Hoje Macau 24 JUL 2014 #3138

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 24 DE JULHO DE 2014 ANO XIII Nº 31389 hojemacau MÃOS À OBRA Para além das empregadas de limpeza e dos funcionários de restauração, existe um outro lado menos visível da comunidade filipina de Macau. São empresários que juntaram dinheiro ao longo dos anos para construirem o seu próprio negócio e que agora sofrem dos mesmos males das PME OS TRABALHADORES sairam à rua para reivindicar melhores condições salariais, apesar do plano da empresa para dar benefícios ao pessoal. Pelo meio, a TDM viu um dos seus carros ser apedrejado. Referendo IACM veta sufrágio. Jason Chao promete uma reacção para hoje POLÍTICA PÁGINA 6 PÁGINAS 2 E 3 PUB SOCIEDADE PÁGINA 8 2000 em protesto contra Venetian

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Hoje Macau N.º3138 de 24 de Julho de 2014

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 2 4 D E J U L H O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 3 8 9

hojemacau

MÃOSÀ OBRAPara além das empregadas de limpeza

e dos funcionários de restauração, existe um outro lado menos visívelda comunidade filipina de Macau.

São empresários que juntaram dinheiro ao longo dos anos

para construirem o seu próprio negócio e que agora sofrem dos mesmos

males das PME

OS TRABALHADORES sairam à ruapara reivindicar melhores condições salariais, apesar do plano da empresa para dar benefícios ao pessoal. Pelo meio, a TDM viu um dos seus carros ser apedrejado.

ReferendoIACM veta sufrágio. Jason Chao promete uma reacção para hoje

POLÍTICA PÁGINA 6

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SOCIEDADE PÁGINA 8

2000 em protestocontra Venetian

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hoje macau quinta-feira 24.7.20142 REPORTAGEMFIL IPA ARAÚ[email protected]

C HEGOU a Macau em 1993, trazia uma bagagem cheia de sonhos e carregava o peso da esperança às costas.

Marissa Javillonar sonhava conquis-tar o mundo – pelo menos em Macau -, dar uma vida diferente à família, ajudar aqueles que mais precisavam dela e que ficavam agora para trás, nas Filipinas.

Não era a profissão brilhante que imaginava ter, mas sabia que era a única oportunidade que teria e por isso decidiu agarrá-la com unhas e dentes: agora, é dona de um salão de cabeleireiro.

O seu primeiro dia de traba-lho foi atribulado, conta ao HM. Era uma jovem bonita, perante um grupo habitual de clientes do restaurante ‘O Carlos’. Bandejas para um lado e para o outro, copos, cheiro a comida. Assim começou a sua jornada.

Em seis rápidos meses, Marissa percebeu que Macau estava aos poucos a crescer e que a sua car-reira poderia ganhar outro rumo. “Percebi que se trabalhasse num hotel poderia ganhar mais do que no restaurante. Não hesitei quando soube que o [antigo] hotel Man-darim estava a contratar. Fui lá e preenchi o formulário e logo depois fui chamada. Em seis meses estava num novo trabalho”, diz-nos.

Durante dez anos dedicou-se ao hotel que acolhia um dos bares mais badalados dos anos 1990 em Macau, o ‘The Embassy’. Iniciando-se como servente de quartos, Marissa passou pouco tempo depois para a recepção, ainda que tenha passado também pela cozinha. “Experimentei quase todos os departamentos”, gaba-se ao HM, “fiz um bocadinho de tudo durante os dez anos que trabalhei naquele hotel”.

Decorria o ano de 2004, e Macau “estava a crescer muito rápido”, conta ao HM. “As ofertas de trabalho eram cada vez mais, conseguia-se mudar de trabalho com muita facilidade”.

Foi esse crescimento a janela de oportunidade que, mais uma vez Marrisa, desta vez com o marido, decidiu agarrar.

“Em 2005, eu e o meu mari-do, avançámos com decisão de ir trabalhar para o Sands como ‘dea-lers’, finalmente o Governo tinha autorizado os filipinos a trabalhar nos casinos”, conta.

As razões da mudança eram evidentes. “Nos casinos, ganhá-vamos muito mais que nos hotéis. Eu e o meu marido conseguíamos, assim, poupar muito mais dinheiro. Agora é mais difícil porque tudo aumentou”, conta Marissa, que, leva as mãos à cabeça e, num tom reprovador, lança a pergunta: “já viu os preços das casas? É quase impossível poupar dinheiro em Macau!”.

REPORTAGEM FALTA DE MÃO-DE-OBRA TAMBÉM AFECTA EMPRESÁRIOS FILIPINOS

A outra face da moedaA realidade é esta: quando se pensa em filipinos de Macau, associamo-los quase imediatamente a um emprego na área de limpeza ou restauração e, normalmente, com o uniforme de funcionário. Contudo, também há casos de sucesso no território. Estes são três deles, que não só contam como aproveitaram oportunidades, mas mostram como partilham dos mesmos problemas de qualquer PME

disse, para arriscar num negócio é preciso ter dinheiro. Há muitos filipinos em Macau, mas os seus ordenados são baixos, por isso demoram anos para poupar uma quantia que lhes permita arriscar num negócio. E, como as coisas estão agora, ainda demoram mais do que o tempo que eu precisei”.

Sem esconder o amor que sente ao território, Marissa mostra-se preocupada com o futuro. “Eu adoro Macau, tornei-me mulher aqui, mas as coisas estão difíceis para os negócios”, desabafa ao HM enquanto olha, atentamente, sonhadora para a dança entre os dedos e uma tesoura que um dos seus funcionário fazia.

Aproveitamos e lançamos o tema: e a mão-de-obra? É fácil de conseguir? Marissa olha-nos e ri-se, condenando a pergunta óbvia que lhe acabamos de fazer. A falta de recursos humanos é, em Macau, um dos principais factores negativos para as PME.

“A mão-de-obra é possivel-mente o maior e pior problema que enfrentamos. Já lhe disse que este salão recebe todo o tipo de clientes, mas maioritariamente filipinos, não já? Então é fácil perceber que tenho preferência por funcioná-rios filipinos. É tudo mais fácil, falamos a mesma língua, temos os mesmos costumes, conseguimos perceber os nossos clientes, tudo fica melhor. Mas o Governo tem esta lei que diz que para contratar um estrangeiro é preciso contratar um local. Assim não dá!”

No território, as empresas são obrigadas a contratar determinados locais, de forma a terem a possi-

Sete anos depois, num dia nor-mal de trabalho, Marissa conhece um dos membros dos quadros do Hotel Casino MGM que, depois de algumas horas de conversa, lhe propõe um trabalho na equipa de su-pervisão da sala de casino. Marissa não hesita e parte na nova aventura.

“Foi aí, no MGM, que conheci o dono do salão de beleza ‘Blos-som’”, conta. “Cheguei a vir aqui [ao salão] como cliente e, um dia, ele disse-me que estava a pensar em trespassar o negócio... Pensei: porque não?”

Nesse dia, ao chegar a casa, Marissa conversou “seriamente” com o marido sobre a possibili-dade de investimento no espaço de beleza. “Tínhamos poupado durante tantos anos, em Macau existiam muito poucos cabelei-reiros e spas. Ouvíamos muitas vezes os nossos amigos filipinos a reclamar que os cabeleireiros locais não os percebiam, andavam sempre descontentes. Eu e o meu marido tínhamos que arriscar, era a hipótese para deixarmos de ser empregados e criar o nosso próprio negócio. Uma coisa era certa: clien-tes filipinos não nos iam faltar”.

E, não faltaram. Marissa, em conversa com o HM, relembra-nos de imediato: “E aqui estamos as duas, hoje, a conversar naquele que é o meu espaço, o meu negócio”, gaba-se a actual empresária filipina.

PROBLEMAS DE MACAU Mas, nem tudo é fácil. As preocu-pações, Marissa não as esconde: para um filipino, abrir um negócio em Macau pode não ser uma tarefa fácil nos dias que correm. “As ren-

das são muita caras, os contratos de arrendamentos só duram dois anos, é muito pouco tempo. Remodelei este espaço todo, pintei as paredes, comprei material novo, alterei uma parte do espaço, foram mais de 20 mil patacas. Agora o meu contrato acabou e eu vou ter que mudar o meu espaço. Vou ter que investir mais 20 mil? E daqui a quatro anos? Outra vez? Assim não ganhamos para as mudanças”, conta Marissa de olhar carregado e voz pesada.

“Agora o meu contrato acabou e eu vou ter que mudar o meu espaço. Vou ter que investir mais 20 mil? E daqui a quatro anos?”MARISSA JAVILLONAR Donade um cabeleireiro

“A mão-de-obra é possivelmente o maior e pior problema que enfrentamos”

Os gastos chorudos que existem para se começar um negócio é uma das principais razões apresentadas pela empresária para que haja pou-cos empresários filipinos. “Como

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bilidade de contratarem trabalha-dores não-residentes. Estas quotas mudam, consoante o tamanho da empresa.

O silêncio instalou-se e, em jeito de desabafo, Marissa explica: “Não posso pagar um salário que um casino paga, logo o interesse dos locais em trabalhar aqui é muito pouco. Nem em part-time”.

Subimos ao segundo andar, enquanto falamos, acompanhados por um convite de Marissa. Numa sala, um lugar dedicado ao spa. Fazem massagens, tratamentos de beleza, corpo e rosto... Ou faziam. “Estamos parados”, diz-nos, expli-cando que a razão é precisamente a falta de recursos humanos – lo-cais- que tenham formação na área. “O [Governo] é que nos obriga a ter um local, porque se não isto estaria a funcionar. Tenho muitas mulheres filipinas que ocupariam esta vaga na perfeição”.

A LIMPAR A CONCORRÊNCIA Entre dois goles de café, Jamelito Escote mostra-se orgulhoso do seu percurso como empresário até ao momento. Sentados num local situado no coração de Macau, por esta altura, a cidade vai acordan-do e o empresário começa a sua história, de tanto sucesso quanto a de Marissa.

“Cheguei a Macau em 1991, vim trabalhar para uma empresa de limpezas. Como vê, ainda não abandonei o ramo”, brinca, en-quanto percebemos que Jamelito é, agora, fundador e dono da empresa ‘New Allied’.

“Três anos depois decidi criar a minha própria empresa de lim-pezas e foi assim que a ‘Cleaning Services’ nasceu”.

Quase que parece simples e, para Jamelito foi, efectivamente. “Admito que não senti grandes entraves na criação da minha empresa, na altura, ainda eram os portugueses que por aqui andavam e a nível de papéis foi fácil. Tenho mais problemas agora do que na altura”.

Tal como Marissa, o empresário aponta a contratação de mão-de--obra como o maior obstáculo. “Esta lei [de contratação de mão--de-obra] não faz sentido. Não quero ofender ninguém, mas os locais não querem trabalhar nas limpezas. Como é que eu vou contratar um residente, se a maior parte deles considera que o trabalho de limpeza é para os filipinos? E depois existem os casinos que escoam a mão-de-obra local para lá. Claro, não posso competir com os salários atribuídos para pessoal das salas de jogos”.

Jamelito continua o seu discur-so e aponta o dedo ao Governo: sempre que entrega um formulário de pedido de pessoal para a sua equipa, o Executivo envia-lhe “pessoas com mais de 55 anos”. Para o empresário, este tipo de tra-balho obriga a um “esforço físico

diário” e não lhe parece correcto estar a contratar uma pessoa que deveria estar a entrar numa fase de mais repouso. “Nem o rendimento é o mesmo”, confessa também.

Passar de funcionário de lim-peza a contratador de empregados desta área não foi, contudo, um dos únicos triunfos de Jamelito.

EMPRESÁRIO DOIS EM UM“Tenho também uma empresa de importação e exportação. Envio produtos chineses para todos os lados, mas não tem a importância profissional que a empresa de limpe-zas tem”, conta-nos ainda Jamelito.

Com uma equipa de 16 fun-cionários, o empresário defende que Macau “é o sítio certo para os negócios”. E os casinos ajudam. “O jogo faz Macau mexer e isso é bom para nós, empresários.”

Apesar de uma vida ocupada entre empresas, Jamelito não dis-

pensa o seu fim-de-semana mensal nas Filipinas, onde - também lá - ocupa o lugar de empresário.

“Tenho um restaurante nas Filipinas, por isso é que todos os meses lá vou”, explica-se.

Ao olhar para o futuro, este homem dos sete ofícios não pensa ficar em Macau... nem voltar para as Filipinas. “Na reforma, gostava de estar bem perto da praia. In-donésia, Tailândia, - quem sabe? – preciso de descansar, só isso”.

UM QUASE TUDOSem descanso anda Susan Cenon, sócia-gerente da loja de conveniên-cia ‘Kara Mart’, situada naquela que é conhecida como “a Rua dos Filipinos”, no centro de Macau.

Quem olha de fora, não con-segue ter a percepção correcta da dimensão do espaço. Aquela que se apresenta como uma loja tímida, é na verdade um armazém de dois andares onde podemos encontrar ‘de tudo um pouco’”.

Uma banca de comida tipica-mente filipina do lado esquerdo inunda a loja de cheiros intensos. Mais à frente, estão os chocolates, depois os brinquedos. Do lado di-reito estão duas meninas de tenra idade que nos chamam a atenção.

“São duas das minhas quatro filhas” – conta-nos logo Susan.

As crianças escondem-se atrás daquela que é a caixa da loja, que mal se vê devido aos incontáveis molhos de bijutaria expostos.

Mas, não é só. Ao percorrer-mos a loja, deparamo-nos com um espelho, que se abre ao toque, levando-nos a um novo andar de-dicado à costura. “Aqui estamos mais sossegadas”, confessa no meio de tecidos e linhas.

“Já sou empresária há muitos anos, tenho um negócio nas Filipi-nas e dois em Macau. Ando sempre entre cá e lá, pelo menos de três em três meses vou lá, vejo se está tudo bem e depois volto para aqui”.

non. Agora com mais poupanças, o investimento foi certeiro. “Abrimos a loja e criámos o nosso mercado. Mas, nem sempre foi esta a loja. Este é o nosso terceiro espaço”.

Os factores negativos de em-presários voltam a apresentar-se. A mudança deve-se a um problema badalado: as rendas.

“É muito dinheiro”, lamenta comparando o que paga com o espaço. “É preciso vender muito para conseguir pagar esta renda”, afirma em tom sério. Mas este, mais uma vez, não é o único entrave.

“Não são só as rendas que fun-cionam mal em Macau. Há muita burocracia (...) Como filipina, senti muitas dificuldades em abrir o meu negócio, ou faltava isto, ou faltava aquilo” conta. Um papel, uma au-torização, um comprovativo, tudo foi motivo de atraso.

“Depois de aberto o negócio, deparei-me com outro problema, os funcionários. Qual é o residente que quer trabalhar para uma loja de produtos filipinos direccionada para filipinos?”, lança a questão. “Não faz sentido, contratar um chinês que não sabe falar inglês e muito menos tagalog”.

Na opinião da empresária, o Governo deveria mudar a lei para facilitar “a vida ao filipinos”, pois grande parte deles é aqui que en-contra a oportunidade de trabalho que as Filipinas não conseguem oferecer.

Como se de uma conversa entre amigas se tratasse, Susan mostra-se triste pelas condições em que vivem muitos dos seus compatriotas e con-fessa que “os filipinos nem sempre são tratados da melhor forma”.

Não foi fácil, “nada fácil”, para Susan chegar até aqui. E, para a empresária, há algo que se devia aprender.

“Apesar de existirem alguns nesta rua, não é muito comum ver um filipino como empresário, pois não? Ainda temos um caminho longo a percorrer na conquista do nosso lugar, mas somos bons profissionais. As Filipinas estão carregadas de bons profissionais”, partilha.

Da mesma opinião é Marissa Javillonar que, ao olhar em redor do salão de beleza, confessa que “é preciso pensar muito bem antes de abrir um negócio em Macau”. Quem pode, relembra. “Mas não podemos desistir”.

Dados de 2013, apontam que existem mais de 18 mil filipinos a trabalhar em Macau. A maioria deles a trabalhar como empregados domésticos. Alguns na restauração e nos casinos. Ao certo, não se sabem quantos são empresários. Dados enviados pelo Consulado das Filipinas ao HM apontam para três empresas criadas por filipinos. Mas a lista pode ser mais longa: em conversas, ao HM foi dito que havia mais de cinco só na Rua dos Filipinos. E Macau pode ser tão grande.

“Não faz sentido, contratar um chinês que não sabe falar inglês e muito menos tagalog”SUSAN CENON Sócia-gerentede uma loja de conveniência

“Como é que eu vou contratar um residente, se a maior parte deles considera que o trabalho de limpeza é para os filipinos?”JAMELITO ESCOTE Donode uma empresa de limpezas

Numa partilha de tarefas com o marido, engenheiro numa empresa em Macau, Susan explica que che-gou ao território em 1999, pronta para vencer. Mas rapidamente retornou à sua pátria.

“Não é que tenha corrido mal, mas decidimos voltar para as Fi-lipinas e dedicarmo-nos ao nosso negócio”.

Corria o ano de 2003 quando a opção de voltar a Macau voltou a estar em cima da mesa da família Ce-

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4 hoje macau quinta-feira 24.7.2014POLÍTICA

CECÍLIA L [email protected]

A Associação Novo Ma-cau entregou ontem uma carta na sede do Governo sobre habi-

tação pública e a revisão à Lei de Habitação Económica, anunciada pelo Governo. Os dois deputados da associação, Ng Kuok Cheong e Au Kam San, acusaram o Chefe do Executivo de estar a fazer propa-ganda com o anúncio da construção de mais casas públicas e dizem mesmo – em tom irónico - que “nem os dirigentes” do Governo confiam na medida.

Os deputados da ANM pediram ao Executivo que ajuste o período “demasiado longo” de proibição

FLORA [email protected]

O responsável da sede de candidatura de Chui Sai On, nos

NAPE, admitiu ao HM que ainda não houve residentes interessados em visitar o local. Leong Sio Pui, que coordena a sede de candidatura, dá como justificação o facto de ainda se estar na fase inicial das eleições para o próximo líder do Governo.

Ao HM, também falou Vong Hin Fai, que recusou, contudo, dizer quantas assi-naturas conseguiu, até agora, Chui Sai On, actual Chefe do Executivo e – para já – único candidato ao lugar.

Vong Hin Fai já tinha referido que Chui Sai On já tem as mais de 66 assinaturas necessárias para ser candidato,

H O Ion Sang considera que o apoio financeiro do Governo aos serviços sociais não basta

para resolver os problemas. O depu-tado saúda os aumentos dos subsídios regulares atribuídos pelo Instituto de Acção Social (IAS), em Abril passa-do, mas relembra que a medida ajuda apenas temporariamente as instalações sociais. “As autoridades já anunciaram que, actualmente, cerca de metade das instalações de serviços sociais estão a cooperar com o Governo. Mas, hoje em dia, com o desenvolvimento social, surgem cada vez mais problemas sociais e a procura dos serviços relacionados [com isso] também subiu”, começa por frisar.

“As instalações sociais não con-seguem arranjar recursos humanos a longo prazo e, em Macau, também falta o reconhecimento de certificado de profissionais [assistentes sociais], o que deixa menos pessoas capazes de entrar no sector.”

Ho Ion Sang pede ao Governo que faça um plano global - e pergunta, aliás, se o Executivo tem este plano - para o sector dos serviços sociais e quer ainda

HABITAÇÃO PÚBLICA AU KAM SAN E NG KUOK CHEONG PEDEM ALTERAÇÃO DE NORMAS

A alegria de uns é a tristeza de outrosOs dois deputados acusam o Governo de propaganda ao dizer que vai construir mais casas públicas e atacam o Executivo por ter acabado com a consulta pública ao fim de 15 dias quando continuam a receber muitas queixas de residentes

“Parece que até os dirigentes consideram que a promessa do Chefe do Executivo em construir 28 mil casas públicas nos aterros da zona A é apenas uma decisão política e é por isso que ninguém vai executar realmente esta política.”NG KUOK CHEONG

CHUI SAI ON SEDE DE CAMPANHA AINDA SEM VISITANTES

Mais formas decomunicação à espreita

SERVIÇOS SOCIAIS HO ION SANG PEDE PLANO GLOBAL

Dinheiro não chega

entregues pelos membros da Comissão Eleitoral. O manda-tário do Chefe do Executivo não quis adiantar mais, por considerar que ainda não há um resultado concreto dos apoios recolhidos para formalizar a recandidatura. Vong assegura apenas que publicará os dados o mais rápido possível, bem como a data de entrega do formulário.

O coordenador da sede de candidatura também se limitou

por referir ao HM que os traba-lhos da candidatura “estão em bom andamento” e que ainda vão ser feitos maiores esforços para conseguir mais apoios.

“Esperamos ganhar mais apoios dos membros da Co-missão Eleitoral, mas ainda falta vários dias para entregar o boletim. Estamos a fazer o maior esforço para ganhar assinaturas para entregar antes do dia 29”, disse, acrescen-tando que a sede está aberta a que sejam entregues opiniões e que vão haver mais formas de comunicação com Chui Sai On mais próximo da data das eleições, a 31 de Agosto.

Recorde-se que José Pereira Coutinho, deputado, já foi visitar a sede de candidatura, onde en-tregou uma carta para que Chui Sai On fiscalize as operadoras de jogo, devido ao alegado não pagamento de prémios de jogo.

saber se o Governo pretende fazer uma reforma no sistema do “recrutamento de talentos”, de forma a melhorar a qua-lidade e a eficácia dos serviços sociais em Macau.

Ho Ion Sang relembra que as insta-lações sociais sofrem uma grande pres-são ao nível das rendas e dos recursos humanos, o que não apazigua a longo prazo mesmo com a ajuda financeira do Governo. - C.L.

de venda das casas económicas e que deixe os agregados familiares que já vivem numa casa económica trocar para uma casa maior. Os dois consideram que, se não aumentar a oferta das casas económicas, mais revisões também não ajudam a resolver o problema.

E sugeriram que o Governo veri-fique primeiro as características dos candidatos à habitação económica, antes de anunciar as tipologias das casas que vai construir, como já fez.

“Não queremos a felicidade dos dirigentes, em detrimento da tristeza dos residentes”, era o título da carta entregue ao Chefe do Executivo.

A Novo Macau acusa o Gover-no de, nos primeiros 15 dias, ter dado como finda a consulta pública ao Plano de Aquisição de Imóveis

para Habitação por Residentes de Macau, quando o escritório dos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, da associação, têm vindo a receber “muitas queixas dos residentes”.

A associação assegura que estes apontam que, no conteúdo da con-sulta, existia informação enganosa e que esta deveria ser corrigida, para evitar o atraso de atribuição de casas aos residentes de Macau. Agora, asse-guram, o mesmo está a acontecer com

a consulta pública sobre a revisão da Lei de Habitação Pública.

Au Kam San e Ng Kuok Cheong dizem em tom irónico que “nem os dirigentes do Governo confiam no Chefe do Executivo”, ainda que esta seja apenas uma consideração do dois deputados.

“Parece que até os dirigentes consideram que a promessa do Chefe do Executivo em construir 28 mil casas públicas nos aterros da zona A é apenas uma decisão política e é

por isso que ninguém vai executar realmente esta política. Parece uma maneira de campanha e o Governo não quer realmente resolver os problemas fundamentais na oferta das casas económicas. O sistema de habitação económica torna-se numa ‘felicidade dos dirigentes, mas tristeza dos residentes’”, frisou Ng Kuok Cheong.

Ng Kuok Cheong

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5 políticahoje macau quinta-feira 24.7.2014

LEONOR SÁ [email protected]

O deputado da Assembleia Le-gislativa (AL), José Pereira

Coutinho, quer saber quando é que o Governo pretende criar centros de formação para invisuais no sentido de permitir que se tornem “independentes e autónomos”. Além disso, quis ainda saber se o processo de escalonamento dos diferen-tes graus de deficiência se vai tornar mais rápido, servindo para sistematizar e criar nor-mas padrão com base no grau de deficiência de cada cidadão.

A terceira questão colo-cada pelo também presidente da Associação dos Trabalha-dores da Função Pública de Macau ao Executivo tem que ver com criação de medidas que visam a melhoria da qua-lidade de vida dos invisuais residentes no território. “Que medidas serão adoptadas a breve e médio prazo para fa-cilitar aos invisuais o acesso a transportes públicos, passa-deiras, mercados municipais, bibliotecas e mesmo nos serviços públicos”, questio-nou Pereira Coutinho, em interpelação escrita.

Não é a primeira vez que o deputado mostra preocupa-ção com a fatia de portadores de deficiência residentes em Macau. No passado mês de Fevereiro, enviou mesmo

D E acordo com no-tícia avançada pela TDM, a Lei de

Prevenção e Correcção da Violência Doméstica deverá chegar à mesa do Conselho Executivo até 15 de Agosto, dia em que termina a presente sessão legislativa. Se assim for, a proposta de lei em causa deverá começar a ser alvo de debate pelos deputados da Assembleia Legislativa (AL) a partir do próximo mês de Outubro.

De acordo com de-clarações feitas ao canal televisivo português, Iong Kong Io, presidente do Instituto de Acção Social, admitiu ter “esperança” na entrega da proposta antes do final da presente sessão legislativa. Iong afirmou que a grande maioria deverá considerar a violência doméstica como “crime público”, alertando ainda para o fac-to de ser necessário criar normas bem definidas. “Não se pode considerar tudo crime público, por-que isso pode criar proble-mas. Espero que haja al-guma diferenciação entre casos pontuais e casos de agressão continuada para que as vítimas tenham

oportunidade de ter uma palavra a dizer”, explicou o director do IAS.

A questão da violên-cia doméstica tem sido um dos assuntos mais debatidos, com várias vozes a soarem em prol da criação de uma lei que regulamente este proble-ma social. Recentemente, foi o deputado Mak Soi Kun quem se manifestou contra a morosidade da preparação do diploma, tendo mesmo questionado ao Governo, através de uma interpelação escrita, a razão para a demora na publicação dos resultados de um estudo que está a ser realizado sobre o tema.

“Já chegamos ao Ve-rão, mas a proposta ainda não apareceu na AL. Segundo os especialistas, a legislação de violência doméstica não é sim-plesmente uma questão de consulta, o que mais é preciso é estudar a tendência através dos casos em Macau e, ao mesmo tempo, rever se as políticas ao tratamento, prevenção e mecanismos de apoio são suficientes”, escreveu o deputado no documento entregue ao Executivo. - L.S.M.

A deputada Song Pek Kei foi no-meada para o Con-

selho de Administração para a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), de acordo com despacho do Boletim Oficial, assinado pelo Secretário para os Trans-portes e Obras Públicas, Lau Si Io. Recorde-se que a deputada foi eleita para a Assembleia Legislati-

va através das listas do também deputado Chan Meng Kam. O Governo justificou a nova esco-lha para o conselho de administração da CEM, marcado pela diversidade de profissionais, como forma de promoção da concretização da política de desenvolvimento da electricidade, responden-do às necessidades sócio--económicas do territó-

rio, conforme avançado pela TDM. Licenciada em Direito em Língua Chi-nesa pela Universidade de Macau, a deputada é também vice-presidente da Direcção da “Aliança de Povo de Instituição de Macau”, tendo igual-mente sido membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte do Gover-no da RAEM. - HM

Pereira Coutinho volta à carga na luta por melhores condições e apoios aos portadores de deficiência visual

INVISUAIS PEREIRA COUTINHO QUER MAIS MEDIDA DE INTEGRAÇÃO

Padrões, precisam-se

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DIPLOMADEVE SER DISCUTIDO ATÉ OUTUBRO

Agressões continuadas

“Que medidas serão adoptadas para que os esforços na formação e reabilitação profissional dos deficientes e investimentos financeiros investidos em diferentes áreas não caiam em saco roto?”PEREIRA COUTINHO Deputado

CEM SONG PEK KEI NOMEADA PARA ADMINISTRAÇÃO

Em nome da diversidade

uma interpelação escrita, questionando o Governo so-bre a falta de oportunidades de emprego para os deficientes de Macau. “Que medidas serão adoptadas para que os esforços na formação e reabilitação profissional dos deficientes e investimentos financeiros investidos em diferentes áreas não caiam em saco roto, para diminuir a taxa de desemprego dos de-ficientes, integrando-os efec-

tivamente na sociedade?”, podia ler-se no documento.

COUTINHO NÃO ESTÁ SOZINHOTambém Albert Cheong, presidente da Associação de Promoção dos Direitos aos Portadores de Deficiência Visual (APDPDV), partilha a opinião do deputado da AL. Numa entrevista ao HM, em Julho passado, Cheong apontou o dedo ao Governo pela falta de programas de

formação para os invisuais, bem como de infra-estruturas que melhorem a qualidade de vida desta minoria. “É preciso preparar a comunidade de Macau para dar formação, para ensinar os deficientes a viver com a sua condição. É necessário prestar apoio a nível emocional para que os próprios percam a vergonha do seu problema e tenham vontade de lutar e aprender. Sem desistir.”, disse o presi-dente da APDPDV ao HM.

Cheong lamenta que não se preste mais atenção aos residentes com deficiências visuais, e acusa o Executivo de escolher o “caminho fácil” quando se trata de auxiliar estas pessoas, apenas dando--lhes dinheiro e bens alimen-tares às suas famílias. Para o presidente da associação, isto não é suficiente.

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JOANA [email protected]

O Instituto para os Assun-tos Cívicos e Munici-pais (IACM) recusou pedidos feitos por três

associações pró-democratas que pretendem realizar um ‘referendo civil’. O instituto não admitiu o pedido de cedência dos espaços e diz mesmo, em resposta ao HM, que não autoriza pedidos que tenham a

A U Kam San, depu- tado da bancada pró--democrata, saúda

a ideia que Chui Sai On deixou, no discurso de recandidatura, sobre uma “reforma ligeiramente ra-dical” no Governo e apela a que o Chefe do Executivo esteja mesmo determinado a fazer isso.

O deputado critica o que apelida de “inchaço” nos organismos do Governo e diz que a eficiência baixou, porque os organismos foram apenas divididos noutros mais pequenos.

DEPOIS do procurador do Ministério Público

(MP), Ho Chio Meng, se ter mostrado a favor da elaboração de uma lei própria para o crime de assédio sexual, Wong Kit Cheng, deputada, voltou a pedir o mesmo. Já vários deputados se mostraram a favor deste diploma.

A deputada concorda e apela às autoridades para que o crime de assédio se-xual seja legislado o mais rá-pido possível. Isto, porque, diz, “há muitas diferenças entre o crime de injúria e de assédio sexual e se se continuar a tratar o crime de assédio sexual como crime de injúria, é difícil proteger as vítimas desse tipo de ca-

sos”. Actualmente, o crime de assédio é punido como se fosse um insulto.

Wong Kit Cheng refere que o MP tem registado um tendência de subida em ca-sos de assédio sexual, mas que, como o crime ainda não é um independente, só pode tratar dos casos como se de um crime de injúria se tratasse. Wong relembra que, em Macau, muitas mulheres têm de trabalhar por turnos na indústria de jogo e é fácil que sofram assédios. Por isso mesmo, a deputada apela a que o Governo ‘preencha as lacunas’ do crime de assédio sexual na lei, de forma a proteger as vítimas. - F.F

REFERENDO IACM RECUSA ESPAÇO PARA REALIZAÇÃO DE ACTIVIDADE

Sufrágio barrado

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Avenida de Kwong Tung, n.ºs 71 a 111 e Rua de Viseu, n.ºs 70 a 110, na Ilha da Taipa, (Edifício Nam Kuai

Garden);- Avenida Dr. Sun Yat Sen, n.ºs 289 a 349, Rua de Tai Lin, n.ºs 357 a 407, Rua de Nam Keng, n.ºs 270 a 322 e

Avenida de Guimarães, n.ºs 504 a 520, na Ilha da Taipa, (Edifício Pou Long).2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da

Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 8 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

NOVO GOVERNO AU KAM SAN APELA A MENOS ORGANISMOS

Por agora, “divididos em vários”Au Kam San dá como

exemplo, citado pelo jornal Va Kio, que um dos casos mais evidentes é a Direcção dos Serviços de Tráfego (DSAT), que passou a inte-grar a supervisão de táxis, tarefa que anteriormente es-tava afecta ao Departamento de Trânsito da Polícia.

Esta mudança, refere, só fez com que se perdesse eficiência no trabalho. Isto, porque “se esta área ainda fosse do domínio da Polícia de Segurança Pública, as disputas e as violações das regras por parte dos taxistas

poderiam ser resolvidas mais rapidamente”.

O facto da DSAT não ter autoridade par aplicar multas e punições, mas a polícia não ter também – o que impede que as forças de segurança possam multar aquando de queixa sobre os táxis - levou a um aumento das infracções dos taxistas, sendo que 20% des-ses são infractores frequentes.

Outro exemplo lançado por Au Kam San é a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que dei-xou de tutelar a importação dos trabalhadores, missão

transferida para o Gabinete de Recursos Humanos. “Esta divisão de trabalho também diminui a eficiência e criou problemas relativamente à atribuição de responsabili-dades, uma vez que a culpa é repartida pelos dois orga-nismos”, apontou o deputado.

Au Kam San sugere que a reforma administrativa seja executada a três níveis: a escolha de trabalhadores competentes e qualificados, a diminuição de atribuição da responsabilidade entre os organismos do Governo e a simplificação dos processos burocráticos.

O deputado aponta que, nestes últimos quinze anos, os trabalhos legislativos foram entregues a “pessoa incom-petentes” e sugere a Chui Sai On a nomeação de “pessoas com qualificação e coragem de executar a análise e estudo da reforma” administrativa.

Au Kam San sugere ainda que o Governo faça a fusão dos serviços, como por exemplo a DSAL e o Gabi-nete de Recursos Humanos. O democrata pede também “que seja feita uma delegação de poderes mais adequada em certas matérias”, diminuindo o tempo de tratamento de documentos entre os organis-mos, aumentando a eficiência administrativa - F.F

Mais um capítulo na questão do referendo. Desta vez chega o veto do IACM ao pedido de espaços. Jason Chao promete novidades para hoje. Para seguir...

“Eles [IACM] rejeitaram os pedidos dando como justificação que o referendo viola a Lei Básica e a Constituição da China”JASON CHAO

cionadas com o referendo. “Ficámos a saber que não nos foi permitida a realização de assembleias relacio-nadas com o tópico”, começou por dizer. “Eles [IACM] rejeitaram os pedidos dando como justificação que o referendo viola a Lei Básica e a Constituição da China.”

O IACM explica isso mesmo, sublinhando o que diz o Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Central da China na RAEM: viola a lei. E Macau não tem direito de estabelecer um referendo.

Jason Chao recusa dizer mais ao HM, porque se está “a preparar para o que poderá acontecer amanhã [hoje].” O activista entrega uma carta ao IACM ao meio-dia onde protesta contra a decisão. Jason Chao garante que vai haver mais para contar.

Já o IACM deixa o alerta para que

não haja mais tentativas de pedidos para actividades relacionadas com o referendo, até porque “tanto para o Governo, como para a população, a realização de uma actividade sob a designação de ‘referendo’ desafia e contraria a Constituição da República Popular da China e a Lei Básica”.

O referendo não oficial deverá ter lugar entre 19 e 24 de Agosto e tem como objectivo perceber se os residentes pretendem poder esco-lher o próximo líder do Governo. Um semelhante foi realizado em Hong Kong.

ver com a realização de actividades relacionadas com o referendo.

A resposta do organismo chega depois de Jason Chao, presidente da Macau Consciência – uma das organizadoras do referendo não oficial sobre o sufrágio universal para o Chefe do Executivo em 2019 – ter anunciado que foi barrada das actividades.

Em declarações ao HM, Jason diz que a associação foi informada que seriam proibidas reuniões rela-

Assédio sexual Wong Kit Cheng reitera pedido de lei individual

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hoje macau quinta-feira 24.7.2014 7SOCIEDADEO julgamento do empresário acusado de declaração falsa, bem como suspeita fraude agravada por cobrar rendas aos teve ontem vendedores ambulantes na Rua do Padre João Clímaco teve ontem a sua primeira sessão

CECÍLIA L [email protected]

O empresário que exigiu a retirada dos vende-dores ambulantes na Rua do Padre João

Clímaco negou ontem em tribunal as acusações sobre ter obtido o terreno através de “posse pacífica”. Contudo, admitiu que mandou, “uma vez”, dois homens receber a renda dos vendedores ambulantes.

A fim de impedir distúrbios no interior da Sé

Catedral de Macau, os responsáveis pelo local decidiram colo-car um cartaz à porta onde pode ler-se “Não católicos, por favor não avancem”. De acordo com notícia avançada pelo jornal Ponto Final, o aviso foi colocado à vista de todos para aju-dar a manter a ordem, algo que, na opinião do padre Luís Sequeira, não tem acontecido. “Não sendo católicos, não têm hábitos muito cívicos, fazem barulho, não estão habituados ao respeito de um lugar de culto”, explicou o padre ao Ponto Final. A informação foi dada ao jornal português por uma crente que considerou o acto da Igreja uma decisão inapropriada. São, no entanto, várias as pes-soas que concordam com a colocação do

TJB EMPRESÁRIO ADMITE TER COBRADO RENDAS A VENDEDORES

Só queria ajudar...

SÉ CATEDRAL VEDA ENTRADA A NÃO CRENTES

Turistas? Lá fora

De acordo com a rádio, no jul-gamento que ontem começou no Tribunal Judicial de Base, Teng Man Lei terá admitido que pediu rendas, mas ressalvou, contudo, que, devido a esses dois homens “terem dito que era difícil receber as rendas”, também deixou de as cobrar.

O empresário alega que nunca recebeu dinheiro e que também não tinha interesse em recebê-lo. Mas também diz que, quando fazia as cobranças, não mostrava provas de ser proprietário do terreno, nem passava recibos das rendas pagas.

Teng Man Lai foi acusado de cometer o crime de declaração falsa, bem como suspeita fraude agravada.

Ontem, quando foi questionado pelos jornalistas à saída do tribunal, o empresário disse apenas que a sua “situação de saúde já está a melhorar”, mas que a sua situação é pior do que a dos vendedores am-bulantes. Recusou-se a comentar mais o caso.

Teng Man Lai disse em tribunal que, com o dinheiro, tinha a intenção de reparar painéis e coberturas para

as bancas, mas que os vendedores ambulantes sempre se opuseram. Além disso, disse ainda, chegou a fazer a manutenção do espaço.

OUTRA VERSÃOContudo, os vendedores ambu-lantes negaram que tenha havido reparações na rua e que, em 2009, o empresário surgiu reivindicando

que era proprietário da terra, mas que “antes ninguém o conhecia”.

Os vendedores dizem que to-dos os anos pediram a emissão de licença para venda ambulante ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, que sempre as cedeu até recentemente, e que também fizeram as manutenções por si próprios.

Um dos vendedores, de nome

Miu Fong Tak, contou ao HM em Abril de 2012 que o empresário disse, num programa da televisão

Lotus, que teriam pelo me-nos três a cinco anos para abandonarem o terreno.

A terra na Rua do Padre João Clímaco era pública mas, em 2009, o

comerciante, Teng Man Lai, reivindicou que, através

de uma decisão do tribunal em 2004, a tinha obtido através de “posse pacífica” e pediu a saída dos vendedores ambulantes.

Em 2011, o IACM também deixou de dar licenças aos vendedores ambulantes. Estes sublinharam que nunca foram convocados antes da decisão do tribunal e que ninguém teste-munhou em tribunal. No dia 24 de Setembro de 2012, John Lo, membro da Conferência Con-sultiva Política do Povo Chinês, mostrou documentos afirmando que gastou 61,74 milhões patacas a comprar a área de 379 metros quadrados a Teng. A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes também emitiu um comunicado dizendo que a terra era pública desde 1904.

Teng faltou ao primeiro julga-mento, devido a questões de saúde e só ontem começou o processo, até agora adiado.

De acordo com a rádio, o McDonald’s da Horta e Costa colocou um aviso nas montras, assegurando que não utiliza os produtos da empresa OSI, a fornecedora de carne de Xangai que fechou portas por estar a vender carne fora de prazo misturada com carne fresca e onde foram encontradas ainda poucas condições de higiene. O McDonald’s da Horta e Costa assegura que as carnes lá utilizadas já foram autorizadas pelo Governo e que não existem mais carnes dessa empresa no estabelecimento. Recorde-se, contudo, que o McDonald’s de Macau já admitiu que vendeu galinha congelada da empresa, nos meses de Maio a Junho.

L AM Iek Chit, es-pecialista em pla-neamento urbano,

considera que a Zona A dos novos aterros, na Areia Preta, é de-masiado populosa para receber mais fracções habitacionais. Em de-clarações à imprensa chinesa, Lam Iek Chit diz não considerar que exista um plano concre-to na proposta recente-mente apresentada pelo Governo, nem espaço disponível.

Recorde-se que, há duas semanas, Chui Sai On anunciou que deci-diu ajustar o número de

fracções inicialmente destinadas à Zona A dos novos terrenos, dobran-do o número das casas, que aumentou para 32 mil apartamentos. Destes, 28 mil são de habitação pública.

O Executivo afir-mou que a qualidade de vida da população iria melhorar depois de construir as zonas no-vas, mas Lam Iek Chit não parece concordar. E diz que, na proposta do Governo, a população só vê números.

“A ideia original da zona A seria equilibrar o problema da alta den-

sidade da população da zona norte. E da insuficiência de infra--estruturas. No entanto, se a densidade da zona A será tão alta como a zona norte, o problema não vai ser resolvido, nem a qualidade da vida conse-guirá aumentar”, disse o planeador urbano.

Lam Iek Chit re-lembrou ainda que a necessidade de trans-portes será ainda maior devido ao aumento para, diz, “70 mil pessoas por um quilómetro quadra-do”: mais alto do que o resto da península de Macau. - F.F.

ESPECIALISTA SUGERE FRACÇÕES DA ZONA A NOUTROS ATERROS

Tem gente a mais

Carne estragada McDonald’s publica um aviso

aviso, incluindo arqui-tectos e membros da congregação.

O padre defende--se, dizendo que o cartaz é necessário, no-meadamente para im-pedir situações como a criação de filas de turistas para receber a comunhão. “Avançam por ali fora e vão à comunhão sem cons-ciência nenhuma”, diz, acrescentando que os responsáveis do local já estão preparados para lidar com casos como este. De acordo com o Direito Canó-nico, apenas as pes-

soas baptizadas podem participar neste ritual. Entrevistado pelo Pon-to Final, referiu ainda que o aviso actual surgiu depois de já ter sido afixado um pedido de silêncio dentro do espaço religioso que não surtiu efeitos.

Já Rui Leão, ar-quitecto e membro do Conselho do Patrimó-nio, diz que “A cidade está devassada” e que é necessário reagir de forma institucional, colocando de lado a opção de cada um agir por si. “O facto de a igreja lá ter posto

o aviso é sintomático de um problema, é difícil fazer a gestão dos turistas na cidade. Mas realmente é uma pena”, disse o arqui-tecto sobre a Sé, que está classificada como património cultural do território. Leão acrescenta ainda que é necessário “jogar à defesa” em situações como esta, em que as pessoas fazem um mau uso dos espaços. Suge-re ainda a colocação de um segurança à porta da igreja para controlar a entrada de pessoas e aconselha que esta de-cisão seja tomada pelo Instituto Cultural, já que é entidade que gere o património cultural.

O arquitecto Vi-zeu Pinheiro tem uma postura igualmente dividida, concordando com a criação de nor-mas e regras no que diz respeito ao número de turistas, mas defende que “a Igreja deve estar aberta a todos”. Acredita, ainda que seria necessário dar mais explicações do que apenas escrever ‘não católicos’.

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8 sociedade hoje macau quinta-feira 24.7.2014

Turismo Mais pessoasa visitar MacauMacau recebeu mais de 15,3 milhões de visitantes durante o primeiro semestre do ano, mais 8,1% do que no primeiro semestre de 2013, segundo dados divulgados pela Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos. Do total de visitantes cerca de 66%, ou seja, 10,2 milhões de pessoas, são provenientes do interior da China e 21%, 3,1milhões, de Hong Kong. O aumento também se reflectiu nos visitantes do Reino Unido e Estados Unidos. Canadá e França registaram uma quebra no número de visitantes. - H.M.

Droga pelo campus da UMTrês pessoas nadaram para o lado da ilha da Montanha e subiram a parede do campus novo da Universidade de Macau na ilha para traficar droga. A Polícia Judiciária (PJ) prendeu dois homens e uma mulher do Vietname por suspeitas do crime. A PJ afirmou que as três pessoas são imigrantes ilegais e deslocaram-se, assim, a Macau. Foram presos na manhã do dia 23, apanhados com 33.29 gramas de quetamina e Ice, no valor de 8000 patacas. A PJ prevê que os três detidos já estejam a cometer o crime há meio ano. Foram presentes ao Ministério Público por tráfico de droga, desobediência e entrada ilegal.

Trânsito Andar a pé atéàs Ruínas de São Paulo

HÁ dois dias, o Governo criou um lugar temporário de estacionamento

para os autocarros turísticos na Rua da Horta da Companhia e proibiu os auto-carros de pararem na zona das Ruínas de São Paulo, de forma a evitar o engarrafa-mento de trânsito. O membro do Conselho Consultivo do Trânsito, Cheang Iok, concorda com a medida, mas realça que os trabalhos seguintes não serão suficientes. “Embora, na parte frente das Ruínas de São Paulo, aconteça menos engarrafa-mento, a zona perto da Estrada de Coelho do Amaral, da Rua de Tomás Vieira e do Hospital Kiang Wu fica com mais engarrafamento. As lojas nas periferias sofrem com os gás poluentes, os resi-dentes têm mais dificuldade em conduzir e ainda incomoda o acesso a veículos de emergência. O Governo transferiu o problema de uma zona para outra zona,” critica Cheang.

Por seu lado, Cheang Iok apela às autoridades para planearem “bem” a ligação das zonas aos pontos turísticos, limitando os autocarros turísticos grandes de entrarem nas zonas mais ocupadas. Cheang sugere também ao Governo que apele ao sector turístico para ajustar o itinerário dos turistas, aconselhando-os a chegar às Ruínas de São Paulo na parte da tarde, evitando a hora de pico de en-garrafamento de trânsito da zona. - F.F.

CECÍLIA L IN [email protected]

C ERCA de duas mil pes- soas, segundo a orga-nização, juntaram-se ontem em redor do ca-

sino Venetian, para reivindicar aumentos de salários e progressão profissional. A empresa emitiu um comunicado onde faz uma lista de benefícios que terão sido atribuídos, mas os profissionais do jogo avançaram mesmo com a ma-nifestação prometida há três dias.

LEONOR SÁ [email protected]

D E acordo com o novo di- rector dos Serviços de Regulação e Telecomuni-

cações (DSRT), Hoi Chi Leong, Macau deverá deixar de ter cabos de transmissão televisiva à vista de todos, nas ruas, que serão substituídos por cabos instalados debaixo do chão.

A aposta na substituição dos cabos exteriores por mecanismos subterrâneos e dentro dos prédios deverá estar concluída daqui a três anos, em 2017. Quem o disse foi Hoi Chi Leong, durante a explica-ção de uma dessas substituições.

A demonstração de ontem aos meios de comunicação faz parte do projecto piloto que tem em vista a

TELECOMUNICAÇÕES DSRT VAI TIRAR CABOS DAS RUAS

4G já para o anocolocação do mesmo modelo em mais dois locais, nomeadamente no Largo da Sé e na Rua Abreu Nunes e cuja finalização está prevista para final de Agosto. Hoi Chi Leong acrescentou que, para já, os esforços concentram-se na colocação deste mecanismo em to-das as “casas recém-construídas”, revelando ainda que a instalação deverá, a longo prazo, cobrir todas as zonas do território, incluindo as mais antigas.

No que diz respeito aos cabos “aéreos” – que estão visíveis a

partir da rua –, a DSRT pretende que todos eles sejam substituídos por cabos debaixo de terra, para que a imagem urbana do territó-rio seja melhorada.

O director da entidade go-vernamental avançou ainda que a qualidade da transmissão tele-visiva não deverá ser afectada pelas alterações que estão a ser executadas.

SISTEMA 4G JÁ PARA O ANODe acordo com o director da DSRT, o sistema telefónico de

rede 4G deverá cobrir a totalida-de do território já para o próximo. Essa é, pelo menos, a vontade de Hoi Chi Leong, que espera que o serviço de 4G esteja pronto em 2015. “Vai abrir concurso público o mais depressa pos-sível”, explicou o responsável, relativamente à liberalização do mercado da internet, do qual apenas a Companhia de Teleco-municações de Macau faz parte neste momento, acrescentando apenas que “vai haver muitas mudanças”.

TDM CRITICA MANIFESTANTESA TDM viu-se também obrigada a emitir um comunicado, condenando a acção de manifestantes que atiraram com pedras e deram murros no carro da empresa. O presidente da Comissão Executiva da Teledifusão De Macau, Manuel Pires, lamentando que os manifestantes tenham batido no carro da TDM ofendido os jornalistas que faziam entrevistas “normais” local. A declaração diz mesmo que a TDM mostra uma grande insatisfação perante o sucedido e repudia esses actos, que “impediram a liberdade de imprensa”.

O prometido é devido e os funcionários da Venetian vieram mesmo para a rua numa luta por melhores condições salariais, apesar das benesses que a empresa garante ter concedido

MANIFESTAÇÃO CERCA DE DUAS MIL PESSOAS TERÃO PROTESTADO CONTRA A VENETIAN

Braço de ferroA Forefront of the Macao

Gaming foi a organizadora da manifestação, à qual se juntou uma associação de funcionários da Galaxy, que se juntou aos colegas da operadora concor-rente. A Forefront assegura ter recolhido cinco mil assinaturas de funcionários do jogo da Sands China, após as manifestações, que entregou à operadora.

A Sands China emitiu um comunicado, à noite, lamentan-do o facto de os manifestantes terem saído à rua para manifestar as opiniões e preocupações “de alguns funcionários do jogo”, quando a empresa assegura ter diversos meios de comunicação.

Entre as exigências, feitas por funcionários de vários cargos do casino, estão ajustamentos salariais e de horário de trabalho, mas também o excesso de horas de trabalho.

“Para os croupiers esta-giários, o salário mensal deve aumentar para 19 mil dólares de Hong Kong e ter direito a dois dias de folga, sendo que, os croupiers com experiência, devem ganhar cerca de 21 mil dólares, com direito a um dia de folga por semana”, diz Ieong Man Teng.

O responsável da Forefront Gaming assegura que, quem trabalha nas mesas de Poker e na Roleta dos casinos da Sands

e da Venetian, tem demasiado trabalho. “A empresa deveria aumentar os recursos humanos para estes cargos e também au-mentar o tempo de intervalo.” Há ainda outras reivindicações.

A Sands China assegura que, desde o ano passado, pôs em prática um plano, com base

em observações de membros da equipa, para melhorar a estrutura e os benefícios do pessoal. Diz ainda que alguns programas deste plano já foram lançados no primeiro semestre do ano, como pagamentos adiantados de bónus, aumentos salariais de 5% e promoções.

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hoje macau quinta-feira 24.7.2014 9CHINA

A China e Cuba as- sinaram esta ter-ça-feira 29 novos acordos de coo-

peração reforçando a relação bilateral, num acto oficial liderado pelos presidentes Raul Castro e Xi Jinping, que visita oficialmente a ilha. Xi cumpre em Cuba a última escala do seu périplo pela América Latina que o levou também ao Brasil, Argentina e Venezuela.

Ambos os líderes salien-taram a vontade de continuar a desenvolver de forma “plena” as relações bilaterais com destaque para a agenda económica tendo abordado ainda assuntos de carácter internacional.

No âmbito dos novos acordos de cooperação o destaque vai para duas linhas de crédito concedidas pela China a Cuba: uma sem juros e outra destinada à constru-ção de um terminal multi--usos na província oriental de Santiago de Cuba.

Foram ainda subscritos contratos comerciais para o fornecimento de produtos de níquel cubano à China e um acordo de participação do gigante asiático em projec-tos de perfuração no sector do petróleo.

Saúde, biotecnologia, educação superior, agricul-tura, energias renováveis, turismo, indústria, tecno-logia de televisão digital, ciberespaço e fornecimento de equipamentos diversos integram ainda o leque dos acordos assinados.

Para além disto, o presi-dente cubano concedeu ao líder chinês a ordem ‘José Martí’, a condecoração máxi-ma do governo de Cuba, “pela amizade e solidariedade de-monstradas” ao povo cubano e pela “sua sábia condução” na construção do socialismo na China com “uma clara visão das condições e características específicas desse grande país”.

ENCONTROCOM FIDEL CASTROTambém na terça-feira, Fidel Castro recebeu o presidente da China em Havana, com quem abordou, entre outros temas, as suas pesquisas e estudos para aumentar a produção de alimentos.

O ex-presidente cubano explicou a Xi Jinping “os resultados das investigações e estudos teóricos e práticos que tem vindo a realizar” e dos quais “deriva a possibilidade real de aumentar a produção de alimentos proteicos com alta qualidade e grande procura internacional”.

Starbucks Produtos retirados devido a escândalo com carne

Na última etapa do périplo pela América Latina e Caraíbas, o Presidente chinêsmanteve contactos com Fidel Castro e Raúl Castro. Xi Jinping regressa a casa commais três dezenas de acordos na bagagem a juntar aos muitos outros assinadosdesde que chegou ao Brasil na semana passada

XI JINPING LAÇOS COM CUBA AINDA MAIS APERTADOS

Fim de uma viagem de sonho

Segundo a televisão estatal da ilha, o ex-presi-dente cubano - de 87 anos e afastado do poder desde 2006 - e Xi Jinping tiveram um “encontro fraternal” em “clima de amizade” no qual conversaram sobre diver-sos assuntos de interesse internacional e a respeito dos “enormes perigos e desafios que enfrenta a humanidade”.

Outro dos assuntos em cima da mesa foi a declara-ção adoptada pelos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na Cimeira do grupo do dia 15 de Julho e a “fér-til e inesquecível” viagem que o presidente chinês

fez nos últimos dias pela América Latina.

Durante o encontro, o presidente da China ofere-ceu ao líder da revolução cubana um busto em bronze,

A cadeia norte-americana Starbucks retirou alguns produtos dos seus

menus na China depois de revelado que um dos seus fornecedores, a em-presa Husi, tinha sido encerrado pelas autoridades do país por vender carne fora do prazo de validade.

Num comunicado publicado pela Starbucks na rede social Weibo, o Twitter chinês, a empresa revela que tinha identificado um produto

com carne daquele fornecedor e que já tinha começado a retirá-lo do mercado.

O escândalo envolvendo a Husi, que falsificava a data de validade de parte da carne que vendia para cadeias de comida rápida, está a alastrar-se por toda a China dado a quantidade de clientes que a empresa possuía.

Na segunda-feira as autoridades encerraram as instalações da empre-

sa em Xangai para encetarem uma investigação profunda.

Além da Starbucks, outras cadeias conhecidas que eram fornecidas pela Husi são a Burger King, McDonalds e a Yum! Brands, que controla a KFC e a Pizza Hut.

A Husi é a filial chinesa do grupo OSI, um conglomerado de processa-mento alimentar com sede em Aurora, nos Estados Unidos. - Lusa

de 175 quilos, com a imagem do jovem Fidel Castro.

MISSÃO EMPRESARIAL Entretanto, na segunda--feira, uma missão com

representantes de mais de 40 empresas chinesas es-teve em negociações com entidades da ilha durante um fórum, no qual repre-sentantes do Escritório de

Desenvolvimento do Co-mércio do país asiático e da Câmara de Comércio de Cuba assinaram um acordo para ampliar e diversificar o intercâmbio empresarial.

Nesta reunião, empresas chinesas e cubanas selaram acordos de negócio e inves-timentos em sectores como as energias renováveis, a produção de alimentos e as indústrias de níquel e farmacêutica, informou a imprensa oficial.

O presidente da Câmara de Comércio cubana, Or-lando Hernández Guillén, disse que as negociações acontecem em um momento “crucial” para a economia nacional, quando “são toma-das medidas para conceder maior autonomia às empre-sas e exigir delas uma gestão mais efectiva”.

Hernández Guillén afir-mou ainda que o sector empresarial chinês é um elo “vital” para as inten-ções cubanas de diversi-ficar e impulsionar o seu comércio.

Neste sentido, deta-lhou que Cuba procura companhias estrangeiras de prestígio internacional interessadas no seu mercado e considerou que a China é “fundamental”, pela relação política e comercial com a ilha.

A China é o segundo maior parceiro comercial de Cuba com trocas comerciais, em 2013, de 1.880 milhões de dólares.

Page 10: Hoje Macau 24 JUL 2014 #3138

10 hoje macau quinta-feira 24.7.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

A HISTÓRIA SECRETA DA GOLDMAN SACHS • Steven G. Mandis“A História Secreta do Goldman Sachs” explica os processos que levaram esta instituição a alterar a sua cultura de colocar «os clientes em primeiro lugar»,à medida que deixava de ser uma pequena empresa para se tornar numa organização de grandes dimensões cotada na bolsa. Mandis avalia principalmente aquilo que fez o Goldman Sachs ser tão bem-sucedido. Ao combinar uma análise intuitiva com uma narrativa envolvente, o autor escreveu uma história bem informada, que oferece perspetivas inestimáveis sobre a história do banco e um esboço biográfico dos seus líderes de topo.

A REVOLUÇÃO NOS MEDIA • Maria Inácia Rezola, Pedro Marques GomesQuando a ditadura portuguesa foi derrubada, depois de mais de quatro décadas de censura, aboliram-se de imediato a censura e o exame prévio e impôs-se a liberdade de expressão e de pensamento. Mas os novos poderes desejavam ardentemente aceder à opinião pública, e depressa se instalaram novas formas de controlo dos meios de comunicação social. Entre acusações de colaboracionismo e purgas de administrações e de jornalistas, comissões de trabalhadores, nacionalização dos órgãos de informação, casos República e rádio Renas-cença – a rádio e os jornais portugueses transformaram-se numa peça decisiva do processo revolucionário desencadeado pelo Movimento das Forças Armadas, a 25 de Abril de 1974. “A Revolução nos Média” procura fornecer novas respostas sobre este período histórico.

E NTRE 25 e 29 de Julho, o Hong Kong Convention and Exhibition Centre

(HKCEC) vai albergar a 16ª edição da feira de animação e jogos “Ani-Com & Games Hong Kong” (ACGHK).

O evento começou há 15 anos como a secção de banda desenhada da Feira do Livro de Hong Kong, mas com o passar do tempo passou a incluir animação e jogos, tornando-se depois num evento independente. Agora, e segundo a organi-zação, tornou-se numa das maiores feiras da Ásia do género e é o evento mais popular em Hong Kong neste ramo, tendo atraído 729.000 pessoas na edição passada.

Uma das principais e mais extravagantes atracções

HONG KONG ANIME INVADE A CIDADE

Grande animação

do evento é a competição “cosplay”, em que os par-ticipantes são convidados a reproduzir as suas perso-nagens favoritas de bandas desenhadas, séries de ani-mação televisivas ou jogos de computador. Aliás, a feira vai ser animada por concertos de bandas como os “Tokyo Performance Doll” e os “Lit-tle Glee Monster”, que vão reproduzir bandas sonoras de séries “anime” populares.

Este ano volta também a ter lugar a competição de criação de figuras, sendo presidida por juízes da China, Hong Kong e Taiwan. Por sua vez a competição de dança vai ver dançarinos de todo o mundo disputar nas categorias de jazz, hip-hop e freestyle, havendo também uma com-

petição para as melhores criações de banda desenhada.

Por fim há ainda uma área reservada aos jogos de com-putador, em que companhias como a Xbox e a Sony apre-sentam as suas mais recentes novidades, algumas delas

muito antes de serem lança-das oficialmente no mercado, adianta a organização.

Os bilhetes custam 35 dólares de HK cada e estão disponíveis através da rede local dos estabelecimentos 7-Eleven e Circle K.

C OM o auditório da Reitoria da Universi-dade Nova de Lisboa (UNL) cheio, Mario

Vargas Llosa entrou vestido com um traje preto atrás de um cortejo académico composto por docentes da universidade, enquanto o coro desta insti-tuição cantava. Pouco depois, o reitor colocava ao Prémio Nobel da Literatura 2010 uma insígnia azul e Mario Vargas Llosa tornava-se doutor ‘ho-noris causa’ da UNL.

Seguiram-se os discursos. Foi então que escritor perua-no, de 78 anos, recordou o seu “amigo português”: José Cardoso Pires (1925-1998). Conheceu-o quando ambos davam aulas na Universidade de Londres, nos anos 1960, e esta terça-feira no auditório da Reitoria, tantos anos depois, agradeceu ao amigo ter-lhe dado a ler aquele “que ainda hoje” é um dos seus poetas favoritos: Fernando Pessoa. “Leio-o com prazer e, acredi-to, com algum proveito”, disse Mario Vargas Llosa com a sua grave e pausada voz. Lem-brou ainda que quando se conheceram, os dois amigos “estavam convencidos que a literatura é uma arma eficaz para combater as injustiças e que, como dizia Sartre, as palavras são actos”.

O Prémio Nobel da Literatura 2010 recordou o grande amigo José Cardoso Pires que lhe deu a conhecer Pessoa e lembrou os tempos em que ambos acreditavam que a literatura é uma arma eficaz para combater as injustiças

MARIO VARGAS LLOSA DOUTOR HONORIS CAUSA , PELA UNIVERSIDADE NOVA

“As palavras são os actos”

Para o Prémio Nobel da Literatura 2010, o escritor não é um mero produtor de entrete-nimento. “A função do escritor não acaba em escrever bem. Há um compromisso cívico de defesa dos direitos humanos”, afirmou e acrescentou que aquele que escreve deve opor--se a tudo o que ameaça estes direitos, como as ditaduras.

O escritor referiu-se ao título que recebeu na tarde de terça-feira como “um re-conhecimento, mas também como uma responsabilidade intelectual e cívica”. Recor-dou a sua ligação forte às universidades, desde que foi aluno na Universidad Nacio-nal Mayor de San Marcos, em Lima, até à sua carreira como professor: aí aprendeu “o enorme prazer que produzem as boas leituras”. “Na Améri-ca Latina a universidade tem uma tradição de defesa dos direitos humanos, de luta pela liberdade e contra a ditadu-ra”, disse. Considerando que estas instituições devem ser apoiadas, porque “a cultura é a melhor defesa contra a barbárie e, como diz Popper, o regresso à tribo”.

Na reitoria estiveram pre-sentes o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira

• Hélder Fernando e Jorge Vale fecharam a rua para obras. A ‘RUA DAS MARIAZINHAS’, programa de rádio diário chegou ao fim, depois de quatro anos de companhia nas tardes de Macau. O HM sauda o Helder e o Jorge e deseja um futuro de sucesso.

RUAFECHADA

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11 eventoshoje macau quinta-feira 24.7.2014

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Exposição Macau pelas lentesdos fotógrafos deficientes

“A função do escritor não acaba em escrever bem. Há um compromisso cívico de defesa dos direitos humanos”

MARIO VARGAS LLOSA DOUTOR HONORIS CAUSA , PELA UNIVERSIDADE NOVA

“As palavras são os actos”Teixeira e o antigo Presidente da República Mário Soares a assistir à sessão formal presidida pelo reitor da UNL António Rendas. O professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) Nuno Júdice foi o proponente do título, e o presidente do conselho da FCSH e também doutor ‘honoris causa’ por esta universidade Francisco Pinto Balsemão, foi o padrinho, ou seja, aquele que pede simbo-licamente a condecoração.

Enquanto proponente do doutoramento ‘honoris cau-sa’, Nuno Júdice destacou no seu discurso que Vargas Llosa não é apenas um escritor, ou um ensaísta, ou um político – estas “são faces complemen-tares do seu trabalho, e por serem inseparáveis, escolher um único caminho seria uma

redutor. Nenhum aspecto se sobrepõe ao outro”, disse o professor e poeta.

Na curta conferência de imprensa que se seguiu à ce-rimónia de atribuição do título ‘honoris causa’, Vargas Llosa lembrou a sua mais visível intervenção política – a candi-datura em 1990 à presidência do Peru – e aquilo que apren-deu com ela: “aprendi que não sou um político, participo no debate político”.

Questionado sobre diver-sos temas da actualidade, o autor de “O herói discreto” (ed. Quetzal) falou da cor-rupção como “o maior perigo do nosso tempo”: “sempre existiu, mas hoje é tolerada” e por isso pode mais facilmente “corromper as raízes da de-mocracia”. Sobre o conflito israelo-palestiniano, disse que

há “uma maior intransigên-cia” da parte de Israel e que a comunidade internacional, por exemplo os Estados Uni-dos, “têm de actuar de uma forma mais enérgica”.

Mario Vargas Llosa assi-nou um manifesto contra a independência da Catalunha, juntamente com personalida-des como Pedro Almodóvar, publicado no jornal espanhol El País em 2012. Sobre essa sua posição, disse que “há que se respeitar a Constituição [de Espanha], que foi amplamente aprovada pela maioria dos espanhóis, entre eles, uma imensa maioria de catalães”.

Para o escritor, “o indepen-dentismo e o nacionalismo não são uma doutrina, uma forma de fanatismo” e por isso, não apoia a ideia de um estado federal, como tem vindo a ser proposto pelo Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE), para resolução da questão catalã. “A monarquia tem uma razão de ser em Espanha e desempe-nhou um papel fundamental”, defendeu. “As monarquias constitucionais na Europa são onde as democracias funcionam melhor”. - Público

TEVE ontem lugar a ce-rimónia de abertura da

exposição “Macau pelas len-tes dos fotógrafos deficientes – Intercâmbio artístico entre os fotógrafos deficientes do Interior da China e Macau”, que contou com grande ade-rência do público.

A mostra, organizada pelo Instituto de Acção Social em conjunto com a “China Disabled Person’s Federation” e a “China Foundation for Disabled Persons” reúne 60 traba-lhos produzidos por 10 fotógrafos de Macau e 20 da China – todos portadores

de deficiências físicas - que demonstram as transforma-ções que a cidade tem vindo a sofrer, especialmente des-de a transição para a China.

A iniciativa, realiza-da pela primeira vez em Macau, pretende ajudar as pessoas com deficiências a desenvolver os seus talen-tos artísticos, de maneira a elevar a sua auto-estima e independência, ao mesmo tempo que pretende faci-litar a sua integração na sociedade.

Para o efeito, tiveram tam-bém ontem lugar colóquios sobre estética fotográfica e ideias criativas da captação de imagens fotográficas e técnicas de criação.

A exposição está patente no Jardim do Iao Hon até ao dia 5 de Agosto, mudando-se de seguida para o Largo do Tap-Seac, onde permanecerá até 18 de Agosto, e passa por fim pelo Jardim Flower City na Taipa, acabando no dia 8 de Setembro.

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12 DESPORTO hoje macau quinta-feira 24.7.2014

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Aviso

Avisam-se todos os interessados que está aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento do seguinte lugar, como pessoal contratado além do quadro da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, de acordo com as condições referidas no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.° 30, II Série, de 23 de Julho de 2014, e cujo prazo de apresentação das candidaturas termina no dia 12 de Agosto:

- Um lugar de técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, na área de contabilidade ou auditoria

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, aos 10 de Julho de 2014.

A Directora,Leong Lai

E LISEU volta a estar na órbita do Benfica e parece que, desta vez, Jorge Jesus poderá vir

a contar com o esquerdino. O Maisfutebol contactou o jogador, que ainda está em Espanha. Ainda assim, Eliseu revelou que há conversações entre os dois clubes para uma transferência.

Contador fora da Volta a Espanha devido a lesão

ELISEU BENFICA VOLTA À CARGA PELO INTERNACIONAL PORTUGUÊS

À terceira é de vez?

«Estou em Espanha ainda, não estou em Portugal, sei que o Benfica e o Málaga estavam a negociar, mas ainda não sei se há acordo», disse o internacio-nal português ao nosso jornal.

A possível mudança para a Luz foi notícia nos dois lados da fronteira. O Diario Sur de Málaga escreve mesmo que Eliseu estaria na iminência

de fazer testes médicos em Lisboa, depois de ter havido concordância entre os dois emblemas.

Ora, com quase todo o Málaga em viagem para a Aus-trália - «só cá ficou o diretor financeiro», disse Eliseu – o esquerdino continua a treinar na Andaluzia.

O português ficou para

trás e o treinador Javi Gracia considerou-o pesado. Um ar-gumento usado para justificar a ausência de Eliseu. «Falei com o técnico, havia nego-ciações e, se a proposta fosse aceite, não fazia sentido ir e estar a fazer uma viagem de 20 horas para depois voltar para trás», contou ao Maisfutebol o internacional luso.

Eliseu confessou ainda que não falou com Jorge Jesus, nem sabe que planos o técnico tem no que toca a posição em campo. Também garantiu que não negociou contrato com os encarnados, ainda.

«Mas será muito fácil che-gar a um acordo», sublinhou Eliseu, que apontou ao cora-ção para justificar esse facto: «Como é sabido, sou benfi-quista de pequenino e sempre sonhei jogar no Benfica.»

Depois de nas últimas duas épocas ter estado próxi-mo da Luz, à terceira poderá ser de vez.

O ciclista espanhol Alberto Contador,

a recuperar de uma fractura na tíbia que o obrigou a abandonar a Volta a França, anun-ciou ontem na sua conta no Twitter, que não participará na Volta a Espanha

“Dia mau, a cica-trização das feridas complica-se, ainda não tenho autorização para voltar a andar de bici-cleta. Adeus Vuelta”, escreveu o ciclista espa-nhol, que abandonou o Tour a 14 de Julho.

Logo no dia a seguir à queda, e depois de ter sido observado numa

clínica em Madrid, Con-tador afirmou que seria “muito complicado dis-putar a Vuelta”, que se realiza entre 23 de Agos-to e 14 de Setembro.

Alberto Contador, que soma dois triunfos na Vuelta (2008 e 2012) e outros dois no Tour (2007 e 2009), disse também que gostaria de acabar a época a competir.

“Não gostava de acabar a época desta maneira”, afirmou o ciclista espanhol, um dia depois da queda na des-cida entre Petit Ballon e o Col du Platzerwasel, na 10.ª etapa do Tour.

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ARTE

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hoje macau quinta-feira 24.7.2014

ARTE

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hLuis DoLhnikoff IN SIBILA

1. Na segunda metade do século XIX, ante as mudanças incessantes e incessan-temente aceleradas que o modo de pro-dução capitalista impunha e imporia ao mundo, não poupando nada e ninguém, das relações de trabalho às relações fa-miliares, das posições sociais aos valores morais, da distribuição da população às atividades quotidianas, das ideias às pai-sagens, Marx resumiu a nova condição socioeconómico-cultural em uma frase famosa que, ao contrário, perduraria: “Tudo o que é sólido se desmancha no ar”. Há alguns anos, o sociólogo Zyg-munt Bauman resumiu e actualizou Marx ao falar em “sociedade líquida”. Agora, é a vez da cultura-espuma.

Cultura é memória. Memória pes-soal de ideias, crenças, práticas e hábitos que uma geração transmite às seguintes, memória grupal que as criações culturais transmitem. Daí serem as artes filhas da Memória (Mnemóssine), mãe das musas. Sem memória, não há arte. Sem ela, não há nada. Pois ao contrário das formas de vida, que são darwinianas (e não transmi-tem os caracteres adquiridos em vida), a cultura é lamarckista: não apenas depen-de do que se crie-desenvolva “em vida”, como o que se cria-desenvolve é trans-missível às novas gerações. Se não o for, morre.

Culturas morrem quando morrem as sociedades que as criaram e transmitiram − mas não sempre, nem necessariamente: se seus registos mnemónicos sobrevive-rem na memória de outras culturas, a cul-tura de uma sociedade extinta pode man-ter-se viva. Numa conhecida metáfora, a cultura é como um vírus, capaz de sobre-viver à morte do primeiro hospedeiro.

O que acontece na cultura contempo-rânea é novo e diferente. Uma socieda-de que se mantém viva, mas cuja cultura vai-se perdendo em vida. Uma sociedade com Alzheimer. Uma cultura desmemo-riada. Uma cultura zumbi. Ou de zum-bidos, cheia de sons e movimentos, que significam cada vez menos.

2. Velhas mas ainda assim já então mo-dernas questões filosófico-ideológicas re-sultaram, no século XVIII, no conceito de “tábula rasa”: para os homens serem iguais, tinham de ser, isto é, de nascer igualmente vazios. Um nobre não era nobre porque nascido com virtudes da nobreza, mas porque criado na nobreza. As virtudes nobres e também as ignóbeis estavam,

CULTURA-ESPUMA, HOFDWARE E OUTRAS QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS

portanto, ao alcance de todos, desde que a sociedade cuidasse devidamente de sua formação (e informação). Os homens não nasciam bons, como acreditava Rousseau, mas tampouco maus (isto é, “contamina-dos” pelo “pecado original”), como queria a Igreja. Nasciam vazios. A sociedade, isto é, a cultura que recebessem, faria de-les o que fossem, o que pudessem ser.

A “tábula rasa” foi quebrada pela ciên-cia contemporânea, a partir, entre outros, da linguística de Chomsky, da neurologia embrionária e da etologia, a ciência do comportamento animal. Nasce-se com es-truturas informacionais  inatas, para as quais nem o  hardware  nem o  software  servem como metáforas. É algo como um  hofd-ware, que parece um neologismo alemão, mas é a fusão das duas palavras-chave da computação a fim de indicar um sistema, o cerebral humano, em que a estrutura e as informações básicas de seu funciona-mento são inextricáveis, porque imbrica-das na sua própria “fabricação”.

O exemplo clássico é a língua. Se não se nasce sabendo uma língua, nasce-se com uma estrutura gramatical geral e uni-versal impressa no hofdware cerebral, que não somente permite o aprendizado de qualquer língua, como explica o rápido e natural  aprendizado da língua materna pelos bebés humanos. Para um humano, falar uma língua é tão natural quanto um pássaro canoro cantar. A cultura, neste caso, não está no falar em si, mas naquilo que afinal se fala, incluindo o código, a língua (mas não a linguagem verbal, que é inata).

3. Assim como a ciência contemporânea quebrou a “tábula rasa”, a filosofia acabou com outro mito ainda mais antigo, o Ideal platónico: formas ideais e perenes exis-tiam numa dimensão perene e ideal, onde também nascia a alma humana, conhece-

dora, portanto, de tais formas, de que as coisas do mundo eram projecções imper-feitas. Ao sofrer certo “trauma” quando de sua  incorporação  a um novo ser humano, a alma se esquecia de seu conhecimento profundo das coisas do mundo. Mas o recordava através da experiência, do “recontato” com as coisas. Daí que, para Platão e os platónicos, aprender é recordar. Ao contrário da “tábula rasa”, os homens nasciam, na verdade, repletos de memória (esquecida) do mundo. Mas o mito platónico da alma individual imortal (depois apropriado pelo cristianismo) morreu com a morte da metafísica.

4. Homens e mulheres não nascem va-zios (apesar de não repletos do conheci-mento esquecido da alma platónica). Mas a sua memória, sim.

Tanto a memória individual quanto a memória cultural tem de ser adquiri-das. Mas além de adquiridas, devem ser mantidas: a memória perdida é uma bo-

lha de nada vagando no oceano escuro do passado.

A memória e a mente se constroem jun-tas, como um novo hofdware sobre o hofd-ware do cérebro-estruturas-informacionais-inatas dos bebés. A perda da memória individual resulta em algumas síndromes associadas à demência, literalmente, à perda da mente, ao seu desfazimento. A perda da memória cultural, síndrome contemporânea por excelência, resulta, não em demência, mas em zumbificação cultural. Como um zumbi, a cultura desmemoriada se move, parece viva, porque seu “corpo”, a sociedade que antes a incorporava, desenvolvia e mantinha viva, mantém-se viva e em movimento, apesar de desmemoriada.

5. Por coincidência ou talvez não, a com-putação em nuvem surge paralela à cul-

tura-espuma: uma névoa de informação difusa, cujo espalhamento é inversamente proporcional à sua densidade.

Enquanto a computação em nuvem existe “dentro” da rede, flutuando no ci-berespaço, a informação-névoa existe fora da rede, e se espalha através do te-cido da cultura. Esse tecido, que se tece, se esgarça e se retece através da história, e que através da história é tingido, destin-gido e retingido, é agora apenas humede-cido pela informação-névoa, incapaz de impregná-lo com o pigmento da memó-ria e o fixador do hábito.. A informação--névoa parece impregná-lo, mas é apenas uma mancha de humidade, que aparece assim como desaparece. O próprio tecido da cultura, então, se desfaz, pois não mais mantido, fixado, sedimentado, e se torna, enfim, a cultura-espuma

6. Por que ele não mais se sedimenta é uma questão extensa (e que envolve toda a economia, cultura, política e ideologia da época), mas a sua resposta, no entanto, é curta: por excesso, mas também por fal-ta. Excesso de informação acessível, falta de linhas de sedimentação.

A areia de um mar sempre revolto ja-mais se sedimentaria, e esse seria um mar sem fundo: portanto, impossível. Se ne-nhum mar é um lago de águas paradas, tampouco é um redemoinho perpétuo. Movimento e estase, correntes e sedi-mentação têm de existir e coexistir, para que o próprio mar exista. O fundo do mar o embasa, mas também o permeia. Os so-lutos do mar o permeiam, mas também o embasam. Fundo e solutos, memória sedi-mentada e informação nova, formam um sistema que se impregna e se realimenta. Assim como há caminhos para a chegada de informações novas, também devem existir caminhos para a sedimentação de parte delas. Essas linhas de sedimentação formam (ou formavam) o próprio tecido da cultura. Mas a informação-névoa não se sedimenta em um fundo de memória.

O excesso de informação resulta em diminuição paradoxal de informação. Porque é informação-espuma: está lá, mas não dura; não pode durar, pois não tem densidade; se não dura, é logo subs-tituída por mais espuma informacional. A quantidade total de espuma que passa por dia por uma praia é imensa. Mas é, afinal, sempre pouca, pois sempre eféme-ra: a franja frágil que está à tona a cada momento.

A INFORMAÇÃO-NÉVOA PARECE IMPREGNÁ-LO,

MAS É APENAS UMA MANCHA DE HUMIDADE, QUE

APARECE ASSIM COMO DESAPARECE. O PRÓPRIO

TECIDO DA CULTURA, ENTÃO, SE DESFAZ, POIS NÃO

MAIS MANTIDO, FIXADO, SEDIMENTADO, E SE TORNA,

ENFIM, A CULTURA-ESPUMA

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hoje macau quinta-feira 24.7.201414 h

Carlos DrummonD De anDraDe

AINDA O FUTEBOL

MANÉ E O SONHO

A necessidade brasileira de es-quecer os problemas agudos do país, difíceis de encarar, ou pelo menos de suavizá-

-los com uma cota de despreocupa-ção e alegria, fez com que o futebol se tornasse a felicidade do povo. Pobres e ricos param de pensar para se encan-tar com ele. E os grandes jogadores convertem-se numa espécie de irmãos da gente, que detestamos ou amamos na medida em que nos frustram ou nos proporcionam o prazer de um espectá-culo de 90 minutos, prolongado inde-finidamente nas conversas e mesmo na solidão da lembrança.

Mané Garrincha foi um desses ídolos providenciais com que o acaso veio ao encontro das massas popula-res e até dos figurões responsáveis periódicos pela sorte do Brasil, ofer-tando-lhes o jogador que contrariava todos os princípios sacramentais do jogo, e que no entanto alcançava os mais deliciosos resultados. Não seria mesmo uma indicação de que o país, despreparado para o destino glorioso que ambicionamos, também conse-guiria vencer suas limitações e defi-ciências e chegar ao ponto de gran-deza que nos daria individualmente o maior orgulho, pela extinção de anti-gos complexos nacionais? Interroga-ção que certamente não aflorava ao nível da consciência, mas que podia muito bem instalar-se no subterrâneo do espírito de cada patrício inquieto e insatisfeito consigo mesmo, e mais ainda com o geral da vida.

Garrincha, em sua irresponsabi-lidade amável, poderia, quem sabe?, fornecer-nos a chave de um segredo de que era possuidor e que ele mes-mo não decifrava, inocente que era da origem do poder mágico de seus músculos e pés. Divertido, espontâ-neo, inconsequente, com uma ino-cência que não excluía espertezas instintivas de Macunaíma — nenhum modelo seria mais adequado do que esse, para seduzir um povo que, olhando em redor, não encontrava os sérios heróis, os santos miraculosos de que necessita no dia a dia.

A identificação da sociedade com ele fazia-se naturalmente. Garrincha não pedia nada a seus admiradores; não lhes exigia sacrifícios ou esforços mentais para admirá-lo e segui-lo, pois de resto não queria que ninguém o seguisse. Carregava nas costas um peso alegre, dispensando-nos de fa-zer o mesmo. Sua ambição ou projec-

um segundo, a influência de proble-mas pessoais sobre o comportamento na partida. É pago para deslumbrar a arquibancada e a cadeira importante, para nos desanuviar a alma, para nos consolar dos nossos malogros, para encobrir as amarguras da Nação. Ele julga que entrou em campo a fim de defender o seu sustento, mas seu ne-gócio principal será defender milhões de angustiados presentes e ausentes contra seus fantasmas particulares ou colectivos. Garrincha foi um entre muitos desses infelizes, dos quais só se salva um ou outro predestinado, de estrela na testa, como Pelé.

A simpatia nacional envolveu Mané em todos os lances de sua vida, por mais desajustada que fosse, e isso já é alguma coisa que nos livra de ter remorso pelo seu final triste. A criança grande que ele não deixou de ser foi vitimada pelo germe de autodestruição que trazia consigo: faltavam-lhe defesas psicológicas que acudissem ao apelo de amigos e fãs. Garrincha, o encantador, era folha ao vento. Resta a maravilhosa lembrança de suas incríveis habilidades, que fa-rão sempre sorrir a quem as recordar. Basta ver um filme dos jogos que ele disputou: sente-se logo como o cor-po humano pode ser instrumento das mais graciosas criações no espaço, rá-pidas como o relâmpago e duradou-ras na memória. Quem viu Garrincha actuar não pode levar a sério teorias científicas que prevêem a parábola inevitável de uma bola e asseguram a vitória — que não acontece.

Se há um deus que regula o fute-bol, esse deus é sobretudo irónico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculda-de de perceber sua condição de agen-te divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.

Esta crónica de Drummond foi publicada originalmente no Jornal do Brasil de 22 de Janeiro de 1983, dois dias após a morte de Mané Garrincha, com o título de “Mané e o sonho”.

GARRINCHA NÃO

PEDIA NADA A SEUS

ADMIRADORES; NÃO

LHES EXIGIA SACRIFÍCIOS

OU ESFORÇOS MENTAIS

PARA ADMIRÁ-LO E

SEGUI-LO, POIS DE

RESTO NÃO QUERIA QUE

NINGUÉM O SEGUISSE

to de vida (se é que, em matéria de Garrincha, se pode falar em projecto) consistia no papo de botequim, nos prazeres da cama, de que resultasse o prazer de novos filhos, no descom-promisso, afinal, com os valores bur-gueses da vida.

Não sou dos que acusam dirigentes do esporte, clubes, autoridades civis e torcedores em geral, de ingratidão para com Garrincha. Na própria es-sência do futebol profissional se insta-lam a ingratidão e a injustiça. O joga-dor só vale enquanto joga, e se jogar o fino. Não lhe perdoam a hora sem inspiração, a traiçoeira indecisão de

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 24.7.2014

F ERNANDO Correia da Silva nasce em Lisboa, em 1931. Ainda nos anos 40 participa na campanha de Norton de Ma-

tos, milita no MUD Juvenil e é detido em Caxias. Edita em 1950 o seu pri-meiro livro de poemas, “Colheita”. Em 1952, com Alexandre O’Neill, publica A POMBA, jornal clandestino de poe-sia militante.

No exterior, com Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, declara-se pró-independência das coló-nias africanas. Regressa a Portugal, mas sob perseguição da PIDE, abandona o curso de Económicas e exila-se no Brasil.

FERNANDO CORREIA DA SILVA (1931-2014)

Autor de obra literária e poética, fundador de diversos jornais e editoras, as perseguições da Pide forçaram-no ao exílio no Brasil, de onde voltou depois do 25 de Abril para se dedicar ao movimento cooperativo. Escreveu, entre outros livros, “Mata Cães” (1986), “Querença” (1996). “Maresia” (1998) e “Lianor”

No jornal Folha de São Paulo con-cebe e dirige a Folhinha, o suplemento infantil publicado ainda hoje. É um dos fundadores do jornal antifascista  Por-tugal Democrático. Com Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Mu-ralha, Fernando Lemos e escritores e artistas brasileiros tais como Maria Bo-nomi, Guilherme Figueiredo e Cecília Meireles, funda em S. Paulo a Giroflé, editora infantil.

Após o golpe militar de 1964, traba-lha numa indústria em Fortaleza, no es-tado do Ceará. No Nordeste, verifica “a ostentação e a miséria, vampirismo sem disfarces”, como refere na sua nota bio-

grafia, publicada no site Vidas Lusófonas. De regresso a S. Paulo, aprende e aplica as técnicas da racionalização industrial.

Com o 25 de Abril, regressa a Por-tugal e dedica-se ao movimento das cooperativas de produção.

De entre as suas obras destacam-se os romances “Mata Cães” (1986), em torno de um herói pícaro a desembar-car em pleno Abril de 74 e, dez anos depois, “Querença”. Em 1998 e 2000 publicou “Maresia” e “Lianor”.

Fundou em 1998 e coordenou até hoje o site de biografias Vidas Lusófo-nas. Foi pai e avô dos cineastas Edgar Feldman e João Salaviza.

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16 hoje macau quinta-feira 24.7.2014h VERTIGO

“Sinfonia da guerra”

Zhen Li é um poeta contem-porâneo de Taiwan que faz uso dos recursos gráficos dos caracteres chineses para criar poemas visuais. Em “Sinfonia da guerra”, que também pos-sui versão em vídeo, Zhen Li trabalha com quatro carac-teres (兵, 乒, 乓, 丘) para criar uma representação de uma batalha em três etapas: antes, durante e depois da batalha. O primeiro caracter (兵), que aparece na primeira parte, significa “soldado”, e é usado para representar os dois exércitos alinhados para a batalha. O segundo e o terceiro caracteres (乒, 乓), que aparecem na segunda parte do poema, são carac-teres onomatopaicos (“bing” e “bang”), e são usados para representar o momento da batalha em si, tanto sono-ramente (porque a sucessão de onomatopeias  bing bang bing bang  sugere a ideia de choque), quanto do pon-to de vista visual, pois estes dois caracteres são iguais ao primeiro, 兵, apenas com um traço a menos na parte inferior, o que sugere os sol-dados mutilados. Na última parte do poema, o depois da batalha, aparece o quarto caractere, 丘, que também é graficamente semelhante ao caractere de “soldado”, mas significa “tumba”. O depois da batalha aparece, então, como um cemitério.

Miguel Angel PetreccAIN SIBILA

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 28 MAX 33 HUM 65-95% • EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.3

ACONTECEU HOJE 24 DE JULHO

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

hoje macau quinta-feira 24.7.2014 (F)UTILIDADES 17

H O J E H Á F I L M E

C I N E M ACineteatro

SALA 1DAWN OF THE PLANET OF THE APES [B]Um filme de: Matt ReevesCom: Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russel14.30, 16.45, 21,30

DAWN OF THE PLANET OF THE APES [3D] [B]Um filme de: Matt ReevesCom: Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russel19.15

SALA 2PLANES 2: FIRE & RECUE [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Bobs Gannaway14.30, 16.15, 19.45

PLANES 2: FIRE & RECUE [3D] [A]FALADO EM CANTONÊS

Um filme de: Bobs Gannaway18.00

DELIVER US FROM EVIL [C]Um filme de: Scott DerricksonCom: Eris Bana, Edgar Ramirez, Olivia Munn, Sean Harris21.30

SALA 3STEP UP ALL IN [B]Um filme de: Trish SieCom: Alyson Stoner, Biana Evigan, Ryan Gusman, Adam G. Sevani14.30, 16.45, 21.30

STEP UP ALL IN [3D] [B]Um filme de: Trish SieCom: Alyson Stoner, Biana Evigan, Ryan Gusman, Adam G. Sevani19.15

STEP UP ALL IN

João Corvo fonte da inveja

Aconchegas-me como a noite serena o dia com o seu cobertor.

Nasce Bolívar, o libertador democrata da América do Sul• A 24 de Julho recorda-se Simón Bolívar, militar venezuelano que cumpriu um papel fundamental na libertação da América do Sul e no lançamento de ideologias democráticas em grande parte do território sul-americano.Simón Bolívar foi um militar e líder político venezuelano, que partilha com José de San Martín o título de peça fundamental nas guerras de independência da América do Império Espanhol.Após o triunfo da Monarquia Espanhola, Bolívar parti-cipou na fundação da primeira união de nações inde-pendentes na América Latina, nomeada Grã-Colômbia, da qual foi Presidente, entre os anos de 1819 e 1830.Bolívar é considerado na América Latina como um herói, um visionário, revolucionário e libertador dos povos. Durante seu curto tempo de vida, liderou os processos de independência de Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela.Cumpriu um papel essencial no lançamento de ideo-logias democráticas em grande parte do território da América Hispânica. E por isso é considerado por alguns historiadores como o ‘George Washington da América do Sul’.Bolívar nasceu no dia 24 de Julho de 1783 e viria a morrer no dia 17 de Dezembro de 1830, com 47 anos, após uma batalha contra a tuberculose. Hoje, recorda-se este homem que semeou a Democracia na América do Sul.

BLOW(TED DEMME, 2001)

Johnny Depp consegue, mais uma vez, deixar qualquer um colado ao ecrã, desta feita com um filme sobre o tráfico de droga e a consequente decadên-cia de um império e de um homem. O protagonista da saga ‘O Pirata das Caraíbas’ dá vida a George Jung, conhecido com o pioneiro do tráfico de estupefacientes nos Estados Unidos, trazendo a droga da América Latina. Ao lado de Penélope Cruz, com quem tem uma filha, Jung vê a sua vida ruir depois de ter sido detido várias vezes pelos crimes cometidos. É também de se dar valor às equipas escolha de banda sonora e de caracterização de ‘Blow’, que tão bem conseguem demonstrar a decadência progressiva de alguém que tinha tudo... Ou pelo menos assim pensava. Um drama pesado e longo, mas sem dúvida imperdível. A película conta com uma série de outros bons actores, como Ray Liotta, por exemplo. Entre vilões e maus da fita, é Johnny Depp que continua a marcar pontos no cinema, encarnando o papel de um vilão com uma sensibilidade subtil. - Leonor Sá Machado

Perdoa-me senhor porque não sou cívicoPerdoem-me. Não tenho hábitos muito cívicos. Desculpem, até nem é por mal, mas como não sou católico, não tenho hábitos muito cívicos. Faço barulho e não estou habituado ao respeito de um lugar de culto. Lamento imenso. Sempre ponderei tornar-me católico, mas também, sabem, eles são estranhos. Demasiado civilizados, para o meu gosto. É vê-los a abrir a boca, ou a pôr cartazes à porta de igreja da Sé e perceber quão civilizados eles são... Estou estupefacto. Não me levem a mal – ou levem, porque eu não sou lá muito civilizado -, mas uma notícia de ontem no jornal Ponto Final deu-me aqui a volta ao miolo. Eu até percebo que se tenha de limitar o número de pessoas que entram na Sé Catedral de Macau, concordo até que seja aborrecido as pessoas estarem a rezar e andarem a tirar fotos. Até posso entender que possa haver barulho no local e que, como dizem, um aviso de silêncio não seja suficiente. Então, mas questiono: e pensarem noutra forma de afastar os curiosos do local? Não sei, talvez horários, digo eu, para os turistas visitarem a Sé, que é, afinal, património da humanidade? O letreiro “Non-catholics please do not go forward”, foi recebido por mim como um daqueles que, em tempos, se podia ler à porta de cafés, onde os judeus, os cães e outros não podiam entrar. Há quem admita realmente que o cartaz pode levar a uma exclusão um pouco estranha. Sim, vá, um bocadinho.Excluir, por exemplo, “pessoas que até conseguem ouvir um pouco a voz de Deus mesmo como turistas”. Pois. Porque possivelmente os turistas que vão à Sé só vão para ouvir a voz do senhor... não vão porque a Sé até está marcada como sendo uma atracção de Macau. Estamos cada vez melhor, igreja católica de Macau. Uh uh! É só somar pontos!Eu até diria que estava só a brincar neste texto, mas também não interessa. Não sendo católico, também não sou civilizado, por isso não me sinto lá muito obrigado a pedir desculpa. I’m just a cat. Not a catholic.

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18 hoje macau quinta-feira 24.7.2014OPINIÃO

“Cidadãos,

Quero dizer-vos que nunca estivemos, ou pelo menos desde há quarenta anos não estávamos, em situação mais ameaçadora do que nesta hora em que tenho a responsabilidade de vos dirigir a palavra. Ah, cidadãos! Não quero forçar as cores sombrias do quadro, não quero dizer-vos que a ruptura diplomática entre a Áustria e a Sérvia de que nos chegou notícia há apenas meia hora signifique necessariamente que vá rebentar uma guerra entre a Áustria e a Sérvia e não vos digo que esta guerra se estenderá necessariamente ao resto da Europa. Mas digo-vos que as probabilidades terríveis que temos contra nós, contra a paz, contra a vida humana na hora atual, tornam necessário que os proletários da Europa façam todos os esforços de solidariedade suprema que se possam tentar.

No momento presente, estamos provavel-mente nas vésperas do dia em que a Áustria se irá lançar sobre os sérvios, e se depois a Áustria e a Alemanha se lançarem sobre os sérvios e os russos, é a Europa a arder, é o mundo a arder.

Numa hora tão grave, tão cheia de perigos, não quero perder tempo procurando respon-sabilidades. Nós temos as nossas... O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros disse

“Cada povo cruzou as ruas da Europa com a sua pequena tocha nas mãos; agora, eis o incêndio.”

Rui TavaResin Público

uma vez à Áustria: “Fiquem com a Bósnia--Herzegovina, sob condição que nos deixem ficar com Marrocos”. E passávamos de potência em potência as nossas oferendas de peniten-tes. Dissemos à Itália: “Podes aventurar-te na Tripolitânia, já que nós estamos em Marrocos, podes ir roubar ao fim da rua, porque eu já roubei lá na outra ponta”.

Cada povo cruzou as ruas da Europa com a sua pequena tocha nas mãos; agora, eis o incêndio.

A política colonial da França, a política dissimulada da Rússia e a vontade brutal da Áustria contribuíram para criar o horrendo estados de coisas em que nos encontramos. A Europa debate-se como num pesadelo.

Pensai no que seria este desastre para a Europa: já não se trataria, como nos Balcãs, de um exército de trezentos mil homens, mas

antes quatro, cinco e seis exércitos de dois milhões de homens. Que massacre, que ruí-nas, que barbárie! E é por isso que, quando a noite de trovoada já se abate sobre nós, ainda quero crer que o crime não será consumado. Cidadãos, se estala a tempestade, todos nós, e nós socialistas, nas horas que restam, deve-mos redobrar os nossos esforços para evitar a catástrofe.

Digo estas coisas com uma espécie de de-sespero. Não há mais do que uma esperança de manter a paz e salvar a civilização: é que o proletariado junte todas as forças do seu incon-tável número de irmãos, franceses, ingleses, alemães, italianos, russos — e que exijamos a esses milhares de homens que se unam para que a batida unânime dos seus corações afaste de nós este terrível pesadelo.”

Este discurso, de que traduzi aqui excertos, foi pronunciado a 25 de Julho de 1914, fará depois de amanhã cem anos. Nos dias seguintes, Jean Jaurès, líder dos socialistas franceses, per-correu ainda todos os clubes operários apelando a que os europeus fizessem greve geral contra a guerra “dos imperadores, dos colonialistas e dos capitalistas”. No dia 31 de Julho foi assassinado por um louco nacionalista.

No início de Agosto começava a guerra.

O último discurso de Jaurès

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19 opiniãohoje macau quinta-feira 24.7.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado; Ricardo Borges (estagiário) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

A PESAR das vozes dissonan-tes e dos alertas que apontam para uma eventual legalida-de, sustentados em meras interpretações pessoais, pa-rece que os democratas vão mesmo avançar com aquilo que chamam de “referendo informal”, e cujo objectivo é tentar apurar com um maior

nível de fiabilidade qual é a posição dos residentes de Macau quanto a uma eventual eleição do Chefe do Executivo da RAEM através do sufrágio universal e directo, no sistema de “um eleitor, um voto”, saindo vencedor o candidato que obtenha mais votos. Pelo pouco que já nos é permitido perceber, a votação será feita através de um sítio da internet, que ficará disponível duran-te dez horas nos dias de Domingo, dia 24 de Agosto, e Sábado, dia 30 – exactamente na véspera da eleição IV Chefe do Executivo propriamente dita.

Quer a data, quer a designação da inicia-tiva do sector pró-democrata, são entendidos pelos mais variados sectores que normalmen-te se colocam do lado do Executivo como uma “provocação”. De facto o momento escolhido pela Associação Novo Macau (ANM) e o seu recém-criado satélite Consciência Macau não podia ser mais controverso. Na noite do dia 31, Domingo, poucos minutos depois da Comissão Eleitoral o resultado da eleição do Chefe do Executivo, os democratas anuncia-rão o resultado da sua consulta. Como se pode entender facilmente pelo “timing” dos dois anúncios, o segundo, o falso, poderá causar algum transtorno ao primeiro, o oficial – e tudo depende ainda quer da participação na iniciativa dos democratas, quer do resulta-do da mesma. Chamar-lhe de “referendo” tem feito correr muita tinta, pois nem os seus organizadores têm legitimidade para tal empreitada, como esta não vem sequer prevista em qualquer legislação vigente quer no território, quer na China continental, e como tal o seu resultado não terá qualquer carácter vinculativo. Se isso já seria motivo suficiente para relativizar o assunto, o mal--estar permanece. Mas porque razão, se esta votação virtual vale tanto como escolher entre lasanha verde e “al ragú” num sítio da internet dedicado à “pasta”?

Mais uma vez fica a impressão que o actual Executivo, que termina agora o seu mandato, insistiu em nāo medir o pulso à so-ciedade, e mesmo que não lhe agrade discutir questões do foro político que possam atrair as atenções quer das camadas da população mais adormecidas, quer do Governo Central, a verdade é que foram avisados inúmeras vezes desta possibilidade. Não é preciso ser um analista político especializado para perceber que a situação em Hong Kong causaria um efeito de “arrastão” em Macau, e quanto mais se bate na tecla da ilegalidade, da violação da Lei Básica ou da Constituição da R.P. China, que foi metida ao barulho vá--se lá saber porquê, competia aos dirigentes

bairro do or ienteLEOCARDO

NÃO

Por enquanto não me resta senão agradecer aos democratas a oportunidade de materializar os meus receios: no vosso “referendo informal” vou votarno “não”. Obrigado na mesma

da RAEM esclarecer a sua população sobre a questão do sufrágio universal, ou de uma eventual alteração (ou aperfeiçoamento) do método da escolha do Chefe do Executivo.

O que mais poderia a opinião pública pensar, olhando para o actual processo de eleição do principal cargo público da Região Administrativa Especial, que tudo não passa de uma elaborada encenação, e onde o escru-puloso cumprimento das etapas do processo, o primado da legalidade e toda a cerimónia e burocracia envolventes produzem o mesmo efeito do que um jogral com uma corneta e um papiro anunciando o nome do vencedor? E assim ainda se economizavam uns milhões de patacas. Por outro lado os democratas apresentam um conjunto de moções, sendo a primeira a que coloca a seguinte questão: “Deverá o Chefe do Executivo da RAEM ser eleito por sufrágio universal em 2019”, com três opções de resposta, o “sim”, o “não” e o “abstenção”. Fico feliz por finalmente

poder converter a minha opinião em algo quantificável, e espero participar da consulta, avançando desde já que o meu voto será no “não”. E tenho boas razões, nenhuma delas pessoal, para acreditar que o sufrágio universal seria uma catástrofe.

Alguns podem pensar que se não estou a favor do sufrágio universal, considero que o actual método de eleição do Cehfe do Execu-tivo é o ideal, e que se deve manter após 2019, sem que se questione sequer a sua validade. É por causa deste extremar de posições que em Macau ninguém fala de política, todos têm medo do papão da política, e dá-se o efeito perverso desta demonização: não há, não se faz e não se pensa política, quando às vezes era necessário que houvesse, fizesse e pensasse. O método actual, explicado e bem na Lei Básica, seria perfeito em muitas legisla-turas por este mundo fora onde a participação directa da sociedade civil na escolha dos seus representantes só tem causado transtorno, em

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vez de dar credibilidade à democracia no seu estado puro. Tivessemos em Macau uma maior independência dos diversos agentes do poder, e talvez em cada eleição surgissem dois ou três candidatos, e o Colégio Eleitoral que em última instância escolhe um deles adqui-risse contornos de seriedade que actualmente não tem. A população não entende como se processa o acto, como se chega ao resultado final, e também não precisa de entender; tem quem trate disso por eles.

Sendo o método actual mais um pró--forma do que propriamente uma escolha, é normal que ao acenar de uma alternativa onde possa dizer de sua justiça, o eleitorado tenha pelo menos curiosidade em saber no que consiste, e que vantagens pode ter em relação ao actual, onde ficam de braços cruzados à espera que se anuncie o vencedor de uma eleição com apenas um candidato. Isto não quer dizer que o sufrágio universal seja a única saída, ou um dos dois, ou nada. E é nessa perspectiva que o actual elenco encara esta novidade: um desafio, ou mais do que isso, um ultraje. Nunca lhes terá passado pela cabeça que os democratas tenham ousado propôr o “referendo” após cansados de esperar pela promoção do debate público sobre algo perfeitamente legítimo: a evolução da sociedade, e a necessidade do sistema político de se adaptar a ela.

Escolher quem pensamos que melhor nos representa é uma ambição própria do ser humano, ainda mais antiga que a própria democracia. As sociedades ditas primitivas, nómadas e recolectoras, tinham os seus líderes, que ora impunham a sua autoridade pela força, e esta era reconhecida ou então contestada, levando eventualmente à sua dis-puta; ora era aclamado pelas suas capacidades de liderança, pela força ou pela coragem, ou através de outros expedientes – em suma, qualquer outra qualidade que os distinguisse dos restantes. Em Macau dá a sensação de que ainda estamos nesta fase, sem ofensa, mas não há outra explicação para o atraso que persiste no germinar de uma consciência civil e política. As eleições para os poucos lugares na AL dados a decidir pelo eleitorado sofrem de uma declarada falta de credibilida-de, com a compra de votos e a manipulação dos resultados a ser tratada como “normal”, e vendo bem, só faria sentido o sufrágio directo depois de atingida a maturidade quer desta eleição, quer daquela que se vai realizar no dia 31 de Agosto.

Era ideal que o Governo abordasse estes temas com a população, em vez de lhe passar um atestado de incompetência. Claro que teria que ser uma aproximação mais diplomática, mais programada, e que no limite levasse o eleitorado a reflectir se o sufrágio universal seria uma boa solução caso fosse adoptado em Macau, e quem gostariam eles de ter como candidatos. Por enquanto não me resta senão agradecer aos democratas a oportunidade de materializar os meus receios: no vosso “referendo informal” vou votar no “não”. Obrigado na mesma.

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hoje macau quinta-feira 24.7.2014

cartoonpor Stephff

Taiwan Queda de bimotor faz 51 mortosPelo menos 51 pessoas morreram e outras sete ficaram feridas quando um avião da companhia TransAsia caiu ao realizar a manobra de aproximação e aterragem no aeroporto de Magong, na ilha de Penghu, no oeste de Taiwan. De acordo com a agência oficial CNA, citada pela Europapress, o avião é um bimotor ATR 72 e caiu no exterior do aeroporto de Magong, 35 minutos antes da hora prevista para a aterragem. As causas são ainda desconhecidas, mas o chefe dos bombeiros de Penghu, Yong Peng, já confirmou a morte de 51 pessoas e ferimentos em sete pessoas.

Macau Mais de sete mil acidentes rodoviários Durante os primeiros seis meses do ano 1294 pessoas foram multadas por não atravessar nas passadeiras, segundo avançou a TDM, já os automóveis apanhados a não ceder passagem aos peões foram 1067, mais de 40% que no ano passado. A PSP e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego lançaram uma operação conjunta para combater as infracções no trânsito relacionadas com transeuntes e condutores. Conforme noticiou o canal televisivo, foram registados, até ao momento, mais de 7000 acidentes causando a morte a três pessoas. “O efeito é limitado se não houver uma multa. Eu vejo muitas vezes os polícias de trânsito a apitar aos peões, e eles ignoram e seguem caminho fora da passadeira”, afirmou um cidadão à TDM, defendendo que as autoridades devem ser mais duras quanto à aplicação da lei. A PSP informou que vai reforçar a segurança em vários locais da cidade e em diferentes horários, apelando ao consenso dos cidadãos para aumentarem o cuidado e respeito pelas regras de trânsito.

Soho Nova áreaaberta ao públicoSoho, é o novo espaço do complexo City of Dreams criado para festejar o quinto aniversário do complexo. Aberta ao público desde o início desta semana a nova área contou com a criatividade do artista contemporâneo D*Face, conhecido pelas suas intervenções urbanas criativas. O complexo assumiu que se sente muito orgulhoso em “apresentar a nova ultra-chic zona de comida e entretenimento”. “Os clientes poderão contar com uma zona de aspecto muito criativo. O espaço foi criado por artistas urbanos de Hong Kong que colaboraram com o artista internacional D*Face, conhecido pelo seu espírito criativo”, explicou a porta-voz do City of Dreams ao HM. Os clientes terão à sua disposição 16 restaurantes e bares, tais como os famosos Din Tai Fu, de Taiwan, The Tsu Japanese Gourmet Market, Shelter Italian e Chan Kee Roasted Duck.

China Polícia executadopor homicídiode grávidaAS autoridades chinesas

executaram nesta terça--feira o ex-polícia Hu Ping por matar uma mulher grávi-da a tiro na região autónoma de Guangxi, no Sul, enquanto estava fora de serviço e em-briagado, confirmaram as autoridades.

Hu, de 33 anos e antigo membro do Corpo de Segu-rança Pública do condado de Pingnan em Guangxi, foi sentenciado à pena capital por homicídio propositado em Fevereiro deste ano, revelou na terça-feira a agência oficial Xinhua, que anunciou a execução.

O caso ocorreu em Ou-tubro de 2013, quando o polícia teve uma discussão em um restaurante tradi-cional chinês e começou a disparar sobre a mulher, grávida de cinco meses, e o seu marido, o dono do restaurante, aparentemente depois de a vítima dizer que não vendiam chá com leite no estabelecimento.

O marido, Cai Shiyong, sofreu ferimentos leves no ombro, enquanto a mulher, Wu Ying, e o bebé morreram depois de ela ser alvejada por dois disparos.

O tribunal considerou que o crime teve uma “abominável repercussão na sociedade” e que os factos “estavam claros”, por isso o réu recebeu uma pena “apropriada”, que as apelações do polícia não conseguiram alterar.

Segundo a legislação divulgada pelo Ministério da Segurança Pública da China, os oficiais de polí-cia são proibidos de andar armados quando fora de serviço ou embriagados.

O grupo empresarial lo-cal Cang Shi Com, de-tido por Lionel Leong assinou na semana

passada um acordo com as autori-dades da Ilha da Montanha que vai permitir a criação de um centro de produção multimédia e de incentivo à realização de cursos nas áreas de gestão empresarial e hoteleira e aviação.

De acordo com o diário Business Daily, o custo do projecto está ava-liado entre 2,6 mil milhões e 3,2 mil milhões de patacas e deverá chamar--se “i-CITY Hong Kong – Macao”.

“O nome do nosso projecto contêm as palavras ‘Hong Kong’ e ‘Macau’ porque os nossos inves-tidores são destas duas cidades. O maior accionista do projecto é Lionel Leong”, revelou ao diário um dos porta-vozes do projecto, Leo Ge.

A notícia avançada pelo Bu-siness Daily adianta ainda que a BWC Capital Markets é uma das outras accionistas, pois tem expe-riência em desenvolver projectos que relacionam finanças com educação.

Leo Ge revelou também que para além dos cursos não acadé-micos, está ainda pensado o lança-mento de um MBA – mestrado em administração empresarial - e um EMBA – escalão acima do MBA.

“Estou muito optimista quanto ao futuro da Ilha da Montanha, que pode atrair a implementação de mais empresas de produção televisivae cinematográfica.”WANG CHANG TIAN Presidente do Wang Chang Tian

ILHA DA MONTANHA GRUPOS NA CORRIDA AO CENTRO DE PRODUÇÃO

Finanças e educaçãode braço dado

Ainda sem aprovação, o pro-jecto deverá ocupar cerca de 140 quilómetros no centro da ilha e implicará a realização de um concurso público.

Também o grupo Lai Sun, sedeado em Hong Kong, está na corrida para criar a sua própria

“cidade” cultural onde planeia despender 23,2 mil milhões de patacas na criação de instalações de entretenimento cinematográfico e televisivo, workshops de arte, teatros, museus, feiras e expo-sições, bem como um centro de leilões e hotéis.

De acordo com a mesma notícia, várias são as empresas interessadas no investimento da Ilha da Montanha, incluindo o grupo chinês Enlight Media Co, que pretende construir um estúdio de filmagens, justificando com o facto da ilha estar perto do centro do jogo que é Macau.

“Estou muito optimista quanto ao futuro da Ilha da Montanha, que pode atrair a implementação de mais empresas de produção televisiva e cinematográfica. O segredo é atrair alguns projectos icónicos”, explicou o presidente do grupo, Wang Chang Tian.

A criação de um centro cultural e criativo na zona da Ilha da Mon-tanha tem sido uma das questões mais debatidas nos últimos meses.

Conforme noticiou o HM, no presente mês, Macau e Guangdong assinaram sete projectos numa nova zona de cooperação na Ilha de Montanha, onde serão criados es-tabelecimentos de comidas, saúde, culturas criativas, alta tecnologia e outros. - H.M.