Honneth - Luta Por Reconhecimento

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Texto de Honneth sobre a luta pelo reconhecimento na sociedade.

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  • Nl'ss scrito, proveniente de uma tese de livre-docncia, ten-.11 r-nvolver os fundamentos de uma teoria social de teor nor-II II nu rtindo do modelo conceitual hegeliano de uma" luta por1IIIIII'l im nto". O propsito dessa iniciativa surgiu dos resulta-I II qlu' me levaram meus estudos em Kritik der Macht [Crtica,,' ,,1,'/,1: quem procura integrar os avanos da teoria social repre-11 ,.111 P .los escritos histricos de Michel Foucault no quadro deII Ii 111 iu da comunicao se v dependente do conceito de uma

    , 111111111111 nte motivada, para o qual os escritos hegelianos do1\111111 tll'.J na continuam a oferecer, com sua ideia de uma am-

    111111 por reconhecimento", o maior potencial de inspirao.!I 1111 11,,'5 sistemtica das linhas argumentativas de Hegel, que

    fi 111111 ,I primeira parte do livro, conduz a uma distino de trs111' 111' r \ .onhecimento, que contm em si o respectivo poten-I\, 1111 11111:1 motivao dos conflitos. Contudo, o retrospecto so-11IIltldl'lo terico do jovem Hegel torna evidente tambm queII III I).. devem parte de sua fora a pressupostos da razo

    I Ilhl'~Ois o meu posfcio (1988), in: Kritik der Macht. Reflexions-/ /,/" ~'III/S('" 17Gesellschaftstheorie, Frankfurt, 1988, p. 380 ss. Nos pri-I' ,1111 IIIil lidos do presente livro, encontram-se partes de uma recons-

    "I. 111 I 101 qu eu j havia publicado em outro lugar: "Moralische Ent-11111, 111101 m,i 1i r Kampf. Sozialphilosophische Lehren aus dem Frhwerk1 111 1101\11 irh, Th. McCarthy, C. Offe e A. Wellmer (orgs.), Zwischen-1/11'11,,1/1 //11 Proze(S der Aufklarung, Frankfurt, 1989, p. 549 ss.

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  • idealista, os quais no podem ser mantidos sob as condirs 1111pensamento ps-metafsico.

    Da a segunda grande parte sistemtica do trabalho t0Il1:II'/1I'11ponto de partida no cometimento de dar ideia hegeliana umn illflexo emprica, recorrendo psicologia social de G. H. Mead; dl'N/11modo, origina-se no plano de uma teoria da intersubjetividadl' 11111conceito de pessoa em que a possibilidade de uma autorrelao 1111perturbada se revela dependente de trs formas de reconheci Illl'lIl11(amor, direito e estima). A fim de subtrair da hiptese assim eSb()~'1I1111seu carter de simples histria das teorias, eu tento nos dois l'lI pltulos seguintes, na forma de uma reconstruo empiricamentc ,~'"tentada, justificar a distino das diversas relaes de reconheci 1111'lito valendo-me de fenmenos objetivos: como mostra o resuh nlllldesse exame, s trs formas de reconhecimento correspondcm 111'tipos de desrespeito, cuja experincia pode influir no surgirncn: ()diconflitos sociais na qualidade de motivo da ao.

    Como uma consequncia desse segundo passo do estudo, di'lineia-se assim a ideia de uma teoria ,crtica da sociedade na qunl 11processos de mudana social devem ser explicados com refer

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    seus conselhos e objees possuem h muito em meu trabalho. 11111'11as diversas partes da primeira verso, eu recebi observaes impt IItantes de Peter Dews, Alessandro Ferrara, Hinrich Fink -Eitel, G i"1I 111'iFrankenberg, Christoph Menke, Andreas Wildt e Lutz WingCi"l; I1eles todos devo muitos agradecimentos, mesmo que nem todas I1suas sugestes tenham entrado no livro. Alm disso, encontrei 11apoio generoso, nos mais diversos aspectos, do Berliner Wiss/I/Ischaftskolleg, onde pude trabalhar no manuscrito ao longo de dI'meses, em condies ideais. Finalmente, gostaria de agradecer 11Waltraud Pfeiffer e Dirk Mende a ajuda tcnica que me preSI"!lI"11111na preparao do manuscrito.

    Frankfurt, maro de 10ilA.II,

    Luta por reconhcciuu-utu

    I.

    PRESENTIFICAO HISTRICA:A IDEIA ORIGINAL DE HEGEL

    1

  • -------_._---------------------------_ ..._--_ ..-

    1111111111 ' Sua vida, Hegel havia colocado em sua filosofia pol-I 11111'1'" I tirar da ideia kantiana da autonomia individual o

    I It I di 1I11l(l mera exigncia do dever-ser, expondo-a na teoria11111 11111 ,Iem nto da realidade social j atuante historicamente; e1111''' 111I"lId li que a soluo dos problemas postos com isso se-1111101 I1 111 11 iva de mediar a doutrina da liberdade dos novos tem-I 1I r uuipr nso poltica antiga, moralidade e eticidade.v Mas111 ,llIilI' [u passou em Jena como jovem docente de filosofia1ItllllIlllI 11111 meio terico para vencer essa tarefa, cujo princ-

    I 11111111111 uponta para alm do horizonte institucional de seu pre-IIIt I I pOl'tn criticamente em relao forma estabelecida de11111111 IIII pol rica. Hegel defende naquela poca a convico deI li 1111' dI' lima luta dos sujeitos pelo reconhecimento recpro-I1 llll 1,1"111 idade uma presso intrassocial para o estabelecimento

    I 111111 I'olli '() de instituies garantidoras da liberdade; trata-ti, 111 11'11 10 do indivduos ao reconhecimento intersubjetivo de

    ti I li!. IIlltI Id,', in rente vida social desde o comeo na qualidade111111 II'IH I() moral que volta a impelir para alm da respectivaIid,l 111/ 11111 .ionalizada de progresso social e, desse modo, con-

    I I 111111 11111\ It ittcr, "Moralitt und Sittlichkeit. Zu Hegels Auseinan-I I I 11111 111 I tll'l' knntischen'Erhik", in: Metaphysik und Politik. Studien zu

    /, 1,.11 1II1t! //11,111'1, l'rankfurt, 1977, p. 281 ss; e Odo Marquard, "Hegel undI ,11i \I " 111SI'II/lieril(i

  • duz pouco a pouco a um estado de liberdade comunicativarn '1111'vivida, pelo caminho negativo de um conflito a se repetir de rnan 'illlgradativa. No entanto, o primeiro Hegel s chegou a essa con '''11o, que at hoje no rendeu efetivamente os devidos frutos, I 01que esteve em condies de dar ao modelo da "luta social" iruroduzido na filosofia por Maquiavel e Hobbes uma guinada teric 1\com a qual aquele processo prtico de um conflito entre os h0I11l'1I1passou a ser atribudo a impulsos morais, no aos motivos da autoconservao; s porque havia conferido ao processo da ao di'luta o significado especfico de um distrbio e de uma leso 1111relaes sociais de reconhecimento que Hegel pde em seguida 1"1'conhecer nele tambm o medium central de um processo de forrn 1o tica do esprito humano.

    No entanto, na obra de Hegel, o programa assim esboadonunca chegou a ir alm do limiar de meros esquemas e projetos' 11IFenomenologia do esprito, com cujo trmino Hegel encerra 8111atividade de escritor em Jena, o modelo conceitual de uma "luta pOlreconhecimento" j volta a perder seu significado terico marcarur.Mas, pelo menos nos escritos que nos foram conservados dos anoanteriores elaborao do sistema definitivo.? j possvel r (lnhec-lo em seus traos tericos fundamentais, com tanta clar ''I, Ique a partir da podem ser reconstrudas as premissas de uma t oria social autnoma.

    6 Refiro-me a sobretudo ao Sistema da eticidade de 1802/1803 (citadsegundo a reimpresso da edio Lasson: Georg Wilhelm Friedrich Hegel, SYS/I'IIIder Sittlichkeit, Hamburgo, 1967), ao Sistema da filosofia especulativa de 180,1/1804 (Systeme der spekulativen Philosophie, Hamburgo, 1986), denominaduanteriormente de "Realphilosophie de Jena I", e por fim Realphilosophie de [cnde 1805/1806 Uenaer Realphilosophie, Hamburgo, 1969), Alm disso, valho-me do segundo volume da edio dos escritos tericos (Werke: in 20 Bandru,organizadas por Eva Moldenhauer e Karl Markus Michel, vol. II:Jeaner Schrifton1801-07, Frankfurt, 1971). Uma viso de conjunto a respeito da histria da ohrn oferecida por Heinz Kimmerle, "Zur Entwicklung des Hegelschen Denk '"in Jena", in: Hegel-Studien, caderno 4, 1968, Berlirn.

    30 Presentificao histri '11

    I'IIH /I. TOCONSERVAO:1I MENTAO DAI 1/1. se IAL MODERNA

    111" ItllII social moderna pisa a arena num momento da his-Idl 111 '111 que a vida social definida em seu conceito fun-

    Il 11111110 uma relao de luta por autoconservao; os escri-1111 11 di' Mnquiavel preparam a concepo segundo a qual1111 illdtviduGis contrapem numa concorrncia permanen-111 I' I", no diferentemente de coletividades polticas; na

    Iltlllllil l lobbes, ela se torna enfim a base de uma teoria11111'1111' lundamenta a soberania do Estado. Ela s puderaI' '1II1VO rn delo conceitual de uma "luta por autocon-" til JlOII que os componentes centrais da doutrina polticaI 111111.11, ('111 vi ar at a Idade Mdia, perderam sua imensa

    1111 11 10.' Da poltica clssica de Aristteles at o direi-I I, I j 1110 dn ldad Mdia, o homem fora concebido em seu

    1III.I'IIlH'lIlnl orno um ser capaz de estabelecer comuni-lill "'I/lllIdilif" n que dependia do quadro social de umaI ,li 11111111 ,1 para realizar sua natureza interna; somente naI "I I 11 I li 1 pli ou da civitas, que se distingue do mero111111 IIIllotl d ' atividades econmicas devido existncia detil I tll'WtiV'lI11 nte partilhadas, a determinao social da1IIIIIIIIIIIIdrl111 o um verdadeiro desdobramento. No pon-

    I1 di 1111111 1,1 ncepo teleolgica do homem, a dou-

    I 1'1 111 , ""'('11 l laberrnas, "Die klassische Lehre von der PolitikI 111111 1111, w,inlphilosophie", in: Theorie und Praxis, Frankfurt,

    I' 11t 1111'1'"1\'111 p. 56 ss,

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  • trina tradicional da poltica colocou a tarefa de perscrutar ,dI '11 Iminar teoricamente a ordem tica do comportamento virtuoso, 1111interior da qual a formao prtica e mesmo pedaggica do illdll'duo podia tomar o curso mais conveniente; da a cincia pollricu II Isido tambm uma doutrina da vida boa e justa, ao mesmo 1\'11 li 111que o estudo das instituies e das leis adequadas.

    Contudo, o processo acelerado de uma mudana estruturul dllsociedade, comeando na baixa Idade Mdia e encontrando no I Inascimento o seu ponto culminante, no s admitira dvidas :1 1('peito desses dois elementos tericos da poltica clssica como 111111bm j os privara em princpio de qualquer fora intelectual PUI I 11vida; pois, com a introduo de novos mtodos de comrcio, a '(111tituio da imprensa e da manufatura e por fim a autonom iZI1 I1de principados e de cidades comerciais, o processo poltico '('( 11-nmico desenvolveu-se a ponto de no caber mais no quadro JlIIItetor dos costumes tradicionais, e j no haver mais sentido pll'lIllem estud-lo unicamente a ttulo de uma ordem normativa do '0111portamento virtuoso. Da no ser de admirar que o caminho I'l'(1I1co para a transformao da doutrina poltica clssica em filosolisocial moderna tenha sido preparado onde aquelas alterae 'slllIturais na sociedade j haviam se efetuado com toda a evidncia: 1111tratados polticos que escreveu no papel de diplomata exon 'I" 1\111de Florena, sua cidade natal, Nicolau Maquiavel se desliga !t' 111das as premissas antropolgicas da tradio filosfica ao introduzir o conceito de homem como um ser egocntrico, atento S0111\'I111ao proveito prprio.f Nas diversas reflexes que Maquiavel 1'(' diza sob o ponto de vista de como uma coletividade poltica 1 (11 11manter e ampliar inteligentemente seu poder, o fundamento. da 011111logia social apresenta a suposio de um estado permanente de '\111corrncia hostil entre os sujeitos: visto que os homens, impelidos pI,111

    8 Cf. o excelente estudo de H. Mnkler, Machiavelli. Die Begrndiaui di'politischen Denkens der Neuzeit aus der Krise der Republik Florenz, Frank 11111,1984, particularmente a parte 3, captulos Ie 11.

    32 Presentificao h iSI\lI" 1I

    11111 'd obter estratgias sempre renovadas de ao1,1 I( 11 X iI o, sa bem mutuamente do egocentrismo de suas

    I I" d,' ir 1I 'I" es, eles se defrontam ininterruptamente numa,11 ,h . unfinna e receio.? Mas as categorias centrais de suaslil 11111,' I,~ .ornparativas esto talhadas para essa luta sem-

    11111 illllo 'OIIS rvao, para essa rede ilimitada de interaesli I I 111 11 I I ' na turalrnente Maquiavel enxerga o estado brutoI Id" III 'i:", porque elas no designam nada mais que osI Ili I' 1111111 ra is da ao bem -sucedida por poder; mesmoI li I ('Ivc dos onceitos meta fsicos fundamentais da histo-

    1111111111111 I' l:nl::1 por exemplo da virtu ou da fortuna, ele se11111111 1\/ condies marginais histricas que, da perspecti-

    11\1 1lIIIil i 'OS, se revelam recursos praticamente indispo-111 111 IlIlndos .stratgicos de poder.U' Para Maquiavel, oI 11 li 11 11\ I1 NU premo de todos os seus estudos histricos

    '1"1 I 111 dv sob r de que maneira o conflito ininterrupto11111111 11 pod' s r habilmente influenciado em favor dos

    I ,111 IIi 11 h'I'; dvss modo, em seus escritos, e at na exposio1/ "I IIU'IIIOH histricos, mas ainda sem qualquer fundamen-11 li I 111/11 111111 ln, manifesta-se pela primeira vez a convic-I li, I di '111(' o .ampo da ao social consiste numa luta"~I tllI IIIII'i(os p Ia conservao de sua identidade fsica.

    IltllIl' illl(' nl10S que separam Thomas Hobbes de Ma-11111 IIliliI'II((\S para dar a essa convico ontolgica bsi-

    1111 1111 I d, IIJll;) hiptese cientificamente fundamentada.

    I' I' IllIplll,1I 'np. XVII de O prncipe (Der Frst, Stuttgart, 1961)li 111 1" li11111111, ti . Consideraes polticas sobre a histria antiga e1ft ,I"~ /lr'II'(I'IJll/l/g(m ber die alte und die italtenische Geschichte,

    I dlllH'llvolvida por Hans Freyer em seus estudos de Ma-" 1/1, \ 1'llIlIl'illl, 1986, particularmente p. 65 ss; atualmente ela

    I 1111111 111111111111 por Wolfgang Kersting: "Handlungsmchtigkeir111 (,1111 \ 11111 pulirischen Handeln", in: Philosophisches Jahrbuch,I H I' I I

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  • -------- --------_._------- ..

    Mas no so somente as experincias histricas e polticas d I I 1111tituio de um aparelho estatal moderno e de uma expanso 11111111da circulao de mercadorias que do a Hobbes vantagens sobu: t\ I1quiavel; em seus trabalhos tericos, ele j pode se apoiar 1:111111111no modelo metodolgico das cincias naturais, que nesse rncin 11111po conquistou validez universal graas pesquisa prtica h '111 11cedida de Galileu e teoria do conhecimento filosfica I, 1)1' I 111tes.11 Por esse motivo, no quadro do empreendimento de gr:.1l1dl'111vergadura em que ele quer investigar as "leis da vida civil", 1111111de dar a toda poltica futura uma base teoricamente fundada, :1111111.mas premissas antropolgicas que Maquiavel havia obtido !t, I Iobservaes do cotidiano de modo ainda totalmente incoi111'lllilll.j assumem a figura de enunciados cientficos sobre a naturoz I 11111

    ticular do homem: para Hobbes a essncia humana, que ele p 11 I maneira mecanicista como uma espcie de autmato rnoverul-se por si prprio, destaca-se primeiramente pela capacidade I' 111

    cial de empenhar-se com providncia para o seu bem-estar fllllllll IEsse comportamento por antecipao se exacerba, porm, 111111111mento em que o ser humano depara com um prximo, torn:ll1dlluma forma de intensificao preventiva do poder que nasc . dll 1\peita; uma vez que os dois sujeitos mantm-se reciprocam '1111'Itranhos e impenetrveis no que concerne aos propsitos de suo 11,1111cada um forado a ampliar prospectivamente seu pot 11,i 11111poder a fim de evitar tambm no futuro o ataque possvel do (lIllll I

    11 Cf. mais uma vez Habermas, "Die klassische Lehre von der 1'0111I 111ihrem Verhltnis zur Sozialphilosophie", in: Theorie und Praxis, ed. 'il., I' "ss. A respeito disso, cf. tambm o trabalho, ainda muito interessante, di' 1'11111Borkenau, Der bergang vom feudalen zum brgerlichen Weltbzld, Paris, 111IIp. 439 ss.

    12 Cf., por exemplo, as clebres formulaes em Leviathan, Neuwh tiBerlim, 1966, p. 75; a respeito da antropologia poltica de Hobbes em Sl'~1111111cf, o estudo elucidativo de Gnther Buck, "Selbsterhaltung und Hisroriv Itllin: Hans Ebeling (org.), Subjektivitat und Selbsterhaltung. Beitrge zur 1)111, '//1 Ider Moderne, Frankfurt, 1976.

    34 Presentificao hiNllll1iI

    I 111I di' , t' ncleo antiaristotlico de sua antropologia, Hob-11IIlvl' l'IIIi'iO, na segunda parte de seu empreendimento,, 1.111I'l'ti .io ntre os homens que ele tentou caracterizar

    flltllIllIl!lII!\UO de "natureza", A doutrina do estado de na-11,\111'1\ l'Ol110Gnther Buck mostrou de maneira penetran-

    llill I 11111I~'5()social do comeo da socializao humana,11I11I1'llllIi':1111 nte toda a histria; pelo contrrio, ela deveI 1.1111101'1':11ntre os homens que teoricamente resultariaI II111 'olltrol poltico fosse subtrado a posteriori e fie-.I I I'ltI t NO .ial: j que a natureza humana particular deve

    I I I jltll uma atitude de intensificao preventiva de po-I .1111'10, i1110,as relaes sociais que sobressairiam apsItlII t 1I tio IOl' uiriam o carter de uma guerra de todos1\1 11111filll, na terceira parte de seu empreendimento,1111I 11I !lII.nru 5,0 terica desse estado no sentido de uma1111 111Idos )fj '::1 ela prpria construo da soberania do

    11111lil!!'tI 'I:1S negativas manifestas da situao dura dou-11111111111'"OH homens, o temor permanente e a descon-

    11'1111ti, dl'v '111mostrar que s a submisso, regulada porI "1.111111I1"lij ,itos a um poder soberano pode ser o re-111111 1"" Idt'i'll .o de interesses, racional com respeito a111 di, IdI111Il1,14NateoriadeBobbes,ocontratoso-1111I I11IItI,'lifj ao decisiva no fato ele unicamente eleI Iti \1111fill1: uerra ininterrupta de todos contra to-

    11/1I11 ('011Iuzcm pela autoconservao individual.1 ti I IllIhlws .orno para Maquiavel, resultam dessasI 111111tllI!'.ill so ial, tidas em comum malgrado toda aI 1111111110 ' no procedimento cientficos, as mesmasI1 11lilllV I, no conceito subjacente de ao poltica;I I di \l11I1I('il'nanloga, fazem da luta dos sujeitos por

    11111111111() I referncia ltimo de suas anlises te-

    111do Leviat, ed. cit. p. 94 ss.

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  • ricas, eles veem do mesmo modo como o fim supremo da ,WIIpoltica impedir reiteradamente aquele conflito sempre imincnt (', I' h;caso da obra de Maquiavel, essa consequncia se torna visvcl ju 1"radicalidade com que ele liberou a ao do soberano.voltadn 1'11111o poder de todos os vnculos e atribuies normativas, em derriuu-ntuda tradio da filosofia poltica.l-' j no caso da teoria poll'iViI 111Thomas Hobbes, a mesma consequncia se mostra pelo fato di' 11ter sacrificado afinal os contedos liberais de seu contrato sOv!ld nforma autoritria de sua realizao poltica.I''

    Ora, em grande parte foi justamente contra a tendncin difilosofia social moderna de reduzir a ao poltica imposin dIpoder, racional simplesmente com respeito a fins, que o jovem 11"'1,11tentou se voltar com sua obra de filosofia poltica; mas a pO/iI~illIespecial e mesmo nica de seus escritos de Jena resulta do fl1lllliele prprio fazer uso a do modelo conceitual hobbesiano d\' IlIlhlluta inter-humana para concretizar seus propsitos crticos,

    15 Mnkler, Machiavelli, ed. cito

    16 Cf. Habermas, "Die klassiscbe Lebre von der Politik in ihrern Vtl'llllllIllzur Sozialpbilosophie", in: Theorie und Praxis, ed. cit.; cf, tambm Erns: 11111111Naturrecht und menschliche Wrde, Frankfurt, 1961, capo 9.

    36 Presentificao hiN1111li~

    1r.l1I :11)1\I)E;i I'NJlOQUE NOVOI" 11/\ INTERSUBJETIVIDADE

    ItI\ Idll, 111'f',cIretoma o modelo conceitual de uma lutaII~ 1IIIIIH'IlS,que Maquiavel e Hobbes empregaram in-11111111'11111do outro, num contexto terico totalmente1\111111"1+, 110seu ensaio de 1802 acerca das Maneiras/li '/t"i//' (I direito natural, comea a esboar o progra-i'lil'!III"1 luturo sobre filosofia prtica e poltica, os cemIIIIdvIIIIl'I110 intelectual que o separam do filsofo in-, IIlIdl'lIllildos na forma completamente diferente de pr"li ,I 1IIIIIH'IH.:i:1da filosofia da unificao de Hlderlin,1111I'llIhkm:ricos nesse meio-tempo os pressupostosI~dll dllllll'inn 1110ralde Kant, que at os anos de Frank-!' 1IIIIIIII!Ioniuda o horizonte de seu pensamento.l? aoI"', ,I 11'11111'11de Pia to e Aristteles o familiarizou com

    tH,1 tI!11I1111l01'i1lpoltica que confere intersubjetividade"11i 1,11111111IIIIIWrl"5nciamuito maior do que nas tentativas

    !I 1111'111li IH c finalmente, pela via de uma recepo da

    1"1111I1!tIII'I'l lcnrich, "Hegel und Hlderlin", in: Hegel im11111,III ' I. li, I)sS. Cf. tambm id., "Historische Voraussetzungen11111'I IIIId"p, '1,I ss, particularmente p. 61 ss.

    1111111111111111,"l IcgelsAuseinandersetzung mit der aristote-1111I/Itlm11ldJisdlesjahrbuch, n 71, 1963/64, p. 38 ss. SobreI h l\rlllI I" I/olls, cf, tambm Jacques Taminaux, La Nostalgie

    " l'ItI,Ij/fI.wl.eallemand, La Hague, 1967, especialmente

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