Hoje Macau 20 JUN 2011 #2391

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Ilha da Montanha UMA EMPRESA PARA RESOLVER TODOS OS MALES • PÁGINA 5 Novas caras OPORTUNIDADE DE OURO PARA FUGIR À CRISE • PÁGINA 2 E 3 Censos em Agosto OMISSÃO PODE DAR PUNIÇÃO • PÁGINA 7 Casa própria JOVENS DESCONFIAM DO GOVERNO • PÁGINAS 6 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 20 DE JUNHO DE 2011 ANO X Nº 2392 Macau está atrás de Hong Kong ou Singapura quando o assunto é participação política e democracia. Dois estudiosos da China analisaram a situação local e concluíram que o Executivo está a falhar ao não ensinar o que é democracia ou participação cívica aos residentes. Sem educação, não haverá transparência, dizem eles. > PÁGINA 4 Vamos falar de democracia Académicos sugerem ao Governo educar população TEMPO POUCO NEBULADO MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 60-90% CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2 PUB

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Edição do Hoje Macau de 20 de Junho de 2011 • Ano X • N.º 2391

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Ilha da Montanha

UMA EMPRESA PARA RESOLVER

TODOS OS MALES• PÁGINA 5

Novas caras

OPORTUNIDADE DE OURO PARA FUGIR À CRISE

• PÁGINA 2 E 3

Censos em Agosto

OMISSÃO PODE DAR PUNIÇÃO

• PÁGINA 7

Casa própria

JOVENS DESCONFIAM DO GOVERNO

• PÁGINAS 6

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 20 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2392

Macau está atrás de Hong Kong ou Singapura quando o assunto é participação política e democracia. Dois estudiosos da China analisaram a situação local e concluíram que o Executivo está a falhar ao não ensinar o que é democracia ou participação cívica aos residentes. Sem educação, não haverá transparência, dizem eles. > PÁGINA 4

Vamos falar de democracia

Académicos sugerem ao Governo educar população

TEMPO POUCO NEBULADO MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 60-90% • CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2

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2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

Filipa [email protected]

CABE muita coisa no gigante casino--resort Venetian, sobretudo expecta-

tivas. Desde as dos clientes e hóspedes em busca do luxo, aos jogadores com ganas de fazer rolar a sorte no maior casino do mundo. Este ano o mega empreendimento de Macau foi a Meca de um outro colectivo: o Venetian recebeu seis estagiários do programa INOV Contacto – Estágios Internacionais para Jovens Quadros, da AICEP. A um mês de terminarem o estágio, todos eles já têm contrato para ficar.

“Fomos sortudos, procu-rávamos uma oportunidade e caímos de pára-quedas num sítio onde precisavam de nós, e onde existe uma

Venetian recruta seis jovens portugueses

Do oito para o oitentaChegaram em Janeiro para fazer estágio INOV Contacto e já têm emprego garantido por tempo indeterminado. E não é um emprego qualquer. Falámos com três dos jovens que trilharam o caminho da incerteza para a abundância em cinco meses

lacuna gigante em termos de recursos humanos”, explica Luís Cancela, o novo gestor de projectos do Paiza, uma das secções hoteleiras de luxo do Venetian, também com responsabilidades na área de marketing do casino Plaza. Fomos encontrá-lo no ‘food court’ do complexo onde às vezes almoça com as colegas

Adriana Lucas e Joana Reis. Não é que precisassem, já que, como os outros funcio-nários, os jovens chegados há cinco meses de Portugal têm direito a refeições gratuitas na cantina, entre outras rega-lias a que terão acesso quando forem oficialmente “da casa”.

Adriana já fixou parte da lista. Foi a primeira a saber

que ia ficar. “Logo no início perguntaram-me se tinha vindo com a perspectiva de me estabelecer por cá ou não. Como tinha estudado Turismo, a oportunidade de trabalhar num sítio como este era irrecusável”, explica. Um mês depois estava a ser--lhe oferecido um contrato sem termo com hipótese de

ter horizontes largos não é de agora. Quando termi-nou o ensino secundário o lisboeta rumou a Inglaterra para tentar a sorte. Acabou por se formar em Gestão Hoteleira, pela Metropoli-tan University de Londres, e acumular experiência profissional na área, mas a crise interrompeu-lhe os planos. “Quando acabei o curso, em 2009, rebentou aquela bolha chatíssima na Europa. A minha intenção era ter estendido a minha vida em Inglaterra mas não aconteceu”, conta.

Voltou para Portugal, onde desenvolveu com amigos o projecto de uma ‘guest house’/museu, a Casa da Pinheira, que chegou a alcançar um substancial sucesso mas, mesmo assim, não foi o suficiente para lhe encher as medidas.

progressão de carreira. Joana Reis, psicóloga a trabalhar no departamento de recursos humanos, tem a certeza: “Voltar para Portugal num futuro próximo está fora de questão”.

PASSAPORTE PARA O FUTUROPara Luís Cancela, 27 anos,

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3www.hojemacau.com.mo

“Falaram-me do programa INOV e dois dias antes de as candidaturas fecharem enviei a minha”, continua Luís. Demorou quatro meses “de desespero” a receber o email de aprovação, mas faltava saber o destino para onde ia ser enviado para estagiar durante seis meses.

“Como era do ramo ho-teleiro pensei que calharia em África, Brasil ou alguma unidade do grupo Pestana [onde já tinha trabalhado durante um ano]. Não es-tava preocupado, qualquer lugar servia, desde que não fosse Espanha.” Foi Macau, e agradou-lhe a ideia. Sobretu-do depois de perceber o que era o projecto megalómano chamado Venetian.

Adriana Lucas já co-nhecia o resort, conhecido por ser “o maior casino do mundo”. “Quando soube que vinha para cá foi uma alegria, disse logo que sim, nem pensei duas vezes”, admite a jovem portuense de 25 anos, formada em Turismo pela Universida-de de Coimbra e pela St. Mary’s University College, em Londres. Tal como Luís, também estava na capital britânica quando a recessão estourou, onde viveu duran-te quatro anos e trabalhou, entre outras coisas, como agente imobiliária e agente de viagens.

pessoas, todas chinesas) mas admite uma ou outra reticência. “A rigidez com os atrasos e alguma falta de proactividade. Uma das minhas funções é controlar o trabalho dos assistentes e percebi que tinha de andar ‘em cima deles’ e dar-lhes prazos constantemente para que cumprissem as tarefas. Acho que não fazem por mal, só que não percebem as noções de rigor e urgência e também têm medo de falar com os chefes. Se sabem fa-zer de uma forma, fazem só daquela e não questionam.”

Luís confessa que “foi um bocado chocante a vários níveis” ter de aprender a lidar com pessoas com uma maneira de estar “comple-tamente diferente” daquela a que estava habituado. “São mais exigentes, mas ao mesmo tempo parece que não dão valor nenhum àquilo que fazemos. Mas temos de dar-lhes tudo, porque há pessoas que vêm aqui gastar cinco milhões de dólares americanos num dia, e temos de lhes fazer as vontades todas.”

Joana Reis não gosta de lhes chamar problemas, mas antes “diferenças culturais”. Participar no programa INOV Contacto era um sonho antigo que a jovem de 27 anos, licenciada em Psicologia Organizacional,

que era bom vir para a China mas ao mesmo tempo tive receio por causa do ambiente de casino. Toda a gente me assustava, pessoas que já tinham vindo a Macau e que me diziam que era um am-biente um pouco insalubre e pouco idóneo, digamos.” Depois de uma chegada um pouco atribulada, mas com direito a estadia gratuita durante um mês no casino--resort, Joana confessa que só ainda não se habituou completamente à ausência de janelas no local de traba-lho. Até o jogo já lhe passa ao lado, como ao resto dos colegas.

“É uma fonte de entrete-nimento. Claro que existe o jogo patológico mas é uma minoria, encaramos que estamos aqui a fornecer entretenimento às pesso-as.” De resto, tinha noção de que o complexo feito à semelhança do homólogo norte-americano, instalado em Las Vegas, era um grande empreendimento, mas não tinha ideia dos lucros nem da quantidade de recursos humanos e projectos que geria. “Isto é um mundo”, atira a jovem.

CRISE, QUAL CRISE?Numa altura em que Por-tugal ultrapassa um perí-odo negro a vários níveis, milhares de jovens estão a aproveitar todas as oportu-nidades para deixar o país, e procurar oportunidades laborais ou académicas um pouco por todo o globo. “No meu grupo de amigos, que é extenso, assusta-me saber que já saíram do país uns cinco ou seis, entre África, América, Ásia e Europa, e o resto está tudo a querer sair”, atira Luís Cancela.

O regresso de um ‘boom’ da emigração pode ter, de acordo com o jovem, várias leituras. “Pode ser visto como algo benéfico para o país, em termos de qualifica-ção das pessoas que depois voltam, ou com dinheiro ou com experiência para ajudar a nação. Mas ao mesmo tempo é aquele sentimento egoísta de realmente ter vontade de fugir para salvar a pele”, explica. “A minha ideia teve um bocado dos dois, pensei que lá não ia sair da geração dos 600 euros e as minhas perspectivas não

eram aquelas, queria uma vida diferente para mim”, continua.

Joana Reis diz que tem tudo a ver com as expectati-vas dos jovens actualmente. “Há dez anos não imaginava estar em Macau, nem a ser quase forçada a emigrar. Eu até recebia bem antes de vir, o suficiente, mas acho que se trata acima de tudo da gera-ção hipotecada. Ou continu-as a viver ‘ad eternum’ em casa dos pais ou a arrendar uma casa partilhada. Não é uma questão de salve-se quem puder, é uma questão de ‘vou ver até onde consigo

muito mal, quase o ordenado mínimo, cerca de 500 a 600 euros. Aqui é completamente diferente. Não só se ganha muito bem a trabalhar num hotel, como temos a opor-tunidade de subir muito rápido de cargo. Em Portugal demoras anos a conseguir o que aqui alcanças em me-ses”, explica Adriana. “Eu vou triplicar o meu salário em Portugal”, dispara Luís. “Exige muito trabalho mas depois se calhar tens férias de sonho para o resto da vida.”

Apesar de ser consensual que a cidade não oferece as condições ideais em termos de ocupação do tempo livre, é por cá que estes jovens pretendem continuar, a curto e médio prazo. O Venetian é apenas um dos empreen-dimentos a absorver esta-giários INOV no território – e está inclusivamente a recrutar pessoas em Portugal através de anúncios públicos no jornal Expresso e no site Net Empregos.

ir porque aqui não consigo ir a lado nenhum’.”

Adriana e Luís partilham um apartamento na Taipa com outros três colegas, tam-bém colocados no Venetian. Foi a solução fácil encontra-da à chegada, que acabou por ser não só divertida como útil, mas o cenário está prestes a mudar. A entrada no “novo ciclo” trará salá-rios que permitirão outras benesses, uma vez que serão iguais, superiores e, num dos casos, muito superiores aos que recebiam em Portugal.

“Ao nível da hotelaria, por exemplo, lá ganha-se

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“Há dez anos não imaginava estar em Macau, nem a ser quase forçada a emigrar. Eu até recebia bem antes de vir, o suficiente, mas acho que se trata acima de tudo da geração hipotecada. Ou continuas a viver ‘ad eternum’ em casa dos pais ou a arrendar uma casa partilhada. Não é uma questão de salve-se quem puder, é uma questão de ‘vou ver até onde consigo ir porque aqui não consigo ir a lado nenhum’” - JOANA REIS

No Venetian, Adriana começou por exercer fun-ções administrativas na área de vendas, mas a partir do próximo mês começa a trabalhar como ‘business development executive’ na equipa que se ocupa do sector de convenções e ex-posições de Macau (MICE, na sigla inglesa). Não teve dificuldades em adaptar--se à estrutura (cerca de 50

tinha guardo na gaveta. Até tirou uma pós-graduação em Marketing para facilitar o processo. Decidiu-se a ar-riscar no ano passado, numa altura em que o contrato de prestação de serviços na empresa onde trabalhava estava prestes a terminar, e acabou por lhe calhar o Venetian na rifa.

“O sentimento foi dú-bio”, conta Joana. “Pensei

“Ao nível da hotelaria, por exemplo, lá ganha-se muito mal, quase o ordenado mínimo, cerca de 500 a 600 euros. Aqui é completamente diferente. Não só se ganha muito bem a trabalhar num hotel, como temos a oportunidade de subir muito rápido de cargo. Em Portugal demoras anos a conseguir o que aqui alcanças em meses” - ADRIANA LUCAS

EUA TERÃO QUE SE ADAPTAR AO CRESCENTE PODER DE PEQUIMO antigo secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, disse na sexta-feira em Toronto que, no século XXI, a China terá que aprender a “conter” o seu crescente poder, perante o qual os Estados Unidos terão de se redefinir. Kissinger, que liderou a política de abertura dos Estados Unidos perante a China na década de 70, assinalou também que o gigante asiático não irá tornar-se na potência dominante do século XXI pelos seus graves problemas domésticos. Kissinger, de 88 anos, falou sobre a relação entre a China e os Estados Unidos perante cerca de 2700 pessoas em Toronto no âmbito dos debates Munk realizados anualmente naquela cidade do Canadá.

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Vanessa [email protected]

OS residentes de Macau já “não vi-vem na casa dos outros”, como

nos tempos coloniais, mas continuam parados no tempo, o que distancia o território cada vez mais da evolução política e cívica vista em Hong Kong e Sin-gapura. Essa é a principal conclusão de um estudo publicado na última edição da “Revista da Administra-ção Pública de Macau” pelos académicos Yang Aiping e Luo Xinwu, da Universida-de Normal do Sul da China.

Num estudo compa-rativo entre as três cida-des, Macau fica sempre a perder. Para os autores de “Experiências da política de tomada de decisão dos governos de Hong Kong e Singapura e iluminação para o Governo de Macau”, a sociedade local é ainda muito “associativa ao invés de moderna”, o que faz com que a sua participação nas tomadas de decisão não tenha o mesmo impacto dos vizinhos. “Actualmente, a participação das pessoas nas questões públicas reali-zam-se mais na participação das associações em vez de uma associação directa”, escrevem os estudiosos.

A falha é que as asso-ciações estão cheias de funcionários públicos e per-sonalidades com interesses colaterais, o que leva com que as opiniões recolhidas pelo Executivo sejam tam-bém um reflexo daquilo que as autoridades locais gostavam de pôr em acção. “As pessoas sentem que [os opinadores] são o mesmo tipo de pessoas que vêm e vão. A maioria dos comités consultivos é conduzida por pessoas sem ligação ao

Governo não ajuda população a desenvolver-se mentalmente, diz estudo

O bê-á-bá da democraciaDois académicos chineses acabam de publicar um estudo a apontar que Macau está muito atrás de Hong Kong e Singapura em questões de transparência, democracia e participação pública. A culpa, apontam eles, é do Executivo local, que não tem conseguido educar a população para tais temas

Governo de Hong Kong, mas em Macau é o contrá-rio, já que os funcionários públicos lideram todos os órgãos consultivos.”

Os órgãos consultivos existentes no território estão ainda a gatinhar, quando de-veriam já ter ultrapassado a fase de organização e seguir para a institucionalização. “Os órgãos consultivos permanecem aos níveis semi-institucionalizados. Os problemas nessa área levam a que o processo e princípio do compromisso não sejam transparentes, os órgãos consultivos não são fiscalizados, o objecto de responsabilidade é bas-tante vago (...)”, apontam Yang e Luo. Tudo seria

“O Governo deve reforçar vigorosamente a construção de uma educação cívica e sociedade civil, promover as capacidades dos órgãos de participação, incluindo o público, as associações, as elites, os órgãos consultivos, devido os problemas de desenvolvimento de uma sociedade civil pobre e po-lítica associativa avançada.”

Depois de bem-educa-dos, os residentes deveriam ter à sua disposição mais canais para participar. “O Governo deve estabele-cer e melhorar os canais de participação directa com base na participação indirecta de dirigentes associativos e legisladores. Macau é uma mini-cidade e as autoridades executivas devem reunir e solicitar as opiniões dos interessados nas suas respectivas po-líticas, deixando que eles tenham a oportunidade de expressar os seus pontos de vista total e directamente no processo de elaboração da lei ou formulação da política”, sugerem os espe-cialistas do Departamento de Administração Pública. Só assim é que será possível criar políticas ajustadas à realidade local e se irá me-lhorar o processo político transparente.

CENTRALIZAREnquanto que em Hong Kong há a Unidade de Política Central para fazer estudos, em Macau, como explicam os académicos, não há um sistema defini-do para a coordenação de políticas. Os estudiosos acreditam que uma boa solução seria permitir que o próprio Gabinete do Chefe do Executivo funcionasse como um coordenador central, com os gabinetes de secretários a colaborarem sem que haja a sobreposição de funções.

No estudo fala-se ainda de mudanças no Gabinete da Reforma Jurídica, que deveria ter um papel impor-tante na questão da centrali-dade. Os académicos falam que todos os projectos de lei deveriam ser submetidos a este gabinete antes de an-darem para frente, de modo a “corrigir os problemas convergentes entre o direito e a política”.

1. O Governo deveria não só dar importância ao “ambiente suave”, mas também reforçar a construção do sistema “duro” e criar um bom ambiente e condições para a participação dos cidadãos na tomada de decisões, a fim de aumentar o nível de institucionalização da participação pública e habilidades de envolvimento cívico

2. O Governo deve prestar mais atenção à tomada de decisão institucionalizada e rotineira, de modo que as políticas públicas tenham regras a seguir

3. Os mecanismos de coordenação central das políticas devem ser reforçados, a fim de melhorar a previsibilidade da política pública

As três recomendaçõesfacilmente resolvido caso fosse adoptado um sistema de coordenação central dos mecanismos das políticas de tomada de decisão.

EDUCAÇÃO PRECISA-SEPara os estudiosos, todas as falhas são consequência de um mal maior: a falta de consciência da popula-ção sobre o seu poder de mudança. Sem que todos queiram, por iniciativa pró-pria, participar, não estarão reunidas condições “para a participação dos cidadãos na tomada de decisões, a fim de aumentar o nível de institucionalização da participação pública e ha-bilidades de envolvimento cívico”.

Na educação cívica, os académicos frisam que o Executivo da RAEM está a falhar. E muito. Portanto, a dupla recomenda que o Go-

verno ensine os conceitos de democracia, consciência pa-triótica ou Estado de direito na escola, dentro de casa e nas conversas de majong.

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5www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

VAI chamar-se Macau-Inves-timento e Desenvolvimento,

S.A. e será a empresa responsável pelo financiamento da gestão e exploração da zona industrial da Ilha da Montanha. Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo da RAEM, anunciou na sexta-feira a criação desta sociedade anónima, inserida no Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau.

A funcionar na dependência da Secretaria para a Economia e Finanças, a Macau-Investimento e Desenvolvimento tem um capital social inicial de 400 milhões de patacas injectados pelo Governo da RAEM, de onde sai 94% do va-lor proveniente do erário público, pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização

GOVERNO CRIA EMPRESA PARA FINANCIAMENTO DAS INDÚSTRIAS DA ILHA DA MONTANHA

A passos largos para a construção

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(FDIC) e pelo Instituto de Promo-ção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Apesar da empresa estar des-tinada à gestão e exploração das entidades que vão preencher a Ilha da Montanha, são as indústrias de Medicina Tradicional Chinesa e as criativas, culturais, de educação e formação quem vai ter prioridade.

Leong Heng Teng acredita que desta forma se seguem “as políticas de cooperação regional e diversificação económica” do território, bem como “o desen-volvimento diversificado das indústrias empresariais”.

Sem avançar com datas con-cretas para a entrada em funcio-namento da Macau - Investimento e Desenvolvimento, o porta-voz do Conselho Executivo frisou a importância que estes trabalhos têm para a RAEM e defende ra-pidez na criação da sociedade. “A

promoção e o desenvolvimento destas empresas na Ilha da Monta-nha é de grande importância para Macau e temos de avançar muito rápido”, salientou Leong Heng

Teng, acrescentando, no entanto, que “devem ser cumpridas todas as legislações”.

Dentro dos objectivos de finan-ciamento estão, não só a gestão,

mas também a concepção e explo-ração dos espaços das entidades que querem estabelecer-se na Ilha da Montanha. Desde a aquisição à locação de espaços e ao apoio ao cliente, a Macau - Investimento e Desenvolvimento pode ainda estabelecer acordos com empresas públicas ou privadas e participar no capital de sociedades ou con-sórcios.

Após a aprovação em regu-lamento administrativo, esta sociedade anónima entra em funcionamento no prazo máximo de cinco dias.

Recorde-se que a Ilha da Mon-tanha é explorada conjuntamente com Macau e Guangdong e tem como destino a implementação de entidades relacionadas com a pesquisa científica, as indústrias criativas e culturais e de desenvol-vimento tecnológico, numa área de cinco quilómetros quadrados. Para já, só as obras do Parque de Medicina Tradicional Chinesa tiveram início, uma vez que se aguarda a aprovação de legisla-ções e regulamentos da parte do Governo Central.

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 198/2011(Pagamento da multa aplicada)

Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do artigo 14.º e do artigo 15.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 --- Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho conjugados com os artigos 58.º, 72.º n.º 2 e 136.º n.º 2 do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação da transgressora da Notificação n.º97/R/2011, sociedade “Bold Vision Investimento (Macau), Limitada”, sita na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 39, Ed-ifício “Central Plaza”, 15.º andar A, Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação dos presentes éditos, proceder ao pagamento da multa aplicada na aludida notificação, no valor de Mop$30.000,00 (trinta mil patacas), por prática das transgressões laborais previstas no n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 7/2008 – Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, e punidas na alínea 2) do n.º 1 do artigo 88.º da mesma Lei, devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova do pagamento efectuado.

A cópia da informação e do despacho, a notificação e a guia de depósito deverão ser levan-tados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por estes Serviços.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, as cópias de todos os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serão remetidos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para ser efectuada a cobrança coerciva nos termos legais.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 13 de Junho de 2011.

O Chefe do Departamento Subst.º

João Paulo Sou

Esta Direcção dos Serviços pretende recrutar pessoal para o preenchimento dos seguintes lugares:

1. Categoria:• 6 lugares de Técnico Superior de 2ª classe, 1º escalão (Área de Planeamento Urbanístico ou Arquitectura) [nº DPU/TS-UR-AR06/2011];

2. Forma de provimento:Contrato além do quadro, conforme o previsto no “ETAPM”, precedido de uma duração experimental de 6 meses em regime de contrato de assalariamento.

3. Requisitos gerais:(a) Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau;(b) Satisfazer os requisitos gerais para o desempenho de funções previstas nas alíneas b) a f) do nº 1 do artigo 10º do ETAPM.

4. Condições de admissão necessários e detalhes:Para mais detalhes os interessados poderão consultar o website http://www.dssopt.gov.mo desta Direcção de Serviços ou dentro do horário de expediente consultar nos expositores da DSSOPT, colocados no rés-do-chão do Edifício CEM, sito na Estrada D. Maria II.

5. Remunerações e regalias:Remunerado pelo índice 430 (conforme Mapa 2 do Anexo 1 da Lei n.º 14/2009, de 3 de Agosto), e as demais regalias definidas no Regime Jurídico da Função Pública.

6. Método de selecção:Os candidatos que reúnam as condições exigidas serão sujeitos a uma prova escrita de conhecimentos e os primeiros 30 candi-datos que obtenham o valor mais elevado e os candidatos que obtenham um valor igual ao 30º classificado passarão às fases de entrevista profissional e avaliação curricular. A admissão será segunda a ordem do valor final obtido.

7. Prazo de inscrição:De 27 de Junho de 2011 a 8 de Julho de 2011.

8. Forma de apresentação de candidatura:Os candidatos poderão entregar os documentos durante o horário de expediente no Departamento Administrativo e Financeiro, sita na Estrada D. Maria II, Edifício CEM, 4º

andar desta Direcção de Serviços. Não serão consideradas as candidaturas apresentadas anteriormente para as funções inerentes ao referido recrutamento, devendo por isso os interessados apresentar novas candidaturas.

9. Documentos a apresentar para a inscrição:Devem ser entregues, até ao termo do prazo estabelecido para a apresentação de candidaturas, todos os documentos abaixo referidos (devem os mesmos ser acompanhados pelos originais dos documentos para efeitos de verificação):(a) Boletim de inscrição devidamente preenchido (adquirido na Secção de Atendimento e Expediente Geral da Divisão Administrativa ou através do download no website desta Direcção dos Serviços: www.dssopt.gov.mo);(b) Cópia do Bilhete de Identidade de Residente Permanente (incluindo a parte da frente e o verso na mesma página, em folha A4);(c) Nota curricular detalhada (o canto direito inferior de cada folha deve ser rubricado e podem ser entregues a cópia dos documentos comprovativos de experiência profissional);(d) Cópia dos documentos comprovativos das habilitações literárias;Os candidatos vinculados à Função Pública têm de entregar o registo biográfico emitido pelo respectivo Serviço, no qual constam, designadamente, os cargos anteriormente exercidos, as actuais carreira e categoria, a natureza do vínculo, a antigu-idade na categoria e na Função Pública e as classificações de serviço (Caso os candidatos sejam trabalhadores da DSSOPT, ficam dispensados da apresentação do registo biográfico).

10. Nota:(a) A lista de candidatos admitidos será afixada nos expositores colocados no rés-do-chão do Edifício CEM, sito na Estrada D. Maria II, e disponibilizada também no website desta Direcção dos Serviços: www.dssopt.gov.mo;(b) Todos os documentos entregues pelos candidatos destinam-se exclusivamente para efeitos do presente recrutamento.

11. Informações:Em caso de dúvidas, queiram contactar durante o horário de expediente as Sra. Chan (8597 7611) ou Sra Leong (8597 7683).

DSSOPT, aos 09 de Junho de 2011.

O Director dos Serviços,

Jaime Roberto Carion

Aviso de Recrutamento

MACAU E FUQUIAN UNEM-SE PELA LUSOFONIAO Chefe do Executivo teve durante o fim-de-semana uma série de encontros oficiais com altos dirigentes da província de Fuquian. A principal conclusão de deslocação de Chui Sai On a Fuzhou foi a concordância de ambos os lados em fazerem um encontro anual bilateral ao mais alto nível. Segundo a representação de Fuzhou, os dois territórios podem intensificar a cooperação a vários níveis, incluindo em termos de turismo, desenvolvimento da zona de Ping Tan e aproveitamento da posição de Macau para o reforço das relações com a União Europeia e os Países de Língua Portuguesa. Já Chui Sai On afirmou que Macau vai dar mais um passo no papel de plataforma de serviços e cooperação económica e comercial entre a China e os países de expressão portuguesa.

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Virginia [email protected]

A procura de habitação por parte da geração nascida depois de 1980 é significativa

no mercado imobiliário em Macau. Mas os jovens acabam por encontrar obstáculos que acabam por ser decisivos para a sua desistência de adquirir um imóvel. Essa e outras particularidades do mercado imobiliário da Macau de hoje em dia foram discutidas por especialistas na conferência “Tendências e Políticas do Mercado Imobiliário de Ma-cau”.

Um sentimento de descon-fiança em relação ao Governo e aos empresários parece generalizado nos jovens, que normalmente acabam por achar praticamente impossível conseguir comprar casa num futuro próximo, assinalou Pong Kai Fu, vice-presidente da União Acção de Três Déca-das de Macau. Para os nasci-dos depois de 1980, a ideia de adquirir uma moradia própria leva-os a trilhar um caminho agreste, por entre o sonho e a realidade, mas quase sempre

DENTRO dos sapatos ou dentro do próprio corpo,

várias pessoas têm sido apa-nhadas a tentar levar drogas para a China Continental através de Macau. A Polícia Judiciária (PJ) deu conta de mais três casos em que foram encontradas quantidades significativas de substâncias ilegais e que podem estar relacionados com máfias sul--americanas de narcotráfico.

Nos três casos agora des-cobertos, que originaram três detenções, o tráfico era reali-zado por indivíduos vindos em voos da Malásia para Ma-cau, com a intenção de cruzar depois a fronteira para levar o produto para a China Conti-nental. Com as três detenções, a PJ apreendeu mais de 1,1 quilo de cocaína e cerca de dois quilos de heroína, num valor total estimado de cerca

Juventude com grandes dificuldades para conseguir comprar habitação

Esta cidade não é para jovensAinda na observação de

tendências, Tommy Lau ob-servou que as pessoas que ainda não possuem casa estão a manifestar um crescente interesse pela opção China. Comprar habitação e ir viver do outro lado da fronteira aparece como uma forma cada vez mais atraente de fugir aos altos preços do mercado imobiliário de Macau. Essa tendência pode levar a um au-mento significativo dos fluxos de capitais e pessoas à escala regional, notou o responsável.

“Deve ou não a habitação económica ser absorvida pelo mercado privado?” - esta foi outra das questões abordadas na conferência e uma das mais controversas, que tem alimentado longos debates nos últimos tempos. Song Yu, professor assistente da Faculdade de Gestão e Admi-nistração da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), é contra. Para se con-cretizar como uma verdadeira política social, a habitação económica deve desenvolver a sua função de mecanismo de segurança social de forma optimizada, até para evitar qualquer problema posterior que possa ter lugar após o pe-ríodo de interdição à revenda da habitação económica, tal como a interferência sobre os mecanismos de investimento e o sistema de preços original do mercado de propriedades privadas.

sem chegar a lado nenhum. Os altos preços deixam a juventude sem alternativas a não ser procurar empregos mais bem pagos.

Possuir uma casa é o sonho básico da maioria das pessoas, sobretudo na cultura chinesa. Pong explicou haver dois níveis de preocupações para os jovens que desejam comprar casa. Primeiro: a falta latente de auto-confiança. Depois, a falta de confiança na sociedade. Muitos jovens estão convencidos de que não têm capacidade para subir a escada social em direcção a um melhor salário e à pos-sibilidade de conseguirem fazer face aos altos preços da habitação. Isso reflecte, para o responsável, que eles têm sido sobre-protegidos durante demasiado tempo e acusam uma enorme falta de competi-tividade. Sugestão: o Governo deve melhorar os sistemas de educação e mecanismos de competição. A falta de con-fiança na sociedade, no sector empresarial e no Governo é também sintomática.

O aumento dos preços no mercado residencial, assina-lou Pong Kai Fu, tem-se veri-

ficado de forma imprevisível, deixando os jovens assustados em relação aos aumentos súbitos e fazendo com que se apressem a tentar comprar casa. Isto porque não acredi-tam que o Governo tenha a capacidade e a determinação necessárias para ajudar os residentes a resolverem os seus problemas de habitação. “Comprar uma casa é usar as nossas próprias mãos em vez de depender do Governo”, observou, sublinhado ser indispensável “uma situação em que o mercado imobiliário esteja a desenvolver-se de for-ma saudável”. Por isso, o res-ponsável sugeriu ao Governo que implementasse planos de longo prazo para as políticas habitacionais e reforçasse a transparência da mensagem

de forma a fomentar uma to-mada de decisão “científica” e a publicitação. Pong apelou ao Governo para que acelerasse a concretização das políticas.

MODO HONG KONGO mercado de compra e venda de imóveis em Macau está a tornar-se cada vez mais semelhante ao de Hong Kong, onde o imobiliário se tem consolidado ao longo dos anos como uma das mais importantes formas de inves-timento, referiu na mesma conferência Tommy V.S. Lau, presidente da Associação de Construtores Civis e Empre-sas de Fomento Predial de Macau. Actualmente, referiu, o mercado imobiliário está em plena “guerra de atrito finan-ceiro” entre compradores e

proprietários. No momento, o mercado está sobreaquecido e à espera de acabar de queimar todo o “combustível” (capital para investimento em imobi-liário) ou a tentar aumentar a oferta, acelerando a com-bustão do capital de forma a que isso leve a um ponto de inflexão nos preços.

Para já, os preços no mer-cado imobiliário continuam a aumentar. As pessoas que já realizaram o objectivo de possuir casa própria passam, em geral, rapidamente à fase seguinte: comprar uma casa melhor para elevar o seu nível de vida. Também por isso é que, cada vez mais edifícios novos estão a posicionar-se num escalão habitacional de luxo, acompanhando a actividade do investimento. Para quem não tem casa, por outro lado, o rápido aumento dos preços das moradias torna cada vez mais difícil conse-guirem comprar casa. Aos jovens que querem comprar casa, Tommy Lau deixou um conselho: avaliem racional-mente a sua capacidade de cumprimento e observem a situação do mercado de forma cuidadosa.

PJ ANUNCIA TRÊS CASOS DE TRÁFICO DE DROGAS ATRAVÉS DA FRONTEIRA

Macau placa giratória de narcotráfico-se envolvida num esquema em que teria de transportar droga até Guangzhou, não tendo recebido até então o montante prometido, mas apenas algumas centenas de patacas para a viagem.

O restante caso agora di-vulgado é em tudo semelhan-te ao da sul-africana Moera-ne, desta vez com um jovem indonésio de 23 anos e nome Habibi. O suspeito admitiu à PJ que transportava droga e contou ter sido levado por uma mulher para a Malásia para realizar a operação, tendo tido então de engolir 40 “ovinhos” de cocaína – um carregamento avaliado em 350 mil patacas – e apanhar o voo para Macau e seguir depois para Guangzhou. Até à sexta-feira passada, Habibi já tinha expelido toda a droga do seu corpo. - V.L.

de 4,6 milhões de patacas. Um dos suspeitos já tinha efectuado uma operação semelhante com sucesso na semana passada. Os outros dois tiveram de ir à Argentina engolir pequenos pacotes com a droga que levaram para a Malásia, para depois trazerem para Macau.

Na terça-feira passada, por volta das 9h, uma cida-dã sul-africana de 27 anos e nome Moerane, que vinha num voo da Malásia para Macau, foi interceptada e revistada pela PJ no aeropor-to. A suspeita viria a admitir que transportava drogas dentro do próprio corpo, e

a ser detida e enviada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, para se sub-meter a uma radiografia. O exame revelou que a mulher tinha no seu organismo uma quantidade impressionante de cocaína, embalada em pequenos pacotes em forma de ovo. Até passados dois dias, a suspeita viria a expe-lir um total de 98 “ovinhos” de cocaína, com um valor de aproximadamente 2,6 milhões de patacas.

Moerane indiciou à PJ que trabalhava na Malásia e que tinha travado conhe-cimento com os membros de um bando de traficantes

através do seu trabalho. Estes ter-lhe-ão oferecido cinco mil dólares (39,5 mil patacas) para ajudar no tráfico, num esquema que já vinha sendo utilizado. Conforme explicou à PJ, o trajecto começa com uma viagem à Argentina para engolir os pacotinhos de droga, segue-se um voo para a Malásia e, de lá, para Macau, sendo esta utilizada como entreposto de transfe-rência para fazer as drogas chegarem até Guangzhou.

No mesmo dia em que Moerane foi detida, por volta das 10h, uma outra mulher chegava da Malásia transportando drogas, desta

vez escondidas em comparti-mentos secretos nos sapatos. A suspeita, uma mulher de 45 anos e apelido Yim, originária da província de Hubei, na China Central, foi intercepta-da no exame de raios-X que detectou compartimentos se-cretos nos sapatos e bagagens de mão, pelos quais haviam sido distribuídos 16 pacotes de heroína, com um peso total de 1,62 quilos, avaliados em 1,65 milhões de patacas. A suspeita alegou à PJ que uma pessoa lhe tinha dito que lhe arranjaria trabalho na Malásia com um salário de pouco mais de 10 mil patacas. Ao chegar ali, no entanto, viu-

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SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011

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MAIS UM CASINO A CAMINHO DO COTAIO projecto Macau Studio City tem previsto um casino para funcionar com 300 a 400 mesas de jogo e 1200 slot machines, revelou Lawrence Ho, que aponta a primeira metade de 2015 como a nova data de abertura do empreendimento. Com um terreno garantido no Cotai, a zona de aterros entre as ilhas da Taipa e de Coloane, onde estão a ser desenvolvidos e já em operação vários empreendimentos de turismo e jogo, o Macau Studio City foi adquirido em 60% pela Melco Crown, uma joint-venture que conta com Lawrence Ho, filho de Stanley Ho. Citado pelo Wall Street Journal, Lawrence Ho disse que o projeto deverá obrigar a um investimento de 1,7 mil milhões de dólares e incluirá 2000 quartos de hotel, 200 mil metros de área comercial e espaço de jogo.

Joana [email protected]

REALIZA-SE de 12 a 26 de Agosto e de 1 a 9 de Setembro a recolha de informação para os Cen-

sos 2011. Pela segunda vez desde a transferência de Macau para a China, vão ser postos em papel dados relativos às características demográficas e socioeconómicas da população e à situação geral de habitabilidade do território.

As respostas aos questionários dos Censos “são obrigatórias”, lem-brou Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, sendo apli-cadas sanções a quem não cumpra este requisito. “Não responder é uma ilegalidade. As multas podem ir de 500 a 2500 patacas e pagar a multa não significa ficar isento de preencher o questionário”, avançou a directora dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a

A “valorização da língua portuguesa continua a

ser o grande problema” em Macau, disse o presidente da Associação dos Macaenses, que este ano celebra 15 anos com iniciativas culturais, incluindo o concurso de design “Macau, uma casa para todos”. Em declarações à agência Lusa, Miguel de Senna Fernandes sublinhou que “há muito macaense que deixou de falar português e que não domina a escrita da língua chinesa”, o que traz algumas dificuldades, inclusive profissionais.

“Ainda bem que o Gover-no Central quer uma maior aproximação aos países de língua oficial portuguesa, e que escolheu Macau como plataforma de entendimento entre Portugal e a China”, afirmou, ao considerar que “a língua portuguesa tem de ser protegida”.

É precisamente “no en-tendimento secular dos po-vos” e na “co-existência

Censos 2011 avançam em Agosto e Executivo deixa alerta

“Não responder aos censos é uma ilegalidade”

ASSOCIAÇÃO DOS MACAENSES ASSINALA 15 ANOS COM PROGRAMA CULTURAL

Valorizar a língua esquecida

entidade responsável pela recolha das informações.

O projecto de regulamento administrativo respeitante aos Censos deste ano foi apresentado na sexta-feira por Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Exe-cutivo. Sem grandes alterações relativamente ao último Censo, realizado em 2001, vêm juntar-se às questões básicas como nome, idade, sexo e estado civil, o “motivo da vinda para Macau de quem não é natural do território e em que situação vive”, “o número de anos em que os deficientes padecem de anomalias” e “o número de quartos por unidade habitacional”.

De novo chega a possibilidade de um dos dois tipos de ques-tionário - o curto, destinado ao preenchimento das características básicas -, ser preenchido on-line. Para quem for a seleccionado a responder ao questionário longo - no qual terá de dar informação

sobre níveis académicos, condições perante a actividade económica, etc -, os funcionários da DSEC utilizam um computador portátil, para que a informação seja escrita de forma mais prática e rápida.

Aos agregados familiares que residem “num sétimo das fracções autónomas de Macau” respondem ao tipo longo do questionário, en-quanto os restantes “seis sétimos” ao tipo curto. Estas são informações que, realça Leong Heng Teng, podem permitir ao Executivo acompanhar o desenvolvimento social e conhecer as características dos grupos populacionais do ter-ritório, “melhorando as políticas científicas e ir de encontro aos interesses que os residentes de Macau têm em relação às condições habitacionais”.

Todas as informações reco-lhidas para os Censos 2011 são destruídas no prazo de um ano, a contar finda a data permitida para a recolha de dados, e os cerca de 2500 trabalhadores contratados provisoriamente são obrigados a preencher um compromisso de sigilo da não divulgação das infor-mações, inclusive após terminarem funções, sob pena de lhes serem aplicadas sanções “disciplinares, penais, civis” e monetárias.

Prevê-se que o questionário chegue até cerca das 240 mil fracções autónomas do território, precedido de um aviso por carta.

pacífica” que é inspirado o “Macau, uma casa para todos”, concurso que irá escolher o desenho do selo comemorativo do 15.º aniver-sário da associação. “Todos podem participar no concur-

so [aberto até 16 de Julho], desde que tenham mais de 21 anos e residam em Macau”, explicou Miguel de Senna Fernandes, justificando a escolha do tema pela “mul-ticularidade, naquela que é

a verdadeira essência e mi-lagre” do território, uma vez que “portugueses e chineses viveram sempre paredes--meias, sobre chão comum, sem disputas étnicas”.

A Associação dos Maca-

enses (ADM) foi fundada a 30 de Setembro de 1996, mas o aniversário vai ser celebrado a 7 de Outubro, num jantar de entrega dos prémios do concurso de design do selo comemorativo, cujos valores monetários variam entre as mil e 3500 patacas .

Na presidência há três mandatos, Miguel de Sen-na Fernandes, apontou o rejuvenescimento da massa associativa como o grande desafio da Associação dos Macaenses a curto prazo, “sob pena de se morrer quando se recorre a fórmu-las já gastas”. Observando a necessidade de “sangue novo”, o presidente da ADM explicou que “a renovação é sinal de vitalidade”, e que “no contexto de Macau, o associativismo é muito im-

portante”, dando o exemplo da “maior visibilidade” con-seguida pela associação para a comunidade nos últimos 15 anos.

A Associação dos Maca-enses luta ainda pelo alarga-mento da sede, actualmente a ocupar um “espaço exíguo”, tema que tem vindo a ser objecto de conversação com o Governo local, segundo Miguel de Senna Fernandes. Para assinalar os 15 anos, a ADM tem ainda previstas duas outras iniciativas de carácter cultural: uma exposi-ção fotográfica com trabalhos de amadores, a exibir em No-vembro, e um álbum de fotos da comunidade macaense, uma “experiência piloto, que pretende dar a conhecer o que foi o convívio dos macaen-ses”, baseada no acervo da associação e em imagens ce-didas por particulares, além de manter a co-organização do arraial de São João em Macau, com outras cinco unidades associativas.

DADOS SOBRE OS CENSOSOs primeiros censos realizados no território datam de 1867 e, nessa altura, foi contabilizada uma população de 80 mil pessoas. Até agora, realizaram-se 14 recenseamentos, tendo sido o último em 2001. Nesses, foram contadas 435.235 pessoas, mas no fim de 2010 sabe-se que este número ultrapassou os 550 mil indivíduos.

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8www.hojemacau.com.mo vida

Clickecológico

EM NOME DAS TARTARUGAS

• Crias de tartaruga-comum (“Caretta caretta”) acabam de ser libertadas na praia de Amoladeras, na reserva natural de Cabo de Gata, no Sul de Espanha, no âmbito de um projecto de reintrodução da espécie no Mar Mediterrâneo.

Crianças japonesas usam aparelhos para medir radioactividade

Alerta na mochila

CHINA | PROJECTO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PARA QINGHAI O Conselho de Estado chinês pretende elaborar um plano de manutenção do ecossistema e protecção ambiental do planalto Qinghai -Tibete. O programa pode vir a ter lugar nas próximas duas décadas. As regiões abordadas pelo projecto são Tibete, Qinghai, Sichuan, Yunan, Gansu e Xinjiang, pois abrigam importantes biomas do país. Graças aos esforços feitos pelo Governo Central, estas regiões têm demonstrado melhoras significativas neste sentido. Ainda existem, no entanto, desafios motivados pelas complicadas condições naturais e desordenada estrutura industrial da zona.

Planetaem números

È o numero de energias consumidas por cabeça em Macau no ano de 2006 registado pela Divisão de Es-tatística das Nações Unidas

1.640

Cerca de 34 mil crianças de Fukushima, cidade do Norte do Japão próxima da central nuclear danificada, vão passar a levar na mochila aparelhos para medir a radioactividade

TODAS as crianças dos quatro aos 15 anos vão receber, em Setembro, aparelhos para medir a sua exposição à radioactividade, na sequência da crise nuclear desenca-

deada a 11 de Março. Durante três meses vão andar com eles para todo o lado. Além disso, os aparelhos também serão entregues aos pais de crianças com menos de três anos de idade, se os pedirem.

Segundo a agência de notícias japonesa Kyo-do, o município de Fukushima vai recolher dados daqueles aparelhos uma vez por mês e analisá-los em cooperação com instituições de saúde. Uma iniciativa semelhante foi adoptada pelas cidades de Date e Kawamata, também na província de Fukushima. “Acreditamos que a distribuição destes aparelhos vai contribuir para tranquilizar as famílias se as medidas confirmarem que a saú-de das crianças não está ameaçada”, comentou à agência AFP um responsável do município.

Desde o começo da crise nuclear, os pais de Fukushima – capital da província com o mesmo nome, situada fora da zona de exclusão de 20 qui-lómetros em redor da central - têm levado as suas preocupações ao Governo de Tóquio, receando que as fugas de radioactividade possam aumen-tar as possibilidades de os seus filhos desenvol-verem leucemia ou outros tipos de cancro. A 27 de Março, o Ministério da Educação respondeu

Patrícia [email protected]

DE acordo com o Gabinete para o Desenvolvimento do Sector

Energético (GDSE), as falhas de energia ocorridas nos dias 2 e 3 deste mês deveu-se à uma avaria dos cabos eléctricos e transformadores, afec-tando mais de 6000 consumidores na zona norte da cidade. Na sexta-feira,

O director da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Cheong Sio Kei, afirmou que

o Governo está empenhado em promover a redução de resíduos directamente na fonte e que não está nos pla-nos construir mais um incineradora para dar vazão às toneladas de lixo produzidas diariamente no território.

As declarações foram feitas durante durante uma reunião com uma delegação dos representantes da Assembleia Popular de Shenzhen, que visitou as infra--estruturas ambientais de Macau. Para o responsável, a protecção ambiental não se limita ao nível técnico, mas também tendo em consideração o sentimento da

CEM LEVA PUXÃO DE ORELHAS DO GOVERNO DEVIDO AOS APAGÕES DESTE MÊS

Novo apagão em Macau

dizendo que iria cumprir o limite de exposição à radioactividade dos alunos de 1 millisievert, ou menos, por ano, nos espaços escolares. Segundo a agência Kyodo, muitas escolas na província decidiram agir por si e proibiram os alunos de usar os pátios exteriores ou decidiram remover solo contaminado.

Na semana passada, a organização ecologista Greenpeace apelou ao Governo nipónico para ordenar a retirada de crianças e grávidas da cidade de Fukushima.

TEPCO VAI “TAPAR” CENTRAL NUCLEAREntretanto, continuam os trabalhos para tentar estabilizar a central de Fukushima 1. Na semana passada a Tepco, empresa proprietária do com-plexo, revelou como pretende “tapar” os edifícios dos reactores. As coberturas, com estrutura de aço, terão 42 metros de comprimento e 54 metros de altura e ficarão assentes em quatro pilares que serão construídos em redor do edifício do reactor.

De acordo com um comunicado da Tepco, “a cobertura pretende evitar a difusão de materiais radioactivos (libertados pelo reactor, vapor de água das piscinas de arrefecimento, detritos e poeiras tóxicas) e a entrada de água da chuva no interior dos edifícios dos reactores”. A em-presa garante que a estrutura “é segura contra sismos e ventos”. A empresa prevê instalar estas coberturas nos edifícios dos reactores 1, 3 e 4 a 27 de Junho. Mas para evitar a exposição dos funcionários à radioactividade, as várias partes da estrutura, cada uma com dezenas de metros de diâmetro, serão montadas num armazém da Tepco em Iwaki. Depois serão transportadas por um ferry até à central nuclear, onde serão instaladas com a ajuda de gruas. Apesar de tudo, a empresa explica que a instalação destas cobertu-

população. Assim, as acções de protecção ambiental no futuro “serão promovidas através da sensibilização, do encorajamento e da legislação”. No que diz respeito às infra-estruturas ambientais, será reforçada a sua supervisão rigorosa e elevado o grau de transparência de informações. A meta é intensificar a fiscalização pela sociedade, ou seja, com base em denúncias e sugestões feitas por parte da população.

O responsável da DSPA considera que a gestão urbana e os planos ambientais de Shenzhen estão numa posição mais avançada a nível da China, o que pode significar um “bom exemplo” a ser seguido por Macau. O Governo local revelou ter esperança que as duas cidades reforcem intercâmbios no que diz respeito à cooperação regional, a sensibilização e educação ambiental, a partilha de experiências sobre as infra-estruturas ambientais, com vista a construir, em conjunto, cidades de qualidade mais habitáveis.

Sendo assim, o subchefe do Conselho Permanente da Assembleia Popular da Cidade de Shenzhen, Zhou Guangming, afirmou que as duas regiões poderão refor-çar a cooperação em diferentes âmbitos, designadamente a partilha de experiências na sensibilização e educação ambiental, com o intuito de elevar o nível de conheci-mento da sociedade sobre a protecção ambiental. - P.F.

Macau voltou a viver o seu terceiro apagão só neste mês. Desta vez, foi a vez de cerca de 2000 clientes da CEM terem ficado sem energia na zona dos Três Candeeiros.

A CEM garante que irá proceder à revisão das condições da rede de dis-tribuição energia eléctrica, e a definir um plano de médio e longo prazo por forma a reforçar a fiabilidade da rede. No entanto, o Governo exigiu à

concessionária a realização de uma reavaliação total do actual mecanis-mo de exame, além de avançar para a reparação de restabelecimento do fornecimento de electricidade. Através de um comunicado, o GDSE acrescentou que a operadora deve elaborar um processo claro de tra-tamento e, especialmente, reforçar a formação profissional dos seus funcionários, para aumentar a ca-pacidade de resposta no tratamento de falhas imprevistas. O objectivo é solucionar mais rapidamente a reposição da electricidade em casos de avarias.

Além disso, o Governo exigiu que a CEM, através de uma terceira parte independente e idónea, prestasse assistência no acompanhamento dos apagões e entregasse uma tabela com a calendarização da implementação dessas acções. O GDSE deixou ainda uma ameaça no ar. Segundo a nota oficial, o Governo lembra que CEM as-sumiu a responsabilidade e dever de garantir um fornecimento de energia eléctrica contínuo, estável e ininter-rupto e que, mediante os apagões, as autoridades vão dar “seguimento ao caso” e vão estudar “qual a respon-sabilidade da CEM à luz dos termos do contrato de concessão”.

GOVERNO COMPROMETE-SE A NÃO CONSTRUIR MAIS INCINERADORAS

Tratar o lixo na fonte

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EM NOME DAS TARTARUGAS

• Crias de tartaruga-comum (“Caretta caretta”) acabam de ser libertadas na praia de Amoladeras, na reserva natural de Cabo de Gata, no Sul de Espanha, no âmbito de um projecto de reintrodução da espécie no Mar Mediterrâneo.

Crianças japonesas usam aparelhos para medir radioactividade

Alerta na mochila

CHINA | PROJECTO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PARA QINGHAI O Conselho de Estado chinês pretende elaborar um plano de manutenção do ecossistema e protecção ambiental do planalto Qinghai -Tibete. O programa pode vir a ter lugar nas próximas duas décadas. As regiões abordadas pelo projecto são Tibete, Qinghai, Sichuan, Yunan, Gansu e Xinjiang, pois abrigam importantes biomas do país. Graças aos esforços feitos pelo Governo Central, estas regiões têm demonstrado melhoras significativas neste sentido. Ainda existem, no entanto, desafios motivados pelas complicadas condições naturais e desordenada estrutura industrial da zona.

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dizendo que iria cumprir o limite de exposição à radioactividade dos alunos de 1 millisievert, ou menos, por ano, nos espaços escolares. Segundo a agência Kyodo, muitas escolas na província decidiram agir por si e proibiram os alunos de usar os pátios exteriores ou decidiram remover solo contaminado.

Na semana passada, a organização ecologista Greenpeace apelou ao Governo nipónico para ordenar a retirada de crianças e grávidas da cidade de Fukushima.

TEPCO VAI “TAPAR” CENTRAL NUCLEAREntretanto, continuam os trabalhos para tentar estabilizar a central de Fukushima 1. Na semana passada a Tepco, empresa proprietária do com-plexo, revelou como pretende “tapar” os edifícios dos reactores. As coberturas, com estrutura de aço, terão 42 metros de comprimento e 54 metros de altura e ficarão assentes em quatro pilares que serão construídos em redor do edifício do reactor.

De acordo com um comunicado da Tepco, “a cobertura pretende evitar a difusão de materiais radioactivos (libertados pelo reactor, vapor de água das piscinas de arrefecimento, detritos e poeiras tóxicas) e a entrada de água da chuva no interior dos edifícios dos reactores”. A em-presa garante que a estrutura “é segura contra sismos e ventos”. A empresa prevê instalar estas coberturas nos edifícios dos reactores 1, 3 e 4 a 27 de Junho. Mas para evitar a exposição dos funcionários à radioactividade, as várias partes da estrutura, cada uma com dezenas de metros de diâmetro, serão montadas num armazém da Tepco em Iwaki. Depois serão transportadas por um ferry até à central nuclear, onde serão instaladas com a ajuda de gruas. Apesar de tudo, a empresa explica que a instalação destas cobertu-

ras é uma “medida temporária de emergência, até que sejam iniciadas as medidas a médio prazo”.

O Governo japonês revelou recentemente que mais de 124 mil pessoas foram desalojadas pelo sismo e tsunami de 11 de Março e pela crise nuclear de Fukushima, noticiou a estação de tele-visão japonesa NHK. A 2 de Junho, mais de 41 mil pessoas ainda viviam em centros de acolhimento e 32.500 viviam com familiares e amigos.

ÁGUA DESCONTAMINADAA luta para conter o acidente nuclear da central japonesa de Fukushima entrou na sexta-feira numa nova fase, com o início da descontamina-ção de enormes quantidades de água radioactiva acumulada nos edifícios dos reactores.

O material resulta da própria tentativa de ar-refecer os reactores, depois do sistema normal de refrigeração ter entrado em colapso com sismo e tsunami de 11 de Março no Japão. Neste momento, há cerca de 110 mil toneladas de água radioactiva acumuladas na base dos edifícios dos reactores. A unidade de descontaminação que entrou agora em funções deverá tratar 1200 toneladas por dia.

Com os níveis de radiação reduzidos, a água será utilizada no sistema normal de arrefecimen-to, que a Tepco – empresa que opera a central de Fukushima – conta estabilizar dentro de um mês. Com isso, a empresa espera conseguir, até Janeiro, o encerramento “a frio” dos reactores – ou seja, manter a sua temperatura a um nível tal que a água de arrefecimento não ultrapasse os 100 graus Celsius.

O tratamento da água radioactiva é um alívio para a Tepco, que estava a enfrentar dificuldades em armazenar o material contaminado. Uma parte – com baixos níveis de radioactividade – chegou a ser despejada no mar.

Este novo passo, no entanto, está longe de representar o fim dos problemas de Fukushima, palco do pior acidente nuclear desde Tchernobil, em 1986. Além da água, será preciso armazenar e posteriormente tratar lamas radioactivas.

A resolução do problema da água deverá, porém, facilitar o trabalho no interior dos edifícios dos reactores, em zonas hoje de difícil acesso aos funcionários que combatem os efeitos do acidente.

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SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011

10www.hojemacau.com.mo CULTURA

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Filipa [email protected]

A Universidade de São José (USJ) vai publicar corres-pondência entre

Sun Yat-sen e o antigo gover-nador de Macau Carlos da Maia, anunciou vice-reitor da Universidade de São José (USJ). “Temos um con-junto, tanto de cartas como de documentação relativa à intervenção decisiva de Sun Yat-sen no conflito de 1922, onde houve uma greve ge-

Universidade São José publica documentos “inéditos” de Sun Yat-sen

A China e os seus paradigmasUniversidade de São José arrancou com uma série de iniciativas comemorativas do centenário da Revolução Republicana chinesa com uma conferência e o anúncio da publicação de documentos inéditos do “pai da república”

ral e envolveu conflitos em Macau até mais violentos do que o próprio ‘1,2,3’”, disse Ivo Carneiro de Sousa ao Hoje Macau, avançando ainda que a ideia daquele instituto é “avançar com a publicação dos documentos no próximo ano, entre Maio e o final de 2012”.

Carneiro de Sousa frisou que as publicações focam o cruzamento entre “a Repú-blica Portuguesa de 1910 e a República chinesa”. De acordo com o académico, o material que vai ser pu-

blicado dá “outra visão do homem político” que foi Sun Yat-sen, considerado o “pai da república chinesa”.

O advento faz parte de uma série de iniciativas da USJ para assinalar os 100 anos da Revolução Republi-cana chinesa que arrancou quinta-feira com a confe-rência “1911-2011: Da revo-lução às reformas – Carac-terizando os paradigmas de transição ‘made in China’”. Durante dois dias o evento reuniu 17 académicos de Macau, do Continente, Nova

Zelândia, França e Estados Unidos para debater “os seis paradigmas de transição da China republicana”.

Segundo Ivo Carneiro de Sousa, a iniciativa inseriu-se na estratégia de investigação científica da USJ de tentar compreender os novos ter-ritórios do processo de glo-balização “tomando a China como um exemplo-chave de uma potência emergente”. Estado, Direito, Economia, Sociedade e Democracia estiveram em cima da mesa da conferência que visou fundamentalmente “tentar debater numa perspectiva de longa duração o cami-nho da China da Revolução Republicana às reformas, e discutir essencialmente os paradigmas económico, po-lítico e estratégico”, explicou Ivo Carneiro de Sousa.

No início do século XX, a China cedeu às transforma-ções e mudanças ocorridas com a introdução dos inte-resses capitalistas nos seus territórios, dando origem a um expressivo movimento de modernização política que começou a ganhar

força entre representantes políticos anti-imperiais e jovens estudantes chineses. Na conferência de quinta e sexta-feira passadas, a ideia foi tentar perceber se cem anos depois o desenvolvi-mento económico chinês é um paradigma apenas chinês ou à escala global, que irá alterar o sistema eco-nómico mundial. De acordo com Ivo Carneiro de Sousa, do ponto de vista político os académicos debruçaram-se sobre a ideia de democra-tização deliberativa, ligada à capacidade de questionar uma administração mais personalizada, e do ponto de vista estratégico foi dis-cutida a possibilidade de o mundo evoluir para uma nova bipolaridade EUA – China. “A conclusão fun-damental foi que, por ora, e com os dados disponíveis, o que a China representa é apenas um paradigma de desenvolvimento económi-co, que é o motor do campo político e estratégico, onde existem ainda várias opções em debate”, apontou o vice--reitor da USJ.

Opções que passam pelas ideias de sociedade harmo-niosa, de desenvolvimento científico e desenvolvimento com características chinesas, revelando um processo de reconstrução da ideia de nacionalidade e tentando encontrar novos supor-tes ideológicos e símbolos capazes de responder ao processo continuado de unificação da China - sendo que aqui o papel de Macau e Hong Kong é por si só um novo paradigma. No campo estratégico foi destacado no simpósio internacional que, mantendo os princípios da coexistência pacífica como um grande pilar no respeito da soberania a China procu-ra proteger os seus acessos às matérias-primas, sobretudo às energias - tanto no Sudeste Asiático quanto na África e América Latina. “É a partir dessa posição económica em termos mundiais que a China será confrontada com a necessidade de proteger estrategicamente as suas linhas de comunicação, transportes marítimos e relações com os países que lhe são fornecedores de matéria-primas”, continua Ivo Carneiro de Sousa.

Além de temáticas como o problema do Estado de Direito, das indústrias cria-tivas, das organizações não governamentais e das relações internacionais, o vice-reitor destaca que foi concluído “com uma certa unanimidade” que actu-almente “é o paradigma económico que suscita inveja global, mas a capacidade de ser exportado para outros espaços, nações e condições é difícil”.

O académico justifica que a China é um país con-tinental com um conjunto de estruturas civilizacionais que “são diferentes das condições que se encon-tram noutros países conti-nentais como o Brasil ou a Índia”, destacando ainda as comunicações de colegas europeus que chamaram a atenção para a comparação do paradigma de arranque do desenvolvimento econó-mico da China, Alemanha e Japão. “Teorizaram que estes encontram estruturalmente algumas similitudes mas é a escala que depois modifica esses paradigmas.”

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SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011

11www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

O mais recente livro de Joaquim Magalhães de Castro, “No Mundo das Maravilhas”, vai ser

apresentado em Macau amanhã. O autor embarca numa viagem de reconhecimento ao encontro dos inúmeros ecos da presença portuguesa no globo, da América do Sul à costa leste africana, termi-nando no Golfo Pérsico. “Este livro é uma viagem que eu fiz no final de 2008 e continuei durante 2009. Participei, como independente, no projecto da eleição das 7 Maravi-lhas de Origem Portuguesa e de-pois publiquei livros de fotografia que saíram com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias. No entanto ficou muita matéria, muitos apontamentos e episódios pitorescos por mostrar”, revelou o autor ao Hoje Macau.

“No Mundo das Maravilhas” é uma viagem dividida em duas partes: América do Sul e Costa leste africana mais Omã. “Desde a antiga colónia de Sacramento, fundada pelos portugueses em pleno território do actual Uruguai; no Brasil, as fascinantes paisagens de Minas Gerais, a região do sul do Brasil, o Rio de Janeiro, entre

UMA organização conjunta entre os antigos alunos de Jorge Cavalheiro, o

Instituto Internacional de Macau (IIM) e o Instituto dos Estudos Europeus de Macau (IEEM) vai promover na próxima sexta-feira, pelas 18h30, um encontro com o professor Jorge Cavalheiro.

Jorge Cavalheiro, ainda docente da Uni-versidade de Macau, vai deixar brevemente o território e em definitivo. Mas antes, os seus antigos aluno prepararam-lhe uma homenagem que passará pela reedição do livro “Da Cadeirinha ao Automóvel, da Sampana ao Jactoplanador”, publicado em 1990 numa edição dos CTT, e uma oferta de outro seu livro “Guia Histórico-Cultural de Macau”, com Celina Veiga de Oliveira, a quem compareça ao evento.

O professor, que viveu os momentos históricos de cinco décadas do território, dará uma “última aula simbólica” aos seus antigos alunos. Jorge Cavalheiro chegou criança a Macau e, no território, foi cicerone dos antigos presidentes da República Portu-guesa Mário Soares e Jorge Sampaio.

Participou ainda na realização do Mu-seu de Macau e partiu para o Japão ensinar português na Universidade de Estudos

Maria João [email protected]

CANTA na língua nativa e com instrumentos que

são parte da sua cultura de infância. Mamer é cazaque, natural de Xinjiang. De um grupo minoritário numa re-gião povoada por outras mi-norias, começou a apreender os sons da música tradicional ainda era muito pequeno. E o dombra, o alaúde de duas cordas característico da Ásia Central, acompanhou-o no crescimento.

“Eagle”, álbum de es-treia lançado em 2009, foi o primeiro passo para a internacionalização do cantor que trouxe a música dos nómadas Cazaques até aos palcos mundiais. Acompanhado por cinco músicos cazaques da banda

IZ, Mamer, que vive entre Pequim e Xinjiang, vai estar em Sines no festival de Músicas do Mundo no próximo mês de Julho.

Desde que em 2002 começou a tocar em Pe-quim, Mamer tornou-se conhecido pela música folk de raízes tradicionais. Mas apesar das tournées no país, o cantor cazaque ficou fora do circuito da fama por não ter trocado a língua nativa pelo mandarim, de maneira a que as músicas fossem perceptíveis para a maioria. Mamer escolheu o caminho das minorias musicais na capital, o lugar dos concer-tos mais familiares em bares que só alguns conhecem.

Acompanhado pela banda IZ, o cantor e com-positor Mamer junta os sons que levam numa viagem

até à Ásia Central entre instrumentos tradicionais, mas também bateria e gui-tarras. Nas letras há poemas antigos e provérbios do povo cazaque que Mamer recuperou para a música. Unidas às composições e poemas, a banda recupera o lugar do tradicional e popular da música que se canta desde há muito nos campos abertos de Xinjiang.

Depois de em 2009 Si-nes ter convidado a banda mongol Hanggai, natural da Mongólia Interior e outro projecto de música tradicional de uma minoria étnica chinesa, em Julho é a vez de Mamer levar a China até ao festival de Músicas do Mundo. De 22 a 30 de Julho, Sines vai receber 35 espectáculos com músicas de 23 diferentes países.

Joaquim Magalhães de Castro apresenta o seu último livro em Macau

Maravilhas e mais maravilhas

JORGE CAVALHEIRO VAI SER HOMENAGEADO PELOS ALUNOS

Até sempre, professorNO FESTIVAL MÚSICAS DO MUNDO,

MAMER VAI SER O SOM CHINÊS

Xinjiang vai a Sines

Estrangeiros de Quioto. Em 1999, recebeu a Medalha de Mérito Cultural, concedida pelo então governador Vasco Joaquim Rocha Viei-ra. Exerceu funções no Instituto Cultural de Macau e escreveu vários manuais de língua e cultura portuguesas. – G.L.P.

outras. Depois fui até Moçambique e ainda Omã.”

Mas ficaram outros pontos de interesse de fora, como Macau, por exemplo. “Decidi dividir o projecto em duas parte e em dois livros. O segundo livro terá Macau, Malaca, entre outros destinos, mas o seu lançamento está em aberto, não serei quando sairá. Possivelmente para o final de 2012”, afirmou Joa-quim Magalhães de Castro que até o contactaram a lembrá-lo disso. “Recebi um e-mail de um holan-dês que me disse faltar a parte da Ásia e Macau, mas respondi-lhe a tranquilizá-lo dizendo que vivo em Macau e que sairá em breve.”

Para chegar a este livro, o autor teve que andar pelo mundo mas quase que não recebeu qualquer apoio excepto a ajuda da revista UP, propriedade dos Transportes Aéreos Portugueses (TAP). “A revista UP da TAP associou-se ao projecto e foi quem cobriu a maior parte dos meus gastos, como as deslocações. Ao fazer estas viagens

também fazia uns artigos para a re-vista. Da empresa 7 Maravilhas de Portugal só não recebi nada como me ficaram a dever”, desabafou José Magalhães de Castro.

O autor vai mais longe e acusa a empresa liderada por Luís Sega-

dães. “Eles estão a borrifar-se para o património português. Fazem sete maravilhas de tudo e mais alguma coisa. É um grande negócio. Queriam que eu lhes entregasse o espólio do meu trabalho, como se fosse possível entregá-lo a seja quem for.”

O livro será apresentado em Macau amanhã, pelas 18h30, com a presença de Jorge Morbey e Maria de Deus Manso, historiadora. “O que interessa é falar desta temáti-ca. Parece que é um trabalho que não interessa aos portugueses e deveria, sobretudo, interessar aos portugueses. É uma mais-valia que existe espalhada pelo mundo. Quanto a mim, não tenho grandes ilusões sobre as vendas. O bom dis-to é que o livro tem um reconhecido valor didáctico e é recomendado pelo plano nacional de leitura”, referiu o autor.

Como escreveu o blogue de crítica literária “Destante”, “No Mundo das Maravilhas” de Joa-quim Magalhães de Castro é “um livro muito atractivo pela excelente qualidade visual, com testemunhos que podem ajudar a compreender aquela que foi a missão portuguesa no mundo e, afinal de contas, a nossa identidade nacional como um povo cosmopolita, um povo de viajantes”.

EMOCIONADA DEPOSIÇÃO DAS CINZAS DE JOSÉ SARAMAGOAs cinzas do prémio Nobel português da Literatura foram depositadas, pela mulher Pilar del Río, este sábado junto à oliveira proveniente de Azinhaga do Ribatejo e a um banco de jardim feito em mármore no Campo das Cebolas, em frente à Casa dos Bicos, em Lisboa. Uma cerimónia emocionada para a família de José Saramago que assim assinalou o primeiro aniversário da morte do escritor. A filha do autor luso, Violante Saramago Matos, colocou então um livro junto à árvore e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, colocou depois terra de Lanzarote junto à oliveira. A ainda ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, juntou por fim duas rosas brancas ao local de memória de Saramago.

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SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Marco [email protected]

O Windsor Archa Ka I per-deu no fim-de-semana a liderança da principal prova do futebol do

território e comprometeu as pers-pectivas de revalidação do título de campeão de Macau conquistado na última temporada, ao não conse-guir levar a melhor sobre o Monte Carlo no jogo grande da décima sétima jornada da Liga de Elite.

Depois de na semana passada ter sofrido uma comprometedora derrota frente ao Futebol Clube do Porto, a formação orientada pelo técnico português Rui Car-doso não conseguiu evitar novo desaire e ofereceu de bandeja a liderança do Campeonato ao principal adversário na corrida pelo título. Moralizado, o onze do Monte Carlo mostrou desde muito cedo deter ganas e futebol q.b. para reivindicar para si a pri-meira posição da classificação. A formação orientada por William Long entrou melhor no encontro e inaugurou o marcador logo aos seis minutos, graças a uma oferta do sector defensivo dos campeões do território. Bruno Nogueira foi quem marcou o primeiro golo do desafio, mas o mérito pela jogada pertence todo ao compatriota Kamilo Oliveira da Silva, que recuperou o esférico à entrada da área adversária e cruzou rasteiro para a pequena área do conjunto orientado por Rui Cardoso.

O golo do onze canarinho foi festejado de forma efusiva no estádio da Taipa, mas a festa do emblema presidido por Firmino Mendonça esmoreceu doze mi-nutos depois, quando Nicholas Torrão deu da melhor forma a um passe longo de Christopher Nwardou e repôs a igualdade no placard, com um chapéu fortuito ao guarda-redes da formação adversária.

O empate durou o tempo de um fôlego. O Monte Carlo voltou a colocar-se em posição de van-tagem quatro minutos depois, na cobrança exímia de um livro directo. Bruno Nogueira foi que marcou, com um remate colocado que acabou por surpreender Tam Heng Wa na baliza dos ainda campeões do território.

Não contentes com a vanta-

Futebol | Porto e Sub-23 empatam na corrida pelo 3.º lugar

Monte Carlo quase campeão

gem, os pupilos de William Long ampliaram a vantagem de que dispunham nos segundo finais da primeira parte. Uma perda de bola ao meio-campo acabou por ter consequências desastrosas para o Ka I, ao propiciar uma jogada rápida de contra-ataque que ter-minou com novo golo de Bruno Nogueira Figueiredo, atleta que pode ter carimbado a passagem a um campeonato mais competitivo com a exibição de mão-cheia que protagonizou sábado no Estádio da Taipa.

A segunda parte do encontro trouxe ao relvado do principal recinto desportivo de Macau um

Os dragões do território adian-taram-se no placard aos 21 minu-tos, por intermédio de um pontapé de grande penalidade que puniu uma falta da defensiva do Sub-23 sobre o brasileiro Marcus Tavares. Chamado a cobrar o lance, o sul--africano Samuel Ramoseau não falhou, colocando os dragões do território em vantagem no mar-cador.

O segundo golo da formação azul e branca chegou ainda du-rante a primeira metade. A dois minutos do final do primeiro tempo, Iek Kim Pang marcou o seu terceiro golo noutros tantos encontros consecutivos e colocou o Futebol Clube do Porto em posição confortável rumo ao que parecia ser uma vitória tranquila.

A estratégia azul e branca complicou-se ainda assim pouco depois, com Francisco do Rosário a ver o segundo cartão amarelo e o consequente vermelho. A expulsão do atleta macaense deixou o FC Porto reduzido a dez unidades e foi com dez jogadores que os dragões actuaram durante toda a segunda metade. Lino Mourato Lopes, que desempenhou no sábado a função de guarda-redes do onze azul e branco ainda conseguiu evitar o inevitável com duas grandes defe-sas, mas aos setenta e um minutos nada pode fazer para negar o golo aos jovens da Associação de Fute-bol de Macau. Leong Ka Hang, o goleador-mor dos sub-23 foi quem marcou, na sequência de uma boa jogada de ataque das “Esperanças” da RAEM.

O golo do empate materializou--se seis minutos depois, de novo por Leong Ka Hang. O jovem avançado, que integra os trabalhos da Selecção principal de Macau, cobrou com êxito um livre directo em posição frontal à baliza à guar-da de Lino Mourato Lopes.

DESPROMOÇÃOA 17.ª jornada da Liga de Elite opôs os primeiros da classificação, mas também os últimos. Na luta pela fuga aos lugares da despromoção, o Lam Ieng derrotou o Hoi Fan por cinco bolas a uma, num en-contro em que Cheng Leong foi o jogador mais em evidência. O atleta marcou por quatro ocasiões para a formação satélite do Grupo Desportivo Lam Pak, condenando o onze do Clube de Natação à descida aos segundo escalão. Nos restantes encontros da 17.ª ronda da Liga de Elite, o Lam Pak levou a melhor sobre o lanterna-vermelha Pau Peng por seis bolas a uma e o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública derrotou o Hong Ngai por duas bolas a uma.

Windsor Arch Ka I mais determi-nado, mas o acerto defensivo da formação canarinha acabou por roubar interesse ao encontro. O onze orientado por Rui Cardoso ainda conseguiu reduzir aos no-venta minutos, numa iniciativa concluída por William Carlos Gomes.

A derrota do Ka I frente ao arqui-rival Monte Carlo determi-nou uma troca de posições entre ambas as equipas na liderança da classificação. A formação orienta-da por William Long parte para a derradeira jornada da edição de estreia da Liga de Elite com um ponto de vantagem sobre a forma-

ção adversária e só depende de si mesma para conquistar o quinto Campeonato do seu historial. Para tal apenas tem de derrotar a selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau em partida agendada para o início da tarde do próximo sábado.

TERCEIRO LUGARNa luta pela terceira posição da Liga de Elite, os jovens da Asso-ciação de Futebol de Macau empa-taram a duas bolas com o Futebol Clube do Porto, num encontro que a formação orientada por Dani dominou durante a maior parte do tempo.

ANTÓ

NIO

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[Tele]visão STAR SPORTS 3112:00 Sbk Superbike World Championship 2011 - Races14:00 Meydan FEI National Cup 2011 15:00 Game 15:30 History Of The Championships17:30 Wimbledon Official Film 2010 18:27 The Championships, Wimbledon 2011 Preview19:00 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2011 1st Round

STAR MOVIES 4012:15 National Security13:45 Fantastic Mr. Fox15:15 Vip Access: X-Men15:45 Sniper 317:20 Sorority Row19:05 Flatliners21:00 Die Hard23:15 The Stranger00:50 Psychosis

HBO 4113:00 The Karate Kid15:25 The Invention Of Lying17:15 Gold Diggers19:00 The Shadow21:00 Julie & Julia23:05 Bored To Death23:35 Love HaPPens

CINEMAX 4212:00 The Killing Room13:45 Passenger 5715:15 First Men In The Moon17:15 The Sea Wolf19:00 Revenge Of The Ninja20:30 Hell Is For Heroes22:00 Battle Of The Bulge00:25 Epad On Max 11500:40 State Of Play

MGM 4313:00 Panga14:30 Ski Patrol16:00 CQ17:30 A Doll’s House19:15 Witness for the Prosecution21:00 Consuming Passions22:45 A Home of Our Own00:30 Just Between Friends

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters - Airplane On A Conveyor Belt14:00 True Asian Horro16:00 Jack The Ripper In America17:00 Dirty Jobs - Cranberry Farmer18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Extreme Peril20:00 Surviving Disaster - Hijack

(MCTV 41) HBO15:25 THE INVENTION OF LYING

Informação Macau Cable TV

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi19:00 TDM Entrevista (Repetição)19:30 Ganância20:25 Acontecimentos Históricos20:30 Telejornal21:00 Jornal da Tarde RTPi22:10 Viver a Vida22:55 Acontecimentos Históricos23:00 TDM News23:30 TDM Desporto00:00 Há Conversa01:00 Telejornal - Repetição01:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:30 Entre Pratos15:00 Magazine EUA Contacto – N. Jersey15:30 A Casa e a Cidade16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão17:45 Resistirei18:30 Linha Da Frente19:00 Maternidade20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine EUA Contacto – N. Jersey22:30 Recantos23:00 Portugal No Coração

TVB PEARL 8306:00 Charlie Rose07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 ZingZillas16:30 Mr Moon17:00 The Penguins of Madagascar17:30 Natural Born Hunters18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 America’s Funniest Home Videos18:50 6 billion Others19:00 The Wall Street Journal Report19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 The Pearl Report20:30 The Vampire Diaries21:30 Lonely Planet Roads Less Travelled22:30 Market Place22:35 House23:30 The CEO Connection23:35 World Market Update23:40 News Roundup00:55 Earth Live00:00 2400:55 The Wall Street Journal Report01:20 FIFA Football World01:50 European Art at the MET02:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3011:00 IAAF World Challenge League14:00 US Open Championship 2011 4th Round17:00 US Open Championship Highlights 201118:00 FINA Aquatics World 201118:30 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 US Open Championship Highlights 201121:00 KIA X Games Asia 201122:00 Sportscenter Asia 22:30 FINA Aquatics World 2011 23:00 US Open Championship 2011 4th Round

21:00 Man Vs. Wild 5 - Georgia/ Eastern Europe22:00 Beyond Survival With Les Stroud 23:00 Gold Rush: Alaska00:00 Man Vs. Wild 5 - Georgia/ Eastern Europe

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5112:30 Engineering Connections13:25 China’s Great Wall15:15 Ghost Ship: Resurrection16:10 Is It Real?17:05 Don’t Tell My Mother18:00 Mummy Road Show18:30 More Amazing Moments19:00 Apocalypse: The Second World War20:00 Engineering Connections21:00 The Border - Drug Flood22:00 The Bombing of Germany23:00 Warplanes - The Age Of Stealth00:00 The Border - Drug Flood

ANIMAL PLANET 5213:00 Corwin’s Quest - The Lion’s Pounce14:00 Wild Hearts: Growing Up Wild15:00 In Too Deep: In Too Deep16:00 Pit Bulls And Parolees - A Final Verdict17:00 Human Prey - Killers On The Loose18:00 Animal Cops Philadelphia19:00 Groomer Has It - Meowza!20:00 Corwin’s Quest - The Puma’s Prowess21:00 In Too Deep: In Too Deep22:00 Pit Bulls And Parolees23:00 Human Prey - Killers Of The Savannah00:00 Corwin’s Quest - The Puma’s Prowess

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 Icons Of Power16:00 Kimjongilia17:00 Monsterquest18:00 The Universe19:00 Modern Marvels20:00 Top Shot21:00 Pawn Stars23:00 American Pickers

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Intervention14:00 Heavy15:00 Tough Love Couples16:00 Brad Pitt17:00 George Clooney18:00 Intervention19:00 Sell This House19:30 Caesars 24/720:00 Airline USA21:00 Duran Duran22:00 Child of Our Time: 200023:00 Intervention00:00 Obsessed

AXN 6211:25 Csi: Crime Scene Investigation13:05 Ncis: Los Angeles14:00 The Amazing Race Asia14:55 Numb3Rs15:45 Csi: Crime Scene Investigation16:35 Hawaii Five-O17:30 So You Think You Can Dance20:10 Top Chef21:05 Csi: Crime Scene Investigation22:00 Hawaii Five-022:55 Blue Bloods23:50 Hawaii Five-000:45 Blue Bloods

STAR WORLD 6312:10 MasterChef Australia13:05 Rules of Engagement13:35 Hell’s Kitchen15:25 9021016:20 Desperate Housewives17:15 Got To Dance UK18:10 How I Met Your Mother18:40 MasterChef Australia19:35 Melissa & Joey20:00 Miss USA21:50 9021022:45 MasterChef Australia23:40 Melissa & Joey00:05 Miss USA

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Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-EDENEO. CAER. 2-IEI. NUTANTE. 3-LITO. TISICA. 4-OPALO. NAS. L. 5-ADENSAR. OC. 6-ERA. FIL. ODE. 7-NA. SANHARO. 8-X. ZEC. AVARE. 9-ACOMIA. ODIO. 10-MANIOTA. OCE. 11-ELAS. OMBROS.VERTICAIS: 1-EILO. ENXAME. 2-DEIPARA. CAL. 3-EITADA. ZONA. 4-N. OLE. SEMIS. 5-EN. ONFACIO. 6-OUT. SIN. ATO. 7-TINALHA. AM. 8-CASAR. AVO. B. 9-ANIS. ORADOR. 10-ETC. ODORICO. 11-REALCE. EOES.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Dado ou confiado a alguém. Túlio. 2-Relativo a navios ou navegação. Senhora. 3-O m q. Job. Inconstante, leviano. 4-Antigo vaso grego. Siglas dum sindicato. 5-Gesto com a mão ou com a cabeça. Planta medicinal. 6-Plus. Cheiro. 7-Nome de algumas tribos indígenas do Brasil, em Mato Grosso. Cabana dos camponeses russos. 8-Envolver. Símbolo químico de amerício. 9-Antiga medida oriental, correspondente ao módio romano. Ave. Brasileira. 10-Citrato de prata. Vaso Santo, que segundo a crença Jesus se sérvio na ceia. 11-Berço. Gato selvagem de Madagáscar. Zeia.

VERTICAIS: 1-Repugna. Carruagem de duas rodas, entre os antigos Romanos. 2-Emprega-se também como partícula expletiva. Que tem ácido prússico. 3-Televisão. Insistir em. 4-Que tem ravinas. Símbolo químico de ósmio. 5-Erector. Molusco, da ordem dos acetabulíferos decápodes. 6-Nome de uma letra do alfabeto grego. Moléstia do gado ovino, papeira. 7-Fábrica, oficina, engenho. Conjunto de fragmentos. 8-Para estimular, excitar. Deixar-se possuir de. 9-Manada de porcos. Antigo peso de Malaca. 10-Troge. Associação Bandeira Azul da Europa. 11-Flexão feminina de mau. Espécie de cunha, para segurar a retranca nos navios.

SALA 1GREEN LANTERN [B] Um filme de: Martin CampbellCom: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2SUPER 8 [C] Um filme de: J. J. AbramsCom: Elle Fanning, Kyle Chandler, Ron Eldard14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3X-MEN FIRST CLASS [B] Um filme de: Matthew VaughnCom: Michael Fassbender, James McAvoy14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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OPINIÃO SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Paulo FerreiraIn Jornal de Notícias

BIZANTINA discussão sobre as qualidades e defeitos dos minis-tros escolhidos, em primeira ou

segunda opção, por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas deve terminar entre hoje e amanhã. Cada um dos novos ministros já terá sido, então, escrutinado, avaliado, classificado e outras coisas afins - exercí-cio a que, quase sem excepção, órgãos de Comunicação Social, comentadores da actualidade e reconhecidos bloguers se dedicam sempre que um novo governo é eleito.

Convém que a distracção passe depres-sa, porque, volvido este espasmo noticioso, temos de voltar a pôr firmemente os pés na terra. Talvez valha a pena lembrar aos mais esquecidos duas ou três verdades,

Com este ou outro primeiro-ministro, com estes ou outros ministros, o acordo estabelecido com os malvados da troika amarra-nos a dois ou três anos de recessão, mais ou menos profunda. A culpa não é da troika, como se sabe

O exemplO da matemáticapara ser generoso, que teimosamente nos confrontam enquanto cidadãos de um país em francas dificuldades.

Primeira verdade: com este ou outro primeiro-ministro, com estes ou outros ministros, o acordo estabelecido com os malvados da troika amarra-nos a dois ou três anos de recessão, mais ou menos profunda. A culpa não é da troika, como se sabe.

Segunda verdade: além da recessão económica que atravessaremos e do buraco financeiro de que teremos de sair, estamos obrigados a alterar o nosso modo de vida. Vale o mesmo dizer: o nosso quotidiano não voltará a ser o que era; as nossas expectativas baixarão; as nossas decisões terão de ser muito mais racionais do ponto de vista económico.

Terceira verdade: ou aproveitamos o balanço para fazer as reformas que se

impõem há muitos, muitos anos (na Saú-de, na Educação, na Justiça, na Segurança Social...) ou, mais cedo do que tarde, volta-remos ao ponto onde hoje nos encontramos - um ponto de quase não retorno. Estamos fartos de bater nesta tecla? Estamos. Mas os números e as evidências não nos largam. É ver o que hoje escrevemos na página 11.

Mais de um terço (35%, para ser exac-

to) dos alunos do 6.º ano de escolaridade tiveram negativa na prova de aferição a Matemática. As notas são um pouco melhores nas turmas do 4.º ano. Mas a tragédia mantém-se: após longos e atu-rados anos de pesquisa e mais pesquisa sobre o modelo a aplicar, após longos e aturados anos a aplicar uma metodologia agora e outra dali a pouco, eis o brilhante resultado: mesmo numa prova de aferição de conhecimentos, teoricamente mais fácil do que um exame, as negativas não param de aumentar.

O novo ministro da Educação, feroz crítico do que tem sido feito no sector da Educação nos últimos anos, tem uma trabalheira pela frente. Não lhe chegará o estado de graça para compor o que há muito está errado. Nem a ele nem aos seus colegas de Governo.

Desejemos-lhes boa sorte.

A

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SEGUNDA-FEIRA 20.6.2011www.hojemacau.com.mocar toon

por Steff

JOGADOR INVETERADO SUICIDA-SE EM HAC SAUm homem foi encontrado morto a boiar no mar perto do Centro Náutico de Hac Sa, divulgou a Polícia Judiciária (PJ). As pernas do cadáver encontravam-se à superfície e o pescoço amarrado a dois sacos de pedras. As autori-dades acreditam na tese do suicídio, uma vez tratar-se de uma vítima do vício do jogo, faltando apenas a con-firmação da perícia.

As primeiras pistas en-contradas no local pareciam indicar uma morte algo suspeita – o típico homicídio disfarçado – mas após inves-tigação, a PJ concluiu que a versão mais provável era mesmo a de que a vítima, um viciado nos casinos, tinha posto fim à própria vida, ao saltar para a água com dois sacos de pedras atados ao pescoço. Tratava-se de um cidadão residente local, de apelido Leong e 47 anos, que trabalhava como segu-rança no Centro Náutico de Hac Sac.

Por volta das 15h de sábado, um frequentador da praia avistou um objecto estranho a boiar no mar, a cerca de 100 metros do centro náutico. Ao tentar observar mais de perto, ficou com a sensação de se tratar de um corpo humano, pelo que se apressou a contactar a polícia, que se dirigiu para o local juntamente com os bombeiros e polícia frontei-riça, para resgatar o cadáver.

O cadáver, que se encon-trava inchado, vestia uma T-shirt, calças e sapatos de couro, e tinha o pescoço preso com uma corda a dois sacos com cinco pedras de mais de dez quilos. Ao inves-tigar o caso junto à família da vítima, a PJ apurou que se tratava de um jogador inveterado que já tinha por diversas vezes mencionado intenções de cometer suicí-dio. Tudo aponta para que tenha sido o que aconteceu, mas a PJ terá ainda de aguardar pelo relatório da autópsia para confirmar a verdade sobre o caso. - V.L.

NOVO LÍDER DA AL-QAEDA

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