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I PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL

2004

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Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Secretária de Tecnologia Industrial – STI

Confederação Nacional da Indústria – CNI

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequensa Empresa – Sebrae

Fedaração das Indústrias do Estado do Amazonas – Fieam

Banco da Amazônia S/A – Basa

I PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL

2004

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©2004. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Secretaria de Tecnologia Industrial – STI É permitida a reprodução de qualquer parte dessa obra, desde que citada a fonte. Prêmio Professor Samuel Benchimol: coletânea de artigos

Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 / Organização, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior et. al. – Brasília : MDIC/ STI, 2004. 222p. : il.; 24 cm. Conteúdos: Resumo das propostas ao Prêmio Professor Samuel Benchimol. Propostas agraciadas em formato de artigo. 1. Desenvolvimento sustentável, Amazônia. I. Paiva, Alessandro Dinelli de et. al. II. Coelho, Suani Teixeira et. al. III. Homma, Alfredo Kingo Oyama et al. IV. Borges, João Tito et. al. V. Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Tecnologia Industrial (Org.) VI. Confederação Nacional da Indústria (Org.). VII. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Org.). VIII. Federação das Indústrias do Estado da Amazônia (Org.). IX. Banco da Amazônia (Org.).

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Tecnologia Industrial Departamento de Articulação Tecnológica Esplanada dos Ministérios , Bloco J, sobreloja 70053-900 – Brasília-DF Tel.: 55 (61)2109-7393 Fax: 55 (61)2109-7286 http:://www.desenvolvimento.gov.br

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Gostaria de deixar como lembrança uma singela e profunda mensagem: o mundo amazônico não poderá ficar isolado ou alheio ao desenvolvimento brasileiro e internacional, porém ele terá que se autossustentarem quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: isto é, ele deve ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo.

Prof. Samuel Benchimol

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Agradecimentos

As Entidades promotoras do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual sobre a Amazônia agradecem aos

Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional, do Meio

Ambiente, ao Banco da Amazônia S.A., Banco do Brasil S.A., CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, CNI –

Confederação Nacional da Indústria, Confea – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Embrapa –

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Grupo Benchimol, Honda Automóveis do Brasil Ltda., Móveis Teperman,

Indústria e Cosméticos Natura Ltda., Nokia do Brasil Tecnologia Ltda., Suframa – Superintendência da Zona Franca de

Manaus, Siemens Ltda. e Universidade Federal do Estado do Amazonas, o apoio para a edição da Coletânea “Prêmio

Professor Samuel Benchimol 2004”.

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Sumário

Apresentação 13

Manifestações sobre o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 15

A estrutura organizacional e técnica 19

Comissão Julgadora 20

Apoiaram a sua implementação 20

Comissão Mobilizadora 21

Resumo das Propostas 25

Laboratório de manutenção de computadores para inclusão digital 27

Modelagem e monitoramento do efeito indireto dos aerossóis sobre o clima da Amazônia 27

Propagação artificial do pirarucu arapaima gigas e produção de alevinos 28

Formação e manejo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart – Clusiaceae) como alternativa econômica

para as áreas degradadas da Amazônia 29

Projeto de fomento à atividade pecuarista leiteira no município de Autazes 31

Criação de cooperativa para fomento à produção de sementes de juta e malva no município de Manacapuru 32

A4 a renovação da Floresta Amazônica 32

Projeto comunitário de produção sustentável de óleos vegetais e produtos afins no município de Silves-AM 33

Projeto experimental para a compostagem 34

Serviço de comunicações digitais – SCD: um novo serviço público de telecomunicações como ferramenta para

inclusão social 35

Proteção da propriedade intelectual na Amazônia e uso sustentável da biodiversidade e dos conhecimentos

tradicionais 36

Atributos físicos, químicos e biológicos afetando o crescimento de árvores marejadas em solos degradados na

Amazônia Central 37

Qualidade sensorial do mel como suporte à apicultura integrada e sustentável no Tocantins 38

Observatório de inclusão social da Amazônia – Oisa 39

Jovem marceneiro 40

Apoio à adoção das praticas do manejo florestal na Amazônia Legal 41

Um modelo de gestão de voluntariado 42

O complexo industrial do Jarí e as transformações geoeconômicas da bacia do Rio Jarí (1980-2004) 43

O potencial econômico e as políticas da bacia do rio Manacá 44

Ponta verde 46

Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais 47

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Produção de tambaqui em cativeiro e aproveitamento total dos seus subprodutos 48

Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia 49

Assentamento alternativo para Amazônia 49

Comunidade no Jardim Botânico Adolfo Ducke 50

Espada Amazônica 50

Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim:

comunidade agrícola de Tarumã Açu 51

Escola de aprendizes navais do Amazonas 53

Gestão de recursos hídricos em APA/APAM 53

Qualificação de produtos rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de filoterápicos

e fitocosméticos 53

Edição do livro medicina tradicional: plantas medicinais da Amazônia 54

Geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica 55

Escola digital na Amazônia 55

Centro de cooperação em serviços tecnológicos e ambientais 57

Qualificação sustentável para o conjunto Nova Cidade 58

Gestão social para as organizações sócio-ambientais da Amazônia 59

Sustentabilidade do tecido da floresta 59

Projeto ÁGORA 60

Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos da pesca artesanal e

da fruticultura extrativista e familiar 60

Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do

Estado do Amazonas 62

Projeto de criação da reserva de desenvolvimento sustentado do Igarapé-Açu/AM 65

Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a melhoria da qualidade da cadeia

agnoindustrial de castanha do Brasil 65

Uso de crajiru em formas farmacêuticas ginecológicas 66

Utilização de Castilho do guaraná para a fabricação de extrato para refrigerantes 67

Geração de trabalho, de forma autossustentável 67

Melhoramento genético de bananeira 68

Gel dental à base de óleos medicinais da Amazônia 69

Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de

recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz 69

Recomposição da mata ciliar do riacho Ajuricaba na região oeste do Estado do Paraná 70

Biosólido como fertilizante orgânico no cultivo inicial do Eucalyptus Grandis Hill Ex Maiden 71

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Programa de desenvolvimento sustentável do gasoduto Coari-Manaus 71

Pastoral da criança 73

Propostas agraciadas 75

Categoria ambiental 75

Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de

recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz 77

Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim:

comunidade agrícola de Tarumã Açu 91

Projeto experimental para a compostagem 104

Categoria Econômica/Tecnológica 141

Formação e manqo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart – Clusiaoeae) como alternativa econômica

para as áreas degradadas da Amazônia 143

Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do

Estado do Amazonas 169

Agregação de valor e conservação das matérias primas regionais 178

Categoria Social 189

Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia 191

Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de

fitoterapicos e fitocosméticos 199

Jovem marceneiro 217

Biografia 221

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Apresentação

O Prêmio Professor Samuel Benchimol foi concebido no âmbito do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em parceria com a CNI – Confederação

Nacional da Indústria, através da Ação Pró-Amazônia, integrada pelas Federações de Indústrias da

Região Amazônica, o Banco da Amazônia S.A., o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas,

além do apoio dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à

Fome, da Integração Nacional e do Meio Ambiente.

A necessidade de intensificar as ações para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

norteou a criação do Prêmio “Professor Samuel Benchimol” e do Fórum Anual sobre a Amazônia. A

escolha do nome do Professor Samuel Benchimol, pesquisador erudito e empresário inovador, autor

de 109 trabalhos de repercussão internacional, dignifica essa iniciativa. Em todos os seus trabalhos,

defendeu a importância da Região Amazônica no contexto do desenvolvimento nacional e a

necessidade do desenvolvimento sustentável, respeitando a quatro paradigmas fundamentais: ser

economicamente viável, ecologicamente equilibrado e socialmente justo.

Baseando-se nesses paradigmas, o estabelecimento do Prêmio colocará em cursos as ideias

originais e a promoção da Região Amazônica, obedecendo alguns parâmetros:

I) Promover a reflexão sobre as perpectivas econômicas, ambientais e sociais para o

desenvolvimento sustentável da região amazônica;

II) Fomentar a interação permanente entre os setores: governamental, empresarial e

acadêmico e social da região amazônica e;

III) Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e

oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados.

A realização anual do Prêmio permitirá às agências de fomento, aos institutos de pesquisa, às

universidades e ao próprio setor empresarial, conhecerem o potencial de ideias que conduzem ao

desenvolvimento daquela importante região brasileira.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por intermédio de sua

Secretaria de Tecnologia Industrial, seguirá promovendo a articulação com as demais instituições

dos setores governamental e privado. As ações buscarão consolidar, não só a realização desse

Prêmio, mas também o apoio à concretização dos projetos, que forem selecionados no concurso

público anual.

A iniciativa conta, ainda, com a parceria da Confederação Nacional da Indústria – CNI, a

Ação Pró-Amazônia, integrada pelas Federações de Indústria dos Estados da Amazônia Legal, o

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, o Banco da Amazônia S.A., além do

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apoio dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da

Integração Nacional e do Meio Ambiente e honrou-nos como entidade executora a Federação das

Indústrias do Estado do Amazonas – Fieam.

Registro e agradeço mais uma vez a participação decisiva das instituições apoiadoras desta

iniciativa, sem as quais não teria sido possível promover essa ação de desenvolvimento regional e,

sem dúvida, de contribuição para um País mais justo.

Luiz Fernando Furlan

Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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Manifestações sobre o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004

Alessandro Dinelli Pres. CDI Amazonas

Importantíssima a realização deste Prêmio, pois procurou homenagear um grande conhecedor da AMAZÔNIA e divulgar os grandes projetos aqui realizados.

Alfredo Kingo Oyama Homma Embrapa Amazônia

Esta premiação tem para mim uma tripla importância. A primeira representa o esforço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o conjunto de 19 insti0 deste Prêmio. Em segundo lugar, pela necessidade de sairmos do discurso abstrato da biodiversidade para tornar em algo concreto como alternativa para gerar renda, emprego e de reduzir os impactos ambientais. E finalmente, como estímulo para os pesquisadores brasileiros em ajudarem na construção de uma Nova Amazônia. Uma Amazônia sem desmatamentos e queimadas, uma Amazônia com emprego e renda, uma Amazônia mais harmônica, enfim, uma Amazônia senhora dos seus destinos.

Carlos Eduardo Moreira Ferreira Primeiro Vice-Presidente da CNI

Um dos melhores momentos que vivi ao exercer a Presidência da CNI foi o da instituição do Prêmio Samuel Benchimol, quando em homenagem à vida e ao trabalho daquele grande homem, que tanto amou e compreendeu a Amazônia, resolveu-se buscar um modo de destacar o exemplo dos que como o patrono dessa premiação concorreram para, de algum modo, promover o desenvolvimento inteligente dessa imensa parte do Brasil, patrimônio inalienável de todos nós. Ideia muito feliz, esse gesto periódico de reconhecimento há de repetir-se pelos anos afora, emulando as gerações futuras.

Eugênio Emílio Staub Presidente de Honra do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Gradiente

Senti-me honrado em participar da gestão do Prêmio Professor Samuel Benchimol por este privilegiar o empreendedorismo, a inovação e a competitividade, como instrumentos de desenvolvimento regional que, aliás, coincidem com o pensamento do grande pesquisador Professor Samuel Benchimol. Estou seguro de que esta iniciativa vitoriosa, pelos resultados dos projetos apresentados, se repetirá nos anos vindouros, como uma forma de apoiar aos que acreditam no conhecimento, como forma de construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Gilvannete Serra Barbosa Centro de Ensino Superior do Amazonas

O Prêmio Professor Samuel Benchimol é de suma importância, pois estimula a elaboração de projetos que visem ao desenvolvimento sustentável da região amazônica proporcionando uma sinergia entre os setores público, privado, civil e acadêmico e nos diversos seguimentos da economia.

Jadson Porto Universidade Federal do Amapá

A homenagem ao grande professor foi muito mais que justa, é um reconhecimento que os amazônidas devem sempre ter em mente. Benditos são aqueles que venceram este Prêmio. São profissionais de altíssimo valor e competência. Este Prêmio vem ampliar a importância de se estimular o levantamento de informações sobre a região amazônica, ampliar o grau de discussões sobre os mais variados temas de cunho social, econômico, político, cultural e ambiental. Que não pare o sonho de Benchimol de desvendar os mistérios, as transformações e os segredos amazônicos.

Jaime Samuel Benchimol Presidente do Grupo Benchimol

Sociedade Fogás Ltda. Poucas regiões do planeta são tão vastas, tão promissoras, mas ao mesmo tempo tão pouco conhecidas quanto a Amazônia. É dever do Brasil pesquisar, estudar e conhecer a região nos seus aspectos econômicos, ambientais, sociais e políticos. Apenas através do

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conhecimento poderemos alcançar o equilíbrio entre o aproveitamento dos recursos naturais, as necessidades humanas e a preservação da ecologia. A criação do Prêmio Prof. Samuel Benchimol é ao mesmo tempo uma honrosa homenagem a quem dedicou boa parte de sua vida à pesquisa de nossa região e um forte estímulo para acelerarmos a busca do conhecimento sobre a região amazônica. O amplo escopo do Prêmio em três categorias distintas – tecnológico-econômica, ambiental e social – demonstra a extensão dos desafios que a região enfrenta e vem de encontro à preocupação do Prof. Benchimol de que o desenvolvimento sustentável da região deve “ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo”.

João Tito Borges Fundação Centro de Análises, Pesquisas e Inovação Tecnológica

O Prêmio Samuel Benchimol incentiva o cidadão para a busca das soluções e para o enfrentamento dos muitos desafios colocados pela imensa Amazônia.

José Ephin Mindiin Bibliófilo, Pesquisador e Medalha do Conhecimento 2003

Samuel Benchimol foi um verdadeiro sábio, estudioso e grande conhecedor das coisas amazônicas. Um Prêmio que leva seu nome tem um tríplice sentido: homenagear essa ilustre figura, que clamava por estudos dos problemas amazônicos e ação efetiva para resolvê-los; estimular pesquisadores a aprofundar o conhecimento dessa ainda mítica região; e, finalmente, atrair a atenção de todas as entidades públicas e privadas que possam ajudar sua desenvolvimento.

José Nasser Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual de Discussão

sobre a Amazônia Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

Dentre as ações de desenvolvimento regional, o Prêmio Professor Samuel Benchimol constitui um marco de empreendedorismo, no qual órgãos governamentais do setor privado e comunidade acadêmica associam-se para premiarem ideias inovadoras com origem no conhecimento. Considero um privilégio e uma honra ter presidido esta iniciativa do primeiro Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual de Discussão sobre a Amazônia. Que o exemplo de pesquisador do Professor Samuel Benchimol continue inspirando-nos e as gerações futuras.

Juan David Revilla Cardenas Instituto de Pesquisas da Amazônia – Inpa

O Prêmio Samuel Bechimol é para nós um orgulho pelo homem a quem se refere, assim como é uma oportunidade de pesquisadores poderem apresentar seus trabalhos a sociedade que os patrocina.

Mâncio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia

Sem dúvida, uma iniciativa rara, pois ao premiar projetos para o desenvolvimento da Amazônia, está contribuindo com a questão do conhecimento científico nessa Região. É inegável a necessidade de pesquisas na Amazônia, pois são elas que proporcionam maior conhecimento da região e de seus ecossistemas, o que pode permitir o usufruto atual de suas riquezas sem esgotá-las, legando seus frutos e benefícios também às gerações futuras. O Banco da Amazônia, na oportunidade em que saúda os estudiosos, pesquisadores, cientistas que participaram desse projeto, os incentiva a continuar nesse desiderato e reafirma o seu compromisso de apoio financeiro e operacional às soluções orientadas para o desenvolvimento sustentável e integrado dessa Região, que goza do privilégio de ser merecedora da atenção e reconhecimento de todo o mundo.

Milly Teperman Presidente dos Móveis Teperman

O Prêmio Samuel Benchimol homenageia um dos mais ilustres filhos da Amazônia, fazendo com que ela possa contribuir mais e mais para tornar o Brasil líder entre as Nações.

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Noeliana Rodrigues Laurido Pesquisadora

Participar do Prêmio Prof. Samuel Benchimoi foi uma honra, uma forma de exercitar a cidadania, conclamando a todos a importância da tutela do meio ambiente.

Roberto Jaguaribe Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior O Prêmio Professor Samuel Benchimoi é uma iniciativa pioneira por incentivar a geração de novas ideias e propostas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e expô-las diretamente ao âmbito produtivo e financeiro que pode viabilizá-las.

Wilson Lang Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Economia

O Prêmio Samuel Benchimoi não só reverencia o pesquisador e empresário de renome internacional, mas, sobretudo, estimula e apóia projetos para o desenvolvimento sustentado da região Norte, ocasião em que os profissionais do Sistema Confea/Crea podem contribuir com seu talento e competência.

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A estrutura organizacional e técnica do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 foi assim

constituída:

Coordenação Geral:

Roberto Jaguaribe

Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior

Armando Queiroz Monteiro Neto

Presidente da Confederação Nacional da Indústria

Silvano Gianni

Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas

Maneio Lima Cordeiro

Presidente do Banco da Amazônia S.A.

Carlos Salustiano de Sousa Coelho

Coordenador do Ação Pró-Amazônia

Eugênio Emílio Staub

Presidente de Honra do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Gradiente

José Nasser

Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Federação da Indústria

do Estado do Amazonas

Secretários:

José Rincon Ferreira

Secretário-Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Diretor de Articulação Tecnológica da

Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior

Sérgio Melo de Oliveira

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Secretário-Técnico-Adjunto do Prêmio Professor Samuel Benchimol

Superintendente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

Presidente da Comissão Julgadora

Roberto Jaguaribe

Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior

Comissão Julgadora

Avay Miranda

Assessor Técnico do Ministério do Meio Ambiente

Fábio Cidrin Gama Alves

Diretor de Articulação Governamental do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

– MDS

José Alberto da Costa Machado

Coordenador Geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Superintendência da Zona Franca de

Manaus

José Henrique de Lima Dieguez Barreiro

Coordenador do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT

Hidembergue Ordozgoith da Frota

Reitor da Universidade Federal do Amazonas

Ivanildo Pontes

Diretor Executivo da Federação das Indústrias do Estado do Pará

José Rincon Ferreira

Diretor de Articulação Tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior

Maria José Monteiro

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Assessora da Diretoria de Política e Planejamento de Desenvolvimento Regional do Ministério da

Integração Nacional

Maurício Andrade Marsíglia

Diretor de Brinquedos Estrela

Raimunda Monteiro

Professora da Universidade Federal Rural do Amazonas

Acompanharam e subsidiaram os trabalhos da Comissão Julgadora

Jaime Benchimol

Presidente do Grupo Bemol

José Carlos Reston

Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado

do Amazonas

José Ferreira da Silva

Pró-Reitor de Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas

Hélio Graça

Gerente Executivo do Banco da Amazônia S.A.

Apoiaram a sua implementação as seguintes autoridades e instituições:

Antônio Sérgio Martins Mello

Secretário Substituto de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria

e Comércio Exterior

Diretor dos Setores Intensivos em Capital e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento da

Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior

Clayton Campanhola

Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

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Evandro Mirra

Presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Flávia Skrobot Barbosa Grosso

Superintendente da Zona Franca de Manaus

Guilherme Peirão Leal

Presidente da Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.

Heraldo Vieira de Castro Júnior

Diretor de Assuntos Governamentais da Nokia do Brasil Tecnologia Ltda.

Jaime Benchimol

Presidente do Grupo Benchimol

José Carlos Reston

Diretor Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do

Amazonas

José Ephim Mindlin

Bibliófilo, Pesquisador e Medalha do Conhecimento 2003

Lauro Morhy

Reitor da Universidade de Brasília

Luiz Carlos Barboza

Diretor-Técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque

Secretário-Executivo da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica – Abipti

Mâncio Lima Cordeiro

Presidente do Banco da Amazônia S.A.

MillyTeperman

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Presidente de Móveis Teperman

Olavo Egydio Setúbal

Presidente do Conselho de Administração do Banco Itaú S.A.

Paulo Shuiti Takeuchi

Diretor de Relações Institucionais da Moto Honda Amazônia Ltda.

Saleh Mahumud Abu Hamdeh

Diretor-Presidente da Siemens Ltda.

Wilson Lang

Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea

Comissão Mobilizadora

Abraham Sicsú – Professor da Universidade Federal de Pernambuco – Pesquisador da Fundação

Joaquim Nabuco

Alex Bolonha Fiúza de Mello – Reitor da Universidade Federal do Pará

Alberto Fernandes de Souza Neto – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Alexandre Erculano Coelho de Sousa Furlan – Secretário de Estado de Indústria, Comércio e

Mineração Mato Grosso

Altamiro Belo Galindo – Reitor da Universidade de Cuiabá

Amilton Nobre Casara – Secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia

Ana Lúcia Almeida Gazzola – Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições

Federais de Ensino Superior – Andifes

Aniceto Campanha Wanderley Neto – Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico de

Roraima

Antonio J. Matias – Vice-Presidente Executivo do Itaú

Artur de Jesus Barbosa Sotão – Secretário de Estado da Secretaria de Estado da Fazenda do Estado do

Amapá

Atabyrio Bayma Azevedo – Diretor-Secretário da Federação das Indústrias do Estado do Acre

Carlos Edgard de Deus – Secretário do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre

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Carlos Fenley Dourado Botelho – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo – Chefe de Gabinete da Secretaria de Tecnologia Industrial do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Carlos Gastaldoni – Secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior

Carlos Alberto Schneider – Superintendente Geral da Fundação Centro de Referência em

Tecnologias Inovadoras

Carlos Roberto Rocha Cavalcante – Superintendente do Instituto Evaldo Lodi – IEL

Carmem Eleonora C. Amorim Soares – Gerente de Relação Institucionais Conselho Federal

Engenharia, Arquitetura e Agronomia

Cláudio Marcelo Manguinho Vieira – Secretário de Estado de Planejamento, Induústria e Comércio

de Roraima

Clóvis Luiz Zimmermann – Analista da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Davilene Ramos Chaves – Assessora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia

Denise Aparecida Carvalho – Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do Goiás – SECTEC/GO

e Presidente do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Ciências e Tecnologia

Edmilson Vieira dos Santos – Secretário de Estado da Indústra, Comércio e Turismo do Tocantins

Edmundo Lopes de Souza – Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Rondônia

Edson Morelis Coca – Presidente da Empresa Prata 1000 Indústria e Comércio Ltda

Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco – Reitor da Universidade da Amazônia

Eduardo Machado Silva – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Tocantins – Fieto

Edvaldo de Azevedo Souza – Secretário de Estado do Meio Ambiente do Amapá

Emanuelle Von Kruger de Almeida – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Ene Glória da Silveira – Reitora da Fundação Universidade Federal de Rondônia

Ercílio Santinoni – Presidente do Movimento Nacional da Micro e Pequena Empresa

Ernani Soares de Siqueira – Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas de Tocantins

Evandro de Araújo Silva – Sócio-Proprietário da Empresa Pronatus

Fernando Antonio Guimarães Ramos – Reitor da Universidade Federal do Maranhão

Fernando Melo de Carvalho – Secretário de Estado de Desenvolvimento e Meio Ambiente do

Amazonas

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Flavia Maria de Barros Nogueira – Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do

Mato Grosso

Francelino Grando – Secretário de Politica Tecnológica e Empresarial do Ministério da Ciência e

Tecnologia

Gerson Soares Alves Barreto – Chefe de Gabinete da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Gilberto do Carmo Lopes Siqueira – Secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento

Econômico e Susutentável do Acre

Guálter Parente Leitão – Diretor Regional do Instituto Euvaldo Lodi do Estado do Pará

Hélio Cadore – Presidente da Associação Brasileira dos Sebrae/Estaduais

Hélio Graça – Chefe de Gabinete do Banco da Amazônia S.A.

Hérnan Valenzuela – Consultor do Departamento de Promoção de Investimentos da Suframa

Isa Assef dos Santos – Diretora – Presidente da Fundação Centro de Analise e Pesquisa e Inovação

Tecnológica

Isaias Matias Antunes – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá – Fiap

Jaceguay Barros – Superintendente do Conselho Federal Engenharia, Arquitetura e Agronomia

João Batista de Melo Mêne – Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas de Roraima

João Brazão da Silva Neto – Reitor da Universidade Federal do Amapá

João Francisco Salomão – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac

João Vicente de Abreu Neto – Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas do Maranhão

Joice Joppert Leal – Coordenadora Geral do Objeto Brasil

José Antonio Gomes – Presidente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Jonas Pereira de Souza Filho – Reitor da Universidade Federal do Acre

Jorge Machado Mendes – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – Fiema

José Guilherme Barbosa Ribeiro – Diretor – Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso

José Manuel de Aguiar Martins – Diretor – Geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

José Maria da Silva – Secretário de Estado de Tecnologia do Estado do Amapá

Juliana da Costa Araújo-Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Júlio Augusto Miranda Filho – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – Fiero

Jurandil dos Santos Juarez – Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração – Seicom

Kelly Lemos da Silva – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

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Lena Vânia Pinheiro – Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia

Lígia Sardinha Fortes – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Lillian Maria de Araújo Alvares – Gerente-Adjunta de Produção da Embrapa – Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária

Lívio William Reis de Carvalho – Secretário de Estado do Planejamento e Meio Ambiente do

Tocantins

Luis Cláudio Pereira Alves – Secretário da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e

Desenvolvimento Econômico e Social de Rondônia – Seapes

Luís Fernando Coimbra Renner – Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do

Maranhão

Manoel Gabriel Siqueira Guerreiro – Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

do Pará

Manuel Fernando Lousada Soares – Secretário-Adjunto da Secretaria de Tecnologia Industrial e

Diretor de Políticas Tecnológicas da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Manuel Barral Neto – Diretor de Programas Temáticos e Setoriais do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Marcelo Corrêa – Presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento

Marcus Luiz Barroso Barros – Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis – Ibama

Maria Nazaré de Freitas Pereira – Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência Tecnologia do Rio de Janeiro

Moacir Pires de Miranda Filho – Secretário de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso

Márcia Antunes Caputo – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Nereu Luiz Pasini – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso – FIEMT

Othelino Nova Alves Neto – Gerente de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Maranhão

Othon Bastos – Gerente de Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico do

Estado Maranhão

Ozias Monteiro Rodrigues – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Estado

do Amazonas

Paulo Afonso Bracarense da Costa – Diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Paulo Speller – Reitor da Universidade Federal do Mato Grosso

Peter Mann de Toledo – Diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi

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Plínio S. Xavier Bemfica – Diretor do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de Rondônia

Rafael Luchesi – Secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia

Rafael Romero Cardoso Machado – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Ramiro Jaime Bentes – Secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Estado do Pará

Regina Coeli Silva Fernandes – Coordenadora de Informação do Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência Tecnologia

Riciela Morelli Ribeiro – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Rivaldo Fernandes Neves – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima – Fier

Robério Bezerra de Araújo – Presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente C&T de Roraima

Roberto Ramos Santos – Reitor da Universidade Federal de Roraima

Rui Lima do Nascimento – Diretor-Superintendente do Serviço Social da Indústría-Departamento

Nacional

Sídia Maria Cordeiro de Souza – Diretora da Secretaria de Administração e Recersos Humanos do

Estado do Acre

Sisvelan de Alencar Dias-Analista da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Tiago Nunes Mello – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Deputados Federais

Agnaldo Muniz

Ann Pontes

Antônio Carlos Biffi

Antonio Joaquim

Antônio José de Moraes Souza

Antonio Nogueira

Asdrubal Bentes

B. Sá

Carlos Souza

César Medeiros

Damião Feliciano

Davi Alcolumbre

Edson Duarte

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Enéas Carneiro

Fernando Gabeira

Francisco Ariosto Holanda

Francisco Garcia

Gervásio Oliveira

Givaldo Carimbão

Helenildo Ribeiro

Henrique Afonso

Itamar Serpa

Ivo José

Janete Capiberibe

João Alfredo

João Lyra

Jorge Pinheiro

Júnior Betão

Leonardo Monteiro

Luciano Zica

Luiz Alberto

Miguel de Souza

Nilson Mourão

Oliveira Filho

Osvaldo Reis

Paulo Baltazar

Perpétua Almeida

Raquel Teixeira

Renato Casagrande

Sarney Filho

Teté Bezerra

Welinton Fagundes

Zé Lima

Zequinha Marinho

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Propostas

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Laboratório de manutenção de computadores para inclusão digital

Alessandro Dinelli de Paiva

Proposta do projeto: Montagem de infraestrutura de laboratório de informática para capacitação

de educadores das escolas de informática e cidadania do CDI Amazonas que hoje possui 13

Escolas no Estado do Amazonas com 70 educadores e 2.600 alunos. Atualmente, as atividades de

manutenção dos computadores das EIC’s estão sendo realizadas com o auxílio de voluntários, os

quais só podem dedicar pequena parte do tempo disponível, fora de suas ocupações profissionais.

Assim, devido à quantidade de Escolas em completo funcionamento, torna-se complicado e às

vezes difícil para o suporte técnico dar a devida atenção de maneira rápida e com qualidade, em

face ao complexo número de máquinas e periféricos em uso. O laboratório terá capacidade para

oferecer cursos de manutenção de computadores (ampliando as possibilidades de continuidade e

progresso no aprendizado), visando à capacitação dos educadores, o que promoverá, na própria

comunidade, mais agilidade com acompanhamento profissional de alto nível. A criação desse

centro de treinamento é de suma importância para a estratégia do CDI Amazonas que visa a levar

a cidadania e o conhecimento da informática para a população de baixa renda, contribuindo,

assim, de maneira substancial com a Inclusão Digital da população de baixa renda do Estado do

Amazonas.

Principais objetivos: Montagem de Infraestrutura para manutenção de computadores das Escolas

de Informática e Cidadania (EICs) do CDI Amazonas. Capacitar educadores e pessoas da

comunidade na atividade de manutenção de computadores.

Local de execução: Cidade de Manaus

Alessandro Dinelli de Paiva

[email protected]

Telefone: (92) 234-8654 Fax: (92) 234-8654

Comitê para Democratização da Informática do Amazonas

Av. Ayrão 1281 altos – Praça 14

Manaus-AM Brasil CEP: 69025-050

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Modelagem e monitoramento do efeito indireto dos aerossóis sobre o clima da Amazônia

Alexandre Araújo Costa

Proposta do projeto: As atividades humanas, especialmente após o advento da era industrial,

têm mudado substancialmente o ambiente da Terra, incluindo a composição da atmosfera do

planeta. Recentes pesquisas mostram que tais alterações na atmosfera, com destaque para a

concentração de gases-estufa e aerossóis, podem levar o clina global para um estado além de sua

variabilidade natural corrente. A existência de uma mudança no clima global, iniciada no último

século, e ora em curso, em associação com a ação do homem é hoje um quase consenso na

comunidade científica. Quantificar a mudança climática não é uma tarefa trivial, já que o sistema

climático compreende uma ampla gama de interações complexas e de limiares. Dentre as princi-

pais incertezas em jogo, destaca-se o papel da queima de biomassa, feita em larga escala em locais

como a Amazônia e a Indonésia, que contribuem para aumentar em mais de uma ordem de

magnitude a concentração de aerossóis atmosféricos, modificando, por conseguinte, a estrutura

microfísica das nuvens sobre essas regiões. Acredita-se que o aumento significativo na

concentração de gotículas de nuvens pode interferir no desenvolvimento da precipitação. Ao

mesmo tempo, as nuvens são fundamentais para o balanço energético do planeta, bem como para

determinar padrões de circulação geral e regional, em regiões de convecção ativa, em que os

movimentos de massa de ar dependem do perfil de liberação de calor latente. Particularmente na

Amazônia, é necessário quantificar o potencial de modificação no clima regional, associado às

mudanças na microfísica de nuvens. Nesse sentido, estamos propondo o uso de dados de satélite

para monitorar as características dos aerossóis e nuvens da região e de modelos numéricos para

estimar o potencial de mudança no clima regional associado à queima de biomassa.

Principais objetivos: Monitorar, através de imagens de satélite de alta resolução espacial e temporal,

o comportamento dos aerossóis e nuvens da Amazônia; realizar experimentos numéricos usando um

modelo atmosférico de área limitada sobre a Amazônia, em cenários com mudanças no uso do solo e

na composição de aerossóis (associada à queima de biomassa); articular os dados obtidos por meio de

tais simulações de cenário para prever a dinâmica dos ecossistemas da região face à mudança no

clima.

Local de execução: FUNCEME

Alexandre Araújo Costa

[email protected]

Telefone: (85) 433-1820 Fax: (85) 433-1805

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme

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Endereço: Av. Rui Barbosa, 1246

Fortaleza-CE Brasil CEP: 60115-221

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Propagação artificial do pirarucu arapaima gigas e produção de alevinos

Alexandre Honczaryk

Proposta do projeto: O pirarucu, Arapaima gigas, é um dos mais importantes recursos pesqueiros

da Região Amazônica, considerado um dos elos entre o mundo primitivo e a idade moderna. Devido

à sua rusticidade, ao alto valor de mercado, ao excelente sabor de sua carne, ao seu grande porte e ao

extraordinário desenvolvimento ponderal, o pirarucu se constitui em uma espécie com grande

potencialidade para a piscicultura. Para atingir a maturidade sexual em cativeiro, esse peixe leva

cerca de quatro a cinco anos. Essa característica somada à vulnerabilidade da captura devido à

respiração aérea e a pesca indiscriminada têm levado à diminuição dos estoques naturais. Nesse

contexto, a criação dessa espécie se faz necessária para incrementar a produção pesqueira desse

recurso em médio e longo prazo, seja com fins conservacionistas ou comerciais visando a atender aos

mercados interno e externo. A reprodução de peixes em cativeiro tem sido considerada a chave que

RH es abre a porta para o sucesso das primeiras fases larvais, metamorfoses e engorda até o tamanho

comercial, sobretudo porque a reprodução em cativeiro permite a domesticação e o uso de técnicas de

melhoramento genético. A indução hormonal, nesse, caso é a melhor solução para tal entrave. A

visualização das mudanças hormonais permite intervir racionalmente no processo reprodutivo sendo

essas as razões para se estudar as secreções de hormônios durante o processo natural de desova. As

informações obtidas nesses estudos têm um lugar importante na pesquisa aplicada, particularmente

na indução à desova. Como esse processo já está sendo realizado pelo projeto financiado pela

Fapeam, com a descrição da variação dos hormônios esteróides sexuais durante um ciclo anual no

pirarucu, resta-nos aprofundar no processo que vem a seguir, qual seja a identificação do sexo, a

formação de casais, a formulação de uma dieta nutricionalmente adequada à produção de ovos, a

indução à desova, a fertilização e finalmente a criação das larvas e alevinos. É pertinente ressaltar que

a reprodução em cativeiro é um importante avanço que contribuirá, principalmente, na recuperação

dos estoques naturais e, no entanto, vem se constituindo como o maior entrave na criação desse peixe.

Com esse enfoque, este projeto visa a monitorar fêmeas e machos adultos através de um aparelho de

ultrassom de alta definição, e intervir com a aplicação de hormônios sintéticos a fim de se obter a

desova dessa espécie. Paralelamente, estudos complementares de nutrição serão realizados com

indivíduos machos e fêmeas adultos, a fim de se estabelecer uma dieta padrão aos reprodutores dessa

espécie. Trabalhos de adaptação de alevinos ao consumo de ração bem como a sua profilaxia serão

também desenvolvidos. Este projeto segue uma sequência lógica para o desenvolvimento de

tecnologia aplicada para a indução à desova do pirarucu.

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Principais objetivos: O objetivo geral é desenvolver uma tecnologia aplicada de indução do

Pirarucu, visando à produção de alevinos. Os objetivos específicos são: identificar a fase de

maturação gonadal em que se encontra o indivíduo através do aparelho de ultrassom e estabelecer um

protocolo de indução com hormônios sintéticos. Obtenção de ovos fertilizados, larvas e alevinos.

Estabelecer uma dieta padrão para reprodutores de Pirarucu e alevinos. Estabelecer um processo de

produção de alevinos em escala comercial.

Local de execução: Fazenda Santo Antônio II

Alexandre Honczaryk

[email protected]

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / Fazenda Santo Antônio II

Av. Efigênio Salles 2137 casa 4

Manaus-AM Brasil CEP: 69060-020

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Formação e manejo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart. – clusiaceae) como

alternativa econômica para as áreas degradadas da Amazônia

Alfredo Kingo Oyama Homma

Proposta do projeto: O bacurizeiro (Platonia insignis Mart. – Clusiaceae) possuí uma característica

ímpar de efetuar o brotamento a partir de suas raízes. Dessa forma, nas antigas áreas de ocorrência de

bacurizais, verifica-se o brotamento dessa espécie arbórea, como se fosse uma erva daninha, na luta

para a sobrevivência. O objetivo seria transformar esses rebentos que nascem, espontaneamente,

mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, controle das copas e dos brotos, das ervas

invasoras e adubação, permitindo a formação de bosques de bacurizais, criando novas alternativas

para as terras degradadas da mesorregião do nordeste paraense. O extrativismo do bacuri faz parte do

elenco de “produtos invisíveis” extraídos da floresta amazônica (pupunha, uxi, tucumã, bacaba, etc.)

e outros já domesticados (jambu, pupunha, etc.) que não são computados nas estatísticas oficiais, que

são importantes na estratégia de sobrevivência da agricultura familiar. Além dessa escassez de

informações econômicas pouco se conhece sobre os aspectos tecnológicos dos sistemas de manejo de

bacurizeiro desenvolvidos pelos próprios coletores. As instituições de pesquisa científica agora é que

estão despertando para a importância do manejo e das primeiras tentativas de sua domesticação. O

bacurizeiro é uma árvore perene que ocorre em baixa densidade na floresta primária entre 0,5 a 1,5

árvore/hectare e que suas brotações aumentam na vegetação aberta de transição, especialmente das

áreas já derrubadas que pode alcançar até 1.800 rebentos/hectare (MEDINA; FERREIRA, 2003). As

árvores adultas podem atingir até 35 metros de altura, com tronco de até dois metros de diâmetro à

altura do peito (DAP), tornando-o atrativo para a exploração madeireira, o que tem sido motivo de

sua destruição. A área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do rio Amazonas, com

ocorrência mais acentuada na região do Salgado, na Ilha do Marajó e em alguns municípios da

microrregião Bragantina (CAVALCANTE, 1991). Nesses ambientes antrópicos, o bacurizeiro

prolifera com extrema facilidade, principalmente por brotações de raízes, muitas vezes chegando a

dominar completamente a paisagem sem, contudo, conseguir recuperar o tamanho original,

decorrente da sua destruição pelas contínuas roçagens. O manejo do bacurizeiro seria efetuado a

partir das brotações radiculares dessa planta nas áreas derrubadas para os roçados abandonados. A

produção dos frutos ocorre se as árvores forem salvas de derrubadas futuras e da entrada do fogo,

entre oito a dez anos. Trata-se de uma planta rústica que, devido ao crescimento do mercado de

frutos, passou a receber atenção de agricultores que começaram a salvar algumas árvores de

bacurizeiros nos quintais, sem nenhuma técnica. O “manejo atual” consiste em privilegiar as

brotações mais vigorosas deixando um espaçamento aleatório de 4 a 8 metros nos roçados que são

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abandonados, e os cuidados posteriores referem-se apenas a roçagens anuais e, quando adultas para

facilitar a coleta dos frutos. O desenvolvimento de técnicas de manejo apropriadas para bacurizeiros

teria a condição de modificar a capacidade de suporte para uma capacidade limite, equivalente a de

um plantio racional, semelhante ao que está ocorrendo com os açaizais (PETERSON; FISHER,

1977; FISHER, 1981; NOGUEIRA, 1977). Com isso, modificaria também os custos de extração e a

rentabilidade. No caso do bacurizeiro que sofre duplo extrativismo (coleta de fruto e extração de

madeira) e da competição com atividades agrícolas em termos de substituição do espaço, o

crescimento do mercado de fruto deve ser aproveitado para consolidar a mesorregião do nordeste

paraense como um grande centro produtor dessa fruta. Com a valorização dos frutos do bacurizeiro,

sobretudo, nos últimos dez anos, seria importante determinar práticas de manejo adequadas para

recomendação para produtores da mesorregião do nordeste Paraense. O fato de as áreas de ocorrência

de bacurizeiros sofrerem forte pressão de ocupação pode estar restringindo as possibilidades desse

aproveitamento futuro com grandes perspectivas de mercado, de geração de renda e emprego e de

regeneração das áreas degradadas. Por outro lado há necessidade de incentivar plantios dessa árvore,

cuja procura pelas agroindústrias para atender compromissos de exportação (nacionais e externos)

apresentam limitações por serem totalmente dependentes de estoques nativos. O crescimento do

mercado de bacuri também está induzindo a realização de plantios “pé franco” através de sementes e,

mediante enxertia, no Município de Tomé-Açu, para apressar a frutificação e o tamanho da copa.

Dessa forma, é importante conhecer os atuais sistemas de manejo que estão sendo utilizados pelos

agricultores nas áreas de ocorrência dos bacurizeiros no Estado do Pará e desenvolver novas técnicas

de manejo, face à inexistência de maiores conhecimentos experimentais sobre essa planta. Existe,

também, grande limitação quanto a maiores conhecimentos sobre seu cultivo, que precisam ser

avaliados a partir dos estoques naturais existentes. As possibilidades de mercado para a polpa do

bacuri são semelhantes a do açaí e do cupuaçu, no qual se verifica um evidente conflito entre a oferta

natural e a pressão da demanda dessa fruta. Esse mercado potencial indica que o setor produtivo já

deveria estar com a mesma área plantada de cupuaçuzeiros na Amazônia, estimada em mais de 25

mil hectares e, no caso dos açaizeiros, o Banco da Amazônia S/A já financiou até 2002, cerca de

16.000 hectares. A frutificação é sazonal e a queda dos frutos ocorre, em sua maior parte, de janeiro a

março A polpa do bacuri é cotada a R$ 10,00/quilo e na entressafra alcança R$ 16,00, três vezes mais

do que a polpa de cupuaçu. Não existe plantio comercial em produção e a árvore nativa só frutifica

depois de oito a dez anos e as mudas enxertadas começam a ser vendidas a R$ 25,00 podendo

frutificar depois de cinco anos. Uma árvore adulta produz de 100 a 800 frutos, com uma média de 400

frutos por ano, que poderia render R$ 80,00 ao agricultor (SHANLEY et al, 1998; PEREIRA FILHO,

2001; MEDINA; FERREIRA, 2003). O preço da fruta está cotado a R$ 0,25 a R$ 1,00 nas feiras

livres de Belém (SHANLEY et al., 1998). Outro problema do bacuri é o baixo rendimento da polpa

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que é de apenas 10 a 12% do peso do fruto e os equipamentos industriais não conseguem despolpar o

bacuri, que constituem desafios para a pesquisa.

Principais objetivos: Adaptar sistemas de manejo de bacurizeiros obtidos através da regeneração

natural nas áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da Ilha de Marajó, uma das mais

antigas áreas de ocupação da Amazônia, transformando a vegetação secundária de baixo rendimento

em áreas com rentabilidade apropriada. Espera-se que, a partir de aperfeiçoamento dos sistemas de

manejo adotados pelos produtores, possa servir de modelo para difusão para aumentar a

produtividade da terra e da mão de obra e a conservação dos recursos naturais; avaliar os coeficientes

técnicos de produtividade, densidade de bacurizeiros, gastos de mão de obra e rentabilidade, para

servir de modelo para financiamentos de projetos dessa natureza.

Local de execução: Mesorregião Nordeste Paraense e Ilha de Marajó

Alfredo Kingo Oyama Homma

[email protected]

Telefone: 299-4582 Fax: 276-9845

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

Embrapa Amazônia Oriental

Trav. Enéas Pinheiro, s/n, Bairro Marco

Belém-PA – Brasil CEP:66095-100

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Projeto de fomento à atividade pecuarista leiteria no Município de Autazes

Anamaria Oliveira de Souza

Proposta do projeto: O presente projeto vem propor a criação de manejo produtivo necessário para

o fomento à produção de leite, queijo e iogurte no Município de Autazes que se destaca pela

atividade pecuarista que desenvolve.

Principais objetivos: Geral – criar o arranjo produtivo necessário para fomentar a atividade primária

no município de Autazes, com a produção de leite, queijo e iogurtes. Específico – criar as condições

necessárias para a construção de uma mini-usina e de cooperativa para a produção de leite e seus

derivados.

Local de execução: Autazes

Anamaria Oliveira de Souza

[email protected]

Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119

Fundação Nilton Lins

Av. Prof. Nilton Lins

Manaus-AM Brasil CEP: 6900-000

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Criação de cooperativa para fomento à produção de sementes de juta e malva no Município de

Manacapuru

Ana Maria Oliveira de Souza

Proposta do projeto: O presente projeto vem propor a formação da cadeia produtiva da produção de

juta e malva, com a criação de Cooperativa para a produção de um campo produtivo de sementes de

juta e malva no Município de Manacapuru, tendo em vista que no Brasil, o cultivo dessa planta está

concentrado no Estado do Maranhão com uma participação de 2,9% do mercado produtor nacional,

no Estado do Pará com 26,5% e no Estado do Amazonas, especificamente nos Municípios de

Manacapuru e Parintins, que concentram 70% da produção nacional. Nesse sentido, o Município de

Manacapuru, apesar de ser o maior produtor, não dispõe do cultivo de sementes, ficando na

dependência da aquisição das mesmas do Estado do Pará. Com isso, o projeto tem o objetivo

fundamentalmente tornar o Estado do Amazonas autossuficiente nesse aspecto.

Principais objetivos: Tornar o Estado do Amazonas autossuficiente na produção de semente de juta

e malva.

Local de execução: Município de Manacapuru

Ana Maria Oliveira de Souza

[email protected]

Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119

Fundação Nilton Lins

Prof. Nilton Lins nr. 3259 Pq. das Laranjeiras

Manaus – AM Brasil CEP: 69000-000

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A4 a renovação da Floresta Amazônica

Antonio Carlos Tinoco de Alencar

Proposta do projeto: A4 – utilização total dos caroços de açaí, após o despolpamento, destinamos

ao uso industrial em: – torrefação de café – Panificação (massa) – Compostagem Vegetal (adubo) –

Cosméticos – Fitoterápicos – Ração Animal – Industria Veículos (fibras) – Agricultura – Placas

Acústicas e outros.

Principais objetivos: Preservação do meio ambiente. Desenvolvimento (novas industrias) Social

(emprego/renda, interior e capital). O aproveitamento total dos caroços de açaí descartados no lixo

após despolpamento, passam a promover emprego e renda e gerar insumos para as indústria de:

automobilística, café, panificação, fitoterápicos, cosméticos, construção civil, e ração animal.

Local de execução: Codajás/AM e Belém/PA

Antonio Carlos Tinoco de Alencar

[email protected]

Telefone: (92) 637-7011 Fax: (92) 637-6364

PRB – Produtos Regionais do Brasil Ltda.

Av. Itacoatiara, 184 – Cachoeirinha

Manaus-AM Brasil CEP: 69065-090

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Projeto comunitário de produção sustentável de óleos vegetais e produtos afins no Município

de Silves-AM

Associação Vida Verde da Amazônia – Avive

Proposta do projeto: A realização de um empreendimento que visa a um só tempo a geração de

renda para as comunitárias e comunitários, e à proteção dos recursos naturais, por certo, é uma

iniciativa animadora. O mercado de cosméticos naturais à base de plantas, principalmente, as da

Amazônia, é seguro e crescente (SEBRAE, 1995), tanto no Brasil como no exterior, onde empresas e

consumidores estão dispostos a pagar até 40%, acima do preço normal, pela aquisição de produtos

naturais amazônicos de origem certificada, desenvolvidos de forma ecologicamente correta e

socialmente justa. A presente proposta pretende dar continuação aos trabalhos iniciados em 1999,

com o apoio técnico e financeiro do WWF/Brasil. De imediato, deverá reverter o quadro de produção

artesanal de óleos vegetais e cosméticos naturais, registrando o empreendimento e os produtos nos

órgãos estaduais e federais, atendendo, assim, à mesma legislação aplicável às indústrias de

cosméticos em geral: Lei 6360/76, Decreto 79094/77 e as Resoluções 335/99 e 79/00 (pertinentes a

registro e notificação de cosméticos). Em curto prazo, o projeto pretende implantar um programa de

capacitação e suporte para que as mulheres possam administrar o empreendimento com padrões de

autogestão plena e caráter empresarial dentro de um sistema cooperativo a ser implantado. Deverá

proceder com os treinamentos e palestras para as mulheres da Avive e de comunidades do Município,

em parceria com o Sebrae, Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia) e Ufam (Universidade

Federal do Amazonas), ambos de Manaus, visando à formação de multiplicadoras de conhecimentos

– produtoras de cosméticos naturais, artesãs, educadoras ambientais, agentes comunitárias de saúde

natural e bem estar, valorizando assim a mão de obra feminina nas comunidades amazônicas.

Também fazem parte dos objetivos do presente projeto a identificação e a classificação dos recursos

naturais de espécies promissoras para produção de óleos essenciais em áreas de reserva legal de, no

mínimo, cinco comunidades do Município de Silves para fins de manejo. Posteriormente,

pretende-se promover a diversificação do uso de recursos da floresta, ampliando o número de

espécies exploradas e agregando valor aos produtos, através do seu beneficiamento ecologicamente

correto. A proposta será concluída com a ementação do empreendimento, produção e

comercialização de uma linha de produtos cosméticos naturais e certificados Avive, incluindo uma

estratégia de marketing. Espera-se que a renda gerada pela introdução de uma linha de produtos

devidamente registrados e certificados venha a promover a independência da iniciativa após o prazo

de dois anos, propiciando o bem estar social e econômico de suas empreendedoras e das

comunidades de Silves-AM. Deve-se levar em consideração que: – Silves já era antigamente um

centro de produção de óleo essencial de Pau-rosa; – o uso de óleos essenciais de Pau-rosa, Copaíba,

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Andiroba, Cumaru entre outros fazia e ainda faz parte das formulações caseiras locais; – os óleos

essenciais são um insumo de extrema importância para as indústrias de cosméticos e perfumaria; –

99% dos óleos de Andiroba e Cumaru produzidos na Amazônia são extraídos por mulheres; – os

óleos essenciais amazônicos obtidos das folhas e galhos são ainda inéditos nos mercados nacional e

global; – surgiu a ideia de elaborar a presente proposta de um projeto comunitário para continuar e

fortalecer o trabalho que vem sendo realizado, para o desenvolvimento de uma linha de óleos

essenciais de espécies vegetais da área de várzea do Município de Silves-AM, sendo esses óleos

produzidos e comercializados por comunitários, com especial atenção para as mulheres, valorizando

o potencial de seu trabalho e sua identidade de “Mulher Amazona”.

Principais objetivos: Objetivo geral – promover alternativa econômica, de forma sustentável para as

mulheres de comunidades do Município de Silves-AM, através da extração de óleos essenciais de

espécies vegetais da área de várzea e terra firme, e produção de produtos afins com envolvimento

comunitário, utilizando-se de tecnologia branda de baixo impacto e integração de ações de

conservação. Objetivos específicos – 1. Identificar, selecionar e estudar a ecologia e biologia das

espécies vegetais potenciais produtoras de óleos essenciais, resinas e óleos graxos; 2. Capacitar

comunitários/as e sócias da Avive na produção de espécies nativas aromáticas de forma

ecologicamente correta e na produção e uso dos óleo dessas espécies; 3. Produzir, certificar e

comercializar uma linha de produtos aromáticos através do uso de tecnologias de baixo impacto

ambiental, preservando os direitos de propriedade do conhecimento tradicional local.

Local de execução: Silves-AM.

Associação Vida Verde da Amazônia – Avive

[email protected]

Telefone: (92) 528-2161 Fax: (92) 528-2161

Associação Vida Verde da Amazônia – Avive

Rua Cizenando Grana, 622, Panorama

Silves – AM Brasil CEP: 69110-000

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Projeto experimental para compostagem

Décio Ferreira de Oliveira

Proposta do projeto: É um projeto experimental (na fase inicial) para introdução de nova produção

de composto orgânico, tipo mulche, através do método natural, com aeração e disposição em pilhas

cónicas, sem adição de catalizadores ou produtos químicos, formado pela mistura de, no máximo,

oito (8) tipos de resíduos (conforme descrição da proposta) oriundos da atividade agrícola e

extrativista do Município de Laranjal do Jari no Amapá. A Unidade Proposta é para produção,

inicialmente, de dez toneladas/mês de composto orgânico.

Principais objetivos: Produzir adubo para a agricultura local e implantar uma coleta seletiva e

regular específica para os resíduos – caroços de açaí, cascas de arroz, de mandioca, de castanha,

palhas de milho, serragens, cama-de-frango e resíduos de restaurantes/feiras livres; gerar renda com a

venda do adubo e melhorar a produção para os próprios agricultores, sem precisar importar adubos de

outras regiões ou produtos químicos, como é feito atualmente. Com isso, espera-se também iniciar

um processo de pesquisa e desenvolvimento acadêmico para a região, contribuindo também para

melhoria da limpeza urbana, em particular a coleta do lixo agroextrativista bem como seu

destino/aproveitamento ambientalmente adequado, uma vez que, atualmente, os resíduos são

dispostos de maneira inadequada na cidade e não são aproveitados. A questão turística também

deverá ser fomentada com a implantação do referido projeto.

Local de execução: Município de Laranjal do Jari – Amapá

Décio Ferreira de Oliveira

[email protected]

Telefone: 2712-8062 Fax: 2712-8062

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/CETIQT

Rua Mendes Ribeiro, 140 – Patronato

São Gonçalo – RJ Brasil CEP: 24431-530

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Serviço de Comunicações Digitais – SCD: Um novo serviço público de telecomunicações como

ferramenta para a inclusão social

Edmundo Antonio Matarazzo

Proposta do projeto: Criação e implementação de um novo serviço de telecomunicações, a ser

prestado no regime público, e que permita o acesso a telecomunicações e informação por meio de

terminais de uso coletivo ou individual, com qualidade e tarifas conhecidas pelos usuários. O usuário

não terá necessidade de possuir o terminal ou dispor de um acesso individualizado. O serviço

oferecido por meio de acesso a uma plataforma especifica assegura a cada usuário uma configuração

personalizada e acessada somente por meio de seu login e senha. Os terminais são simples e de baixo

consumo, não possuindo partes móveis, e pode utilizar somente aplicativos residentes na plataforma.

A segurança e a capacidade de processamento e armazenamento podem ser contratadas segundo as

necessidades do usuário, bem como os softwares que queira utilizar. Computadores podem ser

utilizados como terminais, inclusive terminais com processadores de baixa performance. A

plataforma assegura ainda o uso de qualquer tipo de software, livre ou proprietário. A conexão dos

terminais à plataforma pode usar qualquer tecnologia disponível, estimulando ainda o uso de

tecnologias emergentes como as que utilizam a rede de energia elétrica, sem fio, RDSI e outras.

Principais objetivos: a) eliminação ou redução de barreiras para o acesso a telecomunicações e

informação, em especial na Amazônia Legal, estimulando a produção de conteúdo por todos os

usuários, o compartilhamento de conhecimento, o ensino à distância, a implementação do banco

popular, o uso da tecnologia da informação e das telecomunicações nas atividades de ensino e na

prestação de serviços públicos essenciais como a saúde e a segurança pública; b)fomento a atividades

de prestação de serviços por meio de telecentros multifuncionais, em especial na Amazônia Legal e

regiões carentes de serviços de telecomunicações, permitindo o estímulo a empreendedores locais

por meio de financiamentos de projetos elaborados e analisados pela concessionária do SCD e pela

entidade financiadora; c)criação de alternativa para entretenimento e desenvolvimento da cidadania e

desenvolvimento de conteúdo e software no Brasil para a inclusão digital tornando o País fornecedor

de tais soluções para a América Latina, Ásia e África; d)estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento de

produtos adequados à realidade nacional, gerando produtos de tecnologia de ponta, fabricados em

zonas francas, para o mercado nacional e internacional, uma vez que a proposta poderá ser exportada

como solução para outros países da região, da África e da Ásia.

Local de execução: Brasil

Edmundo Antonio Matarazzo

[email protected]

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Telefone: (61) 2312-2060 Fax: (61) 2312-2810

Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel

SAS, Quadra 6, Bloco H, 8 andar

Brasília – DF Brasil CEP: 70070-940

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Proteção da propriedade intelectual na Amazônia e uso sustentável da biodiversidade e dos

conhecimentos tradicionais

Eliane Cristina Pinto Moreira

Proposta do projeto: O avanço das técnicas relacionadas à genética e a crescente utilização dos

recursos naturais como matéria prima pela biotecnologia trouxeram à sociedade o dever de fornecer

instrumentos aptos a promover a proteção da biodiversidade, garantindo sua conservação. Nesse

contexto, um dos principais aspectos refere-se à garantia do uso sustentável da biodiversidade e dos

conhecimentos tradicionais a ela relacionados. No cenário atual, o acelerado desenvolvimento

científico e tecnológico baseado na utilização de recursos da biodiversidade e conhecimentos de

comunidades tradicionais nos leva a discutir e repensar o papel que os Estados da Amazônia

Brasileira pretendem assumir, questionando-se os padrões de desenvolvimento que serão adotados e

o envolvimento da região de modo que a utilização desses recursos se dê em bases sustentáveis que

garantam desenvolvimento socioeconômico e conservação do meio ambiente. Sabe-se do grande

interesse internacional sobre os recursos amazônicos, que muitas vezes seguem caminhos tortuosos

como a “biopirataria”, isto é, a apropriação de processos ou produtos, com base em recursos

amazônicos, sem qualquer retorno ao País. Incumbe aos diversos atores da Região Amazônica

(Governos, Instituições de Ensino e Pesquisa, Agências, etc.) enfrentar essa questão, o que pressupõe

a necessária compreensão das relações intrínsecas que existem entre biodiversidade, conhecimentos

tradicionais, propriedade intelectual e comércio. Um dos grandes desafios refere-se à conciliação

entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais e propriedade intelectual. A presente proposta visa

a oferecer caminhos para a harmonização entre esses três elementos fundamentais para o

desenvolvimento do País. Para tanto, desejamos desenvolver atividades de conscientização,

sensibilização, e assessoramento técnico às instituições de pesquisa e comunidades locais, sobre a

possibilidade de utilizar o sistema de propriedade intelectual vigente em prol de sua cultura e do meio

ambiente, permitindo a utilização da idade biológica com padrões socialmente justos,

economicamente viáveis e ecologicamente equilibrados, ando a necessidade de conservação dos

recursos genéticos, bem como a soberania dos países provedores, além da valorização dos

conhecimentos tradicionais a eles associados. Nesse sentido, buscar-se-á: incentivar a utilização da

propriedade intelectual de acordo com sua função social, incentivando a proteção de produtos locais

por meio das indicações geográficas; a procura prévia em sites de patentes com a finalidade de

potencializar as pesquisas locais; prover orientações gerais sobre mecanismos de cooperação

internacional, dentre outros fatores que, em suma, visam a ressaltar a possibilidade de utilizar a

propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento sustentável.

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Principais objetivos: Incentivar a utilização dos instrumentos do sistema de propriedade intelectual,

sobretudo as indicações geográficas, como mecanismos de proteção da biodiversidade e dos

conhecimentos tradicionais I associados: incentivar a discussão sobre a necessidade dos Estados da

Amazônia Brasileira e seus atores assumirem um papel pró-ativo em relação ao desenvolvimento

sócio-ambiental da região; incentivar a compreensão das relações intrínsecas que existem entre

biodiversidade, conhecimentos tradicionais, propriedade intelectual e comércio; oferecer caminhos

para a harmonização entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais e iriedade intelectual,

elementos fundamentais para o desenvolvimento do País; desenvolver atividades de ientização,

sensibilização e assessoramento técnico às instituições de pesquisa e comunidades locais; ntivar a

utilização da propriedade intelectual de acordo com sua função social ressaltando a possibilidade de

utilizar a propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento sustentável.

Local de execução: Núcleo de Propriedade Intelectual do Centro Universitário do Pará

Eliane Cristina Pinto Moreira

[email protected] ou [email protected]

Telefone: 216-2627 Fax: 216-2627

Centro Universitário do Pará – Cesupa

Av. Nazaré,630, Bloco D

Belém-PA Brasil CEP: 66035-170

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Atributos físicos, químicos e biológicos afetando o crescimento de árvores manejadas em solos

degradados na Amazônia Central

Elisiana Pereira de Oliveira

Proposta do projeto: Os solos da floresta amazônica são ácidos e de baixa fertilidade. Entretanto,

apesar dessa limitação para fins de uso da terra, muitos projetos de pastagens foram implantados

na região. O proprietário da Fazenda Aruana, localizada na Rodovia AM 010, km 215, em 1972,

desmatou 3.500 ha de floresta para fins de pecuária de corte. Seis anos depois, a pastagem iniciava

processos de degradação. Um plantio de castanheira-do-brasil (Bertolletia excelsa) foi instalado

nas áreas de pastagem na tentativa de recuperar a área já degradada. O plantio mostrou bom

crescimento, entretanto poucas árvores frutificaram. A partir de 1990, foram instalados plantios

consorciados de pupunheira (Bactris gasipaes) e mogno (Swietenia macrophylla). De 1995 a

1997, alguns estudos com a comunidade edáfica e fertilidade do solo foram desenvolvidos na

Fazenda Aruanã. Passados 20 anos, verificamos a necessidade de um estudo de caso completo na

referida área. Dessa forma, propomos estudar as áreas recuperadas envolvendo estudo sobre a

microbiota, a meso e macrofauna, a flora e o solo para responder até que ponto e quanto tempo

foram necessários para recuperar a área degradada.

Principais objetivos: 1. Avaliar a fertilidade do solo e do estado nutricional das espécies frutíferas

e florestais; 2. Avaliar os efeitos da adubação fosfatada, calagem e micronutrientes na taxa anual

de incremento da circunferência do mogno e na produção de frutos; 3. Determinar a estrutura de

populações da meso e macrofauna do solo com ênfase aos decompositores; 4. Avaliar a ocorrência

de micorrizas e bactérias solubilizadoras de fosfato nas plantas e no solo; 5. Identificar as espécies

vegetais colonizadoras de áreas reflorestadas; 6. Identificar os polinizadores potenciais de

pupunheira e castanheira das áreas plantadas; 7. Testar possíveis manejos e disponibilizar

experiências adquiridas para pequenos produtores.

Local de execução: Fazenda Aruanã, Rodovia AM 010, km 215, Município de Itacoatiara.

Elisiana Pereira de Oliveira

[email protected]

Telefone: 643-1828 Fax: 643-1925

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Av. André Araújo, 2936

Manaus – AM Brasil CEP: 69060-000

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Qualidade sensorial do mel como suporte à apicultura integrada e sustentável no Tocantins

Fernanda Dias Bartolomeu Abadio

Proposta do projeto: A apicultura brasileira reúne alguns requisitos que a credenciam como uma

atividade de elevado potencial de inclusão social, em virtude do fácil manejo e baixo investimento

para produção. O setor vem crescendo significativamente em diversos países, sobretudo no Brasil. E,

depois de muitos anos sem atender o mercado externo, recentemente o País passa a ter expressivo

volume de exportação de mel, abrindo o mercado para os pequenos negócios apícolas. No Tocantins,

a presença de cooperativas vem se tornando um importante caminho para geração de renda e

consequente crescimento e desenvolvimento econômico-social, já que por meio do estímulo à

agricultura familiar proporciona a fixação do homem no campo e consequentemente a redução da

emigração rural. A apicultura é uma das atividades econômicas mais promissoras do Estado, devido

às condições ambientais favoráveis e à importância econômica que representa através da exploração

e comercialização de mel de excelente qualidade. Além de possuir um cerrado propício à criação de

abelhas, possui também grandes áreas livres de contaminações de agrotóxicos. A vegetação

predominante é o Cerrado, o qual já foi identificado como o ecossistema com maior quantidade de

espécies de abelhas e vespas do mundo, demonstrando assim seu potencial. Em adição, o Estado

apresenta áreas isentas de contaminação. Atualmente, há dezoito associações e uma cooperativa

organizadas na Federação Tocantinense de Apicultores, demonstrando a busca do crescimento

econômico da atividade apícola. Atualmente, estima-se que 700 apicultores familiares estejam

produzindo em torno de 120 toneladas de mel por ano. O mercado para os produtos apícolas se

mostra promissor, existindo demanda reprimida no Estado e também no País. Nesse sentido, com

intuito de promover o desenvolvimento sustentável da apicultura no Tocantins, está sendo

desenvolvido o projeto Apis – Apicultura Integrada e Sustentável, de âmbito nacional sob

coordenação do Sebrae em parceria com diversas entidades técnicas. O que se espera é a geração de

ocupação e renda de forma sustentável, com pequenos investimentos e elevada taxa de retorno, tendo

em vista o forte e positivo cunho social e econômico do agronegócio apícola. O conhecimento do

perfil sensorial e microbiológico dos méis é de fundamental importância, levando-se em

consideração a grande diversidade botânica e variação edafo-climática de cada região do Estado,

estabelecendo-se critérios comparativos nas análises e originalidade aos produtos da região. Com a

análise sensorial, avalia-se as características percebidas pelo consumidor, assim como sua aceitação

pelo produto, o que auxilia no direcionamento durante a inserção do produto no mercado. Assim,

esse projeto tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento rural, dando suporte à atividade

apícola no Tocantins, e ao mesmo tempo aos produtores familiares por meio da realização de

controle de qualidade do mel envolvendo análises físicas e químicas, sensorial e microbiológica.

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Principais objetivos: Contribuir com a preservação do bioma Cerrado; contribuir com o

desenvolvimento social no Estado do Tocantins na área de agricultura familiar e segurança alimentar;

agregar valor ao mel produzido no Estado do Tocantins; realizar controle de qualidade do mel

produzido no Tocantins; fortalecer a comercialização desse produto no mercado interno e externo;

conhecer o Perfil Sensorial do mel; fortalecer as associações e cooperativas; acessar novos mercados

para a produção local; estimular o associativismo.

Local de execução: Palmas

Fernanda Dias Bartolomeu Abadio

[email protected]

Telefone: (63) 218-8086

Universidade Federal do Tocantins

AV NS 15 ALC NO 14 Bloco II – Sala 18 Campus Universitário

Palmas-TO Brasil CEP: 77020-210

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Observatório de inclusão social da Amazônia – o ISA

Fundação de Apoio à Pesquisa

e à Cultura da Universidade Federal do Amapá

e do Estado do Amapá – Fundap

Proposta do projeto: Formar uma organização permanente de caráter regional, constituída por uma

rede de observatórios estaduais com monitoramento de seu próprio território, integrado por

instituições regionais com diversas especializações, que formarão a rede de observação, coleta e

análises de informações sobre o processo de inclusão social, a serem disponibilizados e publicizados

para a sociedade, setores, governo e instituições. Dentro dessa perspectiva é que surge a proposta dos

Observatórios de Inclusão Social para a Região Amazônica, determinado por seus princípios de

autonomia, excelência, transparência e publicização, como instrumento capaz de manter o olhar

atento e cuidadoso sobre a realidade observada (área de concentração), produzindo informações e

conhecimentos que permitam a compreensão dos problemas que impedem a inclusão social,

oportunizando debates, formas permanentes de divulgação irrestrita de dados e resultados de

análises, proporcionando, dessa forma, a matéria-prima indispensável para a construção do capital

social regional. A operacionalidade do processo envolverá estudiosos e pesquisadores e instituições

da Região Amazônica e do País comprometidas com o ideário coletivo de desenvolvimento humano,

na postulação, interpretação, acompanhamento e monitoramento dos dados e análises críticas.

Emerge, desse modo, a proposta do Observatório Regional de Inclusão Social da Amazônia como

instrumento de disseminação e socialização de informações, controle social das políticas inclusivas e

fomentador do processo de organização e mobilização social. Quanto mais operante e ativo se

mantiver o processo de participação social, maior será a exigência por transparência das ações

públicas, ação indispensável do planejamento participativo, determinação de agenda mínima de

governança, continuidade dos programas que geram benefícios e condições que favoreçam a

vivência de um Estado democrático de fato e de direito.

Principais objetivos: Missão – contribuir para o fortalecimento do controle social das Políticas

Públicas Inclusivas, através da gestão e disseminação de dados e informações, articulando parcerias

entre governos, instituições de pesquisa e sociedade civil. Objetivos específicos: 1. Produzir

informações e conhecimentos que permitam a compreensão dos problemas que dificultam o processo

de inclusão social na Amazônia; 2. Avaliar e monitorar políticas públicas dirigidas para o espaço de

inclusão social dos Estados da Região Amazônica; 3. Fomentar a criação de um Fórum Regional

permanente de discussão de ideias e diagnósticos capazes de propor medidas e ações que visem a

melhorar a qualidade de vida da população a partir da dimensão prioritária do processo de inclusão

social; 4. Proporcionar condições para que seja estabelecido um espaço para o processo de controle

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social nos Estados, através do domínio e uso de informações geradas pelos Observatórios, articuladas

por setores, instituições e sociedade civil organizada.

Local de execução: Será desenvolvido na Região Amazônica, com seu Núcleo Operacional no

Estado do Amapá.

Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá

– Fundap

[email protected]

Telefone: (96) 223-4371 Fax: (96) 223-4455

Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá

– Fundap

Rua Coaracy Nunes n.° 244 – Centro

Macapá-AP Brasil CEP: 68900-010

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Jovem marceneiro

Geraldo Lira de Souza

Proposta do projeto: Este projeto objetiva qualificar adolescentes em situação de risco,

disponibilizando uma atividade que desenvolve a sua criatividade e, ao mesmo tempo, constrói sua

empregabilidade.

Principais objetivos: Objetivo geral – qualificar adolescentes do Bairro Zumbi dos Palmares em

fabricação de artefatos de madeiras de forma artesanal. Objetivos específicos – 1. Ensinar aos

adolescentes a fabricar artefatos de madeira de forma artesanal; 2. Desenvolver ações que gerem

renda aos adolescentes e suas famílias; 3. Acompanhar os adolescentes envolvidos no projeto nas

suas atividades escolares; 4. Desenvolver uma consciência ecológica e o sentimento de pertinência à

região. 5. Formar 45 adolescentes.

Local de execução: Oficina Divina Artefatos de Madeira.

Geraldo Lira de Souza

[email protected]

Telefone: 238-3448 Fax: 633-5841

M.A. Guedes Coelho

Rua Maceió 446 sala 8 Adrianópolis

Manaus-AM Brasil CEP: 69059-010

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Apoio à adoção das práticas do manejo florestal na Amazônia Legal

Gilberto Gomes de Figueiredo

Proposta do projeto: O Senai – Departamento Regional de Mato Grosso, com sua experiência

adquirida e seus conceitos e metodologias assimilados, no que diz respeito à educação, foi

fundamental para a consolidação e continuidade de sua essência, o desenvolvimento sustentável, que

objetiva não só a eficiência econômica do empreendimento, como também o uso racional dos

recursos naturais disponíveis e melhoria da qualidade de vida dos atores envolvidos.

A Escola de Floresta (Senai/Coimal/Promanejo) se tornou um centro de preparação para difusão das

técnicas e conceitos do Manejo Florestal com aplicações na exploração de impacto reduzido no

Estado de Mato Grosso como um todo, podendo servir como modelo de Escola de Floresta para os

Senai/DR’s da Amazônia Legal – Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Maranhão e

Tocantins.

A Proposta visa a realizar um evento com os Diretores Regionais da Amazônia Legal e propensos

parceiros empresariais que detenham área de Manejo, para conhecerem a Escola de Floresta.

Estabelecendo, nesse momento, uma rede de apoio para desenvolver conhecimento e negócios para

implantação de uma Escola de Floresta em cada DR’s da Amazônia Legal. Fortalecer a capacidade

dos Senai-DR’s em Manejo Florestal para uma exploração de Impacto Reduzido com a capacitação

de 03 (três) técnicos de desenvolvimento por DR’s para servirem de gestores dessa implantação e

multiplicadores. Entende-se, que é o início de um processo de mudança de hábito, para que aconteça

o Start (início) de sua implementação. São necessárias a anuência e a aprovação dos Diretores

Regionais de cada DR’s. Este projeto tem como objetivo favorecer e propiciar experiências e tornar

conhecido o Centro de Difusão das Técnicas de Manejo Florestal – “Escola de Floresta” –

permitindo ser referencial para implantação das Escolas de Florestas em seus respectivos Estados da

Amazônia Legal. Objetiva também estabelecer uma rede de apoio entre os Senai-DR’s da Amazônia

Legal (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins),

possibilitando uma maior interatividade entre os Senai/DR’s na transferência de conhecimento e

tecnologia adquirida. Com a adoção do manejo florestal sustentável a proteção do meio ambiente é

aliada da produtividade e competitividade industrial. Os recursos naturais são preservados, tanto para

as atividades do setor madeireira quanto para a vida na floresta.

Principais objetivos: Evidenciar aos Senai-DR’s, nos Estados da Amazônia Legal, a importância da

adoção da Exploração Florestal, através de Técnicas de Manejo Florestal, para uma de Impacto

Reduzido e apoiar a implantação dos Centros de Difusão – “Escolas de Floresta – nos Senai-DR’s da

Amazônia Legal”; estabelecer uma rede de apoio entre os Senai-DR’s da Amazônia Legal (Mato

Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins) para fortalecer a

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capacidade em desenvolver conhecimento e negócios em Manejo Florestal, para implantação de uma

Escola de Floresta em cada Senai/ DR’s da Amazônia Legal; instalar uma unidade modelo de

Manejo Florestal Sustentada com exploração de impacto reduzido, com área aproximadamente de

400,00 hectares (parceiro), com mapas, métodos, metodologia, material didático, custos e outras

informações pertinentes ao Manejo Florestal; promover difusão das técnicas de Manejo Florestal de

Impacto Reduzido aos empresários e colaboradores do setor florestal de cada Estado da Amazônia

Legal.

Local de execução: A Escola de Floresta (Senai/Coimal/Promanejo) – Santa Carmem/MT – se

tornou unidade modelo de Manejo Florestal Sustentável, servindo como modelo de implantação de

Escola de Floresta para os Senai/DR’s da Amazônia Legal – (Amazonas, Roraima, Amapá, Pará,

Acre, Rondônia, Maranhão e Tocantins).

Gilberto Gomes de Figueiredo

[email protected]

Telefone: (65) 611-1596 Fax: (65) 611-1557

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai

Departamento Regional de Mato Grosso Av. Historiador Rubens de Mendonça, n°. 4.193, CPA

Cuiabá – MT Brasil CEP: 78.055-500

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Um modelo de gestão de voluntariado

Gilvannete Serra de Araújo Barbosa

Local de execução: Suframa

Gilvannete Serra de Araújo Barbosa

[email protected]

Telefone: 9982-3519 Fax: 614-7140

Centro de Ensino Superior do Amazonas – Ciesa

Rua 192, 26 – Núcleo 16 – B. Cidade Nova III

Manaus – AM Brasil CEP: 69098-000

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O complexo industrial do Jari e as transformações geoeconômicas da bacia do rio Jari

(1980-2004)

Jadson Luís Rebelo Porto

Proposta do projeto: Este projeto integra o projeto interinstitucional intitulado “Percepções do

Amapá”, coordenado pelo Dr. Jadson Porto (Universidade Federal do Amapá – Unifap) e pela Dra.

Odete Silveira (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – Iepa), cuja

proposta visa a analisar os diversos aspectos das dinâmicas das políticas públicas de cunho social,

econômico e ambiental amapaense a partir do pressuposto que o Amapá é um Estado em

construção. Até a década de 1940, a economia da área que corresponde ao então Território Federal

do Amapá caracterizava-se pelo extrativismo vegetal e mineral, a pecuária e a atuação do exército

brasileiro. Após essa década, foram criadas diretrizes políticas e administrativas desse Território,

implantadas infraestruturas e estimuladas atividades econômicas pelo Governo Federal,

principalmente no setor do extrativismo mineral, que em muito contribuíram para a estruturação

econômica amapaense e para sua organização espacial. Uma área de grande importância para a

economia amapaense é a do vale do rio Jari, cuja principal atividade, até a década de 1970, foi o

extrativismo vegetal, a qual baseava-se na coleta da castanha e da borracha. Entre 1948 e 1967, a

principal empresa atuante nesse vale foi a Jari Indústria e Comércio Ltda., que se ocupou do

extrativismo vegetal e animal (castanha-do-brasil, látex, caucho, peles de animais silvestres, balata,

madeiras nobres e sementes oleaginosas) da pecuária e do comércio de mercadorias diversas

através dos entrepostos às margens dos rios Jari, Paru, Caracuru, Cajari e Pacanari. No final da

década de 1960, Daniel K. Ludwig comprou terras às margens do Jari. Inicialmente, investiu na

indústria madeireira, extração de castanha (por arrendamento) e na agropecuária. A partir do final

da década de 1970, implantou um conjunto industrial flutuante, compreendendo: uma fábrica de

celulose e uma usina termogeradora, na margem direita do rio Jari, em Almerim-PA; plantação de

arroz em São Raimundo (Almerim). no rio Amazonas; extração de caulim (atual Município de

Vitória do Jari) e bauxita refratária (Almerim); instalação de fábricas de beneficiamento para esses

minérios; importação de maquinário para agilizar o desembarque de madeira para a fábrica de

celulose; implantação de uma ferrovia de 68 km, com locomotivas a diesel para o escoamento de

madeira até a fábrica de celulose, que atualmente também transportam bauxita refratária da mina

de Caracuru até a fábrica de calcinação (Mineração Santa Lucrécia) e o Porto de Munguba para

exportação; construção de silvivilas e companies towns. Saliente-se, contudo, que todos esses

investimentos (exceto a mina de caulim) encontram-se no Estado do Pará. Na década de 1980, esse

empreendimento foi vendido a Augusto de Azevedo Antunes, em 1982, aliado a 21 outras

empresas, passando a integrar ao Grupo Caemi. No final da década de 1990, foi efetivada a

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aquisição de 33% da Jari Celulose pelo Grupo Orsa, de Sérgio Amoroso. A atuação do Complexo

Industrial do Jari (CU) tem sido alvo de análises das mais variadas, tais como: os impactos

ambientais da plantação de espécies exóticas na região, destinadas ao fabrico de celulose; as

relações sociais e trabalhistas desse empreendimento sobre a população local e seus funcionários,

bem como sobre o domínio biotecnológico daquelas culturas destinadas à sua transformação em

celulose. Contudo, os impactos econômicos que esse empreendimento exerce sobre a sua periferia

imediata, como também a relação entre esse Complexo e os as unidades subnacionais envolvidas

(Pará e Amapá), ainda requerem estudos mais aprofundados. Acrescente-se, ainda, a característica

ímpar da bacia do rio Jari nos cenários regional e nacional. Essa bacia é envolvida por áreas de

conservação ambiental (Estação Ecológica do Jari, Resex do Rio Cajari, Reserva de

Desenvolvimento Sustentável do rio Iratapuru e Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque,)

no limite com o Estado do Pará; com um complexo industrial envolvendo duas unidades

subnacionais, pertencente a um mesmo grupo empresarial com uma fábrica de celulose, com

plantio de eucalipto e pinhos em terras nos dois Estados para o consumo dessa fábrica. No lado

amapaense, esse complexo possui áreas de conservação e também está por elas cercado. O CIJ

exerce um papel de fundamental importância para a dinâmica econômica local. Porém, uma análise

sobre os reflexos econômicos desse empreendimento sobre a bacia do Jari, ainda requer maiores

atenções quanto aos seguintes aspectos: fiscal, tributário e o comércio interno e externo de seus

produtos bem como para se perceber qual o impacto da instalação de unidades de conservação para

a economia local. Neste projeto, três discussões serão abrangidas: 1) a importância econômica do

CU para a bacia do rio Jari; 2) a evolução urbana de sua área de influência imediata (Monte

Dourado) e; as políticas públicas para as atividades extrativistas no Sul do Estado do Amapá.

Principais objetivos: 1. Objetivo Geral – analisar o envolvimento do CIJ e as políticas públicas

destinadas às atividades extrativistas para a formação econômica da bacia do Jari. 2. Específicos –

2.1. Analisar as transformações econômicas da bacia do rio Jari decorrentes das atividades do CU e

as relações econômicas e federalistas existentes entre esse Complexo e as unidades subnacionais

envolvidas. 2.2. Analisar a evolução socioeconômica da área urbana de Monte Dourado. 2.3.

Analisar as políticas públicas destinadas às atividades extrativistas no Sul do Estado do Amapá.

Local de execução: Bacia do rio Jari, nos Municípios de Almerim (PA) e Laranjal do Jari (AP)

Jadson Luís Rebelo Porto

[email protected]

Telefone: (96) 241-5066 Fax: (96) 241-5066

Universidade Federal do Amapá

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Fundação Universidade Federal do Amapá. Rod. Rodovia Juscelino Kubitscheck, Km – 01, s/n.

Bairro Zerão.

Macapá – AP Brasil CEP: 68.900-280

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O potencial econômico e as políticas públicas da bacia do rio Maracá

Jadson Luís Rebelo Porto

Proposta do projeto: Este projeto integra o projeto interinstitucional intitulado “Percepções do

Amapá”, coordenado pelo Dr. Jadson Porto (Universidade Federal do Amapá – Unifap) e pela Dra.

Odete Silveira (Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá – Iepa), cuja

proposta visa a analisar os diversos aspectos das dinâmicas das políticas públicas de cunho social,

econômico e ambiental amapaense a partir do pressuposto que o Amapá é um Estado em construção.

Transformado em Estado pela Constituição de 1988, teve na década de 1990 intensas transformações

política, econômica e político-administrativa. Dentre elas, destaca-se a busca por alternativas

embasadas na preocupação da valorização do meio ambiente e das comunidades da floresta, exigindo

outra reflexão sobre o processo de desenvolvimento econômico local, orientado pelas normatizações

de proteção à biodiversidade e no convívio com o processo econômico local. Uma das

potencialidades do Amapá é o turismo, notadamente o ecoturismo. Contudo, esse setor requer

estudos aprofundados no que se refere: à capacidade de suporte de suas áreas turísticas já

identificadas; aos impactos sobre a população local; às políticas públicas destinadas a esse setor da

economia; e aos índices dos casos de doenças, tais como leishmaniose e malária, na área de estudo.

Dentre as atividades ecoturísticas, podemos destacar a espeleologia, rafting, trilhas ecológicas,

montanhismo e camping. Contudo, há vários relatos de existência de cavernas no Amapá com

ocorrência de urnas funerárias arqueológicas que necessitam de identificação, catalogação e análises

de centros especializados, antes de serem explorados pelas atividades do setor turismo. Este Projeto

enfocará três aspectos: o geoeconômico, ao analisar o setor do turismo amapaense, o geológico, ao

estudar o seu potencial espeleológico, e o arqueológico, ao se identificar novas alternativas de gestão

do patrimônio histórico-arqueológico. Dos trabalhos existentes sobre a área de estudo, destacam-se

os estudos botânicos, geológicos e hidrológicos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas

do Estado do Amapá (Iepa), e os levantamentos arqueológicos, realizados pelo Museu Paraense

Emílio Goeldi e pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao contribuir para a

investigação interdisciplinar, os estudos sobre percepção do meio ambiente vêm estimular um

intercâmbio de informações e uma discussão dos pontos levantados em projetos direcionados às

comunidades, propiciando a geração de novas percepções, interpretares e conhecimentos sobre a

paisagem vivida, podendo subsidiar programas relativos à gestão integrada de recursos, em especial,

aqueles que são tomados como diretrizes políticas de conservação e manejo ambiental, destinados à

implantação de projetos que priorizem a valorização paisagística em suas diferentes instâncias.

Também, ao enquadrar-se no campo dos estudos de desenvolvimento de comunidades, vem

subsidiar, através do conhecimento de perfis das mesmas, a articulação de políticas e projetos de

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planejamento sócio-ambiental que atendam de maneira coerente aos objetivos sociais, produtivos e

ambientais dos grupos envolvidos no seu entorno, bem como, na gênese das dinâmicas e dos

processos que conduzem à própria sustentabilidade. A área escolhida é a bacia do rio Maracá

(Mazagão-AP), como áreas de intensas atuações de políticas públicas e de real potencial para

atividades do ecoturismo. Nessa bacia há ocorrências de cavernas e de sítios arqueológicos, os quais

necessitam de estudos apropriados antes de serem realizadas atividades turísticas capazes de

depredar esse patrimônio espeleo-arqueológico. Embora haja informações sobre o potencial turístico,

espeleológico e arqueológico no Estado do Amapá, ainda são necessários estudos sobre esse

potencial por profissionais treinados e capacitados na análise desse patrimônio, bem como o seu

aproveitamento em atividades ecoturísticas, monitoradas e orientadas por aqueles profissionais. Este

projeto pretende iniciar um cronograma de atividades visando a realizar estudos das principais bacias

hidrográficas do Amapá e o seu uso para o ecoturismo, como também analisar as políticas públicas de

desenvolvimento a elas indicadas. A primeira bacia escolhida é a do rio Maracá Tal escolha se

justifica pelas descobertas de umas funerárias em sítios arqueológicos desde o século XIX que

necessitam de estudos mais aprofundados, bem como na ocorrência de patrimônio espeleológico

nessa bacia. Acrescente-se a isso, a instalação de um assentamento agrícola na região que pode

depredar esses patrimônios. Esta proposta conta com o apoio técnico-científico das seguintes

instituições: Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE); Centro de Estudos Arqueológicos do

Estado do Amapá (Ceaap/Unifap); Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do

Amapá (IEPA); pelo Curso de Geografia da Unifap e pelo Curso de Turismo do Instituto de Ensino

Superior do Estado do Amapá – Iesap. Possui como pesquisadores-consultores: Dra. Solange

Guimarães (Unesp/Rio Claro/Geografia) e José Scalenate (PUC- Campinas/Turismo).

Principais objetivos: Geral – analisar o uso e ocupação da bacia do rio Maracá. Específicos –

inventariar a oferta turística da bacia do rio Maracá. Identificar o potencial espeleo-arqueológico da

área de estudo; identificar valores atribuídos dos habitantes à paisagem e às representações

simbólicas da bacia do rio Maracá; analisar as propostas de desenvolvimento econômico e políticas

públicas da bacia do rio Maracá.

Local de execução: Bacia do rio Maracá, nos Municípios de Mazagão (AP).

Jadson Luís Rebelo Porto

[email protected]

Telefone: (96) 241-5066 Fax: (96) 241-5066

Universidade Federal do Amapá

Caixa Postal, 282 – Centro

Macapá – AP Brasil CEP: 68.906-970

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Ponta Verde

Jaime Kuck

Proposta do projeto: 35% da população de Manaus vive abaixo da linha de pobreza em meio à

grande riqueza efetiva e potencial; a maior parte dessa população se concentra na zona norte e leste;

essas áreas são desprovidas de opções de renda relevantes, de lazer e esporte; porém oferecem

potências que permanecem inexploradas correndo o risco de desaparecerem e essas populações

ficarem condenadas à miséria permanente e sem perspectiva; o projeto ponta verde mostra diversas

possibilidades de reversão desse quadro através da exploração sustentável e criativa desse potencial;

os recursos hídricos dessa área da Suframa, ao lado da reserva Ducke e do bairro Cidade de Deus,

podem ser transformados em inúmeros pequenos banhos públicos; esses banhos, tradicionais na

história de Manaus, podem integrar-se com uma vasta rede de opções de lazer, esporte, acessibilidade

e serviços como: ciclovias, trilhas, quiosques, campings, mirantes, teleféricos, quadras

poliesportivas, praças, anfiteatros, playground, pista de skate, bares, restaurantes, pousadas, escolas

para educação ambiental e qualificação para atividades turísticas; promoções esportivas de ciclismo

poderão ser desenvolvidas integrando a área com a reserva Ducke circundada por uma ciclovia

sombreada, considerando que a cidade é sede das maiores fábricas de bicicletas do País e não tem

espaços compatíveis; além das diversas opções de lazer e esporte, o projeto proporcionará várias

possibilidades de geração de renda, contribuindo com a melhoria das condições econômicas da

população empobrecida; além disso, fica garantida a preservação sustentável desse espaço e seu uso

deverá contribuir para maior consciência ambiental, cidadania e qualidade de vida geral; fica também

garantida a necessária integridade da diversidade zoobotânica da reserva Ducke, maior fragmento

florestal urbano do mundo, e seu uso como campo de pesquisas pelo Inpa, centro de excelência

mundial em biologia tropical.

Principais objetivos: 1. Criar espaços de lazer, esporte, cidadania e de geração de emprego e renda

para mais de 50.000 pessoas; 2. Ampliar atividades turísticas; 3. Preservar de forma sustentável uma

área da SUFRAMA que corre o risco de ocupação desordenada; 4. Preservar a integridade da

diversidade física e zoobotânica da reserva Ducke, como importante centro de pesquisa; 5. Contribuir

para a melhoria da qualidade de vida das populações próximas.

Local de execução: Manaus

Jaime Kuck

[email protected]

Telefone: 616-9800 Fax: 615-2258

Universidade Luterana do Brasil – Ulbra/Inpa

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Av. Solimões 02, Conj. Atílio Andreazza

Manaus-AM Brasil CEP: 69077-730

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Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais

Jerusa de Souza Andrade

Proposta do projeto: Com o objetivo de agregar valor e conservar as matérias-primas regionais

mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade, aceitabilidade e estabilidade

serão utilizados frutos tropicais nativos e também os cultivados na região. A farinha de pupunha será

obtida de frutos amiláceos sem a retirada da casca e a desidratação será feita em dois sistemas (estufa

e tacho de fazer farinha). Diferentes granulometrias serão obtidas por variações nos tempos de

trituração do material desidratado e por classificação por peneiras. As matérias primas

açucaradas/desidratadas serão obtidas de frutos produzidos na região (cubiu, mamão verde e maduro,

casca de laranja, jerimum, jambo e carambola) por meio da fermentação Láctea e incorporação

gradativa do açúcar. A castanha-do-brasil será processada pela quebra da casca, obtenção da

amêndoa, fatiamento e tostagem. O concentrado protéico de peixe será obtido por aquisição,

lavagem, morte, decapitação e evisceração, lavagem, cocção, obtenção da porção comestível,

desidratação, trituração, acondicionamento e estocagem. Para a formulação do alimento desidratado

(“pupurola”) tipo “granola” as matérias-primas desidratadas e fatiadas serão misturadas até o

equilíbrio do sabor, cujo ponto ideal será determinado mediante análise sensorial e o valor nutritivo

será estimado pela análise química e cálculo do valor calórico. A mistura instantânea de sopa será

obtida com mistura da farinha de pupunha e concentrado protéico de peixe, trituração, agregação de

temperos desidratados, acondicionamento e estocagem. A proporção será testada até o equilíbrio do

sabor, cujo ponto ideal será determinado mediante análise sensorial e o valor nutritivo será estimado

pela análise química e cálculo do valor calórico. Para avaliar a vida de prateleira, as embalagens de

“pupurola” e sopa serão estocadas por 12 meses. A cada dois meses, serão avaliadas quanto aos

parâmetros indicativos de rancificação dos lipídios (índice de peróxido), degradação de pigmentos

(carotenóides totais), avaliação sensorial e contagem de mofos e leveduras. A viabilidade técnica do

processo/produto será avaliada pela análise sensorial (aceitabilidade), composição química (valor

nutricional e cálculo valor calórico), grau de sanidade (análise microbiológica) e estabilidade (vida

de prateleira). Para testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional, serão testadas

receitas com incorporação parcial ou total de um dos ingredientes e a aceitação será avaliada pela

análise sensorial. Com base na composição química (tabelas de composição de alimentos) e

quantidade em cada preparação será estimada percentagem de contribuição de cada porção nas

recomendações diárias. As informações obtidas serão divulgadas como artigos em revistas, trabalhos

apresentados em eventos, cursos de extensão e na edição de um livreto.

Principais objetivos: O projeto tem como objetivo geral, agregar valor e conservar as matérias

primas na Amazônia mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade,

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aceitabilidade e estabilidade. Para atingir esse objetivo maior, o projeto foi dividido em objetivos

específicos, os quais, conduzidos de forma independente, paralela e sequencial, formam a cadeia de

informações necessárias para a viabilidade técnica das tecnologias apropriadas para a agroindústria

na Amazônia. Objetivos específicos: 1. Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias

para uso na formulação de alimentos e determinar as características físico-químicas e o valor

calórico. 2. Produzir matérias-primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos e

determinar a composição química e o valor calórico. 3. Beneficiar a castanha-do-Brasil para uso na

formulação de alimentos e determinar a composição química e o valor calórico. 4. Otimizar a

formulação e avaliar a qualidade e estabilidade dos alimentos desidratados como a sopa e a

“pupurola”. 5. Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional. 6. Difundir os

conhecimentos mediante repasse para multiplicadores do conhecimento e agregar (editar um livro) os

conhecimentos sobre a produção e uso da farinha de pupunha na alimentação humana na Amazônia.

Local de execução: Manaus (Inpa/Uninilton Lins/Ufam)

Jerusa de Souza Andrade

[email protected]

Telefone: 643-1848 Fax: 643-1846

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Av. André Araújo, 2936, Aleixo

Manaus-AM Brasil CEP: 69011-970

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Produção de tambaqui em cativeiro e aproveitamento total dos seus subprodutos

João Batista Pi Chung Yee

Proposta do projeto: Produção de peixe em cativeiro da espécie Tambaqui, e processamento em

novo Frigorífico com o aproveitamento total dos seus subprodutos: carne (costelas, postas e

picadinho), pele (couro de Tambaqui), vísceras e espinhas (óleo e farinha de peixe).

Principais objetivos: Através desse novo Frigorífico e visando sempre ao Desenvolvimento

Sustentável, estruturar o Agronegócio do Tambaqui, criando e fortalecendo a sua cadeia produtiva,

ajudando na preservação dos estoques naturais de Tambaqui nos rios, e também na preservação da

Floresta Amazônica através do reaproveitamento das áreas de Seringais abandonados do Distrito

Agropecuário da Suframa para a piscicultura do Tambaqui.

Local de execução: Município de Rio Preto da Eva – AM

João Batista Pi Chung Yee

[email protected]

Telefone: 625-8080 Fax: 625-8080

Peixes da Amazônia Ltda. – Peixam

Rua Jorge Antonio No13 , Bairro Compensa

Manaus-AM Brasil CEP: 69035-120

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Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia

João Tito Borges

Proposta do projeto: Serão construídas estações de tratamento de água que poderão ser utilizadas

em pequenas comunidades estabelecidas tanto em águas negras, quanto águas barrentas. A estação de

tratamento de água é movida manualmente (onde se faz a coagulação/floculação e a decantação) e a

água tratada passará por um filtro de seixos construído com materiais disponíveis em qualquer

região. O sistema poderá ser utilizado em qualquer região do interior da Amazônia, em pequenas

comunidades, vilarejos, aldeias e sistemas flutuantes. O pesquisador já fez ensaios em pequena

escala e já tem o projeto modelado para diversas situações. É necessário prover a região com sistemas

de abastecimento de água alternativos com o objetivo de reduzir o número de doenças causadas pela

veiculação hídrica.

Principais objetivos: Prover água limpa com baixo custo e baixa manutenção para as populações

Amazônicas; reduzir as doenças de veiculação hídrica; promover a melhor qualidade de vida a essas

populações, através da potabilização das águas.

Local de execução: Comando Militar do Amazonas

João Tito Borges

[email protected]

Telefone: (92) 616-3002 Fax: (92) 616-2688

Fundação Centro de Análise Pesquisa e Inovação Tecnológica

Rua Paraíba 670

Manaus-AM Brasil CEP: 69057-020

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Assentamento alternativo para Amazônia

Joel Mauro Magalhães

Proposta do projeto: Assentar Trabalhadores Rurais Sem Terra em áreas de floresta tropical úmida,

com o objetivo de fazê-los explorar (sem depredar) os recursos naturais da oferta ambiental da

floresta, mediante manejo florestal de rendimento sustentável pata o uso múltiplo da floresta, de

forma comunitária.

Principais objetivos: Combater a violência no campo, decorrente das invasões de terras que

resultam em conflitos agrários; prevenir a devastação das florestas e a consequente degradação

ambiental, fruto dos desmatamentos ilegais e queimadas descontroladas; gerar emprego e renda para

as famílias que se encontram sob a condição de acampadas debaixo da lona preta, às margens de

rodovias, de fazendas ou dentro de fazendas, ou de terras públicas; estabelecer um novo ordenamento

territorial para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Local de execução: Amazônia Legal, a partir de Rondônia e Acre

Joel Mauro Magalhães

[email protected]

Telefone: 221-1972 Fax: 299-4017

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra

Superintendência Regional de Rondônia

Av. Brasília, 3793 Bairro S.João Bosco

Porto Velho – RO Brasil CEP: 78904-160

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Comunidade no Jardim Botânico Adolpho Ducke

Jorge Luiz Ramos Lobato

Proposta do projeto: A proposta do Projeto Comunidade no Jardim Botânico é popularizar a

Ciência levando o conhecimento às comunidades distantes e carentes, principalmente da zona leste e

zona norte de Manaus, mostrando a importância e os benefícios do Jardim Botânico e das Pesquisas

do Inpa para a sociedade.

Principais objetivos: Desenvolver ações educativas que permitam a socialização de informações

científicas, momentos de vivências afetivas, cognitivas, culturais e de integração comunitária

visando à sensibilização para as questões sócio-ambientais e manutenção e valorização da Reserva

Ducke e do Jardim Botânico; orientar a visitação e as atrações do Jardim Botânico, enfatizando o

contato com a flora e fauna livre existentes nas trilhas interpretativas; apresentar atrações culturais

vinculadas às temáticas sócio-ambientais e aos objetivos educacionais do Projeto.

Local de execução: Jardim Botânico – Manaus-AM

Jorge Luiz Ramos Lobato

[email protected]

Telefone: 9112-8335 Fax:643-3252

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Av.Andre Araujo, 2936 – Bairro Petrópolis

Manaus – AM Brasil CEP: 69083-000

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Espada Amazônica

José Adail Mariano de Oliveira

Proposta do projeto: O presente visa, em um primeiro momento, a capacitar populações

tradicionais para produção artesanal de instrumentos em madeira úteis à prática de artes marciais. A

venda destes será direcionada inicialmente ao mercado japonês e posteriormente, através de um selo

reconhecidamente ecológico, galgará outros. Concomitantemente trabalhará identificação, avaliação

e preservação de espécies de madeiras adequadas à manufatura desses instrumentos, bem como a

prática de exercícios a eles relacionados.

Principais objetivos: A venda de utensílios associados à prática esportiva de artes marciais irá gerar

aumento da renda do trabalhador da Região Amazônica e, sendo trabalho artesanal, a diminuição da

insalubridade e do número de acidentes de trabalho é certa consequência. A exploração de galhos ao

invés de árvores inteiras dará origem a produtos de maior valor agregado e a marcas e grifes baseadas

na produção ecologicamente correta e ambientalmente sustentável, utilizando os atuais recursos

naturais. A reintrodução de espécies nativas adequadas à manufatura desses produtos ampliará a

capacidade, a qualidade e a produtividade dos organismos de vigilância e fiscalização ambiental,

tornando o habitante engajado no projeto um “guardião da natureza”, que levará a notícia crime às

autoridades no caso de crimes ambientais. Criará, portanto, dependência e comprometimento

econômico das populações tradicionais à preservação do ecossistema. Em parceria com o diretor

executivo da ONG Associação Amigos do Futuro, campeão paulista e brasileiro de karatê, estudioso

e praticante de diversas artes marciais, foi identificada a viabilidade comercial, especialmente de

exportação, de produtos inerentes à prática de artes marciais. Incontestável é a importância cultural e

o enorme interesse que inúmeras nações atestam ao apresentar atletas nas Olimpíadas e demais

campeonatos.

Local de execução: Vila de São Jose (Rio Purus), comunidades de seringueiros e demais povos da

floresta interessados

José Adail Mariano de Oliveira

[email protected]

Telefone: 242-8937 Fax: 242-8937

Associação Amigos do Futuro e Associação dos Produtores de Artesanato e Seringa – APAS

HCGN 707 bl R casa 45

Brasília-DF Brasil CEP: 70740-748

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Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento

Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu

Jose Carlos Martins Brandão

Proposta do projeto: O Assentamento Tarumã Mirim, constituído de 13 comunidades, em cujo

perímetro possui cinco (5) reservas florestais, localizado nas proximidades da cidade de Manaus,

vem sendo procurado por visitantes nos feriados, finais de semana e, para alguns, em período de

férias de trabalho. Os atrativos que chamam atenção são os naturais e o modo de vida da população

do local. Em uma das comunidades denominada de Comunidade Agrícola Tarumã Açu,

constituída de 73 lotes de assentados, possui uma reserva florestal, em que o atrativo mais buscado

é uma cachoeira, porém as atividades cotidianas também atraem os visitantes quer pelo passeio nas

roças ou pelos entretenimentos da comunidade. Por conseguinte, a atividade econômica da

comunidade está centrada nos produtos oriundos da agricultura e da fruticultura, além do que

aproveitam a madeira dos roçados para o fabrico de carvão em caieira de forno que também é um

atrativo e um complemento de renda familiar. Vale ressaltar que essa atividade, futuramente, se

não tiver mais uma alternativa, pode conduzir o assentado a se dirigir para floresta em busca da

matéria-prima. Por outro lado, considera-se muito comum, nas propriedades rurais e de

assentamentos do Amazonas, abertura de áreas primárias por meio da expansão da fronteira com os

roçados de monocultivos. Por conta disso, no momento em que a fertilidade natural do solo se

esgota, como consequência ocorre a queda da produtividade e produção, que por sua vez, provoca

a abertura de novas áreas conduzindo ao uso de mais recursos naturais subtraídos da mata primária.

Dessa forma, uma das alternativas viáveis para situações em propriedades rurais e em específico na

Comunidade de Tarumã Açu é a implantação de sistemas agroflorestais, pois do ponto de vista

econômico caracterizar-se-á como uma forma de desenvolvimento local capaz de proporcionar o

seu enriquecimento, a partir da implantação de maior diversidade de espécies agronômicas e

florestais nos lotes em que passam as trilhas planejadas para visitação turística, contribuindo, dessa

forma, para um melhor aproveitamento, maior produção e, consequentemente, para melhores

condições ambientais. Além disso, o aspecto de ambiente equilibrado, produtivo e agradável que o

lugar apresentará pode ser utilizado de forma proveitosa no sentido de atrair visitantes em atividade

de descontração e lazer, como é caso da atividade turística.

Principais objetivos: Objetivo geral – introduzir Sistemas Agroflorestais e a viabilização do

agroturismo como alternativa de desenvolvimento local, bem como a amenização da pressão à

mata primária, aproveitamento de áreas abertas para os monocultivos e enriquecimento das

propriedades de assentados com vistas a atender aos interesses econômicos, sociais e ambientais da

comunidade. Objetivos específicos – proceder ao levantamento e diagnóstico da área; identificar o

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perímetro das propriedades a serem trabalhadas, considerando o planejamento das trilhas de

visitação turística; implementar a formação e/ou capacitação agroturística dos membros das

famílias de assentados; implantar um módulo de infraestrutura para abastecimento de água;

proceder ao levantamento e aquisição de espécies vegetais de preferência das famílias assentadas;

elaborar o desenho esquemático do sistema a ser implantado, considerando as espécies

selecionadas; proceder o levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica,

etc.) para a produção de mudas das espécies; implantar o viveiro comunitário para produção de

mudas das espécies desejadas pelas famílias para compor os sistemas; implementar cursos de

orientação em Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais; acompanhar as atividades

de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação, coveamento, adubação,

etc.); organizar a distribuição de mudas e a forma de plantio nas propriedades do assentamento da

comunidade de acordo com o croqui do Sistema; sugerir uma comissão para gestão de implantação

e implementação dos SAFs. Tratar os resíduos sólidos orgânicos por meio da técnica de

compostagem; elaborar Relatório Parcial por ano e um final na conclusão das atividades.

Local de execução: Comunidade Tarumã Açu

José Carlos Martins Brandão (UEA); Ronisley da Silva Martins (Turismo/UEA); Jader Marconi e

A. Portela (Turismo/UEA); Jesuéte Pachêco Brandão (Geografia/UEA)

[email protected]

Telefone: 237-1435 Fax: 613-6900

Universidade do Estado do Amazonas

Rua B5, c/ 1662 – Conjunto 31 de Março

Manaus – AM Brasil CEP: 69076-220

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Escola de aprendizes navais do Amazonas

José Fernando Ferreira

Proposta do projeto: Usar a tecnologia de madeira laminada para a construção de pequenas e

médias embarcações regionais – ensino básico e profissionalizante para menores infratores.

Principais objetivos: a)Ecológico – aproveitamento de espécies florestais na construção fluvial

regional com a consequente diminuição do peso sobre a espécie itaúba preta; b)Social – ensino da

técnica a jovens abandonados, que hoje se encontram nas ruas da cidade, sem trabalho nas margens

ribeirinhas, com o aproveitamento de pessoas idosas e experientes nas artes de navegar e construir

embarcações.

Local de execução: Manaus-AM

José Fernando Ferreira

[email protected]

Telefone: 234-2160 Fax: 234-2160

Av. Constantino Nery 795 c/01

Manaus – AM Brasil CEP: 69010-160

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Gestão de recursos hídricos em APA/APAM

José Roberto Guedes de Oliveira

Proposta do projeto: Nova proposta de Gestão de Águas em Área de Preservação Ambiental –

APA e Área de Preservação Ambiental Municipal.

Principais objetivos: Fluidez, descontaminação e preservação da água em áreas de conservação.

Local de execução: Todo território nacional

José Roberto Guedes de Oliveira e outros

[email protected]

Telefone: (19) 3875-2827

Instituto de Geociências da Unicamp

Rua Borôro, 218 – Vila Maria Helena

Indaiatuba – SP Brasil CEP: 13335-500

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Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a

insumos de fitoterápicos e fitocosméticos

Juan David Revilla Cardenas

Proposta do projeto: Projeto de capacitação e qualificação de produtores rurais para coleta e

manuseio de espécies vegetais que sirvam de insumos para a indústria de fitoterápicos e

fitocosméticos. Os produtores são da comunidade Santo Antônio, localizada na estrada

Manaus-Itacoatiara- Km 47 (Município de Manaus capacitação será realizada por meio de oficinas

e cursos, com foco no manejo sustentável dos recursos existentes na comunidade. O projeto visa a

dar condições aos comunitários de geração de emprego e renda no próprio local onde moram.

Principais objetivos: Capacitação de recursos humanos para a coleta e manejo adequados dos

recursos vegetais da Região Amazônica visando a atender a demanda do mercado de Fitoterápicos

e Fitocosméticos; desenvolvimento de técnicas de coleta, secagem e armazenamento dos recursos

vegetais; disseminação de informações e orientações técnicas sistemáticas sobre as espécies de

interesse econômico, sobretudo dos aspectos botânicos e de manejo das espécies, visando à

sustentabilidade do recurso numa produção comercial.

Local de execução: Comunidade de Santo Antônio, Rodovia AM 010, Km 47 (Município de

Manaus)

Juan David Revilla Cardenas

[email protected]

Telefone: (92)643-3115 Fax: 643-3115

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)

Av. André Araújo, 1756 – Aleixo

Manaus AM Brasil CEP: 69011-970

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Edição do livro medicina tradicional: plantas medicinais da Amazônia

Juan David Revilla Cardenas

Proposta do projeto: Projeto de edição de livro sobre a utilização de plantas medicinais regionais,

suprimindo demanda de informações sobre o assunto, inclusive com acervo fotográfico. O livro

resgata a medicina tradiconal amazônica, contribuindo para que os profissionais de saúde e a própria

população possam usufruir do conhecimento científico e prático.

Principais objetivos: Resgatar a medicina tradicional amazônica, ligando-a ao conhecimento

científico atual. Disponibilizar mais um instrumento para os profissionais de saúde e para a

população cuidar da saúde.

Local de execução: Manaus

Juan David Revilla Cardenas

[email protected]

Telefone: (92) 643-3115 Fax: (92) 643-3115

Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa)

Av. André Araújo, 1756 – Aleixo

Manaus-AM Brasil CEP: 69011-970

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Geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica

Juarez Cardoso Nunes

Proposta do projeto: Este trabalho visa a levar energia a todos os brasileiros, através de sistemas

de energias alternativas (limpas e menos poluentes), respeitando a regionalização do País e suas

principais características regionais: Amazônia, Pampas Gaúchos, entre outros.

Principais objetivos: O principal objetivo é levar energia elétrica, aos Brasileiros que estão fora do

sistema elétrico Brasileiro (Áreas Isoladas, e residências fora dos Programas Federais), pois o

programa Luz para Todos, fala de 12 milhões de brasileiros, mas esses são números que estão

acessíveis aos sistemas elétrico das ; concessionárias respectivas que, com expansão do seu

sistema, levam energia a esses excluídos, mas ainda assim faltarão outros 20 milhões, que estão em

áreas isoladas, da AMAZÔNIA e no Sertão Nordestino, ou no Vasto Pampa Gaúcho, ou sulista. E

ainda levar a inclusão digital, ou expansão dos sistemas de comunicação, através de sistemas de

energia alternativos.

Local de execução: Todo o País

Juarez Cardoso Nunes

[email protected]

Telefone: (51) 9189-2782 Fax: (51) 3762-5502

Projeto/pesquisa geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica

Rua Tiradentes 870, apart. 202. Bairro Canabarro

Teutônia – RS Brasil CEP: 95890-000

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Escola digital na Amazônia

Manoel Dantas Barreto Filho

Proposta do projeto: O Projeto Escola Digital na Amazônia visa à promoção da inclusão digital e

o aprimoramento do processo de ensino/aprendizagem em escolas públicas da região Amazônica,

abrangendo inicialmente cinco escolas públicas localizadas na periferia de Manaus, beneficiando

um total de aproximadamente 10.000 alunos e 400 professores, podendo ser expandido para toda

região. O Projeto visa, através da implantação de laboratórios de computação e da capacitação dos

docentes no uso da informática como elemento de apoio ao ensino presencial, a adicionar novas

possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem, consolidando o uso da informática no

ambiente escolar promovendo a inclusão digital de alunos e professores. A operacionalização do

Projeto se dará através da implantação de laboratórios de informática, dotados de 20 computadores

com acesso a Internet, acompanhados pela metodologia e conteúdo do Portal Clickideia

(www.clickideia.com.br). O Clickideia desenvolve conteúdo de enfoque educacional e escolar, a

partir de documentos curriculares nacionais do MEC e implementa abordagens de conteúdos

interdisciplinares e contextualizadas, de acordo com as diretrizes dos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN). As principais características do projeto são o emprego de critérios diferenciados

na elaboração de produtos educacionais: a produção e a avaliação criteriosa dos conteúdos

apresentados; a adequação da linguagem; o uso dos recursos computacionais para promover a

interdisciplinaridade do conhecimento; a apresentação de sugestões de uso e a capacitação do

professor; o emprego de recursos multimídia para dinamização da aprendizagem e a

disponibilização via Internet que permite a atualização constante inclusive com a inserção de

assuntos do noticiário e do cotidiano para a motivação dos conteúdos relacionados. O conteúdo

desenvolvido e disponibilizado através do portal busca aproximar os conteúdos curriculares da

realidade de professores e alunos, respeitando as características locais, contextualizando e

integrando o conhecimento à vida cotidiana das comunidades. Essa característica se mostra

especialmente importante quando tratamos de regiões com características tão diversas e peculiares

como as da Região Amazônica. Outras características do projeto são seus recursos de interação e

criação, que permitem que alunos e professores criem e publiquem na Internet seus próprios

materiais e trabalhos, a partir de conteúdos disponibilizados pelo Portal ou de suas próprias

experiências e conhecimentos. Professores e alunos de diversas regiões também interagem entre si

e com a equipe do Clickideia através de sessões de Chat, enquetes e comentários adicionados em

suas atividades, contribuindo para uma maior integração. Dessa maneira, a implantação do projeto

Escola Digital na Amazônia visa a contribuir com o esforço em transformar o sistema educacional

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da região, com a finalidade de expandir e melhorar a sua qualidade, procurando responder aos

desafios propostos por um mundo em constante mudança.

Principais objetivos: Oferecer, para pelo menos 10.000 alunos, a chance de ter acesso a um ensino

de qualidade, que traga aos alunos e aos professores imediata oportunidade de melhoria no

conhecimento e na capacidade de aprendizado. O projeto deve ser implantado em escolas públicas

de ensino fundamental e médio, garantindo a populações pobres a oportunidade de estudar segundo

os modernos padrões pedagógicos e de interatividade via web, com conteúdo completo dentro das

normas do MEC, atualizado e contextualizado, com capacitação de todos os professores,

garantindo a implantação de laboratórios em cada escola com soluções em software, interconexão

e acesso a Internet banda larga. Levar a oportunidade para as escolas públicas de regiões mais

desassistidas, de um ensino via web, com o conteúdo completo de todas as disciplinas dos cursos

fundamental e médio, com proposta pedagógica em total consonância com o estabelecido pelo

Ministério da Educação. O projeto contempla a implantação de toda uma infraestrutura

computacional e de software, acesso a Internet, com treinamento de professores e multiplicadores,

capazes de levar aos participantes a oportunidade de melhorar sua formação, aumentar suas

chances de inclusão no mercado de trabalho tornando-os, de imediato, parte dos incluídos

digitalmente no País.

Local de execução: Região de Manaus, expansível a toda a Região Amazônica

Manoel Dantas Barreto Filho

[email protected]

Telefone: (19) 3249-1702 Fax: (19)3249-1702

Clickideia Tecnologia Educacional LTDA.

Endereço: Rua Francisca de Resende Merciai, 102 – Sala 03

São Paulo-SP Brasil CEP: 13084-195

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Centro de cooperação em serviços tecnológicos e ambientais

Marcos Hervé Pinheiro Júnior

Proposta do projeto: Atualmente, a demanda por projetos tecnicamente bem elaborados e serviços

ambientais de qualidade na Amazônia vem atraindo a atenção de instituições de outras partes do País

e do mundo, que ofertam serviços ambientais e tecnológicos ou recursos para projetos e estudos

locais. Visa a atender as expectativas para o desenvolvimento sustentável regional não só na

demanda interna na elaboração de projetos, como também externa em políticas públicas

compensatórias internacionais. A Amazônia por um lado esconde a maior biodiversidade e riquezas

minerais do planeta, por outro as dificuldades em aproveitar os recursos estaduais, federais e

internacionais destinados a programas que promovam o Desenvolvimento Sustentável Regional,

como por exemplo: Projetos na Área Ambiental, Transferência de Tecnologias, Educação

Ambiental, Inclusão Social, Cadeias Produtivas, Diagnósticos e etc. Comprova-se, assim, que há

necessidade de desenvolver uma gestão integrada do capital intelectual regional, visando a diminuir

significativamente a deficiência em número de projetos elaborados na região, não só para atender aos

editais de programas do Governo Federal e garantir que tais recursos não retomem aos cofres da

União, como também para canalizar recursos internacionais disponíveis de várias origens que

poderão ser destinados a contribuir na promoção do Desenvolvimento Sustentável na Amazônia

Trata-se de um Centro de Cooperação em Serviços Tecnológicos e Ambientais que usa o seu próprio

capital intelectual agregando valor na formação de seus corpos discente e docente ofertando para o

mercado serviços por meio de parcerias entre IPES públicas ou privadas na busca de soluções

significantes, ao mesmo tempo oferecendo oportunidades de empregos e organizando o capital

intelectual da instituição para produzir P&D de forma pragmática. O CCSTA se localizará dentro do

Centro Universitário Nilton Lins em local estratégico em relação à recepção de visitantes

interessados em parcerias e serviços prestados pela instituição. O Centro Universitário Nilton Lins

espera provocar uma sinergia entre parceiros institucionais interessados em promover

cjdesenvolvimento sustentável na Amazônia, criando uma espécie de “Clusters Institucional” para o

desenvolvimento sustentável da Amazônia. A iniciativa criará não só uma receita para a instituição,

oriunda de serviços stados à sociedade, como também absorverá os recursos nacionais e

internacionais disponíveis por meio da Fundação Nilton Lins, mobilizando seu capital intelectual já

existente, e utilizando o potencial latente do seu corpo discente na elaboração de estudos e projetos

pertinentes ao desenvolvimento sustentável regional, gerando assim, um ambiente motivador e

próspero para todas as partes e, como consequência, a sustentabilidade da proposta.

Principais objetivos: Contribuir na promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia por

meio de um Centro de Cooperação em Serviços Tecnológicos e Ambientais no Centro Universitário

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Nilton Lins, que promoverá a geração de recursos humanos com inteligência social, ambiental e

econômica. Trata-se de uma Universidade que não só forme profissionais tecnologicamente

competentes para o mercado, como também, tenha capacidade de ofertar serviços de qualidade de

que a sociedade necessita para a solução de seus problemas mais complexos de forma pragmática,

direcionando recursos importantíssimos que se perdem por incapacidade técnica dos municípios do

interior do Amazonas na elaboração e execução de projetos. Em termos de desenvolvimento regional

objetiva-se auferir competências em Políticas Públicas, Gestão Ambiental, Gestão Empresarial,

Gestão do Conhecimento e em C&T&I; contribuir para promoção do Desenvolvimento Sustentável

Regional por meio da Educação Ambiental e da transferência de tecnologias apropriadas e adaptadas;

absorver recursos duais, federais e internacionais destinados ao Desenvolvimento Sustentável, como

por exemplo: Gestão Ambiental, Produção Mais Limpa, Cadeias Produtivas, Biotecnologia, C&T e

etc.; difundir tecnologias apropriadas e adaptadas para a melhoria da gestão ambiental comunitária

do interior do Amazonas; garantir que as tecnologias difundidas sejam absorvidas pelas comunidades

por meio de avaliações; criar condições de atender à atual demanda por estudos e projetos para a

região do Amazonas por meio de uma receita oriunda dos serviços prestados ã sociedade; mobilizar o

capital intelectual existente na instituição e o potencial latente do corpo docente na elaboração de

estudos e projetos pragmáticos, gerando assim, um ambiente motivador e próspero para todas as

partes e como consequência a sustentabilidade da proposta.

Local de execução: Centro Universitário Nilton Lins

Marcos Hervé Pinheiro Júnior

[email protected]

Telefone: 8115-0466 Fax: 643-2119

Centro Universitário Nilton Lins

Av. Professor Nilton Lins 3.259 Parque das Laranjeiras

Manaus-AM Brasil CEP: 69058-040

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Qualificação sustentável para o conjunto Nova Cidade

Marcos Paulo Cereto

Proposta do projeto: A proposta visa à qualificação urbana e arquitetônica do conjunto Nova

Cidade destacando a sustentabilidade urbana. O conjunto Nova Cidade estabelece um paradigma nas

políticas públicas de habitação. A solução de uma necessidade habitacional (ou política?) sem

nenhum aprofundamento de impactos e sem planejamento explicita a despreocupação com a

qualidade urbana. A proposta do projeto visa a qualificar as moradias do conjunto com soluções

simples para conforto ambiental e habitabilidade, buscando minimizar o consumo energético das

unidades e a sustentabilidade na busca dos recursos naturais (chuva e sol) para gerar energia para a

manutenção energética do conjunto. A proposta estabelece também uma busca de qualificação

urbana valorizando as áreas degradadas buscando maximizar a permeabilidade do solo, além de

humanizar os espaços urbanos, criando passeios, ciclovias e praças.

Principais objetivos: Comprovar um modelo de sustentabilidade viável para a região; minimizar o

consumo energético da cidade; melhorar a qualidade de vida do conjunto.

Local de execução: Manaus

Marcos Paulo Cereto

[email protected]

Telefone: 616-9846 Fax: 616-9800

Centro Universitário Luterano de Manaus – Ulbra

Av.Solimões, 02 conjunto Atilio Andreazza Bairro Japiim II

Manaus-AM Brasil CEP: 69077-730

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Gestão social para organizações sócio-ambientais da Amazônia

Maria Helena Berlinck Martins

Proposta do projeto: O presente projeto propõe a realização de um curso de gestão social a 30

gestores de organizações não governamentais, além de 5 alunos da Universidade Federal do

Amazonas, que tenham atuação na área sócio-ambiental, com ênfase na conservação e educação

ambiental e no estímulo ao desenvolvimento de alternativas sustentáveis de geração de renda,

preferencialmente aquelas de base comunitária sem fins lucrativos, localizadas na região de Manaus,

Presidente Figueiredo, Iranduba, Rio Preto da Eva, Manacapuru e Careiro. O curso terá duração total

de 60 horas, divididas em 2 módulos de 20 horas e mais 20 horas destinadas à elaboração de um

projeto social.

Principais objetivos: Objetivo geral – fortalecer as organizações sociais da região de Manaus,

Presidente Figueiredo, Iranduba, Rio Preto da Eva, Manacapuru e Careiro de modo a aumentar a

efetividade social das ações voltadas à adoção de alternativas sustentáveis de geração de renda e à

educação ambiental. Objetivos específicos – possibilitar espaços de reflexão sobre a prática

desenvolvida em cada organização, bem como sua missão e objetivos; instrumentalizar os gestores

das organizações para o planejamento, execução e avaliação de projetos: possibilitar a disseminação

e transferência de conhecimentos, princípios e conceitos sobre a gestão de projetos; promover o

aprimoramento do desempenho das organizações; contribuir para a sustentabilidade das

organizações com vistas ao desenvolvimento local sustentável; propiciar a integração entre as

organizações não governamentais e os setores governamental, empresarial e acadêmico, através de

parcerias e do estímulo à atuação em rede das organizações participantes.

Local de execução: Manaus-AM

Maria Helena Berlinck Martins

[email protected]

Telefone: 3829-0500 Fax: 3829-0517

Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária

Av. Angélica, 626

São Paulo-SP Brasil CEP: 01228-000

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Sustentabilidade do tecido da floresta

Maria Valdecy Caminha Benicasa

Proposta do projeto: Estruturação da produção e comercialização através da capacitação, agregação

de valor, aumento e verticalização da produção do tecido da floresta, buscando, em curto prazo, a

comercialização para a geração de renda e ocupação e, em longo prazo, melhoria nas condições de

vida das famílias.

Principais objetivos: Organização dos grupos familiares para a produção e comercialização;

geração de renda e oportunidades; melhoria nas condições de vida das famílias; desenvolvimento

local e regional.

Local de execução: Município de Machadinho do Oeste a 353 Km da Capital do Estado de Rondônia

Maria Valdecy Caminha Benicasa

[email protected]

Telefone: (69) 217-3805 Fax: (69) 217-3823

Serviço de Apoio às Mpe’s em Rondônia

Av. Campos Sales, 3421 – Olaria

Porto Velho-RO Brasil

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Projeto Ágora

Max Fortunato Cohen

Proposta do projeto: O objetivo geral deste trabalho é desenvolver uma estratégia de negócio,

baseada num ambiente virtual, na ótica da gestão da informação e com o uso da tecnologia da

informação, capaz de reduzir a assimetria de informação entre o comércio e a indústria de Manaus.

Principais objetivos: O objetivo principal do projeto é aumentar o volume de negócios

transacionados entre o comércio e a indústria de Manaus, a partir da redução da assimetria de

informação entre as partes. Como objetivos secundários, tem-se: identificar as potencialidades

existentes no âmbito do comércio (oferta) e as necessidades do mercado (demanda); colocar os micro

e pequenos empresários locais em evidência, informando ao mercado as reais capacidades instaladas

disponíveis; identificar possíveis novos negócios para a praça de Manaus, a partir da demanda não

correspondida; disponibilizar indicadores econômicos aos formuladores de políticas públicas. Dessa

forma, espera-se alcançar um incremento no PIB regional, aumento da renda regional, identificação

das necessidades e potencialidades do mercado local e regional, geração de novos postos de trabalho,

atração de investimentos, redução de custos (a partir da queda nos preços).

Local de execução: Manaus

Max Fortunato Cohen

[email protected]

Telefone: (92) 614-3030

Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi

Av. Gov. Danilo Areosa, 381 – Distrito Industrial

Manaus-AM Brasil CEP: 69075-351

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Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos

da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar

Nicolau Priante Filho

Proposta do projeto: Desde 2000, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem se

empenhado em estabelecer uma forma ágil de garantir o sucesso de ações articuladas junto às

comunidades de baixa renda, envolvendo pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento –

Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá – atuando juntamente com empresas como o

Sebrae, Supermercados Modelo, Distribuidora Krausburg e a Cooperativa de Pescadores e Artesãos

de Pai André e Bom Sucesso (Coorimbatá). A ideia básica tem sido a execução de um projeto piloto

que se utilize dessa articulação já conquistada, para se conseguir um “case” de sucesso envolvendo

pesquisadores, grandes empresas de comercialização e de distribuição, atuando de modo integrado

com empresas como o Sebrae e cooperativas baseadas na produção e processamento artesanal de

produtos regionais, de modo sustentável. Com o sucesso desse projeto que envolve aspectos

culturais, educacionais, técnicos, organizacionais e mercadológicos, o modelo seria difundido por

todo o Estado ou até mesmo por outras regiões do País. Essa prática de Economia Solidária motivou

a UFMT a ser a primeira universidade pública do Brasil a formalizar o seu apoio ao Programa Fome

Zero, através do “Programa de Apoio à Mobilização Social do Programa Fome Zero em Mato Grosso

– TALHER-MT”. A UFMT assume o papel de articuladora para a inclusão social de comunidades

excluídas e/ou de baixa renda. O objetivo geral deste projeto é otimizar e ampliar uma infra-estrutura

rural e agroindustrial de cultivo e processamento múltiplo já disponível, no processo de produção

cooperativo, considerando: fruta “/n natura”, processamento de pescado, frutas desidratadas, barras

de cereais, elaboração de geléias, doces em massa, frutas em calda e cristalizadas ou glaceadas, a

partir da utilização das estruturas de empresas regionais, associações e de cooperativas de produtores

de Mato Grosso. A Cooperativa COORIMBATÁ conta atualmente com 38 cooperados, sendo a

maioria composta por pescadores e artesãos com baixo nível de escolaridade. No primeiro ano,

pretende-se com este projeto ampliar para 200 o número de cooperados, para que possam usufruir

diretamente da estrutura da Cooperativa. Esse público será constituído de 63 reeducandos, em regime

semiaberto com tradição agrícola, da Unidade Prisional Agrícola de Palmeira, em torno de 40

famílias de assentados e pequenos produtores rurais e outras 50 famílias ribeirinhas da Baixada

Cuiabana, todos estes já identificados através de ações organizadas pelo Talher-MT Essas famílias

estarão envolvidas diretamente nos processos produtivos de processamento de pescado e de frutas.

Com a execução do orçamento do projeto, a Coorimbatá passaria a ter uma estrutura que

possibilitaria alcançar um faturamento bruto anual advindo dessas atividades, na ordem de 2 milhões

de reais, valor dez vezes superior ao estimado para o ano de 2004, gerando uma receita média mensal,

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por família, de R$ 600,00. Além disso, outras 56 famílias que têm as suas mangueiras demarcadas

seriam beneficiadas, mesmo que de forma sazonal, pela comercialização direta das mangas agora

certificadas como produto orgânico ou ainda como matéria prima para a unidade de processamento.

A distribuição da renda na cooperativa representaria 72% do faturamento bruto, o que só é possível

em sistemas de redes solidárias, onde o custo passa a ser remuneração de um parceiro criando laços

que potencializam a sinergia coletiva. Os recursos aqui solicitados, que estão na ordem de

R$500.000,00, representam um investimento de R$2.000,00 por família beneficiada, valor este

relativamente baixo quando analisado a luz do objetivo de oportunizar a autonomia financeira dessas

famílias, a partir do momento que estas se integram à Rede Solidária. O investimento será

distribuído, em linhas gerais, nos seguintes itens: – equipamentos (R$ 215.000,00 – 43%) – pessoal

(R$ 93.600,00 – 20%), – custeio organizacional (R$ 90.000 – 16,5%) – divulgação (R$ 52.500,00 –

10,5%) – custeio para produção (R$ 49.000,00 –10%). Vale ressaltar ainda a enorme contrapartida

existente no conjunto das instituições partícipes da Rede, em aspectos materiais e principalmente em

recursos humanos, o que valoriza ainda mais o investimento aqui solicitado.

Principais objetivos: Consolidar uma Rede de Colaboração Solidária que promova o bem viver das

comunidades envolvidas e o desenvolvimento ecológico e socialmente sustentável expandindo

novas relações de produção e consumo onde as características locais devem ser respeitadas;

incentivar a formação e a regularização de pequenas cooperativas e associações de pequenos

agricultores e de pessoas de baixa renda; criar e adotar estratégias de marketing de produtos

artesanais, que possam ser difundidos no Estado de Mato Grosso, de modo a garantir a

comercialização dos produtos de cooperativas de pescadores, artesãos e pequenos produtores rurais;

otimizar e ampliar a infraestrutura rural e agroindustrial de cultivo e processamento múltiplo já

disponível, no processo de produção cooperativo, considerando: fruta “in natura”, processamento de

pescado, frutas desidratadas, barras de cereais, elaboração de geleias, doces em massa, frutas em

calda e cristalizadas ou glaceadas, a partir da utilização das estruturas de empresas regionais,

associações e de cooperativas de produtores de Mato Grosso; integrar e dar suporte para empresas da

região, na viabilização de alternativas de produção para pequenos produtores rurais e pescadores, de

modo a gerar produtos de qualidade para serem comercializados nas grandes redes de supermercados

e/ou que possam ser exportados para outros Estados e/ou países; fomentar o desenvolvimento da

agroindústria no Estado através da geração de tecnologia de baixo custo, agregando valor às frutas

regionais em processo extrativista sustentável, no caso da manga; melhoria quantitativa e qualitativa

na sensação de tranquilidade e confiança na realização de trabalho.

Local de execução: UFMT/Cooperativa Coorimbatá/Banavita Produtos Alimentícios Ltda./

Quilombo Mata Cavalo/Supermercados Modelo/Unidade Prisional Agrícola de Palmeiras

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Nicolau Priante Filho

[email protected]

Telefone: (65) 661-3681 Fax: (65) 615-8738

Universidade Federal de Mato Grosso

Rua dos Eucaliptos, N. 7 Quadra 15, J. Das Palmeiras

Cuiabá – MT Brasil

CEP: 78080-130

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Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado

do Amazonas

Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

Proposta do projeto: O Estado do Amazonas conta com acesso a uma grande quantidade de recursos

pesqueiros, porém se observa que esses recursos não são plenamente aproveitados em razão de

problemas em seu sistema de infraestruturas de mercado e distribuição, limitando-se o consumo por

certos hábitos alimentares da população ou ainda pela falta de informação sobre as características do

mercado e as preferências dos consumidores. A pesca para consumo humano é uma das atividades

mais antigas na Região Amazônica, e de seus produtos depende a maior parte da proteína animal

consumida no Estado do Amazonas. Com a implantação, nas últimas décadas, de indústrias de

beneficiamento de pescado para exportação, vem-se despertando o interesse no aproveitamento dos

resíduos produzidos uma vez que o produto final exportado, em geral, é na forma de blocos de filés

congelados. Uma alternativa viável para esse problema é a aplicação de técnicas visando o

aproveitamento desses recursos, o que trará formas alternativas viáveis através de uma atividade

rentável economicamente a toda a comunidade envolvida na atividade pesqueira, pois além de gerar

mais empregos pode dar condições para resolver problemas do setor. Embora a fauna pesqueira do

Amazonas seja bastante diversificada, grande parte do esforço de pesca está concentrado nas cinco

principais espécies (jaraqui, tambaqui, matrinchã, curimatã e pacu), as quais atendem ao consumo da

população de Manaus e são todas espécies de escama. O processo de industrialização dessa matéria

prima é incipiente, pois a linha de produção e beneficiamento é dirigida aos grandes bagres (peixes de

pele). Uma das principais atividades econômicas da região é a pesca artesanal que contribui

sobremodo para a economia local. Todo esse rico ambiente abriga uma grande quantidade de espécies

de peixes, características da biodiversidade amazônica que podem ser exploradas racionalmente,

gerando emprego e bem-estar para a população nativa. As perspectivas de melhores condições

socioeconômicas na Região Amazônica estão diretamente relacionadas com o melhor

aproveitamento de suas riquezas naturais por meio do desenvolvimento de pesquisas tecnológicas

adequadas. Embora o setor pesqueiro venha respondendo positivamente, ao contribuir no suprimento

alimentar da maior parte da população do Estado, essas potencialidades não são adequadamente

utilizadas, dificultando seu aproveitamento em termos econômicos. Por outro lado, o

desconhecimento de tecnologias adequadas, a deficiência no manuseio e o uso inadequado do gelo

têm acelerado o processo de deterioração do pescado, levando a perdas significativas, estimadas entre

20 a 30% da captura. Outro fato importante é a seletividade da pesca, que recai sobre algumas

espécies da preferência popular, em detrimento a um grande número de espécies subutilizadas e de

baixo valor comercial. As pesquisas tecnológicas desenvolvidas na Coordenação de Pesquisas em

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Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) na área de

Tecnologia de Pescado visam ao conhecimento das alterações bioquímicas e microbiológicas de

muitas espécies de peixes, além de grande variedade de processos tecnológicos apropriados para

espécies amazônicas de água doce e procedente da piscicultura. Possui também uma equipe de

pesquisadores especializados, com nível de doutorado e mestrado, com suficiente experiência junto

às empresas de pesca e no treinamento de alunos, técnicos e pequenos produtores. Os técnicos da

CPTA possuem experiência internacional adquirida junto aos programas da Organização das Nações

Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), treinando técnicos e professores em vários países da

África e das Américas Central e do Sul. Tais cursos e treinamento visam a capacitar formadores e

treinar técnicos para produção de alimentos de baixo custo, visando ao desenvolvimento de

microempresas e produção institucional de alimentos. O aproveitamento mais racional desse recurso

passa pela aplicação de tecnologias alternativas rentáveis economicamente despertando o interesse

empreendedor dessa atividade na transformação de produtos pesqueiros através da agregação de

valor ao pescado e, além disso, pode gerar mais empregos dando condições para o setor pesqueiro

diversificar a produção de espécies de baixo valor comercial. A proposta destina-se a aplicar

tecnologias de transformação ao pescado de maneira que possa propor alternativas para a

diversificação de consumo através da elaboração de produtos à base de pescado, incentivando a

captura de diversas espécies de peixes pouco exploradas, para serem beneficiada na forma de

produtos acabados, em maior escala tais como: fishburguer, palito de peixe; quibe de peixe; bife de

peixe e “nuggetes” empanados. Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo,

objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos no consumo de pescado através da

transferência de tecnologia disponível ao setor produtivo do Município de Manaus, como um

protótipo que poderá levar à implantação de unidade de beneficiamento de pescado em vários outros

municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de

várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação

por parte do consumidor amazonense e também na sua utilização como importante fonte de proteína

na merenda escolar regionalizada, aumentando as oportunidades de empregos na região. Espera-se

que os resultados deste projeto contribuam para o aproveitamento de nossos recursos pesqueiros e o

desenvolvimento de uma unidade de beneficiamento de produtos formulados de pescado no interior

do Estado do Amazonas.

Principais objetivos: Dentre os objetivos a serem alcançados busca-se a obtenção de uma estimativa

da aceitação que o conceito de novos produtos à base de pescado terão no mercado e confrontá-los

com os produtos competidores. Também se pretende conhecer a maneira que os consumidores

percebem as diferentes apresentações dos produtos dentro da categoria determinada, assim como o

posicionamento específico de cada novo produto segundo sua associação com diversos atributos

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relevantes para sua avaliação. O comportamento dos consumidores ante um determinado produto do

mercado está relacionado com a imagem que se tenha sido formada dele mesmo, seja através da

publicidade do produto ou através de referências de terceiros. Considerando que as apresentações

desses produtos não são conhecidas, é necessário obter as reações dos compradores potenciais e

avaliar a imagem e posicionamento desses produtos. Como consequência dos resultados deste

trabalho, em longo prazo, objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos no consumo de

pescado através da transferência de tecnologia disponível para o setor produtivo, o que poderá levar à

implantação de unidades de beneficiamento de pescado em vários municípios do Estado do

Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado

pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor

amazonense e também sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar

regionalizada. Os objetivos específicos a serem alcançados como consequência dos resultados a

serem obtidos na execução desse projeto são: estimular a geração de empregos, através de ações

voltadas ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado no Estado do Amazonas,

promovendo o desenvolvimento rural, de modo sustentável, valorizando as vocações produtivas

regionais e suas potencialidades; suprir o mercado consumidor com produtos elaborados à base de

pescado, integrado a produção, estimulando o processo de comercialização dos produtos oriundos do

setor pesqueiro estadual para o mercado interno e externo estimulando a economia da região com

incremento da produção e geração de atividades econômicas; implementar, na prática, os estudos e

pesquisas existentes nos Institutos de Pesquisa destinados à identificação de potencialidades

sócio-econômicas e ambientais, propondo estratégias e ações compatíveis; fortalecer as empresas que

atuam na cadeira produtiva do pescado na região, a partir da mobilização do seu potencial, bem como

viabilizar a produção e a comercialização dos produtos elaborados; difundir tecnologias compatíveis

que viabilizem agronegócios, utilizando sistemas de produção competitivos ecologicamente

adequados e socialmente desejáveis, proporcionando maior nível de auto-sutentabilidade e

competitividade da unidade produtiva; verticalizar as atividades da cadeia produtiva do pescado

promovendo agregação de valor aos produtos elaborados gerando informações mercadológicas sobre

todos os agentes da cadeia produtiva do pescado objetivando a ocupação de mão de obra no meio

rural.

Local de execução: Manaus

Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

[email protected]

Telefone: 656-6834 Fax: 643-1846

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

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Av. Tarumã, 525 – Centro

Manaus – AM Brasil CEP: 69052-040

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Projeto de criação da reserva de desenvolvimento sustentado do Igarapé-Açu/AM

Noeliana Rodrigues Laurido

Proposta do projeto: Igarapé-açu se localiza no Município de Coari/AM, possuidor de rara beleza

cênica e detentor de um inestimável patrimônio genético pela diversidade dos ecossistemas e biota,

possuindo todos os requesitos para se transformar em área protegida, como determina o art. 225 da

Constituição Federal; além da proteção do meio ambiente, o projeto irá implementar o turismo

ecológico gerando benefícios para toda a sociedade.

Principais objetivos: Preservar o meio ambiente, estimulando os valores artesanais locais,

desenvolver pesquisas científicas, estimular a prática de turismo e trabalhar a educação ambiental.

Local de execução: Coari no Amazonas

Noeliana Rodrigues Laurido

[email protected]

Telefone: 663-7726 Fax: 663-7726

Pesquisadora Particular Rua Rio Solimões 9 São Sebastião Aleixo

Manaus-AM Brasil CEP: 69067-570

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Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a melhoria da

qualidade da cadeia agroindustrial de castanha-do-brasil

Otniel Freitas-Silva

Proposta do projeto: Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a

melhoria da qualidade da cadeia agroindustrial de castanha do Brasil. Cerca de 10% da castanha do

Brasil exportada para o mercado Europeu têm sido devolvidas em razão do elevado índice de

contaminação por aflatoxinas. A proposta em questão visa a atender ao segmento de produção,

comercialização e exportação da castanha do Brasil quanto ao monitoramento da contaminação da

amêndoa e da casca de castanha por fungos aflatoxigênicos e por aflatoxinas produzidas durante o

processo de beneficiamento. O aproveitamento do óleo e adequação de metodologia para detecção

de aflatoxinas em castanha contaminadas por aflatoxinas serão também enfocados. Será efetuada a

composição química dos óleos e níveis de selênio em castanhas de diferentes regiões (Oriximiná, no

Pará, e Brasiléia, no Acre) com elevados potencial produtivo de castanha e nível de organização dos

agentes extrativistas. Serão realizadas visitas técnicas às regiões produtoras para coleta de amostras e

um diagnóstico das possíveis causas de contaminação e seu controle e com a aplicação de check list,

coletas de amostras para realização de análises micológicas e micotoxicológicas em pontos da

cadeia. Serão adaptados e desenvolvidos secadores e quebradores para a melhoria do processo de

secagem e armazenagem. Os resultados obtidos irão compor um banco de dados e poderão ser

utilizados no estabelecimento de medidas e procedimentos para minimizar o desenvolvimento dos

fungos e a síntese de aflatoxinas na castanha, a fim de atender às demandas dos mercados.

Principais objetivos: Identificar os pontos críticos de contaminação da castanha por afiatoxinas,

definir a viabilidade técnica de aproveitamento de lotes contaminados para fim agroindustrial e o

estudo de selênio nas regiões de coletas de castanha, bem como o aprimoramento do maquinário

utilizado no processamento agroindustrial (secagem, quebra e armazenamento).

Local de execução: Acre, Pará e Rio de Janeiro

Otniel Freitas Silva

[email protected]

Telefone: 2410-9645 Fax: 2410-1090

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

Agroindústria de Alimentos

Av. das Américas, 29501

Rio de Janeiro – RJ Brasil CEP: 23020-470

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O uso de crajirú em formas farmacêuticas ginecológicas

Schubert Pinto

Proposta do projeto: Do levantamento bibliográfico e principalmente da informação cabocla

popular, concluímos que o crajirú foi e continua sendo usado como remédio (medicamento) para

tratamento de inflamação ginecológica das mulheres amazônicas, através do tradicional BANHO DE

ASSENTO. Atualmente trabalhos científicos desenvolvidos no curso de Farmácia da Ufam

comprovam a sua atividade farmacológica antiinflamatória e cicatrizante, bem como a sua segurança

de uso. A PHARMAKOS D’AMAZÔNIA se propõe a desenvolver formas farmacêuticas de uso

ginecológico a partir da planta crajirú, representando este um produto FOTOTERÁPICO

ESSENCIALMENTE NATURAL, em substituição a outros produtos (Albocresil, Ginoflorax,

outros) quimioterápicos, com a vantagem de apresentar um baixo efeito colateral e um custo

reduzido. O projeto se enquadra nos objetivos das plataformas tecnológicas regionais (APL– Arranjo

Produtivo Local), projeto ZONA FRANCA VERDE do Governo do Estado do Amazonas e visa à

geração de divisas para o Estado do Amazonas, geração de empregos, e fixação do homem no campo

para a produção e cultivo de plantas medicinais Amazônicas.

Principais objetivos: Cultivo de plantas medicinais amazônicas previamente selecionadas;

elaboração de medicamentos fitoterápicos e fitocosméticos para tratamento de infecções e/ou

inflamações vaginais, utilizando matéria-prima regional e know-how genuinamente amazônico,

gerando benefícios econômicos para a região; fornecimento de plantas medicinais certificadas (folha

de raízes) para atender à demanda das indústrias de fitoterápicos e fitocosméticos regionais,

nacionais e internacionais; fixação do homem no campo para cultivo das espécies de interesse

medicinais.

Local de execução: Pharmakos D’Amazônia

Schubert Pinto

[email protected]

Telefone: (92) 613-6563 Fax: (92) 613-3120

Pharmakos D’Amazônia

Av. Gen. Rodrigo Otávio, 1866 Distrito Industrial

Manaus – AM Brasil CEP: 69073-620

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Utilização de casquilho do guaraná para a fabricação de extrato para refrigerantes

Rivaldo Gonçalves de Araújo

Proposta do projeto: O proponente desenvolveu o processo de utilização do casquilho, que é um

componente rtado durante o beneficiamento do guaraná em pó. O processo necessita de

aperfeiçoamento tecnológico para produção em escala industrial.

Principais objetivos: O objetivo do projeto é melhorar o processo tecnológico para a produção em

escala industrial.

Local de execução: Manaus-AM

Rivaldo Gonçalves de Araújo

[email protected]

Telefone: (92) 237-1823 Fax: (92) 237-1823

Agrorisa Produtos Alimentícios Naturais Ltda.

Av. Rodrigo Otávio, 1866 – Distrito Industrial

Manaus – AM Brasil CEP: 69073-620

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Geração de trabalho, de forma autossustentável

Rosalvi Maria Teófilo Monteagudo

Proposta do projeto: Sugere a geração de trabalho, via software, e fixar o homem em seu local de

trabalho. A autonomia na organização da Empresa com distribuição de renda.

Principais objetivos: Gerar trabalho; organizar o socioeconômico; fixar o homem em seu local de

trabalho.

Local de execução: São Paulo

Rosalvi Maria Teófilo Monteagudo

[email protected]

Telefone: (11) 3742-8505 Fax: (11) 3742-8505

Associação Beneficente para o menor/ Revisão para uma proposta socioeconómica

São Paulo-SP Brasil CEP: 05651-030

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Melhoramento genético de bananeira

Sebastião de Oliveira e Silva

Proposta do projeto: A bananeira é cultivada de Norte a Sul do País e praticamente toda fruta

produzida é comercializada no mercado interno. A maioria dos bananicultores é composta por

pequenos produtores, que utilizam a banana como fonte de renda em seu orçamento. As principais

cultivares utilizadas são suscetíveis a pragas e doenças, pouco produtivas e apresentam porte alto. O

Projeto visa a estudar a herança da resistência à Sigatoka, mediante a avaliação de populações

diplóides segregantes, a isolar genes de resistência, a construir mapas genômicos, obter novos

genótipos de bananeira por hibridação e outros métodos não convencionais, bem como a avaliar os

caracteres agronômicos e organolépticos e de resistência às sigatokas de novos híbridos de bananeira

em diferentes locais e a variabilidade genética de Mycosphaerella no Brasil. Serão obtidas

populações segregantes a partir de cruzamentos de genótipos diplóides (AA) contrastantes para

resistência à Sigatoka. Progénies dessas populações serão inoculadas com os agentes causais das

sigatokas selecionando-se aquelas que apresentarem segregação mendeliana esperada, as quais serão

utilizadas para o estudo de marcadores moleculares e construção de mapas. Utilizando a técnica de

DD-RT-PCR, genes de resistência às sigatokas negra e amarela serão identificados e isolados por

meio de extração de RNA de bananeiras resistentes e suscetíveis, e mediante análise de ESTs e RGAs

de um genótipo resistente. Novos genótipos com diferentes níveis de plóidia serão obtidos por

hibridação, mutação, transgenia, fertilização in vitro, hibridação somática e duplicação do número de

cromossomos. Para seleção de híbridos diplóides resultantes do melhoramento por hibridação,

empregar-se-á a técnica do índice de seleção. Genótipos promissores serão submetidos a avaliações

físico-químicas e organolépticas. Os pré-selecionados e com potencial de recomendação serão

avaliados em diferentes agroecossistemas. Análises sensoriais serão efetuadas em variedades já

recomendadas. Ao finalizar a presente proposta, espera-se dar um salto qualitativo no melhoramento

genético da bananeira, mediante conhecimento da herança da resistência, definição de marcadores

ligados a genes de resistência, construção de mapas genômicos, ajuste de novos métodos de obtenção

de híbridos, avaliação da variabilidade da Mycosphaerella e identificação de genes de resistência

com possibilidade de redirecionar as atividades do programa. Espera-se ainda recomendar no

mínimo uma nova cultivar selecionada a partir de avaliações agronômicas, sensoriais e de resistência

à doença.

Principais objetivos: Estudar a herança da resistência à Sigatoka-amarela e à Sigatoka-negra da

bananeira; identificar genes de bananeira ligados à resistência a doenças; criar genótipos diplóides e

tetraplóides de bananeira com boas características de produtividade, porte baixo e resistentes às

principais doenças; gerar materiais resistentes ao moko mediante o uso da tecnologia de

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transformação genética; selecionar cultivares de bananeira com boas características agronômicas e

de qualidade de fruto, porte e ciclo reduzidos, alta produtividade e resistentes a doenças; garantir a

participação do Brasil no Global Musa Genomics Consortium, coordenado pela Rede Internacional

de Melhoramento de Banana e Plátano – Inibap.

Local de execução: Todo o Brasil

Sebastião de Oliveira e Silva

[email protected]

Telefone: (75) 621-8060 Fax: (75) 621-8096

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

Rua Embrapa, s/n

Cruz das Almas – BA Brasil CEP: 44380-000

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Gel dental à base de óleos medicinais da Amazônia

Sonia Maria Braga

Elisângela P. Queiroz

Paulo Roberto Costa

Proposta do projeto: Elaboração de uma fórmula de gel para incorporação de óleos essenciais com

fins fitoterápicos.

Principais objetivos: Estudar formulações farmacêuticas de uso externo em forma de gel para

emprego de óleo de copaiba e andiroba; selecionar diferentes técnicas, inclusive modificar com óleo

de andiroba e copaíba; garantir a qualidade da andiroba e copaíba.

Local de execução: Farmácia Escola/CUNL

Sonia Maria Braga; Elisângela P. Queiroz e Paulo Roberto Costa

[email protected]

Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119

Fundação Nilton Lins

Av. Professor Nilton Lins

Manaus – AM Brasil CEP: 69000-000

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Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e

formação de recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz

Suani Teixeira Coelho

Proposta do projeto: O projeto Gaseifamaz, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos –

FINEP/CT-ENERG, convênio n.° 23.01.0695.00, é uma parceria entre o Cenbio – Centro Nacional

de Referência em Biomassa, BUN – Biomass Users Network do Brasil, IPT – Instituto de Pesquisas

Tecnológicas e a UA – Universidade do Amazonas. Esse projeto tem como objetivo central o estudo

da geração de energia elétrica através da tecnologia de gaseificação de biomassa, importada do Indian

Institute of Science – IISc, e implementação dessa tecnologia em comunidades isoladas na região

Norte do País, de maneira sustentável, oferecendo uma alternativa aos combustíveis fósseis. O

projeto visa a avaliar as condições de operação desse sistema de gaseificação/limpeza de gases e

geração de energia elétrica e transferir a tecnologia para o Brasil, colaborando com as instituições que

já trabalham nessa área e permitindo a formação de recursos humanos na região Norte do País,

capacitando pessoal local na operação e manutenção desse sistema.

Principais objetivos: Os principais objetivos do projeto Gaseifamaz são: testar a tecnologia de

gaseificação de biomassa, importada do Indian Institute of Science – IISc; adaptar essa tecnologia à

realidade das comunidades isoladas brasileiras; instalar esse sistema em uma comunidade isolada

para a geração de energia elétrica, oferecendo uma alternativa aos combustíveis fósseis e; capacitar

pessoal local na operação e manutenção desses sistemas.

Local de execução: O sistema de gaseificação foi instalado no assentamento Aquidabam, no

Município de Manacapuru, no Estado do Amazonas

Suani Teixeira Coelho

[email protected]

Telefone: (11) 3091-2649 Fax: (11) 3091-2649

Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio

Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289 Cidade Universitária

São Paulo – SP Brasil CEP: 05508-010

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Recomposição da mata ciliar do riacho Ajuricaba na região oeste do Estado do Paraná

Ubirajara Contro Malavasi

Proposta do projeto: Devido às atividades agrícolas, o Estado do Paraná, em especial a região oeste

do Estado, apresenta déficit na cobertura vegetal ao longo dos cursos d’água. A recomposição dessa

vegetação, denominada de vegetação ou mata ciliar promove inúmeros benefícios diretos e indiretos

à agricultura, à flora e à fauna, assim como a sociedade humana. O objetivo do projeto é recompor a

mata ciliar nas duas margens do riacho Ajuricaba em uma extensão de 7 quilômetros. As atividades

previstas incluem: detalhamento das condições da vegetação em área de domínio ciliar; detalhamento

dos passivos ambientais na área legal de domínio ciliar; educação ambiental dos

proprietários/produtores lindeiros ao riacho; construção de cerca delimitando área de domínio ciliar;

revegetação das margens.

Principais objetivos: Recompor as nascentes e as margens do riacho Ajuricaba localizado no

Município de Mal. Cândido Rondon, região oeste do Estado do Paraná. Objetivos específicos:

Localização das propriedades rurais; diagnóstico das propriedades rurais; educação ambiental dos

proprietários, produtores e familiares; formação de mudas florestais; educação ambiental da

sociedade local e adjacente; implantação de cerca; plantio de mudas; replantio de mudas; tratos

culturais; divulgação dos resultados, experiências e dificuldades.

Local de execução: Riacho Ajuricaba, Mal. Cândido Rondon, PR

Ubirajara Contro Malavasi

[email protected]

Telefone: (45) 254-3216 Fax: (45) 254-3216

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Rua Pernambuco, 1777

Marechal Cândido Rondon – PR Brasil CEP: 85960-000

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Biossólido como fertilizante orgânico no cultivo inicial do Eucalyptus Grandis Hill Ex Maiden

Valdemir Aleixo

Proposta do projeto: Atualmente encontramos alguns problemas com relação aos desmatamentos

de florestas nativas e ciliares que servem o mercado madeireira. Outro problema bastante sério nas

cidades é a quantidade de biossólido gerado pelas ETE’s, que muitas vezes tem seu uso de maneira

indisciplinada. Levando em consideração essa problemática, a proposta deste projeto de pesquisa é

abordar aspectos da aplicação de biossólido como fertilizante orgânico, tendo como cultivar de

interesse o Eucalyptus grandis. A dispersão de biossólidos em povoamentos florestais tem a

conveniência de não estar voltado para alimentação humana ou animal, diminuindo, portanto, os

riscos de contaminação do homem.

Principais objetivos: Pesquisar a viabilidade e o desempenho do biossólido como fertilizante

orgânico no crescimento inicial de E. grandis. Aumento do crescimento inicial nas variáveis de

interesse. Aproveitamento dos resíduos urbanos, reduzindo a poluição e o impacto ambiental

causado por estes. Dos objetivos e benefícios citados, podemos considerar como indiretos reduzir o

custo para adubação e também o potencial produtivo dessa espécie e suprir se não o total, mas parte

da demanda do mercado madeireiro.

Local de execução: O experimento será conduzido em área coberta na Casa de Vegetação Dr.

Antônio Carlos Pessoa, campo experimental da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

Unioeste, Município de Marechal Cândido Rondon – PR

Valdemir Aleixo

[email protected]

Telefone: (45) 278-5248

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste

Rua: Cerro Largo, 560 Bairro: Jardim Porto Alegre

Toledo-PR Brasil CEP: 85906-080

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Programa de desenvolvimento sustentável do gasoduto Coari-Manaus

Virgílio Maurício Viana

Proposta do projeto: O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Gasoduto Coari-Manaus foi

concebido para promover o desenvolvimento sustentável das comunidades residentes na área de

influência do Gasoduto Coari-Manaus, como estratégia de mitigação dos impactos do

empreendimento, em três frentes de atuação: promoção da cidadania, geração de renda e conservação

do meio ambiente. Os componentes do Programa são: coordenação e avaliação; diagnóstico e

planejamento participativo; ações de apoio à geração de renda em comunidades rurais; ações

estruturantes para o desenvolvimento sustentável; ações de apoio à gestão ambiental das sedes

municipais do interior e; apoio ao uso do gás veicular em Manaus. O atual Governo do Estado do

Amazonas, em forte articulação com o Governo Federal, ampliou o diálogo com os vários atores da

sociedade civil e organizada, delegando à Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável – SDS a tarefa de coordenar o processo de discussão do Programa de Desenvolvimento

Sustentável para as comunidades situadas na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus. Esse

novo paradigma consiste em conduzir um processo que não apenas mitigue e compense os impactos

do empreendimento, mas que, ao mesmo tempo, produza ganhos sociais, econômicos e ambientais à

sua zona de influência. Entre as evoluções realizadas e apresentadas pelo referido Programa,

destacam-se: a implantação de um Modelo de Gestão que indica os diferentes níveis de envolvimento

e participação das Instituições Parceiras na condução do Programa; o desenvolvimento de um marco

conceituai para acompanhar o progresso das comunidades ao longo da execução do Programa,

através de indicadores de desempenho associados a um Roteiro de Sustentabilidade, composto por

diversas dimensões sociais, econômicas e ambientais; o planejamento da ação de diagnóstico

participativo para os sete municípios envolvidos. Para alcançar os objetivos do Programa, a estratégia

de implementação será fundamentada nos seguintes componentes: coordenação, monitoramento e

avaliação; diagnóstico e planejamento participativo; ações de apoio à geração de renda em

comunidades rurais; ações estruturantes para o desenvolvimento comunitário sustentável; ações de

apoio à gestão ambiental das sedes municipais do interior e; apoio ao uso do gás veicular em Manaus.

Principais objetivos: Promover o desenvolvimento sustentável das comunidades residentes na área

de influência do Gasoduto Coari-Manaus, como estratégia de mitigação dos impactos do

empreendimento, em três frentes de atuação: promoção da cidadania, geração de renda e conservação

do meio ambiente. Implementar um modelo de gestão do Programa que permita o acompanhamento e

redirecionamento constante das ações para superar as barreiras e atingir as metas estabelecidas;

identificar as potencialidades econômicas e os principais problemas relacionados à produção e às

propostas de solução, por município e uma amostra com 58 comunidades rurais; aprofundar o

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diagnóstico para obter detalhes sobre o estágio de sustentabilidade das comunidades, a fim de

planejar os programas e alocar os recursos de forma eficiente, priorizando as ações a serem

implementadas em cada comunidade; apoiar projetos que promovam a organização comunitária, com

vistas à seleção e apoio às iniciativas de produção sustentável, com foco nas atividades florestais,

pesqueiras e similares, além de manejo sustentável de recursos naturais, com alto impacto de mercado

e disseminador de ocupação e renda; implantar, ampliar e implementar um conjunto de ações

estratégicas e articuladas com as Secretarias de Estado e outras instituições públicas, definidas com as

comunidades e suas organizações, desenvolvendo ações em conformidade com as especificidades e

demandas locais; apoiar projetos de gestão integrada de resíduos sólidos, inclusão digital,

comunicação comunitária, educação ambiental e profissional, de acordo com as demandas

identificadas e as potencialidades de cada localidade selecionada; apoiar a utilização do GNV em

escala experimental em Manaus.

Local de execução: Em 127 comunidades no Estado do Amazonas, distribuídas nos municípios de

Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba

Virgílio Maurício Viana

[email protected]

Telefone: 643-2365 Fax: 642-8898

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Rua Recife, 3280 – Parque 10

Manaus – AM Brasil CEP: 69050-030

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Pastoral da Criança

Zilda Arns Neumann

Proposta do projeto: A Pastoral da Criança é uma rede de solidariedade formada mais de 242 mil

pessoas capacitadas, trabalhando voluntariamente em todo o Brasil, no combate à desnutrição e à

mortalidade infantil e colaborando para a melhoria da qualidade de vida das crianças brasileiras. É

um serviço de ação social da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acompanha

gestantes e crianças em bolsões de pobreza e miséria de todo o País, independente de cor, raça, crença

religiosa ou política.

Principais objetivos: A Pastoral da Criança desenvolve uma série de ações básicas de saúde,

nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento integral da criança. Os

familiares das crianças acompanhadas, especialmente as mães, aprendem a valorizar e trabalhar com

vigilância nutricional, a identificar problemas de desnutrição, fortalecer o aleitamento materno,

alimentação enriquecida, controle de doenças respiratórias e diarreia, uso do soro caseiro, prevenção

de doenças sexualmente transmissíveis e de acidentes domésticos, e outras ações que propiciam

condições saudáveis para o desenvolvimento da criança. A Pastoral da Criança desenvolve ações

simples, baratas e facilmente aplicáveis, para chegar nas comunidades que mais necessitam de apoio.

Local de execução: Região Amazônica

Zilda Arns Neumann

[email protected]

Telefone: (41) 336-0250 Fax: (41) 336-9940

Pastoral da Criança

Rua Jacarezinho 1691

Curitiba-PR Brasil CEP: 80810-900

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Propostas selecionadas para serem agraciadas com o Prêmio Professor

Samuel Benchimol 2004

Categoria: Ambiental

1.° colocado: Suani Teixeira Coelho

Estado: São Paulo

Título: Comparação entre tecnologia de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e

formação de recursos humanos na região Norte – Gaseifamaz

Instituição: Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio

2.° colocado: José Carlos Martins Brandão, Ronisley da Silva Martins, Jader Marconi e A.Portela e

Jesuéte Pacheco Brandão

Estado: Amazonas

Título: Sistemas Agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no

assentamento Tarumã Mirim: comunidade Agrícola de Tarumã-Açu

Instituição: Universidade Estadual do Amazonas

3.o colocado: Décio Ferreira de Oliveira

Estado: Rio de Janeiro

Título: Projeto experimental para compostagem

Instituição: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria

Química e Têxtil-Senai-Cetiqt

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Comparaç

1. Introdu

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Fonte: CENB

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IO, 2003.

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construção

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, 2002.

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ENBI, 2003

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OS, 2002).

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m

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Figu

Fon

O s

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nte: Cenbio, 2

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Fonte: USHI

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002.

gaseificação

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IMA, 2003

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interna e

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Fonte: USHIMA, 2003

Os testes realizados analisaram a composição do gás gerado no sistema, a variação da

composição dos gases ao longo do tempo, as temperaturas registradas no gaseificador durante os

testes, a vazão de gás gerado, a variação do Poder Calorífico Superior (PCS) do gás gerado e da

potência térmica do gaseificador, análise da água de lavagem, bem como a eficiência de um filtro de

areia e carvão construído, especialmente, para retenção dos compostos aromáticos da água de

lavagem, além dos resultados obtidos nos testes do sistema operando com o motor indiano e com

motor nacional.

O projeto avaliou as condições de operação desse sistema e simplificou sua operação,

adaptando-o às condições brasileiras e tornando-o de fácil operação e manutenção, apto a ser

instalado em comunidades isoladas para geração de energia elétrica.

O Cenbio transferiu o sistema de gaseificação para uma comunidade no Estado do Amazonas,

para a geração de energia elétrica, já que a fase de testes no IPT foi concluída. O sistema será

alimentado com os resíduos da atividade agrícola da região, as cascas de cupuaçu.

2. Gaseificação de biomassa

A gaseificação de biomassa é um processo bastante antigo e é realizada com o objetivo de

produzir um combustível gasoso com melhor eficiência de combustão e também que possa ser

utilizado como matéria prima para outros processos.

Nos processos de gaseificação a matéria orgânica é total ou parcialmente transformada em

gases cujos principais componentes são: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2),

hidrogênio (H2) e, dependendo das condições, metano (CH4), hidrocarbonetos leves (compostos de

carbono), nitrogênio (N2) e vapor de água (H2O) em diferentes proporções.

Foram idealizados e desenvolvidos, até hoje, diversos tipos de gaseificadores, a fim de

atender às peculiaridades das características da matéria-prima e às necessidades de gás.

A grande maioria dos gaseificadores em comercialização ou em fase de desenvolvimento,

atualmente, pode ser enquadrada, segundo o tipo de leito utilizado, em uma das duas concepções de

gaseificadores apresentadas a seguir:

Gaseificador de leito fixo

Gaseificador de leito fluidizado ou leito circulante.

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De

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3. Funcion

O g

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de biomas

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O g

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m

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4. Biomass

O s

de eucalipt

Figu

Fon

5. Resulta

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ao acendim

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A d

a chama pa

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de eucalipto

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MA, 2003.

stes

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em pedaços

e eucalipto

Após o acio

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nte ao longo

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W)

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o da seção e

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m diferentes

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s (cascas de

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s ejetores do

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oxigênio no

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com carvão

m. Em ensaio

e cupuaçu

m das vazõe

o simples,

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nessa região

s gases tamb

io nos gases

iomassa, com

abaçu.

o vegetal uti

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es de água, p

bastando c

de lavagem

o. A zona de

mbém sofreu

s gerados se

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ilizado para

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e cavaco de

procedeu-se

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e combustão

uma queda

e aproximou

a

m

e

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u

o

a

u

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Vazão de D

Tabela 1 – Pr

Nota 1 – O P

5.1. Conce

Par

específica,

considerad

Ape

mostrou u

sistema sim

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Figu

Font

Figu

Font

6. Comuni

Descarga de

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oder Calorífic

epção e mo

ra verificar o

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te: USHIMA,

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te: USHIMA,

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e Cinzas (kg

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co Superior (P

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o grau de at

tou em 174

tem de apre

arvão retira

capacidade

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o circular sã

d’água utiliza

2003.

to das cinzas r

2003.

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estes.

PCS) foi calcul

uma unida

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m2/g. Trat

esentar área

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mposto de a

ão materiais

da para constr

retiradas do ga

1,3

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carvão prov

ta-se de um

específica m

eificador nã

ção de arom

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da composição

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maior que 8

ão poder ser

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a. Esse carv

uisição em l

o.

o dos gases com

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gaseificado

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800 m2/g.

r considerad

que motivou

ão retirado

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uma vez qu

do um carv

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do gaseific

remotas.

CO, H2 e CH4).

e a sua área

ue, para ser

vão ativado,

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ador e uma

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m

a

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O s

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Figu

Font

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Fon

A c

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te: CENBIO,

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nte: CENBIO,

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à polpa.

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famílias.

ntamento Aqu

2004.

to Aquidab

m sistema de

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o construído p

2004.

e possui um

agregado), p

o foi instal

anacapuru, n

uidabam.

bam foi esc

e gaseificaçã

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pelos morador

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pois não ex

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res da comuni

tada de 100

xiste energia

geração de e

do Amazona

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0 hectares d

a para forne

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as. Nessa co

s condições

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de cupuaçu,

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trica, no as

omunidade,

s básicas ne

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que hoje é

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ecessárias à

em motores

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nto térmico

o

0

à

s

n

o

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Figu

Font

Atu

do process

7. O proje

Com

projeto “N

na Região

Desenvolv

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com resídu

Alé

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Na

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do Brasil:

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ura 12 – Cupu

te: www.amaz

ualmente, o

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m a experiê

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o Norte –

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profunda re

nto de eletri

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uaçu.

zonlink.com.b

sistema de

itação dos m

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8. Experiências similares desenvolvidas pelo Cenbio

No contexto de atendimento energético de comunidades isoladas, o Cenbio desenvolveu

também, entre os anos de 2002 e 2004, o projeto “Implantação e testes de uma unidade de

demonstração de utilização energética de óleo vegetal – Provegam”, que teve como objetivo instalar

e testar em campo o funcionamento de um grupo gerador diesel convencional, adaptado para operar

com óleo de dendê in natura, na comunidade Vila Soledade, no Município de Moju, no Pará. Esse

sistema atende energeticamente, há 2500 horas, a seus 700 moradores. As análises dos parâmetros de

emissões, desempenho e durabilidade demonstraram que esse sistema é também técnica e

economicamente viável para comunidades isoladas da região amazônica.

9. Conclusões

A simplificação do sistema de gaseificação e do processo de operação e manutenção permitirá

a implantação desses sistemas em comunidades isoladas na Região Norte, para geração de energia

elétrica. A instalação do sistema de gaseificação no assentamento Aquidabam possibilitará a

implantação de uma agroindústria para a extração e venda da polpa do cupuaçu (produto com maior

valor agregado), por meio do fornecimento de energia elétrica gerada a partir das cascas de cupuaçu

(resíduo do processo) alimentadas como combustível no gaseificador. A operação e manutenção do

sistema serão realizadas pelos próprios moradores da comunidade que, para tanto, receberão

qualificação profissional na operação e manutenção do sistema de gaseificação.

Como benefícios sociais, espera-se o aumento da renda média anual das famílias envolvidas,

em consequência da diminuição dos gastos com o óleo diesel, da melhoria das atividades produtivas

existentes e, também, do surgimento de novas atividades produtivas.

Com o incremento das atividades produtivas da comunidade, hoje executadas em níveis

elevados de ociosidade, tem-se como certa a inversão dos fluxos migratórios, atualmente conduzindo

os jovens, e por consequência as famílias, para os centros urbanos em busca de oportunidades de

trabalho e educação. A fixação das comunidades só será possível se melhores condições de

ocupação, trabalho e desenvolvimento forem ofertados aos adultos e aos seus filhos nas próprias

comunidades.

Este projeto implica em significativas melhorias ambientais, como a redução do consumo de

combustíveis fósseis em até 80%, principais responsáveis pelo efeito estufa, além de proporcionar a

produção de energia renovável e limpa, que utiliza a biomassa disponível nas comunidades isoladas

para geração de energia elétrica.

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O aproveitamento de biomassa como fonte energética primária para geração de eletricidade é

uma alternativa completamente condizente com a realidade de hoje, principalmente quando se trata

de comunidades isoladas. Ela apresenta balanço global de gás carbônico nulo, geração de apenas 1%

de cinzas que podem ser aproveitadas ou recicladas, emissão de dióxido de enxofre quase nula.

Com o aproveitamento dos resíduos de biomassa, regionalmente disponíveis, é possível

atender a todos os pressupostos que, direta ou indiretamente, conduzem a um modelo de sociedade

onde o crescimento e o desenvolvimento, com base nos recursos naturais e seu gerenciamento

racional, respeitem limites técnicos, econômicos e legais. Tudo isso sem penalizar fatias sociais de

menor poder de pressão ou politicamente desagregados, até porque a divulgação e implantação das

melhorias materiais, que acompanham tal geração, terão igualmente um papel educativo que não

deverá ficar restrito à comunidade em que o sistema for instalado.

Como dito anteriormente, com a experiência adquirida no projeto Gaseifamaz, o Cenbio irá

desenvolver o projeto Gaseibras “Nacionalização da tecnologia de gaseificação de biomassa e

formação de recursos humanos na Região Norte”, aprovado pelo Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Este projeto irá nacionalizar a tecnologia de

gaseificação de biomassa para geração de energia elétrica e discutir as perspectivas para fabricação

desses sistemas no País.

Esses projetos são de particular relevância, pois além de contribuírem com as instituições de

pesquisa que já trabalham na área de geração de energia elétrica, poderão ser replicados em outras

comunidades isoladas do País, contribuindo também com o programa do Governo Federal “Luz para

Todos”, que visa a atender a 12 milhões de brasileiros sem acesso à energia elétrica, até 2008 (MME,

2004).

Referências

CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa. Proposta de projeto Gaseifamaz (Finep

– Financiadora de Estudos e Projetos). São Paulo, dez, 2001.

CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa. Proposta de projeto Gaseibras (CNPq –

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). São Paulo, dez, 2003.

COELHO, S. T.; MARTINS, O. S.; SANTOS, S. M. A. Estado da Arte da Gaseificação. São

Paulo: CENBIO, 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSATICA, Disponível em: <http://

www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/default.asp?z=t&o=4>. Acesso em: 20 Setembro 2004.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Disponível em:

<http://www.mme.qov.br/LuzParaTodos/ programa.shtml>. Acesso em: 30 Agosto 2004.

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MUKUNDA, H. S. et.al. Gasifier and combustor for biomass: technology and field studies.

Energy for sustainable development; v. 1, n.3, índia. sep. 1994.

USHIMA, A. Testes no sistema de gaseificação para geração de energia elétrica em comunidade

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In: _________. dez. 2003.

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Sistema agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento

Tarumã Mirim: comunidade agrícola Tarumã Açu

Jesuéte Bezerra Pacheco

José Carlos Martins Brandão

Ronisley da Silva Martins

Jader Marconi de Albuquerque Portela

1. Introdução

A Amazônia tem grandes potencialidades para desenvolver políticas públicas à vida das

populações dos ecossistemas de terra firme e de várzea, voltadas para aquisição de uma qualidade de

vida digna de cidadania e de sustentabilidade ambiental.

Tem-se observado no processo histórico dessa região e do País que o quadro de exclusão

social persiste, e isso se deve ao fato de nem sempre se atentar que as políticas devem ser traçadas de

acordo com a participação da comunidade, considerando a espacialização geográfica, o modo de vida

que engloba todo um processo histórico.

Em detrimento a essa situação e voltada para as populações amazônicas, principalmente, as de

assentamento agrários que ao serem assentadas têm todo um projeto político da união para o

atendimento das famílias no que diz respeito a educação, saúde e economia, mesmo assim, elas

passam por situações de toda ordem social e econômica que conduzem a uma reflexão de

compromisso para inseri-las em um processo que as conduza para um bem estar social que assegure a

cidadania, porém, interagindo com o meio ambiente como forma de desenvolverem atividades

geradoras de qualidade em que todos tenham uma vida saudável.

A exemplo do que vem acontecendo em diversas parte do mundo, uma das políticas que se

verifica como eficaz a essas populações é a concretização de um Desenvolvimento Local como

alternativa viável de conceder uma vida digna para incluí-las em um projeto de gestão pública.

Ao fazer um olhar sobre a Amazônia, com paisagens de beleza cênica sem igual e precisando

urgente de um trabalho que dignifique a permanência da majestosidade que apresenta, o Estado do

Amazonas, um dos maiores que constitui o quadro dessa região, necessita urgentemente de que sejam

implantadas políticas para que a população possa promover a sociodiversidade como há muitos

séculos vem sendo construída dentro do cenário natural, onde as populações são responsáveis por

tantas diversidades de populações ecossistêmicas.

Sendo o Desenvolvimento Local um ponto da economia que faz parte da mundialização, com

tantos atrativos naturais e sociais no Brasil e especialmente na região Amazônica, uma atividade que

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Vale ressaltar que uma das situações que acontece com frequência nas propriedades rurais – e

nas de assentamentos no Amazonas não é diferente – é a frequência muito comum na abertura de

áreas primárias por meio da expansão da fronteira com os roçados de monocultivos. Por conta disso,

no momento em que a fertilidade natural do solo se esgota, como consequência, ocorre a queda da

produtividade e produção, provocando por sua vez a abertura de novas áreas e o uso de mais recursos

naturais subtraídos da mata primária. Na referida comunidade, essa prática de expansão de fronteira

por monocultivos ainda não está acontecendo devido às dificuldades já citadas.

Por outro lado, a produção de carvão é um fator preocupante por dois motivos: 1.°) situação

de saúde – entre outras, não foi verificado uso de acessórios para evitar a inalação do pó de carvão no

momento da retirada do forno/caieira; 2.°) situação ambiental – no momento, o carvão é produzido a

partir da madeira que provém da derrubada da floresta permitida por lei para os roçados de cultivos,

no entanto, o futuro aponta que logo não haverá mais essa matéria-prima de áreas para cultivo e daí é

tendência a procura nas reservas ou em locais mais longínquos, contribuindo para impactar o

ambiente.

Dessa forma, uma das alternativas viáveis para situações em propriedades rurais e, em

específico, na Comunidade Agrícola Tarumã Açu, é a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs),

pois do ponto de vista econômico caracterizar-se-á como uma forma de Desenvolvimento Local

capaz de proporcionar o seu enriquecimento, a partir da implantação de maior diversidade de

espécies agronômicas e florestais nos lotes em que passam as trilhas planejadas para visitação

turística, contribuindo, desse modo, para um melhor aproveitamento, maior produção e,

consequentemente, melhores condições ambientais. Além disso, o aspecto de ambiente equilibrado,

produtivo e agradável que o lugar apresentará, pode ser utilizado de forma proveitosa no sentido de

atrair visitantes em atividade de descontração e lazer como é o caso da atividade turística.

3. Objetivo Geral

Introduzir Sistemas Agroflorestais e a viabilização do Agroturismo como alternativa para o

Desenvolvimento Local, bem como a amenização da pressão à mata primária, aproveitamento de

áreas abertas para os monocultivos e enriquecimento das propriedades de assentados com vistas a

atender aos interesses econômicos, sociais e ambientais da comunidade.

3.1. Objetivos Específicos

Proceder o levantamento e diagnóstico da área.

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Identificar o perímetro das propriedades a serem trabalhadas, considerando o

planejamento das trilhas de visitação turística.

Implementar a formação e/ou capacitação agroturística dos membros das famílias de

assentados.

Implementar um módulo de infraestrutura para abastecimento de água.

Proceder o levantamento e aquisição de espécies vegetais da preferência das famílias

assentadas.

Elaborar o desenho esquemático do sistema a ser implantado, considerando as espécies

selecionadas.

Proceder o levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica, etc.)

para a produção de mudas das espécies.

Implantar um viveiro comunitário para produção de mudas das espécies desejadas pelas

famílias para compor os sistemas.

Implementar cursos de orientação em Educação Ambiental, Turismo e Sistemas

Agroflorestais.

Acompanhar as atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas

(demarcação, coveamento, adubação, etc.).

Organizar a distribuição de mudas e a forma de plantio nas propriedades do assentamento

da comunidade de acordo com o croqui do Sistema.

Sugerir uma comissão para gestão de implantação e implementação dos SAFs.

Tratar os resíduos sólidos orgânicos por meio da técnica de compostagem.

Elaborar Relatório Parcial por ano e um final na conclusão das atividades.

4. Área de implantação do projeto

4.1. Localização da área do projeto

A Comunidade Agrícola do Tarumã Açu faz parte do Assentamento Tarumã Mirim localizado

na altura do Km 21 da BR 174, com acesso terrestre pelo Ramal de Pau Rosa, e fluvial pelos igarapés

Tiú e o Igarapé Tarumã Açu. (Fig. 02).

A referida comunidade localiza-se no leste do perímetro do Assentamento Tarumã Mirim,

entre os meridianos 60° e 60°15’ W, e paralelos 3°04’ e 2°45’ S. Tem seus limites no lado esquerdo

do ramal da Cooperativa, às margens dos igarapés: Buriti, Jacaré, Serraria e Branquinho.

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4.2 Caracterização da área

A área da comunidade possui cerca de 73 lotes, com infraestrutura básica constituída por um

Centro Comunitário para as reuniões mensais da comunidade, onde também funciona como escola

com cerca de 90 alunos matriculados, uma caixa d’água com poço artesiano para consumo

doméstico, e uma igreja evangélica.

4.3 Vias de acesso

Assentamento Tarumã Mirim

As comunicações viárias são permitidas por dois acessos: rodoviário e fluvial. O terrestre é

realizado pela rodovia federal BR-174 que liga Manaus a Boa Vista/(RR) à altura do Km 21. O

referido acesso é feito pelo ramal do Pau Rosa, que liga às comunidades do assentamento. O outro

meio de acesso é pela Região Sudeste, por via fluvial, pelo igarapé Tarumã Açu e seus afluentes

como o igarapé Tiú e Argola. A Região Sudoeste tem acessos pelo Rio Negro e Igarapé Tarumã

Mirim.

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Outra forma é pelo ônibus coletivo urbano da empresa Soltur 305. Este entra no Km 15,

conhecido como Ramal do 15 e vai até a parada da Vivenda Viola. Em frente a essa vivenda segue-se

por um ramal até chegar em um portão de ferro (entra ao lado esquerdo) seguindo até o rio Tarumã

Açu, onde se faz o percurso de canoa ou outro transporte fluvial até o outro lado, onde o porto fica

nas proximidades da residência do Sr. Natanael. Deste local, o trajeto se faz por uma trilha na floresta

dos lotes, por aproximadamente 04 Km até chegar ao centro comunitário.

4.3.3 Acesso via fluvial

O porto de embarque e desembarque se dá por meio de táxis fluviais integrantes da

Associação dos Canoeiros da Comunidade Nossa Senhora de Fátima/ACANDAF. O referido porto

localiza-se no final da pista que passa atrás do Tropical Hotel. Para chegar até o assentamento, há

necessidade de fretar o transporte. O percurso fluvial é realizado pelo o igarapé do Tarumã Mirim até

o igarapé da Serraria, daí segue-se por via terrestre por uma trilha na floresta de 04 Km

aproximadamente até o Centro Comunitário.

5. Metodologia

Este projeto será desenvolvido na Comunidade Agrícola Tarumã Açu da seguinte forma:

Procedimentos em 2005

Levantamento e diagnóstico da área.

Identificação e caracterização do perímetro das propriedades que servirão de unidades

demonstrativas, considerando o planejamento das trilhas de visitação turística.

Processo de formação e/ou capacitação dos membros das famílias de assentados.

Implantação de um módulo de infraestrutura para abastecimento de água.

Levantamento, seleção e aquisição junto à comunidade de espécies vegetais para o SAFs.

Elaboração do desenho esquemático do SAFs a ser implantado, considerando as espécies

selecionadas.

Levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica, etc.) para a

produção de mudas das espécies.

Implantação de viveiro comunitário pelas famílias para produção de mudas a fim de

compor os sistemas.

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Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais – Orientação, Monitoramento

nas atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação,

coveamento, adubação, etc.).

Procedimentos em 2006/2007

Distribuição das mudas, plantio e acompanhamento nas propriedades.

Viabilização do escoamento da produção.

Procedimento em 2007

Aproveitamento dos produtos oriundos do sistema de produção na socioeconomia

familiar.

6. Sistemas agroflorestais, turismo e desenvolvimento local

A base fundamental para a execução do projeto será sustentada pelas experiências contidas

em estudos realizados sobre SAFs, Planejamento Turístico e Desenvolvimento Local.

6.1. Sistemas agroflorestais

Os sistemas agroflorestais são utilizados por muitas regiões tropicais como alternativa para

amenizar as atividades de corte e queima do bosque tropical úmido visando à pratica da agricultura

para a produção de alimentos. Entre as modalidades de sistemas agroflorestais estão os hortos

caseiros tradicionais, cultivos mistos de quintais, sítios ou quintais, os quais normalmente presentes

em nível de propriedade rural ou de assentamento, possuem função importante na contribuição para a

melhoria das condições de renda na agricultura familiar sem causar maiores danos ambientais.

Entende-se por Sistemas agroflorestais a produção caracterizada por formas de uso e

manejo da terra, onde são utilizadas árvores e arbustos em associação com cultivos agrícolas e/ou

com animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa sequência temporal.

Os Hortos Caseiros Tropicais Tradicionais, Quintal Agroflorestal, Terreiro ou Horta

Familiar, Cultivo Misto de Quintal, Sítio ou Quintal são áreas de produção, localizadas perto da casa,

onde é cultivada uma mistura de espécies agrícolas e florestais, envolvendo também criação de

pequenos animais domésticos ou domesticados. São sistemas que ocupam lugar muito singular

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dentro dos SAFs, pelo fato de possuir uma grande diversidade e quantidade de espécies, além de

serem completo em suas funções, variado em estruturas e possíveis associações.

Os hortos caseiros tropicais tradicionais, cultivo misto de quintal, sitio ou quintal possuem

também como características marcantes uma relação dinâmica entre o meio natural e o social, ao

mesmo tempo em que garantem que o produto mantenha as condições favoráveis no lugar. A

estrutura cronológica desses sistemas de exploração apresenta uma forma dinâmica na qual a

sucessão ecológica é manipulada conscientemente pelo agricultor para assegurar uma produção

sustentável e contínua através dos tempos.

Alguns trabalhos realizados no Amazonas como Pereira (2002), Lima (1994), e, Brandão

(2002; 2004), mostram a importância desses sistemas tradicionais no que diz respeito à grande

diversidade de espécies, conservação ambiental e socioeconomia.

Uma casa cercada por laranjeiras, goiabeiras e palmeiras, flores plantadas em latas e vasos,

plantas medicinais e alimentares crescendo na sombra de bananeiras ou na proximidade de

altas mangueiras e abacateiros, galinhas ciscando, comendo insetos, frutas e folhas, é uma

imagem extremamente familiar a quase todos os habitantes da Amazônia (DUBOIS, 1996).

Formação da agrofloresta (hortos caseiros tropicais tradicionais, quintal agroflorestal,

terreiro ou horta familiar, cultivo misto de quintal, sítio ou quintal)

Os procedimentos mais utilizados para o surgimento desses sistemas começam a partir do

plantio do maior número possível de espécies perenes desejáveis nas roças anteriormente ou ainda

ocupadas com cultivos agrícolas de ciclo curto ou semiperenes (geralmente monocultivos).

A distribuição espacial e temporal deve ser observada de acordo com as características das

espécies, afim de que nenhuma das categorias de plantas venha a ser prejudicada por fatores como

sombreamento excessivo, competição por nutrientes e água, etc. A escolha das espécies a serem

utilizadas também deve ser feita levando em consideração esses fatores. Da mesma forma, os

ecossistemas deverão ser considerados, uma vez que em terra firme o desenho e as espécies muitas

vezes precisam ser diferentes dos utilizados nas restingas de várzeas.

Entre os sistemas agroflorestais planejados são vários os desenhos elaborados para os plantios

de forma que possam atender às necessidades e finalidades para as quais estão sendo implantados.

Nos sistemas tradicionais de cultivos, os desenhos costumam surgir de forma mais espontânea, em

função do interesse, disponibilidade de áreas e de espécies e até da finalidade do pequeno agricultor

na sua propriedade. Nesse último caso, mesmo agindo dessa forma, o pequeno agricultor leva em

conta alguns critérios relacionados às características agronômicas das espécies que vai utilizar.

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Para que esses SAFs tenham um consórcio com a atividade turística, há necessidade de um

planejamento específico, como dizem os estudiosos a seguir.

7. Planejamento turístico

Em se tratando da atividade turística para um assentamento e analisando o aspecto

econômico, por mais simples que possa parecer, precisa-se de um planejamento sistematizado para

se ter o conhecimento das possibilidades da área. Essa é uma visão que já é alvo de preocupação

como a de Barreto (1991: 14-17), quando escreve que não há possibilidade de organizar um

trabalho confiável com base apenas no senso comum... Antes de fazer é preciso um estudo

aprofundado de todo o contexto presente, da conjuntura socioeconômica... Sendo assim, é

necessário levar em consideração os princípios (inerência, universalidade, unidade, previsão,

participação), as dimensões (racional, política, valorativa e técnico-administrativa), e a

classificação dependendo da abordagem (temporal, geográfica, econômico, administrativo,

intencional ou teleológico e agregativo).

A esse respeito Rushmann (1997:10) relata que:

Apenas as ações planejadas dentro de uma metodologia científica – com vistas em um

desenvolvimento ‘sustentável’ da atividade turística – poderão conduzir a uma evolução

favorável para os empreendedores, para as populações receptoras, para os turistas e,

consequentemente, para todas as destinações.

8. Desenvolvimento local

Para o entendimento de Desenvolvimento Local é importante atentar para o que defende o

Comitê Econômico y Social de las Comunidades Europeas (CES, 1995):

El desarrollo local es el proceso reactivados de la economia y dinamizadas de la sociedad

local, mediante el aprovechamiento eficiente de los recursos endógenos existentes en una

determinada zona, capaz de estimular y diversificar su crecimiento económico, crear

empleo y mejorar la calidad de vida de la comunidad local, siendo el resultado de un

compromiso por el que se entiende el espacio como lugar de solidariedad activa, lo que

implica câmbios de actitudes y comportamientos de grupos e indivíduos.

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Considerando que o turismo pode ser uma alternativa de Desenvolvimento Local, Silva

(1997:7) Apud Coriolano (1998) relata que:

[...] o desenvolvimento local e turismo implicam na escala territorial. Essa aborda gem levou

[...] a observar que ‘alguns valores culturais e ambientais característicos de determinadas

localidades muitas vezes são esquecidos pelo planejamento regional, deve-se então em uma

escala detalhada destaca-los e procurar alternativas para uma melhor adequação no

aproveitamento de suas virtudes e fragilidades sociais e ecológicas (p. 142).

Nesse sentido, os SAFs, juntamente com os atrativos sócio-culturais da comunidade, bem

como, os naturais, comporão um conjunto de recursos turísticos que servirão ao Desenvolvimento

Local na Comunidade Agrícola Tarumã Açu, visando a uma melhor qualidade de vida, pois o

processo de desenvolvimento estará sendo gerido com a participação da referida comunidade por

meio de diretrizes cujo foco estará voltado para a participação efetiva, gestão democrática e

sustentabilidade.

9. Resultados esperados

O projeto será desenvolvido em 36 meses, considerando que cada etapa terá a duração de 12

meses, contemplando desde implantação e implementação até os resultados previstos.

Etapa 2005

Espera-se implementar:

Constituição da Comissão de Gestão (Assentados) para acompanhamento de todo o

processo de implementação.

Formação de parcerias com instituições, principalmente as públicas, como as

universidades.

Caracterização dos lotes que receberão o SAFs.

Distribuição de água na unidade de produção de mudas e no Centro da Comunidade.

Aquisição de espécies vegetais, agronômicas e frutíferas encontradas na própria

comunidade, bem como, de outros lugares.

Implementação de viveiro.

Implementação dos SAFs nas propriedades, a partir dos desenhos/croquis para cada

propriedade, visto que em cada haverá um modelo, no qual será traçado as trilhas voltadas

para visitação.

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Formação das famílias assentadas por meio de cursos de Educação Ambiental,

Agroturismo, SAFs, para assim administrarem, em conjunto com os coordenadores do

projeto, o desenvolvimento local na comunidade.

Etapa 2006 -2007

Estão previstos:

Acompanhamento dos SAFs pelos coordenadores do projeto, comissão escolhida pela

comunidade de assentados, profissionais da área agronômica, ambiental e de turismo.

Viabilização de escoamento da produção junto aos órgãos do setor primário, como o

Idam, Incra, etc.

Etapa 2007

Estima-se com o acompanhamento da implementação do projeto em 2005 e 2006:

Aproveitamento do sistema de produção na socioeconomia familiar por completo,

considerando o turismo como um consórcio de atividade econômica com o sistema agroflorestal.

10. Considerações finais

As potencialidades encontradas na Amazônia e particularmente nas comunidades de

assentamento do Amazonas poderão ser direcionadas como alternativas econômicas na

complementação da renda familiar e, por conseguinte, ao desenvolvimento local.

Para que o desenvolvimento local aconteça nas comunidades de assentamento, é importante

identificar as necessidades e potenciais do lugar para a realização de um planejamento eficiente.

A Comunidade Agrícola de Tarumã Açu está na área de assentamento agrário do Incra, cujo

diagnóstico realizado junto à população local apontou a necessidade de enriquecer o solo e os

monocultivos por meio dos SAFs, bem como inserir essa alternativa como atrativo do agroturismo.

Pelo fato de a comunidade já receber visitantes para apreciar os atrativos, chegou-se a

conclusão de que o agroturismo seria uma atividade de consórcio para promover o desenvolvimento

local que, no entanto, exige que a população de assentados seja preparada para gerir conjuntamente

as atividades propostas.

Por outro lado, não se deve pensar em uma atividade econômica sem atentar para o ambiente.

Desse modo, o projeto aqui posto pretende desenvolver sistemas agroflorestais para evitar e/ou

minimizar a retirada desnecessária de recursos naturais das áreas de reservas, bem como, aproveitar o

potencial existente para implementar o agroturismo como mais uma alternativa na complementação

da renda familiar.

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Ressalta-se que a implantação dos SAFs será em forma de unidades demonstrativas tendo

como ponto de seleção as propriedades do Centro da Comunidade que recebem desde as trilhas até o

atrativo natural de maior relevância do lugar, no caso a cachoeira. Essas unidades demonstrativas

servirão de modelos para a implantação nos demais lotes da Comunidade Agrícola Tarumã Açu,

dependendo da vontade dos assentados.

Portanto, ao serem implantados e implementados os SAFs consorciados com a atividade

agroturística, se terá como resultado uma geração de renda, um ambiente com menos impacto e uma

qualidade de vida eficiente, e que, somando-se todas essas vantagens, como resultado, haverá o

desenvolvimento local, cuja população não dependerá exclusivamente do Estado como promotor de

políticas públicas, pois estas nem sempre acontecem em prazos condizentes com o desenvolvimento

de lugares como o meio rural e os assentamentos agrários.

Referências

BARTH, J.; BROSE, M. Participação e desenvolvimento local: balanço de uma década de

cooperação técnica alemã no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Sulina, 2002.

BRANDÃO, J. C. Fatores determinantes da renda de pequenos produtores na Amazônia Central.

In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 4., 2002, Ilhéus.

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Agrárias) – Faculdade de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2004.

COMITÉ ECONÓMICO Y SOCIAL DE LAS COMUNIDADES EUROPEAS. El desarrollo local

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INSTITUTO DE TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA (UTAM). Proposta: manejo florestal

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MARTÍN, J. C. El desarrollo local: una estrategia para una sociedad a escala humana. [S.l]: CES,

1995.

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desenvolvimento local na comunidade agrícola Tarumã Açu. Manaus: Universidade do Estado do

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Mirim. Manaus: [s.n], 1999.

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RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas:

Papirus, 1997.

SALLES, M. M. G. Turismo rural: inventario turístico no meio rural. Campinas: Alínea, 2003.

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Projeto experimental para compostagem

Décio Ferreira de Oliveira

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo a produção de um composto orgânico (adubo) para a

Agricultura, no Município de Laranjal do Jari, Estado do Amapá, através de uma técnica de

compostagem experimental, em unidade piloto, gerando uma alternativa de utilização e

aproveitamento local de resíduos “agroextrativistas”, tais como: Caroço de Açaí, Palhas de Arroz e

Milho, Cascas de Mandioca e Castanha, entre outros. Traz informações do município e do distrito

sede, foco das atividades, bem como uma caracterização completa dos resíduos em questão. Por

último, apresenta-se de forma detalhada: dimensionamento a proposta para realização de

compostagem ambientalmente adequada.

Abstract

The aim of this work is the production of an organic composition (seasoning) for Agriculture

in Laranjal do Jari city, in Amapá State, by means of an experimental compounding technique, a

pilot-unit which generates, an alternative of use and local exploitation of “agriculture-extractive”

residues, such as: Açaí seeds, rice and maize straws, chestnut and cassava rinds, among others. It

brings information about the city and the district headquarters, about the focus of the activities, as

well as a complete characterization of such residues. Finally, it presents: dimensioning and the

proposal for the accomplishment of this environmentally-friendly-compounding.

Justificativas

Para o caso de Laranjal do Jari, existem alguns produtos comercializados que podem ser

considerados como agroextrativistas, ou até mesmo agroindustriais, uma vez que estão diretamente

ligados à prática agropecuária e extrativista e são, de alguma forma, beneficiados dentro da área

urbana. Esses produtos geram resíduos que formam uma parcela importante do lixo urbano os quais

não são recolhidos ou dispostos de maneira adequada, tornando-se também um desperdício de

materiais e de energia.

A proposta a seguir não pode ser considerada como uma solução definitiva para essa parcela

do lixo urbano, porque se trata de um experimento piloto, como forma de destinação e

desenvolvimento de técnica de produção, podendo vir a tornar-se uma saída sustentável, uma vez que

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realiza uma coleta regular e seletiva desse lixo, (inexistente até o ano 2004), fomentando assim a

produção eficiente de adubo capaz de reter água e nutrientes, desenvolvendo a microfauna do solo, e

ambientalmente seguro para a prática da agricultura no Município. Outro aspecto importante desta

pesquisa é promover uma reciclagem desses nutrientes ao solo com resíduos da agricultura local,

uma vez que o solo local é arenoso, ácido e com poucos nutrientes, sem precisar importar adubos de

procedência desconhecida, como é feito atualmente. A implantação desse “laboratório”, além de ser

uma iniciativa pioneira na região, também objetiva potencializar a utilização de uma mistura de

resíduos (composto orgânico), agregando valor ao produto final, para o caso de uma possível

exportação desse produto a empresas e agricultores de outras regiões, criando mais emprego e renda

local.

1. Introdução

A Compostagem, em resumo, é o processo de transformação e o aproveitamento de resíduos

orgânicos grosseiros, em material mais refinado como fonte de energia, nutrientes minerais e

carbono, utilizáveis na agricultura, promovido por microorganismos anaeróbios e aeróbios, sob

condições controladas de materiais, temperatura, umidade e pH. Quanto mais diversificados os

materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir.

Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados

lentamente, realizando a tão desejada “adubação de disponibilidade controlada”. Assim, fornecer

composto às plantas, além de melhorar a “saúde” do solo, é permitir que elas retirem os nutrientes de

que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para

aproveitar os adubos sintéticos que são facilmente dissolvidos e arrastados pelas águas das chuvas.

A matéria orgânica “compostada” se liga às partículas (areia, limo e argila), formando

pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a

presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos

desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas. Na agricultura, a compostagem também

tem como objetivo transformar a matéria vegetal muito fibrosa em dois tipos de composto: um para

ser incorporado nos primeiros centímetros de solo e outro para ser lançado sobre o solo, como uma

cobertura.

Essa cobertura se chama “mulche” e influencia positivamente as propriedades físicas,

químicas e biológicas do solo. Dentre os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura

no solo, destacam-se: estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais

capazes de absorver água e nutrientes do solo; aumento da capacidade de infiltração de água e

reposição de micronutrientes, reduzindo a erosão; mantém estáveis: a temperatura e os níveis de

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acidez do solo (pH); dificulta e/ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas)

e em geral ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às culturas

agrícolas permanentes e temporárias, eliminando os patogênicos, sensíveis à ação da radiação solar.

Deve-se entender que todo o método de compostagem, termofílica principalmente, depende

completamente da existência de condições ecológicas internas às leiras que favoreçam os

microorganismos envolvidos no processo. Para tanto, utilizam-se técnicas específicas de confecção

das leiras que são baseadas nas características físicas e químicas dos materiais utilizados e que

objetivam a garantia da aeração interna da pilha, umidade favorável ao processo e o equilíbrio na

relação carbono/nitrogênio (C/N), já que é uma mistura ordenada de resíduos ricos em substâncias

nitrogenadas com restos vegetais de baixo teor em nitrogênio, mas ricos em carbono, que favorece a

ação microbiológica de decomposição sobre essas matérias primas, levando-as a um estado de

parcial ou total humificação. Nas páginas a seguir, apresenta-se, portanto, uma estrutura básica para

caracterização dos resíduos bem como a proposta experimental para produção e obtenção desse

adubo orgânico.

2. Caracterização regional e urbana

O Município de Laranjal do Jari localiza-se no sudoeste do Estado do Amapá na Meso Região

Sul, Microrregião Geográfica 004 e Região Sul do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do

Amapá. Criado pela Lei n° 7.639 de 17 de dezembro de 1987, é o maior município em extensão

territorial (31.170,3 km2), ocupando aproximadamente 21,72% do total da área do referido Estado.

Possui limites com os Municípios de Mazagão, Pedra Branca do Amapari, Oiapoque, Vitória do Jari,

com o Estado do Pará, e com os Países: Suriname e Guiana Francesa. As Figuras 1 (Mapa do

Município) e a 2 (Mapa do Distrito Sede), de acordo com a proposta original, ilustram essas

informações e dão ainda outros detalhes. A sede municipal (ou distrito sede) está localizada ao sul do

Município à margem esquerda do Rio Jari e possui uma altitude de 5,0 metros acima do nível do mar,

Latitude de 01°00’31” S, Longitude (W.G.) de 52°00’31” e dista 320 km da capital Macapá, por

estrada rodoviária.

Em termos populacionais, utilizando-se o método geométrico e de acordo com os dados da

tabela a seguir, o Município é o terceiro maior do Estado, com cerca de 31.892 habitantes em 2004.

Tabela 1 – População de Laranjal do Jari

População/Ano Ano 1991 Ano 1996 Ano 2000

TOTAL 21.372 23.468 28.196

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Cascas de Arroz Cascas, farelo (puim) e crilera 4 meses Periurbana e Rural

Palhadas de Milho Sabugos, cascas e milho de rejeito 4 meses Periurbana e Rural

Cascas de Mandioca Cascas e restos sólidos 4 meses Periurbana e Rural

Cascas de Castanha Ouriços, cascas grossas, películas e

castanhas estragadas (germinadas)

4 meses Urbana e Rural

1 Embora haja um período de safra, ocorre uma variação da produção, mas considerou-se o consumo, bem como a

produção de caroços constante, mesmo porque há o período de consumo de bacaba e/ou açaí branco. 2 Os Micronutrientes serão caracterizados pelas fontes de verduras e legumes restantes das feiras associados às sobras de

alimentos dos restaurantes que não possuem produção significativa.

Como se pode observar, parte dos resíduos gerados e escolhidos estão associados ao seu

período de safra, o que não restringe a sua utilização ou elimina a sua importância na composição do

adubo. Vale ressaltar também que os resíduos foram escolhidos devido ao volume da geração, que é

pertinente agregado ao desperdício por parte dos produtores que utilizam isoladamente ora como

adubo único, como é o caso do caroço do açaí, da serragem e do estrume, ora como alimento para

pequenos animais, como é o caso das cascas de Arroz, Mandioca, Castanha e da Palhada de Milho.

Devido a fatores de solos vistos anteriormente, e até mesmo da produção, tornam-se

necessárias a aquisição e a importação de fertilizantes químicos e/ou insumos que, em outros termos,

são utilizados “resíduos” na agricultura muita das vezes oriundos de outras localidades, o que não

deixa de fomentar a economia e a geração de empregos fora do Município. São empregados como

adubo: torta de mamona, calcário, fosfato, estrume de gado das fazendas do Município de Almeirim,

no Pará, entre outros insumos que não são produzidos no Município.

Por isso, a seguir, estão dispostas detalhadamente as principais fontes específicas geradoras

de resíduos que servirão de base para produção do composto para agricultura de Laranjal do Jari,

suas localizações e descrição do resíduo quanto às suas características e quantidade de produção:

3.1. Fontes geradoras de caroços de açaí

Tradicionalmente, em toda a região, bem como na cidade, é muito grande o consumo do “suco

de açaí” e, consequentemente, grande também a produção de caroços que comumente são jogados

próximos às batedeiras onde ficam apodrecendo e raramente são recolhidos pela Prefeitura ou

aproveitados em pequenos canteiros domésticos. Em Laranjal do Jari, segundo estatísticas da

Secretaria Municipal de Agricultura, a média volumétrica da lata de fruto comercializada é de 8

litros/lata, bem como a média de latas por batedeira é estimada em 10 latas/dia, ou seja, para efeito de

cálculos, admite-se que são produzidos na faixa de 60 a 80 l/dia de caroços desse fruto por batedeira.

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Através de estudos, constatou-se que o açaí é rico em antocianina (substância antioxidante)

que ajuda no combate ao colesterol e aos radicais livres do organismo humano. Além de ser

considerado um dos alimentos que contém ferro, é também rico em fibras, lipídios, vitaminas C, E

e Minerais (Ferro, Sódio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Fósforo). A ideia dessa compostagem é

aproveitar os caroços e o cacho que provavelmente possuem “resíduos” desses nutrientes.

Em nível de informação, o suco é indicado para pessoas com mau funcionamento do aparelho

digestivo e, de acordo com pesquisa da Faculdade de Farmácia da UFRJ, também possibilita a

fabricação de um comprimido para tratamento da hiperplasia prostática (aumento da próstata). Outra

conclusão de extrema relevância diz respeito à propriedade, comprovada pela pesquisa, de que o

extrato do açaí extermina o caramujo (Biomphalaria grablata), que é o hospedeiro intermediário na

esquistossomose.

Tabela 3 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Caroços de Açaí em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras (Locais

de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Caroços de Açaí Batedeira do Nivaldo Av. Tancredo Neves – Vila do Ovo 80

Batedeira da Darlene Av. Tancredo Neves – Agreste 80

Batedeira do Mariho Av. Tancredo Neves – Liberdade 80

Batedeira do Dico Av. Tancredo Neves – Liberdade 80

Batedeira Guilherme Av. Tancredo Neves – Agreste 80

3.2. Fontes geradoras de cascas de arroz

De acordo com dados do IBGE, no ano de 1999, o Município chegou a produzir em 60

hectares, cerca de 50 toneladas do grão e rendimento médio de 833 kg/hectare. Constitui-se em uma

lavoura temporária muito comum na região, tanto por fatores ambientais, como por fatores históricos

e culturais. As cascas ou palhas de arroz são produzidas pelas “piladoras” ou pequenas fábricas de

beneficiamento de arroz dentro da área urbana. Assim como os caroços de açaí, as palhas de arroz são

dispostas nos terrenos da “piladoras” ou são doados para a vizinhança interessada na aplicação em

pequenos canteiros de hortaliças ou para formação de “cama” para criação de galinhas.

Segundo informações dos proprietários e dos produtores, são beneficiados mensalmente em

média, na época de safra, por cada “piladora”, cerca de 1000 kg de arroz, enquanto 35% desse total

são cascas, farelo (puim) e crilera, considerados resíduos, que também chegam a ser comercializados.

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Portanto, para efeito de cálculos, será utilizada a relação: 1000 Kg de arroz cl casca à 650 Kg

(aproxim.) de arroz descascado ou 350 kg de resíduos.

O arroz compõe a base da alimentação da população brasileira e possui na sua composição as

vitaminas: A (Betacaroteno), B1, B2, B3, os minerais: zinco, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio,

além de proteínas, lipídios e glicídios necessários para a boa nutrição diária do organismo humano.

Suas cascas também são ricas fontes de fibras e nitrogênio. As cascas de arroz são bastante utilizadas

como briquetes (palha prensada em tabletes) para geração de energia em algumas usinas

termoelétricas.

Pesquisas recentes também na construção civil prevêem um cimento mais compacto,

resistente e relativamente barato, com a adição das cinzas da casca de arroz, devido à sílica presente.

Tabela 4 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Cascas de Arroz em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras (Locais

de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Caroços de Açaí Batedeira do Nivaldo Av. Tancredo Neves – Vila do Ovo 80

Batedeira da Darlene Av. Tancredo Neves – Agreste 80

Batedeira do Mariho Av. Tancredo Neves – Liberdade 80

Batedeira do Dico Av. Tancredo Neves – Liberdade 80

Batedeira Guilherme Av. Tancredo Neves – Agreste 80

3.3. Fontes geradoras de cascas de mandioca

No Município, a mandioca é cultivada pelo segmento de pequenos produtores, em que a

primeira preocupação está em garantir o sustento da família e o excedente é comercializado

diretamente para o consumidor nas diversas feiras de produtores e/ou para atravessadores que

compram a produção na propriedade. No caso de Laranjal do Jari, o cultivo de mandioca também é

comum devido às condições ambientais favoráveis e do consumo de produtos derivados tais como a

farinha e o tucupi. Praticamente em todas as propriedades periurbanas, rurais e até urbanas

encontram-se áreas plantadas. O gráfico a seguir mostra a evolução da produção de mandioca no

Município de 1997 a 2000:

Município de Laranjal do Jari

Produção no

Município

Anos

1997 1998 1999 2000

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mensalmente cerca de 70 toneladas, ou ± 250 toneladas durante a safra de castanha, das quais, cerca

de 30 toneladas (12%) são ouriços, cascas grossas, películas e castanhas estragadas (germinadas).

Segundo as informações e para efeito de cálculos serão utilizados os seguintes parâmetros:

produção de resíduos: 8400 kg de resíduos/mês; peso específico da castanha: 0,5 Kg/Litro.

Os resíduos – cascas e ouriços de castanha provenientes da unidade de descascadores – são

aproveitados e incinerados para geração de energia e vapor na Caldeira (ver foto). As cinzas

provenientes dessa queima são dispostas no próprio terreno. As “películas” das amêndoas, bem como

as “tortas”, que é produto da prensagem, ou vão para a produção de biscoitos ou são utilizadas como

fertilizante em hortas e/ou ração para galinhas, pela vizinhança interessada. A castanha do Brasil

contém proteínas e gorduras, vitaminas A, D, K e E além de Magnésio, Cálcio e Selênio que é um

mineral antioxidante. Seu óleo está sendo muito utilizado também para fabricação de produtos

farmacêuticos, cosméticos e sabonetes, além da amêndoa, para diversos produtos alimentícios.

Tabela 7 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Cascas de Castanha em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras (Locais

de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Cascas de Castanha Fábrica da COMAJA Av. Tancredo Neves, s/n – Prosperidade 120

Comunidade do Cajari * BR-156 (Rodovia Jari-Macapá) 120

* Foi citada a comunidade de Agua Branca do Rio Cajari como uma possível fonte desses resíduos porque, apesar de boa

parte da produção de castanha ser proveniente dessa localidade, ali mesmo existe um comércio de castanhas descascadas,

gerando consequentemente os resíduos, podendo futuramente ser estabelecido um tipo de coleta.

3.5. Fontes geradoras de palhadas de milho

Assim como a mandioca, outra prática de cultivo bastante difundido no Município é o do

milho. Em diversas propriedades da área urbana, periurbana e rural também são encontradas áreas

plantadas, muitas das vezes até mesmo junto com outras culturas. Além do consumo humano, boa

parte da produção de milho é destinada para a alimentação de pequenos animais tais como: galinhas e

porcos. Segundo o IBGE, no ano de 1999 a produção de milho no Município chegou a 100 toneladas

do grão, em uma área total plantada de 200 hectares, e rendimento médio de 500 kg/hectare.

Constituindo-se também em uma importante fonte de renda para os agricultores.

Os resíduos também são aproveitados pelos agricultores na composição das rações dos

animais, ou como próprio adubo.

As “palhadas de milho” do enunciado será formado pela reunião de todos os resíduos gerados

oriundos da cultura do milho, tais como: palhas, sabugos, cascas e do próprio milho em caso de

rejeito por qualquer motivo. Como a produção de resíduos não possui um controle apropriado para

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efeito de cálculos, serão adotados um peso específico de 400 g/litro, bem como seu fator de redução

de volume, de acordo com o tipo de lâmina a ser utilizada, após trituração, que poderá chegar a cerca

de 30%.

Tudo se aproveita no grão de milho de muitas maneiras: na alimentação, na indústria e na

medicina. A palhada, assim como o próprio milho, segundo diversas análises prévias também é rica

em carboidratos, vitamina E, cálcio, zinco, magnésio, nitrogénio, fósforo e potássio.

Tabela 8 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Palhadas de Milho em Laranjal do Jari

Resíduos Fontes Geradoras

(Locais de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Palhadas de milho S itio do N ogueira B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120

S ítio do Edson B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120

S ítio do Yataco B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120

OBS: Caso seja insuficiente a coleta desses resíduos para a produção do composto, as fontes poderão ser substituídas por

outras propriedades da área periurbana mais próximas.

3.6. Fontes geradoras de serragens de madeira

As madeireiras, serrarias e as movelarias também estão presentes no Município e, além de

gerarem grande quantidade de pó de serragem e lascas de madeiras, constituem parcela importante

da geração de emprego e renda na região do Jari. Chegou-se a comercializar cerca de 1670 m3 em

toras no ano de 1999, segundo o IBGE. Como não há um controle dos resíduos, para efeito de

cálculos estimou-se que cerca de 10% desse volume são resíduos. Como a serragem possui um alto

poder calorífico, é bastante utilizada para produção de carvão ou briquetes (serragem prensada em

tabletes) sendo utilizados como fontes de combustível e até substituição de lenha, além de

artesanatos.

Podem ocorrer problemas com a utilização deste resíduo, tais como: enzimas que matam a

flora bacteriana ou até inibem o crescimento de determinadas plantas bem como aumento da

temperatura, facilitando incêndios e sua propagação, na plantação. No entanto, para fim de pesquisa,

a serragem será utilizada apenas como substrato e criação de volume nas leiras e para comprovar ou

não sua ineficácia no composto, chamado aqui de inibidor teórico. Será estimada uma média de 100

litros de serragem por dia.

Tabela 9 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Caroços de Açaí em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras

(Locais de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

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Serragem de Madeira Serraria do Jorge Estrada do Tira-Couro 240

Madeira. MADECOM Rua Vitória Régia – Agreste 120

COOPMOVEIS Av. Tancredo Neves, s/n – Lot. Sarney 120-

3.7 Fonte geradora de estrume de frango

Esse tipo de resíduo, também conhecido como “cama-de-frango”, é um eficiente fertilizante,

que promove o aumento da produção, com baixo custo, muito utilizado em cultivo de hortaliças e

cogumelos. É uma fonte rica de nitrogênio, fósforo, potássio bem como fonte de bactérias. É um

composto orgânico, resultante da mistura de excrementos, resto de ração, de penas e de material de

forração do piso do aviário. Sua composição química varia conforme o número de aves que passam

pelo galpão de criação. A criação de frango também é uma atividade bastante comum em Laranjal do

Jari constituindo-se fonte de renda e de subsistência para muitas famílias.

No Município, a maior granja com produção considerável pertence ao Sr. Ramalho onde

também é comercializado o estrume curtido e misturado à grama e às podas secas. Estimou-se um

volume de produção diária de 40 litros ou cerca de um (1) saco de 25 kg.

Devem ser respeitadas para aplicação de cama de frango no solo sem prejuízos ambientais,

tendo conhecimento das características do solo e do resíduo. Com isso pode-se utilizar a tabela a

seguir com a constituição média de nutrientes na cama-de-frango.

Tabela 10 – Composição da cama-de-frango, em porcentagem da matéria seca.

Componente Média Variação

Umidade (%) 19,5 4,70-39

Matéria Seca (%) 80,5 61-95

Cinzas (%) 24,7 9-54

Nitrogênio (%) 15,0 2,1-6,4

Fósforo (%) 1,6 0,56-3,92

Potássio (%) 2,3 0,73-5,17

Cálcio (%) 2,3 0,81-6,13

Magnésio (%) 0,52 0,19-0,88

Enxofre (%) 0,50 0,22-0,83

Cobre (ppm) 473 25-1.000

Ferro (ppm) 2.377 529-12.604

Manganês(ppm) 348 125-667

Zinco (ppm) 315 105-669

Fonte: Payne & Donald (1991).

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OBS: A utilização desse resíduo não é regulamentada por lei ou não sofre restrições, no Estado, mas é proibido pelo

governo federal (Ministério da Agricultura), desde 2001, o uso da cama de frango na alimentação de ruminantes,

principalmente de bovinos. O veto à cama de frango como alternativa de alimentação para bovinos decorre da

constatação de que a presença de proteína animal na ração tem sido o principal vetor de disseminação do mal da vaca

louca pelo mundo.

Tabela 11 – Principal Fonte Geradora de Estrume de Frango em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras

(Locais de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Estrume de Frango Granja do RAMALHO Av. Esplanada – Agreste 40

3.8. Fontes geradoras de micronutrientes

As fontes geradoras dos micronutrientes, indispensáveis na formação do composto, serão

oriundas basicamente de duas (2) fontes: restos da(s) Feira(s) Municipais e restos dos restaurantes

mais movimentados do Centro Comercial e Agreste. Na formação da fonte de micronutrientes, os

restos de frutas, verduras e legumes da feira do agricultor serão misturados com os restos de comida

de cinco (5) restaurantes com maior movimento relativo da região.

Como não existem na região grandes geradores significativos, far-se-á uma coleta

diferenciada da proposta, isto é, acumulativa, (ver detalhes no item 7.6.2). A estimativa de geração,

para efeito de cálculos, em função do pouco desperdício e do fraco movimento, é de 45 litros por

semana (5 dias) ou cerca de oito (8) litros por dia, nas unidades geradoras.

A utilização desses resíduos, além de auxiliar na campanha de coleta seletiva do lixo terá por

finalidade manter o desenvolvimento bacteriano bem como a fixação de nutrientes no composto.

Tabela 12 – Relação das Principais Fontes Geradoras de “Micronutrientes” em Laranjal do Jari

Resíduo Fontes Geradoras

(Locais de Coleta)

Endereços Volume Produzido

(litros/dia)

Micronutrientes Rest. Hot Flash Av. Tancred o Neves – Agreste 5

Rest. Churrasco I Rua da Usir a – Centro 5

Rest. Churrasco II Rua Emílio Médice – Agreste 5

Rest. Do Irmão Rua Tirader tes – Agreste 5

Rest. Tropical Avenida Tar icredo Neves – Centro 5

Feira do Agricultor Passarela P rincipal, s/n – Centro 20

3.9. Resumo da caracterização e considerações gerais

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Como visto nos itens anteriores, em relação aos locais de geração e, principalmente, quanto à

composição de cada resíduo, tem-se a seguinte tabela:

Tabela 13 – Resumo da caracterização da produção dos resíduos a serem utilizados

N° Resíduos Y médio estimado (Kg/Litro) Volume Diário (Litros)*

01 Caroços de Açaí (1) 0,600 400

02 Cascas de Arroz 0,350 240

03 Cascas de Mandioca 0,450 240

04 Cascas de Castanha (2) 0,500 240

05 Palhadas de Milho (3) 0,400 360

06 Serragem de Madeira (*) 0,300 480

07 Estrume de Frango 0,625 40

08 Micronutrientes (5) 0,850 45

* Volume Máximo Diário Produzido e estimado para coleta; 1 2 3 Resíduos que deverão ser triturados, obedecendo a seus fatores de redução do volume; 4 Não deverão ser coletados pedaços de madeira. Apenas o produto direto da serragem (pó); 5 Soma de duas ou mais fontes, conforme descrição do item 6.8 anterior.

Os fatores de redução do volume poderão sofrer alterações em virtude do equipamento, e das

variações das lâminas a serem utilizadas, bem como do número de passagens do material. Neste caso,

no dimensionamento do volume a ser coletado, deverá ser considerado um coeficiente de segurança.

Deverão ser previstas e consideradas as variações na produção quantitativa dos resíduos nas

fontes, utilizando-se o período de um ano para a coleta, levando-se em consideração os períodos de

mais e menos chuva no decorrer da realização da compostagem.

Todos os resíduos deverão ser coletados com o mínimo de umidade, para não interferir no

processo de trituração, bem como não alterar muito os parâmetros previstos quanto ao peso, atividade

microbiana e até mesmo na eficiência do transporte. Os recipientes para coleta somente poderão ser

alocados nas fontes geradoras de comum acordo, por escrito, com os responsáveis pelas respectivas

atividades, bem como deverão zelar pelo material quanto ao furto, conservação e outra utilização.

Não poderá haver contaminação dos resíduos, em hipótese alguma, sendo tomadas todas as medidas

cabíveis para que isso não ocorra, nem a introdução e a utilização de produtos ou fertilizantes

químicos. A mão de obra e os materiais/equipamentos a serem utilizados deverão ser

preferencialmente adquiridos no local e deverá haver uma pasta para controle dos documentos da

atividade, tais como: licenças, convênios, contratos, notas fiscais, fichas de controle e o que houver.

4 Projeto experimental para compostagem

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Segue a proposta descritiva das ações para realização do projeto e execução da compostagem

experimental no Município de Laranjal do Jari.

4.1 Concepção do projeto

Conforme as avaliações preliminares que visavam a conceber uma estruturação técnica,

gerencial e principalmente de apoio comunitário ao projeto, possibilitando torná-lo um produto com

credibilidade, aceitação perante o público, ficou definido o seguinte modelo gestor: é um projeto

experimental para introdução de nova produção de composto orgânico tipo mulche, através do

método natural, com aeração e disposição em pilhas cónicas, sem adição de catalisadores ou produtos

químicos, formado pela mistura de, no máximo, de oito (8) tipos de resíduos triturados ou que

deverão ser triturados, oriundos da própria atividade agrícola e extrativista do Município.

O composto produzido terá por finalidade o emprego na agricultura local para melhoria em

termos microambientais do solo e da produção agrícola de Laranjal do Jari. Do total de composto

produzido, parte será destinada à análise na Embrapa e o restante deverá ser empregado em hortas e

propriedades a serem definidas, como laboratório de campo e comprovação de sua eficácia.

As etapas fundamentais dessa atividade, que serão devidamente discriminadas nos próximos

itens constituintes deste trabalho, serão:

Preparação do terreno e aquisição de equipamentos;

Coleta, Transporte e Trituração dos resíduos;

Produção do Composto – Montagem e Monitoramento das leiras de compostagem;

Armazenagem, Utilização e Análises do composto produzido;

Elaboração de Relatório com a Análise e Conclusões, ao final da atividade.

A abrangência do projeto, na sua concepção inicial, propõe atender a todas as regiões de

relevância a partir da avaliação dos seguintes aspectos:

Importância turística e projeção para o Município;

Referência de produção, despertando o interesse do meio acadêmico;

Concentração e interação de produtores de resíduos orgânicos;

Nível de adesão por parte da comunidade e suas representações;

Disponibilidade de espaço físico necessário à implantação do sistema proposto.

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Portanto, esta proposta institucional representa uma solução imediata, sem fins lucrativos na

fase experimental, através de um serviço diferenciado, para o problema de lixo orgânico enfrentado

pelos setores público e turístico, melhorando os serviços de infra-estrutura, em particular a coleta do

lixo agroextrativista bem como seu destino e/ou aproveitamento ambientalmente adequado.

4.1.1 Aparato legal e normativo

Quanto à legislação específica, a atividade deverá atender e obedecer às especificações da

legislação brasileira do Ministério da Agricultura: Decreto-Lei n° 86.955 de 18-02-82, Portaria MA

84 de 29-03-82 e a Portaria n.° 1 da Secretaria de Fiscalização Agropecuária do M. A. de 04-03-83

que dispõem sobre a inspeção e a fiscalização da produção e comércio de fertilizantes e corretivos

agrícolas e aprovam normas sobre especificações, garantias e tolerâncias.

Com relação à produção de composto de resíduos, a legislação determina que o fertilizante

orgânico para ser comercializado deve apresentar as seguintes garantias: matéria orgânica: mínimo

de 40%; índice pH: mínimo 6,0; teor de nitrogênio: 1,0% e relação carbono/nitrogênio: 18/1; não

deve conter patogênicos e metais pesados acima dos limites toleráveis.

As autorizações para coleta e transporte dos resíduos bem como todo o licenciamento da

atividade deverão ser concedidos pela Sema – Regional Sul (Secretaria Estadual de Meio Ambiente).

Também deverão ser adotadas as diretrizes para caracterização da Resolução COEMA 0001/99

quanto ao licenciamento ou simplesmente a autorização da atividade, bem como a legislação estadual

inerente.

No Município de Laranjal do Jari, não há restrições em relação à atividade proposta, no que

diz respeito à legislação vigente. No entanto, vale ressaltar o Capítulo VII da Lei Orgânica

Municipal, que constitui a sustentação legal da atividade proposta, nos Artigos 241 e 247 que

norteiam os deveres do Poder Público respectivamente quanto ao uso da ciência e tecnologia em prol

da política agrícola e melhoramento do solo, para alcance de um desenvolvimento sustentável:

Art. 241 – A política agropecuária utilizará de recursos da ciência e da tecnologia e

propiciará a infra- estrutura necessária à promoção do desenvolvimento econômico e à

preservação da natureza...

Art. 247 – É assegurada a participação dos setores da sociedade civil organizada na

elaboração de planos e projetos relacionados à política agrícola no Município, na forma da

lei.

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carga e descarregamento dos resíduos (Terceirizado)

Acompanhamen

to Técnico

Auxiliar e Orientar na Implementação, Melhorias e Resolução de

eventuais problemas na Operação e Produção

3

Gerenciamento Acompanhar a Formação e Composição das Leiras bem como

controlar a coleta e a entrada dos resíduos e materiais. Fazer e a

identificação, o controle e o monitoramento das leiras

1

Coordenação Responsável pela aquisição dos materiais, marketing e divulgação do

projeto. Responsável pelos contatos institucionais.

1

a) Os serventes serão devidamente contratados por um período determinado e obedecerão a

uma carga horária de 6 horas diárias (das 7:00 as 13:00), de Segunda à Sexta, sendo

responsáveis também pela limpeza/conservação do terreno e subordinados diretamente e

apenas ao gerente.

b) O motorista fará apenas a direção do transporte dos resíduos de acordo com os roteiros de

coleta, num período máximo de 4 horas diárias, juntamente com os serventes. A limpeza

do veículo bem como sua manutenção ficarão sob responsabilidade do mesmo.

c) O gerente terá a responsabilidade operacional e de todo o controle da atividade além de

elaborar relatórios mensais de com o acompanhamento da equipe técnica.

d) A assessoria técnica deverá ser composta no máximo de três (3) pessoas sendo: 1 do Rurap,

1 da Embrapa e 1 da Sema. Deverão apenas orientar e auxiliar tecnicamente o trabalho do

gerente, e o bom andamento da atividade, independentemente. Não estão inseridos no

organograma funcional.

e) A Coordenação do Projeto ficará com a responsabilidade técnica do empreendimento além

da pesquisa de novos implementos e o desenvolvimento de melhoria do processo, junto

com a gerência e a assessoria técnica, além dos contatos institucionais e da divulgação.

4.3. Materiais para mão de obra

Para a execução e manutenção do trabalho da compostagem proposta durante 4 meses, serão

necessários as seguintes ferramentas e acessórios, discriminados abaixo:

Tabela 15 – Materiais para a Mão de obra Operacional (Ferramentas e Acessórios)

Materiais Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)

Pá quadrada com cabo 4 unidades 15,00 60,00

Carrinho de mão 2 unidades 97,00 194,00

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Rasteio com cabo 4 unidades 11,00 44,00

Enxada larga com cabo 4 unidades 10,00 40,00

Vassoura de piaçava 4 unidades 11,50 46,00

Pares de luvas de fio branco 4 pares 2,50 10,00

Pares de botinas de borracha 4 pares 22,00 88,00

Termômetros 10 unidades 7,00 70,00

Sacos plásticos (50 litros) 800 unidades 0.10 80,00

Lixeiras plásticas (35 litros) 5 unidades 15,00 75,00

Mangueira plástica (30 m) 1 unidade 33,00 33,00

CUSTO TOTAL DE MATERIAIS 740,00

OBS: Os custos unitários foram pesquisados em Laranjal do Jari e adotados a média dos preços.

a) Pás Quadradas: serão utilizadas pelos Serventes para encher os contentores e o carrinho

de mão, como também no transporte e no reviramento dos resíduos e do composto.

b) Carrinho de mão: será utilizado no transporte de resíduos para o pátio de compostagem,

bem como para facilitar transportes de materiais diversos.

c) Rasteio e Enxada e Vassourão de piaçava: serão utilizados na construção das leiras no

pátio de compostagem, bem como para reviramentos e manutenção do formato cónico

das leiras, assim como na manutenção da limpeza do pátio de compostagem, da unidade

de apoio e da área de entorno.

d) Termômetros e Mangueira: controle e monitoramento da temperatura das leiras. Os

termômetros deverão ser adaptados em pequenos bastões para facilitar a introdução no

interior de cada leira.

e) Equipamento de Proteção Individuai (Luvas, Botas): será entregue aos serventes para

utilização durante os procedimentos de coleta e manuseio dos resíduos e formação das

leiras.

f) As lixeiras serão utilizadas na coleta dos resíduos “micronutrientes” e ficarão localizadas

nos restaurantes. Os sacos plásticos serão empregados na forragem interna desses

recipientes bem como para armazenamento do composto. Para o transporte de resíduos

será necessária a aquisição ou aluguel de veículo com carroceria suficiente para

carregamento de no máximo oito (8) contentores. Na trituração dos resíduos, como

palhada de milho e caroço de açaí será necessária a aquisição de um triturador

(desintegrador), até mesmo para triturar e propiciar futuramente a introdução e utilização

no composto de pequenas galhadas, folhas e capinas. Ambos os equipamentos serão

descritos e relacionados no orçamento do projeto.

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4.4. Dimensionamento das leiras, pátio de compostagem e unidade de apoio

As leiras deverão ter formato cónico, a favor da segurança, ergonomia dos serventes, bem

como facilitando a operação de reviramento e controle tecnológico. Considerando-se que 1 m3 =

1000 litros e a leira corresponde a um cone circular reto, com dimensões máximas: 0,80 m de altura x

1,60 m de diâmetro e que deverá ser utilizado um coeficiente K = 0,95 devido ao fator de redução do

volume, em função da sedimentação, revolvimento da massa de resíduos e de eventuais perdas,

tem-se que:

V LEIRA = 1/3 x p x R2 x H \ 1/3 x p x (0,8)2 x 0,80 \ V LEIRA@ 0,536 m3 ou 536 litros

Logo: Volume de cada leira @ 536 x 0,95 = 509,20 litros.

Admitindo-se ainda que esse fator de redução poderá sofrer variação em função do grau de

trituração dos resíduos na coleta, e admitindo-se desperdícios e redução da ordem de até 9 litros

durante a própria produção e o transporte do resíduo triturado para o pátio de compostagem, para

efeito de dimensionamento, adotou-se o volume máximo operacional em torno de 500 litros ou 0,50

m3 da leira.

Com isso, o Pátio de Compostagem, local onde serão montadas as leiras, deverá ter uma área

com capacidade para montagem e reviramento de 20 leiras cónicas, ou a capacidade para comportar

cerca de 10 m3 de resíduos, distribuídos em quatro (4) fileiras de cinco (5) leiras (pilhas) cónicas, ou

vice-versa. Admitindo-se que, em termos operacionais, as leiras cónicas serão misturadas/revolvidas

pelo servente com auxílio da enxada e de uma pá, “como se estivesse fazendo uma argamassa para

construção”, será considerado um fator para utilização de área nessa operação (aumento da área da

base), outro fator para circulação de 30% sobre a área total, mais 15 cm correspondente ao diâmetro

da canalização para recolhimento de águas pluviais, tem-se que:

Área da base de cada leira = p x r2 \ p x (0,80)2 \ A Base de cada leira @ 2.01 m2

Area máxima da base de cada leira = p x R2 \ p x (1,30)2 \ A Base de cada leira @ 5.31 m2

Logo, a área do pátio de compostagem deverá comportar, no sentido da largura, quatro leiras

alinhadas lado a lado, assim como cinco leiras no sentido do comprimento. Então, a medida mínima

será: APC = 4 x 2,60) x (5 x 2,60) = 135,20 m2, admitindo-se as leiras lado a lado, com o diâmetro

máximo. Como no pátio estarão previstas áreas de circulação, segurança e drenagem, tem-se que:

APC = 135,20 m2 + 20% (Circulação) + 5% (Drenagem) + 10% (Segurança)

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APC = 135,20 + 20% + 5% + 10% \ APC = 186,58 @ 186,6 m2.

Como a área deverá ser retangular, admitiu-se a relação 1:2. Logo tem-se que:

Largura = 2 x Base; Por isso: APC = 2B2 = 186,6 \ B @ 9,66 m \ L = 2 x 9.66 \ L @ 19.32 m.

Conforme os cálculos, serão consideradas as dimensões de 9,50 x 19,50 m para cada pátio de

compostagem. Vale ressaltar que, em função do terreno para implantação da unidade piloto ser muito

grande, recomenda-se se a construção de, no mínimo, 2 (dois) ou mais pátios de compostagem.

Será considerada como Unidade de Apoio um pequeno galpão com estrutura em madeira nas

dimensões em planta: 6,00 x 8,00 metros, telhado em fibrocimento com piso em concreto e que

servirá para armazenamento temporário de composto, dos contentores e locação do triturador.

Haverá um compartimento, de 3,00 x 4,00 m, fechado com porta e tranca para guarda das ferramentas

e acessórios utilizados pelos serventes, com os seguintes parâmetros:

Ventilação com abertura de, no mínimo, 1/20 da área do piso e não inferior a 0,20 m2;

Caimento do piso superior a 2% (0,02 m/m) em direção oposta à parte frontal para facilitar

a limpeza e a remoção dos resíduos triturados (em todo o piso da unidade de apoio).

O caminhão, de acordo com a definição da gerência comunicada ao motorista, poderá ficar em

garagem já construída, em outro local conhecido, não havendo necessidade de construção.

Ao redor e/ou próximo à Unidade de Apoio deverá existir um pátio (área) para descarga e/ou

armazenamento temporário dos resíduos coletados. Como haverá alternância na coleta dos resíduos e

como todas as leiras não serão montadas ao mesmo tempo, será admitida uma área de 100 m2,

próxima à Unidade de Apoio para facilitar o transporte e o manuseio dos resíduos. Não será

necessário piso de concreto por se tratar apenas de uma área de uso temporário relativamente curto.

No empreendimento também deverá ter área suficiente para o trânsito de veículos e

principalmente do caminhão de coleta bem como estacionamento para veículos de passeio ou

pick-up’s.

Tabela 16 – Resumo do Dimensionamento com as áreas necessárias para as construções previstas

N.° Construção Dimensões (m) Área (m2)

1 Área Mínima da base circular de cada Leira ɸ 1,60 2.01 *

2 Área Máxima da base circular de cada Leira ɸ 2,60 5.31 *

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3 Área Prevista para cada Pátio de Compostagem (20

leiras)

9,50 x 19,50 185,25

4 Area Prevista para a Unidade de Apoio 8,00 x 6,00 48,00

5 Área Prevista para o Pátio de Armazenamento de

resíduos

10,00 x 10,00 100,00

AREA MÍNIMA NECESSÁRIA PARA IMPLANTAÇAO DO PROJETO 284,00

* As respectivas áreas estão inseridas no cálculo do pátio de compostagem.

A locação, bem como o layout da distribuição e a organização espacial dessas construções na

área do projeto ficarão a critério da execução, em função da operacionalidade ótima das atividades,

acesso de veículos, dos ventos predominantes e posicionamento solar.

4.5. Local e infraestrutura para compostagem

De acordo com a área necessária para a atividade, a alternativa de localização da atividade de

compostagem experimental, locação da estocagem de resíduos bem como a instalação do pátio de

compostagem e da unidade de apoio é um terreno de propriedade do Sr. Manoel Gomes de Sousa,

com mais de 1 hectare, de bom acesso viário, que fica na rua Boa Pastor s/n, no bairro do Agreste. O

terreno possui pouca declividade, via de acesso com energia elétrica e água encanada, mas faltando

pavimentação. Existe um pequeno córrego nas proximidades cortando a rua Bom Pastor que dista

cerca de 80 metros da área de influência do terreno.

A região onde será instalada a unidade piloto ou experimental possui área suficiente para

implantação do projeto. A região Central será beneficiada por propiciar um enquadramento em área

de interesse técnico e ambiental, assim como representará um incentivo à urbanização da via, com

valorização imobiliária e certa intensificação do tráfego na via de acesso.

O local disponível no momento poderá ser utilizado para outros projetos, tais como de hortas

comunitárias, área de lazer e/ou “sede campestre” da APAE, constituindo-se num local estratégico

para a divulgação e ampliação do projeto, e entre outras ações públicas, privadas ou de ong’s.

4.6. Rotina operacional

Logo após a execução dos serviços preliminares, tais como: preparo do terreno, aquisição dos

materiais, contratação dos trabalhadores, coleta, transporte de resíduos, etc., a rotina operacional para

produção do composto deverá seguir, impreterivelmente, os seguintes procedimentos:

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a) Recepção dos resíduos: após a descarga do veículo coletor, o lixo deverá ser amontoado

no pátio de descarga (armazenamento temporário) e de acordo com a necessidade, passar

na unidade de trituração. Logo após, poderá voltar ao mesmo pátio ou ir de preferência

direto para a montagem da respectiva leira.

b) Montagem e Formação das Leiras: a montagem das leiras é feita manualmente e em

camadas sendo a primeira de materiais que garantam a aeração da pilha. Em seguida é

despejado o material mais orgânico com micronutrientes proveniente da coleta seletiva e a

última camada é feita com material fibroso ou grama. As leiras serão formadas de acordo

com os percentuais calculados na tabela do próximo item (7.6.1) e a montagem será feita

manualmente, utilizando-se a pá e o carrinho de mão, em camadas por tipo de resíduo,

sendo a primeira e a última, de material fibroso ou materiais que garantam a aeração da

leira.

Deverão ser observadas as alturas e o diâmetro de cada leira. Durante a confecção da leira

de compostagem realiza-se a umidificação do material através de mangueiras, e a

inoculação (mistura) com os resíduos prontos ou em fase de maturação. Este procedimento

é adotado visando à “ignição” rápida do processo pela otimização das condições de

umidade e inoculação que estimulam o crescimento microbiano e a plena colonização do

material, além de reduzir o tempo de compostagem.

c) Reviramento das Leiras: Durante todo o processo de compostagem que durará no

máximo três meses, deverá ser realizado revolvimento ou reviramento das pilhas cônicas,

segundo os critérios, no qual o ciclo de reviramento das leiras se dá a cada 3 dias no

primeiro mês do processo, seguindo-se de um reviramento a cada 6 dias até o fim da fase de

degradação ativa, com finalidade de retornar a aeração no interior da leira, bem como

alternar e renovar a atividade bacteriológica.

d) Monitoramento das Leiras: É a ação determinante do processo de compostagem. Devem

ser controladas: a temperatura pode variar de 45 a 65°C e não ultrapassar os 70°C; a

umidade deve permanecer entre 40 e 60% regando a pilha sempre que necessário e a

Aeração na pilha para favorecer a atividade dos microorganismos. Estes, entre outros

parâmetros serão descritos no item 7.6.3 adiante.

e) Estocagem e Análises: Após o período para estabilização e a obtenção do composto,

primeiramente deverão ser retiradas volumes pré-determinados pelo laboratório da

Embrapa. Em seguida, serão retirados volumes para as hortas selecionas e/ou conforme

solicitação. Por último, o restante deverá ser ensacado (sacos de 50 litros) e empilhado

(com no máximo 6 sacos por pilha) na área de estocagem da Unidade de Apoio (trituração).

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Evidentemente alguns procedimentos poderão sofrer alterações de acordo com o

gerenciamento realizado, mas impreterivelmente deverão ser mantidos ou melhorados os

fundamentos de compostagem como Montagem, Reviramento, Monitoramento das leiras bem como

a manutenção da composição percentual dos resíduos em cada leira, conforme mostra o item a seguir.

4.6.1 Formação de cada leira e composição percentual

O experimento das leiras consiste em variar o percentual de Fibras e Micronutrientes, com

balanceamento de outros materiais reaproveitáveis para verificar sua eficiência, em uma produção de

adubo orgânico aplicável na agricultura.

Conforme visto no item anterior, o volume máximo de cada leira será de 0,5 m3 ou 500 litros.

As dimensões de cada leira foram calculadas em função da caracterização e do volume produzido de

cada resíduo, bem como para produção de composto tipo mulche, que deverá conter 40% do volume

composto por fibras (nesse caso, o açaí foi escolhido). Em função da trituração de quatro (4) resíduos,

e do tipo de máquina utilizada, foram adotados os seguintes percentuais de redução do volume:

Palhada de Milho – 35% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas);

Casca de Mandioca – 25% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas);

Cascas de Castanha – 20% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas);

Caroço de Açaí – 20% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas);

O cálculo para formação do volume de cada leira, bem como suas respectivas composições

gravimétricas estão descritas na tabela a seguir:

Tabela 17 – Composição Percentual e Volumétrica de cada Leira de Compostagem

1.o Pátio de Compostagem

N° da

Leira

Resíduos

Caroço de Açaí Casca de Arroz Casca de

Mandioca

Casca de

Castanha

Palhada de

Milho

S6n*ag6m Estrume de

Frango

Micronutrientes

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

% Volume

(Litros)

01 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 40 200 10 50 10 50

02 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 30 150 10 50 20 100

03 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 20 100 10 50 30 150

04 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 10 50 10 50 40 200

05 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 5 25 10 50 45 225

06 40 240 10 50 15 94 15 90 10 68 - 0 - 0 - 0

07 40 240 10 50 10 63 10 60 10 68 10 50 10 50 - 0

08 40 240 10 50 10 63 5 30 5 34 20 50 10 50 - 0

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09 40 240 10 50 - 0 10 60 5 34 - 0 - 0 - 0

10 40 240 10 50 5 32 5 30 20 135 20 100 - 0 - 0

11 20 120 20 100 20 125 20 120 20 135 - 0 - 0 - 0

12 20 120 20 100 10 63 10 60 10 68 10 50 10 0 - 0

13 20 120 30 150 - 0 10 60 10 68 10 50 20 100 - 0

14 20 120 40 200 - 0 10 60 - 0 - 0 30 150 - 0

15 20 120 10 50 - 0 - 0 10 68 20 100 40 200 - 0

16 40 240 10 50 - 0 - 0 - 0 10 50 10 50 30 150

17 30 180 10 50 - 0 - 0 10 68 10 50 10 50 30 150

18 20 120 10 50 - 0 10 60 - 0 20 100 10 50 30 150

19 10 60 10 50 10 63 - 0 - 0 30 150 10 50 30 150

20 10 60 10 50 - 0 - 0 - 0 40 200 10 50 30 150

(*) - 3660 - 1100 - 503 - 630 - 746 - 1475 - 1050 - 1475

Na montagem da tabela (matriz experimental) anterior, além da baixa produção e

disponibilidade dos resíduos, além das distâncias percorridas, considerou-se o seguinte:

Nas leiras de 01 a 05 serão observadas as influencias, no composto tipo mulche, na

distribuição percentual (variação) dos resíduos: Serragem (Inibidor teórico) e Micronutrientes

(Fundamental) com manutenção de percentual para o Estrume de Frengo que é um fertilizante

considerado muito forte.

Nas leiras de 06 a 10 serão observadas as influências, no composto do tipo mulche uma

distribuição homogênea e variável no demais resíduos em detrimento da falta de

micronutrientes.

Nas leiras de 11 a 15, será realizado o teste com metade dopercentual fibroso, variando-se

aleatoriamente a concentração dos demais componentes, observando-se a influencia também

da falta de Micronutrientes.

Nas leiras de 16 a 20, estará concentrada grande porção de Micronutrientes, variando-se o

inibidor teórico (serragem) e mantendo fixo um percentual de casca de arroz e estrume.

Em virtude da falta de determinados resíduos, principalmente Micronutrientes (baixa

produção), poderão ser realizados testes com outros percentuais não descritos anteriormente. Com a

instalação e a implementação do projeto, também poderão ser realizados contratos/convênios com a

Prefeitura ou particulares para a coleta regular e seletiva de lixo público, tais como: folhas, gramas e

podas que também servirão para substituição de alguns resíduos em falta e também para justificar e

aumentar a utilização do triturador, em detrimento das seguintes variáveis:

Folhas: Para utilizar as folhas estas devem ser bem picadas para que não haja compactação e

também para acelerar na decomposição da leira;

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Grama: Placas de grama são um ótimo isolante térmico e ajudam a manter as moscas

afastadas. Pode-se cobrir a pilha do composto com as raízes para cima e a grama para baixo.

Podas: Podas de arbustos e galhos de árvores são normalmente volumosos e difíceis de serem

degradados, a menos que sejam picados ou retalhados, mas de vez em quando uma camada de

podas volumosas pode ser utilizada na pilha. Esse material torna a pilha volumosa permitindo,

dessa maneira, uma penetração de ar mais eficiente.

Vale ressaltar que, no primeiro momento, os resíduos supracitados não fazem parte da etapa

inicial deste projeto. Serão utilizados como alternativa de substituição em último caso, ou

futuramente.

Em função dos resultados obtidos e das análises feitas nesse 1.° Pátio de Compostagem serão

montadas as composições percentuais dos próximos pátios e/ou leiras. São diversas possibilidades

que poderão ser estudadas.

4.6.2. Sistema de coleta dos resíduos

Boa parte do sucesso na realização da compostagem virá da coleta regular dos resíduos. Será

de fundamental importância porque, além da introdução de uma coleta seletiva, deverá proporcionar

volumes consideráveis e conforme calculado, para formação das leiras.

Para evitar custos fixos com manutenção, bem como manutenção de um motorista que fará

somente a direção do veículo (caminhão), deverá ser feita a contratação de um caminhão coletor de

carroceria baixa e com laterais basculantes com capacidade de carga superior a 1.500 kg visando ao

maior conforto ergonométrico aos operadores e de pequeno a médio porte para facilitar manobras nas

vias. Portanto, inicialmente, após o recebimento da autorização para coleta e transporte dos resíduos

em questão, serão colocados os recipientes padronizados nos locais – ver Tabela a seguir, de comum

acordo com os proprietários, os quais ficarão com a responsabilidade sobre os recipientes.

Será adotado um sistema de rodízio, com troca de recipientes cheios por recipientes limpos, e

será utilizado para a coleta diária. Caberá ao estabelecimento produtor fazer a separação do lixo,

utilizando os recipientes, sem mistura com outros tipos de resíduos.

Tabela 18 – Quantidade de Recipientes (120 litros) por tipo de resíduo para a Coleta

Des

tinaç

ão

Rec

ipie

ntes

Resíduos

Caroço

de Açaí

Casca

de

Arroz

Casca de

Mandioca

Casca de

Castanha

Palhada de

Milho

Serragem Estrume

de Frango

Micronutriente

s

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Na proposta original (Figura 5 no Anexo 3) estão todos os roteiros descritivos de coleta

propostos para os resíduos. Foram considerados: menor percurso e condições de acesso das vias, bem

como as medidas tomadas em planta, considerando-se um acréscimo (fator de inclinação da via).

Em relação à coleta dos caroços de açaí terão preferência os caroços batidos mais recentes, e

em virtude do grande consumo, as fontes poderão ser substituídas sem maiores problemas, enquanto a

coleta das cascas de arroz poderá ser indiscriminada. Em último caso, deverá ser utilizada a piladora

do Sr. Nogueira, que fica localizada próxima ao ramal do Tira-couro (devido à distância).

Quanto às palhadas de milho, a coleta deverá obedecer ao período de safra que vai geralmente

de janeiro a abril e na falta de resíduos, as fontes poderão ser substituídas por propriedades mais

próximas à área urbana, tais como na Rodovia do Gogó e no Assentamento Nazaré Mineiro.

Na coleta das cascas de castanha, vale ressaltar que serão trituradas apenas as cascas mais

grossas que são utilizadas para queima na caldeira da fábrica. As películas com lascas das amêndoas

serão misturadas após a trituração das cascas mais grossas.

Em relação à coleta das serragens de madeira, dar-se-á preferência para a serraria do Jorge

devido à baixa quantidade de lascas e pedaços de madeira, constituída apenas por uma “moinha”.

Tabela 25 – Resumo Descritivo do Sistema de Coleta Proposto

Resíduo Produção Diária (*) Coleta total

Necessária

N° de Viagens

(ida e volta)

Extensão média (km)

Percorrida/viagem Kg Litros

Caroços de Açaí 240 400 3660 31 14,4

Cascas de Arroz 126 240 1100 10 7,8

Cascas de Mandioca 108 240 503 5 3,8

Cascas de Castanha 60 240 630 6 24,7

Palhadas de Milho 108 360 746 7 24,7

Serragem de Madeira 96 480 1475 4 70,0

Estrume de Frango 10 40 1050 8 3,8

Micronutrientes 43 45 1475 13 7,7

* Alguns valores foram estimados conforme descrição do item 6.9.

A extensão em km percorrida por dia de coleta de resíduos é a extensão total linear x 2,

(considerando-se ida e volta) com apenas 1 recipiente (contentor) de 120 litros.

Considerando-se a coleta de todos os resíduos diariamente, a extensão máxima a ser

percorrida é de 98.178 metros ou cerca de 98,2 km por dia, ou seja, o veículo percorrerá no

máximo em 1 ano: 8.247 km.

4.6.3. Controle tecnológico e monitoramentos

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O Controle tecnológico da produção de um composto de qualidade satisfatória e adequado à

aplicação agrícola dependerá e deverá variar em função dos seguintes parâmetros, entre outros:

eficiência da coleta seletiva e adesão da população;

fração orgânica dos resíduos e a fácil estabilidade dessa fração bem como a baixa

demanda biológica por oxigênio (DBO);

trituração e controle adequado da maturação do composto no pátio;

qualidade da composição dos resíduos (carboidratos, lipídeos, proteínas, nitrogênio, etc.);

tipo, época e condição de clima na coleta e no período de compostagem.

Para a obtenção de um produto final (composto) livre de contaminantes biológicos, é

necessário manter um rígido controle do processo, principalmente da oxigenação e da umidade, onde

o binômio temperatura/tempo se tomarão parâmetros de suma importância para a efetiva eliminação

dos contaminantes biológicos (a exemplo dos patogênicos) na compostagem.

Isso significa manter, na fase de degradação ativa, a temperatura na faixa termófila de 40 a

65°C. Se a temperatura ficar acima de 70°C, o composto perde nitrogênio. Se ficar abaixo de 60°C,

não ocorre a higienização necessária. Nesses casos, deve-se revirar a pilha. A temperatura deve ser

registrada em um tabela. A umidade nos limites de 45 a 60% e a oxigenação da massa de

compostagem variando de 0,2 a 0,81 m3 de ar por quilo de sólidos voláteis por dia.

Em um processo normal de compostagem, a temperatura no interior da leira eleva-se

rapidamente nos primeiros três dias, ocasionada pela atividade microbiológica de decomposição do

material, até atingir um pico em torno de 65°C. É desejável que a temperatura se mantenha alta, com

pequenas variações apenas, por dois meses ao menos. Essa fase é chamada termofílica. A fase de

maturação do material leva aproximadamente dois meses e seu início pode ser identificado pela

queda da temperatura da leira. Geralmente ocorrem quedas de temperatura ainda na fase termofílica,

resultado do colapso físico (compactação) da leira, que estanca a atividade microbiológica ao impedir

a difusão do oxigênio para o seu interior. Por isso as leiras sofrem pelo menos um revolvimento que

objetiva o arejamento e reestruturação do material.

A plena aeração da leira cria ambiente propício apenas à multiplicação de microrganismos

aeróbios que são os agentes centrais da compostagem. Evitando-se, assim, que as colônias de

microrganismos anaeróbios tornem-se dominantes na pilha. A escassez de oxigênio estanca o

processo termofílico favorecendo o andamento de um outro processo: o fermentativo, que geralmente

resulta em mau cheiro, e na decomposição lenta do material. A manutenção da umidade adequada

também é importante por dois motivos: 1.o a água é necessária no metabolismo microbiano; 2.° a água

concorre com o oxigênio pelos mesmos espaços físicos. Portanto, o excesso e a escassez de água são

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capazes de estancar a atividade microbiológica. O primeiro por via indireta impedindo o oxigênio de

penetrar na leira, e o segundo por via direta reduzindo a umidade a níveis desfavoráveis.

Grande parte da bibliografia especializada parece concordar que a manutenção de

temperaturas termófilas (próxima a 60° C) por um curto período (que varia de uma hora a três dias, de

acordo com o autor) são suficientes para eliminar os microrganismos patogênicos da massa de

compostagem. De acordo com trabalhos de pesquisa semelhantes nas universidades de Leeds

(Europa) e Federal de Viçosa (Minas Gerais), são necessários, no mínimo, 20 dias sob temperatura

termófila, para que se obtenha índices satisfatórios de eliminação de microrganismos patogênicos em

todo o processo de compostagem.

A atividade microbiana de decomposição termina por gerar grande calor e elevação da

temperatura interna da leira. A não adoção dessas práticas resulta no aparecimento de larvas de

moscas (Musca domestica – Mosca doméstica e Crysomya chochiliomya – Mosca varejeira) que se

favorecem do ambiente de alta concentração de nutrientes dos restos de comida e cama. Essas larvas,

uma vez desenvolvidas, produzem antibióticos que inibem a atividade microbiana, estagnando o

processo de compostagem.

O “rodízio de despejo” é um procedimento de controle adotado para evitar o desenvolvimento

das larvas e consiste na espera de um prazo mínimo de 48 horas para se despejar uma segunda camada

de lixo orgânico em uma mesma leira que esteja sendo confeccionada. Esse prazo é necessário para

que seja possível a identificação da estagnação do processo de compostagem por infestação de larvas.

A compostagem é um processo que ocorre naturalmente, e, desde que siga algumas regras

básicas, tal como é explicado na tabela abaixo indicada, não terá problemas.

Tabela 26 – Resumo dos Procedimentos quanto ao Controle e Monitoramento das leiras

Problema Causa Possível Solução

Processo Lento Material fibroso em demasia. Adicionar micronutrientes e revirar a pilha.

Cheiro a podre Umidade em excesso. Revirar a pilha, adicionar materiais secos e

porosos como serragem ou palhas.

Compactação. Revirar a pilha ou diminuir o seu tamanho. Evitar

colocar grandes quantidades de material oleoso ou

cinzas na pilha.

Cheiro a amónia Demasiados micronutrientes

(excesso de azoto).

Adicionar materiais fibrosos (carbono), como:

folhas, serragem ou palha.

Temperatura

muito baixa

Pilha demasiado pequena. Aumentar o tamanho da pilha ou isola-la

lateralmente.

Umidade insuficiente. Adicionar água quando revirar ou cubrir a parte

superior da pilha.

Arejamento insuficiente. Revirar a pilha.

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Falta de micronutrientes (falta de

azoto).

Adicionar materiais verdes, como aparas de relva,

estrume ou restos de comida.

Clima frio. Aumentar o tamanho da pilha ou isola-la com um

material como, por exemplo, palha.

Temperatura

muito alta

Pilha demasiado grande. Diminuir o tamanho da leira.

Arejamento insuficiente. Revirar a leira.

Pragas Presença de restos de carne ou de

restos de comida com gordura.

Retirar este tipo de alimento da pilha e cobrir com

uma camada de solo, folhas ou serradura,

alternativamente usar um compostor à prova de

roedores ou revirar a pilha para aumentar a

temperatura.

É válido ressaltar que nas leiras a serragem deverá ser distribuída na pilha em camadas finas

para que não haja concentração de material em um mesmo local. Se isso ocorrer, a degradação será

extremamente lenta. Se a serragem for muito fina poderá bloquear a entrada de ar. Deve-se, com isso,

intercalar entre camadas de esterco, para que não haja esse problema.

Para efeito de avaliação da eficiência do processo, serão observados os resultados referentes à

mineralização dos resíduos orgânicos (sólidos voláteis e/ou relação C/N). O processo de

compostagem utilizado foi diferenciado, e deriva de uma versão do processo “windrow” com aeração

por reviramento manual. Independentemente do sistema operacional utilizado (leiras estáticas

aeradas), o princípio teórico do processo foi, obviamente, inalterado, consistindo em buscar a garantia

de que os principais parâmetros que têm influência sobre a eficiência do processo permanecessem sob

rígido controle.

Quanto ao controle e utilização de efluentes

Em função da degradação biológica (fermentação) simultânea, ou seja, do processo misto na

leira que alternará de aeróbico (no momento do reviramento e na superfície), com redução gradativa

da oxigenação no interior da leira, passando para anaeróbico, espera-se uma produção de efluentes

gasosos tais como: CO2 , CH4, H2S, Vapor D’água, entre outros, os quais serão diluídos na atmosfera

e não oferecerão perigo de qualquer poluição do ar devido à baixa produção pontual. Não haverá

procedimento para canalização e/ou aproveitamento desse tipo de efluente.

Outra produção será de efluente líquido devido à manutenção de umidade nas leiras, bem

como às incidências de chuvas na região. Com isso, considerando que o pátio de compostagem

representa uma pequena “bacia hidrográfica”, será utilizado o Método Racional para cálculo das

obras de contenção dos efluentes gerados pelas chuvas de maior intensidade. Esse método calcula a

descarga máxima para drenagem de uma área, considerando a intensidade da chuva constante.

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Considerando-se, portanto:

Chuvas que ocorrem nos meses de janeiro a julho (ou 60% do período de 1 ano = 7,2

meses);

Precipitação máxima (i) registrada no dia = 2.500 mm, logo i @ 104,17 mm/dia; Coeficiente de Run-Off (C) = 0,95 e Área máxima, calculada no item 7.5, igual a 126 m2

Tem-se que: Qm = 0,278 x C x i x A\ (0,278 x 0,95 x 0,10417 x 126)/1140 \ Qm = 0,0024

m3/min.

Como essas chuvas de maior intensidade ocorrerão apenas no inverno, ou seja, na metade do

período proposto de realização do projeto, deverá ser previsto um reservatório de acumulação para

essa vazão máxima calculada, bem como para aproveitamento/retorno dessa água para “regar” e

manter a umidade nas leiras, principalmente para o período do verão e/ou segurança prevendo falta de

água na rede de abastecimento, economizando uso de água potável e evitando a eutrofização de

qualquer corpo receptor de carga de efluente líquido gerado.

Para isso, será considerado: reservatório de base quadrada com 1,60 metros de profundidade

(h, uma declividade (I) do canal de drenagemde 0,2% e revestimento de concreto de (n = 0,012).

Como o registro de chuvas indica um tempo (t) de 15 minutos para a intensidade máxima, tem-se:

Volume máximo do reservatório = Qm x t x 45 dias \0,0024 x 15 x 45 W = 1,62 m3

Como: V = B2 x h\1,62 =B21,00 \B 1,27m. A favor da segurança, será adotado B = 1,30 m

Com isso, o volume total do reservatórioserá de: V’ = (1,30)2 x 1,00 = 1,69 m3

A velocidade do escoamento no canal trapezoidal (ver Figura 4 no Anexo2) será:

Vel.ESCOAMENTO = (1/n) x (Rh)2/3 x l1/2\ Vel.hesc = 13,39 cm/s

Com isso, a vazão no cariai de seção trapezional com no máximo 10cm de pofundidade e

ângulo de inclinação de 30°, será: 0,0094 x 0,1339 = 1,26 litros/segundo no pico de maior chuva.

4.6.4. Finalização das leiras e utilização do composto

O composto pronto (maduro) tem aparência e cheiro de terra e temperatura ambiente com

umidade.

Quando acabado, não degrada mais, mesmo depois de revolvido. Os componentes iniciais não

são reconhecíveis e o que sobra é uma substância com cheiro a terra semelhante a um solo rico em

substâncias orgânicas. Após o período máximo de 3 meses, em cada leira, para saber se o composto

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usar o composto nas caldeiras das árvores. Nesse caso, deve-se espalhar o composto em

camadas de 2 cm à volta das árvores, não misturando com o solo.

Estocagem do restante em sacos plásticos para reserva técnica.

Doação para testes em canteiros e/ou hortas comunitárias.

Testes no viveiro de mudas de eucalipto da empresa Jari Celulose S.A.

Confecção de 200 vasos, com garrafas PET – 10 vasos para cada uma das 20 leiras.

De acordo com a literatura consultada, o meio de crescimento ideal para as plantas deverá ser

1/3 de composto com 1/3 de “terra preta” e 1/3 de areia. Para cada espécie proposta, será utilizado um

percentual de cada leira, ou seja, 20 vazos com 1/3 de composto de cada leira para cada espécie

utilizada. Deverão ser as culturas tradicionais bem como as nativas da região. Deverão ser observados

o tempo de germinação e crescimento bem como o desenvolvimento de cada muda, entre elas:

Temporárias: Milho, Mandioca, Arroz, “Cheiro Verde” e Pimenta.

Permanentes: Açaí, Muruci, Caju, Cupuaçu e Castanha.

Foram sugeridas as espécies mais comuns da região, o que não quer dizer que as mesmas

sejam obrigatórias. Poderão ser incluídas outras espécies, a critério da gerência, juntamente com o

Rurap, que poderá colaborar com a confecção/aquisição de vazos para o laboratório de campo.

Vale ressaltar que aplicações indiscriminadas e contínuas desse composto de resíduos, sem a

consideração do conceito de Balanço de Nutrientes, poderão causar desequilíbrios nos solos, cuja

gravidade dependerá: da composição desse resíduo; da quantidade aplicada; da capacidade de

extração das plantas; do tipo de solo; do tempo de utilização do resíduo.

4.6.5. Estocagem e análise do composto produzido

De acordo com as definições da NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação, tanto o

composto como principalmente os resíduos podem ser considerados Classe II – Não Inertes, devido

às propriedades de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, dos mesmos.

Logo, conforme o disposto na NBR 11174/1989 – Procedimentos para Armazenamento de Resíduos

Classes II – Não Inertes e III – Inertes, para a atividade será adotado:

que os resíduos coletados poderão ser acondicionados a granel, no pátio de recepção e

triagem;

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que, em caso de estocagem, o composto produzido será acondicionado em sacos plásticos,

onde deverão ser empilhados com no máximo seis (6) sacos, um sobre o outro, sob a

unidade de Apoio.

Como visto anteriormente, na Unidade de Apoio, está prevista uma área para a estocagem do

excedente de produção e reserva técnica, que será um local protegido contra a umidade e o sol.

A análise do composto, no que diz respeito à quantificação de nutrientes e à verificação da

conformidade dos parâmetros com a legislação vigente, será realizada nos laboratórios da Embrapa.

A relação carbono/nitrogênio e estreptococos também deverá ser analisada.

Vale ressaltar que a intenção é produzir um composto estabilizado para substituir total ou

parcialmente o uso de fertilizantes químicos, contribuindo para a economia de matérias importadas e

para a sustentabilidade ambiental. O objetivo principal da pesquisa é equilibrar a capacidade de

fornecer nutrientes de um composto estabilizado (húmus) ao solo, aonde a agricultura vai se

desenvolver e as necessidades para nutrir as plantas, para se obter um resultado final com adubação

coerente com a produtividade e qualidade dos produtos almejados pelos agricultores.

5 Análise da atividade e planos futuros

A tendência natural desta proposta é gerar, ao longo do tempo, mais emprego e renda para o

segmento agrícola em questão, fomentando a pesquisa científica na região e melhorando

tecnicamente os trabalhos do campo, além de contribuir para a solução de um dos problemas de solos,

promovendo a implantação de uma “adubação” ecologicamente correta.

Espera-se, com isso, uma redução progressiva do desperdício e da poluição visual

principalmente, com uma melhoria no panorama da limpeza urbana em todos os aspectos, na cidade.

A perspectiva futura evidentemente é o aumento da produção de composto e das vendas de um

produto natural, bem como a formalização de contratos para fornecimento, principalmente para a

empresa Jari Celulose que atualmente utiliza muito adubo em suas áreas reflorestadas, dentre outros

empreendimentos.

O projeto também deverá ser inscrito em prêmios de ecologia com o intuito de arrecadar

fundos para a melhoria e a manutenção da qualidade dos serviços. Em relação aos equipamentos e

mão de obra, também poderão ser alugados/contratados para a Prefeitura, por exemplo, como

suporte/equipamento para os agricultores, em função da elevação dos custos de manutenção.

6. Custos de implantação e operação

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Todas as tabelas com os custos para implantação e manutenção encontram-se na proposta

original com o autor do projeto.

7. Cronograma de atividades

O tempo previsto desde o início da coleta até o composto final poderá variar, na melhor das

hipóteses, de no mínimo oito (8) e o máximo de quinze (15) meses para realização de todas as

atividades necessárias e previstas no projeto, as quais serão divididas em duas fases, conforme

descrição a seguir:

Para Implantação: Considere-se que, em um período máximo de doze meses (1 ano) antes da

compostagem propriamente dita, sejam realizadas as seguintes atividades:

ATIVIDADES PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO -12 MESES

1o 2o 3° 4o 5o 6° 7° 8o 9° 10° 11° 12°

Reforma e/ou Adaptação da Infra-Estrutura

Preparação e Limpeza do Terreno

Obras e Construções Previstas

Aquisição de Equipamentos e Assessórios

Contatos para recolhimento dos Resíduos

Instalação dos Recipientes Coletores

Testes de Operacionalidade

Contratação do pessoal de Campo

Coleta, Trituração e Formação gradativa das leiras

Regularização e Autorização junto a SEMA

Para Realização do Projeto de Compostaqem Proposto: Considere-se que para obtenção de

um adubo orgânico apropriado para ser utilizado na agricultura e de acordo com a compostagem

proposta serão necessários de dois (2) a três (3) meses – período máximo, para cada pátio de

compostagem produzir 20 variações de composto, conforme a descrição abaixo:

Formação das leiras e Compostagem dos Resíduos:

Máximo de 3 meses (à medida que forem coletos e montadas as leiras)

Vale ressaltar que a coleta dependerá principalmente do período de safra bem como da

produção dos respectivos resíduos. Caberá à gerência definir as melhores datas para realização para

início.

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Marketing e Divulgação para visitas:

Antes da implantação e depois que estiverem formadas mais de 50% das leiras previstas

(11 leiras).

Reuniões da Equipe Técnica:

Deverão ocorrer no início, com espaçamento de 3 meses entre as seguintes e/ou

disponibilidade. Envio de Amostras para a Embrapa e Estocagem:

Após finalização de cada leira, de acordo com disponibilidade e datas combinadas com a

Embrapa. Montagem das Mudas (Laboratório de campo):

Após finalização de cada leira e de acordo com a disponibilidade do Rurap.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LIMPEZA PÚBLICA – (ABPL). Revista Limpeza Pública, v. 49,

out. 1998. Trimestral.

BARRETO, C.X. Prática em agricultura orgânica. 2. ed. [S.l]: ÍCONE, 1985. (Coleção Brasil

Agrícola).

CAMPBELL, S. Manual de compostagem para hortas e jardins. [S.l]: [s.n], 1995.

COELHO. Fertilidade do solo. Campinas: Instituto Campineiro, 1973.

EFEITO DO COMPOSTO DE LIXO ORGÂNICO URBANO DE BARCARENA-PA NA

PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE MILHO EM CASA DE VEGETAÇÃO. Boletim de

Pesquisa n. 26, [S.l], EMBRAPA, dez. 2000.

EMBRAPA. Compostagem de lixo orgânico no município de Barcarena-PA. [S.l]: [s.n], 2000.

GEA-SEMA;GTZ-SEBRAE. Estudo de viabilidade econômica, técnica e operacional de sistemas de

reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos em Macapá e Santana: Projeto G. A. Urbana no

Amapá. [S.l]: [s.n], 2001.

IPT. Manual de gerenciamento integrado: lixo municipal. São Paulo, 1996.

KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Ceres, 1985.

LELIS, M.P.N. Estudo e avaliação do balanço de umidade na compostagem: determinação dos

limites toleráveis em função da velocidade de degradação e controle de impactos ambientais

(produção de odor e chorume). Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1998. 180 p.

Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Universidade Federal

de Minas Gerais, Minas Gerais, 1998.

LEME, F. P. Engenharia do saneamento ambiental. Rio de Janeiro: LTC, 1982.

MÉTODOS DE COMPOSTAGEM RÁPIDA: projeto tecnologias alternativas – fase. [S.l]: [s.n],

1987.

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PAYNE, V. W. E.; DONALD, J. O. Poultry waste management and environmental protection

manual. Alabama: Auburn University. 1991. 50p.

PEIXOTO, R. T. G. Compostagem: opção para o manejo orgânico do solo. Londrina: IAPAR, 1987.

PEREIRA NETO, J. T. Manual de Compostagem. [S.l]: [s.n], 1996.

Anexo

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Contagem da População e

Agregados de setores do Município de Laranjal do Jari. Dados Censitários de 1991, 1996 e

2000.

SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Amapá. Dados do

Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado do Amapá.

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Metodologias e Fórmulas.

INPA – Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia: Informações de Pesquisas –

www.inpa.gov.br – data: 15-05-2004.

RURAP – Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá.

http://www.aviculturaindustrial.com.br – data: 03-03-2004.

http://www.esb.ucp.pt/compostagem – data: 03-03-2004.

http://www.planetaorganico.com.br/composto.htm – data: 03-03-2004.

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Propostas selecionadas para serem agraciadas com o Prêmio Professor Samuel

Benchimol 2004

Categoria: Econômica/Tecnológica

1.° colocado: Alfredo Kingo Oyama Homma

Estado: Pará

Título: Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para áreas

degradadas da Amazônia

Instituição: Embrapa Amazônia Oriental

2.o colocado: Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

Estado: Amazonas

Título: Tecnologia do Pescado aplicado ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do

Estado do Amazonas

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa

3.o colocado: Jerusa de Souza Andrade

Estado: Amazonas

Título: Agregação de valor e conservação das matérias primas regionais

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa

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Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para as áreas

degradadas da Amazônia1

Alfredo Kingo Oyama Homma

*Mestre pela Universidade Federal do Amazonas/Centro de Ciências do Ambiente – CCA/UFAM.

***Acadêmicos do Curso de Turismo – Escola de Artes e Turismo/Universidade do Estado do Amazonas. 1 Biólogo, Mestre e Doutor em Botânica Tropical, Pós-doutorado em Plantas Medicinais Chefeldo Setor de Inventario

Floristico e Económico do Inpa.

Doutorado em Economia Rural, Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Trav. Éneas Pinheiro, s/n, Bairro Marco,

CEP 66095-100, Belém, Pará.

1. Introdução

O bacurizeiro (Platonia insignis Mart. – Clusiaceae) possuí uma característica ímpar de

efetuar o brotamento a partir de suas raízes. Dessa forma, nas antigas áreas de ocorrência de

bacurizais verifica-se o brotamento dessa espécie arbórea, como se fosse uma erva daninha, na luta

pela sobrevivência. O objetivo seria transformar esses rebentos que nascem, espontaneamente,

mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, controle das copas e dos brotos, das ervas

invasoras e adubação, permitindo a formação de bosques de bacurizais, criando nova alternativa para

as áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó.

O extrativismo do bacuri faz parte do elenco de “produtos invisíveis” extraídos da floresta

amazônica [pupunha (Bactris gasipaes Kunth), uxi (Endopleura uchi (Huber) Cuatrecasas), tucumã

(Astrocaryum aculeatum G. F. W. Meyer), bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.), etc.] e outros já

domesticados (jambu (Wulffia stenoglossa), pupunha, etc.) que não são computados nas estatísticas

oficiais e que são importantes na estratégia de sobrevivência da agricultura familiar. Além dessa

escassez de informações econômicas, pouco se conhece sobre os aspectos tecnológicos dos sistemas

de manejo de bacurizeiro desenvolvidos pelos próprios coletores. As instituições de pesquisa

científica agora é que estão despertando para a importância do manejo e das primeiras tentativas de

sua domesticação. O bacurizeiro é uma árvore perene que ocorre em baixa densidade na floresta

primária entre 0,5 a 1,5 árvore/hectare e que suas brotações descontroladas aumentam na vegetação

aberta de transição, especialmente das áreas já derrubadas que podem alcançar até 1.800

rebentos/hectare (Medina e Ferreira, 2003). As árvores adultas podem atingir até 35 metros de altura,

com tronco de até dois metros de diâmetro à altura do peito (DAP), que torna atrativo para a

exploração madeireira, razão da sua destruição.

A área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do rio Amazonas, com ocorrência

mais acentuada na microrregião do Salgado, na ilha do Marajó e em alguns municípios da

microrregião Bragantina (CAVALCANTE, 1991). Nesses ambientes antrópicos, o bacurizeiro

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prolifera com extrema facilidade, principalmente por brotações de raízes, muitas vezes chegando a

dominar completamente a paisagem, sem, contudo, conseguir recuperar o tamanho original,

decorrente da sua destruição pelas contínuas roçagens.

O manejo do bacurizeiro pode ser efetuado a partir das brotações radiculares dessa planta nas

áreas derrubadas para os roçados abandonados. A produção dos frutos ocorre se as árvores forem

salvas de derrubadas futuras e da entrada do fogo, entre oito a dez anos. Trata-se de uma planta rústica

que, devido ao crescimento do mercado de frutos, passou a receber atenção de agricultores que

começaram a salvar algumas árvores de bacurizeiros nos quintais, sem nenhuma técnica. O “manejo

atual” consiste em privilegiar as brotações mais vigorosas deixando um espaçamento aleatório de 4 a

8 metros nos roçados que são abandonados, e os cuidados posteriores referem apenas a roçagens

anuais e quando adultas, para facilitar a coleta dos frutos.

O desenvolvimento de técnicas de manejo apropriadas para bacurizeiros teria a condição de

modificar a capacidade de suporte para uma capacidade limite, equivalente a de um plantio racional,

semelhante ao que está ocorrendo com os açaizais (Euterpe oleraceae Mart.) (PETERSON; FISHER,

1977; FISHER, 1981; NOGUEIRA, 1997; NOGUEIRA; HOMMA, 1998). Com isso modificaria

também os custos de extração e a rentabilidade. Nos casos do bacurizeiro que sofre duplo

extrativismo (coleta de fruto e extração de madeira) e da competição com atividades agrícolas em

termos de substituição do espaço, o crescimento do mercado de fruto deve ser aproveitado para

consolidar a mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó, como um grande centro produtor

dessa fruta.

Com a valorização dos frutos do bacurizeiro, sobretudo nos últimos dez anos, seria importante

incentivar práticas de manejo adequadas para produtores da mesorregião do nordeste paraense e da

ilha de Marajó. O fato de as áreas de ocorrência de bacurizeiros sofrerem forte pressão de ocupação

pode estar restringindo as possibilidades desse aproveitamento futuro com grandes perspectivas de

mercado, de geração de renda e emprego e de regeneração das áreas degradadas.

Por outro lado há necessidade de incentivar plantios racionais dessa árvore, cuja procura pelas

agroindústrias para atender compromissos de exportação (nacionais e externos) apresenta limitações

por ser totalmente dependente de estoques nativos. O crescimento do mercado de bacuri também está

induzindo a realização de plantios “pé franco” através de sementes e mediante enxertia, no Município

de Tomé-Açu, para apressar a frutificação e o tamanho da copa. Dessa forma, é importante conhecer

os atuais sistemas de manejo que estão sendo utilizados pelos agricultores nas áreas de ocorrência dos

bacurizeiros no Estado do Pará face a inexistência de maiores conhecimentos experimentais sobre

essa planta. Existe, também, grande limitação quanto a maiores conhecimentos sobre seu cultivo, que

precisam ser avaliados a partir dos estoques naturais existentes. As possibilidades de mercado para a

polpa do bacuri são semelhantes a do açaí e do cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd ex. Spreng)

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Schum), no qual se verifica um evidente conflito entre a oferta natural e a pressão da demanda dessa

fruta. Esse mercado potencial indica que o setor produtivo já deveria estar com a mesma área plantada

de cupuaçuzeiros na Amazônia, estimada em mais de 25 mil hectares.

A frutificação é sazonal e a queda dos frutos ocorre, em sua maior parte, de janeiro a março. A

polpa do bacuri é cotada a R$ 10,00/quilo e na entressafra alcança R$ 16,00, três vezes mais do que a

polpa de cupuaçu. Não existe plantio comercial em produção e a árvore nativa só frutifica depois de

oito a dez anos e as mudas enxertadas começam a ser vendidas a R$ 25,00 que podem frutificar

depois de cinco anos. Uma árvore adulta produz de 100 a 800 frutos, com uma média de 400 frutos

por ano, que poderia render R$ 80,00 ao agricultor (SHANLEY et al, 1998; PEREIRA FILHO, 2001;

MEDINA; FERREIRA, 2003). O preço da fruta está cotado a R$ 0,25 a R$ 1,00 nas feiras livres de

Belém (SHANLEY et al., 1998). Outro problema do bacuri é o baixo rendimento da polpa, que é de

apenas 10 a 12% do peso do fruto e os equipamentos industriais não conseguem despolpar o bacuri,

constituindo desafios para a pesquisa.

2. O extrativismo e o crescimento do mercado

O início da agricultura, há cerca de 10 mil anos, decorreu da impossibilidade de a coleta de

produtos da Natureza atender contingentes populacionais crescentes e do tempo alocado nessa

atividade. Desde quando Adão e Eva provaram a primeira maçã (Matus sp.) extrativa no Paraíso, o

Homem verificou que não poderia depender exclusivamente da caça, da pesca e da coleta de produtos

vegetais da floresta. Dessa forma, desde quando se iniciou a agricultura, o Homem domesticou cerca

de três mil plantas e centenas de animais, constituindo a base da agricultura mundial. Este mesmo

fenômeno ocorreu e está ocorrendo na Amazônia. Vejam as domesticações do cacau (Theobroma

cacao L.), seringueira (Hevea brasiliensis), cupuaçu, guaraná (Paullinia cupana HBK, var. sorbilis

(Mart.) Ducke), pupunha, jambu, jaborandi (Pilocarpus microphyllus Statf.), coca (Erythroxylum

coca), entre outros, na Amazônia. Atualmente, ninguém está comprando laranja (Citrus sinensis

Osb.), banana (Musa paradisíaca L.), feijão (Phaseolus vulgaris L.), tomate (Lycopersicum

esculentum), carne bovina, frango, etc. provenientes do extrativismo ou da caça, porque foram todos

domesticados. Naturalmente, existem dezenas de produtos, como a pesca, a madeira, o palmito, o

açaí, a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa H.B.K), que em função do estoque disponível, a oferta

ainda é totalmente extrativa. Alguns produtos que ainda dependem de coleta extrativa, como o bacuri,

já atingiram o limite da capacidade de oferta ou já estão decrescendo, como é o caso do pau-rosa

(Aniba rosaeodora), castanha-do-pará, etc. Mesmo para alguns animais considerados de difícil

domesticação, já se fazem criações de peixes, javalis, rãs, camarões, escargots, jacarés, ostras para

produção de pérolas, sanguessugas, avestruzes, emas, codornas, etc. (HOMMA, 1993).

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Quando o mercado está em crescimento e o setor extrativo não consegue atender a demanda, a

domesticação torna-se inevitável, desde que seja viável tecnologicamente. Enquanto o mercado for

pequeno ou o produto extrativo existir em grande estoque, a economia extrativa tem condições de

sobreviver. Desconhecer esse aspecto seria negligenciar as evidências históricas na Amazônia, do

País e do mundo. A domesticação de produtos extrativos dependerá, então, do crescimento da

população urbana, das exportações, entre outros. Enquanto essas transformações não acontecem, o

mecanismo de autocontrole tende a restringir a domesticação ou o dualismo do extrativismo com os

plantios racionais. A manutenção do extrativismo está condicionada aos custos menores decorrentes

da sua extração, existência de grandes estoques, aproveitando os lucros ricardianos, promovendo o

aproveitamento dos estoques mais produtivos e de fácil acesso. Muitas vezes, o desconhecimento ou

a inacessibilidade podem fazer com que os estoques mais produtivos sejam utilizados posteriormente.

Mesmo para os “produtos verdes”, com o processo de democratização desses produtos, é

improvável a sua manutenção, pela impossibilidade de atender ao crescimento da demanda.

Determinados nichos de mercado, como o aproveitamento de casca de coco (Cocos nucifera), couro

vegetal, camisinhas e sandálias de látex de seringais nativos, entre outros, vão depender do processo

de democratização e do crescimento do mercado. Se de fato crescerem, as forças de mercado

induzirão no processamento industrial em locais de grande abundância dessas matérias-primas, como

no sudeste asiático. Se tiverem um grande crescimento, a tensão entre a oferta e a demanda vai ser

evidente, além de eficácia duvidosa da conservação dos recursos florestais em longo prazo. Os

hábitos regionais induzem, também, à formação de nichos de mercado, como se verifica no consumo

urbano de tucumã em Manaus e da pupunha cozida em Belém.

O mercado pode induzir à conservação de produtos extrativos. Enquanto prevalecia a extração

de palmito de açaizeiro, levando à violenta destruição dos estoques, o Presidente Ernesto Geisel

assinou a Lei 6.576, de 30/09/1978, proibindo a derrubada de açaizeiros em todo o território nacional,

que não teve nenhum efeito. Com a valorização e o crescimento do mercado de frutos de açaizeiros, a

partir da década de 1990, a conservação dessa palmeira passou a ser efetuada pelos próprios

ribeirinhos. No caso da produção de palmito, no momento, está sendo dirigida para a extração de

açaizeiros em locais distantes para o transporte de frutos e o plantio de pupunha.

No sudeste paraense, onde predomina a presença de cupuaçuzeiros nativos, o curto espaço de

tempo para a entrada em frutificação favoreceu a expansão dos plantios racionais, contribuindo para a

incorporação das áreas de florestas remanescentes, promovendo a derrubada e a sua substituição por

culturas de ciclo curto e pastagens. Em médio prazo, a dupla oferta de cupuaçu, tanto de origem

extrativa como de plantios racionais, deverá ser suplantada com a expansão dos cupuaçuzeiros

plantados, tanto em nível local como regional, acompanhando o crescimento do mercado.

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É interessante verificar que o desaparecimento da produção extrativa de castanha-do-pará no

sudeste paraense não decorreu da sua substituição pela produção proveniente de plantios racionais.

No caso das castanheiras, as razões da desintegração da economia extrativa estão relacionadas com o

conflito decorrente da ocupação comum do espaço geográfico pelos diferentes atores sociais que

emergiram, a partir da década de 1970, e do interesse do Estado representado pelos recursos minerais.

A primeira questão que emerge quanto à destruição dos estoques de castanheiras no sudeste paraense

refere-se à irracionalidade desse fenômeno. Enquanto os movimentos ambientalistas desenvolvem a

tese da procura de mercados para os produtos florestais, no intuito de sua valorização e com isso

evitar a sua destruição, no caso da castanha-do-pará, trata-se de um produto já conhecido no mercado

internacional desde a década de 1920.

3 O extrativismo como ciclo econômico

O extrativismo constitui um ciclo econômico constituído de três fases distintas (Figura 1). Na

primeira fase, verifica-se um crescimento na extração, quando os recursos naturais são transformados

em recursos econômicos com o crescimento da demanda. Na segunda fase, atinge-se o limite da

capacidade de aumentar a oferta, em face dos estoques disponíveis e do aumento no custo da

extração, uma vez que as melhores áreas tornam-se cada vez mais difíceis. Na terceira fase, inicia-se

o declínio na extração, decorrente do aumento na demanda, induzindo ao início dos plantios

domesticados, desde que a tecnologia de domesticação, iniciada nos quintais interioranos e nas

instituições de pesquisa, esteja disponível e seja viável economicamente. A expansão da fronteira

agrícola, a criação de novas alternativas econômicas, o aumento da densidade demográfica, o

processo de degradação, o aparecimento de produtos substitutos são também fatores indutores desse

declínio. A expansão da lavoura da juta (Corchorus capsularis), a partir do final da década de 1930

nas várzeas amazônicas, está associada ao aproveitamento da mão de obra liberada dos seringais e da

impossibilidade da importação de juta indiana durante a II Guerra Mundial.

A redução das áreas de castanhais no sudeste paraense está relacionada a fatores externos à

economia extrativa, como a vinda de migrantes, que tem como sentido de luta o acesso à terra para

fins agrícolas mais do que a de dedicar à coleta da castanha-do-pará em uma área reduzida. As

transformações econômicas, sociais e políticas decorrentes das descobertas de jazidas minerais de

Carajás, garimpos, expansão da pecuária, abertura de rodovias, entre outras, constituíram em fatores

indutores do desaparecimento de mais de 70% das áreas originais de castanhais. No caso do

extrativismo do babaçu (Orbygnia phalerata), no Maranhão, o aparecimento da indústria de óleos

baseados em culturas agrícolas, como soja (Glycine max L. Merrill), amendoim (Arachis hypogaea

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Amazônia, foi como se tivesse desligado um eletrodoméstico da corrente elétrica. Esse caminho foi

seguindo anteriormente com o tomate (Lycopersicum esculentum) e a batata inglesa (Solanum

tuberosum) originária da cordilheira dos Andes, do fumo (Nicotiana labacum), do milho, da cinchona

(Chinchona Calisaya, C. ludgeriana), entre outros, transformando em cultivos universais pelos

primeiros colonizadores. De forma inversa, muitas plantas de origem africana, como o cafeeiro

(Coffea arabica L.), dendê (Elaeis guineensis), quiabo (Hibiscus esculentus), melancia (Citrullos

vulgaris Schrad), tamarindo (Tamarindus indica), entre outros, foram domesticadas no País.

No caso de produtos extrativos com grande importância econômica, o caminho inevitável é a

domesticação, o manejo ou a descoberta de substitutos sintéticos quando a escassez de produtos é

verificada, quanto à inelasticidade da oferta e ao crescimento da demanda. Os produtos extrativos que

têm demanda elástica ou possibilidade de controle do mercado têm mais chance de serem

domesticados, devido à possibilidade de capturar o excedente do produtor. A domesticação de

jaborandi e o começo do processo de domesticação da fava d’anta (Dimorphandra gardeniana e D.

mollis), pela Merck, podem ser considerados exemplos desse caso. Milhares de plantas e animais

também domesticados pelo Homem nos últimos dez mil anos entram nessa categoria.

Naturalmente, existem plantas e animais que nunca serão domesticados, por não terem

importância econômica, devido ao longo tempo necessário para obtenção do produto, à existência em

grandes estoques, por serem bens de luxo ou à impossibilidade tecnológica de sua domesticação.

Apesar da importância econômica, como é o caso do babaçu e do tucum (Bactris setosa Mart.) ou de

madeiras duras como o jacarandá-da-baia (Dalbergia nigra), provavelmente serão substituídos por

outras alternativas ou serão abandonados. Os produtos extrativos que apresentam grandes estoques,

como recursos madeireiros, açaí, castanha-do-pará, babaçu e até mesmo a seringueira também entram

nessa categoria, mediante subsídios governamentais. No caso de animais, o processo de domesticação

tende a ser orientado para as características que facilitam a coexistência com o Homem,

comportamento sexual promíscuo, interação adulto-jovem, facilidade de alimentação, entre outros.

Por exemplo, a coleta de cogumelos selvagens com porcos treinados, na Europa, sempre irá existir,

convivendo com aqueles obtidos mediante o cultivo que atende à totalidade do mercado mundial. É

muito improvável que criações racionais de baleia ou de onças, bem como o plantio de árvores que

levariam um século para atingir a sua maturidade, sejam viáveis economicamente.

Na região amazônica, por exemplo, das centenas de frutas nativas existentes, vários são

produtos extrativos invisíveis, sem importância econômica definida, somente alguns sofrerão o

processo de domesticação. Enquanto existirem estoques dessas plantas na natureza e compensarem a

mão de obra para a sua coleta, a atividade extrativa pode perpetuar, pelo menos até que alguma força

externa afete esse equilíbrio.

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A domesticação começa na seleção efetuada pelos próprios coletores observando

características úteis do seu interesse e, dependendo do crescimento do mercado, tende a avançar

depressa, até mesmo em uma situação de completa ausência de pesquisa, como aconteceu com o

cupuaçu e a pupunha. Por outro lado, existem plantas das quais a domesticação tende a ser bastante

difícil, como o de uxi com baixa e lenta taxa de germinação e do longo tempo para a entrada do

processo produtivo. Em outras situações, a intervenção da pesquisa se torna necessária, como foi o

caso da domesticação da pimenta longa.

4 As políticas de manutenção do extrativismo

Mercados constituem a razão para a existência e o desaparecimento de economias extrativas.

A transformação de um recurso natural em um produto útil ou econômico é o primeiro passo da

economia extrativa. Contudo, à medida que o mercado começa a expandir, as forças que provocam o

seu declínio também aumentam. A limitada capacidade de oferta de produtos extrativos leva à

necessidade de se efetuar plantios domesticados ou do manejo e à descoberta de substitutos sintéticos

ou de outro substituto natural.

As reservas extrativistas estão sendo consideradas como uma alternativa de se evitar o

desmatamento na Amazônia, melhor opção de renda e emprego, proteção da biodiversidade, entre

outras atribuições. Isto constitui um grande equívoco, uma vez que o ato de desmatar é um reflexo da

situação econômica do extrator. Se, em termos relativos, os preços de produtos agrícolas forem

superiores aos dos produtos extrativos, a tendência inevitável é proceder ao desmatamento para o

plantio de roças e abandonar as atividades extrativas. Esse fenômeno é que tem levado à contínua

queda da produção da borracha extrativa e da castanha-do-pará na Amazônia, mais do que o efeito da

própria domesticação.

A dinâmica do extrativismo vegetal que conduz a forma trapezoidal, descrita da Figura 3,

pode apresenta sucessivos deslocamentos desse ciclo ao longo do tempo para determinada área

geográfica ou em termos macroeconômicos. Foi o que ocorreu na Amazônia em termos sucessivos

com a fase das “drogas do sertão”, do extrativismo do cacau, da seringueira, da castanha-do-pará, do

pau-rosa, entre outros. No caso do extrativismo da madeira, que sempre tem sido considerado em

termos agregados, na verdade, ela se constitui de dezenas de espécies madeireiras. Em geral, o início

da extração madeireira se caracteriza pela extração daquelas espécies consideradas mais nobres,

como o mogno (Swietenia macrophylla King), passando com o seu esgotamento para madeiras de

segunda e terceira categorias.

Nas atuais áreas de extração de palmito e de fruto do açaí no estuário amazônico verifica-se

que a viabilidade econômica dessa atividade e da existência dos estoques de açaizais é decorrente das

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de palmito, como se fosse um plantio domesticado (Figura 4). Destaca-se que a criação do Programa

de Apoio ao Desenvolvimento do Extrativismo – Prodex no dia 05/06/1996, pelo Presidente

Fernando Henrique e ampliado no novo governo, junto ao Banco da Amazônia S/A – Basa, como

importante para aumentar a produtividade da terra e da mão de obra e que constitui uma prática

dominante no estuário amazônico.

Isso fez com que o manejo de açaizeiros tivesse um grande crescimento, tendo o Basa

financiado mais de 16 mil hectares (2002) tanto para a produção de frutos como para a extração de

palmito, atendendo a mais de 7 mil produtores, a totalidade no Estado do Pará. O forte crescimento do

mercado de fruto de açaizeiro tem sido o indutor dessa expansão. O financiamento do manejo de

açaizeiros foi muito importante no contexto internacional, tendo sido um dos programas mais

elogiados no processo de esverdeamento institucional do Basa. A boa lucratividade e os

investimentos necessários para o manejo dos açaizais descartam o interesse dos ribeirinhos em

criarem áreas de domínio comum, como um socialismo florestal.

Apesar de ainda não constituir em preocupação ambiental, provavelmente, a formação desses

maciços homogêneos de açaizeiros e da grande retirada de frutos deverá ter implicações ecológicas

em médio e longo prazos, dependendo da magnitude de área a ser manejada.

As políticas de manutenção do extrativismo na Amazônia exigem a conservação da floresta e

a redução de atividades que passem a competir em termos de possíveis alternativas econômicas, tais

como evitar a abertura de estradas, reduzir o fluxo populacional e, sobretudo, evitar o financiamento

de pesquisa de domesticação, uma vez que se tornam em indutores do seu desaparecimento. No caso

da Amazônia, onde estão sendo alocados recursos significativos de países desenvolvidos para

programas de pesquisa e a evidente simpatia de cientistas e ambientalistas de países desenvolvidos

para a manutenção do extrativismo vegetal, pode-se criar vetores de força impedindo a domesticação,

apesar dos evidentes benefícios sociais para os produtores e consumidores na domesticação. Produtos

com demanda altamente elástica, nos quais os benefícios sociais são capturados integralmente pelos

produtores, tendem a ser domesticados mais facilmente. Neste sentido, as políticas propostas visando

a apoiar o extrativismo vegetal em detrimento da domesticação podem prejudicar os interesses sociais

da população.

5 O manejo de recursos extrativos – o caso dos bacurizeiros

Há um conjunto de variáveis que devem ser consideradas no extrativismo do bacuri. A

densidade de bacurizeiros disponíveis no estoque, o manejo adotado, os tipos de propriedade

(privada, propriedade comum, livre acesso, pública), o custo da extração, os preços do fruto do

bacurizeiro, da madeira e dos produtos agrícolas, entre os principais.

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uma competição entre os preços dos produtos (preço do fruto de bacuri versus madeira e produtos

agrícolas) e fatores de produção (custo da mão de obra entre usos alternativos) que pode estar

limitando a adoção das práticas de manejo de bacurizeiros, decorrente do círculo vicioso da pequena

oferta que restringe as possibilidade de aumentar a renda e a indução da verticalização, apesar da

dimensão do mercado existente.

7 Objetivos principais

Objetiva-se adaptar sistemas de manejo de bacurizeiros obtidos através da regeneração natural

nas áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó, uma das mais antigas

áreas de ocupação da Amazônia, transformando a vegetação secundária de baixo rendimento em

áreas com rentabilidade apropriada.

Espera-se que, a partir de aperfeiçoamento dos sistemas de manejo adotados pelos produtores,

possa servir de modelo para aumentar a produtividade da terra e da mão de obra e a conservação dos

recursos naturais; e avaliar os coeficientes técnicos de produtividade, densidade de bacurizeiros,

gastos de mão de obra e rentabilidade, para servir de modelo para financiamentos de projetos dessa

natureza.

8 Principais atividades e resultados a serem gerados

A pesquisa abrange um levantamento socioeconômico dos produtores que possuem

bacurizeiros nativos na mesorregião do nordeste paraense e ilha de Marajó para identificação dos

sistemas de manejo adotados pelos produtores e das propriedades com bacurizeiros com

características especiais (sem caroço, produtividade, quantidade de polpa, etc.). Outro aspecto seria a

avaliação dos sistemas adotados e o manejo dirigido em uma área de 5 ha, pertencente a Valderino

Joaquim Cordeiro, localizada na Resex Marinha de Maracanã, com área total de 21 ha, que está sendo

conduzida de forma precária por falta de recursos. Terá a duração de três anos e será realizado em

uma área de 5 ha que sofrerá intervenção e será dividido em 5 talhões de 0,5 ha, com os seguintes

tratamentos e correspondente área testemunha:

Manejo de bacurizeiros adultos (> 4m de altura) em “capoeirão”, com raleamento,

procurando deixar um espaçamento de 10m x 10m.

Manejo dos bacurizeiros da fase juvenil para adulto (2 a 4 m de altura) em “capoeirão”

com raleamento, procurando deixar espaçamento de 10m x 10m.

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Manejo de bacurizeiros, na forma de varas (1 a 2 m de altura) em “capoeira”, com

raleamento, procurando deixar espaçamento de 10m x 10m.

Manejo de brotações de bacurizeiros, de roças abandonadas (< 1 m de altura), com o

seu raleamento, deixando espaçamento de 10m x 10m.

Manejo de brotações de bacurizeiros, de roças abandonadas (< 1 m de altura), com o

seu raleamento e a poda da gema de crescimento, deixando no espaçamento de 10m x

10m.

O manejo será realizado através da eliminação das plantas indesejáveis, perfazendo uma

média de 50 plantas/talhão. Os dados a serem avaliados são o número de bacurizeiros existentes antes

do manejo, plantio de culturas anuais, DAP, frutos/pé, capacidade de rebrotamento, ocorrência de

pragas e doenças, limpezas necessárias e custos do manejo.

Será realizada a análise de solo da área de estudo e em seguida realizará a correção do solo

com base nos resultados, onde será utilizado o calcário dolomítico e adubação NPK. Por outro lado,

tentará efetuar a estimativa da área de bacurizeiros que poderão ser recuperados existentes na

mesorregião do nordeste paraense e ilha de Marajó, através da análise de imagens de satélites, onde a

proposta poderá ser replicada. Essas ações poderão sofrer modificações conforme o andamento do

trabalho, decorrente das necessidades e das ações-testes em conformidade com as discussões na

comunidade. Procurar-se-á introduzir o cultivo de feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) e

mandioca (Manihot esculenta Crantz) nas áreas manejadas das brotações novas com o objetivo de

reduzir o custo de formação de bacurizeiros manejados.

Principais resultados a serem gerados

Elaboração de um Manual de Manejo de Bacurizeiros contendo a descrição detalhada dessas

tecnologias utilizadas pelos produtores e desenvolvidas pela pesquisa, bem como processos para

servir como ferramentas para ajudar na difusão e transferência – janeiro a dezembro de 2007.

Treinamento de 100 produtores de comunidades selecionadas da mesorregião do nordeste

paraense e ilha de Marajó, mediante a realização de dois Seminários em dois municípios selecionados

– janeiro a dezembro de 2007.

Realização de dois Dias de Campo, um em 2006 e outro em 2007, com a participação da

Banco da Amazônia S/A, Emater-Pa, Banco do Brasil e Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia

e Meio Ambiente do Estado do Pará.

Conclusão de uma pesquisa de tese de mestrado e uma de doutorado e de três papers

científicos sobre o tema – dezembro de 2007.

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Publicação de um livro sobre Técnicas de Manejo de Bacurizeiros, através da Embrapa

Amazônia Oriental.

Identificação de propriedades de agricultores com medição das coordenadas com GPS que

apresentem bacurizeiros com características especiais (sem caroço, produtividade, quantidade de

polpa, etc.), que deverão ser importantes para programas de melhoramento genético visando ao

desenvolvimento de plantios racionais.

9 Benefícios esperados do manejo e da domesticação de bacurizeiros

A região de ocorrência de bacurizeiros constitui a faixa costeira filiforme que se estende nos

Estados do Pará, do Maranhão e estendendo até o Piauí. Dessa forma, a viabilidade de manejo do

rebrotamento teria um grande impacto em criar um pólo produtor de bacuri, bem como o estímulo

para os plantios racionais, matéria-prima para agroindústrias, exportação de polpa (país e no exterior)

gerando renda, emprego e uma nova alternativa econômica.

Os frutos de bacuri comercializados são oriundos de coleta de bacurizeiros que escaparam até

o momento do contínuo processo extração madeireira e da derruba e queima para formação de

roçados, sem a garantia da sua permanência. Outras partes são provenientes de bacurizeiros

privilegiados do rebrotamento nas proximidades das casas e daqueles que escaparam da sua

derrubada nos roçados decorrentes da estima dos produtores pelo tamanho das árvores ou de

produção dos frutos. A produtividade desses bacurizeiros sobreviventes que podem variar de 100 até

800 frutas/árvore, com média de 400 frutos/árvore, comprovam a importância que precisa ser

desencadeado para essa fruteira que vai ser a grande novidade desta década.

Pelo fato de não garantir uma renda satisfatória frente a outras alternativas de curto prazo,

como o plantio de roçados, sempre correm o risco de serem derrubadas. A baixa densidade dessas

espécies nas áreas de ocorrência e o tamanho dos lotes (25 hectares, no máximo) não garantem uma

renda satisfatória auferida durante a safra (janeiro a março), para o sustento da família durante o ano.

As áreas de ocorrência de bacurizeiros adultos foram derrubadas para a extração de madeira e

sua transformação em roçados, desde o século XVII, quando o mercado do fruto não tinha nenhuma

importância, a não ser para consumo local e na época da safra. Mesmo na atualidade, as áreas de

ocorrência de bacurizeiros continuam sendo devastadas, pela baixa densidade das árvores, o que não

garante a sustentabilidade econômica frente a outras alternativas econômicas de curto prazo, como

roçados. A expansão de soja no Estado do Maranhão tem constituído em fenômeno recente dessa

destruição, pela ocupação das áreas de ocorrência de bacurizeiros.

As populações rurais nos locais de ocorrência de bacurizais nativos não estão conseguindo

aproveitar os benefícios decorrentes do crescimento do mercado desse produto. Em primeiro lugar,

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pelo baixo estoque de bacurizeiros adultos existentes, reduzida quantidade que se dilui no consumo

local, baixos preços de venda pela característica pulverizada do produto, dificuldade no processo de

coleta de polpa, totalmente manual, de baixo rendimento e sem higiene e frente a outras alternativas

econômicas insustentáveis que competem para a sua sobrevivência.

Espera-se, com adoção de sistemas de manejo apropriados, a transformação de roçados

abandonados de rebrotamento de bacurizeiros em pomares de bacurizeiros com espaçamento

definido mediante linhas de crédito específicas condizentes com os coeficientes técnicos e de custos

de manejo para a formação desses bacurizais. Apesar da inexistência de estatísticas oficiais, por ser

um “produto invisível”, Shanley (2000) estimou para 1994, a comercialização de 6 milhões de frutos

nas principais feiras de Belém, gerando aproximadamente R$ 1,6 milhão, no nível do produtor. Por

ser um produto extrativo, cuja oferta é fixa, determinada pela Natureza, com tendência declinante,

face a depredação, pode-se concluir, se nada for feito, pela manutenção, no máximo, dessa mesma

oferta. Com o manejo espera-se que possa aumentar a produtividade da terra pelo aumento da

densidade de bacurizeiros nativos que varia de 0,5 a 1,5 árvore/hectare para 100 árvore/hectare, com

espaçamento 10m x 10m e com isso aumentar o carrying capacity e a produtividade da terra e da mão

de obra permitindo colher maior quantidade de frutos em menor tempo, aumentando a renda das

unidades familiares. Dessa forma a produtividade seria aumentada, teoricamente, 66 vezes. Com isso,

a produção comercializada na cidade de Belém poderia ser obtida em uma área manejada ou plantada

equivalente a 150 hectares ao invés de uma coleta extrativa abarcando uma área espacial variando de

10.000 a 30.000 hectares. Considerando uma área mínima de 10.000 hectares manejados, seria

possível aumentar a produção para 400 milhões de frutos e uma receita de R$ 106,6 milhões, para os

próximos 10 a 15 anos, sem falar das possibilidades de agregação através da sua industrialização. O

manejo dos açaizeiros em várias localidades da foz do rio Amazonas, através do financiamento do

Basa, confirma essa assertiva, com exportação para todo o País e até para o exterior.

Com a adoção das técnicas de manejo do rebrotamento de bacurizeiros, seria possível

aumentar a densidade, transformando roçados improdutivos à espera da recuperação da capoeira,

para nova derrubada, em bacurizais econômicos e, com isso aumentando a renda e desestimulando a

prática da derrubada e queimada. Por ser árvore perene de grande porte, promoveria a recuperação

das áreas alteradas e até como fonte produtora de madeira, sequestro de carbono atmosférico, entre

outros. Com o manejo de bacurizeiros aumentando a densidade para 100 árvores/hectare, permitiria a

produção de 19 t de frutos e 2 t de polpa e resíduos correspondentes a 12 t de casca e 5 t de caroços

que poderiam ser aproveitados antes de serem revertidos ao solo, efetuando a sua fertilização. Por

serem árvores de grande porte serviriam de reflorestamento para extensas áreas que foram

desmatadas, desde os primórdios da ocupação que datam da fundação de Belém e Viseu (1616), Vigia

e Maracanã (1622), Bragança (1633), São Miguel do Guamá (1758), Capanema (1879), Igarapé-Açu

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(1895) e da construção da Estrada de Ferro Bragança (1883-1908), que promoveu a ocupação ao

longo do seu leito.

Outro aspecto seria a seleção de bacurizeiros mais adequados quanto aos diferentes formatos

do fruto, quantidade de polpa, grau de acidez, entre outros. No nordeste paraense e na ilha de Marajó

existem frutos de bacurizeiros redondos, compridos, “peito de moça”, “mamão” e com sabores doces

e azedos, bem como a quantidade de polpa variável e, mais importante, existem frutos de bacuri sem

caroço, bem como épocas de amadurecimento diferenciados. Com o levantamento de campo, seria

importante identificar e localizar mediante GPS as propriedades com bacurizeiros com características

específicas, para os programas de melhoramento genético, de manejo e para futuros plantios.

Com a difusão das práticas de manejo de bacurizeiros permitir-se-ia aumentar a produção de

frutos e o excedente para a comercialização, aumentando a renda e consequentemente a melhoria do

bem-estar das comunidades. A maior produção estimularia as formas de organização da produção e

comercialização, conseguindo melhores preços e a possibilidade de produzir polpa em vez da venda

de frutos in natura. Para muitas famílias que ainda dispõem de bacurizeiros, é possível recolher em

um dia 150 a 200 frutos, que podem gerar R$ 40,00 (R$ 0,20/fruto) que é equivalente ao trabalho de 5

dias fazendo 4 sacos de farinha de mandioca (SHANLEY et al., 1998). Não se quer com isso

descartar a importância da produção de farinha de mandioca que também está a necessitar de grandes

transformações tecnológicas. Como muitos produtores de farinha de mandioca são também coletores

de bacuri e catadores de caranguejo, o aumento da produção de bacuri permitiria a melhoria de ambas

as atividades e do nível de vida pelo aumento da renda.

Em um levantamento realizado por Medina e Ferreira (2003), verificaram que em

propriedades que possuem 10 árvores de bacurizeiros nativos sem manejo nos quintais do Município

de Bragança, Pará, obtinham com a venda dos frutos R$ 120,00, correspondendo a 8% da renda bruta

total. Com o manejo dos rebrotamentos em um hectare com 100 árvores, a participação da venda dos

frutos de bacuri poderia ser multiplicada no mínimo em 10 vezes. Um pequeno produtor que manejar

1 hectare de bacurizeiros poderá dispor de 100 árvores que depois de 10 a 15 anos produzirão 400

frutos/árvore ou 40.000 frutos/safra, gerando uma renda de R$ 8.000,00 com a venda de frutos. Se

efetuar a retirada da polpa, poder-se-á obter 2 t, que poderão ser revendida a R$ 16,00/kg, obtendo-se

R$ 32.000,00/ano. Dessa forma, seria possível aumentar a renda das unidades familiares com a maior

venda de frutos de bacuri e aproveitamento da mão de obra familiar. Aumentando a produção,

reduziria o risco de perdas por furtos de frutos e compensaria o consumo local, sobrando excedente

para comercialização. O retorno seria em termos do aumento da oferta de frutos de bacurizeiros, com

o mercado em expansão e demanda reprimida decorrente dos estoques existentes que estão sendo

destruídos pela expansão da fronteira agrícola, do crescimento populacional e da substituição por

outras alternativas econômicas.

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Somente no Município de Igarapé-Miri, Estado do Pará, saem diariamente 12 a 13 caminhões

carregados de frutos de açaizeiros provenientes de áreas manejadas das várzeas. Como cada

caminhão transporta 1.000 a 1.300 latas de frutos de açaí, equivalente a 14 t/caminhão, que por sua

vez vão dar origem a 78t de polpa/dia, dá-se para depreender a importância do agronegócio movido

pelo fruto do açaizeiro. Além do grande consumo regional (11.231 t), a polpa de açaí está sendo

destinada para todos os Estados da Federação e 1.060 t (2002) para o exterior (USA, Europa, Japão,

Austrália, etc.). No estuário do rio Amazonas são coletados em média 120 mil t de frutos de açaí/ano,

injetando 70 milhões de reais nas comunidades ribeirinhas e de terra firme. O mesmo poderá ocorrer

com o bacuri no futuro, como já está ocorrendo também com o cupuaçu, que decorrentes das técnicas

de armazenamento, o seu consumo se estende durante o ano, ao contrário de duas décadas atrás,

quando o consumo estava restrito ao período da safra e localizado na região. A maior produção de

frutos permitiria atender à demanda reprimida dessa fruta, com ampla procura regional e nacional e,

com fortes perspectivas de exportação. Estimularia as agroindústrias instaladas e a instalação de

novas unidades. Aumentaria os empregos e a renda em nível regional e estadual e com isso maior

estímulo no comércio local.

O crescimento da oferta dos frutos de bacuri permitiria ampliar a venda de polpas, doces,

geleia, iogurte, picolé, sorvetes, sucos e outros derivados em nível nacional, ao lado do cupuaçu, açaí,

pupunha, incluindo uma nova fruta na pauta de frutas regionais, pois apresenta vantagens

comparativas e competitivas. Não se descarta a sua utilização em outros componentes,

acompanhando a moda amazônica, de sua inclusão em xampus, sabonetes, etc.

Dessa forma, a indicação de técnicas de manejo de rebrotamento de bacurizeiros de áreas

degradadas seria importante para transformar em bacurizais produtivos. Obtenção de coeficientes

técnicos que serão importantes para que o Banco da Amazônia S/A e o Banco do Brasil S/A

viabilizem linhas de financiamento específicas para o manejo de rebrotamento de bacurizeiros e sua

manutenção até o início da frutificação. A identificação de clones de bacurizeiros sem caroço, quanto

ao formato de frutos, quantidade de polpa, grau de acidez, precocidade, entre outros, nos

levantamentos das propriedades que serão efetuadas nas zonas de ocorrência serão importantes para

programas de melhoramento genético, de preservação desses recursos e da domesticação visando a

futuros plantios racionais, orientação de políticas públicas visando ao manejo dessas áreas de

ocorrência e a geração de emprego e renda. Outro aspecto seria chamar a atenção para os

pesquisadores no desenvolvimento de tecnologias visando ao aproveitamento de cascas e caroços de

bacuri, a integração dos bacurizeiros em sistemas agroflorestais, a necessidade de desenvolvimento

de máquinas despolpadeiras e a importância do bacuri na estratégia de sobrevivência da agricultura

familiar, entre outros.

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Os resultados beneficiarão, em primeiro lugar, os agricultores localizados na Resex Marinha

de Maracanã, criada pelo Decreto 4.340, de 08/2002, com área de 30.018,88 hectares, onde estão

sediadas 75 comunidades e compreende 75% da superfície do Município de Maracanã, Estado do

Pará, onde serão efetuados os testes de manejo controlados. Em etapa posterior, a avaliação dessa

experiência de manejo e dos sistemas desenvolvidos pelos próprios produtores será divulgada através

de Dias de Campos, Cursos de Treinamento e Publicações para as comunidades localizadas na faixa

litorânea da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó.

10 Prioridades de pesquisa para o bacurizeiro

Os rumos da pesquisa devem estar voltados para promover o manejo de bacurizeiros nativos, a

sua domesticação visando a plantios racionais e o seu beneficiamento.

Plantio de bacurizeiros

Trata-se de opção futura mais apropriada e na qual há necessidade de selecionar clones

existentes na natureza, antes que seja tarde demais pelo avanço da fronteira agrícola, como está

correndo com a soja nas áreas de bacurizais no Maranhão e do crescimento populacional como ocorre

no Estado do Pará. Há necessidade de pesquisas voltadas para as práticas agrícolas, técnicas de

enxertia, adubação, consorciamento, incorporação nos sistemas agroflorestais, podas, tipos de frutas,

obtenção de frutos com maior conteúdo de polpa, teor de acidez, entre as principais.

Manejo de bacurizeiros

Quanto ao manejo de bacurizeiros nativos, estes desdobram em duas categorias: a primeira a

de desenvolver técnicas apropriadas de aumentar a produtividade de áreas com bacurizeiros adultos

em capoeiras e vegetação primária, práticas silviculturais, promover o seu adensamento, etc. O

segundo aspecto refere-se a privilegiar o desenvolvimento de bacurizeiros provenientes de

brotamento a partir de raízes, desenvolvendo técnicas apropriadas de seleção, poda, adubação,

consorciamento, controle de entrada de fogo, enxertia, apressar a entrada de frutificação, práticas

silviculturais, entre outras.

Beneficiamento de frutos

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Um desafio importante refere-se ao aproveitamento de casca e dos caroços dos frutos de

bacurizeiros, visando a compensar a baixa quantidade de polpa. Retirada de aroma das cascas,

aproveitamento da resina, classificação da polpa segundo teor de acidez, desenvolvimento de

máquinas apropriadas para despolpar frutos de bacurizeiros, entre os principais.

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Foto 1 – Tronco de bacurizeiro derrubado para

extração madeireira. A cor amarelada da sua

madeira é muito recomendado para assoalhos, daí

a razão da sua destruição. Foto: J.E.C. Urano.

Foto 2 – Galhadas de bacurizeiros derrubados

para dar lugar a uma roça para plantio de

mandioca e para fabricação de carvão vegetal, no

município de Maracanã, Pará. 2004. Foto:

Antônio José Elias Amorim de Menezes.

Foto 3 – Detalhe de rebrotamento de bacurizeiros

em áreas degradadas, onde existiam grandes

árvores que foram derrubadas para dar lugar a

roças, município de Maracanã, Pará, em pesquisa

financiada pela Sectam. Foto: Antônio José Elias

Amorim de Menezes.

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Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado

do Amazonas

Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

1 Introdução

Diagnóstico da situação atual

As perspectivas de melhores condições sociais e econômicas na região Amazônica estão

diretamente relacionadas com o melhor aproveitamento de suas riquezas naturais por meio do

desenvolvimento de pesquisas tecnológicas adequadas. Embora o setor pesqueiro venha respondendo

positivamente, ao contribuir no suprimento alimentar da maior parte da população do estado, essas

potencialidades não são adequadamente utilizadas, dificultando seu aproveitamento em termos

econômicos.

A possibilidade de aproveitamento poderá se transformar em realidade, na medida em que

essas espécies subvalorizadas possam ser utilizadas convenientemente como alimento e ainda uma

saída economicamente rentável desses recursos.

A Amazônia é conhecida por possuir o maior número de espécies de peixes numa bacia

hidrográfica. De toda a produção de pescado desembarcada no Estado do Amazonas, somente três

espécies representam mais de 70% dessa captura. Outras espécies têm boa aceitação para o consumo

“in natura”, porém nem sempre são capturadas por possuírem características sazonais marcantes. Por

outro lado, centenas de espécies menos apreciadas pela população local deixam de ser consumidas

por vários motivos, sendo os principais: a grande quantidade de espinhas contidas no filé, a crença de

que possam transmitir algum tipo de doença ou ainda pelo seu curto período de armazenamento.

O Estado do Amazonas conta com acesso a uma grande quantidade de recursos pesqueiros,

porém se observa que esses recursos não são plenamente aproveitados devidos a problemas em seu

sistema de infraestrutura de mercado e distribuição, limitando-se o consumo por certos hábitos

alimentares da população ou ainda pela falta de informação sobre as características do mercado e as

preferências dos consumidores.

A pesca para consumo humano é uma das atividades mais antigas praticadas pelo homem que

vive na Amazônia e de seus produtos depende a maior parte da proteína animal consumida em uma

alimentação regional. A implantação, nas últimas décadas, de indústrias de beneficiamento de

pescado para exportação aliada ao aumento do consumo interno vem despertando o interesse no

aproveitamento mais racional. O uso desse recurso passa pela aplicação de novas tecnologias visando

ao aproveitamento integral dessa matéria-prima natural, o que trará formas alternativas rentáveis

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economicamente aos empreendimentos que atuam diretamente na atividade de transformação de

produtos pesqueiros através da agregação de valor ao pescado, pois, além de gerar mais empregos,

pode dar condições para resolver problemas do setor como a diversificação da produção e o

aproveitamento de espécies de baixo valor comercial.

O aumento na demanda por alimentos na região amazônica, principalmente o consumo de

pescado, fez com que houvesse a necessidade de suprir de proteína toda a população aliada à sua

comercialização em nível nacional, trazendo um aumento na produção de pescado para cerca de 100

mil toneladas/ano.

Com o crescimento dessa demanda houve a implantação de algumas indústrias de

beneficiamento de pescado de pequeno, médio e grande porte, nos últimos anos em nossa região,

principalmente, para o fileteamento de algumas espécies de pescado como o mapará, surubim,

dourado e piramutaba, destinados a suprir as necessidades locais e também para a exportação.

Paralelo a isso, nos últimos dez anos, vários projetos de piscicultura desenvolveram técnicas de

cultivo intensivo, diversificando e aumentando o volume de produção de pescado para o consumidor

final.

Atualmente, há uma grande demanda por parte das pequenas e micro empresas em busca de

conhecimentos tecnológicos aplicados à transformação e à diversificação das linhas de produção do

pescado regional em produtos acabados de forma que sejam aproveitados em maior escala, e que têm,

nos últimos anos, ocasionado uma maior procura por essas tecnologias de maneira que possam, de

uma forma direta, contribuir para a melhoria das linhas de produção dessas empresas, ou ainda, da

busca de conhecimentos por parte de futuros empreendedores.

Para tanto, estão sendo desenvolvidos projetos de pesquisa na área de Tecnologia do Pescado

utilizando matéria-prima regional com possibilidades de uma elevação de sua produtividade e que

atualmente não são capturadas ou por falta de conhecimentos científicos básicos aplicados a essas

espécies, relacionados principalmente aos componentes químicos, ou pela ausência de uma

tecnologia apropriada para cada espécie, ou ainda por uma politica direcionada que promova

incentivos à criação de pequenas indústrias voltadas para a exploração dessa matéria-prima.

O aproveitamento mais racional desse recurso passa pela aplicação de tecnologias alternativas

rentáveis economicamente despertando o interesse empreendedor dessa atividade na transformação

de produtos pesqueiros através da agregação de valor ao pescado. Além disso, pode gerar mais

empregos dando condições para o setor pesqueiro diversificar a produção de espécies de baixo valor

comercial.

A proposta deste trabalho destina-se a aplicar tecnologias de transformação ao pescado de

maneira que possa propor alternativas para a diversificação de consumo através da elaboração de

produtos à base de pescado, incentivando a captura de diversas espécies de peixes pouco exploradas,

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para serem beneficiadas na forma de produtos acabados, em maior escala tais como: “fishburguer”;

palito de peixe; quibe de peixe bife de peixe e “nuguetes” empanados.

Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também

provocar uma mudança nos hábitos de consumo de pescado através da transferência de tecnologia

disponível ao setor produtivo do Município de Manaus como um protótipo que poderá levar à

implantação de unidades de beneficiamento de pescado em vários outros municípios do Estado do

Amazonas.

As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado pouco

consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor

amazonense e, também, sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar

regionalizada, aumentando as oportunidades de empregos na região.

Espera-se que os resultados deste projeto contribuam para o aproveitamento de nossos

recursos pesqueiros e o desenvolvimento de uma unidade de beneficiamento de produtos formulados

de pescado no interior do Estado do Amazonas.

2 Justificativa

A utilização dos recursos naturais na Amazônia desenvolveu-se, ao longo de sua história, de

maneira lenta e nos moldes artesanais, havendo sempre a predominância do extrativismo. Essa

exploração é feita para garantir a subsistência peculiar dos pequenos centros urbanos, restringindo

sua importância comercial.

As grandes distâncias que separam os locais de pesca das zonas urbanas influenciam a

qualidade da produção pesqueira. Os conhecimentos relativos ao manuseio e à estabilidade das

espécies de peixe de água doce durante a estocagem são escassos, apesar da relevância desse

parâmetro para um aproveitamento racional da captura em termos de qualidade e de diminuição das

perdas pós captura.

Frente a todos esses problemas, as necessidades da região amazônica na área de alimentos não

se resumem aos problemas tecnológicos. Há uns cem números de matérias-primas que necessitam ser

estudadas sob o ponto de vista de sua composição química, constituintes nutritivos (minerais e

vitaminas), isto é, realizar a caracterização tecnológica para obtenção de produtos adequados, ou seja,

este potencial alimentício necessita de uma boa dose de experimentação científica básica para que

seja utilizado quanto às reais possibilidades de sua racional exploração econômica.

A aplicação de novas pesquisas possibilitará o conhecimento de técnicas visando ao

aproveitamento desses recursos, o que trará maiores alternativas de alimento à comunidade, além de

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gerar melhores condições para resolver problemas regionais, como a falta de produção de alimentos,

em grande parte ainda tendo que ser importados de outras regiões.

O aproveitamento do pescado de baixo valor comercial através de tecnologias simples e

baratas, poderá racionalizar a exploração pesqueira já que a produção concentra-se em grande parte

sobre algumas espécies de pescado, devido ao hábito alimentar da população. Pesquisas recentes

mostraram que o pescado comercializado em feiras e mercados locais possui qualidades inferiores

devido principalmente ao inadequado manuseio desde a captura até a sua comercialização e consumo,

isso leva a se propor pesquisas onde se objetiva identificar os problemas causados e propor a

utilização e observação das normas e padrões de manuseio.

Atualmente o processamento industrial de pescado atingiu um bom nível tecnológico,

principalmente no caso dos congelados, voltados a atender ao mercado de exportação. Entretanto, as

exportações de pescado limitam-se a produtos não processados ou semi-industrializados.

A mudança de hábitos alimentares no mundo tornou-se evidente na medida em que o aumento

populacional levou à procura de novas fontes para o suprimento das necessidades básicas do ser

humano. A agitação da vida moderna também contribuiu para essa tendência de transformação da

alimentação em que o indivíduo procura cada vez mais as facilidades de preparo dos alimentos bem

como aqueles que sejam sadios e com funções nutricionais voltadas para seu interesse pessoal.

Portanto, os alimentos à base de proteínas de qualidade e baixos níveis de gordura, como o

pescado, estão sendo cada vez mais amplamente consumidos, pois proporcionam a integridade de um

organismo sadio. Com isso o consumo de peixe torna-se um grande paradigma de consumo em todos

os níveis e torna mais fácil sua comercialização.

A tecnologia voltada para a elaboração de produtos à base de peixes vem sendo amplamente

pesquisada e desenvolvida de maneira que sejam aplicadas às espécies de peixes encontradas em

nossa região. Dessa forma, o INPA dispõe de produtos, resultados de suas pesquisas há vários anos, e

que ainda não são encontradas nas prateleiras dos supermercados ou distribuídas nas formas de

merenda escolar, restaurante popular ou contribuindo para o programa Fome Zero.

A estratégia de obtenção dos recursos necessários à implantação dessa unidade de

processamento é uma preocupação por parte dos pesquisadores que dedicam seus esforços no sentido

de ver os resultados de seus trabalhos empregados em prol daquele que mais necessita, o consumidor.

Há muitos anos esta proposta vem sendo uma constante através do emprego de esforços pessoais

físicos e econômicos.

3 Objetivos do projeto

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Dentre os objetivos a serem alcançados com a aplicação deste projeto, busca-se a obtenção de

uma estimativa da aceitação que o conceito de novos produtos à base de pescado terão no mercado e

confrontá-los com os produtos competidores. Também, pretende-se conhecer a maneira como os

consumidores percebem as diferentes apresentações dos produtos dentro da categoria determinada,

assim como o posicionamento específico de cada novo produto segundo sua associação com diversos

atributos relevantes para sua avaliação.

O comportamento dos consumidores ante um determinado produto do mercado está

relacionado com a himagem que se tem sido formada dele mesmo, seja através da publicidade do

produto ou através de referências de terceiros. Considerando que as apresentações desses produtos

não são conhecidas, é necessário obter as reações dos compradores potenciais além de avaliar a

imagem e posicionamento desses produtos.

Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também

provocar uma mudança nos hábitos no consumo de pescado através da transferência de tecnologia

disponível para o setor produtivo, o que poderá levar à implantação de unidades de beneficiamento de

pescado em vários municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na

transformação de várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de

fácil aceitação por parte do consumidor amazonense e também sua utilização como importante fonte

de proteína na merenda escolar regionalizada.

Os objetivos específicos a serem alcançados como consequência dos resultados a serem

obtidos na execução deste projeto são:

Estimular a geração de empregos, através de ações voltadas ao desenvolvimento

sustentável da cadeia produtiva do pescado no Estado do Amazonas, promovendo o

desenvolvimento rural, de modo sustentável, valorizando as vocações produtivas

regionais e suas potencialidades.

Suprir o mercado consumidor com produtos elaborados à base de pescado, integrado à

produção, estimulando o processo de comercialização para os produtos oriundos do setor

pesqueiro estadual para o mercado interno e externo estimulando a economia da região

com incremento da produção e geração de atividades econômicas.

Implementar na prática os estudos e pesquisas existentes nos Institutos de Pesquisa

destinados à identificação de potencialidades socioeconómicas e ambientais, propondo

estratégias e ações compatíveis.

Fortalecer as empresas que atuam na cadeira produtiva do pescado na região, a partir da

mobilização do seu potencial, bem como viabilizar a produção e a comercialização dos

produtos elaborados.

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Difundir tecnologias compatíveis que viabilizem agronegócios, utilizando sistemas de

produção competitivos, ecologicamente adequados e socialmente desejáveis

proporcionando maior nível de auto- sustentabilidade e competitividade da unidade

produtiva.

Verticalizar as atividades da cadeia produtiva do pescado promovendo agregação de valor

aos produtos elaborados gerando informações mercadológicas sobre todos os agentes da

cadeia produtiva do pescado objetivando a ocupação de mão de obra no meio rural.

4. Resultados a serem alcançados

O projeto, uma vez em operação, possibilitará a geração de mais empregos diretos com a

implantação da indústria piloto de transformação do pescado em produtos elaborados, e a

diversificação da pesca levará à captura de novas espécies de pescado que serão utilizadas na

elaboração desses produtos.

A divulgação e comercialização dos produtos diversificarão o hábito alimentar dos

consumidores locais, principalmente das crianças, através da distribuição dos produtos na merenda

escolar, por se tratar de produtos ricos em proteína e sem a presença de espinhas, o que facilita seu

consumo.

Há produtos com bife de peixe, “fishburguei”, quibe de peixe, dentre outros feitos a partir de

carne de espécies como o jaraqui, peixe muito popular na região, ou de aracu provenientes da captura

ou ainda provenientes da criação de espécies como o tambaqui e a matrinchã em gaiolas muito

estimuladas pelo atual Governo Estadual que poderá também incluir o Programa da Agricultura

Familiar com a finalidade e linha de pensamento que vai desde a entrega das gaiolas, juntamente com

os alevinos, acompanhamento técnico de criação finalizando com a comercialização da produção.

Essa produção é orientada pela Agroamazon que tem como finalidade implementar ações para o

desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva desse segmento, fortalecendo as ações

econômicas, sociais e políticas.

A absorção desses produtos também será colocada preferencialmente nos restaurantes

populares distribuídos pela cidade de Manaus e para outros programas como o Fome Zero.

Em nível estadual os resultados do projeto também seguem o mesmo pensamento, uma vez

que se trata de uma região, particularmente grande, consumidora de pescado, chegando a níveis per

capta de 200 kg/ano. A implantação dessa unidade no Município de Manaus servirá como piloto para

sua multiplicação por outros municípios do Estado de pequenas unidades dotadas dos insumos

básicos de infraestrutura e equipamentos, pois a matéria prima a ser utilizada na elaboração dos

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produtos poderá ser capturada durante a safra, próximo a essas unidades, e acondicionada na forma de

blocos de carne de peixe de 10 Kg por períodos de até seis meses, durante a entressafra de pescado.

Uma das principais ações que podem ser desencadeadas pelo projeto diz respeito ao incentivo

à produção e comercialização e à inclusão social de pequenos produtores e pescadores que têm

poucas alternativas de produção e comercialização de seus produtos.

No programa Fome Zero, as ações poderão permitir aumento da renda e diminuição das

desigualdades sociais gerando, por exemplo, emprego e renda, o que constituem uma prioridade do

Governo.

A proposta dessa pesquisa vai na direção dos interesses do governo do Estado do Amazonas

em estimular o setor pesqueiro com a finalidade de promover o desenvolvimento rural, agropecuário

de modo sustentável, identificando e valorizando as vocações produtivas regionais e as

potencialidades de mercado interno e externo, bem como fortalecendo a cadeia produtiva da pesca, a

partir do conhecimento de seu potencial que viabilizem a comercialização dos produtos da pesquisa

de laboratório.

As principais vantagens do projeto, sob o ponto de vista dos custos alocados para sua

implementação estão diretamente voltadas para as necessidades de soluções estratégicas para o nosso

estado para que sejam dirimidos os gargalos existentes nos aspectos sociais e técnico-econômicos

capazes de reverter o quadro existente no segmento pesqueiro promovendo a ocupação de mão de

obra no meio rural.

A aplicação dos produtos na merenda escolar – o maior programa de alimentação em

atividade no Brasil – é outra ação que o projeto pode apoiar. A produção e a comercialização dos

produtos gerados poderão advir da utilização de espécies de valor comercial mais baixos “jaraqui,

branquinha, cubiu, dentre outros” e a preparação da merenda será acompanhada pelos responsáveis

do projeto, cabendo uma parte dessa atividade à prefeitura de Manaus e de outros municípios a serem

parceiras com pessoal e logística na administração das atividades.

Com a descentralização da merenda, a aquisição dos produtos poderá ser viável uma vez que a

própria comunidade controla os recursos, contrata o pessoal e faz o cardápio das refeições.

Os resultados a serem obtidos na implementação da inovação são de grande interesse

econômico para as empresas ligadas ao setor pesqueiro, pois a utilização da matéria-prima de baixo

valor comercial, principalmente na época de safra, para a obtenção de pescado triturado ou “minced

fish” que será armazenado na forma de blocos congelados para serem utilizados na fabricação dos

produtos reestruturados em sua linha de processamento, alternando e diversificando as espécies

capturadas, podendo assim, comercializar sua produção durante todo o ano, aumentando sua

produtividade, número de empregados e o lucro.

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A aplicação dessas tecnologias passa a ser de vital importância para o aproveitamento racional

dos recursos pesqueiros existentes, através do conhecimento científico da matéria-prima a ser

utilizada, como formas alternativas rentáveis ao empreendimento na elaboração de produtos finais,

agregando valor ao pescado pela diversificação da produção e o aproveitamento de espécies de baixo

valor comercial.

Após alguns anos dedicados às pesquisas na área de Tecnologia de Pescado, desenvolvidas

tanto na Universidade do Amazonas quanto no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,

identificou-se a oportunidade de aplicação prática dos resultados teóricos dessas pesquisas em um

empreendimento de negócios rentáveis e bem sucedidos, capazes de transformar as pesquisas em

realidade.

Espera-se que os resultados deste trabalho contribuam para o aproveitamento de nossos

recursos esqueiros e o desenvolvimento de uma indústria amazonense de produtos à base de pescado

a fim de serem competitivos com os alimentos similares que estão chegando ao nosso mercado como

produtos de importação, oferecendo à população uma fonte alternativa de aproveitamento do

pescado.

As pesquisas desenvolvidas em laboratório mostraram que os produtos desenvolvidos podem,

perfeitamente, ser absorvidos pelos consumidores direcionados devido ao seu sabor voltado para o

hábito regionalizado feito com condimentos naturais produzidos na região. A indústria pesqueira

também poderá maximizar o aproveitamento do pescado para o consumo humano, a tecnologia

poderá ser empregada na produção de picadinho de peixe “minced fish”.

O tambaqui normalmente para ser consumido deve ter mais de seis quilos, porém o peixe para

uso industrial não requer tanto. O que interessa, nesse caso, é o peso total dos peixes, a biomassa, e

não o desenvolvimento de cada peixe. Depois de processado o tambaqui, pode ser comercializado

como picadinho ou em produtos elaborado como “fishburguer”, linguiça ou bife de peixe auxiliando

a execução deste projeto.

No desenvolvimento social os resultados também poderão servir de orientação para que o

governo do Estado do Amazonas possa usar para concretizar ações como o programa Zona Franca

Verde que vem incentivando a criação de peixe com a entrega das primeiras gaiolas de criação de

tambaqui do projeto Tanque-Rede. O projeto, que prevê a implantação de 2.000 gaiolas em todo o

Estado, iniciou-se com a entrega de 144 tanques a 22 famílias nas comunidades de Puraquequara, em

Manaus, lago do Calado, em Iranduba, e lago do Limão, em Manacapuru. Por outro lado, abre a

possibilidade da instalação de pequenas e médias empresas na região, aumentando o emprego da mão

de obra local e a oferta de novos produtos de pescado.

A produção do picadinho de peixe “minced fish” elaborado a partir do tambaqui de criação

poderá constituir uma opção tecnológica, economicamente viável para a região, trazendo, em

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consequência, a desconcentração do esforço de pesca sobre as espécies mais preferidas como o

tambaqui que vem, nos últimos anos, sofrendo com a pesca e, como consequência, a diminuição de

seu tamanho médio. Além disso, o aumento do aproveitamento do músculo do pescado, em função do

maior rendimento, pode ser alcançado com a aplicação dessa tecnologia.

5 Produtos derivados de pescado a serem elaborados

1. FISHBURGUER – O processo de obtenção do “fishburguer” tradicionalmente, é

realizado através da junção da carne triturada com os condimentos selecionados e em

quantidades pré-determinadas, os quais possuem funções distintas entre proporcionar o

sabor, odor, liga e textura. A forma arredondada, semelhante ao hambúrguer de carne, é

dada a partir do equipamento apropriado (hamburgueira) que realiza os movimentos de

moldagem de 500 “fisburguers” por hora. Após a moldagem, os “fishburguers” são

congelados para posteriormente serem embalados e rotulados.

2. PALITO DE PEIXE – A denominação palito de peixe se dá ao produto elaborado a partir

da carne triturada adicionada de ingredientes, moldada em bandejas, congelada, cortada

em pequenas tiras de 2 x 10 centímetros, empanada em clara de ovos e farinha de pão

torrado sendo, em seguida, embalada em congelador. A textura proporcionada para que o

produto se assemelhe ao pescado “in natura” é proporcionada pela adição de pequenos

pedaços de filé de peixe durante o processo de mistura.

3. QUIBE DE PEIXE – O quibe de peixe é um produto elaborado a partir da carne de

pescado triturada, adicionada de condimentos apropriados proporcionando uma grande

semelhança ao tradicional quibe de carne. Seu principal objetivo é de ser consumido por

aquelas pessoas que não apreciam a carne de pescado “in natura” com suas qualidades

nutricionais de sabor e odor.

4. BIFE DE PEIXE (Filé reestruturado e empanado) – Esse é um produto característico com

semelhança a um bife de carne, feito a partir da carne triturada, condimentada, moldada,

empanada e congelada. Assim como os demais produtos, podem ser consumidos com a

parte protéica de uma refeição normal juntamente com arroz, feijão e salada.

5. “NUGUETES” EMPANADOS – Para a fabricação de análogos de pescado na forma de

“nuguetes”, são adicionados à massa de carne triturada alguns condimentos em

quantidades determinadas para proporcionar uma textura firme. Após a mistura, a carne é

moldada na forma de pequenos quadrados de 7x5 centímetros e, em seguida, congelados,

empanados e sofrem uma pré-fritura por cerca de 30 segundos. Ao consumir, o produto

deverá ser frito diretamente sem desc ongelar por 5 minutos. Os “nuguetes” podem

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assumir qualquer forma, principalmente para atrair o consumidor por sua aparência, por

exemplo: forma de peixinho, estrela, carrinho etc.

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Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais

Jerusa Souza Andrade Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,

Professora do Centro Universitário Nilton Lins Financiamento do projeto: CNPq

Edital CT-Agronegócio/MCT/CNPq/MESA, Proc. 504337/2003-3 e FAPEAM-PIPT

1 Introdução

O desafio a qualquer cientista do mundo é propor tecnologias com aplicação real para as

condições de produção, infraestrutura, mão de obra e hábitos alimentares no vasto e desprovido

coração da Amazônia.

Este projeto se baseia em tecnologia milenar e empregada com maestria na Amazônia. Mostra

que com matéria-prima regional, harmonia com a tradição de trabalho e hábitos alimentares, é

possível aplicar os conhecimentos técnicos para o processamento e utilização de alimentos. Toda

tecnologia é obtida passo a passo, inovação por inovação, e esta, constitui mais uma informação de

anos de pequenas pesquisas, que somadas chegaram a este ponto e não será o final, mas sim um passo

a mais na consolidação do conhecimento. Benefício maior é sua divulgação para a real aplicação e

geração de produto final harmonioso com os hábitos alimentares da Amazônia.

A secagem ou desidratação (remoção da água) de um alimento é processo de conservação de

milenar. Constitui base da conservação de alimentos de todos os povos da terra e em todas as épocas.

Hoje responde pela conservação dos alimentos que consumimos diariamente. As diferenças decorrem

da matéria prima utilizada, da sofisticação dos equipamentos, dos aditivos utilizados, do tipo e grau

de enriquecimento nutricional do alimento, assim como da classe de consumidores. A importância

desse método de conservação passa despercebida pela maioria da população.

Hoje o alimento desidratado supre nossa despensa e as prateleiras dos supermercados e

compõe a quase totalidade dos estoques governamentais de merenda escolar, da cesta básica e das

campanhas de solidariedade humana. Dos alimentos secos destacam-se os cereais, oleaginosas,

castanhas, leite em pó, carnes, alimentos formulados à base de cereais, soja, chocolate, frutos

desidratados, farinhas, etc. Aliment básicos e mais acessíveis fazem parte da alimentação de todo ser

humano e os alimentos específicos e de custo elevado compõem o cardápio de uma minoria de poder

aquisitivo mais elevado.

A água presente nos alimentos tem importância fundamental na sua capacidade de

conservação, pois favorece o desenvolvimento de microrganismos. Em função da quantidade de

água, os alimentos classificam em perecíveis, semiperecíveis e não perecíveis. Portanto, a redução no

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teor de água é a tecnologia necessária para a conservação dos alimentos na Amazônia, uma região

desprovida de infraestrutura para movimentação e estocagem de produtos perecíveis.

A desidratação conserva o alimento, concentra os nutrientes, reduz o peso e volume, permite o

armazenamento em temperatura ambiente, facilita a embalagem e transporte, não requer mão de obra

altamente especializada, exige equipamentos simples, tem baixo custo e desenvolve atributos

sensoriais desejáveis. Portanto, é a tecnologia ideal para a vastidão da Amazônia.

Composta de farinha de mandioca, a alimentação do nortista e do nordestino geralmente não é

bem aceita. Esse consumo lembra classe social inferior, e muitas vezes, em função da pobreza, está

associado à ausência de outros grupos de alimentos em sua dieta. No entanto, agregada de

ingredientes e condimentos específicos, acompanha pratos sofisticados na mesa de muitos brasileiros.

O consumo de farinha de mandioca, composta em sua maioria de carboidratos e com

diferentes graus de textura, adequados aos mais diversos gostos e perfeitamente combinada com

peixes e carnes, é hábito alimentar do povo amazônico. Peca quem imagina modificar esse hábito,

substituir ou introduzir alimentos exóticos à sua população. Importa sim, estender a tecnologia de

processamento da farinha de mandioca a outros alimentos produzidos na Amazônia e diversos

cultivos podem ser conservados, agregados de valor e consumidos na forma de alimentos

desidratados.

Dentre os cultivos da Amazônia destaca-se a pupunheira. Além do consumo do fruto na época

da safra, pode ser agregada de valor e estabilizada para emprego na alimentação em diferentes épocas

do ano. Várias pesquisas já foram realizadas propondo tecnologias para seu aproveitamento, as quais

poderiam gerar recursos e promover o desenvolvimento de agroindústrias na região.

Pesquisa sobre a obtenção de farinha de pupunha por desidratação em estufa mostrou que a

operação de descasque do fruto é o fator limitante do processo, implicando em maior tempo para o

processamento, maior risco de deterioração da matéria-prima, necessidade de mão de obra, e

consequentemente, inviabilidade técnica do processo industrial (11). Análise das características

físico-químicas, viscoamilográficas e farinográficas da farinha de pupunha e a sua avaliação como

farinha mista (farinha de pupunha e trigo) na elaboração de macarrão tipo espaguete e parafuso

mostraram que é possível obter essas massas com farinha mista contendo 15% de farinha de pupunha

e 85% de farinha de trigo com características aceitáveis quanto à qualidade (17).

Membros das associações RECA (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado),

Aspruve (Associação dos Produtores Rurais Vencedora) e de comunidades do interior produzem

farinha de pupunha em fornos de farinha de mandioca e refino por moagem e peneiramento. No

entanto, lutam com dificuldades de tecnologia de processamento e seu emprego na industrialização

de alimentos (17).

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O projeto sugere facilidades de processamento da farinha de pupunha pela eliminação da

etapa de descasque do fruto, aumento no rendimento final, obtenção de produto de maior valor

nutritivo e funcionalidade em função dos carotenóides e fibras presentes na casca e geração de

produto final com diferentes granulometrias. O mais importante é buscar, também, alternativas de

uso, combinação com outras matérias primas e, acima de tudo, a esperança e o empenho para que as

tecnologias cheguem às famílias no interior da Amazônia.

2 Objetivo

O projeto tem como objetivo geral agregar valor e conservar as matérias primas na Amazônia

mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade, aceitabilidade e estabilidade.

Para atingir esse objetivo maior, o projeto é dividido em objetivos específicos, os quais, conduzidos

de forma independente, paralela e sequencial, formam a cadeia de informações necessária para a

viabilidade técnica das tecnologias apropriadas para a agroindústria na Amazônia.

2.1. Objetivos específicos

Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias para uso na formulação de

alimentos e determinar as características físico-químicas.

Produzir matérias primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos e

determinar a composição química.

Otimizar a formulação e avaliar a qualidade e estabilidade dos alimentos desidratados

como a sopa e a “pupurola”.

Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional.

Difundir os conhecimentos mediante repasse para multiplicadores do conhecimento e

agregar (editar o livro) os conhecimentos sobre a produção e uso da farinha de pupunha na

alimentação humana na Amazônia.

3 Material e métodos

Para a produção de farinha serão utilizados os frutos de pupunha das raças amiláceas, para o

“piracuí” (concentrado protéico de peixe) os peixes de baixo valor comercial, e para as demais

matérias prima desidratadas serão utilizados mamão verde e maduro, cubiu, carambola, banana,

abóbora, outros frutos nativos e castanha-da-Amazônia.

A metodologia do projeto é delineada para atender a cada objetivo específico em:

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3.1 Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias para uso na formulação de

alimentos, avaliar a estabilidade e determinar as características físico-químicas

Os cachos serão adquiridos na cadeia de comercialização em Manaus e as farinhas serão

obtidas na planta piloto de processamento de frutos da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de

Alimentos (CPTA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Após a despenca, seleção, lavagem, cozimento, retirada da semente e trituração, a polpa será

desidratada em dois sistemas: estufa com circulação de ar e tacho aberto de fazer farinha de

mandioca. Diferentes granulometrias serão obtidas por diferentes tempos de trituração do material

desidratado e classificação por peneiras. Baseado em pesquisas já desenvolvidas na CPTA, o projeto

propõe desenvolver quatro tipos (fina, média, ovas e grossa) de granulometria para a farinha obtida

em estufa e dois tipos (fina e grossa) para a farinha obtida em tacho de fazer farinha de mandioca.

As farinhas (obtidas em quantidades suficientes para as análises químicas e os experimentos

de formulação de alimentos e vida de prateleira) serão embaladas em sacos plásticos e estocadas em

temperatura ambiente ao abrigo da luminosidade, umidade e oxigênio. As características físicas das

farinhas serão determinadas segundo Ferreira (2002), a composição química será obtida pelas

análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (Nifext), fibra total e cinza e o valor calórico será

calculado (ADOLFO LUTZ, 1985). Para obter dados que possam ter aplicabilidade no interior pobre

da Amazônia, uma região desprovida de energia elétrica, com alta temperatura e umidade relativa e

onde a população não possui os recursos mínimos de sobrevivência, paralelamente serão testadas

também as estocagens em embalagens reaproveitadas. Serão montados experimentos com

acondicionamento das farinhas em sacos plásticos laminados e em latas de leite em pó ou manteiga.

Essas latas serão previamente lavadas e esterilizadas em forno. As latas contendo as farinhas serão

estocadas em temperatura ambiente e o produto será avaliado mensalmente quanto à absorção de

água (teor de umidade), degradação dos pigmentos (teor de carotenóides totais), rancificação (índice

de acidez e índice de peróxido) e contaminação microbiológica.

3.2 Produzir matérias-primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos

e determinar a composição química

As matérias-primas (cubiu, mamão verde e maduro, casca de laranja, abóbora, jambo, banana

e carambola) serão adquiridas na cadeia de comercialização em Manaus. Esses frutos também serão

processados na planta piloto de processamento de frutos da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia

de Alimentos (CPTA) do Inpa. Após o preparo e higienização, passarão pelos processos de

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fermentação láctea (soluções de NaCI a 2, 4, 6 e 8 % com intervalos de 24 a 36 horas), cocção,

desidratação por osmose (xarope a 10, 20, 30, 40, 50 e 60 O Brix), desidratação complementar

(estufa), acondicionamento (sacos plásticos) e estocagem em temperatura ambiente (JACKIX, 1988;

CRUZ, 1990). A banana será processada na forma de fruto passa. A composição química será obtida

pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext), fibra total e cinza e cálculo do

valor calórico (ADOLFO LUTZ, 1985).

Para uso como fonte de nutrientes, sabor e aroma, a castanha-da-Amazônia será processada

pela quebra da casca, obtenção da amêndoa, fatiamento (multiprocessador) e tostagem (± 180 O C). A

composição química será obtida pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext),

fibra total e cinza (ADOLFO, LUTZ, 1985).

3.3 Produzir concentrado protéico de peixe (“piracuí”) com características sanitárias

adequadas e avaliar a estabilidade

Para uso como fonte de proteína e minerais, sabor e aroma, o piracuí será obtido segundo

descrição de Castro (1999) e Portela (2003). A composição química será obtida pelas análises de

umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext), fibra total e cinza (ADOLFO, LUTZ, 1985). As

embalagens serão estocadas em temperatura ambiente e o “piracuí” avaliado a cada dois meses

quanto à umidade, ao índice de acidez e de peróxido e à contaminação microbiológica.

3.4 Otimizar a formulação e avaliar a qualidade e estabilidade da “pupurola” e da sopa

Para desenvolver novas formulações de “pupurola”, as matérias-primas desidratadas (outros

frutos) serão combinadas até o equilíbrio do sabor, segundo Marques e Andrade (2003), cujo ponto

ideal será determinado mediante análise sensorial. Para desenvolver novas formulações de sopa serão

utilizadas outras proporções de farinha de pupunha e “piracuí” e de temperos segundo Portela (2003).

As melhores formulações serão selecionadas mediante análise sensorial. A formulação escolhida será

avaliada quanto à qualidade, a qual será estimada pela aceitabilidade, valor nutricional e grau de

sanidade. A aceitabilidade será determinada pela análise sensorial (FERREIRA, 2002); o valor

nutricional será estimado pela determinação da composição química (umidade, proteína, lipídios,

carboidratos, fibra e cinza) segundo Instituto Adolfo Lutz, (1985), macro e micro minerais e pelo

cálculo do valor calórico baseado na energia liberada pelos componentes alimentares segundo a

Resolução-RDC n.° 40, de 21 março de 2001 (BRASIL, 2001); o grau de sanidade será detectado por

avaliações microbiológicas (Salmonella spp, contagem de Staphylococcus aureus, determinação do

número mais provável de coliformes totais e fecais e contagem de mofos e leveduras) com resultados

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dentro do padrão estabelecido pela legislação vigente segundo a Resolução-RDC n.° 12 de 02 janeiro

de 2001 (BRASIL, 2001).

Para avaliar a vida de prateleira, as embalagens de “pupurola” e sopa serão estocadas por 12

meses e avaliadas a cada dois meses quanto aos parâmetros indicativos de rancificação (índices de

peróxido, iodo e acidez) segundo Adolfo Lutz (1986), degradação de pigmentos (carotenóides totais)

segundo Higby descrito por Goia (1992), avaliação sensorial (Ferreira, 2002) e contagem de mofos e

leveduras segundo a Resolução-RDC n° 12, de 02 janeiro de 2001 (Brasil, 2001). Serão utilizadas

embalagens aluminizadas (passíveis de utilização pelas indústrias e consumo pela população em

geral) e latas reaproveitadas de leite em pó (passíveis de serem utilizadas pelos caboclos e ribeirinhos

da Amazônia).

3.5 Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária

Pesquisas anteriores obtiveram resultados positivos de incorporação da farinha de pupunha

em preparações de alimentos (2, 16, 20, 21). Para ampliar a incorporação da farinha de pupunha na

culinária regional, serão testadas mais receitas de uso local e de outras regiões. A metodologia será

baseada em testes com incorporação parcial ou total de um dos ingredientes da receita. As

preparações serão elaboradas no laboratório de Técnica Dietética do Centro Universitário Nilton

Lins. A aceitação será avaliada pela análise sensorial das preparações que será feita pelos alunos do

curso de nutrição da mesma instituição. Com base na composição química (tabelas de composição de

alimentos) e quantidade em cada preparação, será estimada percentagem de contribuição de cada

porção nas recomendações diárias.

3.6 Divulgar os conhecimentos na forma de cursos e livro

Os conhecimentos gerados com o desenvolvimento do projeto serão difundidos na forma de

cursos de extensão e agregados na forma de livro (ora em fase de redação) sobre a produção e

utilização da farinha de pupunha na Amazônia.

4 Resultados e discussão

Com a conclusão do projeto ora em andamento, pode-se enumerar como avanços

tecnológicos, inovações e mesmo aplicação de novas tecnologias os seguintes resultados de

repercussão e impacto para a Amazônia:

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Viabilizar o processo de agregação de valor e conservação da pupunha na forma de farinha

para consumo humano, por meio de tecnologia de uso ou de destino final para essa

farinha.

Agregar valor, conservar e utilizar alimentos produzidos na região como: cubiu, pupunha,

mamão, laranja, carambola, abóbora, banana, etc. e peixes de baixo valor comercial.

Desenvolver e divulgar tecnologias que podem utilizar a infra-estrutura de fornos (casas

de farinha de mandioca) existente no interior e empregar a força de trabalho e os

conhecimentos dos nativos (até então utilizadas no preparo da farinha de mandioca) para a

produção da farinha de pupunha.

Gerar conhecimentos para a produção de alimentos funcionais (alimentos com alto teor de

fibras provenientes da casca da pupunha) com possível uso na prevenção de problemas de

constipação.

Contribuir para o desenvolvimento da agroindústria no interior com tecnologia de baixo

custo operacional para a produção de alimentos de fácil estocagem e transporte, multiuso e

harmonioso com os hábitos alimentares e tradição de trabalhos na Amazônia.

Em termos de desenvolvimento social, a geração de recursos financeiros e a alimentação

disponível na mesa constituem o principal benefício do projeto. Os beneficiários são todas as

comunidades dispersas pelo interior da Amazônia.

4.1 Avaliação do processo da pupunha desidratada

Os processos de desidratação mostram-se adequados na remoção da água para a obtenção da

pupunha desidratada (Fig. 1). A desidratação em tacho é mais eficiente em termos de aplicabilidade

para o interior da Amazônia. Em função do revolvimento constante, adquire granulometria irregular

semelhante àquela da farinha de mandioca grossa, e dependendo do uso final, dispensa a etapa de

trituração pós-desidratação. Além disso, tem aplicabilidade real em função do domínio do processo

de fabricação de farinha de mandioca por parte dos produtores e por dispensar o uso de eletricidade na

desidratação. O tacho pode ser aquecido por lenha no mesmo sistema do processo de desidratação da

mandioca para o preparo da farinha.

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Inúmeros trabalhos de pesquisa mostram a composição química do fruto (3), que dependendo

da raça de pupunha constitui-se em rica fonte de carboidratos, lipídios, carotenóides, minerais,

proteínas e fibra bruta. Essas e outras pesquisas na área de nutrição enfatizam a desnutrição

decorrente da pobreza no interior e a importância desses nutrientes para o suprimento das carências

nutricionais presentes na população interiorana da Amazônia.

Como disponibilizar esses nutrientes, principalmente a pró-vitamina A para a população,

constitui na chave mestra para solução do problema. A remoção da água aumenta a concentração dos

compostos existentes no fruto em proporção equivalente à quantidade de água retirada. Isto significa

dizer que uma redução de 90% do peso de água livre da pupunha implica em um aproximadamente

equivalente no peso dos constituintes não voláteis presentes no fruto. Essa mudança decorre da certa

estabilidade térmica dos componentes presentes no fruto. A retirada da fase aquosa promove a

concentração dos compostos não voláteis e não termolábeis como carboidratos, lipídios, pró-vitamina

A, minerais, fibras, etc. e consequentemente, aumento do valor nutritivo.

Além de concentrar os nutrientes e estabilizar o produto final, a desidratação desenvolve

características físicas desejáveis em termos de culinária regional (1). De granulometria mais fina em

função da moagem e peneiramento, a pupunha desidratada pode ser adicionada ao trigo para

fabricação de macarrão, bolo, biscoito, pizza, pão, mingau e de alimentos e molhos, nos quais o trigo

entra como ingrediente (20). No entanto, como incorporar a farinha de pupunha em pão, bolo,

biscoito, pizza, etc., se o interior da Amazônia, muitas vezes carece dessas unidades produtoras de

alimentos e sua população não tem acesso a esses alimentos?

A inovação na eliminação do descasque e no processo de desidratação, moagem e

classificação desenvolve no produto final granulometrias semelhantes ao das farinhas utilizadas na

região (1). O processo desenvolve características físicas desejáveis em termos de culinária regional:

de granulometria mais fina, torna-se adequada na adição ao trigo para fabricação de bolos, biscoitos e

pudins e de granulometria média, semelhante à farinha de rosca no preparo de empanados; a farinha

de pupunha “ovas” tem emprego na elaboração de farofas, pirarucu de casaca ou consumo normal nas

refeições diárias; farinha de granulometria grossa adicionada de frutos desidratados compõe

alimentos funcionais. A escolha da granulometria a ser utilizada em cada preparação tem por base as

das farinhas de mandioca, de rosca e de trigo, que são ingredientes das respectivas preparações.

As características sensoriais dos alimentos recebem pontuação máxima para a maioria das

características avaliadas. O sabor de pupunha cozida presente na farinha é agradável e tem caráter

ambíguo, o que proporciona a combinação com diferentes sabores e permite seu uso em alimentos

doces (bolachas, sequilhos e bolos) e salgados de refeições principais (farofas, pudins de carne, filé

empanado de peixe e pirarucu de casaca). A adição da farinha de pupunha contribui com o sabor,

aroma e coloração nas preparações cujos demais ingredientes não mascararam essas características.

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Preparações cujo aroma e sabor dos ingredientes (carne, peixe fresco, peixe salgado e seco) e

condimentos (pimenta de cheiro, pimentão, coentro, etc.) são acentuados, mascararam, em parte, o

sabor e aroma da farinha de pupunha. Adequação no processo de obtenção e no balanço de

condimentos da formulação mascaram o aroma do peixe na sopa pronta (19, 20).

A maioria dos provadores informa nas fichas de avaliação sensorial estar familiarizado com a

pupunha pelo hábito do consumo na forma cozida e se dispor a adquirir o produto em teste, caso

esteja disponível no comércio. Essas informações reforçam o potencial da farinha de pupunha como

ingrediente, contribuindo com a coloração, valor nutritivo, sabor e granulometria diferenciada,

características desejáveis na elaboração de alimentos.

Portanto, as tecnologias do projeto em andamento permitem usar as matérias primas da

Amazônia, empregar a mão de obra e a infraestrutura existente e obter um produto final nutritivo e de

caráter multiuso. Porém, cuidados inerentes a qualquer processamento de alimentos são essenciais e

as tecnologias requerem: disponibilidade, regularidade, custo, sanidade, rendimento, características

físicas e composição química das matérias-primas, higiene, rapidez no preparo do material e

adequação na velocidade de secagem, umidade residual do produto desidratado, condições de

embalagem e armazenamento. A divulgação das tecnologias e os cuidados empregados permitirão

desenvolver agroindústrias no interior, gerar divisas, promover o setor primário, evitar a perda de

alimentos perecíveis nas regiões produtoras, e, sobretudo, produzir alimento nutritivo e estável às

condições ambientes para o consumo familiar e suprimento da merenda escolar, da alimentação do

trabalhador e dos programas de combate à fome. A geração de alimentos e de recursos supre a fome e

as necessidades básicas e faz do interiorano um guardião da Amazônia.

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Propostas selecionadas para serem agraciadas com o Prêmio Professor Samuel

Benchimol 2004

Categoria: Social

1.° colocado: João Tito Borges

Estado: Amazonas

Título: Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia

Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi

2.o colocado: Juan David Revilla Cardenas

Estado: Amazonas

Título: Qualidade de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados insumos

de fitoterápicos e fitocosméticos

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa

3.o colocado: Geraldo Lira de Souza

Estado: Amazonas

Título: Jovem Marceneiro

Instituição: M. A. Guedes Coelho

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Abastecimento de água para populações ribeirinhas e comunidades amazônicas

João Tito Borges

Doutor em Engenharia Civil, na área de concentração em Saneamento e Ambiente pela Unicamp

Professor do Cesf-Fucapi nos Cursos de graduação na disciplina de Gestão Ambiental e funcionário do Cetaf

(Centro Tecnológico Ambiental da Fucapi) e professor em cursos de especialização na Ufam, Utam e

participante do grupo de pesquisas em Biologia Urbana no Centro Nilton Lins e do Núcleo das Águas (CCA

–Ufam)

e-mail: [email protected]

Palavras-chave – Amazônia, água, abastecimento fotovoltaico, floculação, floculantes naturais.

Resumo

O objetivo do trabalho foi o de descrever oito propostas alternativas de abastecimento de água

para comunidades, isoladas ou não, do Estado do Amazonas e também discutir a respeito da interface

entre energia e saneamento nessa região. Nas propostas foram discutidos meios alternativos para o

abastecimento de água, alternativas para suprir a necessidade de rede elétrica para movimentar os

sistemas e também sobre a possibilidade de se utilizar floculantes alternativos e sistemas de filtração

com materiais disponíveis no Estado do Amazonas.

1 Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde, muitas doenças e mortes nos países em

desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Assim sendo, o rápido

crescimento da população mundial e a crescente poluição tornam a água para o abastecimento

humano o recurso natural mais estratégico de qualquer país neste milênio.

É de conhecimento público que o saneamento do ambiente exerce um impacto profundo na

saúde por ser este um meio preventivo. Apesar da preocupação com a qualidade da água servida à

população, vários casos de morbidade relativos à falta de saneamento continuam sendo registrados,

principalmente em países em desenvolvimento. Isto é, existe uma correlação entre a ausência de

saneamento e as doenças de veiculação hídrica.

As crescentes demandas de água de qualidade para o abastecimento das populações urbanas

em conjunto com a limitação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos e energéticos exigem um

planejamento bem elaborado pelos órgãos governamentais, visando a adotar sistemas de

abastecimento de água para toda população. Nesse sentido, o grande desafio é prover as comunidades

rurais de água potável.

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No Brasil, vem sendo empreendido um esforço para saldar o débito social e para solucionar

problemas de um grande contingente de desfavorecidos que vivem de alguma forma isolados e sem

acesso à água de qualidade e à rede de energia elétrica. A Amazônia Ocidental apresenta uma parcela

desse contingente espalhado pela vasta área entrecortada por rios com as mais diversas

características. Nessas áreas, os altos custos de distribuição de energia aliados muitas vezes ao baixo

consumo por ligação em comunidades isoladas, tornam essas populações pouco atraentes aos

investimentos privados (FEDRIZZI, 1997).

Sendo assim, a carência energética atinge indiretamente a saúde dessas populações, pois com

freqüência, o problema de distribuição de água está relacionado com as deficiências energéticas

locais para executar os trabalhos de captação e transporte da água do manancial ao ponto de sua

utilização. A garantia do suprimento de água melhora as condições de higiene, reduz a incidência de

doenças associadas ao uso da mesma, bem como diminui as migrações (FEDRIZZI, 1997). A questão

se reside em como distribuir água de boa qualidade para essas populações com tal deficiência

energética.

Vários projetos propiciaram melhores condições de vida para populações mais isoladas e

comunidades rurais no Brasil. O Projeto Água é Vida já foi responsável pela construção de 321

cisternas familiares, 23 cisternas comunitárias, 38 barragens subterrâneas e 19 poços amazonas, e

pela restauração de nove poços artesianos. As obras beneficiaram 65 comunidades do semi-árido

brasileiro, localizadas em quatro Estados – Rio Grande do Norte, Alagoas, Minas Gerais e

Pernambuco. As obras foram realizadas com recursos doados por empresas parceiras e mão de obra

das 408 famílias beneficiadas. As cisternas familiares atendem ao consumo de uma família de cinco a

seis pessoas e é capaz de armazenar até 16 mil litros de água de chuva. Já as comunitárias armazenam

50 mil litros e são utilizadas principalmente por escolas rurais e prédios públicos. As barragens

subterrâneas garantem a segurança alimentar na produção de feijão e outros alimentos e servem para

o consumo animal. A água dos poços amazonas é usada principalmente para lavar roupa e a dos poços

rasos para pequenas irrigações (www.fomezero.org.br).

Projeto realizado na região do Mamirauá, no Estado do Amazonas, revela que reduziu cerca

de 70% a mortalidade infantil e o índice de doenças provocadas pela água reduziu em 65% com a

implantação de sistemas de captação de água da chuva e medidas simples de prevenção

(www.iee.usp.br). Com relação à deficiência energética de muitas dessas comunidades, segundo

VILELA e FRAIDENRAICH (2000) e VILELA et al, (2002), nas últimas duas décadas, a tecnologia

de bombeamento fotovoltaico experimentou considerável progresso. Componentes como inversores,

condicionadores de potência e moto-bombas foram aperfeiçoados e melhorada sua capacidade de

adaptação. A queda no preço dos geradores, acompanhada pelo aumento da eficiência do conjunto de

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bombeamento fotovoltaico (gerador mais moto-bomba), fizeram com que esses sistemas se

tornassem uma das opções mais viáveis para o atendimento a pequenas comunidades rurais.

O projeto Sohidra, realizado no Estado do Ceará, para melhorar a qualidade de vida das

populações das pequenas comunidades rurais no Estado, elaborou uma série de combinações, tais

como: poços, mesmo com as limitações de vazão e qualidade d água, em combinação com a

utilização de dessalinizadores ou associados ao uso adequado de cisternas individuais. Utilizou-se de

conversão de energia eólica através de cataventos; energia solar, através de painéis fotovoltaicos,

como a solução para acionar o bombeamento das águas em locais onde não existia energia elétrica.

Essas ações integraram o Programa de Abastecimento de Água de Pequenas Comunidades,

implantado pelo projeto que teve como princípios a busca da autossustentabilidade, a parceria com as

prefeituras e empresas de saneamento e a necessidade de conscientização da própria comunidade

(www.srh.ce.gov.br).

O abastecimento de água compreende as etapas de captação, tratamento e desinfecção e

distribuição. A captação muitas vezes requer bombeamento, e esse bombeamento, realizado à energia

elétrica, torna-se um impeditivo à implantação de sistemas de abastecimento para essas comunidades.

O tratamento, sendo convencional, requer a agitação do tanque, podendo ser de forma manual ou

mecanizada. Sendo mecanizada, demandará energia elétrica para o acionamento dos motores. A etapa

de desinfecção, dependendo da maneira que será realizada, também demandará energia elétrica,

assim como a distribuição da água, que dependerá da topografia da área.

Com relação aos aspectos de desinfecção, a mesma constitui-se na etapa do tratamento cuja

função precípua consiste na inativação dos microrganismos patogênicos, realizada por intermédio de

agentes físicos e/ou químicos. Ainda que nas demais etapas da potabilização haja redução do número

dos microrganismos agregados às partículas coloidais, não consiste no objetivo principal dos demais

processos e operações unitárias usuais no tratamento das águas de abastecimento tal intento. Apesar

da conhecida vinculação da qualidade da água de abastecimento à prevalência de diversas doenças

infecciosas, parcela significativa da população brasileira, sobretudo em pequenas comunidades, ainda

é abastecida por águas superficiais e subterrâneas sem qualquer tipo de tratamento. Dessa forma, é

conveniente que se avalie processos de desinfecção para se garantir uma água mais segura. A

publicação “Métodos alternativos de desinfecção da água”, produto da Rede de Pesquisas sobre o

tema do Programa de Pesquisas em Saneamento Básico – Prosab, Edital 2, trata amplamente do

assunto (DANIEL, 2001).

Existe uma variedade de processos de tratamento para garantir o abastecimento de água. O

desafio é selecionar o processo apropriado para cada situação particular. Os processos mais baratos e

que requerem menos tecnologia são os métodos simples, como fervura da água, filtragem com areia,

exposição da água ao sol (MONTEIRO, et al) e adição de água sanitária doméstica à água. Podem ser

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utilizados métodos físicos, como fervura da água e exposição aos raios ultravioleta (DANIEL, 2001),

processos oxidativos avançados (BORGES e GUIMARÃES, 2001) ou adição de produtos químicos

na concentração adequada. Os agentes químicos mais comuns são o cloro e seus derivados, o dióxido

de cloro, ozônio e água oxigenada. Existe a alternativa do permanganato de potássio, do ácido

peracético, que, porém, são menos conhecidos.

Já a distribuição da água dependerá, da topografia do terreno, da distância da captação e do

sistema de tratamento onde está implantada a comunidade.

2 Objetivo

O presente trabalho tem por objetivo integrar as soluções realizadas nas diversas experiências

relatadas e os projetos citados e propor modelos adequando-os a cada situação, com a finalidade de

promover a captação, o tratamento e a desinfecção de águas para comunidades isoladas ou não no

Amazonas, situadas nas margens de rios, igarapés, encostas, tanto do Rio Negro (águas negras),

quanto em áreas do Rio Solimões (águas turvas).

3 Propostas

Proposta 1 – Sistema de tratamento convencional

Obviamente a proposta de promover um sistema de tratamento de água convencional, com

todas as etapas, é a mais adequada, desde que existam as condições necessárias para tal, como

disponibilidade de energia, produtos químicos, mão de obra treinada. Como esses três componentes

não estão presentes em todas as situações e a presente proposta é voltada para o abastecimento de

comunidades isoladas que não dispõem de rede de energia elétrica, acesso a produtos químicos e mão

de obra especializada, serão discutidos meios alternativos para o abastecimento de água dessas

comunidades, como fonte de energia elétrica o floculante utilizado para promover o tratamento e o

sistema de filtração.

Os sistemas de tratamento de água convencionais são processos realizados com a água bruta

captada de fontes diversas, visando a obter um produto potável quimicamente e biologicamente

seguro para consumo humano. Para tanto, é necessário remover ou destruir quaisquer

microorganismos nocivos, substâncias químicas prejudiciais, materiais em suspensão ou dissolvidos,

prejudiciais à aparência da água.

Os processos adotados no tratamento convencional completo são os seguintes:

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Aplicação de cal e coagulante em mistura rápida

Floculação

Decantação

Filtração

Cloração

Correção de pH

Fluoretação

Proposta 2 – Filtração Lenta seguida de filtração rápida

Utiliza-se de sistemas de filtração de baixa taxa de filtração (4 m3/m2/dia) sendo mais

utilizados para águas que apresentam menores valores de cor e turbidez. São mais facilmente

utilizados em pequenas localidades e bastante difundidos em áreas do Peru e Chile (Dl BERNARDO,

2001). Existe a opção de se proceder a uma filtração rápida, seguida da filtração lenta. Os filtros

podem ser construídos em alvenaria, concreto e fibras. Quando descendentes são dotados de um leito

filtrante, pedras e no fundo um sistema de drenagem e coleta da água. As vantagens dos filtros lentos

estão na operação e custos, pois não necessitam de emprego de produtos químicos na água e nem de

equipamentos sofisticados. As desvantagens estão nas grandes áreas necessárias para sua construção,

além de não apresentar bom funcionamento em águas com elevada turbidez ou cor.

Para locais onde não existe eletricidade e se dispõe de desnível suficiente, como encostas,

nascentes em morros e morretes, a opção de sistema de filtração lenta é favorecida ao se aproveitar o

efeito da gravidade.

Proposta 3 – Sistema de coagulação/decantação manual com floculantes naturais

Nesse processo, denominado por batelada, a água a ser tratada adentra um tanque de

coagulação com sistema de agitação manual e o operador adiciona o floculante natural, faz o processo

de mistura rápida e coagulação/floculação seguindo do tempo de repouso do sistema para a

decantação do material e descarte do lodo de fundo. Esse sistema já é conhecido com floculantes

químicos e vem sendo testado em projetos na região do Amazonas.

A proposta deste projeto visa a buscar a utilização de floculantes de origem natural, como a

Moringa Oleífera, que vem sendo testada na Embrapa do Estado de Sergipe, pela pesquisadora Maria

Salete Rangel, e na Feagri-Unicamp, pelo professor José Euclides Patemiani. Outros polímeros

naturais deverão ser investigados como produtos já comerciais e produtos da flora amazônica.

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A vantagem do sistema está na facilidade do processo e na incorporação da tecnologia para as

comunidades, na possibilidade de desenvolver os floculantes na própria região em conjunto com

pesquisadores do Inpa e da Ufam.

Porém, nesse processo, existem várias limitações, como a necessidade de equipamentos de

bombeamento a óleo diesel ou através de rede de eletricidade.

As propostas 4, 5 e 6 realizadas aqui poderão suprir essas limitações.

Proposta 4 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais e filtração

lenta

Esse sistema conjuga as propostas 2 e 3 descritas neste projeto. Existe a possibilidade de se

obter água no final do processo com menores valores de cor e turbidez, quando comparado às

propostas 2 e 3. Ressalta-se a dificuldade de encontrar seixos em algumas regiões do Estado do

Amazonas, porém existe uma grande disponibilidade de areia de boa qualidade. Nesse caso, para

evitar sistemas de bombeamento, é necessário que sejam áreas de encostas e áreas acidentadas.

Observa-se que as limitações de eletricidade estão presentes na maioria das pequenas comunidades.

Proposta 5 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais e filtrações

lentas, alimentadas por equipamento de bombeamento fotovoltaico

Essa proposta é similar à proposta 4, porém, para resolver a questão da dificuldade de

enchimento do tanque, será colocado um equipamento moto-bomba para bombear a água para dentro

do reator. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do processo

serão devidas à disponibilidade de sol, na época das chuvas contínuas. O processo de bombeamento

fotovoltaico já vem sendo realizado em outros projetos.

Proposta 6 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais, filtração

rápida e sistema de desinfecção com lâmpada ultravioleta, alimentadas por equipamento de

bombeamento fotovoltaico

Esta proposta é similar á proposta 5, porém o processo de desinfecção utilizará um sistema de

ultravioleta já bastante conhecido. Este sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica.

As limitações do processo serão devidas à disponibilidade de sol, na época das chuvas contínuas. O

processo de bombeamento fotovoltaico já vem sendo realizado em outros projetos. A desinfecção a

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UV já é um processo bastante conhecido e existem publicações relacionadas ao processo para

pequenas comunidades (DANIEL, 2001).

Proposta 7 – Sistema de floculação/decantação automatizado com floculantes naturais,

filtração rápida e sistema de desinfecção com lâmpada ultravioleta, alimentadas por equipamento de

bombeamento fotovoltaico

Essa proposta é similar à proposta 6, porém o processo será todo automatizado. Serão

instalados inversores, motores para agitação e a desinfecção utilizará um sistema de ultravioleta já

bastante conhecido. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do

processo serão devidas também à disponibilidade de sol, às dificuldades de equipamentos de agitação

e alta tecnologia empregada em regiões desprovidas de equipamentos de reposição, mão de obra e

ferramental de manutenção para sistemas eletrônicos de mais alta complexidade. Em comunidades

que dispõem de eletricidade, esse sistema se adapta com facilidade.

Proposta 8 – Sistema de coleta de água de chuva, filtração rápida e sistema de desinfecção

com pastilha de cloro

Serão instaladas a coleta e filtração da água das chuvas seguidas de desinfecção. Na

desinfecção se utilizará um sistema contínuo com pastilhas de hipoclorito de cálcio. Segundo estudos

de LIBÂNIO, (2000), apud DANIEL (2001) e LEÃO (2000), as pastilhas podem permanecer de 10 a

15 horas fornecendo cloro à água em tratamento. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região

amazônica. As limitações do processo serão devidas à disponibilidade de chuvas, às dificuldades de

sistemas de captação e reserva da água. Serão necessários equipamentos de reposição, mão de obra e

ferramental de manutenção para sistemas coletores e limpeza do filtro. Em comunidades que não

dispõem de eletricidade, esse sistema se adapta com facilidade.

4 Conclusões

Desde que existam as condições necessárias para promover o tratamento convencional, o ideal

é a opção pelo mesmo, visto que é de amplo domínio. Porém, como disponibilidade de energia,

produtos químicos, mão de obra treinada não estão presentes em todas as situações e a presente

proposta é voltada para o abastecimento de comunidades isoladas, que não dispõem desses requisitos,

foram discutidos meios alternativos para o abastecimento de água dessas comunidades, como a

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alternativa para suprir a necessidade de rede elétrica, a possibilidade de se utilizar floculante

alternativo e sistemas de filtração com materiais disponíveis no Estado do Amazonas.

As limitações dos processos, a princípio, serão muitas. Serão estas, devidos aos seguintes

aspectos:

Disponibilidade de sol para obter uma forma de energia alternativa;

Dificuldades de obtenção, transporte e implantação dos equipamentos;

Necessidade da inserção das comunidades no projeto;

Implantação desse tipo de equipamento em regiões desprovidas de peças de reposição,

mão de obra e ferramental de manutenção;

Adaptação de sistemas a diferentes características de águas existentes na região;

Apoio financeiro para a construção dos protótipos propostos;

Aceitação por parte das comunidades.

Acredita-se que deve ser dada a oportunidade para ensaios com os sistemas propostos, visto

que deve-se atentar para a fixação dos moradores em áreas rurais, promovendo a saúde e o bem estar

e a melhoria da qualidade de vida desses cidadãos. Essas ações devem integrar um programa de

abastecimento para pequenas comunidades e buscar a parceria com prefeituras e necessariamente

aumentar o nível de conscientização da comunidade usuária.

Outras propostas de tratamento poderão ser inseridas no andamento do projeto, como filtração

direta ascendente, dupla filtração, sistema de desinfecção por pastilhas de compostos de cloro e outras

formas alternativas de obtenção de energia. Enfim, é necessário que se tenha recursos para a

construção dos protótipos para a execução das propostas.

Não foi realizado um levantamento dos custos de implantação de cada opção, pois, para cada

situação, as variáveis de aspectos construtivos ditarão o custo dos protótipos.

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CD-ROM.

DI BERNARDO, L. et. al. Avaliação da filtração lenta na remoção de matéria orgânica natural,

microrganismos e atrazina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E

AMBIENTAL, 21., 2001, João Pessoa. João Pessoa: [s.n], 2001.

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Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinadas a

insumos fitoterápicos e fitocosméticos

Juan Revilla1

1 Introdução

O projeto “Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais

destinados a insumos de fitoterápicos e fitocosméticos “ é uma iniciativa do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia - Inpa com o apoio do Sebrae-AM (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas

Empresa do Amazonas).

O trabalho é desenvolvido com produtores rurais da estrada Manaus-ltacoatiara, Km 47-50,

para coleta e manuseio de espécies vegetais que sirvam de insumos para a indústria de fitoterápicos e

fitocosméticos. O foco central da proposta é o aspecto educativo para a realização de um manejo

sustentável dos recursos vegetais de valor econômico existentes na comunidade, visando a dar

condições aos comunitários de geração de emprego e renda no próprio local onde moram.

Nesta proposta, estão envolvidos aspectos ambientais, sociais, econômicos e tecnológicos. A

iniciativa incorpora a diretriz do desenvolvimento econômico sustentável local, buscando

potencializar os recursos vegetais para produção de insumos para fitoterápicos e fitocosméticos.

O mercado mundial de fitomedicamentos de produtos naturais é hoje U$ 20 bilhões. A

biodiversidade amazônica constitui uma vantagem competitiva para alcançar esse mercado. Ela é a

maior e mais rica do planeta, onde se estima existir 35.000 espécies de plantas superiores produtoras

de matérias primas que podem abastecer os mercados Farmacêutico, Agroquímico e Cosmético.

Infelizmente, o principal produto exportado pela Amazônia são suas árvores, em um comércio

que não rende mais do que U$ 440 Milhões/ano.

Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) atingem apenas U$40 milhões/ano,

correspondendo a apenas 1% dos bens exportados pela Amazônia (BENCHIMOL, 2000).

Por outro lado, o mercado disponível é enorme, nas áreas Farmacêutica, Cosmética e

Agroquímica superam U$500 bilhões/ano. Estima-se que os Produtos Naturais componham 25%

desses mercados.

Essas demandas têm crescido muito nos últimos anos, e já há demandas bem qualificadas para

os produtos locais, o guaraná é apenas um deles. Com a recente inclusão do guaraná no mercado

internacional pela Pepsi, a demanda por esse produto deve crescer muito. O guaraná perfaz sozinho

5% do total do faturamento dos principais produtos de empresas consultadas. Espera-se um aumento

muito grande na demanda do guaraná, mas se acredita que os produtores locais não estão preparados

para o sucesso desse produto.

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2 A experiência de mercado

O segmento de fitocosméticos e fitoterápicos não é recente, os eventos mais expressivos do

Brasil nessas áreas estão por volta de sua XVIII edição. O Congresso Brasileiro de Cosmetologia

ocorre anualmente, promovido pela Associação Brasileira de Cosmetologia – ABC, que há 30 anos

vem estimulando o segmento de ciência e tecnologia no setor. Na área de fitoterápicos, o Simpósio de

Plantas Medicinais do Brasil, promovido pela Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais – SBPM,

com ocorrência bianual que, este ano, o XVIII, é em Manaus, vem cumprindo essa missão de

socialização dos conhecimentos na área.

A participação nesses eventos vem sendo uma constante do proponente do trabalho de

qualificação dos produtores rurais. Neles foi possível conhecer as maiores empresas do segmento,

suas demandas e suas exigências.

A partir dessas participações, pôde-se vislumbrar com mais clareza qual o papel da Amazônia

nesses segmentos e a oportunidade que se abre para os amazônidas, haja vista que o marketing em

torno da marca “Amazônia” é uma porta aberta para os produtos da região.

Segundo o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumarias e

Cosméticos – Abhipec, entidade brasileira responsável por atender a todos os interesses do setor

relacionados à produção, à promoção e à comercialização de produtos acabados e insumos destinados

aos cuidados pessoais, uma das maiores autoridades na área da cosmetologia, quando faz referência à

Amazônia diz: a Amazônia pode ser uma das maiores produtoras de insumo para cosméticos,

aproveitando sua imensa fitodiversidade.

Mas, infelizmente a região ainda não se atentou para isso. Muitas iniciativas locais insistem

em disponibilizar produtos acabados, dificultando muito a inserção nesse setor se forem consideradas

a qualidade e a sofisticação dos produtos na área, o que tornam o custo desse investimento muito alto,

além da competição desleal com marcas consagradas no mercado nacional e internacional.

Outros fatores que precisam ser trabalhados na região para alcançar esse patamar de produtora

de insumos são os aspectos como a regularidade, qualidade, quantidade e diversidade de produtos.

Atrelada a isso está a necessidade de a produção ser de uma comunidade organizada

juridicamente para fins comerciais, isto é, há que se ultrapassar a comercialização de indivíduos

isoladamente e estruturar organizações como associações ou cooperativas para atender a essa

demanda.

Esse aspecto é importante em decorrência do entendimento das empresas que, trabalhando

com as comunidades organizadas para esses fins, estão contribuindo para o desenvolvimento

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sustentável local, evitando a predação, ou seja, é o mercado que vislumbrou boas vantagens na

criação de canais para o escoamento da produção comunitária, sobretudo a amazônica.

3 O papel das instituições de pesquisas nas iniciativas de aproveitamento dos recursos vegetais

Nesse circuito, o papel de uma instituição de pesquisa é fundamental, pois disponibilizar uma

maior produção de matérias-primas não é tarefa fácil, requer uma série de ações do governo e das

entidades de classe (Sindicatos, Associações, Sebraes, Federações, entre outros). São necessários

uma série de acertos e compromissos na cadeia produtiva, pois os procedimentos atuais são isolados e

não atendem aos procedimentos de todos os itens exigidos pelo mercado nacional e internacional.

Além do que, com o conhecimento de alguns elementos, sobretudo da matéria-prima e dos

problemas decorrentes do clima, distâncias e variabilidade, questões que repercutem diretamente nas

exigências da qualidade estabelecidas ao produto pelo mercado, somente a pesquisa pode contribuir

na superação do problema. Outro exemplo, com a falta de homogeneização com maior ou menor

concentração do princípio ativo no ato da formulação, novamente as pesquisas, melhoramentos

genéticos, a seleção de variedades mais produtivas poderão otimizar um produto que atenda ao

comprador mais exigente.

Nesse cenário de desenvolvimento a pesquisa é o instrumento propulsor do conhecimento

necessário para concretizar a disponibilização de produtos para o consumidor final. Diante dessa

perspectiva, de fato, a pesquisa e os institutos de pesquisa estarão dando retorno à sociedade para o

seu desenvolvimento.

Os produtos naturais e fitomedicamentos têm a classe média como principal consumidor final,

que é muito exigente nos produtos que adquire. Somente investindo em pesquisa e na

profissionalização da mão de obra é que o setor poderá responder aos níveis observados em países

como a Alemanha, França, Canadá e Estados Unidos.

4 O mercado de fitoterápicos e fitocosméticos como um segmento a ser explorado com

qualidade para não comprometer as espécies

Nesse segmento, trabalhar com folhas e frutos é melhor do que trabalhar com cascas ou raízes,

pois folhas se renovam e frutos produzem anualmente.

As folhas e galhos com produção semestral ou anual podem dar uma baixa na concentração de

princípios ativos, sendo necessária maior produção para a obtenção de matérias-primas, maior

número de áreas trabalhadas e grande número de mão de obra. Por outro lado, o plantio em áreas

devastadas vem contribuir para a sustentatiblidade e a produção.

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5 Diversidade florística da região amazônica

A floresta é a paisagem dominante, corresponde a 78% da cobertura vegetal do Brasil e a 30%

das reservas mundiais, possui uma alta diversidade de espécies, tanto animal quanto vegetal.

Na Amazônia são 8 milhões de Km2 de floresta, 8 países estão incluídos: Peru, Bolívia,

Equador, Colômbia, Venezuela, Guayana Francesa, Guayana Inglesa e Brasil.

A cobertura vegetal apresenta diversidade de tipos como terra firme (mata de terra firme, mata

de carrasco, campinarana, campina, mata de cipó, etc.), áreas inundáveis (várzea, igapó, buritizal,

mata de baixio, restinga, etc.).

As espécies de plantas superiores são estimadas em 35 mil; dessas, cerca de 5 mil espécies são

de interesse econômico: alimentação, medicinal, ornamental, fibra corante (Revilla, 2003); 1.500

espécies medicinais registradas nas farmacopéias xamânicas e caboclas; 500 espécies utilizadas

comumente pela população nas feiras e mercados das capitais da Amazônia (Tabatinga, Belém,

Manaus, Rio Branco no Brasil, Iquitos, Pucalpa no Peru, Santa Cruz de La Sierra, La Paz na Bolívia,

Letícia e Bogotá na Colômbia, etc.).

Dentre as plantas mais utilizadas pela população, destacam-se unha-de-gato, carapanaúba,

andiroba, copaíba, guaraná, muirapuama, pata-de-vaca, sucúba, leite-de-amapá, entre outras.

Muito se fala sobre o uso dos recursos da floresta. Algumas iniciativas já estão registradas

nessa direção. Essas experiências evidenciam o potencial econômico da floresta, que segundo

estudiosos do assunto, representa provavelmente 30% do estoque genético do mundo, uma fonte

imensurável para a produção de produtos de origem vegetal.

A diversidade florística é portadora de uma gama imensurável de propriedades para as mais

diferentes finalidades e é de fundamental importância que a população detenha conhecimento sobre

tais espécies de valor econômico, sobretudo para o devido aproveitamento delas.

Para avançar rumo ao aproveitamento da fitodiversidade há um longo caminho a ser

percorrido. Um dos primeiros passos consiste no investimento em estudos que registrem e

disponibilizem ao público em geral o potencial da floresta, associada a isso a qualificação de recursos

humanos para a coleta e manejo adequado dos recursos vegetais, visando à sustentabilidade da

matéria-prima numa produção comercial.

6 Potencialidade das plantas amazônicas para a cosmetologia

As plantas amazônicas são de valores comprovados e passíveis de comércio, porém devem-se

observar critérios científicos e éticos para usufruir dessa riqueza.

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Óleos essenciais, óleos vegetais, anti-oxidantes, anti-inflamatórios, cicatrizantes, corantes,

espessantes, entre outros, estão sendo extraídos de folhas, cascas, raízes, sementes, frutos, flores e

batatas das plantas amazônicas. O vinho da bacaba muito conhecido pelo colono e caboclo, hoje é o

óleo, a matéria prima para a produção de cosméticos, sendo considerado de altissíma qualidade,

superior ao de oliva em muitos aspectos.

Empresas brasileiras introduziram novas espécies na cosmetologia, passaram a aproveitar a

manteiga de cupuaçu, a gordura de “buriti” e de “murumuru”, o óleo de “bacaba”, sem excluir os já

conhecidos óleos de “castanha”, “copaíba”, “andiroba” e a essência de “pau-rosa”, todos eles indicam

um excelente mercado para a Amazônia.

Com o lançamento de cosméticos com matérias-primas amazônicas foi reforçada no mercado

a tendência do nome “Amazônia”. Isso, sem dúvida, repercute diretamente na utilização da floresta

como fonte de matérias-primas. Como administrar adequadamente estes recursos, quais serão as

espécies mais procuradas, como manejá-las? Eis um grande desafio. São necessários estudos,

levantamentos, inventários e projeções que permitam uma gestão sustentável desses recursos.

Nem sempre o estoque dessas plantas estão disponíveis para serem fonte de matéria-prima.

Basicamente as que são utilizadas na cosmética amazônica são provenientes do extrativismo:

“pau-rosa”, “castanha”, “copaíba”, “sangue-de-dragão”, etc., poucas são de origem de cultivo

artesanal como é o caso da “andiroba”, “amor-crescido”, “crajirú” e “cupuaçu”.

Muitas plantas empregadas na cosmetologia são amplamente veiculadas pela cultura popular

(REVILLA, 2002). Entretanto, aquelas cuja composição química já é conhecida inspiram maior

confiabilidade, pois se sabe quais substâncias e princípios ativos da planta podem ser

disponibilizados, aumentado a segurança na elaboração de cosméticos.

É necessário que realmente seja ampliada à consciência da riqueza que a Amazônia detém e,

principalmente, que se observe à questão da proteção dos recursos para que não sejam predados.

Mexer com a floresta requer treinamento de recursos humanos, adequação às regras

ambientais, mudança radical nas políticas de incentivos para quem realmente gera trabalho e produtos

sem destruir a mata.

7 Potencialidade das plantas amazônicas para fitoterápicos

Muitas espécies com alto potencial para fitoterápicos estão em evidência, por exemplo: “ipê

roxo”, “muirapuama”, “carapanaúba”, “amapá”, entre outras.

Um fato muito importante com relação ao mercado de fitoterápicos é a entrada de novos

participantes, notadamente grandes empresas farmacêuticas.

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Na Europa, o recurso da medicina complementar está em franco progresso, sendo que os

fitomedicamentos bem documentados cientificamente são cada vez mais aceitos e apreciados por

pacientes e médicos. Na Alemanha, em particular, mais de 80% dos médicos utilizam regularmente

medicamentos à base de plantas. O Tebonin (extrato de Ginkgo biloba), da Dr. Schwabe-s, principal

produtora alemã de fitoterápicos, é o produto farmacêutico mais vendido.

8 Capacitação de recursos humanos

As características das atividades na área rural exigem atitudes empreendedoras, e empreender

é muito mais do que reiterar o que tradicionalmente se realiza como atividade produtiva, requer

atitudes criativas e inovadoras, habilidades de gestão e ocupar novos nichos de mercado com

produtos de qualidade, em quantidade e com regularidade.

Infelizmente, essa não é a realidade dos produtores rurais, uma vez que eles continuam

fazendo as atividades em suas terras, como seus antepassados faziam. Lamentavelmente não

conseguem extrapolar o nível da subsistência e consequentemente não se tem desenvolvimento nesse

setor de produção.

Percebe-se, diante disso, que há necessidade de uma intervenção no âmbito educativo dessa

população no intuito de despertar essa população para outras oportunidades nas atividades na área

rural, ampliando assim o leque de opções de negócios e renda.

Na atualidade, são várias as iniciativas registradas nessa direção. Em geral, todas são

iniciativas de instituições não-governamentais. Poucas são as investidas do Estado nesse sentido,

principalmente, no que se refere à educação formal, com cursos profissionalizantes.

Embora algumas vezes as investidas do Estado tenham existido como uma orientação técnica

através de órgãos como a extinta Emater e o Idam ainda não houve nada sistematicamente

programado para uma maior capacitação desses produtores rurais.

O aspecto central que se coloca é a capacitação direcionada e empreendedora, algo que

possibilite uma nova forma de pensar e agir diante da realidade produtiva no interior da Amazônia.

A capacitação se faz imprescindível nesse processo, não basta traçar diretrizes de novos

processos de desenvolvimento econômico para a região sem investir na formação de um capital

intelectual que possa dar suporte ao desenvolvimento local sustentado.

Nesse sentido, sugere-se um novo perfil para o empreendedor na Amazônia, um

empreendedor que tenha o desenvolvimento sustentável como filosofia e meta de trabalho. À medida

que essa base valorativa seja vivenciada nos projetos de desenvolvimento econômico para a região,

um novo ciclo econômico de fato passa a se configurar no contexto amazônico.

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A evolução desse ciclo econômico fica, portanto, condicionada ao desenvolvimento desse

espírito de empreendedor sustentável que passa a se materializar pela alocação de valores no mundo

empresarial e de novas tecnologias de exploração e produção de recursos naturais.

O empreendedor sustentável é aquele que produz as mudanças de novos produtos, serviços ou

técnicas, a partir do tripé econômico, social e ecológico, constituindo-se também num elemento de

inovação na economia, ou seja, ele mesmo é um produto novo para um novo ciclo econômico, pela

sua maneira de pensar. Sem empresários com estas características a proposta de desenvolvimento

sustentável está aquém da possibilidade de existência.

Nesse contexto, no qual o desenvolvimento econômico mantém laços estreitos com o perfil de

empreendedor que a sociedade dispõe e as propostas empreendidas, o processo de qualificação do

produtor rural é uma ferramenta para o desenvolvimento local sustentado.

Ressalta-se aqui que não basta pensar em propostas de desenvolvimento sustentável sem que

os empreendedores não absorvam a cultura empreendedora sustentável, ou seja, qualquer programa

ou projeto com característica sustentável tem que ter gestores também sustentáveis.

Desse modo, trata-se de promover a sustentabilidade, não somente aproveitando a

potencialidade dos recursos naturais do local, mas também dos recursos humanos, aumentando com

isso as perspectivas e possibilidades de desenvolvimento sustentável no contexto amazônico.

Observa-se que o momento é favorável, o investimento nas comunidades para o

empreendedorismo sustentável é estratégico e consiste num passo para a melhoria do padrão de vida

da comunidade, iniciando pela qualificação dos produtores no desenvolvimento de habilidades e

competências necessárias para investidas sustentáveis, com condições para competir no mercado e se

estabelecer.

9 Características da área do projeto

A estrada AM 10 é uma rodovia estadual que liga Manaus ao Município de Itacoatiara, entre

esses Municípios tem-se o Município de Rio Preto da Eva.

Nessa estrada, há inúmeros ramais e diversas comunidades agrícolas situadas nesse percurso,

bem como a reserva florestal Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-Inpa e a

Instituição de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, entre outros organismos.

A estrada é completamente asfaltada servindo de meio para escoar a produção de Itacoatiara e

Rio Preto da Eva para Manaus, assim como de Manaus para esses Municípios.

O trecho da estrada que se escolheu para realizar esse trabalho fica entre o Km 47 ao 50, da

AM-010.

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Cipó-tuira Bonana ferruginea

Copaíba Copaifera multijuga Hayne.

Cubiu Solanum sessiliflorum Dunal.

Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.

Erva-de-jararaca Dracontium loretense Engl.

Erva-de-passarinho Phthirusa pyrifolia (Kunth) Eichl.

Genipapo Genipa americana

Graviola Annona muricata L.

Guaçatonga Casearia sylvestris Sw.

Imbaúba Cecropia hololeuca Miquel

Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa Mart.

Janaguba Himatahus sucuuba

Japecanga Smilax regeln Killip & Morton

Jatobá Hymenaea courbaril L.

Jurubeba Solanum paniculatum L.

Leite-de-amapá Brosimum parinarioides Ducke.

Macaporanga Aniba cfburcheli

Mari Cassia grandis L.F

Marupazinho Eleutherine bulbosa (Miller) Urb.

Melão-de-são-caetano Momordica charantia L.

Muirapuama Ptychopetalum olacoldes Benth

Mulateiro Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook. F.

ex Schum.

Mulungu Erythrina fusca Lour.

Murumuru Astrocaryum murumuru Mart.

Mururé Brosimum acutifolium (Ducke) C.C. Berg.

Paricá Anadenanthera peregrina

Patauá Oenocarpus bataua Mart.

Pau-rosa Aniba roseodora Ducke.

Pedra-ume-cáa Myrcia citrifolia (Aubl.) Urb.

Pião-roxo Jatropha gossypiifolia L.

Picão-preto Bidens pilosa L.

Sacaca Croton cajucara Benth.

Sangue-de-dragão Croton lechleri Muell. Arg.

Sapucaia Lecythis pisonis Cambes.

Simaruba Simaruba amara Aublet

Sorva Corema utiles / Corema macrocarpe

Taperebá Spondias mombin L.

Teta-de-vaoa Solanum mammosum L.

Tucumã Astrocaryum tucuma Burret.

Ucuuba Virola sebifera Aubl. / Virola calophyila

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Unha-de-gato Uncaria tomentosa (Willd.) DC.

Urucum Bixa Orellana L.

Uxi-amarelo Endopleura uchi (Huber) Cuatr.

12 Reuniões de mobilização para a realização do trabalho

O trabalho de sensibilização da comunidade foi iniciado. Nesse processo foi explicada a

relevância em se comercializar produtos florestais com regularidade, qualidade e quantidade para

atender às demandas de novos mercados, sobretudo os segmentos de fitoterápicos e fitocosméticos.

Também foi esclarecido que a extração da floresta sem manejo pode gerar uma degradação do

meio ambiente levando algumas espécies à extinção, devido a mudanças em todo sistema de

produção e hábitos produtivos. É necessário, então, que a comercialização dos produtos florestais

estejam de acordo com a exigência do mercado e a satisfação dos consumidores, mas de forma

sustentável, visando tanto à sua preservação, mantendo o ecossistema, quando o benefício que esse

tipo de atividade poderá trazer ao morador da área e ao desenvolvimento da região.

Outro conteúdo importante dessa sensibilização é que a melhor maneira de evitar o

desmatamento é descobrindo o valor econômico da floresta. Com isso diminuiria a agricultura

convencional em áreas florestais, e investimento em outra opção de fonte de renda.

A organização jurídica da comunidade também é um fator essencial nesse processo, o maior

problema que se esbarra na organização da comunidade para a comercialização está no fato de as

pessoas não disporem de documentação de suas terras.

13 O trabalho com as plantas de valor econômico no local do projeto

Tendo em vista a possibilidade de se comercializar as plantas que possuem um espaço no

mercado, buscando superar o nível de sua produção predominantemente doméstica, foi iniciado o

cultivo de espécies de valor econômico em caráter experimental.

Dentre essas, têm-se plantas como a andiroba, cipó-tuíra, hortelã , arruda, eucalipto, cana,

Artemísia, pitanga, babosa e jucá.

Para algumas espécies foram construídos canteiros, fazendo aproveitamento de madeiras

disponíveis na área, as chamadas “costeletas”, sem fazer uso de nenhum produto químico,

adicionando terra preta e adubo de galinha.

As espécies com potencialidades aromáticas disponíveis na área foram extraídas em caráter

experimental para produção de “cheiros” visando à área de perfumaria. Diferentes extratos

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aromáticos foram elaborados, os quais foram levados para análise em empresas especializadas na

área, em São Paulo.

Como o máximo aproveitamento de suas terras voltado para alcançar o mercado faz parte das

informações repassadas, estão sendo feitos experimentos com o aproveitamento das espécies nativas

do local, mesmo que sejam voltados para outros segmentos. Assim as espécies ornamentais

disponíveis na área entre elas, marantaceas e heliconeas, receberam um incremento no número de

indivíduos onde ocorriam naturalmente, na intenção de concentrar num único espaço para uma maior

produção, visando ao comércio de flores ou de plantas vivas.

Nesse processo não se descartou a orientação ao cultivo tradicional das fruteiras, com

orientações para o melhor aproveitamento da produção de frutos, bem como de hortaliças que se

constitui numa necessidade básica para o cotidiano alimentar da área.

Aproveitou-se também para redirecionar o aproveitamento, por exemplo, do urucum que era

utilizado somente para alimentação, agora passou a ser utilizado como uma planta medicinal, o

mesmo foi feito com a cana-de-açúcar que era utilizada somente na alimentação e que também foi

trabalhado o aspecto medicinal da planta.

14 A base comunitária para o desenvolvimento sustentável

Os projetos comunitários de desenvolvimento sustentável que têm a base comunitária como

elemento a ser trabalhado é um assunto de interesse geral de grandes empresas nacionais e

internacionais.

Saber como construir essa base comunitária e sua sustentação como empreendedora tem sido

um grande desafio para os profissionais envolvidos neste trabalho.

Dois elementos podem ser acrescidos nessa discussão: que desenvolvimento pretende-se

construir e como será a participação da comunidade no processo.

E é justamente na direção do desenvolvimento local que se percebe a viabilidade do

desenvolvimento na região amazônica, no nível das comunidades, e para isso a participação de cada

membro é requerida para que todos sejam partícipes do seu próprio projeto de desenvolvimento,

tomadores de decisão das questões que afetam a sua qualidade de vida.

Sabe-se, contudo, que o desenvolvimento de qualquer comunidade é sempre um processo,

tudo depende da dinâmica interna e externa, ou seja, de como a própria comunidade responder a esse

processo, bem como as políticas governamentais contribuírem para isso e o mercado com suas

respostas à produção.

Acredita-se que um dos problemas a ser superado nesse tipo de iniciativa é a descontinuidade

da ação. Isso pode acontecer por políticas governamentais que estimulam iniciativa e não dão

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condições para a autossustentabilidade da proposta. Normalmente, eventos dessa natureza deixam

marcas profundas na comunidade que se revelam no descrédito em outras iniciativas.

Qualquer que seja o órgão proponente de organização de base comunitária, ela vai sempre ter

que considerar o modo como a população local assimilou a proposta, o modo como a comunidade se

organiza para a operacionalização da proposta de desenvolvimento, o modo como os membros da

comunidade participam dessa organização e a cultura construída com base em novos valores

socioeconómicos e ambientais.

Nesse sentido, o sucesso do desenvolvimento sustentável tem seu alicerce na base na

organização de base comunitária, a qual terá ideias e atividades institucionalizadas, criando um

ambiente favorável para a gestão, mobilização e uso efetivo dos recursos da comunidade, valorizando

assim os recursos naturais e humanos do local.

Nessa abordagem que tem por base comunitária a participação, esse é o elemento mais

dinamizador do processo, considerando que esse processo já é um meio de capacitação. Quanto mais

as pessoas estiverem envolvidas nesse processo, mais perto da auto-sustentação estará a proposta de

desenvolvimento.

Essa abordagem tem as pessoas como o alvo essencial do processo e deve-se buscar maneira

de incentivar e facilitar a participação dessas para a efetiva realização do projeto.

15 Considerações finais

Este tipo de trabalho pode ser adaptado em qualquer lugar da Amazônia, depende da vontade

de produtores, instituições e empreendedores interessados para desenvolver, pois se constitui numa

alternativa no que diz respeito a melhorias do nível de vida local.

Em relação ao trabalho de qualificação dos produtores rurais voltados ao mercado de

produção de insumos para fitoterápicos e fitocosméticos, alguns pontos merecem destaque:

A demanda por novos produtos a partir de espécies vegetais existe, porém estão faltando

insumos para atender a isso, ou quando há, muitas vezes não são de boa qualidade, por não

terem seguido normas de padrões de qualidade e higiene;

O desconhecimento da população local sobre a potencialidade das plantas é um fato,

questão observável pelo não aproveitamento das espécies de valor econômico quando são

retiradas da mata para a utilização da área em roças ou pasto para gado;

Não tem material didático para a qualificação dos produtores rurais nessa linha de insumos

vegetais, dificultando o trabalho de capacitação com esses produtores;

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Falta tradição na exploração de folhas, cascas entre outros, gerando dúvidas sobre o

retorno financeiro dessa atividade, pois as práticas mais comuns são as de agricultura e

pecuária;

O acesso às comunidades ainda é um problema, pelas dificuldades de locomoção nos

ramais pela falta de asfaltamento, inviabilizando o escoamento no período das chuvas;

Falta de materiais para trabalhar os produtos, considerando que a extração de óleo de

algumas espécies tem quer mecanizada e os equipamentos para essa extração têm um

custo alto para os pequenos produtores, requerendo recursos financeiros para a aquisição;

Na maioria dos ramais ainda não há energia para uso de máquinas, adicionando mais um

problema de infraestrutura nesses locais;

O manuseio dos insumos requer um espaço físico adequado, com condições ambientais e

higiênicas preparadas para essa atividade, por isso a necessidade de construção de um

galpão para essa finalidade;

Para o sucesso de projetos nessa direção há necessidade de capacitação dos recursos

humanos envolvidos nos mais diferentes enfoques, englobando o manejo de espécies,

gestão ambiental, liderança, associativismo entre outros;

Dentre as prioridades na capacitação dos recursos humanos, desenvolver, sobretudo,

habilidades e competências de gestão financeira para assegurar a sustentabilidade

econômica do empreendimento;

No caso de projetos financiados, monitorar e avaliar o investimento dos recursos

constantemente para que eles possam ser aplicados adequadamente não comprometendo o

projeto como um todo;

Necessita-se trabalhar no que tange à legislação fundiária para resolver a propriedade da

terra, pois esse é um dos maiores empecilhos para a documentação de cooperativas;

Estimular cooperativas para um trabalho coordenado, aumentado a oferta dos produtos

para negociação em bloco, favorecendo o atendimento a grandes demandas por insumos e

preços de acordo com a qualidade do produto;

Trabalhar para a elevação dos preços do produto sem necessidade de subsídio, investindo

na qualidade do produto, por meio de constante qualificação dos produtores rurais;

Para o melhor desempenho no processo de capacitação dos produtores rurais a

estruturação de um sítio-escola, ou seja, uma área demonstrativa como local de

capacitação proporcionará o ambiente para a realização dessa atividade.

Referências

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COSMETOLOGIA – ABC. A nova realidade frente à inovação

responsável. In: CONGRESSO NACIONAL DE COSMETOLOGIA, 13., 1999, São Paulo. São

paulo: [s.n], 1999. 252 p.

BAYMA, J. C.; BARATA, L. E. S. Diagnóstico micro e pequenas empresas de produtos naturais da

Amazônia: projeto: programas setoriais de promoção da competitividade norte/centro-oeste. [S.l]:

SEBRAE/SACE – Norte e Centro-Oeste, [199-?]. 156 p. Relatório técnico.

CLAY, J. W.; SAMPAIO P. T. B; CLEMENT, C. R. Biodiversidade amazônica: exemplos e

estratégias de utilização. In: PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL E

TECNOLÓGICO, 1., Manaus, 1999. Manaus: SEBRAE, 1999. 409 p.

FLORES, F. A. Inventario taxonomico de la flora de la Amazónia Peruana: herbário etnobotánico

amazônico. Iquitos: Amazonian Natural Products, 1999. 198 p.

REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. 1. ed. Manaus:

SEBRAE/ AM, INPA, 2000. 405 p.

__________. Cultivando a saúde em hortas caseiras e medicinais. Manaus: SEBRAE/AM, INPA,

2001. 102 p.

__________. Apontamentos para a cosmética amazônica. Manaus: SEBRAE/AM, INPA. 2002.

__________. Plantas úteis da bacia amazônica. Manaus: SEBRAE/AM, INPA, 2002. 858 p.

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Jovem marceneiro

Geraldo Lira de Souza

Maria Auxiliadora Guedes

1 Introdução

Este projeto surgiu devido à preocupação com a situação de pauperização em que se

encontram os jovens na cidade de Manaus. Precisávamos aliar o nosso sentimento de criar

alternativas de qualificação para a juventude com ações que desenvolvessem a região, na perspectiva

do desenvolvimento sustentável. Assim, nasceu o projeto Jovem Marceneiro, que está situado no

Conjunto Parque das Castanheiras II – Zumbi dos Palmares II. Um projeto que visa ao

desenvolvimento sustentável da região, gerando renda e construindo a cidadania juntamente com os

jovens em situação de risco.

2 O bairro Zumbi dos Palmares

O bairro Zumbi dos Palmares está situado na Zona Leste da cidade de Manaus, é caracterizado

como uma região com alto índice de desemprego, com uma densidade demográfica altíssima, carente

de infraestrutura. De acordo com o Relatório de Risco confeccionado pela OIT, é um dos locais onde

ocorre crimes contra crianças e adolescente, existindo inclusive projetos para erradicar o trabalho

infantil e promover a qualificação.

Existem três bairros denominados de Zumbi (Zumbi I, II e III), todos provenientes de

ocupações de terras ociosas, estando, em alguns casos, ainda em litígio com os proprietários. O Bairro

Zumbi II possui três escolas públicas que atendem o ensino fundamental. A escola Agrotécnica

Federal do Amazonas também está situada no bairro, e atende jovens adolescentes em nível médio e

técnico. Essa clientela, geralmente, é oriunda dos municípios do interior do Estado do Amazonas.

Durante o período noturno, essa escola oferece a modalidade de Educação para Jovens e Adultos com

duas salas apenas.

Na área da Saúde o bairro possui dois Prontos Atendimentos ligados ao Município, que atende

os três bairros. Possui também um Centro de Atendimento Integral à Criança, de jurisdição Estadual.

A carência do bairro é o motivo central da escolha do local para o funcionamento do projeto.

3 O projeto

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O objetivo geral do projeto é qualificar adolescentes do bairro Zumbi dos Palmares na

fabricação de artefatos de madeiras de forma artesanal.

Os objetivos específicos são:

1. Ensinar os adolescentes a fabricar artefatos de madeira de forma artesanal;

2. Desenvolver ações que gerem renda aos adolescentes e suas famílias;

3. Acompanhar os adolescentes envolvidos no projeto nas suas atividades escolares;

4. Desenvolver uma consciência ecológica e o sentimento de pertinência à região.

O projeto tem como clientela inicial quarenta e cinco (45) adolescentes que residem no bairro.

A empresa que executará as ações é a Oficina Divina Artefatos de Madeira. O prazo de

implantação é de no máximo 36 meses. Espera-se alcançar com essas ações benefícios econômicos e

sociais, visto que a empresa hoje emprega três artesões e suas atividades permitem a manutenção de

três famílias e sua automanutenção. Assim, a oficina vai aos poucos se transformando em escola para

aprendizes, produzindo embalagens para bombons finos, embalagens para perfumes, objetos

domésticos e de escritório.

A Oficina que funciona com um instrutor, possui os seguintes equipamentos:

1. Uma serra fita;

2. Duas bancadas de serra;

3. Uma lixadeira compacta;

4. Duas bancadas de serra de tico-tico;

5. Uma lixadeira orbital;

6. Furadeira;

7. Furadeira de bancada;

8. Parafusadeira.

É com esse material empregou-se três empregados.

4 Benefícios esperados

Espera-se, no decorrer do projeto, adquirir materiais para ampliação da oficina para

transformá-la em oficina escola. Com isso, as ofertas de qualificação para o trabalho responderão,

mesmo de forma incipiente, ao anseio de muitos jovens.

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Com este projeto pretende-se formar 15 (quinze) alunos ao ano. Após a formação da primeira

turma, dentre os formandos serão selecionados os monitores que acompanharão as próximas turmas.

Com a evolução do projeto objetivamos contratar mais dois artesões que supervisionarão os trabalhos

realizados pelos jovens nos processos de aprendizagem.

Para assessorar os processos pedagógicos contar-se-á com o apoio da Faculdade de Educação

da Universidade Federal do Amazonas, através de bolsas de extensão que potencializarão a relação

dos jovens universitários com a realidade do bairro Zumbi dos Palmares.

A matéria prima utilizada para a fabricação das peças artesanais é o “palet”, ou seja, utiliza-se

o lixo descartado pelas indústrias da Zona Franca. Com isso, a oficina está contribuindo com a

preservação do meio ambiente, assim como com a coleta do lixo, desenvolvendo a consciência

ecológica através da educação ambiental aos jovens aprendizes, assim como dos jovens universitários

que executarão os trabalhos de extensão promovidos pela Ufam.

Este projeto também é uma contribuição para os Governos Estadual e Municipal, no sentido

de demonstrar que é possível gerar projetos simples que potencializam a profissionalização, a renda e

sobretudo aponta para a perspectiva do desenvolvimento sustentável.

5 Principais e resultados a serem gerados

1. Transformar a empresa em uma Oficina Escola;

2. Desenvolver processos de monitoria;

3. Alocar produtos fabricados pelos jovens no mercado, gerando renda.

Existem, no entanto, fatores que podem ser considerados críticos para que o projeto seja

desenvolvido com êxito que são justamente a dificuldade de financiamento. Para superar essa

situação estaremos buscando parcerias e financiamento junto as entidades ligadas ao trabalho com

adolescentes em situação de risco, tais como Unicef, WWF, Fundação Ford, OIT.

Além disso, temos a Universidade Federal do Amazonas que é a parceira principal para

implementar a Proposta Pedagógica, tendo o Programa de Pós-Graduação em Educação, coordenado

pela Professora Doutora Arminda Mourão como o departamento que implementará a consultoria, de

forma voluntária, assessorando, inclusive, a equipe na consecução de projetos visando a arrecadar

verbas para a sua autossustentação.

6 Conclusão

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Este projeto é uma contribuição aos planos de governo e prioridades da política pública

Municipal na questão da Geração de Renda e o Desenvolvimento Sustentável. O projeto

desenvolverá novas técnicas na confecção de artefatos de madeira e experimentará novos materiais

para a confecção de artefatos de madeira, assim como novos materiais para a confecção desses

artefatos. Desenvolveremos assim novas tecnologias de base física e organizacional.

É um projeto relevante para a região amazônica, visto que beneficiará jovens em situação de

risco, dando-lhes a profissionalização. O projeto, no nosso entender, também estará desenvolvendo

nos estudantes de graduação da Universidade Federal do Amazonas o sentimento de solidariedade ao

levá-los a trabalhar em projetos de extensão que visam à construção da cidadania.

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Biografia

Samuel Isaac Benchimol, nascido em dia 13 de julho de 1923, em Manaus, foi escritor (com

cerca de 110 trabalhos publicados, nomeado à Academia Amazonense de Letras), professor (Emérito

da Universidade do Amazonas, onde lecionou por mais de 50 anos), pesquisador (catedrático da

cadeira de Introdução à Amazônia na Universidade do Amazonas), líder comunitário (Presidente do

Comitê Israelita do Amazonas) e empresário (fundador do grupo Bemol/Fogás).

Em 1942, fez vestibular e ingressou na Faculdade de Direito do Amazonas, onde se formou

Bacharel. Trabalhou inicialmente como despachante de bagagens e passageiros na Panair do Brasil,

onde obteve o contato que o estimulou a escrever o trabalho O Cearense na Amazônia. Em função do

sucesso desse trabalho, recebeu bolsa para fazer Mestrado em Sociologia na Miami University, nos

EUA, em 1946/1947, de onde retornou para seguir sua carreira na Amazônia.

No conjunto de sua vasta produção intelectual que inclui 109 publicações dentre artigos e

livros, merecem destaque: Amazônia: Um Pouco-Antes e Além-Depois, O Pacto Amazônico e a

Amazônia Brasileira, Amazônia: Formação Social e Cultural, Eretz Amazônia: Os Judeus na

Amazônia e Zénite Ecológico e Nadir Econômico-Social. Também se destacou pela compilação e

análise de estatísticas socioeconômicas locais, especialmente no que diz respeito à arrecadação de

impostos e ao comercio exterior na região amazônica. Em toda a sua obra, sempre defendeu a

necessidade de que o desenvolvimento sustentável da Amazônia deve respeitar quatro parâmetros e

paradigmas fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente

equilibrado e socialmente justo.

Como empreendedor, Samuel Benchimol foi, juntamente com seus irmãos Israel e Saul,

fundador do grupo Bemol/Fogás em 1942, que hoje inclui empresas com faturamento anual superior a

R$400 milhões. As empresas do grupo estão em diversas atividades, incluindo distribuição de gás de

cozinha, lojas de departamento, Internet shopping center e exportação de produtos naturais da

Amazônia como bálsamo de copaíba e óleo de pau-rosa.

Como professor, Samuel lecionou por quase 50 anos na Universidade Federal do Amazonas

em cursos de Economia e Direito. Seu interesse no estudo dos mais diversos aspectos da Amazônia

culminaram na sua escolha para criar uma matéria de Introdução à Amazônia.

Samuel sempre foi também um grande líder comunitário, servindo como Presidente do

Comitê Israelita do Amazonas no período de 1975 a 1985. Sua dedicação à comunidade culminou

com a publicação de sua obra Eretz Amazônia, um estudo da presença dos judeus na Amazônia.

Em razão de sua dedicação ao estudo e à educação, Samuel foi nomeado à Academia

Amazonense de Letras. O prédio principal da Universidade Estadual do Amazonas e a Escola

Estadual Samuel Benchimol, no bairro Nova Cidade, são dedicados ao seu nome. Após seu

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falecimento, foi criado o Prêmio Amazônia Prof. Samuel Benchimol, patrocinado pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio e pela Fieam.

Samuel Benchimol deixou sua esposa, Mery Benchimol, dois filhos, Nora e Jaime, e quatro

netos.

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Índice de autores

Abadio, Fernanda Dias Bartolomeu, 38

Aleixo, Valdemir, 71

Alencar, Antonio Carlos Tinoco de, 32

Andrade, Jerusa de Souza, 47, 178

Araújo, Rivaldo Gonçalves de, 67

AVIVE – Associação Vida Verde da Amazônia, 33

Barbosa, Gilvannete Serra de Araújo, 42

Barreto Filho, Manoel Dantas, 55

Benicasa, Maria Valdecy Caminha, 59

Borges, João Tito, 49,191

Braga, Sônia Maria, 69

Brandão, Jose Carlos Martins, 51, 91

Cardenas, Juan David Revilla, 54, 199

Carvalho, Nilson Luiz de Aguiar, 62, 169

Cereto, Marcos Paulo, 58

Coelho, Suani Teixeira, 69, 77

Cohen, Max Fortunato, 60

Costa, Alexandre Araújo, 27

Costa, Paulo Roberto, 69

Ferreira, José Fernando, 53

Figueiredo, Gilberto Gomes de, 41

Freitas-Silva, Otniel, 65

FUNDAP – Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do

Estado do Amapá, 39

Guedes, Maria Auxiliadora, 40, 217

Honczaryk, Alexandre, 28

Kuck, Jaime, 46

Laurido, Noeliana Rodrigues, 65

Lobato, Jorge Luiz Ramos, 50

Magalhães, Joel Mauro, 49

Malavasi, Ubirajara Contro, 70

Martins, Maria Helena Berlinck, 59

Martins, Ronisley da Silva, 51, 91

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Matarazzo, Edmundo Antonio, 35

Monteagudo, Rosalvi Maria Teófilo, 67

Moreira, Eliane Cristina Pinto, 36

Neumann, Zilda Arns, 73

Nunes, Juarez Cardoso, 55

Oliveira e Silva, Sebastião de, 68

Oliveira, Décio Ferreira de, 34, 104

Oliveira, Elisiana Pereira de, 37

Oliveira, José Adail Mariano de, 50

Oliveira, José Roberto Guedes de, 53

Oyama Homma, Alfredo Kingo, 29, 143

Pacheco, Jesuéte Bezerra, 51, 91

Paiva, Alessandro Dinelli de, 27

Pi Chung Yee, João Batista, 48

Pinheiro Júnior, Marcos Hervé, 57

Pinto, Schubert, 66

Portela, Jader Marconi e Albuquerque, 51, 91

Porto, Jadson Luís Rebelo, 43 e 44

Priante Filho, Nicolau, 60

Queiroz, Elisângela P. 69

Souza, Ana Maria Oliveira de, 31, 32,

Souza, Geraldo Lira de, 40, 217

Viana, Virgílio Maurício, 71