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A Escola | Cursos | Professores | Artigos | Links Placas de som para home studios Sérgio Izecksohn Desde que os programas de computador assumiram as tarefas do estúdio, substituindo gravadores, mesas, processadores e instrumentos, as placas de som se tornaram o item mais crítico dos sistemas de gravação. Isto se deve tanto ao quesito qualidade da conversão AD/DA (do som analógico para digital e do digital para analógico) quanto ao número de canais de entrada e de saída e a compatibilidade dessas interfaces com os programas que queremos usar. É uma escolha difícil e decisiva, que tem que levar em conta vários fatores antes do investimento. Embora a imensa maioria comece experimentando os programas através das placas de multimídia tipo “soundblaster” ou “on board”, não é desse tipo de hardware que vamos depender na hora de fazer uma produção ‘de verdade’. As placas de som para multimídia não têm bons conversores e não costumam dispor dos controladores necessários para o bom desempenho dos grandes programas de gravação. E ninguém há de preferir as luxuosas “soundblasters-audigy-platinum-EX-4-plus-mix-mega-hard-ultra-low-extended”, que são feitas para jogos de computador, em vez de economizar comprando interfaces profissionais, compatíveis com tudo o que há de melhor para gravação, com melhores conversores e preços às vezes até mais baixos! Deixemos as placas de jogos para o computador da sala de jogos e as placas de gravação para os estúdios. Então, quais são os quesitos determinantes para a escolha da interface de áudio ideal? Quantidade de entradas e saídas. Ao escolher uma placa, leve em conta todas as suas necessidades atuais e do futuro imediato. Quantos canais de entrada, de acordo com quantos sons serão gravados simultaneamente. Isto vai depender das técnicas de gravação adotadas por cada produtor. Por exemplo, gravar uma bateria acústica pode necessitar de mais do que oito canais, o que exigiria o uso de duas ou mais placas. Determine também a quantidade de canais de saída de que você vai precisar para realizar mixagens em uma mesa de som externa ao computador ou para "vir buscar" recursos do mundo “físico”, como um efeito em rack que queremos adicionar à gravação no PC, ou ainda para disponibilizar saídas de áudio para vários programas usados simultaneamente, evitando que eles fiquem "brigando" pelo direito de usar essas saídas de som. Muitos usuários preferem recorrer apenas às utilidades dos programas, podendo se restringir a um par estéreo de saídas só para monitorar o trabalho. Formatos. Pense também nos formatos dessas conexões, de acordo com a mesa que pretende usar. Se devem ser conectores analógicos, digitais ou ambos. Se forem analógicos, podem ser balanceados (XLR ou P10 tipo TRS) ou desbalanceados (P10 tipo Home Studio http://www.homestudio.com.br/artigos/Art093.htm 1 de 4 20/11/2012 16:06

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Placas de som para home studios

Sérgio Izecksohn

Desde que os programas de computador assumiram as tarefasdo estúdio, substituindo gravadores, mesas, processadores einstrumentos, as placas de som se tornaram o item mais críticodos sistemas de gravação. Isto se deve tanto ao quesitoqualidade da conversão AD/DA (do som analógico para digital edo digital para analógico) quanto ao número de canais deentrada e de saída e a compatibilidade dessas interfaces com osprogramas que queremos usar. É uma escolha difícil e decisiva,que tem que levar em conta vários fatores antes doinvestimento.

Embora a imensa maioria comece experimentando os programas através das placas demultimídia tipo “soundblaster” ou “on board”, não é desse tipo de hardware que vamosdepender na hora de fazer uma produção ‘de verdade’. As placas de som para multimídianão têm bons conversores e não costumam dispor dos controladores necessários para obom desempenho dos grandes programas de gravação. E ninguém há de preferir asluxuosas “soundblasters-audigy-platinum-EX-4-plus-mix-mega-hard-ultra-low-extended”,que são feitas para jogos de computador, em vez de economizar comprando interfacesprofissionais, compatíveis com tudo o que há de melhor para gravação, com melhoresconversores e preços às vezes até mais baixos! Deixemos as placas de jogos para ocomputador da sala de jogos e as placas de gravação para os estúdios.

Então, quais são os quesitos determinantes para a escolha da interface de áudio ideal?

Quantidade de entradas e saídas. Ao escolher uma placa, leve em conta todas as suas necessidades atuais e do futuroimediato. Quantos canais de entrada, de acordo com quantos sons serão gravados simultaneamente. Isto vai depender dastécnicas de gravação adotadas por cada produtor. Por exemplo, gravar uma bateria acústica pode necessitar de mais do que oitocanais, o que exigiria o uso de duas ou mais placas.

Determine também a quantidade de canais de saída de que você vai precisar para realizar mixagens em uma mesa de som externaao computador ou para "vir buscar" recursos do mundo “físico”, como um efeito em rack que queremos adicionar à gravação noPC, ou ainda para disponibilizar saídas de áudio para vários programas usados simultaneamente, evitando que eles fiquem"brigando" pelo direito de usar essas saídas de som. Muitos usuários preferem recorrer apenas às utilidades dos programas,podendo se restringir a um par estéreo de saídas só para monitorar o trabalho.

Formatos. Pense também nos formatos dessas conexões, de acordo com a mesa quepretende usar. Se devem ser conectores analógicos, digitais ou ambos. Se foremanalógicos, podem ser balanceados (XLR ou P10 tipo TRS) ou desbalanceados (P10 tipo

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TS ou RCA). Estes precisam de cabos curtos (até três metros) para evitar ruídos. Osconectores digitais têm vários formatos, como S/PDIF (estéreo), ADAT ótico ou T/DIF(estes de oito canais), entre outros. Mas são geralmente usados por quem possui umamesa digital ou conversores externos, mesmo que seja um velho ADAT. Se a sua mesa for analógica, preocupe-se somente comos conectores que serão realmente usados.

Compatibilidade. Outro item fundamental é a compatibilidade com os programas que queremos usar. Várias dessas placas rodamcentenas de programas, entre gravadores, editores, instrumentos, efeitos e até joguinhos e MP3. Outras só trabalham comarquivos de alta qualidade. Há ainda as que são desenvolvidas para um único software (que também só funciona direito ali!) eaquelas que rodam ‘quase’ todos os programas. É triste ver o proprietário de uma placa maravilhosa e cara esperando meses a fioaté que o fabricante desenvolva o novo driver para ela rodar o seu novo sampler. E é uma cena comum. Mas existem placas quesão compatíveis com virtualmente todos os programas, desde que usando uma máquina configurada adequadamente. Algumasgostam mais do PC, outras preferem o Macintosh. A maioria roda com os dois.

Portáteis? Outro quesito é a portabilidade. Quem vai trabalhar sempre no seu estúdio pode usar uma placa PCI, que é maisbarata e costuma ser mais compatível. Mas há excelentes interfaces portáteis com conectores Firewire e USB, que podem tantoser conectadas a notebooks quanto instaladas em diferentes computadores quando você quiser gravar os seus músicos indo “decasa em casa”.

DSP. Um item que passa muitas vezes despercebido é o chip DSP (digital signal processor). Esse processador do sinal digitaldivide com a CPU do computador as tarefas de processamento do áudio, aliviando a máquina. Mas, por outro lado, pode tornaraquela placa menos compatível com certos itens de hardware como placas de vídeo e placas-mães.

Extras. Várias dessas placas dispõem ainda de entradas e saídas MIDI para instrumentos eletrônicos e Word Clock parasincronizar o sinal digital. É comum trazerem programas de gravação e edição, geralmente em versões “light”.

Categorias. Temos várias categorias de placas de áudio. Tirando teclados, mesas, pré-amplificadores e superfícies de controleque já começam a embutir interfaces de áudio, vejamos as interfaces “puras”, ou seja, dedicadas exclusivamente à tarefa de ajudaro áudio a entrar e sair do computador. Todas elas têm excelente som, com resoluções que atingem 96 ou até 192 kHz deamostragem em 24 bits. Selecionamos uma lista de ótimos modelos, todos voltados para o uso geral com programas de gravaçãocomo o Cubase, o Logic, o Performer, o Sonar, o Sound Forge e muitos outros. Deixamos propositalmente de fora as interfacesdedicadas a um só programa, como a Digi002 e a M-Box da Digidesign, que só rodam o ProTools LE.

Placas PCI com ‘rack’ ou interface externa. Echo Gina 3G, Layla 3G, M-Audio Delta 1010, MOTU 2408. As mais completas.Todas elas têm oito entradas e oito saídas analógicas, com exceção da Gina, que tem só duas dessas entradas e oito saídas.Usam vários tipos de conectores digitais.

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Placas PCI sem interface externa.

Echo Mia MIDI, M-Audio Audiophile 192, Audiophile 2496, todas de dois canais analógicos, e a M-Audio Delta1010lt, com oitoentradas e oito saídas analógicas mais S/PDIF e MIDI. Nesta categoria temos a melhor relação custo/benefício. São placascompatíveis com todo tipo de aplicativo de áudio, relativamente baratas e de alta qualidade. O inconveniente é a fiarada penduradaatrás do computador.

Interfaces portáteis. M-Audio Audiophile USB, Audiophile Firewire, 410 (firewire), Edirol FA-66 (firewire) e UA-1000 (USB),Mackie Spike (USB com dois pré-amps e phantom power), MOTU 828 (firewire). As USB são boas, mas as Firewire e USB 2.0são mais indicadas para o trabalho simultâneo com múltiplos canais de entrada e saída. São ligeiramente menos compatíveis comos programas do que as placas PCI.

Placas com conectores digitais. Frontier Design Dakota e Wavecenter. Possuem conectores digitais ADAT, ideais para quem usamesas digitais.

Conclusão. A placa de som é o item mais importante do seu sistema de gravação. Dela depende o desempenho dos programas ea própria qualidade do som digital. Escolha primeiro a placa, baseado nas técnicas de gravação que pretende adotar (por exemplo,gravar bateria acústica ou usar sampler), e só então monte o computador selecionando os componentes compatíveis com a suainterface favorita. Geralmente, as restrições a determinadas peças de computador são citadas nos sítios dos fabricantes dasplacas na internet. Faça uma boa escolha!

Para saber mais:

www.echoaudio.com

www.edirol.com

www.frontierdesign.com

www.m-audio.com

www.mackie.com

www.motu.com

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Sérgio Izecksohn ([email protected]) é músico, produtor e professor-coordenador dos cursos do Home Studio

Publicado na Revista Backstage em 2005

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