Homem do Terceiro Milênio

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  • 8/6/2019 Homem do Terceiro Milnio

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    Homem do Terceiro Milnio

    Frente ao Homem do Terceiro Milnio, como estarmos preparados, para sermos um Profissional de Sade nos Sculos XX e XXI:QUEM SERIA ESTE HOMEM DO TERCEIRO MILNIO?

    Muito alm de ser heri, ser forte, musculoso, enfim, o homem das cavernas; o homemdo terceiro milnio um sobrevivente dos soutiens queimados em praa pblica, na emancidas mulheres, da plula que fez da mulher senhora absoluta do seu corpo e da sua concepo. Sobrevivente da sua tecnologia independente, de si mesmo, nas teclas da comunicao.Sobrevivente de novos costumes e novos conceitos, das imagens virtuais a rondara sua essncia, desfazendo-lhe as lendas. Sobrevivente de bombas terroristas, atiradas no mago dos seus preconceitos, das ideologias cadas, das famlias desfeitas, das doenas contagiosas, dos preservativos que lhe tiraram de vez o verdadeiro sabordo seu sexo. E o mundo passa sua volta... A mulher j no precisa da sua participao na criao dos filhos, na emancipao das suas idias e crescimento como fmea. Na confuso

    sentimentos, o macho do terceiro milnio continua lcido no seu objetivo de caador de corpos e cpulas. Enfim, este soberbo sobrevivente dos tempos... Mas a estrada continua coberta por uma densa nvoa. Fragilizado, acuado, nu diante da vida? Melhorabrir o guarda-chuva e esperar o temporal passar.SER A MULHER, O HOMEM DESSE TERCEIRO MILNIO?Veio o ano 2000. A primeira dcada do novo sculo desconstruiu a imagem do macho procriador de gente e de tabus, fazendo-o perdido em uma crise existencial da sua verdadeira funo dentro da famlia, da vida da mulher, dentro do planeta Terra. A igualdade contempornea dos sexos surgiu como a contestao absoluta do patriarcado histrico. Disperso dentro da sua secular condio de sexo forte, o homem v-se naufragado, perdido e nu, sentado no meio de um asfalto quente de uma nebulosa estrada sem fim... A repensar os seus valores, sem saber onde est para onde ir ou onde lanar o se

    u grito.FAAMOS UMA REFLEXO:"Os homens quando no forados a lutar por necessidade, lutam por ambio." NICOLAU MAQUIAVEL"H duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos Homens." ALBERT EINSTEIN.Milnio. Lutando para sair de um Narcisismo Primrio, dessa Onipotncia, dessa Possessividade, dessa Agressividade, que esse Psiquismo Terrestre, arcaico, primitivo,tantico, simbitico; tenta nos levar.

    Lacan falou que o que mantm o homem no desejo a lei, a lei da castrao, a impossibilidade da completude. A lei do desejo: que a Epistemologia da Psicanlise Lacaniana. Portanto, podemos considerar que, a herana terica e poltica deixada por Lacan vm se prestando para usos de questionamentos da idia, levantada por ele, de que a Psicanlise fundamentalmente tica.O caos est dentro de cada um de ns, criativo ou destrutivo e aniquilador. Enquanto, Chiozza, Rascovsky e outros falam de um psiquismo fetal; ns Contemporneos, falamosde um psiquismo terrestre deste homem que est se enquadrando, nas mudanas de papeis, inverso de valores, etc., se inserindo ainda, neste Terceiro.Comparando a Teoria de Jacques Lacan por Gilles Deleuze, respectivamente, observamos algumas diferenas entre um modelo Hegeliano, pautado na lei, na falta e na n

    egatividade; e outro, Nietzscheano, baseado na afirmao e na produo. Assim, torna-sepossvel pensar em duas formas de subjetivao tambm diversas, uma centrada na viso edipiana, e outra proveniente da crtica desse modelo matricial. Com isso, pretende-se

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    ainda contrapor idia de uma transgresso negativa, fundada na renegao da lei e da ordem, uma concepo de transgresso criadora ou positiva, baseada na afirmao da diferenaVerifica-se ainda, que a famlia um meio social e grupal em que os indivduos esto inseridos. Trata-se de pessoas que se influenciam mutuamente com intensidade e certa dependncia emocional e respondendo a expectativas recprocas. A famlia para o portador de necessidades especiais, de transtornos emocionais, deve ser o seu ponto

    de partida a sua base forte, pois este requer uma readaptao desta famlia que muitaszes se abala frente problemtica da necessidade especial e emocional, em diversassituaes, sendo rechaado pela sociedade vigente.Na Psicologia e nas Neurocincias contemporneas, a EMPATIA uma "espcie de intelignciaemocional" e pode ser dividida em dois tipos: A Cognitiva = relacionada capacidade de compreender a perspectiva psicolgica das outras pessoas. A Afetiva = relacionada habilidade de experimentar reaes emocionais por meio da observao da experina alheia. Exemplo: Precursores precoces de empatia: Choro reflexo do recm nascido. Estudos mostram o choro reflexo do recm-nascido como um precursor possivelmente inato de ativao emptica. Esse choro reativo evidenciado como resposta ao choro de um outro beb, sendo descrito como um choro vigoroso, intenso, semelhante com o

    choro espontneo, de maior intensidade do que o choro em resposta a outros estmulossonoros de igual intensidade, do que a simulao computadorizada do choro de um beb,do choro espontneo de uma criana mais velha e at mesmo ao choro do prprio beb, gravado (Sinner, 1971; Sagi & Hoffman, 1976; Martin & Clark, 1982 apud Thompson, 1987). Esse choro a resposta emptica predominante durante o primeiro ano de vida, sendo depois substituda por respostas empticas mais maduras, como a tentativa de conforto vtima, etc..Atravs do Vnculo, do Profissional e do Paciente, que o Paciente sai de uma posio regredida, de sensaes prprias, de entristecimento, num pr-verbal, pr-simblico, atravsontinncia por parte do Profissional. Quando o Paciente est pronto para escutar a Interpretao, j no simblico, surge o Passado Vivo, criado no 3

    Analtico.

    Lembremos: Ritmo com embalo Vida. Ritmo sem repetio Desespero. Repetio sem ritmo te.Portanto, a concluso a que chego, de que ns Profissionais de Sade nos dias atuais,em pleno sculo XXI, temos que criar uma Terapia para cada Paciente e para sua Famlia. De OLHAR com os OLHOS deles, atravs da EMPATIA; levando em conta a LEI do DESEJO de Lacam; respeitando o seu TEMPO e utilizando de RELAES VINCULARES, para podermos na hora certa, tornarmos desnecessrios aos nossos Pacientes.Esta, penso ser uma Receita de Sucesso!

    Celia Gevartoski