í iifil M FIÍliI|»Í|IIlfI Blllttllll -...

4
VbAiuA ><«rjV!*ii $ ¥ iifil M FIÍliI|»Í|IIlfI Blllttllll PUBLICAÇÃO QtJINZENAL ' ,-'¦'.í Anuo BI ISru/il Blio «le Janeiro 188.1 Etavèiréirò 15 rç. «» O «ysÇciíin lu<>iii»k»|>atlii(*o Por acharmos curiosas oífereçemos aos nossos leitor ;s as idéias dadas a um dos nossos médiuns por ura espirito familiar, sobre o systema de ITanqman. E' idéia corrente que os corpos da natureza constam dn duas partos, de dons estados distinctos de condensação dn ma- teria cósmica ou primordial— átomos iner- tes c fluido. Isto posto, se lançarmos em um copo d'agun unia gota de ópio, vemos que esta se dissolvi' c dcsapparecc; convém porém estudar a modificação que se operou nos liqiíidos misturados; os átomos do ópio se combinaram chimicamcntc com os do fluido da água, despertando neste a aflini- dade para 0 ópio, ou tornando-o apto para neutralisar a acção deste medicamento, Se addicionarmos nova porção de ópio, parte dessa forca de allinidade é neutra- lisada, com o que sua acção dccrescc. Continuando ainda a ajuntar novas por- ções, chegaremos ao ponto de saturação om que aquella acção se annullará. Dahi em diante todo o ópio que se ajuntar terá seu completo poder medica- mentoso; estamos no dotriinipda...nllopa-» tliia. Tiremos as conclusões; \a< Antes cia saturação, a (pie nos refe- rimos acima, não é o ópio empregado nos medicamehtoshomceopatbicósqucmactua, mas sim o fluido por elle modificado c que tem propriedades contrarias ás suas; as- sim, se em grande, dose esse medicamento produz a lethargia, empregado hcmcüopa- thicamente elle destrOe em hds osprinci- pios desse mal. 2.-' Fica patente que a acção do medica- mento hòmoeopathico é tanto mais forte, dentro ile certos limites, quanto for .maior o numero das dinamisações, porque a aíli- nidade do fluido cresce com este numere. 3'.n Fica reduzida a nada a aecusação de não ser remédio a hòmcoopáthia, por não produzir acção alguma sobre os individuos *ãos; porque, não encontrando no corpo os elementos mórbidos que elle podo des- truir, a acção do fluido torna-se nulla. E' pelo estudo dos fluidos que vos envolvem por toda parte, e das modifica- çõesinnumeras porque elles passam, que se encontrará o traço de união dos diver- :sossystemas de curar, que ainda boje pro- vocam entre vós tão renhidas disputas e que no futuro concorrerão de mãos dadas para alliviar os vossos solfri mentos. Ante a imposição dos interesses mate- riaes e políticos, cala-se o furor de pro- paganda dos romanistas. O papa l.eão XIII concedeu a eondccò- ração de Chi isto ao príncipe allemão, pro- testante, acerrimo defensor de Lütheroj grão-mestre da maçonaria e hospede do rei Humberto. Apontamos somente o facto; o não o censuramos' porque cremos ser chegado o tempo de deixar a religião de ser um t ro- peco ao estabelecimento da fraternidade universal. Como começou o ft pi ri ti.«mio »IO(l<>l*llO ? 'Muito simples e modestamente, cerne- ihánleirientc áò «pu1 se tem dado eom todas as maiores descobertas que liou- ram a nossa humanidade. Um simples aprendiz de sapateiro, de New-York, Jnckson Davis, olhando para um pedaço de christal, descobriu no interior deste uma figura estranha ; c isto foi uma sccnlolhaqiie, alimentada pelas publicações e coiifercrícias de Jackson, ateou o vasto incêndio cujas clianunas hoje envolvem o mundo lodo. () enlhusiasmo que excitou foi tal que, em sua cidade, elevaram immcdiata- mente um templo destinado ao culto spiríta, em cujo frontão estavam gra- vadas as seguintes palavras— Panthcon do progresso. As estatuas (pio o decoravam, repre- sentavam Bráhma, Ihidha, Moy/ós, Je- sus, Luthero, ele, c nada mais lemos a acrescentar. Pouco depois veio, em 1X18, um inci- dehlc novo dar ainda mais forçaápropa- ganda dessas idéias: Em uma pequena cidade dos listados- unidos, nu casa habitada pela família Fox, se fizeram ouvir estranhas pança- das, repelidas com um certo i-htcrvallo. Pondo em relação esses golpes com as Viras dn nlpbajjafn. RstaÜelcceiuse uma correspondência, pela qual se commu- hieiiva que um indivíduo qne, havia muito, linha llcsapparecido, fora assas- sinado o enterrado ein um certo lugar da cava dessa casa. Seguindo-seasprescripções do denun- ciante invisível,'n esqueleto foi encon- Irado no lugar indicado. Este fado, que lauto excitou a popu- laçãó do lugar, foi o Ibeina de impòrlarilc discussão entre os sábios doutores in- glezes : Wallace e Ourpenlcr, este o grande adversário do Spiritismo, e que lauto como JneUson, contributo para o riàsçiíricnlò dessa sciencia profunda. llm anuo depois Philadélphia contava 300 círculos spirítas. No me/, de Agosto de 1868, a Convetir ção nacional estipulou, em llòchcster, unia confissão de le composta de li) ar- tigòs fundáinenlaes, admitiindo em priii- cipio trez pontos essenciacs : a possibi- lidado das relações entre os vivos e tis almas dos mortos, a existência de bons e máos espirites, omíim a tendência dos espirites todos a se aperfeiçoarem e su- birem para Deus. A essas doutrinas[nascidas do incidente Fox, ájünclòu Allan-Kardcc, em Franca, a sabia coordenação dos princípios da doutrina spiríta, que hoje são a base se- gora pura quem quer estudai-a. Taes foram oscomeços modestos dessa sciencia destinada a deixar nina impres- são immoi'1'edora nos annaes da huma- nidade terrena, e propagada, por toda parle, portão grande numero deíèvis- las, periódicos c brochuras, como ne- iiliii.rua outra sciencia o tem tido até hoje Fomos honrados com os primeiros nu- meros dos seguintes collega- : Aratuhipe Bahia. Gazeta de Valcnça. O Paulista Taiibaté. Gazeta de Noticias— Maceió. Gazeta Luzitana— Corte. Amor, Paz y Caridai] l niversal Bar- cellôna. A todos agradecemos e retribuiremos. Feder neffio Npiríta Itrazi- Içira SESSÃO 1)0 Io DR FEVERRIRO Constou o espediente da leitura de trez communicações de convidados para fa/.e- réth parte da Federação, declarando que adheriam á idéia; os quaes, de eonformi- dade com o prescriptono regulamento, li- caram coiisidorados sócios fundadores; e do um odicio dosócio archivista, apresen- tando uma ralação de obras ollerccidas á Ijibliotheea da sociedade. Foi lido nm pequeno trabalho O Spi- ritismo oftefecido á sociedade poi seu autor, o Sr. 1'ourroy. Discutio-se depois a these seguinte: Começará a individualisação do espirito com asuaenttada na esphera da encarna- ção hominál, ou antes de attingir a esse ponto? SRSSÂO DR .X Constou o expediente de vários otlieios relativos ao mojhor modo de se fazer mais activa a propag*«<ía. Não foi, por emquanto, aceita a pro- posta devassar o orgam da Federação a publicar-se semanalmente. Foi approvada a proposta de nomeação para sócios honorários da Federação Spi-* rita Brazileira, dos distinctos escriptores propagandistas, Srs. 11. .1. de Túrclc e Mine. Antoihetè Bonrdin. Pedimos aos collcgas que nos honram com sua permuta, regularidade na re- messa de seus periódicos, pois as col- lecções annuaes completas serão enviadas para a Bibliotheca da Federação. \Í«.*«nS0Sís0W Temos á vista o importante trabalho xlcomcmos õu a ímmoktai.idaiik e <> re- nascimento. Gênese da Terra e iiimani- dade terrena precedido de algumas considerações criticas sobre o christianis- mo, por D. .lusé Amigo e Pellieier. Essa. obra publicada em Barceii,^^ consta de duas partes, na primeira das quaes o autor faz um serio estudo cpmpa- rado do romanismo e do Spiritismo, lia- scando-se na razão, mi sciencia e nas pa- lavras do Christo. A segunda consta de uma serie de com- municações assa/, instruetivas dadas pelo espirito de um Cardeal, fallecido em prin- cipios de 1875, explicando a gênese da Terra e de sua humanidade. A clareza da concepção dos pensamentos, a justeza dos raciocínios, a riqueza e cor- recção do estylo tornam essa obra recom- mendavel, não aos que se dedicam ao estudo da sciencia spiritica, como a todos os que se interessam pelo progresso dos nossos conhecimentos, relativamente á constituição dos mundos e suas bumani- dades. A iiieiliuiiidade euradora Tínhamos razão quando, no nosso nu- mero de 15 de Janeiro ultimo, chamamos a attenção da iilustrada classe medica bra- zileira para o estudo dos phenomenos me- dianimicos.»* Lugubre silencio recebeu o nosso con- vi te. 1'uis bem,senhores, nosF.stados-Unidos, nesse paiz onde -,i liberdade de pensar exerce todo o seu império benéfico, nesse paiz onde os sábios não se pejam de de- clarar (pie ainda não sabem tudo, acaba- se desfazer o que pedÍamos aqui. A Universidade de Philadélphia nomeou uma commissão de cinco ülustres professo- res para estudareexplicarsoientillcamente, essa faculdade que se manifesta eom tanta punjança pelo mundo inteiro. liesignemo-nos a receber o (pie elles ii- zerem ; continuemos a apegar-nos ao que dizem os livros, sem —descermos a, por nós mesmos, interrogar a natureza, em busca dos segredos (pie ella emeerra em seu seio. &i|».;.»»:<Suii*o as»*- ¦,,.*iti**í°*»" Unido* No nosso n. 22 demos noticia de um legado feito h Universidade de lVnsilvania pelo Snr. Henry Leybert, com a, obrigação da mesma Univer- sidade crear uma cadeira de Philo- sophia Spiríta. A Universidade aceitou o legado e nomeou uma çomnnssiLo com- posta do Snr. Dr. William Eepper. reitor, dos lentes cathedraticosde chi- mica, anatomia e sciencia social e d'um sacerdote protestante. A commissão resolveu convidar todos os centros e sociedades spirítas e os médiuns de diversas faculdades, para estudar seus trabalhos experi- mentaes. Temos felizmente uma commissão scientifica estudando os phenomenos phamados spiritas. O que dirão ^aquelles que, não so dando ao tra- balho de meditar, cla.sifíeam o Spi- ritismo de superstição 7: O que dirá um nosso colleg'<i que não deixa de nos invectivar ii todo pretexto ? A Sociedade ."Espiritis ta de Zaragosa, recebeu por ordem real, ê intermédio do respectivo minist erio,nma bibliotheca que lhe foi concedida. Felicitamos aos .nossos irmãos da Fies- panha, por contaa- com mms esse elemento para derrnmar a. instrucção, única ala- vanca do progresso da hutnanidade; e ao governo, que assicu se mostra propenso a secundar os esforçlos dos trabalhadores do futuro. '/"*—' m %'<>¦) ifà

Transcript of í iifil M FIÍliI|»Í|IIlfI Blllttllll -...

VbAiuA ><«rjV!*ii

$

¥

iifil M FIÍliI|»Í|IIlfI BlllttllllPUBLICAÇÃO QtJINZENAL

' ,-'¦'.í

Anuo BI ISru/il Blio «le Janeiro — 188.1 — Etavèiréirò — 15 rç. «»

O «ysÇciíin lu<>iii»k»|>atlii(*o

Por acharmos curiosas oífereçemos aosnossos leitor ;s as idéias dadas a um dosnossos médiuns por ura espirito familiar,sobre o systema de ITanqman.

E' já idéia corrente que os corpos danatureza constam dn duas partos, de donsestados distinctos de condensação dn ma-teria cósmica ou primordial— átomos iner-tes c fluido.

Isto posto, se lançarmos em um copod'agun unia gota de ópio, vemos que estase dissolvi' c dcsapparecc; convém porémestudar a modificação que se operou nosliqiíidos misturados; os átomos do ópio secombinaram chimicamcntc com os dofluido da água, despertando neste a aflini-dade para 0 ópio, ou tornando-o apto paraneutralisar a acção deste medicamento,

Se addicionarmos nova porção de ópio,parte dessa forca de allinidade é neutra-lisada, com o que sua acção dccrescc.

Continuando ainda a ajuntar novas por-ções, chegaremos ao ponto de saturaçãoom que aquella acção se annullará.

Dahi em diante todo o ópio que seajuntar terá seu completo poder medica-mentoso; estamos no dotriinipda...nllopa-»tliia.

Tiremos as conclusões;\a< Antes cia saturação, a (pie nos refe-

rimos acima, não é o ópio empregado nosmedicamehtoshomceopatbicósqucmactua,mas sim o fluido por elle modificado c quetem propriedades contrarias ás suas; as-sim, se em grande, dose esse medicamentoproduz a lethargia, empregado hcmcüopa-thicamente elle destrOe em hds osprinci-pios desse mal.

2.-' Fica patente que a acção do medica-mento hòmoeopathico é tanto mais forte,dentro ile certos limites, quanto for .maioro numero das dinamisações, porque a aíli-nidade do fluido cresce com este numere.

3'.n Fica reduzida a nada a aecusação denão ser remédio a hòmcoopáthia, por não

produzir acção alguma sobre os individuos*ãos; porque, não encontrando no corpoos elementos mórbidos que elle podo des-truir, a acção do fluido torna-se nulla.

E' só pelo estudo dos fluidos que vosenvolvem por toda parte, e das modifica-

çõesinnumeras porque elles passam, quese encontrará o traço de união dos diver-:sossystemas de curar, que ainda boje pro-vocam entre vós tão renhidas disputas e

que no futuro concorrerão de mãos dadas

para alliviar os vossos solfri mentos.

Ante a imposição dos interesses mate-riaes e políticos, cala-se o furor de pro-paganda dos romanistas.

O papa l.eão XIII concedeu a eondccò-ração de Chi isto ao príncipe allemão, pro-testante, acerrimo defensor de Lütherojgrão-mestre da maçonaria e hospede dorei Humberto.

Apontamos somente o facto; o não ocensuramos' porque cremos ser chegado otempo de deixar a religião de ser um t ro-peco ao estabelecimento da fraternidadeuniversal.

Como começou o ft pi ri ti.«mio»IO(l<>l*llO ?

'Muito simples e modestamente, cerne-ihánleirientc áò «pu1 se tem dado eomtodas as maiores descobertas que liou-ram a nossa humanidade.

Um simples aprendiz de sapateiro, deNew-York, Jnckson Davis, olhandopara um pedaço de christal, descobriuno interior deste uma figura estranha ;c isto foi uma sccnlolhaqiie, alimentadapelas publicações e coiifercrícias deJackson, ateou o vasto incêndio cujasclianunas hoje envolvem o mundo lodo.

() enlhusiasmo que excitou foi tal que,em sua cidade, elevaram immcdiata-mente um templo destinado ao cultospiríta, em cujo frontão estavam gra-vadas as seguintes palavras— Panthcondo progresso.

As estatuas (pio o decoravam, repre-sentavam Bráhma, Ihidha, Moy/ós, Je-sus, Luthero, ele, c nada mais lemos aacrescentar.

Pouco depois veio, em 1X18, um inci-dehlc novo dar ainda mais forçaápropa-ganda dessas idéias:

Em uma pequena cidade dos listados-unidos, nu casa habitada pela famíliaFox, se fizeram ouvir estranhas pança-das, repelidas com um certo i-htcrvallo.

Pondo em relação esses golpes com asViras dn nlpbajjafn. RstaÜelcceiuse umacorrespondência, pela qual se commu-hieiiva que um indivíduo qne, haviamuito, linha llcsapparecido, fora assas-sinado o enterrado ein um certo lugarda cava dessa casa.

Seguindo-seasprescripções do denun-ciante invisível,'n esqueleto foi encon-Irado no lugar indicado.

Este fado, que lauto excitou a popu-laçãó do lugar, foi o Ibeina de impòrlarilcdiscussão entre os sábios doutores in-glezes : Wallace e Ourpenlcr, este ogrande adversário do Spiritismo, e quelauto como JneUson, contributo para oriàsçiíricnlò dessa sciencia profunda.

llm anuo depois Philadélphia contava300 círculos spirítas.

No me/, de Agosto de 1868, a Convetirção nacional estipulou, em llòchcster,unia confissão de le composta de li) ar-tigòs fundáinenlaes, admitiindo em priii-cipio trez pontos essenciacs : a possibi-lidado das relações entre os vivos e tisalmas dos mortos, a existência de bonse máos espirites, omíim a tendência dosespirites todos a se aperfeiçoarem e su-birem para Deus.

A essas doutrinas[nascidas do incidenteFox, ájünclòu Allan-Kardcc, em Franca,a sabia coordenação dos princípios dadoutrina spiríta, que hoje são a base se-gora pura quem quer estudai-a.

Taes foram oscomeços modestos dessasciencia destinada a deixar nina impres-são immoi'1'edora nos annaes da huma-nidade terrena, e propagada, por todaparle, portão grande numero deíèvis-las, periódicos c brochuras, como ne-iiliii.rua outra sciencia o tem tido atéhoje

Fomos honrados com os primeiros nu-meros dos seguintes collega- :

Aratuhipe — Bahia.Gazeta de Valcnça.O Paulista — Taiibaté.Gazeta de Noticias— Maceió.Gazeta Luzitana— Corte.Amor, Paz y Caridai] l niversal Bar-

cellôna.A todos agradecemos e retribuiremos.

Feder neffio Npiríta Itrazi-Içira

SESSÃO 1)0 Io DR FEVERRIRO

Constou o espediente da leitura de trezcommunicações de convidados para fa/.e-réth parte da Federação, declarando queadheriam á idéia; os quaes, de eonformi-dade com o prescriptono regulamento, li-caram coiisidorados sócios fundadores; edo um odicio dosócio archivista, apresen-tando uma ralação de obras ollerccidas áIjibliotheea da sociedade.

Foi lido nm pequeno trabalho — O Spi-ritismo — oftefecido á sociedade poi seuautor, o Sr. 1'ourroy.

Discutio-se depois a these seguinte: —Começará a individualisação do espiritocom asuaenttada na esphera da encarna-ção hominál, ou antes de attingir a esseponto?

SRSSÂO DR .X

Constou o expediente de vários otlieiosrelativos ao mojhor modo de se fazer maisactiva a propag*«<ía.

Não foi, por emquanto, aceita a pro-posta devassar o orgam da Federação apublicar-se semanalmente.

Foi approvada a proposta de nomeaçãopara sócios honorários da Federação Spi-*rita Brazileira, dos distinctos escriptorespropagandistas, Srs. 11. .1. de Túrclc eMine. Antoihetè Bonrdin.

Pedimos aos collcgas que nos honramcom sua permuta, regularidade na re-messa de seus periódicos, pois as col-lecções annuaes completas serão enviadas

para a Bibliotheca da Federação.

\Í«.*«nS0Sís0W

Temos á vista o importante trabalho —xlcomcmos õu a ímmoktai.idaiik e <> re-nascimento. Gênese da Terra e iiimani-dade terrena — precedido de algumasconsiderações criticas sobre o christianis-mo, por D. .lusé Amigo e Pellieier.

Essa. obra publicada em Barceii,^^consta de duas partes, na primeira dasquaes o autor faz um serio estudo cpmpa-rado do romanismo e do Spiritismo, lia-scando-se na razão, mi sciencia e nas pa-lavras do Christo.

A segunda consta de uma serie de com-municações assa/, instruetivas dadas peloespirito de um Cardeal, fallecido em prin-cipios de 1875, explicando a gênese daTerra e de sua humanidade.

A clareza da concepção dos pensamentos,a justeza dos raciocínios, a riqueza e cor-recção do estylo tornam essa obra recom-mendavel, não só aos que se dedicam aoestudo da sciencia spiritica, como a todosos que se interessam pelo progresso dosnossos conhecimentos, relativamente áconstituição dos mundos e suas bumani-dades.

A iiieiliuiiidade euradora

Tínhamos razão quando, no nosso nu-mero de 15 de Janeiro ultimo, chamamosa attenção da iilustrada classe medica bra-zileira para o estudo dos phenomenos me-dianimicos.»*

Lugubre silencio recebeu o nosso con-vi te.

1'uis bem,senhores, nosF.stados-Unidos,nesse paiz onde -,i liberdade de pensarexerce todo o seu império benéfico, nessepaiz onde os sábios não se pejam de de-clarar (pie ainda não sabem tudo, acaba-se desfazer o que pedÍamos aqui.

A Universidade de Philadélphia nomeouuma commissão de cinco ülustres professo-res para estudareexplicarsoientillcamente,essa faculdade que se manifesta eom tantapunjança pelo mundo inteiro.

liesignemo-nos a receber o (pie elles ii-zerem ; continuemos a apegar-nos ao quedizem os livros, sem —descermos — a, pornós mesmos, interrogar a natureza, embusca dos segredos (pie ella emeerra emseu seio.

4» &i|».;.»»:<Suii*o as»*- ¦,,.*iti**í°*»"

Unido*

No nosso n. 22 demos noticia de

um legado feito h Universidade de

lVnsilvania pelo Snr. Henry Leybert,com a, obrigação da mesma Univer-

sidade crear uma cadeira de Philo-

sophia Spiríta.A Universidade aceitou o legado

e já nomeou uma çomnnssiLo com-

posta do Snr. Dr. William Eepper.

reitor, dos lentes cathedraticosde chi-

mica, anatomia e sciencia social e

d'um sacerdote protestante.A commissão resolveu convidar

todos os centros e sociedades spirítas

e os médiuns de diversas faculdades,

para estudar seus trabalhos experi-

mentaes.Temos felizmente uma commissão

scientifica estudando os phenomenos

phamados spiritas. O que dirão^aquelles que, não so dando ao tra-balho de meditar, cla.sifíeam o Spi-ritismo de superstição 7: O que dirá

um nosso colleg'<i que não deixa de

nos invectivar ii todo pretexto ?

A Sociedade ."Espiritis ta de Zaragosa,recebeu por ordem real, ê intermédio dorespectivo minist erio,nma bibliotheca quelhe foi concedida.

Felicitamos aos .nossos irmãos da Fies-

panha, por contaa- com mms esse elementopara derrnmar a. instrucção, única ala-vanca do progresso da hutnanidade; e ao

governo, que assicu se mostra propenso asecundar os esforçlos dos trabalhadores dofuturo.

'/"*—'

m

%'<>¦) ifà

lti:i OltllAlftOlt ¦ •«**« — IV verei r« — 15

v\.

UEFOIUIADOUO1' % a in e v o 1 ii c To il i st a

ASSIGNATURAS

PARA 0 INTERIOR K EXTERIOR

Semestre fi#00

PAGAMENTO ADIANTADO

Toda a correspondência deve ser diri-gida a

A. IKlius «Ia *»ílvn

120 RUA DA CARIOCA 120

As assignaturas terminam em Junho eDezembro.

Os trabalhos th; reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

O MUNDO SIDERAL

IV

OS MOVIMENTOS PRÓPRIOS DAS IISTRKU.AS

Desde o momento em que os aperfeiçoa-dos instrumentos de observação modernoslançaram para fora dos limites do pqssiyela abobada solida do Armamento dos anti-gos, que, girando em torno do eixo doinundo, arrastava comsigó a innurneravelniultidãô de estrellas nella lixadas: desdeque foi reconhecido que, acompanhado detodo o seu systema, o Sol, que havia to-mado o lugar da Terra no centro do uni-verso, não era tambem fixo e, como aquella,obedecendo ás leis da attracção, percorriaos planos do infinito; o movimento dasestrellas, soes de outros svstemas. tornou-se tambem provável.

lista probabilidade transformou-se, bemdíípressa, em certeza quando Hallcy, estu-dando as posições de Sirio, Arcturo, Aldebaran c outras estrellas, consignadas nosantigos catálogos, vio, tendo em contatodas as variações progressivas, devidas áprecessão dos eqninoxios e aos movimentosperiódicos annuaes, que ellas difleriam de37',42', c33'das observadas em seu tempo;quantidades estas que não podiam ser at-tribuidasa erros de copistas ou de obser-vação.

Hoje é íacto estabelecido que as estrellaschamadas — fixas — têm um movimentopróprio angular e apreciável.

A pequenez desses movimentos, que,para a. maioria das estrellas, não attingema 1" o que, para as que os têm maiores,não vão além de G ou 7", ea imperfeição dosinstrumentos de observação impediram,por algum tempo, que a sciencia colhessenesse estudo um resultado satisfatório;até que Bradley, Argelander e outros lheforneceram os meios de resolver o grandeproblema.

Hoje são conhecidos os movimentos pro-prios angulares de 04 estrellas, eit^^jquaes se contam Sirio, « do CeníMíro,Arcturo, a Cabra, Vega, Procyon, Alde-baran, Altair, Castor, Pollux, Regulo, aPolar, etc.

Os valores observados, porém, não sãouma expressão absoluta das velocidadespróprias desses astros, mas sim, a desuas projecções sobre uma esphera fictíciaou sobre um plano perpendicular ao nossoraio visual; as verdadeiras velocidadesdevem ser maiores que as observadas.

Os movimentos qiie observamos nas es-trellas, são nina resultante dos que lhessão próprios e dos que são devidos aos doobservador atravez do espaço; levando emconta o effeito do segundo, conseguio-sedeterminar os daa seguintes estrellas, istoé, as extensões, avaliadas ern léguas de4.000 metros, que ellas percorrem cm umsegundo de tempo:

l.i'K»as

. 21,31. I (),(*!

9,tt|íi,4'l

\.y0,39

Arcturo61" do Cisne ....CabraSi, io-' do Centauro. . .VegnPolar

lona das importantes con.seqíènciasdesses estudos foi reeonhecer-so, que asdirecções dos movimentos próprio* sãoidênticas em certos grupos naturaes deestrellas visinhas; assim, no grupo ílas 7estrellas da Ursa, as 5 : -., -,, 3, -, ;• e nlgamasoutras, visinhas desta ultima, caminhamtodas no mesmo sentido, ao passo pie asoutras duas : « e /,, o fazem em sentido op-posto.

Como mira confirmar esse facto de ob-servação, a analise espectral nos mostraque a estrella « é de um tvpo dilleroite dodas outras, o que indica que ella nío per-tence ao mesmo systema.

Nas Plciadas uma metade caminha emum sentido e a outra no opposto; nosGêmeos tambem a direcção varia de uma outro grupo.

Uma cousa tambem digna de nota é arelação que existe entre as grandezas np-parentes das estrellas e seus movimentospróprios.

Aqui repetimos o que dissemos, a res-peito da avaliação photometricá das dis-tancias:

<( Para estabelecermos uma lei geral énecessário que nos refiramos ás médias deum grande numero de estrellas c não acala uma dellas em particular, porqueassim esbarraremos com grandes irregula-ridades. »

Um geral, como o demonstram as tabel-Ias publicadas pelo Padre Secchi, as maio-res estrellas são tambem as que possuemmaiores movimentos; apresentando-se en-mo excencão a «Ia do Cisne, a 2.1^1 dnPopa do Xavio e a s do Índio, aquelias da0a e estada 7a grandeza, as quaes são ani-madas de momentos assaz grandes.

Sérios estudos de Struve e de outros vie-ram demonstrar essa relação entre as gran-dezas e os movimentos das estrellas, ebemassim que, em igualdade de grandeza, asestrellas duplas têm maiores movimentosque as simples.

Que os movimentos observados sejampróprios das estrellas. ou apparentès o do-vidos á desloeaeão da Terra, é muito pro-vavel que as estrellas que, apparentemente,têm maior movimento, sejam tambem asque estão mais próximas de nós; porque aextenslo linear percorrida por um corpodeve parecer-nos, ein igualdade de todasas outras cireumstancias, tanto maiorquanto mais próxima se acha de nós.

Dahi resultou a orgânisação de umatabeliã de distancias relativas das estrellas,deduzidas de seus movimentos próprios.

TAI1F.I.I.A COMPARATIVA H,\S DISTANCIAS DAS

j:STRi:i.[.AS, DEDUZIDAS DA PlIOTOMETRIA limos MOVIMENTOS PRÓPRIOS:

Ordensde

Ijry riiltvu

Ia•>ali

4-'riu

/u8a(.la

IO"11a12a13a14a15»16?

Distanciaiphotnino-

t ricas

1,001,552,423,705,80(.i. 11

1.4,7022,1034,305:5,(5083,00

129,12200,'.)(l312,50480,10"550,20

Distancias ilcdiiüidasdos movi nius próprioKitréllassimples

1,001,302,1(1: i,c,(i0,10.S,.r)0

12,0(117,90

Ivitreílaídllpl.tx

l,o()1,402,003,205,908,20

11,0017,iso31,80

Comparando essas duas series não sepôde deixar de notar, apezar de algumassensíveis discordância*, que ha entre ellasuma estreita relação; relação de muita im-portanciaporqus os elementos em que se

fundam. ;:ão muito difierentes, umvariandona razão inversa da distancia simples, ooutro na razão inversa do quadrado dessadistancia.

Ksscs resultado-, aliás já tão im porta n-tes, obtidos sobre os movimentos própriosdas estrellas, não possuem ainda o gráo decerteza desejável; é provável qüe.a analiseespectral venha concorrer para achar-sevalores mais rigorosos.

PIÍYSICA KSTKI.I.Alí

('ompreliendcmos neste capitulo oestudodas grandezas e brilhos, apparentès c reaes,das estrellas; sua côr, constituição phy-sica, scintillação, variabilidadec condiçõesde habitabilidade.

R' um vasto campo de estudo cuja expio-ração, começada ha bem pouco tempo, jáse apresenta como uma mina incxgotavelaos que querem conhecer a grandeza daobra da creação.

Honra pois a esses audaces exploradores,verdadeiros batedores da sciencia moderna,que, em busca da verdade, avançam semmedo nesses climas desconheci d osx

GRANDEZAS E HR1I

I»AS KKTIflil.I.AS

.IIOS, APPARENTES E IíEAlíS,

Corno a divisão das estrellas em grupo^Bsua classificação em diversas ordens de.grandeza apparente remonta á alta anti-guidade;

As mais bellas, as mais luminosas, foramdietas de Ia grandeza; vieram depois as de2", 3a, etc, até as de 0a, extremo além do

qual não se podia passar sem o auxilio deinstrumentos.

.lá vimos que essas classes não têm li-mi tes rigorosamente prescriptos, isto é

quenadase oppõeaquea primeira estrellada 2a grandeza seja considerada a ultimada classe, das de Ia, ou que a ultimad<.-r.t.v j.«.o«í> iv »or iv [irimoim daquclla; nãolimites arbitrários e convencionaes.

Dos estudos de W. e.1. Horschel, Bayer,Bouguer, Johnson, Steinhel, Wild, Heis eSecchise concilie que as grandezas usuaesdas maiores estrellas estão com seus brilhosnas seguintes relações :

(írilllij 'Z.1S

IaO a

Brilhos

....... 1

... . . . . . 1/43« . . . ... .;:. . 1/9¦Ia 1/105" . . . . . ; . . . 1/250" 1/30

do que resulta que uma estrella de Ia gran-de/.a, afiistando-sc até uma distancia dupla,tripla, quádrupla, etc, da sua, se tornaráde 2a,3a, 4a, etc, grandeza.

Essa relação, porém, só é verdadeira paraas médias das difierentes classes, como jávimos no capitulo precedente.

Relativamente ás estrellas consideradasisoladamente, as differcnças encontradassão enormes; assim, a intensidade daluz apparente de Sirio é 5,8 vezes superiorá de Procyon, 0 vezes á da Cabra ou á de¦y\o Touro, 10,3 vezes á de Aldcbaran, 30vezes á de i do Coclieiro, 141 vezes á de—11—dos Gcmcòsc 225 vezes áde—g—destaconstellação; a luz de Arcturo é 4 vezesmais intensa qüe ás de u de Andromeda,de / da Grande Ursa, da Polar e de ò deCassiopéa, todas da 2a grandeza; a de -j. deAndromeda 4 vezes mais intensa que a de." de Pegaso, da 4 > grandeza, e a desta 4vezes mais que a de—q—de Pegaso da 5agrandeza; a da Cabra, como a de Vega, é4 vezes mais intensa que a de |í doCochciro,da 2> grandeza, 10 mais que a de :doTouro,da -D grandeza, e 04 vezes mais quea de—(—de Perseu, (Ía5a grandeza.

Tomando uma espécie de media, pode-mos dizer que as estrellas de Ia grandezapodem ser reduzidas á 144a parte de seubrilho, sem deixar de ser visíveis, isto é,sem descer além daOá grandeza.

Depois de discutir os trabalhos de Bes-sei, I.alandc, Piazzi e outros, Struve con-cluio (pie, em relação ao brilho apparente,liara formar uma estrella da Ia grandezasão necessárias 3,25 da 2«; 7,04 da 3a;15,20 da In; 29,75da5a; 86,10da6a; 149,10da";-'; 209,00 da 8-< ou 1.110,9 da'.).'; Stei-nliel, porém, em seus estudos photome-tricôs, chegou aos seguintes resultados,dificroritesdos precedentes : para igualar,em brilho apparente, a uma estrella da 1«grandeza são precisas 2,8 da 2>'; 7,9 da 3a;22,7 da 1"; 04,9 da 5' ou 181,9 da 6a..

Km geral, os astrononos ligam poucaimportância a essa matéria, por não fazerparte da astronomia estellar de precisão,ella tem, comtüdo, seu interesse para mui-tas questões da physica celeste; pelo quealguns, como o Padre Secchi, nella se de-têm mais longamente.

O Sol sendo uma estrella, procurou-seconhecer a relação que existe entre a suae a luz das outras, o que nos conduz á apre-ciação da intensidade, absoluta da luz dasestrellas.

Fazendo-se a comparação, por informe-dio da intensidade da luz da Lua, entre asdo Sole dr; « do Cenfaino, vfi-se que ellasestão na relação de 21.9,55.000.000 para 1;

.e como conhecemos a distancia de « doCentauro ao nosso planeta, e sabemos quea intensidade de uma luz varia na razãoinversa do quadrado de sua distancia,acharemos, fazendo approximar-se a es-trcllaatéuma distancia igual á do Sol, queo valor absoluto de sua intensidade lumi-nosa é 2,32 vezes maior quea deste; e,proseguindo nas mesmas comparações; (pieella pouco difiere das de Arcturo e Vega.

O brilho intrínseco de Sirio é 9,3 vezesmaior que o do nosso Sol; elle vence ao deuma luz cleetrica ordinária, produzida poruma bateria de 50 elementos de grandedimensão, vista a uma distancia de 300metrose projectada sobre o céo.

As distancias conhecidas das estrellasnos dariam suas dimensões reaes, se po-déssemos medirseus diâmetros apparentes,problema que muitos astrônomos têm ten-lado resolver, sem chegara um resultadosatisfatório.

YV. Hcrchel determinou, com algumaapproximação, poucos desses diâmetros,entre outros o de Vega, que elle achouigual a ()",30.

O diâmetro do Sol nos apparece sob oangulo de 1.920"; para que este angulofosse reduzido a l", seria preciso queadistancia que nos separa delle, se tornasse1.920 vezes maior, e para que descesse aindaaté0",30, que é o que apresenta Vega, qüeo seu afastamento fosse 5.333 vezes maiorque o real; ora, Vega se acha de nós790.287 vezes mais afastada que o Sol, dis-tancia ein que o diâmetro deste seria vistopor nós sob o angulo de 0",0024; logo,podemos concluir qu| o raio de Vega écerca delõOvezòs maior queodo nosso Sol.

Para formar-se uma idéia dessas dimen-soes collossaes, basta que supponhamosVega collocada no ponto actualmcnte oc-eu pado pelo Sol; a orbita de Mercúrio, cujoraio médio é de 14.341.555 léguas de 4000metros, dcsappareceria sepultada em seubojo, áuma profundidade deli milhõesdeléguas; a pobre Venus se acharia apenasseparada da superfície desse oceano defogo por 885.000 léguas; o nós, quando ocentro desse disco gigantesco chegasse aonosso horisonte, ainda veríamos seu pontomais elevado sob o angulo de 40?.

Se attendermos qüe a estrella « do Cen-tauro, que é a mais próxima de nós, é du-pia c, portanto, não pôde exercer a mesmaattracção que se formasse uma só massa,e bem assim que a attracção das outrasnos chega muito enfraquecida por suas dis-tancias, não poderemos deixar de crer,com muitos, ser Vogu ou « da Lyra a es-trellaao redor da qual gira o Sol com todoo seu svslema.

/

/

"'.'¦'."¦ Y7':'¦'"'¦.';''¦'¦v': * ,... . , ... _„.. ... ...

ItlFORlgMHftll — 18841 — IVveieiio — IA :i

O «|U« é o .SgiiirilisiuoMtruducção ao conhecimento do mundo

invisível pela manifestação dos espi-ritos, contendo o resumo dos princípiosda doutrina spirita e a resposta ásprincipaes objacções.

1'Hlt

ALLAN-KÀRDECSim cariilatle iiíti I 11 suivac.ic

CAPÍTULO IPEQUENA CONFERÊNCIA MPIltÍTA

::." DIALOGOi» PADRE

( ConIínúação)Padre. ---Concordo que, nas questões

geraes, o Spiritismo é conforme ásgrandes verdades do Ghristianismo ;dar-.-edm, poróm, o mesmo eih relaçãoaos dogmas '?

Não vai elle de encontro a certosprincípios que a Igreja nos ensina ?

A. K.—0 Spiritismo é, antes detudo, uma sciencia, o não cura dequestões dogmáticas.

Esta sciencia tem conseqüênciasmoraes, como todas as sciencias plii-losophieas ; essas conseqüências sãoboas on más '.

E' simples julgar-se pelos prin-cipios geraes que acabo de expor.Algumas peásoas se illudeni sobre

o verdadeiro caracter do Spiritismo.A questão é de assaz importância

para merecer alguns desenvolvi-mentos.

façamos primeiro unia comparação:A électricidade estando na natureza,existiu em todo o tempo e produziusempre os effeitos que hoj« obser-vamos, e muitos outros que aindanão conhecemos.

Na ignorância de sua verdadeiracausa, os homens explicavam esseseffeitos de um modo, mais ou menosbizarro.

A descoberta da électricidade e desuas propriedades veio lançar porterra um bando de theorias absurdas,espargindo a luz sobre mais de uminysterio da natureza.

0 que, em geral, fizeram a electri-cidade e as sciencias physicas paracertos phenomenos, o Spiritismo o fezpara outros de uma ordem differente.

0 Spiritismo se funda sobre a exis-tencia de um mundo invisível, for-mado pelos seres iucorporeos que po-voam o espaço, e que não são maisque as almas d'aquelles que viveramsobre a terra, ou em outros globosnos quaes deixaram seus envolucrosmateriaes.

São os seres a (pie chamamos Es-pi ritos ; seres que nos cercam e inces-santamente exercem sobre os homens,sem que estes o desconfiem, umagrande influencia ; elles dosempe-nhani uni papel muito activo nomundo moral e, mesmo, até certoponto no physico-.

O Spiritismo está, pois, na natu-reza, e podemos dizer que, em umacerta ordem de idéias, elle é unia po-tencia, como é outra a électricidade,em um outro ponto de vista, e corno -ainda a gravitação é uma outra.

Os phenomenos que tem sua origemno mundo invisiv-d, deveram pro-duzir-se e, com effeito, se produziramem todos os tempos ; eis abi porquea historia de todos os povos fazd'elles monção.

Somente, em sua ignorância, comose deu com a électricidade, os homensos attribuirain a causas, mais oumenos racionaes, e deram, nesse pontode vista, um livre curso á sua ima-ginação.

Melhor observado depois que vul-garisou-se, o Spiritismo vem derra-mar a luz sobre um grande numerode questões, até boje insoluveis bíimal cpmprèhendidns.

Seu verdadeiro caracter é, pois,o de uma sciencia e não dc unia re-ligiúo ; e a prova d'isso é que elle

couta entre os ^>\\^ adherontes ho-meus de todas as crenças, que, poresse facto, não renunciaram suas con-vicçuès : catholicos fervorosos quenão deixam de prflwcar todos os de-veresdeseu culto, quando a Igrejaos não repclle ; protestantes de todasas seitas, israelitas, musulmanos e,mesmo, budhistas é bralimistás.

Elle repousa, pois, sobre brincipiosindependentes de toda questão dogma-tica.

Suas conseqüências moraes sãotodas no sentido do Christianismb,porque o Ghristianismq é, de todas asdoutrinas, a mais esclarecida e pura ;razão pela qual, de todas as sintasreligiosas do mundo, os christãos sãoos mais aptos para comprehendel-oem .sua verdadeira essência.

Podemos exprobal-os por isso ?Cada um pôde de suas opiniões for-

mar uma religião, interpretar á von-tade as religiões conhecidas, masd'ahi a constituir unia nova igreja adistancia é grande.

Padre. — As evocações, entretanto,não são feitas segundo unia formulareligiosa ?

A. K.— Certamente, o sentimentoreligioso domina nas evocações e emnossas reuniões ; mas não temos for-mula sacramentai ; para os Espiritoso pensamento 6 tudo e a formanada.

Nós os chamamos em nome de Deus,porque cremos em Deus e sabemosque nada faz-se n'este mundo sem asua permissão, o, por tanto, que ellesnão virão, se Deus não permittir queo façam ; nós procedemos em nossostrabalhos com calma e recolhimento,porque é uma condição necessáriapara as observações e, em segundolugar, porque sabemos o respeito quese deve aquelles que não vivem maissobre a terra, qualquer que seja suacondição, feliz ou infeliz, no mundodos Espiritos; fazemos um appelloaos bons Espiritos, porque, coube-condo que ha bons e máós, desejamosque estes últimos não venham tomarparte fraudulentamente nas commti-nicações que recebemos.

Que prova tudo isso ? Que nãosomos atheus simplesmente, o quenão quer dizer quo sejamos reli-g uma rios.

Padre. — Pois bem ! Que dizem osEspiritos superiores a respeito da re-ligião?

Os bons nos devem aconselhar eguiar.

Supponhamos que eu não tenha ai-guina religião e queira escolher uma;se eu lhes pedir: Aconaelhaes-me queeu me faça catholico, protestante, an-glicano, qualcer, judeu, mahometanoou mormon?

Qual será a sua resposta?A. K. — Ha dons pontos a conside-

rar nas religiões -. os princípios gerais,coniinuns a todas, e os princípios par-ticulares de cada uma dellas.

Os primeiros são os de que falíamosha pouco ; estes são proclamados portodos os Espíritos, qualquer que sejaa sua classe.

Quanto aos segundos, os Espiritosvulgares, sem ser mãos, podem terpreferencias, opiniões : podem preço-pisar esta ou aquella fôrma, animara cortas praticas, seja por convicçãopessoal, seja porque conservaram asidéias da vida terrena, seja por pru-dencia, para não assustar as conscien-cias t imoral as.

Acreditaes, por exemplo, quo umEspirito esclarecido, fosse mesmo Fe-nelon, dirigindo-se a um musulinauo,irá ihhabihheilt'3 dizer-lhe que Maho-met é um impostpr, e que elle serácondemnado se não se fizer christão .

Não o fará. porque seria repellido.Em geral, os Espíritos superiores,

quando não são sollicitados por ai-guma consideração especial, não sepreoecupam com essas questões dedetalhe; elles se limitam a dizer:Deusé bom e justo ; não quer senão o

ad(exeza

bem ;a melhor de todas as religiões éaquellaque sÓensiria o que é conforme

bondade e justiça de Deus; quedai Deus a idéia maior, a mais sublime,não o rebaixa prestàridó-lhe a bai-

as paixões da humanidade ;que torna os homens bons <.í virtuosose lhes ensina, a amarem-se todos comoirmãos ; que cóndemná todo mal feitoao próximo ; que não aulorisa a injns-tiça sob qualquer fôrma ou pretextoque seja ; que mula prescreve de con-trario ás leis immut^veis da natureza,porque Deus não se pode contradizer ;aquella cujos ministros dão o melhorexemplo de bondade, caridade e mora-lidado; aquella que procura melhorcombater o egoísmo e lisongear menoso orgulho e a vaidade dos homens ;aquella, finalmente, em nome da qualseeommette menos mal, porque ninabòa religião não pode servir de pre-texto a um mal qualquer : ella nãolbe deve deixar porta alguma aberta,nem directamonte, nem por iiK'erpre-tação- Vede, julgae e escolhei!

Padre — Creio que certos pontos dadoutrina catholica são contestadospelos Espiritos, que olbaes como supe-riores; suppondo mesmo que esses prin-cipios sejam errôneos; poderá tal cren-ça, segundo a opinião dos ditos Espi-ritos, ser prejudicial á salvação da-quelles que, errando ou acertando,a consideram artigo de fò e a praticam ?

^•K. — Certamente que não, seella os não desviar da pratica do bem,se ella antes os excitar a isso; ao passoque a crença a mais bem fundada lhesprejudicará evidentemente, se for paraelles uma occasião de fazer o mal, defaltar a caridade ao próximo ; se ellaos tornar duros e egoístas, porqueentão não obram segundo a lei deDeus, e Deus olha mais os pensamentosque os actos. Quem poderá sustentaro contrario'(

Acreditaes, por exemplo, que sua fépossa ser proveitosa a um homem que,crendo perfeitamente em Deus, prati-que actos inhumanos ou contrários ácaridade? Não haverá sempre maisculpa n'aquelle que mais meios tinhade evital-a?

Padre. — Assim, o catholico fervo-roso que escrupulosamente cumprecom os deveres de seu culto, não écensurado pelos Espiritos?

A. K. — Não, se isto é para elleuma questão de consciência, se elle ofaz com sinceridade; sim, mil vezessim, se não for senão hypocrisia, seelle não tiver senão uma piedade ap-parente.

Os Espiritos superiores, os éncárre-gados do progresso da humanidade,se elevam contra todos os abusos quepodem demorar o.^o progresso, dequalquer natureza que elles sejam, equaesquer qué sejam os indivíduos ouas classes que delles stv aproveitam.

Ora, não se pode negar que a reli-gião nem sempre esteve isenta deabusos: se. entre os seus ministros,ba muitos que desempenham suamissão com um devotamento todochristão, que a fazem grande,' Índia orespeitável, con vi reis que nem Iodosassim sempre comprohendoram a san-t idade de seu ministério.

Os Espíritos abatem o mal. onde(píer que elle se ache; mas, assigna-lar os abusos da religião será atacai a ?

Ella não tem inimigos peiores queaquelles que ós defendem, porque sãoesses abusos qué fazem nascer o pensa-mento de poder ella sei" substituídappr outra melhor.

Se a religião corresse um perigoqualquer, deveria a responsabilidadedisso cahir sobre os que dão delia umafalsa idéia, transformando-a em umaarena em qne se dão luta as paixõeshumanas, sobre os que a exploram emproveito de sua ambição.

Padre. — Dissestes que b Spiritismonão discute os dogmas, e entretanto,elle admitte certos pontos combatidospela igreja, taes como, por exemplo,a reencarnacão, a presença do homem

na Terra anterior á de Adão; nega aeternidade das penas, a existênciados demônios, o purgatório e o fogodo inferno.

A. K. — .lá de lia muito que essespontos estão sendo discutidos; não é oSpiritismo quem os poz em questão;são pontos sobre alguns dos quaes hacontrovérsia, mesmo, entre os theolo-gos, e que o futuro só julgará.

Um grande principio os domina to-dos : a pratica do bem, que é a leisuperior, a condição sine qua non denosso futuro, como nol-o prova o es-tado dos Espiritos que comnosco secommunicam.

Esperando que a luz se faça paravós sobre essas questões, crede, se oquizerdes, nas ch animas e tortura ma-teriaes, se achaes qne isso se antepõea que pratiqueis o mal; essa crença,porém, não as tornará reaes, se elíasnão existirem.

Vós acreditaes que nós não temosmais de uma existência corporal, masisto não impede de renascerdes aquiou em outra parte, se assim tiver deser, mesmo apezar de o não quererdes ;credes que o mundo todo foi creadoem seis vezes vinte e quatro horas,mas, apezar disso, a Terra nos apre-senta a prova do contrario escripta emsuas camadas geológicas ; est.aes con-vencidos de haver Josué feito parar osol, o que não dá lugar a <me a Terradeixe de ser a que gira ; dizeis que adata da vinda do homem para a Terranão vae além de 6000 annos ; isto,porém, não priva que os factos voscontradigam.

E que direis se, um dia, a geologiademonstrar, por traços patentes, aanterioridade do homem, como já temella demonstrado tantas outras cousas ?

Crede, pois, em tudo o que vos a-prouver, mesmo no diabo, uma vezque essa crença vos possa tornar bom,humano e caridoso com os vossos se-melhantes.

O Spiritismo, como doutrina moral,só impõe uma cousa : a necessidade defazer o bem e evitar o mal.

E' uma sciencia de observação que,eu o repito, tem conseqüências moraes,que são a confirmação e a prova dosgrandes princípios da religião ; quantoás questões secundarias, elle as aban-dona á consciência de cada ura-

Notae bem, senhor, que alguns dospontos divergentes de que acabastesde fallar, não são, em principio, contestados pelo Spiritismo.

Se tivesseis lido tudo oqueeu tenhoescripto a respeito, terieis visto queelle se limita a dar-lhes uma inter-pretação mais lógica e racional, quea que vulgarmente se lhes presta.

E' assim, por exemplo, que elle nãonega o purgatório, antes, pelo con-trario, demonstra sua necessidade ejustiça ; indo ainda além, elle o define.

O inferno foi descripto como umaimmensa fornalha, mas será elle assimtambém com prehendido pela altatheo-logia ?

Evidentemente não ; ella diz muitobem que isto é uma simples figura,que o fogo que ahi consome é um fogomoral, symbolo das maipies dores.

Quanto á eternidade das penas, sefosse possível pôr-se a votos tal quês-tão, para conhecer-se a opinião intimade todos os homens, que raciocinam oacham-se no caso de eomprehendel-a,mesmo daquelles que são mais reli-giosos, ver-se-ia para que lado pendiaa maioria, porque a idéia de umaeternidade de supplicios é a negaçãoda infinita misericórdia de Deus.

Eis, de mais, o que avança a dou-trina Spirita a tal respeito :

A duração do castigo é subordinadaao melhoramento do Espirito culpado.Nenhuma condemnação por tempo de-terminado é pronunciada contra elle.

(Continua).

j*ll OIMI AltOlK — 1.88a — l«V veiei ro — 1.5

íV. PEDIDOS propaganda, essa doutrina que inuli- %'. lã > meritoria !.,Usa a todos que nella se mettem (6 gry- Uca ri una na !....

piioé nosso) não progredio (não seráengano ?) ; e os que daqui mudaram-se +*+para Tánbatéjtentaram entro nós pro-

:.../..!, 1 r \ ... T

BgíVIi-TffMBBU-ffi.

4'onit» ^j. __¦__._. |»e4_iai.»* apalavra

Sem querer somos forcados a entrarila pugna travada em taubaté, cujacausa foi o tal julgamento do Espi-rito de Pio l\', na sessão do centrospiríta dessa cidade.

Como Spirita sincero e confesso,visto que, defendemos o Spiritisrno haperto de dez annos, não podemos dei-xar de sentir a grande cegueira, fal-Íamos com sinceridade, era que vaiaquolle centro, era razão do nenhumestudo que se nota ahi.

*'.*'.7

O Spiritisrno é uma sciencia divina.quesó será còmprèbendidapélo grandealcance de suas manifestações atravésde todos os prejuízos e superstições declasses e. de seitas, tendo-se para estacoriiprehensão um estudo acurado eprofundo,: acompanhado de uma ina-balavel força de vontade, uma forteenergia de convicção e um sinceroamor íi Verdade.

O Spiritisrno traz comsigo a liber-tacão da razão das peas negras daduvida, dos porque de tantas contra-dicções da vida humana, em compa-ração com a summa bondade e infinitajustiça de Deus.

O Spiritisrno é n luz serena ba-nbando a consciência contricta pelafé e pela esperança, tirando dos refò-lhqs (Palma o.s sentimentos do ódio,da inveja, da ambição e outras maispaixões degradantes.

O Spiritisrno é o sendal de amorfluctuando do Céo ú Terra ao soprodivino, fazendo antever o fim dá mis-são do homem que eiv e pratica agrande lei gravada na sua consciência—a Caridade.

O Spiritisrno, como no outro tempo,fez Jesus, vem fazer lembrar queacima das ambições, acima das vai-dades humanas, existe Deus; que esseDeus, para se fazer comprehender;não precisa, de altares erguidos pelasmãos dos homens; que esse Deus éA.q.n.elle que se adora em-todo lugaronde houver corações puros e siceros eonle se estancar uma lagrima, anes-thesiar uma dor e matar uma fome;que esse Deus é o Pae do miserável,do potentado, do ladrão, do escravo,do chinez, do hottentote, etc. ; queesse Deus, erafira, é o Creador tran-«formado naquelh; bom Pae, da para-bola do filho pródigo, esperando comos braços abertos e o sorriso jovial avolta do filho querido, transvíado portanto tempo da casa paterna.

O Spiritisrno é a reforma do sensomoral para ás grandes manifestaçõesdas conquistas intellectuaes a bem daHumanidade soffredora.

- O Spiritisrno, finalmente, é a revo-lução religiosa-social-politicado mun-do, revolução que vac ter começoantes de findar este ultimo quarto desceulo.

* /f

Fomos obrigados a fazer isso, por-que o jornal que existe nesta cidade;em seu n. 15, no noticiário, traz apiada seguinte :

(( Spiritlsmo. — Em um artigo pu-blicado sob este titulo no Apóstolo de23 do corrente, assignado de Taubaté,cujo autor (senão é padre, é cora cer-tezà rato de igreja) bem analysoii(pudera!) essa propaganda de doídos,lô-se o seguinte :" Bananal e Silveiras, taes são ascidades que nos exportam o.s sábios queentre nós pregam, á bandeira despreqadae atiram a todos os ventos o Spiritisrno.

« Pedindo licença (não tem de que)ao illustre autor do artigo, como sil-v.eirenses (estamos quasi duvidando)protestamos contra o seu pensamentoe declaramos que em Silveiras, essa

_>iii4ai fi M-ii.i, uuu> íai nao nos tirewraa das phases mais enérgicas danossa vida!), se seita deve se chamaroSpiritisrao (não é não, senhor), masperderam o tempo ;'é o que ljie pa-rece).

« A maioria dos silveirensés tèmsenso bastante para repeli ir uma pra-tica tão nociva á sociedade como é ado Spiritisrno. » (E verdade, porquevem mostrar o lodo em que se envolveo coração do homem a tare fado com aidéia do dinheiro ti da ganância).

R' tão catho-

* *

Ora o amigo que fornece a tal coisatranscripta acima, por certo que nãotem conhecimento do que vai por estemundo de Christo, porque,do contrario,não atiraria sem mais aquella, essahistoria da supradita acima.

Ora escute lá, ó amigo protestante'não da seita de Luthero e nem deCalvino , o que o senhor fez :

Hã em Pariz um sujeito muito co-nhecido no mundo scientinco, o é atéreconhecido como um dos primeirosastrônomos. Chama-se Camillo Riam-marion.

Este indivíduo inutüisado, inutili-sado porque é Spiríta, tem escriptomuitas obras sciontificas de grandemérito.

Olhe bem,ó amigo, que o tal inuli-Usado tem escripto muitos livros scien-tificos!

E sabe o amigo o que esse pobrediabo ainda faz, para completar a.suainutilidade?

Serve de médium e recebe commu-cações da ordem seguinte :

« Levanta, homem, a cabeça, e ob-serva o Céo! . .-.".**_

« Que estrella radiosa.é esfá" quescintillà no Céo? Embora sombriosnevoeiros disputem os domínios do ar;embora o vento esbraveje e ¦jaontoea.s nuvens : resplandeço no Geom scin-tillante astro. ¦-**

« Levanta, homem, a cabeça e oh-serva o Céo I

<( A estrella não se redimi tran-quillarriente no ether; caminha!

« Onde vai eila '!« — Vai dizer ao muita que, si o

oceano é infinito como o Céo, ha umporto onde sua derrota deve acabar,bem como no Oco ha um porto pára aalma, que atravessa o.s espaços, levadanas aza.s do Anjo da Morte.

« Onde vai (dia ainda ?« — Vai desusar seus raios de es-

perança por entre, a.s grades da prisão ;vai dar ao pobre a consolação queDeus envia ao coração que soffre; vaipedir ao rico sua esmola derramandoa serenidade em sua alma :*vai mostrarao ignorante o nome do Creador es-cripto em letras brilhantes sobre oquadro da noite : o, vai provar ao sábioa vaidade da sciencia humana, com-parada á sciencia divina,

« Levanta, homem, a cabeça c ob-serva o Céo !

« Essa estrella conduz a Deus. A'sua luz o.s Espíritos ditaram seu sym-bolo; chamam-na —¦ a estrella do Spi-ritismo.

« trÁLTLÍ.0. »

O.s si.Lyeireiis.es precisam enviar, erauma garrafinha, o senso bastante, quepossuem, ao tal desmioíado cidadãoque tem a mania de palestrar comOalilèo, o tal (íaliléo morto em 1612.

Quem se encarregará da tarefa dif-ficiliina de engarrafar o tal senso, quesobra aos felizes silveirensés, e en-vial-o para Pariz ?

O amigo, illustre representante dossilveirensés, quererá tomar sobre sia tal tarefa?

einos outro pobre diabo iiíütiU-sado : é o Viçtorien Sardou, aquellequülam(\UQ tema preguiça de escrevere escrever offertandó aoTheatroFrnn-cez os fruetos ptidres de sua vadiação.

E o mais admirável, é que uma dasquarenta cadeiras da Acêdemia Fran-ceza pertence ao doido de Sardou,como recompensa da inutilidade desua mentalidade I

Estes franeezes são mesmo uns ma-lucos!

Este tal Sardou tem a petulância,o descaramento, vejam bem isto, dereceber desenhos, por intermédio dosEspíritos, de habitações do planetaJúpiter I !

Que tal o malandro do sábio aca-demico '!!

Yietor Hugo '! (Jaribaldi'( Vacque-rié? Arsenio Housay ? Alexandre Du-mas . Castellar ?

Basta de nomes, porque então eraum nunca acabar. ':M^'&r

MÉtvir 4Sp'^tá#:t

Agora, pedimos ao amigo proles-tanto do senso bastante dos silveirensés,que é bom não ia liar quando não setem conhecimento de qualquer ma-teria, porque então j#de-se levar oestalão de leviano, pedante ei....

Vamos terminar com um juízo deJacolliot, o terrível racionalista, a.respeito do Spiri tismo :

« O Spiritisrno moderno é um re-nascimento da velha tradição reli-:

¦uma volta á fé dos primeirosgiosa,séculos

Silveiras. 1881 Janeiro 27.

Ernesto Castro.

As og'4leim a-eli^ioNUN

A sociedade não c mais (pie a reuniãode ura certo numero de homens, com acondição de se prestarem um mutuoauxilio, de trabalharem todos para ohera coramum, gosando cadsíí^ain detanta liberdade quanta seja compatívelcom a liberdade dos outros.

Baseados nesse principio, não cremosque assista alguém o direito do impedirque um dos membros da sociedade st;vote ú carreira mu (pie julga poderprestar mais serviços, que Pedro ouPaulo tome o habito de uma das ordensreligiosas, se faça frade, quando nada oimpede de fazer-se soldado, coinmer-ciante, artista ou lavrador.

Ninguém, porém, negará á Sociedadeo direito de impor a Iodos o.s seusnicín-bros a obrigação de trabalhar para oprogresso geial, sob pena d»;, cm casocontrario, lambem recusar-lhe a suaprolcçção.

Deixe-se (pu;, quem quizer, seja fran-cisçãno ou beriedictino, inasexijá-seqiieo frade trabalhe, que seja ulil aos outros.

Inniímeraveis hordas selvagens va-gam nas florestas do Amazonas, Gòyázc Matlo-(i)(isso ; maiiile-se o iVade ca-lechisal-os, chamar esses infelizes aogrêmio ú,\ civilisação.

Não nos é possível negar que. no cs-lado de crabruleciraenlo com que ellesse acham, só o catholicísmo, só a reli-gião da fé imposta pode pòr um freio ássuas paixões desordenadas; até (pie suasintélligcncias desenvolvidas se achemnas condições de separar o joio do trigo,deesçolher o que dèvcm aceitar o o quedevem repeli ir.

Concedendo, porém, ao frade essamissão tão alta, não julgamos que a so-ciedadedevã renunciar nó direito de lo-mar-lho contas, do modo por quea út^-empenha, de castigar-lhe conveniente-mente, se elle delinquir.

Dirão, sem duvida; que as Ordens reli-glosas lém suas leis especiáes. suas or-(ienações. cuja execução só o papa tem

o direito de avaliar; mas é natural tam-b ou que, quando disso provenha ummal á sociedade, esta deva 'intervir,

por(pie Iodos o.s seus membros não èslãosujeitos a taes ordenações.

No raso vertente os religiosos podéinser chamados ú ordem pelo poder civil,porque os selvagens não são frades, nãoestão sujeitos ás leis exclusivas das or-deus religiosas.

Cor, o um pai, cumpre-nos tomar con-Ias aos missionários, do modo por queeducam nossos filhos, nossos irmãosmais novos, que ainda vivem nas trevasdo barbarismo.

Em vez de aqui, como cm toda parte,gastai' o seu tempo em fazer predicassubversivas da ordem estabelecida, epregar a desunião da família humana,siga o padre brazileiro para os sertões,onde pode prestar serviços mais impor-lanle.s.

Vão, busquem'; ao menos, mostrar aosexcessivamente crédulos queliòuve umaapparencia de justiça na herética cano-nisaçãode tantos frades e beatas, cujosnomes enchem o calendário catholico,(-' sob cujo peso nãoainda n <¦<'¦<> não liocabeças.

% v

sabemos comoca1iiQ,sobi?e as

FlíKO.

líee«louii-_|_e,«k._ ,^íí« «afiemqae Sitiem

o

1%igp^fão passados 1850annqsvdèsde que,no alto do (íolgotliaycoroando pelpmais sublime sacrifício a missão, toda

de amor e devotaraento aos homens,que recebera do Pai celestial, Christopedipo perdão para áquelles que tantoo otVendiam.

Irmãos ! K' o perdão, () esqueci-monto completo das injurias, a basesobre que, nós que pretendemos, com-quanto muito fracos, soguiir os ensina-mentos do divino modelo, devemoserguer o edifício da fraternidade uni-versai.

Se a luta é dillicil, se innmnerostropeços se levantam era nosso cami-nho. filhos do máp querer dos homense, principalmente, dos sentimentosacanhados naturaes ao nosso atrasomoral: o prêmio será proporcional aosesforços que fizermos, para o triumphoda nobre e santa causa que defen-demos.

Lembrai-vos que a Deus são semprepresentes, não só nossos actos, como.os mínimos pensamentos que escon-demos no mais intimo dos nossos co-rações.

S; esses açtos e pensamentos máòsnão podem ser agradáveis A'qnelleque é todo justiça, amor e misericor-dia, seu coração paterno estremece dejúbilo ao vero mais pequenino esforçode seus filhos, para libertarem-se dastrevas do erro, da abjecçãò de senti-mentos em (pie o.s lançaram suas fal-tas passadas.

Não vos deixeis intimidar pelo riso-de mofa da incredulidade orgulhosa,dos sábios do mundo que sabem tãopouco; elles fizeram o mesmo comtodos áquelles que, animados pelo sa-grado fogo do gênio, buscaram âissi-par as trevas ein que suppunhamviver felizes; elles apuparara e iníli-giram o supplicio dos criminosos,áquelle que lhe.s trazia a fonte detodas as felicidades, o amor de todospor todos, único caminho que pôdelevar á perfeição.

Irmãos! Em lembrança do Christo,em nome daquelle que" de tão altodesceu a nivelar-se comnoscò paraensinar-nos a a m a r e perdoarlevantemos nossos pensamentos pe-dindo ao regedor dos mundos, nospermitia expeli ir de nossas* mentestodo o sentimento de odíò e de vin-gança; podermos esquecer todas asoífensas que tenhamos recebido, e queo amor ea Caridade'estreitem os íneo.sque nos prendem ao redor dá cruz.

Uiii rh ristão.

TypbGRAPHiA no REFORMADOR