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nossa história"

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ROBERTO CIVITAO dono da Abril festeja: "Nunca

faturamos tanto em nossahistoria". E faz outran revelacoes:

"Gostaria de trabalhar em Playboy.E de fazer um talk-show na

televisao. Soria superinteressante "

Entrevista

Na mesma medidade sua paixao po rfazer revistas, o

presidente do GrupoAbril, Roberto Civita ,nunca escondeu su aojeriza por televisao -ao menos por televisaoaberta . "Pessoalmente ,fico incomodado corn90% do que vejo naTV", afirma. Ou : "Ess ahistoria de ter de ape-lar para o maior nume-ro de pessoas o tempotodo, e abaixar o nivelpara faze-lo, me inco-moda . Nao gostaria deter nenhum desses ca-nais por ai . . . "

Mas foi a incursaoda Abril em televisao ,por meio da TVA, osistema de TV por as-sinatura lancado a par-tir de 1991, que provo-cou um dos maiore sestragos nas financas do grupo em tod asua historia, levando a uma divida qu eo pr6prio Civita situa entre 150 e 18 0milhoes de Mares .

A sangria nas financas, explicad acomo contingencia do esforco pars faze ro novo sistema decolar, acabou estancadapela regularizacao das suas operacoes . Efoi amplamente compensada pelo 6timodesempenho das queridas revistas d eRoberto depois do Plano Real, com suasreceitas engordadas por um aumento da

ordem de 74% nas vendas em bancas ede assinaturas e um crescimento de 100 %em publicidade - resultado atribuido e mgrande parte a estabilizacao da economia ."Vamos encerrar o ano corn urn monte d edinheiro em caixa, suficiente para os in-vestimentos de 1996 e sem um centav ode divida de curto prazo", diz o chairma ndo Grupo, mais risonho do que ja a pornatureza. Nao sem motivos, alias, comoele mesmo explica: "A geracao de caix ada Abril esta no ponto mais alto de sua

historia . Conseguimosfazer aumento de capi-tal na televisao, atrain-do secios novos e mui-to importantes, nab ape -nas investidores, masparceiros estrategicos" .

Afastadas as preo-cupacoes financeiras ,esse cidadao brasileironascido em Milao ecriado nos EUA se per-mite voltar a distrair-s ecorn o que mais gost ade fazer - revistas . Enao sac) poucas . 0 Gru -po Abril publica 344 ti-tulos (dos quais 257 noBrasil, 21 em Portugal ,quatro na Argentina emais 62 em outros pal-ses da America Latina) ,que correspondem, esteano, a uns 200 milhoe sde exemplares .

Nesta entrevista aAri Schneider, diretor

de Redacao de IMPRENSA, e Nar aDamante, editora-assistente de IMPREN-SA MIDIA, Roberto Civita, 58 anos, dis-seca a situacao do Grupo, revela pianospara o futuro e faz confissOes sobre coi -sas que gostaria de fazer na pr6pria Abri lem Lugar de dirigir a empresa . Uma de-las : trabalhar em Playboy. Outra : pilotara cozinha experimental por dois meses .Uma terceira : fazer um talk-show na te-levisao. "Acho que me divertiria muito,seria superinteressante . . ." .

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Revistas: "Das dez maiores, nova sao nossas "

IMPRENSA - Este an oo mercado editorial brasilei-ro foi invadido por uma se -re de publicac6es, especial-mente de editoras pequenas .Mas a Abril ficou no relan-camento de Placar. . . Numasituacao economicamentefavoravel nao cabe a bide rdetectar novos segmentos elancar novos titulos ?

Roberto Civita - Nosaumentamos nossa circula-cao dramaticamente este ano ,muito mais do que o merca-do cresceu . Para responder aessa pergunta direito, o fatoe que ja temos tantos titulosque nao sentimos necessida-de de lancar outros, so porlancar . A gente so faz umanova revista quando senteque tern uma brecha ou umaoportunidade de cobrir urnsegmento de interesse . Hamuitos segmentos que faze msentido para pequenos edito-res e nao para nos . Ent -do, na oe o numero de titulos que vale, como na oe o numero de vezes que urn jovem fazamor que vale . E a qualidade, a quantodura e assim por diante . 0 importante ecomo andam as nossas revistas, quant ocresceram em comparacao corn o mer-cado . Estamos ganhando share no mer-cado brasileiro, e isso se deve nao a quan-tidade, mas a qualidade dos titulos que agente publica . Das 20 maiores revista sbrasileiras, 16 sao nossas . Das 10 maio-res, nove sao nossas . Devemos estar fa-zendo alguma coisa direito .

IMPRENSA - Mas vem titulos no-vos na Abril no ano que vem, nao a isso?

Civita - Deixe-me comecar do co-mego. Reestruturamos todas as nossas ati -vidades no Grupo Abril, de maneira qu eha hoje um grupo de publicacoes que ren -ne todas as editoras da casa, incluindoaquelas em que temos socios . Esse grupotem uma direcao propria, tern uma are ade servicos e de apoio que so atende oGrupo Publicac6es. Outro grupo e TV/Video e um terceiro a Listas . Este grupotern a grafica, a distribuidora eumas nove ou dez editoras . To-das estao incumbidas de pensa rno que convem a elas . Elas ternque pensar, propor e fazer, acomecar por vender o peixe

para o responsavel por aquela unidadeoperacional, vamos dizer a unidade dasfemininas, ou das masculinas . Veja e umaunidade . Exame a uma unidade. Caras euma unidade. Abril Jovem a uma unida-de . E assim por diante . Nos temos urn pia -no estrategico do Grupo Abril, urn pian oestrategico do Grupo de Publicacoes e ur npiano estrategico de cada unidade . Ouseja: tern muita gente pensando em no -vas revistas . Tern gente pensando e mmodificar revistas existentes . Tem gentepensando ern fazer filhotes de publica-coes que existem, e assim por diante .Tern um monte de gente pensando . Mi-lhares de pessoas pensando, espero . 0que vamos fazer eu nao sei, ainda, por-que ainda nao vi as propostas . Mas, vol-tando a pergunta inicial : a urn momentofavoravel? Muito . Urn ano bom para nos ?Extraordinario, em todos os sentidos ,publicitariamente, em termos de banca ,em termos de assinaturas .

IMPRENSA - Uns 80% a mais doque no ano passado?

Civita - Eu tenho o nil-mero exato, acho que e 74% .Em publicidade o aumentofoi de 100% . Entao, melho rdo que isso nao da . Agora .quanto a novas revistas qu epoderiamos fazer, que e usaiba sao duas . Isso que eusaiba : vai ver que sao doze .ou 22, depois vao me con -tar. Nao sei ainda.

IMPRENSA - Essasduas sao da propria EditoraAbril ?

Civita - Uma, sim .Outra, nao sei onde a gentevai fazer, nao sei em queunidade. Deixe-me dize rcomo eu penso a respeito d aAbril . Penso em um grupode editoras interligadas ,corn certas coisas em co -mum, mas corn bastante au -tonomia . Cada uma corn oseu objetivo proprio . Em al -guns casos, 100% da Abril ,em outros casos corn so -

cios. Estou sempre pensando ond eestamos atuando em termos de edito -ras, em que segmentos deveriamos es -tar, como anda a nossa qualidade, comoanda a nossa competitividade, s eestamos agradando aos leitores ou nao ,o que a concorrencia esta fazendo . . . Agente pega uma revista na mao, folheia ,le, esmiuca e ve se esta bem, se o bebeesta bem. Eu, Thomaz (Thomaz SoutoCorrea, vice-presidente Editorial) eGabriel (Gabriel Rico, vice-presidenteExecutivo) estamos aqui para ver o con -junto . Tern dias que a gente olha sO oconjunto . Isso esta bem, isso esta ma] ,isso precisa consertar. . . E tern dias que agente diz : "Vamos falar sO desta revistaaqui?", "Vamos reformular esta?" . Aca-bamos de reformular Bizz, que esta sain-do totalmente diferente . E uma revistarepensada, refeita, reposicionada ,re. . .tudo . E estamos fazendo isso co mmeia dtizia de revistas . As vezes, umareformulacao equivale a lancar uma re-vista nova. Voce diz : mas o que voces fi-zeram de novo? A gente esta mexendo. . .

IMPRENSA - Quai ssao as outras revistas que vat)ser relancadas?

Civita - Tern seis, e naoyou the contar quais sao.

"Foi um ano extraordinariopara nos, em todos os sentidos "

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Revistas : "O mercado vai dobrar em cinco anos "

IMPRENSA - Asegmentacao continua sendourn caminho para a expansaoda editora ?

Civita - Nat), acho quenao . Sempre ha coisas nova spars fazer, mas o grande cres -cimento no Brasil estabiliza-do vem do crescimento domercado. Nao muito tempoatras, vendiam-se 300 milhoe sde exemplares de revistas porano no Brasil, dois exempla-res per capita. Este ano ess enumero vai alem de 400 mi-lhoes . Entao, o mercado deuurn salto . Assim mesmo naochega a tees exemplares po rhabitante por ano . Qualquerpals desenvolvido do mundovende pelo menos 20 . Ha osque vendem 40, alguns ven-dem 60 . Nab chegamos aindaem tres, no Brasil . 0 que e upessoalmente estou pensando ?Que vai chegar a seis nesta de -cada. Ou seja, o mercado do -bra nos proximos cinco anos .

IMPRENSA - Em funcao de que?Da estabilidade economica ?

Civita Em funcao da estabilidadeeconomica, em funcao do consequenteaumento do poder aquisitivo da popula-cao corn o fim do imposto mais violentoe mais brutal de todos que e a inflacao .

IMPRENSA - E o mercado de re-vistas se beneficia quase que imediata-mente . . .

Civita - Todos os mercados se be-neficiam . 0 primeiro setor que se benefi -cia e o de alimentos . As pessoas come mmais e melhor, imediatamente . A revistanao e a primeira coisa . As primeiras saoas coisas basicas . Devem ser : comida,vestiario, transporte, casa e so depois in -formacao e entretenimento . Da mesmaforma que o setor de brinquedos deve te rcrescido, tambem o mercado de revistasesta aumentando este ano . Imagino que oconsumo de forma geral da classe medi ainteira aumentou . Essa mare levanta eabaixa todos os barcos .

IMPRENSA - E o barcoda Abril subiu mais do que osoutros?

Civita - Sim, bastantemais .

IMPRENSA - Qual o segredo ?Civita - 0 segredo e fazer. . . posso

ser deselegante urn momento? E fazer re -vistas melhores do que os outros . E quali -dade . E respeito pelo leitor. E nao estar avenda, no sentido de nao vender sua opi-niao, de fazer uma revista em que o leito rpossa confiar. E o leitor saber que voce ocoloca acima dos seus proprios interesses ,dos interesses dos acionistas e dos interes -ses dos anunciantes . E dos interesses dospoliticos . Nos levamos isso muito a seriomesmo. E isso faz a diferenca .

IMPRENSA - Seus concorrente spodem dizer a mesma coisa .

Civita - Entao por que o publico ,quando chega na banca ou chega a hor ade assinar, prefere a revista da Abril ?

IMPRENSA - E uma boa pergunta .Civita - Porque confia mais, por-

que a revista da Abril a mais bem-feita ,porque atende melhor os seus desejos eas suas necessidades . Certamente nao epara me agradar.

IMPRENSA - A revis -ta de que o senhor mais seorgulha e Veja, por acaso?

Civita - Isso a como di-zer qual e o seu filho preferi-do . Eu tenho tees filhos, e naosei se conseguiria dizer isso .Eu adoro Veja, tenho uma re-lac -do muito especial cornVeja, mas ha outras revistasnossas que me deixam orgu-lhoso . . . E nem sempre e amesma revista. As vezes vocepega uma edicao na mao ediz : que maravilha esta edi-cao, deu tudo certo . A capafuncionou, as materias fun-cionaram, a pauta estava boa,a diagramacao funcionou . . .Entao fico muito contente .Naquele momento aquela e aminha revista preferida.

IMPRENSA - Ma sVeja hoje deve ser a segund aou terceira do mundo . . .

Civita - Em termos doseu tamanho e da su a

influencia, Veja esta totalmente fora d acurva do mercado de revistas no Brasil .Esta vendendo mais de 1,2 milhao exem -plares por semana, acho que a revista qu echega mais perto, a segunda, nao vend emetade disso . Acho que vende urn terco .Tern alguem que vende oferecendo fas-ciculos, brinquedos e objetos, mas isso eoutra historia .

IMPRENSA -Falando um pouco depublicidade : os anunciantes e agencia sestao dizendo que os precos de tabela es-tab altos . Esse e o primeiro ponto . 0 se-gundo : a entrada do Grupo Abril em newmedia, por exemplo, seria uma forma d ecaptar esses anunciantes e transferi-lo spara uma media mais barata e diferente ,mais atrativa ?

Civita - Uma coisa obvia e o seguin-te : quanto maior a circulacao de uma pu-blicacao, maior tern que ser o preco desua pagina, a claro . Segundo : nao a so decirculacao, nao a so de custo por mil queestamos falando . Voce evidentementepode ter urn milhao de leitores de urn tip o

de coisas que nao interessamao anunciante, ou dez mil lei -tores de outro tipo de publi-cacao que interessam muitis-simo . Entao nao ha uma regrageml pars isso . 0 que eu diria

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"0 segredo a qualidade. E fazerrevistas melhores do que os outros "

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e que primeiro, de forma ge-ral, o custo por mil leitores ouespectadores tern que se rcomparado corn o custo po rmil clientes em potencial . 0que interessa ao anunciant enao a quanta gente vai ler ouvai ver aquilo : a quanta gent epode comprar o seu produtoou o seu servico. Entao, um arevista para proprietarios d eRolls-Royce a melhor par avender conhaque caro do qu euma revista dirigida a chofe-res de caminhao . Obvio. Eunao you ensinar o pai-nossoao vigario aqui, mas acho qu enossos precos por mil desce-ram. Alias, pedi que o pessoa lfizesse um estudo de um apea promocional nesse sen-tido, porque o crescimento d ecirculacao foi tao grande que ,se eu nao estiver muito enga-nado, o nosso preco real po rmil desceu em praticamentetodos os casos .

IMPRENSA - Em 1988, numa en-trevista anterior que deu a IMPRENSA ,o senhor dizia querer distancia de televi-sao. E agora ?

Civita - Uma coisa e a televisaoaberta, outra e a televisao por assinatura ,ou, se quiser, a televisao do futuro, com oeu a chamo . Esta acontecendo corn a te-levisao o que aconteceu corn a imprensa :a segmentacao . Cada vez mais especiali-zacao, temas mais especificos, para queas pessoas possam assistir exatamente a oque querem . Esta chegando tambem umatecnologia que permitira as pessoas as-sistirem ao que quiserem e quando quise -rem. Portanto, nesse aspecto, estamos che -gando a perfeicao da revista . Esta che-gando a convergencia do telefone, d ocomputador e da televisao . Daqui a pou-co nossos filhos ou talvez nos mesmos es -taremos falando disso como uma coisa so .Portanto, quando dizia que nao queri asaber de televisao, eu estava falando datelevisao aberta .

IMPRENSA - E por que nao queriasaber?

Civita - Primeiro, porqu enao gosto de ser o ultimo a en-trar em algum negOcio, e naquel aaltura teria sido . Segundo, por-que em televisao aberta a preci -

so fazer coisas de que eu pessoalmente naogosto. Essa historia de ter que apelar parao maior numero possivel de pessoas o tem -po todo, e abaixar o denominador parafaze-lo, me incomoda. Prefiro elevar o ni-vel a abaixar. A Abril tern mais vocacaopara isso . Entao se a opcao e entre algoque vai na direcao de mais inteligencia,mais contelido, mais criatividade, mai simaginacao, mais sofisticacao, e algo nadirecao do denominador comum que atraio maior numero possivel de pessoas, a evi-dente que prefiro a primeira . Nao so eucomo todo mundo que trabalha comigo .As pessoas aqui gostam de usar sua cabe-ca. E sua independencia, sua inteligencia,sua integridade. Pessoalmente, fico inco-modado corn 90% do que vejo na televi-sao . Entao, nao gostaria que nenhum da-queles canais fosse meu .

IMPRENSA - Por isso a opcao pel aTV por assinatura?

Civita - E porque acho que e o futu-ro . Tambem porque permite fazer coisa sque a outra nao permite .

IMPRENSA - Porexemplo ?

Civita - Por exemplo ,vamos fazer leiloes de arte ,ou vamos fazer um canal s ode historia, ou vamos fazerum canal so de negOcios, ma ssofisticado, inteligente, bem-feito, contando o que estaacontecendo no mundo, essetipo de coisas que nos sabe-mos fazer.

IMPRENSA - Mas ocomeco nesse campo nao fo ifacil para a Abril . . .

Civita - 0 comeco naoe facil para ninguem nessecampo. Nab tern ninguem n omundo que vai to dizer quefoi facil . Nem o senhorMurdoch. Nem na Inglater-ra, nem na Africa do Sul, emlugar nenhum . E urn mundonovo. E dificil, a complica-do, a caro, voce apanha . . . De -pois, se tiver recursos su-ficientes, cabecas suficientes

e paciencia suficiente, voce comeca aacertar e a coisa vai em frente. A televi -sao por assinatura esta nesse ponto n oBrasil agora . Passou por seus anos detatear no escuro, e agora vai embora, va idecolar que nem foguete .

IMPRENSA -Os investimentos qu ea Abril fez na area de televisao por assi -natura chegaram a causar estragos nas fi -nancas do Grupo . . .

Civita - No momento em que esta -vamos lancando a TVA . . . para comparar,you usar a imagem de um aviao correndona pista : a decolagem e o momento emque ele precisa da totalidade da forca d esuas turbinas . E exige o maior volume d ecombustivel . Naquele exato moment oveio uma recessao corn a aceleracao d ainflacao . A nossa geracao de caixa que i spagar o lancamento da TVA secou . E pa -ramos de gerar caixa nas publicacoes . Naototalmente, mas o volume caiu brutalmen -te . Portanto comecamos a nos endividar ,porque nao dava para naquele momentoparar tudo, ja haviamos levantado voo ,

nao dava para desligar, darmeia volta. 0 jeito era it emfrente, e entao nos endivida -mos . Bastante, mais do qu eimaginavamos, e os juro stransformaram o que ja era

"Pessoalmente, fico incomodadocom 90% do que vejo na tole visaio "

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uma divida significativa emuma divida monstruosa par aos padroes brasileiros, pel oque custa o dinheiro no Bra-sil . Nao seria nada para urngrupo deste tamanho nu mpals estabilizado. Nao seri anada nos Estados Unidos, n aEuropa, no Japao. Mas aqu iera uma divida preocupante ,porque o servico da divid aera grande .

IMPRENSA - Qual erao tamanho dessa divida ?

Civita - Acho que che-gamos perto de 150, 180 mi-lhoes de dolares .

IMPRENSA - Sao coisas diferen-tes, portanto . . .

Civita - Ha uma diferenca drama-tica entre o termo investidor e o term oparceiro estrategico, que a algo muit oalem. Este traz know-how, traz progra-macdo, traz gente que entende do negb-cio, traz uma ligacao corn o mundo, urnplug-in para o planeta que hoje a abso-lutamente fundamental . Entao fizemostres coisas importantes : primeiro, come-camos a ganhar dinheiro de novo . Se-gundo : atraimos novos inves -tidores, parceiros estrategicos .Terceiro : corn a estabilizacaoda economia conseguimos it l afora e levantar dinheiro de Lon -go prazo em vez de dinheiro

de curto prazo, e a taxas internacionais ,muito inferiores as que se pagam noBrasil . Vamos encerrar esse ano sem ur ncentavo de divida de curto prazo e cornurn monte de dinheiro em caixa, o bas-tante para pagar os nossos investimen-tos do ano que vem . Vamos encerrar oano corn dinheiro em caixa suficientepara os investimentos de 1996 e sem umcentavo de divida de curto prazo .

IMPRENSA - Quais sac) os princi -pais novos sbcios da Abril ?

Civita - Born, a tatica tern sido, erncada setor, em cada area de atuacao, pro -curar parcerias ou aliancas estrategicasou socios especificos num determinadonegocio . Nao sao sbcios da Abril . Saoassociados da Abril num determinado ne -gocio . Na TVA, a empresa-mae da ope-racao de televisao, entrou primeiro oChase, no ano passado, depois este anoa Falcon, que a uma empresa de cabo d aCalifornia, e agora a ABC e a Hearst . AABC, como se sabe, esta sendo compra-da pela Disney.

IMPRENSA - Qual ointeresse da Disney e da AB Cno Brasil e na America Lati-na? 0 que eles ganham cornparcerias desse tipo ?

Civita - Acho que es-tas empresas, os gigantes dacomunicacdo, estao olhand oo planeta como urn tabulei-ro . Nao estao mais pensan-do em Estados Unidos . Es-t -do pensando : como estamo sna Asia, como estamos naAmerica Latina, com oestamos na Europa, o que agente vai fazer na Africa? Ea India, como a que fica ?Entao, acho - nunca fu iconvidado para participa rdas reunioes estrategicas de-les, mas sei pelas conversas- que eles estao pensandoem termos de a empresa se ro que eles chamam de glo-bo player. Se vai ser um glo-bo player, tern que estar no sprincipais mercados do pla-neta . Se nao pode estar so -

zinha, e normalmente nao pode, eles pro -curam parceiros . E quern quiser ser umgloboplayer, ern qualquer mercado hoje ,em qualquer setor, nao pode deixar d evir para o Brasil .

IMPRENSA - Por que nao ?Civita - Vamos ver quais sao o s

grandes mercados a se desenvolver no sproximos anos : a Russia, que esta mui -to atrapalhada ; a China, que a compli -cada ; a India, que esta se abrindo e egigantesca como mercado, mas qu etambem nao a facil . . . 0 Brasil e o mai sbem estruturado dos quatro, o que terna melhor infra-estrutura, tern uma lin -gua sb, tern estabilidade economica epolitica, tern o melhor sistema de ban -cos do mundo, tern urn monte de gent ecompetente, disposta, corn experienci ade iniciativa privada, algo que a Chi -na ou a Russia nao tern . Entao, qual -quer investidor, em qualquer setor, qu epensar trinta segundos (eles pensamtrinta dias, mas nao importa) diz : te -nho que estar no Brasil . Alias nos ulti -

mos anos tern chegado todomundo, ja chegou todomundo, mas vai chega rmais . Vao chegar todos, ecorn bilhoes de Mares par ainvestir. Born para a gente !

IMPRENSA - Mas todacontraida aqui ?

Civita - Nao import aonde foi contraida . A gent edevia esse volume de dinhei-ro . Ai aconteceram duas coi-sas importantes . Primeiro, emais importante de tudo, o Divida: "Chegamos perto de US 180 miihoes "Plano Real . 0 Plano Real co -mecou a devolver rentabilidade ao se -tor publicar6es, a Listel e a propria ope-racao de televisao . Ficou possivel vol-tar a gerar caixa. No ano passado no stivemos urn segundo semestre tao fan-tastico que pagamos metade da divida .Neste ano as coisas continuaram muit obem, a geracdo de caixa da Abril estano ponto mais alto da sua histbria, con-seguimos fazer aumento de capital n atelevisao, atraindo sbcios novos e mui-to importantes, nao apenas investidores ,mas parceiros estrategicos .

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IMPRENSA - A Abri lja pensa em novas parceria sem outras areas ?

Civita - Estamos discu-tindo mais meia dtizia de coi-sas novas, em cada caso cornparceiros novos .

IMPRENSA - Algunsque o senhor possa adiantarpara a gente ?

Civita - Acho que nao ,acho que os advogados naome deixam.

IMPRENSA - Ate a Globo esta fa-zendo isso . . .

Civita - E fundamental ter parceiro sinternacionais. E, se possivel, voce tern queconseguir manter o controle no seu pro-prio mercado, que e o que nos estamos ten -tando fazer em todos os casos . Para mi misso e a coluna mestra da coisa .

IMPRENSA - Procurar parceiro sinternacionais e, se possivel, deter o con -trole do negocio . . . Voltando a TVA, en -tat). A TVA, numa fase inicial, parece te rtido problemas corn imagem, corn trans -missao, corn a tecnologia de transmissao .Ela ja conseguiu superar esse sproblemas?

Civita - Nos estamos cornquatro sistemas diferentes d edistribuicao de snal neste mo-mento . Tres e urn iminente .

Estamos corn o cabo, corn MMDS, qu esendo por microonda pode dar image mperfeita ou muito ruim, dependendo d eonde voce estiver localizado e de ond eestiver a antena . Microonda precisa de li -nha direta para funcionar corn perfeicao ,voce precisa instalar repetidores ern urnmonte de lugares . Ela nao passa por cima ,nao atravessa urn morro, por exemplo .Nao contorna urn predio alto . Portanto ,da trabalho instalar uma boa cobertura d eMMDS em Sao Paulo, mas a brincadeiraem Brasilia. Ern Brasilia, corn um atorrezinha voce cobre toda a cidade cornqualidade fantastica . A terceira opcao e abanda C, ou seja, as antenas parabolica sque ja existem no Brasil, todas apontadaspara o Brasilsat . Nos estamos nesse mer-cado, urn mercado importante . E, final-mente, a banda Ku, que a urn novo sateli -te, dois novos satelites que estao chegan-do: urn, nosso, em associacao corn aHughes; outro, da Globo, em associacaocorn Murdoch e outros . 0 nosso entra e morbita dia 14 de dezembro se Deus qui-ser, e, se tudo der certo, nos estaremos

transmitindo 72 canais parao Brasil a partir de fevereiro .

IMPRENSA - E os ou-tros sistemas? Como e qu eficam?

Civita - Ainda depen-de de onde o telespectadorestiver. Se voce tiver umacasa de praia em Maresias ,voce vai pow satelite . Se vocetern uma fazenda em MatoGrosso, voce vai por sateli-te . Se voce tiver urn aparta-mento na Avenida Paulista ,provavelmente vai ter cabo.Se voce mora em Osasco, aOnica opcao durante muitotempo vai ser o MMDS . Sevoce ja tern uma parabolica ,pode acoplar a ela urn deco-dificador e pegar uns 24 ca-nais adicionais do Brasilsat.

IMPRENSA - E paraquern esta na cidade de SaoPaulo ?

Civita - Voce esta falan-do em Sao Paulo, mas eu estou falandoem Brasil, porque essa operacao do sateli -te e para cobrir o pals, nao a para cobri rSao Paulo . E meio caro esse bicho paracobrir Sao Paulo. Em Sao Paulo, todos oslugares densamente habitados tendem ajustificar a instalacao de cabo, a medio pra -zo . Todos os lugares mais distantes e cornmenos densidade tendem a ser alcancaveispor sistemas sem fio .

IMPRENSA - Parece que o proble-ma da TVA esta em Sao Paulo . A TVAvive um problema de imagem . Parece te rhavido algumas dificuldades corn o siste-ma MMDS, e a concorrencia se gaba deque 35% dos novos assinantes deles saoex-assinantes da TVA . . .

Civita - Se 35% dos novos assinan-tes deles forem ex-assinantes da TVA,entao eles tern muito poucos novos assi-nantes . Porque nos perdemos muito pou-cos assinantes este ano . Se eles afirma-rem isso assim, pra valer, entao eu se iquantos assinantes eles tern, e sao un spobres coitados.

IMPRENSA - E o pro-blema da imagem?

Civita - Eu sei quanto sassinantes perdi este ano, enao os perdi so porque os nos-

IMPRENSA - Paracontinuar mais um pouc ocorn o bloco de televisao, aTVA teve . . .

Civita - Posso acrescen-tar urn item que a fundamen-tal? A minha conviccao e quea melhor coisa que as empre-sas brasileiras podem faze r- nao estou falando so d aminha - e procurar parcei -ros internacionais, fazer Parcerias: "Mantendo o controle "joint-ventures e aliancas es -trategicas, tentar manter o controle eabrir mercados para si e ter acesso a es-ses mercados e a esse know-how. Ach oque todas as empresas do pals que tive-rem a possibilidade deveriam fazer amesma coisa, porque e o caminho da so-brevivencia . Hoje, se voce quiser ficaraqui sozinho, nesse mercado que efechadinho, dizendo a so meu, a so nos-so, ninguem entra, voce esta mono .

"Perdemos muito poucosassinantes na WA este ano "

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Imagem da TVA : "Estamos resolvendo "

sos concorrentes tomaram . . .Tern genre que muds de cida-de, tern gente que perde o em-prego e nao tern mais com opagar assinatura, tem genteque descobre que nao esta as-sistindo muito e nao quer gas-tar o dinheiro, e tern algun sque migram para a concorren-cia. Se eles tern apenas tit svezes o que nos perdemos, ele sestao muito mal .

IMPRENSA - Mas e aquestao da imagem? Ess edano causado pela . . .

Civita - Nos estamos ven-dendo 50 mil, 60 mil novasassinaturas por Ines . Nao po-de ser tao ruim assim, nao e ?

IMPRENSA Mas estasendo feito algo tecnicamente ?

Civita Esta sendo feit omuito tecnicamente, eu nao se idireito isso . 0 pessoal de en-genharia a que Babe . Mudaramos transmissores, mudaram astones, as antenas, mudaram sei Id o que . . .

IMPRENSA

Ent -do, houve urnproblema que foi solucionado?

Civita - Atraves do tempo voce va idescobrindo problemas e vai resolvendo .

IMPRENSA 0 cabo ja esta sendousado em Sao Paulo pela TVA?

Civita - Sim. Mas depende onde . 0cabo e caro, a um investimento muitogrande . Depende da densidade . 0 calcu-lo que voce faze quanto custa passar pormil lares, ou dez mil lares, quantos da-queles lares vao assinar.

IMPRENSA - Falando urn pouco doPremio Abril de Publicidade . Ja que a TVAconquistou urn determinado espaco n omercado, quando o Premio Abril vai in-serir as pecas inseridas na TVA tambem?

Civita - E a primeira vez que m efazem essa pergunta. E uma otima per-gunta, e a resposta honesta a que nao te-nho a menor ideia porque nunca pense inisso antes .

IMPRENSA - Tern algu-ma expressao a publicidade n aTV por assinatura ?

Civita - E dinheiro . Pro-porcionalmente nao a como na

televisao aberta . A televisao aberta viv edisso . Nos vivemos de assinatura . Mas opotencial e fantastico . E esta crescendomuito rapidamente . Eu diria que este anovai dar algo como 15% das nossas recei-tas de TV. Quinze por cento nao e a par-te preponderante, mas tambem nao d apara desprezar. E e urn mercado que podecrescer muito, porque envolve urn pu-blico altamente qualificado . 0 mais qua-lificado do Brasil .

IMPRENSA - Corn maior poderaquisitivo . . .

Civita - Corn maior poder aquisiti-vo .

IMPRENSA - Qual o tamanho des -se mercado ?

Civita - Hoje sac) 600 mil, 700 mi lassinantes no Brasil, talvez 800 mil, naosei o ntimero exato, mas a menos de 1 mi-lhao. Mas 10 milhoes de lares no Brasiltern videocassete . Acho que todos esseslares sat) clientes em potencial da TV po rassinatura. Teoricamente, o setor poderia

decuplicar sua base de assi-nantes nos proximos cincoanos . Acho que agora vem aexplosao da demanda, mas epreciso abaixar precos . Daqu ia pouco faremos uma expe-riencia em urn mercado now,e vamos abaixar o prego, ofe -recer urn pacote muito mai seconomico e ver o que acon-tece . Por enquanto, o public oassinante a classe A . Noventapor cento tern casa de praia,92% tern fazenda, 85% ternnao sei quantos carros . Com odiz o Walter Longo, diretor daTVA, tern mais gente corn sei stelevisores do que gente comurn televisor em casa, voc eacredita? E inacreditavel . Mase claro que nao vai ficar as-sim. Isso e o comeco . Log ovai se espalhar, vai descer epenetrar na classe B, vai en-trar na C . A TV por assinaturanao pode ser so televisao dosmilionarios .

IMPRENSA Mas tambem vai per-der qualificacao .

Civita - Claro .

IMPRENSA - E voces ja estao pre -parados para isso ?

Civita - Ai vai comecar asegmentacao . Voce vai dizer : tern urn ca-nal ai que so fala de golfe, essa turma m einteressa . Ou: tern urn canal ai que a daBBC. Ou: tern urn canal japones que fal aso para a comunidade japonesa em japo-nes . Quer falar corn eles? Na medida e mque os mimeros aumentam, voce come-ca a segmentar.

IMPRENSA - E em relacao as no-vas tecnologias? Como a Abril se situa e mrelacao a new media, quais sat) os investi -mentos dirigidos para esse setor, e comovao os CD-ROMs e a entrada na Internet ?

Civita - New media e, primeiro ,muito divertido . Diria quase irresistivel .Segundo: voce tem que estar. nao pod edizer "nao quero saber, nao me interes-sa" . Terceiro : nao a negocio, ainda, e va i

demorar para ser. Querem sa-ber mais ?

IMPRENSA - Quere-mos saber tudo o que voce sestao sabendo .

"A TV por assinatura tem umpublico altamente qualificado "

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IMPRENSA - DEZEMBRO 1995

Page 9: I nossa história - Portal IMPRENSA · 2012. 11. 29. · Revistas: "Das dez maiores, nova sao nossas "IMPRENSA - Este ano o mercado editorial brasilei-ro foi invadido por uma se-re

Internet: "Precisamos ir devagar "

Civita - Essa e a essen-cia da hist6ria. E fantastico, agenre adora, tern que fazer, naopode ficar fora, esta chegand oe e pars investir. Agora, nao epars ganhar dinheiro .

IMPRENSA - Quantovoces est. -do apostando nisso ?

Civita - Nao sei . Se eufinesse o calculo provavelmen-te parariamos de investir . Acada semana descubro que al-guem esta fazendo um novoCD-ROM, estao pipocand oCD-ROMs na Abril . Acho 6ti-mo. Nao pergunto quanto cus-ta, porque a melhor nao per-guntar. Nunca pergunte nessifase se a coisa funciona eco-nomicamente, porque nao fun-ciona. Isso a gente ja sabe .Estamos entrando on-line ,montando uma nova opera-cao : publicac6es on-line.

IMPRENSA -As publi-cac6es da Abril vao estar to-das na Internet ?

Civita - Nao, todas nao, imagina !Meia duzia, para comecar, tres, talvez. Erameia duzia, acho que comecaram a faze rcalculo de quanto custa, acho que vao se rtits, e olhe la . E que esse esporte a caro, eo mercado a pequeno. Tern que ir tateando ,vendo o que as pessoas querem, se estaodispostas a pagar por isso. Voce tern que i rindo, ninguem pode chegar e dizer :Microsoft pode . Voce sabe quanto gasta-ram pars montar o prodergy nos EstadosUnidos? Um bilhao de d6lares . Eu nao te -nho 1 bilhao de d6lares . Alias, ninguemtem. Nao ha como fazer isso aqui . N6s te -mos que ir devagar. 0 mercado a pequeni -ninho, o mimero de pessoas que tern com -putador a pequeno, o ndmero de lares corncomputador a minimo. Tudo isso a muitopequeno no Brasil . Esta comecando agora.

IMPRENSA - Vamos falar um pou-co da expansao do Grupo . A entrada naArgentina foi traumatica, provocou n ocio uma serie de problemas la ate que vocesdefiniram uma parceria corn a Perfil . Comoesta hoje o processo e o quevoces pretendem ern relacao aoMercosul ?

Civita - Quanto aMercosul, imagino, deixa eu to

dar uma visa) de conjunto . Ha coisas quea gente faz porque pensa cinco, dez, vinteanos na frente . Ha coisas que a gente fazporque detecta uma oportunidade pra ja .A arte consiste em saber misturar essa sduas coisas . Manter as suas operacoes exis -tentes tinindo e fazer urn equiliibrio entreas coisas que sat) a longo prazo e aquelasque sao pra ja . Achamos que o Mercosu ltern urn grande futuro, um grande poten-tial. Em termos de publicac6es, hoje naoe mercado .

IMPRENSA - Por que?Civita - Porque a pequeno !

IMPRENSA - E Portugal?Civita - Portugal a urn mercado inte-

ressantissimo . E pequeno mas surpreenden -te, porque Ia voce esta com uma popula-cao de dez milhoes de pessoas que Teemalgo como cinco vezes mais revistas percapita, ou quatro vezes mais do que se 1 eno Brasil, portanto, vale por 40 milhoes depessoas no Brasil, em termos de tamanhode mercado. Interessante, nao? Lancamos

Caras em Portugal faz leis se-manas, e a revista ja esta ven-dendo 160 mil exemplares porsemana. Em Portugal! E comovender 1,5 milhao por sema-na aqui .

IMPRENSA - EntaoPortugal a algo expressiv opara a Abril ?

Civita - Interessante .Nao faz muita diferenca n obalanco .

IMPRENSA - Se ti-vesse que trabalhar em al-guma das revistas ou em al -gum outro setor do grupo ,qual escolheria ?

Civita -Ah . . . Olha, parstirar umas ferias, eu gostari ade trabalhar em Playboy (ri-sos) . Se voce me disser : "0que voce quer fazer para sedivertir urn pouco e sair da-qui?", eu gostaria de trabalharem Playboy . E a revista mai sdivertida . 0 Ricardo Setti (di -

retor da revista) vai dizer que nao a taodivertida assim, que deve ser um trabaihoterrivel, mas eu queria trocar de lugar cornele por um tempinho . Born, isso em primei -ro lugar. Mas gostaria de urn dia fazer urntalk-show na televisao .

IMPRENSA - Por que nao na TVA ?Civita - Urn dia eu gostaria de faze r

urn talk-show .

IMPRENSA - Urn dia? Por que naoamanha? . . .

Civita - Agora nao, mas um dia eugostaria de fazer urn talk-show . Acho qu eme divertiria muito e e superinteressante .Gostaria tambem de ser correspondent ede Veja em Nova York (risos) . Tern mui -tos empregos melhores do que o meu nest aempresa, muitos . Deixa eu ver o qu emais . . . Olha, por urn tempo curto, curto ,eu gostaria de mexer com as receitas da sfemininas. Queria dirigir a cozinha expe -rimental, por dois meses . Adoro cozinhar,e queria dar uma sacudida Ia na area decozinhar. Enfim, tem urn monte de coisas

muito divertidas para fazer n aAbril . Quanto mais voce ficalonge das operac6es, menosdivertido fica o trabalho. Di -vertido a fazer as coisas . Naoe na direcao corporativa qu evoce se diverte .

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"Divertido a fazer as coisas .Na direcao voce nao se diverte "

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IMPRENSA - DEZEMBRO 1995