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I – 1.1 Normas para o Controle de Infecções e Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis Preparado y escrito por el SGNA Practice Committee (Comité de Práctica de la SGNA) y adoptado por el SGNA Board of Directors (Junta Directiva de la SGNA), 1996. Traducción realizada con una subvención educativa de Johson & Johnson Medical, 1999. Introdução Essas normas são apresentadas em conjunto pela Society of Gastroenterology Nurses and Associates (SGNA) e American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE) como uma diretriz para ser usada em todos os procedimentos, nos quais a endoscopia gastrointestinal é praticada. Essas normas complementam a declaração de posição de 1996: "Reprocessing of Flexible Gastrointestinal Endoscopes" (Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis), publicado em 1996 pela SGNA e ASGE e servem como um documento de interpretação para o ASTM F 1518-94 "Standard Practice for Cleaning and Disinfection of Flexible Fiberoptic and Video Endoscope Used in the Examination of the Hollow Viscera" (Prática Padrão para Limpeza e Desinfecção de Endoscópios de Fibra Ótica Flexíveis e Endoscópios de Vídeo Usados no Exame de Vísceras Ocas". O reprocessamento adequado de endoscópios e acessórios é crucial para o tratamento seguro e bem- sucedido dos pacientes. A SGNA e ASGE dão suporte às pesquisas nas áreas de projeto de endoscópios e incentivam os fabricantes a desenvolverem endoscópios gastrointestinais flexíveis, que possam ser facilmente desmontados para o reprocessamento e verificação de limpeza, bem como para a desinfecção de alto grau. Como os endoscópios, que não podem ser imersos em líquido, não podem ser adequadamente limpos, o uso de endoscópios não-imersíveis não é mais aceitável. Pessoal Somente pessoas que possam ler, entender e executar as instruções adequadas sobre limpeza e desinfecção de alto grau de endoscópios gastrointestinais e acessórios podem ser responsáveis pelo reprocessamento de tais instrumentos. Além disso, tais pessoas devem atender aos padrões anuais de aptidão para o reprocessamento de endoscópios. Os funcionários temporários não devem ter permissão para limpar ou desinfetar instrumentos nos sistemas de reprocessamento manuais ou automatizados. Instrução e Treinamento Toda a equipe em qualquer procedimento, que envolva a endoscopia gastrointestinal, deve adotar os princípios para o controle de infecções, que manterão um ambiente seguro e livre da possibilidade de propagação de doenças aos pacientes e colaboradores. Isso independe do tipo e variedade do procedimento (ou seja, hospital, clínica ou consultório) gastrointestinal. A instrução para o controle de infecções, por essa razão, é uma parte crítica da orientação e instrução contínua para todo o pessoal, incluindo os médicos, enfermeiras e pessoal assistente, que trabalham no procedimento de endoscopia gastrointestinal. Os componentes desse programa educacional devem incluir 1) precauções universais, 2) regras da Occupational Safety and Health Administration (OSHA) sobre a exposição ocupacional a patogênicos transmissíveis por sangue (OSHA Lei 29 CRF parte 1910), 3) procedimentos de reprocesamento para equipamentos de endoscópio e acessórios, 4) mecanismos de transmissão de doenças, 5) manutenção de um ambiente de trabalho seguro, 6) manuseio seguro de germicidas químicos líquidos e 7) procedimentos para gestão de resíduos. Atualizações anuais são recomendadas, a fim de sempre estar atualizado com as normas e diretrizes vigentes dos fabricantes. Em cada procedimento de endoscopia, é preciso decidir o número e categoria do pessoal, que será responsável pelo reprocessamento do instrumento. Todas as pessoas envolvidas, mesmo ocasionalmente, devem ser treinadas e seu desempenho, submetido a uma análise periódica e instrução contínua. Todos aqueles que reprocessam os endoscópios e acessórios necessitam de um conhecimento mais detalhado sobre os instrumentos e métodos específicos, necessários para produzirem um instrumento seguro para o uso. Esse conhecimento é adquirido através da repetição e da orientação de um instrutor. Deve haver uma documentação da conclusão da análise da orientação inicial, para o controle de infecções/aptidão para o reprocessamento, e da análise subsequente anual da aptidão e da atualização do controle de infecções para

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Toda a equipe em qualquer procedimento, que envolva a endoscopia gastrointestinal, deve adotar os princípios para o controle de infecções, que manterão um ambiente seguro e livre da possibilidade de propagação de doenças aos pacientes e colaboradores. Isso independe do tipo e variedade do procedimento (ou seja, hospital, clínica ou consultório) gastrointestinal. Introdução I – 1.1

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Normas para o Controle de Infecções e Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis Preparado y escrito por el SGNA Practice Committee (Comité de Práctica de la SGNA) y adoptado por el SGNA Board of Directors (Junta Directiva de la SGNA), 1996. Traducción realizada con una subvención educativa de Johson & Johnson Medical, 1999. Introdução Essas normas são apresentadas em conjunto pela Society of Gastroenterology Nurses and Associates (SGNA) e American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE) como uma diretriz para ser usada em todos os procedimentos, nos quais a endoscopia gastrointestinal é praticada. Essas normas complementam a declaração de posição de 1996: "Reprocessing of Flexible Gastrointestinal Endoscopes" (Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis), publicado em 1996 pela SGNA e ASGE e servem como um documento de interpretação para o ASTM F 1518-94 "Standard Practice for Cleaning and Disinfection of Flexible Fiberoptic and Video Endoscope Used in the Examination of the Hollow Viscera" (Prática Padrão para Limpeza e Desinfecção de Endoscópios de Fibra Ótica Flexíveis e Endoscópios de Vídeo Usados no Exame de Vísceras Ocas". O reprocessamento adequado de endoscópios e acessórios é crucial para o tratamento seguro e bem-sucedido dos pacientes. A SGNA e ASGE dão suporte às pesquisas nas áreas de projeto de endoscópios e incentivam os fabricantes a desenvolverem endoscópios gastrointestinais flexíveis, que possam ser facilmente desmontados para o reprocessamento e verificação de limpeza, bem como para a desinfecção de alto grau. Como os endoscópios, que não podem ser imersos em líquido, não podem ser adequadamente limpos, o uso de endoscópios não-imersíveis não é mais aceitável. Pessoal Somente pessoas que possam ler, entender e executar as instruções adequadas sobre limpeza e desinfecção de alto grau de endoscópios gastrointestinais e acessórios podem ser responsáveis pelo reprocessamento de tais instrumentos. Além disso, tais pessoas devem atender aos padrões anuais de aptidão para o reprocessamento de endoscópios. Os funcionários temporários não devem ter permissão para limpar ou desinfetar instrumentos nos sistemas de reprocessamento manuais ou automatizados.

Instrução e Treinamento Toda a equipe em qualquer procedimento, que envolva a endoscopia gastrointestinal, deve adotar os princípios para o controle de infecções, que manterão um ambiente seguro e livre da possibilidade de propagação de doenças aos pacientes e colaboradores. Isso independe do tipo e variedade do procedimento (ou seja, hospital, clínica ou consultório) gastrointestinal. A instrução para o controle de infecções, por essa razão, é uma parte crítica da orientação e instrução contínua para todo o pessoal, incluindo os médicos, enfermeiras e pessoal assistente, que trabalham no procedimento de endoscopia gastrointestinal. Os componentes desse programa educacional devem incluir 1) precauções universais, 2) regras da Occupational Safety and Health Administration (OSHA) sobre a exposição ocupacional a patogênicos transmissíveis por sangue (OSHA Lei 29 CRF parte 1910), 3) procedimentos de reprocesamento para equipamentos de endoscópio e acessórios, 4) mecanismos de transmissão de doenças, 5) manutenção de um ambiente de trabalho seguro, 6) manuseio seguro de germicidas químicos líquidos e 7) procedimentos para gestão de resíduos. Atualizações anuais são recomendadas, a fim de sempre estar atualizado com as normas e diretrizes vigentes dos fabricantes. Em cada procedimento de endoscopia, é preciso decidir o número e categoria do pessoal, que será responsável pelo reprocessamento do instrumento. Todas as pessoas envolvidas, mesmo ocasionalmente, devem ser treinadas e seu desempenho, submetido a uma análise periódica e instrução contínua. Todos aqueles que reprocessam os endoscópios e acessórios necessitam de um conhecimento mais detalhado sobre os instrumentos e métodos específicos, necessários para produzirem um instrumento seguro para o uso. Esse conhecimento é adquirido através da repetição e da orientação de um instrutor. Deve haver uma documentação da conclusão da análise da orientação inicial, para o controle de infecções/aptidão para o reprocessamento, e da análise subsequente anual da aptidão e da atualização do controle de infecções para

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cada indivíduo que reprocesse instrumentos. (Veja Anexo I e II. Exemplos de Formatos de Aptidão para o Reprocessamento). Garantia da Qualidade Cada procedimento, que envolve a endoscopia gastrointestinal, deve ter um programa de garantia da qualidade eficaz, com enfoque especial na limpeza e desinfecção de alto grau dos endoscópios flexíveis. Os elementos do programa de garantia da qualidade incluem a supervisão, treinamento, análise anual da aptidão, métodos de garantir a disponibilidade de equipamentos e suprimentos apropriados e procedimentos para os relatórios de infecções. O pessoal da supervisão deve estar familiarizado com os princípios e práticas para o reprocessamento de instrumentos, se tiverem de treinar e monitorar a equipe. Os supervisores instruídos também devem incutir aos grupos de pares e subordinados a importância dessas funções. Deve haver uma política de adoção invariável ao protocolo de processo. O protocolo e sua implementação devem ser analisados periodicamente, para assegurar que estão sendo seguidos como rotina e que não há nenhuma informação nova que requeira uma modificação no protocolo. As modificações devem ser feitas com cuidado. As consultas a um consultor de controle de infecções devem ser consideradas, quando forem feitas as modificações no protocolo de reprocessamento. As modificações do processo e protocolo devem ser documentadas. Deve haver uma pessoa designada no procedimento de endoscopia, para monitorar a conformidade com o protocolo de reprocessamento. O entendimento e desempenho de cada indivíduo envolvido no reprocessamento deve ser analisado, no mínimo, anualmente. A monitoração dos germicidas químicos líquidos, quanto a sua concentração mínima eficaz, deve ser feita, no mínimo, a cada dia de uso. Um registro dos resultados deve ser mantido. Os germicidas químicos líquidos devem ser trocados quando a solução não atender à sua concentração mínima eficaz ou exceder à vida útil

recomendada pelo fabricante ou o que ocorrer primeiro. A monitoração dos níveis do vapor do gremicida químico líquido deve ser feita anualmente e sempre que ocorrer uma mudança na fase de desinfecção do protocolo de reprocessamento, for utilizado um germicida químico líquido diferente ou um membro da equipe apresentar sintomas de exposição excessiva. Um plano de manutenção preventiva deve ser estabelecido para todos os reprocessadores automatizados. Os controles de qualidade recomendados pelos fabricantes devem ser adotados e documentados. Os responsáveis pelo controle de infecções devem ser informados das infecções identificadas. A cultura de rotina dos endoscópios não é recomendada, porém pode ser feita no caso de um surto identificado. Salas de Procedimento Para evitar a contaminação cruzada em uma sala de procedimento endoscópico, a maioria das áreas da sala devem ser designadas como áreas limpas. As áreas contaminadas, nas quais os acessórios e amostras são manuseados, devem estar separadas das áreas limpas. Todas as áreas contaminadas devem ser limpas e descontaminadas entre cada paciente, com um desinfetante de grau hospital registrado no EPA. As salas de pressão negativa ou salas com ar circulado por filtros HEPA são recomendadas, quando a endoscopia é realizada em pacientes que apresentem ou sejam suspeitos de apresentarem tuberculose. Sala de Reprocessamento O reprocessamento de equipamentos de pacientes contaminados deve ocorrer em uma área destinada e dedicada a essa função. Isso pode ser feito em uma sala separada da sala onde os procedimentos endoscópicos são realizados. Os códigos locais e estaduais e diretrizes federais vigentes devem ser incorporados no projeto de qualquer área de reprocessamento. As considerações incluem espaço adequado para as atividades de reprocessamento, fluxo de ar apropriado e requisitos de ventilação, padrões de fluxo de trabalho, superfícies de trabalho, iluminação, utilidades adequadas, tais como suporte elétrico e de água, instalações de lavagem de mão e de lava-olho, capacidade de secagem a ar e armazenamento.

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Água de torneira e/ou água filtrada por filtros de 0,2 microns ou água de qualidade equivalente deve estar disponível na área de reprocessamento. Pode ser utilizada água estéril em frasco. Os reagentes necessários para o reprocessamento incluem uma formulação de detergente enzimático não-espumoso e recomendado para endoscópios, um germicida químico transparente e líquido, aprovado pelo FDA e apropriado para a desinfecção de alto grau dos esndocópios, e álcool isopropílico a 70%. Um desinfetante de grau hospital e registrado no EPA deve ser usado para a limpeza de superfícies. Plano de Refreamento de Derramamento de Germicida Químico Líquido Cada procedimento de endoscopia deve ter um plano específico de refreamento de derramamento para o germicida químico liquido usado. As informações da Folha de Dados de Segurança do Material (MSDS) específica devem ser incorporadas ao plano. O plano deve incluir os procedimentos por escrito para as ações para refrear o derramamento e desativar o produto químico, um plano de comunicação intra e interdepartamento e um plano de evacuação. Todas as pessoas, que trabalham no procedimento, devem ser treinadas na movimentação segura de germicidas químicos líquidos e procedimentos de refreamento de derramamento, após designação ao departamento e anualmente depois dessa designação. Protocolo de Reprocessamento O protocolo de reprocessamento apresentado aqui define as etapas básicas para limpar e executar a desinfecção de alto grau de endoscópios gastrointestinais. As instruções do fabricante devem sempre ser consultadas quanto às características únicas do projeto de um instrumento, que requer um reprocessamento específico e detalhado. 1. Preparar o Endoscópio para Limpeza

As etapas iniciais do protocolo de reprocessamento têm início na sala do paciente, imediatamente após a remoção do tubo de inserção do paciente e antes de tirar o endoscópio da fonte de energia elétrica.

Tenha disponível:

• Equipamento de proteção individual (luvas, proteção visual, avental impermeável).

• Recipiente com solução de detergente enzimático

• Esponja ou pano macio sem fiapos. • Adaptadores de limpeza do canal de ar e água,

de acordo com as instruções do fabricante. • Tampa protetora de vídeo.

Imediatamente após retirar o endoscópio do paciente, limpe o tubo de inserção com um pano úmido e macio ou esponja embebida em solução de detergente enzimático recentemente preparada.

• Descarte o pano/esponja entre cada limpeza Coloque a ponta distal do endoscópio na solução de detergente enzimático. Aspire a solução pelo canal de biópsia/sucção até a solução estar visivelmente limpa. Alterne, aspirando a solução detergente e ar várias vezes. Finalize, aspirando ar.

• A sucção alternada de fluido e ar é mais eficaz

que apenas a sucção de fluido na remoção de resíduos dos lúmens internos.

• Jatear imediatamente os canais de biópsia/sucção e de ar/água evita a secagem dos resíduos orgânicos e inorgânicos nas superfícies dos lúmens e pode remover um grande número de microorganismos.

Lave ou expurgue os canais de ar e água em conformidade com as instruções do fabricante do endoscópio.

Desligue o endoscópio da fonte de energia elétrica e da bomba de sucção.

Coloque a tampa protetora de vídeo.

Transfira o endoscópio, para a área de reprocessamento, em um recipiente fechado.

• Os recipientes, pias e cubas devem ser grandes o

suficiente para que os endoscópios não sejam danificados por estarem enrolados em local muito apertado.

• O recipiente evitará a contaminação durante o transporte.

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• O reprocessamento deve ocorrer em uma sala separada da sala de procedimento.

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2. Limpar o Endoscópio na Área de Reprecessamento

Tenha disponível:

• Equipamento de proteção individual (luvas,

proteção visual, avental impermeável). • Equipamento de verificação de vazamento. • Adaptadores de limpeza de canal (de acordo com

as instruções do fabricante). • Cubas grandes de solução de detergente

enzimático, preparada de acordo com as instruções do fabricante.

• Escovas de limpeza de canal e esfregaços de limpeza sem fiapos.

• Esponja e/ou pano sem fiapos. 3. Teste de Vazamento Faça o teste de vazamento nos endoscópios,

seguindo as instruções do fabricante. Prenda o verificador de vazamento e pressurize o

instrumento, antes de submergi-lo na água. Retire as peças destacáveis do endoscópio. Com o endoscópio pressurizado e completamente

submerso, flexione a parte distal do instrumento em todas as direções. Observe o tubo de inserção, a seção distal de flexão e o cabo universal quanto a bolhas no interior do instrumento.

• O teste de vazamento detectará danos na parte

interna ou externa do endoscópio. O teste de vazamento é feito antes da imersão do endoscópio nas soluções de reprocessamento, a fim de minimizar os danos às peças do endoscópio que não são projetadas para exposição a fluidos.

Siga as instruções do fabricante, se um

vazamento for detectado ou o endoscópio estiver danificado.

4. Limpeza A limpeza mecânica é a primeira e mais importante

etapa na remoção da carga microbiana de um endoscópio. Os resíduos remanescentes podem

inativar ou interferir na capacidade do ingrediente ativo do germicida químico líquido em exterminar ou inativar com eficácia os microorganismos. A limpeza dos endoscópios gastrointestinais é necessária antes da desinfecção automatizada ou manual.

Encha uma cuba ou pia com solução de água e

detergente enzimático não-espumoso recentemente preparada e compatível com o endoscópio.

Dilua de acordo com as instruções do fabricante

do detergente.

• Dependendo da formulação do detergente utilizado, a temperatura da água pode ser essencial para ativar a solução detergente.

• Use uma nova solução detergente para cada endoscópio, a fim de evitar a contaminação cruzada.

• Os detergentes não-espumosos são recomendados para que o dispositivo possa ser claramente visualizado durante o processo de limpeza, a fim de evitar ferimentos ao pessoal e permitir uma completa limpeza das superfícies do lúmem. Espuma em excesso pode inibir o bom contato do fluido com as superfícies do dispositivo.

Faça a imersão do endoscópio. Lave todos os resíduos da parte externa do

endoscópio, escovando e limpando o instrumento com um pano, enquanto estiver fazendo a imersão na solução detergente. Sempre que possível, deixe o endoscópio submerso na solução detergente, enquanto executa as outras etapas da limpeza.

• O instrumento pode ser deixado na água durante

o processo de limpeza, para evitar o respingo de fluidos contaminados.

Solte as válvulas de sucção e ar/água, a tampa do

canal de biópsia, a tampa da extremidade distal, se houver, e todas as outras peças removíveis. Descarte as peças descartáveis.

• O endoscópio deve estar completamente

desmontado, para que as superfícies possam ser atingidas durante todo o processo de limpeza.

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Use uma escova macia e pequena e/ou esfregaço de limpeza sem fiapos para limpar todas as peças removíveis, incluindo a parte interna e embaixo da válvula de sucção, válvula de ar/água e a porta da tampa da biópsia e aberturas.

• O uso de ferramentas de limpeza não-abrasivas

e sem fiapos evitará danos ao endoscópio. Escove todos os canais acessíveis do

endoscópio, incluindo o tubo de inserção, o corpo e o orifício do endoscópio. Use uma escova de tamanho compatível com cada canal.

Após cada passada, lave a escova, removendo os

resíduos visíveis em solução detergente antes de retrair e inseri-la novamente.

Continue escovando até não haver mais nenhum resíduo visível na escova.

Descarte as escovas de uso único para limpeza de

canal. Após cada uso, limpe e desinfete em alto grau as escovas reutilizáveis.

• As escovas reutilizáveis devem ser

inspecionadas após cada uso e substituídas quando estiverem desgastadas, esfiapadas, curvadas ou danificadas de outra maneira. Cerdas gastas são ineficazes na limpeza, e escovas danificadas podem danificar os canais do endoscópio.

Prenda todos os adaptadores de limpeza aos

canais de sucção, biópsia, ar e água.

Prenda os adaptadores de limpeza aos canais especiais do endoscópio (por exemplo, canal elevador, jato d'água, canais duplos).

• A fim de obter um fluxo adequado por todos os

lúmens, vários adaptadores ou limitadores de canal podem ser necessários. Consulte as instruções do fabricante.

• Como os canais elevadores desses instrumentos

têm lúmens pequenos, uma força maior da que pode ser criada por um reprocessador automatizado pode ser necessária para forçar o fluido por esses lúmens. Esses canais requerem um reprocessamento manual (todas as etapas) utilizando uma seringa de 2 a 5 cc. Embora os canais elevadores desses instrumentos tenham

adaptadores de canais, que podem ser adequados a todos os reprocessadores, esses canais devem ser reprocessados manualmente .

Lave todos os canais com solução detergente para remover os resíduos. O umedecimento prolongado dos canais na solução detergente pode ser benéfico, se houver um atraso no início do processo de limpeza.

5. Enxaguar após Limpar Enxágüe completamente o endoscópio e todas as

peças removíveis com água limpa, para remover os detritos e detergente residuais.

Purgue a água de todos os canais, usando ar forçado. Seque o exterior dos endoscópios com um pano macio e sem fiapos, para evitar a diluição do germicida químico líquido utilizado nas etapas subsequentes.

6. Desinfecção de Alto Grau A desinfecção de alto grau (HLD) é o padrão de

cuidado recomendado pela Society of Gastroenterology Nurses and Associates (SGNA), American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE), American College of Gastroenterology (ACG), American Gastroenterological Association (AGA), Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (APIC) e American Society for Testing and Materials (ASTM). Órgãos como o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e Joint Commission on Accreditation of Health Care Organizations (JCAHO) reconhecem a desinfecção de alto grau como apropriada para endoscópios gastrointestinais.

A desinfecção de alto grau destrói todos os

microorganismos vegetativos, porém não necessariamente todos os esporos bacterianos. O germicida químico líquido (LCG) utilizado para obter uma desinfecção de alto grau deve ser preparado em conformidade com as instruções do fabricante. Como os LCGs são normalmente reutilizados, eles devem ser testados para garantir que permanecem acima da sua concentração mínima eficaz. (MEC)

Há uma variedade de germicidas químicos líquidos

disponíveis, tais como o glutaraldeído, que é comercializado em várias concentrações e o ácido peracético. Em 1995, a ACG, AGA, APIC, ASGE e SGNA adotaram a seguinte posição sobre o uso de

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produtos não-surfactantes de glutaraldeído a 2%: após uma limpeza meticulosa, a desinfecção de alto grau é realizável com imersões de 20 minutos a temperatura ambiente, usando solução de glutaraldeído a 2%, testada acima de sua concentração mínima eficaz. Siga as recomendações do fabricante para obter uma desinfecção de alto grau para todos os outros germicidas químicos líquidos. Consulte "Position Statement: Reprocessing Flexible Gastrointestinal Endoscopes" (Declaração de Posição: Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis) (1996) para obter informações adicionais sobre esse assunto.

A única circunstância, que requer a esterilização de

endoscópios, é o uso em um campo operatório estéril.

7. Usar Germicidas Químicos Líquidos Prepare o germicida de acordo com as instruções

de rótulo do fabricante. Teste o germicida quanto à concentração mínima

eficaz (MEC) em cada dia de uso e mais freqüentemente, de acordo com o número de endoscópios que está sendo reprocessado.

Use a tira de teste específica para a marca do germicida. Mantenha um registro dos resultados de teste.

A MEC não pode ser usada para prolongar a vida útil alegada do germicida.

• A vida útil de um germicida químico líquido

reutilizável está relacionada a vários fatores, incluindo, mas não limitando a diluição, o tempo, a temperatura e a quantidade de usos. É importante que o nível do ingrediente ativo esteja no ou acima do nível necessário para exterminar e/ou inativar os microorganismos desejados.

8. Desinfecção Manual Faça a imersão total do endoscópio e de todas as

peças removíveis em uma cuba com germicida químico líquido (LCG). A cuba deve ter o tamanho apropriado para acomodar adequadamente o endoscópio, sem enrolar, e uma tampa com ajuste reforçado para conter os vapores do LCG.

• A fim de evitar danos ao endoscópio, não faça a imersão dos instrumentos de ponta que possam danificar potencialmente o endoscópio.

Injete o desinfetante em todos os canais do endoscópio até que possa ser visto saindo pela extremidade oposta de cada canal. Tome cuidado para que seja colocado LCG em todos os canais e que não permaneçam bolsas de ar nos canais.

• A destruição microbiana completa não ocorrerá,

a menos que todas as superfícies estejam totalmente em contato com o germicida químico líquido.

• Já que o contato não poder ser visualmente confirmado devido ao projeto do instrumento, é necessária uma perfusão, até que um fluxo constante de solução seja observado, para assegurar o contato total.

Cubra a cuba de imersão de LCG com uma tampa

de ajuste reforçado para minimizar a exposição ao vapor químico.

• A exposição aos vapores químicos pode

apresentar um risco à saúde. A área de reprocessamento deve ter controles de engenharia para garantir uma boa qualidade do ar.

Umedeça o endoscópio no LCG pelo

tempo/temperatura necessários para obter uma desinfecção de alto grau. Use um cronômetro para verificar o tempo de umedecimento.

Injete ar em todos os canais antes de remover o

endoscópio do LCG.

• Purgar o LCG dos canais preserva a concentração e volume do LCG e evita a exposição causada pelo gotejamento e derramamento.

9. Enxaguar Após a Desinfecção Manual Enxágüe completamente todas as superfícies e

canais do endoscópio, bem como suas peças removíveis, com grande quantidade de água limpa.

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• O enxágüe evita a exposição e potenciais lesões à pele e membranas mucosas por parte dos resíduos químicos.

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10. Secar Purgue todos os canais, aplicando ar.

• As bactérias, tais como a Pseudomonas aeruginosa, um contaminante comum da água de torneira e os fungos, se multiplicam nos ambientes úmidos.

• Evite usar pressão de ar excessivamente alta. Pressão de ar alta pode danificar os canais internos dos endoscópios gastrointestinais flexíveis.

Injete todos os canais, incluindo os canais dos

acessórios, com álcool até que possa ser visto saindo pela extremidade oposta de cada canal.

• O álcool isopropílico a 70-80% é empregado

como um solvente para ajudar na secagem das superfícies do canal interno. O álcool se mistura com a água que restou na superfície do canal e age favorecendo a evaporação da água residual, conforme o ar flui pelo canal.

• Use álcool novo que foi adequadamente armazenado em um recipiente fechado depois de cada uso. O álcool, quando exposto ao ar, evapora rapidamente e, se estiver abaixo do nível de porcentagem recomendado, não pode ser considerado como um auxiliar no processo de secagem.

• A purgação com álcool deve ser usada mesmo quando a água estéril for aplicada para o enxágüe.

Purgue todos os canais com ar.

• O ar ajuda o álcool na evaporação de qualquer

umidade remanescente. Retire todos os adaptadores de canal. Seque a parte externa do endoscópio com uma

toalha macia, limpa e sem fiapos. Enxágüe e seque completamente todas as peças

removíveis. Não prenda as peças removíveis (por exemplo, válvulas) ao endoscópio durante o armazenamento. • Armazenar os endoscópios com as peças

removíveis separadas diminui o risco de retenção de líquido dentro do instrumento e facilita a

secagem contínua dos canais e das aberturas dos canais.

11. Armazenamento Pendure o endoscópio com a ponta distal

pendurada livremente em um gabinete bem ventilado e livre de poeira. • O armazenamento correto do endoscópio evitará

danos na parte externa do dispositivo, protegendo-o de impactos físicos.

• Um gabinete de armazenamento com boa ventilação favorecerá a secagem contínua das superfícies e evitará a formação inadequada de umidade no interior do gabinete, desfavorecendo, assim, a contaminação microbiana das superfícies do gabinete.

• O armazenamento, em caixas, dos endoscópios enrolados não é recomendado, pois os endoscópios armazenados dessa forma requerem o reprocessamento antes de serem usados em pacientes.

12. Reprocessamento Automatizado Os reprocessadores de endoscópio padronizam o

processo de desinfecção e diminuem a exposição do pessoal aos desinfetantes. Entretanto, nenhum reprocessador automatizado atualmente disponível fornece uma limpeza adequada dos endoscópios. É necessário seguir todas as etapas da limpeza mecânica de endoscópios, antes de usar um reprocessador automatizado.

Um reprocessador automatizado de endoscópio deve

ter as seguintes características: 1) a máquina deve circular fluidos por todos os canais do endoscópio a pressão igual, sem reter ar; 2) os ciclos de detergente e desinfetante devem ser seguidos por ciclos completos de enxágüe e ar artificial, para remover todas as soluções usadas; 3) o desinfetante não deve ser diluído com nenhum fluido; 4) a máquina deve fazer sua desinfecção automaticamente; 5) nenhuma água residual deve permanecer nas mangueiras e reservatórios e 6) os ciclos de lavagem com álcool e secagem com ar forçado são desejáveis.

Prepare o reprocessador de endoscópio de

acordo com as diretrizes do fabricante. Coloque o endoscópio no reprocessador e prenda

todos os adaptadores de canal, de acordo com as instruções do fabricante.

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• Desde 1996, não há nenhum reprocessador automatizado no mercado que faça a perfusão de fluidos a libras por polegadas quadradas (psi) e suficiente para acessar os canais elevadores dos instrumentos ERCP, incluindo todos os duodenoscópios da Olympus e Fujinon e todos os da Pentax fabricados antes de 1992.

• Como os canais elevadores desses instrumentos têm lúmens pequenos, uma força maior da qual pode ser criada pelos reprocessadores automatizados é necessária para forçar o fluido por esses lúmens. Esses canais requerem o reprocessamento manual (todas as etapas), utilizando uma seringa de 2 a 5 cc. Embora os canais elevadores desses instrumentos tenham adaptadores de canal, que podem ser encaixados nos reprocessadores, esses canais deve ser manualmente reprocessados.

Coloque as válvulas e outras peças removíveis

na cuba de umedecimento do reprocessador. Reprocesse esses itens separadamente, a menos que o reprocessador tenha um espaço dedicado aos acessórios.

Se a máquina tiver um ciclo que utiliza detergente,

esse detergente deve ser um produto compatível com o reprocessador e endoscópio.

• Quantidades e diluições inadequadas do

detergente podem permitir que resíduos de detergente permaneçam nas superfícies internas e externas do endoscópio e/ou nas superfícies da pia do reprocessador. O resíduo de detergente pode interferir na ação do germicida químico líquido.

Ajuste a máquina para o tempo e temperatura

apropriados, dependendo do desinfetante utilizado.

Inicie a máquina e deixe que ela complete todos

os ciclos/fases.

• Caso os ciclos/fases sejam interrompidos, a desinfecção de alto grau não poderá ser assegurada.

Se o reprocessador não tiver um ciclo final de enxágüe com álcool, essa etapa deve ser feita manualmente, seguida da purgação com ar em todos os canais.

A secagem e o armazenamento são os mesmos descritos anteriormente na desinfecção manual.

Essa norma complementa a Declaração de Posição: "Reprocessing of Flexible Gastrointestinal Endoscope"(Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis) publicada pela ASGE e SGNA em 1996. Também é utilizada como um documento de interpretação para "Standard Practice for Cleaning and Disinfection of Flexible Fiberoptic and Video Endoscope Used in the Examination of the Hollow Viscera" (Prática Padrão para Limpeza e Desinfecção de Endoscópios de Fibra Ótica Flexíveis e Endoscópios de Vídeo Usados no Exame de Vísceras Ocas", ASTM F 1518-94. A fita de vídeo da SGNA "Reprocessing of Flexible Gastrointestinal Endoscopes" (Reprocessamento de Endoscópios Gastrointestinais Flexíveis) (1996) e a tabela "Steps Necessary to Thoroughly Clean and High-Level Disinfect Immersible GI Flexible Endoscopes" (Etapas Necessárias para Limpar Completamente e Desinfetar com Alto Grau Endoscópios GI Flexíveis e Imersíveis) são partes anexas a esse documento.

Renúncia de Direitos Legais A Society of Gastroenterology Nurses and Associates, Inc. apresenta essa monografia como um tratado educacional para uso no desenvolvimento de suas próprias políticas, procedimentos ou protocolos. A Society of Gastroenterology Nurses and Associates, Inc. não assume nenhuma responsabilidade pelas práticas ou recomendações de qualquer membro ou outro profissional da saúde ou pelas políticas e práticas de qualquer unidade de endoscopia. Agradecimentos Preparado e escrito por SGNA Practice Committee e adotado pela SGNA Board of Directors, 1996. Publicado em atendimentos aos membros da SGNA. 1996 Society of Gastroenterology Nurses and Associates, Inc.

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