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Oo História de Portugal 1.º e 2.º ciclos · dos 8 aos 13 anos

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Históriade Portugal

1.º e 2.º ciclos · dos 8 aos 13 anos

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Índice

A Península Ibérica: dos primeiros povos à Reconquista Cristã 7

As primeiras comunidades humanas da Península Ibérica 8

Recursos naturais e fixação humana 8As primeiras comunidades recoletoras 8As primeiras comunidades agropastoris 9Contactos com povos mediterrânicos 13

Os Romanos na Península Ibérica 16

Conquista romana e resistência dos povos ibéricos 16

A Península Ibérica romanizada 17Processo de romanização 17Vestígios romanos 19Cristianização da Península Ibérica 20

Invasões bárbaras 21Reino suevo 22Reino visigodo 22

Os muçulmanos na Península Ibérica 23

A ocupação muçulmana 23Os Árabes 23Islamismo 24Derrota dos Visigodos 24Domínio muçulmano 25Herança cultural 25Economia 26

Cristãos e muçulmanos no período da Reconquista 27Resistência cristã 27Processo de Reconquista Cristã 27Etapas da Reconquista Cristã 28

Portugal: da fundação à restauração da independência 29

A formação do Reino de Portugal 30

D. Afonso Henriques e a luta pela independência 30Em busca da autonomia 30Fundação do reino 31A luta pela independência 32Conferência de Zamora 32

O reconhecimento do reino 33Ordens religiosas e militares 33

Portugal nos séculos XIII e XIV 34

O Reino de Portugal e do Algarve 34Dimensão e fronteiras 34Atividades económicas 35

D. Sancho I 36Povoamento do território 36Organização social 38A vida nas terras da nobreza e do clero 39

D. Afonso II 40Cortes de Coimbra 40Situação do reino 40

D. Sancho II 40Conquistas aos Mouros 40Deposição 40

D. Afonso III 42Conquista definitiva do Algarve 42Cortes de Leiria 42

D. Dinis 42Política de fomento nacional 42Desenvolvimento cultural 43Fundação da Ordem de Cristo 45Definição definitiva das fronteiras 46

D. Afonso IV 47

D. Pedro I 48

1383-1385 – um tempo de revolução 49

D. Fernando 49Casamentos prometidos 49

A morte de D. Fernando e o problema da sucessão 50Interregno 50

As movimentações populares e os grupos em confronto 51

Conspiração e morte do conde Andeiro 51Aclamação de D. João, Mestre de Avis 52

A resistência à invasão castelhana 52Batalha de Atoleiros 52Cerco de Lisboa 53

A consolidação da independência 54Cortes de Coimbra 54

D. João I 55Guerra da independência 55Nova sociedade 58Aliança com a Inglaterra 59Casamento do rei 59Ínclita Geração 60

Portugal nos séculos XV e XVI 61

De Portugal às ilhas atlânticas e ao Cabo da Boa Esperança 61

Condicionalismos da expansão 61Motivações da expansão 62Conquista de Ceuta 62Arquipélago da Madeira 63Arquipélago dos Açores 65

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D. Duarte 66Descobrimentos 66Desastre de Tânger 67

D. Afonso V 68Conquistas africanas 68Descobrimentos africanos 68Tratado de Alcáçovas-Toledo 69

D. João II 70Cortes de Évora 70Feitoria de S. Jorge da Mina 70A marca de Portugal 71Plano das Índias 71Descobrimento da América 72Decisões do Papa Alexandre VI 73Tratado de Tordesilhas 74

D. Manuel I 75Chegada à Índia e ao Brasil 75Achar ou descobrir o Brasil? 77

O Império Português no século XVI 78Império Português do Oriente 78Expulsão dos judeus 80Embaixada à Santa Sé 80Viagem de circum-navegação 81Arte 82

A vida urbana no século XVI – Lisboa quinhentista 83

O crescimento da cidade 83O porto de Lisboa e o comércio 84A corte 85

D. João III 86Sistema de colonização do Brasil 86O Renascimento em Portugal 88Consequências dos Descobrimentos 89

Da União Ibérica à Restauração 92

D. Sebastião 92A regência do reino 92Educação do jovem rei 92Batalha de Alcácer Quibir 92Sebastianismo 94

Cardeal D. Henrique 94A morte de D. Sebastião e a sucessão ao trono 94Cortes de Almeirim 95

D. António 96Batalha de Alcântara 96O domínio filipino e os levantamentos populares 96

Filipe I 97Cortes de Tomar 97

Filipe II 97Crise acentuada 97

Filipe III 98Revolta dos portugueses 98

A revolta do 1.° de Dezembro de 1640 e a Guerra da Restauração 100

D. João IV 101Cortes de Lisboa 101Ação diplomática 102

D. Afonso VI 102Regência de D. Luísa de Gusmão 102Ação do conde de Castelo Melhor 103Guerras da Restauração 103Deposição do trono 104Regência de D. Pedro 105

D. Pedro II 105Últimas Cortes 105Política mercantilista 106Tratado de Methuen 106

Portugal: do absolutismo ao liberalismo 107

Portugal no século XVIII 108

O Império Colonial Português 108Extensão dos territórios 108Recursos naturais e atividades económicas 109

D. João V 110Prosperidade do reino 110Proteção à cultura 110Os estrangeirados 111A sociedade portuguesa no reinado de D. João V 112

D. José 114Marquês de Pombal 114Terramoto de 1755 115Reconstrução de Lisboa 116Eliminação de resistências 117Desenvolvimento económico 117Reforma no sistema de ensino 118Reformas administrativas 119

D. Maria I 119Abolição de leis e decisões 119Desenvolvimento cultural 120Repressão das ideias liberais 120A regência do príncipe D. João 121Bloqueio Continental 121

1820 e o triunfo do liberalismo 122

Invasões francesas 122Primeira invasão: Junot 122Saída da corte para o Brasil 123Segunda invasão: Soult 124Terceira invasão: Massena 125Guerra Peninsular 125

D. João VI 125Governo de Beresford 125Conspiração de 1817 126

Revolução Liberal de 1820 126Movimento revolucionário 126Ação das Cortes Constituintes 128Regresso da corte 128

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Independência do Brasil 128Constituição de 1822 129Reações absolutistas 130

D. Pedro IV 131Carta Constitucional 131

D. Miguel 132Guerra civil 132Cerco do Porto 132Convenção de Évora Monte 133Legislação de Mouzinho da Silveira 134

D. Maria II 135Reforma do ensino 135Política colonial 135Revolta de Maria da Fonte 136Regeneração 136Ação de Fontes Pereira de Melo 137

Portugal na segunda metade do século XIX 140

D. Pedro V 140Instrução pública 140

D. Luís 140Explorações em África 140Conferência de Berlim 141Mapa Cor-de-Rosa 142Abolição da pena de morte 143Obras de fomento 143

D. Carlos 144Ultimato inglês 144Campanhas em África 144Revolta de 31 de Janeiro 144Ditadura de João Franco 144Regicídio 145

D. Manuel II 146

Portugal: do século XX aos dias de hoje 147

A Revolução Republicana 148

A ação militar no 5 de Outubro e a queda da monarquia 148

Proclamação da república 148Novo regime político 149Constituição de 1911 150

1.a República 151Ação dos governos republicanos 1511.ª Guerra Mundial (1914-1918) 152Consequências da guerra 153Revolta militar de Sidónio Pais 153

Os anos de ditadura 154

O golpe militar de 28 de maio 154

O Estado Novo 156Salazar 156

Restauração das finanças e da economia 157Melhoramentos públicos 157Constituição de 1933 158Limites à liberdade individual 159Oposição ao regime 160Guerra colonial 160

Governo de Marcello Caetano 161Mudança na continuidade 161Estagnação económica 161O fim do regime marcelista 161

O 25 de Abril e a construção da democracia 162

Ação militar e popular no 25 de Abril 162Antecedentes do 25 de Abril 162Movimento do 25 de Abril 162

Primeiras medidas da revolução 164Junta de Salvação Nacional 164Governo Provisório 164Governos constitucionais 164

Independência das colónias 165

Eleição do Presidente da República 165

Constituição da República Portuguesa de 1976 e restabelecimento da democracia 166

Constituição de 1976 166O poder central 166O poder regional 167O poder local 167

O mundo mais perto de nós. Espaços em que Portugal se integra 168

Adesão de Portugal à CEE 168Efeitos da adesão de Portugal 169Tratado de Maastricht 169A moeda única – o euro 170Tratado de Lisboa 170

Organizações internacionais 170Organização das Nações Unidas (ONU) 170Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO) 171A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) 171

A independência de Timor-Leste 172Massacre no Cemitério de Santa Cruz 172Xanana Gusmão 172Nobel da Paz 172

Personalidades nacionais 172Amália Rodrigues, cantora 172Eusébio, futebolista 173José Saramago, escritor, Nobel da Literatura 173Joana Vasconcelos, artista plástica 174

Eventos nacionais 174Expo 98 174Campeonato Europeu de Futebol – Euro 2004 174Vitória portuguesa no Euro 2016 175Festival Eurovisão da Canção 2017 175A História de Portugal não termina aqui! 176

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A Península Ibérica:

dos primeiros povos

à Reconquista Cristã

Os primeiros povos da Península Ibérica

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Recursos naturais e fixação humanaAs primeiras comunidades recoletoras

Os primeiros antepassados do ser humano surgiram em África, há cerca de 5 milhões de anos. Eram muito diferentes do Homem atual, tendo-se transformado ao longo de muitos anos.

A partir de África, estas comunidades expandiram-se para outros conti-nentes, tendo chegado à Península Ibérica há cerca de 1 milhão de anos. Tiveram de enfrentar um clima que era muito frio devido às glaciações, pelo que a vida das populações era muito difícil.

O ser humano vivia em pequenas comunidades nómadas e obtinha os seus alimentos através da caça, da pesca e da recoleção. Para se defender dos animais ferozes e do frio, refugiava-se em cavernas e abrigos naturais. Foi nestas cavernas e abrigos que o Homem primitivo criou a arte rupes-tre. Algumas dessas manifestações de arte primitiva chegaram até nós, como foi o caso das gravuras rupestres do vale do rio Coa.

As primeiras comunidades humanas da Península Ibérica

A vida numa comunidade recoletora

Caçador recoletor

GlaciaçõesPeríodos de arrefecimento acentuado da temperatura.

Nómadas Povos que se deslocam de lugar em lugar à procura de alimentos.

RecoleçãoRecolha da Natureza dos alimentos necessários à sobrevivência do ser humano.

Arte rupestre Pinturas ou desenhos feitos nas rochas ou nas paredes das cavernas.

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As primeiras comunidades agropastorisHá cerca de 10 mil anos, o clima conheceu algumas transformações

tornando-se mais quente. Em consequência, alguns territórios cobertos de gelo tornaram-se habitáveis e o ser humano viu a sua vida modificar-se. Surgiram novas espécies vegetais, como o trigo e a cevada, de que passou a alimentar-se e que começou a cultivar. Na mesma altura, domesticou al-guns animais, como cabras e ovelhas, dos quais obtinha alimentos, peles e lã para fazer o seu vestuário.

Estas transformações permitiram ao ser humano tornar-se sedentário, começando a construir os primeiros povoados. Passou a utilizar instru-mentos mais eficazes – foice, enxada de pedra e mó manual –, a usar a roda e descobriu novas técnicas artesanais, como a cestaria, a cerâmica e a te-celagem. Com a descoberta da agricultura e da pastorícia, o Homem dei-xou de estar tão dependente da Natureza e começou a produzir os seus alimentos. A este período atribui-se o nome de Neolítico.

No Neolítico, as manifestações artísticas foram muito variadas: nos objetos de cerâmica, de tecelagem e de cestaria a decoração era já evi-dente.

SedentárioPovo que se fixa num determinado local.

Uma comunidade neolítica

A cestaria

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Lusitanos

Descenderam dos Iberos ou dos Celtas (as opiniões dos historiado-res variam);

Habitavam a região entre os rios Tejo e Douro, vivendo em povoados fortificados e isolados no cimo dos montes (castros ou citânias);

Eram um povo guerreiro, manejavam espadas e lanças e usavam fun-das como arma de arremesso;

Utilizavam, como proteção, capacete de couro ou metal, escudos re-dondos de couro, polainas de couro ou tecido nas pernas;

Dedicavam-se à agricultura e à pastorícia; fabricavam armas com o ferro que exploravam nas minas.

Os povoados utilizados pelos Celtas e pelos Lusitanos, denominados castros, eram formados por habitações circulares, de pedra, com cobertura de colmo. Eram cercados por fortes muros de pedra larga situados no cimo dos montes para melhor se defenderem dos ataques inimigos. Estes encontram-se, sobretudo, no Norte e Centro da Península Ibérica.

cobertura em colmo

habitações circulares

muros em pedra larga para defesa

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Contactos com povos mediterrânicosOs povos do Sul, Sudeste e Sudoeste da Península Ibérica tinham me-

lhores condições de vida do que os que viviam a norte do rio Tejo. Esta si-tuação devia-se ao facto de a terra ser mais fértil junto das planícies dos grandes rios (Tejo, Ebro e Guadalquivir) e era frequente haver excedentes agrícolas, como no caso do trigo, do vinho e do azeite, permitindo-lhes a prática do comércio.

Também a existência de recursos naturais, como o ouro, a prata, o cobre e o estanho, conduziu ao desenvolvimento do comércio na região.

Primeiro os Fenícios, seguidos dos Gregos, e, só depois destes, os Car-tagineses foram chegando à Península Ibérica com o objetivo de trocarem armas, frascos de vidro, tecidos e peças de cerâmica pelos produtos agrí-colas e minerais que os povos ibéricos tinham.

Excedentes Parte da produção que não é necessária para a alimentação e para as sementeiras.

Oceano Atlântic

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CartagoMar

Mar Negro

Grécia

Fenícia

Mediterrâneo

EUROPA

ÁSIA

ÁFRICA

As trocas comerciais no Mediterrâneo com a Península Ibérica

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D. Afonso Henriques e a luta pela independênciaEm busca da autonomia

Entre os muitos cavaleiros cristãos que chegaram à Península Ibérica destacaram-se dois de origem borgonhesa (região da atual França): D. Hen-rique de Borgonha e o seu primo D. Raimundo. Pelo empenho de ambos na Reconquista Cristã, o rei Afonso VI de Leão e Castela resolveu recompensá--los com a doação de territórios e o casamento com as suas duas filhas.

Recompensa pela reconquista

D. Raimundo

D. Urraca (filha legítima)

Recebe doação, em 1093, do governo da Galiza,

que incluía os condados de Portucale e Coimbra.

D. Henrique

D. Teresa (filha ilegítima)

Recebe doação, em 1096, do governo dos territórios entre

o Mondego e o Minho, que formavam o Condado Portucalense.

A formação do Reino de Portugal

Nascimento de Cristoséc. V a. C.

722 1096 1179

séc. V séc. X séc. XVséc. XXI

D. Henrique recebe a mão de D. Teresa em casamento

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D. Henrique era vassalo de Afonso VI, ficando obrigado ao dever de fide-lidade ao rei de Leão e Castela, devendo prestar-lhe auxílio militar. Paralela-mente, empenhou-se na defesa do território perante a ameaça muçulmana.

Ao conde portucalense cabia a responsabilidade de administrar a jus-tiça, receber impostos e organizar a defesa do território e da população.

D. Henrique morreu em 1112, ficando D. Teresa, sua esposa, a governar o condado, uma vez que o filho de ambos, D. Afonso Henriques, era ainda uma criança de 3 ou 4 anos.

Durante o governo de D. Teresa, uma família nobre da Galiza, os Trava, instalaram-se na sua corte e passaram a influenciar a sua governação. Fernão Peres de Trava, um dos membros dessa família, assumiu um grande protago-nismo, mantendo, inclusive, uma relação amorosa com D. Teresa. Os nobres portucalenses, receosos de perderem a sua autonomia, juntamente com D. Afonso Henriques, opuseram-se à sua presença e à política de D. Teresa.

Fundação do reinoEm 1128, D. Afonso Henriques reuniu um grupo de militares e defrontou

as tropas de sua mãe e de Fernão Peres de Trava na Batalha de S. Mamede, perto de Guimarães. Vencida D.  Teresa foi afastada do governo do Con-dado Portucalense e D. Afonso Henriques assumiu a que chefia.

D. Afonso Henriques, depois da vitória na Batalha de S. Mamede, ado-tou o título de príncipe. A sua ação política desenvolveu-se tendo como ob-jetivo a autonomia e a independência do território de Portucale. Para atin-gir esse objetivo, seguiu três caminhos diferentes:

lutas com D. Afonso VII, rei de Leão e Castela, para que fosse reco-nhecida a independência do Condado Portucalense;

guerra contra os Mouros para alargamento do território; diligências de vária ordem para que o Papa reconhecesse a indepen-dência de Portucale.

VassaloIndivíduo dependente de um senhor a quem deve auxílio e obediência e de quem espera proteção.

Mouros Muçulmanos naturais do Norte de África.

CognomeO Conquistador

Nascimento1108 ou 1109

FiliaçãoD. Henrique e D. Teresa

Reinado 1143-1185

Data e local da morte6 de dezembro de 1185, em Coimbra

D. Afonso Henriques

D. Afonso Henriques após vitória na batalha de S. Mamede

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A ação militar no 5 de Outubro e a queda da monarquiaProclamação da república

A subida ao trono de D. Manuel II não fez diminuir a ação dos republica-nos para derrubar a monarquia.

Na madrugada do dia 4 de outubro de 1910, um grupo de revolucioná-rios, comandados por Machado dos Santos, concentrou-se na Rotunda, em frente ao Terreiro do Paço. Alguns barcos ancorados no Tejo (entre eles

A proclamação da república na varanda dos Paços do Concelho de Lisboa

A Revolução Republicana

Nascimento de Cristoséc. V a. C.

1910-1926

séc. V séc. X séc. XVséc. XXI

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o Adamastor e o S. Rafael) içaram a bandeira republicana e à hora marcada começaram a bombardear o palácio real, o Palácio das Necessidades.

A artilharia, a infantaria e muitos populares deslocaram-se ao local para tomar conhecimento do sucedido. O Governo não sabia que atitude tomar. Só Paiva Couceiro saiu para a rua, pronto a iniciar a luta.

O Conselho de Governo aconselhou o rei D. Manuel II a retirar-se para Mafra e a levar a rainha-mãe, D. Amélia.

Na manhã do dia 5 de outubro, José Relvas e Eusébio Leão proclama-ram a república da varanda da Câmara Municipal de Lisboa e o fim da mo-narquia em Portugal.

A notícia da implantação da república foi espalhada por telégrafo a todas as cidades e vilas do país. De norte a sul, o novo regime político foi aceite sem contestações.

D. Manuel II embarcou com a família real, na Ericeira, de forma a seguir para a cidade do Porto, onde tinha intenção de travar a revolta republicana. Contudo, acabou por exilar-se em Inglaterra.

Novo regime político

Governo Provisório

Com a implantação da república, a 5 de outubro de 1910, tornou-se necessário reorganizar todo o aparelho de Estado e nomear um governo provisório que assumisse a governação até se realizarem eleições e que elaborasse a primeira Constituição da República Portuguesa.

Para presidente do Governo Provisório foi nomeado o Dr. Teófilo Braga.O Governo Provisório publicou algumas leis:

a lei da família; a lei do divórcio; a lei do registo civil, que obrigava à realiza-

ção do registo dos nascimentos, casamen-tos e óbitos;

a lei da imprensa; a lei da separação entre a Igreja e o Estado; a lei dos acidentes de trabalho; a lei do direito à greve.

Teófilo Braga

Portugal: do século XX aos dias de hoje

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Ação militar e popular no 25 de AbrilAntecedentes do 25 de Abril

Nos primeiros anos da década de 70, a par de uma crise mundial, Portu-gal apresentava sinais de uma crise generalizada a todos os níveis:

subida da inflação; desvalorização do escudo; aumento do custo de vida; descontentamento da população; crescente oposição ao regime; descrença no marcelismo.

Em 1973, surgiu o Movimento das Forças Armadas (MFA) ou Movimento dos Capitães, como ficou conhecido. Começou por ser um movimento clandestino, composto por oficiais das Forças Armadas (na maioria capi-tães). Após diversas reuniões, os militares que compunham o MFA organi-zaram um golpe de Estado para derrubar o regime e acabar com a questão colonial.

Movimento do 25 de Abril O MFA, apoiado pelas principais unidades militares, iniciou as opera-

ções planeadas e comandadas pelo major Otelo Saraiva de Carvalho na madrugada do dia 25 de abril. As várias ações obedeciam a uma rígida es-tratégia: todas as unidades deveriam sair do quartel a uma determinada hora com destino a um determinado local; o sinal de saída e início das ope-rações era dado através da Rádio Renascença, quando se fizesse ouvir a canção Grândola Vila Morena, de José Afonso.

Os militares marcharam em direção a Lisboa e ocuparam os emissores de rádio e televisão, o aeroporto e alguns quartéis que não aderiram ao mo-vimento.

O 25 de Abril e a construção da democracia

Nascimento de Cristoséc. V a. C.

1974-1985

séc. V séc. X séc. XVséc. XXI

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O movimento do 25 de Abril teve de imediato a adesão popular. De norte a sul, a população saiu à rua para felicitar os militares, saudando-os com cravos vermelhos, ficando por isso conhecida como a “Revolução dos Cravos”.

O Governo, sem grande resistência, assumiu a vitória dos revoltosos. O Presidente da República, Américo Tomás, o Presidente do Conselho, Marcello Caetano, e os vários ministros foram presos e, mais tarde, exilados. Povo e militares

festejam a Revolução de 25 de Abril

As primeiras páginas dos jornais do dia 25 de abril de 1974

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Portugal: do século XX aos dias de hoje

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