Hoje Macau 29 OUT 2014 #3203

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O bambu é usado na construção civil há mais de cinco mil anos, mas há quem defenda que estas construções sejam substituidas por outras de ferro. Os mestres do bambu pedem respeito pela tradição mas deixam um alerta: são cada vez menos aque- les que dominam esta arte. ENSINO SUPERIOR O futuro em jogo numa prova única PANSY HO Diversificar sim mas não para já JAIME CARION Saída de cena ao fim de 36 anos DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO hojemacau PUB BAMBU TRADIÇÃO MILENAR AMEAÇADA PUB PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PÁGINAS 2-3 NA CANA BAMBA SOCIEDADE PÁGINA 7 SOCIEDADE PÁGINA 9 POLÍTICA PÁGINA 4 URBANISMO PLANEAR O QUE? A deputada Kwan Tsui Hang acusa o Governo de não dar informações sobre as orientações básicas dos planos urbanísticos para a cidade e pede uma consulta pública para o plano de pormenor. MOP$10 QUARTA-FEIRA 29 DE OUTUBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3203 ˆ POLÍTICA PÁGINA 5

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Hoje Macau N.º3203 de 29 de Outubro de 2014

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O bambu é usado na construção civil há mais de cinco mil anos, mas há quem defenda que estas construções sejam substituidas por outras de ferro. Os mestres do bambu pedem respeito pela tradição mas deixam um alerta: são cada vez menos aque-les que dominamesta arte.

ENSINO SUPERIORO futuro em jogo numa prova única

PANSY HODiversificar sim mas não para já

JAIME CARIONSaída de cenaao fim de 36 anos

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO

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BAMBU TRADIÇÃO MILENAR AMEAÇADA

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PÁGINAS 2-3

NA CANABAMBA

SOCIEDADE PÁGINA 7

SOCIEDADE PÁGINA 9

POLÍTICA PÁGINA 4

URBANISMO

PLANEARO QUE?A deputada Kwan Tsui Hang acusa o Governo de não dar informações sobre as orientações básicas dos planos urbanísticos para a cidade e pede uma consulta pública para o plano de pormenor.

MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 2 9 D E O U T U B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 0 3

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POLÍTICA PÁGINA 5

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hoje macau quarta-feira 29.10.2014REPORTAGEM

FLORA [email protected]

Q UEM chega a Macau, de fora, pode ficar facilmente impres-sionado com os ‘an-

daimes’ que, por cá, se utilizam para construir prédios, casinos e arranha-céus. Mas o bambu, uma matéria natural, é usado na cons-trução civil da China há mais de cinco mil anos. Entre a tradição e

É utilizado para construir os arranha--céus que tornam brilhante o ‘skyline’ de Macau, mas há quem defenda que o bambu deveria ser substituído por ferro nas estruturas usadas na construção civil, ainda que não totalmente. Quem constrói estas estruturas durante toda a vida pedeque se deixe fazero trabalho conforme foi ensinado pelas gerações anteriores e deixa um alerta: estão a desaparecer os mestres do bambu

BAMBU DA ARTE E TRADIÇÃO À MODERNIZAÇÃO

A RESISTIR HA MAIS DE CINCO MIL ANOSa modernização, pode dizer-se que as opiniões divergem: há quem defenda que o bambu é perigoso. Há quem diga que não é só pela história que este material se deve manter na indústria.

O bambu nunca foi oficialmen-te aceite pelo país como o material mais indicado para se construir prédios. Na China continental, inclusive, o país tenta adequar-se ao desenvolvimento tecnológico e económico, fazendo com que cada vez mais as estruturas desta planta – cujo nome original é Bambusoideae – sejam substituí-das pelo ferro ou metal. Apesar disso, é ainda muito fácil encontrar andaimes de bambu na construção ou restauração de edifícios, casinos e passagens superiores pedonais em Macau.

Mas, porque é que, em pleno século XXI, ainda se utiliza o bambu, quando o uso do aço na urbanização é tão popular? E será o bambu seguro e prático o suficiente para este tipo de obras? O HM foi tentar perceber o que pensa quem trabalha na construção civil e tirar uma conclusão não é fácil: uma empresa que usa principalmente estruturas de ferro para a cons-trução diz-nos que o bambu está fora de moda. Já uma associação mais tradicional, que se dedica ao fabrico destas estruturas, defende que a segurança é garantida.

FERRO VS. BAMBUPara os responsáveis da Sociedade Unipessoal Limitada de Engenha-ria de Andaimes Wuyi, o ferro deve ser o material a escolher quando o assunto é construção civil. A res-ponsável da sociedade, de apelido Leong, explica porquê.

“Achamos que bambu não é muito seguro, mesmo que seja mais barato do que o ferro. Podemos ver no caso recente da queda de um andaime no edifício da Direcção dos Serviços de Finanças, que causou ferimentos a uma menina”, começa por apontar. “O material era bambu. Quando fixamos o ferro num sítio, há menos probabilidade de este cair. Já ouviu falar de algum acidente com quedas de andaimes de ferro? Só acontece com bam-bus”, diz-nos assertivamente.

A opinião difere, contudo, quando entramos em conversa com cinco membros da Associação dos Barraqueiros de Macau. São “mes-tres” na arte de fazer estruturas de bambu e, alguns deles, trabalham há 50 anos nesta área.

Chiu Tak Sio, director da As-sociação, não tem dúvidas: a se-gurança existe, porque as técnicas utilizadas são herdadas de “mestres ancestrais”, que, garante-nos, “são as mais autênticas”.

Com orgulho, Chiu Tak Sio e os restantes membros da Associação dos Barraqueiros de Macau mos-tram-nos fotografias de andaimes de bambu montados em água. Arcos de bambu decorados para celebrar o Dia Nacional da China. Palcos de bambu para ópera cantonesa junto ao Templo de À-Ma. E até palcos para as corridas do Grande Prémio.

Embora já seja difícil encontrar hoje em dia bambu – e quem o construa - em Macau, os membros da Associação defendem que o sector da construção não pode simplesmente eliminar esta planta do seu quotidiano.

“Se em todos os tipos de cons-trução civil for utilizado ferro, vai haver um desequilíbrio, porque a vantagem no uso do bambu é a leveza e conveniência”, começa por explicar ao HM Kuang Weng Wong. “Por exemplo, quando precisamos de uma plataforma para colocar cimento [em algum sítio alto], utilizamos os andaimes de bambu, porque é impossível [conseguir] levantar um andaime de ferro com cimento.”

INSUBSTITUÍVEL?Enquanto o braço de ferro entre a tradição e a modernização se

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mantém, há quem se comece a inte-ressar pela utilidade do bambu. Nos últimos anos, foram levados a cabo estudos para avaliar a sua resistên-cia e durabilidade e arquitectos de todo o mundo redescobriram o bambu tendo passado a usá-lo em obras públicas modernas.

Se, do ponto de vista ambiental, a utilização do bambu diz-se que seja mais sustentável, a aposta no uso deste material para decoração é outro dos pontos fortes, quando o que está na moda são símbolos orientais. Mas não só: o cresci-mento rápido - em três anos, o bambu está pronto para o corte,

Quando fixamos o ferro num sítio, há menos probabilidade de este cair. Já ouviu falar de algum acidente com quedas de andaimes de ferro? Só acontece com bambus”LEONG Responsável da Sociedade Unipessoal Limitada de Engenharia de Andaimes Wuyi

SABIA QUE. . .O bambu é uma planta da família Gramineae, a mesma da cana-de-açúcar, que possui mais de mil espécies distribuídas em cerca de 70 géneros diferentes? E sabia que se pode encontrar bambu em todos os continentes, com excepção da Europa? E sabia que esta planta cresce nas mais diversas condições de clima e altitude? Sabia ainda que, em certas regiões, o bambu é considerado uma planta sagrada devido aos benefícios que proporciona?

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3 reportagemhoje macau quarta-feira 29.10.2014

“N O norte da China, ninguém sabia usar bambu. Só os trabalhadores da zona sul

é que conhecem bem as técnicas dos andaimes de bambu”, diz-nos entusiasmado Kuang Weng Wong, um dos mestres da Associação dos Barraqueiros de Macau.

Quando nos sentámos para ouvir as histórias de quem anda nisto há meio século, as críticas não passam despercebidas. A modernização está não só a matar a indústria aos poucos, como não permite que os conhecimentos sejam passados da forma que deveriam ser.

Prova disso, explica Kuang, são regras da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que, segundo os mestres, não aceitaram instruções de segurança elabora-das por eles. Da mesma forma, nem engenheiros, nem empresas de construção quiseram acatar as recomendações dos mestres.

“A DSAL e os engenheiros têm as seus próprias instruções e obrigam-nos a cumpri-las e impedem-nos de usar maneiras tradicionais [na feitura das estru-turas]. Isso é de doidos, então nós, mestres, vamos ouvir pessoas que não sabem bem as técnicas? Quem deveria dar a formação deveríamos ser nós, os mestres experientes”, reclama Kuang.

O mestre acrescenta que a pró-pria Associação tentou perceber como é que são feitas estas instru-ções, uma vez que, atira, as autori-dades “sentam-se num escritório e não sabem qual é a sensação de usar calçados e cintos de segurança”.

“Se em todos os tipos de construção civil for utilizado ferro,vai haver um desequilíbrio, porque a vantagem no uso do bambué a leveza e conveniência”CHIU TAK SIO Director da Associação dos Barraqueiros de Macau

“A DSAL e os engenheiros têm as seus próprias instruções e obrigam-nosa cumpri-las.[...] Isso é de doidos, então nós, mestres, vamos ouvir pessoas que nãosabem bem as técnicas?”KUANG WENG WONG Mestre de construção em bambu

BAMBU DA ARTE E TRADIÇÃO À MODERNIZAÇÃO

A RESISTIR HA MAIS DE CINCO MIL ANOS

INDÚSTRIA ESTÁ A DESAPARECER. MESTRES PEDEM À DSAL RESPEITO PELA TRADIÇÃO

“Vamos ouvir pessoas que não sabem as técnicas?”

de acordo com estudos disponíveis na internet – e a sua resistência também surpreendem. É que, diz quem sabe, de frágil, o bambu não tem nada.

“A sua compressão, a forma como é flexível e a capacidade de tracção já foram amplamente tes-tadas e aprovadas em laboratório”, salienta Marco António Pereira, professor do Departamento de

“Quem trabalha em andaimes, sabe que [os sapatos de segurança] não são convenientes, porque a base desses sapatos é demasiado grossa e não conseguimos sentir nada, o que torna o trabalho mais perigoso”, dá como exemplo Kuang Weng Wong.

“Actualmente engenheiros com mais qualificação, pedem mais se-gurança, promovendo a substituição [dos bambus] por ferro, porque di-zem que, assim, não é preciso temer que haja acidentes. No entanto, não encontramos acidentes de quedas de bambu ao longo de dezenas de anos.

A utilização correcta do bambu é segura e até pode durar um ano”, defendeu outro membro da Asso-ciação e mestre, Lou Kam Pang.

JUNTOS MAIS FORTESA ouvir a conversa, Lou Kam Pang não quer deixar de falar e responde às acusações de que os andaimes de bambu podem cair mais facilmente do que os de ferro. “O Governo obriga-nos a usar panos de nylon para cobrir os andaimes. Mas, quan-do há tufão ou vento forte, com este nylon é ainda maior a possibilidade

de que o pano voe e arraste consigo os andaimes. É que o uso de nylon é uma utilização inapropriada. O que deve ser usado é rede de pesca, como anteriormente nós usávamos, que é muito mais persistente.”

Também o director da Associação, Chiu Tak Sio, se junta à conversa para dizer que quem diz que o bambu é inseguro “é porque não sabe usá-lo”.

Chiu Tak Sio dá como exemplo sociedades que são do interior da China, onde “se usa o ferro porque há mais espaço” e que não sabem que o mais adequado em Macau é o uso de bambu, “porque as ruas são estreitas” e as obras mais pequenas. “Como na construção do metro ligeiro, como usamos bambu não é preciso ocupar a avenida toda para construir.”

Como também a Sociedade Uni-pessoal Limitada de Engenharia de Andaimes Wuyi defendeu, apesar de ser contra a utilização deste material, também Chiu Tak Sio defende que deve haver integração entre o uso de ferro e bambu. “As empresas da construção civil devem pensar em combinar os trabalhos connosco, não eliminar-nos.”

ESPERAR PARA VERQuando questionados se devemos proteger esta técnica tradicional, os mestres não têm dúvidas: as estru-turas de bambu são insubstituíveis. “Esperamos que o Governo proteja esta cultura, porque somos mais autênticos e não existe nada que possa substituir bambu em alguns tipos de andaimes, sobretudo em Macau, onde as ruas são estreitas.

Mas, e mesmo que o bambu tenha vantagens? E mesmo que o Governo decida proteger esta ‘cultura’? A extinção do bambu está iminente? “A extinção acontecerá não [na necessidade] de haver estruturas de andaime de bambu, mas sim devido à falta de talentos”, começa por apontar Chiu Tak Sio. “Quase nenhum jovem quer aprender estas técnicas, porque são educados e qualificados. Dizem que ‘a sua inteligência é tão alta, que é melhor agarrar numa caneta do que num bambu’”.

Segundo a Associação, existem cerca de 20 empresas que ainda constroem estruturas de bambu em Macau, sendo que – como são poucos os jovens que se interessam por esta arte – são os trabalhadores não-residentes (TNR) quem presta a maior ajuda.

“Existem cerca de 200 TNR e 120 trabalhadores locais, mas como os locais já são bem velhos vão aposentar-se em breve. Como no meu caso, até eu me vou afastar! Já tenho 65 anos e os meus filhos não querem aprender as técnicas”, diz, acrescentando que o sector espera que o Governo atraia mais talentos para Macau e autorize os pedidos de TNR para que possa haver mais pessoas a transferir estas técnicas.

Chiu Tak Sio diz ainda que o “sector foi ignorado pelo Governo”. Segundo o director, a Associação tentou abrir um curso para ensinar a montagem de andaimes de bambu na DSAL, mas foi rejeitado porque o organismo governamental referiu que há poucos trabalhadores no sector. - F.F.

Engenharia Mecânica da Unesp, em Bauru, no Brasil, citado pelo site ‘ebah’.

Os povos asiáticos mantêm uma tradição milenar na utilização do bambu e há estudos que afirmam que “grande parte dos monumentos e edifícios que hoje são símbolos da arquitectura hindu, como o Taj Mahal, utilizaram o bambu nas suas estruturas”.

Por cá, na China continental, a História diz que o bambu foi utilizado para a construção dos primeiros pórticos e também para pontes.

Então, poderá ser o bambu substituído?

Para a senhora Leong, respon-sável da Sociedade Unipessoal Li-mitada de Engenharia de Andaimes Wuyi, é pouco provável que este

material possa ser completamente substituído. “No topo ou tecto de uma construção, deve-se usar bam-bu porque é mais leve, enquanto o ferro ou o aço são demasiado pesa-dos para suportar a carga”, refere.

Leong acrescenta que é pos-sível integrar os dois materiais, mas afirma veemente que o ferro deveria ser a tendência, até porque “quando há tufões, deve-se evitar

o bambu e utilizar o ferro por ser mais seguro”.

A ideia defendida por Leong tem alguns pontos com que os mestres do bambu não concordam. (ver segundo texto). Para eles, este material – tal como a arte – será sempre insubstituível e seguro, mas é preciso deixar que seja construído da forma como foi ensinado por gerações anteriores.

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SABIA QUE. . .Uma construção de bambu pode apresentar durabilidade superior a 25 anos? E sabia que, no que diz respeito à resistência, o bambu é comparado tanto com o aço, como com a madeira, apesar de entre os três apresentar o menor peso específico?

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4 POLÍTICA hoje macau quarta-feira 29.10.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

O S serviços pú-blicos estarão a criar as suas próprias instru-

ções internas, ou a alterar as que já existem, e o deputado Mak Soi Kun, eleito pela via directa para a Assembleia

O director dos Ser- viços de Solos, Obras Públi-

cas e Transportes (DS-SOPT), Jaime Carion, vai aposentar-se no próximo mês. De acordo com um comunicado enviado aos jornalistas, o actual responsável da DSSOPT cessa funções já a partir de sábado, depois de 36 anos ao serviço do Governo.

Jaime Carion vai ser substituído pela subdirec-tora actual, Chan Pou Ha, que vai, contudo, apenas exercer o cargo de “direc-tora substituta”.

NOVO ESCRITÓRIO NA TAIPAO deputado Mak Soi Kun, juntamente com o seu braço direito no hemiciclo Zheng Anting, inaugurou ontem mais um escritório de atendimento à população na Taipa. Em Agosto os dois deputados, eleitos para a Assembleia Legislativa pela via directa, tinham inaugurado um escritório na Areia Preta. Mak Soi Kun disse esperar que o escritório na Taipa possa ajudar os deputados a ouvir de perto as queixas dos residentes. Antes do arranque da V Legislatura, Mak Soi Kun apenas possuía um escritório na Avenida Coronel Mesquita.

O deputado Au Kam San quer saber quais os próximos pas-

sos que o Governo vai tomar para resolver a questão - que o próprio intitula de “doença” - dos autocar-ros de Macau. Apesar de apresentar um comentário positivo ao trabalho que o Executivo tem realizado até à data sobre este assunto, o deputado pede mais medidas.

“É evidente que o Governo, está, de facto, a envidar grandes esforços para melhorar os serviços de autocarros, no entanto, estes continuam a ser, diariamente, alvo das críticas dos residentes”, afirma Au Kam San, explicando que ape-sar dos esforços, e da mobilização dos “enormes recursos”, a verdade é que “os serviços de autocarros ainda não conseguem satisfazer as necessidades da população”.

Na mesma interpelação, o deputado reflecte ainda sobre a alteração do modelo de exploração

dos serviços em causa, uma vez que os contratos actuais que o Executivo tem com a Transmac e TCM são considerados ilegais pelo Comissariado contra a Corrupção, por não darem poder ao Governo. Au Kam San pede ao Executivo que, tendo em conta que “o seu domínio não tem qualquer força”, reveja o tipo de exploração. “Este modelo de exploração do tipo socialista deve ser revisto, deve retomar-se o modelo capitalista e deixar que seja novamente o mercado a assumir o papel domi-nante”, diz.

Como último ponto, Au Kam San, pergunta ao Governo se existem planos para ajustar os itinerários dos autocarros em cir-culação e se o Executivo irá criar novas carreiras. Algo que iria, segundo o deputado, permitir uma melhor resposta às necessidades da população. - F.A.

GOVERNO MAK SOI KUN CRITICA REGRAS DE DEPARTAMENTOS PÚBLICOS

À vontade do freguês

DSSOPT JAIME CARION FAZ PEDIDO DE APOSENTAÇÃO E ESTÁ DE SAÍDA

Mais de três décadas ao serviço da RAEM

Autocarros Au Kam San elogia Governo mas pede mais medidas

O deputado Mak Soi Kun entregou uma interpelação escrita ao Governo onde chama a atenção para o facto de muitos departamentos criarem as suas próprias instruções internas ou de as alterarem quando é aberto um concurso público, criando “fenómenos irracionais”

Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, entre outros – não está totalmente de acordo com o Regime de Aquisição de Bens e Servi-ços e os concursos também não seguem as instruções internas emitidas pelo Go-verno. Isto é que é actuar de acordo com a lei?”, acusa o deputado.

Mak Soi Kun alerta para o facto de certas leis estarem “gravemente desactualiza-dos face às necessidades decorrentes do desenvol-vimento socioeconómico de Macau”. Algo que, diz, “pode facilmente constituir um berço para a corrupção”.

Legislativa (AL), pretende saber se a Administração tem de fazer algum tipo de aprovação a eventuais alterações.

“Os serviços públicos, que são os executores da lei, alteram e criam instruções internas para a execução das leis definidas pela Adminis-tração. Quando o fazem, têm de solicitar a apreciação e

autorização das autoridades da Administração e Justiça? Ou será que cada um deles pode emitir as instruções

internas que bem entende e aplicar as diversas leis?”, questiona o deputado numa interpelação escrita entre-

gue ao Executivo. Mak Soi Kun garante que recebeu mesmo um pedido de es-clarecimento por parte de “especialistas, académicos e residentes”.

“São diversos os serviços públicos que tomam a ini-ciativa de emitir instruções internas e de as alterarem, o que origina fenómenos irracionais. As autoridades da área consideram que isto é actuar de acordo com a lei?”, aponta ainda o deputado.

LEIS CADUCASO deputado fala da existên-cia de diversas leis desac-tualizadas, nomeadamente os decretos-lei referentes ao Regime de Aquisição de Bens e Serviços, ou ainda sobre os contratos de fornecimento de bens e serviços nas antigas câmaras municipais.

Mak Soi Kun dá o exem-plo do preço de cálculo para as propostas apresentadas a concursos públicos. “A definição do preço racio-nal para as propostas de concurso que chegam aos diversos serviços e entida-des públicas – o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, a Direcção dos

“São diversos os serviços públicos que tomam a iniciativa de emitir instruções internas e de as alterarem, o que origina fenómenos irracionais”

Segundo as informa-ções prestadas aos mé-dia, Jaime Carion pediu “voluntariamente” a sua aposentação, sendo que não há detalhes sobre os motivos. “Jaime Ro-berto Carion perfez 36 anos de serviço como funcionário público, reunindo as condições para aposentação, de acordo com a lei”, indica o comunicado.

O Governo elogia o trabalho de Carion que, salienta o Executivo, “durante o desempenho das suas funções de di-

rector, sempre mostrou capacidade profissional e liderança no desen-rolar dos trabalhos da área das obras públicas, merecendo o reconheci-mento do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io”.

Chan Pou Ha pas-sa, então, a exercer as funções de directora substituta, com o Go-verno a garantir que “os mecanismos e pro-cedimentos entretanto estabelecidos na área das Obras Públicas vão permitir continuar a

execução dos trabalhos conforme os projectos já definidos”.

O Secretário para os Transportes e Obras Pú-blicas diz ainda confiar que, no futuro, os líderes e restante pessoal da DSSOPT continuem a “demonstrar um grande espírito de equipa no desempenho das respec-tivas tarefas”.

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5 políticahoje macau quarta-feira 29.10.2014

JOANA [email protected]

K WAN Tsui Hang teceu du-ras críticas ao Governo por este não informar o público sobre os planos urbanísti-

cos que tem para a cidade, tal como prometido aquando da entrada em vigor da Lei do Planeamento Urba-nístico. Numa interpelação escrita, a deputada pede ao Executivo que responda se vai divulgar não só junto do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), mas também do público, os planos que tem para algumas zonas de Macau.

Kwan Tsui Hang salienta que só assim a população pode estar “a par da situação real do planea-mento urbanístico” e pode emitir pareceres “totalmente objectivos” sobre as plantas de condições ur-banísticas. A deputada frisa que, agora, a falta destas informações leva a que o CPU não consiga fazer bem o seu trabalho.

“Segundo alguns membros do CPU, este é chamado para emitir pareceres pontuais sobre plantas de condições urbanísticas e, uma vez que se desconhecem pormenores do conceito original do planeamento urbanístico e da actual situação de zonamento, dificilmente se consegue assumir uma posição totalmente objectiva, sendo ainda mais difícil desenvol-ver o seu papel de analisador crítico do planeamento urbanístico”, frisa a deputada.

Académico apela a recrutamento de locaisSem alterações dignas de registo, a taxa de desemprego de Macau, durante Julho e Setembro, manteve-se nos 1,7%. Perante isto, o director da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau (UM), Yufan Hao, afirmou que o Governo deve promover ao movimento ascendente dos residentes de Macau, permitindo um aumento na competitividade internacional. Em declarações ao Jornal Ou Mun, o académico defende que, apesar do Executivo ter resolvido o problema da empregabilidade com a abertura de diversos cursos de formação, sobra a falta de incentivo às promoções dos trabalhadores locais. Na visão de Yufan, os residentes têm interesse em subir na carreira e, defendem as empresas internacionais devem escolher locais para cargos. “Actualmente, o pessoal dirigente das empresas internacionais de Macau é recrutado do mercado estrangeiro. Sugiro que as operadoras assumam como prioridade o recrutamento de residentes do território, oferecendo mais oportunidades e competitividade aos trabalhadores locais”, concluiu.

Comissão de Talentos 4700 dos inscritos são residentes e licenciados

Kwan Tsui Hang pede uma consulta pública ampla quando tiver lugar a elaboração do plano pormenor, mas vai mais longe e critica o Governo por não dar todasas informações necessárias sobre os planos urbanísticosda cidade, não só ao público, como ao próprio CPU

URBANISMO PEDIDA CONSULTA PÚBLICA PARA PLANO DE PORMENOR

Sentados à espera

E A LEI DA SOMBRA?Kwan Tsui Hang pergunta ainda ao Governo se a questão da chamada Lei da Sombra, que diz respeito à quantidade de sombra que cada edifício pode projectar, vai ser discutida pelo CPU, uma vez que, diz, é “importante para a sociedade”. Kwan relembra que o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Jaime Carion, prometeu que iria divulgar a lista dos projectos de construção isentos de cumprir esta regra, mas nada ainda foi divulgado. A deputada pergunta se o CPU também vai discutir isto.

“Nem as orientações básicas dos planos [foram divulgadas]. Quantas zonas estão ainda por planear? Ninguém sabe”KWAN TSUI HANG Deputada

DEPOIS da abertura do Registo de Informa-

ções de Talentos, em Julho deste ano, a Comissão de Desenvolvimento de Ta-lentos conta já com 4700 inscrições, a maioria de residentes locais e licen-ciados. Os dados são da passada segunda-feira.

Num comunicado publi-cado ontem pela Comissão, entre os 4700 inscritos, 80% são residentes de Macau,

os restantes 20% são de Hong Kong, interior da China, Taiwan, Austrália, Portugal e outros locais. No que toca à faixa etária, um terço dos inscritos tem idades compreendidas entre os 21 e 25 anos. Os mesmos dados mostram que outro terço compreendia pessoas entre os 26 e 30 anos, sendo que a faixa etária dos 31 aos 35 anos perfaz um quinto dos indivíduos na base de

dados. Além de referir que é o sector do Jogo quem mais residentes emprega, o comunicado mostra que a Educação, Administra-ção Pública e serviços da Segurança Social, indústria hoteleira e sector financeiro são outras áreas que empre-gam outra grande fatia de trabalhadores locais.

Em relação à forma-ção, 67% dos inscritos residentes de Macau são

licenciados, enquanto 19% completaram o grau de mestrado. Apenas 2% dos inscritos residentes têm doutoramentos.

O registo compreende também a acreditação de profissionais. No topo desta lista estão os profissionais das áreas de Gestão de Em-presas, Finanças, Línguas, Informática, Engenharia e Reparação, Turismo, Ho-teleira e Exposições. – F.F.

Kwan Tsui Hang relembra que, além dos planos para a zona norte da Taipa, o Governo não divulgou ainda quaisquer outros planos urbanísticos para Macau,

mas, ao mesmo tempo, pede pareceres ao CPU e opiniões à população. A deputada não poupa nas palavras.

“Nem as orientações básicas

dos planos [foram divulgadas]. Quantas zonas estão ainda por planear? Ninguém sabe”, critica, alegando até que, esta falta de divulgação, é vista por “alguns

membros do Conselho” como algo que não faz sentido se o Governo quisesse, realmente, saber dos pareceres do CPU.

OUVIR O POVOFoi em Março deste ano que a Lei do Planeamento Urbanístico entrou em vigor, algo que fez com que, consequentemente, o CPU fosse criado. Na interpelação enviada ao Governo, Kwan Tsui Hang tece críticas também ao Conselho que, diz, já realizou mais de dez reuniões e emitiu pareceres, mas “nunca procedeu a qualquer discussão sobre a estratégia de de-senvolvimento urbanístico, o plano director e os planos de pormenor” de Macau.

Contudo, as acusações estão mais apontadas para o Governo. Na interpelação, a deputada não esquece que o plano director do território está a cabo do Go-verno – que não tem de ouvir os deputados para aprovar este plano, já que isto será feito por regulamento administrativo – e pede, por isso, que seja feita uma “ampla e profunda consulta pública”.

Kwan faz questão de frisar que o plano director é “a base e o quadro para o futuro planeamento urbanístico de Macau”, pelo que tem de ter reconhecimento e apoio da população. “Na sua elaboração, há que submetê-lo a uma ampla e profunda auscultação pública. O Governo deve dar oportunidades ao Conselho e ao público para conhecerem a fundo a matéria e pronunciarem-se sobre ela. De que planos e calendarização dis-põe o Governo para o efeito?”, questiona.

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7SOCIEDADEhoje macau quarta-feira 29.10.2014

FIL IPA ARAÚJO*[email protected]

A medida já está decidida: em 2017 todos os alunos que se

queiram candidatar ao ensino superior terão que se submeter a um exame único. O ‘Exame Unifica-do de Acesso das Quatro Instituições de Ensino Superior de Macau’ é uma medida implementada pelo Governo que envolve qua-tro instituições de ensino superior do território - a Universidade de Macau (UM), o Instituto Politéc-nico (IPM), o Instituto de Formação Turística (IFT) e a Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST).

A ideia é terminar, assim, com os vários exames de acesso ao ensino superior para reunir os conhecimen-tos em apenas um, dividido em quatro disciplinas: Por-tuguês, Chinês, Matemática e Inglês. A partir de 2017, os alunos terão que fazer um exame, escolhendo as disci-plinas, para se candidatarem a qualquer uma destas quatro instituições.

ALÍVIO OU CASTIGOMas, se segundo o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, este exa-me único irá trazer “alívio” para os estudantes que, diz, não iriam sofrer tanto com os exames de admissão ao ensino superior, já alunos ouvidos pelo HM não pen-sam da mesma forma.

Jonny Tu, que frequenta o último ano do ensino se-cundário, está aliviado, sim, mas por não ter que fazer o exame.

“Não concordo com esta medida, prefiro a forma an-tiga dos exames de acesso. Pensava que já tinha que fazer o exame este ano, mas ainda bem que não é preciso”, disse prontamente. O finalista explica que fazer um só exame irá condicionar os alunos.

“Por mim, deveria con-tinuar como está – e sei que muitos colegas meus concordam comigo, bem como professores. Deveria continuar com os vários exames. Neste momento se eu tentar entrar na UM e não conseguir, posso candidatar--me à MUST ou ao IFT. Depois de 2017 isso já não vai acontecer, porque se eu chumbar não me posso can-didatar a mais nenhuma”, argumenta.

O futuro candidato avan-

ENSINO SUPERIOR ALUNOS RETICENTES QUANTO A EXAME ÚNICO DE ACESSO

Canetas em punhoA implementação de um exame único de acesso a quatro instituiçõesde ensino superior de Macau está a assustar alguns alunos, que dizem que esta medida vai trazer mais pressão aos estudantes. Apesarde haver quem concorde, há um problema comum a todos: se falharem no exame, não entram em nenhuma destas universidades

forma de entrada no ensino superior. É que, segundo o gabinete, cada instituição tem os seus critérios de admissão, sendo que se man-tém a possibilidade de entrar como aluno recomendado ou com dispensa de exame.

“Não discordo disso e por isso admito que a pressão só será sentida por alunos como eu, de nível médio”, diz-nos Cheang Hio Man face a esta possibilidade, adiantando que “os alunos que têm qualificações para entrar nas universidades sem fazer o exame não sentem qual-quer preocupação”. Cheang mostra-se contente por não ter que realizar o exame único, mas está preocupado com a irmã mais nova, que pertence ao grupo de alunos que fará a prova pela primeira vez. “Ela já fica nervosa quando fala-mos do exame, também não gosta da ideia, porque pensa que se falhar não tem mais oportunidades, ao contrário de mim que, se não passar num, tenho mais três insti-tuições para tentar”, explica.

NEM TUDO É MAUContudo, nem tudo é mau. Para o estudante Wong Li, este exame tem “um lado bom e um mau” mas, de forma geral, diz, é uma “medida mais positiva do que negativa”.

Para o aluno a frequentar o segundo ano do ensino se-cundário, a língua portuguesa como opção é um aspecto positivo. “Actualmente, nem todas as escolas têm conteúdos em português e este exame vai incluir a lín-gua portuguesa, obrigando os alunos, a pelo menos, ter contacto com este idio-ma”, argumenta o aluno. A parte negativa é, de facto, o “corte nas oportunidades de acesso”.

Tal como os seus co-legas, Wong acredita que assim está a condicionar-se a oportunidade dos alunos entrarem no ensino superior. “Se falharmos não consegui-mos entrar”, sublinhou.

Em declarações à im-prensa, a vice-presidente da Associação Geral de Estu-dante Chong Wa de Macau, Lei Un Man, apontou que esta forma de acesso poderá ajudar a aumentar o nível integral dos estudantes. À semelhança do que acontece no continente e em Hong Kong, Macau irá unir-se à lista de países em que os alunos finalistas do ensino secundário só realizam um exame de acesso à universi-dade. - * com Cecília Lin

ça ainda que, ao contrário do que previa Cheong U, esta medida “só vem trazer mais pressão” ao alunos.

MENOS CARGADa mesma opinião de Jonny, é o seu colega de turma Cheang Hio Man, que con-sidera que “a competição entre os alunos será muito maior” devido a este exa-me. “Quando essa medida for implementada os alu-nos terão que lutar muito mais. É que se pensarmos, todos os alunos de todas as escolas que querem ir para instituições diferentes terão de fazer o mesmo exame”, argumenta o aluno, que considera ainda que isso aumentará a pressão entre os colegas.

“Para não falar do estatu-to das escolas. Nós [alunos] classificamos a qualidade da escola consoante o grau de dificuldade dos exames de acesso. Se todas tiverem o mesmo, todas são iguais e isso não é verdade”, disse.

Contudo, um outro ar-gumento utilizado pelo Secretário Cheong U me-

rece a concordância de alguns alunos. Cheong U disse que como vantagem, o exame único de acesso traz ainda “poupança” de trabalhos administrativos nas instituições de ensino. Esse argumento parece não ser apenas aplicável às ins-tituições, já que há alunos que consideram que vão ter menos carga por só terem de fazer um exame de acesso.

É o caso de Suki Chang, aluna do primeiro ano do ensino secundário, que discorda de Jonny Tu e diz que “depois das sessões de esclarecimento” levadas a cabo pelo Governo tudo ficou melhor.

A aluna alega que não há grandes “diferenças entre o método actual e o futuro”, porque para os alunos, serão requeridos “menos conheci-mentos” por ser apenas um exame e não vários.

“Antes, os alunos preci-savam de estudar diferentes matérias para os diversos exames, agora é tudo mais simples”, defende a aluna, que faz parte dos primeiros alunos a realizar o exame em

2017. “Não estou nervosa com essa ideia, acho que vamos ter menos pressão assim”, conclui.

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) realizou várias sessões de esclarecimento nas escolas sobre o exame único de acesso, com o intuito de “es-clarecer, de forma detalhada e clara, os docentes, alunos e pais, sobre o conceito,

a concepção e o plano do Exame”, conforme explica o gabinete.

Segundo o GAES, até ao mês passado foram realiza-das 27 sessões de esclareci-mento, que contaram com a presença de mais de sete mil docentes, alunos e pais. Para o próximo ano estão agendadas mais 13 sessões, perfazendo um total de 40 escolas abrangidas por esta actividade.

Em comunicado, o gabi-nete indicava que o ‘feedba-ck’ dos participantes tem sido muito positivo. “Os presentes nas sessões afirmaram que o Exame pode aliviar a pressão dos estudantes resultante dos exames de admissão, realizados por diferentes ins-tituições de ensino superior”, afirmava o GAES.

NO MEIO ESTÁ A PRESSÃO Tendo como base as quatro disciplinas - Chinês, Portu-guês, Inglês e Matemática - os estudantes poderão escolher os exames a que se candidatam, segundo a área que pretendem ingressar. Mas esta não será a única

“Nós [alunos] classificamos a qualidade da escola consoante o grau de dificuldade dos exames de acesso. Se todas tiverem o mesmo, todas são iguais e isso não é verdade”CHEANG HIO MAN

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GCS

hoje macau quarta-feira 29.10.20148 sociedade

AUTORIDADE DE AVIAÇÃO CIVIL

Notificação Edital

Chan Weng Hong, Presidente da Autoridade de Aviação Civil, faz saber que, tendo-se esgotado todas as tentativas de notificação pessoal, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n. º 57/99/M de 11 de Outubro, procede-se à notificação edital de (i) Ma Qishun, portador do Passaporte n. º G60159xxx, emitido na República Popular da China, residente em (中國浙江省寧波市賣魚路), (ii) Ye Wenyu portador do Passaporte n. º G61138xxx, emitido na República Popular da China, residente em (中國成都市金牛區西體路), (iii) Zeng Xiangchun portador do Passaporte n. º E15055xxx, emitido na República Popular da China, residente em (中國南京市高新技術開發區星火南路), (iv) Gao Jie portador do Salvo Conduto para deslocação a Hong Kong e Macau n. º W48752xxx, emitido na República Popular da China, residente em (中國南京市秦淮區殷高巷) e (v) Gao Jianhui portador do Passaporte n. º E30681xxx, emitido na República Popular da China, residente em (中國湖南省常德市武陵區城西新西街) nos seguintes termos:

Por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 24 de Janeiro de 2013, foi instaurado procedimento administrativo a Ma Qishun, para averiguação dos factos ocorridos no dia 12 de Janeiro de 2013, a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia, com a matrícula FD2540, objecto do relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 106/SEADPI/2013P, datado de 17 de Janeiro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 53/2013/DPA, datado de 12 de Janeiro de 2013, que são susceptíveis de constiuir infracção administrativa prevista e punida na alínea 4 do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n. º 31/2003.

Por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 7 de Julho de 2013, foi instaurado procedimento administrativo a Ye Wenyu, para averiguação dos factos ocorridos no dia 28 de Março de 2013, a bordo da aeronave da companhia aérea Air Macau, com a matrícula NX198, objecto do relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 458/SEADPI/2013P, datado de 2 de Abril de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 439/2013/DPA, datado de 28 de Março de 2013, que são susceptíveis de constiuir infracção administrativa prevista e punida na alínea 2 do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n. º 31/2003.

Por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 5 de Augusto de 2013, foi instaurado procedimento administrativo a Zeng Xiangchun, para averiguação dos factos ocorridos no dia 25 de Junlho de 2013, a bordo da aeronave da companhia aérea Air Asia, com a matrícula FD2546, objecto do relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1077/SEADPI/2013P, datado de 29 de Julho de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1074/2013/DPA, datado de 25 de Julho de 2013, que são susceptíveis de constiuir infracção administrativa prevista e punida na alínea 2 do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n. º 31/2003.

Por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 31 de Outubro de 2013, foi instaurado procedimento administrativo a Gao Jie, para averiguação dos factos ocorridos no dia 25 de Outubro de 2013, a bordo da aeronave da companhia aérea Air Macau, com a matrícula NX127, objecto do relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1557/SEADPI/2013P, datado de 28 de Outubro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1691/2013/DPA, datado de 25 de Outubro de 2013, que são susceptíveis de constiuir infracção administrativa prevista e punida na alínea 2 do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n. º 31/2003.

Por decisão do Presidente da Autoridade de Aviação Civil, datada de 13 de Dezembro de 2013, foi instaurado procedimento administrativo a Gao Jianhui, para averiguação dos factos ocorridos no dia 28 de Novembro de 2013, a bordo da aeronave da companhia aérea Air Macau, com a matrícula NX879, objecto do relatório da Polícia de Segurança Pública Ref. 1732/SEADPI/2013P, datado de 3 de Dezembro de 2013, contendo em anexo o relatório da Polícia de Segurança Pública (Divisão do Aeroporto) Ref. 1882/2013/DPA, datado de 28 de Novembro de 2013, que são susceptíveis de constiuir infracção administrativa prevista e punida na alínea 4 do n.º 1 do artigo 4. º do Regulamento Administrativo n. º 31/2003.

Mais se notifica que os processos podem ser consultados nas instalações da Autoridade de Aviação civil, sitas na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, 336-342, Centro Comercial Cheng Feng, 18º andar, em Macau, durante as horas normais de expediente.

Notifica-se ainda, que nos termos do n.º 2 do artigo 87.º e do n.º 1 do artigo 93.º do CPA, os interessados dispõem de 25 dias a contar do dia seguinte ao dia da fixação do presente edital, para juntar documentos e pareceres ou requerer diligências de prova úteis para o esclarecimento dos factos com interesse para a decisão e para se pronunciarem sobre o conteúdo dos respectivos processos em audiência de interessados.

E para constar, se lavrou o presente edital que vai se fixado nos lugares de estilo e publicado em dois jornais mais lidos da Região Administrativa Especial de Macau, um em língua chinesa, outro em língua portuguesa.

Autoridade de Aviação Civil de Macau, aos 29 de Outubro de 2014

O Presidente,

Chan Weng Hong

Shin Young-Sou esteve em Macau para analisar os dez anos de trabalho da Comissão para a Cidade Saudável e ficou encantado com o que viu

ANDREIA SOFIA [email protected]

H Á dez anos, o Go- verno criou a Co- missão para a Ci- dade Saudável pa-

ra mostrar à população quais as melhores formas para manter um ambiente melhor. Vários encontros e acções promocionais depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS) está satisfeita e garante que Macau pode ser um exemplo, nomeadamente para a China.

“Trabalho de forma pró-xima com o Governo Central

OMS DIRECTOR REGIONAL ELOGIA MACAU COMO “CIDADE SAUDÁVEL”

“Um exemplo para a China”

IDAS A HONG KONG DESVALORIZADASShin Young-sou disse ontem que os habitantes da RAEM têm sorte por estar num território que paga tratamentos de saúde a uma grande maioria. Questionado sobre o facto de muitas pessoas terem de recorrer aos serviços médicos em Hong Kong, o director da OMS desvalorizou a situação. “Estamos num mundo livre, as fronteiras são próximas e podemos ir a qualquer lado para ter melhores tratamentos médicos. Não apenas em Hong Kong, mas em Singapura está a desenvolver-se também o turismo de saúde. Na Malásia, e mesmo nas Filipinas e Coreia do Sul há uma competição nessa área e as pessoas podem tomar decisões”, frisou.

domiciliários”, apontou o director da OMS.

“Independentemente do tipo de serviços que são providenciados, o Governo quer sempre manter os níveis de qualidade de vida eleva-dos com uma baixa taxa de mortalidade. As estatísticas mostram isso. Mas claro que o sistema precisa sempre de ser melhorado. O sistema hospitalar precisa de mudar e ser melhorado, sendo que os serviços precisam de se focar nos apoios domiciliários. Não digo que o sistema de Macau é perfeito, mas também temos de ver que as expectativas da população estão sempre a aumentar e a mudar. Isso acontece em qualquer país”, concluiu Shin Young-sou.

e a China tem noção que precisa deste conceito de cidade saudável. Em breve vão haver mil cidades saudá-veis que serão desenvolvidas e vai ser feita uma grande campanha. Talvez os res-ponsáveis por essas cidades possam vir aqui e aprender muito com a experiência de Macau”, disse o director da OMS para a zona do Pacífico Ocidental, Shin Young-Soo.

Confrontado com as queixas sobre a poluição existirem em Macau, Shin Young-Sou falou da locali-zação geográfica da RAEM, para atribuir responsabilida-des aos vizinhos da RAEM.

“Macau é uma cidade pe-quena e claro que a poluição vem das muitas construções que aqui se fazem, mas tam-bém temos de compreender que a poluição do ar vem de outros lugares. Macau está rodeada de cidades com muitas indústrias, então é uma poluição que não vem do seu

próprio território”, começa por apontar. “Mas esta é uma das questões que mais preocu-pa a OMS. É algo que temos de trabalhar em conjunto e especialmente na China. O Governo chinês tem vindo a trabalhar arduamente nesse ponto, há pessoas a sofrer muito com esse problema em muitas cidades, tal como Pequim”, disse aos jornalistas

à margem de uma conferência de imprensa de apresentação dos trabalhos da Comissão para a Cidade Saudável.

NA SAÚDE, TUDO OKO director da OMS foi tam-bém confrontado com o atra-sos de dez anos da construção do novo hospital ou a falta de recursos humanos e de camas no São Januário, mas desvalorizou esses factos. Shin Young-Sou garante que já visitou Macau cinco vezes e que já viu de perto hospitais e centros de saúde, conhecendo, assim, o sistema.

Falando de uma elevada esperança média de vida, de 82 anos, e de uma baixa taxa de mortalidade infantil, Shin Young-Sou destacou ainda a existência de serviços de saúde gratuitos para a po-pulação. Mas deixou uma sugestão ao Governo.

“A sociedade está a de-senvolver-se rapidamente e vemos pela esperança média

de vida que as pessoas vivem mais tempo. Então, os tipos de serviços que as pessoas vinham necessitando até aqui já não são os mesmos. Penso que o Governo tem de trabalhar arduamente nessa área, investindo em cuidados domiciliários para a população mais idosa. Macau está a tornar-se uma sociedade envelhecida e vão ter de existir mais ser-viços providenciados pela comunidade ou mais apoios

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 29.10.2014

LEONOR SÁ [email protected]

P ANSY Ho considera que “ainda não é a altura cer-ta” para investir no sector das actividades de entre-

tenimento. Numa conversa com os jornalistas, durante o Fórum Económico de Turismo Global, a empresária disse que o período entre 2017 e 2020 será o momento adequado para que as actividades extra-Jogo sejam bem sucedidas.

“As condições ainda não são as melhores e, embora já consigamos ver tudo isso no horizonte, vamos estar a perder oportunidades se nos precipitarmos”, continuou, falando pelo sector do Jogo em geral.

“A ideia é que [os turistas] entrem pelas nossas portas, ao invés de simplesmente passarem à nossa porta”, elucida a directora--executiva do MGM. É preciso tempo para avaliar o mercado e prever quais serão as vontades e exigências dos consumidores, disse Ho, que acrescentou que, embora o investimento financeiro seja crucial, tem que ser medido de várias perspectivas.

“No futuro, Macau vai benefi-ciar do factor de proximidade com grandes aeroportos [como] Guan-gzhou e Hong Kong”, referiu. “O mais importante é mostrarmos que não estamos a manter o nosso pró-prio passo e que somos capazes de competir com os grandes”, disse, referindo-se aos demais mercados de Jogo mundiais.

“As pessoas questionam-se porque é que não há mais concertos ou exposições... É que se o fizermos agora, não vamos ser bem sucedi-dos”, revela Pansy Ho, referindo-se à aposta no sector de actividades de entretenimento. Para a empresária, o sucesso de tudo isso passa por investir no momento certo.

TRABALHADORES EM FALTA“Não há mão-de-obra suficiente para suprir as futuras necessida-

O CALCANHAR DO MGMA maior fraqueza do grupo MGM é, para a directora executiva, o facto de ser uma das operadoras mais pequenas em termos de receitas e propriedades. “A nossa pegada é das mais pequenas, comparando com alguns dos nossos concorrentes”, apontou Pansy, no Fórum de Turismo Global. A construção de grandes empreendimentos – como um parque de diversões – está colocada de parte, mas nem por isso a empresária deixa de querer investir no sector do entretenimento. “Como simplesmente não temos espaço para albergar algo grande, temos que ser ágeis e pensar de que forma é possível criar algo versátil e mutável”, revela. Quanto ao MGM Cotai, a ideia passa por abrir um espaço relacionado com arte e que possa ser facilmente reinventado.

Pansy Ho considera que este não é ainda o momento certo para apostar no sector de actividades não relacionadas com o Jogo, sendo que daqui a dois anos será, sim, o momento certo.A directora-executiva do MGM fala também em falta de mão--de-obra local, mas descarta necessidade de mais TNR

PANSY HO NÃO É ALTURA PARA APOSTAR EM SECTORES EXTRA-JOGO

Tudo a seu tempodes do mercado” de Macau e, para a líder da MGM, isso é um dos principais desafios da indústria do Jogo neste momento. “Até os próprios funcionários admitem sentir a pressão de estarem a trabalhar mais do que devem”, justifica.

No entanto, Pansy Ho descarta a contratação de TNR como a me-lhor solução para este problema, uma vez que pode vir a causar o aumento da taxa de desemprego em termos locais, não dando espaço para os residentes.

A empresária acrescenta, no entanto, que as operadoras estão “do lado” dos trabalhadores e não contra eles porque, diz, a solução é a mesma para as duas facções. “Vamos precisar de estender o nosso leque de trabalhadores”, mesmo que tal implique contratar mão-de-obra estrangeira para for-mar as gentes locais.

Ho descarta o facto da diminui-ção do número de excursionistas poder vir a afectar, em grande medida, a economia local e as re-ceitas das operadoras. “Julgo que, a longo prazo, Macau vai precisar de trabalhar não só com o vizinho [Hong Kong], mas com quase to-dos, assim nutrindo a relação com as regiões circundantes para obter melhores resultados”.

CULTURA E PATRIMÓNIO Questionada sobre a necessidade de Macau investir na herança e património cultural, Pansy Ho respondeu afirmativamente. “Acredito e apoio completamen-te essa ideia e o tema deste ano tem precisamente que ver com isso e com o facto de Macau poder estar no centro da Rota Marítima da Seda”. Tudo passa, apontou, por recriar o mesmo caminho feito há milhares de anos e no qual o território se inscrevia enquanto epicentro multicultural e de comércio.

EXIGÊNCIA DE TURISTAPara Pansy Ho, há que ter em conta que os turistas estão também a diversificar. “Os turistas estão a ficar cada vez mais sofisticados e é preciso dar-lhe mais rede de escolhas e ofertas”, começa por apontar. “Estabelecemos um padrão muito elevado para nós mesmos e começámos já a um grande nível. Em países desenvolvidos, existe normalmente uma escala de crescimento e o apogeu disso mesmo, mas Macau começou já nesse pico”, explica a empresária. “Precisamos de continuar a mostrar aquilo que somos e a superar-nos a nós mesmos, já que temos a coragem para isso”. Macau é, para a filha do magnata do Jogo, Stanley Ho, um espaço confortável, onde “mesmo que não façamos nada nesse sentido, as coisas vão continuar a correr bem e as pessoas vão querer continuar a vir”.

“As condições ainda não são as melhores e, embora já consigamos ver tudo isso no horizonte, vamos estar a perder oportunidades senos precipitarmos”

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10 hoje macau quarta-feira 29.10.2014EVENTOS

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

HOJE NA CHÁVENA

Nome botânico: Capsella bursa-pastoris (L.) MedikusFamília: Brassicaceae (Cruciferae).Nomes populares: Capsela; Erva-do-bom--pastor; Mandioquinha-do-campo.

A Bolsa-de-pastor é uma planta herbácea originária dos países mediterrânicos que pode crescer até meio metro de altura. Apresenta folhas em roseta basal e peque-nas flores brancas; os frutos, triangulares e finos, assemelham-se às antigas bolsas dos pastores. Devido à facilidade que as suas sementes têm em viajar e adaptar-se a qualquer tipo de clima ou terreno, é uma das plantas mais disseminadas pelo mundo.Conhecida desde a Antiguidade Clássica e muito usada na Idade Média, a sua principal utilização actual, já validada pela ciência, é referida no século XVI por Mattioli como um bom hemostático. No entanto, as suas aplicações são muito mais vastas sendo ainda empregue em veterinária. Talvez pelas suas virtudes medicinais, tenha sido batizada com o nome de Capsella que, em latim, significa pequeno cofre. Em fitotera-pia são usadas as partes aéreas da planta quando começam a florir.

COMPOSIÇÃOAminas (colina, acetilcolina, histamina, ti-ramina), flavonoides, saponósidos, taninos, ácidos orgânicos, alcaloides e vestígios de óleo essencial; contém ainda fibras, vitaminas e sais minerais.Praticamente inodora; sabor ligeiramente salgado.

ACÇÃO TERAPÊUTICAA Bolsa-de-pastor é uma planta muito apre-ciada pela sua acção hemostática (detém hemorragias); esta propriedade advém do seu conteúdo em aminas que, actuando sobre o sistema neurovegetativo, provo-cam a contracção dos vasos sanguíneos, do útero, intestino e outros órgãos ocos. É uma planta muito eficaz em vários tipos de hemorragias, tanto em uso interno como externo; no entanto, o diagnóstico prévio é fundamental de forma a identificar a sua causa e proceder ao seu tratamento.Muito utilizada pelas mulheres, a Bolsa-de--pastor previne as hemorragias uterinas da pré-menopausa, regulariza o fluxo mens-trual abundante ou prolongado e acalma as dores associadas. Com propriedades tónicas sobre o tubo digestivo, esta planta

aumenta o peristaltismo intestinal sendo útil na obstipação; porém, é igualmente um adstringente muito eficaz em caso de diarreia; é ainda utilizada na inflamação e úlcera gastroduodenal e nas hemorroidas.

OUTRAS PROPRIEDADESCom acção sobre o coração, esta planta regulariza a frequência cardíaca e aumenta a força de contracção, sendo útil no co-ração debilitado dos idosos, arritmias e hipotensão arterial. Diurética, depurativa e anti-séptica urinária, a Bolsa-de-pastor tem sido usada na retenção de líquidos, inflamação da bexiga, cálculos urinários, presença de sangue na urina, gota e reu-matismo e nas curas de Primavera.Externamente, é muito útil para deter as hemorragias nasais, desinfectar a boca e garganta, limpar feridas, úlceras e queimaduras, sangrantes ou infectadas, e favorecer a cura de contusões.

COMO TOMAR• Uso internoInfusão: 1 a 2 colheres de sobremesa por chávena de água fervente, 10 minutos de infusão. Tomar 3 a 5 chávenas por dia, fora das refeições.Em tintura; em ampolas, xaropes e cápsulas com fórmulas de plantas para diversas afecções.As folhas tenras, colhidas antes da floração, têm um sabor semelhante ao do Agrião e podem ser usadas em saladas, sopas, mo-lhos, omeletes ou sandes. As raízes, frescas ou secas, podem substituir o Gengibre.• Uso externoA mesma infusão, o suco ou a tintura diluída em água: em tampões nasais, bochechos e gargarejos, lavagens e compressas.A planta fresca esmagada em cataplasmas.

PRECAUÇÕESRespeitar as doses indicadas e fazer tratamentos descontínuos. Em doses elevadas, devido à presença de tiramina, pode provocar aumento da pressão arte-rial, da frequência cardíaca e contrac-ções uterinas. Contra-indicada durante a gravidez. Os hipertensos devem medir a tensão arterial diariamente durante o tratamento. Não tomar em concomitância com anti-depressivos IMAO – a associação pode provocar grave crise hipertensiva. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

Bolsa-de-pastor

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

GRAÇAS E DESGRAÇAS DA CORTE DE EL-REI TADINHO • Alice Vieira “Não se trata do retrato de mais um rei de Portugal. El-Rei Tadinho, sua futura mulher (uma fada desempregada, que entretanto se fizera passar por bruxa) e restante família vivem algumas desgraças ora do campo do quotidiano ora do fantástico. O rei oferece a filha (que não tem! — só mais tarde dá pelo engano) em casamento a um dragão; a única bruxa do reino, embora contrariada, decide ajudá-lo; o dragão engana-se e casa com esta última... É impossível não se achar graça, tal a ironia, a prodigiosa imaginação e o alucinante desenvolvimento. (A partir dos 8/9 anos).”

“O parecer diz que a candidatura reúne todas as cond ições” ,

pelo que “temos fundadas esperanças de que o cante alentejano seja inscrito na lista

Cinema Vítor Gonçalves vai representar Portugal em Festival na China

O filme de Vítor Gonçalves “A Vida Invisível” repre-

sentará Portugal na 7.ª edição do Festival de Cinema da União Europeia na China, que decorrerá a partir de domingo em várias salas de Pequim.

O programa, destinado a mostrar ao público chi-nês a “grande diversidade”

do cinema europeu, reúne filmes de quinze países da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Estónia, Finlân-dia, França, Grécia, Holan-da, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia).

“Devido ao domínio

das grandes produções de Hollywood, tornou-se quase impossível descobrir a quali-dade dos filmes europeus nas salas de cinema da China”, afirmam os organizadores do certame.

“A Vida Invisível”, fil-me estreado o ano passado, com Filipe Duarte, Maria

UNESCO CANTE ALENTEJANO PERTO DE SER PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

Uma prenda dela

representativa do Património Cultural Imaterial da Huma-nidade” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), declarou o res-ponsável do processo.

Segundo revelou à agência Lusa, Paulo Lima, também director da Casa do Cante, em Serpa, o parecer deste grupo de especialistas costuma ser “bas-tante vinculativo para a decisão final” do Comité Internacional

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11 eventoshoje macau quarta-feira 29.10.2014

CRÍTICA DA RAZÃO CÍNICA • Peter SloterdijkCrítica da Razão Cínica, publicado por ocasião do bicentenário da Crítica da Razão Pura de Kant, é, antes de mais, uma crítica da modernidade. Para Peter Sloterdijk, o actual cinismo resulta da perda das ilusões iluministas. No nosso tempo, enquanto «falsa consciência», é um fenómeno generalizado que Sloterdijk detecta nos mais diversos campos, da vida privada à religião. Como resposta a este cinismo moderno, e para que ele possa ser ultrapassado, o autor sugere a redescoberta das virtudes do antigo cinismo ou, mais exactamente, do kinismo, que passa pelo riso, a insolência e a invectiva. Surgida na Alemanha em 1983 e considerada então por Habermas como a principal obra filosófica das últimas décadas, Crítica da Razão Cínica permite-nos também entender melhor o trajecto intelectual de Sloterdijk e as polémicas suscitadas pelos seus livros mais recentes.

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

MAM Heidi Lau expõe cerâmicas e gravurasA artista de Macau Heidi Lau vai expor os seus trabalhos de cerâmica e gravura no Museu de Arte de Macau (MAM) a partir de amanhã, estreando-se assim a solo no território. Lau, de apenas 27 anos, estudou em Nova Iorque, tendo já feito várias exposições nesta cidade, seja a título colectivo, ou a solo. “A Região Obscura” estará patente na Galeria C do MAM diariamente, das 10 às 19 horas, até dia 7 de Dezembro.

Cinema Vítor Gonçalves vai representar Portugal em Festival na China

Cotai Feira Automóvel em Novembro

Música Venetian apresenta concerto colectivoA arena do Cotai, no Venetian, vai acolher um concerto colectivo no próximo dia 8 que conta com várias celebridades do mundo da música da China e não só. Às 20 horas sobem ao palco cantores e grupos musicais de Taiwan, Hong Kong e do continente para o concerto The Starry Night, que custa entre 280 e 980 patacas. No Venetian, os fãs poderão ver estrelas como Jimmy Lin, Chyi Chin, Valen Hsu e o grupo feminino Sparkling Girls.

João Pinho e João Perry nos principais papéis, será exibido em duas sessões, com legendas em chinês e em inglês.

Trata-se da terceira longa--metragem de Vítor Gonçal-ves, cineasta de 64 anos que é também argumentista e produtor.

O Venetian vai receber, entre os dias 7 e 9 de

Novembro, a quarta edição da Feira Automóvel de Ma-cau. A mostra vai compreen-der vários tipos de produtos relacionados com o mundo do automobilismo, bem como de mecanismos eléc-tricos do sector industrial. O evento, patrocinado pela Associação de Convenções e Exposições de Macau, pelo grupo Nam Kwong e outras organizações, vai

contar com a participação de empresas internacional-mente conhecidas, a grande maioria proveniente da Chi-na. Presentes estarão a CSR Zhuzhou Times ElectricCo., a International Automobile Co., a Aerospace Power Tecnology Co., a China Aviation Lithium Battery Co., entre várias outras.

Os visitantes terão ainda oportunidade de ver carros modificados, a energia eléc-trica e de competição e de

UNESCO CANTE ALENTEJANO PERTO DE SER PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

Uma prenda delaA candidatura do cante alentejanoa Património Cultural Imaterialda Humanidade recebeu um parecer positivo de uma comissão internacional de especialistas da UNESCO.

da UNESCO, que se reúne entre os dias 24 e 28 de Novembro, em Paris (França).

“É uma boa notícia para o cante e para o Alentejo”, realçou Paulo Lima, lembran-do que o processo percorreu

“várias as etapas” e que, em Fevereiro último, foi entre-gue um conjunto de novas informações sobre este bem cultural imaterial.

A candidatura do cante alen-tejano foi entregue à UNESCO

em Março do ano passado, de-pois de, em 2012, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter decidido adiar a sua apresen-tação, por considerar que o processo não reunia condições para ser aceite.

assistir aos fóruns de Interna-cionalização de Manufactura da China e de Evolução de Interiores Automóveis Eco-lógicos 2014.

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Page 12: Hoje Macau 29 OUT 2014 #3203

hoje macau quarta-feira 29.10.201412 publicidade

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Notificação no 012/NOEP-L/GJN/2014 Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, para

o efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14º do Decreto-Lei nº 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68º e do nº 1 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo e no uso das competências conferidas pelo Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e constantes da Proposta de Deliberação nº 01/PDCA/2014, de 9 de Maio, publicada na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº 20, de 15 de Maio de 2014 e pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 83/2014, publicado na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº 19, de 7 de Maio de 2014, os infractores, constantes das tabelas desta notificação, do conteúdo das respectivas decisões sancionatórias:

Nos termos do nº 4 do artigo 36º, nº 1 do artigo 37º, artigos 38º e 39º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo nº 28/2004, o Presidente do Conselho de Administração, ou seus substitutos, exararam despachos nas respectivas informações, tendo em consideração as infracções administrativas comprovadas e a existência de culpa confirmada. Assim:1. Foram aplicadas aos infractores, constantes das Tabelas I a VII, as multas previstas no nº 2 do artigo 45º do

Regulamento Geral dos Espaços Públicos e no artigo 2º do Catálogo das Infracções, no valor de MOP600,00 (cada infracção):Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no nº 1 do artigo 13º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 7 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “Nos espaços públicos, abandonar resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela I)O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto na alínea 3) do nº 1 do artigo 9º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 30 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “Permitir a circulação de animal nos espaços públicos sem que ele esteja preso em gaiola, jaula, por trela ou aparelho similar ou sem que ele use os aparelhos de identificação e de segurança estabelecidos na licença”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela II) O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto na alínea 1) do nº 1 do Artigo 14º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 3 do Artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “Despejar, derramar ou deixar correr águas poluídas em espaços públicos”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela III)Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no nº 2 do artigo 9º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 12 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “Não limpar de imediato o espaço público poluído com dejectos de animais de estimação que se está a acompanhar”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela IV)O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto no nº 1 do artigo 4º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 23 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “Colocar ou abandonar no espaço público quaisquer materiais ou objectos”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela V)O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto na alínea 1) do nº 1 do artigo 2º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 13 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “Cuspir escarro ou lançar muco nasal para qualquer superfície do espaço público, de instalações públicas ou de equipamento público”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela VI)O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto na alínea 1) do nº 1 do Artigo 2º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 18 do Artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “Remover, remexer ou escolher resíduos contidos nos equipamentos de deposição”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela VII).

2. Além disso, os infractores podem ainda apresentar reclamação contra os actos sancionatórios ao autor do acto, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da notificação, nos termos dos artigos 145º, 148º e 149º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 123º do referido código.Para efeitos do disposto no nº 2 do artigo 150º do mesmo diploma, a reclamação não tem efeito suspensivo sobre o acto.

3. Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podem apresentar recurso contencioso no prazo estipulado nos artigos 25º e 26º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei nº 110/99/M, de 13 de Dezembro, ao Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau.

4. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 75º do Código do Procedimento Administrativo, para efeitos do disposto nº 4 do artigo 55º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores deverão efectuar a liquidação de todo o valor das multas aplicadas, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data da publicação da presente notificação, no Gabinete Jurídico e Notariado do IACM (Núcleo Operativo do IACM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos), sito na Avenida da Praia Grande, nos 762-804, Edf. China Plaza, 5º andar, Macau ou através do acesso ao endereço electrónico http://www.iacm.gov.mo/rgep. Caso contrário, o IACM submeterá os processos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para a cobrança coerciva, nos termos do artigo 17º do Decreto-Lei nº 52/99/M e do artigo 29º do Decreto-Lei no 30/99/M.

5. Não é de atender a esta notificação, caso os infractores constantes das tabelas anexas tenham já saldado, aquando da presente publicação, as respectivas multas, resultantes da acusação. Para informações mais pormenorizadas, os interessados poderão ligar para o telefone nº 8295 6868 ou dirigir-se pessoalmente ao referido Núcleo Operativo deste Instituto.

Aos 15 de Outubro de 2014. O Presidente do Conselho de Administração

Vong Iao Lek

Tabela I

Nome Sexo Tipo e nº do documento de

identificação 

Nº da acusação Data da infracção

Data em que foi exarado o despacho de aplicação da

multa

王桂芳 F (*1) 50364**(*) A0011618/2010 10/01/2010 24/02/2011

李兆明 LEE SIO MENG M (*1) 51670**(*) A0010513/2010 03/09/2010 04/01/2011

吳澤強NG CHAK KEONG M (*1) 13210**(*) A0000365/2010 30/10/2010 23/02/2011

MAHER DE OLIVEIRA CARDOSO, DAVID M (*1) 51515**(*) A002214/2010 20/11/2010 23/02/2011

ANTUNES DOS SANTOS, BRUNO E MANUEL M (*1) 12184**(*) A0014274/2010 29/11/2010 23/02/2011

陳佳平CHAN, KAI PENG M (*1) 13231**(*) A0014218/2010 30/11/2010 17/03/2011

馬志良MA CHI LEONG M (*1) 51568**(*) A0003143/2010 03/12/2010 17/03/2011

陳自楦CHAN CHI HUN M (*1) 74158**(*) A0014246/2010 10/12/2010 30/07/2012

陳祖民 CHAN CHOU MAN M (*1) 73740**(*) A0012132/2010 27/12/2010 17/03/2011

阮伯群 IUN PAK KUAN M (*1) 50811**(*) A0012292/2011 01/01/2011 17/03/2011

劉偉嵐LAO WAI LAM M (*1) 12887**(*) A024011/2011 24/10/2011 26/01/2012

馮彩蓮FONG CHOI LIN F (*1) 50728**(*) A024417/2011 04/11/2011 26/01/2012

蒙大福MONG DAI PHUC M (*1) 13383**(*) A0012598/2011 16/01/2011 21/04/2011

曾宛雯CHANG UN MAN F (*1) 51282**(*) A030262/2012 19/03/2012 30/07/2012

蔡發達CHOI FAT TAT M (*1) 52004**(*) A035452/2012 09/04/2012 30/07/2012

張耀明CHEONG IO MENG M (*1) 74312**(*) A035536/2012 11/04/2012 08/07/2013

陸志豪LOK CHI HOU M (*1) 12496**(*) A034149/2012 23/04/2012 30/07/2013

何少興 F (*1) 12858**(*) A019468/2012 10/05/2012 08/07/2013

郭耀成KOK IU SENG M (*1) 70328**(*) A036305/2012 11/05/2012 08/07/2013

謝興得CHE HENG TAK M (*1) 12839**(*) A034341/2012 15/05/2012 08/07/2013

梁偉棋LEONG WAI KEI M (*1) 51712**(*) A036527/2012 24/05/2012 21/11/2013

關志偉KWAN CHI WAI M (*1) 12526**(*) A038756/2012 30/05/2012 08/07/2013

譚家豪 TAM KA HO M (*1) 12330**(*) A038586/2012 12/06/2012 21/11/2013

馬昆朋MA KUAN PANG M (*1) 12941**(*) A039170/2012 14/06/2012 21/11/2013

李嘉俊LEI KA CHON M (*1) 51941**(*) A039986/2012 02/10/2012 19/07/2013

盧慧珈LOU WAI KA F (*1) 74360**(*) A047749/2013 17/01/2013 22/10/2013

楊家豪YEUNG KA HOU M (*1) 52031**(*) A048437/2013 18/01/2013 22/10/2013

黃曉晴WONG HIO CHENG F (*1) 12574**(*) A044216/2013 02/02/2013 22/08/2013

冼月玲SIN UT LENG F (*1) 51605**(*) A048201/2013 27/02/2013 22/10/2013

李倩晴LEI SIN CHENG F (*2) 164*** A034761/2012 18/07/2012 26/09/2013

張伯麒CHEUNG HENRYBA KEI M (*2) 233*** A052755/2013 22/05/2013 21/11/2013

卓添從ZHUO TIANCONG M (*2) 193*** A054463/2013 30/06/2013 08/11/2013

蔡勤飞CHOI KAN FEI M (*3) M0896142*** A044059/2012 11/12/2012 28/05/2013

Tabela II

鄭丞晃CHEANG SENGFONG M (*1) 50531**(*) A016664/2011 03/04/2011 30/07/2012

黎材水LAI CHOI SOI 男 (*3) M0670078*** A020935/2011 15/08/2011 25/09/2014

Tabela III

何麗霞HO LAI HA F (*1) 74081**(*) A039959/2012 09/07/2012 09/07/2012

Tabela IV

陳沛英CHAN PUI IENG F (*1) 12661**(*) A000145/2013 17/01/2013 22/10/2013

楊文偉 M (*1) 13498**(*) A000209/2012 10/02/2012 07/06/2013

Tabela V

澳門威尼斯人 A0008084/2011 27/04/2011 17/05/2011

Tabela VI

楊金耀IEONG KAM IO M (*1) 12722**(*) A0005596/2011 04/03/2011 23/05/2011

Tabela VII

楊繼新IEONG KAI SAN M (*1) 50226**(*) A0001855/2011 18/02/2011 23/05/2011

Nota: (*1) Bilhete de Identidade de Residente da Região Administrativa Especial de Macau

(*2) Carta de Condução de Macau

(*3) Salvo-conduto de residente de Hong Kong e Macau para deslocação à República Popular da China (salvo-conduto de residente para deslocação à RPC)

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13CHINAhoje macau quarta-feira 29.10.2014

O líder do Governo da ex--colónia britânica tenta emendar a mão assumindo erros nas recentes declarações sobre as eleições e os mais desfavorecidos

O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, pediu ontem des-

culpas pelo comentário em que sugeriu que uma eleição aberta a todos não seria permitida porque levaria a que as políticas fossem definidas para agradar aos pobres.

CY Leung disse ainda que os sectores do desporto e da religião não contribuíam para a economia da cidade.

“Percebo agora que devia ter sido mais claro nalguns pontos. Peço desculpas por ter causado mal-entendidos e preocupações entre as camadas de base, no sector religioso e no sector desportivo”, disse o líder do Go-

Ébola Cientista diz que vírus vai chegar à ChinaUm dos cientistas que descobriu o vírus do Ébola acredita que a China está sob ameaça devido ao elevado número de trabalhadores chineses em África.”[A situação geral] vai piorar durante algum tempo e depois esperemos que comece a melhorar quando as pessoas estiverem isoladas”, disse Peter Piot, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O cientista esteve na região administrativa especial chinesa para um simpósio durante dois dias. Piot, que prevê que a epidemia dure ainda entre seis a 12 meses, lembrou que “em África há muitos chineses a trabalhar”. “Isso pode representar um risco para a China em geral, e assumo que um dia [um surto de Ébola na China] vai acontecer, disse o director da London School of Hygiene and Tropical Medicine. Piot alertou que as medidas de segurança aplicadas no aeroporto Chek Lap Kok, em Hong Kong, são insuficientes. “Rastreio generalizado [à chegada] não é eficaz, para ser honesto. O método mais eficaz é verificar as pessoas antes de entrarem no avião”, afirmou.

Forbes Fundador da Alibaba é o mais rico O empresário Jack Ma, fundador do gigante do comércio online Alibaba, é a pessoa mais rica da China, com uma fortuna de quase 20 mil milhões de dólares, diz a revista Forbes. O número de bilionários chineses subiu este ano de 168 para 242, indica a revista no seu número anual dedicado aos mais ricos do país. A fortuna pessoal de Ma insuflou de 7,1 mil milhões para 19,5 no ano passado, depois de a sua empresa ter quebrado recordes na bolsa de Nova Iorque, em Setembro. A Alibaba foi fundada há 15 anos, com um capital inicial de 60.000 dólares, valendo hoje mais de 240 mil milhões, depois de entrar no mercado dos Estados Unidos.

A suspeita de que foi usa-do gás lacrimogéneo

importado do Reino Unido sobre os manifestantes pró--democracia em Hong Kong revelou uma ampla venda de armas para “repressão interna” vindas deste país.

Segundo o jornal South China Morning Post, o Co-mité de Controlo de Expor-

“Percebo agora que devia ter sido mais claro nalguns pontos. Peço desculpas por ter causado mal-entendidos e preocupações entre as camadas de base, no sector religioso e no sector desportivo”

HONG KONG CY LEUNG PEDE PERDÃO

Mea culpa

Hong Kong Gastos de 1.700 ME em armas do Reino Unido

tações de Armas britânico, presidido pelo político conservador John Stanley, revelou que desde 2012 o Reino Unido vendeu a Hong Kong lança-granadas, morteiros, espingardas, me-tralhadoras e silenciadores de armas.

Desde 2008, aprovaram--se licenças de venda de

armas a Hong Kong por 17.400 milhões de dólares de Hong Kong, segundo dados oficiais do Governo britânico, o que levou o co-mité a pedir explicações ao ministro dos Negócios e da Inovação do Reino Unido, Vince Cable.

As vendas chamaram a atenção do jornal, que desta-ca que, desde a transferência de poderes para a China, a defesa da cidade passou a ser competência do Exército de Libertação Popular.

Tudo indica que o gás lacrimogéneo usado contra os manifestantes a 28 de Setembro fazia parte desses materiais importados do Reino Unido, o que já levou Londres a dizer que vai rever a venda de armamento para Hong Kong.

Em declarações ao jor-nal, Regina Ip, secretária para a Segurança entre 1998 e 2003, justificou as aquisi-ções devido às necessidades das forças de segurança, principalmente depois dos ataques terroristas em Nova Iorque e Washington em 2001, que obrigaram a um reforço da segurança das zonas diplomáticas e con-sulares.

verno antes de uma reunião com o Conselho Executivo, citado pelo South China Morning Post.

As declarações de CY Leung foram feitas quando este tentava explicar a meios

de comunicação internacionais porque é necessário que os potenciais candidatos às elei-ções para chefe do Executivo em 2017 sejam seleccionados por um comité.

Neste contexto, Leung explicou que se o público fosse autorizado a votar nos candidatos que queria, esses candidatos teriam de se focar em ganhar o apoio dos eleitores com baixos rendimentos.

“Se fosse apenas um jogo de números e uma represen-tação numérica, então obvia-mente que estaríamos a falar com metade da população de Hong Kong que ganha menos de 1.800 dólares por mês “, disse o chefe do Executivo de Hong Kong, em declarações aos jornais Financial Times, Wall Street Journal e Interna-cional New York Times.

TIROS NO PÉNo passado passado, CY Leung disse também que ter representantes de “alguns sec-tores que não contribuem para a economia, como o religioso ou o desportivo” no comité que vai seleccionar os candi-datos, mostra que o sistema abraça uma “representação equilibrada”.

Hong Kong vive há um mês com protestos em alguns dos pontos principais da cidade com milhares de pessoas a reclamarem, já para 2017, a possibilidade de eleger o líder do Governo directamente e não à condição de escolherem após uma pré-selecção.

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14 hoje macau quarta-feira 29.10.2014

WANG CHONG 王充 OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Sobre a morte – 8

Quem tenha sido vítima de golpes e feridas, pode dirigir-se aos magistrados para se queixar. E fá-lo porque é dotado de consciência, Em caso de homicídio, acontece com frequência não se conhecer o nome do homicida, nem a localização do cadáver. Se os mortos fossem dotados de consciência, deveriam, cheios de ressentimento contra quem os matou, procurar os magistrados para dar o nome do seu agressor ou, ao menos, buscar os seus familiares para os informar do local onde encontrar o cadáver! Contudo, são incapazes de o fazer, o que prova à saciedade que os mortos não são dotados de consciência. Os mortos são supostamente capazes de mergulhar os vivos num estado de inconsciência e de falar em seu lugar; os médiuns, nas suas vestes rituais, são supostamente capazes de fazer descer as almas dos mortos e fazê-los falar pelas suas bocas. Tudo isto é absurdo. Ou então, trata-se simplesmente da manifestação dos fluidos subtis de qualquer outro ser [vivo, mas nunca dos fluidos de um morto].Segundo alguns, os mortos [seriam dotados de consciência, mas] incapazes de falar. Todavia, se são incapazes de falar, são também privados de consciência, pois a consciência, tal como a fala, requer fluidos.Antes de adoecer, a inteligência e os fluidos subtis encontram-se bem equilibrados, mas a doença engendra problemas [da inteligência] e do espírito. A morte é o estado mais extremo da doença. Se a doença, que é muito menos grave do que a morte, basta para criar tais problemas, imagine-se o caso de estados extremos [como a morte]! Afectados, os fluidos subtis já não são dotados de consciência, mais ainda quando se dissipam por completo.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 29.10.2014

A consciência, tal como a fala, requer fluidos.

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16 DESPORTO hoje macau quarta-feira 29.10.2014

SIT REIS, ANA MARIA MEI LAN

Agradecimento

A família enlutada de Ana Maria Sit Reis, falecida no passado dia 21 do corrente mês, vem por este meio agradecer a todos os que se dignaram tomar parte das cerimónias fúnebres, ou que de outra forma se associaram ao doloroso acto.

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MARCO [email protected]

I NTEGRA a santíssima trindade das modalida-des que mais medalhas ofereceram a Macau no

principal certame desportivo do continente asiático e volta a concentrar atenções já a partir da próxima semana. A cidade alemã de Bremen acolhe a partir da próxima quarta-feira a vigésima segunda edição do Campeo-nato do Mundo de Karaté e a representação da RAEM na principal montra mundial da modalidade estará a cargo de oito atletas.

Depois do brilharete al-cançado no início do mês nos Jogos Asiáticos de Incheon, com a conquista de duas me-dalhas de bronze, os atletas que representam o território nas andanças internacionais de karaté voltam a pisar o ta-tami no âmbito de uma grande competição, ainda que com objectivos bem mais modera-dos. Entre os oito desportistas encarregues de representar

CARION ESPERA MILAGREMacau na Alemanha entre 5 e 9 de Novembro estão

“No Campeonato do Mundoo nível de exigência é outro. Osmeus objectivos passam por disputaros quartos-de-final. Se lá conseguir chegar fico muito feliz”PAULA CARION

KARATÉ PROVA DECORRE NA ALEMANHA ENTRE 5 E 9 DE NOVEMBRO

Macau leva oito ao Mundial

seis atletas que marcaram presença na 17ª edição dos Jogos Asiáticos. Vencedora de uma medalha de bronze

em Incheon, Paula Carion é a figura de proa da delegação que vai competir em Bremen com as cores do território,

mas a atleta macaense parte para a competição ciente de que seria necessário um pe-queno milagre para garantir uma medalha no Mundial: “É verdade que conquistei uma medalha de ouro nos Jogos da Ásia Oriental e que fui por várias vezes ao pódio nos Jogos Asiáticos, mas não podemos comparar estas competições com o Campeonato do Mundo. O

Mundial é uma prova com uma escala muito maior. Os Jogos da Ásia Oriental são disputados por nove países e territórios, os Jo-gos Asiáticos por quarenta e poucos e na Alemanha, no Campeonato do Mundo estarão atletas de bem mais de uma centena de países”, esclarece Paula Carion.

A estreia da atleta macaen-se na competição está agen-

dada para 5 de Novembro, o primeiro dia de hostilidades no âmbito da competição. Consciente das dificuldades que vai encontrar pelo cami-nho, Carion reconhece que a presença no pódio não será fácil, mas vai ainda assim tentar chegar aos quartos-de--final da categoria em que compete: “Como dizia, no Campeonato do Mundo o nível de exigência é outro. Os meus objectivos passam por disputar os quartos-de-final. Se lá conseguir chegar fico muito feliz”, garante.

Na comitiva da RAEM que vai marcar presença na prova de maior montra do karaté-do mundial seguem também atletas como Kuok Kin Hang e Pang Iat Long. Kuok brilhou no ano passado na sexta edição dos Jogos da Ásia Oriental, ao conquistar uma das três medalhas de ouro alcançadas por Macau na competição. O atleta partia para Incheon como um dos favoritos à conquista de uma medalha, mas uma derrota frente a um adversá-rio japonês logo no primeiro duelo em que combateu acabou por constituir um rude golpe às aspirações que levou na bagagem para a Coreia do Sul. Pang Iat Long esteve ligeiramente melhor no torneio de karaté dos Jogos Asiáticos, deixando fugir uma medalha de bronze por muito pouco. De fora do Campeonato do Mundo da Alemanha está Cheung Pui Si. A atleta, que conquistou quatro medalhas de bronze noutras tantas edições dos Jogos Asiáticos, despediu--se da alta competição em Incheon e só não pendurou o kimono porque vai trabalhar com os responsáveis pela Associação de Karaté-do de Macau na formação de uma nova geração de atletas.

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• HojeQUARTETO XANGAI (FIMM)Teatro D. Pedro V, 20h00200 a 250 patacas

HAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

• Quinta-feiraRECITAL DE PIANO POR ZYGMUNT KRAUZE (FIMM)Teatro D. Pedro V, 20h00200 a 250 patacas

CANADIAN BRASS (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 250 patacas

HAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

• Sexta-feiraHAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

• SábadoHAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

• DiariamenteFESTIVAL DE GASTRONOMIA MACAENSE (ATÉ 5 DE NOVEMBRO)Hotel Four Seasons, Cotai18h00 às 22h00498 patacas por adulto, 249 para crianças até aos 12 anos

EXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS (ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

“VIAGEM À TERRA DOS SONHOS” DE SU JIAN LIANG (ATÉ DIA 23/10)Galeria da Fundação Rui CunhaEntrada livre

WORLD PRESS PHOTO (ATÉ 2 DE NOVEMBRO)Casa GardenEntrada Livre

“SABORES DO MUNDO”, MOSTRA DE CULINÁRIA DOS PLP (ATÉ DIA 7 DE NOVEMBRO)Restaurante Feast, Sheraton Macau, 12h00 – 15h00 e 18h00 – 22h00

FEIRA DE ARTESANATO DA CHINA E DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESAFeira do Carmo, Taipa, 16h00 às 21h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE ARQUITECTURA “MAKING OF”, DE MARIA JOSÉ DE FREITAS E AETEC-MOCreative Macau, 18h30Entrada livre

hoje macau quarta-feira 29.10.2014 (F)UTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 24 MAX 28 HUM 60-85% • EURO 10.1 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

wJoão Corvo fonte da inveja

ACONTECEU HOJE 29 DE OUTUBRO

O QUE FAZER ESTA SEMANA?C I N E M ACineteatro

SALA 1FURY [C]Um filme de: David AyerCom: Brad Pitt, Shia LaBeouf, Logan Lerman14.00, 16.30, 19.00, 21.30

ALEXANDER AND THE TERRIBLE, HORRIBLE, NO GOOD, VERY BAD DAY [B]Um filme de: Miguel ArtetaCom: Steve Carell, Jennider Garner14.30, 16.00, 17.45, 21.30

SALA 2LET’S BE COPS [C]Um filme de: Luke Greenfield

Com: Jake Johnson, Damon Wayans Jr.19.30

SALA 3THE GIVER [C]Um filme de: Phillip NoyceCom: BrentonThwaites, Odeya Rush, Jeff Bridges14.30, 16.30, 19.3, 21.30

WHIPLASH [C]Um filme de: Damien ChazelleCom: Miles Teller, J.K.Simmons, Paul Reiser, Melissa Benoist19.30

FURY

H O J E H Á F I L M E

Quem vê lençóis, não vê colchões.

Morre d’Alembert, co-autor da primeira enciclopédia europeia• Hoje é dia de recordar Jean le Rond d’Alembert, filósofo, matemático e físico francês, que participou na edição da Encyclopédie, a primeira enciclopédia publicada na Europa.Jean le Rond d’Alembert nasceu em Paris, a 16 de Novembro de 1717. Estudou teologia no Collège des Quates Nations e formou-se em Direito, mas só depois mais tarde viria a descobrir a sua vocação para a Matemática e Física.Durante a sua vida, d’Alembert participou de forma activa em duas academias, contribuindo com diversas descobertas. Estabelece contactos com alguns dos nomes mais notáveis da época, como Voltaire, Rousseau e Euler...Destacou-se no campo da astronomia e na matemática, com estudos que tiveram aplicação prática na física. Avançou nestas ciências, com descobertas que estavam para além do seu tempo.Tornou-se, porém, mais conhecido pelo seu trabalho, em parceria com Diderot, reunindo todas as descobertas científicas da época num livro chamado ‘Encyclopèdie’, no qual foi responsável pela redacção de vários artigos e pela elaboração do prefácio.Jean le Rond d’Alembert morreu na cidade luz, no dia 29 de Outubro de 1783. Hoje é lembrado, no dia em que se assinala o seu nascimento.Nasceram a 29 de Outubro de Edmond Halley, astrónomo e matemático inglês (1656), Marcellin Berthelot, químico francês (1827), Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler (1897), Niki de Saint Phalle, pintora, escultora e cineasta francesa (1930), Richard Dreyfuss, actor norte--americano (1947) e Nei Duclós, jornalista, poeta e escritor brasileiro (1948).Hoje, assinala-se o Dia Mundial da Psoríase.

“NOVE SEMANAS E MEIA”(ADRIAN LYNE, 1986)

Um drama erótico que consagrou Kim Basinger e Mikey Rourke como sex-symbols de Hollywood na época. Uma mulher divorciada conhece um homem na rua e rapidamente iniciam um relacionamento marcado pela descoberta e pelo desejo, até que a necessidade de confiança vem ao de cima... - Andreia Sofia Silva

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hoje macau quarta-feira 29.10.201418 ócios / negóciosBAD BAD MARIA, ORGANIZAÇÃO DE FESTAS CÁTIA SILVA, FUNDADORA

“QUEREMOS MIMAR OS NOSSOS CLIENTES”

A festa, ou o produto, é desenvolvida em volta de uma ideia mas sempre relacionada com o que o cliente quer

FIL IPA ARAÚ[email protected]

“A ‘Bad Bad Maria’ nasceu com a minha loucura por coisas ‘handmade’ – que eu sempre

fui fazendo como professora – e em 2012 tomei coragem e pedi a uns amigos meus para fazer a festa de aniversário da filha deles”, começa por contar Cátia Silva ao HM. Este primeiro passo levou a empresária a dedicar-se a tempo inteiro à sua verdadeira paixão: criar.

“Um dia, já em 2013, um amigo meu chegou ao pé de mim e disse ‘toma lá 1500 patacas e organiza a minha festa de aniversário’”, partilha a fundadora, adiantando que foi aí que a organização de festas se tornou, de facto, um negó-cio. “Foi a loucura”, brinca Cátia Silva, contando que a partir desse aniversário foi sempre organizando festas para amigos e família, sem nunca abandonar a carreira de docente. Algo que deixou de ser possível durante o ano passado, altura em que Cátia se dedicou de corpo e alma ao negócio.

Inspirada pela vida e seus pormenores, a empresária cria um produto exclusivo para os seus clientes, sejam eles pequenos ou graúdos.

O QUE É?“O conceito que a ‘Bad Bad Maria’ traz a Macau é algo pouco explorado no terri-tório. O produto da minha empresa é um produto personalizado, é uma coisa muito personalizada [face] ao que o cliente quer e gosta”, explica.

Com uma equipa de fornecedores, Cátia Silva oferece a quem a procura um produto e/ou serviço que “vá ao encontro” dos gostos da pessoa em causa. “Usamos e brincamos com temas, cores, formas, ou até com uma música ou palavra. A festa, ou o produto, é desenvolvida em volta de uma ideia mas sempre relacionada com o que o cliente quer”, garante.

Apesar de ainda ser um projecto re-cente, muitas são as festas assinadas pela ‘Bad Bad Maria’. Aniversários de crian-ças, festas temáticas, pequenos-almoços e despedidas de solteiro são alguns dos momentos que levaram o carimbo da marca. “Fazemos todo o tipo de festas e produtos”, conta.

“Este tipo de produto vem também vender muito a minha pessoa, ou seja, o indivíduo, a pessoa que faz o produto. A ‘Bad Bad Maria’ quer partir do pressu-posto ‘stop made in China’ e entra assim no mundo do toque pessoal, da criação original, personalizada, ao pormenor. Queremos mimar os nossos clientes”, esclarece.

NÃO É SÓ UMA FESTAMas, a ‘Bad Bad Maria’ não se dedica apenas à organização de festas, tal como nos indica Cátia Silva. “A organização de festas não é o único trabalho da minha empresa, temos também a vertente do ‘handmade’ – a minha paixão. Faço álbuns de casamento personalizados, embrulhos. Já cheguei a fazer molduras também. Há uma série de coisas que é possível de se fazer”, partilha.

Exemplo disso são as “cestinhas de pequenos-almoços”. Um produto que vem, mais uma vez, “mimar” os clientes. Este produto reúne num cesto um pequeno--almoço ocidental, “o chamado brunch” e, conforme a opção do cliente, pode ser levado a casa de alguém como surpresa.

A fundadora conta que uma das festas que tem agora em mãos é um pequeno--almoço para mais de 40 pessoas, para marcar uma data importante de um clien-te. “Temos também as cestas românticas para casais que queiram fazer um dia especial, ou apenas para oferecer. Há uma variedade de produtos que se podem

fazer nesta área”, conta Cátia Silva, que sublinha que a adesão tem sido muito boa.

“Macau tem sido surpreendente – a verdade é que me tornei ‘full-time’ – tem sido mesmo muito bom”, conta a empresá-ria, reforçando que talvez seja a “ausência deste tipo de produtos no território” que tenha despertado o interesse da comuni-dade, principalmente a portuguesa.

TRABALHO EM EQUIPAApesar de ser a única fundadora da em-presa, Cátia Silva não trabalha sozinha. “É impossível fazer tudo sozinha, por isso, trabalho com fornecedores. Uma festa tem imensos factores a tratar e por isso que

é preciso sempre mais pessoas”, conta, explicando que da sua inteira responsabi-lidade, é o plano e a decoração. “As festas são planeadas no seu todo por mim, todos os pormenores são idealizados por mim, desde o mais pequeno ao maior. A maneira como os bolos são feitos, os pormenores dos copos, tudo. Em relação ao resto, por exemplo, o catering, a maquilhagem, as roupas, às vezes o design – quando estou com muito trabalho – conto sempre com fornecedores”.

A empresária conta-nos ainda que toda a equipa preocupa-se em que tudo, ou pelo menos grande parte, seja feito à mão. “Só se o cliente, por exemplo, me pedir para ir a determinada pastelaria escolher um determinado bolo é que eu faço. De resto é tudo feito à mão, por mim e por eles”, esclarece.

NOME POR BRINCADEIRANa sua tradução ‘Bad Bad Maria’ remete--nos para a tão comum expressão portugue-sa ‘Mau, Mau Maria’ e esta é, de facto, a fonte do seu nascimento. “Em 2005, quando vim para Macau comecei a falar muito em inglês e com os meus alunos chineses da disciplina de Português como língua estrangeira, um dia, escapou-me o ditado ‘Mau, Mau Maria, que o Gato Já Mia’, mas traduzi-o”, conta, divertida, a empresária.

Depois de muita risada, Cátia Silva contou o episódio aos amigos, que lhe disseram, caso ela tivesse um negócio no futuro, esse deveria ser o nome utilizado. “Quando foi para dar o nome à empresa lembrei-me deste momento e aqui está: a ‘Bad Bad Maria’”, conclui. As encomendas à ‘Bad Bad Maria’ podem ser feitas através da página do Facebook da empresa.

A Bad Bad Maria nasceu para mimar. Isso mesmo diz Cátia Silva, fundadora da empresa e responsável por toda a organização das festas que abraça. Dos pormenores ao geral, festas ou produtos, tudo é idealizado pela empresária. O objectivo final? Um momento feliz para o cliente

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hoje macau quarta-feira 29.10.2014

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O bom exemplo

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L I GUE - S E •PA R T I L H E •V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

APOIANTES DO líder da oposição malaio, Anwar Ibrahu, num confronto com a polícia em Putrajayar, na Malásia. O Tribunal Federal vai ouvir o recurso de Anwar contra a decisão do Tribunal de Recurso, que o condenou por sodomizar o seu ex-assessor, Mohd Saiful Bukhari Azlan, em Junho de 2008. O crime de sodomia dá direito a uma pena de prisão que pode ir até 20 anos.

DIÁRIO 19DE BORDO

“Na China, não existe este tipo de nicho de mercado e não há muitas pessoas a providenciar serviços de ‘luva branca’. Há um crescimento explosivo de hotéis cinco estrelas, mas admito que o pessoal destes estabelecimentos de luxo não é capaz de atribuir os serviços básicos mínimos”XU JING• Director regional para a Ásia-Pacífico da Organização Mundial de Turismo

“Um centro de documentação é fundamental para fazer uma investigaçãosólida e séria sobrea arquitecturae o urbanismo deMacau. [A falta dele]é uma lacuna”NUNO SOARES• Arquitecto, sobre a recente criaçãodo Centro de Arquitectura e Urbanismo

“Na política não há neutralidade. Não ter opinião é uma opinião. E, frequentemente,não ter opinião é vistocomo apoioao grupo de poder”REVERENDO YUEN TIN-YAU• Presidente da igreja metodistae do Conselho Cristão de Hong Kong, sobre os protestos na região vizinha

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A DECISÃO de Chui Sai On de anunciar os novos secre-tários na segunda metade de Novembro faz algum senti-do mas, sobretudo, mostra uma grande vontade de lidar todos os assuntos com pinças, o que talvez indicie o ambiente dos próximos cinco anos.Correcção, parece ser a pa-lavra de ordem vigente neste final de mandato. Fazer as coisas como deve ser, sem pressas e sem atropelos, por mais que isso custe a alguém ou a muitos, na medida em que conhecer a composição do novo Governo serviria para alinhar as espingardas.Contudo, Chui entendeu (de algum modo bem) que não deveria atrapalhar a vida aos actuais secretários e por isso adia até ao limite a divulga-ção do novo elenco. Assim, tudo permanecerá no segre-do dos deuses (incluindo os do Norte) até que o Chefe do Executivo entenda ser o momento seguro para fazer a necessária divulgação.Ora este facto poderá deixar alguns nervosos, ansiosos e etc., mas atendendo ao delicado momento da situa-ção que a RAEM atravessa torna-se uma opção com-preensível. Quanto aos actuais asses-sores, ao que parece, Chui prepara-se igualmente para optar por uma solução cor-recta. Isto é, todos serão renovados, caso assim o desejem, por mais um ano, a partir de 20 de Dezembro de 2014, cabendo aos futuros secretários uma posterior renovação. Tal parece-nos correcto porque ao mesmo tempo que assegura tempo aos assesso-res para decidir a sua vida, concomitantemente, coloca nas mãos dos secretários, no prazo de um ano, a escolha total da sua equipa. Assim, realmente, ninguém sai ver-dadeiramente prejudicado e toda a gente é tratada com consideração. A ser assim, tudo será com extrema correcção. E ainda bem porque o exemplo vem de cima.

“A DSAL e os engenheiros têm as seus próprias instruçõese obrigam-nos a cumpri-las e impedem-nos de usar maneiras

tradicionais [na feitura das estruturas]. Isso é de doidos, então nós, mestres, vamos ouvir pessoas que não sabem bem as técnicas? Quem deveria dar a formação deveríamos ser nós, os mestres experientes”

Kuang Weng Wong, mestre de construção em bambu | P. 2-3

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hoje macau quarta-feira 29.10.2014

Turismo em Macau Mais portos para recriar Rota Marítima da Seda

Corrupção Mahjong ameaçado

O jornal oficial do Partido Comunista Chinês criticou

ontem os políticos que jogam ‘mahjong’, considerando que “o fenómeno de as elites comunis-tas irem para retiros rurais para se divertirem, jogar ‘mahjong’ e póquer tem mesmo de acabar”.

Os chineses jogam este jogo há séculos, havendo até relatos de que o popular jogo foi in-ventado pelo filósofo Confúcio, mas alguns membros dirigentes comunistas estão a levar o jogo demasiado longe, lê-se num comentário feito ontem no Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Jogado normalmente entre quatro pessoas, o ‘mahjong’ é um dos passatempos mais habi-tuais entre a população chinesa, sendo jogado com fichas que se assemelham a um dominó em espaços privados ou públi-cos - a imagem de um jogo em plena rua é, aliás, uma imagem clássica na China.

No artigo, em que se criticam as apostas feitas em nome de “acrescentar um bocadinho de entusiasmo”, defende-se tam-bém o fim dos gastos estatais “em visitas históricas a sítios sob o nome de ‘estudo’, quando vão simplesmente a um sítio qualquer antigo divertir-se”.

O comentário publicado no jornal foi o último de uma série de artigos contra a ex-travagância dos responsáveis governamentais, numa altura em que o Presidente, Xi Jinping, tenta melhorar a imagem do Partido comunista, em resposta às críticas generalizadas sobre a corrupção endémica.

FAOM acusa Melco Crownde violar Leido Tabaco

A Federação das Associações dos Operários de Macau

(FAOM) criticou ontem a conces-sionária Melco Crown Entertain-ment, cujo CEO é Lawrence Ho, de violar a lei no que diz respeito ao fumo de tabaco nas salas comuns dos casinos. Recorde-se que desde o dia 6 de Outubro é proibido fumar nestes espaços.

Segundo a FAOM, houve funcionários dos casinos do City of Dreams e do Altira que fizeram queixas à associação de que as zonas de elevadas apostas nas salas comuns tornaram--se “de repente” em zonas de fumadores. Contudo, como há mais pessoas nessas zonas de apostas de valor mais alto, os trabalhadores queixaram-se que essas zonas de trabalho ficaram com um ambiente pior.

A Melco Crown já veio entretanto a público negar as acusações. Os SS garantiram ao HM que não foram aprovadas mais zonas para fumadores, por-tanto, se a acusação da FAOM for verdadeira, a Melco Crown já terá violado a lei. O caso já passou entretanto para a Direc-ção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), mas não foi possível contactar este serviço até ao fecho da edição.

As acusações chegaram às redes sociais na semana passada, tendo o HM enviado questões à operadora do filho de Stanley Ho. Contudo, nenhuma resposta foi enviada ao nosso jornal. Ao canal chinês da Rádio Macau, a Melco Crown garantiu que todas as zonas de fumadores nos casinos estão de acordo com a lei e que as mesmas foram aprovadas pelo Governo. Contudo, a concessio-nária não explicou porque é que surgiram zonas para fumadores nos espaços de elevadas apostas nos casinos. - C.L.

ANDREIA SOFIA [email protected]

O debate sobre a possível preservação de um edifício na rua Ferreira do Amaral, localizado nas imediações do Farol da Guia e perto da Rua do Campo,

levou ontem o arquitecto português Rui Leão a pedir ao Governo para ponderar a classificação de prédios antigos que estão isolados em diversas ruas do território.

“Este edifício tinha uma importância urbana extrema e todo o quarteirão deveria ter sido objecto de preservação. Teria ficado uma memória do que era a cidade histórica. É importante avançar para a classificação dos edifícios isolados e criar mais zonas tampão, o que vai permitir que se corrija e mantenha um compromisso com o que deve ser preservado. Há o risco de ficarem pedaços do património perdidos na cidade”, apontou Rui Leão, no âmbito de uma reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU).

Em mais uma sessão pública do Conselho do Planeamento Urbanístico, o arquitecto Rui Leão disse haver necessidade de se colocar na lista do património a proteger edifícios que estão fora das zonas históricas convencionais. Ung Vai Meng prometeu pensar em novas sinalizações para estes espaços

É importante avançar para a classificação dos edifícios isolados e criar mais zonas tampão, o que vai permitir que se corrija e mantenha um compromisso com o que deve ser preservado

CPU RUI LEÃO DEFENDE CLASSIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS ISOLADOS

Património único

Guilherme Ung Vai Meng, presidente do Institu-to Cultural (IC), concordou na manutenção histórica de lugares fora da classificação da UNESCO. E avançou mesmo com uma ideia para a sinalização desses espaços.

“Não queremos construir uma cidade apenas para os turistas, mas queremos ter também uma cidade para os moradores. Já existem placas informativas que estão nas zonas históricas, onde há património. Mas podemos avançar com o projecto de sinalização de algum património local que não é considerado património mun-dial”, defendeu também na reunião do CPU.

‘ART DÉCO’Segundo a apresentação de Guilherme Ung Vai Meng, o edifício em questão data de 1905, sendo um exemplo da chamada ‘art déco’. Chegou a estar classificado como edifício histórico a preservar, mas isso mudou com a alteração de um decreto-lei. Apesar disso, o Governo considera o edifício como “um caso isolado e de vestígio com valor arquitectónico”.

Apesar disso, o Executivo ainda não sabe se a fachada será ou não preservada, algo que foi sugerido por um membro do CPU. Lao Iong, secretário-geral do Conselho, lembrou que neste momento não há “a fachada original” e não pode ser garantida a sua au-tenticidade. “Podemos preparar um plano para que o IC tenha mais tempo para fazer uma análise no local”, diz. Já Ung Vai Meng chamou a atenção para o facto de o Governo poder ter de indemnizar o proprietário, caso seja feito algum plano de renovação.

Anthony Wong, professor do Instituto de Formação Turística (IFT), explicou que Macau ainda não está “preparada para a ideia [de ter uma Rota Marítima da Seda] por não existirem equipamentos de transporte marítimos suficientes”. O professor comentava declarações

feitas pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, que afirmou durante a 3ª Edição do Fórum da Economia do Turismo Global que a “Rota Marítima da Seda” deve ser uma oportunidade agarrada pelo próprio Governo em conjunto com a população. “Os portos [marítimos]

são parte imprescindível para a ideia de se criar uma Rota Marítima da Seda, em pleno no século XXI. No entanto, hoje em dia, o território, comparado com as regiões vizinhas, tem falta de portos para atracar barcos de grande dimensão”, diz o professor ao

Jornal Exmoo. O académico sugeriu como primeira medida, expandir os portos existentes, assim como construir ainda mais portos. Acção, que segundo o professor, poderá tornar Macau como um ponto de transbordo da Rota Marítima da Seda, por ser a única cidade da China capaz de comunicar com os países de língua portuguesa.