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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.69, jul./ago./set. 2007 69

ÍNDICE

EDITORIAL ......................................................................................................................................................................... 71

EDITORIAL COMENTADO I

Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? ................................................... 72Headaches, intracranial neoplasms and indications for neuroimaging. When to investigate?

Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo

EDITORIAL COMENTADO II

Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria .......... 75Evidence-based medicine: New daily persistent headache, a challenge to headache experts

Elcio Juliato Piovesan

ARTIGO ORIGINAL

New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients .............. 77Novo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléia persistente e diária desde o início:análise retrospectiva de 62 pacientes

Paulo Hélio Monzillo, Carla Baise-Zung, Patrícia H. Nemoto, Agnaldo R. Costa

EDUCAÇÃO CONTINUADA

Pesquisa em cefaléias em um país pobre ........................................................................................................................... 82Headache research in a developing country

Mario F. P. Peres, Pedro André Kowacs

IMAGENS EM CEFALÉIA

Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? .......................................................................................... 86Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache?Antônio Marcos da Silva Catharino, Fernanda Martins Coelho Catharino, Jorgete Haidar Sessim David Cosendey,Valéria Camargo Silveira, Carlos Henrique Melo Reis

HOMENAGEM

Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da cefaliatria brasileira ............................................................................. 88Wilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil

Marcelo M. Valença, Joaquim Costa Neto

VOCÊ LEU?

Harry Potter, mágica e cefaléia ........................................................................................................................................... 94Harry Potter, sorcery, and headacheComentários de Maurice Vincent

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIAPrograma ......................................................................................................................................................................... 98Resumo dos temas livres .................................................................................................................................................. 116Índice Remissivo .............................................................................................................................................................. 156

INSTRUÇÕES AOS AUTORES ........................................................................................................................................... 160

ISSN 1678-6270Órgão Científico da Sociedade Brasileira de CefaléiaVolume 10 Número 3 Julho/Agosto/Setembro de 2007

Migrâneas & Cefaléias

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Migrâneas cefaléias, v. 10, n.3, p.71,jul./ago./set. 2007 71

CCaros colegas,

Um número de congresso é sempre uma celebração. Uma celebração, pois nos trazuma constatação de que a ciência continua no país. Esta percepção é reforçada por aquelajá citada no último Editorial, a de que a cefaliatria brasileira galga reconhecimento no exte-rior, infelizmente em uma época na qual os investimentos nesta área são escassos.

Eppur si muove! (Contudo, se move!), como disse Galileu... Esperamos que o mote sirvanão apenas à cefaliatria, mas também à M&C, que mais uma vez traz aos nossos leitorestrabalhos na integra, além do Programa e dos Resumos do XXI Congresso Brasileiro deCefaléia.

E sobre este número, o que podemos dizer? Valença & Costa Neto nos trazem umretrato do Professor Wilson Farias da Silva, um gigante da cefaliatria nacional. Catharino ecolaboradores nos brindam com um caso e suas imagens, e mais uma vez nos motiva a umEditorial comentado. Monzillo e colaboradores nos trazem excelente artigo original acercade condição premente da cefaliatria, a Cefaléia persistente e diária desde o início. Na ses-são Você Leu? Maurice Vincent faz uma bem humorada apresentação de alguns dos bonsartigos publicados em periódicos internacionais. Ainda nesta edição, Mário Peres & PedroKowacs analisam as dificuldades em pesquisa de cefaléia no Brasil, enumerando dificulda-des e apontando possíveis soluções.

Mantendo tendência recente, o número traz dois Editoriais comentados, um sobre oartigo de Catharino e colaboradores, outro sobre o artigo de Monzillo e colaboradores.

Gostaríamos ainda de render homenagem ao Dr. Elder Sarmento, que tem gerenciadocom afinco a página da revista, junto à MF. O empenho do Dr. Elder facilitou o acesso aosnúmeros prévios da revista, disponibilizou o sistema de busca de artigos e tornou estabelecidauma interface com o sistema de submissão on-line, ainda experimental, e utilizado pelaprimeira vez pelo Dr. Antônio Catharino e colaboradores, ao submeterem seu artigo publica-do neste número

Aproveitem !!!.

Pedro André Kowacs & Paulo Hélio Monzillo

EDITORIAL

ErrataErrataErrataErrataErrataNo número 02, volume 10, da M&C, no Editorial, cometemos o erro de conjugar o nome do autor senior – Dr. Antônio Lúcio Teixeira - como sobrenome do autor principal – Dra. Esther Angélica Coelho Costa – a qual também não foi citada no Editorial como autora principal.Apresentamos nossas desculpas formais aos autores. A referência correta do artigo é: Costa EAC, Costa e Silva M, Vasconcelos LPB,Stancioli FG, Teixeira AL.Transtornos psiquiátricos na migrânea. Migrâneas cefaléias 2007;10(2):52-57.

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72 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007

C

"Or in the night, imagining some fearOr in the night, imagining some fearOr in the night, imagining some fearOr in the night, imagining some fearOr in the night, imagining some fear,,,,,How easy is a bush suppos'd a bear!"How easy is a bush suppos'd a bear!"How easy is a bush suppos'd a bear!"How easy is a bush suppos'd a bear!"How easy is a bush suppos'd a bear!"11111

"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"

A frase de Shakespeare1 resume o sentimento de médicos jovens quando confrontadoscom casos de cefaléia em pronto-atendimentos ao atenderem pacientes na maioria dasvezes com cefaléias primárias. Em seu artigo, Catharino e colaboradores2 nos trazem casode cefaléia unilateral em uma paciente com neoplasia intracraniana ipsilateral à cefaléia, oqual nos remete ao medo de deixarmos de fazer o diagnóstico de um tumor cerebral, nocaso o inverso da frase de Shakespeare ou a bear suppos'd a bush!, que é o receio dosprofissionais mais experientes quando procurados, nos seus consultórios, para uma opiniãodefinitiva sobre casos dúbios. Ao final de seu artigo, os autores nos fazem a pergunta: Seriaprimária ou secundária a cefaléia apresentada pela paciente?

Os autores questionam a unilateralidade da cefaléia, e a idade de início da mesma.2

O questionamento da unilateralidade nos remete aos trabalhos da década passada, quedescrevem que a "unilateralidade mantida" ocorre em 15% dos pacientes com cefaléia, e ébastante freqüente em pacientes com migrânea (17% a 19%),3,4 sendo, no entanto, maisfreqüente em pacientes com quadros pouco definidos de cefaléia (28%).3 Nas "Guidelines"do US Headache Consortium, da Academia Americana de Neurologia e outras instituiçõesnorte-americanas, a unilateralidade da dor não é um dos critérios de alerta quanto ao riscode uma cefaléia sintomática.5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico aumenta a chance de haver anormalidades à tomografiade crânio ou à ressonância magnética de crânio. A ausência de anormalidade ao exameneurológico, por sua vez, diminui consideravelmente a possibilidade de anormalidades aoexame de imagem.5 Um dos estudos analisados pelo US Headache Consortium (n=350)encontrou como preditores de anormalidades a ocorrência de cefaléia de freqüênciarapidametne progressiva, história de tontura ou perda de coordenação, história de hipoestesia/parestesia e história de cefaléia despertando o paciente. No entanto, o US HeadacheConsortium esclarece não haver evidências de que cefaléia piorada pela manobra de Valsalva,cefaléia causando despertar, cefaléia nova em idoso ou cefaléia com piora progressivasejam preditores de anormalidades aos exames de neuroimagem, e discute ainda o fato denão haver comprovação de que imagens por ressonância magnética sejam superiores às

EDITORIAL COMENTADO I

Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deCefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deCefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deCefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deCefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deneuroimagem. Quando investigar?neuroimagem. Quando investigar?neuroimagem. Quando investigar?neuroimagem. Quando investigar?neuroimagem. Quando investigar?Headaches, intracranial neoplasms and indications forHeadaches, intracranial neoplasms and indications forHeadaches, intracranial neoplasms and indications forHeadaches, intracranial neoplasms and indications forHeadaches, intracranial neoplasms and indications forneuroimaging. When to investigate?neuroimaging. When to investigate?neuroimaging. When to investigate?neuroimaging. When to investigate?neuroimaging. When to investigate?

Kowacs PA, Monzillo PH. Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações deneuroimagem. Quando investigar? (Editorial Comentado). Migrâneas cefaléias 2007;10(3)72-74

Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo

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Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007 73

obtidas por tomografia de crânio, na detecção de possíveis causas de cefaléia.5 Em análiseigualmente atual e interessante, Detsky e colaboradores consideram que portadores de"cefaléias indefinidas" têm maior chance de apresentar anormalidades aos exames deneuroimagem, e que o diagnóstico de migrânea praticamente exclui a possibilidade deachados aos exames de neuroimagem.6 Detsky e colaboradores também ressaltam que,estatisticamente, o diagnóstico de migrânea pode ser inferido com segurança pela presençade duas características: a piora à atividade física e a presença de fotofobia e fonofobia,6

sintomas que não estavam presentes na cefaléia da paciente descrita por Catharino e cola-boradores.2

Se utilizarmos o preconizado por Detsky e colaboradores,6 teremos a cefaléia descritapela paciente de Catharino e colaboradores como apresentando uma cefaléia indeterminada,e, portanto, que deveria ter sido submetido a exame de neuroimagem, ainda que a ausên-cia de anormalidades ao exame neurológico pudesse ser uma contra-indicação relativa oprocedimento.

Diversas formas de cefaléia atribuíveis a neoplasias intracranianas estão dispostas naclassificação da International Headache Society, tais como: 7.4.1 Cefaléia atribuída ahipertensão intracraniana ou a hidrocefalia causada por neoplasia; 7.4.2 Cefaléia direta-mente atribuída a neoplasia; 7.4.3 Cefaléia atribuída a meningite carcinomatosa; 7.4.4Cefaléia atribuída a hiper ou hipossecreção hipotalâmica ou hipofisária.7 Além das cate-gorias da IHS, sabe-se que eventualmente pacientes com cefaléias trigêmino-autonômicaspode apresentar-se com uma gama de neoplasias de linha média.8 Para maiores detalhesclínicos de cefaléias associadas a neoplasias intracranianas recomendamos aos leitoresque consultem o recente artigo publicado por Schankin e colaboradores,9 os quais conclu-íram, de forma interessante e talvez oposta às evidências anteriores, que a existência pré-via de uma cefaléia primária predispõe os portadores de neoplasia intracraniana a apre-sentar cefaléia secundária, conclusão esta que talvez responda à pergunta disposta aofinal do artigo de Catharino e colaboradores quanto à natureza da cefaléia apresentdapela paciente descrita.

A discussão quanto à indicação ou não de investigação por neuroimagem não é bizantinase levarmos em consideração as imensas custas de investigações desnecessárias e nãoembasadas em evidência que podem ser evitados na grande multidão de portadores deuma queixa tão comum como cefaléia. Estima-se que anormalidades estarão presentes emapenas 1,8 a cada 1.000 pacientes com cefaléia e exame neurológico normal 5, e queapenas 1 em cada 10.000 pacientes com cefaléia apresentará uma etiologia cirúrgicamentetratável para sua dor de cabeça.10

Por curiosidade, aguardaremos correspondência dos autores quanto à evolução dacefaléia descrita após a remoção da referida neoplasia. Permanecem, no entanto, os doismedos shakesperianos: aquele de tomar arbusto por um urso, uma comédia, ainda que nãosem conseqüências indiretas; ou aquele de tomar um urso por um arbusto, uma verdadeiratragédia... Que os leitores julguem as informações acima, e decidam como vão uilizá-lasem sua prática diária.

REFERÊNCIAS1. Shakeaspeare W. A Midsummer Night's Dream. In: Shakespeare W. Complete Works of William Shakespeare.

Glasgow:HarperCollins Publishers, 1994; p:216-242.

2. Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Melo Reis CH. Papiloma de plexo coróide:Cefaléia primária ou secundária? Migrâneas cefaleias. 2007;3(10):

CEFALÉIAS, NEOPLASIAS INTRACRANIANAS E INDICAÇÕES DE NEUROIMAGEM. QUANDO INVESTIGAR?

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74 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007

3. Leone M, D'Amico D, Frediani F, Torri W, Sjaastad O, Bussone G. Clinical considerations on side-lockedunilaterality in long-lasting primary headaches. Headache. 1993;33:381-4.

4. de Queiroz LP, Rapoport AM, Sheftell FD. Clinical characteristics of migraine without aura. ArqNeuropsiquiatr. 1998;56:78-82.

5. Frishberg BM, Rosenberg JH, Matchar DB, McCrory DC, Pietrzak MP, Rozem TD, et al. Evidence-basedguidelines in the primary care setting: Neuroimaging in patients with nonacute headache. US HeadacheConsortium.

6. Detsky ME, McDonald DR, Baerlocher MO, Tomlinson GA, McCrory DC, Booth CM. Does this patientwith headache have a migraine or need neuroimaging? JAMA. 2006;296:1274-83.

7. Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia. Classificação Inter-nacional das Cefaléias - 2a edição. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São Paulo: Alaúde Editorial,2006.

8. Kirby S, Purdy RA. Intracranial neoplasms. In: Olesen J, Goadsby PJ, Ramadan NM, Tfelt-Hansen P, WelchKMA (eds.). The Headaches. Philadelphia:Lippincott Williams & Wilkins, 2006; p:949-957.

9. Schankin CJ, Ferrari U, Reinisch VM, Birnbaum T, Goldbrunner R, Straube A. Characteristics of braintumour-associated headache. Cephalalgia. 2007;27:904-11.

10. Evans RW. Diagnostic testing for the evaluation of headaches. Neurol Clin. 1996;14:1-26.

PEDRO ANDRÉ KOWACS E PAULO HÉLIO MONZILLO

Endereço para correspondênciaDr. Pedro André Kowacs

Serviço de Neurologia, INC/Hospital EcovilleRua Jeremias Maciel Perretto 300

Tel.: (41) 3285.6613E-mail: [email protected]

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Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007 75

MElcio Juliato Piovesan

Piovesan EJ. Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início,uma prova de fogo para a cefaliatria (Editorial Comentado).

Migrâneas cefaléias 2007;10(3):75-76

Com um pouco mais de 20 anos de história, a cefaléia persistente e diária desde oinício (CPDI) caracteriza-se por um reduzido número de estudos, poucas evidências clínicas,e uma constelação de dúvidas. Como sua classificação sugere, a cefaléia é de início diário,sem história prévia, tornando-se crônica sem uma etiologia consistente.1,2 Clinicamente acefaléia manifesta-se como bilateral, difusa (sem um predomínio específico para uma deter-minada região), geralmente é de leve a moderada intensidade, tipo pressão e raramentepulsátil, podendo manifestar sintomas autonômicos como náuseas, tontura e acompanha-dos de fotofobia e fonofobia.3,4 Do ponto de vista prático, por muitas vezes é consideradacomo primária e tantas outras como secundária.1,2

Monzillo e colaboradores apresentam uma visão nacional da CPDI. Debutando nanova classificação para o estudo das cefaléias (IHS-2004 segunda edição), a CPDI possuíaainda muito espaço para futuras considerações e conceitos que possam agregar conheci-mento. Desta maneira, Monzillo traz uma nova visão sobre os critérios diagnósticos apósobservação criteriosa.

Diferente dos casos relatados na literatura, o estudo não encontrou um número consi-derável de pacientes com etiologia definida. Devemos destacar que nem todos os pacientesforam adequadamente investigados às margens dos atuais conhecimentos etiológicos paraCPDI. É conhecido que aproximadamente 30% dos pacientes iniciam esta forma de cefaléiaapós um quadro infeccioso.1 Estudos recentes identificaram a elevação do fator de necrosetumoral alfa no líqüor de pacientes portadores da CPDI, demonstrando claramente a influ-ência de um agente inflamatório dentro do sistema nervoso central.5

Alguns sinais e sintomas são concordantes no estudo de Monzillo com o que se conheceda literatura: prevalência para o sexo feminino, dor bilateral, presença de náuseas, fotofobiae fonofobia. Entretanto, algumas características são totalmente discordantes do encontradona literatura: padrão pulsátil (43,5%), forte intensidade (46,8%), se existe uma característicaque diferencia a CPDI das outras cefaléias crônicas e diárias e sua difícil abordagem tera-pêutica.1,5 A excelente resposta terapêutica no estudo de Monzillo (>50% dos pacientes)também destoa do esperado na literatura.

Em resumo, Monzillo e colaboradores, em um estudo nacional, mostram uma novavisão da CPDI frente ao esperado da literatura e dos critérios diagnósticos da IHS-2004,segunda edição. Por estes motivos ele deve servir como inspiração, motivação e orientaçãopara todos os nossos cefaliatras na busca do entendimento desta entidade.

EDITORIAL COMENTADO II

Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente eMedicina baseada em evidências: Cefaléia persistente eMedicina baseada em evidências: Cefaléia persistente eMedicina baseada em evidências: Cefaléia persistente eMedicina baseada em evidências: Cefaléia persistente ediária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatriadiária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatriadiária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatriadiária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatriadiária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatriaEvidence-based medicine: New daily persistent headache,Evidence-based medicine: New daily persistent headache,Evidence-based medicine: New daily persistent headache,Evidence-based medicine: New daily persistent headache,Evidence-based medicine: New daily persistent headache,a challenge to headache expertsa challenge to headache expertsa challenge to headache expertsa challenge to headache expertsa challenge to headache experts

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76 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007

REFERÊNCIAS1. Li D, Rozen TD. The clinical characteristics of new daily persistent headache. Cephalalgia. 2002;22:66-9.

2. Goadsby PJ, Boes C. New daily persistent headache. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2002;72(Suppl 2):6-9.

3. Meineri P, Torre E, Rota E, Grasso E. New daily persistent headache: clinical and serological characteristicsin a retrospective study. Neurol Sci. 2004;25:281-2.

4. Yakase Y, Nakano M, Tatsumi C, Matsuyama T. Clinical features, effectiveness of drug-based tretament, andprognosis of new daily persistent headache (DNP): 30 cases in Japan. Cephalalgia. 2004;24:955-9.

5. Rozen T, Swidan SZ. Elevation of CSF tumor necrosis factor a levels in new daily persistent headache andtreatment refractory chronic migraine. Headache. 2007;47:1050-5.

ELCIO JULIATO PIOVESAN

Endereço para correspondênciaDr. Elcio Juliato Piovesan

Rua Joinvile 252683020-000 – São José dos Pinhais, PR, Brasil

E-mail: [email protected] [email protected]

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 77

New daily-persistent headache and InternationalHeadache Society criteria: A retrospective analysis of62 patientsNovo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléiapersistente e diária desde o início: análise retrospectiva de62 pacientes

Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR

Headache ambulatory of Discipline of Neurology of Santa Casa de São Paulo - Brazil

ABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACTIntroductionIntroductionIntroductionIntroductionIntroduction. New Daily-Persistent Headache (NDPH) isdescribed as a type of daily headache that becomes continuousin a short period of time (a maximum of three days). As anynewly recognised headache condition, there is a paucity ofreports. Therefore, its characteristics in different populationsmust be further described. ObjectivesObjectivesObjectivesObjectivesObjectives. To describe thecharacteristics of NDPH in a Brazilian out-patient population.MethodsMethodsMethodsMethodsMethods. Sixty-two patients with a diagnosis of New Daily-Persistent Headache (NDPH), out of 1,348 records of out-patients regularly cared for at the Headache Clinic of Irman-dade da Santa Casa de São Paulo - Brazil, had their chartsreviewed. Results Results Results Results Results. Clinical characteristics were: female gender58.1%; whole head pain=72.6%; moderate/strongintensity=93.6% and throbbing quality=43.5%. Of the 62patients with the diagnosis of NDPH, only 19.4% did not haveany clinical improvement when submitted to treatment.Diagnostic exams carried out in 56.5% of the patientscontributed very little to the detection of an underlying organicsubstrate. ConclusionConclusionConclusionConclusionConclusion. Our results conflicted with those ofthe literature and with the IHS 2004 criteria regarding painintensity, pain quality and the associated phenomena, isolatedor in combinations. Perhaps the NDPH IHS 2004 diagnosticcriteria should be revised.

Key words:Key words:Key words:Key words:Key words: Chronic daily headaches; migraine; ChronicTension-type headache; migraine; New daily-persistentheadache; International Headache Society criteria.

ARTIGO ORIGINAL

Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR. New daily-persistent headache andInternational Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients.

Migrâneas cefaléias 2007;10(3):77-81

RESUMORESUMORESUMORESUMORESUMOIntrodução.Introdução.Introdução.Introdução.Introdução. Cefaléia persistente e diária desde o início(CPDI) é descrita como um tipo de cefaléia diária que setorna continua em um curto período de tempo (máximo detrês dias). Como toda condição recém-reconhecida, aindahá uma pequena quantidade de descrições. Assim sendo,suas características em diferentes populações devem ser des-critas. ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos. Descrever as características da CPDI emuma população de pacientes brasileiros ambulatoriais. Mé-Mé-Mé-Mé-Mé-todos:todos:todos:todos:todos: Foram revisados os prontuários de 62 pacientes como diagnóstico de CPDI, oriundos de uma população de 1.348pacientes do ambulatório de cefaléias da Irmandade da San-ta Casa de São Paulo - Brasil. RRRRResultados.esultados.esultados.esultados.esultados. As característi-cas clínicas foram: gênero feminino=58,1%; cefaléia holo-craniana=72,6%; dor moderada a intensa=93,6%, quali-dade pulsátil=43,5%. Dos 62 pacientes com o diagnósticode CPDI, apenas 19,4% não apresentaram melhora ao se-rem submetidos a tratamento. A investigação complementar,realizada em 56,5% dos pacientes pouco contribuiu para adetecção de um substrato orgânico. Conclusão. Nossos re-sultados foram discordantes daqueles da literatura dos crité-rios da IHS de 2004, no que tange a intensidade da dor, suaqualidade e fenômenos concomitantes, isolados ou em com-binação. Talvez os critérios diagnósticos da IHS/2004 devamser revisados.

PPPPPalavrasalavrasalavrasalavrasalavras-----chave: chave: chave: chave: chave: Cefaléia crônica diária; migrânea; cefaléiatipo-tensão crônica; cefaléia persistente e diária desde o iní-cio; critérios da International Headache Society.

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78 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007

PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL

INTRODUCTION

Vanast2 first described New Daily-Persistent Headache(NDPH) in 1986 as a benign Chronic Daily Headache(CDH). In 1996, Silberstein and cols.3 suggesteddiagnostic criteria for this entity as NDPH was not part ofthe 1988 IHS classification.4

New daily-persistent headache, according to theInternational Headache Society (IHS 2004),1 is describedas a type of daily headache that becomes continuous ina short period of time (a maximum of three days). Thepain is typically a pressing or tight non-pulsating throb,bilateral and of mild to moderate intensity. Photophobia,phonophobia, nausea and the attack intensity are notaggravated by routine physical exercises. The symptomsmust be present for more than three months and notattributable to other causes. Headaches secondary toCerebral Spinal Fluid (CSF) hypotension, CSF hyper-tension, post-traumatic headache and headachessecondary to infectious clinical conditions (particularlywhere infecting agents are present) must always bediagnosed through appropriate investigations whensuspected.

In compliance with IHS 2004, NDPH can evolveduring a period of time in two clinical ways: one auto-limited presentation that disappears spontaneously aftera few months without treatment and a chronic andnormally intractable headache regardless of thetherapeutic approach utilized.

The IHS closes its comments suggesting that furtherresearch studies should be undertaken that bettercharacterize its clinical features and propose possiblepathophysiological mechanisms, and conclude definitivelythe separation from Chronic Tension-Type Headache(CTTH).

Few reports are available in the literature involvinglarge NDPH patient samples.2,5 Its etiology remainsunknown,6 although some authors have tried to imply atemporal relationship to infectious clinical conditions,particularly Epstein-Barr virus (EBV).7,8 We conducted aretrospective analysis of a large database of headachepatients to describe the demographic data and clinicalcaractheristics of NDPH .

PATIENTS AND METHODS

We carried out a retrospective analysis consisting ofa total of 1,348 records. Of this group, 241 patients

presented a headache with a frequency of 15 days ormore a month, for at least three months. Sixty-two patientshad an NDPH diagnosis in accordance with Silberstein'sproposed criteria for new daily persistent headache.3 Datawere recorded regarding the demographic aspects, clinicalcharacteristics of the headache attacks, as well as thepresence of accompanied symptoms. More than half thepatients were submitted to secondary investigations. Patientswith previously diagnosed headache conditions wereexcluded even if they presented with a clinical picturecompatible with NDPH, in order not to include CTTH orCDH bearers.

We also recorded the therapeutic recommendationsgiven at the first appointment in our out-patient clinic(abortive or prophylactic) that resulted in clinicalimprovement, or the treatment scheme substituted whenpatients did not present any improvement.

RESULTS

Thirty-six patients (58.1%) were female. The averageage at the beginning of the symptoms was of 40.5 years,slightly lower among women (36.7) when compared tomen (44.3) (Figure1).

The average time delay between initial symptoms andthe first appointment at our clinic was 5.9 years. The bila-teral localization of the attack occurred in 45 patients(72.6%). Pulsating-type pain was present in 43% of thepatients, followed by stabbing pain in 14 (22.6%),“pressing” in 12 (19.4%), “tightening” in 4 (6.5%) and“burning” in 3 (4.8%). Two patients (3.2%) cited differentpain types in separate attacks (tightening and pulsating)(Table 1).

Strong to moderately intensive attacks were found inequal percentages (46.8%) in our sample, and mildattacks in four patients (6.4%) (Figure 2).

Only 11 patients (17.7%) did not refer to any

Figure1: Age at the beginning of symptoms

Female Male

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symptoms associated with their attacks. All other patientspresented isolated or associated symptoms that usuallyaccompany migraine attacks. Two patients reported thepresence of autonomic symptoms related to their attacks(Table 2).

Fifty-five patients (56.5%) were submitted to furtherinvestigation. Within this group, it was possible to establisha factor temporally related to the initial symptoms in onlythree patients. Two patients reported a history of headaches

after cranial-cerebral trauma and one patient hadheadaches following an otomastoiditis infection. Headcomputed tomography (Head CT-scan) was not useful indetecting abnormalities that justified the clinical symptoms.In the mastodectomized patient, the CT evidenced only ahypoattenuated area in the right temporal region adjacentto the mastoidectomy.

In the remaining patients, radiological andlaboratorial findings include the following: a venousangioma (right frontal) and a left frontal cavernoma,revealed by Magnetic -Ressonance Imaging (MRI).Onepatient, had a positive serology testfor HIV virus,however without an AIDS-defining clinical picture.

Despite the daily frequency and the intensity of theattacks being predominantly moderate to strong, only28 patients (45.2%) of our sample constantly andabusively used abortive medication on the occasion oftheir first appointment. Different prophylactic schemeswere used, as monotherapy or in different combinations.It is important to point out that the majority of the patientshad already used at least one of the prophylacticmedicines - at the moment of their first evaluation at ourclinic.

The list of prophylactic medicines used by thosepatients during their treatments is illustrated in Table 3.Only ten patients (16.1%) remained totally asymptomaticand twelve patients (19.4%) did not respond to any of theproposed treatments. Twenty-six patients (41.9%) reporteda partial improvement of symptoms; in ten of the patientsthe improvement obtained was related to the attackfrequency, in two patients to the attack duration and in 14patients to the pain intensity. In 14 (22.6%) records it wasnot possible to obtain data regarding therapeuticefficiency.

Table 2. Symptoms related to headaches

Symptoms N(62) %

Pt 02 3.2N 08 12.9Pn + Pt 08 12.9Pn + Pt + N 07 11.3Pn+ Pt+ N+ V 06 9.7N + V 03 4.8Pt + N 01 1.6Pt + Pn + O 05 8.1Pt + N + O 04 6.5Pt + Pn + D 01 1.6N + D 01 1.6Pt + Pn + N + V + O 03 4.8AP 02 3.2D 01 1.6Absence of symptoms 11 17.7

Pt: photophobia; N: nausea Pn: phonophobia; V: vomit; O: osmophobia;D: dizziness; AP: autonomic phenomenae; AS: absence of symptoms

Table 3. Prophylactic Medication

Used Drug Number of patients (%)

Amitriptyline 44 (71.0)Flunarizine 19 (30.6)Sodium Valproate 17 (27.4)Propranolol 12 (19.3)Nortriptylin 11 (17.7)Atenolol 06 (9.7)Topiramate 03 (4.8)Clorpromazin 03 (4.8)Carbamazepine 02 (3.2)Prednisone 02 (3.2)Pizotifen 02 (3.2)Oxcarbazepine 01 (1.6)Lithium Carbonate 01 (1.6)

Table 1. Analysis related to pain quality

Pain quality N (62) %

Pulsating 2 7 43.5Stabbing 1 4 22.6Pressing 1 2 19.4Tightening 0 4 6.5Burning 0 3 4.8Tightening + Pulsating 02 3.2

Figure 2: Pain Intensity

NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS

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80 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007

PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL

DISCUSSION

Although there are few reports refering to this type ofheadache in the literature, the NDPH has been a part ofthe IHS classification since 2004, included in group 4 -Other primary headaches 1.

The major characteristic of the NDPH is that theheadaches are persistentfrom the onset. Although manypatients can't relate the initial symptoms to any cause, amajority are able to pinpoint the start date, even thoughtime has past.

Some authors suggest that the initial headache occursin relation to temporal viral conditions, infections, extra-cranial surgeries or stressing life events.6,9,10,11,15 Li andRozen6 observed that more than 80% of the patients couldrecallthe exact date of the initial symptoms and 54%correlated the start of the symptoms to a precipitating event,generally a flu type illness. Other authors go further, linkingthese infectious conditions to the Influenzae9 virus or to theEpstein-Baar7,8 virus with the intention of attributing theNDPH to an infectious etiopathogenesis. This did not occurin any of our cases. There was no (spontaneous) mentionsuggesting viral infections at the time of the initialsymptoms.

More than half of the patients (56.5%) of our samplewere submitted to imaging and laboratory exams thatdid little to contribute to the diagnostic elucidation. Therest of the patients did not follow the investigation protocolbecause they were refered to our clinic many years afterthe start of symptoms (average of 5.9 years). Only in threepatients was it possible to link the start of the symptoms toa putative causal factor.

In this analysis, we observed the predominance offemale NDPH, as previously shown by the Vanast reportand Li and Rozen's. In only one recent research study wasit reported that males had a preponderance of NDPH.The IHS diagnostic criteria does not take into considerationthe disparity between males and females.2,6,11

In our study, the average age for the onset of NDPHwas 40.5 years, women had their initial headachesymptoms earlier than men, and this data is in accordancewith the literature.6 This demographic data is also notmentioned in the IHS criteria. The majority of our patientspresented a headache localized bilaterally, which parallelsthe observations by Li and Rozen, and Takase and cols.They also described the pain bilateral in accordance withthe IHS criteria, although this is not obligatory.6,11,1

Pain referred to as pulsating was reported in 43.5%of our sample. Various authors also consider this as the

most common related pain.5,6,11,12 We call attention tothe fact that this conflicts directly with the current IHS 2004classification that describes the type of pain of NDPH asbeing pressing or tightening but never pulsating.1

Nearly half the sample (46.8%) classified the intensityof their attack as being strong but when combined withthose who refered to the pain as moderate, the amountincreases to 93.5%. Li and Rozen6,5 had alreadysuggested as one of the diagnostic criteria of NDPH apain intensity variation between moderate and strong.Therefore, we question the IHS criteria that refers to thepain intensity of the NDPH as being mild, as fluctuationscan occur.1

In contradiction to the IHS 2004 criteria, 82.3% ofour patients presented similar migraine attacks as opposedto CTTH, evidenced by the association of pain with:nausea, photophobia and phonophobia, isolated or indifferent combinations. These three symptoms were themost relevant in our experience. Our results are in totalaccordance with the literature.2,6, 9,12

Few reports in the literature make a recommendationregarding the treatment of NDPH. Various therapeuticstrategies were used by the patients in our out-patient clinicin monotherapy or in association. We observed clinicalimprovements in 36 patients (58%) and completeremission of pain symptoms in 10 patients (16.1%). Thatpercentage of partial and complete therapeutic responseis significant, considering the degree of the symptoms.Vanast2 describes that a number of patients can improvewith medical therapy treatment, however, he emphasizesthat they may have difficulty accessing that treatment. Rozenalso reiterates the difficulty to define the best treatmentstrategy for NDPH, emphasizing that succesful responsesoccurred in a limited amount of patients with the use ofgabapentin and topiramate.13

CONCLUSION

For nearly two decades, publications are availablefor this intriguing type of headache. Clinical anddemographic data involving large series of patients arestill lacking, not to mention a total non-acquaintance ofthe etiopatogenesis of this entity. In this article, weemphasize that the NDPH holds a clinical similarity withmigraines but cannot be confused with the CTTC, sincethe latter is an evolution of the Tension-Type Headache(TTH) according to the IHS 2004 diagnostic criteria.

There are relevant conflicts in the clinical aspectsobserved in our sample research and in the literature,2,6,9,12

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when compared with the diagnostic criteria establishedby IHS 2004 such as: pain intensity, pain quality and theconcomitant phenomena present in migraine attacks:nausea, photophobia and phonophobia, in an isolatedway or in different combinations .

Therefore we suggest that the diagnostic criteriaestablished by IHS 2004 should be revised in the future.Additional clinical characterization and pathophysiologicalresearch must be stimulated in order to improve ourunderstanding of this particular entity.

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Endereço paa correspondênciaDr. Paulo H. Monzillo

Av. Albert Einstein, 627 room 1306São Paulo-Brazil

Tel-55(11) 37473366; Fax: 55(11)- 37473530E-mail: [email protected]

8. Hamada T, Oshima K, Ide Y, Sakato S, Takamori M. A case ofnew daily persistent headache with elevated antibodies toEpstein-Barr virus (abstract). Jpn J Med. 1991;30(2):161:3.

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13. Rozen TD. Succesful treatment of new daily persistent headachewith gabapentin and topiramate. Headache. 2002;42:433.

Disclosure: The authors have reported no conflicts of interest

Recebido: 29/08/ 2007Aceito: 31/08 2007

NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS

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Pesquisa em cefaléias em um país pobreHeadache research in a developing country

Mario F. P. Peres1, Pedro André Kowacs2

1Pesquisador do Instituto do Cérebro – Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa - Hospital Albert Einstein.Professor de Neurologia - FMABC; 2Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/Hospital Ecoville,

Curitiba; Serviço de Neurologia do Departamento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR

RESUMORESUMORESUMORESUMORESUMOIntroduçãIntroduçãIntroduçãIntroduçãIntrodução. Comparativamente com países do primeiro mun-do, a quantidade de pesquisas ainda é baixa no Brasil. Faz-se necessário, portanto, discutir as causas desta disparidade.Objetivos.Objetivos.Objetivos.Objetivos.Objetivos. Através de uma análise da situação atual, ofe-recer propostas. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos. Análise crítica das dificuldadesem se realizar pesquisa no Brasil. Resultados.Resultados.Resultados.Resultados.Resultados. Dentre ou-tros fatores, são identificadas e discutidas oito barreiras paraa realização de pesquisa no Brasil. Conclusões.Conclusões.Conclusões.Conclusões.Conclusões. Fazer pes-quisa em um país pobre é uma tarefa difícil para qualquerindivíduo. Falta de investimento governamental em ciência etecnologia, ausência de indústrias que apóiem pesquisa, car-reira acadêmica deficitária são um dos motivos principaisque desafiam os pesquisadores. Neste artigo procuramos iden-tificar as barreiras e ao mesmo tempo propor soluções paramelhorar a produtividade no nosso ambiente científico.

PPPPPalavrasalavrasalavrasalavrasalavras-----chave: chave: chave: chave: chave: Cefaléia no Brasil; pesquisa; ciênciometria;planejamento.

ABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACTIntroduction. As compared to developed countries, the amountof research in Brazil remains low. Being so, it is advisable todiscuss the reasons that justify this disparity. Objectives. Byusing an analysis of the current situation, to offer proposalsfor solving this problem. Methods: A critical analysis of theseveral difficulties in doing research in Brazil. Results. Amongseveral factors, the author identifies and discusses eight mainbarriers for doing research in Brazil. Conclusions. Doingresearch in a developing country is a difficult task for anyresearcher. Lack of governmental investment in science andtechnology, a paucity of industries that support research anda deficitary academic career are challenges to Brazilianresearchers. In this essay, we have tried to identify the barriersto research in headache and to discuss the solutions toenhance the scientific production in our country.

EDUCAÇÃO CONTINUADA

Peres MFP, Kowacs PA. Pesquisa em cefaléias em um país pobre.Migrâneas cefaléias 2007;10(3):82-85

Key-words words: Key-words words: Key-words words: Key-words words: Key-words words: Headache in Brazil, research, researchmeasuring, planning.

INTRODUÇÃO

Fazer pesquisa em um país pobre é uma tarefa bas-tante árdua para qualquer indivíduo de qualquer queseja a área da ciência. Não precisamos nos valer deeufemismos, para nos chamarmos de país "emergente"ou "em desenvolvimento", somos mesmo um país pobre.Pobre de espírito, pobre nos recursos, pobre no exercícioda cidadania, economicamente atado às diversas on-das e ventos dos mercados internacionais. Ao mesmotempo somos paradoxalmente um país rico, de imensasriquezas naturais, áreas para cultivo, grande potencialenergético, grande potencial de desenvolvimento huma-no, mas por enquanto só o potencial...

Talvez a nossa história explique o momento em quevivemos hoje, de dependência tecnológica, cultural e ci-entífica. Fomos colonizados por portugueses, semprefomos assistencialistas, muito pouco inovadores, e a dis-tribuição de renda desigual nos fez uma nação hetero-gênea, com um índice baixíssimo de produção científi-co-tecnológica.

Atualmente podemos ver que diversas barreiras afe-tam o nosso desenvolvimento científico. Para sabermoso que está ocorrendo é importante sempre mensurarmoso que fazemos. A cienciometria é uma área destinada atoda sorte de índices, quantificações, toda maneira deobjetivar a quantificação da produção científica.1 Nú-

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mero de artigos publicados, em revistas nacionais ou in-ternacionais, em revistas indexadas ou não indexadas(de vários tipos de indexações), de baixo, médio ou altoimpacto, é uma das formas de avaliar a nossa produ-ção científica. Na área médica há diferentes níveis deindexação, a do Science Citation Index (SCI), do Institutefor Scientific Information (ISI), publicado no Journal CitationReports (JCR), e também a base livre para consulta daMedline, Pubmed.2 Porém outras bases de dados sãotambém valorizadas, no nosso ambiente as bases LILACS3

e Scielo (Scientific Electronic Library On-line)4 são um pri-meiro passo na trajetória de indexação de uma revista.

O índice de impacto da revista também é um fatorde interesse, e é calculado levando em conta o númerode citações recebidas pelos artigos publicados na revistaem um ano em revistas indexadas pelo ISI, dividinso-aspelo número de trabalhos publicados pela revista nosdois anos que antecederam ao considerado. Por exem-plo, se uma revista publicou 100 artigos em 2004 e 2005,e eles foram citados ao todo 50 vezes em 2006, o índicede citação da revista em 2006 é de 0.5. Para se ter umaidéia, o atual índice de citação da nossa revistaCephalalgia é de 6.049, considerado excelente. Admi-te-se que um impacto acima de 1.0 é um índice razoa-velmente bom para uma revista. Outro fator que contanesta análise é o tipo de revista, se é de cadeira básicaou clínica, se é de subespecialidade ou mais generalista,interfere neste contexto. Além do fator de impacto darevista em que o artigo do autor considerado foi publi-cado, é importante avaliar quantas vezes este mesmoartigo foi citado.5

Algumas bases de dados mostram especificamenteos índices de citação, com o Scopus,6 mas também ba-ses de consulta pública como o Google scholar (ou aca-dêmico).7

Um índice interessante vem sendo considerado paraavaliar a produção científica, levando em conta o nú-mero de artigos publicados com o número equivalentede citações, o fator ou índice H. Por exemplo, um pes-quisador que tem 10 artigos publicados com, no míni-mo, 10 citações tem um fator H de 10; para este indiví-duo passar a ter um fator H de 11, ele precisa ter maisum artigo publicado, mas que, no mínimo, tenha, comotodos os anteriores, 11 citações.8

Mas não é só produção de papers (artigos científi-cos) que contam; formação de mestres e doutores, ou-tros tipos de produção tecnológica como patentes e, evi-dentemente, o tempo de carreira deve ser considerado eponderado em uma análise.

BARREIRAS PARA O PESQUISADOR DEÁREA POBRE

Não se trata de achar desculpas para a baixaperformance dos países pobres no mundo da ciência, esim de indentificar os problemas para podermos resolvê-los, superá-los. E até que se avaliarmos a qualidade equantidade das nossas pesquisas na área das cefaléiasnotamos um incremento substancial, o Brasil não estátão mal. Recentemente tivemos a publicação de um minisuplemento na revista Headache, com cinco artigos debrasileiros, ganhamos um editorial escrito pelo MarceloBigal,9 descrevendo o destaque das pesquisas em cefa-léia no Brasil,10-15 o grupo de artigos denominou-se"Headache Medicine in Brazil". Sem dúvida que deve-mos ter orgulho desta conquista, mas vamos ter os pésno chão, vamos analisar porque nós e outros países nasmesmas condições não conseguem ir mais adiante. Va-mos atrás das várias barreiras existentes e tentarmos so-luções para elas.

LinguagemLinguagemLinguagemLinguagemLinguagemA linguagem é a primeira barreira e uma das mais

importantes. A língua científica no mundo não é o Portu-guês, nem mesmo qualquer língua semelhante. Somostodos escravos do Inglês. Já seria uma dificuldade exi-girmos bom Português nos dias de hoje, com os exem-plos que temos por aí... Escrever em bom Português de-pende de bom treinamento, de um esforço adicional.Aprender a escrever inglês científico pode até ser maisfácil que aprender a falar inglês, editores de texto, bus-cas no Pubmed, Google, auxiliam bastante. É incompa-rável o esforço de um americano para escrever um arti-go com o de um pesquisador brasileiro.

Como podemos melhorar esta situação? O investi-mento pessoal e institucional tem que ocorrer nesta dire-ção. Pagar uma tradução é a maneira mais simples, masa mais cara e demorada. Investir no treinamento de In-glês é uma chave para a carreira científica, como vere-mos a seguir; a importância de uma experiência no ex-terior pode ser crítica neste processo, mas a base escolare pré-graduação é fundamental. Uma boa base no In-glês pavimenta o caminho. Absorver os livros de edito-ração de texto, de como escrever um artigo científico(em inglês) faz parte do treinamento.

Iniciação científica na graduaçãoIniciação científica na graduaçãoIniciação científica na graduaçãoIniciação científica na graduaçãoIniciação científica na graduaçãoA história toda começa mesmo no berço. Quantos

de nós tivemos a oportunidade de nos espelharmos em

PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE

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MARIO F. P. PERES E PEDRO ANDRÉ KOWACS

professores na graduação, ou mesmo de poder partici-par de um programa de iniciação científica na gradua-ção. Atualmente, quantos pesquisadores da área decefaléias tem alunos de iniciação científica? Quantas "li-gas de cefaléia" que possam absorver o aluno de medi-cina existem nas faculdades do Brasil? Muito poucas. Eainda pensando na educação médica na área dascefaléias, quantas horas são destinadas a cefaléia nocurriculum médico? Certamente menos do que o médicorecém-formado precisa saber sobre o assunto.

O fomento de bolsas de iniciação científica existeem programas como o PIBIC do CNPq, e também emagências de fomento estaduais como a Fapesp, comprocesso de submissão direta. Organizarmos para apoiara formação de novas ligas acadêmicas, ou incentivarmesmo a petição de bolsas pelos programas já existen-tes é uma tarefo importante.

Publicação científica na residência médicaPublicação científica na residência médicaPublicação científica na residência médicaPublicação científica na residência médicaPublicação científica na residência médicaOutra etapa que poderia suprimir esta lacuna do

treinamento médico seria a residência médica. O espe-cialista em cefaléia é de formação em neurologia, masdentro do programa de neurologia não há ênfase parao estudo ou pesquisa das cefaléias, se no serviço de neu-rologia tiver um ambulatório ou setor estruturado paraatendimento das cefaléias sorte do residente.

Escrever um artigo não é uma obrigatoriedade parao residente, ele pode se formar sem sequer uma publi-cação em revista de qualquer qualidade. Não exigimosnem promovemos aos residentes uma formação científi-ca adequada, fica este papel para a pós-graduação,tempo perdido. Em três anos de residência o médicopoderia escrever ou aprender a escrever uma revisão,um relato de caso, e até mesmo fazer um estudo clínico,com todas as suas etapas.

Escassez de programas de pós-graduaçãoEscassez de programas de pós-graduaçãoEscassez de programas de pós-graduaçãoEscassez de programas de pós-graduaçãoEscassez de programas de pós-graduaçãoO que seria o principal mecanismo de alavanca da

produção, a pós-graduação, está restrita aos grandescentros no Brasil. O indivíduo com interesse em pesquisaem cefaléia deve se direcionar a um grande centro, hojeno Brasil há pós-graduação bem estruturada em neuro-logia com orientadores capacitados em cefaléias ape-nas na região sul-sudeste, com exceção do programade pós-graduação em Recife, Pernambuco.

Como avançar neste sentido? Formando mais dou-tores, e estes doutores formando seus alunos, e descen-tralizando os programas de pós-graduação. Um esfor-ço de equilibrar a má-distribuição de especialistas, ob-

servada em estudo recente sobre os nossos colegas naárea das cefaléias, se torna imperativo.

Carreira acadêmicaCarreira acadêmicaCarreira acadêmicaCarreira acadêmicaCarreira acadêmicaInfelizmente, a carreira acadêmica é desvalorizada

no Brasil, o professor universitário é sucateado, ganhamal, não há uma política decente para a carreira aca-dêmica em nosso meio. Não que seja perfeita tambémfora do país, há problemas em quase todos os cantosdo planeta, mas aqui estamos longe de uma carreiraatraente para o jovem pesquisador. Programas de apoioe fomento de jovens doutores e captação de "cérebros"Brasileiros no exterior não surtem muito efeito. Um médi-co termina tendo que dar os seus árduos plantões notur-nos e de fim de semana para complementar uma rendadigna. E o tempo para escrever, pesquisar, para se dedi-car a carreira acadêmica? Fica para os apaixonados,que se nutrem do entusiasmo da pesquisa para dedicaro seu precioso tempo, e contando com o diletantismo,pois é preciso abrir mão do lado financeiro para se de-dicar à pesquisa.

Como sair deste nó? Investimento pesado na carrei-ra acadêmica, realmente atrair novos talentos para apesquisa, tornando a universidade mais leve, turnoverde profissionais e professores mais rápido, garantia eao mesmo tempo incentivo à produção científica, ou seja,dar mais a quem faz mais.

Experiência no exteriorExperiência no exteriorExperiência no exteriorExperiência no exteriorExperiência no exteriorA experiência no exterior não é uma condição ab-

soluta para se formar um bom pesquisador, mas se forpossível, torna-se de substancial importância, de prefe-rência em um país de língua inglesa, ou se não for, queseja um serviço de muita penetração científica, pois opesquisador poderá se colocar em um nível de produti-vidade acima do que costumamos ter no nosso ambien-te. Estar em um centro de alta produção cinetífica "con-tamina" o pesquisador, a própria concorrência, compe-titividade, faz com que a pessoa se estimule. Não preci-sa dizer que o tempo de dedicação a pesquisa quandose está estagiando no exterior é muito maior do que aque se permite aqui.

Com um estágio fora aprende-se em muitos aspec-tos. Experiência de vida pessoal, até familiar caso espo-sa e filhos acompanhem, além da bagagem cultural, daquebra da barreira da linguagem (depende do tempo eda performance), permitindo ao pesquisador contatosque, em geral, rendem aberturas de cooperação cientí-fica, e de uma circulação e exposição maior. As bolsas

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p..82-85, jul./ago./set. 2007 85

são escassas, Fapesp, Capes, CNPq financiam progra-mas de doutorado sanduíche ou pós-doutorado; mes-mo que não consiga, vale tentar as bolsas de instituiçõesinternacionais e até mesmo considerar fazer um investi-mento pessoal.

O mundo das publicações nas revistas: O mundo das publicações nas revistas: O mundo das publicações nas revistas: O mundo das publicações nas revistas: O mundo das publicações nas revistas:artigos de brasileiros são rejeitados?artigos de brasileiros são rejeitados?artigos de brasileiros são rejeitados?artigos de brasileiros são rejeitados?artigos de brasileiros são rejeitados?As revistas melhor indexadas são mais difíceis de se

publicar, portanto, o índice de rejeição é maior. O com-plexo de vira-lata brasileiro sempre nos puxa para bai-xo, costumamos pôr a culpa dos nossos insucessos nopreconceito que possam as revistas ter contra os brasilei-ros. Não é bem assim. Não escrevemos bem Inglês, nãotemos grandes contatos (os editores e revisores das revis-tas não nos conhecem), não somos líderes de opiniãointernacionais, não fazemos em muitos casos pesquisasde alta qualidade, é natural que nosso índice de rejei-ção em revistas seja alto. Para uma boa publicação te-mos que vencer todas estas barreiras, realmente um arti-go de um brasileiro em uma boa revista deveria ser maisvalorizado.

Interfere muito no índice de rejeição a estratégia depublicação, se tentar-se uma revista melhor indexada, achance de recusa é maior, porém se não tentarmos asrevistas melhores, nunca teremos artigos publicados ne-las! Não custa tentar.

Escassez de recursosEscassez de recursosEscassez de recursosEscassez de recursosEscassez de recursosExiste, como sabemos, pouco dinheiro para pes-

quisa no Brasil. Poucos são os estudos clínicos internaci-onais que poderiam nos ajudar a integrar mais pessoasnas equipes de pesquisa, formar mais pessoal técnico,aparelhar melhor nos centros de pesquisa.

As agências de fomento no Brasil apóiam boas pro-postas de pesquisa, mas esbarramos sempre no materi-al humano, consegue-se a dedicação de um jovem pes-quisador, interessado em pesquisa, mas a procura detitulação e que numa fase inicial da carreira aceita "in-vestir" em uma bolsa de pesquisa (se tiver sorte de conse-guir uma!). Em São Paulo a Fapesp fomenta pesquisasde bom nível e, se tiver mérito, o projeto é aprovado,pode-se ter alguma restrição de orçamento, mas há boapossibilidade para um processo de submissão. O minis-tério da ciencia e tecnologia (MCT), através do CNPqpublica editais que comportam determinadas áreas, equalquer pesquisador de qualquer região do Brasil podesubmeter (pode haver restrições para titulação). Nestetópico, ficamos à revelia da situação econômica do nos-

so país, infelizmente sem muita perspectiva de melhora,só para exemplificar, investimos na educação apenas10% do que pagamos de juros por ano!

A ausência de uma política séria e eficaz de desen-volvimento científico faz poucos jovens doutores e pes-quisadores, e entramos num círculo vicioso, porém pre-cisamos de muita clareza para identificar os pontos ne-cessários a serem ajustados, as barreiras a serem supe-radas, para quebrarmos este ciclo e entrarmos num ciclovirtuoso, e conseguirmos desenvolver com mais força anossa área.

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Recebido: 01/09/2007

Aceito: 06/09/2007

Endereço para correspondênciaDr. Mario F. P. Peres

Al. Joaquim Eugenio de Lima, 881 cj 70801403-001 - São Paulo-SP

E-mail: [email protected]

PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE

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Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ousecundária?Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache?

IMAGEM EM CEFALÉIA

RELATO DO CASO

Paciente com 47 anos, sexo feminino, queixa-sede cefaléia pulsátil, esporadicamente em aperto,hemicraniana, sempre à direita, de moderada intensi-dade, ocorrendo uma vez ao mês com duração de setedias, acompanhada de tontura e, eventualmente, porvômitos. Não havia relato de foto e/ou fonofobia,lacrimejamento, ou outros sintomas autonômicos. Oquadro teve início havia aproximadamente seis meses,mantendo-se constante desde então. As crises não eramdesencadeadas ou agravadas por esforço, tosse oumovimentação da cabeça. Não havia relato de des-pertares noturnos pela dor. O exame neurológico reve-lava hipoacusia sensorial à direita, porém não apre-sentava outras alterações objetivas e não havia edemade papila óptica.

Havia história pregressa de hérnia de disco lom-bar e, na história familiar, referia uma filha com cefaléia.

A paciente foi orientada a utilizar antiinflamatóriosnão esteroidais para as crises e foi iniciado o tratamen-to profilático com amitriptilina 25mg à noite, com re-dução da freqüência e intensidade das crises.

Foram solicitadas audiometria e tomografiacomputadorizada (TC) de crânio. A TC de crânio (Figura1) revelou lesão expansiva densa, captante de contraste,localizada no plexo coróide do ventrículo lateral direito,sem outras alterações. A audiometria demonstrou leveperda auditiva neurossensorial no ouvido direito.

Antônio Marcos da Silva Catharino,1,2,3 Fernanda Martins Coelho Catharino,1

Jorgete Haidar Sessim David Cosendey,2 Valéria Camargo Silveira,1,2 Carlos Henrique Melo Reis1,2

1Hospital Geral de Nova Iguaçu, 2Universidade Iguaçu, 3Ambulatório de Cefaléias – HUGG-UniRio

Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Reis CHMPapiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária?

Migrâneas cefaléias 2007;10(3):86-87

O estudo tomográfico foi complementado comressonância magnética (RM) de crânio (Figura 2) querevelou lesão ovalar com sinal semelhante ao córtex eintenso realce após contraste, no interior do átrio/cornoposterior de ventrículo lateral direito, sugestiva depapiloma de plexo coróide.

A paciente foi submetida à avaliação pela equipede neurocirurgia, que indicou a ressecção do tumor, eaguarda procedimento cirúrgico.

DISCUSSÃO

A cefaléia é uma queixa extremamente freqüentena população geral sendo na grande maioria das ve-zes uma condição primária. No entanto, pode ser umsintoma secundário a diferentes condições, entre elasas neoplasias intracranianas, cuja incidência fica emtorno de 1% dos pacientes que procuram clínicas decefaléia.1

Cerca de 40% a 53% dos pacientes com tumorcerebral apresentam cefaléia, surgindo como primei-ra manifestação em aproximadamente 16% dos ca-sos.1,2,3 Os tumores de plexo coróide são raros e fre-qüentemente afetam crianças, com predominância nosexo feminino e localização preferencial nos ventrículoslaterais; geralmente se manifesta com hipertensão intra-craniana.4,5

No caso relatado, apesar de algumas característi-cas, como a ausência de sinais de hipertensão intra-

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PAPILOMA DE PLEXO CORÓIDE: CEFALÉIA PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?

Endereço para correspondênciaDr. Antonio Marcos da Silva Catharino

Travessa Capitão Zeferino, nº 56 - Apto. 80324220-230 - Icaraí - Niterói/RJ

E-mail: [email protected]

Figura 2. RM de crânio – A (FLAIR) e B (T1) = Corte horizontal;C = Corte sagital; D = Corte coronal

craniana, a boa resposta ao tratamento clínico e aausência de alterações no exame neurológico indica-rem uma natureza primária, a cefaléia apresentada pelapaciente não preenche, de forma inequívoca, os critéri-os da IHS para uma cefaléia primária.

Por outro lado existem características que poderi-am sugerir uma natureza secundária, como a unila-teralidade (sempre à direita) e a idade de início dossintomas, porém ainda faltam indícios que corroborema relação de nexo causal entre a cefaléia e a lesãotumoral encontrada. Sendo assim, colocamos em dis-cussão a etiologia desta cefaléia: ela seria primária ousecundária?

Figura 1. TC de crânio

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Recebido: 23/07/2007

Aceito: 25/07/2007

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Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarteda Cefaliatria brasileiraWilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil

Marcelo M. Valença1, Joaquim Costa Neto2

1Professor Associado, Serviço de Neurologia e Neurocirurgia, Departamento de Neuropsiquiatria,Universidade Federal de Pernambuco

2Professor Assistente, Serviço de Neurologia, Universidade de Pernambuco

Em meados do ano passado, Pedro André Kowacs,editor da Migrâneas & Cefaléias, dividindo a idéia comPaulo Hélio Monzillo e Carlos Alberto Bordini, propôs ho-menagear grandes nomes da cefaliatria brasileira – EdgardRaffaelli Júnior, Wilson Farias da Silva (Fig. 1), EliovaZuckerman e Wilson Luiz Sanvito – fundadores da cefaliatrianacional. Na ocasião, expressaram-nos a vontade depublicar uma edição semelhante ao Festschrift1 dedicadoao Jes Olesen, em homenagem oferecida pelaInternational Headache Society. Infelizmente, EdgardRaffaelli Júnior, um dos fundadores da InternationalHeadache Society, em 1980, faleceu em dezembro de2006, antes do merecido tributo. O cefaliatra RaimundoPereira da Silva Neto publicou recentemente2 um artigosobre a vida e a obra do dr. Raffaelli Júnior, cabendo-nosa honrosa e nobre missão de escrever similar artigo acer-ca da trajetória científico-acadêmica de outro pioneiro dacefaliatria brasileira – o Professor Wilson Farias da Silva.

Inicialmente comentamos o histórico momento defesta e reconhecimento acadêmico, quando a Universi-dade Federal de Pernambuco (UFPE) outorgou o maisalto título acadêmico – o de Professor Emérito – ao Pro–fessor Wilson Farias da Silva (Fig. 2) – título conferido aprofessores aposentados que se distinguiram no exercí-cio da atividade acadêmica pelos relevantes serviços àCiência e à Instituição. Muito provavelmente, o Profes-sor Wilson é o único cefaliatra brasileiro vivo que possuitítulo de tão elevado quilate.

HOMENAGEM

Valença MM, Costa Neto J. Professor Wilson Farias da Silva – Um baluarte da Cefaliatriabrasileira. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):88-93

Figura 2. O Professor Wilson Farias da Silva recebendo o título deProfessor Emérito do Reitor da UFPE Professor Amaro Lins, em 2007.

Figura 1. Professores Wilson Farias da Silva (terceiro da direita paraa esquerda) e Edgard Raffaelli Júnior (sentado) entre cefaliatras eneurologistas pernambucanos durante um evento na UFPE em 2005.

A palavra emérito tem origem latina: emeritu, signi-ficando jubilado, muito versado em uma ciência ou arte;sábio. Ainda perscrutando o sentido desse termo, en-

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007 89

contramos uma curiosidade histórica: na Roma Antiga,Tacitus usou-a para designar os soldados que encerra-ram a vida de batalhas, não porque nelas morrerammas por a elas retornarem, ininterruptamente e sempreque necessário, destacando-se, e indefectivelmente bem-sucedidos. O Professor Wilson, chamado por alguns de"Farias", sábio excepcional, destemido vencedor e guer-reiro da ciência e do ensino, encetou incansavelmenteinúmeras e vitoriosas batalhas, na luta por nossa univer-sidade e pela Sociedade Brasileira de Cefaléia.

Contemplaremos uma trajetória de vida no melhorestilo da ciência médica brasileira e lhe enfatizaremos asexcepcionais qualidades de mestre e de ser humano:

Líder inconteste, chefe querido, amigo leal, brilhanteclínico, inovador, talentoso, rigoroso nas pesquisas, ge-neroso para com os mais novos ávidos de saber, do-tado de espírito ímpar, sua presença faz-se constanteporquanto imprescindível nos ambulatórios do Hospitaldas Clínicas, nas salas de aula, nos Congressos deCefaléia.

Em 20 de agosto de 1933, nasceu na cidade baianade Nazaré, terra da capoeira. Mudou-se para o Recifeaos 2 anos de idade. Cursou o ginasial e o científico noColégio Nóbrega, de 1945 até 1951. Ingressou em1952 no Curso Médico da então Faculdade de Medici-na da Universidade do Recife (hoje chamada Universi-dade Federal de Pernambuco), concluindo-o em dezem-bro de 1957. Ainda recém-formado, associou-se aoServiço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital PedroII da UFPE.

Como Guilherme Piso, José Corrêia Picanço, Antô-nio Austregésilo Rodrigues Lima, Ulysses Pernambucanode Melo Sobrinho, Jarbas Pernambucano de Melo eManoel Caetano Escobar de Barros, o Professor WilsonFarias da Silva integra essa plêiade de sete ilustrespernambucanos que muito contribuíram para a Medici-na e, em particular, para a Neurologia do Brasil. Sãotodos verdadeiramente pernambucanos, de nascimentoou por adoção deste nosso estado, de tão glorioso pas-sado.

Impossível contemplar a vida acadêmica e científi-ca do Professor Wilson sem folhear um pouco o livro dahistória da Neurologia e Neurocirurgia em Pernambuco,3

por ser ele, nela, atuante personagem nos últimos 50anos.

Ainda no século 17, durante o período da ocupa-ção holandesa, a então Capitania de Pernambuco tor-nou-se o espaço onde se realizaram os primeiros traba-lhos de pesquisa científica no Brasil, de autoria dos natu-

ralistas Guilherme Piso (médico da colônia batava) eGeorge Marcgraf. Foi Octávio de Freitas quem cogno-minou Piso como o mais antigo médico e naturalista quepossuímos. Em sua obra estão descritas as doenças da-quela época em Pernambuco, vislumbrando o Recifecomo o berço inconteste da medicina brasileira. O pri-meiro livro brasileiro sobre medicina, e provavelmente,das Américas, foi De Medicina Brasiliensi, publicado porPiso e editado em Amsterdã, em 1648.

A participação de pernambucanos no ensino mé-dico e na criação das especialidades de Neurologia ede Neurocirurgia é surpreendente. Foi um pernam-bucano de Goiana, José Corrêia Picanço, o fundadordo ensino médico no Brasil. Como era médico da cortereal, influenciou D. João VI na criação das duas pri-meiras escolas de medicina (na Bahia e no Rio de Ja-neiro), em 1808.

Outro pernambucano ilustre, o Prof. Antônio Austre-gésilo Rodrigues Lima, nascido no Recife, é consideradoo "pai da Neurologia Brasileira". Em 1912, assumia acátedra de Neurologia, criada pela primeira vez no Bra-sil como disciplina independente, na Faculdade de Me-dicina do Rio de Janeiro. O Prof. Antônio Austregésilotambém contribuiu de maneira fundamental na criaçãoda especialidade em Neurocirurgia no Brasil, sendo porisso considerado o estimulador e o pai espiritual daNeurocirurgia no País.

Muitos foram os que se destacaram na área daNeuropsiquiatria em Pernambuco na primeira metade doséculo XX, porém a figura do Prof. Ulysses Pernambucanode Melo Sobrinho foi o destaque maior. Ocupou a ca-deira de Semiologia Neuropsiquiátrica, na outrora de-nominada Faculdade de Medicina do Recife, quandoManoel Gouveia de Barros era catedrático de Neurolo-gia e Alcides d'Ávila Codeceira da cadeira de Psiquia-tria. Após a morte de Manuel Gouveia de Barros, UlyssesPernambucano assumiu a respectiva cadeira, tornando-se o criador, em 1938, da revista Neurobiologia, a maisantiga na área neuropsiquiátrica em circulação na Amé-rica Latina.

Sucedendo Ulysses Pernambucano, o filho, JarbasPernambucano de Melo, foi aprovado em concurso coma tese Estudo anatomoclínico das atrofias cerebelares e,já insigne mestre, criou a Clínica Neurológica da Enfer-maria São Miguel do Hospital D. Pedro II. Após sua morte,em 1958, Manoel Caetano Escobar de Barros, um anoapós, faz concurso para a cátedra de Neurologia com atese Contribuição ao estudo da impressão basilar associ-ado à malformação de Arnold-Chiari.

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MARCELO M. VALENÇA E JOAQUIM COSTA NETO

Outro respeitável nome há que ser lembrado: JoséAlberto Maia. Faleceu prematuramente, em 1962, víti-ma de acidente automobilístico. Graduara-se em medi-cina em 1947. Foi chefe de clínica em 1955, a convitedo Professor Jarbas Pernambucano e, em 1959, con-quistou o título de livre-docente com a tese Discopatiascervicais. Um ano antes, o Professor Wilson iniciava asatividades na Clínica Neurológica e Neurocirúrgica damesma faculdade, em 1958, sob os auspícios de JoséAlberto Maia, passando a instrutor de ensino superiorentre 1962 e 1967.

Em 1989, Wilson Farias da Silva passa a ser Profes-sor Titular, com a tese Estudo comparativo entre aspectosclínicos da enxaqueca clássica e comum. Ele já defende-ra, em 1974, a tese de docência-Livre: Contribuição aoestudo dos eletroencefalogramas intercríticos nas cefaléiasvasculares. Grande cefaliatra, como todos sabemos, essemestre tem extensa produção científica,4-129 com publi-cação de vários livros na área da Cefaliatria, entre osquais se encontra o primeiro livro de cefaléia editado noBrasil, em 1988.117

Seu principal traço de personalidade é a obstina-ção pelo fazer e escrever. Honesto nas crenças, apai-xonado pela pesquisa, defende a verdade com vee-mência.

Em 1964, colaborando com grandes nomes daNeurologia do estado – Salustiano Lins, Mussa Hazin,Manoel Caetano de Barros e Luiz Ataíde –, dá a públicoos primeiros quatro artigos originais, em Neurologia, dosmais de cem trabalhos editados e levados a conheci-mento posteriormente, em revistas especializadas nacio-nais e internacionais. Ainda em 1968, em colaboraçãocom o Professor Manoel Caetano de Barros e outros,publica no Journal of Neurology, Neurosurgery, andPsychiatry127 que 28% dos 66 pacientes com malfor-mação de Arnold-Chiari apresentavam crises de cefaléiaassociadas aos esforços físicos, tosse, gargalhada e es-pirro. Foi, assim, um dos primeiros a alertar sobre apossibilidade da cefaléia da manobra de Valsalva estarintimamente relacionada com a malformação de Chiaritipo I - fato comentado na nova Classificação Internaci-onal das Cefaléias, 2ª Edição (2004), quando 40% doscasos de cefaléia da tosse (4.2) ocorrem em pacientescom essa malformação.

Na vivência médico-acadêmica interagiu ativamentecom outros neurologistas pernambucanos, como AlcidesCodeceira Júnior, José Grimberg, Marco Otávio SaraivaValença, Fernando Maurício de Melo Travassos, AnaMaria Campos van der Linden, Guilherme Montenegro

Abath, Glerystone Holanda, Maria Eunice Coelho, GildoBenício, Alex Caetano de Barros, Hildo Rocha Cirne deAzevedo Filho, Waldmiro Antônio Diegues Serva, Joa-quim Costa Neto e Gilson Edmar Gonçalves e Silva, ci-tando apenas alguns nomes dessa grandiosa Academiade Neurociências de Pernambuco, com os quais o Pro-fessor Wilson Farias divide a co-autoria de muitos arti-gos científicos.

A partir de 1974, encanta-se com o estudo dascefaléias! Em um encontro realizado em 1976, na cida-de de Salvador, nasce a idéia de criar a Sociedade Bra-sileira de Cefaléia, com os amigos Edgard Raffaelli Júniore Gilberto Rebello de Mattos, o que aconteceu oficial-mente em 1978, com o nome de Sociedade Brasileirade Cefaléia e Enxaqueca. Assim, foi membro fundadorda Sociedade Brasileira de Cefaléia, entidade hoje derenome internacional, figurando entre as três maiores nomundo.130 Em 1979, levava a efeito o I Congresso Bra-sileiro de Cefaléia em São Paulo. Em 1981, o ProfessorWilson presidiu o II Congresso Brasileiro de Cefaléia,dessa feita em Recife. Foi também presidente da Socie-dade Brasileira de Cefaléia, de 1982 até 1986.

O Professor José Geraldo Speciali, da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto-USP, quando participavaem uma banca examinadora durante a defesa da tesede doutorado do cefaliatra Marcelo E. Bigal, falou, emtom de elogio, que o Professor Farias era muito "nacio-nalista": preferia publicar artigos científicos em revistasbrasileiras. Se os publicasse na versão inglesa e em jor-nais internacionais, certamente seria reconhecido mundi-almente como um dos grandes cefaliatras clínicos daatualidade, graças à riqueza dos aspectos clínicos dascefaléias primárias estudadas e descritas por ele.

Foi, ainda, diretor técnico do Hospital das Clínicasda UFPE, de 1984 até 1989. Marcante fez-se-lhe o de-sempenho no tratamento de recursos humanos, partici-pando na formação de inúmeros neurologistas e orien-tando teses acadêmicas.

Aposentou-se em 1992. No entanto, ainda coorde-na e mantém ativa a Clínica de Cefaléia do Hospitaldas Clínicas-UFPE.

O Professor Wilson Farias da Silva é, sem dúvida,um dos grandes especialistas em cefaléia vivos que aindamantém, após mais de 30 anos de atendimento especi-alizado em cefaléia, atividades de ensino e pesquisa.

A vida nos deu a especial benção de poder conhe-cer esse grande Professor de Neurologia, razão de tor-nar extremamente profícua a nossa experiência profissi-onal. Há vários anos, a Sociedade Brasileira de Cefaléia,

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007 91

reconhecendo-lhe o mérito e a fundamental participa-ção na criação e crescimento da mesma, oferece anual-mente um prêmio com o seu nome: Prêmio ProfessorWilson Farias da Silva.

A amizade, o desprendimento, o contagiante entu-siasmo que o caracterizam têm servido de modelo e es-tímulo para todos nós - docentes e discentes.

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PROFESSOR WILSON FARIAS DA SILVA - UM BALUARTE DA CEFALIATRIA BRASILEIRA

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MARCELO M. VALENÇA E JOAQUIM COSTA NETO

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Recebido: 28/08/2007

Aceito: 05/09/2007

Endereço para correspondênciaDr. Marcelo Moraes Valença

Departamento de NeuropsiquiatriaUniversidade Federal de Pernambuco - Cidade Universitária

50670-420 - Recife - [email protected]

PROFESSOR WILSON FARIAS DA SILVA - UM BALUARTE DA CEFALIATRIA BRASILEIRA

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Harry Potter, mágica e cefaléiaHarry Potter, sorcery, and headache

Maurice Vincent

Professor adjunto. Faculdade de Medicina da UFRJ. Serviço de Neurologia (Department of neurology)

Se nem os bruxos escapam, o que esperar da humani-dade sem superpoderes? Quem rasga o céu em emocionan-tes partidas de quidditch poderia, pelo menos em teoria, con-trolar a fúria de impulsos nervosos anormais no córtex pre-disposto dos enxaquecosos e suas conseqüências neuro-vasculares? Bem, aparentemente, não. Harry Potter, sim, opróprio, tem cefaléias desde os 11 anos. Isto está de acordocom a prevalência (um ano) de cefaléias entre 7 e 15 anos:3,6% a 12%, como revisto cuidadosamente por Fred Sheftellno número de junho da revista Headache.1 Embora suascefaléias tenham algo de psicogênico, como bem salientaSheftell ao mencionar um diálogo entre Dumbledore e Fudge,a análise pormenorizada de todas as nove descrições de epi-sódios de cefaléia nos seis livros da série publicados até en-tão, de acordo com os critérios diagnósticos vigentes da So-ciedade Internacional de Cefaléias, sugere que Potter sofrede enxaqueca sem aura. E conclui sabiamente Fred em seuartigo: "Cefaléias não precisam ser necessariamente umamaldição para magos e pessoas comuns . Elas podem me-lhorar por meio da pesquisa, para que sejam compreendidasmelhor, e por meio da educação, para que possam ser ma-nejadas melhor".

"Stupefy!" Se pudéssemos eliminar dores assim… Embo-ra ambos, médicos e a população em geral, estejam ansio-sos pela medicação mágica, que elimina definitivamentequalquer cefaléia sem qualquer efeito colateral, esta não estádisponível nem aqui, tampouco em Hogwarts. Isto não impe-de, porém, que se continue a buscar agentes que, emboraainda não possam se aproximar do sobrenatural, represen-tem novas opções terapêuticas para uma doença que aco-mete milhões de pessoas em todo o mundo. Interessante pers-pectiva para o futuro parece representar os antagonistas dereceptor de "calcinonin gene-related peptide", o CGRP.2

Este foi o assunto da última sessão Você leu?, na exce-lente revisão pelo Dr. Piovesan. De fato, o interesse por tal

VOCÊ LEU?

Vincent M. Harry Potter, mágica e cefaléia. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):94-97

peptídeo, o mais potente vasodilatador conhecido, cresceuna área das cefaléias quando ele foi identificado em maiorconcentração no sangue retirado da veia jugular do mesmolado da dor em pacientes com enxaqueca.3,4 Com 37 ami-noácidos, codificado no mesmo gene da calcitonina,5,6 oCGRP coexiste com a substância P (SP) e outros neurotrans-missores em fibras sensitivas, incluindo ramos do trigêmeo, einduz intensa vasodilatação.7,8 Seus efeitos, no que se refereà vasodilatação, quando comparados aos efeitos da SP, sãomais lentos, prolongados e intensos.9,10

O CGRP constitui um marcador da ativação trigeminaldurante a crise de enxaqueca. Antagonizá-lo parece umaestratégia anti-enxaqueca lógica. O BIBN409611 foi o pri-meiro antagonista que se mostrou eficaz contra crises dadoença.12 O Olcegepant é um inibidor de receptor CGRP1,desenvolvido para uso parenteral, que se mostrou eficaz compoucos efeitos adversos.13 Evidentemente, um medicamentoassim precisa ser administrado por via oral. Estudos fase 2com o MK-0974, um antagonista administrado por via oral,demonstrou eficiência em duas horas no controle de crisesde enxaqueca, com resposta mantida por 24 horas (Ho T.Efficacy and tolerability of a novel, oral CGRP antagonist,MK-0974, in the acute treatment of migraine. Scientific Session6: Developments and the Future of Treatments (acute andpreventive). Apresentado no 3º Congresso Internacional deCefaléia, Estocolmo, 1 de Julho de 2007). Se a solução má-gica ainda está distante, pelo menos uma nova maneira decombater esta doença pode estar no antagonismo à molécu-la do CGRP.

Medo têm os pacientes de duas entidades quando so-frem de cefaléias intensas: Tumor cerebral e aneurisma. En-tretanto, pouco doem os aneurismas salvo quando dosangramento subaracnóide, e não é verdade que a maioriados indivíduos com processos expansivos intracranianos so-frem de dores de cabeça. Analisando 111 pacientes com

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 95

tumores cerebrais, Forsyth e Posner encontraram cefaléias emmenos da metade.14 Segundo estes autores, a cefaléia foisemelhante à cefaléia do tipo tensão em 77%, lembrandoenxaqueca em 9%. Concluíram também que a clássicacefaléia matutina, característica dos tumores cerebrais, é naverdade infrequente.

Schankin et al. estudaram 85 pacientes com tumorescerebrais.15 Como bem salientam em seu artigo recente, nãohá explicação sobre como cefaléias secundárias a tumoressão relacionadas às cefaléias primárias. Pacientes com tu-mores cerebrais que certamente produziram tração de estru-turas intracranianas sensíveis à dor, bem como hipertensãointracraniana, podem não sofrer cefaléia em qualquer mo-mento da sua evolução.16 Diferentemente de Forsyth, Schankinet al. encontraram cefaléias em 60% dos casos de tumorcerebral.15 Apenas 2% tiveram a cefaléia como sintoma iso-lado. Interessante notar que a presença de cefaléia secundá-ria foi significativamente relacionada à história familiar decefaléia e cefaléia pré-existente (ambos com p<0.01). Paci-entes com tumores cerebrais e hipertensos, em uso de ß-bloqueadores, tiveram menos cefaléia (p=0.03). No que serefere à evolução, 82.5% disseram que a cefaléia mudoucom o aparecimento do tumor. A cefaléia tende a ser mode-rada, uni ou bilateral, pulsátil em 16%. Os dados desde e deoutros trabalhos mostram que, de fato, cefaléia intensa e iso-lada não deve corresponder à presença de tumor intra-craniano, ao contrário do que imagina a maioria da popu-lação.

Recentemente tem sido alvo de atenção para tratamentode diferentes cefaléias o nervo occipital maior (NOM), pro-longamento sensitivo natural da raiz C2. Antigamente, po-rém, o NOM foi alvo de procedimentos anestésicos e cirúrgi-cos para redução de cefaléias de vários tipos, sobretudocefaléia cervicogênica.17 Hoje, a mesma estrutura é estimu-lada ao invés de inibida. Há relatos sugerindo que o implan-te de estimuladores no nervo occipital maior pode ser bené-fico para o tratamento de algumas cefaléias.18,19 Oito paci-entes (sete homens e uma mulher) com cefaléia em salvasintratável foram submetidos a implante de eletrodo suboccipitalpara estímulo do nervo occipital, com follow-up médio de 20meses.18 Neste trabalho, seis dos oito indivíduos disseram terhavido melhora das suas crises, dois deles em 90%. O efeitonão foi imediato, melhorando progressivamente ao longo dotempo. Para casos particularmente difíceis, esta alternativapode se mostrar útil tendo em vista a sua relativa facilidade emaior segurança quando comparada à estimulação profun-da hipotalâmica posterior.20-22

Uma das expressões que talvez venham a se populari-zar no estudo das cefaléias é "WAD", ou "Whiplash AssociatedDisorders". Esta é uma das áreas da neurologia onde há

muita controvérsia, com toda certeza. Os interessantes tra-balhos publicados pela colaboração entre a Noruega e aLituânia23,24 sugerem claramente que a cefaléia pós-whiplash– lesão em chicote com movimentação cervical súbita geral-mente por acidente automobilístico – tende a ocorrer muitomais freqüente e importantemente num contexto onde com-pensação financeira para as vítimas é relativamente mais dis-ponível. Isto sugere que aspectos médico-legais também se-riam determinantes no desenvolvimento das WADs. No últi-mo número do The Journal of Clinical Pain, Holm et al. pu-blicaram um estudo a respeito da influência de fatores socio-econômicos nas WADs.25 Confirmando trabalho dos mes-mos autores realizado no Canadá e publicado na Spine em2006, este artigo demonstra que, também na Suécia, WADspodem ser influenciados por baixo nível educacional, dorcervical anterior, cefaléia anterior, baixa condição de saúdeprévia, não se lembrar da posição da cabeça no momentodo acidente ou ter a cabeça virada neste momento e capo-tamento. Entretanto, há alguns problemas metodológicos muitoimportantes neste trabalho. Primeiro, os participantes foramselecionados entre pessoas que procuraram empresas de se-guros para pleitear compensação financeira pelo acidente.Isto, teoricamente, significa um viés de seleção. Ademais,foram enviados questionários para os participantes, que po-diam enviar as respostas ou não. Os que enviaram as res-postas são, provavelmente, os mais afetados, ou os que erammais interessados no recebimento do seguro. Concluindo, otema WAD é complexo e requer dos médicos todo o cuidadoe atenção.

Estará Hogwarts localizada em montanha elevada? Nãoencontrei nenhuma referência à sua geografia ou altitude naEscócia mas, afinal, sendo a escola que é, a altitude, prova-velmente, é variável… Fosse ela em localização constante-mente elevada, esta poderia ser uma das causas das doresde Potter. Dentre os sintomas da chamada "Acute MountainSickness" (AMS), a cefaléia é o mais comum.26 Este tema foiassunto de um artigo recente de Luis Paulo Queiroz e AlanRapoport.27 Em seu artigo na Cephalalgia, Jafarian et al.relatam o efeito da gabapentina em baixas doses no trata-mento da cefaléia relacionada à altitude.28 Estudando 24 pa-cientes adultos que se hospedaram em um hotel a 3.500 m dealtitude, estes autores encontraram tendência à superioridadeda gabapentina (300 mg) em relação ao placebo. Eles tam-bém sugerem que a combinação gabapentina + ibuprofenoseria melhor que os medicamentos isolados. Estes dados re-querem confirmação, e abrem a possibilidade de uma novalinha de investigação e tratamento para a AMS.

Uma de minhas pacientes enxaquecosas recentementedisse à consulta: "Doutor, quanto tenho enxaqueca, eu sei oque cada andar do meu prédio está cozinhando". Nas suas

HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA

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MAURICE VINCENT

próprias palavras, ela contou como a hipersensibilidade ol-fativa característica da enxaqueca pode fazê-la perceber commuito mais nitidez os odores dos pratos preparados por to-dos os seus vizinhos. A osmofobia na enxaqueca foi assun-to do artigo recente de Zanchin et al.29 Neste minuciosotrabalho, 1.005 pacientes osmofóbicos com enxaqueca oucefaléia do tipo-tensão (14 a 71 anos de idade, 772 mulhe-res), 43% dos enxaquecosos referiram osmofobia (enxaque-ca com aura: 38,5%; enxaqueca sem aura: 43,9%). Entre198 pacientes com cefaléia do tipo-tensão episódica, ne-nhum teve osmofobia durante o ataque (P < 0.00001).Portanto, a osmofobia, para o diagnóstico de enxaqueca,teve sensibilidade de 43% e a especificidade of 100%. Em90% dos enxaquecosos, a osmofobia estava presente desdeo início. Em 53%, a osmofobia estava presente em todas ascrises, e em cerca de 73% surge em torno de dez minutosdepois do início do ataque. Em 98% desaparece conco-mitantemente ao fim da cefaléia. Para 43%, a osmofobiaera percebida para dois odores. O desencadeamento decrises de enxaqueca por odores só era reconhecido entre ospacientes que tinham osmofobia. É possível que, com aelucidação dos mecanismos fisiopatológicos da enxaque-ca, nós venhamos a conhecer melhor as razões daosmofobia nesta doença.

Como guia prático de conduta, vale a pena ler o artigode Schaefer et al. no último número do J Am Coll Radiol.30

Os critérios para solicitação de exames de imagem para odiagnóstico de cefaléias são revistos à luz do conhecimentoatual. Basicamente, o estudo mostra como o índice de anor-malidades em exames solicitados por motivo de cefaléia empacientes com exame neurológico normal é baixo: tumor ce-rebral: 0,8%; Malformação arteriovenosa: 0,2%; Hidrocefalia:0,2%; Aneurisma: 0,3%; Hematoma subdural: 0,2%; AVC:1,2%. O ensinamento principal é confiar sempre na anamnesee no exame físico. Eles são mais fidedignos do que os examescomplementares para a identificação da cauda da cefaléiana vasta maioria dos casos.

Lembrei também de outro paciente que, ao me referir davivacidade das cores durante sua aura de enxaqueca, disse:"O vermelho fica tão vermelho que parece que vai me ata-car". De fato, a percepção das cores muitas vezes é alvo deanormalidades na enxaqueca. Há pacientes que percebemcores mais vivas, mais brilhantes, bem como aqueles outrosque admitem que tudo fica um pouco pálido, meio sem bri-lho, tendendo para o preto-e-branco. A perimetria de coresfoi estudada em pacientes com enxaqueca (com aura e semaura) e controles por de Marinis et al.31 A dificuldade emperceber o vermelho, mais pronunciada na enxaqueca comaura, foi relacionada à presença de fotofobia. Enxaquecosossem aura tiveram dificuldades na percepção do azul, o mes-

mo fato detectado, curiosamente, em parkinsonianos.32,33 Acompreensão das anormalidades quanto à visão de cores naenxaqueca é rudimentar. Sabemos que o córtex visual estáintimamente relacionado à doença, o que, obviamente, podeenvolver regiões como a área V8, relacionada ao proces-samento das cores. Boa leitura!

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 97

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Endereço para correspondênciaDr. Maurice Vincent

Consultório Barra da TijucaAv. das Américas, 1155 sala 504

22631-000 – Rio de Janeiro, BrazilTel: (+55 21)24913678 - (+55 21)21119245;

Fax: (+55 21)24943648

Consultório Botafogo:Rua Sorocaba, 464 sala 302

22271-110 – Rio de Janeiro, BrazilTel.:/faxes: (21)25375562 e (21)25377638

www.vincent.med.br

Enviado: 04/09/2007

Aceito: 04/09/2007

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30. Schaefer PW, Miller JC, Singhal AB, Thrall JH, Lee SI. Headache:when is neurologic imaging indicated? J Am Coll Radiol2007;4(8):566-9.

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HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA

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II Congresso do Comitê deII Congresso do Comitê deII Congresso do Comitê deII Congresso do Comitê deII Congresso do Comitê deDor Orofacial da SBCeDor Orofacial da SBCeDor Orofacial da SBCeDor Orofacial da SBCeDor Orofacial da SBCe

I Congresso do Comitê deI Congresso do Comitê deI Congresso do Comitê deI Congresso do Comitê deI Congresso do Comitê deCefaléia na Infância e naCefaléia na Infância e naCefaléia na Infância e naCefaléia na Infância e naCefaléia na Infância e na

Adolescência da SBCeAdolescência da SBCeAdolescência da SBCeAdolescência da SBCeAdolescência da SBCe

ApoioApoioApoioApoioApoio

20 a 22 de setembro de 200720 a 22 de setembro de 200720 a 22 de setembro de 200720 a 22 de setembro de 200720 a 22 de setembro de 2007Majestic PMajestic PMajestic PMajestic PMajestic Palace Hotelalace Hotelalace Hotelalace Hotelalace Hotel

PPPPPrograma Frograma Frograma Frograma Frograma Finalinalinalinalinal

XXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 99

A Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe) objetiva principalmente fa-cilitar a divulgação do conhecimento científico sobre as dores de cabeçapara profissionais diversos e com diferentes níveis de especialização einteresse. Desde sua fundação, em 1978, persevera nesse propósito, con-servando a preocupação constante com o aprimoramento e moderniza-ção das técnicas, o que tem resultado encontros memoráveis por sua qua-lidade.

O XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia, o II Congresso do Comitê deDor Orofacial da SBCe e o I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infânciae Adolescência da SBCe que ora se iniciam constituem um novo marco nahistória da SBCe. Durante três dias, 67 convidados nacionais e 11 inter-nacionais que estão entre os maiores especialistas revezar-se-ão em cur-sos, conferências, mesas-redondas e sessões especiais, apresentando oque há de mais atual sobre o tema, ao lado de sua considerável experiên-cia pessoal.

Seja bem-vindo e aproveite!

Jano Alves de SouzaPresidente da SBCe

SEJAM BEM-VINDOS A FLORIANÓPOLIS!

Estar aqui significa compartilhar conhecimentos científicos, desfrutardo convívio com os colegas e vivenciar momentos agradáveis de lazer edescontração!

A programação científica foi criteriosamente elaborada, visando abran-ger os diferentes aspectos do estudo da cefaléia. Neste ano, contamos coma participação de um número expressivo de convidados estrangeiros, bemcomo de renomados palestrantes brasileiros. A apresentação dos trabalhoscientíficos foi valorizada com sessões de exposições orais de temas-livresselecionados e sessões de pôsteres sem atividades concorrentes.

As atividades sociais foram organizadas com a finalidade de propor-cionar uma interação festiva e prazerosa.

Desejamos uma ótima estada em nossa cidade e um excelente aprovei-tamento do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia!

Luiz Paulo de Queiroz

Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

MENSAGENS

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL

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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL

Colegas,

Setembro chegou para marcar o nosso encontro em Florianópolis no IICongresso do Comitê de Dor Orofacial da SBC e durante o XXI Congresso Brasi-leiro de Cefaléia. A programação deste ano procurou reunir o maior número decolegas de diversas partes do Brasil que trabalham nesta área, além de contar comum palestrante estrangeiro para, assim, apresentar um panorama atual de nossaespecialidade.

Esperamos que aproveitem ao máximo o Congresso e sua estada na bela ilhade Florianópolis.

José Luiz Peixoto

Presidente do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

MENSAGENS

Prezado congressista,

Seja bem-vindo ao I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância da SBCe.

É um prazer tê-lo conosco nesse que se tornou o maior evento em cefaléia nainfância até hoje realizado na América Latina.

Aproveite as palestras, apresente suas dúvidas em plenário ou procure ospalestrantes nos intervalos.

Não deixe de participar do lançamento do livro "Cefaléias na Infância e Ado-lescência", será no final da tarde de sexta-feira no estande da Janssen-Cilag.

Esperamos sinceramente atender suas expectativas.

Atenciosamente,

Marco A. ArrudaPresidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e

Adolescência da SBCe

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 101

Ana Luíza Antoniazzi (SP)Ana Maria Ladeira Yamada (RJ)

Carla da Cunha Jevoux (RJ)Carlos Alberto Bordini (SP)

Cláudio Manuel de Brito (RJ)Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)

Eduardo Jannuzzi (MG)Eliana Meire Melhado (SP)Jano Alves de Souza (RJ)

Luiz Paulo de Queiroz (SC) – Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

José Luiz Peixoto (RJ) – Presidente do II Congresso de Dor Oro-Facial da SBCe

Marco Antônio Arruda (SP)– Presidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e Adolescência da SBCe

Jano Alves de Souza (RJ) – Presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia

Carla da Cunha Jevoux (RJ) – Secretária da Sociedade Brasileira de Cefaléia e doXXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

Cláudio Brito (RJ) – Tesoureiro da Sociedade Brasileira de Cefaléia e do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

COMISSÃO CIENTÍFICA

José Geraldo Speciali (SP)José Luiz Peixoto (RJ)

Luiz Paulo de Queiroz (SC)Maurice Borges Vincent (RJ)

Mario Fernando Prieto Peres (SP)Mauro Eduardo Jurno (MG)

Pedro André Kowacs (PR)Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)

Wilson Farias da Silva (PE)

Alan M. Rapoport (EUA)Carlos Alberto Fontes Ribeiro (Portugal)

Christian Wöber (Áustria)Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)

Elsa Parreira (Portugal)Federica Galli (Itália)

Isabel Luzeiro (Portugal)Isabel Pavão Martins (Portugal)

Lívia de Sousa (Portugal)Steve M. Baskin (EUA)

Vincenzo Guidetti (Itália)

Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)Alexandre Kaup (SP)

Ana Maria Ladeira Yamada (RJ)Anamaria Siriani (SP)

Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG)Carla da Cunha Jevoux (RJ)Carlos Alberto Bordini (SP)

Cibele dal Fabbro (SP)Cláudia Tavares de Souza (MG)

Claúdio Manoel Brito (RJ)Daniel Bonotto (PR)

Débora Bevilaqua Grossi (SP)Deusvenir Carvalho (SP)

Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)Ednilza Pereira de Farias Dias (DF)

Eduardo Grossman (RS)Eduardo Januzzi (MG)

Elcio Piovesan (PR)

Elder Machado Sarmento (RJ)Elder Sarmento (RJ)

Eliana Meire Melhado (SP)Eliova Zukerman (SP)

Euphly Jalles Filho (SP)Federica Galli (Itália)

Fabíola Dach (SP)Fernando Kowacs (RS)

Frederico Motta Leite (MG)Guido Boabaid May (SC)

Hélio Barreiros (RJ)Jackeline Barbosa (RJ)

Jano Alves de Souza (RJ)Jayme Antunes Maciel Jr. (SP)

João José Freitas de Carvalho (CE)José Geraldo Speciali (SP)José Luiz Peixoto Filho (RJ)

José Nazareno Gil (SC)

COMISSÃO ORGANIZADORA

PALESTRANTES ESTRANGEIROS

PALESTRANTES NACIONAIS

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL

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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL

Juliana Stuginski Barbosa (SP)Liselotte M. Barea (RS)Luciana Campaner (SP)Luiz Paulo Queiroz (SC)Marcelo Ciciarelli (SP)Marcelo Vega (MG)

Marcia Lima (SP)Marcio Bittencourt (ES)

Marco Antônio Arruda (SP)Mario Peres (SP)

Marluci Guimarães (RJ)Maurice Vincent (RJ)Mauro Jurno (MG)Norma Fleming (RJ)

Osvaldo J. M.Nascimento (RJ)Patrícia Machado Peixoto (DF)

Paulo Cunali (PR)Paulo Hélio Monzillo (SP)

Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ)Pedro André Kowacs (PR)

Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)Renan Domingues (ES)

Renata Campi (SP)Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)

Roldão Faleiro de Almeida (MG)Rosângela Arrabal (RJ)

Sandro Blasi Espósito (SP)Silva Neto (PI)

Wilson Farias da Silva (PE)Wilson Sanvito (SP)

Yara Dadalti Fragoso (SP)

Janssen CilagLibbs

Abbott

Di Livros EditoraNycomedTecnifar

Acompanhantes: Acompanhantes: Acompanhantes: Acompanhantes: Acompanhantes: Acompanhantes têm direito a:- City-tour: 21/09 – 09:00h – saída do Hotel Majestic- Festa de Confraternização – 21/09 – 21:00h

CrachásCrachásCrachásCrachásCrachás: É indispensável o uso do crachá durante todas asatividades.

Festa de Confraternização:Festa de Confraternização:Festa de Confraternização:Festa de Confraternização:Festa de Confraternização:21 de setembro de 2007 – 20h30 - Associação Catarinensede Medicina - Rodovia SC 401 KM 04, 3854 - Saco GrandeConvite IndividualConvite IndividualConvite IndividualConvite IndividualConvite Individual - É indispensável a apresentação naentrada. Transporte saindo do Hotel Majestic às 20h15.

LLLLLocal do Evento:ocal do Evento:ocal do Evento:ocal do Evento:ocal do Evento: MAJESTIC PALACE HOTELAv. Beira-Mar Norte, 2746 - Centro88015-702 - Florianópolis, SCFone: 48 3231-8000 - Fax: 48 3231-8008

Serviços MédicosServiços MédicosServiços MédicosServiços MédicosServiços Médicos: A organização do congresso não seresponsabiliza por problemas de saúde, acidentes pessoais,perda de bagagem e cancelamento de viagem dos partici-pantes.

TTTTTradução Simultânea:radução Simultânea:radução Simultânea:radução Simultânea:radução Simultânea: Haverá tradução simultânea In-glês/Português nas palestras ministradas em inglês.

Este congresso será certificado pelo CNA – Comissão Nacional de Acreditação. CNA – Comissão Nacional de Acreditação. CNA – Comissão Nacional de Acreditação. CNA – Comissão Nacional de Acreditação. CNA – Comissão Nacional de Acreditação. A participação no evento conferepontos para o CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL.

CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO DO CNA

INFORMAÇÕES GERAIS

Obs:Obs:Obs:Obs:Obs: não esqueça de preencher corretamente a ficha de inscrição para validar seu cadastro no CNA. Caso sua inscriçãotenha sido feita por terceiros pedimos que consulte a Secretaria do Congresso - Interevent - para verificar se seu cadastro estácompleto.

EXPOSITORES

EspecialidadeEspecialidadeEspecialidadeEspecialidadeEspecialidade PPPPPontuaçãoontuaçãoontuaçãoontuaçãoontuação

Neurologia 10.0Clínica Médica 3.0Neurologia pediátrica 2.0Dor 4.0

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 103

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)08:00/12:00 08:00/12:00 08:00/12:00 08:00/12:00 08:00/12:00 ––––– Curso 1 Curso 1 Curso 1 Curso 1 Curso 1 – – – – – Curso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritasCurso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritasCurso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritasCurso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritasCurso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritas

Público-alvo: Neurologistas, cefaliatrasCoordenador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)

08:00/08:20 – SUNCT e SUNA – Wilson Sanvito (SP)

08:20/08:40 – Cefaléia hípnica – Carla da Cunha Jevoux (RJ)

08:40/09:00 – Cefaléia numular – Fabíola Dach (SP)

09:00/09:20 – Trocleíte e cefaléia troclear primária – Marcelo Vega (MG)

09:20/09:40 – Cefaléia trovoada associada a espasmo arterial transitório – Fernando Kowacs (RS)

09:40/09:50 – Perguntas e discussão

09:50/10:00 – Intervalo

10:00/10:20 – As últimas cefaléias primárias descritas – Wilson Farias da Silva (PE)

10:20/10:50 – Cefaléia Pós-traumática – Elder Machado Sarmento (RJ))

10:50/11:20 – Migrânea abdominal – Marcia Lima (SP)

11:20/11:50 – Pout pourri of rare secondary headaches – Alan Rapoport (EUA)

11:50/12:00 – Discussão e perguntas

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:

enfoque prático e objetivoenfoque prático e objetivoenfoque prático e objetivoenfoque prático e objetivoenfoque prático e objetivoPúblico-alvo: Clínicos, médicos de outras especialidades, estudantes

Coordenadora: Maria Eduarda Nobre Costa (RJ)

08:00/08:20 – Anamnese - o essencial para o diagnóstico – Hélio Barreiros (RJ)

08:20/08:40 – Migrânea: quadro clínico e diagnóstico – Jackeline Barbosa (RJ)

08:40/09:00 – Migrânea: tratamento das crises e tratamento preventivo – Norma Fleming (RJ)

09:00/09:30 – Cefaléia do tipo tensional (diagnóstico e tratamento) – Cláudia Tavares de Souza (MG)

09:30/09:50 – Cefaléia em salvas e hemicrânia paroxística crônica (diagnóstico e tratamento) – Patrícia Machado Peixoto (DF)

09:50/10:00 – Intervalo

10:00/10:30 – Cefaléia crônica diária (diagnóstico, prevenção e tratamento) – Eliana Meire Melhado (SP)

10:30/10:50 – Neuralgias cranianas mais freqüentes (diagnóstico e tratamento) – Claúdio Manoel Brito (RJ)

10:50/11:10 – Quando e como investigar a queixa de cefaléia - sinais de alerta – Roldão Faleiro de Almeida (MG)

11:10/11:30 – Cefaléia na emergência – Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG)

11:30/12:00 – Discussão e perguntas

SALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – York II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)08:00/12:00 – Curso 308:00/12:00 – Curso 308:00/12:00 – Curso 308:00/12:00 – Curso 308:00/12:00 – Curso 3

Aspectos psíquicos das cefaléiasAspectos psíquicos das cefaléiasAspectos psíquicos das cefaléiasAspectos psíquicos das cefaléiasAspectos psíquicos das cefaléiasPúblico-alvo: Neurologistas, cefaliatras, psiquiatras, psicólogos

Coordenadora: Luciana Campaner (SP)08:00/08:20 – O ressurgimento do interesse pelos aspectos psíquicos nas cefaléias – Paulo Hélio Monzillo (SP)08:20/08:40 – Existe uma personalidade migranosa? – José Geraldo Speciali (SP)

Quinta-feira, 20 de setembro de 2007Quinta-feira, 20 de setembro de 2007Quinta-feira, 20 de setembro de 2007Quinta-feira, 20 de setembro de 2007Quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Cursos pré-congressoCursos pré-congressoCursos pré-congressoCursos pré-congressoCursos pré-congresso

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA -PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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08:40/09:00 – Comorbidade psiquiátrica nas cefaléias – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)

09:00/09:20 – Instrumentos para o screening psicológico – Luciana Campaner (SP)

09:20/09:50 – Abordagem farmacológica das comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléia – Guido Boabaid May (SC)

09:50/10:00 – Intervalo

10:00/10:40 – The family and the headache: how relevant is headache in children? – Federica Galli (Itália)

10:40/11:20 – The role of the psychologist in a Headache Clinic – Steve Baskin (EUA)

11:20/11:40 – Discussão e perguntas

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso

14:00/14:10 – Jano Alves de Souza (RJ)

14:10/14:20 – Luiz Paulo Queiroz (SC)

14:20/14:30 – Marco Antonio Arruda (SP)

14:30/14:40 – José Luiz Peixoto Filho (RJ)

14:40/14:50 – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)

14:50/15:00 – Homenagem póstuma a Edgard Raffaelli Jr – Wilson Farias da Silva (PE)

15:00/15:10 – Homenagem a Alan Rapoport – Luiz Paulo Queiroz (SC)

15:10/15:50 – Conferência inaugural15:10/15:50 – Conferência inaugural15:10/15:50 – Conferência inaugural15:10/15:50 – Conferência inaugural15:10/15:50 – Conferência inauguralPalestrante: Alan Rapoport (EUA)

Tema: "The most important papers on headache in the last 5 years"Coordenador: Luiz Paulo Queiroz (SC)

15:50/16:10 – Intervalo

16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diáriaCoordenador: Célia Aparecida Roesler (SP)

16:10/16:30 – Fatores de risco para a cronificação da cefaléia modificáveis – Carlos Alberto Bordini (SP)

16:30/16:50 – Uso excessivo de medicação sintomática causa CCD? Impede a ação das drogas preventivas?Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)

16:50/17:10 – Tratamento ambulatorial ou internação, qual o melhor? – Pedro André Kowacs (PR)

17:10/17:20 – Discussão

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidênciasCoordenador: Roberto Garanhani (SC)

16:30/17:10 – Evidências em DTMs: onde estamos? – Marcio Bittencourt (ES)

17:10/18:10 – DTMs musculares – Eduardo Januzzi (MG)

18:10/19:10 – DTMs articulares – Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)

19:10/19:30 – Discussão

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 105

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)17:20/19:20 – Conferências17:20/19:20 – Conferências17:20/19:20 – Conferências17:20/19:20 – Conferências17:20/19:20 – Conferências

Coordenador: Eliova Zukerman (SP)17:20/18:00 – The Behavioral Medicine Approach to Headache Management – Steve Baskin (EUA)18:00/18:40 – How and why children and adolescents' headaches are so different from the adults ones?

Vincenzo Guidetti (Itália)18:40/19:10 – Arterite temporal – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)19:10/19:30 – Migrânea e forame oval patente – Renan Domingues (ES)

19:30 – Coquetel de abertura

Sexta-feira, 21 de setembro de 2007Sexta-feira, 21 de setembro de 2007Sexta-feira, 21 de setembro de 2007Sexta-feira, 21 de setembro de 2007Sexta-feira, 21 de setembro de 2007

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea

Coordenador: Murilo Rubens Schaefer (PR)08:00/08:20 – Migrânea e cognição – Alexandre Kaup (SP)08:20/08:40 – Migrânea e emoções – Marluci Guimarães (RJ)08:40/09:00 – Migrânea e sentidos – Elcio Piovesan (PR)

SALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SL)))))08:00/08:55 – Sessão de miniconferências08:00/08:55 – Sessão de miniconferências08:00/08:55 – Sessão de miniconferências08:00/08:55 – Sessão de miniconferências08:00/08:55 – Sessão de miniconferências

Coordenador: José Lucio Dantas (SE)08:00/08:25 – Neuro-imagem: alterações estruturais nas cefaléias primárias – Maurice Vincent (RJ)08:25/08:50 – O cérebro migranoso: hiper ou hipoativo? – Mario Peres (SP)

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias

Coordenador: Marcelo Cedrinho Ciciarelli (SP)09:00/09:40 – New treatments for headaches in general – Alan Rapoport (EUA)09:40/10:20 – Dor neuropática crânio-facial –Osvaldo J. M.Nascimento (RJ)10:20/11:00 – Managing the "difficult" patient – Steve Baskin (EUA)

SALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – York II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)08:00/09:00 – Miniconferências (I)08:00/09:00 – Miniconferências (I)08:00/09:00 – Miniconferências (I)08:00/09:00 – Miniconferências (I)08:00/09:00 – Miniconferências (I)Coordenador: Luiz Otávio Cavallazzi (SC)

08:00/08:30 – Prospective analysis of factors related to migraine attacks – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)08:30/09:00 – Migraine e tension type headache in children and adolescents – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)

09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"Coordenador: Vincenzo Guidetti (Itália)

09:00/09:30 – Introduction – Vincenzo Guidetti (Itália)09:30/09:50 – Psychological and behavioral aspects of pain – Federica Galli (Itália)09:50/10:10 – Diferenças na percepção da dor em neonatos, crianças e adultos – Luciana Campaner (SP)10:10/10:30 – Aspectos Clínicos – Marco Antônio Arruda (SP)10:30/10:50 – Comentários – Vincenzo Guidetti (Itália)10:50/11:00 – Perguntas

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de ExposiçãoMódulo I: Visitador – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) – trabalhos 016 a 021Módulo II: Visitador – Elcio Piovesan (PR) – trabalhos 022 a 027Módulo III: Visitador – Marcelo Ciciarelli (SP) – trabalhos 028 a 033Módulo IV: Visitador – Maurice Vincent (RJ) – trabalhos 034 a 039

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)08:00/12:30 – O tratamento das DTMs08:00/12:30 – O tratamento das DTMs08:00/12:30 – O tratamento das DTMs08:00/12:30 – O tratamento das DTMs08:00/12:30 – O tratamento das DTMs

Coordenador: Ricardo Lessa Bastos (RJ)08:00/08:20 – Aspectos gerais do tratamento das DTMs – José Luiz Peixoto Filho (RJ)08:20/08:40 – Tratamento farmacológico – Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ)08:40/09:00 – Placas: como, quando e por quê – Frederico Motta Leite (MG)09:00/09:20 – Terapias complementares: laser e acupuntura – Renata Campi (SP)09:20/10:20 – O tratamento cirúrgico – Eduardo Grossman (RS)10:20/10:40 – Viscosuplementação em ATM – Daniel Bonotto (PR)10:40/11:00 – Cirurgia ortognática e DTMs – José Nazareno Gil (SC)11:00/12:00 – Tratamento fisioterápico das DTMs e cefaléia cervicogênica – Débora Bevilaqua Grossi (SP) e

Anamaria Siriani (SP)12:00/12:30 – Discussão

12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTMMódulo V – Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) – trabalhos 040 a 050

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag

SALA 1- Ritz I (térreo)SALA 1- Ritz I (térreo)SALA 1- Ritz I (térreo)SALA 1- Ritz I (térreo)SALA 1- Ritz I (térreo)

14:00/16:30 – Encontro Brasil-P14:00/16:30 – Encontro Brasil-P14:00/16:30 – Encontro Brasil-P14:00/16:30 – Encontro Brasil-P14:00/16:30 – Encontro Brasil-Portugal de Cefaléia – Simpósio Tortugal de Cefaléia – Simpósio Tortugal de Cefaléia – Simpósio Tortugal de Cefaléia – Simpósio Tortugal de Cefaléia – Simpósio TecnifarecnifarecnifarecnifarecnifarCoordenadores: Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) – Jano Alves de Souza (RJ)

14:00/14:10 – Abertura

Carlos Fontes Ribeiro (Portugal), Jano Alves de Souza (RJ)

14:10/14:40 – Excitabilidade neuronal na fisiopatologia da enxaqueca - da geração das crises à alodínia e à dificuldade dotratamento. Mecanismos de ação do valproato/divalproato e do frovatriptano – Carlos Alberto Bordini (SP)Moderador: Elsa Parreira (Portugal)

14:40/15: 10 – Tratamento sintomático com triptanos e recorrência dos ataques de enxaqueca - há ganho terapêutico comos triptanos de longa duração de ação? – Lívia de Sousa (Portugal)Moderador: Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)

15:10/15:40 – Tratamento das cefaléias por abuso de fármacos - prevenção e tratamento. São os medicamentos antiepilépticoseficazes? Há menos abuso com a prescrição de triptanos de longa duração de ação? – José Geraldo Speciali (SP)Moderador: Isabel Pavão Martins (Portugal)

15:40/16:10 – Tratamento sintomático e preventivo da enxaqueca menstrual . Qual é o papel dos triptanos de longaduração de ação? – Isabel Luzeiro (Portugal)Moderadora: Eliana Meire Melhado (SP)

16:10/16:30 – Conclusões – Jano Alves de Souza (RJ), Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)

16:30/16:50 – Intervalo

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 107

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica

Coordenador: José Martônio Ferreira de Almeida (BA)

16:50/17:10 – NO, CGRP, SP, etc: qual o verdadeiro papel nas cefaléias? – Marcelo Ciciarelli (SP)

17:10/17:30 – Interações medicamentosas no tratamento das cefaléias – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)

17:30/17:50 – Cefaléia como efeito adverso de drogas lançadas recentemente – Renan Domingues (ES)

17:50/18:10 – Efeitos metabólicos das drogas antimigranosas – Mauro Jurno (MG)

SALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SLSALA 4 – Coral I (piso SL)))))16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular

Coordenador: Erasmo Barros da Silva (PB)

16:50/17:10 – Migrânea e risco de doença vascular – Luiz Paulo Queiroz (SC)

17:10/17:30 – Migrânea e coagulação – Yára Dadalti Fragoso (SP)

17:30/17:50 – Como diferençar AIT e aura de migrânea? – Elder Machado Sarmento (RJ)

17:50/18:10 – Trombose de seio venoso e cefaléia – João José Freitas de Carvalho (CE)

18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição

Módulo VI – Visitador: Mario Peres (SP) – trabalhos 051 a 056

Módulo VII – Visitador: Pedro André Kowacs (PR) – trabalhos 056 a 062

Módulo VIII – Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE) – trabalhos 063 a 068

SALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – York II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos

Coordenadora: Carla Barbosa Marquesini (SC)14:00/14:20 – Comorbidades e outros fatores associados - Importância no diagnóstico das cefaléias primárias

Deusvenir Carvalho (SP)

14:20/14:40 – Migrânea na infância: tratamento não-medicamentoso - Medicina baseada em evidênciasLiselotte M. Barea (RS)

14:40/15:00 – Migrânea na infância: tratamento sintomático e profilático - Medicina baseada em evidênciasSandro Blasi Espósito (SP)

15:00/15:20 – Cefaléias incomuns na infância e adolescência e a necessidade de investigação complementarAna Maria Ladeira Yamada (RJ)

15:20/15:30 – Discussão

15:30/16:30 – Miniconferências (II)15:30/16:30 – Miniconferências (II)15:30/16:30 – Miniconferências (II)15:30/16:30 – Miniconferências (II)15:30/16:30 – Miniconferências (II)Coordenadora: Maria Adélia Matheus (RJ)

15:30/16:00 – Psychiatric comorbidity in headache and migraine in childhood and adolescence – Federica Galli (Itália)

16:00/16:30 – What does it means to "treat" Migraine in children and adolescents? – Vincenzo Guidetti (Itália)

16:30/16:50 – Intervalo

16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infânciaApresentadora e Moderadora: Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)

Convidados: Marco Antônio Arruda (SP), Vincenzo Guidetti (Itália), Liselotte Barrea (RS), Deusvenir Carvalho (SP),Márcia Lima (SP), Ana Maria Yamada (RJ), Regina C. A. P. Albuquerque (SP)

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de ExposiçãoVisita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e AdolescênciaVisita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e AdolescênciaVisita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e AdolescênciaVisita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e AdolescênciaVisita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência

Módulo X – Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP) – trabalhos 076 a 080

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas

Coordenador: Luiz Carlos Coral (SC)14:00/14:25 – Odontalgia atípica e síndrome da ardência bucal – Juliana Stuginski Barbosa (SP)

14:25/14:50 – Outras dores trigeminais afetando a face – Silva Neto (PI)

14:50/15:00 – Discussão

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)15:00/16:00 – T15:00/16:00 – T15:00/16:00 – T15:00/16:00 – T15:00/16:00 – Tratamento psicológicoratamento psicológicoratamento psicológicoratamento psicológicoratamento psicológico

Coordenador: José Luiz Peixoto Filho (RJ)14:50/16:00 – The behavioral medicine approach to headache management – Steve Baskin (EUA) – aula-vídeo

16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTTCoordenador: Marcio Bittencourt (ES)

16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT – Eduardo Januzzi (MG)

16:30/17:00 – Intervalo

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)17:00/18:50 – Sono e DTMs17:00/18:50 – Sono e DTMs17:00/18:50 – Sono e DTMs17:00/18:50 – Sono e DTMs17:00/18:50 – Sono e DTMs

Coordenador: Eduardo Januzzi (MG)Paulo Cunali (PR) e Cibele dal Fabbro (SP) – Fisiologia do sono, Sono e Dor / DTMs: qual a relação?, Bruxismo

SALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – YSALA 3 – York III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)ork III (piso E)18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

20:30 – Jantar de confraternização

Sábado, 22 de setembro de 2007

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação

Coordenador: Mario Peres (SP)09:00/09:20 – Ferramentas de pesquisa – Fernando Kowacs (RS)

09:20/09:40 – Como obter financiamento? – Mario Peres (SP)

09:40/10:00 – Como ter seu artigo publicado? – Pedro André Kowacs (PR)

10:00/10:20 – O estudo epidemiológico brasileiro sobre cefaléia – Luiz Paulo Queiroz (SC)

SALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – YSALA 2 – York II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)ork II (piso E)09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"

Coordenadora: Rosângela Arrabal (RJ)Moderador: Paulo Norberto Discher de Sá (SC)

09:00/09:20 – As demandas do pesquisador – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)

09:20/09:40 – Aspectos regulatórios e éticos da pesquisa com placebo no mundo – Rosângela Arrabal (RJ)

Page 41: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 109

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

09:40/10:00 – A visão da CONEP – Ednilza Pereira de Farias Dias (DF)

10:00/10:20 – Discussão

SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)SALA 1– Ritz I (térreo)10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o

tratamento de cefaléiastratamento de cefaléiastratamento de cefaléiastratamento de cefaléiastratamento de cefaléiasCoordenadora: Maria Eduarda Nobre (RJ)

10:20/11:00 – Botulinum toxin in migraine, tension type headache and chronic daily headache – Alan Rapoport (EUA)

11:00/11:20 – Estimulação do nervo occipital – Jayme Antunes Maciel Jr. (SP)

11:20/11:50 – Deep brain stimulation for intractable chronic cluster headache – Alan Rapoport (EUA)

11:50/12:00 – Perguntas e discussão

12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)

Módulo XI – Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) – trabalhos 081 a 086

Módulo XII – Visitador: Deusvenir Carvalho (SP) – trabalhos 087 a 092

Módulo XIII – Visitador: Fernando Kowacs (RS) – trabalhos 093 a 098

Módulo XIV – Visitador: Marcelo Vega (MG) – trabalhos 099 a 104

13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados

SALA 1SALA 1SALA 1SALA 1SALA 1 – Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Luiz Sanvito (SP) Coordenadora: Gladys Lentz Martins (SC)

SALA 2SALA 2SALA 2SALA 2SALA 2 – Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP) Coordenador: Paulo Mattosinho Filho (SC)

SALA 3SALA 3SALA 3SALA 3SALA 3 – Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP) Coordenador: Ronald Moura Fiuza (SC)

14:00/15:20 – P14:00/15:20 – P14:00/15:20 – P14:00/15:20 – P14:00/15:20 – Painel com especialistas. Painel com especialistas. Painel com especialistas. Painel com especialistas. Painel com especialistas. Pergunte o que quiserergunte o que quiserergunte o que quiserergunte o que quiserergunte o que quiser.....Coordenador: Jano Alves de Souza (RJ)

Wilson Farias da Silva (PE), Wilson Luiz Sanvito (SP), Carlos Alberto Bordini (SP), José Geraldo Speciali (SP),Abouch Valenty Krymchantovski (RJ), Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)

15:20/15:40 – Encerramento

16:00 – Assembléia Geral Ordinária

Page 42: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

110 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES IDIA 22/9 - 13:00 / 14:00H

SALA 1 - Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Sanvito (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

1 Distúrbios do equilíbrio na enxaqueca Cristiana Pessoa de QueirozFaria Goes UFRJ Cefaléias Primárias -

outros

2 Fadiga é secundária a depressão e ansiedade emenxaqueca: uma hipótese clínico-fisiopatológica Mario Fernando Prieto Peres IIEP- Hospital

Albert EinsteinCefaléias Primárias -

outros

3Metabólitos de serotonina (5-HIAA) e dopamina(HVA) no líquido cefalorraquidiano de pacientes

com enxaqueca crônica

Domingos Sávio de SouzaVieira

Hospital IsraelitaAlbert Einstein

Cefaléias Primárias - outros

4Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging

in patients with post-traumatic headache after mild head trauma

Elder Machado Sarmento UFF Estudo Experimental -Pesquisa Básica

5Orexina-a (hipocretina-1) correlaciona comansiedade e não com sonolência diurna em

enxaqueca crônicaMario Fernando Prieto Peres IIEP- Hospital

Albert EinsteinEstudo Experimental -

Pesquisa Básica

APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES IIDIA 22/9 - 13:00 / 14:00H

SALA 2 - Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

6 Um estudo epidemiológico nacional de migrânea no Brasil Luiz Paulo de Queiroz Universidade Federal de

Santa Catarina Epidemiologia

7 Cefaléia - o paciente infiel Milton Alonso Rubio Sociedade Brasileira deCefaléia Outros Temas

8Prevalência de cefaléia em população de

pacientes com DTM segundo aclassificação da ihs de 2004

Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Cefaléias Secundárias

9 Cefaléia como comorbidade de disfunçãotemporomandibular em crianças e adolescentes Paula Cristina Felix Falchet unifesp Cefaléia na Infância e

Adolescência

10Comorbidades neuropsiquiátricas em pacientes

com cefaléias primárias na infância e naadolescência

Ricardo Santin

Fundação FaculdadeFederal de Ciências

Médicas dePorto Alegre

Cefaléia na Infância eAdolescência

APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES IIIDIA 22/9 - 13:00 / 14:00H

SALA 3 - Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

11 Fatores associados ao uso excessivo demedicação sintomática em enxaqueca crônica Vera Zukerman Guendler Hospital Israelita

Albert EinsteinCefaléias Primárias -

tratamento

12Migraine prevention with propranolol,

amitryptilin and simvastatin: correlation withnitric oxide production

Marcelo Moraes Valença Universidade Federal dePernambuco

Cefaléias Primárias -tratamento

13

Verapamil endovenoso como tratamento da auramigranosa prolongada na migrânea, migrâneahemiplégica familiar (MHF) e na migrânea com

sintomas motores unilaterais (MSMU)

Artur Furlaneto Fernandes Hospital de ClínicasUFPR

Cefaléias Primárias -tratamento

14Prednisona no tratamento inicial da cefaléia por

uso excessivo de medicação: um estudorandomizado, duplo-cego, placebo-controlado

Jackeline Barbosa UFRJ Cefaléias Primárias -tratamento

15 Cintigrafia (spect) com galio-67 (gal-67) é útil nodiagnóstico da arterite temporal Osvaldo JM Nascimento Universidade Federal

Fluminense - UFF Neuroimagem

Page 43: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 111

Módulo I: Visitador - Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)Título Autor Instituição Tópico

16Localização habitual da dor em 56 migranosos

crônicos atendidos no ambulatório de cefaléias do HU/UFS

Alan Chester Feitosade JesusUniversidade federal de

Sergipe - Liga deCefaléia de Sergipe

Cefaléias Primárias -outros

17 Avaliação do nível de estresse em portadores decefaléia crônica diária Yára Dadalti Fragoso UNIMES Cefaléias Primárias -

outros

18 Qual o maior medo de portadores de enxaquecafrente ao pico de dor na crise? Estudo piloto Yára Dadalti Fragoso UNIMES Cefaléias Primárias -

outros

19 Estudo prospectivo de caracterização da cefaléiada síndrome de tensão pré-menstrual Yára Dadalti Fragoso UNIMES Cefaléias Primárias -

outros

20 Estudo de prevalência de cefaléia primária empacientes com síndrome do intestino irritável (SII) José Moreira dos Santos Universidade Federal

Fluminense - UFFCefaléias Primárias -

outros

21 Cefaléia unilateral: prevalência em um centroespecializado e características clínicas Felipe Galvão Stancioli Universidade Federal de

Minas GeraisCefaléias Primárias -

outros

Módulo II: Visitador - Elcio Piovesan (PR)Nº Título Autor Instituição Tópico

22 Comportamento da pressão arterial sistêmica namigrânea Fabíola Dach Hospital das Clínicas de

Ribeirão Preto - USPCefaléias Primárias -

outros

23 Avaliação da mobilidade cervical emmulheres com migrânea Katia Solidéia Pegoretti

Faculdade de Medicinade Ribeirão Preto -

Universidade de São Paulo

Cefaléias Primárias - outros

24

Estudo descritivo e comparativo sobre o padrão desono e presença de cefaléia em técnicos de

enfermagem da UTI do Hospital Universitário daUFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno

Karen dos Santos FerreiraHospital Universitário -

Universidade Federal de Juiz de Fora

Cefaléias Primárias - outros

25Estudo descritivo sobre a presença e caracte-

rísticas da cefaléia em técnicos de enfermagem daUTI do Hospital Universitário da UFJF

Karen dos Santos FerreiraHospital Universitário -

Universidade Federal de Juiz de Fora

Cefaléias Primárias - outros

26 Síndrome da mão estrangeira comoaura de enxaqueca Henryk Maultasch Universidade Federal do

Rio de JaneiroCefaléias Primárias -

outros

27Avaliação do limiar de dor por pressão de

músculos crânio-cervicais em mulheres commigrânea transformada

Alexandra Carolina Canonica

Faculdade de Medicinade Ribeirão Preto da

Universidade deSão Paulo

Cefaléias Primárias - outros

Módulo III: Visitador: Marcelo Ciciarelli (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

28Avaliação de músculos crânio-cervicais em

mulheres com migrânea através daalgometria de pressão

Viviane Coimbra Moreira

Faculdade de Medicinade Ribeirão Preto da

Universidade deSão Paulo

Cefaléias Primárias -outros

29Sintomatologia autonômica óculo-nasal (hiperemia

conjuntival, lacrimejamento, obstrução nasal erinorréia): migrânea versus cefaléia em salvas

Marcelo Moraes Valença Universidade Federal dePernambuco

Cefaléias Primárias - outros

30Enxaqueca x atividade sexual: como mulheres com

e sem enxaqueca utilizam a desculpa "dor decabeça" para se esquivar de atividade sexual

João José Freitasde Carvalho

Hospital Geral deFortaleza

Cefaléias Primárias - outros

31 Cefaléia orgásmica associada a vasoespasmocerebral segmentar reversível: relato de 02 casos

João José Freitas de Carvalho

Hospital Geral deFortaleza

Cefaléias Primárias - outros

32 A psicologia em um ambulatório de cefaléia comocoadjuvante no tratamento da dor

Renemilda CaciqueBarbosa de Góes

Universidade Federal doRio de Janeiro - UFRJ

Cefaléias Primárias - outros

33 Cefaléia e cisto da pineal Cláudio Manoel Brito UFF Cefaléias Primárias - outros

Sessão de Pôsteres (I) 21/09 - 11:00 / 12:00

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Page 44: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

112 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Módulo IV: Visitador - Maurice Vincent (RJ)Nº Título Autor Instituição Tópico

34 Associação de neuralgias dos nervos trigêmio e glossofaríngeo Cláudio Manoel Brito Universidade Federal

Fluminense - UFFCefaléias Primárias -

outros

35

Estudo duplo cego, cruzado, randomizadocomparando o uso do sumatriptano, com a

trimebutina, com o meloxican,com a associação das três drogas no

tratamento agudo de enxaqueca

Rafael Higashi Universidade FederalFluminense - UFF

Cefaléias Primárias -tratamento

36Tratamento da cefaléia crônica diária refratária :

proposta terapêutica em regime de internação hospitalar

Patricia Homsi NemotoSanta Casa deMisericórdia de

São Paulo

Cefaléias Primárias -tratamento

37Tratamento sintomático e profilático em

ambulatório terciário de cefaléia primária nainfância e na adolescência

Ricardo SantinFundação FaculdadeFederal de Ciências

Médicas de Porto Alegre

Cefaléias Primárias -tratamento

38 Cefaléia hípnica: profilaxia com amitriptilina Éder Cássio Rocha Ribeiro

Auxiliar de pesquisa doserviço de Cefaléias eAlgias Craniofaciais doHospital das clínicas de

Ribeirão Preto.

Cefaléias Primárias -tratamento

39 Evolução clínica da enxaqueca após oclusãopercutânea de forame oval patente. Pedro André Kowacs Instituto de Neurologia de

CuritibaCefaléias Primárias -

tratamento

Módulo V: Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)Nº Título Autor Instituição Tópico

40 Intervenção cognitivo-comportamental em pacientescom disfunção temporomandibular Ana Paula Afonso Camargo Universidade Sagrado

Coração- USCDisfunção Têmporo-

Mandibular

41

Projeto ATM - curso de Pós graduação ematendimento a pacientes portadores de desordens

temporomandibulares - atendimentomultidisciplinar: Odontologia, Fisioterapia,

Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social

Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade SantaCecília

Disfunção Têmporo-Mandibular

42Projeto ATM- Protocolo de atendimento em

pacientes portadores de desordenstemporomandibulares - DTMS

Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade SantaCecília

Disfunção Têmporo-Mandibular

43 Os hábitos parafuncionais e as cefaléias Daniella Cristina Gaio Universidade Tuiuti doParaná

Disfunção Têmporo-Mandibular

44Prevalência de sinais e sintomas das desordenstemporomandibulares em pacientes atendidos no

ambulatório terciário de cefaléia

Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade SantaCecília

Disfunção Têmporo-Mandibular

45 Injeção de fatores de crescimento como recurso notratamento das disfunções temporomandibulares Lilian Mendes Coelho UFSC Disfunção Têmporo-

Mandibular

46Interação entre odontologia e fonoaudiologia no

tratamento das disfunçõestemporomandibulares: relato de caso

Lilian Mendes Coelho UFSC Disfunção Têmporo-Mandibular

47 Comparação da prevalência de cefaléia crônicaem pacientes com DTM e cefaléia Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Disfunção Têmporo-

Mandibular

48 Prevalência de cefaléias em pacientes comDTMarticular, miofascial e articular/miofascial Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Disfunção Têmporo-

Mandibular

49Avaliação farmacoterapêutica em paciente

portadora de desordem temporomandibular (DTM),através da metodologia Dáder

Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade SantaCecília

Disfunção Têmporo-Mandibular

50 Incidência de cefaléia e dor muscular em técnicosde enfermagem de UTI Lícia Magri Juste Universidade Federal de

Juiz de Fora Doro Oro-Facial

Sessão de pôsteres de Dor Oro-facial e DTM - 21/9/2007 - 12:30 – 13:30

Page 45: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 113

Sessão de Pôsteres (II) 21/09 - 18:10 / 19:10

Módulo VI - Visitador: Mario Peres (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

51 Alarm bell headache Marcelo Moraes Valença Universidade Federal dePernambuco Cefaléias Secundárias

52 Avaliação de cefaléia recorrente em pacientes idosos Milton Alonso Rubio Sociedade Brasileira de

Cefaléia Cefaléias Secundárias

53 Distonia craniocervical provocada - relato de caso Milton Alonso Rubio Sociedade Brasileira de

Cefaléia Cefaléias Secundárias

53 Cefaléia em pacientes comadenomas hipofisários

Cristiana Pessoa de QueirozFaria Goes

Universidade FederaldoRio de Janeiro Cefaléias Secundárias

55 Secondary cluster headache: causes,side of the pain and latent period Marcelo Moraes Valença Universidade Federal de

Pernambuco Cefaléias Secundárias

56 Cefaléia da hemodiálise: caracterização clínica Karllus Leite-de-Mendonça UFPE Cefaléias Secundárias

Módulo VII - Visitador: Pedro André Kowacs (PR)Nº Título Autor Instituição Tópico

57 Síndrome pescoço-língua:apresentação de três casos Cláudio Manoel Brito UFF Epidemiologia

58Alterações do exame neurológico em amostra de

312 pacientes atendidos no ambulatório decefaléias do Hospital Universitário da UFS

Alan Chester Feitosa de JesusUniversidade Federal de

Sergipe - Liga deCefaléia de Sergipe

Epidemiologia

59Avaliação do impacto da musculação sobre a

frequência e gravidade de cefaléias primárias entreestudantes universitários

Renan Barros Domingues EMESCAM Epidemiologia

60 Ausência de correlação entre realização deatividade física aeróbica e cefaléia Renan Barros Domingues EMESCAM Epidemiologia

61 Fatores de risco para cefaléia e migrânea entreestudantes universitários Renan Barros Domingues EMESCAM Epidemiologia

62Avaliação de prevalência de cefaléia e depressão

em uma comunidade de pescadores nafoz do Rio Doce, ES

Renan Barros Domingues EMESCAM Epidemiologia

Módulo VIII - Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE)Nº Título Autor Instituição Tópico

63 Estudo epidemiológico populacional da prevalênciade cefaléia na cidade de Ribeirão Preto

Luciana Campaner FernandesJalles

INBIO - Instituto deNeuropsicologia e

BiofeedbackEpidemiologia

64Fatores associados à incapacidade decorrente da

cefaléia em universitários Alisson Roberto Teles

Liga AcadêmicaMultidisciplinar de

Neurologia eNeurocirurgia da

Universidade de Caxiasdo Sul - LAMNN UCS

Epidemiologia

65Depressão e alterações do sono emuniversitários com queixa de cefaléia Alisson Roberto Teles

Liga AcadêmicaMultidisciplinar de

Neurologia eNeurocirurgia da

Universidade de Caxiasdo Sul - LAMNN UCS

Epidemiologia

66Prevalência e características clínicas da

cefaléia em universitários Alisson Roberto Teles

Liga AcadêmicaMultidisciplinar de

Neurologia eNeurocirurgia da

Universidade de Caxiasdo Sul - LAMNN UCS

Epidemiologia

67 Prevalência de cefaléia no pronto atendimento doHospital das Clínicas da UFMG Diego Nascimento Moraes Universidade Federal de

Minas Gerais Epidemiologia

68Prevalência de cefaléia e de dor miofascial

pericraniana em indivíduos portadores de outrasafecções dolorosas

Marcelo de Souza JunqueiraHospital de Base da

Faculdade de Medicinade SJ do Rio Preto

Epidemiologia

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Page 46: i g r â n e c e f a l é i a s Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº ... uma cefaléia sintomática. 5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anor-malidades ao exame neurológico

114 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Módulo IX - Visitador: Mauro Jurno (MG)Nº Título Autor Instituição Tópico

69 Análise dos níveis urinários de 6-sulfatoximelato-nina em pacientes com enxaqueca e controles Marcelo Masruha Rodrigues Universidade Federal de

São Paulo Epidemiologia

70Coexistência de "cefaléias de esforços" empaciente com malformação de Chiari tipo 1:

relato de casoAlan Chester Feitosa de Jesus

Universidade Federal deSergipe - Liga de

Cefaléia de SergipeEpidemiologia

71 Liga de Cefaléia de Sergipe (LICESE) Alan Chester Feitosa de JesusUniversidade Federal de

Sergipe - Liga deCefaléia de Sergipe

Epidemiologia

72 Neurinoma do trigêmio: relato de caso Hugo Andre de Lima Martins Universidade Federal dePernambuco Epidemiologia

73 Cefaléia por hipotensão liquórica após derivaçãoventrículo-peritoneal: apresentação de caso

Djacir Dantas Pereira deMacêdo

UFRN Epidemiologia

74Proposta de um protocolo de atendimento da

cefaléia na urgência do Hospital das Clínicas daUniversidade Federal de Minas Gerais

Diego Nascimento Moraesa UFMG Epidemiologia

75Quais as dificuldades que os pacientes encontram

para realizar um tratamento no ambulatório deCefaléia de um hospital público - UFRJ

Renemilda Cacique Barbosade Góes

Universidade Federal doRio de Janeiro - UFRJ Epidemiologia

Sessão de Pôsteres (II) - pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência - 21/9 - 18:00

Módulo X - Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

76 Cefaléia desencadeada por metilfenidato:incidência, características e evolução

Plínio Marcos DuartePinto Ferraz Clínica Neuropediátrica Cefaléia na Infância e

Adolescência

77 Complicações na migrânea hemiplégicaesporádica na infância: relato de caso Deusvenir de Souza Carvalho Escola Paulista de

Medicina - UNIFESPCefaléia na Infância e

Adolescência

78 A cefaléia primária do esforço físico e oespectro migranoso

Luziene Dalmaschio Biasuttide Oliveiras

Centro Integrado deNeurologia - Hospital

Meridional - Es / CentroUniversitário Vila Velha

Cefaléia na Infância eAdolescência

79 Cefaléia na infância: o ponto de vista dosoftalmologistas de Catalão-Goiás Éder Cássio Rocha Ribeiro

Auxiliar de pesquisa doserviço de Cefaléias eAlgias Craniofaciais doHospital das clínicas de

Ribeirão Preto.

Cefaléia na Infância eAdolescência

80 Síndrome neuroléptica maligna desencadeada pormetroclopramida: relato de caso em adolescente

Plínio Marcos DuartePinto Ferraz

Clínica Neuropediátrica Cefaléia na Infância eAdolescência

Módulo XI: Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)Nº Título Autor Instituição Tópico

81 Cefaléia do banho associada a vasoespasmocerebral segmentar reversível: um caso brasileiro Joâo José Freitas de Carvalho Hospital Geral de

Fortaleza Caso Clínico

82 Correlação entre forma de migrânea e inventário de depressão de Beck Renan Barros Domingueso EMESCAM Caso Clínico

83Cefaléia em facadas secundária à lesão do ânguloponto-cerebelar (APC) esquerdo: importância da

investigação complementar - relato de casoAlan Chester Feitosa de Jesus

Universidade federal deSergipe - Liga de

Cefaléia e SergipeCaso Clínico

84Provável cefaléia relacionada à hipercapnia em

paciente atendido em centro de referência estadualem cefaléias - relato de caso

Alan Chester Feitosa de JesusUniversidade federal de

Sergipe - Liga deCefaléia e Sergipe

Caso Clínico

85Cefaléia como primeira manifestação de esclerose

múltipla associada a lesão de tronco: relato de um novo caso

Yára Dadalti Fragoso UNIMES Caso Clínico

86 Cavernoma e migrânea com aura - relato de caso Mauro Eduardo JurnoHospital Regional e

CHPB - FHEMIGBarbacena

Caso Clínico

Sessão de pôsteres (III) - 22/9 - 12:00 / 13:00

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 115

Módulo XII - Visitador: Deusvenir Carvalho (SP)Nº Título Autor Instituição Tópico

87 Neuralgia do glossofaríngeo numa paciente comparalisia bulbar progressiva Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico

88 Migrânea hemiplégica esporádica responsiva àflunarizina Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico

89 Eletroconvulsoterapia e melhora do quadromigranoso em um paciente esquizofrênico Jaéllya Rodrigues de Souza Universidade Federal de

Pernambuco Caso Clínico

90 Arterite temporal sem células gigantesmanifestando-se como febre de origem obscura Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico

91 Sunct responsivo à carbamazepina: relato de caso Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico

92 A migrânea de Pedro Álvares Cabral Djacir Dantas Pereira deMacêdo UFRN Caso Clínico

Módulo XIII - Visitador: Fernando Kowacs (RS)Nº Título Autor Instituição Tópico

93 Cefaléia temporal persistente - relato de caso Milton Alonso Rubio Sociedade Brasileira deCefaléia Caso Clínico

94Uso de topiramato em pseudotumor cerebral: a propósito de um caso refratário a uso de

terapia convencional

Luiz Felipe RochaVasconcellos

Hospital dos Servidoresdo Estado Caso Clínico

95Neuralgia do trigêmeo secundária à dolicoectasia

do sistema vértebro-basilar: relato de caso erevisão da literatura.

Deusvenir de Souza Carvalho Escola Paulista deMedicina - Unifesp Caso Clínico

96Trombose venosa cerebral e ativação

trigeminovascular: perspectivas acerca dafisiopatologia da migrânea

Tobias Alécio Mattei Instituto de Neurologia deCuritiba Caso Clínico

97 Migrânea com aura atípica: relato de caso Djacir Dantas Pereira deMacêdo UFRN Caso Clínico

98 A síndrome de Tolosa-Hunt - relato de caso Fabricio Peregrino FirmianoDias Hospital da Lagoa Caso Clínico

Módulo XIV: Visitador: Marcelo Vega (MG)Nº Título Autor Instituição Tópico

99Fisioterapia na cefaléia do tipo tensional

associada a desordem têmporo-mandibularmiogênica: relato de caso

Bruno Soares Kneip UFRJ Caso Clínico

100 Paciente com cefaléia em salvas e migrânea -relato de caso Francieli Goulart Ribeiro Universidade Federal de

Juiz de Fora Caso Clínico

101Enxaqueca hemiplégica familiar em gêmeos com

lesões irreversíveis na substância branca:relato de caso

Patricia Homsi NemotoSanta Casa de

Misericórdia de SãoPaulo

Caso Clínico

102 Analgesia com laser de baixa intensidade naneuralgia do trigêmeo: relato de caso

Renata Campi de AndradePizzo

Faculdade de Medicinade Ribeirão Preto - USP Caso Clínico

103 Cefaléia persistente e diária desde o iníciodesencadeada pelo parto: relato de dois casos João Eudes Magalhães Hospital das Clínicas de

Pernambuco Caso Clínico

104Explicando a "migralepsia": malformação vascular

cerebral occipital como causa de migrânea,epilepsia ou ambas.

João Eudes Magalhães Hospital das Clínicas dePernambuco Caso Clínico

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

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116 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

XXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de CefaléiaXXI Congresso Brasileiro de Cefaléia

TTTTTemas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oral

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T 001DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO NA ENXAQUECA

Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Vargas, C; Fontana, A. P.; Freitas , M.A.; Rosenvald, O.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: O objetivo deste estudo é verificar se as anormali-dades verificadas à estabilometria na enxaqueca possuem sensi-bilidade, especificidade diagnóstica, ou variam com a clínica.Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: Foram selecionados 22 pacientes com enxaqueca comaura e sem aura segundo os critérios da IHS no ambulatório deCefaléias do HUCFF-UFRJ e 7 controles sem nenhum tipo decefaléia pareados por sexo e idade. Estes indivíduos realizaramexame estabilométrico a fim de avaliar as oscilações corporais, oque é feito através da análise das oscilações do centro de pressãodos pés (CPP). Utilizamos uma plataforma de força, portátil, comformato retangular que possui quatro células de carga, uma emcada extremidade. Posteriormente, obtém-se a série temporal dosdeslocamentos do centro de pressão dos pés (CPP). Foi analisadaa Área Elíptica do registro de cada indivíduo. O cálculo desteparâmetro é baseado na análise de componentes principais, con-siderando os pontos de deslocamento do CPP em ambos os eixosx e y simultaneamente. Durante o teste os indivíduos foram orien-tados e ficar de pé sobre a plataforma, com os braços estendidos,pés descalços e retos. O ambiente foi mantido em isolamentoacústico relativo. Após serem colocados na posição correta, osindivíduos eram orientados a permanecer durante 1 minuto deolhos abertos e 1 minuto de olhos fechados por duas vezes. Após5 minutos fora da plataforma e retornavam para a mesma seqüên-cia. Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Nos pacientes com enxaqueca, a área elípticafoi significativamente maior que nos controles. Não houve dife-rença significativa entre os pacientes com enxaqueca com aura ousem aura, nos pacientes que estavam usando medicação profiláticaou não, ou nos pacientes que tinham dor mais freqüente. Con-Con-Con-Con-Con-clusão:clusão:clusão:clusão:clusão: A análise da nossa amostra sugere que há maior oscila-ção corporal nos pacientes com enxaqueca. Estamos continuandoo estudo para resultados mais conclusivos.

T 002FADIGA É SECUNDÁRIA A DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM

ENXAQUECA: UMA HIPÓTESE CLÍNICO-FISIOPATOLÓGICA

Mercante, J.P.; Masruha, M.R.; Vieira, D.S.S.; Gonçalves, A.L.;Guendler, V.Z.; Corchs, F; Zukerman, E.; Peres, M.F.P.

IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC.

Introdução:Introdução:Introdução:Introdução:Introdução: A enxaqueca crônica (EC) e episódica (EE) são enti-dades clínicas comuns e incapacitantes na população geral.Comorbidades são relacionadas com pior qualidade de vida emenxaqueca, além de determinar implicações terapêuticas. Fadiga éuma queixa comum em EC e freqüentemente citada como acompa-nhante em crises de enxaqueca. Ansiedade e humor são aspectosde grande importância em EC e EE. Apesar da relevância, fadiga,depressão e ansiedade foram apenas estudadas isoladamente emEC e EE. Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Estudar o correlação entre fadiga, depressãoe ansiedade em EC e EE. PPPPPacientes e Métodos:acientes e Métodos:acientes e Métodos:acientes e Métodos:acientes e Métodos: Foram estuda-dos 73 pacientes com EC e 73 pacientes com EE de acordo com oscritérios diagnósticos da SIC-2004. Grupo controle constituído de

74 indivíduos foi também avaliado. Foram analisadas as escalas deIDATE de ansiedade, Hamilton de ansiedade (Ham-A) e depressão(Ham-D) e Beck. Fadiga foi avaliada através da escala de severidadede fadiga (FSS) e Chalder. A análise estatística foi feita através dostestes de correlação de Pearson e Spearman, considerando-sep<0,05 como estatisticamente significante. Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Os ní-veis de ansiedade foram significativamente correlacionados comos níveis de fadiga. A correlação foi positiva, quanto maior osníveis de ansiedade maior a fadiga. As escalas de depressão tam-bém se correlacionaram positicamente com as escalas de fadiga eansiedade. A correlação ocorreu em EC e EE. Discussão/con-Discussão/con-Discussão/con-Discussão/con-Discussão/con-clusão:clusão:clusão:clusão:clusão: Ansiedade, humor e fadiga andam na mesma direção tan-to em enxaqueca crônica quanto episódica. Levantamos a hipóteseclínica da fadiga ser um sintoma relacionado ao espectro de mani-festação dos domínios de ansiedade e humor e secundário a eles,e não um elemento primário de outra doença (síndrome da fadigacrônica). Postulamos que o indivíduo com ansiedade, preocupaçãoexcessiva, tensão, e/ou aceleração mental sobrecarrega o sistemade neurotransmissão aminérgica (dopamina, serotonina e nora-drenalina), gerando uma deficiência destes elementos, promoven-do a fadiga tanto física quanto mental.

T 003METABÓLITOS DE SEROTONINA (5-HIAA) E DOPAMINA

(HVA) NO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO DE PACIENTESCOM ENXAQUECA CRÔNICA

Vieira, D.S.S.1,2; Masruha, M.R.1,2;Castro Neto, E.F.2;Gonçalves, A.L.1,2; Zukerman, E.2; Valença, M.M.3;

Naffah-Mazzacoratti, M.G.2; Peres, M.F.P1,2

1Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - HospitalIsraelita Albert Einstein, São Paulo, SP; 2Universidade Federal de

São Paulo, São Paulo, SP; 3Universidade Federal dePernambuco, Recife, PE.

Introdução:Introdução:Introdução:Introdução:Introdução: Serotonina (5-hidroxitriptamina-5HT) é uma aminabiogênica encontrada no Sistema Nervoso Central (SNC) presenteprincipalmente no núcleo da rafe. Numerosos trabalhos têm sidopublicados acerca do significante papel da serotonina na fisio-patologia da enxaqueca, mostrando alterações nos seus níveisplaquetários, sangüíneos e urinários e de seu principal metabólitoo 5-HIAA (ácido 5-hidroxindolacético), porém ela nunca foi estuda-da na enxaqueca crônica. A dopamina também tem sido implicadana fisiopatologia da enxaqueca, tanto em sintomas associados(náuseas, vômitos) quanto nos prodrômicos (sonolência,irritabilidade e hiperatividade), além de ter implicações tera-pêuticas.Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Dada a importância da serotonina e dopaminaobjetivamos verificar os níveis liquóricos dos seus principaismetabólitos, 5-HIAA para serotonina e HVA (ácido homovanílico)para dopamina em pacientes com enxaqueca crônica. Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Foram estudados 44 pacientes com enxaqueca crônica de acordocom os critérios diagnósticos da Sociedade Internacional deCefaléias (2004) e apêndice (2006). Os pacientes foram submeti-dos a punção lombar com medida de pressão para excluir hiperten-são intracraniana idiopática. Espécimes normais de LCR para con-trole foram obtidos de pacientes submetidos à punção lombar comoutros diagnósticos. Os níveis de 5-HIAA e HVA foram determina-dos por cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). Resulta- Resulta- Resulta- Resulta- Resulta-dos:dos:dos:dos:dos: Os níveis de 5-HIAA e HVA no LCR de pacientes com enxa-queca crônica foram maiores quando comparados ao controles

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL

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118 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

5- HIAA (34,16±14,95 vs 18,75±14,75; p<0,01) HVA(87,30±36,17 vs 76,86±51,83; p<0,01). Discussão/conclu-Discussão/conclu-Discussão/conclu-Discussão/conclu-Discussão/conclu-são: são: são: são: são: Nosso estudo mostra que tanto a serotonina quanto adopamina desempenham um papel importante na fisiopatologia daenxaqueca crônica, os níveis maiores de seus metabólitos no LCRrepresentam níveis baixos de serotonina e dopamina no SNC. Umadeficiência da neurotransmissão serotoninérgica e dopaminérgicaocorre na EC, por aumento na sua degradação metabólica ourecaptação sináptica. Importantes implicações terapêuticas podememergir destes achados.

T 004PROTON SPECTROSCOPY MAGNETIC RESONANCE IMAGING

IN PATIENTS WITH POST-TRAUMATIC HEADACHE AFTERMILD HEAD TRAUMA

Elder M Sarmento 1, Pedro F Moreira Filho1, Claudio M Brito1,Carla C Jevoux1, Jano A Souza1

1Neurology, Universidade Federal Fluminense, Niterói,Rio de Janeiro, Brazil

Objectives:Objectives:Objectives:Objectives:Objectives: Evaluate by Proton Spectroscopy Magnetic ResonanceImaging patients with post-traumatic headache after mild head trau-ma. Background Background Background Background Background: Post-traumatic syndrome is a common sequel ofmild head injury (MHI) and this include headache. Patients with post-traumatic symptoms are usually interpreted as simulators lookingfor financial compensation or as having psychiatric disorders. It hasbeen difficulty for the professionals to demonstrate the organic basisof these manifestations, mainly because these patients do not showabnormalities in neurological examination and even in the ancillarytests. We aimed to demonstrate abnormalities in MRI spectroscopyin patients with post-traumatic headache after mild head injury. FromMarch-2003 to January-2006, the authors examined seventeenpatients (eight men and nine women) that fulfilled HIS criteria forpost-traumatic headache after mild head trauma. Two other criteriawere added: a) normal neurological examination and b) noabnormalities in the conventional head MRI. Within the control group,twelve people considered healthy were analyzed - seven men andfive women. The head Proton Spectroscopy Magnetic ResonanceImaging (1-HS MRI) was taken in all of them (N = 29) to measure theworth of N-acetylaspartate (Naa) and choline (Cho). MethodsMethodsMethodsMethodsMethods:The head Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging wastaken in all of them (N = 29) to measure the worth of Naa and Cho.Using the Point Resolved Spatial Selection (PRESS) technique,multivoxel sequences in the axial plan were taken from the whitematter and medial region of frontal and parietal lobes( Fig.02). Bothconcentration and control groups were compared. Results Results Results Results Results: TheNaa was compared to the control group, it achieved a lower andsignificant range in the anterior white matter of the frontal lobe andin the medial region of frontal and parietal lobes(Fig.01). On theother hand, when the Cho concentration was compared to the controlgroup, it achieved a higher range in the posterior white matter of theright frontal lobe, as well as in the posterior medial region of thefrontal lobe and medial region of the parietal lobe. From the fourpatients involved in litigations, three of them showed a Naa decreasein the medial region of the parietal and frontal lobes and a Choincrease in the medial region of the parietal lobe. DiscussionDiscussionDiscussionDiscussionDiscussion :What is the reason of alterations found in these regions in ourstudy? Among the alterations found in the diffuse axonal injury wehave the morphologic alterations of the axons that are characterized

by retraction spheroids, the microglial clusters and Walleriandegeneration, wich represent a continuum temporal from the reactionto the impact on the brain. All these alterations can be found inparassagital hemispheric white matter , being the retraction spheroidsat the beginning, the microglial clusters some weeks later and theWallerian degeneration between two and three months later. As theNaa is a neuronal marker (cellular and axônio body), wich justifiesthe fact that we found changes this metabolite in this regions. Thecolin is a "turnover of membrane" marker reflecting proliferationcellular; its increase can be justified by the cicatricial process thatdevelops around the neurons injured in these area, therefore withour findings we can conclude that probably the symptoms of theMHT patients have organic base knocking down the hypothesis ofsimulation or psychiatric disordes or, if these patients present one ofthese pictures the primary cause is structural, being these secondaryfindings provoked to this. Conclusions:Conclusions:Conclusions:Conclusions:Conclusions: From our study, we cansay that the 1-HS head MRI is an effective method of evaluationapplied to patients with headache after mild head trauma.Furtherstudies are suggested to evaluate the present results.

T 005OREXINA-A (HIPOCRETINA-1) CORRELACIONA COMANSIEDADE E NÃO COM SONOLÊNCIA DIURNA EM

ENXAQUECA CRÔNICA

Peres, M.F.P.; Vieira, D.S.S.; Masruha, M.R.; Gonçalves, A.L.;Guendler, V.Z.; Mercante, J.P.; Zukerman, E.; Valença, MM.;

Naffah-Mazzacoratti, M.G.IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC, UFPE.

InInInInIntroduçãotroduçãotroduçãotroduçãotrodução: A enxaqueca crônica (EC) é uma doença extrema-mente debilitante, mas com poucos estudos da sua fisiopatologia.A hipótese de disfunção hipotalâmica na EC vem ganhando espa-ço na literatura mundial. A orexina-A (hipocretina-1) é um impor-tante peptídeo hipotalâmico, atribuído a sonolência diurna exces-siva quando seus níveis são baixos, é um candidato potencial amodular a disfunção hipotalâmica da EC, porém seus níveis nuncaforam mensurados nesta doença. Alguns indícios apontam tam-bém para um possível papel na ansiedade. Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos: Verificaros níveis liquóricos da orexina A em pacientes com EC. Méto-Méto-Méto-Méto-Méto-dosdosdosdosdos: Foram estudados 60 pacientes com EC de acordo com oscritérios diagnósticos da SIC-2004. Pacientes foram submetidosa punção lombar para excluir hipertensão intracraniana idiopática.Espécimes normais de LCR para controle foram obtidos de paci-entes submetidos à punção lombar com outros diagnósticos. Osníveis de orexina-A foram determinados por ELISA. Comorbidadespsiquiátricas foram analisadas com as escalas Hamilton de ansie-dade (Ham-A) e depressão (Ham-D) e Beck, sonolência com aescala Epworth. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Os níveis de orexina-A não foramsignificativamente diferentes quando comparados a controles, nãose correlacionaram com o índice de sonolência diurna (r=-0,025,p=0,864), mas correlacionaram-se inversamente com osníveis de ansiedade (r=-308,p=0,03). Houve uma tendência parasignificância quando correlacionados com depressão (Beck r=-0,242;p=0,098; Ham-D r=-0,215;p=0,139). O índice de mas-sa corpóreo não correlacionou com os níveis de orexina-A. Dis-Dis-Dis-Dis-Dis-cussão/conclusão:cussão/conclusão:cussão/conclusão:cussão/conclusão:cussão/conclusão: A orexina-A mostrou-se relacionada comansiedade mas não sonolência diurna na EC. Este achado inéditoabre caminho para se explorar o sistema orexinérgico como ummodulador da ansiedade na EC. Além de desempenhar um papel

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 119

importante na regulação do apetite e do ciclo sono-vigília nosseres vivos, a orexina-A também deve estar envolvida em outrosmecanismos de defesa e adaptação no ser humano como o daansiedade. O hipotálamo é uma área de importância nafisiopatolgia da EC.

T 006UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NACIONAL DE

MIGRÂNEA NO BRASIL

Queiroz LP, Peres MFP, Kowacs F, Ciciarelli MC, Piovesan EJ,Souza JA, Zukerman E.

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC; Uni-versidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP; Hospital IsraelitaAlbert Einstein, São Paulo, SP; Sociedade Brasileira de Cefaléia

Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Estimar a prevalência no último ano de migrânea,bem como a magnitude da associação de migrânea com algumascaracterísticas sociodemográficas de uma amostra representativade adultos da população brasileira. Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: Este é um estudotransversal, de base populacional. Foram entrevistados 3.848 indi-víduos (2.307 mulheres e 1.541 homens), aleatoriamente selecio-nados, de 18 a 79 anos de idade, nas 5 regiões geográficas, nas 27unidades da federação. O número de entrevistas foi proporcional àpopulação de cada unidade federativa. A coleta dos dados, viatelefone, através de um questionário estruturado, foi feita por lei-gos previamente treinados. Estimativas de razão de prevalênciaforam calculados com método de regressão de Poisson, em análi-ses univariadas e multivariadas, ajustadas para sexo, idade, estadocivil, escolaridade, tipo de trabalho, renda familiar, índice de massacorporal e realização de exercícios físicos regulares. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados:A prevalência no último ano de migrânea no Brasil foi de 16,3%.Na região sudeste foi de 20,5%, no sul 16,4%, no nordeste 13,6%,no centro-oeste 9,5% e no norte 8,5%. A prevalência em mulheresfoi de 20,9% e em homens de 9,3%. Migrânea foi mais prevalentena faixa etária de 30 a 39 anos (20,1%). Migrânea foi 2,2 vezesmais prevalente em mulheres do que em homens; 1,5 vezes maisem sujeitos com >11 anos de estudo; 1,59 vezes mais em indiví-duos com renda familiar <5 salários mínimos; e 1,43 vezes maisem pessoas que não fazem exercícios físicos regulares. Conclu-Conclu-Conclu-Conclu-Conclu-sões:sões:sões:sões:sões: Este é o primeiro estudo nacional, de base populacional, daepidemiologia da migrânea no Brasil. A prevalência anual demigrânea foi de 16,3%, variando nas diferentes regiões geográfi-cas. Migrânea foi significativamente mais prevalente em indivíduosdo sexo feminino, com alta escolaridade, com baixa renda familiar,e que fazem exercícios físicos regularmente.

T 007CEFALÉIA- O PACIENTE INFIEL

Alonso Rubio M.Médico-Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Enfocar a questão da aderência ao tratamento do paci-ente portador de cefaléia crônica , discutir causas e medidas paraevitar sua evasão do consultório particular. PPPPPacientes e métoacientes e métoacientes e métoacientes e métoacientes e méto-----dos:dos:dos:dos:dos: Analisamos as fichas de 133 pacientes portadores demigrâneas e cefaléias tipo tensão, em suas formas crônicas e com-plicadas, uma vez que estes pacientes, na maioria dos casos, neces-sitam de tratamento profilático de longa duração, e observamos o

tempo efetivo em que permaneceram em tratamento clínico. Re-Re-Re-Re-Re-sultadossultadossultadossultadossultados: Apenas 27,8% completaram tempo satisfatório de tra-tamento, mais de 1 ano, e quase 50% abandonaram nos dois pri-meiros meses. Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: A duração do tratamento profilático,é particular a experiência de cada profissional,mas há um consensode que um ano seria um tempo razoável¹, mas de 3 a 5 anos idealpara outros². Observamos que no consultório partícular, diferente-mente dos centros de pesquisa e ambulatórios especializados, aaderência ao tratamento é bem menor que os estudos que já refe-rem aderência de apenas 50%³. Colhemos junto aos pacientesalgumas razões para abandonos anteriores: a) o paciente não fica-ra esclarecido realmente sobre sua doença. b) o efeito colateral dasmedicações desestimulam: engordam, dão sono, alteram libido. c)econômica/social – medicações caras, idas freqüentes ao consul-tório, mudar hábitos. d) senso popular antigo – “enxaqueca” nãotem cura mesmo... e) comorbidades desmotivantes – depressão,ansiedade etc. Enfim, razões colhidas de pacientes que já passarampelo segundo ou quarto médico, tornando a arte mais difícil dotratamento justamente a aderência ao mesmo. O que pode serfeito? Promover mais junto às mídias, aos estudantes de medicina ejunto aos colegas que também tratam de cefaléia, atualizando osconceitos de migrânea como doença cerebral, evolutiva e de trata-mento possível e necessário, e as conseqüências do abuso de dro-gas analgésicas? Dispender mais tempo ainda nas primeiras con-sultas, motivando e conscientizando o paciente para o tratamento?A questão está colocada para ser debatida. De que vale tanto empe-nho, pesquisa e tempo gasto se a maioria dos pacientes irá aban-donar o tratamento ao menor sinal de melhora ou na falta dele,transformando suas histórias numa sucessão de tratamentos malsu-cedidos, cronificando e agravando os casos.ReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasReferências. 1. Rabello, Getulio Daré. Enxaqueca - Profilaxia dasCrises 2004.P 22.2. Rafaelli Jr E, Martins OJ. Dor de Cabeça/Edgard RafaelliJunior.1999.P 79.3. Rains JC, Lipchik, Penzien DB. Behavioral facilitation of medicaltreatment compliance. Headache. 2006 Oct;46(9):1387-94.

T 008PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA EM POPULAÇÃO DE PACIENTES

COM DTM SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DA IHS DE 2004PREVALENCE OF HEADACHES IN THE POPULATION OF

PATIENTS WITH TMD ACCORDING TO IHS CLASSIFICATIONOF HEADACHE - 2004

Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles CPhD MD, Moreira PF PhD MD.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Os estudos que se baseavam na Classificação daIHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC)como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de2004, a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para ascefaléias como: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléiapor uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7), hemicrânia contí-nua (HC) (4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI)(4.8). Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadascefaléias crônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais doque 15 dias por mês e por mais de três meses. Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Avaliara prevalência de cefaléia em pacientes portadores de DTM atendi-dos em clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia emcomparação com a prevalência de cefaléias em pacientes atendi-dos na clínica de cefaléia das faculdades de medicina, de acordo

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL

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com a Classificação das Cefaléias da IHS 2004. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodos: Foramestudados 41 pacientes consecutivos atendidos nas clínicas de dororofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e daUERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research DiagnosticCriteria for TMD). Também foram selecionados de forma conse-cutiva 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de cefaléiada clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Os diagnós-ticos forma avaliados pelo teste χ 2 de Friedman. A pesquisa foiliberada pela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaramo termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Osdois grupos tiveram faixa etária aproximada e o gênero femininofoi predominante. Nos pacientes com DTM a proporção foi de 5 ?:1 ? e nos controles foi de 3 ?: 1 ?. Na comparação geral dascefaléias os dois grupos diferiram significativamente (χ 2 =3023,996, p < 0,05). Os indivíduos com DTM apresentaram maismigrânea sem aura e MC e menos cefaléia do tipo tensional do queos controles, enquanto não diferiram na PCEM. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Nossoestudo aponta para uma maior prevalência de migrânea sem aura emigrânea crônica do que cefaléia do tipo tensional nos indivíduoscom DTM e cefaléia, de acordo com os novos diagnósticos propos-tos pela IHS.RRRRReferênciaseferênciaseferênciaseferênciaseferências: Burstein, R., Jakubowski, M. "Clinical implication of peripheraland central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain 2002- AUpdated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS, Seattle, 2002.// Cady R., Schreiber C., Farmer K e Sheftell F. Primary Headaches: AConvergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.// Carlsson GEe Magnusson T, Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18. In: Managementof Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice,Quintessence Publishing Co, Germany, 1999 // Classificação Interna-cional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das Cefaléias da So-ciedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira deCefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1-272. // Dworkin, S.F.,Leresche, L. Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders:Review, Criteria, Examinations and Specifications, Critique. J CraniomandDisord 1992; 6 (4): 301-355. // Sessle, B.J. Acute and chronic craniofacialpain: brainstem mechanisms of nociceptive transmission andneuroplasticicty, and their clinical correlations. Crit Rev Oral Biol Med,2000; 11 (1): 57-91. // Woolf, C., Decosterd, I. "Implications of recentadvances in the understanding of pain pathophysiology for the assessmentof pain in patients", Pain, suppl 6, 1999: S141-S147. // Haley D, SchiffmanE, Baker C, Belgrade M. The Comparison of Patients Suffering fromTemporo-mandibular Disorders and a General headache Population.Headache 1993; 33: 210 - 213.

T 009CEFALÉIA COMO COMORBIDADE DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Falchet, P. C. F., Pasqual, C., Shiohara, L. N. O.,Machado, P. C., Guimarães, A. S.

Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor OrofacialUnifesp/EPM

A disfunção temporomandibular (DTM) é identificada como a maiorcausa de dor na região orofacial, intervindo inclusive na qualidadede vida do indivíduo, ainda podendo estar associada a outras estru-turas como cabeça e pescoço.1,2 Em um ambulatório especializadoem DTM, percebeu-se um aumento de queixa de dor de cabeça emrelação a outras queixas. A cefaléia na infância é um sintoma deelevada prevalência, amplo espectro de causas e dificuldadesdiagnósticas, e terapêuticas específicas.3,4 Neste trabalho procu-

rou-se quantificar o diagnóstico de DTM que apresentava cefaléiacomo comorbidade através de levantamento epidemiológico re-trospectivo de freqüência, procurando entender a visão multi-disciplinar que a dor orofacial exige. Foi realizado exame deanamnese e físico oral em 186 pacientes de 03 a 17 anos, sendo127 do gênero feminino e 59 do masculino, entre 2001 e 2007 noambulatório de DTM e dor orofacial da UNIFESP-EPM. O critériode inclusão foi presença de DTM muscular e/ou articular associadaa presença de cefaléia. Todos os pacientes foram examinados portrês investigadores calibrados usando o eixo I do RDC/THD. Nestainvestigação foi usada a ficha clínica adotada nesta instituição. Dentreos 186 pacientes examinados, 17 não preencheram o critério deinclusão, 87 tiveram hipótese diagnóstica apenas DTM muscular e/ou articular, 16 DTM e cefaléia, 9 DTM e cefaléia e outras comor-bidades, e 79 pacientes apresentavam DTM e outras comorbidades.De acordo com os dados avaliados, 10,67% dos invidíduos estu-dados apresentaram DTM associada a cefaléia, e 5,84% apresen-tavam DTM associada a cefaléia e outras comorbidades.ReferencesReferencesReferencesReferencesReferences:1.Mohl ND Dixon C. Current status of diagnostic proceduresfor temporomandibular disorders. J Am Assoc, 125: 56-64, 1994.2.LeResche L, Mancl LA, Drangsholt MT, Saunders K, Korff MV. Relationshipof pain and symptoms to pubertal development in adolescents. Pain118: 201-201, 2005.3.Arruda MA, Carvalo DS. Cefaléia na infância e adolescência. InCefaléias. São Paulo. Lemos Editorial, 2002, p 2001-240.4.Fisher DJ, Mueller BA, Critchlow CW, LeResche L. The association oftemporomandibular disorders pain with history of head and neck injuryin adolescents. J Orofacial Pain 20(03):191-198, 2006.

T 010COMORBIDADES NEUROPSIQUIÁTRICAS EM

PACIENTES COM CEFALÉIAS PRIMÁRIAS NA INFÂNCIA ENA ADOLESCÊNCIA

Santin, R.1; da Rosa, K. V. B.1,2; Pimentel, M. S.1,2;Hoefel, A. M. L.1,2; Pinto, G.V.1; Barea, L. M.1,2

1Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da CriançaSanto Antônio - ISCMPA; 2Depto. de Neurologia da

Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre

Objetivo: Objetivo: Objetivo: Objetivo: Objetivo: Analisar as comorbidades psiquiátricas, conforme DSMIV, em pacientes com cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléiado Hospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: Foirealizado estudo observacional tipo transversal de 78 pacientesconsecutivos atendidos de janeiro a junho de 2007 no ACHCSA.Os pacientes foram avaliados por neurologistas com treinamentoem cefaléia, aplicando um protocolo padronizado. Os dados fo-ram processados pelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada poranálise tabular simples. Para comparação das variáveis qualitativasutilizou-se o teste Qui-quadrado. Os valores considerados signifi-cativos foram p<0,05. O estudo foi submetido e aprovado peloComitê de Ética da FFFCMPA. RRRRResultadosesultadosesultadosesultadosesultados: A idade média dospacientes foi 11,14 ± 2,97 e a idade média de ínicio das crises foi8,27 ± 2,98. Distribuição de gênero com 45 (57,7%) feminino e33 (42,3) masculino. A maioria dos pacientes apresentou crisessemanais (41,9%) ou quase diárias (25,7%). A intensidade da doravaliada pela Escala-Análago-Visual foi referida como forte por57,5%, moderada por 43,2% e fraca por 8,2% dos pacientes. Ascomorbidades neuropsiquiátricas estiveram presentes em 17 (21,8%)dos pacientes: Transtorno de Humor em 10 (12,8%), Transtorno deAnsiedade em 8 (10,2%), Transtorno de Déficit de Atenção e

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Hiperatividade em 5 (6,4%), Distúrbios do Sono em 2 (2,6%) eEpilepsia em 1 (1,3%). Os transtornos neuropsiquiátricos não apre-sentaram diferença significativa entre os gêneros (p = 0,44) e tam-bém não tiveram associação com os diagnósticos (p = 0,46) quan-do compara-se a migrânea com as demais cefaléias primárias.ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: As comorbidades neuropsiquiátricas foram freqüen-tes na população estudada, sendo o Transtorno de Humor o maisprevalente. As comorbidades desempenham um papel importantena percepção dolorosa e seu reconhecimento e manejo adequadoimprime significativa melhora na qualidade em crianças e adoles-centes com cefaléia crônica.

T 011FATORES ASSOCIADOS AO USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO

SINTOMÁTICA EM ENXAQUECA CRÔNICA

Vera Zukerman GundlerHospital Israelita Albert Einstein – São Paulo

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A enxaqueca crônica é freqüente nas unidades desaúde, embora permaneça sem diagnóstico suficientemente preci-so nas fases iniciais do problema. O uso excessivo de medicaçõessintomáticas constitui um fator agravante, assim como a presençade comorbidades psiquiátricas, que podem ser apontados comoimportantes causas da transformação de enxaqueca episódica emenxaqueca crônica. Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Estudar a relação entre o diagnós-tico psiquiátrico em enxaqueca crônica e o uso excessivo de medi-cação sintomática. Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: No presente estudo, avaliamos aprevalência de transtornos psiquiátricos em 72 pacientes com diag-nóstico de enxaqueca crônica com e sem uso excessivo de medica-ção sintomática, diagnosticados de acordo com os critérios da So-ciedade Internacional das Cefaléias (SIC-2004/2006) e através daEntrevista Clínica Estruturada para DSM-IV (SCID-1/P). A gravidadedos sintomas ansiosos foi avaliada pela escala de ansiedade deHamilton e escala de ansiedade de Spielberg-Idate (estado-traço).Os sintomas depressivos foram avaliados pelo Inventário de Becke pela escala de depressão de Hamilton. Todos os pacientes foramsubmetidos ao questionário genérico para avaliar qualidade devida, "Medical Outcome Study 36 Item Short-form Health Survey"(SF-36) e ao Migraine Disability Assessment (MIDAS), com a finali-dade se verificar a incapacidade gerada pelas crises. Resultados.Resultados.Resultados.Resultados.Resultados.Dos 72 pacientes, 50 (69%) eram portadores de enxaqueca crônicacom uso excessivo de medicações sintomáticas e 22 (31%) nãoapresentavam uso excessivo. Idade, sexo, anos de escolaridade ,índice de massa corpórea (IMC), tipo de medicação, característicasda cefaléia, uso de cafeína e qualidade de vida, não foram fatorescom diferenças estatisticamente significantes para distinguir os queusam medicação sintomática excessivamente daqueles sem usoexcessivo. Por outro lado, os diagnósticos de transtorno de ansie-dade e de transtorno do humor ao longo da vida foram estatistica-mente significantes (p=0,003, p=0,045, respectivamente). Con-Con-Con-Con-Con-clusões.clusões.clusões.clusões.clusões. Os diagnósticos de transtorno de ansiedade e de humorsão fatores importantes no tratamento de pacientes com enxaquecacrônica com uso excessivo de medicação sintomática.A análise dascomorbidades psiquiátricas deve influenciar na assistência a essespacientes. Medidas preventivas para tratamento de ansiedade edepressão podem ser preconizadas, para que se evite o uso exces-sivo de medicação sintomática.

T 012MIGRAINE PREVENTION WITH PROPRANOLOL,

AMITRYPTILIN AND SIMVASTATIN: CORRELATION WITHNITRIC OXIDE PRODUCTION

Fabíola Lys Medeiros, Paloma Lys Medeiros, David Dodick, JoséAntunes Rodrigues, Wagner Luis Reis, Marcelo Moraes Valença

Neuropsiquiatria e Histologia, UFPE; Fisiologia, FMRP-USP;Mayo Clinic College of Medicine, USA.

Objective:Objective:Objective:Objective:Objective: We report the results of an open-label, prospective,parallel group, active comparator study of simvastatin versuspropranolol/amitryptilin for the prophylactic treatment of migraine,correlating the results with plasma production of nitric oxide.Methods:Methods:Methods:Methods:Methods: In this study, three groups of women (18-45 years) withmore than 6 migraine attacks per month, received propranolol (60mg, 80 mg or 120 mg) or amitriptyline (12.5 mg, 25 mg or 50 mg)daily for 3 months. Other three groups, 25 women (18-45 years)with hyperlipidemia and over 6 migraine attacks per month, receivedsimvastatin (10 mg, 20 mg or 40 mg) daily. The diagnosis of migrainewas based on ICHD-II. All patients completed a daily headachediary over a 30-day baseline period and a 90-day treatment period.No migraine preventive medications were used during the 30-daybaseline period. The primary endpoint was a reduction in migrainefrequency during the last 30 days of the trial compared to the baselineperiod. Results Results Results Results Results: An increase in plasma production of nitric oxidewas observed during headache attack when compared with basallevels in absence of headache (25.8 ± 1.4 vs 30.2 ± 1.4 µM,p<0.001). Propranolol (all 3 doses), amitriptyline (all 3 doses) andsimvastatin (all 3 doses) decreased significantly the frequency ofmigraine attacks, the headache severity index (p<0.001) andplasmatic nitric oxide production (p<0.001). Conclusion:Conclusion:Conclusion:Conclusion:Conclusion:Simvastatin, propranolol and amitriptyline presented similarpreventive action on the migraine prophylaxis, an effect accompaniedby a reduction in the plasmatic nitric oxide production.

T 013VERAPAMIL ENDOVENOSO COMO TRATAMENTO DA AURAMIGRANOSA PROLONGADA NA MIGRÂNEA, MIGRÂNEA

HEMIPLÉGICA FAMILIAR (MHF) E NA MIGRÂNEA COMSINTOMAS MOTORES UNILATERAIS (MSMU)

Trizotto, D.S.1 ; Sato, H.1; Salmazo Neto, G.2; Fernandes A.F.2 ;Rizelio V. 1; Piovesan E.J. 2; Kowacs P.A.1,2

1Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/Hospital Ecoville, Curitiba; 2Serviço de Neurologia do Departa-

mento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR

Introdução:ntrodução:ntrodução:ntrodução:ntrodução: O tratamento agudo da aura da migrânea é poucoestudado até os dias de hoje. As auras prolongadas de migrânea,as migrâneas hemiplégicas familiais (MHF/FHM) e as migrâneascom sintomas motores unilaterais (MSMU/MUMS) possuem carac-terísticas clínicas e fisiopatológicas que as tornam um bom labora-tório para o estudo do tratamento das auras. Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Testar aeficácia do verapamil endovenoso no tratamento dos sintomasmotores, sensitivos e outros das MHF (FHM), das auras de migrâneae das MSMU (MUMS). Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: Relatamos oito casos, um deMHF, dois de migrânea com aura hemiplégica superior a 60 minu-tos, um com aura confusional e quatro com provável MSMU, trata-dos com infusão endovenosa de verapamil. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Em seis

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pacientes houve remissão imediata dos sintomas e sinais com otratamento. Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão: O verapamil endovenoso foi efetivo notratamento dos sintomas deficitários em seis dos oito pacientesestudados, independentemente do diagnóstico de MHF, "aura pro-longada" ou de MSMU.

T 014PREDNISONA NO TRATAMENTO INICIAL DA CEFALÉIA POR

USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO: UM ESTUDORANDOMIZADO, DUPLO-CEGO, PLACEBO-CONTROLADO

Barbosa, J S1; Vincent, M B1, Krymchantowski, AV2 ;Bigal M E 3,4, Speciali, J G 5

1Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina da Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro. 2 CLINEDOC - RJ.

3 Department of Neurology, Albert Einstein College of Medicine,New York. 4 The New England Center for Headache, Stamford.

5Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina deRibeirão Preto - Universidade de São Paulo.

Justificativa:Justificativa:Justificativa:Justificativa:Justificativa: A retirada abrupta dos medicamentos sintomáti-cos é considerada o tratamento de escolha para a cefaléia poruso excessivo de medicação. Entretanto, é comum ocorrer piorada cefaléia e aparecimento de sintomas relacionados à abstinên-cia na fase inicial após a retirada, o que dificulta a adesão aotratamento e pode levar à necessidade de internação hospitalar.Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Avaliar a freqüência da cefaléia, sintomas relaciona-dos à abstinência e adesão ao tratamento, em pacientes comcefaléia por uso excessivo de medicamentos submetidos ao usode placebo ou prednisona oral. Método: Método: Método: Método: Método: Estudo randomizado,duplo-cego, controlado por placebo. De Janeiro de 2002 a No-vembro de 2003, 80 pacientes com provável cefaléia por usoexcessivo de medicação foram selecionados para receber placeboou prednisona, em doses decrescentes por via oral, durante 6dias (60 mg por dois dias, 40 mg por dois dias e 20 mg por doisdias), no período inicial de retirada de sintomáticos. Os pacientesforam avaliados durante as quatro semanas seguintes à suspen-são do uso de medicamentos. Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: Foram incluídos 80pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 65 anos de idade (mé-dia: 36,7). Sessenta e sete pacientes concluíram o estudo. Trinta ecinco pacientes (51,7%) foram tratados com prednisona e 32 complacebo. O grupo prednisona apresentou incidência de cefaléiade rebote (17%) significativamente menor que o grupo placebo(50%). O uso não autorizado de sintomáticos foi significativamentemenor no grupo prednisona (11,4% x 75% no grupo placebo). Ogrupo prednisona apresentou incidência de alterações comporta-mento/humor (8,6%) significativamente menor que o grupo placebo(56%). Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão: Um ciclo curto de prednisona por via oral éeficaz e seguro na redução precoce da freqüência de cefaléia empacientes com cefaléia por uso excessivo de medicação.

T 015CINTIGRAFIA (SPECT) COM GALIO-67 (GAL-67) É ÚTIL

NO DIAGNÓSTICO DA ARTERITE TEMPORAL

Nascimento, O.J.M.; Quintanilha, G; Azevedo, J.C; Mesquita,C.T.; Correa, P.L.; Souza, J.; Freitas, M.R.G.; Moreira Filho, P.F.

Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro, BR)

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: A arterite (de células gigantes) temporal (AT) é umavasculite de origem desconhecida que ocorre em indivíduos acimados 60 anos de idade. A AT se manifesta com dor intensa naregião temporal, súbita perda da visão, claudicação mandibular,aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS), e endure-cimento da artéria temporal superficial à palpação. A biópsia des-sa artéria poderá ser reveladora de arterite na metade dos casos.A não observação de arterite decorre do fato de ser esse proces-so multifocal, podendo não ser encontrado no segmento biopsiado.Métodos vasculares não invasivos não discriminam se o compro-metimento dessa artéria é de natureza inflamatória, ou não. Acintigrafia (SPECT) quantitativa pelo Gal-67 parece ampliar aacurácia diagnóstica na AT. O Gal-67 liga-se ao receptor datransferrina, expresso na superfície de macrófagos ativados, pas-sando a concentrar-se na área de inflamação. Nosso objetivo érelatar a utilidade da cintigrafia com Gal-67 no diagnóstico da AT.MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Três pacientes do sexo feminino, respectivamente com68, 72 e 74 anos de idade, com sinais e sintomas sugestivos deAT receberam 8-10 mCi de Gal-67 endovenoso, 48 horas antesda cintigrafia. Os achados clínicos incluíram cefaléia de iníciorecente na região temporal, perda da visão e elevação da VHS,nas três pacientes. Outras causas de cefaléia foram excluídas. Asrelações de captação do Gal-67 foram calculadas nos cortes trans-axial e coronal. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Acentuada captação do Gal-67 foiobservada nas regiões temporais sintomáticas nas três pacientes,denotando atividade inflamatória na artéria temporal superficial.Tratamento com corticosteróide resultou na melhora clínica, par-ticularmente da dor, e na normalização da VHS, nos três casos.ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Nossos achados sugerem ser a cintigrafia (SPECT)do crânio com Gal-67 um método útil e não-invasivo para odiagnóstico da AT, especialmente se a relação de captação naárea de interesse for convenientemente calculada.

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T 016LOCALIZAÇÃO HABITUAL DA DOR EM 56 MIGRANOSOS

CRÔNICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DECEFALÉIAS DO HU/UFS

Silva FB, Fraga TP, Calasans FR, Fontes Silva GM,Lima BM, Jesus ACF

LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe

Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: Migrânea crônica é uma doença comum, incapa-citante e de impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes,além de ser um dos diagnósticos mais encontrados em clínicascefaliátricas. A localização da dor referida pelos pacientes é variá-vel nos diferentes estudos realizados. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar a locali-zação habitual da dor migranosa referida pelos pacientes em cen-tro especializado em cefaléias. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Analisamos retrospecti-vamente os prontuários de 56 pacientes atendidos no Ambulatóriode Cefaléias da Universidade Federal de Sergipe, com o diagnósti-co de migrânea crônica, de acordo com os critérios atuais daInternational Headache Society (IHS). Os pacientes foram cataloga-dos entre janeiro de 2006 e maio de 2007. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Dospacientes incluídos no estudo, 94,6% (53) eram mulheres e asidades variaram de 17 a 62 anos, com média de 39,5 anos. Otempo para a cronificação da cefaléia referido pelos mesmos va-riou de 01 a 49 anos. Trinta e dois pacientes (57%) referiram dorunilateral; destes, dezenove (33,9%) relataram a região frontal comoa mais acometida, seguida da região temporal em dezesseis casos(28,5%), da região parietal em sete (12,5%), periorbitária em cinco(8,92%) e a occipital em quatro (7,1%). A alternância de lados foinotada em 50% desses pacientes. A dor bilateral foi descrita por 30pacientes (53,5%), sendo a região frontal predominantemente amais atingida neste grupo, com 23 pacientes (41%), acompanhadada occipital em seis (10,7%), da temporal em quatro (7,14%),periorbitária e parietal em três (5,35%) e a retrorbitária e, tambéma errática, sendo descrita por um (1,78%) paciente. A dorholocraniana foi observada em 27 (48,2%) dos pacientes e a apicalem cinco (8,92%). ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: A localização unilateral, seguidade queixas bilaterais de dor foram as mais prevalentes em nossoestudo e a região frontal a mais acometida. Estes achados apontampara a grande variabilidade de localização da dor no pacientemigranoso crônico, o que pode sugerir diferentes estágios de suaevolução.

T 017AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM PORTADORES DE

CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA

Fernandes, R. O.; Nacarato, A. B.; Fragoso, Y.D.Departamento de Psicologia da UNISANTOS e

Departamento de Neurologia da UNIMES

Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: O estresse excessivo e prolongado pode compro-meter a saúde mental e orgânica, tornando o indivíduo vulnerávelao desenvolvimento de diversas doenças crônicas. São bem docu-mentadas as comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléiacrônica diária, tais como depressão e transtornos ansiosos. Even-tos estressores podem contribuir na manutenção e piora do quadrocrônico. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Investigar os níveis de estresse de portadoresde cefaléia crônica diária (CCD) de um ambulatório de referênciaterciário. Todos os pacientes estavam em uso excessivo de medica-

ção analgésica. Método: Método: Método: Método: Método: Aplicação do Inventário de Sintomas deEstresse para Adultos de Lipp (ISSL) em 11 mulheres e 2 homens,portadores de CCD, com idade acima de 25 anos, investigando-sea prevalência de sintomas de estresse nas fases: (1) Alerta: fasepositiva do estresse. (2) Resistência: pode ocorrer uma sensaçãode desgaste generalizado e dificuldades com a memória. (3) Qua-se-Exaustão: iniciam-se os processos de adoecimento dos órgãosmais vulneráveis. (4) Exaustão: doenças graves podem surgir. RRRRReeeee-----sultadossultadossultadossultadossultados: Das 11 mulheres investigadas, 45.5% apresentaramestresse na Fase de Resistência (com 56% de sintomas físicos e64% de sintomas psicológicos); 45.5% com estresse na Fase deQuase-Exautão (64% de sintomas físicos e 92% de sintomas psico-lógicos) e 9% delas com estresse na Fase de Exaustão (com 33% desintomas físicos e 81% de sintomas psicológicos). Os dois homensapresentaram níveis de estresse na Fase de Quase-Exaustão com65% de sintomas físicos e 80% de sintomas psicológicos. Con-Con-Con-Con-Con-clusão:clusão:clusão:clusão:clusão: Confirmou-se a presença de níveis acentuados de estressenos portadores de CCD investigados, especialmente nas Fases deResistência e Quase-Exaustão. Pode-se também identificar em am-bos os sexos a prevalência dos sintomas psicológicos. Conside-rando o relato desses indivíduos sobre seu histórico de vida, épossível haver uma correlação entre eventos estressores e odesencadeamento ou manutenção dos episódios dolorosos.

T 018QUAL O MAIOR MEDO DE PORTADORES DE ENXAQUECA

FRENTE AO PICO DE DOR NA CRISE? ESTUDO PILOTO

Amaral L.O., Isaac L.S., Mafra A.B.B., Fragoso Y.D.Departamento de Neurologia UNIMES, Santos, SP

Introdução:Introdução:Introdução:Introdução:Introdução: Portadores de enxaqueca tipicamente apresentam cri-ses de intensidade forte, nem sempre controláveis com medicaçãoanalgésica. Muitos pacientes insistem em exames subsidiários nasconsultas, preocupados que dores tão fortes possam ser de causasecundária. O objetivo do presente trabalho foi a investigação des-ta preocupação relacionada às crises de enxaqueca, avaliando oque o paciente relata como sendo seu "maior medo" frente ao picode intensidade de dor. Método:Método:Método:Método:Método: Quarenta e seis portadores deenxaqueca sem aura (definição IHS 2004), que apresentavam crisesrecorrentes há pelo menos um ano, com freqüência maior que umavez por mês e menor que 5 vezes por mês, foram investigados. Foiusada uma questão extra na anamnese: "Qual seu maior medo nahora que sua dor está muito forte?". Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: O grupo seconstituiu de 41mulheres e 5 homens alfabetizados, com idadesentre 18 e 55 anos. O pico de intensidade da dor entre 7 e 10(escala analógica de zero a 10) foi relatado por todos os pacientes.Embora 10 pacientes relatassem não ter nenhum medo, 36 relata-vam medos como "cabeça explodir" (6), "ter um AVC" (6), "ter umaneurisma" (3), "morrer de dor" (3), "ficar cego" (2), "nunca maismelhorar" (2), "ficar louco" (1), "ter convulsão" (1) etc. É importanteobservar que 78% destes pacientes tinham nível de escolaridade deensino médio ou superior. Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: Mesmo com a confirma-ção diagnóstica de uma cefaléia primária benigna, a maioria dospacientes necessita maiores explicações com relação à intensidadeda crise.

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T 019ESTUDO PROSPECTIVO DE CARACTERIZAÇÃO DA CEFALÉIA

DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL

Castro L.B.R., Carvalho V.R.C., Gonçalves A.N., Guidoni A.C.F.R.,Speciali J.G., Fragoso Y.D.

Depto. de Neurologia e de Ginecologia UNIMES, Depto. deNeurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Embora "dor de cabeça" seja um dos sintomas carac-terísticos da tensão pré-menstrual (TPM), não existe especificaçãosobre as características da cefaléia nesta freqüente condição clíni-ca. O objetivo do presente trabalho é caracterizar esta cefaléiaatravés de registro detalhado em diário. MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia: Avaliaçãoprospectiva de vinte mulheres com sintomas típicos de TPM e quetambém apresentavam cefaléia como um destes sintomas. Durantetrês ciclos as mulheres preencheram diário de sintomas de TPM ede registro de cefaléia. RRRRResultadosesultadosesultadosesultadosesultados: Todos os sintomas ocorre-ram entre 3 a 7 dias prévios ao dia de início do fluxo menstrual,havendo cessação imediata dos sintomas neste dia. A cefaléia esta-va presente nos 2 a 4 dias prévios ao início do fluxo. Em 65% dasmulheres, a cefaléia preenchia todos os critérios diagnósticos deenxaqueca sem aura. Nas demais 35%, a cefaléia preenchia todosos critérios de cefaléia do tipo tensional (CTT). Mulheres com enxa-queca tinham dores mais fortes, com duração mais longa, menorresposta a medicamentos para cefaléia, e mais sintomas associa-dos (agitação, irritabilidade, angústia, intolerância alimentar, tontu-ra). Mulheres com CTT apresentavam cefaléia de intensidade maisfraca, com menor duração, e com boa resposta a analgésicos sim-ples (ex: paracetamol), tendo também poucos sintomas associa-dos, sendo os principais o choro fácil e a sensação de muito cansa-ço. Não houve diferença no tipo de cefaléia ao longo dos trêsciclos, ou seja, mulheres que apresentavam enxaqueca não muda-vam para CTT em outro ciclo e vice-versa. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: A cefaléiaprimária que acompanha a TPM pode ser enxaqueca sem aura (2/3dos casos) ou CTT (1/3 dos casos). Este trabalho está sendo esten-dido para incluir um maior número de registros.

T 020ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA PRIMÁRIA EM

PACIENTES COM SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII)

Santos, J.M.; Loyola R.G.; Medeiros, M.C.; Oliveira, R.F.;Mendonça, F.A.P.; Moreira Filho, P.F.; Soares, R.L.S.

Grupo de Estudos de Doenças Intestinais - GEDI-, Departamentode Medicina Clínica, Hospital Universitário Antonio Pedro - HUAP

Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ, Brasil.

A cefaléia primária (CP) assim como a SII (segunda causa de aten-dimento na clínica gastroenterológica diária) exibem altaprevalência mundial, estão freqüentemente associadas à diminui-ção da qualidade de vida e absenteísmo ao trabalho, e são defini-das por critérios diagnósticos clínicos sem marcadores biológi-cos disponíveis. Todas essas semelhanças clínicas existentes en-tre CP e SII, além do grande número de dados da literatura queapontam para a importância das alterações do eixo neuroentéricocomo fatores envolvidos na fisiopatologia das doenças funcio-nais do trato gastrointestinal e o número escasso de dados sobrea associação SII e CP justificam a confecção do presente estudo.ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Avaliar a prevalência de queixas clínicas compatíveis

com o diagnóstico de CP em pacientes portadores de SII. PPPPPaci-aci-aci-aci-aci-entes e Métodosentes e Métodosentes e Métodosentes e Métodosentes e Métodos: 57 pacientes com o diagnóstico clínico deSII (G I) (critérios de Roma III) atendidos no ambulatório do GEDI-UFF-HUAP, foram avaliados através de critérios clínicosdemográficos que incluíram idade, sexo, escolaridade e presençade cefaléia primária, e seus dados foram comparados com aque-les obtidos em 79 voluntários adultos normais (G II) (seleciona-dos a partir funcionários e alunos da Faculdade de Medicina -UFF) maiores de 18 anos e sem queixas digestivas habituais nosúltimos 12 meses que precederam o estudo. O estudo foi aprova-do pelo Comitê de Pesquisa e Pós-Graduação - CNPQ-UFF. RRRRReeeee-----sultados:sultados:sultados:sultados:sultados: Grupo I: 57 pacientes com SII, idade média de 29,01± 11,10 anos, destes 14 (3 masculino - M, e 11 feminino - F) comcefaléia e 43 (10 M e 33 F) sem cefaléia, correspondendo a24,56% e 75,44%, respectivamente. Grupo II: 79 voluntáriossem SII, idade média de 27,54 ± 11,66 anos, sendo 33 (16 M e17F) com cefaléia (41,77%) e 46 (21M e 25 F) sem cefaléia(58,23%). Não houve diferença estatisticamente significativa daprevalência de cefaléia nos pacientes com SII, nem na idade mé-dia nos dois grupos (p>0,005), no grupo estudado em compara-ção com o controle. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: Os autores concluem quemesmo com o número pequeno de pacientes estudados, a cefaléiaparece exibir uma alta prevalência na população em geral, comovariável independente da SII. No entanto, a presença decomorbidades como SII e cefaléia podem individualizar a inter-venção terapêutica desses pacientes, e estudos clínicos futurosdesses grupos específicos podem oferecer contribuições para osmecanismos fisiopatológicos das doenças funcionais em geral.

T 021CEFALÉIA UNILATERAL: PREVALÊNCIA EM UM CENTRO

ESPECIALIZADO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Stancioli, F.G.¹, Vasconcelos, L.P.B.¹, Leal, J.C. ², Silva, A. A.²,Gómez, R.S.², Teixeira, A.L.³

¹Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG.²Médico Neurologista do Hospital das Clínicas da UFMG.

³Professor. Adjunto de Neurologia da Fac. de Medicina da UFMG.Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das

Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Cefaléia unilateral (sem alternância entre os lados)representa um conjunto particular de cefaléias. Essas cefaléias sãofacilmente diagnosticadas quando de curta duração e com a típicaassociação a fenômenos autonômicos. Entretanto, o diagnósticotorna-se difícil na ausência de disautonomia ou se associado àfenomenologia de migrânea ou de outras cefaléias primárias. Ob-Ob-Ob-Ob-Ob-jetivosjetivosjetivosjetivosjetivos: Apresentar a prevalência e as características clínicas dascefaléias unilaterais em pacientes atendidos no Ambulatório deCefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas,UFMG. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foram coletados dados de todos os pacientesatendidos no Ambulatório de Cefaléia. Os dados coletados eramreferentes ao sexo, idade, diagnóstico da cefaléia, intensidade dador de cabeça, uso de medicamentos, tipos de medicamentos utili-zados, dentre outros, através de questionário estruturado. Resul-Resul-Resul-Resul-Resul-tadostadostadostadostados: Foram encontrados 26 pacientes com cefaléia unilateral,perfazendo uma prevalência de 14,4% dos atendimentos. Os diag-nósticos desses pacientes foram: migrânea (13), salvas (3), hemi-crânia paroxística crônica (1), hemicrânia contínua (1), neuralgia dotrigêmeo (3), cefaléias inclassificáveis(5). ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: A cefaléia

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unilateral apresenta possivelmente prevalência mais significativadaquela referida na literatura, sobretudo em centros terciários.Notamos um alto percentual de migrânea (50%) e de cefaléiainclassificável (19,2%). Há a necessidade de mais estudos para omelhor conhecimento clínico desse grupo de cefaléias, notadamentedas inclassificáveis.

T 022COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

NA MIGRÂNEA

Dach F*, Nobre F**, Bordini CA* e Speciali JG**Depto. de Neurologia e **Divisão de Cardiologia do Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar o comportamento da pressão arterial sistêmica(PA) durante o período de dor de uma crise de migrânea. Pacientesacientesacientesacientesacientese Métodose Métodose Métodose Métodose Métodos: Foram selecionados 10 pacientes (nove mulheres eum homem) do pronto atendimento da neurologia do HCFMRP-USP de acordo com os critérios de inclusão (adultos com migrânea,mínimo de três crises por mês, concordar com o protocolo demedida da PA) e de exclusão (HAS, uso de drogas profiláticas paracefaléia e/ou que interfiram na PA, mulheres grávidas, na menopau-sa, ou com crises de migrânea apenas no período menstrual, histó-ria de AVE ou IAM recente, IRC ou doença péptica, pacientes inca-pazes de compreender os procedimentos do protocolo, contra-indicação ao uso de ibuprofeno). Os pacientes foram submetidos aexames laboratoriais de rotina, ECG, MAPA e medidas convencio-nais da PA. No período interictal, os pacientes foram instruídos afazer Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA) com seis medi-das/dia por quatro a cinco dias. No período ictal, os pacientesforam orientados a fazer MRPA a cada 10 minutos nas duas primei-ras horas de dor e, após, a cada 15 minutos até o final da crise,além de assinalar um formulário com as características da dor. Foiusado o ibuprofeno como resgate após duas horas de crise. Paraanálise estatística, foram comparadas as medidas de PA e freqüên-cia cardíaca (FR) do período interictal com as do período ictal feitascom o aparelho de MRPA. RRRRResultadosesultadosesultadosesultadosesultados: As médias da PA do perío-do ictal foram menores quando comparadas às do período interictal,sendo que a diferença foi estatisticamente significativa para a se-gunda e terceira horas de dor (p<0,05). Não houve diferenças nacomparação das médias da FC. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Em geral, as reaçõesfísicas da dor aguda são hipertensão arterial e taquicardia. Noentanto, observamos que durante a dor da migrânea ocorre umaredução da PA. Este achado pode ser conseqüência da ação (diretae/ou indireta) de substâncias que participam da fisiopatologia damigrânea no leito vascular periférico.

T 023AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE CERVICAL EM MULHERES

COM MIGRÂNEA

Pegoretti K.P.,1 Florêncio L.L.,1 Pereira P.A.,1 Canonica A.C.,1

Moreira V.C.,1 Gonçalves M.C.,1 Bevilaqua-Grossi D.,1 Speciali, J.F.11Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,

Universidade de São Paulo

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a mobilidade cervicalem mulheres com migrânea (M) e migrânea transformada (MT), ecompará-la com mulheres sem história de cefaléia (grupo controle

- GC). MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foram avaliadas 30 mulheres acompanhadaspelo ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas de RibeirãoPreto (HCFMRP-USP), com idade entre 20 e 55 anos, sendo 15com diagnóstico de M, segundo os critérios da Sociedade Interna-cional de Cefaléia, 15 com diagnóstico de MT, segundo os critériosde Silberstein-Lipton, e 15 do GC. Para obtenção das medidas deamplitude de movimento (ADM) cervical foi utilizado o aparelho"Cervical Range of Motion" (CROM). O procedimento de avaliaçãofoi padronizado para todos os voluntários e as medidas realizadaspor um mesmo avaliador. Foram avaliados os movimentos deflexão, extensão, inclinação direita, inclinação esquerda, rotaçãodireita e rotação esquerda, bem como a presença de cefaléia nomomento da avaliação e a dor ao movimento, por meio de umaescala numérica. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o"Mixed Linear Models", e o coeficiente de correlação de Spearmanpara correlação entre ADM e as variáveis dor, idade e tempo decefaléia em anos, com p-valor < 0,05. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: A mobilidadecervical não foi diferente entre os grupos de MT e M, exceto paraextensão (p=0,02). A ADM cervical mostrou-se diminuída no gru-po de MT quando comparado ao controle para os movimentos deextensão (p=0,02), inclinação esquerda (p=0,03) e rotação direita(p=0,03). O grupo de M apresentou diminuição de mobilidadepara o movimento de rotação direita (p<0,01) comparado ao con-trole. Não houve correlação entre a mobilidade cervical e as variá-veis dor, idade e tempo de cefaléia. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: Os resultadosindicam que os pacientes com MT apresentam maior comprometi-mento da mobilidade cervical do que aqueles com M quando com-parados a indivíduos sem cefaléia.

T 024ESTUDO DESCRITIVO E COMPARATIVO SOBRE O PADRÃO DE

SONO E PRESENÇA DE CEFALÉIA EM TECNICOS DEENFERMAGEM DA UTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DAUFJF, TRABALHANDO EM TURNOS DIURNO E NOTURNO

Ferreira, K.S.; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.;Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A.

Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora -Serviço de Neurologia

Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: Avaliar as variações do sono e a presença de cefaléiaem técnicos de enfermagem do setor de UTI do Hospital Universitá-rio da UFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos:Selecionaram-se 25 pessoas, em grupos de trabalho diurno e no-turno. Aplicou-se questionário semi-estruturado com questões so-bre hábitos de sono, sonolência diurna, depressão, presença decefaléia e suas características, dor miofascial. Analisaram-se osdados em programa estatístico Epi Info. Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: De 25 funci-onários avaliados observou-se que 40% eram mulheres e 60%eram homens, com idade média de 39 anos. Destes, 52% trabalha-vam em turno noturno e 48% em turno diurno e 60% consideravamseu sono insuficiente. Na escala Epiworth 40% preencheram crité-rios para sonolência diurna. Quanto à cefaléia, 68% revelaramapresentar cefaléia recorrente e 76,5% relataram dor desencadeadapela falta de sono. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. PelaClassificação Internacional de Cefaléia, 52,9% apresentavamcefaléia tensional, 35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e5,9% cefaléia não classificada. 62,5% dos pacientes apresentaramdor muscular à palpação, 41,7% dor em articulação têmporo-man-dibular e 45,8% dor em nervos occipitais. Ao se cruzarem dados

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para análise encontramos predomínio de cefaléia em mulheres,entre cefaléia e turno de trabalho não houve significância estatísticaentre os resultados. Sono suficiente, roncos, horário de dormir edepressão não mostraram relação com cefaléia. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões:Houve uma prevalência maior de distúrbios de sono e cefaléia quena população em geral, porém não encontramos significância esta-tística na relação entre os dois para a amostra estudada.

T 025ESTUDO DESCRITIVO SOBRE A PRESENÇA E CARACTERÍSTI-

CAS DA CEFALÉIA EM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DAUTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF

Ferreira, K.S. ; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.;Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A.

Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora -Serviço de Neurologia

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Avaliar presença e as características de cefaléia emgeral em técnicos de enfermagem do setor de UTI do HospitalUniversitário da UFJF. Método Método Método Método Métodos: Selecionaram-se 25 funcionári-os (técnicos de enfermagem) da UTI do HU-UFJF. Aplicou-se ques-tionário semi-estruturado com questões relacionadas à presençade cefaléia e suas características, avaliação de distúrbios de humor.Analisaram-se os dados em programa estatístico Epi Info. Resul-Resul-Resul-Resul-Resul-tadostadostadostadostados: De 25 funcionários avaliados observou-se que 40% erammulheres e 60% homens, com idade média de 39 anos, 52% erambrancos, 28% solteiros, 60% casados. Quanto à cefaléia, 68% dosentrevistados revelaram apresentar cefaléia recorrente, 52,9% apre-sentavam crises mais que uma vez na semana e 52,9% apresenta-vam crise com mais de 4 horas de duração. 58,8% apresentavamfotofobia, 64,7% fonofobia, 29,4% náuseas. Pela ClassificaçãoInternacional de Cefaléia, 52,9% apresentavam cefaléia tensional,35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e 5,9% de cefaléianão classificada. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. Quantoà avaliação de depressão, 88% não tiveram critérios de depressãoe 12% com critérios de possível depressão. Ao se cruzarem dadospara análise estatística encontramos uma tendência ao predomíniode cefaléia em mulheres. Parece também haver menor incidência decefaléia nos pacientes casados, em comparação com os solteiros.Não houve correlação estatística entre cefaléia e depressão. Con-Con-Con-Con-Con-clusões:clusões:clusões:clusões:clusões: Os dados encontrados nos indicam uma prevalência decefaléias primárias superior à encontrada na literatura para a popu-lação geral, com predomínio em mulheres e faixa de idade compa-tível com a esperada. Observamos baixa prevalência de abuso deanalgésicos nesta população, a despeito da facilidade de acesso àsmedicações.

T 026SÍNDROME DA MÃO ESTRANGEIRA COMO AURA DE

ENXAQUECA

Maultasch, H; Goldberg, S.W; Vincent, M.B.Serviço de Neurologia/HUCFF - Universidade Federal do

Rio de Janeiro

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Cerca de 20% dos pacientes com enxaqueca experi-mentam aura. A síndrome da mão estrangeira (SME) é a realizaçãode movimentos não intencionais e aparentemente com propósitode uma das mãos ou a sensação de que a mão não é própria,

embora haja o reconhecimento visual da propriedade do segmentoacometido. Descrevemos um homem de 25 anos que apresentavasíndrome da mão estrangeira sensitiva como aura enxaquecosa.RRRRRelato de casoelato de casoelato de casoelato de casoelato de caso: Paciente do sexo masculino sofreu dois episódi-os de cefaléia acompanhada de aura atípica, o primeiro em outubrode 2006, após nadar. Notou uma sensação de "estranheza" na mãodireita, como se esta não fosse sua, com diminuição da sensibilida-de tátil nos cinco dedos (30 minutos). Em seguida teve dorretrorbitária direita, de forte intensidade, latejante, atingindo máxi-ma intensidade em 30 minutos, quando desapareceu a sensação deestranheza em relação à mão. Em janeiro de 2007, novo episódio,desta vez acompanhado de náuseas e vômitos, durando cerca de 3horas. Dois episódios semelhantes haviam ocorrido 10 anos an-tes. A RM do encéfalo revelou discreta assimetria dos hipocampos,e o videoeletroencefalograma revelou ondas agudas e lentas irre-gulares de projeção temporal anterior e média à esquerda, compropagação para áreas homólogas. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Geralmente, aSME é decorrente de infarto envolvendo o corpo caloso ou o córtexfrontal medial, ou ainda pelo comprometimento da área motorasuplementar esquerda. Há casos secundários a infarto no territórioda artéria cerebral posterior associado a distúrbios sensitivos. Hápoucos relatos de SME como aura de enxaqueca, o que apontapara disfunção cortical secundária à depressão alastrante fora docórtex visual. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: SME é uma das anormalidades eventu-almente relacionadas à aura da enxaqueca. Este sintoma, comosugerido por este caso, pode surgir sem que outras formas de auraestejam presentes.

T 027AVALIAÇÃO DO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO DE

MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM MULHERES COMMIGRÂNEA TRANSFORMADA

Canonica, A.C.1; Moreira, V.C.1; Florêncio, L.L.1; Dach, F.2;Bordini, C.A. 2; Chaves, T.C.1, Speciali, J.G.1, Bevilaqua-Grossi, D.1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade deSão Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria

e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -

HCFMRP-USP.

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculoscrânio-cervicais em indivíduos do sexo feminino com MigrâneaTransformada (MT) e compará-los com os valores de LDP obtidosde mulheres sem história de cefaléia. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Participaram des-te estudo 14 pacientes do sexo feminino (média de idade 38 anos± 10,42) com diagnóstico de MT segundo os critérios de Silbersteinatendidas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de SãoPaulo, constituindo o grupo com cefaléia (GMT), e 14 mulheres(média de idade 39,36 anos ± 10,68) sem história de cefaléia ououtras condições dolorosas constituindo o grupo controle (GC). OLDP foi obtido através da Algometria de Pressão, na qual foramlocalizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculosfrontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo comvelocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medi-das consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para aná-lise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas eaplicado o teste t para amostras independentes não pareadas paracomparação intergrupo, considerando-se p 0,05. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Os

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resultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontosnos músculos avaliados no GMT quando comparado ao GC, en-tretanto apenas os pontos nos músculos frontal bilateral, temporalanterior esquerdo, trapézio médio esquerdo e inserção doesternocleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamen-te significativa (p 0,05). ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Mulheres com MT apresen-tam uma redução do LDP em alguns músculos da região crânio-cervical.

T 028AVALIAÇÃO DE MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM

MULHERES COM MIGRÂNEA ATRAVÉS DA ALGOMETRIADE PRESSÃO

Moreira, V.C.1; Canonica, A.C.1; Pereira, P.A.1; Dach, F2;Bordini, C.A.2; Chaves, T.C.1; Speciali, J.G.1; Bevilaqua-Grossi, D.1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade deSão Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria

e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -

HCFMRP-USP.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculoscrânio-cervicais em mulheres com Migrânea (M) e compará-loscom os valores de LDP obtidos de mulheres sem história de cefaléia.MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Participaram deste estudo 15 pacientes do sexo femini-no (média de idade 36,27 anos ± 10,33) com diagnóstico de Msegundo os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia aten-didas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas da Fa-culdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de SãoPaulo, constituindo o grupo com cefaléia (GM), e 15 mulheres(média de idade 39,87 anos ± 10,48) sem história de cefaléia ououtras condições dolorosas, constituindo o grupo controle (GC).O LDP foi obtido através da Algometria de Pressão na qual foramlocalizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculosfrontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo comvelocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medi-das consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para aná-lise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas eaplicado o teste t para amostras independentes não pareadas paracomparação intergrupo, considerando-se p 0,05. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: Osresultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontosnos músculos avaliados no GM quando comparado com o GC,entretanto para os pontos nos músculos frontal bilateral, temporalposterior e anterior direito, temporal médio esquerdo, origem domasseter direito, inserção do masseter esquerdo, trapézio médiobilateral, inserção do trapézio esquerdo e inserção do esterno-cleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamente signi-ficativa (p 0,05). Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão: Mulheres com M apresentam umaredução do LDP em músculos da região crânio-cervical.

T 029SINTOMATOLOGIA AUTONÔMICA ÓCULO-NASAL(HIPEREMIA CONJUNTIVAL, LACRIMEJAMENTO,

OBSTRUÇÃO NASAL E RINORRÉIA):MIGRÂNEA VERSUS CEFALÉIA EM SALVAS

Farias da Silva, W.; Sampaio, M. C. F.; Costa Neto, J.;Serva, W. D.; Valença, M. M.

Universidade Federal de Pernambuco

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Avaliar a presença de sintomatologia autonômica namigrânea e na cefaléia em salvas. MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia: Uma série de600 pacientes com migrânea foi comparada com outra série de191 casos de cefaléia em salvas quanto aos sintomas autonômicos.ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Sintomas autonômicos isolados ou agrupados esta-vam presentes em apenas 175 (29,16%) de 600 casos de migrânea.Dentre os 191 casos de cefaléia em salvas, apenas 3 (1,57%)evoluiam sem manifestações disautonômicas. Na migrânea os sin-tomas autonômicos óculo-nasais (hiperemia conjuntival, lacrime-jamento, obstrução nasal e rinorréia) foram um pouco mais fre-qüentes quando de dor unilaterais (56%) mas se expressaram clini-camente de modo bilateral (73,71%); tendo sido registrado predo-mínio dos oculares ( HC= 82,85%; L= 69,71%) sobre os nasais(N= 9,14%; R= 8%). Na cefaléia em salvas detectou-se absolutaprevalência de dor unilateral (97,90%), dor bilateral sendo encon-trada em somente 12 (6,38%) dos casos. Os sintomas autonômicospesquisados foram ipisilaterais à dor, em todos os casos com dorunilateral (175 =93,08%); contralateral à dor em um caso com dorunilateral e em apenas 12 (6,38%) pacientes eles eram bilaterais(apenas um deles com dor bilateral), sendo assinalados no ladoonde a dor era mais intensa. A Tabela abaixo compara a sinto-matologia autonômica encontrada nos pacientes com essasintomatologia entre os migranosos e os com cefaléia em salvas.

Tabela. Sintomas autonômicos

Migrânean=175

Cefaléia em salvasn=188

P X2

Hiperemiaconjuntival 145 (82,85%) 151 (80,3%) 0,5334

Lacrimejamento 122 (69,71%) 147 (78,2%) 0,0654

Obstrução nasal 16 (9,14%) 138 (73,4%) <0,0001

Rinorréia 14 (8%) 124 (66,0%) <0,0001

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Obstrução nasal e rinorréia são encontrados maisfreqüentemente na cefaléia em salvas.

T 030ENXAQUECA X ATIVIDADE SEXUAL: COMO MULHERES COM

E SEM ENXAQUECA UTILIZAM A DESCULPA "DOR DECABEÇA" PARA SE ESQUIVAR DE ATIVIDADE SEXUAL

Carvalho, JJF1, Magalhães, AG2, Morais, LC2, Menezes NS2

1Setor de Cefaléias, Serviço de Neurologia,Hospital Geral de Fortaleza

2Curso de Medicina, Universidade Estadual do Ceará

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: A desculpa "estou com dor de cabeça" para evitar umarelação sexual é clichê freqüentemente associado às mulheres. Aincompatibilidade entre atividade sexual e dor de cabeça é intuitiva-mente aceita, mas evidências sugerem uma relação complexa entreatividade sexual e cefaléias, particularmente enxaqueca. Este traba-lho estuda o impacto da dor de cabeça na vida sexual de mulherescom enxaqueca e a utilização da desculpa "dor de cabeça" paraevitar atividade sexual. Método Método Método Método Método: Entrevistamos 60 mulheres queprocuraram o Hospital Geral de Fortaleza para consultasambulatoriais. Elas foram divididas em dois grupos: o grupo A (30mulheres) recrutado entre as pacientes do ambulatório de cefaléiacom o diagnóstico de enxaqueca (ICHD-II) e o grupo B (30 mulhe-res) entre as pacientes sem história de cefaléias que buscaram o

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hospital por outras queixas. Além dos dados demográficos foramanotados o impacto da enxaqueca na atividade sexual e se algumavez, estando sem cefaléia, tinham usado a desculpa "dor de cabeça"para se esquivar de relação sexual com seus parceiros. Resulta- Resulta- Resulta- Resulta- Resulta-dosdosdosdosdos: No grupo A a idade média foi de 44 anos (± 10 anos) e 37%eram solteiras, 57% casadas, 3% viúvas e 3% desquitadas. Nogrupo B a idade média foi de 48 anos (± 14 anos) e 25% eramsolteiras, 59% casadas, 13% viúvas e 3% desquitadas. Em ambosos grupos a freqüência média de relações sexuais foi de 7 rela-ções/mês. Para 43% das pacientes com enxaqueca, as cefaléiasinterferiam negativamente na atividade sexual e 23% afirmaram játer interrompido relação sexual por causa de crise de enxaqueca.Apenas 3 mulheres (10%) do grupo A contra 9 (30%) do grupo B játinham usado a desculpa "dor de cabeça" para não ter relação sexu-al. O tratamento da enxaqueca impactou positivamente no relacio-namento sexual de 60% das pacientes do grupo A. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Otratamento pode reverter a repercussão negativa da enxaqueca navida sexual de suas sofredoras e, apesar do clichê, apenas umaminoria das mulheres utiliza a desculpa "dor de cabeça" para não teratividade sexual e este comportamento, menos comum entre asenxaquecosas não as diferencia estatisticamente das demais mu-lheres.

T 031CEFALÉIA ORGÁSMICA ASSOCIADA A VASOESPASMO CERE-BRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: RELATO DE 2 CASOS

Carvalho, JJFC, Mont´Alverne, FJA, Malveira, GLS

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Cefaléia orgásmica tem sido raramente associada avasoespasmo cerebral. Nós apresentamos dois pacientes comcefaléia orgásmica com vasoespasmo cerebral segmentar reversí-vel na ausência de hemorragia subaracnoide ou vasculite. RelatoRelatoRelatoRelatoRelatodos casosdos casosdos casosdos casosdos casos: P P P P Paciente 1aciente 1aciente 1aciente 1aciente 1 – homem de 57 anos encaminhado paraavaliação por episódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (ICHD-II) 03dias antes. A dor de atingiu o pico em segundos, persistiu nos diasseguintes em menor intensidade mesmo cojm o uso de analgési-cos. Uma arteriografia digital com subtração mostrou vasoespasmosegmentar envolvendo as artérias cerebelares superior e inferior àdireita e ambas as artérias cerebrais posteriores. O exame do líquorrevelou discreta pleocitose e proteína levemente aumentada. PPPPPaci-aci-aci-aci-aci-ente 2 ente 2 ente 2 ente 2 ente 2 – homem de 51 anos encaminhado para avaliação deepisódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (IHCD-II) 24 horas antes. Ador que também atingiu o pico em segundos, persistiu em menorintensidade nos dias seguintes mesmo com o uso de analgésicoscomuns. O exame do LCR foi normal mas uma arteriografia digitalcom subtração revelou vasoespasmo segmentar na artéria cerebelarinferior. Em ambos os pacientes o exame neurológico foi normal eo diagnóstico de vasculite do sistema nervoso central foi excluídopor exames apropriados. Eles evoluíram com resolução da dor em07 e 05 dias, respectivamente e se mantém sem dor desde então.Foram tratados com nimodipina 60 mg, 4 x dia por 3 mesesdescontinuada gradualmente após angiotomografia mostrar artéri-as cerebrais normais. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: A associação de vasoespasmosegmentar reversível e cefaléia orgásmica pode ser mais comum doque se suspeita e aparentemente não modifica o curso benigno damesma.

T 032A PSICOLOGIA EM UM AMBULATÓRIO DE CEFALÉIA COMO

COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA DOR

Renemilda Cacique de GóesCoordenadora da Psicologia Clínica do INDC-UFRJ

Estagiárias: Rachel Sancovschi, Tatiana Restrepo, Taíssa Mello,Natália Nunes, Aline Passos.

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Este estudo propõe demonstrar objetivamente e subje-tivamente se a terapia, centrada na teoria psicanalítica, é um trata-mento eficaz no tratamento da cefaléia. Observamos que o médicoreconhece esse sujeito como um portador de uma doença comsintomas identificados, mas não percebem os fatores antecedentese conseqüentes da dor que é articulado com representantes consci-entes e inconscientes que podem alterar a dor. Para confirmar osresultados dessa articulação, dor física e dor psíquica, utilizamosos atendimentos psicológicos como coadjuvante do atendimentoneurológico. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Selecionamos 60 pacientes que obedeci-am aos critérios e diagnosticados dos critérios (S.I.C.1988) emmigrânea e Cefaléia Crônica Diária. A amostra aleatoriamente de10 pacientes realizou a psicoterapia de grupo, baseada na teoriaPsicanalítica com sessões semanais durante um ano. O objetivo foiobservar a freqüência e a intensidade da dor, tratados clinicamentecom consultas regulares, medicação padrão, mapa diário da dor eaplicação das escalas de depressão e ansiedade de Hamilton. Re-Re-Re-Re-Re-sultadosultadosultadosultadosultado: As estatísticas realizadas com a primeira aplicação daescala, não foram significativas. Não ouve sucesso na redução dafreqüência e da intensidade da dor quando tratados apenas commedicação nos primeiros seis meses antes da terapia. Nossos re-sultados comparando-se ao segundo momento, isso é, os 10 paci-entes tratados com intervenção psicanalítica mais medicação, reve-lou diferença significativa com 95% de confiança entre os escoresmédios da escala de Depressão e Ansiedade de Hamilton (2,93 noprimeiro momento e 3,95 no segundo). DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: As estatísti-cas realizadas considerando apenas o primeiro momento se mos-traram não significativas, acreditamos que o fato esteja relaciona-do ao erro Tipo II devido ao reduzido número de amostras. Kerlinger(1986) recomenda como regra geral para aplicação de um instru-mento, o uso da maior amostra possível e sugere dez sujeitos poritem do instrumento. Entretanto, os pacientes obtiveram sucessona redução da freqüência e da intensidade da dor, quando tratadoscom medicação e psicoterapia. Mesmo com esta pequena amostra,foi possível demonstrar que uma terapia de base psicanalítica, comocoadjuvante no tratamento da cefaléia, resulta em aumento signifi-cativo a baixa da freqüência e intensidade da dor. Porém, subjetiva-mente, podemos dizer que a experiência quotidiana de cada paci-ente, mostrou a necessidade de um espaço adequado para elabo-rar o porquê e as conseqüências das suas dores.

T 033CEFALÉIA E CISTO DA PINEAL

Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux CUFF - Setor de Investigação das Cefaléias

Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar e discutir quatro pacientes que apresentavamcefaléia em associação com cisto da glândula pineal. Pacientes e

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130 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

métodos: Apresentamos quatro pacientes do gênero feminino, comcefaléia e cisto pineal. As idades variaram de 11 a 38 anos, commédia de 32 anos; a área dos cistos variou de 0,60 cm2 a 0,72cm2; em três pacientes a cefaléia era do tipo tensional e do tipomigranoso em uma delas. Todas as pacientes tinham exame neuro-lógico normal e sua história era negativa para sinais de alarmequanto à possibilidade de cefaléia secundária. Na paciente commigrânea sem aura, a dor era fronto-orbitária esquerda; em duasoutras, era holocraniana e na uma última não apresentava topogra-fia determinada. O quadro abaixo resume os dados expostos:

Paciente Idade (a)

Tipo decefaléia

Topografia dacefaléia

Área do cisto(cm2)

MFA 38 TT crônica Holocraniana 0,72

RS 30 TT crônica Holocraniana 0,70

MAS 32 TT crônica Holocraniana 0,60

CTB 11 Migrânea semaura

Fronto-orbitáriadireita 0,48

DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Sawamura, examinando as RM de 6.023 pacientes,encontrou 29 (0,96%) cistos pineais em 3.008 homens e 50 (1,66%)em 3.015 mulheres, sendo significante a diferença entre os sexos(p < 0,05). Não foram encontrados cistos em apcientes com me-nos de 10 anos, ocorrendo o pico entre 21 e 30 anos.1 Peres et aldescrevem cinco pacientes, quatro do gênero feminino e um dogênero masculino, com cistos da pineal e cefaléia primária, com asmesmas características das nossas pacientes.2 No título do traba-lho os autores questionam se tal associação constitui mais do quemera coincidência, considerando-se as propriedades biológicas damelatonina,3 suas relações com a neurotransmissão glutamatérgica4

características cronobiológicas de pacientes com migrânea crônicae episódica.5 Todas nossas pacientes referiam algum tipo de trans-torno do sono. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Tanto a cefaléia primária quanto ocisto de pineal são mais freqüentes em pacientes jovens e do gêne-ro feminino, o que poderia constituir uma simples coincidência.Estudos mais detalhados e com maior número de casos são neces-sários para melhor avaliar essa associação, uma vez que amelatonina possivelmente desempenha importante papel nascefaléias.3RRRRReferências:eferências:eferências:eferências:eferências: 1-Sawamura Y, Ikeda J, Ozawa M, Minoshima Y, Sayito,Abe H. Magnetic resonance images reveal a high incidence of asymptomaticpineal cysts in young women. Neurosurgery. 1995;37:11-16.2-Peres MFP, Zuckerman E, Porto PP, Brandt RA. Headaches and pineal cysts:a (more than) coincidental relationship? Headache. 2004;929-30.3-Peres MFP. Melatonin, the pineal gland and their implication forheadache disorders. Cephalalgia. 2005;25:403-411.4-Peres MF, stiles MA, Siow HC, Dogramjik, Silberstein SD, Cipoll-NetoJ. Chronobiololgical features in episodic and chronic migraine.Cephalalgia. 2003;21:842-9

T 034ASSOCIAÇÃO DE NEURALGIAS DOS NERVOS TRIGÊMIO E

GLOSSOFARÍNGEO

Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux CCUFF - Setor de Investigação das Cefaléias

Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Apresentação e discussão de paciente que apresentavaassociação de neuralgias dos nervos trigêmio e glossofaríngeo.

Apresentação do casoApresentação do casoApresentação do casoApresentação do casoApresentação do caso: Paciente masculino, negro, 78 anos,apresenta há cerca de 10 anos dor na região malar esquerda, quese irradiava para lábio superior e arcada dentária superior esquer-da. A dor era intensa, em choque, desencadeada por toque no sulconaso-labial , alimentação, lavar o rosto e escovar os dentes. Trata-do com CBZ, com melhora do quadro, com recidivas ocasionais,ocasiões em que aumentava a dosagem de CBZ, com controleparcial das crises. Há cerca de seis meses, apareceu dor recorrente,severa, como uma facada, de curtíssima duração, na base da línguae fossa tonsilar. A dor era desencadeada por movimentos dedeglutição e se refletia profundamente dentro do ouvido esquerdo.Os episódios ocorriam em agrupamentos que duravam de uma aduas semanas. O paciente fazia perfeita distinção entre os doistipos de dor, que podiam ocorrer isoladamente ou associados. Foitentado aumento da CBZ sem sucesso. O paciente apresentoumelhora de ambas as dores com uso da gabapentina (600 mg x 4).Estudo de RM com angiorressonância do crânio foi negativo paraprocessos expansivos e não havia evidência de compressão neuro-vascular. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Nosso paciente apresentava inicialmente qua-dro compatível com neuralgia clássica do trigêmio (V2 esquerda).Vários anos depois desenvolveu clínica sugestiva de neuralgia doglossofaríngeo ipsilateral. Alguns autores reconhecem a dificulda-de diagnóastica, principalmente quando ambas neuralgias coexis-tem em um mesmo paciente.1 Bruyn refere que 10% dos pacientescom neuralgia do glossofaríngeo apresentam também neuralgia dotrigêmio, mas as dores não ocorrem ao mesmo tempo.2 McCarrone Bone3 descrevem o caso de uma paciente de 45 anos que apre-sentava neuralgia clássica do glossofaríngeo com característicasde ambas neuralgias, secudária à lesão pontina, provavelmenteisquêmica. Um outro caso de lesão pontina, com ambos tipos deneuralgia foi descrito recentemente.4

T 035ESTUDO DUPLO CEGO, CRUZADO, RANDOMIZADO COMPA-RANDO O USO DO SUMATRIPTANO, COM A TRIMEBUTINA,COM O MELOXICAN, COM A ASSOCIAÇÃO DAS TRÊSDROGAS NO TRATAMENTO AGUDO DE ENXAQUECA

Higashi, R.; Filho P.M.F.; Krymchantowski, A.V.Serviço de Neurologia - Ambulatório de Cefaléia

Universidade Federal Fluminense

Conceitos gerais e objetivos:Conceitos gerais e objetivos:Conceitos gerais e objetivos:Conceitos gerais e objetivos:Conceitos gerais e objetivos: A fisiopatologia da migrânea écomplexa e envolve múltiplos mecanismos fisiopatológicos cen-trais e periféricos. Apesar do desenvolvimento de drogas específi-cas no tratamento agudo, como os triptanos, estes estão abaixo daeficácia do que seria o ideal. O objetivo deste estudo foi comparara eficácia e a tolerabilidade da formulação oral da trimebutina200 mg, meloxican 15mg, sumatriptano 50mg e a combinação dastrês drogas (TSM) no tratamento das crises aguda de migrânea demoderada a forte intensidade, no desenho duplo cego, cruzado erandomizado. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: 50 pacientes (43 mulheres e 7 homens),idades entre 18 a 65 anos (idade média de 31 anos) com diagnós-tico de migrânea de acordo com a SIC (Sociedade Internacional deCefaléia), foram prospectivamente estudados e randomizados em4 grupos, de acordo com a ordem de chegada. A intensidade da dorde cabeça , assim como náusea e fotofobia foram analisados notempo 0, 1 h e 2 h após o uso das drogas, assim como a ocorrênciade efeitos colaterais. Foi permitido a utilização de droga de resgateapós 2 horas para os pacientes que não obtivessem alívio da cefaléia

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 131

e seu consumo foi comparado entre os 4 grupos, além da recorrênciada dor para aqueles com ausência da dor após 2 horas do uso damedicação. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: 42 pacientes (35 mulheres e 7 homens)completaram o estudo. Em 1 hora 9.5% dos pacientes que utiliza-ram a TSM estavam livre da dor comparado com 14.2% com atrimebutina e sumatriptano e 2.4% com o meloxican (p = 0.479).Em 2 horas 21,4% dos pacientes que usaram TSM estavam livre dador, comparado com 11.9% com a trimebutina, 26.1% comsumatriptano e 23.8% com o meloxican (p= 0.555). Após 1 hora e2 horas com o uso da TSM, a náusea foi abolida em 21% e 36%dos pacientes respectivamente, com a trimebutina, 21,7% e 34.8%,com o sumatriptano, 11.1% e 33.3% e com o meloxican, 42.1% e52.7%. Após 1 hora e 2 horas com o uso da TSM, em 18,2% e31,8% dos pacientes ocorreu desaparecimento da fotofobia res-pectivamente, comparado com 26.9% e 34% com a trimebutina,13%e 30,4% com o sumatriptano e 21,7% e 39% com o meloxican. Osquatro grupos foram efetivos em eliminar a náusea e fotofobiaembora sem diferença estatística entre os grupos após 1 hora e 2horas para ambas náusea (p=0.157 e 0.587) e fotofobia (p=0.671e 0.929). Dez pacientes com a TSM, seis com a trimebutina, cincocom o sumatriptano e meloxican relataram efeitos colaterais. Con-Con-Con-Con-Con-clusãoclusãoclusãoclusãoclusão: Estatisticamente não houve diferença na utilização da com-binação das drogas quando comparado com o uso de cada umadas substâncias em isolado como monoterapia. Pode-se questio-nar se encapsulação das medicações teria alterado o perfilfarmacocinético das drogas. Mais estudos com a apresentação ori-ginal das drogas são necessários.PPPPPalavrasalavrasalavrasalavrasalavras-----chavechavechavechavechave : trimebutina, sumatriptano, meloxican e migrânea.

T 036TRATAMENTO DA CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA REFRATÁRIA :

PROPOSTA TERAPÊUTICA EM REGIME DEINTERNAÇÃO HOSPITALAR

Nemoto, P.H; Monzillo, P.H; Netto, A.S; Garotti,J.E.RAmbulatório de Cefaléias- Departamento de Neurologia da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar a eficácia clínica do uso de corticóides e / ouhaloperidol intravenoso, em regime de internação hospitalar, empacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diária refratária.Casuística e métodoCasuística e métodoCasuística e métodoCasuística e métodoCasuística e método: Realizada avaliação retrospectiva do pron-tuário de 20 pacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diáriarefratária submetidos à internação hospitalar por 03 dias. Os paci-entes foram avaliados em relação a três parâmetros de dor(freqüência,intensidade e duração) no momento da internação e24,48 e 72 após a internação. Os pacientes receberem hidro-cortisona na dose de 100 mg a cada 8 horas no primeiro dia, acada 12 horas no segundo dia e uma vez ao dia no terceiro dia e/ou haloperidol intravenoso na dose de 5 mg, no primeiro dia deinternação. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: 59% dos pacientes que receberamcorticóide e haloperidol apresentaram melhora completa em rela-ção aos três parâmetros avaliados, entre os pacientes que recebe-ram somente o corticóide 50% apresentou melhora completa e opaciente que recebeu somente haloperidol apresentou melhoracompleta em relação aos parâmetros avaliados. 60% dos pacien-tes faziam uso abusivo de analgésicos em nossa casuística.ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão:Todos os pacientes avaliados apresentaram melhoraclínica parcial ou completa nos três parâmetros de dor avaliados.Nosso estudo sugere a utilização da pulsoterapia e/ou haloperidol,

em regime de internação hospitalar, como uma proposta terapêuti-ca eficaz no tratamento da cefaléia crônica diária, abrindo caminhopara a realização de mais estudos na elaboração de esquemasterapêuticos hospitalares.

T 037TRATAMENTO SINTOMÁTICO E PROFILÁTICO EM

AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA PRIMÁRIA NAINFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

Santin, R.1; Pimentel, M. S.1,2; da Rosa, K. V. B.1,2; Hoefel, A. M. L.1,2;Varela, D. L.1,2; Barea, L. M.1,2

1Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da CriançaSanto Antônio - ISCMPA

2Departamento de Neurologia da Fundação Faculdade Federal deCiências Médicas de Porto Alegre

OOOOObjetivo:bjetivo:bjetivo:bjetivo:bjetivo: Avaliar a prevalência do uso de medicamentos anal-gésicos em cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléia doHospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Estudoobservacional tipo transversal de 78 pacientes consecutivos aten-didos de janeiro a junho/2007 no ACHCSA. Os pacientes foramavaliados por neurologistas com treinamento em cefaléia, apli-cando um protocolo padronizado. Os dados foram processadospelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada por análise tabular sim-ples. Estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética daFFFCMPA. R R R R Resultados:esultados:esultados:esultados:esultados: Idade média dos pacientes foi 11,14 ±2,97 e idade média de início das crises foi 8,27 ± 2,98. Gênerofeminino 45(57,7%) e masculino 33(42,3%). A maioria apresen-tou crises semanais 31(41,9%) ou quase diárias 19(25,7%). In-tensidade da dor avaliada pela Escala-Análago-Visual: forte42(57,5%), moderada 25(43,2%) e fraca 6(8,2%). Os diagnósti-cos mais freqüentes foram Migrânea sem Aura em 36(46,2%),Migrânea Crônica em 13(16,7%), Migrânea com Aura em 7(9,0%),Provável Migrânea sem Aura em 5(6,4%) e CTTE Freqüente em6(7,7%). O tratamento sintomático instituído foi paracetamol em56(71,8%), ibuprofeno em 20(25,6%), dipirona em 8(10,2%),naproxeno em 1(1,3%), diclofenaco em 1(1,3%), sumatriptanoem 4(5,1%) e ergot em 1(1,3%). O tratamento profilático foi ins-tituído para 45(57,7%) dos pacientes, sendo flunarizina em21(46,7%) destes, imipramina em 17(37,8%), amitriptilina em3(6,7%), fluoxetina em 3(6,7%), ácido valpróico em 2(4,4%),carbamazepina em 2(4,4%) e propanolol em 4(8,9%). Em 5(6,4%)pacientes houve a necessidade de se associar um segundo medi-camento profilático para o controle das crises. Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões: Otratamento agudo da cefaléia na infância e adolescência em am-bulatório especializado é realizado com drogas analgésicasinespecíficas sendo infreqüente a necessidade de uso de medica-mentos seletivos e específicos. A profilaxia da migrânea com adroga flunarizina é uma estratégia terapêutica eficaz para contro-le da dor e da incapacidade gerada nesta faixa etária.

T 038CEFALÉIA HÍPNICA: PROFILAXIA COM AMITRIPTILINA

Ribeiro ECR*, Speciali JG*** Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias

Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto(USP).

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Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos:Objetivos: O objetivo deste estudo foi observar a resposta daamitriptilina na profilaxia de cefaléia hípnica. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Análise eobservação da resposta de quatro pacientes do sexo feminino, comcefaléia hípnica diagnosticadas pelos critérios da Sociedade Inter-nacional de Cefaléias, que receberam tratamento profilático com àamitriptilina 25mg à noite durante um período de 30 dias. Apóseste período foi realizada avaliação médica da resposta terapêuti-ca. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: As pacientes fizeram profilaxia com amitriptilina25mg à noite, durante 30 dias consecutivos. Após este períodoforam reavaliadas, e todas relataram ausência de dor da cefaléiahípnica. O carbonato de lítio é a medicação de primeira escolhana profilaxia, mas a casos na literatura de boas respostas commedicações como flunarizina, indometacina, melatonina everapamil. As pacientes não receberam profilaxia com o carbonatode lítio devido a contra-indicações relativas. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Neces-sário um estudo com maior número de casos. Mas a amitriptilinapode vir a ser uma opção à profilaxia de casos de cefaléia hípnica.

T 039EVOLUÇÃO CLÍNICA DA ENXAQUECA APÓS OCLUSÃO

PERCUTÂNEA DE FORAME OVAL PATENTE

Fábio Augusto Selig, Newton Fernando Stadler de Souza Filho,Pedro André Kowacs, Ana Lucila Carsten, Eduardo Mendel,

Francisco Diniz da Costa, Ricardo Ramina.Hospital Ecoville / Instituto de Neurologia de Curitiba (INC)

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A enxaqueca é uma desordem neuro-vascular co-mum que atinge aproximadamente 18% das mulheres e 6% doshomens. 50% dos pacientes com enxaqueca com aura (MA+) e30% dos sem aura (MA-) têm Forame Oval Patente (FOP), incidên-cia maior que na população geral. Este estudo teve como objetivoavaliar a evolução clínica dos pacientes com MA+ e MA- submeti-dos à oclusão percutânea com prótese. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Incluiu-se noestudo portadores de cefaléia crônica encaminhados ao laborató-rio de hemodinâmica entre agosto de 2006 e maio de 2007 paraoclusão percutânea de FOP. A cefaléia foi caracterizada clinicamen-te quanto à intensidade, freqüência, presença de aura e fatores deco-morbidade. A avaliação complementar foi realizada através deressonância magnética de crânio (RMC), ecocardiograma dopplertransesofágico (ETE) e ecodoppler transcraniano, (ETC), os doisúltimos com injeção de microbolhas e manobra de Valsalva. Reali-zou-se então cateterismo cardíaco e oclusão do FOP com prótese.Os pacientes foram acompanhados com reavaliação dos mesmoscritérios pré-operatórios. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Enquadraram-se nos crité-rios propostos sete pacientes, seis do sexo feminino, com idadesentre 18 e 65 anos (mediana=41). Cinco pacientes tinham MA+clássica (escotomas cintilantes ou premonição da crise) e dois ti-nham MA-. Quatro pacientes tinham crises diárias; destas, trêsseveras (incapacitação para exercício das atividades diárias e refra-tárias ao tratamento clínico) e uma moderada. Os outros três casostinham crises esporádicas (2 ao mês), sendo 2 moderadas e 1 leve.Todos exceto um tinham alterações isquêmicas na RMC. Quatrotinham associada depressão e um doença de Beçet. Todos tinhamETE e ETC positivos, que negativaram até 3 meses após a oclusão.Apenas um paciente não teve melhora ou remissão da cefaléiaapós fechamento do FOP. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: Apesar do número aindapequeno de pacientes, a oclusão percutânea do FOP com próteseparece ser método promissor para o tratamento complementar daenxaqueca.

T 040INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM PACI-

ENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

Camargo, A. P. A.1; Netto, T. R.1; Oliveira, L.C.2; Tabaquim, M. L. M.3;Calderon, P. S. 4; Conti, P. C. R.5

1,2,3Universidade do Sagrado Coração. Bauru/SP; 4,5Faculdade de Odontologia da USP/Bauru/SP

A dor crônica pode gerar estados de ansiedade causando tensãomuscular. Se este processo não for interrompido por mudançasadequadas, causa prejuízos na qualidade de vida das pessoas. Esteestudo teve como objetivo verificar os efeitos do ProgramaRemediativo Cognitivo-Comportamental para controle da Dor Crô-nica, em 25 mulheres diagnosticadas com Disfunção Temporo-mandibular (DTM). Os pacientes com DTM apresentam como ca-racterística principal a presença de dor nos músculos, articulaçõestemporomandibulares (ATM) ou ambos. Foram realizados sete en-contros de uma hora de duração e aplicado (pré e pós) o Inventáriode Beck para identificação de níveis de depressão. O Programaempregou recursos informativos sobre dor e técnicas cognitivo-comportamentais: neurofisiológicas, de relaxamento, massagem,correção de postura/respiração e atividade física; afetivo-emocio-nal, de resiliência, desvio de pensamentos automáticos, crençasirracionais, condutas passivas-ativas, gatilho de stress e foco noproblema. Os resultados demonstraram diminuição da intensidadenos episódios de dor; 24% relataram intensidade fraca; 4% média;32% forte e 4% muito forte, além da melhoria dos estadosdepressivos. Estes dados indicaram diminuição de situaçõesdisparadoras do gatilho da dor em condições estressoras. O pro-grama possibilitou o reconhecimento de mecanismos neuro-fisiológicos e comportamentais, capazes de modificar a sensaçãoda dor, diminuindo assim a ocorrência de episódios e alterando ofuncionamento da cronicidade. O estudo concluiu que o programafoi efetivo para o controle da dor crônica.

T 041PROJETO ATM - CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENDI-

MENTO A PACIENTES PORTADORES DE DESORDENSTEMPOROMANDIBULARES - ATENDIMENTO

MULTIDISCIPLINAR: ODONTOLOGIA, FISIOTERAPIA,FONOAUDIOLOGIA, PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL.

Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C. 2 ; Freire, D.M.O.S. 3 ;Fructuoso, M.T. 4; Santos, P. C.F. 5 ; Silva, P.C. 6; Vogel L. B. 7

1Professora do curso de Pós-graduação e Coordenadora doProjeto ATM; 2Professor do curso de Pós-graduação - área daOdontologia;3Assistente do curso de Pós graduação - área daPsicologia; 4Assistente do curso de Pós graduação - área da

Fonoaudiologia; 5Assistente do curso de Pós graduação - área daFisioterapia; 6Assistente do curso de Pós graduação - área doServiço Social; 7Aluna do curso de Pós-graduação - área da

Odontologia.Curso de Pós-graduação na Faculdade de Odontologia da

Universidade Santa Cecília - UNISANTA

Relato de caso clínico. Objetivo:Relato de caso clínico. Objetivo:Relato de caso clínico. Objetivo:Relato de caso clínico. Objetivo:Relato de caso clínico. Objetivo: Relatar o atendimento econduta terapêutica dos procedimentos de aspecto multidisciplinar,sobre a paciente M.E.A. Queixas Principais: dores de coluna, enxa-queca, mau humor, depressão, dores de cabeça diária, tonturas.

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MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Atendimento multidisciplinar: 1- Preenchimento do Pron-tuário de Atendimento Multidisciplinar - PAM nas áreas citadas. 2-Odontologia: exames complementares por imagens, montagemde modelos de gesso no articulador na posição de relação central,verificação da maloclusão, hipótese de diagnóstico e confecção,instalação e controle do aparelho interoclusal, 3- Fisioterapia:massoterapia, eletroterapia e cinesioterapia, 4- Fonoaudiologia:massagens e termoterapia para promover analgesia (antes da ins-talação do aparelho interoclusal na Odontologia). Após a remis-são da dor teve início os exercícios isotônicos e isométricos, 5-Psicologia: Orientação e conscientização das dificuldades que apaciente apresentava em lidar com suas queixas, buscando atravésde técnicas da psicoterapia o agente causador do conflitointerpessoal, 6-Serviço Social: maior compreensão à respeito desua doença e o contexto social em que esta encontra-se atrelada.ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado: Identificação do diagnóstico diferencial: paciente por-tadora de desordem temporomandibular de origem muscular comdeslocamento do disco articular com redução. Remissão das doresde cabeça, tonturas (15 dias) e remissão de todas as queixas relataspela paciente (30 dias) e se manteve no período de controle por 60dias, numa avaliação clínica nas diversas áreas citadas. Conclu- Conclu- Conclu- Conclu- Conclu-sãosãosãosãosão: O atendimento multidisciplinar implementado neste ProjetoATM e o PAM possibilitaram viabilizar o atendimento do mesmopaciente sem conflito entre as áreas atuantes, buscando o mesmoobjetivo no tratamento, entendendo o indivíduo pelo aspecto físi-co, psíquico e social.

T 042PROJETO ATM

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM PACIENTES PORTADO-RES DE DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES - DTM.

Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C.2 ; Andrade, C. M.3 ; Benedecti, D.4

1Professora do Curso de Pós-graduação e Coordenadora doProjeto ATM; 2 Professor do Curso de Pós-graduação;

3Assistente do Curso de Pós-graduação;4 Assistente do Curso de Pós- graduação;

Curso de Pós- graduação da Faculdade de Odontologia daUniversidade Santa Cecília - UNISANTA

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Apresentar o Prontuário de Atendimento Multidisciplinar-PAM, já em uso no Curso de Atendimento em Pacientes Portadoresde Desordens Temporomandibulares - DTM, ministrado nas áreas:1- Odontologia, 2- Fisioterapia, 3- Fonoaudiologia, 4- Psicologiae 5- Serviço Social. A ênfase é estudar e desenvolver referenciaisque permitam o diálogo entre a teoria e clínica na DTM. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo:O Projeto ATM implementado na Clínica de Odontologia da Uni-versidade Santa Cecília está em formato de curso teórico e práticoclínico e laboratorial. Com o PAM, tornou-se possível padronizar alinguagem entre os profissionais e está composto de: 1- FichaClínica, 2- Ficha de Pesquisa, respondida pelo paciente nas cincoáreas envolvidas e 3- Exames Complementares de imagens. Oindivíduo passa por triagem e então encaminhado para atendimen-to. Todo paciente segue para todas as áreas envolvidas, sendo queneste período os participantes registram também imagens fotográ-ficas com a finalidade de expor na forma de seminários, apresenta-ção em eventos e publicações. Resultado: Resultado: Resultado: Resultado: Resultado: Em 2 anos de curso IVturmas concluídas, o êxito foi alcançado em 110 indivíduos atendi-dos pelos participantes nas cinco áreas citadas, até 2006. O crité-rio baseou-se nos relatos clínicos iniciais, durante e ao final do

atendimento, nas diversas áreas de atuação. Este resultado foi re-forçado no retorno após três meses de alta, e submetido a novaavaliação clínica. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: A alta incidência de benefício sedeve a aspectos: 1- Possuir um coordenador fixo e atuante nasdiversas áreas e que acompanhe todas as etapas do curso. 2- Tria-gem de modo a restringir aos indivíduos que apresentam sinais e/ou sintomas da DTM., 3- Seguir protocolo quanto aos procedimen-tos. 4- Preenchimento de prontuário. 5- Troca de informações entreos profissionais. 6- Estruturação e apresentação teórica por todosos profissionais envolvidos no atendimento do mesmo indivíduo.7- Passando a enxergar o indivíduo no físico, psíquico e social.

T 043OS HÁBITOS PARAFUNCIONAIS E AS CEFALÉIAS

Gaio, D. C.; Lima e Silva, A. G. ; Stechman Neto, J.Universidade Tuiuti do Paraná

O objetivo deste estudo foi confrontar, através dos prontuários doCDATM/UTP ( Centro de Diagnóstico e Tratamento da ArticulaçãoTemporomandibular - Universidade Tuiuti do Paraná), os hábitosparafuncionais dos pacientes que procuraram atendimento com osdiversos tipos de cefaléias. Foram investigados hábitos taiscomo:morder lábios, bochecha e/ou língua, morder objetos,onicofagia, uso de instrumentos musicais, apoiar o queixo com asmãos, goma de mascar, ranger/apertar os dentes e mastigaçãounilateral. Na amostra estudada 71% dos indivíduos apresentaramalgum tipo de cefaléia. Dos indivíduos com cefaléia, independentedo gênero e faixa etária, 66,6% tinham história de cefaléia asso-ciada a três ou mais hábitos parafuncionais. Dos hábitos mais co-muns destacaram-se morder bochecha, língua e/ou lábios (73%),ranger/apertar os dentes (69,2%) e mastigação unilateral (59,6%).Conclui-se que na amostra estudada a maioria dos prontuários dosindivíduos avaliados que apresentaram algum tipo de cefaléia ti-nham três ou mais hábitos parafuncionais quando comparados como grupo controle.

T 044PROJETO ATM

PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DAS DESORDENSTEMPOROMANDIBULARES EM PACIENTES ATENDIDOS NO

AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA

Alves, H.H.C.1; Fragoso, Y.D.2 ; Zanatta, E. C.3 ;Homem, K. L.4; Garcia, S.O.5

1Professora e Coordenadora do curso de Pós-graduação daUNISANTA; 2 Professora Titular da Disciplina de Neurologia daUNIMES; 3 Professor do curso de Pós-graduação UNISANTA

4Aluna do curso de Pós-graduação da UNISANTA;5Aluno do curso de Pós-graduação da UNISANTA

Curso de Pós-graduação em atendimento a pacientes portadoresde desordens temporomandibulares da

Universidade Santa Cecília - UNISANTA - Santos - São Paulo

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: o presente trabalho visa detectar a presença de sinaise sintomas prevalentes nas desordens temporomandibulares(DTMs), no ambulatório terciário de cefaléia. Todos os pacientesavaliados apresentavam dor crônica, tanto os de retorno ao am-bulatório e os casos novos. Método:Método:Método:Método:Método: Amostra consta com 21pacientes, 18 sexo feminino, 03 sexo masculino, idade variável

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134 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

de 21 a 81 anos, atendidos no ambulatório terciário de cefaléia.Foram submetidos a um questionário dirigido na área da Odon-tologia para descobrir sinais e sintomas referidos a DTM. Resul-Resul-Resul-Resul-Resul-tado:tado:tado:tado:tado: Uma paciente encaminhada para o ambulatório de cefaléia,preenchia todos os critérios de DTM, que recebeu a confirmaçãopela equipe da Odontologia. Demais pacientes: 4 casos de enxa-queca, 1 caso de cefaléia tensional crônica, 15 casos de cefaléiacrônica diária (CCD), com uso excessivo de medicação. Quandoaplicado o questionário dirigido, foram obtidos seguintes resulta-dos: 11 pacientes portadores de próteses totais inadequadas, 12pacientes apresentavam hábitos parafuncionais ( ranger ou aper-tar os dentes). ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: pacientes crônicos do ambulatóriode cefaléia podem ser portador de DTM. Esse poderia ser umagravante no uso excessivo de analgésicos. Na presente amostra73% dos pacientes com CCD, apresentam sintomas de DTM. Opresente estudo continua sendo expandido.

T 045INJEÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO COMO RECURSO

NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕESTEMPOROMANDIBULARES

Coelho, L. M.; Salles, B. W.Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial,

Universidade Federal de Santa Catarina

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: O uso de fatores de crescimento como agentes tera-pêuticos de doenças musculares começa a ser estudado, uma vezque estes são responsáveis pela proliferação e diferenciação dediversos tipos de células no organismo. A proposta desta revisãoé avaliar a possibilidade de uso de tais substâncias no tratamentode Disfunções Temporomandibulares (DTM), através de sua açãona recuperação de lesões musculares. Métodos Métodos Métodos Métodos Métodos: Através da re-visão sistemática na literatura internacional, procuramos buscarum melhor entendimento do modo de ação dos fatores de cresci-mento em diferentes situações. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: Diferentes tipos defatores de crescimento proporcionam resultados diversos na mus-culatura. Enquanto Lefaucher e Sébille (1995), Armand et al.(2003), Tatsumi et al. (1998) e Yang e Goldspink (2002) conse-guiram resultados positivos em seus estudos, White et al. (2002)e Vignaud et al. (2003) não conseguiram evidências semelhantese Svensson et al. (2003) e Makowska, Panfil e Ellrich (2005) obti-veram resultados negativos, como alodinia e hiperalgia. Con- Con- Con- Con- Con-clusão:clusão:clusão:clusão:clusão: Baseados na literatura consultada, pudemos concluirque, futuramente, os fatores de crescimento poderão se tornarreais no tratamento das DTM com alterações musculares, apesarde se fazer necessário uma maior quantidade de trabalhos depesquisa nesta área.

T 046INTERAÇÃO ENTRE ODONTOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA

NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕESTEMPOROMANDIBULARES: RELATO DE CASO

Coelho, L. M.; Oliveira, J.; Canto, G. L., Britto, M. S. Universidade Federal de Santa Catarina

Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: Numa odontologia atual, onde o indivíduo é visto emsua totalidade, a multidisciplinaridade exerce um papel fundamen-tal no tratamento de diversas patologias. Sendo as Disfunções

Temporomandibulares multifatoriais, são a Odontologia, Fono-audiologia e diversas outras especialidades de grande importânciapara a resolução dos quadros dolorosos. O objetivo do presentetrabalho é demonstrar o papel decisivo da Fonoaudiologia no tra-tamento de uma adolescente com DTM. Métodos Métodos Métodos Métodos Métodos: Paciente de 15anos, com dor muscular em masseter do lado esquerdo e articulardo lado direito. Esta relatou correção ortodôntica de mordida cru-zada posterior na infância. A avaliação clínica da adolescente de-monstrou necessidade conjunta de terapia fonoaudiológica, procu-rando melhora na motricidade oral na dicção dos sons sibilantesem decorrência de hábito adquirido antes da remoção da mordidacruzada. Concomitantemente, foi instalada Placa Total Miorrelaxantepara diminuir os sintomas dolorosos e relaxar os músculosmastigatórios. Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: Com a melhora na pronúncia dossons sibilantes e relaxamento da musculatura promovido pela Pla-ca Miorrelaxante, tanto a dor muscular quanto a articular cessaram.A paciente continua em acompanhamento, usando a Placa e semnecessidade de nova intervenção fonoaudiológica. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão:Um bom diagnóstico precedendo um plano de tratamento que abran-ja todas as necessidades do paciente se mostram indispensáveispara a melhora do quadro doloroso induzido pela parafunção de-corrente da DTM. A Fonoaudiologia é de grande importância paraa recuperação da funcionalidade do Sistema Estomatognático.

T 047COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA CRÔNICA EM

PACIENTES COM DTM E CEFALÉIA

Fleming NRP MD, Sousa JA PhD MD, Pereira Jr PhD DDS,Telles C PhD MD , Nascimento O PhD MD

Introdução:Introdução:Introdução:Introdução:Introdução: Os estudos que se baseavam na Classificação daIHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC)como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de2004 a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para as cefaléiascomo: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléia por usoexcessivo de medicação (PCUEM) (8.2.7), hemicrânia contínua (HC)(4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI) (4.8).Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadas cefaléiascrônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais do que 15dias por mês e por mais de três meses. Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo: Avaliar a pre-valência de cefaléia crônica e possíveis diferenças entre um grupocom cefaléia crônica e DTM de clínica de dor orofacial de faculda-des de odontologia e cefaléia crônica sem DTM de clínica de cefaléiade faculdade de medicina. Material e MétodosMaterial e MétodosMaterial e MétodosMaterial e MétodosMaterial e Métodos: Avaliamos 41pacientes consecutivos com DTM e cefaléia atendidos nas clínicasde dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO eda UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research DiagnosticCriteria for TMD) e comparamos com 42 pacientes com cefaléiaatendidos na clínica de cefaléia da clínica de dor da faculdade demedicina da UERJ. As cefaléias que ocorreram mais do que 15 diaspor mês, por mais de três meses e que foram comuns aos 2 gruposestudados, foram agrupadas em cefaléia crônica e comparadas peloteste t-student de proporções. Excluiu-se dos pacientes sem DTM aHC como cefaléia crônica já que não ocorreram nos pacientes comDTM. Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: Apresentavam cefaléia crônica 21 indivíduosdo grupo de DTM e 17 do grupo de cefaléias. Aplicando-se o testet-student para proporções encontramos o valor t = 0,987733, p =0,05, logo não diferiram. Avaliando-se a proporção de migrâneacrônica nos dois grupos conclui-se que esta foi significativamente

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 135

mais freqüente nos casos (t = 2,083, p <0,05) do que nos contro-les. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: A conclusão foi que as proporções das cefaléiascrônicas não diferiram entre os dois grupos, porém a migrâneacrônica foi significativamente mais freqüente nos indivíduos comDTM do que nos controles. Este dado é importante para avaliaçãode possível mecanismo fisiopatológico compartilhado em algummomento por ambas as patologias, podendo estar envolvido com aconvergência dos estímulos álgicos de ambas as algias no NúcleoCaudal do Trigêmeo.Referências: Referências: Referências: Referências: Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication ofperipheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS,Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K e Sheftell F. PrimaryHeadaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.// Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18.In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Den-tal Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classifica-ção Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação dasCefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Socie-dade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacio-nal de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004:1-272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria forTemporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations andSpecifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.//Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanismsof nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinicalcorrelations. Crit Rev Oral Biol Med. 2000; 11 (1): 57-91.// Woolf C,Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding ofpain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. TheComparison of Patients Suffering from Temporo-mandibular Disordersand a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210- 3.

T 048PREVALÊNCIA DE CEFALÉIAS EM PACIENTES COM DTMARTICULAR, MIOFASCIAL E ARTICULAR/MIOFASCIAL

Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles CPhD MD, Moreira PF PhD MD.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia de acordo com ostipos de DTM: articular (DTMart), miofascial (DTMmio) e articular/miofascial (DTMart/mio), baseada na classificação da IHS de 2004.Material e métodosMaterial e métodosMaterial e métodosMaterial e métodosMaterial e métodos: Avaliamos 41 pacientes consecutivos comDTM e cefaléia atendidos nas clínicas de dor orofacial das faculda-des de odontologia da UNIGRANRIO e da UERJ, com queixas decefaléia no RDC (Research Diagnostic Criteria for TMD) e comparamos com 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica decefaléia da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Ostipos de cefaléias encontrados foram agrupados em migrânea (1 daIHS), cefaléia do tipo tensional (CTT) (2 da IHS) e provável cefaléiapor uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7 da IHS). Tambémforam agrupadas em cefaléias crônicas, isto é, cefaléia que ocor-rem mais do que 15 dias por mês e por mais de três meses a saber:migrânea crônica (MC) (1.5.1 da IHS), cefaléia do tipo tensionalcrônica (CTTC) (2.3 da IHS) e PCEM. Os diagnósticos foram avali-ados pelo teste t-student de proporções. A pesquisa foi liberadapela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaram termo ode consentimento livre e esclarecido. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: Quarenta eseis por cento dos pacientes tinham DTM art/mio sendo que nestesubgrupo a migrânea foi a cefaléia significativamente mais freqüen-te (t = 3,65, p<0,05) e a presença do gênero feminino foi signifi-

cativamente maior (T = 2,10, p <0,05). Já a DTM mio foi encontra-da em 32% dos pacientes e as cefaléias crônicas foram significati-vamente mais freqüentes (t = 2,10, p <0,05), com menor freqüên-cia de PCEM e os gêneros não diferiram. A DTM art foi a menosfreqüente, 22%, e a cefaléia mais prevalente foi a PCEM, com pre-sença exclusiva do gênero feminino. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: A DTM art foi amenos freqüente porém a que houve maior uso excessivo de anal-gésico, o que pode sugerir maior intensidade de dor. Já a DTM miofoi a que apresentou maior prevalência de cefaléia crônica. Nestecaso a migrânea crônica poderia estar ocupando o lugar da CTTCe justificaria os trabalhos anteriores com maior prevalência de CTTCnas DTM. É imprescindível para qualquer estudo posterior não só aclassificação dos tipos de DTM como também a classificação daIHS de 2004 para as cefaléias na orientação das novas pesquisasnesta área.Referências: Referências: Referências: Referências: Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication ofperipheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP Press,Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K, Sheftell F. PrimaryHeadaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.// Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18.In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Den-tal Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classifica-ção Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação dasCefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Socie-dade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacio-nal de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1-272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria forTemporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations andSpecifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.//Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanismsof nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinicalcorrelations. Crit Rev Oral Biol Med, 2000; 11(1): 57-91.// Woolf C,Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding ofpain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. TheComparison of Patients Suffering from Temporomandibular Disordersand a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210-3.

T 049AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA EM PACIENTE PORTA-

DORA DE DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR (DTM)ATRAVÉS DA METODOLOGIA DÁDER

Alves, H.H.C.1; Toma, W.2 ;Cauchioli, M.R.3 ;Globo, N.T.4;Gomes, S.P.5; Louzada, A. F. A. F6; Mesquita, C.C.7; Murasawa, A. C8.

1Professora do curso de Pós graduação e Coordenadora doProjeto ATM da UNISANTA;

2Professor Titular do curso de Farmácia da UNISANTA; 3 4 5 6 7 8 Alunos do curso de graduação da

Faculdade de Farmácia da UNISANTA - Universidade Santa Cecília

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: É fato comum em pacientes portadores de DesordensTemporomandibulares (DTMs) a prática da polifarmácia. Tal fatoocorre grande parte das vezes em decorrência das patologias asso-ciadas à DTM, o que leva este paciente a tornar-se não apenasescravo do uso de uma infinidade de medicações, mas também, deuma grande fonte de possibilidades de desenvolvimento dos cha-mados Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM). Estes PRMtrazem não apenas desconforto e redução na qualidade de vida dopaciente, mas também a possibilidade do incremento da polifarmáciaem virtude da grande possibilidade do clínica em não detectar deum PRM , mas sim pelo fato de acreditar que o paciente seja porta-

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dor de nova patologia. Método:Método:Método:Método:Método: A avaliação de pacientes porta-dores de DTMs na clínica de Odontologia da Universidade SantaCecília é realizada por profissional farmacêutico através do Méto-do Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica. Este trata-se de umMétodo científico, cujo objetivo é avaliar os PRM apresentadospelos pacientes em decorrência do uso indiscriminado de fármacosdurante toda a vida. Durante entrevista com os pacientes são avali-ados 3 parâmetros fundamentais: 1) a necessidade do uso da me-dicação; 2) a efetividade da medicação utilizada e 3) a segurança damedicação utilizada. Dentre estes 3 parâmetros há subdivisão dosmesmos, acarretando na ocorrência de 6 diferentes classes de PRM,os quais pontuam o problema do uso da medicação destes pacien-tes. A paciente submetida à análise através do Método Dáder deavaliação farmacoterapêutica faz uso das seguintes medicações: 1)carbamazepina (600 mg/dia); 2) clonazepam (0,5 mg/dia); 3)levopromazina (25 mg/dia); 4) fluoxetina (40 mg/dia), caracteri-zando deste modo a prática da polifarmácia com grandes chancesdo desenvolvimento dos chamados PRM, sendo necessária avalia-ção da mesma através do Método proposto. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: A paci-ente apresenta 4 diferentes PRM (PRM1, PRM3, PRM4 e PRM5), osquais podem ser amenizados ou até mesmo suprimidos caso hajaconcordância tanto do paciente quanto do profissional prescritor.ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: Pode-se concluir que pacientes portadores de DTMssão seguramente em sua grande maioria praticantes da polifarmácia,que por sua vez, acarreta grandes prejuízos na qualidade de vidadeste paciente. Deste modo, esta metodologia inovadora servecomo grande fonte para que as equipes multidisciplinares, incluamem seus projetos o Farmacêutico com o intuito do desenvolvimen-to da Metodologia Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica.

T 050INCIDÊNCIA DE CEFALÉIA E DOR MUSCULAR EM TÉCNICOS

DE ENFERMAGEM DE UTI

Juste, L. M.; Ferreira, K. S.; Ribeiro, F. G.; Pacheco, A.; Polisseni,M. L. C.; Gomes, G. A.; Cruz, L. S.; Pires, L. A.

Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora -Serviço de Neurologia

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Verificar a incidência de cefaléia e dor muscular emTécnicos de Enfermagem de uma UTI. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: A amostra foiconstituída de 25 técnicos de Enfermagem da UTI do Hospital Uni-versitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram coletadasinformações sobre sexo, idade, presença de cefaléia e incidênciade dor muscular à palpação bilateral, com 2 kg de força, dos mús-culos: temporal, masseter, masseter profundo, trapézio,suboccipitais, esplênio da cabeça e esternocleidomastóideo. Foirealizada palpação das ATMs, sendo classificada como positiva enegativa quando apresentava dor ou não, respectivamente. Os re-sultados foram avaliados pelo programa estatístico EPI INFO ver-são 6.0. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: A amostra foi constituída de 40% de ho-mens e 60% de mulheres com idade média de 39 anos, sendo que50% dos homens e 80% das mulheres relataram algum tipo decefaléia. Verificou-se que 31,4% dos músculos palpados apresen-taram dor, 41,7% apresentaram dor em ATM. Os músculos maisdolorosos foram esternocleidomastóideo em 43,7% dos indivídu-os, trapézio em 33,4%, masseter profundo em 33,3% e esplênio dacabeça em 31,2%. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Tensão muscular e dor à palpaçãodos músculos da cabeça e pescoço são freqüentes nos indivíduosque apresentam disfunção de ATM e cefaléias. Os músculos verifi-

cados mais dolorosos são sabidamente capazes de gerar cefaléia.As queixas relatadas são comuns, segundo vários estudos, poden-do afetar significativamente a qualidade de vida. Recomenda-se,portanto, orientações sobre aspectos facilitadores dos quadros decefaléia e prevenção através de ginástica laboral no ambiente hos-pitalar, como já vem sendo realizado nas grandes empresas.

T 051"ALARM BELL HEADACHE"

Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Dodick, D. A.;Farias da Silva, W.

Departments of Neuropsychiatry, Federal University of Pernambuco,Recife, Brazil; Department of Neurology, Mayo Clinic College of

Medicine, Mayo Clinic, Scottsdale, Arizona, USA.

Objective:Objective:Objective:Objective:Objective: To describe a form of stabbing headache associatedwith intracranial potentially dangerous abnormalities, such asunruptured aneurysms, vascular malformations and tumours.Methods:Methods:Methods:Methods:Methods: From 2003 to 2006 we observed 34 patients withintracranial abnormalities (16 pituitary adenomas, 6 meningeomas,5 acoustic schwannomas, 2 glomus jugularis, 4 unruptured saccularaneurysms, 1 frontal oligodendroglioma, and 1 occipital arterio-venous malformation) associated with stabbing headache. Results: Results: Results: Results: Results:The characteristics of the secondary stabbing headache attacksobserved in those patients were: (a) a gradual enhancement in painseverity with an increase in frequency in the last months or years(crescent pattern); (b) the identification of the existence of a contactbetween the dura mater and the lesion; (c) a focal pain in just oneplace or in a few points on the head; (d) a unilateral presence of thepain on the same side of the lesion; (e) an occasional precipitationof the pain by head movements; (f) an association with abnormalsigns (i.e., visual loss, proptosis, amenorrhea, galactorrhea, hearingloss, epileptic seizure, etc.); (g) an association with lager intracraniallesions (later appearance); (h) a predomination of women; and (i) arelief/resolution after surgery or dexametasone treatment.Conclusions:Conclusions:Conclusions:Conclusions:Conclusions: Stabbing headache is characterized by a sharp, rapidpain on the head that may happen once in a lifetime or with severalepisodes on a day. It is a relatively common cephalalgia referred by2-8% of the population. However, when stabbing headache presentsone or more of those characteristics described above, we shouldconsider it as an alarm sign, showing that something is going wronginside the head. In that case, an evaluation with neuroimaging mustbe performed.

T 052AVALIAÇÃO DE CEFALÉIA RECORRENTE EM

PACIENTES IDOSOS.

Alonso Rubio, M.Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivos: Apresentar à partir de uma observação pessoal, juntoao protocolo de avalição de cefaléia temporo-parietal recorrenteem pacientes idosos, a disfunção ao nível de atm, ocasionada pelouso inadequado de próteses dentárias ou por ausências delas. PPPPPooooo-----pulação:pulação:pulação:pulação:pulação: Pacientes idosos portadores de próteses totais,parciais,oudesdentados, relacionando como queixa principal, cefaléias recor-rentes, tendo em comum o fato de dormirem sem as próteses.Metodologia:Metodologia:Metodologia:Metodologia:Metodologia: 16 casos avaliados e selecionados,de pacientes

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adultos e idosos, de idade variando de 52 a 83 anos portadores decefaléias bitemporais crônicas, excluindo-se as crõnicas primáriase as secundárias de outras causas. Portadores de próteses dentáriastotais, ou somente superiores ou inferiores ou próteses parciaisremovíveis e que na anamnese informaram retirá-las para dormir.Dor importante à digito-pressão dos músculos masséter/temporale da atm, não percebidas anteriormente de forma espontânea pelopaciente. Resposta terapêutica satisfatória somente com uso notur-no correto das próteses e sua substituição quando desgastadas, ouenfatizando a necessidade de se adquirir uma nos desdentados.Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: A partir da detecção de que os pacientes tinham ohábito de retirar as próteses ao se deitar, focamos nossa indicaçãoprimeira, ao uso obrigatoriamente ininterrupto das mesmas peloprazo de alguns dias para observação correta da medida. Obser-vou-se que a maioria absoluta dos pacientes apresentou uma res-posta satisfatória sem o uso de qualquer medicação ou apenas comanalgésicos suaves nos mais queixosos. Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão: Constata-mos entre os pacientes idosos o hábito muito disseminado, que serefere à retirada das próteses dentárias durante a noite “para des-cansar”, ou porque a prótese “machuca a gengiva”, e que não seapóia em qualquer indicação odontológica. A mudança de atitudetrouxe o alívio surpreendente da cefaléia de forma simples e defini-tiva. O intuito do trabalho é levantar a questão da indagação deforma sistemática pelo médico assistente, sobre o hábito de seretirar as próteses ao dormir, pelo fato de que os pacientes seapresentam nas consultas devidamente portando-as, confundindoa observação médica. Outros trabalhos precisam ser realizadospara se confirmar esta observação.

T 053DISTONIA CRANIOCERVICAL PROVOCADA

RELATO DE CASO.

Alonso Rubio, M.Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: O objetivo deste trabalho é de apresentar um caso decefaléia singular,porque provocada ,de alteração distônicacraniocervical, uma vez que os sintomas obedeciam aos critériosde classificação para as cefaléias atribuídas à distonia crânio-cervical. RRRRRelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Caso: Paciente D.K.A.C., 25 anos, sexo femi-nino, referindo história de cefaléias migranosas esporádicas, compiora progressiva nos últimos anos, descaracterizando a dor inici-al, assumindo sintomas de dor/tensão no pescoço, com irradiaçãopara região posterior da cabeça,depois holocraniana de formacontínua e em pressão. Ao exame notamos importante dor àpalpação da musculatura cervical anterior e posterior, com piora naflexão e na extensão forçada do pescoço. Chamou-nos atençãoseus longos cabelos com comprimento de 1 metro +ou -, que napesagem mostrou possuir 350g, solto nas costas, o que a colocavanuma postura forçada, sustentando a cabeça, pois a tração posteri-or assim obrigava. A religião era o motivo, onde a mulheres nãopodiam cortar os cabelos. Os exames de Rx de crânio e colunacervical foram normais e a introdução de AINES, miorrelaxantes efisioterapia, trouxe alívio temporário. Colocamos a necessidadedo corte do cabelo como alternativa terapêutica, pois eliminaria atração forçada, o que foi recusado, afastando a paciente por exatos12 meses. A piora da dor trouxe a paciente de volta e recolocamosa questão do corte, e que após ouvir o conselho da igreja, cortouos cabelos pelos ombros, voltando após 10 dias referindo alívio

completo da dor, mesmo na palpação e movimentação forçada ,enenhuma queixa foi constatada. O seguimento por 18 meses mos-trava a paciente sempre sem dores, e os cabelos aparados. Con-Con-Con-Con-Con-clusão:clusão:clusão:clusão:clusão: A modificação da postura da cabeça, pelo uso de cabelosexcessivamente longos e pesados, induz, pela alteração forçada dotônus muscular cervical, um quadro semelhante à cefaléia da distoniacraniocrevical quer pelos sintomas quer pela resposta à terapia.Não encontamos trabalhos semelhantes na literatura pesquisada.(PubMed) .

T 054CEFALÉIA EM PACIENTES COM ADENOMAS HIPOFISÁRIOS

Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Gadelha, M.;Barbosa, C.A.; Alves, T.R.M.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Avaliar a freqüência e as características das cefaléiasnos pacientes com adenomas hipofisários. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foram ava-liados 46 pacientes com adenomas hipofisários no ambulatório deendocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filhoda Universidade Federal do Rio de Janeiro. Selecionamos no am-bulatório de endocrinologia todos os pacientes entre 18 e 65 anosque apresentaram em algum momento diagnóstico de adenomahipofisário. Aplicamos nestes pacientes questionário sobre a pre-sença de cefaléia e suas características, e fizemos a revisão noprontuário sobre o tipo de adenoma, tratamento clínico e ou cirúr-gico e resultado de exames de imagem disponíveis. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados:De todos os pacientes avaliados, apenas 5 não apresentaramcefaléia em nenhum momento após o diagnóstico do adenoma. Osoutros 41 pacientes apresentaram algum tipo de cefaléia. Algunspacientes tiveram alívio da dor, com tratamento clínico ou cirúrgico.Dos pacientes que tinham cefaléia, 7 apresentaram dor compatívelcom os critérios diagnósticos da IHS para enxaqueca com aura, 7pacientes para enxaqueca sem aura e 5 para cefaléia do tipo tensãofreqüente, nenhum dos paciente avaliados preenchia critérios paracefaléias trigêmino-autonômicas. Os 22 pacientes restantes queapresentavam cefaléia não preenchiam critérios para nenhumacefaléia específica. Em relação as características dos adenomas, 39pacientes tinham macroadenomas e apenas 7 microadenomas. 14pacientes tinham adenomas não funcionantes, 18 prolactinomas,12 produtores de GH e 2 produtores de ACTH. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Acefaléia é um sintoma muito prevalente nos pacientes com tumoreshipofisários. Em alguns casos pode apresentar características decefaléias primárias freqüentes como enxaqueca e cefaléia do tipotensão.

T 055SECONDARY CLUSTER HEADACHE: CAUSES, SIDE OF THE

PAIN AND LATENT PERIOD

Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Martins, H.; Lys, F. M.;Oliveira, D. A.; Souza, J. L.; Vieira, A. C. C.; Cauás, M.;

Peres, M. F. P.; Farias da Silva, W.Federal University of Pernambuco

ObjectivesObjectivesObjectivesObjectivesObjectives: To describe the clinical characteristics of 18 patientswith cluster headache (CH) associated with intracranial or orofacialabnormalities. Methods: Methods: Methods: Methods: Methods: 18 patients (12 men) with CH (ICHD-II)were evaluated in the period between 2000 and 2007. All were

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submitted to neuroimaging evaluation and, when an abnormalitywas encountered, we tried to correlate the finding with that particu-lar unilateral type of headache. RRRRResults:esults:esults:esults:esults: We found events that couldpossibly have precipitated the CH such as: carotid artery aneurysms(n=3), head/face trauma (n=11), cavernous angioma (n=1), chronicsubdural hematoma (n=1), electric discharge (n=2), ocular surgery(n=1), ethmoidal sinusitis (n=1) temporal cyst (mesial, n=1), den-tal inflammatory process (n=1), and a rare case of petrous apexcephalocele (n=1). The age of the patient at the first cluster episodewas 39±16 (10-68) years. A close relationship was observedbetween the location of the trauma and the side of the pain. A latentinterval of 60 ±14 (0-360) months was observed between themoment of the precipitating event and the onset of the headache.The left side of the head was involved in 81% of the cases. If that iscompared with 190 patients with probable idiopathic CH (Farias daSilva series), in which pain was felt on the left side in 45% of thecases, there was, indeed, a significant difference (p=0.01, Fishertest). Conclusions: Conclusions: Conclusions: Conclusions: Conclusions: This study suggests that secondary CHpredominates in men; preferably occurs on the left side of the head;has a latent period of months or years; and trauma is the leadprecipitating cause.

T 056CEFALÉIA DA HEMODIÁLISE: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA

Mendonça-Santos, KAL1; Seixas, LN2;Costa-Neto, J1; Farias-da-Silva, W1

1Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)2Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasp)

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Estudar as características clínicas das cefaléias apre-sentadas pelos pacientes submetidos a tratamento de hemodiálisepor insuficiência renal crônica. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foram estudados 34pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Hos-pital das Clínicas. Foi realizada entrevista individual com protocolopré-estabelecido, inquirindo-se a cerca das características da cefaléiacomo caráter, duração, intensidade, relação com a sessão dehemodiálise, presença de cefaléia prévia. A análise estatística foirealizada através do teste de χ2. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Vinte e dois (64,7%)pacientes experimentaram cefaléia em algum momento do trata-mento hemodialítico, destes, 16 (72,7%) tinham história de cefaléiaprévia. (p=0,0257). Houve discreto predomínio do sexo feminino(54,5%), entretanto todos os pacientes que não experimentarameste sintoma eram homens (p=0,0015). Quanto às característicasclínicas, a cefaléia foi referida como de forte a moderada em 90,8%dos casos, o caráter pulsátil em 54,5% e constrictivo em 40,9%, delocalização bifrontal em 45,4%, ocorrendo em 68,2% dos casosdurante a sessão de hemodiálise. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: A freqüência encon-trada (64,7%) foi semelhante aos estudos anteriores. A significativaprevalência de cefaléia prévia ao tratamento dialítico (72,7%) suge-re haver influência desta condição com a cefaléia relacionada àhemodiálise, aventando ser a hemodiálise um fator desencadeante.A distribuição por sexo difere daquela das cefaléias primárias, su-gerindo secundarismo da cefaléia relacionada à hemodiálise. Asdemais características correspondem aos achados da literatura.ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: a cefaléia relacionada à hemodiálise não apresentacaracterísticas homogêneas, embora seja mais comumente referi-da como pulsátil, apresentando-se de moderada a forte intensida-de, de localização bifrontal ocorrendo predominantemente durantea sessão de hemodiálise. Ainda sem compreensão do papel do

procedimento no desenvolvimento da cefaléia, como agentedeterminante, desencadeante ou ambos.

T 057SÍNDROME PESCOÇO-LÍNGUA: RELATO DE TRÊS CASOS

Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux CUFF - Setor de Investigação das Cefaléias

Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar e discutir três casos de síndrome pescoço-lín-gua. Relato dos casoselato dos casoselato dos casoselato dos casoselato dos casos: Caso ICaso ICaso ICaso ICaso I - Mulher de 58 anos, branca,relata que há cerca de um ano apresenta dor occipital, em choque,com irradiação para região mastóidea direita acompanhada dedormência na metade direita da língua. A disestesia língua é decurta duração (menos de um minuto), persistindo por alguns minu-tos dor retro-mastóidea. Já apresentou quatro episódios desde oinício do quadro, há quatro anos, sempre relacionados à rotaçãoda cabeça para o lado direito, quando vai manobrar o carro. Escla-rece que nem sempre a rotação do pescoço desencadeia a dor.Nega outros sintomas neurológicos associados ao quadro. O exa-me neurológico era normal e os estudos radiológicos (TC, RM e RXdinâmico da coluna cervical) foram negativos para instabilidade,em qualquer nível, evidenciando, apenas, degeneração disco-osteofitária cervical incipiente. Paciente foi orientada a evitar movi-mentos bruscos e extremos de lateralização do pescoço. Em doisanos de acompanhamento, não apresentou novos episódios. CasoCasoCasoCasoCasoIIIIIIIIII - Homem de 32 anos, durante treinamento de judô, em quesofreu rotação extrema do pescoço para a esquerda, apresentoudor em choque, e sensação de queimação na região occipital, irra-diando-se para ouvido esquerdo, associada a adormecimento daborda esquerda da língua. A dormência na língua desapareceu empoucos segundos, mas a dor persistiu por cerca de uma hora, emmenor intensidade, como sensação de calor auricular. Não apre-sentou outros sintomas e/ou sinais neurológicos. Avaliado peloexaminador imediatamente após o acidente, ainda no local, encon-trava-se assustado, mas com exame neurológico normal. Estudosda coluna cervical (RX dinâmico e RM) foram normais. Não houverecidiva até o momento, sete anos após. Caso IIICaso IIICaso IIICaso IIICaso III - Mulher de 48anos, apresentando dor cervical irradiada para região occipital di-reita, em pressão, de intensidade moderada, contínua, que se ini-ciou há cerca de 8 meses. A paciente referia que em determinadasépocas, a dor se tornava intensa, acompanhada de rigidez cervicale dormência na metade direita da língua, que persistia por algumashoras, desaparecendo, em seguida. A paciente não sabe precisar afreqüência dos episódios de disestesias, mas apresentou inúmerosdeles. O exame neurológico encontrava-se normal; estudos neuro-imagem (Rx dinâmico, TC e RM da coluna cervical revelaram dege-neração disco-osteofitária C3-C4, com maior componente à direi-ta. Não havia relato de irradiação da dor para MMSS. Melhora comAINE e amitriptilina. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: A síndrome pescoço-língua foiinicialmente descrita por Lance e Anthony em 19801 e consideradarara por Lewis, Frank e Toors,2 em publicação relativamente recen-te. Sjaastad e Bakketeig,3 em 2006, apresentam seis novos casosde síndrome pescoço-língua: três casos clássicos (pacientes 1, 2 e6), um caso com espasmo da língua (paciente 3), um caso comdesconforto facial (paciente 4) e um caso clássico, associado àcefaléia cervicogênica. Estes autores acreditam que a síndromepescoço-língua seja mais freqüente, principalmente em estudosepidemiológicos como o de Vaga, que permitem a identificação de

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síndromes mais leves ou incompletas. Quanto à fisopatologia dador e da parestesia lingual, presume-se que a compressão dasegunda raiz cervical no espaço atlanto-axial, determinada por ro-tação súbita do pescoço, seja o fator responsável. Fibras aferentesdo nervo lingual que, através do nervo hipoglosso alcançam a se-gunda raiz cerevical, seriam o substrato anatômico provável.1,4 En-tretanto, os sintomas não estão necessariamente associados à ro-tação do pescoço, como em nosso paciente 3, fato também obser-vado por Fortin e Biller.5 ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Os três pacientes descritosno presente trabalho apresentam características clínicas compatí-veis com a síndrome pescoço-língua. Vale ressaltar a normalidadedos exames clínico, neurológico e neuro-radiológicos. Em um denossos pacientes, o quadro se deveu, quase certamente, ao traumasofrido; em outro paciente não havia associação com movimentoscervicais.RRRRReferências:eferências:eferências:eferências:eferências: 1-Lance JW, Anthony M. Neck-tongue syndrome on suddenturning of the neck. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1980;43:97-1012-Lewis DW, Frank LM, Toor S. Familial neck-tongue syndrome. Headache2003;43:132-43-Sjaastad O, Bakketeig LS. Neck-tongue syndrome and related (?)conditions. Cephalagia 2006:26:233-140 4-Toure Gaoussou, Vacher Christian. Données anatomiques du syndrome"cou-langue": "the neck-tongue syndrome". Société Anatomique de Paris,sessão de 27 de outubro de 2006.5-Fortin CJ, Biller J. Neck-tongue syndrome. Headacahe 1985;25:255-8.

T 058ALTERAÇÕES DO EXAME NEUROLÓGICO EM AMOSTRA DE

312 PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DECEFALÉIAS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFS.

Lucena AA, Lima BM, Silvino CJ, Fraga TP, Paixão MOR, Jesus ACFLICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução. O exame neurológico é método indispensável naseqüência de avaliação de pacientes com queixa de algia craniana;apesar do diagnóstico da maioria das cefaléias primárias não de-pender exclusivamente de alterações semiológicas, uma anormali-dade encontrada direciona o raciocínio clínico para a necessidadede investigação complementar. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Descrever e avaliar aocorrência de alterações do exame neurológico em pacientes aten-didos em centro de referência estadual em cefaléias. Metodologia:Metodologia:Metodologia:Metodologia:Metodologia:Por meio de estudo retrospectivo, foram analisados os prontuáriosde 312 pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléias do Hos-pital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, no períodode janeiro de 2006 a maio de 2007. Os pacientes receberamdiagnósticos segundo os critérios da última edição da Classifica-ção Internacional das Cefaléias. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: A amostra abrangeupacientes de ambos os sexos (71 homens e 241 mulheres), comidades que variaram entre 09 a 87 anos; dezesseis pacientes (5,12%)apresentaram as seguintes alterações do exame neurológico:hiperreflexia à direita em uma paciente com o diagnóstico demigrânea com e sem aura (6,25%); hiperreflexia à esquerda em trêspacientes (18,75%), sendo que migrânea crônica, migrânea semaura e migrânea com aura foram os diagnósticos observados;hiperreflexia global em três pacientes (18,75%), migrânea crônicafoi diagnosticada em dois deles e um foi analisado como portadorde cefaléia trovoada primária; hiperreflexia de MMII foi observadaem dois pacientes (12,5%) com migrânea sem aura e cefaléia tipotensional crônica; em um paciente (6,25%) com crises de migrâneacom e sem aura, hemiparesia à esquerda foi a alteração encontra-

da; hemiparesia à direita foi notada em um paciente com cefaléiasintomática (secundária à hemorragia subaracnóide); um pacientemigranoso crônico apresentava disdiadococinesia em membro su-perior esquerdo; borramento papilar bilateral foi a alteração maisprevalente e encontrada em 25% dos pacientes (cefaléia sintomáti-ca em um paciente, hemicrânia paroxística crônica em uma pacien-te, migrânea sem aura em uma paciente e cefaléia do tipo tensionalcrônica em uma paciente; 12,5% dos pacientes apresentavamplatibasia, e Neuralgia do trigêmio e cefaléia sintomática eram osdiagnósticos dos mesmos; por fim, anosmia foi observada em umpaciente (6,25%) com cefaléia pós-traumática aguda. Investigaçãocomplementar imaginológica foi realizada em todos os pacientes,porém obtivemos o seguimento de 75% apenas; destes, apenasdois pacientes apresentaram exames com alterações significativas:aneurisma de artéria comunicante posterior à esquerda, observadaem angioressonância de vasos cerebrais em um deles, e área deencefalomalácia em território de suprimento da artéria cerebralmédia à direita, observada em tomografia de crânio de pacientecom crises de migrânea com e sem aura. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Sinais delongas vias e alterações de nervos cranianos foram as alteraçõesmais comumente observadas nos pacientes do nosso estudo, oque, entretanto não encontrou correspondência na maioria dosexames de imagem realizados. Apesar da baixa freqüência do apa-recimento de alterações do exame neurológico em nossa amostra,o mesmo deve permanecer como rotina na avaliação de pacientescefalêicos.

T 059AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA MUSCULAÇÃO SOBRE AFREQUÊNCIA E GRAVIDADE DE CEFALÉIAS PRIMÁRIAS

ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.D.,Ayres, B., Domingues, S.A.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A prática de musculação é cada vez mais freqüenteentre jovens universitários, impulsionados por conceitos estéticosatuais. Pouco se sabe sobre a influência da prática regular damusculação sobre a prevalência e o impacto da cefaléia e damigrânea. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Quatrocentos e sessenta e quatro estudan-tes universitários foram aleatoriamente selecionados e submetidosa questionário diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. Ohistórico de musculação nos últimos 6 meses foi avaliado em ter-mos de: intensidade (através da escala de Borg), freqüência sema-nal e tempo - em minutos - de musculação por semana. As correla-ções entre cefaléia e musculação foram obtidas através de testes decomparação de médias ou de proporções, conforme indicado. Re-Re-Re-Re-Re-sultadossultadossultadossultadossultados: Cento e cinqüenta e cinco estudantes (33,4%) referirampraticar musculação regularmente; 74,5% tinham histórico decefaléia e 60,5% foram diagnosticados como tendo migrânea ouprovável migrânea. A prática de musculação não se correlacionoucom cefaléia (P=0,3) ou com migrânea (P=0,7), bem como nãoinfluiu no escora da escala MIDAS (P=0,47). Foram analisados osefeitos isolados da intensidade, freqüência e duração semanais demusculação sobre a prevalência de cefaléia e musculação, bomcomo sobre a escala MIDAS, sendo que nenhuma correlação esta-tisticamente significativa foi encontrada. Comparou-se o tempo demusculação semanal, freqüência semanal de musculação e intensi-dade de musculação entre indivíduos com formas episódicas e crô-nicas de cefaléia, não sendo encontrada nenhuma diferença estatis-

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ticamente significativa. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: A prática de musculação, in-dependente de sua intensidade, freqüência e duração, não foideterminante sobre a prevalência de cefaléia e de migrânea, nemtampouco interferiu na gravidade da cefaléia pela escala MIDAS.Estes dados sugerem que aos pacientes com cefaléia e que prati-cam musculação devam receber orientação individualizada de acor-do com o seu histórico pessoal.

T 060AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE REALIZAÇÃO DE

ATIVIDADE FÍSICA AERÓBICA E CEFALÉIA

Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D.,Ayres, B., Domingues, S.A.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Atividades físicas podem induzir cefaléia, embora al-guns autores sugerem que a prática regular de atividades físicaspode contribuir para a profilaxia da migrânea. Neste estudo avalia-mos a correlação entre a prática regular de exercícios físicosaeróbicos sobre a prevalência e o impacto da migrânea. Méto- Méto- Méto- Méto- Méto-dosdosdosdosdos: Este estudo foi conduzido entre estudantes universitários ale-atoriamente selecionados, que foram submetidos a questionáriopara diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. O histórico deatividades aeróbicas nos últimos 6 meses foi avaliado em termosde: intensidade (através da escala de Borg), freqüência semanal etempo - em minutos - de exercícios por semana. A correlação entrecefaléia e atividades aeróbicas foi obtida através de testes de com-paração de médias ou de proporções, conforme indicado. Resul-Resul-Resul-Resul-Resul-tados:tados:tados:tados:tados: Foram entrevistados 464 indivíduos, sendo que 74,5%tinham histórico de cefaléia e 60,5% foram diagnosticados comomigrânea ou provável migrânea. Não houve correlação entre ativi-dades aeróbicas e cefaléia ou migrânea (P=0,3). A escala MIDASnão diferiu entre indivíduos que não praticam ou que praticam ativi-dades leves, moderadas ou intensas (P=0,7). O tempo de ativida-des não diferiu entre indivíduos com e sem cefaléia ou migrânea(P=0,73). Não houve correlação entre impacto da cefaléia e dura-ção atividade aeróbica (P=0,6). A freqüência semanal de atividadesaeróbicas também não influiu na prevalência de cefaléia e migrânea,nem tampouco no impacto pela escala MIDAS (P=0,32). Compa-rou-se o tempo de atividade aeróbica semanal, freqüência semanalde atividade aeróbica e intensidade de exercícios entre indivíduoscom formas episódicas e crônicas de cefaléia, não sendo encontra-das diferenças estatisticamente significativas. Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões: Em-bora alguns indivíduos refiram beneficiar-se das atividades aeróbicaspara prevenção da migrânea, este estudo não sugere que exercíci-os aeróbicos, independentemente de sua freqüência, duração eintensidade, possam influir na prevalência ou na gravidade damigrânea.

T 061FATORES DE RISCO PARA CEFALÉIA E MIGRÂNEA ENTRE

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS.

Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D.,Ayres, B., Domingues, S.A.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Neste estudo avaliamos a associação de fatores comosexo, peso e alguns hábitos com a prevalência e o impacto dasprincipais cefaléias primárias. MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foi realizado estudo trans-versal, com seleção aleatória dos sujeitos, com aplicação de ques-

tionário sobre cefaléia, ingestão de álcool, tabaco e café, além dadeterminação do IMC. As correlações foram feitas com testes decomparação de médias e proporções conforme a indicação. Re-Re-Re-Re-Re-sultadossultadossultadossultadossultados: Foram entrevistados 182 homens e 282 mulheres. Aidade média foi de 22,25±3,4 anos; 346 indivíduos referiramcefaléia, sendo que a proporção de indivíduos com cefaléia foimaior no sexo feminino (P=0,0006). A migrânea foi mais prevalenteentre as mulheres (P<0,0001), mas a cefaléia do tipo tensional foimais freqüente entre homens (P=0,025). A escala MIDAS foi maiselevada nas formas crônicas de cefaléia (P<0,0001). As mulherestiveram maior pontuação na escala MIDAS (13,18±1,1 X 5,9±1;P<0,0001). Os indivíduos que apresentavam hábito de ingerir be-bidas alcoólicas com freqüência maior que uma vez por semananão apresentaram maior prevalência de cefaléia que os demais(P=0,58). Não houve influência da ingestão de álcool sobre aescala MIDAS (P=0,79). Não houve correlação entre ingerir cafésobre a prevalência (P=0,08) e o impacto da cefaléia (P=0,8). Otabagismo também não influenciou a prevalência de cefaléia (P=0,8)nem a sua gravidade (P=0,7). Nem o sobrepeso nem a obesidadeaumentaram o risco de cefaléia ou de migrânea. Não houve dife-rença significativa na escala MIDAS entre indivíduos com e semsobrepeso ou obesidade entre os indivíduos com migrânea. Con-Con-Con-Con-Con-clusões:clusões:clusões:clusões:clusões: O único fator de risco encontrado para cefaléia e paramigrânea foi o sexo feminino. No sexo feminino foi encontradamaior gravidade da cefaléia e da migrânea. Não houve relaçãoentre peso corporal e prevalência da migrânea, nem tampoucosobre sua gravidade.

T 062AVALIAÇÃO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DEPRESSÃO

EM UMA COMUNIDADE DE PESCADORES NAFOZ DO RIO DOCE, ES.

Domingues, R.B., Alves, B.A.F., Barros, C.C.L., Novaes, L.,Vasques, L., Diniz, L.B., Pinto, N.M., Zaganelli, R.H.,

Ramalho, S.D., de Souza, V.M., Domingues, S.A., Penna, A.M.Escola Superior de Ciências da Saúde de Vitória (EMESCAM),

Espírito Santo.

IIIIIntrodução:ntrodução:ntrodução:ntrodução:ntrodução: Poucos estudos têm avaliado a prevalência e fato-res de risco para cefaléia em pequenas comunidades brasileiras.MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: Foram entrevistados adultos aleatoriamente selecio-nados, através de busca de porta em porta, na comunidade dePovoação. A entrevista constou de questionário sobre a cefaléia esuas características, escala MIDAS, tabagismo, ingestão de álcoole café, além do inventário de Beck para depressão. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados:Foram entrevistados 168 indivíduos, sendo 68 homens. A idademédia foi de 41±19 anos. A renda média foi de R$ 500,00 ±R$512,32. Noventa e três (55,4%) indivíduos relataram cefaléiano último ano, sendo que 69 (74,2%) foram diagnosticados comotendo Migrânea ou Provável Migrânea, dez (10,8%)pacientes fo-ram diagnosticados como Cefaléia do Tipo Tensional Episódica,dez pacientes (10,8%) como Migrânea Crônica com uso abusivode analgésicos e 4 (4,3%) pacientes como Migrânea Crônica semuso abusivo de analgésicos. O impacto foi MIDAS IV em 51,6%,MIDAS III em 26,9% e MIDAS I e II em 11,8%. Os indivíduos comMigrânea Crônica tiveram maior impacto da cefaléia (P<0,0001).Não houve correlação entre cefaléia e hipertensão (P=0,08);não houve correlação entre cefaléia e diabetes mellitus (P=0,36).Houve correlação entre cefaléia e tabagismo (P=0,028). Treze

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 141

(8,3%) indivíduos apresentaram depressão. Não houve correla-ção entre depressão e cefaléia (P=0,54). Não houve diferençaestatisticamente significativa na escala Beck de depressão entrepacientes com Migrânea episódica e Migrânea crônica (P=0,59).DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Verificou-se prevalência de cefaléia e Migrânea pró-xima ao que tem sido registrado em centros urbanos do ES. Veri-ficou-se alto impacto das cefaléias nesta comunidade, especial-mente nas suas formas crônicas. Embora a depressão possa serconsiderada fator de risco para a cronificação da migrânea, nestacomunidade não houve maior escore no inventário de Beck entreindivíduos com migrânea crônica quando comparados com oscom migrânea episódica.

T 063ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO POPULACIONAL DA

PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

Campaner, L1; Jalles-Filho, E.2; Bordini C. A.3; Gorayeb, R.3;Speciali, J.G. 3; Dal Fabbro, A.L.4

1FMRP-USP- Depto. de Neurologia, Psiquiatria e PsicologiaMédica e INBIO; 2INBIO - Instituto de Neuropsicologia e

Biofeedback; 3FMRP-USP - Depto. de Neurologia, Psiquiatria ePsicologia Médica; 4FMRP-USP - Depto. de Medicina Social

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: O objetivo deste trabalho foi investigar a prevalênciade cefaléia na população urbana da cidade de Ribeirão Preto.MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia: Uma amostra de 1230 indivíduos, envolvendo 632(51,4%) do sexo feminino e 598 (48,6%) do sexo masculino, comidades variando entre 15 e 65 anos foi entrevistada por telefone. Aamostra foi selecionada utilizando-se o método epidemiológico deamostragem por conglomerado. Foram levantados dadossociodemográficos (idade, sexo, estado civil, grau de instrução,atividade profissional, renda), bem como características da cefaléia:tempo de instalação, início da cefaléia e evento específico, tempode duração da crise, período do dia de instalação da dor, tipo dedor, interferência nas atividades diárias, agravamento pela ativida-de física habitual, atitude na hora da crise, sintomas associados,fatores desencadeantes, presença de aura e sintomas premonitórios,conhecimento do nome da cefaléia, antecedentes familiares, influ-ência na qualidade de vida e procura de atendimento. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados:Os resultados foram tabulados e organizados no programa EpiInfo 6.4. Do total dos indivíduos, encontramos 552 indivíduos comcefaléia, representando uma prevalência de 44,9%. Quando o sexofoi tomado isoladamente, encontramos uma prevalência superiorem mulheres (60,5%) do que nos homens (28,3%). Foi possíveldemonstrar, através do teste de Qui-quadrado ( = 101,57; p < 0,0001), uma relação positiva entre a prática regular de exercíciosfísicos e a redução da incidência de cefaléia. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Emrelação à população geral, os diagnósticos mais freqüentes, deacordo com os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia,foram: Cefaléia do Tipo Tensional Episódica (16,2%), Cefaléia TipoTensional Crônica (0,6%), Migrânea sem Aura (14,3%), Migrâneacom Aura (5,0%) Migrânea Transformada (2,0%) e outros tipos decefaléia (6,7%). Finalmente, para facilitar a comparabilidade entrediferentes estudos, sugeriu-se a elaboração de um questionáriopadronizado para uso específico na investigação epidemiológicada cefaléia.

T 064FATORES ASSOCIADOS À INCAPACIDADE DECORRENTE DA

CEFALÉIA EM UNIVERSITÁRIOS

Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;

Spagnol, M. F.; Santil, J. T.; Basso, M.Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia

da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Verificar a prevalência e os fatores relacionados à inca-pacidade decorrente da cefaléia em universitários. MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia:estudo transversal, através de questionários estruturados aplicadosa estudantes da UCS mediante assinatura de termo de consenti-mento livre e esclarecido. Foram obtidas as características demo-gráficas, presença e características da cefaléia nos últimos trêsmeses, incapacidade pela versão brasileira do Migraine DisabilityAssessment (MIDAS), presença de sintomas depressivos pelo In-ventário de Depressão de Beck e alterações do sono pelominiquestionário do sono. Foram realizadas análises bivariadas emultivariada dos dados tendo como desfecho incapacidade mode-rada ou severa. Erro alfa de 5%. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Dos 262 universitá-rios entrevistados (média de idade = 24,1 ± 6,94; mulheres =63,0%), a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de70,2% (H = 59,8% / M = 76,4%; P = 0,005). A incapacidade dacefaléia nos estudantes foi mínima em 42,2%, leve em 20,8%,moderada em 15,6% e severa em 21,4%. Na análise bivariada,maior freqüência da cefaléia, presença de náuseas e/ou vômitos,fotofobia, sintomas de aura, piora da dor por atividade física comosubir escadas ou caminhar, maior intensidade da dor, presença dealterações do sono e depressão foram fatores relacionados à inca-pacidade moderada/severa nos estudantes. Na regressão logística,freqüência semanal da dor (ORA = 4,92; IC95% = 2,38-10,14;P < 0,001), presença de náuseas e/ou vômitos (ORA = 2,68;IC95% = 1,29- 5,55; P = 0,008) e sintomas depressivos (ORA =3,35; IC95% = 1,14- 9,79; P = 0,027) foram fatores independen-tes associados à incapacidade moderada /severa decorrente dacefaléia. Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões: a cefaléia é um sintoma muito comum en-tre os universitários. Alguns fatores estão associados a maior inca-pacidade decorrente da cefaléia como freqüência das dores, pre-sença de náuseas e/ou vômitos e depressão.

T 065DEPRESSÃO E ALTERAÇÕES DO SONO EM UNIVERSITÁRIOS

COM QUEIXA DE CEFALÉIA

Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;

Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M.Liga Acadêmica Multidisciplinar da Neurologia e Neurocirurgia

da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Verificar a prevalência de depressão e alterações dosono em universitários com e sem queixa de cefaléia. Meto-Meto-Meto-Meto-Meto-dologia:dologia:dologia:dologia:dologia: Através de questionários aplicados a 262 acadêmicosda UCS, foram obtidas as seguintes variáveis: presença de cefaléiae características, presença de sintomas depressivos através do in-ventário de depressão de Beck (IDB) e alterações do sono pelominiquestionário do sono (MQS). Foram utilizados os critérios daSociedade Internacional de Cefaléia para definição de enxaqueca e

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142 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

cefaléia tensional. Foram verificadas diferenças em quatro grupos:G1, sem cefaléia; G2, enxaqueca; G3, cefaléia tensional; e G4,outra cefaléia. As análises foram conduzidas com o SPSS, sendoutilizados os testes de qui-quadrado e Kruskal-Wallis. RRRRResulta-esulta-esulta-esulta-esulta-dosdosdosdosdos: a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de 70,2%,(enxaqueca = 8,8%, cefaléia tensional = 11,5% e outras cefaléias= 50,0%). Sintomas depressivos foram identificados em 8,2% dosestudantes (G1 = 0; G2 = 21,1%; G3 = 3,6%; G4 =12,1%; P =0,003). Sono muito alterado foi identificado em 29,1% dos univer-sitários (G1 = 18,9%; G2 = 43,5%; G3 = 40,0%; G4 = 29,9%;P = 0,006). As médias do IDB foram 5,0 no G1, 8,7 no G2, 6,4 noG3 e 7,6 no G4 (P = 0,04). As médias do miniquestionário dosono foram 23,2 no G1, 29,1 no G2, 27,1 no G3 e 28,5 no G4(P < 0,0001). ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: sintomas depressivos e alterações dosono são mais comuns entre os universitários que apresentamcefaléia, principalmente entre as caracterizadas como enxaqueca.

T 066PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALÉIA

EM UNIVERSITÁRIOS

Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;

Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M.Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia

da Universidade de Caxias do Sul – LAMNN UCS

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Verificar a prevalência de cefaléia em universitários eanalisar diferenças entre os gêneros. MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia: Questioná-rios aplicados a universitários da UCS. Foram obtidas variáveisdemográficas, presença de cefaléia e características, história fami-liar e consulta médica por cefaléia. As análises foram conduzidascom o SPSS, sendo utilizado o qui-quadrado para verificar diferen-ça entre os gêneros. Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Resultados: Dos 262 estudantes entrevista-dos (F = 63,0%, idade média = 24,1 ± 6,94), 70,2% afirmaramter tido cefaléia nos últimos três meses (F = 76,4%, M = 59,8%; P= 0,005). A prevalência de enxaqueca e cefaléia tensional foi de15,8% (P = 0,16) e 20,1% (P = 0,68), respectivamente. Quanto àfreqüência das crises, 39,6% têm dor no mínimo uma vez por sema-na (F = 45,2%, M = 27,6%; P = 0,01). Localização unilateral foireferida por 10,4% dos estudantes e bilateral por 39,6% (P = 0,39),59,0% definiram a cefaléia como pulsátil (P = 0,48) e 19,2% acre-ditam que a intensidade da dor é severa (F = 22,4%, M = 12,3%;P = 0,01). Fotofobia foi referida por 54,6% (P = 0,06), fonofobiapor 76,8% (P = 0,50), náuseas e/ou vômitos por 37,6% (F =44,4%, M = 22,8%; P = 0,005) e sintomas de aura por 28,0%(P = 0,72). Atividade física diária pode piorar a dor em 22,5%dos acadêmicos (P = 0,65), 35,7% tiveram limitações por causada dor (P = 0,26) e 62,5% têm história familiar de cefaléia (P =0,06). A maioria (64,1%) nunca consultou médico pela cefaléia(F = 60,0%, M = 73,2%; P = 0,02). ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: Apesar de amaioria dos universitários ter referido cefaléia nos últimos trêsmeses, menos da metade procurou auxílio médico pela dor. Asmulheres da amostra apresentam dores mais freqüentes, com in-tensidades mais fortes e mais associadas a náuseas e vômitos.

T 067

PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NO PRONTO ATENDIMEN-TO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE MINAS GERAIS

Moraes D.N.; Rezende F. B.; Pereira G. L. P.; Vasconcelos L.B.P,Stancioli F.G; Morato E. G.; Cunninghan M. C. Q. S.;

Camargos S. T.; Frota E. R. C.; Pimenta R. C.; Pereira S. R. S.;Christo P, Silva Jr A.A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L.

Serviço de Urgências Neurológicas e Ambulatório de Cefaléiasdo Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas, Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Minas GeraisAmbulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das

Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento emunidades de urgência. Conhecer as suas principais causas em cen-tros terciários de emergência poderá contribuir para o diagnósticodiferencial e o manejo terapêutico dos casos. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Estimar aprevalência de cefaléia e suas causas no intervalo de tempo com-preendido entre 09 de abril e 26 de junho de 2007 no ProntoAtendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal deMinas Gerais (PA-HC/UFMG). Materiais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e Métodos: Nesseperíodo, todos os indivíduos que procuraram o serviço no período,cuja queixa principal foi cefaléia, foram atendidos pelo neurologis-ta através de entrevista semi-estruturada e exame clínico-neuroló-gico. O diagnóstico foi estabelecido pelos critérios da Classifica-ção Internacional das Cefaléias (IHS-2004). ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Foramatendidos 8163 (5712F/2450M) indivíduos no PA HC/UFMG.Deste número, 628 foram atendidos pela neurologia, sendo que135 (96F/39M) tiveram como queixa principal dor de cabeça. Issocorrespondeu a um percentual de 1,65% do total de atendimentose 21,5% dos pacientes avaliados pela neurologia. Os subtipos decefaléia, segundo a IHS-2004, mais freqüentes no estudo forammigrânea (53,33%), cefaléia do tipo tensional (10,4%) e cefaléiasecundária a infecções (8,88%). A hemorragia subaracnóideacorrespondeu a 1,5 % dos casos. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: Os dados corro-boram estudos anteriores da literatura, identificando a migrâneacomo a principal causa de cefaléia na urgência. Mostram ainda queas cefaléias secundárias correspondem a uma parcela pequena,mas significativa dos pacientes.

T 068PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DE DOR MIOFASCIALPERICRANIANA EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE

OUTRAS AFECÇÕES DOLOROSAS

Junqueira, M. S.; Silva Jr, S.; Cunha, A. M. R.Clínica da Dor do Hospital de Base da Faculdade de

Medicina de S.J. do Rio Preto - SP

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: O objetivo do presente estudo foi determinar aprevalência de cefaléia e de dor miofascial (DMF) pericraniana emuma população de indivíduos recebendo tratamento ambulatorialpara outras afecções dolorosas na Clínica da Dor do Hospital deBase da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - SP.MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Selecionou-se uma amostra de 100 indivíduos, com ida-des entre 26 e 82 anos, sendo 54% do sexo feminino. Todos res-ponderam ao Questionário de Triagem Recomendado para DTM e

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 143

Dor Orofacial (Okeson, 1995). Uma resposta positiva para qual-quer pergunta do questionário foi suficiente para justificar a realiza-ção de um exame clínico para o diagnóstico de DMF pericraniana(de acordo com Okeson, 2006) e/ou de cefaléia (classificada se-gundo os critérios da IHS, 2004). ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Identificaram-se45 indivíduos (45%) apresentando cefaléia, dos quais, 17,8% rela-taram estar recebendo algum tipo de tratamento para a cefaléia. Naamostra total, a prevalência de indivíduos portadores de DMFpericraniana foi de 44%, entretanto, nenhum deles estava receben-do tratamento para essa afecção dolorosa. A prevalência de cefaléiaentre os indivíduos com DMF pericraniana foi de 86,4%, contra12,5% entre os sem DMF pericraniana. Entre os portadores deDMF pericraniana, 43,2% apresentaram cefaléia do tipo tensional(episódica e crônica), 25% apresentaram migrânea (sem aura ecrônica), 11,4% apresentaram cefaléia cervicogênica e 6,8% apre-sentaram migrânea com aura. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: A DMF pericranianae a cefaléia foram condições freqüentes nos indivíduos estudados.Portanto, a avaliação de triagem dessas duas condições deveria serconsiderada, nessa população, com o intuito de proporcionar umaterapêutica mais abrangente e, conseqüentemente, uma melhorqualidade de vida ao indivíduo com dor. A elevada coexistênciaentre DMF pericraniana e cefaléia, em concordância com os dadosobtidos na literatura, sugere um possível envolvimento de impulsosnociceptivos miofasciais no desencadeamento e na manutenção dacefaléia.

T 069ANÁLISE DOS NÍVEIS URINÁRIOS DE 6-

SULFATOXIMELATONINAEM PACIENTES COM ENXAQUECA E CONTROLES

Masruha MR1,2; Vieira DSS1; Guendler VZ1; Mercante JPP1;Corchs F1; Zukerman E1; Cipolla-Neto J3; Peres MFP1,2,4

1Instituto do Cérebro - Hospital Israelita Albert Einstein.2Universidade Federal de São Paulo. 3Universidade de São Paulo.

4Faculdade de Medicina do ABC.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar os níveis de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s) empacientes com enxaqueca crônica, episódica e controles, bem comoinvestigar sua relação com comorbidades da enxaqueca, incluindoa fibromialgia, fadiga crônica, distúrbios do sono, depressão e an-siedade. Métodos Métodos Métodos Métodos Métodos: Determinação quantitativa de aMT6s median-te técnica de captura de anticorpos (teste ELISA). O diagnóstico dacefaléia foi estabelecido de acordo com os critérios diagnósticosda IHS, e as amostras urinárias foram coletadas em um período de12 horas (das 20 h às 8 h). A análise estatística foi feita comparan-do-se o diagnóstico da enxaqueca, comorbidades e controles comos níveis de melatonina, e também com a presença de dor no dia dacoleta. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Foram encaminhados 268 sujeitos para ava-liação. Desse total, 48 foram excluídos. Os 220 sujeitos restantesestavam de acordo com os critérios de inclusão do estudo. Dentreeles, 73 (33%) eram portadores de enxaqueca episódica (EE), 73(33%) de enxaqueca crônica (EC) e 74 (34%) eram controles (C).Foram encontrados níveis menores de aMT6s em pacientes comenxaqueca quando comparados aos controles. Os níveis foramainda menores nos pacientes com EC e na vigência de crises deenxaqueca. Também houve forte correlação inversa entre a concen-tração de aMT6s e os níveis de depressão, ansiedade, fadiga, diag-nóstico de sonolência diurna excessiva e o número de pontosfibromiálgicos. ConclusõesConclusõesConclusõesConclusõesConclusões: O achado de que pacientes com

enxaqueca apresentam níveis menores de aMT6s, quando compa-rados a controles, corrobora estudos prévios da literatura. O acha-do de níveis ainda menores de aMT6s em pacientes com enxaquecacrônica e na vigência de crises é inédito. Os níveis de aMT6s tam-bém se correlacionaram fortemente, de maneira inversa, com ní-veis de depressão, ansiedade, fadiga, diagnóstico de sonolênciadiurna excessiva e com o número de pontos de fibromialgia. Essasrelações em pacientes com enxaqueca nunca haviam sido demons-tradas até então.

T 070COEXISTÊNCIA DE "CEFALÉIAS DE ESFORÇOS" EM PACIENTECOM MALFORMAÇÃO DE CHIARI TIPO 1: RELATO DE CASO

Fontes Silva GM, Lucena AA, Barreto DD, Calasans FR, Jesus ACFLICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso de uma paciente com malformação deChiari tipo 1 e queixa de cefaléia relacionada a diferentes tipos deesforços. Relato de casoRelato de casoRelato de casoRelato de casoRelato de caso: AMS, sexo feminino, 42 anos, cabelei-reira e manicure, parda, solteira, com menarca aos 13 anos ehisterectomizada há 18 anos. Atendida no Ambulatório de Cefaléiasdo Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe comqueixa de cefaléia que se manifestou pela primeira vez aos 38anos, sem pródromos e sem sintomas iniciais. A dor era de caráterpulsátil, aguda, que já se iniciava em sua intensidade máxima, comduração de menos de 01 minuto e freqüência média de 10 crises aomês. Negava sintomas acompanhantes e relatava os seguintes fa-tores desencadeantes: o momento do orgasmo, tosse, gargalhada,o ato de defecar e quando movimentava com agilidade o segmentocefálico. A dor não se manifestava com sintomas acompanhantes ea paciente não relacionava a mesma a nenhuma fase do ciclo mens-trual, visto que a cefaléia teve início 14 anos após a menopausacirúrgica. Havia relato pessoal de depressão e não possuía antece-dentes familiares de cefaléia. Nunca havia feito uso de medicamen-tos profiláticos ou abortivos para a cefaléia em questão. O exameneurológico era normal. Foi solicitada ressonância nuclear magné-tica de crânio e junção crânio-cervical, que demonstrou alteraçãocompatível com malformação de Chiari tipo 1. Discussão Discussão Discussão Discussão Discussão: Amalformação de Chiari tipo 1 é caracterizada por alongamento docerebelo e deslocamento caudal das tonsilas cerebelares atravésdo forame magno. É geralmente assintomática na criança, manifes-tando-se na idade adulta. A cefaléia atribuída a essa malformaçãofaz parte da Classificação Internacional de Cefaléias (2ª ed). Ascefaléias do esforço eram consideradas no passado comoindicativas de alteração estrutural orgânica sempre, porém estudosposteriores apresentaram uma prevalência de cefaléias primáriasdesse tipo muito maior que secundárias. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Nosso casodemonstra quadro álgico que preenche critérios clínicos de diag-nóstico para diferentes tipos de cefaléias primárias (tosse, esforçoe relacionada a atividade sexual), mas que apresenta achado radio-lógico de malformação de Chiari tipo 1. Diante do exposto, suge-rimos avaliar a necessidade de investigação complementar comneuroimagem quando diferentes formas de "Cefaléias de Esforços"apresentarem-se num mesmo paciente.

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T 071LIGA DE CEFALÉIA DE SERGIPE (LICESE)

Paixão MOR, Silva FB, Oliveira HA, Jesus ACFUniversidade Federal de Sergipe

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: A LICESE tem o objetivo de proporcionar atividadesteórico práticas em Cefaliatria para os alunos de medicina daUFS, através de atendimentos ambulatoriais a cefalêicos, realiza-ção de trabalhos de pesquisa e de programas de divulgação doconhecimento em cefaléias. MetodoMetodoMetodoMetodoMetodo: Após um ano de funciona-mento do Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário daUniversidade Federal de Sergipe (HU/UFS), foi criada a LICESE nodia 10 de janeiro de 2007. Este projeto foi aprovado em reuniãodo Departamento de Medicina (DM) e também enviado à Pró -Reitoria de Extensão (PROEX). Ele funciona em três frentes detrabalho: a primeira, de atividades ambulatoriais, onde os alunosatendem os pacientes sob supervisão do professor; a segunda éum momento em que os alunos avaliam os conhecimentos gera-dos após revisão bibliográfica sobre determinado assunto e aconsulta ao banco de dados do ambulatório para elaboração dostrabalhos científicos e a última, que visa a realização de palestras,eventos e projetos com a finalidade de divulgação do conheci-mento ao público em geral. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: Atualmente são poucomais de 500 pacientes cadastrados no banco de dados do Ambu-latório de Cefaléias do HU/UFS. Cinco trabalhos prospectivos depesquisa estão sendo realizados, sendo que 03 resultarão emmonografias de conclusão de curso. Também já foram realizadas03 reuniões científicas para discussão de temas da Cefaliatria euma palestra ministrada por Dr Wilson Farias da Silva como co-memoração simbólica da criação da LICESE. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: ALICESE assim como outras ligas são importantes para o aperfei-çoamento da formação acadêmica dos alunos do curso de medi-cina e afins. Elas permitem que os mesmo possam aprofundar osestudos em uma área do conhecimento e desenvolver autonomiae responsabilidade, uma vez que a administração desses projetosé função dos próprios alunos. Como a fundação de uma Ligaexige apenas a criação de um projeto e aprovação deste pelo DMe PROEX, a burocracia não pode ser vista como um obstáculo àcriação de novas ligas.

T 072 NEURINOMA DO TRIGÊMIO : RELATO DE CASO

Martins, HAL; Martins, BBM; Ribas, VR; Gatis, MCQ;Valença, MM; Farias da Silva, W

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar a história clínica de uma mulher de 28 anos,com várias crises de Dor forte, unilateral, pulsátil, localizada emface e região fronto-temporal esquerda, acompanhada de sinaisautonômicos ipisilaterais. Método Método Método Método Método: A paciente foi atendida noambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas da UFPE, sendorealizada anamnese, exame neurológico e imagem obtida pelarealização de Ressonância Magnética (RM) de Encéfalo com con-traste. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: A paciente relatou que há três anos, inicioucom crises de Dor forte em face e região Fronto-temporal esquer-da, caráter pulsátil, forte intensidade, acompanhada de lacri-mejamento e congestão conjuntival ipsilaterais. Referiu que cadacrise durava em média dois minutos e ocorria na freqüência de

dez vezes ao dia. O exame neurológico foi normal. A RM deencéfalo evidenciou lesão expansiva sólida extra-axial localizadana região paraselar esquerda com extensão à cisterna do ânguloponto-cerebelar ipsilateral, ocupando a topografia do gânglio deGasser e porção cisternal do Nervo Trigêmio à esquerda, apre-sentando realce pelo contraste. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Neurinoma doTrigêmio é uma condição raramente encontrada (0.1-0.4% dostumores intracranianos e 1-8% de todos neurinomas intra-cranianos). No caso descrito, a paciente apresentava um conjuntode sinais e sintomas similares aos encontrados na hemicrâniaparoxística, não existindo relatos anteriores na literatura.

T 073CEFALÉIA POR HIPOTENSÃO LIQUÓRICA APÓS DERIVAÇÃO

VENTRÍCULO-PERITONEAL: APRESENTAÇÃO DE CASO

Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P.Unidade de Neurologia, Natal - RN

A derivação ventrículo-peritoneal é o método mais usado para otratamento das hidrocefalias. Entre as complicações do procedi-mento estão higromas e hematomas subdurais, infecções e menin-gites, obstrução do cateter ventricular ou do shunt e hiperdrenagem.Essas complicações podem provocar cefaléias com característicasmigranosas, tipo tensional ou cefaléias de esforço. Apresentamosum caso de cefaléia pós "shunt"com características da cefaléia porfístula liquórica. IdentificaçãoIdentificaçãoIdentificaçãoIdentificaçãoIdentificação - S.A.M., 52 anos, masculino, ca-sado, cor parda, funcionário público, natural e residente em Sobral-CE. H.D.A. - Há 26 dias, apresentou febre, cefaléia e mialgias gene-ralizadas. Após exames hematológicos foi diagnosticada dengue efez tratamento sintomático. Após alguns dias, a febre e as mialgiasdesapareceram, mas continuou sentindo cefaléia persistente, deintensidade moderada a forte. Por esse motivo, fez ressonânciamagnética, que mostrou hidrocefalia. Foi submetido à derivaçãoventrículo-peritoneal, com colocação de válvula de média pressão.Depois da cirurgia, passou a ter cefaléias, que se acompanhavamde náuseas, e que sempre começavam minutos após se sentar ouficar de pé e que pioravam gradativamente. A realização de qual-quer esforço físico contribuía para piorar a dor, que, por outro lado,começava a se atenuar minutos depois de o paciente se deitar, atéremitir por completo. Havia uma história de hipoacusia bilateral,atribuída ao uso de estreptomicina, que piorou significativamentedepois da derivação ventrículo-peritoneal. Foi solicitado nova res-sonância magnética, com uso de contraste paramagnético, quemostrou que os ventrículos permaneciam dilatados e também evi-denciou espessamento paquimeníngeo. Como não houve reduçãodas dimensões ventriculares e as características dos exames deneuroimagem sugeriam hidrocefalia por estreitamento do aquedu-to cerebral, antiga e compensada, cogitou-se de uma ligadura docateter na altura da parede torácica. Todavia, como o pacienteinformou melhora da cefaléia nos dias subseqüentes, adotou-seconduta expectante. Discussão: Discussão: Discussão: Discussão: Discussão: A cefaléia preenche os critériosda cefaléia por fístula liquórica, de acordo com a ICHS-II, a saber:cefaléia que surge até quinze minutos após sentar-se ou ficar de pée com preenchimento dos demais critérios, já que o paciente a)apresentava náuseas e hipoacusia ; b) havia realizado um procedi-mento conhecido, que poderia resultar em extravasamento do lí-quido cefalorraquidiano; c) a ressonância magnética evidenciouespessamento paquimeníngeo; d) a cefaléia apareceu em relaçãotemporal com a drenagem liquórica. Apenas o último critério, que

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reze que a dor deve ceder até 7 dias após eliminada a causa nãopode ser comprovado, porque com a atenuação da cefaléia, optou-se por conduta conservadora. Embora a cefaléia possa ser sintomatanto das hidrocefalias como das complicações do seu tratamento,o aparecimento de cefaléia com padrão de fístula liquórica éincomum, conforme levantamento da literatura mostrou.

T 074PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA

CEFALÉIA NA URGÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DAUNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Moraes, D. N.; Rezende, F. B.; Pereira, G. L. P.; Vasconcelos L.B. P;Stancioli F.G.; Cardoso J.L.; Silva Jr A. A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L.Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das

Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Introduçãontroduçãontroduçãontroduçãontrodução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento emunidades de urgência. No Pronto-atendimento do Hospital das Clí-nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (PA-HC/UFMG) osindivíduos, cuja queixa principal é cefaléia, são avaliados atravésde uma entrevista semi-estruturada pelo neurologista de plantãoque adota um manejo propedêutico e terapêutico seguindo umalgoritmo de condutas. Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos: Apresentar o protocolo deatendimento de cefaléia (entrevista semi-estruturada e algoritmo decondutas) utilizado no PA-HC/UFMG. Materiais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e Métodos: Oprotocolo foi elaborado pelo Ambulatório de Cefaléias do Serviçode Neurologia do HC/UFMG, sendo utilizado rotineiramente des-de abril de 2007. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: A entrevista semi-estruturada constade nove perguntas que permitem a abordagem prática dos pacien-tes, bem como o diagnóstico da cefaléia seguindo os critérios daClassificação Internacional das Cefaléias (IHS-2004). O algoritmode condutas orienta o diagnóstico conforme a forma de evoluçãocronológica da cefaléia, enquanto o tratamento baseia-se num mo-delo considerado eficaz na abordagem da dor nas cefaléias primá-rias. ConclusõeConclusõeConclusõeConclusõeConclusões: O atendimento sistematizado da cefaléia naunidade de urgência seguindo um protocolo facilita o diagnóstico eotimiza o tratamento. São necessários estudos utilizando esta fer-ramenta, a fim de avaliar seu papel no contexto que vem sendoutilizado.

T 075QUAIS AS DIFICULDADES QUE OS PACIENTES ENCONTRAMPARA REALIZAR UM TRATAMENTO NO AMBULATÓRIO DE

CEFALÉIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO - UFRJ

Coordenadora da Psicologia: Renemilda C. B. de Góes - UFRJ.Estagiários: Rachel Sancovschi,Tatiana Restrepo, Natália Nunes,

Aline Passos, Taíssa Mello - UFRJ.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: O objetivo deste trabalho foi conhecer os usuários querealizam tratamentos no ambulatório de cefaléia em uma unidadede um hospital-escola da UFRJ, e, quais as dificuldades que essespacientes encontram para iniciar e continuar um tratamento. Qualo grau de satisfação desses pacientes com a sala de espera e comos profissionais dessa unidade. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: A amostra foi compostapor 84 pacientes e os dados foram coletados através de um ques-tionário aplicado na sala de espera. Os dados foram confrontadoscom os prontuários dos pacientes e o questionário foi divido emduas partes - sociodemográficos como: idade, sexo e escolarida-

de, e, as percepções dos pacientes sobre os profissionais, a rotinado ambulatório e a sala de espera. Foram calculadas as porcenta-gens de todos os itens e as respostas analisadas dentro de cadasignificância das perguntas. ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado: Dentre os 84 pacientes,71 (85,52%) são mulheres e 13 (15,48%) são homens. A idademédia é de 28 à 45 anos. 41 (48,80%) estão empregados e 43(51,20%) são desempregados e recebe outros tipos de auxílios.Os resultados a respeito das queixas e satisfação do usuário foramas seguintes: a maioria dos pacientes com cefaléia (57,14%), nãoestão satisfeito em aguardar mais de 2 horas na sala de espera,(47,61%) não estão satisfeitos com os 15 minutos oferecidos pelomédico em sua consulta e (28,57) não estão satisfeitos por ter deesperar 3 meses pela próxima consulta, pois não há vaga o sufici-ente. O grau de satisfação com o instituto foi de (50%), (42%) acharegular a forma de como é atendido na sala de espera e pelosprofissionais administrativos e (45,23%) acha que o atendimentodos médicos é ótimo, (34,52%) acha bom e (20.25%) acham regu-lar. Para a explicação que o médico fornece sobre o diagnóstico,(0,59%) disseram que é bem explicado e os (041%) disseram nãoentender bem as explicações dos médicos. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: É neces-sário repensar as políticas de saúde a respeito da porta de entradade um hospital, a estrutura proposta deve estar dentro de um con-ceito moderno de hospital-escola que prioriza o bom atendimentoe a humanização. Nesse trabalho ficou claro que o usuário reco-nhece a sua satisfação em ser atendido nesse ambulatório, mas otempo de espera é longo e ainda, as consultas acontecem com umtempo menor que o satisfatório. Entender que tempo é esse quedispõe o médico para o tempo do paciente em que o pacienteaguarda a consulta, tanto para entrar na consulta como para aconsulta.

T 076CEFALÉIA DESENCADEADA POR METILFENIDATO:

INCIDÊNCIA, CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO.

Ferraz, P.M.D.P.Clínica Neuropediátrica Bauru

Objetivo: Objetivo: Objetivo: Objetivo: Objetivo: Descrever a incidência de cefaléia e suas característi-cas em crianças e adolescentes após o uso de metilfenidato (MTF)(ritalina/concerta), medicação estimulante utilizada para tratamen-to de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).Métodos: Métodos: Métodos: Métodos: Métodos: Estudo retrospectivo através de analise de prontuáriomédico de 218 pacientes de 6 a 21anos, com ou sem históriaprévia de cefaléia e com diagnóstico do TDAH pelas diretrizes daCID-10, DSM-IV e ABDA, e que após uso de MTF apresentaramcefaléia, esta avaliada segundo critérios da IHS. Resultados:Resultados:Resultados:Resultados:Resultados: De218 pacientes em uso de MTF, 26 (12%) apresentaram cefaléia,relacionadas ao uso de MTF e sendo descartadas outras patologi-as. As características clínicas e sua evolução foram muito seme-lhantes. Conclusões: Conclusões: Conclusões: Conclusões: Conclusões: O MTF é evidência I para tratamento doTDAH, transtorno neuropsiquiátrico que acomete cerca de 8-10%da população em idade escolar, a cefaléia é um dos principaisefeitos colaterais do MTF, podendo este ser contornado, sem ne-cessitar suspender um tratamento que tantos benefícios traz a essapopulação.

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T 077COMPLICAÇÕES NA MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA

NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.

Fernandes, J. K. S.; Souza L. T.; Villa, T. R.; Pinto, M. M. P.;de Souza Carvalho, D.

Setor de Investigação e Tratamento das Cefaléias (SITC),Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, EPM-UNIFESP

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Raramente a migrânea evolui com complicações.Migrânea hemiplégica esporádica é um tipo raro de migrânea comaura, infreqüente na infância. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso de umacriança com migrânea hemiplégica esporádica complicada com epi-sódios de infarto migranoso e crise epiléptica desencadeada pormigrânea. Relato do caso Relato do caso Relato do caso Relato do caso Relato do caso: Criança do sexo masculino, 11 anos,sem antecedentes mórbidos prévios, antecedente familiar maternode migrânea com aura visual que, aos 8 anos de idade, iniciouqueixa de crises de cefaléia pulsátil, com localização bifrontal, du-ração de 10 a 72 horas, de moderada a forte intensidade, acompa-nhada por foto e fonofobia, com piora à atividade física. A maioriadas crises eram precedidas por aura, caracterizada por hemiparesiasensitiva e motora, sendo em geral de duração menor que 60 minu-tos, com um episódio onde a hemiparesia se prolongou por 3 dias,a qual não foi investigada na época. A freqüência das crises era de2 a 3 por mês. Apresentava exame neurológico sem anormalidadesna intercrise. Aos 10 anos, apresentou crise de cefaléia com asmesmas características, seguida por crise epiléptica focal (hipertoniaem dimídio direito, desvio cefálico e do olhar para direita). Manteveexame neurológico normal. Nessa ocasião foi investigada porneuroimagem de ressonância magnética que evidenciou lesãopulvinar talâmica à esquerda característica de isquemia. A investi-gação complementar para AVE isquêmico e o EEG resultaram nor-mais. Iniciada profilaxia com propranolol 20 mg 2x/dia está semcrises desde então. Comentários e conclusõesComentários e conclusõesComentários e conclusõesComentários e conclusõesComentários e conclusões: A migrâneahemiplégica esporádica na infância é muito rara, manifesta-se porcrise de migrânea precedida por aura, incluindo paresia, e nenhumfamiliar de primeiro ou segundo grau apresentando aura migranosacom paresia. A migrânea pode evoluir com complicações, como nocaso relatado onde ocorreram duas delas, infarto migranoso ecrise epiléptica. Enfatiza-se que neste caso, bem como em enxaque-ca com aura hemiplégica familial, com aura prolongada ou basilarfica contra-indicado o uso agudo de ergóticos e triptanos e indicadaa adequada profilaxia antimigranosa.

T 078A CEFALÉIA PRIMÁRIA DO ESFORÇO FÍSICO E

O ESPECTRO MIGRANOSO

Oliveira, L. D. B*; Lima, M. M. F**.* Centro Universitário de Vila Velha, Centro Integrado de

Neurologia - Hospital Meridional -ES; ** Unesp- Botucatu - SP

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar caso de criança com Cefaléia Primária do Es-forço Físico (CPEF) que após 2 anos evoluiu com Migrânea semaura. Relato de Caso Relato de Caso Relato de Caso Relato de Caso Relato de Caso: Escolar de 10 anos de idade, sexo femini-no, com antecedente de cefaléia holocraniana, explosiva, contínua,de forte intensidade, longa duração (cerca de 3 horas), sem foto oufonofobia, sem náusea. As crises eram desencadeadas exclusiva-mente por esforço físico (aulas de dança) desde os 6 anos de idade.Sem alterações ao exame neurológico. Angiorressonância de crâ-

nio foi normal. História familiar fortemente positiva para migrânea(mãe, irmã e tia materna) e história patológia pregressa derinossinusites de repetição. Após dois anos evoluiu com crises típi-cas de migrânea sem aura: cefaléia cerca de 4 vezes/semana,pulsátil, bitemporal, com náusea, fono e fotofobia, independentede atividade física. Obteve excelente resultado profilático comamitriptilina por 6meses. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: O espectro migranoso, en-volvendo Síndromes Periódicas da Infância, Cefaléia Tensional eMigrânea com e sem aura, é há muito discutido. Recentemente, vemse levantando uma Hipótese de Convergência de mecanismosfisiopatológicos para este espectro (Cady, 2007). Classicamente,as características da dor na CPEF podem evoluir para padrãomigranoso em pacientes predispostos à migrânea (Russel, 2001), ahistória familiar para migrânea está presente na maioria dos casos(Sandrini et al, 2006) e a coexistência de migrânea também(Diamond, 1982). Não existe consenso se os ataques de CPEFseriam ataques frustros de migrânea, fazendo parte do espectromigranoso, ou se constituiriam uma entidade completamente dis-tinta (Sjaastad e Bakketeig, 2003). Este relato sugere que a CPEFpossa sinalizar a futura migrânea, porém são necessários estudosmais amplos e específicos.

T 079CEFALÉIA NA INFÂNCIA: O PONTO DE VISTA DOS

OFTALMOLOGISTAS DE CATALÃO - GOIÁS

Ribeiro ECR, Speciali JG*Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias

Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, USP.** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto, USP.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Avaliar o conhecimento e o encaminhamento dado pelosmédicos oftalmologistas de Catalão, aos casos de cefaléia na in-fância. Métodos Métodos Métodos Métodos Métodos: Foi enviado um questionário em envelope la-crado, para todos os oftalmologistas de Catalão em Goiás, con-tendo perguntas que abordavam o atendimento dado às crianças de2 a 12 anos de idade, que os procuravam com queixas de cefaléias.Foram enviadas 6 cartas e 5 delas retornaram respondidas. Resul-Resul-Resul-Resul-Resul-tadostadostadostadostados: Todos os oftalmologistas responderam que atendiam ca-sos de cefaléia na infância, com média superior a 10 casos ao mês.O encaminhamento a outros médicos é realizado em 100% doscasos das cefaléia de origem não oftalmológica. Os profissionaismais referenciados foram neurologistas, otorrinolaringologistas epediatras. Astigmatismo é principal patologia encontrada no exa-me oftalmológico. A maioria afirmaram que as alterações encon-tradas no exame oftalmológico, numa proporção superior a 30%dos casos, são causadores das cefaléias. A cefaléia de etiologianão oftalmológica mais freqüente, na opinião dos oftalmologistas,seriam as cefaléias decorrentes de sinusopatias. Nenhum oftalmo-logista prescreve medicações para crises ou profiláticos dascefaléias. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Todos os oftalmologistas atendem casosde cefaléias na infância, em Catalão - Goiás. O encaminhamento aoutros profissionais é rotina. Mas o desconhecimento sobre acefaléia é grande. É necessário fazer cursos, jornadas e palestrasde orientações a esses profissionais para aprimorar o conhecimen-to sobre as cefaléias.

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T 080SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA DESENCADEADA PORMETROCLOPRAMIDA: RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE

Ferraz, P.M.D.P1,., B.2, Constanzo P.P2., Zequi G. J.2,Brez, E.2, Marques B.H.A.2

1Médico neuropediatra Hospital Unimed Bauru 2Médico intensivista pediátrico Hospital Unimed Bauru

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso de um adolescente, que apresentousíndrome neuroléptica maligna (SNM) após o uso de metoclo-pramida endovenoso 10mg (1amp) durante crise de cefaléia comvômitos. Métodos:Métodos:Métodos:Métodos:Métodos: Revisão de prontuário de um paciente de 13anos, do sexo masculino, branco que foi internado em UTI pediátrica,com hipótese diagnóstica de estado de mal epiléptico, após atendi-mento em pronto-atendimento da cidade, sendo a hipótese de SNM,tendo sido feita após avaliação neurológica e história clínica. Re-Re-Re-Re-Re-sultados:sultados:sultados:sultados:sultados: O paciente apresentou boa evolução após o corretodiagnóstico e tratamento específico feito nas primeiras 6 horas.Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões:Conclusões: A SNM é um evento adverso, uma resposta indivi-dual idiossincrásica, que está relacionada aos agentes neurolépticos,como a metoclopramida e a clorpromazina são amplamente utili-zadas em nossos protocolos para tratamento da cefaléia aguda emunidades de emergência. A sua ocorrência, não tão rara, quandosubestimada ou subdiagnosticada pode tornar-se uma complica-ção grave e potencialmente fatal.

T 081CEFALÉIA DO BANHO ASSOCIADA A VASOESPASMO CERE-

BRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: UM CASO BRASILEIRO

Malveira, GLS, Mont´Alverne, FJA, Carvalho, JJFC

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: A cefaléia do banho foi descrita como uma dor explosi-va ativada ou piorada pelo contato do escalpo e face com a água.Em casos com investigação complementar completamente nor-mal pode ser considerada uma cefaléia primária, mas em outroscasos pode ser um fenótipo de angiopatia cerebral com vaso-espasmo segmentar reversível. Relato de casoRelato de casoRelato de casoRelato de casoRelato de caso: Mulher de 52anos de idade Caucasiana encaminhada para avaliação de dorsúbita, excruciante, contínua, difusa, não pulsatil e refratária nasúltimas 48 horas deflagrada pelo banho. Em sua história patoló-gica referia crises esparsas de enxaqueca sem aura (ICHD-II) des-de a adolescência e uma ressecção de glomus timpanicus há 15anos. O exame neurológico era normal, como também tomografiacomputadorizada cerebral sem contraste. Punção lombar revelouliquor sob pressão normal com exame também normal. Resso-nância magnética foi normal. Arteriografia digital cerebral comsubtração mostrou vasoespasmos arteriais segmentares múltiplossem outras anormalidades estruturais. Paciente foi medicada comnimodipina 60 mg, 4 x dia, e prednisona obtendo controle gradu-al da cefaléia. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Este caso enfatiza a relação dacefaléia do banho a mecanismos neurovasculares anormais edemonstra que a mesma não é exclusiva de grupos de étnicosorientais.

T 082CORRELAÇÃO ENTRE FORMA DE MIGRÂNEA E INVENTÁRIO

DE DEPRESSÃO DE BECK

Domingues, R.B., Domingues, S.C.A., Costa, E.A.C., Silva Jr., A.,Gomez, R.S., Teixeira, A.L.

Ambulatório de Cefaléias da UFMG; Escola Superior de Ciênciasda Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM)-ES

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Estudos populacionais demonstram uma associaçãoentre Migrânea e Depressão. Estudos comparativos mostraram quepacientes que tal associação é mais freqüentemente vista em paci-entes com com Migrânea Crônica. O Inventário de Depressão deBeck (IDB) tem sido usado na avaliação de depressão entre pacien-tes com Migrânea Crônica. Neste estudo correlacionamos a pon-tuação na escala de Beck e o diagnóstico cefaliátrico em pacientesadmitidos em dois ambulatórios de cefaléia. Método Método Método Método Método: Todos ospacientes admitidos foram submetidos ao IDB. O IDB foi graduadocomo 1-sem depressão, 2-disforia, 3-depressão moderada a gra-ve, 4-depressão grave. Foram analisados os pacientes com diag-nóstico de migrânea, sendo que os mesmos foram classificadosem: migrânea episódica (com ou sem aura)-ME, migrânea crônicasem uso abusivo de medicamentos analgésicos-MSA e migrâneacrônica com uso abusivo de analgésicos-MCA. Foram comparadasas médias obtidas no IDB de cada um destes três grupos. Resulta-Resulta-Resulta-Resulta-Resulta-dosdosdosdosdos: Foram analisados 178 pacientes com migrânea. Noventa eoito pacientes (55%) foram diagnosticados como tendo ME, cin-qüenta e sete (32%) MCA e vinte e três (13%) como MSA. As médiasobtidas no IDB em cada um destes grupos foram: ME-16,09±11,79;MCA-18,91±12,53; MAS-19,83±14,79. Não houve diferençaestatisticamente significativa entre estas três médias. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão:Embora alguns estudos tenham demonstrado a depressão comofator de risco para formas crônicas de migrânea, neste estudo,utilizando-se o IDB como instrumento para avaliação de depres-são, não se demonstrou significativa diferença os escores obtidosnos pacientes com migrânea episódica e formas crônicas demigrânea.

T 083CEFALÉIA EM FACADAS SECUNDÁRIA À LESÃO DO ÂNGULO

PONTO-CEREBELAR (APC) ESQUERDO: IMPORTÂNCIA DAINVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR - RELATO DE CASO.

Calasans FR, Santos JC, Silvino CJ, Paixão MOR, Jesus ACFLICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A cefaléia primária em facadas caracteriza-se por dortransitória com caráter em pontada, sentida exclusiva ou predomi-nantemente no território de distribuição do primeiro ramo do nervotrigêmeo; é relatada normalmente como dor de muito forte intensi-dade e curtíssima duração. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso de uma paci-ente com quadro clínico sugestivo de Cefaléia em facadas, secun-dária a lesão do APC esquerdo e sua remissão após cirurgia pararetirada do tumor. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Paciente MOCSS, 32 anos, sexo femi-nino, apresentava relato de cefaléia hemicrâniana alternante pulsátilde longa data, associada a náuseas e vômitos eventuais, comfonofobia e fotofobia. As crises raramente ultrapassavam 24 horasde duração e cessavam com analgesia comum. Há aproximada-mente um ano, houve aparecimento de novo tipo de cefaléia cujador era semelhante a "fisgadas", com duração de poucos segundos,

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de forte intensidade, localizada exclusivamente em região temporalesquerda e pavilhão auricular ipsilateral, sem comemorativos as-sociados. A paciente apresentava ao exame neurológico discretodéficit em MSD, notado pela manobra dos braços estendidos. Nainvestigação complementar, foi solicitada RNM de crânio, que reve-lou volumosa lesão do APC esquerdo. Foi iniciado tratamento comTopiramato na dose 50mg/dia, dividido em duas tomadas, comrelativo sucesso terapêutico após quinze dias de uso. A paciente foiencaminhada para avaliação neurocirúrgica e submetida à cirurgiapara retirada do tumor. A cirurgia foi realizada via acesso retro-sigmóide (suboccipital) na posição de park-bench para melhor ex-posição da fossa posterior do crânio. Em virtude de firme aderên-cia da cápsula tumoral ao tronco encefálico, a excisão do tumor foisubtotal. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: O desaparecimento absoluto da cefaléiaem facadas foi identificado dez dias após a cirurgia e uso deAmitritilina, na dose de 25mg duas vezes ao dia. Houve preserva-ção do nervo facial e demais estruturas circunjacentes. Conclu-Conclu-Conclu-Conclu-Conclu-sõessõessõessõessões: A cefaléia em facadas, quando localizada e restrita a área docrânio, pode sugerir a presença de lesões estruturais. Ressaltamos,portanto, a importância de precoce investigação complementar atra-vés de neuroimagem, para que seja possível confirmar ou excluiruma possível causa orgânica para esse tipo de cefaléia e procedercom a terapêutica mais indicada a cada caso.

T 084PROVÁVEL CEFALÉIA RELACIONADA À HIPERCAPNIA EM

PACIENTE ATENDIDO EM CENTRO DE REFERÊNCIAESTADUAL EM CEFALÉIAS – RELATO DE CASO

Barreto DD, Lima BM, Paixão MOR, Silva FB,Fontes Silva GM, Jesus ACF

LICESE – Liga de Cefaléia de Sergipe

Introdução:Introdução:Introdução:Introdução:Introdução: É bem relato na literatura mundial a associação entrehipercapnia noturna, gerada pela apnéia central durante o sono e acefaléia matinal além de situações especificas, como as presentes emmergulhadores de grandes profundidades. Porém, a associação dedor a uma exposição aguda ao dióxio de carbono não é comum etambém pode gerar cefaléia. Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo: Relatar o caso de um paci-ente de 23 anos que apresentou cefaléia provavelmente relacionadaa episódios de hipercapnia. Relato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de Caso: Homem de 23 anos,militar, procedente de Aracaju – SE, sem antecedente de qualqueralgia craniana, atendido no Ambulatório de Cefaléias do HU – UFSem fevereiro de 2005, com história de que há 03 meses havia apre-sentado cefaléia pulsátil occipital bilateral e sem comemorativos as-sociados em duas ocasiões: durante apnéia em teste de mergulhopara resistência, por volta de 45 segundos de prova referiu dor comas características supracitadas por 15 minutos aproximadamente;esta crise era de fraca intensidade e cessou sem uso de medicaçõesanalgésicas. No segundo episódio, após inalação acidental de gáscarbônico (CO

2) por liberação em extintor de incêndio apresentou

crise mais intensa, com as mesmas características descritas anterior-mente e duração de 11 horas; fez uso de analgésicos comuns eAINEs não especificados para resolução da dor. O exame neurológi-co foi normal e o paciente relatava antecedentes de broncoespasmosna infância. Uma espirometria realizada demonstrou distúrbioventilatório inespecífico com redução da capacidade vital forçada(CVF), sendo levantada hipótese de distúrbio ventilatório obstrutivo;o teste ergométrico e a prova ventilatória completa combroncodilatador foram normais. Não foi instituída nenhuma forma

de tratamento medicamentoso e no seguimento de dois anos após oprimeiro episódio de cefaléia o paciente não apresentou quadrosemelhante em outras situações. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: Apesar da não com-provação laboratorial de elevação da pressão parcial de CO

2, o

relato sugere que o aparecimento da cefaléia esteja diretamenterelacionada a situações indutoras de hipercapnia neste paciente; Osantecedentes de broncoespasmo e a alteração encontrada naespirometria revelam uma tendência à retenção de CO

2, que pode

explicar uma maior sensibilidade ao aparecimento da dor.

T 085CEFALÉIA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE ESCLEROSEMÚLTIPLA ASSOCIADA A LESÃO DE TRONCO: RELATO DE

UM NOVO CASO

Fragoso Y.D.Depto. de Neurologia - Universidade Metropolitana de Santos, SP

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Relatar um novo caso de cefaléia refratária como ma-nifestação inicial de esclerose múltipla (EM), em paciente com le-são de tronco cerebral. Métodos Métodos Métodos Métodos Métodos: Relato de caso. ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados:Paciente previamente assintomática, internada em 2002 com sus-peita de meningite. Apresentou quadro agudo de cefaléia holo-craniana pulsátil, de intensidade muito forte, associada a rigidez denuca. O exame neurológico não mostrava sinais localizatórios.Internada com suspeita de meningite, apresentava exame simplesdo líquido cefaloraquidiano (LCR) normal. Submetida à tomografiade crânio, não apresentava alterações. Posteriormente submetida àressonância magnética (RNM), mostrando extensa lesão de troncocerebral, incluindo região periaquedutal no mesencéfalo. Outrasáreas sugestivas de desmielinização estavam presentes na regiãosubcortical bilateralmente. As imagens serão apresentadas. Odiagnóstico foi confirmado pela eletroforese de proteínas e deimunoglubolinas do LCR, bem como pela exclusão de outras doen-ças que poderiam levar a este quadro agudo desmielinizante. Apaciente foi submetida à corticoterapia em pulso e evoluiu commelhora da cefaléia. Durante a internação observou-se alodíniageneralizada, que cedeu também com a pulsoterapia. Em cincoanos de seguimento clínico a paciente não apresentou mais ne-nhum quadro de cefaléia. Faz uso regular de acetato de glatirâmere teve apenas um surto sensitivo hipoestésico em hemicorpo direi-to, que cedeu espontaneamente em 15 dias. A RNM de maio de2007 não mostrava mais lesões ativas de EM, estando o troncocerebral aparentemente intacto e tendo baixa carga lesional emregião subcortical em T2. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Lesões de tronco na EMpodem auxiliar na elucidação de mecanismos fisiopatológicos dascefaléias primárias. Um banco de dados de registro destes casospoderia ser criado pela SBCe.

T 086CAVERNOMA E MIGRÂNEA COM AURA - RELATO DE CASO

Cynthia de Moura Borges¹; Luciana Zimmermann de Oliveira¹;Nathália Santos e Costa¹; Patrícia Lopes Gabriel¹;

Mauro Eduardo Jurno²¹ Residente Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena.

² Preceptor Neurologia Residência de Clínica Médica HospitalRegional de Barbacena; Preceptor Neurologia Residência Psiqui-atria Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena; CoordenadorResidência de Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena.

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InInInInIntttttrodução:rodução:rodução:rodução:rodução: O termo cavernoma foi inicialmente aplicado parauma lesão vascular de origem cerebral e introduzido na literaturaem 1846 por Rokitansky. O famoso patologista Rudolf Virchowaderiu ao termo em 1863. Atualmente a literatura utiliza o temocavernoma baseado em uma classificação baseada em quatromalformações vasculares cerebrais: malformações arterio-veno-sas, telangectasias capilares, malformações venosas e malformaçõescavernosas. A nomenclatura inclui termos, que podem ser usadoscomo sinônimos, como cavernoma, angioma cavernoso,hemangioma cavernoso e malformação cavernosa. Para o diag-nóstico desse tipo de lesão a angiografia não é considerado opadrão-ouro, já que sua comunicação com a vasculatura cerebral épequena, sendo hoje em dia o diagnóstico por imagem e maiorvalia, especialmente a ressonância magnética. A sintomatologia éextremamente heterogênea e varia de acordo com a localização damalformação, assim como de seus períodos de exacerbação elatência. Este trabalho vem, portanto, relatar um caso de uma ado-lescente de 16 anos com diagnóstico de cavernoma, uma das maisraras malformações cerebrais encontradas na literatura. CasoCasoCasoCasoCaso:A.B.M.S, feminino, 16 anos, leucoderma, foi atendida no Hospitalda EPCAR, em Barbacena, em outubro de 2006, devido a quadrode cefaléia de forte intensidade acompanhada por alteração visual.A paciente refere que a crise iniciou com alteração visual, tipoescotomas visuais positivos (pontos brilhantes), acompanhado porcefaléia pulsátil, holocraniana, seguida por fotofobia, fonofobia enáuseas. Depois de medicada, a dor melhorou bastante, assim comoas náuseas, porém a aura visual não desapareceu, mesmo decor-rendo 2 horas de seu início. Seu exame neurológico foi normal,assim como o exame de fundo de olho. Foi solicitado umaTomografia Cerebral Computadorizada, em virtude da aura pro-longada, que mostrou lesão hiperatenuante e hipercaptante, irre-gular, com depósitos cálcicos em seu interior. A paciente foi medi-cada com divalproato de sódio, 500 mg/dia e solicitou-se examede Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo. A RessonânciaNuclear Magnética evidenciou a presença de um cisto aracnóide euma lesão expansiva calcificada com foco hemorrágico de per-meio, com aspecto de "pipoca", tendo como diagnóstico radiológi-co de Cavernoma - Angioma Cavernoso. Em dezembro de 2006, apaciente foi submetida à neurocirurgia no Rio de Janeiro e o diag-nóstico anatomopatológico foi de Cavernoma. Tomografia Cere-bral Computadorizada pós-cirurgia evidenciou pequena áreahipoatenuante occipital direita. Em consulta neurológica em marçode 2007, a mesma refere que continua apresentando crises decefaléia, predominantemente hemicrânia direita, pulsátil, acompa-nhada por fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Referiu a paci-ente que cerca de uma hora antes do início da dor apresentouescotomas visuais positivos, caracterizados como pontos brilhan-tes que duraram aproximadamente trinta minutos e desapareceramapós o início do quadro álgico. Foi sugerida a troca do divalproatopelo topiramato, 50 mg/dia, devido a paciente ter aumentado mui-to seu peso. Em abril de 2007 a paciente retornou em consulta comqueixa de dificuldade intensa de raciocínio, inclusive dificultando asatividades escolares habituais. Foi retirado o topiramato e, introdu-zido uma dose baixa de amitriptilina e orientado tratamentoendocrinológico para sua obesidade. Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão Conclusão: Existem váriasformas de manifestação clínica do cavernoma, de acordo com sualocalização, como descrito anteriormente. Neste caso em especial,manifestações visuais associadas à cefaléia de caráter pulsátil emmulher jovem, o que remete à enxaqueca. No entanto é importanteatentar para outros sintomas, como a duração da aura e a inten-

sidade da dor, já que um diagnóstico tardio desse ou outros proces-sos expansivos cerebrais podem ter conseqüências danosas e atépotencialmente fatais para o paciente.

T 087NEURALGIA DO GLOSSOFARÍNGEO NUMA PACIENTE COM

PARALISIA BULBAR PROGRESSIVA

Marrone LCP; Camargo, DPP; El Ammar JS;Martnez JVL; Dalbem AC

Serviço de Neurologia Hospital São Lucas-PUCRS

Relato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de Caso: RFS, 65 anos, branca , aposentada, apresentan-do a um ano disfagia de condução e alteração de fala, e nos últimos6 meses, dor paroxística, lancinante, de breve duração, localizadana fossa tonsilar com irradiação para a região submandibular eouvido esquerdo. Dor desencadeada pela deglutição e tosse, ex-clusivamente unilateral esquerda. Exame neurológico: comprome-timento dos pares cranianos (IX, X, XI, e XII à esquerda), que causa-vam diminuição do reflexo do vômito à esquerda, fasciculações emhemilíngua esquerda e disfonia. Apresentava história de neoplasiade mama tratada há 18 anos com cirurgia e radioterapia. Exameslaboratoriais sem particularidades; análise do líquor normal, inclu-sive com citopatológico negativo. Tomografia computadorizada eressonância magnética de encéfalo e de transição cranio-cervicalsem particularidades. Eletroneuromiografia compatível com lesãoneurogênica nos núcleos motores bulbares à esquerda. Investiga-ção para neoplasias e síndromes paraneoplásicas negativas. Apóso diagnóstico de Paralisia Bulbar Progressiva associada à neuralgiade glossofaríngeo, foi iniciado carbamazepina 600mg/dia paracontrole da dor e substituído por gabapentina devido à intolerân-cia. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Descrever um caso raro de uma neuralgia cranianaincomum associada a quadro degenerativo bulbar. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: AParalisia Bulbar Progressiva caracteriza-se pelo acometimentodegenerativo dos núcleos motores bulbares com conseqüente dis-túrbio progressivo da deglutição e da fala. Tais sintomas são acom-panhados de fraqueza, atrofia e fasciculações da língua. O óbitoocorre geralmente entre dois a cinco anos. A neuralgia doglossofaríngeo é uma condição clínica rara, que se caracteriza porparoxismos de dor em pontada, aguda, recorrente, de curta dura-ção e de forte intensidade na porção posterior da língua, palatomole, nas regiões laterais e posteriores da faringe, irradiando-separa o ouvido ipsilateral. Geralmente é desencadeada por estímu-los térmicos, tosse, mastigação e algumas vezes por movimenta-ção da base da língua, sendo os antiepilépticos como a carba-mazepina e a gabagentina o tratamento de escolha.

T 088MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA RESPONSIVA À

FLUNARIZINA

El Ammar , JS; Martinez, VL; El Ammar, JS; Olson, FA; Palmini , A.Serviço de Neurologia Hospital São Lucas da PUCRS

RRRRRelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Caso: V.N.F, branco, 15 anos, estudante, refere a cincoanos quadros episódicos recorrentes de hemiparesia direita compredomínio no membro inferior associado a bradipsiquismo, con-fusão mental, tontura e disfasia importante. Durante as crises refe-re hipertermia e eventual ataxia de marcha. Negava alteraçõesvisuais associadas. Tais episódios eram geralmente desencadea-

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dos por exercícios físicos extenuantes e duravam aproximadamente60 minutos, com exceção da hipertermia, que eventualmente per-manecia por até 72 horas. No último ano iniciou a apresentarsimultaneamente ao quadro descrito, crises de cefaléia holocraniana,latejante, de forte intensidade, associada a fotofobia e fonofobia,com náuseas eventuais e que duravam aproximadamente 48 ho-ras. História familiar sem particularidades. Exame neurológico du-rante o período intercrítico sem anormalidades.Extensa investiga-ção diagnóstica com eletroencefalograma, neuroimagem ( TC/RNM/Angio-RNM) e exames laboratoriais não evidenciou anor-malidades. Após tentativas terapêuticas com ácido valpróico e,posteriormente, com acetazolamida, ambos sem resposta, o paci-ente apresentou remissão das crises após introdução de flunarizina10 mg/dia. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Descrever um caso de uma cefaléia primá-ria rara que inicialmente apresentou-se apenas com os sintomasde aura e que respondeu muito bem à flunarizina. Discussão:Discussão:Discussão:Discussão:Discussão: Amigrânea hemiplégica esporádica é uma cefaléia primária incomume que afeta principalmente o sexo feminino. Caracteriza-se basica-mente por uma aura que inclui paresia unilateral associada a pelomenos um dos seguintes: sintomas visuais (postivos e/ou negati-vos), sintomas sensitivos e disfasia, todos completamente reversí-veis. O quadro de cefaléia migranosa ocorre quase que universal-mente durante os sintomas de aura, podendo durar até 72 horas.Tipicamente não há casos semelhantes em parentes de primeiro esegundo graus, embora existam descrições de casos com mutaçõesgênicas presentes, especialmente do gene CACNA1A. O diagnós-tico diferencial inclui principalmente eventos cerebrovasculares eepilépticos, sendo o tratamento baseado em séries de casos, comrelato de potencial benefício com uso de verapamil, propranolol,naloxone, acetazolamida e flunarizina.

T 089ELETROCONVULSOTERAPIA E MELHORA DO QUADRO

MIGRANOSO EM UM PACIENTE ESQUIZOFRÊNICO

Souza, J. R.; Oliveira, D. A.; Vieira, A. C. C.;Melo, A. C. G.; Valença, M. M.

Programa de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências doComportamento, Universidade Federal de Pernambuco.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Até a presente data, poucos relatos têm sido observa-dos sobre a melhora da migrânea após a eletroconvulsoterapia(ECT). Nós descrevemos um homem de 48 anos, com esquizofreniaparanóide, submetido a ECT com melhora do quadro migranoso.Relato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de CasoRelato de Caso: Homem, de 48 anos, foi admitido para trata-mento de esquizofrenia paranóide. O paciente tinha uma históriade migrânea que começou na adolescência, cuja freqüência era emtorno de três episódios ao mês, com duração de mais de 12 horasquando não tratada. A cefaléia era bilateral acompanhada de náu-sea e dormência em couro cabeludo. Durante o período deinternamento, há mais de 20 anos, foi submetido a uma única ses-são de ECT. Relata que após o ECT não houve quadro de cefaléia eseguiu com regressão da migrânea durante um período de aproxi-madamente seis meses. Após esse período, começou a apresentarmigrânea de intensidade mais leve que as anteriores que foi pro-gressivamente se agravando no passar dos anos. Cursou com hi-pertensão arterial e piora da cefaléia, com aumento da intensidadee freqüência (aparecendo quase diariamente). ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Umaúnica sessão de tratamento com ECT preveniu as crises migranosaspor um período de aproximadamente seis meses. A ECT tem diver-

sos e complexos efeitos no sistema nervoso. Esses efeitos, aindapouco entendidos, diferem entre os pacientes, e devem ser indivi-dualizados. Embora nosso paciente tenha se beneficiado com amelhora da migrânea após o ECT, não é uma resposta comumenteesperada. O clássico é o aparecimento de crises de cefaléia apósECT. Mais estudos devem ser realizados em pacientes psiquiátricossubmetidos à ECT, com história prévia de migrânea.

T 090ARTERITE TEMPORAL SEM CÉLULAS GIGANTES

MANIFESTANDO-SE COMO FEBRE DE ORIGEM OBSCURA

El Ammar, JS; Olson, FA; El Ammar, JS; Pascoto, F; Gutierrez, LVServiço de Neurologia Hospital São Lucas – PUCRS

Caso ClínicoCaso ClínicoCaso ClínicoCaso ClínicoCaso Clínico: L.B, branca, 71 anos, interna com quadro a seismeses de febre intermitente, vespertina, associada a sintomassistêmicos como astenia, fadiga , perda ponderal significativa esudorese noturna. História pregressa de neoplasia de mama trata-da com cirurgia e radioterapia a mais de 10 anos e quadro depressivoatual tratado com fluoxetina. Após extensa investigação laboratoriale radiológica para febre de origem obscura - inclusive com resso-nância magnética de encéfalo e análise do líquor - paciente referesintomas de cefaléia nos últimos dois meses, inicialmente holo-craniana, latejante e de leve intensidade, sem sintomas associados.Posteriormente percebeu aumento da intensidade da dor e predo-mínio na região temporal esquerda. Negava déficits visuais prévi-os, bem como claudicação de mandíbula ou sintomas sugestivos depolimialgia reumática. Nesse momento a artéria temporal esquer-da estava levemente espessada e havia hipersensibilidade ao to-que. VSG estava marcadamente elevado. Exame neurológico semanormalidades. Paciente foi submetida à biópsia da artéria tempo-ral esquerda que demonstrou espessamento fibroso da camadaíntima e necrose fibrinóide com trombose intramural, mas ausênciade células gigantes. Após introdução de corticoterapia houve redu-ção da cefaléia e normalização da curva térmica em 48 horas.ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Descrever um caso de arterite temporal sem célulasgigantes que se manifestou inicialmente com um quadro sistêmicoe febre de origem obscura, sem sintomas cefalálgicos no princípiodo quadro, confundindo o diagnóstico inicial. Discussão: Discussão: Discussão: Discussão: Discussão: A febrede origem obscura é um desafio diagnóstico que demanda extensainvestigação, sendo necessário excluir causas infecciosas,neoplásicas, reumatológicas e inflamatórias. A arterite temporal éa patologia do grupo das doenças inflamatórias vasculares maiscomumente associada a cefaléia e faz parte do diagnóstico diferen-cial. Sempre deve ser suspeitada e prontamente investigada emidosos com cefaléia de início recente, uma vez que a demora notratamento pode levar à amaurose bilateral secundária à neuriteóptica isquêmica anterior.

T 091SUNCT RESPONSIVO À CARBAMAZEPINA: RELATO DE CASO

El Ammar, JS; Pascoto, F; Olson F; Marrone, L; Martinez, JVLHospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre, Brasil

RRRRRelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Casoelato de Caso: V.M.C, 80 anos, sem patologias prévias, excetohipertensão arterial sistêmcica controlada com hidroclorotiazidae captopril, iniciou a apresentar nos últimos dois anos episódiosrecorrentes e diários de dor orbitária direita em pontada e de

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forte intensidade. A dor é exclusivamente unilateral, ocorre apro-ximadamente cinco vezes ao dia e geralmente é acompanhado desintomas autonômicos proeminentes como hiperemia cojuntival,lacrimejamento e , eventualmente , rinorréia e lacrimejamento.Nega ptose associada, bem como náuseas, vômitos, fotofobia oufonofobia. Relata que as crises habitualmente duram de 30 a 60segundos, com resolução espontânea, sem a necessidade de usaranalgésicos. Realizada extensa investigação neuroradiológica quenão demonstrou anormalidades. Após tentativas falhas de trata-mento profilático com indometacina, verapamil , prednisona eamitriptilina, foi introduzida carbamazepina em doses progressi-vas até 800 mg/dia. Até a presente data, um ano após o início dacarbamazepina, houve remissão completa dos episódios decefaléia, com importante melhora na qualidade de vida relatadapelo paciente. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Descrever um caso de uma cefaléiaprimária rara adequadamente tratada com carbamazepina. Dis-Dis-Dis-Dis-Dis-cussãocussãocussãocussãocussão: A cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiformecom hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT) é umacefaléia primária incomum do grupo das cefaléias trigêmino-autonômicas que, diferentemente das outras cefaléias deste gru-po, apresenta-se com crises de duração muito breve, que geral-mente impedem o paciente de um adequado tratamento agudo.Recomenda-se sempre uma investigação radiológica na busca porcausas sintomáticas de SUNCT, especialmente patologias da fos-sa posterior e da região hipofisiária. Como não há evidênciasuficiente, o tratamento profilático é baseado apenas em sériesde casos, que descrevem melhora da algia principalmente apósuso de anticonvulsivantes, como carbamazepina, gabapentina,topiramato e lamotrigina, fármacos habitualmente usados na dorneuropática, sugerindo um possível mecanismo nociceptivoneuronal envolvido na fisiopatogênese da doença.

T 092A MIGRÂNEA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL

Macedo, D.D.P.; Macedo, E. M. P.Unidade de Neurologia - Natal, RN

A migrânea é doença crônica que afeta pessoas de todos os estra-tos sociais, embora as crises sejam mais freqüentes nas classeseconomicamente menos favorecidas. Diversas personagens his-tóricas foram apontadas como sofrendo de migrâneas, entre asquais Nietsche, Salvador Dali, Lewis Carroll, De Chirico, Cervantese Napoleão Bonaparte, entre outros. Acrescentamos, a essa lista,Pedro Álvares Cabral. Os dados referentes à vida de Cabral nãosão muito numerosos. Em 2000, Galvani publicou "A NauCapitânia - Pedro Álvares Cabral: Como e Com Quem Começa-mos" (Ed. Record, Rio de Janeiro, 2000), reconhecidamente a maiscompleta biografia do navegador. Galvani revela que, por muitosanos, Cabral sofreu crises recorrentes de cefaléia. Ele atribuiu ascrises de cefaléia de Cabral a surtos de malária, que poderia teradquirido em 1487 ou 1488, quando participou de uma incursãomilitar ao Marrocos. Entretanto, o fato de essas crises terem per-sistido anos a fio, de ocorrerem com intervalos em média sema-nais (e não a cada 24, 48 ou 72 horas), e de o Marrocos não serzona de alta prevalência torna este diagnóstico pouco provável.Além do mais, a malária quando atinge adultos não imunizadostende provocar quadro clínico grave. A cefaléia é manifestaçãoconstante nas etapas iniciais da malária, mas não há referênciasde que se acompanhe de sintomas visuais. As cefaléias de Cabral

eram precedidas de fenômenos visuais e a dor de intensidadeincapacitante, com duração de horas. Nas palavras de Galvani:"Talvez tenha duvidado que chegasse a recuperar a visão perfeita,que para sempre ela ficasse embaçada por aqueles traços, aque-las linhas que pareciam correr-lhes emparelhadas. E, depois, vi-nha a atordoante dor de cabeça, que o fazia detestar todos que seaproximavam.(...) Aos poucos, compreendia que melhor seria evi-tar uma conversa., adiar um compromisso, resistir ensimesmadocomo um animal acuado, manter-se em seu repouso até que avista desanuviasse, a irritação cedesse. Como a chegada da bo-nança depois de uma tempestade, passou a ansiar por aquelemomento em que se restabelecia, pacificando-se com os que orodeavam, em que a dor o largava e seu próprio semblante ama-ciava-se com um sorriso que muitos não adivinhavam, mas que,ele próprio o sabia, brotava de sua alma (pg 42-43)." Descriçõesde cefaléias com características similares estão nas páginas 163e 198-199. A descrição é extremamente sugestiva de migrâneacom aura visual. A tensão da viagem, estímulos luminosos exces-sivos dos mares tropicais, o balanço das ondas, um possível raci-onamento de alimentos e água, pela incerteza de quando chega-riam à terra firme, podem ter atuado como fatores desencadeantes.Depois do retorno, a ansiedade e a expectativa, sempre presentee nunca concretizada, de um dia ser novamente convocado parachefiar uma nova esquadra podem ter contribuído para manteruma freqüência alta de crises. Em suma, parece razoável concluirque durante muitos anos Pedro Álvares Cabral foi vítima de fortescrises de migrânea com aura visual, sendo mais um personagemhistórico a ser incluído na galeria dos migranosos célebres.

T 093CEFALÉIA TEMPORAL PERSISTENTE-RELATO DE CASO

Alonso Rubio, M.Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar um caso de cefaléia temporal persistente e demédia intensidade,relacionando esta sintomatologia comum compossível etiológia de maior gravidade. RRRRRelato de casoelato de casoelato de casoelato de casoelato de caso: E.N.S.,sexo masculino , 38 anos, com queixa de cefaléia temporal esquer-da contínua de média intensidade há dois anos. Exame neurológi-co em junho de 2005 - Clinicamente evidenciava presença de áre-as dolorosas na musculatura temporal e região peri-auricular àesquerda, com dolorimento no ângulo da mandíbula e região datransição cérvico-craniana daquele lado e pequena limitação àabertura da boca. Solicitamos RX de crânio, RX de coluna cervical eRX de mandíbula e ATM , todos com laudos normais, exceção àescursão condilar acentuada à esquerda. A indicação de TomografiaComputadorizada de ATM, afastou o paciente por 5 meses períodoem que procurou cirurgião dentista que colocou placa analgésicainteroclusal não trazendo qualquer alívio. Retornando ao consul-tório após este período,com quadro de dor mais intenso,indicamosa infiltração com lidocaína + betametasona na região dos nervosocciptais esquerda,e infiltração com lidocaína 2% nos pontos gati-lho dos músculos masséter e temporal deste lado. Aliviamos a doroccipital, mas nada na região peri-auricular e mandibular,o quenos levou a solicitação de CT de mandíbula e ATM.No CT consta-tamos massa tumoral na região de parótida esquerda com forma-ção nodular em sua parte superior. Encaminhamos ao cirurgião decabeça e pescoço que pediu uma R.E.M da parótida ,confirmandoa tumoração. A exérese tumoral foi realizada a seguir e o exame

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anatomopatológico, evidenciou ser adenocarcinoma de parótida.Alesão do nervo facial foi inevitável e após realização de químio eradioterapia, foi realizada a anastomose do nervo facial neste pon-to com recuperação satisfatória após fisioterapia. ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado: Opaciente ficou totalmente sem qualquer algia na região e pou-quíssima seqüela facial e até maio de 2007 com seguimento clíni-co, sem alterações detectáveis. Concusão Concusão Concusão Concusão Concusão: A avaliação corretade uma cefaléia, que de início por seus sintomas comuns poderiaser desvalorizada por todos, mascara, às vezes, patologiasetiologicamente cruciais na manutenção da própria vida do pacien-te e que só a determinação na procura diagnóstica consegue elucidar.

T 094 USO DE TOPIRAMATO EM PSEUDOTUMOR CEREBRAL:

A PROPÓSITO DE UM CASO REFRATÁRIO A USO DETERAPIA CONVENCIONAL.

Oliveira, P; Vasconcellos, LFR; Paes, DS; Barcia, T; Policarpo, F;Adriano, MV; Spitz, M; Cagy, M; Pamplona, L;

Ferreira, CM; Azevedo, LL.Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro ( HSE-RJ).

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar caso de pseudotumor cerebral refratário a tera-pia convencional que apresentou boa resposta a topiramato. Intro-dução: O pseudotumor cerebral (PSTC) caracteriza-se por cefaléiaassociada a hipertensão intracraniana sem evidências de processoexpansivo. O tratamento clínico baseia-se principalmente no usode diuréticos, sendo a acetazolamida o de escolha. Outras opçõesseriam: corticóide e mais recentemente relatos de benefício comtopiramato. Relatamos caso de paciente com PSTC que apresentouresposta parcial a acetazolamida e furosemida em doses altas eapós introdução de topiramato apresentou melhora expressiva.Relato do CasoRelato do CasoRelato do CasoRelato do CasoRelato do Caso: Feminina, 17 anos, estudante, obesa (IMC=37).História de cefaléia em aperto, mais intensa pela manhã evoluindocom redução do campo visual em 1 semana. Exame neurológico:Edema de papila bilateral, restante normal. Exames complementa-res: 1- TCC: normal 2- Punção lombar: pressão inicial=50mmHg,com análise liquórica normal. 3- Campimetria: redução de campovisual mais proeminente em quadrantes temporais à esquerda. Ini-ciou uso de acetazolamida 1500mg dia e furosemida 40 mg dia.Após 2 semanas de tratamento houve diminuição da freqüência dacefaléia e redução do papiledema. Evoluiu com retorno ao padrãoinicial de cefaléia e perda do campo visual. Nova punção lombardemonstrou pressão inicial de 26mmHg sendo associadoTopiramato 50 mg/dia. Observamos melhora progressiva dasintomatologia tornando-se assintomática após 1 mês de uso deTopiramato. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: O quadro clínico do PSTC caracteriza-sepor cefaléia em aperto, que piora no período da manhã, com alte-ração visual podendo evoluir nos casos graves para amaurose,sendo portanto uma condição que requer intervenção terapêuticarápida. A forma idiopática é mais a comum, em geral mulheres,jovens e obesas. O exame neurológico revela graus variados depapiledema e em alguns casos paresia do VI nervo craniano. Otratamento consiste em orientação dietética nos casos associadosa obesidade, acetazolamida, furosemida, corticóide e mais recen-temente alguns relatos de eficácia com uso de topiramato. O trata-mento cirúrgico consiste em fenestração do nervo óptico e shuntlomboperitoneal. No caso apresentado a paciente apresentou res-posta inicial satisfatória a acetazolamida e furosemida, no entantohouve recidiva dos sintomas álgicos e da alteração visual a despei-

to do aumento das doses dos medicamentos citados. Introduzimostopiramato com desaparecimento dos sinais e sintomas. Conclu- Conclu- Conclu- Conclu- Conclu-sãosãosãosãosão: O TPM pode ser uma alternativa em pacientes compseudotumor cerebral, especialmente em pacientes obesas.ReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasReferências: 1- Rosenberg GA. Brain edema and disorders of cerebrospinalfluid circulation. In: Bradley W et al. Fourth edition. Philadelphia, 2004.Cap.65, p.1763-90.2- Finsterer J, Földy D, Fertl E, Rudolfstiftung. Topiramate resolvesheadache from pseudotumor cerebri. J Pain Symptom Manage. 2006Nov;32(5):401-2.

T 095NEURALGIA DO TRIGÊMEO SECUNDÁRIA À DOLICOECTASIADO SISTEMA VÉRTEBRO-BASILAR: RELATO DE CASO E

REVISÃO DA LITERATURA

Marinello, J. L. P.; Baiense, R. F.; Villa, T. R.; de Souza Carvalho, D.Setor de Investigação e Tratamento de Cefaléia (SITC) da

Disciplina de Neurologia Clínica da Escola Paulista de Medicinada Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A neuralgia do trigêmeo (NT) é considerada a neural-gia facial mais comumente encontrada, especialmente na popula-ção feminina e em indivíduos com idade entre a sexta e sétimadécada de vida. Clinicamente, se manifesta como episódiosparoxísticos de dor facial lancinante e intensa, sendo seu diagnós-tico essencialmente clínico, reservando exames subsidiários paracasos selecionados. O tratamento inclui medidas farmacológicas eintervencionistas como a descompressão vascular da raiz nervosado nervo trigêmeo. A compressão da raiz do nervo, particularmentepor estruturas vasculares, é a etiologia atualmente mais aceita paraos casos de NT. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar um caso de um paciente comdiagnóstico de NT secundária à dolicoectasia do sistema vértebro-basilar, uma situação pouco relatada na literatura. RRRRRelato de caso:elato de caso:elato de caso:elato de caso:elato de caso:Paciente, sexo masculino, 70 anos de idade, com antecedentes dehipertensão arterial sistêmica (HAS) de longa data, apresentandoquadro clínico de dor facial lancinante à esquerda no território deinervação do terceiro ramo do nervo trigêmeo. Apresentava à angio-ressonância magnética, compressão da raiz nervosa do nervotrigêmeo à esquerda, por conta de desenvolvimento dolicoectásicodo sistema vértebro-basilar. Respondeu, satisfatoriamente, ao tra-tamento clínico com carbamazepina (300 mg/dia). ComentáriosComentáriosComentáriosComentáriosComentáriose conclusãoe conclusãoe conclusãoe conclusãoe conclusão: O sistema vértebro-basilar dolicoectásico tem sidorelacionado a algumas patologias cerebrais tais como hidrocefaliae eventos isquêmicos da circulação cerebral posterior, sendo causaincomum e pouco relatada de NT. O desenvolvimento anômalodeste sistema vascular está relacionado à aterosclerose progressi-va destes vasos sangüíneos, substancialmente associada à HAS e àidade avançada, como o caso do paciente relatado. O mecanismopatogênico, nestes casos, parece ser o mesmo da compressão porestruturas tradicionalmente relacionadas como a artéria cerebelarsuperior. O sistema vértebro-basilar dolicoectásico deve ser sem-pre considerado entre as possíveis causas de NT, especialmente empacientes idosos e com história de HAS de longa data. O tratamen-to medicamentoso, nestes casos, ainda deve ser proposto comoprimeira opção terapêutica, reservando a intervenção cirúrgica paraos casos que apresentam refratariedade ao tratamento clínico.

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 153

T 096TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E ATIVAÇÃO

TRIGEMINOVASCULAR: PERSPECTIVAS ACERCA DAFISIOPATOLOGIA DA MIGRÂNEA

Mattei TA; Kovacs PA; Souza MTM; Sato HK; Rizelio VInstituto de Neurologia de Curitiba

ResumoResumoResumoResumoResumo: É certo que o desafio do desenvolvimento de novas es-tratégias terapêuticas visando melhor controle dos quadrosmigranosos implica na necessidade de melhor compreensão daexata fisiopatologia, bem como da complexa bioquímica envolvidana etiologia desta intrigante, prevalente, e muitas vezes incapacitanteentidade neurológica. Nesse sentido, diversos estudos clínicos eexperimentais têm sugerido o envolvimento da inervação trigeminaldos vasos intracranianos – o chamado "Sistema Trigemino-Vascular"– na fisiopatologia da Migrânea, relação esta mediada pela libera-ção de diversos neuropeptídeos vasodilatadores, dentre os quaisdestaca-se a Substância P (SP) e o Peptídeo-relacionado ao Geneda Calcitonina (CGRP). Neste trabalho é descrito caso de umapaciente a qual, após evento de trombose venosa cerebral (comimagens de Ressonância Magnética demonstrando oclusão com-pleta do seio sagital superior), apresentou quadro novo de cefaléiaintensa, de características tipicamente migranosas (pulsátil, unilate-ral, com náuseas, foto e fonofobia), e que somente pode ser con-trolada com uso de ergotamínicos. Segundo os autores, tal casoinédito possui importante paralelo com o Modelo Experimentalclássico de "Peter Goadsby" de estimulação do seio sagital paragênese da migrânea em gatos, reproduzindo-o "In Anima Nobilis" ecorroborando a validade da relação "estimulação de terminaçõesnervosas em seio dural/ liberação de neuropeptídeos vaso-dilatadores/ migrânea" também em humanos.

T 097MIGRÂNEA COM AURA ATÍPICA: RELATO DE CASO

Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P.Unidade de Neurologia - Natal - RN

A aura migranosa mais freqüente é a visual, seguida, pela ordem, daaura sensitiva, disfásica e motora. Quando as auras ocorrem emcombinação, geralmente obedecem esta seqüência. Outros fenôme-nos, entretanto, têm sido reportados, tais como desorientação espa-cial, acalculia, ansiedade, amnésia global transitória e outras. Domesmo modo, a ocorrência das auras mais clássicas em ordem in-versa tem sido raramente registrado. Relatamos um paciente em queas auras ocorrem em ordem inversa e apresentam também fenôme-nos atípicos. Identificação:Identificação:Identificação:Identificação:Identificação: J.I.A.A., 31 anos, sexo masculino, corparda, motorista,solteiro, natural e residente em Monte Alegre (RN).HDA- Aos 15 anos de idade, começou a apresentar crises paroxísticas,que se iniciavam com ponto luminoso em zona lateral do campovisual, que aos poucos ia se expandindo, muitas vezes com a percep-ção de "maretas" (espectros de fortificação), a que se seguia perda dapercepção visual, com hemianopsia homônima. Os sintomas visuaisduravam entre 20-30 minutos e a eles se seguiam, em seqüência,"voz embolada" e, depois, dormência, que começava pela mão direitae que gradualmente se estendia para todo o hemicorpo. Ao todo,estes sintomas duravam cerca de 90 minutos e eram sucedidos porcefaléia pulsátil, forte, hemicrâniana, com náuseas, fotofobia efonofobia, com piora com atividades físicas e que duravam todo o

dia..Há cerca de 5 anos, as crises mudaram de características. Osintoma inicial passou a ser dormências na mão direita, que aospoucos vai se estendendo para o hemicorpo. Nessas ocasiões, quandoo paciente vai fazer um movimento com o braço direito, por exemplo,tem a sensação que o movimento ocorre com mais rapidez do queefetivamente ocorre, como se o visualizasse o movimento antes deocorrer. A dormência vai aos poucos regredindo, sendo substituídapor dificuldades para falar e, depois, por sintomas visuais semelhan-tes aos já descritos. A duração desses fenômenos é de 60 a 90minutos e se segue cefaléias com as características já descritas aci-ma. Essas crises ocorrem com intervalos de vários meses (um anoentre a última e a penúltima), ficando o paciente assintomático entreas crises. Há história de "dores de cabeça" na família, mas ninguémcom quadro semelhante. Já fez eletrencefalograma e tomografiacomputadorizada, que foram normais. O paciente tem exames neu-rológico normal. Não existem queixas ou alterações em outros siste-mas. Comentários: Comentários: Comentários: Comentários: Comentários: Este paciente apresenta, em seqüência, aurassensitiva, disfásica e visual. A combinação com que diferentes aurasocorrem é muita variada. Estudos mostram que, entre as auras visu-ais, sensitivas e motoras todas as possibilidades (auras isoladamenteou em seqüência) são possíveis. O paciente relata que seus sinto-mas ocorrem sempre no hemicorpo direito, enquanto que a cefaléiaé contralateral. Podemos especular, considerando que o fenômenoda aura seja produzido pela depressão alastrante, que neste caso, aoinvés de se iniciar pelo lobo occipital, o fenômeno se inicia, ou setorna clinicamente evidente, no lobo parietal, e daí se propague,produzindo auras na seqüência inversa do que habitualmente ocorre.Uma espécie de dissociação entre um movimento e sua percepção,como se a percepção antecedesse o ato motor em si, pode tambémser decorrente de alteração transitória funcional do lobo parietal.

T 098SÍNDROME DE TOLOSA-HUNT: RELATO DE CASO

Alvarenga, R.M.P.; Dias, F.P.F.; Henriques, A.L.A.; Muniz, V.B.Hospital da Lagoa/ RJ

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso clínico de paciente atendida no ambula-tório de neurologia com o diagnóstico de Síndrome de Tolosa-Hunt. RRRRRelato de casoelato de casoelato de casoelato de casoelato de caso: SMV, 39 anos, natural de MG procurou oserviço de neurologia em março de 2006, com quadro de cefaléiaem região orbitária direita, de forte intensidade, associada àfotofobia, vômitos, ptose palpebral à direita e diplopia com evolu-ção de um mês. Negava febre, tosse, coriza, queixas ginecológicas,alterações visuais ou alteração do nível de consciência. Em suahistória patológica pregressa, apresentou quadro semelhante aodescrito, com diplopia e cefaléia predominantemente à direita ecurso autolimitado, há sete anos. Negava Diabetes, história préviade migrânea, doenças pulmonares, trauma ou infecções. Ao examefísico apresentava-se com oftalmoplegia do VI par direito associa-da à neuralgia do primeiro e segundo ramos do nervo trigêmiodireito. Demais parâmetros do exame neurológico sem alterações.Apresentava hemograma, glicemia de jejum, VHS e avaliação bio-química completa sem alterações. RX de tórax ,TC e RNM decrânio normais. Instituído tratamento com prednisona oral, nadose de 1 mg/kg/dia , com melhora do quadro álgico no terceirodia de tratamento, que foi mantido por 4 semanas. Após o térmi-no deste não apresentava dor, porém permanecia com oftal-moplegia que involuiu após 40 dias. Critérios de Síndrome deTolosa-Hunt: International Headach Society IHS (2004): A: um ou

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154 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007

mais episódios de dor orbital unilateral persistente por semanas senão tratada; B: Paresia do III, IV, VI nervos cranianos ou oftal-moplegia completa e/ou demonstração de granuloma pela Resso-nância do seio cavernoso ou biópsia. C: Paresia coincidente com oinício da dor ou dentro das duas semanas seguintes. D: Dor ouparesia resolvendo dentro de 72 horas após tratamento adequadocom glicocorticóides. E: Outras causas tendo sido excluídas apósadequada investigação.

T 099TERAPIA NA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL ASSOCIADA A

DESORDEM TÊMPORO-MANDIBULAR MIOGÊNICA:RELATO DE CASO

Kneip, B. S; Krymchantowski, A; Bruno, M.A.D.Centro da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro (RJ)

Ambulatório de Cefaléia Crônicas do Instituto de NeurologiaDeolindo Couto (UFRJ)

Background e ObjetivosBackground e ObjetivosBackground e ObjetivosBackground e ObjetivosBackground e Objetivos: O aumento de aferências periféricasda musculatura mastigatória pode agravar cefaléias primárias. Afisioterapia pode reduzir estas aferências através do relaxamentoda musculatura envolvida na desordem têmporo-mandibular (DTM).O objetivo deste estudo é demonstrar o papel da Fisioterapia notratamento acessório da DTM miogênica. Materias e métodos Materias e métodos Materias e métodos Materias e métodos Materias e métodos:Este é um relato de caso, de uma paciente do sexo feminino de 25anos, com: mialgia bilateral de masseter e cefaléia do tipo tensionalepisódica freqüente (CTTE) com 2-3 crises semanais. A pacientetambém revela limitação da amplitude para abertura bucal ativa(10mm). Durante 2 meses a paciente usou 20mg/dia de nortriptilinae aparelho interoclusal de estabilização (placa miorelaxante) nãotendo obtido nenhuma melhora na freqüência dos sintomas. Foramrealizadas como tratamento, técnicas de mobilização e manipula-ção articular (Rocabado, 1999), PRT-Positional Release Therapy(Simons et al., 1998) alongamento e fortalecimento de masseter,trapézio, esternocleidomastoide e escalenos em sessões bi-sema-nais de 60 minutos (total 8 sessões). Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados: Ao final dotratamento, houve ganho da abertura bucal (10mm para 35mm) ,aumento da força muscular para a mastigação de alimentos sólidosrelatada pela paciente e a freqüência da CTTE foi reduzida paramenos de uma por semana. A dose de nortriptilina não foi modifi-cada durante todo o tratamento e manteve-se em 20mg após ojantar. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: A eficiência da Fisioterapia como tratamentoacessório ao antidepressivo tricíclico e a placa estabilizadora ésugerida. Estudos controlados são necessários para confirmar es-tas observações. PPPPPalavra-alavra-alavra-alavra-alavra-chavchavchavchavchave: articulação têmporo-mandibu-lar, hipomobilidade, cefaléias primárias

T 100PACIENTE COM CEFALÉIA EM SALVAS E MIGRÂNEA

RELATO DE CASO

Ribeiro F.G., Ferreira S.K., Dias D.L., Gomes G.A.,Cruz L.S., Pires L.A.

Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora -Serviço de Neurologia

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: A cefaléia em salvas é rara, quando comparada aosoutros tipos de dor primária. A prevalência varia, estando vinculadaà metodologia ou à população analisada em cada estudo, embora

se acredite que corresponda a 6% dos casos de cefaléia e queocorra em concomitância com outras de cefaléias primárias. Algu-mas características são observadas na cefaléia em salvas da mu-lher, como dor mais generalizada na face estendendo-se para amastóide, mandíbula, órbita e nariz; crises com maior duração que,embora freqüentemente noturnas, elas permanecem durante o dia.ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Relatar o caso de uma paciente com cefaléia em salvase migrânea sem aura. RRRRRelato de casoelato de casoelato de casoelato de casoelato de caso: Mulher, 44 anos, iniciouhá 14 anos quadro de cefaléia hemicrâniana à esquerda com dura-ção inferior a 01 hora, diária, de forte intensidade, caráter sazonal,que acordava a paciente à noite. Associada à hiperemia ocular,lacrimejamento, edema em hemiface esquerda e agitação. Apre-senta em concomitância cefaléia iniciada aos 16 anos de caracte-rística pulsátil, holocraniana, com duração de 04 até 72 horasassociada à fotofobia, fonofobia e náuseas, de moderada intensi-dade e significativa piora no período menstrual. História familiarpositiva para migrânea. Exames clínico e neurológico normais. Re-alizada Ressonância Magnética de encéfalo. Apresentou melhoraparcial da crise após o uso de sumatriptano, melhora total da dornoturna com a oxigênioterapia (8 l/min), com persistência de dorleve diurna e migrânea. Permanece em uso de divalproato (250mg12/12 hs) e prednisona. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Apesar de ser uma pacientedo sexo feminino, a cefaléia em salvas é típica e bem caracterizada.A coexistência de cefaléia em salvas e migrânea é pouco freqüentee, embora baseado apenas na prevalência de migrânea, espera-seque, pelo menos, 15 % das pessoas com salvas tenham ambas.

T 101ENXAQUECA HEMIPLÉGICA FAMILIAR EM GÊMEOS COM

LESÕES IRREVERSÍVEIS NA SUBSTÂNCIA BRANCA:RELATO DE CASO

Narimatsu K.. Sakotani T,,O.. Nemoto P, H.. Monzillo P,H.Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Enxaqueca Hemiplégica consiste em cefaléia comaura visual, sensitiva ou disfasia seguida de déficit motor reversível,podendo ser classificada como familiar ou esporádica, segundo aClassificação Internacional das Cefaléias. A forma familiar temherança autossômica dominante acometendo pelo menos um pa-rente de 1? ou 2? grau com quadro clínico semelhante. Relato deRelato deRelato deRelato deRelato deCasoCasoCasoCasoCaso: Gêmeos fraternos, AMR masculino e SSC feminino, 15anos, com crises de enxaqueca precedidas por aura migranosaincluindo sintomas visuais como escotomas cintilantes, parestesiaem um hemicorpo e posteriormente paresia ipsilateralmente comreversão completa em 15 minutos. Seqüencialmente apresentamcefaléia pulsátil com fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos comduração de 6 horas e freqüência das crises 1-3 ao mês. A história eexames físico e neurológico não sugerem nenhum transtorno orgâ-nico, entretanto, estudos de imagem evidenciaram lesões inespe-cíficas em substância branca. Ambos realizaram estudos genéticospara definição mais precisa de Enxaqueca Hemiplégica Familiar,baseando-se na pesquisa de mutações do gene CACNA1A do cro-mossomo 19 e no gene ATP1A2 do cromossomo 1. Aguardandoresultados. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão: Apesar de critérios bem definidos paraEHF, alguns diagnósticos diferenciais não devem ser excluídos comovasculites e alguns acidentes vasculares hereditários como oCADASIL. Entretanto, ambos apresentam provas reumatológicasnegativas e até o momento sem déficit cognitivo, alteração comporta-mental ou expressão clínica de acidente vascular cerebral isquêmico.

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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 155

T 102ANALGESIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA

NEURALGIA DO TRIGÊMEO: RELATO DE CASO

Pizzo R.C. A.; Dach F.; Lizarelli R. F. Z*.; Speciali J.G.Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São PauloInstituto de Física de São Carlos - Universidade de São Paulo*

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo: Verificar o efeito antiálgico do laser de baixa intensida-de (GaAlAs) na neuralgia do nervo trigêmeo (NT). PPPPPaciente eaciente eaciente eaciente eaciente eMétodoMétodoMétodoMétodoMétodo: Paciente, 55 anos, sexo feminino, apresentou-se no Am-bulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas(FMRP/USP), quei-xando-se de dor hemicrâniana à direita, pulsátil, de forte intensida-de, fono/fotofobia, vômito associado. Outra queixa era de dorfacial em território de V3, desencadeada pelo frio, pela fala, pelamastigação. Queixava-se ainda de emagrecimento. Estava comabuso de analgésicos e fazendo uso de ácido valpróico (500mg, 2vezes/dia). Durante a avaliação padronizada do segmento cefálicoquando da palpação dos músculos da face à direita (inserçãomasseter), a paciente apresentou episódio de dor tipo pontada in-tensa, queimação, com início na comissura labial irradiando até aATM, ficando caracterizado dois diagnósticos: migrânea sem aurae NT. Para o tratamento da neuralgia, foi submetido a aplicaçõescom laser, sendo 4 pontos no trajeto do nervo alveolar inferior, 2no músculo masseter e 4 na ATM. Foi aplicada uma dose de 60 J/cm² por ponto, 1 vez/semana durante 6 semanas. A paciente pre-encheu um diário para marcar o número de crises. As avaliaçõesforam feitas nos dias A0(antes do início da 1ª aplicação), A1, A2,A3, A4, A5, A6(semanais), A7 e A8(30 e 60 dias após a últimaaplicação). Para o tratamento da migrânea foi orientado, de imedi-ato, a retirada dos analgésicos e na A4 foi associado ao ácidovalpróico, o propranolol(40mg, ½ noite) e clorpromazina 4% 10gotas na crise migranosa. Resultados: Em A0 referia de 3 a 4 crisesneurálgicas por dia, em A1 referiu apenas 2 em dias diferentes, emA4 referiu apenas 1 e no restante do seguimento permaneceu semcrises, inclusive em A7 e A8. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Diante desses resulta-dos podemos sugerir que o laser de baixa intensidade pode ser útilno tratamento da neuralgia do trigêmeo.

T 103CEFALÉIA PERSISTENTE E DIÁRIA DESDE O INÍCIO

DESENCADEADA PELO PARTO: RELATO DE DOIS CASOS

Magalhães, J. E.; Januário, A. M. S.; Araújo, L. C. L.;Aragão, M. F. V.; Farias da Silva, W.; Valença, M. M.

Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Recife, Pernambuco, Brasil.

Objetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e Métodos: Relatar dois casos de cefaléia persisten-te e diária desde o início (ICHD-II 4.8) desencadeada pelo trabalhode parto em pacientes acompanhadas no Serviço de Neurologia doHospital das Clínicas de Pernambuco. RRRRRelato dos casoselato dos casoselato dos casoselato dos casoselato dos casos: CasoCasoCasoCasoCaso11111 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléia holocraniana, predo-minante à esquerda, leve a moderada, presente logo ao despertarde procedimento cirúrgico-anestésico há 43 anos (raquianestesia eparto cesariana), que evoluiu desde então de forma contínua, comperíodos de exacerbação da dor, que duravam cerca de duas horas,até cinco vezes ao dia, acompanhados de hiperemia conjuntival,lacrimejamento, semiptose e edema palpebral, também com pre-domínio à esquerda. Ressonância Magnética de crânio mostrava

lesão provavelmente isquêmica na linha média em ponte emesencéfalo. Não houve resposta satisfatória ao uso de indo-metacina. Caso 2Caso 2Caso 2Caso 2Caso 2 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléiaholocraniana súbita, em peso, de moderada intensidade, após sus-to durante trabalho de parto há 48 anos, que persistiu por mais deum mês, passando a apresentar a intervalos de tempo variáveis,episódios de cefaléia do tipo tensional com duração de horas atétrês meses, sendo que há 20 anos passou a apresentar cefaléiacontínua e diária. ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: O trabalho de parto já foi referidocomo fator precipitante de outras cefaléias primárias pouco usuais,como a hemicrânia contínua (Peres et al., 2004). Além disto, lesõesde tronco têm sido relacionadas com cefaléias acompanhadas dedistúrbios autonômicos (Valença et al., 2004). São relatados oscasos de duas mulheres com cefaléia persistente e diária desde oinício que foi desencadeada pelo parto, relação essa não descritaanteriormente.

T 104EXPLICANDO A "MIGRALEPSIA": MALFORMAÇÃO

VASCULAR CEREBRAL OCCIPITAL COMO CAUSA DEMIGRÂNEA, EPILEPSIA OU AMBAS

Januário, A. M. S., Magalhães, J. E., Batista, L. L., Costa, J.,Farias da Silva, W., Valença, M. M.

Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Recife, Pernambuco, Brasil.

Objetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e MétodosObjetivos e Métodos: Relatar os casos de três pacientes acom-panhados no Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas dePernambuco e discutir sobre a associação entre malformaçõesvasculares cerebrais e condições neurológicas paroxísticas quepodem compartilhar bases fisiopatológicas semelhantes. RelatoRelatoRelatoRelatoRelatodos casosdos casosdos casosdos casosdos casos: Homem, 51 anos, começou a apresentar há um anoepisódios de aura visual, tipo escótomas cintilantes, por cinco mi-nutos que evoluía para cefaléia frontotemporal bilateral pulsátil,com fotofobia e fonofobia, por cerca de trinta minutos, seguida decrise epiléptica motora focal com generalização secundária.Eletroencefalograma demonstrou breves surtos de ondas lentaslocalizadas nas projeções temporais bilaterais, e imagens demons-traram malformação arteriovenosa occipital esquerda. Com uso decarbamazepina, apresentou apenas um episódio de aura visual se-guida por cefaléia leve de curta duração, sem manifestação epilép-tica motora. Submetido a tratamento endovascular, evoluiu semnovos episódios. Foram estudados outros dois casos de mulherescom malformações vasculares occipitais e crises de migrânea uni-lateral com aura visual. ConclusãConclusãConclusãConclusãConclusão: Migrânea e epilepsia sãoentidades freqüentes que podem ser desencadeadas por alteraçõesestruturais, sendo que, epidemiologicamente, a existência de umaaumenta a probabilidade da outra. Além disso, uma crise epilépticapode ser desencadeada por migrânea com aura, podendo ser clas-sificada como "migralepsia" (ICHD-II 1.5.5). Assim, pode-se inferir,dos casos estudados, que existe relação fisiopatológica entre asmalformações vasculares cerebrais occipitais e o desencadeamentode migrânea com aura. Ainda, no caso descrito, os achados demigrânea com aura seguida por epilepsia do lobo occipito-tempo-ral suscitam a possibilidade de "migralepsia" e relação com amalformação vascular cerebral occipital.

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES