IAPD CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA E SEUS ASPECTOS...

20
REVISTA DIGITAL Associação Paulista de Odontopediatria ABOPED Associação Brasileira de Odontopediatria nº 03 2019 AGENDA 04 13 06 10 18 IAPD INTERNATIONAL ASSOCIATION PAEDIATRIC DENTRISTRY ABOPED CONSENSO SOBRE RECOMENDAÇÕES DE TERMINOLOGIA RELACIONADA AO MANEJO DA LESÃO DE CÁRIE CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA E SEUS ASPECTOS SUBJETIVOS INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO INFANTIL ABORDAGEM E AVALIAÇÃO PARA O SUCESSO DOS PROTOCOLOS CLÍNICOS

Transcript of IAPD CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA E SEUS ASPECTOS...

REVISTA D IGITAL Associação Paulista de Odontopediatria

ABOPEDAssociação Brasileirade Odontopediatria

nº 032019

AGENDA

04

13

06

10

18

IAPD INTERNATIONAL ASSOCIATIONPAEDIATRIC DENTRISTRY

ABOPED CONSENSO SOBRE RECOMENDAÇÕES DE TERMINOLOGIA RELACIONADAAO MANEJO DALESÃO DE CÁRIE

CÁRIE NA PRIMEIRAINFÂNCIA E SEUS ASPECTOS SUBJETIVOS INTEGRALIDADE NOATENDIMENTO INFANTIL ABORDAGEM E AVALIAÇÃO PARA O SUCESSO DOS PROTOCOLOS CLÍNICOS

GRATIDÃO E RENOVAÇÃO Caríssimos amigos e colegas,

Chegamos ao final de 2019 com muito otimismo e satisfação por entregar-lhes a Terceira Edição do

Periódico da Associação Paulista de Odontopediatria – PAPO dez-2019, que se aprimora no conteúdo e

na qualidade para atender às necessidades do nosso associado e, neste momento agradecemos

imensamente aos professores doutores autores colaboradores, especialmente desta edição, Marcelo

Bönecker, Saul Paiva, Matheus Perazzo, Leticia Vieira e Juliana Abdelnur, aos quais parabenizamos pelas

excelentes matérias.

Com o mesmo otimismo e alegria informo que a APO se renovará com a posse da professora

Sandra Kalil e sua diretoria a partir de 01 de janeiro de 2020. Certamente dará continuidade ao trabalho

já realizado e inovará com a sua expertise em gestão, empreendedorismo, conhecimento científico e

clínico.

Durante duas gestões, 2016 – 2017 e 2018 – 2019, estive como presidente da APO junto à diretoria,

porém a nossa história teve início em 1998 quando aceitamos o convite do querido e inesquecível

Prof. Guedes-Pinto para renovarmos e trabalharmos para a Associação Paulista de Odontopediatria,

durante o 17º Congresso Brasileiro de Odontopediatria realizado no ano de 1999 no Centro de

Convenções Rebouças, ainda com o Dr. Fausto Baddini e o Dr. Emil Razuk. E desde então, assumimos

o compromisso de promover e valorizar a Odontopediatria e seus Especialistas.

Gostaria de expressar toda minha gratidão à minha vice-presidente, Sandra Kalil e aos diretores

Elaine Marcílio, Sucena Matuk Long, Silvia Chedid, Júlio Bassi, Marcelo Mendes e Elza Padilha pelo

valoroso trabalho, respeitando a Dignidade e a Ética, mas sobretudo, pela amizade que nos uniu.

Ressalto ainda, o meu sincero e especial agradecimento às minhas queridas colaboradoras

Elaine Ribeiro, Magda França e Ana Claudia Delfini que muito contribuíram para o melhor

desempenho da APO.

Às instituições parceiras, nosso reconhecimento: APCD, CROSP, ABOPED, ALOP e IAPD que sempre

apoiaram os eventos da APO durante os últimos 20 anos passados, com a certeza de continuarmos

juntos.

Finalizando, aos associados da APO, o nosso muito obrigada pela confiança e companheirismo e

que o espírito do Menino Jesus possa renovar nossas esperanças e confiança em um mundo melhor,

desejamos um Natal cheio de Luz e um Próspero Ano Novo.

Obrigada pela confiança.

HELENICE BIANCALANAPresidente da APO 2016 - 2017 e 2018 - 2019

02

Presidente: Helenice Biancalana e Vice-Presidente: Sandra Kalil Bussadori

Secretaria: Elaine Marcílio Santos e Elza Padilha Ferri

Tesouraria: Silvia José Chedid e Marcelo Mendes Pinto

Coordenadora e Assessora científica: Sandra Kalil Bussadori

Coordenadores do Periódico da Associação Paulista de Odontopediatria – PAPO: Marcelo Mendes Pinto e Sucena Matuk Long

Conselho Fiscal: Sucena Matuk Long, Julio César Bassi e Glenda Nahás Bergamasco Dreuzzo.

Contato - Magda pelo e-mail:[email protected]

https://pt-br.facebook.com/pg/associacaopaulistadeodontopediatria/

Criação e diagramação: ARS Design Ltda ME

DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ODONTOPEDIATRIAjan 2018 - dez 2019

“A APO gostaria de ouvir

seus associados, envie suas

sugestões pelo e-mail:

[email protected]

Obs: textos e figuras/imagens inseridas na revista PAPO são de responsabilidade dos autores das matérias.

UM ANO DEDICADO A INOVAÇÃO E NOVOS DESAFIOS

Caro leitor

Começo esse editorial agradecendo por um ano repleto de realizações para a nossa APO. Este ano, a

associação fortaleceu suas parcerias com APCD e ABOPED, inovou e modernizou o periódico PAPO, que

agora é digital, acessível e ecologicamente correto e em breve teremos ainda mais novidades.oO PAPO Digital, chega à edição n 3 com assuntos e depoimentos de nomes importantes da

Odontopediatria brasileira, como o Prof. Dr. Marcelo Bönecker, atual presidente da IAPD e o Prof. Saul

Paiva, da Universidade Federal de Minas Gerais, vale a pena a leitura.

Em 2019 a associação presidida pela nossa querida Profa. Dra. Helenice Biancalana, que desde já

agradeço o carinho e dedicação na gestão da APO nesses anos, organizou para os associados, eventos

com temas relevantes para o clínico e especialista, entre os quais, Protocolos do Laser aplicados em

Odontopediatria, a Abordagem da Hipomineralização Molar Incisivo e o Manejo do paciente infantil

entre outros.

As palestras foram ministradas por professores que se dedicam a pesquisa e ao atendimento do

paciente infantil. Os associados puderam assistir aulas de excelência, baseadas em evidências

científicas e experiências clínicas, nas quais, o profissional pode ter uma atualização de conceitos e

protocolos utilizados no seu dia a dia.

Ao final desse ano incrível foi eleita a nova Diretoria da APO (2020-2021) sob a presidência da Profa.

Dra. Sandra Kalil Bussadori, com a missão de gerenciar a associação e continuar a apoiar o

desenvolvimento da nossa especialidade.

Em 2020, teremos desafios ainda maiores e eventos importantes para a Odontopediatria, entre 0

eles cursos, palestras e o 9 Congresso de Odontopediatria APCD/APO que iremos carinhosamente

organizar para os nossos colegas. Foi um ano curto, intenso e produtivo com pessoas dedicadas

e envolvidas na valorização de uma especialidade singular e respeitada.

Despeço-me de você, querido associado, com os votos de um feliz Natal e um Ano de 2020 com

vibrações positivas, próspero e cheio de novos a prendizados!

Uma ótima leitura

Prof. Dr. MARCELO MENDES PINTOCoordenador do PAPO Digital

IAPD INTERNATIONAL ASSOCIATION

PAEDIATRIC DENTRISTRY

04

A IAPD (International Association Paediatric Dentistry) – Associação Internacional de Odontopediatria celebrou 50 anos de sua fundação nesse ano de 2019. Durante essas 5 décadas a principal missão da IAPD foi congregar dentistas de todo mundo que exercem a especialidade de Odontopediatria e discutir, propor e implementar novas alternativas para promover a saúde bucal de crianças em todos os continentes.

Atualmente, a IAPD é composta por 74 Sociedades de Odontopediatria de diferentes países em todo o mundo, incluindo a ABOPED, Associação Brasi le ira de Odontopediatria.

A IAPD realiza várias atividades educativas e científicas, entre elas podemos citar os Congressos Internacionais que ocorrem a cada 02 anos e que congregam dentistas e palestrantes de vários países. Para 2021 já estamos preparando nosso 28º. Congresso I n t e r n a c i o n a l q u e s e r á e m j u n h o n a H o l a n d a ( ). www.iapd2021.org

Além disso, a IAPD promove Congressos Regionais, sendo que já foram realizados dois “IAPD Brazilian Regional Meetings” em São Paulo, nos anos de 2013 e 2015 com as parcerias da ABOPED, APO e SESC.

Um dos principais programas que a IAPD desenvolve é conhecido por “Teach the Teachers – Educational Program” aonde conferencistas internacionais ministram palestras para professores de Odontopediatria de um determinado país com a finalidade de capacita-los para realizarem algumas técnicas de diagnóstico, prevenção e reabilitação que não estejam familiarizados e com isso procurar atualizar o ensino em Odontopediatria no mundo.

Mais recentemente, a IAPD passou a realizar reuniões temáticas para discutir assuntos mais específicos. Essas reuniões são conhecidas como “IAPD Global Summit”. A primeira foi realizada em novembro de 2018 em Bangkok, Tailândia quando foram discutidos vários aspectos da Cárie na Primeira Infância. Essa conferência internacional gerou um documento importante conhecido como “Cárie

na Primeira Infância: Declaração de Bangkok da IAPD” que está disponível gratuitamente em português nos sites da ABOPED e APO. Ao final desse texto você encontrará um folheto educativo que foi produzido pela IAPD em parceria com a Aliança para um Futuro Livre de Cárie, que contém as principais recomendações sobre Cárie na Primeira Infância. Se quiser, você pode usar esse folheto em suas atividades educativas e clínicas. Para o ano de 2020 está sendo elaborada a 2ª. IAPD Global Summit que terá como tema principal o Manejo das Lesões de Cárie. Essa reunião será real izada em novembro, em Taipei-Taiwan ( ). Importante destacar que para https://iapdsummit.org/a reunião de Bangkok tivemos a presença do Prof. Carlos Feldens (ULBRA-RS) como conferencista e para a reunião de Taipei teremos a presença da Profa. Marilia Buzalaf, (FOB-USP) ou seja, temos o Brasil e a América Latina sendo representados nesses importantes fóruns internacionais de discussão cientifica.

Pela primeira vez na história da Associação temos um brasileiro voluntário ocupando a posição de presidente. Durante esse período de dois anos de trabalho a frente da Associação temos como objetivos ampliar o contato com os sócios, congregar mais sociedades internacionais de países que ainda não são filiados e solidificar a imagem da associação internacionalmente. Para isso os comitês de Educação, Científico, Relações Publicas e de Novos Sócios não estão medindo esforços. Felizmente contamos com a presença de professores de Odontopediatria brasileiros (Prof. Jonas Rodrigues- UFRGS e Profa. Carla Pereira-ACOPED) e latino americanos nesses comitês.

Esperamos em breve poder oferecer a toda comunidade de odontopediatras internacionais uma série de webinars com renomados professores internacionais, documentos escritos na forma de consensos baseados em evidências cientificas sobre diversos assuntos da Odontopediatria e uma biblioteca com vídeos de cursos ministrados em Congressos da IAPD entre outros.

Todo sócio da IAPD recebe gratuitamente o International Journal Paediatric Dentistry, que pertence à IAPD e tem atualmente como editora chefe a Profa. Daniela Raggio (FO-USP). Esse periódico é de grande

05

importância para a Associação, pois propicia uma ótima oportunidade para os sócios se atualizarem em diversos assuntos da Odontopediatria discutidos internacionalmente.

Como fica evidente, temos vários brasileiros trabalhando direta ou indiretamente para a IAPD. Convido a todos para visitarem o site da IAPD e conhecerem um pouco mais sobre a Associação e o que ela oferece ( ). www.iapdworld.org

MARCELOBÖNECKER

- Prof. Titular da Disciplina de Odontopediatria - FOUSP - Presidente da IAPD (2019 - 2021)

Contamos com a participação dos sócios brasileiros e latino americanos da IAPD para que juntos possamos representar essa região do mundo aonde há muito trabalho que precisa ser realizado para promover a saúde bucal da população infantil.

06

CÁRIE NA PRIMEIRAINFÂNCIA E SEUS

ASPECTOS SUBJETIVOS

INTRODUÇÃO

Cárie rampante, cárie anterossuperior, cárie de mamadeira, cárie de acometimento precoce são alguns dos diversos termos que têm sido utilizados para designar um quadro de condição cariosa que afeta mais de 600 milhões de crianças no mundo. Hoje, cárie na primeira infância (CPI) é o termo mais apropriado, reconhecido pela Declaração de Bangkok da Associação Internacional de Odontopediatria (IAPD) bem como pela Associação Brasileira de Odontopediatria (Aboped). A CPI é definida como a presença de uma ou mais superfícies cariadas (cavitada ou não cavitada), perdidas ou restauradas (devido à cárie) em qualquer dente decíduo de uma criança com menos de seis anos de idade. Em linhas gerais, a CPI nada mais é do que quadro relativamente comum de cárie dentária em crianças pré-escolares, na maioria das vezes não tratada e que tem profundas repercussões na qualidade de vida das crianças e de suas famílias ¹-².

Fatores biológicos, comportamentais e psicossociais são determinantes para a ocorrência de cárie dentária. A CPI apresenta fatores de risco comuns a outras doenças não transmissíveis (DNT) associadas ao consumo excessivo de açúcar (ex. doença cardiovascular, diabetes e obesidade) ¹-². No entanto, pré-escolares não possuem autonomia para buscar o serviço de saúde nem conhecimento do processo saúde-doença. Logo, cabe aos gestões públicos bem como as pais/responsáveis, cirurgiões-dentistas e outros profissionais que lidam com o bem-estar das crianças atuarem de forma a prevenir o desenvolvimento da CPI ³-⁵. Dentre as principais recomendações para redução da prevalência da CPI, encontram-se: conscientização dos impactos da CPI; limitação do consumo de açúcar, assim como, evitar açúcares livre para menores de 2 anos de idade; higienização bucal com pasta fluoretada (no mínimo 1000 ppm) em quantidade adequada pelo menos duas vezes ao dia; orientações preventivas no primeiro ano de vida por um profissional da saúde ou agente comunitário de saúde ¹-².

O impacto da CPI não se limita ao dente, pelo contrário, estende-se a níveis sistêmicos, sociais,

emocionais e comportamentais. Desta forma, uma visão profissional estritamente biomédica não conseguirá fornecer o diagnóstico nem uma abordagem de tratamento adequados. Entender os conceitos subjetivos que permeiam a vida das crianças e das famílias é essencial para um conhecimento e atuação holística dos profissionais. Dor, ansiedade, medo, são apenas alguns exemplos de condições avaliadas de uma forma subjetiva e que reflete diretamente no sucesso do tratamento oferecido pelo odontopediatra. De fato, o tratamento da CPI é sempre um grande desafio para a criança, família e profissional. Diante deste cenário, o profissional deve estar ciente de que as medidas objetivas e subjetivas não são formas concorrentes de avaliação, pelo contrário, são indicadores complementares que buscam a melhor compreensão do paciente e da família nos diferentes níveis da conceituação de saúde.

Alguns dos principais conceitos subjetivos relacionados a saúde bucal são apresentados a seguir:

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA A SAÚDE BUCAL

A Qualidade de Vida (QV) é definida pela OMS⁶ como “a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, dentro do contexto de cultura e valores no qual está inserido e em relação a seus objetivos, expectativas, valores e preocupações”. Diante disto, QV é um conceito que vem crescendo cada vez mais junto com a visão holística de encarar a saúde.

A Odontologia não deve se limitar apenas a boca do paciente. A condição de saúde bucal pode ter impacto negativo no bem-estar funcional, social e psicológico das crianças e familiares⁵-⁷. A avaliação do impacto de alterações bucais na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal (QVRSB) das crianças pode melhorar a comunicação entre pacientes, pais e equipes de saúde, como pode fornecer uma medida para os clínicos avaliarem a qualidade do atendimento. Além disso, entender QVRSB pode auxiliar na avaliação das necessidades de intervenção, na priorização do atendimento e na análise dos resultados das estratégias e

07

iniciativas de tratamento⁸-⁹.Entre impactos da CPI na QVRSB das crianças mais

frequentemente relatados pelos pais/responsáveis, encontra-se: dor, dificuldade em comer alguns alimentos e beber bebidas quentes ou frias, problemas para dormir, irritação e evitar de sorrir. Já na seção do impacto na família, o domínio da angústia é o mais relatado⁴-⁵. Todas estas consequências não serão percebidas se o cirurgião-dentista se limitar a critérios estritamente objetivos no cotidiano clínico.

A dor de dente é uma condição subjetiva que deve ser sempre levada em consideração quando o assunto é impacto na QVRSB, seja para cárie dentária ou qualquer outro problema bucal. Problemas bucais sintomáticos frequentemente ficam evidentes nas atividades cotidianas da criança (como comer, por exemplo), e por isso, os pais/responsáveis percebem mais facilmente³. Negligenciar casos de dor de dente podem levar situações de um crescimento inadequado da criança, perda de peso, desnutrição e absentismo escolar, além de afetar a rotina diária da família⁴-¹⁰.

SAÚDE BUCAL POSITIVA

O papel dos fatores psicológicos e sociais na saúde bucal é evidente e firmemente estabelecido pelo vasto número de questionários e estudos epidemiológicos, em especial, os voltados para Qualidade de Vida Relacionado à Saúde Bucal (QVRSB). No entanto, a grande maioria das medidas em saúde bucal focam sobre o aspecto negativo do contexto (doenças e deficiências), ignorando a saúde positiva¹¹.

A saúde positiva pode ser dividida em: subjetiva, funcional e biológica. A subjetiva (atributos psicológicos) é quando um indivíduo se sente bem, ou seja, é definida pelas medidas positivas de diversos estados psicológicos, como a sensação de bem-estar, ausência de sintomas desagradáveis, senso de confiança, lócus de controle relacionada com a saúde, otimismo, alta satisfação de vida e emoção positiva. O funcional (atributos sociais) refere ao estado ideal de adaptação entre a função corporal e os requisitos físicos positivos e demandas de um estilo de vida, além do cumprindo com todas as

exigências de um posto de trabalho, família e vida social. A biológica (atributos físicos) é o extremo positivo das medidas referentes a função fisiológica e estrutura anatômica. As variáveis biológicas relacionadas a saúde envolvem índice de massa corporal, pressão arterial, temperatura, hemograma completo, análise de urina, testes de função hepática, glicemia e eletrólitos. Na grande maioria dos casos, as variáveis biológicas estão relacionadas a problemas de saúde específicos¹².

Os pacientes que buscam atendimento odontológico não são apenas portadores de problemas bucais ou de hábitos danosos, visto que, apresentam a potencial capacidade do autocuidado. Logo, os pacientes possuem suas próprias forças, virtudes e recursos que podem agir como parceiros na prevenção de alterações relacionados a saúde bucal¹³-¹⁴. O ideal é que todos tenham consciência da própria saúde bucal e não somente uma compreensão que devem cuidar da saúde para prevenir problemas futuros¹¹.

SENSO DE COERÊNCIA

Afirmar que diversas pessoas passam pela vida profissional de um cirurgião-dentista é uma verdade inegável. Cada uma dessas pessoas apresentam formas diferentes de encarar os problemas da vida, de modo que algumas assumem atitudes mais positiva perante as adversidades do que outras¹⁵. Baseado nisto, no século XX surgiu a teoria salutogência (saluto = saúde, genêsis = origem) que tem como ponto central o Senso de Coerência (ou Sense of Coherence - SOC). O SOC é um fator psicossocial a qual reflete a visão que o indivíduo tem da vida e sua capacidade de adaptação em situações estressantes. Os três componentes principais do SOC são: compreensibilidade (capacidade de compreender um evento), maneabilidade (percepção do potencial de manipular ou solucionar um evento) e significância (capacidade de conferir significado a um evento)¹⁵-¹⁶. O modo como se percebe os eventos de acordo com estes fatores é desenvolvida durante a vida, ficando razoavelmente estável a partir dos 30 anos¹⁵.

As condições de vida influenciam diretamente a m o t i v a ç ã o d o s i n d i v í d u o s p a r a a a d o ç ã o d o s comportamentos adequados à manutenção da saúde bucal¹⁶-¹⁷. Portanto, o SOC é um elemento a ser

considerado na prática clínica de um profissional, p o i s i n t e r a g e c o m t o d o u m c o n t e x t o d a v i d a dos pacientes. Há uma associação entre o forte SOC dos pais/responsáveis e uma maior utilização dos serviços odontológicos pelas crianças, independentemente da condição socioeconômica¹⁸-¹⁹. Possivelmente isso ocorre p o r q u e p e s s o a s c o m u m f o r t e S O C s ã o m a i s propensos a ter um estilo de vida saudável e seguir conselhos sobre saúde. Dessa forma, como as crianças crianças/adolescentes são dependentes dos seus pais/responsáveis, acabam por se beneficiar com o forte SOC. Além disso, os pais terem que lidar com os problemas diários é encontrado como o principal motivo para o não comparecimento dos filhos nos check-ups¹⁸.

Uma outra associação que deve ser levada em consideração pelos clínicos é a entre o SOC e a QVRSB²⁰. Portanto, focar em uma medida psicométrica e desconsiderar as outras também representará uma falha como profissional.

LOCUS DE CONTROLE

Lócus de controle (LOC) é um conceito introduzido na década de 60 baseado na teoria de aprendizado social, amplamente utilizado na psicologia e que gradativamente veio sendo aplicado na área da saúde²¹-²². O termo latino locus significa “localização”, portanto, LOC refere a percepção pessoal para a questão “Quem ou o que controla os eventos da vida?”. O LOC pode ser interno ou externo: o interno seriam aqueles que percebem os eventos da vida como controlados por eles mesmos, já o externo, são aqueles que acreditam que os eventos são controlados por outros fatores independentes do próprio indivíduo, como por exemplo, sorte, destino, acaso, outras pessoas (família, amigos, médicos etc)²¹-²³.

Provavelmente, um cirurgião-dentista já observou

durante a vida clínica aqueles pacientes que tomam a responsabilidade para si e os que se vitimam como reféns da situação, por mais que não soubessem que era uma questão de LOC. Na década de 80 já são encontrados estudos que buscavam avaliar a relação entre LOC e saúde bucal²⁴. Os estudos que tiveram um direcionamento para a

Odontopediatria observaram que existe uma relação entre LOC e a saúde bucal. Foi observado que mães com predomínio do lócus de controle externo e maior nível de estresse tinham crianças com maior risco de desenvolver cárie dentária²⁵. Além disso, pais com o predomínio do lócus de controle interno utilizam com frequência os serviços preventivos de saúde para seus filhos²⁶-²⁷. Assim, o LOC pode ser considerado uma variável chave para a compreensão tanto da adoção de comportamentos e adesão a recomendações de promoção da saúde²⁸.

CONCLUSÃO

Nos primeiros anos de vida, após satisfazermos o ego dos nossos pais com a repetição das palavras “papai” e “mamãe”, um outro vocabulário é insistentemente exigido para que possamos interagir com terceiros: “Tudo bem?”, “Tudo bom?”, “Como vai?”. Por mais que o interlocutor na maioria das vezes responda positivamente a estas perguntas (mesmo que o seu dia não esteja tão bem assim) essas pequenas palavras transcendem o aspecto da educação. Quando perguntamos “tudo bem?”, é quase uma ferramenta de diagnóstico que me permite entender o que há além do que nos é passado pela aparência. Daí crescemos, estudamos e/ou nos preparamos para a vida do trabalho e começamos a vida profissional. Neste ponto, aquele hábito que aprendemos na infância de sempre cumprimentar as pessoas permanece sendo aplicado. No entanto, durante o período de formação profissional e à medida que nos tornamos adultos podemos perder a sensibilidade de entender o que existe para além de perguntas e respostas obvias, observar o que há além do que as nossas vistas alcançam. Sondas, espelhos e micromotores não nos permitem avaliar as crenças, valores e experiências individuais dos pacientes. As medidas objetivas são essenciais em um plano de tratamento, mas se limitar a elas pode representar o fracasso. Seja um odontopediatra que utilize harmônica e equilibradamente as medidas objetivas e subjetivas relacionadas às crianças e famílias que se colocam sob os seus cuidados.

E... para finalizar este artigo só mais uma perguntinha ... tudo bem?

08

SAUL MARTINS

PAIVA

MATHEUSFRANÇA

PERAZZO

- Professor Titular do Departamento de Saúde Bucal da Criança e do AdolescenteUniversidade Federal de Minas Gerais

- Doutorando de Odontopediatria do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Universidade Federal de Minas Gerais

1. Tinanoff N, Baez RJ, Diaz Guillory C, Donly KJ, Feldens CA, McGrath C, et al. Early childhood caries epidemiology, aetiology, risk assessment, societal burden, management, education, and policy: Global perspective. Int J Paediatr Dent. 2019 May 17;29(3):23848.

2. Pitts N, Baez R, Diaz-Guallory C, Al. E. Early Childhood Caries: IAPD Bangkok Declaration. Int J Paediatr Dent. 2019 May 17;29(3):3846.

3. Perazzo MF, Gomes MC, Neves ÉT, Martins CC, Paiva SM, Costa EMM de B, et al. Oral problems and quality of life of preschool children: self-reports of children and perception of parents/caregivers. Eur J Oral Sci. 2017 Aug;125(4):2729.

4. Ramos-Jorge J, Alencar BM, Pordeus IA, Soares ME da C, Marques LS, Ramos-Jorge ML, et al. Impact of dental caries on quality of life among preschool children: emphasis on the type of tooth and stages of progression. Eur J Oral Sci. 2015 Apr;123(2):8895.

5. Gomes MC, Pinto-Sarmento TC de A, Costa EMM de B, Martins CC, Granville-Garcia AF, Paiva SM. Impact of oral health conditions on the quality of life of preschool children and their families: a cross-sectional study. Health Qual Life Outcomes. 2014;12:55.

6. Whoqol Group. The World Health Organization Quality of Life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med. 1995;41(10):14039.

7. Scarpelli AC, Paiva SM, Viegas CM, Carvalho AC, Ferreira FM, Pordeus IA. Oral health-related quality of life among Brazilian preschool children. Community Dent Oral Epidemiol. 2013;41(4):33644.

8. Kramer PF, Feldens CA, Ferreira SH, Bervian J, Rodrigues PH, Peres MA. Exploring the impact of oral diseases and disorders on quality of life of preschool children. Community Dent Oral Epidemiol. 2013;41(4):32735.

9. Sheiham A, Maizels JE, Cushing AM. The concept of need in dental care. Vol. 32, International dental journal. 1982. p. 26570.

10. Ramos-Jorge J, Pordeus IA, Ramos-Jorge ML, Marques LS, Paiva SM. Impact of untreated dental caries on quality of life of preschool children: different stages and activity. Community Dent Oral Epidemiol. 2014 Aug;42(4):31122.

11. Zini A, Büssing A, Chay C, Badner V, Weinstock-Levin T, Sgan-Cohen HD, et al. Validation of an innovative instrument of Positive Oral Health and Well-Being (POHW). Qual Life Res. 2016;25(4):84758.

12. Seligman MEP. Positive health. Appl Psychol. 2008;57(SUPPL. 1):318. 13. Poplinger A. Adherence to oral hygiene and dental self-care. Refuat ha-peh v.eha-

shinayim (1993). 2010;27(2):338.14. Dumitrescu AL, Zetu L, Teslaru S. Instability of self-esteem, self-confidence, self-

liking, self-control, self-competence and perfectionism: associations with oral health status and oral health-related behaviours. Int J Dent Hyg. 2012 Feb;10(1):229.

15. Antonovsky A. Unraveling the mystery of health: how people manage stress and stay well. J Nerv Ment Dis. 1987;177(7):43940.

16. Bonanato K, Ramos-jorge ML, Kaeppler KC, Pré-escolares MDC. Trans-Cultural Adaptation and Psychometric Properties of the Sense of Coherence Scale in Mothers of Preschool Children. Interam J Psychol. 2009;43(31):14453.

17. Bonanato K, Scarpelli AC, Goursand D, Mota JPT, Paiva SM, Pordeus IA. Senso de coerência e experiência de cárie dentária em pré-escolares de Belo Horizonte. Rev odonto ciênc. 2008;23(3):2515.

18. Elyasi M, Abreu LG, Badri P, Saltaji H, Flores-Mir C, Amin M. Impact of Sense of C o h e r e n c e o n O r a l H e a l t h B e h a v i o r s : A S y s t e m a t i c Re v i e w. P L o S O n e . 2015;10(8):e0133918.

19. Perazzo MF, Gomes MC, Neves ÉT, Martins CC, Paiva SM, Granville-Garcia AF. Oral health-related quality of life and sense of coherence regarding the use of dental services by preschool children. Int J Paediatr Dent. 2017 Sep;27(5):334-343.

20. Johansson V, Axtelius B, Söderfeldt B, Sampogna F, Paulander J, Sondell K. Multivariate analyses of patient financial systems and oral health-related quality of life. Community Dent Oral Epidemiol. 2010 Oct;38(5):43644.

21. Rotter JB. Generalized expectancies for internal versus external control of reinforcement. Psychol Monogr Gen Appl. 1966;80(1):128.

22. Wallston KA, Wallston BS, DeVellis R. Development of the Multidimensional Health Locus of Control (MHLC) Scales. Health Educ Monogr. 1978;6(2):16070.

23. Neal M, Weeks G, DeBattista J. Locus of Control: A Construct That Warrants More

09

Figura 1: Cavidade bucal saudável de uma criança, o que contribui para o seu crescimento e desenvolvimento harmonioso e equilibrado com o meio em que vivemos.

Figura 2: Cavidade bucal comprometida por cárie na primeira infância, o que contribui para a ocorrência de problemas para um crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Consideration in the Practice of Couple Therapy. Fam J Couns Ther Couples Fam. 2014;22(2):1417.

24. Kent GG, Matthews RM, White FH. Locus of control and oral health. J Am Dent Assoc. 1984 Jul;109(1):679.

25. Reisine S, Litt M. Social and psychological theories and their use for dental practice. Int Dent J. 1993;43(3 Suppl 1):27987.

26. Chase I, Berkowitz RJ, Proskin HM, Weinstein P, Billings R. Clinical outcomes for Early Childhood Caries (ECC): the influence of health locus of control. Eur J Paediatr Dent. 2004 Jun;5(2):7680.

27. Lencová E, Pikhart H, Broukal Z, Tsakos G. Relationship between parental locus of control and caries experience in preschool children - cross-sectional survey. BMC Public Health. 2008 Jun 12;8:208.

28. Bases H, Schonfeld DJ. Measurement methodology in childrens health locus of control. J Dev Behav Pediatr. 2002 Jun;23(3):15862.

ABORDAGEM E AVALIAÇÃO PARA O SUCESSO DOS PROTOCOLOS CLÍNICOS

No dia 21 de setembro de 2019, os Associados da APO em parceria com a APCD, tiveram a oportunidade de participar de um curso sobre a Importância do atendimento Infantil com uma abordagem humanizada, holística, integral de forma a conseguir a confiança da criança, facilitando o atendimento odontológico e a execução dos protocolos clínicos. O curso foi dividido em dois momentos, e ministrados pelas Professoras Juliana Pires Abdelnur e Letícia Vieira.

No primeiro momento, a Professora Juliana Abdelnur abordou a importância do Odontopediatra do Século XXI, que além de estar embasado cientificamente para aplicar os protocolos precisa apresentar habilidades para lidar com a criança de acordo com a sua geração (Figura 1) e fase de desenvolvimento, estabelecendo uma relação vincular de confiança, adaptando-se e facilitando a relação entre a criança, família, cuidador e o profissional. Ressaltou que a abordagem clínica vai além da boca, e de forma didática fez compreender que o ser Humano é a intercessão dos aspectos cognitivo, emocional, biológico e relacional (Figura 2) sendo o estudo da Psicologia necessário por parte do profissional, para uma melhor gestão comportamental do paciente infantil para desmistificar as variáveis como o medo e a ansiedade que quando presentes podem desencadear um comportamento não colaborador.

INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO

INFANTIL

A importância de uma anamnese detalhada, o preparo do ambiente clínico e o da equipe profissional, favorece a relação vincular fazendo com que a criança identifique o cirurgião-dentista como um parceiro e compreenda que o tratamento dentário são experiências diferentes, necessárias para o estabelecimento e manutenção da saúde como um todo, também foi abordado neste primeiro momento do curso.

A Professora Letícia Vieira retomou a explanação e enfatizou que ser integral é olhar para o ser humano nos seus 4 aspectos: físico, mental, emocional e espiritual. Descreveu sobre a abordagem odontopediátrica comportamental na clínica diária que tem como base o ajuste do comportamento da criança à determinada situação. Ressaltou que as gerações estão sofrendo mudanças rápidas e suas consequências devem ser verificadas pelo odontopediatra e apontou estudos sobre os desafios de ensinar para as gerações Z e Alpha.

Alertou para estudos que demonstram que os déficits qualitativos e quantitativos ao das gerações levem em conta fatores biológicos, ambientais e comportamentais. Apresentou dados alarmantes:

Figura 3: Dados OMS sobre ansiedade Fonte: Revista Exame 2019

Figura 1

Figura 2

10

INTEGRALIDADE NO INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO INFANTIL ATENDIMENTO INFANTIL INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO INFANTIL

A ) publicou o American Psychiatric Associa�on (APAManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 que orienta e elucida aspectos importantes que os profissionais da saúde devem conhecer para assim atuar com uma visão clínica integradora.

A professora elucidou que o manejo de uma criança r e fl e t e o c o m p o r t a m e n t o a p r e n d i d o e q u e o comportamento durante o tratamento odontológico reflete a sua história de vida desde o momento da concepção. Por este motivo, estabelecer protocolos de manejo comportamentais com associação de técnicas permite ao profissional uma gama de possibilidades e x i t o s a s n a a d a p t a ç ã o e m p á t i c a d o p a c i e n t e odontopediátrico. E que pais, cuidadores e familiares são fundamentais no processo adaptativo comportamental.

A primeira consulta é indubitavelmente fundamental e deve fator de diagnóstico para estabelecer a abordagem adequada para cada criança e família. A empatia certamente estabelecida equilibra o saber técnico, o científico e a sua emotividade favorecendo positivamente a tríade: filhos, pais e profissional.

A professora ainda ressaltou de maneira didática os 03 passos para o manejo comportamental:

Passo 1: AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL

Utilizar técnicas de controle gradual; conhecer as emoções, as necessidades primárias e secundárias do ser humano, bem como, os transtornos. Conhecer as emoções: processo humano multidimensional que envolve tanto fatores biológicos quanto cognitivos = PERCEPÇÃO + APRENDIZAGEM

Figura 4: Esquema ilustrativo do comportamento humano

Passo 2: GESTÃO COMPORTAMENTAL

Utilizar técnicas e protocolos de manejo.

Verificar a abordagem e protocolos técnicos que estimulem os órgãos dos sentidos atuando na percepção do paciente através dos órgãos dos sentidos: AUDIÇÃO (diálogo; tom de voz); TATO (contato físico); VISUAL (lúdico); PALADAR (materiais agradáveis); OLFATO (ambiente). Atenção e cuidado no horário e tempo de atendimento com atuação de equipe multidisciplinar e integrada.

Escolher de acordo com o comportamento uma ou mais técnicas usuais tais como: falar-mostrar-fazer; linguagem tom de voz; toque (se permitido); uso do lúdico; distração; dessensibilização; controle da voz; reforço positivo e modelação.

Passo 3: MANUTENÇÃO DO COMPORTAMENTO EXITOSO:

Acompanhar os pacientes com retornos periódicos verificando o desenvolvimento da autonomia infantil com relação aos aspectos de linguagem, de comunicação, de aprendizagem e de sociabilização para desenvolvimento de autonomia.

O elo de confiança pelo profissional deve ser mantido com atitudes que levem segurança ao atendimento e que a influência das variáveis psicossociais é importante e necessária na avaliação dos pacientes, uma vez que a saúde bucal é uma construção multidimensional, onde se realiza uma avaliação subjetiva da saúde bucal do indivíduo, seu bem-estar funcional e emocional, suas expectativas, satisfação e senso de si mesmo.

Algumas alternativas viáveis ajudam no controle da ansiedade e medo melhorando a comunicação e aprendizagem do paciente. Atuam como ferramentas agregadoras nos protocolos comportamentais na odontopediatria, mas, vale ressaltar que é necessário c a p a c i t a ç ã o e s p e c í fi c a p a r a a a p l i c a b i l i d a d e . Alguns exemplos: a arterapia, a musicoterapia, a legoterapia, a aromoterapia, o coaching, a Programação

COMPORTAMENTO

{ { {EVENTOS

EXTERNOS

MOTIVOSINTERNOS

MOTIVAÇÃO

Fonte: REEVE, 2006

NECESSIDADES

FISIOLÓGICAS

PSICOLÓGICAS

SOCIAISCOGNIÇÕES

EMOÇÕES

11

Neurolinguística (PNL), o Biofeedback cardíaco avaliado pelo dispositivo cardioEmotion encontrado no mercado nacional desenvolvido no centro de inovação da USP que possui telas interativas onde tanto o profissional quanto o paciente podem fazer treinamentos de equilíbrio emocional, como também acompanhar a evolução comportamental e o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing ) que é uma forma de psicoterapia indicada para uma gama vasta de problemas, tendo um grau de eficácia bastante elevado em perturbações associadas a traumas, num número relativamente reduzido de sessões (este apenas aplicado pelo psicólogo).

É notório observar que as possiblidades no controle comportamental na odontopediatria devem ser pautadas na atuação profissional multidisciplinar e integral visando a qualidade de vida de cada paciente.

“OBSERVE O INÍCIO ATUE CONTINUAMENTE PARA OBTER O FIM DESEJADO”

- Professora da Disciplina Odontopediatria - UNICEPLAC DF - Professora Pós-Graduação em Odontopediatria - SLMANDIC DF - Coordenadora Pós-Graduação em Odontopediatria - UNINGÁ-DF - Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria - Especialista em Ortodontia

-Profª da Disciplina de Odontopediatria Universidade Estácio de Sá - Coordª da Especialização em Odontopediatria - ABODC - Profª do Curso de Especialização em Odontopediatria - IOM - Mestre e Especialista em Odontopediatria - UFRJ - Especialista em Estomatologia - OCEX - Especialista em Saúde Coletiva - ABORJ - Habilitação em Óxido Nitroso - OCEx - Habilitação em Laser Lelo - USP

JULIANAPIRES

ABDELNUR

LETÍCIA VIEIRA

12

FOTOS DO CURSO

INTEGRALIDADE NO INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO INFANTIL ATENDIMENTO INFANTIL INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO INFANTIL

13

14

15

16

17

Documento lançado no 27º Congresso Brasileiro de Odontopediatria ocorrido de 16 a 19 de outubro passado em Maceió.

Trabalho realizado por pesquisadores referenciais no assunto: Soraya C. Leal, Daniela Prócida Raggio, Fernando Borba de Araújo, Marisa Maltz, José Carlos P. Imparato.

Esse Consenso tem como objetivo padronizar os possíveis tratamentos e assim melhorar a forma de tratar cada paciente.Disponibilizado:http://abodontopediatria.org.br/aboped_onsenso.pdf

AÇÃO SOCIAL

10

Dia 17 de agosto foi realizada a Ação Social e de Promoção da Saúde Bucal à aproximadamente 250 pessoas, incluindo crianças (do Berçário ao Jardim de Infância, isto é, dos 08 meses de idade aos 6 anos) contando também com irmãos e primos que a companharam as famílias (pais, avós, tios etc.)

Foram realizados exames orais para identificação da doença cárie, má oclusão e outras alterações na mucosa oral etc. Os casos identificados foram encaminhados às clínicas das faculdades de Odontologia UNINOVE e METODISTA.

A palestra sobre como realizar a Prevenção para a manutenção da Saúde Bucal foi direcionada aos pais e acompanhantes.

As crianças de acordo com a faixa etária também receberam atenção, por meio de atividades lúdicas entenderam e aprenderam como cuidar melhor dos dentinhos e da sua boca, quando ao final recebiam o Kit de Escovação da Colgate. E a melhor recompensa foram os estudantes de Odontologia que receberam, o abraço e o sorriso de cada criança e a gratidão dos seus pais. Agradecemos aos funcionários e colaboradores da “Casa da Passagem” pela acolhida proporcionando às sua crianças que ali vivem e estudam, aos seus familiares, aos voluntários (estudantes de Odontologia UNINOVE, METODISTA, professores etc.) um ambiente humano e agregador. Os lanches, café e chá estavam deliciosos. Agradecimento extensivo ao motorista da APCD, que com sua dedicação e empenho na Técnica da Van, fez o nosso trabalho acontecer.

Nosso obrigada a APCD, APO e CROSP pela parceria e por acreditar que juntos somos melhores!”

AGENDA2020

18

TaiwanSAVE THE DATE

6 - 8 de Novembro de 2020 l Taipei, TaiwanO caminho global para a gestão da cárie baseada em evidências

http://iapdsummit.org

Local: APCD CENTRAL - Rua Voluntários da Pátria, 547 - Santana - 02011-000 - São Paulo/SP

APOIO:REALIZAÇÃO

Abril / Maio

https://www.passgroup.com.br/asp/Imagens/SaveTheDate.png

www.congressoalop.org

Agosto

Novembro

De 19 a 21 de agosto Antígua l Guatemala

Junho