I FÓRUM NACIONAL ISCAR-BRASIL: POR UM MAPA … · Ao final dos anos 90, tornou-se claro que...

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I FÓRUM NACIONAL ISCAR-BRASIL: POR UM MAPA DOS SENTIDOS DA TEORIA DA ATIVIDADE E PESQUISA SÓCIO-HISTÓRICO-CULTURAL NOS GRUPOS DE PESQUISA DO BRASIL Centro Brasileiro Britânico São Paulo, 19 e 20 de abril de 2010 Organizadoras Fernanda Liberali (PUC-SP) Elaine Mateus (UEL) Maria Cristina Damianovic (UFPE) Patrocinadores Cultura Inglesa São Paulo Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco

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  • I FRUM NACIONAL ISCAR-BRASIL: POR UM MAPA DOS SENTIDOS DA TEORIA DA ATIVIDADE E PESQUISA SCIO-HISTRICO-CULTURAL NOS GRUPOS DE PESQUISA DO BRASIL

    Centro Brasileiro Britnico So Paulo, 19 e 20 de abril de 2010

    Organizadoras

    Fernanda Liberali (PUC-SP) Elaine Mateus (UEL)

    Maria Cristina Damianovic (UFPE)

    Patrocinadores Cultura Inglesa So Paulo

    Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco

    Editora Universitria da Universidade Federal de Pernambuco

  • Dados para Ficha Catalogrfica

    Organizadores: Fernanda Liberali, Elaine Mateus, Maria Cristina Damianovic

    Palavras-chave: Teoria Scio-Histrico-Cultural; Teoria da Atividade; Ensino-Aprendizagem; Prticas sociais

    rea: Linguagem, Ensino, Lingustica Aplicada, Psicologia, Filosofia, Cincias Sociais, Antropologia, Sciosemitica, Neurocincia

  • I FRUM NACIONAL ISCAR-BRASIL: POR UM MAPA DOS SENTIDOS DA TEORIA DA ATIVIDADE E PESQUISA SCIO-HISTRICO-CULTURAL NOS GRUPOS DE PESQUISA DO BRASIL

    Organizadores

    Fernanda Liberali (PUC-SP) Elaine Mateus (UEL)

    Maria Cristina Damianovic (UFPE)

    Comisso Organizadora Edna Carmo (PUC-SP)

    Daniela Zanotti (UNISO-SP) Elaine Mateus (UEL)

    Elvira Aranha (PUC-SP) Fernanda Liberali (PUC-SP) Fernando Costa (PUC-SP)

    Maria Cristina Damianovic (UFPE) Maurcio Canuto (PUC-SP)

    Colaboradores

    Daniele Gazzotti (PUC-SP)

    Patrocinadores Cultura Inglesa So Paulo

    Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco

    Editora Universitria da Universidade Federal de Pernambuco

  • INTERNATIONAL SOCIETY FOR CULTURAL AND ACTIVITY RESEARCH (ISCAR) Sociedade Internacional para Pesquisa Cultural e da Atividade (ISCAR)

    Comit Executivo Internacional

    Anne Edwards Fernanda Coelho Liberali Inger Eriksson Kevin OConnor Manuel Luis de Lla Mata Maria Beatrice Ligorio Marilyn Fleer Michalis Kontopodis Morten Nissen Sylvia Rojas-Drummond Vitaly V. Rubtsov Yuji Moro Nacional Fernanda Liberali Elaine Mateus Maria Cristina Damianovic

  • Objetivos do ISCAR

    (texto elaborado pelo Comit Executivo Internacional do ISCAR)

    A Sociedade Internacional para Pesquisa Cultural e da Atividade (ISCAR) uma associao cientfica que tem como objetivos:

    Desenvolvimento de pesquisa emprica e terica multidisciplinar em dimenses social, histrica e cultural das prticas humanas;

    Promoo de mtuas trocas cientficas e cooperao de pesquisa entre seus membros.

    Primeiros passos

    ISCAR foi formalmente constituda em Junho de 2002, refletindo uma deciso de integrar duas organizaes Sociedade Internacional para Pesquisa Cultural e Teoria da Atividade (International Society for Cultural Research and Activity Theory ISCRAT) e Conferncia para a Pesquisa Sociocultural cada qual era orientada para apoiar a comunicao cientfica sobre diferentes aspectos das abordagens sociocultural, histrico- cultural e da teoria da atividade. Estas organizaes surgiram dos encontros e atividades iniciadas independentemente no incio dos anos 80, as quais, subsequentemente, se desenvolveram nos Congressos (cinco Congressos do ISCRAT, de 1986 2020, e trs Conferncias para Pesquisa Scio Cultural, de 1992- 2000), envolvendo pesquisadores dos cinco continentes.

    Ao final dos anos 90, tornou-se claro que participantes destes Congressos compartilhavam semelhantes preocupaes e fundamentavam-se nos mesmos referenciais tericos. ISCAR foi fundada para expandir a relevncia e importncia destas questes, enquanto tendncias de pesquisa de diversidade regional e interesses eram colocados juntos e enriquecidos. ISCAR objetiva reconhecer e respeitar estas origens e interesses diversificados e preservar condies para suas expresses dentro da sociedade.

    O enquadre bsico de referncia que historicamente agrupou pesquisadores de diferentes disciplinas ISCAR tem sido o interesse num conjunto relativo de perspectivas tericas psicologicamente orientadas que foram primeiramente formuladas nos anos de 1920 e 1930 na Unio Sovitica por pesquisadores como L.S. Vygotsky, A.N. Leontiev, A. R. Luria e S. L. Rubinshtein. A ateno internacional a esta perspectiva por pesquisadores fora da Unio Sovitica iniciou-se nos anos 60, especialmente por psiclogos pesquisadores na rea educacional e linguistas. Subsequentemente, tem havido interesse por cientistas da informao e computao e outros pesquisadores interessados em prticas coletivas.

    Ponto comum de referncia

    Um ponto comum de referncia que aparece na maioria, se no em todas, as pesquisas conduzidas pelos membros da ISCAR o foco no estudo de prticas culturais especficas e /ou na gnese e desenvolvimento dos processos mentais, em que prticas e processos so conceitualizados como histrico e coletivamente desenvolvidos, mediados pelo uso de instrumentos e signos, construdos por meio da participao nestas prticas. Investigaes so direcionadas para ambos os aspectos: individual e/ou coletivo.

    Um importante tema em andamento no desenvolvimento desta tradio terica tem sido a relao entre teoria e prtica. Este interesse surgiu em parte pela preocupao dentro da perspectiva terica geral de possuir uma abordagem de pesquisa que possa contribuir para o aprimoramento de prticas

  • sociais, e, em parte, pela viso epistemolgica que teorias psicologicamente orientadas devem ser desenvolvidas em relao s prticas em que as pessoas se engajam.

    Outro interesse para alguns membros do ISCAR explorar as principais tradies filosficas diante das quais as tradies de origens psicolgicas foram orientadas; mtodos, princpios e conceitos particulares vindos de Hegel, Marx e Engels, como a lgica dialtica e materialismo histrico.

    H tambm um interesse contnuo em integrar ideias vindas destas tradies tericas e seus desenvolvimentos expansionistas subsequentes em abordagens de pesquisas especfica. Resumidamente, h a diversidade de interesses tericos, prticos e filosficos encontrados entre os membros de ISCAR atualmente.

    Alguns dos tpicos de interesses particulares incluem:

    Condies de escolarizao e instruo para grupos diversos (minorias culturais, desenvolvimento fsico ou psicolgico atpico);

    O desenho e o uso de ferramentas tecnolgicas em relao ao trabalho e s prticas educacionais;

    Formao de professor;

    Brincadeira de crianas e a transio para a escolarizao;

    Ensino de diferentes disciplinas (especificamente, matemtica, cincias, histria, letramento e ensino de segunda lngua);

    Condies e caractersticas de prticas de trabalho e / ou suas transformaes e desenvolvimento;

    Formao de identidade em contextos de diversidade cultural;

    Diversidade cultural e processos de incluso e excluso na vida escolar e social;

    Condies e contextos de aprendizagem;

    O papel da comunicao e dilogo na formao de meios no trabalho, brincadeira, famlia e escola;

    A relao entre o eu e a cultura numa perspectiva histrica;

    Memria coletiva e a integrao da micro-anlise das prticas especficas com estudos histricos e comparativos.

    Congresso Internacional do ISCAR

    ISCAR apia a organizao trienal de Congresso internacional para apresentao de pesquisa dentro da esfera de interesse da sociedade. O primeiro congresso aconteceu em Sevilha, Espanha, entre 20- 24 de Setembro de 2005. O segundo foi em La Jolla, nos Estados Unidos, entre 9- 13 de Setembro de 2008. O terceiro ser em Roma, em 2011.

    Comunicao entre membros do ISCAR:

  • Uma newsletter eletrnica enviada aos membros vrias vezes ao ano. Em algumas regies do mundo, as sees do ISCAR so formadas. Esta sees tm suas prprias pginas eletrnicas e, em alguns casos, organizam conferncias, cursos de ps doutorado e atividades relacionadas.

    Sees com interesses de tpicos especficos. Ver: http://www.iscar.org/section

    Tornar-se um membro do ISCAR

    ISCAR recebe todos os pesquisadores interessados no foco conceitual da Sociedade de Pesquisa emprica e terica em dimenses scio, histrico e cultural de prticas humanas. No presente momento, ISCAR tem membros de variada gama de disciplinas interessadas no estudo de desenvolvimento humano e de prtica sociais, incluindo psicologia, educao, filosofia, histria, sociologia, lingstica, antropologia, pesquisa de trabalho, cincias de computador, sistemas de informao, gerenciamento de conhecimento, reabilitao clnica e neuropsicolgica, terapia ocupacional, criminologia e trabalho social.

    Benefcios em ser Membros ISCAR

    ISCAR oferece uma srie de benefcios aos membros. H desconto na assinatura para as revistas cientficas Mind, Culture, and Activity, Culture & Psychology, Outlines, Nordiske Udkast, e Journal of Intercultural Communication Research. H descontos em diversos livros publicados pela Aarhus University Press, e uma reduo na taxa do congresso para membros que participam dos Congressos de ISCAR. E mais importante, atravs das newsletters e das sees, possvel manter-se orientado sobre os novos eventos e desenvolvimentos, assim como encontrar colegas com interesses semelhantes.

  • Breve Histrico da Sociedade e do Evento no Brasil no ano 2000 Contribuio de Ana Luiza Smolka

    As ideias de Vygotsky comearam a ser difundidas no ocidente nas dcadas de 60 e 70, com as primeiras tradues de suas obras em vrias lnguas (ingls, francs, espanhol). No decorrer da dcada de 80, as tradues se expandiram e os estudos no mbito da Psicologia e da e Educao intensificaram-se, sendo que se pde observar o surgimento de vrios grupos de pesquisa em diferentes pases, bem como a ampliao de investigao e a produo de trabalhos que assumiam os pressupostos tericos da perspectiva vygotskiana.

    No incio dos anos 90, esses pesquisadores e grupos de pesquisa comearam a se organizar para implementar diversas formas de encontro e intercmbio. Os esforos conjuntos resultaram na promoo da I Conferencia de Pesquisa Sociocultural, realizada em Madri, em 1992, que teve, dentre os principais objetivos: explorar e aprofundar conceitos, princpios, hipteses, implicaes tericas, metodolgicas e prticas da perspectiva em questo: e conhecer e analisar o impacto das ideias de Vygotsky no pensamento contemporneo.

    Em assemblia realizada durante a I Conferncia, foi oficialmente constituda a Society for Sociocultural Studies. Decidiu-se pela periodicidade de quatro anos entre as conferncias, e tambm pela realizao da II Conferncia, em Genebra, em 1996, em comemorao pelo centenrio de nascimento de Piaget e Vygotsky.

    A partir da Conferncia de Madri, em 1992, intensificaram-se os contatos, as visitas, os intercmbios, as publicaes, a formulao de projetos e convnios, nos nveis nacional e internacional. Formalizaram-se vnculos entre pesquisadores e entre instituies. Realizaram-se encontros internacionais, tais como Vygotsky and the contemporary human sciences, em Moscou, 1994.

    A II Conferncia de Pesquisa Sociocultural teve como objetivos primordiais a discusso das contribuies sobre o desenvolvimento humano nesse sculo; bem como a discusso de conceitos bsicos na perspectiva sociocultural e a anlise de formas de interveno das cincias humanas no mundo hoje.

    No manifesto apresentado pelos organizadores da Conferncia de Genebra, os autores procuram situar a perspectiva vygotskiana no contexto da psicologia contempornea e das cincias humanas/sociais em um sentido mais abrangente, analisando os fundamentos epistemolgicos de sustentao da teoria e a filiao filosfica das teses. A posio terica do Manifesto afirma a origem social do pensamento e da conscincia e a emergncia histrica de instrumentos semiticos, a partir das ideias de Marx e Engels; defende o abandono do dualismo cartesiano e assume o monismo de Spinoza, propondo considerar seriamente o papel das questes sociais e da linguagem na constituio do ser humano; reafirma a vigncia da crtica de Vygotsky psicologia e a necessidade de persistir no objeto de sua unificao.

    Em torno das ideias de Vygotsky, reuniram-se pesquisadores provenientes de vrias reas, os quais, assumindo de maneiras diferenciadas os seus pressupostos bsicos (internalizao e mediao das prticas culturais), encontravam pontos de ancoragem tericos e metodolgicos para a realizao de suas atividades investigativas. A diversidade dos trabalhos produzidos nas reas da psicologia, da lingustica e da literatura, da educao, da antropologia, tem contribudo para a configurao de um campo interdisciplinar de investigao. Esse movimento na direo da interdisciplinaridade tem, de fato, caracterizado uma certa tendncia no mbito das cincias humanas neste fim de sculo.

  • A III Conferncia de Pesquisa Sociocultural, realizada no Brasil, no ano 2000, aconteceu em um momento extremamente significativo. A passagem do sculo convidava, de maneira especial, considerao da histria (histria das ideias, histrias das cincias; histrias da vida, narrativas do cotidiano) e a anlise das condies atuais de produo do conhecimento. Estas so permeadas pelos modos especficos de organizao da sociedade em um contexto globalizado, marcado pela mudana e pela complexificao tecnolgica (especialmente na rea da informtica), pela modificao nos modos de produo, pela transformao nas relaes e nos processos de trabalho e nos estilos de vida em geral.

    Alm disso, a realizao da conferncia no Brasil coincidiu com a celebrao dos 500 anos do pas, e isso se tornou particularmente interessante quando se procedeu a uma anlise das condies sociais e econmicas no mbito das relaes internacionais. A posio do Brasil no cenrio mundial, sua imagem como um pas rico e prospero articulada, no entanto, a grandes dificuldades na administrao interna e com graves problemas relacionados, sobretudo s condies bsicas de vida e educao, as prioridades, as polticas e as prticas.

    Enfocar e estudar o desenvolvimento humano nesse contexto significa indagar sobre essas condies e essas relaes nas quais as pessoas se constituem como sujeitos participantes na histria. Significa retomar algumas (velhas?) questes e formul-las a partir das novas condies, buscando o enfrentamento de problemas emergentes.

    Na condio e seleo do Brasil para sediar a conferencia, foram levantados argumentos como: a significativa participao de pesquisadores brasileiros nas conferencias anteriores; a contribuio dos trabalhos de vrios grupos de pesquisa no Brasil; os modos de abordagem dos problemas por eles pesquisados.

    A III Conferencia foi sendo organizada a partir de trs eixos temticos Linguagem, Cultura e Conhecimento - trs focos de discusso terica e metodolgica, pesquisa emprica e viso prospectivo-participante relevantes na perspectiva histrico-cultural. Pretendia-se indagar sobre o estatuto da linguagem, da cultura, da histria, nas investigaes sobre o conhecimento e o desenvolvimento humano, privilegiando a pesquisa nas prticas cotidianas, discutindo formas de investigao e formas de interveno.

    Assim sendo, os organizadores da III Conferncia de Pesquisa Sociocultural apresentaram como objetivos:

    Aprofundar conceitual e teoricamente questes relacionadas perspectiva histrico-

    cultural do desenvolvimento humano;

    Analisar formas de participao nas prticas sociais, destacando particularmente algumas

    condies destas prticas, como o impacto do desenvolvimento tecnolgico e dos

    processos educacionais;

    Criar um frum de discusso interdisciplinar;

    Intercambiar formas de conduzir pesquisas empricas, envolvendo diferentes contextos,

    discutindo pressupostos e resultados;

    Refletir sobre as possibilidades de expandir as investigaes, chegando a formular

    propostas de implementao de pesquisa cooperativa e formas de atuao em nvel

    nacional e internacional.

  • ISCAR Brasil ISCAR BRASIL um grupo de trabalho da ISCAR, formado por pesquisadores e praticantes que tm como foco de interesse reflexes com base em uma perspectiva social, histrica e cultural, como desenvolvida por Vygotsky, Leontiev, Luria e seguidores. Surgido a partir de 2002, o grupo brasileiro teve como representante a Profa Dra Ana Luiza Smolka, por dois perodos e, atualmente, conta com a Profa. Dra. Fernanda Liberali, como representante internacional, e com as Profas. Dras. Elaine Mateus e Maria Cristina Damianovic, como secretrias locais.

    Objetivos:

    Criar espao para a discusso terico-prtica entre pesquisadores vygotkianos brasileiros;

    Promover o intercmbio de atividades de pesquisas e demais aspectos do interesse desses pesquisadores;

    Ampliar o contato entre pesquisadores de reas especficas distintas (Lingustica Aplicada, Psicologia, Educao, Matemtica, dentre outros);

    Permitir a discusso de tpicos relevantes e a troca de informaes sobre palestras, cursos, visitas, dentre outras;

    Realizar consulta comunidade ISCAR Brasil sobre temas em debate pela comisso internacional;

    Promover o reconhecimento e visibilidade de pesquisas realizadas no Brasil;

    Divulgar livros, teses, pesquisas em diferentes meios, inclusive nas newsletters da ISCAR;

    Desenvolver lista de discusso para contatos entre seus membros.

    Algumas aes j realizadas pela Comisso foram:

    Criao da lista de discusso;

    Criao de pgina eletrnica;

    Divulgao de eventos e informaes na rea;

    Divulgao das decises do comit internacional durante o encontro realizado em Roma, em outubro de 2009;

    Oferecimento de mini-cursos, organizados pelo Programa de Estudos Ps-Graduados em Lingustica Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) da PUC-SP e Programa de Estudos Ps-Graduados em Educao: Psicologia da Educao (PED) da PUC-SP: o Introduction into thinking of cultural-historical and activity theory - Wolfgang Jantzen

    22/06/2009 26/06/2009 - (LAEL) o Discourse and socio-cognitive Activities in Classroom Interaction Clotilde Pontecorvo -

    16/11/09 a 19/11/09 - (LAEL) o Vygotskij and Education: from Practice to Research and back - Michalis Kontopodis - 01/

    03/10 a 05/03/10 - (LAEL e PED) Lista de Discusso: [email protected] Pgina Eletrnica ISCAR BRASIL: http://iscarbrasil.wordpress.com/ Email para contatos ISCAR- Brasil: [email protected]

  • I FRUM NACIONAL ISCAR-BRASIL: POR UM MAPA DOS SENTIDOS DA TEORIA DA ATIVIDADE E PESQUISA SCIO-HISTRICO-CULTURAL NOS GRUPOS DE PESQUISA DO BRASIL

    O I Frum Nacional ISCAR-Brasil: Por Um Mapa Dos Sentidos Da Teoria da Atividade e Pesquisa Scio-Histrico-Cultural nos Grupos de Pesquisa do Brasil objetiva:

    Reunir pesquisadores membros ISCAR orientados pela linha de estudo scio-histrico-cultural;

    Compartilhar produo acadmica nacional baseada na Teoria da Atividade e Pesquisa Scio-Histrico-Cultural;

    Identificar pontos de aproximao entre as agendas de pesquisa dos membros da ISCAR-Brasil;

    Mapear os sentidos da Teoria da Atividade e Pesquisa Scio-Histrico-Cultural nas pesquisas nacionais;

    Fortalecer a rede de pesquisadores Teoria da Atividade e Pesquisa Scio-Histrico-Cultural;

    Criar possibilidades de projetos interinstitucionais;

    Pr-organizar simpsios interinstitucionais para ISCAR 2011 Roma;

    A principal forma de apresentao de trabalhos dos grupos de pesquisa por meio de pster a fim de proporcionar uma maior aproximao, interao e incentivar uma ampla discusso entre os presentes. O evento tambm contempla as modalidades mesa redonda, plenria e conferncia organizadas para divulgar a envergadura das aes e dos resultados dos grupos de pesquisa.

  • Grupos de Pesquisai

    A importncia da autoconfrontao como procedimento metodolgico na

    pesquisa sobre atividade docente.

    Grupo de Pesquisa: TRABALHO DOCENTE E SUBJETIVIDADE: ASPECTOS INDISSOCIVEIS DA FORMAO DE PROFESSOR - PUC-SP. Proposta de colaborao acadmica no mbito do Programa Nacional de Cooperao Acadmica - PROCAD

    Integrantes: Slvia Maria Costa Barbosa - [email protected] - Doutoranda de Ps-Graduao em Psicologia da Educao - PUC SP, Jlio Ribeiro Soares- [email protected] - Doutorando de Ps-Graduao em Psicologia da Educao - PUC - SP.

    Na realizao de uma pesquisa, o mtodo uma das questes mais importante. ele que constitui, luz de sua base terica, todo o conjunto de princpios, normas e procedimentos que pode ser utilizado no processo de obteno/produo, anlise e sntese de dados da realidade. No caso da psicologia scio-histrica, o mtodo deve sempre levar em conta a historicidade do sujeito, que significa, no fundo, dar conta do modo como o homem se constitui na relao com o Outro, com a cultura, com o trabalho. Assim sendo, uma das principais preocupaes do mtodo na psicologia scio- histrica compreender a relao do homem com o mundo de forma dialtica, ou seja, que essa relao implica sempre mudanas qualitativas tanto no homem como no mundo. Um dos primeiros psiclogos, seno o primeiro, a atentar para a constituio do sujeito como processo histrico foi Vigotski. Ao fazer isso, ele afirmou que o desenvolvimento das funes psicolgicas no homem no algo fixo nem previsvel, pois trata-se de um processo determinado pelo conjunto das relaes sociais do homem com o mundo (VYGOTSKY, 1991; VIGOTSKI, 2000). Como ser concreto, histrico, que vive processos de transformaes, o homem um ser sempre incompleto; mas, na relao com o mundo, se constitui a cada instante. Por isso, diz Vigotski que cada minuto do homem est cheio de possibilidades no realizadas (2004, p. 69). Assim sendo, devemos ter sempre a clareza de que o estudo do homem na perspectiva do mtodo dialtico o estudo das mediaes histricas que o constituem, o estudo do seu processo de transformao. Esse o requisito bsico do mtodo dialtico (...) uma vez que somente em movimento que um corpo mostra o que (VYGOTSKY, 1991, p. 74). Nessa perspectiva, acreditamos que a proposta de autoconfrontao, conforme apresentada por Clot (2006), pode contribuir significativamente com essa preocupao da psicologia scio-histrica. importante ressaltar que, alm de referncias como Wisner (ergonomia francesa), Le Guillant (psicopatologia do trabalho) e Oddone (idia de comunidade cientfica ampliada), a proposta de autoconfrontao, de Clot (2006), tem como base terico-metodolgica os postulados vigotskianos, cuja concepo a de que o homem concreto um homem em movimento. Feitas estas consideraes iniciais, ressaltamos que objetivo geral deste texto discutir a importncia da proposta metodolgica de autoconfrontao, tal como prope Clot, para se apreender o movimento do sujeito na relao com a realidade. Para fomentar este objetivo, dirigimos essa discusso para o caso de uma pesquisa realizada sobre atividade docente com uma professora de ensino fundamental. Pesquisa essa na qual utilizamos o referencial terico-metodolgico de Vigotski (2000; 2004), Vygotsky (1991), Clot (2006; 2006a), alm de outros tericos de base scio-histrica. Ao falarmos, ento, de pesquisa qualitativa, no estamos nos referindo a ausncia de nmeros, ou de medidas, nem dicotomizando a relao entre qualitativo e quantitativo, mas apontando para o fato de que o mtodo deve levar em conta o processo histrico de constituio do sujeito na relao com a realidade, inclusive as possibilidades de mudanas nele gestadas por meio da pesquisa. Mas, esse processo nem sempre tranqilo. Ao contrrio, predominantemente atravessado

  • por crises. Por isso, para agir sobre uma realidade, deve-se determinar seus pontos crticos de crise, de transformao em outra coisa; deve-se captar o ponto e o instante em que uma ao suplementar relativamente fraca pode produzir o resultado decisivo (LEFEBVRE, 1979, p. 215). Nessa perspectiva em que se afirma a realidade como algo em movimento, Clot (2006), a partir da idia de autoconfrontao, traz uma grande contribuio metodolgica ao campo da pesquisa, de modo que nos possibilita apreender a relao entre sujeito e atividade de forma dialtica. Como se configura, ento, essa idia de autoconfrontao como tcnica e procedimento de pesquisa? importante ressaltar que a autoconfrontao, tal como prope Clot, no um mero meio de pesquisa, com foco centrado nos instrumentos de coleta de dados, pois a qualidade dos dados de uma pesquisa no depende apenas do uso de seus instrumentos e tcnicas. O que se entende no mbito da psicologia scio-histrica que toda pesquisa um processo de apropriao da realidade; um processo de apropriao no no sentido de coletar o que est pronto. Alis, o que mais interessa numa pesquisa, que o real, nunca est pronto, nunca est dado. Por isso, na perspectiva scio-histrica, a pesquisa um processo dialtico, isto , de apropriao da realidade em movimento. Ela um processo construtivo-interpretativo da realidade. Fazendo uso das palavras de Saviani (1992, p. 83), traduzimos a autoconfrontao como um movimento que vai da sncrese (a viso catica do todo) sntese (uma rica totalidade de determinaes e de relaes numerosas) pela mediao da anlise (as abstraes e determinaes mais simples). Essa , portanto, na nossa compreenso, uma das maiores contribuies da autoconfrontao na proposta de Clot (2006) para o processo de pesquisa no campo da atividade. Voltando a nossa ltima pergunta (como se configura, ento, essa idia de autoconfrontao como tcnica e procedimento de obteno de dados da realidade num processo de pesquisa?), podemos afirmar, parodiando Clot (2006) que o uso da autoconfrontao num processo de pesquisa visa no apenas compreender a realidade para transform-la, mas tambm transform-la para compreend-la. E nessa perspectiva que a autoconfrontao apresenta seu diferencial, de modo que ajuda o pesquisador a se apropriar da realidade em movimento. Para isso, Clot (2006) divide a autoconfrontao em dois tipos complementares entre si, que so a autoconfrontao simples e a autoconfrontao cruzada. Para desenvolver uma sesso de autoconfrontao, seja ela simples ou cruzada, claro que o pesquisador precisa se apropriar de alguns recursos. Aguiar e Davis (no prelo, p. 18) ressaltam que, na autoconfrontao simples, a discusso fica centrada na observao de dois agentes: a) o professor, que, ao se ver na tela, fala sobre o que fez e o que poderia (ou no) ter feito; e, b) o pesquisador, que, querendo se assegurar de ter compreendido bem os comentrios do docente, tece conjecturas sobre eles. Ao descrever sua atividade para o pesquisador, o sujeito, mediado pelo recurso da filmagem, atravessa crises e implicado a pensar sobre suas aes, sobre o que pode ser possvel e o que parece impossvel em sua atividade. Mas ele no implicado apenas pela filmagem. Esta um recurso importante desse processo, mas no nico, e sim complementar. O pesquisador, ao participar desse processo com perguntas e questionamentos, tecendo conjecturas acerca dos comentrios do sujeito, oxigeniza o processo de reflexo deste e, ao mesmo tempo, se apropria das possibilidades de suas mudanas gestadas por esse processo. Afinal, como aponta Clot (2006a, p. 5), o pensamento se desenvolve na discusso, na confrontao e, portanto, a controvrsia a fonte do pensamento. Ao olhar a sua prpria atividade e descrev-la para o pesquisador, torna-se evidente o movimento desse sujeito, que deixou de ser algum cuja atividade era observada e passou a constituir-se observadora de sua prpria atividade, como bem explica Clot (2006). Ao fazer isso, a professora abriu, para si mesma, novas possibilidades antes no aventadas e refletidas sobre elas, conseguindo, pela observao/reflexo mediada pelo pesquisador e pela videogravao, identificar situaes que, de outra forma, permaneceriam ocultas. Esse movimento indica que a observao/reflexo mediada lhe permitiu delinear novas possibilidades de ao que de outra maneira no seria possvel. O que diferencia, ento, a autoconfrontao simples da autoconfrontao cruzada? Alm do pesquisador e do sujeito, a autoconfrontao cruzada conta com a participao de mais uma pessoa no processo de anlise da

  • atividade. Trata-se de algum cuja experincia profissional deve ser igual ou muito prxima a do sujeito. A participao de um colega de profisso nesse processo de anlise importante porque a mudana de destinatrio da anlise modifica a anlise (CLOT, 2006, p. 135). Com isso, o sujeito, ao invs de dirigir diretamente seus comentrios ao pesquisador, agora o faz para o seu colega de profisso. As dvidas, os questionamentos, as sugestes, enfim, os comentrios gestados entre o colega de profisso e o sujeito nunca so iguais aos gestados entre este e o pesquisador, pois, conforme aponta Clot (2006, p. 135), a palavra do sujeito no se volta s para seu objeto (a situao visvel), mas tambm para a atividade daquele que a registra. Assim sendo, esse processo de anlise produz um novo nvel de mobilidade no sujeito, pois, como aponta Clot (2006a, p. 106), o dilogo profissional uma fonte de pensamento individual. Como resultado de pesquisa, apontamos que a autoconfrontao um procedimento metodolgico coerente aos princpios da psicologia scio-histrica, de modo que possibilita o pesquisador no apenas apreender, mas tambm mobilizar o sujeito frente s suas aes no meio com o qual se relaciona. Para concluir, valemo-nos teoricamente de Lefebvre (1979) para dizer que a autoconfrontao um procedimento que pode contribuir para que o pensamento atinja um novo grau, uma nova qualidade. Poder implicar o movimento do sujeito na realidade , portanto, um dos maiores mritos da autoconfrontao no processo de pesquisa scio-histrica. como processo de mobilizao do sujeito frente s suas aes, processo esse que se faz meio de reflexes, questionamentos, dvidas, e tambm produo de novas informaes, que podemos justificar a importncia da autoconfrontao, como tcnica e procedimento, na realizao de uma pesquisa qualitativa. Ao ressaltar, por exemplo, na autoconfrontao cruzada, que o dilogo profissional uma fonte de pensamento individual, essa questo, que o movimento do sujeito na relao com o real, se evidencia. Movimento esse que nem sempre tranqilo, mas quase sempre atravessado por dvidas, questionamentos, indecises. Por isso, podemos dizer que as crises so marcas indelveis do movimento do sujeito na relao com a realidade. Valendo-nos teoricamente de Lefebvre (1979), diramos que, por meio da autoconfrontao (que revela movimento, totalidade e contradio do real), o pensamento pode atingir um novo grau, uma nova qualidade. Se o real est em movimento, ento que nosso pensamento tambm se ponha em movimento e seja pensamento desse movimento. Se o real contraditrio, ento que o pensamento seja pensamento consciente da contradio (LEFEBVRE, 1979, p. 174). Poder implicar o movimento do sujeito na realidade , enfim, um dos maiores mritos da autoconfrontao no processo de pesquisa.

    Palavras-Chave: 1) Atividade Docente; 2) Movimento; 3) Autoconfrontao.

    BIBLIOGRAFIA

    AGUIAR, Wanda Maria J. A Pesquisa em Psicologia Scio-Histrica: contribuies para o debate metodolgico. In: BOCK, Ana Mercs B., GONALVES, Maria da Graa M. e FURTADO, Odair (Orgs.). Psicologia Scio-Histrica: uma perspectiva crtica em psicologia. So Paulo: Cortez, 2001.

    AGUIAR, Wanda Maria J. e DAVIS, Claudia. Formao Profissional, Atividade e Subjetividade: aspectos indissociveis da docncia. (no prelo).

    CLOT, Yves. A Funo Psicolgica do Trabalho. Petrpolis, RJ: Vozes, 2006.

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    A perspectiva histrico-cultural: contribuies para a educao

    Grupo de Pesquisa: Temas da Educao Contempornea e a Perspectiva Histrico-Cultural

    Integrantes: Marta Kohl de Oliveira (Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo, email: [email protected]), Teresa Cristina Rego (Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo, email: [email protected]), Elizabeth dos Santos Braga (Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo, email: [email protected])

    O grupo organiza-se a partir de projetos que investigam questes relevantes presentes na educao contempornea, tematizando prioritariamente os processos de constituio da subjetividade e suas relaes com os processos educativos. O grupo fundamenta-se nos pressupostos tericos da perspectiva histrico-cultural em psicologia, preconizados pelos soviticos L. S. Vygotsky e A. R. Luria. De acordo com essa perspectiva, os processos de desenvolvimento do sujeito se constituem em sociedade e no decurso das interaes e prticas sociais. O grupo mantm tambm intensa interlocuo com autores de outras reas e filiaes tericas. O funcionamento do grupo ocorre por meio de reunies sistemticas dos seus membros para debates em torno de projetos desenvolvidos em nvel de Iniciao Cientfica, Mestrado e Doutorado; bem como para a discusso terica e metodolgica dos referenciais que fundamentam os trabalhos de investigao. A ao do grupo tem fomentado a participao em congressos nacionais e internacionais, com a apresentao de trabalhos, alm da organizao de conferncias e seminrios. Tem tambm propiciado intercmbios com pesquisadores brasileiros e estrangeiros. As pesquisas desenvolvidas vm se materializando em diferentes publicaes: dissertaes, teses, artigos em revistas acadmicas brasileiras e estrangeiras, captulos e livros. A maior parte das pesquisas conta com o apoio do CNPq, CAPES e FAPESP. Deve-se ressaltar a formao multidisciplinar dos integrantes do grupo, com nfase em educao, o que permite a interseco de diversas reas do conhecimento na produo cientfica e na ampliao do debate acadmico bem como na interveno junto a diversos segmentos da sociedade.

    Anlise e Elaborao de Atividades Didticas em Lnguas Estrangeiras com

    foco na produo de leitura e escrita

    Grupo de Pesquisa: Linguagens e Identidades no Ensino em Lnguas estrangeiras / Instituio: University Language System ULS IDIOMAS

    Integrantes: Prof Dr Rosemary Hohlenwerger Schettini, Prof Aiga Steuer , Prof Ana Lia Teresa Rodriguez de Marchelli, Prof Deborah Maximiano Costa, Prof Francisca Margarida Bolorini e Prof Mariana Bello Pojo do Rego

    O objetivo deste trabalho discutir a TASHC (Teoria de Atividade Scio-Historico Cultural) e suas aplicaes nas atividades de produo escrita e leitura no ensino em lnguas estrangeiras em um instituto de ensino em lnguas estrangeiras, University Language System ULS idiomas- SP. Pretende-se

  • apresentar uma proposta de elaborao de atividades didticas baseadas na noo de gneros discursivos (Bakhtin 1929 /1995). Espera-se abrir ou fomentar o debate em torno de uma redefinio tanto dos objetivos quanto do prprio objeto de ensino em lnguas estrangeiras.

    Este estudo j iniciado em 2009 composto de cinco 5 professores de lnguas estrangeira: trs professores em lngua inglesa, um professor em lngua espanhola, um professor em lngua francesa, um professor em lngua alem e uma coordenadora do instituto e tambm professora em lngua inglesa e francesa. O arcabouo terico-metodolgico da Teoria da Atividade, (Leontiev, 1959/1998,1978; Vygotsky, 1930/1998 e Engestrom, 1999) dar suporte para a discusso os conceitos de 1. ZPD (Zone of Proximal Development), 2. Objeto ideal e Real e 3. lngua/Linguagem.

    A fim de aprofundar uma discusso terico-metodolgica em torno desses conceitos, ser necessrio identificar, por meio de anlise compreenso e avaliao, as concepes de lngua, discurso e ensino que permeiam as atividades didticas em lngua estrangeira. Este trabalho dar um suporte para elaborao de novas atividades didticas de forma contextualizada.

    Entendendo as atividades didticas como um enunciado concreto, pode-se buscar uma sistematizao da seleo e organizao das formas de organizao dos contedos presentes nas atividades e como elas refletem a noo lingustico-discursiva dos agentes envolvidos no processo de produo dessas atividades. vale ressaltar que neste trabalho a linguagem concebida como uma ao interindividual orientada para uma finalidade especfica, uma atividade de interao que leva em conta a esfera de produo, esfera de circulao e esfera de recepo, facilitando o entendimento, a anlise e a interpretao dos discursos que circulam em diferentes esferas sociais.

    Partindo dessa concepo, pretende-se chegar a uma proposta de atividades de leitura e de produo escrita para o ensino em lnguas estrangeiras vista em uma perspectiva que desenvolve conceitos referentes relao do sujeito com seu mundo objetivo atravs de uma rede de relaes culturais que, atravs do dilogo e da colaborao, possui uma funo transformadora e m lugar de um sistema de atividades isoladas, da, a importncia dos pilares da escola histrico-cultural e da nova gerao de tericos, nesta discusso. Lev Vygotsky (1896 1934), Alexei Leontiev (1904 1979) e Luria (1902-1977) e, mais recentemente, nos anos 80 e 90, Yrj Engestrom e outros autores como: Rogoff (2003), Werstch (1998), Cole (1996/2003), Newman e Holzman (1993/2002). O debate terico por Nikiforov (1990), Lektorsky, (1990, 2003) e Shvyiev (1990) tambm ser aproveitado, neste trabalho, para a discusso da Atividade.

    A relevncia deste projeto se justifica por apresentar algumas contribuies aos estudos em lnguas estrangeiras que auxiliem professores e alunos durante o processo de ensino-aprendizagem. Como encaminhar novas formas de leitura e produo de textos que torne possvel a materializao da linguagem para realizar aes no mundo?

    O presente estudo possibilita tambm uma ampliao nas discusses de praticas e estratgias que visem transformar a linguagem e identidade no ensino em estrangeiras.

    II. Objetivos e Resultados esperados

    Este projeto aponta questes relativas a pratica de ensino em lngua estrangeira dirigido a professores de cursos de idiomas a partir das atividades programadas nas atividades didticas. Foca na possibilidade de implementar possveis alternativas de encaminhamento e subsdios na elaborao de novas atividades didticas que levem em considerao as formas da lngua, pelo discurso e pela interao texto/leitor.

    Objetivos

  • Analisar os materiais utilizados no instituto que tratam de diferentes atividades didticas produo escrita;

    Descrever e analisar as propostas metodolgicas das atividades didticas considerando os fundamentos lingusticos que norteiam os materiais didticos utilizados;

    Implementar, de forma contextualizada, propostas de atividades didticas de leitura e de produo escrita, levando em considerao a noo de gneros do discurso.

    Resultados esperados

    Elaborao de atividades didticas que viabilizem a implementao de currculos plurais e adequados a realidades locais, envolvendo diretamente a formao continuada de professores;

    Implementao, de forma contextualizada, de novas atividades didticas de leitura e de produo escrita em lngua estrangeiras considerando os gneros discursivos.

    III. Procedimentos e cronograma

    Procedimentos

    Para desenvolver a primeira etapa desse projeto, sero escolhidas atividades de produo de leitura nos matrias didticos utilizados em um instituto de lnguas estrangeiras com foco nos objetivos, finalidades, organizao dialgica existente nos textos verbais. Para cada semestre, uma atividade didtica ser descrita, totalizando duas unidades por ano em cada idioma. Em seguida, a investigao recair na concepo de lngua e de linguagem que perpassa o as atividades estabelecendo relaes possveis o suporte terico.

    A segunda etapa est destinada a implementar de forma contextualizada, novas atividades de leitura e produo escrita.

    3. Cronograma

    Maro, 2010 junho 2010. Ser realizado levantamento das atividades de leitura e escrita presentes nos materiais didticos utilizado na ULS IDIOMAS. Levando em considerao a TASHC (Teoria de Atividade Scio-Historico Cultural); ser feita a descrio e analise das propostas metodolgicas presentes nas atividades a perspectiva terica bakhtiniana e os fundamentos lingusticos que norteiam o material didtico.

    Julho, 2010 janeiro 2011 ser feita implementao de novas atividades didticas de atividades de leitura e de escrita considerando os gneros discursivos.

    Desenvolvimento dos aspectos terico-metodolgicos para apoio s atividades de produo de textos.

    Referncias Bibliogrficas

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    VYGOTSKY, L.S. Psicologia Pedaggica. Traduo Paulo Bezerra Martins Fontes Editora. 2001

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    Argumentao e Cognio

    Grupo de Pesquisa: Ncleo de Pesquisa da Argumentao (NupArg) / UFP

    Integrantes: Selma Leito - UFPE - [email protected]

    GUISA DE INTRODUO

    Se comparados aos nveis de desenvolvimento alcanados pelos estudos da argumentao no mbito da filosofia, da lingstica e da cincia jurdica, a pesquisa psicolgica que focaliza as relaes entre argumentao e cognio humana relativamente recente. Nas ltimas dcadas, no entanto, o aumento expressivo do nmero de publicaes e o surgimento de programas de pesquisa que se dedicam sistematicamente investigao dessa relao atestam que o estudo desse tpico est definitivamente na ordem do dia das pesquisas psicolgica e educacional. No Brasil, tanto quanto sabido, o estudo sistemtico e programtico deste tema, no mbito da psicologia e da educao, coincide com a instalao, em 1994, de um programa de pesquisa na Ps-Graduao em Psicologia Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco o qual se desenvolve, sem interrupes, desde ento. O trabalho ali realizado serviu de base para criao do Ncleo de Pesquisa da Argumentao (NupArg), registrado no Diretrio de Grupos de Pesquisa/CNPq a partir de 2004.

    I- DOS OBJETIVOS DO NUPARG

    Enquanto grupo de pesquisa que se inscreve primordialmente na Psicologia ao mesmo tempo em que afirma o carter necessariamente interdisciplinar de seu campo de estudo o objetivo central do NupArg investigar a natureza e condies de funcionamento da argumentao em seu papel mediador na gnese e funcionamento da cognio humana. As aes especficas por meio das quais se busca alcanar tal objetivos incluem: [1] articulao de quadros tericos (oriundos, notadamente, da Psicologia, da Lingstica e da Teoria da Argumentao) que ancoram o trabalho de pesquisa do Ncleo; [2] reflexo terico-metodolgica com vistas construo de procedimentos analticos compatveis com a especificidade do objeto e dos objetivos de pesquisa proposto; [3] criao de um banco de dados e [4] produo de trabalhos acadmicos (pesquisa, promoo de eventos cientficos, publicaes) que sirvam de referncia para a pesquisa psicolgica e educacional da argumentao no mbito do Brasil; [5] formao de pesquisadores (em nvel de mestrado e doutorado) que possam contribuir de forma efetiva

  • com os estudos da rea; [6] formulao de propostas de interveno educacional teoricamente fundamentadas.

    II- DO MARCO TERICO-EPISTEMOLGICO

    O quadro de referncia bsico da atividade de pesquisa do NupArg so concepes contemporneas que situam a ao e a cognio humanas num contexto histrico-cultural e inerentemente dialgico visto, a um s tempo, como sua origem e seu fim ltimo. Partindo dessa perspectiva, uma crtica contundente tem sido feita forma como as relaes entre linguagem e pensamento so concebidas em vertentes histricas e contemporneas da psicologia nas quais a cognio entendida como fenmeno que se realiza primariamente no plano intrapsicolgico e a linguagem como meio que viabiliza trocas comunicativas e expresso pblica de cognies individuais. Em contraste, perspectivas dialgicas enfatizam a dimenso histrico-cultural e inerentemente dialgica do psiquismo humano. Tais perspectivas revertem a relao pensamento-linguagem, mencionada acima, ao postularem que formas e processos caracteristicamente humanos de pensamento e conhecimento surgem no mbito de relaes dialgicas cuja natureza necessariamente sociossemitica constitudas pela linguagem e outros recursos semiticos culturalmente constitudos.

    III- DAS LINHAS DE PESQUISA

    Argumentao e processos de construo do conhecimento.

    Investiga-se aqui o papel mediador da argumentao na (trans)formao de perspectivas (conhecimento) sobre fenmenos do mundo fsico e social. A tese central proposta que a existncia, na argumentao, de um espao de negociao confere a esse tipo de discurso uma dimenso epistmica que o institui como recurso privilegiado de mediao em processos de construo do conhecimento.

    Argumentao e desenvolvimento do pensamento reflexivo.

    Nesta linha de pesquisa investiga-se o papel mediador da argumentao no desenvolvimento e funcionamento de formas auto-reguladoras de pensamento que possibilitam ao indivduo refletir sobre fundamentos e limites do conhecimento que gera sobre o mundo (uma operao de natureza eminentemente metacognitiva).

    Aquisio/Desenvolvimento de condutas argumentativas.

    O objetivo especfico desta linha de pesquisa investigar a emergncia, no discurso infantil, de operaes de natureza cognitivo-discursiva que constituem e possibilitam a argumentao. Interessa ainda investigao, o estudo de manifestaes precoces de condutas ditas protoargumentativas que antecedem o desenvolvimento da argumentao no plano verbal.

    Produo de gneros argumentativos escritos.

    Investigam-se aqui demandas e processos caractersticos da produo de gneros argumentativos escritos bem como dificuldades enfrentadas por alunos dos nveis fundamental, mdio e superior nesta produo.

    IV- DOS MEMBROS

    O NupArg conta, em 2010, com 22 membros, distribudos nas seguintes categorias: [1] Pesquisadoras: Selma Leito, UFPE (coordenadora do grupo); Angela Santa-Clara, UFRPE; Tcia Cavalcante, UFPE. [2] Pesquisadoras associadas: Antonia Larran, Universidad Alberto Hurtado, Chile; Ceclia Goulart, UFF; Luci Banks Leite, Unicamp. [3] Doutorandas: Ana Paula Ferreira, Geovana Vargas, Lysia Baslio, UFPE. Mestrandas: Cristhiane Alves, Laura Ruiz, Nancy Roncancio, UFPE. Graduandas/Bolsistas de Iniciao

  • Cientfica: Clarissa Fernandes, Daniella Pinang, Dayse Arianne de Souza, Dbora Mota, Maria Magdala Coraciolo e Silva, Natlia Barros; Shirleidy Freitas, Danila Vieira de Melo; Gleice Iara Santos Costa; Juliana Aparecida da Silva Alves, UFPE.

    V- DOS PROJETOS DE PESQUISA (CONCLUDOS, EM ANDAMENTO)

    A constituio do discurso argumentativo-explicativo em aulas de Histria e Cincias Naturais. (Em andamento). Coordenadora: Luci Banks-Leite.

    A dimenso dialgico-argumentativa da escrita e a constituio do conhecimento sobre o meio ambiente. (Em andamento). Coordenadora: Angela Santa-Clara.

    Argumentando a partir de exemplo: desenvolvimento do raciocnio argumentativo. (Em andamento). Coordenadora: Selma Leito.

    Argumentao e metacognio: um estudo sobre o desenvolvimento do pensamento reflexivo. (Em andamento). Coordenadora: Selma Leito.

    Indivduos com sndrome de Down: proposta argumentativo-discursiva para educao inclusiva. (Em andamento). Coordenadora: Tcia Cavalcante.

    Anlise da argumentao no discurso dos portadores da Sndrome de Down. (2007 2008). Coordenadora: Tcia Cavalcante.

    Emergncia precoce de condutas contra-argumentativas. (2005 2006). Coordenadora: Selma Leito.

    Discurso Argumentativo e construo de regras ortogrficas contextuais. (2004 2006). Coordenadora: Tcia Cavalcante.

    Argumentao e processos de construo de conhecimento. (2003 2007). Coordenadora: Selma Leito.

    Argumentao infantil: Implementao de processos de negociao em textos orais e escritos. (2001 2003). Coordenadora: Selma Leito.

    Produo de textos argumentativos: dificuldades de planejamento e textualizao. (1999 2001). Coordenadora: Selma Leito.

    O desenvolvimento da argumentao na escrita. (1997 1999). Coordenadora: Selma Leito.

    Uma explorao de variantes e invariantes da argumentao em linguagem natural. (1995 1997). Coordenadora: Selma Leito.

    VI- DAS TESES E DISSERTAES (CONCLUDAS, EM ANDAMENTO)

    Argumentao e auto-regulao na produo de textos escritos. Dissertao de Mestrado, UFPE. (Em andamento). Autora: Laura Clemencia Ruiz Guevara.

    Entendendo nas entrelinhas: como as crianas compreendem a ironia em discursos argumentativos. Dissertao de Mestrado, UFPE, em andamento. Autora: Cristhiane Souza Alves.

    Desenvolvimento de condutas opositivas na argumentao infantil. Tese de doutoramento, UFPE (Em andamento). Autora: Lysia Baslio.

    Argumentao e explicao: especificidades e relaes no processo de constituio do conhecimento. Tese de doutoramento, UFPE. (Em andamento). Autora: Ana Paula Ferreira.

    Alfabetizao significativa: o despertar do senso crtico e do gnero argumentao na criana. Incio: 2010. Dissertao de Mestrado, UNICAMP. (Em andamento). Autor: Juliano Guerra Rocha.

  • O ensino da argumentao: o enfoque dos livros didticos de lngua portuguesa no ensino fundamental. Tese de doutoramento, UNICAMP. 2010. Regina Pinheiro de Oliveira e Silva.

    Inferncia de predio e argumentao em uma atividade de leitura de histrias em sala de aula. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2009. Autora: Gabriela Neves Marques de Almeida.

    Julgamento moral e argumentao: uma abordagem dialgica aos processos de desenvolvimento da moralidade. Tese de doutoramento, UFPE, 2009. Autor: Ricardo Pinho Souto.

    A emergncia de condutas argumentativas de oposio na brincadeira infantil em ambiente virtual. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2008. Autora: Lysia Rachel Moreira Baslio.

    Estudo das relaes entre produo de textos escritos e pensamento crtico. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2008. Autora: Rafaela Maria Medeiros Fernandes.

    Condiciones retricas y semiticas en el proceso de auto argumentacin reflexiva. Tese de doutoramento. Pontificia Universidad Catlica de Chile, 2007. Autora: Antonia Larran S. (Co-orientao/NupArg).

    Argumentao em sala de aula: um caminho para o desenvolvimento da auto-regulao do pensamento. Tese de doutoramento, UFPE, 2006. Autora: Sylvia Regina de Chiaro Ribeiro Rodrigues.

    Inferncia e argumentao na constituio da compreenso textual. Tese de doutoramento, UFPE, 2006. Autora: Tcia Cassiany Ferro Cavalcante.

    A constituio dialgico-argumentativo do conhecimento no processo de produo do texto escrito. Tese de doutoramento, UFPE, 2005. Autora: Angela Maria Oliveira Santa-Clara.

    Argumentao e construo do conhecimento: Anlise retrica dos acordos e adeses em uma sala de aula de histria. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2005. Autor: Francisco Edmar Pereira Neto.

    O desenvolvimento de condutas opositivas em crianas: possibilidade de antecipao de contra-argumentos. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2005. Autora: Ana Paula Medeiros Ferreira.

    A escrita argumentativa: avaliao de um programa de ensino com alunos das 2a. e 4a. sries. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2003. Autora: Eliana Gomes da Silva Almeida Almeida.

    Identificao de elementos da argumentao na escrita: um estudo em escola pblica. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2003. Autora: Myrtes Ribeiro de Lyra.

    Argumentao na sala de aula: construo de conhecimentos numa sala de aula de cincias. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2002. Autora: Polyanne Maria de Arajo Coimbra Fernandes.

    A construo do conhecimento em uma sala de aula de histria: o papel da argumentao. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2001. Autora: Sylvia Regina De Chiaro Ribeiro Rodrigues.

    Argumentao coletiva em sala de aula e construo de conhecimentos no campo da tica: uma abordagem processual. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2001. Autor: Ricardo Pinho Souto.

    A influncia do gnero de texto na produo de recursos coesivos por crianas. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2000. Autora: Ana Paula Medeiros de Oliveira e Silva. (Co-orientao/NupArg).

    Conscincia da estrutura textual e produo de texto argumentativo. Dissertao de Mestrado, UFPE, 2000. Autora: Regina Pinheiro de Oliveira e Silva.

    A compreenso de texto em lngua estrangeira em duas metodologias de ensino. Dissertao de Mestrado, UFPE, 1999. Autora: Ana Cludia Leandro dAlmeida Falco. (Co-orientao/NupArg).

  • Filosofia para crianas: competncia na resoluo de problemas lgicos em contexto escolar. Dissertao de Mestrado, UFPE, 1998. Autor: Paulo Cavalcanti Pereira.

    O desenvolvimento de habilidades argumentativas: a construo de argumentos em crianas. Dissertao de Mestrado, UFPE, 1998. Autora: Suzana Cordeiro de Macdo.

    O desenvolvimento de habilidades argumentativas na escrita infantil. Dissertao de Mestrado, UFPE, 1998. Autora: Sandra Bezerra de Andrade Vasconcelos.

    Produo de idias e textualizao na escrita argumentativa: em estudo exploratrio. Dissertao de Mestrado, UFPE, 1998. Autora: Rosane Maria de Alencar Mattozo.

    VII- DOS INTERCMBIOS INTERINSTITUCIONAIS

    Centro de Estudios de la Argumentacin y del Razonamiento (CEAR), Universidad Diego Portales (UDP), Santiago, Chile. O CEAR distingue-se como nico centro de pesquisa da argumentao no mbito da Amrica Latina e Iberoamrica.

    GT-Argumentao/explicao: modos de construo/constituio do conhecimento. Grupo de pesquisa vinculado Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Psicologia (ANPEPP).

    Grupo de Pesquisa Pensamento e Linguagem (GPPL). Grupo de Pesquisa da Faculdade de Educao da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP.

    Centro de Investigaciones en Psicologa, Cognicin y Cultura. Instituto de Psicologa da Universidad del Valle (UNIVALLE), Cali, Colmbia.

    VIII- DOS EVENTOS ACADMICO-CIENTFICOS PROMOVIDOS

    Seminrio Cognio e Linguagem. UFPE, 2003. Conferencistas convidadas: Ceclia Goulart, Dominique Colinvaux (Educao, UFF); Glria Carvalho (Psicologia, UFPE), Lus Antnio Marcuschi (Lingstica, UFPE), Zlia Dantas (Filosofia, UFPE); Luci Banks-Leite (Educao, UNICAMP; Slvia Fernandes (Lingstica, UNESP).

    Seminrio Dialogismo Bakhtiniano: Interlocues com a Lingstica, a Psicologia, e a Educao. UFPE, 2005. Conferencistas convidados: Beth Brait (Lingstica, USP/PUC-SP); Ceclia Goulart (Educao, UFF); Dris Cunha, Lus Antnio Marcuschi, (Lingstica, UFPE); Maria de Ftima Vilar de Melo (Psicologia, UNICAP-PE); Maria Teresa de Assuno Freitas (Educao, UFJF).

    Minicurso Problemas epistemolgicos en psicologia del desarrollo. UFPE, 2006. Conferencista convidado: Jos Antonio Castorina (Universidad de Buenos Aires. Consejo Nacional de Investigaciones Cientficas/Conicet).

    Seminrio A dialogical appproach in psychology. UFPE, 2007. Conferencista convidada: Ivana Markov (Professor Emrito da University of Stirling, Esccia. Fellow of the British Psychological Society, the Royal Society of Edinburgh, and the British Academy).

    I Seminrio Internacional Argumentao na escola. UFPE, 2009. Conferencistas convidados: Michael Baker (Universit Paris X. Laboratoire Traitement et Communication de l'Information/LTCI/Telecom ParisTech); Baruch Schwarz (School of Education, The Hebrew University of Jerusalem); Claudio Fuentes (Centro de Estdios de la Argumentacin y el Razonamiento/CEAR, Universidad Diego Portales, Santiago do Chile; Maria Cristina Martinez (Grupo de Investigacin en Textualidad y Cognicin/GITECLE, Escuela de Ciencias del Lenguaje, Universidad del Valle, Cali, Colmbia. Diretora da Ctedra UNESCO para la Lectura y la Escritura na Amrica Latina e Caribe).

  • Minicurso Teora de la Argumentacin: una perspectiva histrica y comparada. UFPE, 2009. Conferencista convidado: Claudio Fuentes. (Docente do Posttulo de Estudios de la Argumentacin e Diretor do Centro de Estdios de la Argumentacin y el Razonamiento da Universidad Diego Portales, Santiago do Chile).

    Compreendendo o trabalho multidisciplinar de Desenvolvimento Sistemas

    Hipermdia para a Educao na perspectiva da Teoria da Atividade: o caso do

    sistema hipermdia Cem Bilhes de Neurnios

    Grupo de Pesquisa: Pesquisa e Desenvolvimento de Ambientes Construtivistas de Aprendizagem Presenciais e a Distncia com o uso de Tecnologias da Informao e Comunicao - UFRJ

    Integrantes: Miriam Struchiner, Ncleo de Tecnologia Educacional para a Sade, NUTES/UFRJ, [email protected], Tas Rabetti Giannela, Ncleo de Tecnologia Educacional para a Sade, NUTES/UFRJ, [email protected], Joo Cardoso de Castro, UNIFESO Centro Universitrio da Serra dos rgos, [email protected]

    O objetivo deste trabalho foi revisitar o processo de desenvolvimento de um material de educativo informatizado, em formato hipermdia, denominado Cem Bilhes de Neurnios (CEMBI), cuja finalidade contribuir para mudanas qualitativas no processo educativo em Neurocincia nos cursos de graduao da rea Biomdica. O foco do presente estudo foi analisar os princpios norteadores, os acordos e procedimentos estabelecidos e a organizao do trabalho, assumidos por uma equipe multidisciplinar, composta por professores, alunos e tcnicos especializados em diferentes reas, reunidos pelo interesse comum no avano do conhecimento no contexto de uma universidade.

    Sendo esta uma atividade scio-tcnica, o aporte da Teoria da Atividade (TA) (ENGENSTRM, 1987) e o modelo proposto por Mwanza (2001) como roteiro orientador possibilitaram desvendar a dinmica deste processo. A TA ofereceu um conjunto de princpios bsicos para um enquadramento conceitual por meio do qual foi possvel compreender o processo de desenvolvimento deste material educativo, enquanto atividade orientada-por-objetivo, social e culturalmente influenciada, singularizando aes e interaes dos sujeitos entre si e entre artefatos.

    O modelo da TA de Engestrm (1987) no pretende oferecer tcnicas e procedimentos para pesquisa. Sua proposta de uma abordagem conceitual, que deve ser adaptada natureza especfica da situao em estudo, como se tentou realizar nesta pesquisa. nesta perspectiva que compreendemos a importncia desta abordagem de trabalho no campo das Tecnologias de Informao e Comunicao no Ensino de Cincias, assumindo a singularidade dos processos de planejamento e interveno educacional, pautados pelo contexto scio-cultural e por suas condies de desenvolvimento, ao contrrio dos modelos prescritivos regidos por procedimentos rigidos e lineares.

    Utilizamos como fontes de informao, a documentao e os produtos gerados no processo de desenvolvimento do CD-ROM CEMBI. Aps a primeira inspeo do material, este foi organizado da seguinte forma: Projetos renem verses do projeto e pedidos de financiamento; Estudos e Pesquisas so trabalhos apresentados em congressos, monografias e estudos realizados sobre a utilizao do CD-ROM com alunos de graduao; Dinmica de Trabalho concentram atas de reunies, emails, relatrios etc. e Produtos incluem materiais desenvolvidos (livro-texto e CD-ROM). O quadro 1 apresenta detalhadamente as fontes de informao da pesquisa.

    Como os dados para a conduo desta pesquisa eram documentos relativos ao desenvolvimento do CD-ROM Cem Bilhes de Neurnios, optamos por um estudo de natureza qualitativa e utilizamos o

  • mtodo de anlise de contedo, que compreende, "um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes visando obter, por procedimentos sistemticos e objetivos de descrio do contedo das mensagens, indicadores (quantitativos ou no) que permitam a inferncia de conhecimentos relativos s condies de produo/recepo (variveis inferidas) destas mensagens" (Bardin, 1977, pg 42).

    A anlise documental baseou-se nos indicadores pr-estabelecidos pela TA: (a) Sujeito(s), os indivduos envolvidos na atividade; (b) Objeto, o objetivo da atividade; (c) Ferramentas, utilizadas no processo de transformao, materiais ou conceituais; (d) Regras, normas explcitas e implcitas, convenes ou relaes sociais na comunidade; (e) Diviso do trabalho e desempenho de papis dos sujeitos; (f) Comunidade, formada por sujeitos que compartilham o objetivo/objeto (KUUTI, 1995).

    Mwanza (2001) concebeu, a partir do tringulo da TA, um modelo de anlise composto de seis estgios: Estgio 1 Modelar a situao a ser estudada; Estgio 2 Produzir um sistema de TA da situao; Estgio 3 Decompor o sistema desenvolvido; Estgio 4 Gerar Questes de Estudo; Estgio 5 Conduzir uma investigao detalhada; Estgio 6 Interpretar os achados.

    O Estgio 1 identifica os elementos que compem o tringulo da atividade, a partir de oito passos (Mwanza e Engestrm, 2005): atividade de interesse; objetivos; sujeitos; ferramentas; regras; diviso do trabalho; comunidade e resultados. O Estgio 2 consiste no desenvolvimento do sistema de atividade a partir dos elementos identificados. Segundo Mwanza (2001), essa aproximao permite que o investigador focalize reas de interesse para anlise.

    Os Estgios 3 e 4 consistem na definio de subsistemas, formados por um ator, sujeito ou comunidade; um mediador, ferramentas, regras ou diviso de trabalho; e um objeto(ivo), para o qual a atividade orientada. Existem diferentes formas de relacionar os elementos envolvidos: a relao entre sujeito e objeto pode ser mediada pela ferramenta, por regras ou pela diviso do trabalho, sendo que estas mediaes podem ser desenvolvidas tendo a comunidade como principal ator. Perguntas especficas de uma combinao particular so ento geradas.

    O Estgio 5 consiste na investigao das questes geradas e o Estgio 6 na interpretao destes achados. Considerando a flexibilidade do modelo de Mwanza (2001), este serviu como roteiro orientador do aprofundamento da anlise da atividade de desenvolvimento do CEMBI, a partir das fontes de informao selecionadas.

    Trs questes de pesquisa foram geradas a partir dos elementos definidos no Sistema da Atividade. Sua formulao objetivou compreender a influncia de aspectos conceituais, as normas e procedimentos estabelecidos e a diviso do trabalho e a dinmica de uma equipe multidisciplinar de natureza acadmica, no processo de construo de materiais educacionais para o ensino das cincias biomdicas. So elas: Questo 1 Quais foram as ferramentas utilizadas pelos sujeitos e como foram utilizadas para alcanar os objetivos desta atividade?; Questo 3 De que forma a diviso do trabalho estabelecida influenciou a forma como os sujeitos alcanaram seus objetivos? e Questo 2 Quais regras afetaram a forma como os sujeitos alcanaram seus objetivos e como?

    Assim que, a partir da analise da atividade de interesse deste estudo, foi possvel constatar a coerncia entre os princpios e as teorias educacionais, assumidas pelos sujeitos do estudo, na criao de um modelo de material educacional de abordagem construtivista e de seus desdobramentos conceituais (VYGOTSKY, 1979). Mesmo constatando que estas premissas no tenham sido formuladas por todos os sujeitos envolvidos, foi possvel identificar as diferentes estratgias de integrao e as normas e procedimentos estabelecidos para compartilhar esta abordagem e facilitar sua apropriao pelos sujeitos nas diferentes etapas do processo do trabalho da comunidade de desenvolvimento do sistema hipermdia. Sendo uma proposta multidisciplinar, o andamento do projeto ficou constantemente atrelado interrelao das equipes envolvidas, e por conta disso, a produo do CEMBI esteve sempre

  • comprometida com o funcionamento da dinmica negociada, mesmo sendo esta permeada por tenses/contradies e, por vezes, submetida a questionamentos e revises. Segundo Roth (2004), so as contradies que alavancam mudanas no sistema, por conseguinte, na evoluo da atividade.

    Alguns elementos importantes tambm podem ser apreendidos a partir da diviso de trabalho estabelecida neste projeto. Por se tratar de um projeto de pesquisa envolvendo sujeitos de diversas reas de conhecimento, foi possvel analisar e situar a participao e as formas de colaborao e a influncia entre sujeitos de backgrounds to distintos trabalhando sob um mesmo objeto, bem como a forma como desempenharam seus papis a partir de suas expertises e interesses pessoais no projeto. Desta forma, os sujeitos no apenas geraram sub-produtos, que foram compartilhados, mas tambm, neste processo, se produziram e se reproduziram a si prprios (DAVYDOV, 1999), como membros de uma comunidade. Isto , esta participao na atividade tambm produz e reproduz a estrutura da comunidade na qual o individuo e parte constitutiva (ROTH, 2004, p.4).

    Quanto ao conjunto de dados utilizados por esta pesquisa, ressaltamos primeiramente a dificuldade de se reunir e organizar todos os documentos disponveis, visto que muitos deles se encontravam dispersos entre a documentao de outros projetos. Foi relevante a organizao sistemtica de todo o material, visando destacar os principais elementos do projeto e nortear quais e como os dados poderiam ser trabalhados.

    Assim, a partir de toda documentao levantada, mais do que identificar elementos de um projeto, era preciso, por meio de um roteiro orientador (MWANZA, 2001), por estes elementos em articulao, evidenciando suas caractersticas e importncia. Mesmo apresentando limitaes para algumas questes, a documentao disponvel revelou ser uma rica fonte de dados de pesquisa sobre um processo complexo. A TA enfatiza as condies materiais concretas da atividade humana. Mas, enquanto outras abordagens no enfatizam as motivaes das acoes construtivas do projeto, a TA defende uma analise hierrquica da atividade humana, onde se evidenciam meios e fins, de modo no sequencial e no linear, como se da no fluxo de tempo normal do projeto. Tomando a atividade de desenvolvimento do CEMBI como unidade bsica de analise, a TA ressaltou as necessidades humanas que conduziram a atividade, na consecuo de seus objetivos. A TA se mostrou, em sua aplicao neste caso, ordenadora de seu levantamento histrico e, sem duvida, promissora para anlises deste gnero.

    Referncias:

    BARDIN, L. Anlise de Contedo. Lisboa, Portugal: Edies 70, 1977.

    ENGESTRM, Y. Learning by expanding: an activity-theoretical approach to development research. Helsinki: University of Helsinki, 1987.

    KUUTTI, K. Activity Theory as a potential framework for human-computer interaction research. In: NARDI, B. (Org) Context e Consciousness: Activity Theory e Human Computer Interaction. Cambrige: MIT Press, 1995, p. 17-44.

    MWANZA, D.; ENGESTROM, Y. Managing content in e-learning environments. British Journal of Educational Technology, v 36, n 3, p. 453-463, 2005.

    MWANZA, D. Where Theory meets Practice: A Case for Activity Theory based Methodology to guide Computer System Design. In: Proceedings of INTERACT 2001: EIGHTH IFIP TC 13 CONFERENCE ON HUMAN-COMPUTER INTERACTION, Tquio, 2001.

    ROTH, W. Activity Theory and Education: An Introduction. Mind, Culture, and Activity. v 11, n1, p.1-8, 2004.

    VYGOTSKY, L. S. A Formao Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicolgicos Superiores. So Paulo: Livraria Martins Fontes, 1979.

  • Condies de desenvolvimento humano e prticas contemporneas: as

    relaes de ensino em foco

    Grupo de Pesquisa: Pensamento e Linguagem, GPPL; Faculdade de Educao, FE; Universidade Estadual de Campinas, Unicamp.

    Integrantes: Ana Luiza Bustamante Smolka, FE/Unicamp [email protected], Lavinia Lopes Salomo Magiolino, FE/Unicamp [email protected], Flavia Faissal, FE/Unicamp [email protected], Daniela Dias dos Anjos, FE/Unicamp [email protected], Dbora Dainez, FE/Unicamp [email protected], Thelma Belo Anacleto dos Santos, FE/Unicamp [email protected], Cristina Hulshof, FE/Unicamp - [email protected], Raquel Minako Kusunoki, FE/Unicamp [email protected], Jos Carlos Pinto Filho, FE/Unicamp [email protected], Eduardo Caliendo Marchesam, FE/Unicamp [email protected], Carolina Fantin, FE/Unicamp [email protected], Isnary Arajo, SME/Campinas [email protected], Augusta ti Yamamoto, SME/Campinas [email protected], Roberta Scian, SME/Campinas [email protected], Claudia Regian Squarizzi Bittencourt, SME/Campinas [email protected], Paulo Henrique Oliveira, SME/Campinas [email protected]

    O objetivo dessa apresentao colocar em discusso algumas questes sobre o desenvolvimento humano que tm emergido no mbito do projeto que vimos realizando atualmente em uma escola pblica brasileira. A proposta de atuao e investigao envolve o trabalho compartilhado entre professores em exerccio na escola, professores em formao e pesquisadores na universidade.

    As inmeras contradies que persistem no cotidiano da escola, no processo de democratizao do ensino, na formulao das polticas pblicas, na produo e acesso ao conhecimento, indicam que o estudo das interaes e condies concretas no interior da escola ainda se faz necessrio. Concepes de ensino, de linguagem, de desenvolvimento humano, de currculo, vo se transformando e impactam as formas de organizao da escola e as prticas na sala de aula (ciclos, escola de nove anos, avaliao, progresso continuada, educao inclusiva, projeto poltico-pedaggico, definio e ocupao de cargos...). Assim, as condies concretas e as contradies levam a constantes questionamentos dos modos como a educao formal vem se realizando na contemporaneidade.

    Um dos problemas persistentes com relao aos estudos em Psicologia e Educao consiste nos modos de problematizar e investigar a emergncia de novas possibilidades de ao humana, nas imbricaes da ontognese com a cultura e a histria. Nesse sentido, problematizamos o estatuto dos instrumentos tcnicos e semiticos na histria da produo cultural do homem e as condies de acesso e utilizao dessa produo nas relaes de ensino. O uso de instrumentos um dos assuntos mais relevantes na obra de Vigotski (1995). O carter basilar atribudo a este tema deve-se funo transformadora possibilitada no apenas pela utilizao, mas pela criao de artefatos como meio e modo de apropriao da natureza e constituio da atividade simblica, viabilizada pela produo de signos. Na filognese do homem, a criao e uso de instrumentos marca um momento na constituio humana definidora e constituidora dos aspectos humanizadores da espcie. Em se tratando de um projeto que busca entender as condies de desenvolvimento humano na contemporaneidade, torna-se relevante que a anlise das condies e dos modos de apropriao dos instrumentos tcnico-semiticos incluindo as novas tecnologias - faa parte desse trabalho.

    Assumindo que o acesso s novas tecnologias no elimina, mas pode redimensionar ou transformar a utilizao de tantos outros recursos historicamente produzidos, destacamos a importncia de se estudar as contribuies e implicaes destes novos recursos, indagando sobre como estes impactam as relaes de ensino. Se, por um lado, eles so fundamentais como contedo da educao das novas

  • geraes, por outro lado, no descartam as muitas outras formas de produo humana. A questo ento entender como essas produes so apropriadas (ou no), como so disponibilizadas (ou no), como so ensinadas (ou no) na escola, para alm do mero uso instrumental. A compreenso do impacto que tem a utilizao dos novos instrumentos tcnicos semiticos na escola, representados pelas novas tecnologias de (in)formao, passa, necessariamente, pela compreenso no s do que os homens fazem com os instrumentos, mas do que os instrumentos fazem com os homens, afetando e transformando as prticas sociais.

    Muitas indagaes se levantam: Como o homem vai se constituindo e sendo afetado pela produo de suas prprias condies de existncia? Como os instrumentos e as tcnicas que vo sendo produzidos e se tornam disponveis na cultura transformam os modos de aprender e ensinar? Como compreender o estatuto dos instrumentos tcnico-semiticos nos processos de apropriao e incorporao da cultura? Se compreendemos o desenvolvimento humano marcado pelo movimento histrico, como lidar com a rapidez e a complexidade cada vez maior da produo e das transformaes que se operam nos modos de vida, quando somos instados a ensinar, inclusive o que ainda no sabemos?

    Interessados, portanto, em investigar as situaes e as relaes de ensino, indagamos sobre as condies de vida que (no) mudam e perguntamos: Como as condies (de realizao) da atividade (na escola e/ou fora dela) afetam (ou podem mudar) os sentidos de uma situao experienciada? Como vo se dando os modos de apropriao do conhecimento e incorporao das prticas (transformao, abreviao), relacionadas ao desenvolvimento da criana, constituio dos sujeitos, emergncia de novas formas de atividade e novas prticas? Que diferena faz(em) (as condies de) o conhecimento?

    Trabalhar com base na constatao de Vigotski de que objeto e mtodo se constroem no percurso um risco que temos assumido. Nossa opo por esse modo de realizao da pesquisa se baseia nos pressupostos que assumimos, na concepo de que estudar o desenvolvimento estudar o movimento. Mais ainda, quando se trata de um projeto de atuao na escola e o trabalho de investigao, conceituao e teorizao feito na dinmica das relaes, nas negociaes cotidianas, nas avaliaes do processo, nas constantes retomadas e ponderaes.

    Esse modo de trabalho terico e conceitual implica a interlocuo com autores em vrios campos de conhecimento - Vigotski, Bakhtin, Foucault, Pcheux, Bourdieu, Elias, Certeau, Castoriadis, Eagleton, Tomasello, Damsio, dentre outros -, mostrando-se provocativo e em aberto. Como tem sido apontado, argumentado e discutido em nossos trabalhos, essa interlocuo traz importantes implicaes de carter metodolgico. A construo dos dados, o recorte das situaes empricas, os procedimentos de anlise tambm vo se (re)configurando. Explorando vrias possibilidades de anlise, realizamos diversos exerccios do olhar (Smolka, 2000) nas (re)configuraes de objeto e mtodo, inspirados em princpios da etnografia, da sociologia histrica, da antropologia cultural, da psicologia do desenvolvimento, dos estudos da linguagem.

    O projeto se desdobra em 4 eixos de estudo: 1. anos iniciais do ensino fundamental, com foco nas relaes professor/aluno/conhecimento e nas relaes famlia/escola; 2. anos finais do ensino fundamental, com foco nas experincias e concepes de cidadania e nas prticas de leitura; 3. condies e prticas de educao inclusiva; e 4. formas de gesto e trabalho docente. Nesta apresentao, estaremos privilegiando questes de ordem terico-metodolgica, epistemolgica e poltica relacionadas aos eixos em pauta, com base nas anlises preliminares do material emprico registrado e discutido no grupo at o momento.

    Palavras chave: desenvolvimento humano relaes de ensino perspectiva histrico-cultural.

  • Crianas na Paisagem: Estratgias de Apropriao, Produo e Re-

    configurao do Espao.

    Grupo de Pesquisa: Grupo de Pesquisas e Estudos em Geografia da Infncia (GRUPEGI) Universidade Federal Fluminense

    Integrantes: Prof. Dr. Jader Janer Moreira Lopes Programa de Ps-Graduao em Educao/Campo de Confluncia: Linguagem, Subjetividade e Cultura/Universidade Federal Fluminense e-mail: [email protected] ou [email protected]

    Retorno a escola depois de 01 ms de frias escolares. J estou aguardando as crianas prximo ao ptio onde brincam em seu horrio fora da sala de aula. Elas chegam em fila cantando uma msica tpica da Educao Infantil. Ao me verem muitas acenam, sorriem. Assim que passam pelo porto, a fila desfeita, algumas correm e me abraam, outras se dirigem direto ao escorregar e casinha, outras correm entre as formas espaciais presentes naquele local.

    H muitos comentrios sobre como estava o lugar na ausncia delas, uma das meninas diz que a casa estava uma baguna... tudo fora do lugar, um dos meninos comenta que... o buraco aumentou (fazendo meno a uma rea do ptio sem grama) e os demais, posicionados em volta, olham e confirmam que...sim. Naquele dia de retorno escola, os comentrios sobre o lugar dominaram a conversa: a cozinha precisa de lavar tudo; precisamos limpar a casa, medida que retornavam ao lugar, falas eram feitas, percorrendo todo o espao, no somente com os movimentos, olhares e aes, mas tambm com a voz.

    (Nota de campo, agosto de 2008)

    Nos ltimos anos um novo olhar sobre as crianas e suas infncias tem sido sistematizado em diversas reas do conhecimento, os estudos da Sociologia da Infncia, da Antropologia da Infncia, da Geografia de Infncia, da Psicologia do Desenvolvimento, entre outras, tm contribudo para a emergncia de um novo paradigma, novos ngulos de se perceber e compreender as crianas e suas aes frente ao mundo em que se inserem.

    Em trabalhos anteriores (Lopes e Vasconcellos, 2005)1 temos refletido sobre a infncia como um espao de embate entre os diferentes agentes e setores que buscam trazer as crianas para suas reas de influncia, o que coloca essa categoria na condio de territrio, onde diferentes grupos, instituies e outros se aproximam, afastam, dialogam, conflitam na produo de saberes (e poderes) relativos s crianas e suas infncias

    Esses embates tm gerado diferentes paradigmas ao longo da histria da infncia que se desdobram em diferentes implicaes e atuaes. A infncia percebida muito mais pela sua ausncia, pela sua incompletude tem sido uma das concepes hegemnicas que se espraiam em vrias dimenses sociais e materializam aes em diversos campos, como na rea da educao.

    Poderamos agregar, ainda ai, mais uma negatividade: a do espao e, tambm do tempo, a noo de uma infncia percebida como sujeitos a-topos, ou seja, de lugar nenhum, como sujeitos a-temporais, de tempo nenhum, deslocadas de seus espaos e de seus tempos.

    1LOPES, Jader Janer M.; VASCONCELLOS, Tnia de. Geografia da Infncia. Reflexes sobre uma rea de

    pesquisa. Juiz de Fora: FEME, 2005.

  • Essa forma de ver a criana e de conceber a infncia, nega seu papel de sujeito social, nega a existncia de suas histrias e geografias, nega suas possibilidades de construo, de ao e de dilogo na produo dos espaos e tempos em que se inserem e a coloca na condio de sujeitos passivo, e, portanto passvel de receber aes que vem dos outros que compem seus cotidianos.

    Os estudos clssicos de Piaget (Piaget e Inhelder, 1993)2 influenciaram toda uma gerao de estudiosos e de pesquisas no tocante as crianas e suas espacialidades, marcando desde as concepes mais amplas (como os programas e estudos curriculares, por exemplo, definindo qual realidade espacial deveria ser trabalhada em cada srie ou ciclo escolar) a situaes mais especficas (como o ensino da cartografia para crianas, a organizao do espao para as creches e pr-escolas, entre muitos outros).

    Porm, a experincia espacial sempre uma experincia mediada, o contato com os artefatos e objetos nele presentes, um contato que permite vivenciar a filognese humana, na sua prpria ontognese, no para repeti-la ou recapitul-la, mas para possibilitar de emancipao humana e a condio de humanizao.

    Algo percebido por ns em pesquisas anteriores, como o trabalho com crianas migrantes de diferentes idades (Lopes, 2003)3, que se deslocam tanto dentro de uma mesma unidade geogrfica (a cidade, por exemplo) quanto em unidades geogrficas diferenciadas (entre estados), demonstrou que elas no sistematizam suas espacialidades num sentido linear de apreenso, mas deslocam-se por cima das fronteiras estabelecidas e constroem diferentes percepes dessas dimenses. Suas falas e desenhos dividem-se entre os diversos pontos por onde passaram, poucas referncias fixas atadas a apenas um local.

    Uma coisa a construo conceitual e vivencial dos territrios oficiais constituidores da organizao espacial dos estados modernos (compreendidos geralmente como rua, bairro, municpio, estado e assim por diante) e outra a vivncia espacial das crianas nesses territrios, sentidos, percebidos, usados e abusados de forma completamente arbitrria s suas perspectivas originais, ou seja, seus espaos apropriados, espaos reconfigurados, espaos transformados e produzidos. Em pesquisa recente (Lopes, 2006)4 foi possvel ver determinadas parcelas do espao urbano existente em trs cidades escolhidas

    2 PIAGET, J & INDEL, B. A representao do espao na criana. Porto Alegre: Artes Mdicas. 1993.

    3 LOPES, Jader J. M. Ento Somos Mudantes: Espao, Lugar, Territrios e identidades em crianas

    migrantes. Tese de Doutorado. Faculdade de Educao. Universidade Federal Fluminense. Niteri. 2003.

    4 LOPES, Jader J. M. Produo do territrio brasileiro e produo dos territrios de infncia: por onde

    andam nossas crianas? Faculdade de Educao. Universidade Federal Fluminense. Niteri. 2006. O projeto

    contou com o apoio institucional da Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-graduao da Universidade Federal Fluminense;

    com o Campus da UFF em Santo Antnio de Pdua, na figura da Professora Dra.Tnia de Vasconcellos; com o

    Ncleo de Educao em Cincias e Tecnologia (NEC) da Faculdade de Educao da Universidade Federal de Juiz

    de Fora, na figura da Profa. Dra. Snia Clareto; com o Instituto da Criana da Universidade do Minho, na figura do

    Prof. Dr. Manuel Sarmento; com apoio do CNPq, que nos possibilitou bolsa de iniciao cientfica, alm de um

    grupo de pesquisadores da graduao e ps-graduao. O relatrio parcial encontra-se no acervo documental do

    NMPEEC/Creche UFF.

  • para o trabalho de campo, tornarem-se lugares de crianas, locais cujas funes originais no foram pensadas para elas, mas que sofreram apropriaes e tornarem espaos de suas presentificaes, como os entornos das escolas, onde havia sempre crianas brincando, correndo, conversando ou fazendo outras aes, nas reas gramadas de jardins, onde foi comum observar brincadeiras diversas, como piques e jogar bola, nas ruas, nas galerias que se transformam em lugares de brincar, de vender balas, ou at mesmo de malabarismo, em troca de alguns centavos que ajudam na sobrevivncia.

    As crianas so assim, produtoras de culturas prprias e negociam com as demais categorias presentes na sociedade, suas existncias, buscando negar a condio de categoria submetida e isso que possibilita a transgresso/inverso de uso do espao originalmente concedido e concebido.

    O projeto em questo foi constitudo a partir dessas assertivas e situa-se como desdobramento desses trabalhos anteriores junto Grupo de Pesquisas e Estudos em Geografia da Infncia (GRUPEGI/CNPq).

    Partindo do pressuposto que as crianas imprimem suas presenas nas paisagens, estabelecemos como foco de interpretao e anlise a tentativa de compreender e responder as seguintes questes: como ocorrem as prticas espaciais pelas crianas em suas vivncias e no estabelecimento das culturas de infncia? Quais so as estratgias de apropriao e produo do espao pelas crianas e as suas re-configuraes como territrios e lugares? Como esses espaos concebidos se transformam em espaos vividos?

    Este projeto trabalha assim, nas interaes das crianas com os demais sujeitos de suas vidas cotidianas, mas tendo como foco central as dimenses do espao geogrfico (espao concebido, vivido e percebido) e em suas categorias de anlise: paisagem, territrio e lugar, numa rea que temos nomeado de Geografia da Infncia e usa como referencial terico a linha de estudos scio-histrico-cultural.

    Nas observaes percebeu-se a constante capacidade de transformao da lgica espacial, bem como o estabelecimento de lugares e territrios. Os estreitos liames entre essas duas dimenses geogrficas nos remeteu a observ-las de forma co