HOMICÍDIOS DE MULHERES NO BRASIL EM...

I N S T I T U T O AVA N T E B R A S I L

HOMICÍDIOS DE MULHERES NO BRASIL EM 2013

Diretor- Presidente: Luiz Flávio Gomes Pesquisadora: Flávia Mestriner Botelho

VIOLÊNCIA GLOBAL CONTRA DAS MULHERES - (ONU)

•  De acordo com uma avaliação global da ONU, de 2013, 35% das mulheres no mundo sofreram já sofreram violência física e/ou sexual por parceiro íntimo ou violência sexual por um não-parceiro.

•  No entanto, alguns estudos nacionais sobre a

violência mostram que até 70% das mulheres já experimentaram violência física e/ou sexual em sua vida perpetrada por um parceiro íntimo.


•  Mulheres com idade entre 15 e 44 anos estão mais propensas ao risco de sofrer um estupro e de violência doméstica do que de sofrer de câncer, acidentes de viação, morrer na guerra ou malária, de acordo com dados do Banco Mundial.

•  Mulheres em áreas urbanas são duas vezes mais

propensas que os homens a sofrer violência, particularmente em países em desenvolvimento.


•  Estima-se que de todas as mulheres mortas em 2012, quase metade delas foi morta por parceiros íntimos ou membros da família.

•  Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, entre 40% e 70% das mulheres vítimas de assassinato foram mortas por seus parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

•  Na Colômbia, uma mulher é declaradamente morta

por seu parceiros ou ex-parceiro a cada seis dias.


•  Os custos anuais de violência por um parceiro íntimo foram calculados em US$ 5,8 bilhões nos Estados Unidos em 2003 e GBP 22,9 bilhões na Inglaterra e no País de Gales em 2004.

•  Um estudo de 2009 na Austrália estimou o custo da violência contra as mulheres e crianças em AUD 13,6 bilhões por ano.

•  Uma estimativa recente dos custos da violência doméstica contra as mulheres a nível familiar para a economia do Vietnã sugere que ambos os gastos representam cerca de 1,4% do PIB naquele país.


•  Subnotificação:

•  Um estudo baseado em entrevistas com 42.000 mulheres em todos os 28 Estados-Membros da União Europeia, revelou que apenas 14% das mulheres relatou para a polícia um incidente mais grave de violência por parte de um parceiro íntimo, e 13% relatou um incidente mais grave de violência ocasionado por um não-parceiro.

VIOLÊNCIA ÍNTIMA E FAMILIAR

•  Não são apenas países subdesenvolvidos ou muito violentos que apresentam altas taxas de violência íntima e familiar. Como mostra o quadro a seguir, com dados do Escritório das Nações Unidas para as drogas e o crime, alguns países bastante pacíficos e ricos, apresentam altas taxas de homicídios de mulheres perpetrados por parceiro íntimo ou membros da família.


Países Ano

Taxa de homicídios

geral (por 100 mil hab.)

Total de homicídios

Porcentagem de homicídios de mulheres

Porcentagem de homicídios

de homens

Porcentagem de homicidios intecionais

de mulheres perpetrados por

parceiros íntimos ou membors da família.

Porcentagem de homicidios intecionais

de homens perpetrados por

parceiros íntimos ou membors da família.

Islândia 2012 0,3 1 100% 0% 100% -

Itália 2011 0,9 530 30,1% 69,9% 73,3% 21,1%

Reino Unido 2011 1 653 29,7% 70,3% 67,5% 13,7%

Canadá 2011 1,5 529 30,2% 69,8% 60,0% 14,4%

Espanha 2012 0,8 364 34,3% 65,7% 58,1% 12,2%

África do Sul 2009 16.834 33,1 15,5% 84,5% 57,1% -

Índia 2012 43.355 3,5 40,8% 59,2% 54,8% -

EUA 2011 4,7 14.661 22,2% 78,8% 51,8% 9,7%

Jamaica 2011 41,1 1.087 10,5% 89,5% 26,1% 7,0%

Chile 2011 3,7 636 18,1% 81,9% 7,8% 2,5%

El Salvador 2012 41,2 2.594 11,0% 89,0% 4,0% 0,3%

Fonte: UNODC-ONU


•  Na Itália, que em 2011apresentou uma taxa de 0,9 mortes por 100 mil habitantes, em um total de 530 homicídios, 30,1% do total de mortes foram de mulheres. Desse percentual, 73,3% foi vítima de violência por parte de parceiro íntimo ou membro da família. Reino Unido e Canadá tiveram um cenário parecido.

•  Uma porcentagem muito próxima da África do Sul, um dos países mais violêntos do Mundo, que em 2009 registrou 33,1 mortes por 100 mil habitantes e mais de 16 mil homicídios. No total, entretanto, apenas 15% eram mulheres e dentro desse percentual, 575 haviam sido assassinas por um parceiro íntimo ou membro da família.


•  A Islândia também teve um cenário interessante. O único homicídio registrado em 2012, foi de uma mulher, vítima de um parceiro íntimo ou membro da familia.

•  Outro exemplo interessante é o de El Salvador. O país, devastado pela criminalidade, e anualmente uma das mais altas taxas de homicídio do mundo tem um índice mais baixo de mulheres vítimas de homicídios por parceiro íntimo ou membro da família. Apenas 4% do total de mulheres assassinadas tiveram como algoz o parceiro ou familiar.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E URBANA GLOBAL

Apesar de alguns países muito violentos apresentarem baixos índices de violência doméstica, não se pode afirmar, de forma alguma, que a violência contra a mulher é mais branda. Além de muitas vezes as informações estatísticas acerca desse tipo de violência ser muito mais escassa, a violência urbana também é cruel e quando não mata, deixa expostas feridas físicas e psicológicas em suas vítimas. Devemos também levar em conta a abertura para uma mulher falar sobre violência doméstica. Em muitas sociedades, a mulher ainda é vista como propriedade, seja do pai, irmão ou marido, e denunciars seu agressor, não é uma opção.

HOMICÍDIOS DE MULHERES NO BRASIL EM 2013

•  Em 2013 ocorreram 4.762 mortes de mulheres por meios violentos no Brasil, ou seja, 4,7 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. Entre 1996 e 2013 houve um crescimento de 29,3% nas mortes. •  53% das mulheres vítimas de homicídios estão

situadas na faixa etária entre 20 e 39 anos; •  61% do total dessas vítimas são negras (pretas e

pardas), outras 33% são brancas.

EVOLUÇÃO DOS HOMICÍDIOS DE MULHERES NO BRASIL

3.682 3.587

3.053

3.536 3.743 3.851 3.867 3.937 3.830 3.884

4.022 3.772

4.023 4.260

4.465 4.512 4.719 4.762

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fontes: Dataus e IBGE

CAUSAS DAS MORTES POR AGRESSÃO NO BRASIL

49%

25%

8%

6%

12%

Disparo de arma de fogo ( de mão, maior calibre e não específicada)

Objeto perfuro-cortante

Objeto contundente

Enforcamento, estrangulamente ou sufocação

Outros meios

Fonte: DATASUS

CAUSAS DAS MORTES POR AGRESSÃO NO BRASIL

• Cerca de 49% das mortes foram causadas por armas de fogo, outros 25% por objetos perfuro-cortantes.

EVOLUÇÃO DA TAXA DE MORTES POR 100 MIL MULHERES – POR REGIÃO DO

BRASIL

6,4

4,0

3,5 3,5

5,6

4,6

6,8

6,0

5,4

4,1 3,7

4,7

Região Centro-Oeste

Região Norte Região Nordeste

Região Sul Região Sudeste BRASIL

1996

2013


NÚMERO DE ÓBITOS POR REGIÃO DO BRASIL

Região 1996 População

Taxa por 100 mil

mulheres 2013 População

Taxa por 100 mil

mulheres

Evolução 1996-2013

(mortes absolutas)

(%)

Evolução 1996-2013

(mortes por 100 mil

mulheres) (%)

Região Centro-Oeste 337 5.245.962 6,4 514 7.518.282 6,8 52,5 6,4

Região Norte 224 5.562.627 4,0 503 8.359.536 6,0 124,6 49,4

Região Nordeste 791 22.858.628 3,5 1.546 28.388.309 5,4 95,4 57,4

Região Sul 412 11.864.755 3,5 595 14.548.385 4,1 44,4 17,8

Região Sudeste 1.918 34.095.326 5,6 1.604 42.881.344 3,7 -16,4 -33,5

Fonte: Dataus, IBGE

REGIÕES MAIS VIOLENTAS NO BRASIL PARA AS MULHERES EM 2013

•  A região Centro-Oeste concentrou o maior número proporcionais de mortes violentas entre as mulheres, seguida das Regiões Norte e Nordeste.

•  Já o Sudeste, apesar de ainda ser a Região com maior

número de mortes absolutas, foi a única que apresentou queda na sua taxa, tanto nos números absolutos como nos proporcionais, entre 1996 e 2013.

•  O Nordeste teve a maior alta nas mortes proporcionais do período, crescendo 57%. Já o Norte teve uma evolução de 124% nos números absolutos.

EVOLUÇÃO DA TAXA DE MORTES DE MULHERES- POR ESTADO

-

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

1996 2013


NÚMERO DE ÓBITOS POR ESTADO

Unidade da Federação 1996 População Taxa de mortes

por 100 mil mulheres

2013 População Taxa de mortes

por 100 mil mulheres

Evolução de mortes absolutas 1996 - 2013

(%)

Evolução das mortes por 100 mil mulheres

1996-2013 (%)

Roraima 18 119.753 15,0 36 237.527 15,2 100,0 0,8 Espírito Santo 123 1.408.924 8,7 171 1.922.361 8,9 39,0 1,9

Goiás 119 2.257.340 5,3 271 3.213.944 8,4 127,7 59,9 Alagoas 70 1.348.123 5,2 142 1.690.793 8,4 102,9 61,7

Acre 15 239.144 6,3 32 384.306 8,3 113,3 32,8 Paraíba 106 1.706.230 6,2 126 2.014.426 6,3 18,9 0,7 Ceará 84 3.491.948 2,4 278 4.473.122 6,2 231,0 158,4

Rondônia 43 595.712 7,2 50 845.792 5,9 16,3 -18,1 Pará 78 2.718.904 2,9 230 3.917.888 5,9 194,9 104,6

Mato Grosso do Sul 79 958.974 8,2 75 1.288.578 5,8 -5,1 -29,3 Mato Grosso 87 1.081.616 8,0 90 1.551.216 5,8 3,4 -27,9

Bahia 176 6.358.584 2,8 421 7.587.079 5,5 139,2 100,5 Tocantins 21 511.524 4,1 40 726.365 5,5 90,5 34,1

Pernambuco 245 3.825.717 6,4 256 4.743.159 5,4 4,5 -15,7 Distrito Federal 52 948.032 5,5 78 1.464.544 5,3 50,0 -2,9

Amapá 16 188.420 8,5 19 363.933 5,2 18,8 -38,5 Rio Grande do Norte 35 1.309.116 2,7 89 1.710.634 5,2 154,3 94,6

Amazonas 33 1.189.170 2,8 96 1.883.725 5,1 190,9 83,6 Paraná 153 4.531.450 3,4 283 5.557.212 5,1 85,0 50,8 Sergipe 30 829.033 3,6 56 1.120.243 5,0 86,7 38,1

Rio de Janeiro 651 6.958.673 9,4 386 8.442.261 4,6 -40,7 -51,1 Minas Gerais 185 8.413.604 2,2 427 10.352.459 4,1 130,8 87,6 Maranhão 31 2.627.002 1,2 131 3.425.875 3,8 322,6 224,0

Rio Grande do Sul 192 4.896.829 3,9 210 5.683.570 3,7 9,4 -5,8 Santa Catarina 67 2.436.476 2,7 102 3.307.603 3,1 52,2 12,1

Piauí 14 1.362.875 1,0 47 1.622.978 2,9 235,7 181,9 São Paulo 959 17.314.125 5,5 620 22.164.263 2,8 -35,3 -49,5

Total 3.682 79.627.298 4,6 4.762 101.695.856 4,7 29,3 1,3 Fonte: Datasus, IBGE

NÚMERO DE ÓBITOS POR ESTADO

•  Roraima é o estado com o maior número de mortes

proporcionais, 15 para cada grupo de 100 mil mulheres.

•  São Paulo é o estado com o maior número de morte absolutas, porém o menos violento em termos proporcionais.

•  Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Distrito Federal, Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo foram os estados que apresentaram queda no número de mortes entre 1996 e 2013.

FAIXA ETÁRIA DAS VÍTIMAS

Fonte: DATASUS

1% 1% 1%

3%

14%

29%

24%

14%

7% 4% 2%

Menor 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

80 ou mais

Idade ignorada

FAIXA ETÁRIA DAS VÍTIMAS

• 2 9 % d a s m u l h e r e s v í t i m a s d e homicídios estão situadas na faixa etária entre 20 e 29 anos; • 24% tem entre 30 e 39 anos; • 14% são garotas de 15 a 19 anos.

COR/RAÇA DAS VÍTIMAS

Fonte: DATASUS

33%

7%

0%

54%

1%

5%

Branca

Preta

Amarela

Parda

Indígena

Ignorada

COR/RAÇA DAS VÍTIMAS

• 61% do total dessas vítimas são negras (pretas e pardas), outras 33% são brancas.

TEMPO DE ESCOLARIDADE DAS VÍTIMAS

Fonte: DATASUS

4% 13%

30%

19%

4%

30%

Nenhuma escolaridade

1 a 3 anos

4 a 7 anos

8 a 11 anos

12 anos ou mais

Ignorado

TEMPO DE ESCOLARIDADE DAS VÍTIMAS

•  30% das mulheres vítimas de homicídios tem escolaridade entre 4 e 7 anos de estudo, outros 19% estiveram na escola entre 8 e 11 anos.

ESTADO CIVIL DAS VÍTIMAS

Fonte: DATASUS

60% 12%

4%

5%

6%

13%

Solteira

Casada

Viúva

Separada judicialmente

Outro

Ignorado

ESTADO CIVIL DAS VÍTIMAS EM 2013

• 6 0 % d a s m u l h e r e s v í t i m a s d e homicídios em 2013 eram solteiras, outras 13% eram casadas.

PROJEÇÃO DE MORTES DE MULHERES NO BRASIL

Na última década (2004-2013), o crescimento foi de 24,3% no número absoluto de homicídios, vez que em 2004 constatou-se 3.830 mortes e, 4.762, em 2013. Portanto, para esta última década, a média de crescimento anual de homicídios é de 1,99%. A partir desta média de crescimento anual (1,99%), é possível projetar estatisticamente o número de homicídios que ocorrerão no ano de 2015. Utiliza-se a média da última década (2004 – 2013) para o cálculo, ao invés de toda a série histórica (1980 – 2013), por se tratar do período que mais se aproxima da atual realidade socioeconômica. Assim, com a média de crescimento de 1,99% ao ano, foi obtida a seguinte estimativa para o ano de 2015: 4.954 homicídios. Ou seja, a matança de: - 413 mulheres por mês - 14 mortes por dia - 1 morte por hora

PROJEÇÃO DE MORTES VIOLENTAS DE MULHERES

Ano Homicídios Mudança Percentual Anual

Média Crescimento Anual 1980 -‐ 2010)

Média Crescimento Anual (2001 -‐ 2010)

Total Acumulado a parAr de 1980 até …

1980 1.353

4,13%

1.353

Dados reais atualizados de acordo com o DATASUS

1981 1.487 9,90% 2.840 1982 1.497 0,67% 4.337 1983 1.700 13,56% 6.037 1984 1.736 2,12% 7.773 1985 1.766 1,73% 9.539 1986 1.799 1,87% 11.338 1987 1.935 7,56% 13.273 1988 2.025 4,65% 15.298 1989 2.344 15,75% 17.642 1990 2.585 10,28% 20.227 1991 2.727 5,49% 22.954 1992 2.399 -‐12,03% 25.353 1993 2.622 9,30% 27.975 1994 2.838 8,24% 30.813 1995 3.325 17,16% 34.138 1996 3.682 10,74% 37.820 1997 3.587 -‐2,58% 41.407 1998 3.053 -‐14,89% 44.460 1999 3.536 15,82% 47.996 2000 3.743 5,85% 51.739 2001 3.851 2,89% 55.590 2002 3.867 0,42% 59.457 2003 3.937 1,81% 63.394 2004 3.830 -‐2,72%

1,99%

67.224 2005 3.884 1,41% 71.108 2006 4.022 3,55% 75.130 2007 3.772 -‐6,22% 78.902 2008 4.023 6,65% 82.925 2009 4.260 5,89% 87.185 2010 4.465 4,81% 91.650

2011 4.512 1,05% 96.162

2012 4.719 4,59% 100.881

2013 4.762 0,91% 105.643

PROJEÇÃO DE MORTES VIOLENTAS DE MULHERES

Mortes por Mês Mortes por Dia Mortes por Hora 2014 4.857 405 13 1 110.500

Projeção calculada com base na Média de Crescimento Anual de 2004

a 2013

2015 4.954 413 14 1 115.454 2016 5.053 421 14 1 120.506 2017 5.153 429 14 1 125.660 2018 5.256 438 14 1 130.916 2019 5.361 447 15 1 136.276 2020 5.468 456 15 1 141.744 2021 5.577 465 15 1 147.321 2022 5.688 474 16 1 153.009 2023 5.801 483 16 1 158.810 2024 5.917 493 16 1 164.727 2025 6.035 503 17 1 170.762 2026 6.155 513 17 1 176.918 2027 6.278 523 17 1 183.196 2028 6.403 534 18 1 189.599 2029 6.531 544 18 1 196.130 2030 6.661 555 18 1 202.791 2031 6.794 566 19 1 209.585 2032 6.929 577 19 1 216.514 2033 7.068 589 19 1 223.582 2034 7.208 601 20 1 230.790 2035 7.352 613 20 1 238.143 2036 7.499 625 21 1 245.641 2037 7.648 637 21 1 253.290 2038 7.801 650 21 1 261.091 2039 7.956 663 22 1 269.047 2040 8.115 676 22 1 277.162 2041 8.277 690 23 1 285.439 2042 8.442 703 23 1 293.880 2043 8.610 718 24 1 302.491 2044 8.782 732 24 1 311.272 2045 8.957 746 25 1 320.229 2046 9.135 761 25 1 329.365 2047 9.318 776 26 1 338.682 2048 9.503 792 26 1 348.186 2049 9.693 808 27 1 357.879 2050 9.886 824 27 1 367.765 2051 10.083 840 28 1 377.848 2052 10.284 857 28 1 388.133 2053 10.489 874 29 1 398.622 2054 10.699 892 29 1 409.320 2055 10.912 909 30 1 420.232 2056 11.129 927 30 1 431.362 2057 11.351 946 31 1 442.713 2058 11.578 965 32 1 454.291 2059 11.808 984 32 1 466.099 2060 12.044 1.004 33 1 478.143

470 MIL MORTES VIOLENTAS DE MULHERES ATÉ 2060

•  Em 2015, provavelmente teremos um total de 115 mil mortes acumuladas desde 1980.

•  Se o padrão de crescimento no número de mortes continuar igual, até 2060 teremos quase meio milhão de mulheres mortas desde 1980, mais precisamente 478 mil mortes.

• No ano de 2060, poderemos chegar a mais

de12 mil mortes, caso nenhuma providência para conter essa tragédia seja tomada.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FEMINICÍDIO

•  Em 2013, 1290 mulheres foram assassinadas dentro de casa, o que significa que 27% das mulheres assassinadas no ano de 2013, podem ter sido vítimas de violência doméstica, mais de 1 em cada 4. •  A maioria delas (36%) foi morta por agressão com

objetivos cortantes ou perfurantes, seguido das armas de fogo (35%) e estrangulamento ou sufocação (10%).


•  Outro dado interessante, que pode denunciar a violência doméstica é que 43% de todas as mulheres assassinadas em 2013 por estrangulamento ou sufocação, foram mortas no ambiente domiciliar. Entre aquelas vitimadas por objetos cortantes ou penetrantes, 38% morreram em residências. As mortes por armas de fogo na residência, corresponderam a 19% do total desta causa.

•  O assassinatos por meio de estrangulamento e sufocação e objetos perfuro-cortantes, como facas e tesouras, são típicos de rompantes de impulsividade ou de crueldade, comuns em crimes com teor passional.


36%

35%

10%

19%

Mortes por tipo de agressão

Objeto cortante ou penetrante Disparo por arma de fogo

Estrangulamento ou sufocação Outros

Fonte: DATASUS


•  Entre as mulheres que foram assassinadas em casa, 49% era oficialmente solteira e 17% eram casadas; •  Do total 52% eram negras e 40% brancas; •  Na faixa etária dos 20 a 49 anos (60%); a faixa

etária com maior percentual foi entre 30e 39 anos (23%). •  A maioria delas tinha entre 4 e 7 anos de estudo

(19%).


49%

18%

7%

7%

19%

Estado civil das mulheres assassinadas em residência

Solteiro Casado Viúvo Separado Outros/ignorado

Fonte: DATASUS

3% 1% 2%

9%

22%

23%

16%

11%

13%

Faixa etária das mulheres assassinadas em domicílio

Menor de 1 ano

1 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 20 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

Mais de 60


Fonte: DATASUS


53% 40%

2% 1%

4%

Raça/ cor das mulheres assassinadas em domicílio

Negras Brancas Indígenas Amarelas Ignorado

Fonte: DATASUS


Local onde ocorreu a morte das mulheres assassinadas por região

Região/Unidade da Federação Hospital

Outro estabelecimento de

saúde Domicílio Via

pública Outros Ignorado Total

Região Sudeste 429 45 434 431 252 13 1604

Região Nordeste 338 13 338 612 235 10 1546

Região Sul 125 7 215 155 91 2 595

Região Norte 109 4 160 144 78 8 503

Região Centro-Oeste 122 8 143 146 92 3 514

Fonte: Datsus


Local onde ocorreu a morte das mulheres assassinadas por região

Região/Unidade da Federação Hospital Outro estabelecimento de saúde Domicílio Via pública Outros Ignorado Total

São Paulo 182 16 179 162 75 6 620 Minas Gerais 108 12 120 101 82 4 427

Rio de Janeiro 94 15 99 97 81 - 386 Bahia 105 7 95 145 68 1 421

Paraná 66 2 95 73 47 - 283 Rio Grande do Sul 37 2 83 54 32 2 210

Goiás 60 4 67 91 47 2 271 Pará 45 2 64 81 31 7 230

Pernambuco 50 4 60 111 29 2 256 Ceará 60 - 44 124 49 1 278

Santa Catarina 22 3 37 28 12 - 102 Espírito Santo 45 2 36 71 14 3 171

Amazonas 25 2 35 24 10 - 96 Mato Grosso 18 1 35 17 18 1 90 Maranhão 39 - 33 35 21 3 131

Mato Grosso do Sul 20 1 30 11 13 - 75 Rio Grande do Norte 14 1 26 34 14 - 89

Paraíba 22 - 26 45 31 2 126 Roraima 4 - 22 5 5 - 36 Alagoas 28 1 22 81 10 - 142

Piauí 9 - 19 8 10 1 47 Rondônia 11 - 15 14 10 - 50 Sergipe 11 - 13 29 3 - 56

Tocantins 11 - 12 7 9 1 40 Distrito Federal 24 2 11 27 14 - 78

Acre 4 - 9 11 8 - 32 Amapá 9 - 3 2 5 - 19

Total 1123 77 1290 1488 748 36 4762 Fonte: Datasus

INTERNAÇÕES DE MULHERES NO SUS POR AGRESSÃO

•  E acordo com dados do Dataus, só entre janeiro e junho de 2015 já foram registradas 3.882 internações de mulheres vítimas de agressão, no Sistema Único de Saúde – SUS.

•  Em 2014 foram 7.870 e em 2013 os registros marcaram 8.513 internações.

INTERNAÇÕES DE MULHERES NO SUS POR AGRESSÃO

Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas - por local de internação - Brasil

Agressões

Ano processamento Total

2013 8.513

2014 7.870

Janeiro a Junho de 2015 3.882

Fonte: Datsus

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 - SINAN

•  Em 2013, sistema de registros de atendimento médico do SUS registrou 127.350 atendimentos a mulheres que foram vít imas de violência doméstica, sexual ou outros tipos de violência.

•  O número de homens atendidos pelo sistema para as mesmas causas, foi menos da metade, 62.868, no mesmo período.


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS - Sinan

Atendimentos do SUS em 2013

Sexo Freqüência de atendimento

Feminino 127.350

Masculino 62.868

Ignorado 106

Total 190.324


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS - Sinan 2013

Freqüência de atendimento por Faixa Etária

Sexo: Feminino

Faixa Etária Freqüência

<1 Ano 3.376

01-04 5998

05 -09 5748

10-14 13.746

15-19 17.667

20-29 30.230

30-39 24.692

40-49 13.470

50-59 6.316

60 e mais 6.075

Ign/Branco 32

Total 127.350


•  A faixa etária mais vitimizada em termos de atendimento para esse tipo de violência foram as mulheres entre 20 e 29 anos de idade. Seguida pelas de 30 a 39 e 15 a 19 anos. •  Dentre as atendidas, a maioria (81.221) tiveram

como local de ocorrência suas residências. Quase 5 X mais que a segunda opção, a via pública (17. 450). Foram excluídos os locais ignorados.


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS - 2013

Freqüência por Local ocorrência e Faixa Etária

Local ocorrência <1 Ano 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 e mais

Ign/Branco Total

Residência 2.055 4.207 4.157 8.232 9.470 18.378 16.119 9.194 4.567 4.825 17 81.221

Habitação Coletiva 13 31 37 96 118 140 122 52 20 48 0 677

Escola 33 163 203 768 474 134 97 66 37 7 0 1.982

Local de pratica esportiva 2 5 20 50 82 53 35 20 9 4 0 280

Bar ou Similar 22 17 18 110 387 767 556 257 71 24 0 2.229

Via pública 215 230 319 1.725 3.649 5.189 3.529 1.587 643 362 2 17.450

Comércio/Serviços 95 54 45 137 223 459 371 205 84 57 1 1.731

Indústrias/construção 6 5 8 29 38 59 47 13 6 3 0 214

Outros 483 526 421 1.010 1.014 1.201 890 449 209 197 1 6.401

Total 2.924 5.238 5.228 12.157 15.455 26.380 21.766 11.843 5.646 5.527 21 112.185


•  De acordo com os dados do SINAN, as faixas etárias que são mais frequentemente vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, dentro das residências estão entre 20 e 39 anos.

•  Em via pública, em sua maioria, as mulheres estão entre 15 e 29 anos.

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 – VIOLÊNCIA FÍSICA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS - Sinan

Freqüência de atendimento de violência física por Faixa Etária e Local ocorrência

Sexo: Feminino

Período:2013

Faixa Etária

Residência

Habitação Coletiva Escola

Local de pratica

esportiva

Bar ou Similar

Via pública

Comércio/ Serviços

Indústrias/ construção Outros Ignorado Em

Branco Total

Ign/Branco 4 0 0 0 0 2 0 0 0 3 1 10

<1 Ano 670 4 23 0 16 136 6 2 47 99 31 1034

01-04 1017 7 42 1 11 100 5 1 70 126 32 1412

05-09 1237 12 89 10 8 136 7 2 86 116 40 1743

10-14 2913 39 598 20 57 1064 34 10 297 489 99 5620

15-19 6251 79 413 61 312 2801 120 24 542 1367 240 12210

20-29 14316 109 99 46 711 4317 312 39 846 2915 460 24170

30-39 12127 100 79 29 527 2967 267 39 641 2271 347 19394

40-49 6561 40 52 18 242 1316 151 12 319 1237 183 10131

50-59 3202 16 28 7 63 525 66 6 161 501 92 4667

60 e mais 2512 27 6 3 21 257 32 1 79 304 64 3306

Total 50.810 433 1.429 195 1.968 13.621 1.000 136 3.088 9.428 1.589 83.697

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 – VIOLÊNCIA FÍSICA

•  Conforme dados do SINAN, cerca de 83 mil mulheres chegaram aos postos do SUS depois de sofrerem violência física, representando 75% da violência sofrida pelas mulheres que deram ent rada em atend imentos , com causas conhecidas.

•  A violência física ocorreu principalmente entre mulheres de 20 a 39 anos nas residências e, em menor parte, em via pública.

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 - TORURA


Freqüência de atendimento de tortura por Faixa Etária e Local ocorrência

Sexo: Feminino

Período:2013

Faixa Etária Residência Habitação

Coletiva Escola Local de pratica

esportiva

Bar ou Similar

Via pública

Comércio/ Serviços

Indústrias/ construção Outros Ignorado Em Branco Total

<1 Ano 40 0 0 0 1 7 0 0 2 0 1 51

01-04 58 0 0 0 0 3 2 0 4 7 2 76

05-09 103 0 7 0 1 9 0 0 7 6 3 136

10-14 219 5 13 1 3 57 2 1 37 14 4 356

15-19 285 8 11 3 8 138 7 2 65 11 5 543

20-29 616 13 2 3 36 213 15 6 87 28 8 1027

30-39 621 5 1 5 15 132 9 3 50 21 7 869

40-49 356 5 3 1 9 64 9 0 30 8 4 489

50-59 182 1 1 0 4 15 1 0 8 1 1 214

60 e mais 162 3 0 0 0 5 0 0 4 2 2 178

Total 2.642 40 38 13 77 643 45 12 294 98 37 3.939

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 - TORTURA

•  Também chegaram ao atendimento do SUS, em 2013, quase 4 mil casos de tortura entre as mulheres.

•  A faixa etária mais vitimizada também também foram as mulheres entre 20 e 29 anos de idade e 30 a 39 anos de idade.

•  As resididências foram o local em que aconteceu a maioria dos casos, especialmente entre mulheres de 30 a 39 anos.

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 – VIOLÊNCIA SEXUAL


Freqüênciade atendimento para violência sexual por Faixa Etária e Local ocorrência

Sexo: Feminino

Período:2013

Faixa Etária Residência Habitação

Coletiva Escola Local de pratica

esportiva

Bar ou Similar

Via pública

Comércio /Serviços

Indústrias /construçã

o Outros Ignorado Em Branco Total

Ign/Branco 4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 5

<1 Ano 176 2 10 1 0 30 4 5 21 37 15 301

01-04 1496 18 109 1 4 33 8 2 171 283 52 2177

05-09 2365 27 84 12 10 110 20 3 231 230 60 3152

10-14 4624 65 90 34 50 663 80 23 701 666 178 7174

15-19 1409 30 38 21 46 894 76 20 488 222 85 3329

20-29 928 20 23 9 38 873 55 24 320 152 34 2476

30-39 648 11 6 5 27 453 32 11 179 81 17 1470

40-49 432 7 3 3 10 181 16 3 107 42 12 816

50-59 194 1 2 3 1 64 5 1 28 14 2 315

60 e mais 140 2 0 1 1 18 1 0 8 14 2 187

Total 12.416 183 365 90 187 3.319 297 92 2.255 1.741 457 21.402

ATENDIMENTOS DO SUS EM 2013 – VIOLÊNCIA SEXUAL

•  Em 2013, de acordo com o SINAN, deram entrada nos atendimentos do SUS, depois de sofrer violência sexual, mais de 21 mil mulheres. Do total, em 58% dos casos, a violência ocorreu na residência.

•  Ao contrário da violência física e da tortura, as principais vítimas da violência sexual foram meninas entre 10 e 14 anos, sendo que 64% tiveram como local da ocorrência a residência.

•  Entre as crianças de 5 a 9 anos que chegaram após terem sido vitimas de violência sexual, 75% teve como local da ocorrência a residência.

FONTES DA PESQUISA

•  UNODC- Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime. •  DATASUS - Sistema de informação do Ministério da

Saúde – Estatísticas Vitais. •  DATASUS - Sistema de informação do Ministério da

Saúde – Epidemiólogicas e Morbidade. •  SINAN/SVS – Sistema de Informação de Agravos de

Notificação. Secretaria de Vigilância em Saúde.

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