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REVISTA DA AEASC Edição 49/2015 Hora de arrumar a casa POR ONDE ANDA? Ex-aluno, Dr. Carlos Alberto Saad, recorda os momentos que marcaram a sua vida na Santa Casa Primeiro ex-aluno a ocupar a provedoria da Irmandade, Dr. José Luiz Setúbal tem muito mais a realizar no quadrilátero do que apenas colocar as finanças em dia

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Edição 49/2015

Hora de arrumar

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POR ONDE ANDA? Ex-aluno, Dr. Carlos Alberto Saad, recorda os momentos que marcaram a sua vida na Santa Casa

Primeiro ex-aluno a ocupar a provedoria da

Irmandade, Dr. José Luiz Setúbal tem muito mais

a realizar no quadrilátero do que apenas colocar

as finanças em dia

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A nossa Associação dos Ex-Alunos está quase atingindo a sua maiori-dade. Fundada em 1999, nesses 16 anos de existência tem se consoli-dado como entidade representativa dos Ex-Alunos e colaborativa junto à Faculdade de Ciências Médicas, à Fundação Arnaldo Vieira de Carva-lho e à Irmandade da Santa Casa.Mas queremos mais!Esse é o pensamento da nova dire-toria que assumiu no último mês de agosto e tem a incumbência de con-duzir os destinos desta Associação até o ano de 2017.A diretoria atual (veja a lista nomi-

nal dos diretores na pág. 6 e no site www.aeasc.org.br) tem em sua composição a experiência de alguns diretores ante-riores, mas principalmente a força e dinamismo de novos participantes. Se a experiência é importante na condução de uma entidade, a renovação é fundamental para que ela se mantenha ativa, representativa, mas, principalmente, moder-na e inovadora.Novos projetos, novas ações e novos sonhos já estão sendo realizados. Agradeço a participação e empenho de todos os diretores eleitos, que estão cientes da im-portância de seus cargos e sabem que serão cobrados pelas suas ações.Convoco os Ex-Alunos para participarem de sua Associação, cada um a seu modo e manei-ra, porém todos envolvidos em um só objetivo: de tornarmos nossa AEASC cada vez melhor.Estamos de portas e braços abertos para rece-bê-lo. Você faz parte dessa história!

Areguá!

E D I T O R I A LPALAVRA DO PRESIDENTE

Celso de Oliveira (12ª turma), Presidente da Associação dos Ex-alunos da Santa Casa de São Paulo

DIRETORIA 2015/2017

PRESIDENTE: Dr. Celso de Oliveira 12ª turma

VICE-PRESIDENTE: Dr. Lister de Macedo Leandro 7ª turma

DIRETOR-SECRETÁRIO: Dr. Oswaldo Cudizio Filho 10ª turma

DIRETOR ADMINISTRATIVO: Dr. Murillo P. Fraga 34ª turma

DIRETOR SOCIAL: Dr. João Carlos Chazanas 18ª turma

DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. Marcos Broglio Guidoni 31ª turma

CONSELHO DEPARTAMENTAL

CULTURA: Dr. Roberto Mitiaki Endo - 1ª turma

COMUNICAÇÃO: Dr. Andraus Kehde - 11ª turma

PATRIMÔNIO: Dr. Paulo F. Kertzman - 19ª turma, e Dr. Marcio Rosa Pagan - 27ª turma

SECRETÁRIA: Denise Pires Cudizio [email protected]

PRODUÇÃO EDITORIAL

PROJETO GRÁFICO E EDITORIAL: Fullcase Editora, www.fullcase.com.br

DIRETOR-GERAL: Angel Fragallo [email protected]

DIRETORA EDITORIAL: Juliana Klein MTb 48.542, [email protected]

REVISÃO: Adriana Giusti

A Revista AEASC é uma publicação trimestral da Associação dos Ex-alunos da F.C.M. da Santa Casa de São Paulo.

Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112CEP 01221-020 São Paulo/SPTel./Fax: (11) 3362-1869E-mail: [email protected]: www.aeasc.org.br

Nova diretoria, novas ações

“Se a experiência é importante na condução de uma entidade, a renovação é fundamental para que ela mantenha-se ativa”

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E M E V I D Ê N C I ADR. VICTOR MATSUDOENTREVISTA

A arte de agitarNunca na história do Brasil

existiu um médico que se em-penhou tanto para mudar a visão e a cultura das pessoas

a respeito da atividade física. Pelo me-nos não como o Dr. Victor Matsudo, ex-aluno da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCMSCSP), formado em 1973 pela 6ª turma. O médico é especialista em Ortopedia, Traumatologia e em Medicina do Es-porte, além de Coordenador Científi-co do Centro de Estudos do Laborató-rio de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS). Como coordena-dor também do Programa Agita São Paulo, ele mudou a vida de mais de meio milhão de paulistas. Em entre-vista exclusiva, o Dr. Matsudo fala so-bre sua passagem pela Santa Casa e como surgiu a promoção do esporte na sua carreira. Como foi ser aluno da Facul-dade da Santa Casa?Dr. Victor Matsudo: No segundo ano da faculdade fiz um projeto que me marcou bastante com o professor de farmacologia, Prof. Dr. Carlini. Fize-mos uma linha de pesquisa no uso da maconha e criamos um método para uniformizar o comportamento, que foi publicado no Pharmacho-logy e até hoje é citado. Depois fui indicado com outro colega para ser representante dos alunos na Con-gregação da faculdade. Consegui-mos várias conquistas importan-tes, como comprovar com dados à Irmandade que, com os alunos no atendimento do Hospital, a qualida-de aumentou e a mortalidade dimi-nuiu. Além disso, criamos um novo currículo, no qual o aluno durante o internato eletivo já pudesse treinar na especialidade que ele gostaria de realizar a residência.

Quando surgiu na sua carreira a Medicina Esportiva?Dr. Matsudo: A minha vocação era fazer medicina esportiva desde a época da fa-culdade. Comecei a ler sobre os benefí-cios da atividade física e percebi que nós entramos na Faculdade para buscar mé-todos para a saúde e estávamos sendo treinados somente para tratar doenças. No sexto ano então fui para a Universida-de de IIlinois, nos Estados Unidos, fazer o meu eletivo em medicina esportiva. Vol-tei e fui aprovado para fazer residência na Ortopedia no Pavilhão Fernandinho Simonsen e, no segundo ano da residên-cia, fui o primeiro aluno a ter um trabalho aprovado no American College of Sports Medicine, que é a principal instituição do mundo de medicina esportiva. O Agita São Paulo foi um dos seus principais trabalhos. Como foi concebido e tomou essa pro-porção de hoje?Dr. Matsudo: Durante a residência, cria-mos em São Caetano esse Centro de Es-tudos, o CELAFISCS, que é uma instituição que visa desenvolver atividades acadêmi-cas e de pesquisa procurando analisar a relação entre atividade física e saúde. Em paralelo, fui convidado pelo Departamen-to de Medicina Social da Faculdade para dar aula aos alunos do terceiro ano sobre Pediatria do Exercício. Quando o Dr. José da Silva Guedes se tornou Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, me convi-dou para fazer um programa para motivar a população a fazer atividade física. Cria-mos então, em 1997, o Agita São Paulo, que, por meio de diversas ações em esco-las públicas e outras instituições, fala da importância de as pessoas fazerem pelo menos 30 minutos de atividade física por dia. Esse trabalho ficou tão conhecido in-ternacionalmente que países como Colôm-bia, Costa Rica, Argentina, entre outros, começaram a nos procurar para ajudá-los

a fazer programas semelhantes e, sur-giu então o Agita Mundo Network, que está presente em 72 países. O senhor sempre envolveu esses projetos com a Santa Casa?Dr. Matsudo: A Santa Casa sempre teve um lugar de destaque na minha carreira. E em 2015 tivemos um gran-de avanço. Eu, o Dr. Paulo Kertzman e o Dr. Guedes conseguimos, com o Departamento de Clínica Médica, que incluíssem na anamnese de rotina dos pacientes a pergunta sobre a realiza-ção ou não de atividade física. Porque o objetivo é e sempre foi mudar a men-talidade das pessoas de que saúde não se constrói com remédios. Todas as evidências que eu tenho mostram que tudo que você faz com comprimi-do, faz melhor com atividade física.

Texto: Juliana Klein

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Agitou o mundo!• Na década de 1990, quando criou

o programa Agita São Paulo, o Dr. Victor Matsudo tinha o desafio de mudar a realidade do Estado de São Paulo, que possuía um quadro de 70% de paulistas sedentários, ou seja, 7 em cada 10 pessoas.

• O projeto já possui 18 anos e são mais de 500 mil pessoas por ano que passaram a caminhar, abandonando os hábitos sedentários.

• O Banco Mundial chegou à conclusão de que São Paulo está economizando R$310 milhões por ano no setor da saúde por conta do Agita São Paulo

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NO PORTAL DOS EX-ALUNOS.

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N O S S A C A P ADR. JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL

Sério, mas com um sorriso paca-to e que conforta a todos que o conhecem, o novo provedor da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo, Dr. José Luiz Setúbal, formou-se em 1981, pela 14ª turma da Faculdade de Ciências Médi-cas da Santa Casa (FCMSCSP). Assumiu a provedoria no dia 9 de junho de 2015, marcando para sempre na história como o primeiro ex-aluno da FCM da Santa Casa a ocupar o cargo. O quinto dos sete filhos do empresário Olavo Setúbal, que foi presidente do Ban-co Itaú, o médico revela que nunca sofreu pressão da família para seguir a carreira de banqueiro, então decidiu fazer medici-na e, hoje, mais do que nunca, tem a cer-teza de que escolheu a profissão certa, especialmente por tê-la cursado na San-ta Casa. “A formação que eu tive aqui foi uma continuação da minha vida familiar e escolar, que prezava por uma educação mais humanista”, conta o médico. Segundo ele, seus tempos na Faculdade ocorreram de forma tranquila, sempre como um bom aluno e com boas atribui-ções. No entanto, a época no Brasil era marcada pela ditadura, a qual gerou di-versos atos políticos que chegaram tam-bém aos alunos da FCM da Santa Casa. Por conta disso, o Dr. Setúbal conta que era comum os alunos decretarem greve. Médico pediatra, o novo provedor relem-bra que no último ano da faculdade, de-cidiu pela área porque achava fascinante assistir e cuidar da evolução das crian-ças, praticando uma medicina preventiva. Sua vontade era cursar pediatria na pró-pria Santa Casa, mas infelizmente esse desejo não aconteceu. “Na época, havia

Primeiro ex-aluno a ocupar a provedoria da Irmandade, Dr. José Luiz Setúbal tem muito mais a realizar no quadrilátero do que apenas colocar as finanças em dia

Ele e todos pela Santa Casa!

PerfilO que faz no tempo livre: Leio, ouço música, faço atividade física e saio com os amigos.

Livro: Fedon, de Platão

Hobby: Eu adoro operar

Idade: 58 anos

Quem mais admira na vida: Meu pai

Professor inesquecível: Dr. Julio Toporovski

Como define sua personalidade: Sou uma pessoa que trabalha em equipe, uma liderança que vai tentar realizar as mudanças que a Santa Casa precisa. Mas sou uma pessoa que ouve muito também, me considero um democrata.

Filme: Entre muitos outros, gosto do Pach Adams - O amor é contagioso, pela mensagem para a pediatria.

Personalidade: Mahatma Gandhi

Mensagem aos futuros médicos: “Gostaria de ser lembrado como elemento de uma equipe, e gostaria que a minha contribuição fosse avaliada como a de alguém que executou decisões tomadas por esse coletivo”, Nelson Mandela.

12 alunos na faculdade que queriam fa-zer pediatria e existia exatamente o mes-mo número de vagas para residência na área. Mas o que aconteceu é que, como fazíamos muita greve, acredito que isso desagradou os médicos chefes e, quando prestamos o exame para residência, ape-nas dois alunos entraram. Uma colega, a Dra. Maria Cecília, e eu entramos como primeiro e segundo estagiários. Os dois residentes aprovados desistiram mais para frente porque seguiram carreira mi-litar, na sequência, eu e a Dra. Maria Cecí-lia assumiríamos a residência, no entan-to, eu fiquei muito irritado e prestei um exame na USP, fui aprovado e decidi fazer lá a residência em pediatria”, expõe. Após dois anos de residência, certo de que não queria seguir a carreira acadêmi-ca, Dr. Setúbal foi fazer um estágio com os professores da própria Irmandade no Hospital Emílio Ribas, com o Dr. Paulo Ayrosa Galvão e a Dra. Marinela Della Ne-gra. No final da sua residência na USP, foi convidado para trabalhar na área de pe-diatria em um Hospital que estava come-çando, o Evaldo Foz, que na época era li-gado a Interclínicas. Lá ficou por 25 anos, sendo nos últimos dez responsável pelo departamento de pediatria.

Texto: Juliana Klein

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AMOR ÀS CRIANÇASO Dr. José Luiz Setúbal é um exímio co-nhecido na área de pediatria, especial-mente por sua grande realização no Hos-pital Infantil Sabará, o qual assumiu em 2005 transformando-o em uma institui-ção com selo de qualidade internacional. De acordo com o médico, tudo começou em 2004, quando decidiu sair do hospital Evaldo Foz e tirar um ano sabático. “Eu já estava muito satisfeito profissionalmen-te, era um pediatra de sucesso, tinha também uma clínica grande com colegas, mas resolvi tirar um tempo para cuidar da alma, estudar filosofia e música; e duran-te esse ano aconteceram coisas que fo-ram fundamentais na minha história para eu chegar ao Sabará e à Santa Casa”, afir-ma Dr. Setúbal. De acordo com o provedor, sua irmã esta-va montando uma Fundação familiar e pe-diu a ele que a ajudasse porque gostaria, entre outras coisas, que essa instituição trabalhasse com saúde preventiva. Em paralelo, o Dr. Luiz Arnaldo Szutan tinha sido nomeado para ser diretor do curso de medicina da Irmandade e o procurou para ajudá-lo em um projeto com os ex--alunos. “Por esses dois motivos eu me reaproximei da Santa Casa. E, estudando sobre Fundações, descobri que o único jeito de ajudar a Faculdade era entrando para a Irmandade. Nessa época, inclusi-ve, andando por aqui, conheci o Dr. Fre-derico Bourroul, que estava com essas mesmas ideias e me indicou para ser um dos irmãos, foi quando entrei para o con-selho da Irmandade”, explica. Para transformar ainda todas essas ini-ciativas em realidade, ele cursou MBA em economia da saúde na Unifesp. Nessa

No entanto, o pediatra faz uma observa-ção importante para o futuro da Faculda-de no mercado. “Ela pode ainda se tornar uma faculdade muito maior do que já é, mas para isso é necessário mudar algu-mas coisas. A nossa Pós ainda não está entre as dez melhores. Além disso, como faculdade, poderia melhorar a área de pesquisa. Ela é uma graduação muito forte, mas não forma pesquisadores ou pós-graduados no mesmo nível”, aponta o provedor que completa ainda que não consegue conceber a Faculdade diferente da Irmandade. “O seu nível tem que estar o mais próximo possível. Como provedor da Irmandade eu não tenho nenhuma interferência. Mas tenho várias ideias e sugestões. Tenho conversado com as pessoas da Fundação, porque acho que as mudanças que forem feitas aqui, de-vem ser feitas lá. São áreas de ensino que precisam caminhar junto com a Faculda-de. Por exemplo, a parte de pesquisa está aqui, será que não deveria estar lá? Tem muita coisa que acho que deveria ser in-tegrada”. Já como novo provedor da Irmandade, o Dr. José Luiz Setúbal tem diversos desa-fios pela frente, que vão muito além do econômico-financeiro. “O maior de todos realmente é o financeiro, mas algumas coisas me surpreenderam. Eu deixei de frequentar os corredores da Irmandade há 34 anos. Agora, voltei das mesas da Toca para entrar na enfermaria, visitar os departamentos e, para minha surpresa, têm locais que estão iguais a quando eu era aluno. Então esse é outro desafio que eu não imaginava que iria ter. Mas vamos em frente”, encoraja. O médico considera que a razão de ele estar na Irmandade é por ter uma ligação afetiva e, ao mesmo tempo, ser atraído pela magia do quadrilátero. “O fato de a Irmandade nunca ter parado de funcionar mesmo com todos os percalços que ela teve, com certeza é pela empatia que as pessoas têm com a instituição, isso vai desde os alunos até os colaboradores, todos que têm contato com a Irmanda-de se apaixonam. E os alunos que ficam, principalmente, é por conta da febre dos tijolinhos. Então eu acho que a razão de eu estar aqui é porque também fui con-taminado. Poderia ajudar diversas outras instituições com causas tão maiores ou mais importantes que as da Santa Casa, mas eu escolhi ficar aqui”, finaliza.

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mesma época surgiu a possibilidade de investir no Hospital Sabará, para que no futuro esse hospital pudesse gerar caixa para financiar pesquisa em ensino e saúde infantil e, tam-bém, ajudar a Irmandade, além dos outros projetos que desenvolveu com a irmã e o Dr. Luiz Arnaldo Szutan. “O primeiro projeto que eu financiei foi a reformulação da biblioteca, para informatizar e modernizar. No ano se-guinte, a Fundação da minha irmã já estava funcionando e fizemos um pro-jeto com alunos lá no bairro de São Miguel, de ensino a distância. Sem contar as bolsas de intercâmbio de iniciação científica, que durou cerca de quatro anos. Foram vários projetos que ajudaram muito a Irmandade”, revela.

A SANTA, SEU DESTINO!O Dr. José Luiz Setúbal acredita que sua vida profissional, embora alguns anos longe da Irmandade, deve ser de agradecimento ao quadrilátero mais famoso do País, pois foi o seu berço na medicina. “Foi aqui que eu aprendi a ser médico, e isso foi muito impor-tante para eu ter me tornado um bom profissional”, orgulha-se.

“O fato de a Irmandade nunca ter parado de

funcionar mesmo com todos os percalços que ela

teve, com certeza é pela empatia que as pessoas

têm com a instituição”

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E L E I Ç Õ E S

Nova Diretoria AEASC

A AEASC tem a honra de apresentar a nova diretoria para o biênio 2015-2017. Com a experiência dos antigos e o engajamento dos novos, esperamos ótimas realizações.

2015-2017

PRESIDENTE: Dr. Celso de Oliveira

12ª Turma

DIRETOR SECRETÁRIO: Dr. Oswaldo Cudizio Filho

10ª Turma

DEPTO. DE CULTURA: Dr. Roberto Mitiaki Endo

1ª Turma

VICE-PRESIDENTE: Dr. Lister de Macedo Leandro

7ª Turma

DIRETOR ADMINISTRATIVO: Dr. Murillo P. Fraga

34ª Turma

DEPTO. DE COMUNICAÇÃO: Andraus Kehde

11ª Turma

DIRETOR SOCIAL: Dr. João Carlos Chazanas

18ª Turma

DEPTO. DE PATRIMÔNIO: Dr. Paulo F. Kertzman

19ª Turma

DEPTO. DE PATRIMÔNIO: Dr. Marcio Rosa Pagan

27ª Turma

DIRETOR CIENTÍFICO: Dr. Marcos Broglio

31ª Turma

CONSELHO DEPARTAMENTAL

DIRETORIA

PRESIDÊNCIA

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RECADO: Ex-aluno, se você defendeu sua tese em outra instituição entre em contato

conosco. E-mail: [email protected]

M O V I M E N T A A A E A S CFATOS E DESTAQUES DOS EX-ALUNOS DA SANTA

Ex-alunos na internetA AEASC convida você, ex-aluno, a participar da sua comunidade on-line. A proposta é unir e promover a confrater-nização dos alunos que fizeram e fazem parte da história dessa instituição. Entre, faça o cadastro, confira as fotos, mande a sua opinião e tenha um canal aberto para marcar encontros e disseminar o aprendizado que recebeu no tempo de estudante. Acesse: www.aeasc.org.br

Dizer adeus, jamais! A cada ano novas turmas se formam na Faculdade da Santa Casa, mas isso não quer dizer que eles estão dando adeus à Irmandade, pelo contrário, quem é contagiado pelo quadrilátero mais fa-moso do Brasil nunca mais consegue se afastar. Portanto, é com imenso prazer que toda a equipe da AEASC dá as boas--vindas aos novos ex-alunos deste ano. Com essa nova turma de 2015, totaliza-mos o número de 48 turmas formadas.

A Faculdade da Santa Casa não se destaca no mercado por ser apenas uma excelente instituição de ensino, ela ganha os holofotes porque todos os anos formam também, na pós-graduação, médicos que conti-nuam contribuindo e disseminando o aprendizado e inovações na me-dicina. Como é o caso dos nossos médicos Dr. Pedro Shiozawa, da 42ª turma, Celso de Castro Pochini, da 29ª turma, Taciane Brinca Soares Sa-liture, da 36ª turma, e Tarissa Beatrice Zanata Petry, da 38ª turma que defendem este ano a sua tese de doutorado, além do Dr. Fábio Rodri-gues Thuler, da 34ª turma, Tanira Gomes de Toledo Barros, da 9ª turma e Karina Moraes Kiso, da 42ª, turma que defendem tese de mestrado. A AEASC tem a honra de parabenizar os médicos por mais essa realização.

Velhos de guerraNo dia 15 de agosto, os mem-bros da AEASC se reuniram para um almoço de confraterni-zação em um dos lugares que mais marcaram, e ainda marca, os alunos e ex-alunos da Irmandade Santa Casa, a Toca. Foram mais de 70 pessoas presentes que se juntaram em um dia harmonioso e animador para não só aproveitar a boa comida como também desfrutar de um bom papo e relembrar momentos marcantes. Foi um festão e tanto que garantiu o espírito da reunião! Estiveram presentes colegas de várias tur-mas, desde a 1ª até a 31ª, com destaque para o pessoal da 7ª turma que garantiu a presença mais expressiva. Aqueles que por algum motivo não puderam comparecer, não percam a próxima pois a oportunidade de reencontrar os amigos queridos vale muito a pena.

Honra ao Mérito

Fique de olhoAgora você, ex-aluno, vai poder partici-par mais ativamente de tudo que acon-tece com a AEASC, além de reencontrar aquele amigo querido da turma ou planejar o próximo encontro. Em breve teremos um canal também na Rede So-cial Facebook. Não deixe de participar, contamos com você para manter viva a chama da amizade e amor pela medici-na de todos que passaram pela Santa. Seja bem-vindo sempre!

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DR. CARLOS ALBERTO SAAD 5ª TURMA, 1986

À Santa Casa com carinho

P O R O N D E A N D AC O M O V O C Ê E S T Á

A Faculdade de Ciências Médi-cas da Santa Casa (FCMSCSP), em 1966, apesar de ser parti-cular, já era sugerida pelos

professores de cursinhos como a me-lhor faculdade entre as cinco melho-res de medicina na época. Por isso, o médico psiquiatra Dr. Carlos Alberto Saad, conhecido pelos colegas de tur-ma como Saadão, cursou medicina na quinta turma, mudando para sempre o seu destino. “Era uma faculdade den-tro de um grande hospital, o paciente e sua doença eram vistos sempre por um ângulo biopsicossocial. Sem contar que a grade curricular colocava o aluno em contato direto com o paciente des-de o primeiro ano”, afirma o Dr. Saad.

SUA VIDA NO QUADRILÁTEROEntrando pelos portões da Santa Casa no primeiro ano, o Dr. Saad se entre-gou a uma nova vida. Logo de início, no processo de trote nos calouros, como passou por um teste vocal, foi escolhido para participar do Coro da Faculdade. No ano seguinte, já parti-cipava de um encontro “Latino Ame-ricano de Canto Coral”, no Chile, que ampliou sua visão a respeito dos ir-mãos sul-americanos. “Participei do Coral ‘velho’ durante todo o curso e mesmo um pouco depois dele, viven-do o prazer dessa atividade, e tendo como modelo humano o genial maes-tro Samuel Kerr, mesmo nos tempos de opressão no Brasil, ele nos fez li-bertar a voz e nos conduziu pela criati-vidade das músicas sacras às músicas folclóricas e populares. Quem partici-pou dessa experiência libertadora chega a dizer que essa foi a vivência mais importante do curso de medici-na. Aí me incluo”, confessa.Outra figura inesquecível para o psi-quiatra foi o Dr. Emílio Athiê, funda-dor da faculdade. Na época em que se tornou representante dos alunos,

Saad participava com ele de largas dis-cussões em torno dos temas acadêmicos, muitas vezes se opunham como inimigos, mas nada além das calorosas discussões. “Já quando nos encontrávamos durante o trabalho, deixava à minha disposição seu enorme conhecimento cirúrgico, envolto em afeto e disposição. Foi um pai querido e rigoroso”, declara. Um terceiro personagem da Irmandade que ele também relembra com carinho foi o Dr. Enzo Azzi, pois o considerava culto, eclético e um formidável didata. “Ele nos obrigava a pensar. Tratava um mesmo tema da perspectiva humanista e natura-lista. Era o coordenador do departamento de psiquiatria que nessa época só ofere-cia aulas, não fazíamos atendimento, só visitávamos o Juqueri para vermos algum paciente. Em 1971 o departamento rece-beu verbas do Ministério da Saúde e do Governo do Estado para que se criasse um serviço de atendimento, já que a do-ença mental passava a ser uma priorida-de da Política de Saúde”, relembra.

BOAS RECORDAÇÕESDe acordo com o Dr. Carlos Alberto Saad, ele teve o privilégio de fazer sua residên-cia em psiquiatria na própria Irmandade. Já era monitor e coordenador do curso de Relacionamento Médico-Paciente desde o quarto ano. Em seguida, foi contratado como professor instrutor do Departamen-to, no qual ficou por um ano. Quando foi demitido, junto com 28 outros professo-res porque prevaleceu no departamento o grupo que representava a ala da psiquia-tria manicomial, o Dr. José da Silva Gue-des o contratou para o Departamento de Medicina Social, para criar um programa piloto de Saúde Mental em Saúde Públi-ca, no Centro de Saúde Experimental da Barra Funda. Lá por 11 anos, o Dr. Saad considera ter sido uma das experiências mais enrique-cedoras da sua vida médica. Depois, o Dr. Guedes o levou por um tempo para a

Secretaria de Higiene e, junto com outros, implantou o Programa de Saúde Mental na região norte da cidade. “Querido até hoje. Sempre que penso que vou precisar de ajuda, ou conversar com um pai, pen-so no Dr.Guedes”, relembra com carinho. O psiquiatra Dr. Saad termina dizendo que gostou de tudo em medicina, adora-va conviver com os colegas por tempo tão longo. “Gostaria ainda de contar histórias a respeito de cada um e saber daqueles que há muito não vejo”, não podendo fa-zer isso, pergunta por dois de sua turma: “Como está nossa musa Sandra Guerra e por onde anda nosso cantor das noites Luiz Krepe?”, questiona e finaliza.

No meu tempo livre: durmoEstou lendo: “A máquina de fazer espanhóis”, de Walter Hugo MãeHobby: CozinharIdade: 72 anosUma pessoa marcante: Dr. Mário Carlos Sposati e a Dra. Cecília Corrêa (Dra. Ciça)Um professor da Faculdade: Dr. José da Silva GuedesPersonalidade: extrovertido, afetivo, dedicado ao trabalho e reflexivo

Filme: Fatal, Morte em Veneza e Meia noite em Paris.Quem admira: Primeira Ministra da Alemanha - Ângela MerkelMensagem: Caros colegas, vocês estão em uma Faculdade que tem História e Identidade. Fiquem atentos à crise econômica pela qual vem passando, e sempre passou desde que a conheço, não busquem soluções que a desfigurem.

Perfil

“Gostaria ainda de contar histórias a respeito de cada um e saber daqueles que há muito não vejo”