destinadas a recebê-los e a tratá-los com dignidade e carinho.

O que mais nos choca sobre a frieza dos pseudo entendidos da política e da governa-ção é que eles não percebam que a vida são dois dias e que os velhos de amanhã são eles.

quinta-feira 2.2.2012www.hojemacau.com.mo

car toon por Steff A BOMBA

Ciclone Os antigos marinheiros portugueses guiavam-se pelas estrelas. Se actualmente estivessem em Macau, já não se conseguiam orientar. POR FERNANDO

Japão Sonycom novo presidenteA multinacional japonesa Sony nomeou ontem um novo presidente. Trata-se de Kazuo Hirai, que assumia funções como vice-presidente executivo desde Abril de 2011. Hirai, que substitui Howard Stringer, conseguiu que o departamento de videojogos conseguisse lucros pela primeira vez em cinco anos.

Ucrânia Frioprovoca 43 mortesA vaga de frio oriunda da Rússia já provocou 43 mortes na Ucrânia desde sexta-feira. Os corpos de 28 vítimas foram encontrados na rua, segundo comunicado governamental, sendo que a causa das mortes terá sido a hipotermia. Mais de 850 cidadãos já pediram ajuda médica e 720 pessoas foram internadas. Ontem as temperaturas na Ucrânia chegaram aos 30 graus negativos.

ONU Portas lembra violência na SíriaPaulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros português, afirmou ontem que “o mundo não pode fechar os olhos à violência na Síria”. Portas falava assim à margem da reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde a Liga Árabe está a discutir o seu plano para terminar com a violência na Síria, através de uma “transição política” e eleições livres.

Grécia FMI quer corte no salário mínimoPaul Thomsen, líder da missão do Fundo Monetário Internacional, disse a um jornal grego que o país tem de reduzir o salário mínimo e as férias para trabalhadores do sector privado. Thomsen disse ainda que a Grécia precisa de acelerar as reformas estruturais em vez de se concentrar apenas no défice.

UMA nova formação de lava na cúpu-la do vulcão Cle-veland, situado a

sudoeste de Anchorage, no Alasca, poderá pôr em causa a circulação no espaço aéreo na região. As autoridades locais já alertaram para o perigo de erupção, em que a expulsão

de lava poderá atingir os seis mil metros de altura acima do nível do mar.

Por se encontrar numa área não habitada de Anchorage, a maior cidade do Alasca, não existe, até ao momento, qualquer perigo para a população. Com quase dois mil metros de altura, o Cleveland situa-se a cerca de

1500 quilómetros de Anchorage. O vulcão entrou em erupção

em Dezembro último. Nessa altura, uma nuvem de cinzas de 4,5 quilómetros estendeu-se em toda a região. Os sinais de perigo para voos foram eleva-dos pelo Centro de Observação da Actividade Vulcânica do Alasca.

Haiti DilmaRousseff visita paísA presidente do Brasil, Dilma Rousseff, viajou ontem para o Haiti onde visitará a missão das Nações Unidas, actualmente comandada pelo Brasil. Em Cuba, onde esteve antes, Dilma reuniu-se com Raul Castro e visitou as obras do Porto de Mariel, construído com financiamento brasileiro. A questão dos direitos humanos não foi esquecida. “O mundo precisa se comprometer, em geral, e não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político-ideológico.”

EUA Mitt Romney vence na FloridaA quarta ronda das eleições primárias para a presidência dos Estados Unidos, ocorrida na Florida, teve como vencedor Mitt Romney. O candidato republicano venceu Newt Gingrich com 46% dos votos, face aos 32% conseguidos pelo adversário do Partido Republicano. No seu discurso Romney prometeu oferecer “o bilhete vencedor à América”, caso venha a confrontar-se com Barack Obama.

Afeganistão Talibãs podem voltar ao poderUm relatório secreto da NATO, divulgado ontem pela BBC e pelo “The Times”, aponta para o regresso dos Talibãs ao poder afegão, com o apoio dos serviços secretos do Paquistão. A subida ao Governo deverá acontecer face à saída das forças internacionais do Afeganistão, depois do conflito com os Estados Unidos.

Reino Unido Planode ataque para bolsa de LondresQuatro ingleses muçulmanos ligados à Al-Qaeda admitiram ontem o envolvimento com o plano de ataque à bomba da bolsa de valores de Londres, programado para Dezembro de 2010. Estava também previsto o envio de “cinco e-mails bomba” para figuras da economia britânica.

Autoridades do Alasca já emitiram alerta

Vulcão Clevelandem risco de erupção