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PREFEITURA DE CAMPINAS Um novo tempo para nossa cidade A proposta para a Casa Sustentável, nasce com a reflexão sobre o que vem a configurar uma "casa", senão a construção do habitar, humano, a transformação da paisagem para atender as necessidades e anseios de uma dada população. Contudo se pesarmos o que, e quais elementos configuram esse habitar, com função primordial de abrigo e proteção, chegamos a cobertura pois todo e qualquer assentamento humano se da sob um elemento, natural ou artificial. Quando aproximamos essa reflexão do nosso contexto histórico, notamos que esse discurso ganha força, sobre tudo em faixas climáticas tropicais, aonde as intempéries da natureza são costumeiramente vigorosas e talvez por isso, a busca de um elemento que nos proteja da chuva e principalmente nos propicie sombra seja tão recorrente em nosso discurso arquitetônico, desde os alpendres das casas bandeirista até o discurso moderno de elevação do objeto projetual do solo para criação de um térreo livre e sombreado. A partir desse pressuposto ,de que a Casa será um habitar, um local de encontro, o partido para o projeto tem como ponto principal a criação de uma grande cobertura, que abrigará tanto as resoluções programáticas como também propiciara novos encontros e a vivenda dos usuários do parque, sob um espaço sombreado, que terá como principal função de requalificação do local. Outra questão fundamental para o desenvolvimento do partido projetual, foi o entendimento que um projeto sustentável não passa apenas por definições de materiais com baixo impacto ambiental, mas também por uma concepção arquitetônica de alta qualidade. Com nossa proposta queremos ressaltar a importância do design, na construção civil uma vez que esse setor é responsável por mais de 30% da emissão de carbono. Para isso desenvolvemos um desenho de cobertura aonde a própria concepção formal auxilia na economia de material, outra ação projetual nesse sentido foi a definição de estruturas distintas para a cobertura e para o restante do edifício, por possuirem funções e esforços distintos resultando também em peças estruturais mais esbeltas. Além disso procuramos associar a materialidade da construção a processos industrializados, uma vez que é essencial desenvolver cada vez mais esse tipo de indústria no pais, para diminuir o impacto ambiental que uma construção artesanal trás, com seus altos índices de perda de insumos e consumo elevado de água para fabricação de seus matérias e baratear o uso dos materiais, se produzidos em larga escala. Todavia, a alta taxa de industrialização na construção também é responsável pela diminuição da pegada ambiental do edifício, procurando dessa maneira diminuir drasticamente a emissão de carbono . A implantação dessa cobertura se dá sobre o ponto mais elevado do terreno, destacado a intervenção na paisagem, o primeiro terço da cobertura voltado para norte e em meio ao bosque, já existente, configura uma grande marquise, sem restrições de acesso, sobre uma grande praça localizada na confluência dos fluxos das duas entradas do parque,proximo ao terreno( PortãoS e Portão 6 ). Essa praça conformara um local de convivência para os transeuntes do parque. O paisagismo proposto para essa área conforma novos percursos que tem como ponto focal a espacialidade praça. Os dois trechos restantes da cobertura são fechados através de uma leve caixa de vidro, protegida por brises soleils e por um beiral que permeia toda a edificação. Fora proposto uma remodelação da topografia, reconfigurando o perfil natural do terreno e assim criando uma terceira fachada, voltada para o sul e para a pista de patinação, aonde fora locado o auditório que desemboca em uma segunda praça definida através da implementação de um espelho d agua, deste modo cria-se uma relação de simbiótica com a pista de patinação existente. A reconfiguração da topografia propiciou que a resolução programática, se desse de forma pouco usual, com a entrada no nível su- perior junto a praça de coberta, com isso também foi possível estabelecer que a própria diferença entre níveis faça o controle de acesso, no nível superior fora locado áreas com menor restrição de uso como o foyer e o salão de reuniões, já no nível inferior foram previstos espaços de uso mais controlados, como exposições, salas multiuso entre outros. Esse esforço resultou em um planta com maior flexibilidade e capacidade de alteração e adaptação para uso futuro. Toda a faixa de serviço e administração foi locada a leste do terreno, junto ao muro da Guarda civil e com um acesso independente. O projeto buscou o maior aproveitamento da ventilação natural, para isso foi proposto um sistema de dutos junto a fundação dos pilares da cobertura que são responsáveis por capitar o vento que vem predominantemente da direção sudeste, por isso foi implan- tando em uma cota inferior um grande espelho d agua ,defronte a fachada sudoeste ,que através de grandes dutos de ar, insuflam o ar umidificado, pela la mina d agua, para de baixo da terra. Esse dutos atingem, pelas propriedades térmicas da terra, a temperatura média anual da cidade, que é cerca de 22 graus. Então este ar e sugado mecanicamente, por diferença de pressão, para dentro dos ambientes refrigerando os locais e assim dispensando o uso, intenso de ar condicionado. Outra estratégia de aperfeiçoamento da ventilação natural foi a implementação de uma cobertura do café que funciona com uma espécie de cobertura, canalizando o vento sudoeste sobre uma válvula de escape de ar, criando uma área de baixa pressão e assim sugando o ar quente de dentro do edifício que por sua vez impulsiona o sistema de dutos de ventilação subterrâneos. Além disso foi proposto um grande sistema de reuso de água, que se inda através de um cobrimento verde em toda a cobertura do edifício, que além de isolar termicamente o edifício recolhe grandes quantidades de águas pluviais que são escoadas através de uma grande estrutura metálica no centro do edifico, responsável por toda a passagem de infraestrutura, e direcionada para uma cisterna aonde e conduzida até um espelho d água com plantas macrofilas como vitórias régias, que fazem o tratamento dessa água de reuso. Na cobertura do café estão também locadas placas solares responsáveis por gerarem energia para suprir a maior parte das funções do edifício. Com isso propomos que o pavilhão possua altos índices de eficiência energéticas, sendo capaz de consumir o menor indicie de insu- mos externos. · :.... 4":-.., ) ' "',; "···· ...... (\ ................ FLUXOS E PERCURSOS -- -- -- --·----------------- DIAGRAMA DE SOMBRAS -Publico • ''"-...._ -Privado menor grau de restrição -Privado maior grau de restrição DIAGRAMA DE USO ------------ . .. ····--., _ --- CONCEPÇÃO ,------ - I I I _____ j__J I I I I I I I I I I I I -----t---- 1 I A Li- ------- r -- '--,, NIVEL- 97,95- TERREO esc) /250 I I ' I, ·----- CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA [ ll'h 16 [ uI L_J o o o o I oi I L __ I I I I OI I I I I ,- -- 1 o o o OI / ' / / -- . / ' r 23 I, I \\ \') 1 \ "CASA DA SUSTENTABILIDADE" PARQUE TAQUARAL-CAMPINAS-SP 24 I I I I I [ I I [ ' I ·' j I ' / 1 ..- -------------------------, 6 l INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DEPARTAMENTO DE SÃO PAULO T 1 ' ·-.......__ ., ·-,, _____ ,_ 1/2

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PREFEITURA DE CAMPINAS Um novo tempo par a nossa cidade

A proposta para a Casa Sustentável, nasce com a reflexão sobre o que vem a configurar uma "casa", senão a construção do habitar, humano, a transformação da paisagem para atender as necessidades e anseios de uma dada população. Contudo se pesarmos o que, e quais elementos configuram esse habitar, com função primordial de abrigo e proteção, chegamos a cobertura pois todo e qualquer assentamento humano se da sob um elemento, natural ou artificial. Quando aproximamos essa reflexão do nosso contexto histórico, notamos que esse discurso ganha força, sobre tudo em faixas climáticas tropicais, aonde as intempéries da natureza são costumeiramente vigorosas e talvez por isso, a busca de um elemento que nos proteja da chuva e principalmente nos propicie sombra seja tão recorrente em nosso discurso arquitetônico, desde os alpendres das casas bandeirista até o discurso moderno de elevação do objeto projetual do solo para criação de um térreo livre e sombreado. A partir desse pressuposto ,de que a Casa será um habitar, um local de encontro, o partido para o projeto tem como ponto principal a criação de uma grande cobertura, que abrigará tanto as resoluções programáticas como também propiciara novos encontros e a vivenda dos usuários do parque, sob um espaço sombreado, que terá como principal função de requalificação do local. Outra questão fundamental para o desenvolvimento do partido projetual, foi o entendimento que um projeto sustentável não passa apenas por definições de materiais com baixo impacto ambiental, mas também por uma concepção arquitetônica de alta qualidade. Com nossa proposta queremos ressaltar a importância do design, na construção civil uma vez que esse setor é responsável por mais de 30% da emissão de carbono. Para isso desenvolvemos um desenho de cobertura aonde a própria concepção formal auxilia na economia de material, outra ação projetual nesse sentido foi a definição de estruturas distintas para a cobertura e para o restante do edifício, por possuirem funções e esforços distintos resultando também em peças estruturais mais esbeltas. Além disso procuramos associar a materialidade da construção a processos industrializados, uma vez que é essencial desenvolver cada vez mais esse tipo de indústria no pais, para diminuir o impacto ambiental que uma construção artesanal trás, com seus altos índices de perda de insumos e consumo elevado de água para fabricação de seus matérias e baratear o uso dos materiais, se produzidos em larga escala. Todavia, a alta taxa de industrialização na construção também é responsável pela diminuição da pegada ambiental do edifício, procurando dessa maneira diminuir drasticamente a emissão de carbono . A implantação dessa cobertura se dá sobre o ponto mais elevado do terreno, destacado a intervenção na paisagem, o primeiro terço da cobertura voltado para norte e em meio ao bosque, já existente, configura uma grande marquise, sem restrições de acesso, sobre uma grande praça localizada na confluência dos fluxos das duas entradas do parque,proximo ao terreno( PortãoS e Portão 6 ). Essa praça conformara um local de convivência para os transeuntes do parque. O paisagismo proposto para essa área conforma novos percursos que tem como ponto focal a espacialidade praça. Os dois trechos restantes da cobertura são fechados através de uma leve caixa de vidro, protegida por brises soleils e por um beiral que permeia toda a edificação. Fora proposto uma remodelação da topografia, reconfigurando o perfil natural do terreno e assim criando uma terceira fachada, voltada para o sul e para a pista de patinação, aonde fora locado o auditório que desemboca em uma segunda praça definida através da implementação de um espelho d agua, deste modo cria-se uma relação de simbiótica com a pista de patinação existente. A reconfiguração da topografia propiciou que a resolução programática, se desse de forma pouco usual, com a entrada no nível su­perior junto a praça de coberta, com isso também foi possível estabelecer que a própria diferença entre níveis faça o controle de acesso, no nível superior fora locado áreas com menor restrição de uso como o foyer e o salão de reuniões, já no nível inferior foram previstos espaços de uso mais controlados, como exposições, salas multiuso entre outros. Esse esforço resultou em um planta com maior flexibilidade e capacidade de alteração e adaptação para uso futuro. Toda a faixa de serviço e administração foi locada a leste do terreno, junto ao muro da Guarda civil e com um acesso independente. O projeto buscou o maior aproveitamento da ventilação natural, para isso foi proposto um sistema de dutos junto a fundação dos pilares da cobertura que são responsáveis por capitar o vento que vem predominantemente da direção sudeste, por isso foi implan­tando em uma cota inferior um grande espelho d agua ,defronte a fachada sudoeste ,que através de grandes dutos de ar, insuflam o ar umidificado, pela la mina d agua, para de baixo da terra. Esse dutos atingem, pelas propriedades térmicas da terra, a temperatura média anual da cidade, que é cerca de 22 graus. Então este ar e sugado mecanicamente, por diferença de pressão, para dentro dos ambientes refrigerando os locais e assim dispensando o uso, intenso de ar condicionado. Outra estratégia de aperfeiçoamento da ventilação natural foi a implementação de uma cobertura do café que funciona com uma espécie de cobertura, canalizando o vento sudoeste sobre uma válvula de escape de ar, criando uma área de baixa pressão e assim sugando o ar quente de dentro do edifício que por sua vez impulsiona o sistema de dutos de ventilação subterrâneos. Além disso foi proposto um grande sistema de reuso de água, que se inda através de um cobrimento verde em toda a cobertura do edifício, que além de isolar termicamente o edifício recolhe grandes quantidades de águas pluviais que são escoadas através de uma grande estrutura metálica no centro do edifico, responsável por toda a passagem de infraestrutura, e direcionada para uma cisterna aonde e conduzida até um espelho d água com plantas macrofilas como vitórias régias, que fazem o tratamento dessa água de reuso. Na cobertura do café estão também locadas placas solares responsáveis por gerarem energia para suprir a maior parte das funções do edifício. Com isso propomos que o pavilhão possua altos índices de eficiência energéticas, sendo capaz de consumir o menor indicie de insu­mos externos.

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FLUXOS E PERCURSOS

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DIAGRAMA DE SOMBRAS

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DIAGRAMA DE USO

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INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DEPARTAMENTO DE SÃO PAULO

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NIVEL- 104,70 esc 1 /250 o

PREFEITURA DE CAMPINAS Um novo tempo par a nossa cidade

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NIVEL- 109,50 esc 1 /250

• 28-CAF~

29-BAR 30-COZINHA

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31- CONTEMPLAÇÃO/ EXPO TEMPORÁRIA 32- COBERTURA VERDE

33-HORTA

SOL INVHNO

A

SOL VI:Pfi.O

ESQ. SUSTENTAVEL

ZONA DE

PRESSÃO

EFEITO CHAMINÉ

DIAGR A DE TEMPERATURA

vENTOS PREWMINA '-Hõ:S-SE

VENTOS

PREDOMINANTES

SE

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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA

CISTERNA

• ' " ' " ' " ' " ' "

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COB. VERDE

DUTOS PAM NSLJFI/'ROAR

ISO BRISES LATERAIS

"CASA DA SUSTENTABILIDADE" PARQUE TAQUARAL-CAMPINAS-SP

SOL v : RÃO FINAL DE -ARDE

:SPELHO D AG U.A. V~Cf\O~ITAS

TRATAM E\IT:::'

~NIRADACUIO

SUBTERRANEO

CARTA SOLAR- FACE NOROESTE MARQUISE

CARTA SOLAR- FACE SUDOESTE­BRISES

COBERTURA VIGA METALICA •••••••••••

: : ---~ :: ~ . . ..---~ STEEL DECK ••• _....----- ' : --

'• ~

·-..: ~

VIGA METALICA • • • • ALMA CHEIA

STELL FRAME

TRAVAMENTO

PILARES • • .. •• • COBERTURA ..... • •••

METALICA

ISOMETRICA ESTRUTURA

DEFINIÇÃO MATERIAIS:

MATERIAL

1- AÇO EM ARCO ELÉTRICO 2· FORRO DE BAMBU 3-DIVISÓRIAS DRAY WALL 4-LAJE STELL DECK 5· PISO EXTERNO PERMEÁVEL 6-PISO INTERNO VINILICO

EMISSÃO C02

· 462g/Kg - baixa

- 4x menos que o tiJolo - baixa

- baixa

Foram escolhidos materiais, de aplicação seca e que em seu processo de fabricação não passe por queima, ou fornalhas com altas emissões de C02, mitigando assim a emissão de C02 da obra, como um todo desde o canteiro até o processo de fabricação.

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DEPARTAMENTO DE SÃO PAULO

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Emerson
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Emerson
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