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GEOGRAFIA IBGE: Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; Localização: coordenadas geográficas (latitude, longitude e altitude); Representação: leitura, escala, legendas e convenções. Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáticos; Ecossistemas. As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão PolíticoAdministrativa; Organização federativa. Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional). APOSTILA DE GEOGRAFIA IBGE ORIENTAÇÃO SOBRE A TERRA Rosa dos ventos: A rosa dos ventos corresponde à volta completa do horizonte, representando as quatro direções fundamentais e suas intermediações. Na imagem acima podemos identificar os quatro pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste), e os pontos colaterais (Nordeste, Noroeste, Sudeste e Sudoeste). Coordenadas Geográficas: As coordenadas geográficas expressam qualquer posição no planeta. Baseiam-se em linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre. Paralelos: são linhas paralelas a linha do equador sendo esta também uma linha imaginária. Meridianos: são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos. Paralelo: Latitude (varia 0º a 90º - norte ou sul) Meridiano: Longitude (varia 0º a 180º leste ou oeste) PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS: Projeções cartográficas são os tipos de traçados destinados a representar paralelos de latitude e meridianos de longitude da Terra. A seguir se apresenta as projeções cilíndrica, cônica e plana. Cilíndrica Nesta projeção o mapa terrestre é projetado em um cilindro. As duas projeções mais conhecidas deste tipo são Mercator, que é o mais utilizado para navegação, pois preserva mais as formas e menos os tamanhos, e Peters, que preserva mais o tamanho do que as formas, dando mais atenção para o hemisfério sul. Cônica Na imagem acima o mapa terrestre é projetado sobre um cone. Normalmente se recorre a este tipo de projeção para representar mapas regionais, pois as deformações são pequenas próximas aos paralelos de contato, mas tendem a aumentar à medida que as zonas representadas estão mais distantes. Plana (Azimutal) A projeção plana ou azimutal, no caso da convenção cartográfica, é utilizada para representar regiões polares, pois apresenta nesta projeção menos distorções nas regiões próximas do ponto central (pólo). Possui uma grande utilidade na navegação aérea e na análise geopolítica. Quanto mais afastada da área polar, mas destorcida é a imagem. Nota-se também que só é possível visualizar um pólo ATIVIDADES

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GEOGRAFIA IBGE: Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; Localização: coordenadas geográficas

(latitude, longitude e altitude); Representação: leitura, escala, legendas e convenções. Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáticos; Ecossistemas. As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão PolíticoAdministrativa; Organização federativa. Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional).

APOSTILA DE GEOGRAFIA – IBGE ORIENTAÇÃO SOBRE A TERRA

Rosa dos ventos:

A rosa dos ventos corresponde à volta completa do

horizonte, representando as quatro direções fundamentais e suas intermediações.

Na imagem acima podemos identificar os quatro

pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste), e os pontos colaterais (Nordeste, Noroeste, Sudeste e Sudoeste).

Coordenadas Geográficas: As coordenadas geográficas expressam qualquer

posição no planeta. Baseiam-se em linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre.

Paralelos: são linhas paralelas a linha do equador — sendo esta também uma linha imaginária.

Meridianos: são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° — eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos.

Paralelo: Latitude (varia 0º a 90º - norte ou sul) Meridiano: Longitude (varia 0º a 180º leste ou oeste)

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS:

Projeções cartográficas são os tipos de traçados destinados a representar paralelos de latitude e meridianos de longitude da Terra. A seguir se apresenta as projeções cilíndrica, cônica e plana.

Cilíndrica Nesta projeção o mapa terrestre é projetado em um

cilindro. As duas projeções mais conhecidas deste tipo são Mercator, que é o mais utilizado para navegação, pois preserva mais as formas e menos os tamanhos, e Peters, que preserva mais o tamanho do que as formas, dando mais atenção para o hemisfério sul.

Cônica

Na imagem acima o mapa terrestre é projetado sobre

um cone. Normalmente se recorre a este tipo de projeção para representar mapas regionais, pois as deformações são pequenas próximas aos paralelos de contato, mas tendem a aumentar à medida que as zonas representadas estão mais distantes.

Plana (Azimutal)

A projeção plana ou azimutal, no caso da convenção

cartográfica, é utilizada para representar regiões polares, pois apresenta nesta projeção menos distorções nas regiões próximas do ponto central (pólo). Possui uma grande utilidade na navegação aérea e na análise geopolítica. Quanto mais afastada da área polar, mas destorcida é a imagem. Nota-se também que só é possível visualizar um pólo ATIVIDADES

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Questão 01 - (UDESC SC/2014) Analise as proposições em relação à localização e à orientação na superfície terrestre. I. Pode-se orientar pela Lua, porque ela surge sempre no Oeste e põe-se no Leste. II. As estrelas não são pontos confiáveis para a orientação, com exceção do Cruzeiro do Sul, que não realiza movimento. III. O GPS é dotado de um receptor de pelos menos três satélites para definir a sua posição o que o torna mais preciso que uma bússola. IV. Latitude é a distância medida em graus do Meridiano de Greenwich a um lugar qualquer da superfície terrestre. V. Os pontos subcolaterais ficam entre os cardeais e os colaterais. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Questão 02 - (UFAL/2014) Em nossos dias, conhecer a hora em diferentes locais não é mais um problema, mas um século atrás era um problema muito complicado. Cada localidade utilizava o seu próprio tempo solar que variava de um minuto em 18 km de leste para oeste, a hora mais tardia estava situada a leste. Na época na qual 18 km constituía um longo trajeto, essas diferenças de horas geravam poucos problemas, pois essas pessoas não ultrapassavam essas distâncias rapidamente. Foi com o advento das estradas de ferro e a multiplicidade de horas municipais, que esse problema se tornou mais sério para os viajantes que com frequência eram obrigados a fazer correspondência entre um trem e outro, sendo obrigado a esperar o próximo trem durante, às vezes, horas. Isso gerou também o problema de segurança: dois trens que utilizassem referências temporais diferentes corriam o risco de circular na mesma via ferroviária em direções opostas. Disponível em: http://www.portaldoastronomo.org. Acesso

em: 08/12/2013 Assim podemos afirmar que a hora local a) se refere a hora relativa ao movimento diurno aparente do sol daquela localidade. b) é determinada pelo governo de cada país, na tentativa de unificar o horário em seu território. c) é a distância de qualquer ponto da terra em relação ao meridiano de Greenwich. d) se refere a hora do meridiano principal de um fuso e se estende a 7° 30’ a leste e a oeste. e) se diferencia da hora legal por ter uma lei que a determina e é aceita em toda uma área.

Questão 03 - (PUC RJ/2013)

Levando-se em consideração a posição do planeta Terra apresentada no cartograma ao lado, conclui-se que as populações localizadas na faixa latitudinal 45o N estão sob a seguinte estação do ano: a) Verão. b) Outono. c) Inverno. d) Primavera. e) Em transição. Questão 04 - (UEG GO/2013) A linha imaginária que circula a Terra a 23°27’ de latitude norte denomina-se: a) Círculo polar Ártico. b) Meridiano de Greenwich. c) Trópico de Câncer. d) Trópico de Capricórnio. Questão 05 - (UNEB BA/2013) A comunidade científica explica a origem da Terra através de um modelo baseado na ideia de origem por agregação. Sobre o planeta Terra, pode-se afirmar: 01. O material que forma o manto se move segundo as células de convecção. 02. O manto e o núcleo, no limite entre a crosta, possuem pequenas camadas denominadas de continuidade, devido à sua composição homogênea. 03. O espaço interior da Terra é o mais conhecido, porque a propagação de ondas sísmicas enviam para a superfície informações bastante precisas. 04. O assoalho oceânico e a Dorsal Meso-Atlântica encontram-se em constante regressão, devido à ação das correntes marítimas e à formação geológica antiga. 05. A Placa Americana é empurrada para o leste, devido ao estreitamento da bacia oceânica que, ao pressionar a Placa do Pacífico, dá origem às falhas geológicas. Questão 06 - (MACK SP/2013)

http://www.grida.no/prog/global/cgiar/images/twat.gif De acordo com a representação cartográfica acima, está correto afirmar que

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a) Trata-se de uma projeção “cilíndrica conforme”, que representa a realidade espacial com extrema fidelidade, graças às novas tecnologias. b) Corresponde a uma abordagem cartográfica que contraria as tradicionais visões eurocêntricas, com amplo destaque aos países do Sul, subdesenvolvido. c) Traduz a nova configuração de uma ordem multipolar, em que os países que compõem o BRICS aparecem com amplo destaque, proporcional à sua importância econômica. d) Exemplifica a projeção de Peters, em que se podem ver os países em relação ao seu peso demográfico e) Demonstra uma distorção deliberada, chamada anamorfose, em que podemos diferenciar os países de acordo com seus recursos hídricos. Questão 07 - (UFGD/2013) Analise o planisfério apresentado a seguir.

Depois fazer a análise, assinale a alternativa correta. a) O planisfério foi produzido a partir de uma Projeção Azimutal, que preserva as dimensões territoriais na região da linha do Equador e distorce na região dos trópicos. b) O planisfério foi produzido a partir de uma Projeção Cônica, que preserva as dimensões territoriais na região dos trópicos e distorce a partir de 75º de latitude. c) O planisfério foi elaborado a partir de uma Projeção Cilíndrica Equatorial, que distorce as dimensões territoriais na região da linha do Equador e preserva aquelas próximas aos pólos. d) O planisfério foi elaborado a partir da Projeção de Ortográfica de Mercator, que distorce as dimensões territoriais na região dos pólos e preserva aquelas próximas da linha do Equador. e) O planisfério foi elaborado a partir da Projeção de Mercator, que distorce as dimensões territoriais na região dos pólos e preserva aquelas próximas da linha do Equador. Questão 08 - (UFSCar SP/2009) A figura é uma proposta de representação cartográfica, defendida pelo administrador de empresas Stephen Kanitz.

Pode-se afirmar que ela se fundamenta numa projeção cartográfica: a) viável, pois embora invertida, não incorre em deformações na representação da superfície da Terra. b) impossível, pois omite as nações mais ricas do globo, que detêm o poder político, econômico e militar. c) correta, pois se utiliza da projeção cilíndrica de Peters para dar ênfase ao hemisfério meridional. d) possível, mostrando que a escolha dos referenciais cartográficos tem componentes político-ideológicos. e) incorreta, pois não respeita as normas básicas da projeção de Mercator, a mais correta das projeções. ESCALA CARTOGRÁFICA

Escala:

Quando estudamos cartografia não podemos

esquecer da escala, que é a relação matemática existente entre as dimensões do objeto real e de sua representação em um plano ou mapa.

O cálculo de escala é simples, como podemos verificar na fórmula abaixo:

As escalas tradicionalmente trabalham centímetros e

quilômetros, porém na hora de realizar os cálculos é importante optar apenas por uma unidade de medida.

Para converter uma medida de quilômetros para centímetros basta acrescentar 5 zeros após os quilômetros, por exemplo: 7km = 700000cm.

0,00007km

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Já para converter centímetros para quilômetros, se acrescenta 5 zeros na frente do primeiro termo, como no exemplo: 7cm =

A escala cartográfica é um importante elemento presente nos mapas, sendo utilizada para representar a relação de proporção entre a área real e a sua representação. É a escala que indica o quanto um determinado espaço geográfico foi reduzido para “caber” no local em que ele foi confeccionado em forma de material gráfico.

Sabemos que os mapas são reproduções reduzidas de uma determinada área. Mas essa redução não ocorre de forma aleatória, e sim de maneira proporcional, ou seja, resguardando uma relação entre as medidas originais e suas representações. A expressão numérica dessa proporção é a escala.

Por exemplo: se uma escala de um determinado mapa é 1:500, significa que cada centímetro do mapa representa 500 centímetros do espaço real. Consequentemente, essa proporção é de 1 por 500.

Existem, dessa forma, dois tipos de escala, isto é, duas formas diferentes de representá-la: a escala numérica e a escala gráfica. A numérica, como o próprio nome sugere, é utilizada basicamente por números; já a gráfica utiliza-se de uma esquematização.

A escala numérica representa em forma de fração a proporção da escala, havendo, dessa maneira, o seu numerador e o seu denominador. Confira:

Exemplo de escala numérica e os seus termos

No esquema acima, podemos notar que o numerador representa a área do mapa e o denominador a área real. Convém, geralmente, deixar o numerador sempre como 1, para assim sabermos quanto cada unidade do mapa equivale. Quando ela não possui a medida indicada (cm, m, km) em sua notação, significa, por convenção, que ela está em centímetros. Caso contrário, essa unidade de medida precisa ser apontada.

Já a escala gráfica representa diretamente o espaço relacional e suas medidas.

Exemplos de escala gráfica

Nos esquemas acima, podemos perceber que cada intervalo entre um número e outro representa uma distância específica, que é devidamente apontada pela escala. Esse tipo de escala possui o mérito de aumentar e reduzir juntamente ao mapa. Assim, se eu transferir um mapa que estava em um papel menor para um pôster grande, a escala continuará correta, o que não aconteceria com a escala numérica, que, nesse caso, teria de ser recalculada.

Escala grande, escala pequena... Qual é a diferença?

Imagine que todo mapa é uma visão aérea sobre o determinado espaço. Dessa forma, para saber se uma escala é grande ou pequena, ou se ela é maior do que outra, basta entender que a escala nada mais é do que o nível de aproximação da visão aérea do mapa. Outra forma é observar a escala numérica, lembrando que ela se trata de uma divisão. Assim, quanto menor for esse denominador, maior será a escala.

Exemplo. Considere essas duas escalas: a) 1:5000; b) 1:10000. A primeira escala é uma divisão de 1 para cinco mil que, quando calculada, com certeza dará um número maior que uma divisão de 1 para dez mil. Portanto, a primeira escala é maior do que a segunda.

Assim, é possível perceber que, quanto maior for a escala, menor será a área representada no mapa e vice-versa, pois, quanto maior a escala, maior é a aproximação da visão aérea do local representado. Isso nos permite, por sua vez, um maior nível de detalhamento das informações, pois quanto mais próximos estamos de um local, mais detalhes conseguimos visualizar.

Em resumo, a sentença é: Quanto maior a escala, menor a área representada

e maior é o nível de detalhamento. Um mapa-múndi possui uma escala muito pequena,

com uma área grande representada e, com certeza, apresentará menos detalhes do que, por exemplo, um mapa do estado da Bahia, que teria, nesse caso, uma escala grande.

Cálculo da escala Para calcular a escala, basta lembrar o seu conceito:

Escala (E) é a relação (divisão) entre a área do mapa (d) pela área real (D). Assim:

E = d D

Assim, para calcular uma escala de um mapa em que dois pontos estão a 5 cm de distância um do outro, sendo que, no mundo real, eles estão separados por 1000 cm, basta aplicar a fórmula:

E = 5/1000 → E = 1/200 A escala, nesse caso, é de 1:200 ou um para duzentos.

FUSOS HORÁRIOS

Mapa com os fusos horários do mundo

Os fusos horários formam uma divisão em que o globo terrestre é “fatiado” em vinte e quatro pedaços, com cada um medindo 15º de longitude. Assim, cada fuso equivale à uma hora e, à medida que nos deslocamos entre cada uma dessas faixas, o horário se altera. Os fusos são medidos em GMT, sigla para "Greenwich Mean Time".

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Sendo a Terra uma esfera (ainda que não uma esfera perfeita, devido ao seu formato geoide), ela é dividida em 360º, ficando 180º para o hemisfério oeste e 180º para o hemisfério leste. O marco zero, ou seja, o ponto que separa um hemisfério do outro é o Meridiano de Greenwich, conforme podemos observar na figura presente no início do texto.

Dessa forma, à medida que nos deslocamos para o oeste do planeta, temos que diminuir as horas e, à medida que nos deslocamos para o leste, aumentamos o valor da medida dos horários.

Por exemplo: se na cidade de Nova York – localizada no fuso -5GMT – são 8h, na cidade de Brasília – que está localizada no fuso -3GMT, são 10h, pois a capital brasileira encontra-se dois fusos a leste da cidade estadunidense. Observe:

Nesse exemplo, é simples visualizar a diferença de

horários, pois nos deslocamos dois fusos em direção a leste, então é só aumentar duas horas.

ATIVIDADES Questão 01 - (PUC MG) Observe atentamente o mapa PLANISFÉRIO – FUSOS HORÁRIOS.

No mapa, a distância entre Brasília e Bombaim é de aproximadamente 5 cm. A distância real entre essas duas cidades é: a) 8 000 km b)5 000 km c)4 000 km d) 1 600 km Questão 02 - (UFRN) A escala é um dos recursos utilizados na cartografia para representar qualquer realidade espacial em um mapa. Assim, é correto afirmar que: a) a correspondência entre as distâncias na superfície e no mapa, na escala numérica, é indicada por meio de uma reta graduada, tendo como módulo básico o centímetro. b) a escala estabelece a correspondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície cartografada. c) um mapa confeccionado com uma pequena escala abrange uma área pequena, mostrando riqueza de detalhes. d) a escala gráfica a ser utilizada na confecção de um mapa deverá ser maior quando se tratar de uma área geográfica de grande dimensão. Questão 03 - (UFRGS) Para um geógrafo foi solicitado um mapeamento de um trilha ecológica em linha reta de 11 km, que será construída em um parque. Todo o projeto de mapeamento foi impresso em folhas de tamanho A4 (210 x 297 mm).Dentre as escalas abaixo, qual foi utilizada para que toda a trilha fosse representada na folha?

a) 1 : 1,1 b)1 : 11 c)1 : 1.100 d) 1 : 20.000 e)1 : 40.000 Questão 04 - (UFPI) No Brasil existem, legalmente, quatro fusos horários, conforme indica a figura abaixo.

Interpretado-se as informações nela expostas, é verdadeiro afirmar que:

a) Os horários legais correspondem aos mesmos estabelecidos pelos meridianos. b) O Estado do Acre possui duas horas a menos que o horário do Estado do Maranhão. c) Cada fuso horário corresponde, na figura, a 36º. d) Os horários do Nordeste correspondem aos mesmos das ilhas oceânicas de Trindade e Fernando de Noronha. e) O meridiano de Greewich situa-se a oeste do Estado do Acre Questão 05 - (UNCISAL AL) Os fusos horários foram criados, em outubro de 1884, por meio de uma reunião de 24 países, na cidade de Washington. Nessa ocasião, estabeleceram-se 24 fusos de uma hora, tendo como referência o tempo em que o planeta Terra leva para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo, percorrendo os 360º de sua circunferência, aproximadamente 24 hora s (23 horas, 56 minutos e 4 segundos). Sabendo que duas cidades distam entre si 105° de longitude, a distância entre elas, em horas, é de a) 8 h. b) 7 h. c)9 h. d)10 h. e)6 h. Questão 06 - (UNISC RS) Brasil e Croácia fizeram o primeiro jogo da Copa 2014nesta quinta-feira dia 12 de junho em São Paulo. O jogo iniciou às 17 h no horário de Brasília. Sabendo-se que o fuso horário de São Paulo é determinado pelo meridiano de 45°W, e que a Croácia adota o horário de verão entre 30de março e 26 de outubro de 2014, determine o horário que iniciou o jogo na Croácia, cujo meridiano é 15°L. a) 20h b) 18h c)19h d)22h e)21h

GEOGRAFIA DO BRASIL DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL DO BRASIL

1. Região Norte É formada por 7 Estados, ocupando 45,25% da

área do Brasil e possuindo 11.159.000 habitantes (1995 = 7,2% do Brasil). No período de 1980 a 91, a Região registrou a maior taxa de crescimento populacional (3,9%) do Brasil, sendo Roraima o Estado que teve a taxa mais alta

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de crescimento populacional, aumentando de 79.159 para 262.200 habitantes. 2. Região Nordeste

É formada por 9 Estados (Fernando de Noronha foi anexado a PE), abrangendo 18,28% da área do Brasil. Nes-sa região vivem 28,8% dos brasileiros. Constitui uma área de intenso êxodo populacional, fornecendo migrantes para as demais regiões. A região apresenta enormes disparida-des econômicas e naturais entre suas diversas áreas. Dis-tinguem-se as seguinte regiões geoeconômicas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.

O maior problema do NE não é a seca, mas sim a desigualdade social apoiada no desequilíbrio da estrutura fundiária. 3. Região Centro-Oeste

É formada pelos Estados de MT, MS, GO e pelo DF. Abrange 18,86% da área do Brasil e é a região menos po-pulosa, com 10.272.700 habitantes, isto é, 6,59% da popu-lação nacional.

Caracteriza-se pelo domínio do clima tropical semi--úmido, de extensos chapadões e da vegetação do cerrado. Possui grande crescimento populacional e rápida e elevada urbanização. É a nova fronteira agrícola do país, onde uma agricultura mecanizada, com insumos modernos, e o método da calagem estão transformando antigas áreas pecuaristas em exportadoras de soja. 4. Região Sudeste

É formada por 4 estados. É a mais populosa, mais povoada e urbanizada região brasileira. Com 66.288.100 habitantes, ou seja, 42,5% da população brasileira, apre-senta 71,3 habitantes por km2 e 90,0% de urbanização. Destaca-se pelo dinamismo econômico, representado por elevada industrialização, grande produção agropecuária, concentração financeira e intensa atividade comercial. 5. Região Sul

Formada por 3 Estados, abrange apenas 6,76% da área brasileira, sendo a menor região do país. Possui 14,84% da população nacional, tendo registrado o menor crescimento populacional do Brasil nas duas últimas décadas. É uma região com traços marcantes e homogêneos como o domínio do clima subtropical, fortes marcas da ocupação européia, elevada produção agrária e destacável crescimento industrial. Questão 01 - (UERN) A noção de planejamento ampliou-se no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Essa noção pretendia reconhecer as características de cada área do país e suas diferenças socioeconômicas e naturais, a fim de planejar melhor as ações que deveriam ser realizadas pelo Estado nos diferentes cantos da nação. Sobre as divisões regionais mais utilizadas no território nacional, marque a afirmativa INCORRETA. a) A divisão em macrorregiões sofreu várias alterações desde sua criação pelo IBGE aos dias atuais. b) O IBGE dividiu o Brasil em 5 regiões denominadas macrorregiões, sendo esta a regionalização oficial do país.

c) A proposta elaborada por Pedro Pinchas Geiger não respeita a divisão político-administrativa das unidades da federação. d) Os complexos regionais foram elaborados em 1967 pelo IBGE, observando a integração econômica entre as diferentes áreas do país nas décadas de 50 e 60 em função de um intenso processo de modernização da economia brasileira. Questão 02 - (UFU MG)

Nas últimas décadas, difundiu-se a regionalização do Brasil em três grandes regiões geoeconômicas, ou complexos regionais, conforme ilustra o mapa acima. Sobre essa proposta de regionalização e suas principais características, assinale a alternativa correta. a) A regionalização do Brasil em Complexos Regionais baseia-se em critérios restritos aos aspectos econômicos que compõem cada região. b) Os limites das regiões não coincidem com os dos estados, já que a homogeneidade das características socioeconômicas, demográficas e naturais podem extrapolar as fronteiras estaduais. c) A Amazônia compreende toda a extensão da floresta Amazônica localizada no território brasileiro. Constitui-se como uma região pouco populosa, cuja economia baseia-se no extrativismo mineral. d) O Nordeste, onde se iniciou o processo de povoamento do Brasil, constitui-se em uma região muito homogênea, dadas as suas características naturais e socioeconômicas. Questão 03 - (UEM PR) O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apresenta, em suas unidades territoriais, uma grande variedade de características naturais, humanas e socioeconômicas. Sobre essas unidades, assinale o que for correto. 01. O Pantanal Mato-Grossense é uma área de planalto que abrange o leste do Matogrosso do Sul e é banhado pela bacia dos rios Araguaia e Tocantins. 02. O Polígono das Secas é uma área árida que abarca o Agreste nordestino, caracterizado pela vegetação de cerrado e por índices pluviométricos moderados e regulares. 04. O Triângulo Mineiro é uma área localizada a sudoeste do estado de Minas Gerais e que tem como principais cidades Uberlândia e Uberaba.

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08. O Vale do Tubarão, em Santa Catarina, é uma área produtora de carvão mineral. Ele inclui as cidades de Tubarão e Criciúma. 16. A Zona Franca de Manaus é uma região que se destaca pela produção de courvin utilizado na indústria de calçados. Questão 04 - (IFSC)

Imagem disponível em: http://polemicascmm.blogspot.

com.br/2012/05/copa-do-mundo-de-2014.html. Acesso em: 2 out. 2012.

Dados: Manaus (fuso horário 60ºW) Assinale a alternativa CORRETA. a) Porto Alegre é a única sede da Copa de 2014 que se localiza ao sul do trópico de Capricórnio. b) Considerando a diferença de fuso horário, um jogo que tenha início às 14 horas em Manaus, será assistido em Porto Alegre às 13 horas. c) Todas as cidades sedes da Copa de 2014 estão localizadas ao sul do paralelo de 66°33’S. d) Todas as capitais da Região Sudeste serão cidades sedes da Copa de 2014. e) De acordo com a imagem 1, todos os Complexos Regionais irão sediar a Copa do Mundo de 2014. Questão 05 - (UFCG PB) O Brasil tem uma rica diversidade cultural que não se manifesta só pelos aspectos físicos e/ou econômicos. Há muito mais, contida nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações, transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. Essa diversidade, fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade se manifesta nos lugares, na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades. Com base no texto acima, relacione os complexos regionais - Amazônia, Centro-Sul e Nordeste - às músicas que mais se aproximam de suas narrativas e representações identitárias. (1) Amazônia (2) Centro-Sul (3) Nordeste ( ) É nessa dança que meu boi balança E o povão de fora vem pra cá brincar As barrancas de terras caídas Faz barrento o nosso rio-mar As barrancas de terras caídas Faz barrento o nosso rio-mar (...) Fez o céu, a mata e a terra

Uniu os caboclos construiu o amor ... (Tic, tic, tac - Banda Carrapicho) ( ) Olha os patricio, veja bem quem se ferra Pelo amor, já num basta a miséria? Migalha é anistia, doação pra familia Alimento hoje e a morte no outro dia Os coxinhas cada veiz mais violentos De segunda a segunda, os dias são sangrentos A mãe acende vela, reza, faz promessa O pai é mais frio, vive em estado de alerta Mas vc num se interessa, jão Pra onde vai, já foram uma pá de irmão ... (Jão – Dmn) ( ) Somos a porta do Sol Deste país tropical Somos a mata verde, a esperança somos o Sol do extremo oriental. (Porta do Sol – Renata Arruda) ( ) E a menina que um dia por acaso veio me dizer Que não gostava de meninos tão largados Que tocam reggae e MPB Mas isso é coisa tão banal perto da beleza do Planalto Central E das pessoas que fazem do Cerrado O habitat quase ideal... (Presente de um beija-flor - Banda Natiruts) ( ) Meu peito também é sertão Em seca e solidão sob o seu braseiro Espera o verde, a beleza, Nova correnteza em chuvas de janeiro. (Arrebol – Socorro Lira) ( ) Naquele estradão deserto, Uma boiada descia Pras bandas do Araguaia Pra fazer a travessia. O capataz era um velho De muita sabedoria, As ordens eram severas E a pionada obedecia. (Travessia do Araguaia – Almir Sáter) A seqüência CORRETA é: a) 1, 2, 3, 2, 2 e 3. b) 3, 1, 2, 2, 3 e 1. c) 2, 3, 3, 2, 1 e 1. d) 1, 2, 3, 2, 3 e 1. e) 3, 2, 2, 3, 2 e 1. Questão 06 - (UFPA) Sobre as políticas territoriais efetivadas pelo Estado na Amazônia do período colonial aos nossos dias, julgue as afirmativas: I. A integração da Amazônia ao sistema capitalista foi iniciada no século XVII, porém, diferente do que acontecia na região que hoje conhecemos como Centro-Sul do Brasil, o Estado Português buscava garantir a sua ocupação e controle, por meio da implantação de fortes nas confluências dos principais rios e da catequização dos índios da região. Desse contexto, até o início do século XX,

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as atividades econômicas desenvolvidas na região se resumiram à coleta de especiarias da floresta (“drogas do sertão”) e, mais tarde, da borracha e da castanha-do-pará, o que deu origem a uma ocupação humana concentrada ao longo das calhas dos rios e resultou na formação de um padrão espacial dendrítico. II. A estratégia de conquista e controle do território brasileiro vinculada à doutrina de Segurança Nacional, durante o regime militar, apontava a necessidade de integrar, consolidar e valorizar o território, dando prioridade à implantação de uma rede rodoviária para integrar a Amazônia à economia nacional (asfaltamento da rodovia Belém-Brasília, construção das rodovias Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Porto Velho e Transamazônica); bem como a necessidade de ampliar a rede de telecomunicações e construção de grandes hidrelétricas. Essa malha programada facilitou e atraiu um grande fluxo de imigrantes, o que contribuiu para o surgimento de um número significativo de cidades ao longo do arco do povoamento consolidado. III. No início dos anos de 1970, a estratégia da colonização dirigida para a Amazônia levou à incorporação pelo Governo Federal das terras situadas numa faixa de 100 km de largura em cada margem das rodovias existentes e projetadas para o assentamento de produtores rurais e de empreendimentos agropecuários e minerais. Essa estratégia intensificou o fluxo migratório de outras regiões (Nordeste e Sul, principalmente), o que deu origem a vilas, povoados e cidades ao longo dos eixos rodoviários e redefiniu a rede urbana, que ficou cada vez mais complexa. IV. A partir dos anos noventa do século XX, o Estado redefiniu a lógica do planejamento regional, adotando políticas de consolidação do povoamento, baseadas nos princípios do desenvolvimento sustentável. O Estado investe em grandes obras, como o asfaltamento de rodovias (Cuiabá-Santarém) e na construção de eclusas, que beneficiam as grandes corporações sem, entretanto, beneficiar as populações tradicionais, os grupos não capitalizados, na medida em que não há uma política de combate à devastação florestal; de demarcação das terras indígenas; de criação de reservas extrativistas e de parques nacionais; e de assentamentos dos pequenos produtores. Estão corretas as afirmativas: a) I, II e III. b)I, II, III e IV. c)I e II, somente. d)I e III, somente. e)I e IV, somente.

O BRASIL NA AMÉRICA LATINA 1. Apresentação

O Brasil destacou-se na América Latina, contando com um terço da população e do produto interno bruto de toda a região, e a melhor performance no PIB per capita. No âmbito da política externa o Brasil exerceu a capacidade de negociação inicialmente com a América Latina e depois em nível das relações externas, mas a direção dos fluxos comerciais colocam-no ainda entre os países periféricos, que comercializam mais com os países desenvolvidos do que com os seus vizinhos.

Os maiores clientes e fornecedores são ainda os EUA e a Europa (à exceção do fornecimento de petróleo pelo Oriente Médio). Dados recentes da ALADI (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração) in-dicam que as importações latino-americanas de produtos

originários dos EUA têm aumentado em países como o Brasil e a Argentina a taxas, em certos casos, cinco vezes superiores às do incremento de suas exportações. 2. As Organizações Políticas e Econômicas da América Latina

OEA – Associação dos Estados Americanos Reunidos na cidade de Bogotá, capital da

Colômbia, em 1948, 21 países americanos decidiram pela criação da Organização dos Estados Americanos (OEA) com sede em Washington. Seus princípios são:

agressão a todos os demais estados americanos.

estados americanos devem ser resolvidas por meios pacíficos.

ara o bem-estar e a prosperidade comum dos povos do continente.

-membro dessa organização, foi expulsa, por catorze votos (por ter optado pelo Socialismo), o Brasil não tomou partido se abstendo de votar, deixando que os Estados Unidos pressionassem a OEA, e a tornassem inoperante e submissa aos seus interesses.

ALADI – Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração

ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) com a finalidade de desenvolver o comércio entre os países-membros. No entanto, problemas locais e externos limitaram sua atuação (Ex.: diferenças de grau de desenvolvimento).

substituição à ALALC, compreendendo os seguintes países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Mercosul - Mercado Comum do Sul

assinaram o tratado de constituição do Mercado Comum do Sul - o Mercosul, começando suas atividades a partir de 1995.

operacionais: "a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos"; "coordenaçâo de políticas macroeconômicas e setoriais"; "compromisso dos Estados-partes de harmonizar suas legislações para o fortalecimento do processo de integração".

organização dos países em blocos econômicos.

POPULAÇÃO BRASILEIRA 1. Características gerais

Em 1872, o Brasil resolveu fazer o primeiro recenseamento dos dados da população brasileira e descobriu-se que somávamos mais de 10 milhões de habitantes. Quase 120 anos depois, atingimos a marca de 155,8 milhões de habitantes (95). Tornamo-nos um dos

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países mais populosos do mundo, ocupando a quinta posição mundial e a segunda no Continente Americano, logo após os EUA. 2. Distribuição da população

É importante lembrar que, apesar do Brasil ser um país populoso, possui baixa densidade demográfica (18,2 hab/km2), ou seja, um país pouco povoado. Apresenta uma irregular distribuição populacional pelo território. Há forte concentração de pessoas na faixa litorânea (região Sudeste). No Rio de Janeiro, a densidade passa de 300 hab/km2. No interior, a densidade torna-se gradualmente menor, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde encontramos 1,1 hab/km2, como em Roraima e 1,4 hab/km2, no Amazonas. De forma geral, as maiores con-centrações populacionais estão próximas ao litoral, numa faixa de aproximadamente 300km2, onde a densidade ul-trapassa 100 hab/km2 em algumas áreas. Toda essa faixa possui densidade acima de 10 hab/km2.

Além dessa faixa, para o interior a população torna-se paulatinamente mais escassa, passando por uma densi-dade que seria mediana no Brasil. Esta faixa, com densi-dade de 1 a 10 hab/km2, abrange desde o Maranhão e o Pará até o Mato Grosso do Sul. Temos, ainda, áreas com densidades inferiores a 2 hab/km2, que correspondem ao Amazonas, Amapá e Roraima. Áreas Densamente Povoadas

Zona da Mata Nordestina, Encosta da Borborema, Agreste (PE e PB), Recôncavo Baiano, Zona Cacaueira (BA), Sul de Minas Gerais e Zona da Mata Mineira, Sul do Espírito Santo, Grande parte do Rio de Janeiro e São Paulo, Zonas coloniais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Obs.: A região Sudeste é a que apresenta a maior população absoluta, seguida da Região Nordeste. A Centro-Oeste é a de menor participação no total. 3. Crescimento Populacional

O primeiro recenseamento oficial da população bra-sileira foi realizado somente em 1872. Antes desta data, só existiam estimativas, não muito precisas, a respeito da população.

A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor con-trole e conhecimento a respeito da evolução do crescimento populacional.

Observe, a seguir, a relação dos recenseamentos oficiais.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO (1940-1998) De acordo com a tabela apresentada, notamos que

o crescimento da população brasileira foi muito grande no período 1872/1990, passando de 10 milhões para 146 mi-lhões de habitantes, o que significa um acréscimo de 136 milhões de pessoas, em pouco mais de um século. Quais os fatores responsáveis por este grande e rápido cresci-mento populacional ocorrido no Brasil? Os fatores são basicamente dois: o crescimento vegetativo ou natural (fator principal) e a imigração (fator secundário).

De acordo com o censo realizado em 1991, houve uma diminuição na taxa de crescimento populacional bra-sileiro, provocada principalmente, segundo o IBGE, pela queda acentuada da taxa de natalidade e pelo aumento das

migrações internas, resultantes das dificuldades provocadas pelo atual quadro socioeconômico do País. O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja:

Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa reduçâo, embora lenta, foi provocada por di-versos fatores, como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população, casamentos mais tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais.

Regionalmente, observam-se diferenças significati-vas no tocante à natalidade, sendo que as taxas mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, enquanto as mais baixas estão nas regiões Sudeste e Sul.

A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2o Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940, deve-se a fatores como o pro-gresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vacinas), melhoria da assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e urbanização da população. Quanto às variações das taxas de mortalidade, verificamos que as mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, e as menores, nas regiões Sudeste e Sul; são mais elevadas nas zonas rurais que nas urbanas, e a mortalidade masculina é maior que a feminina.

Portanto, a persistência de elevadas taxas de natalidade, aliada a uma redução acentuada da mortalidade, explica o elevado crescimento da população brasileira até 1980, sendo, no caso, o crescimento vegetativo o fator principal, e a imigração, o fator secundário. A partir de 1970, a queda da taxa de natalidade foi mais acentuada que a queda na taxa de mortalidade. Portanto, a tendência atual é a de se reduzir o crescimento vegetativo.

A mortalidade infantil continua sendo bastante ele-vada no Brasil. situando-se em torno de 50 por mil em 1990.

Estrutura etária e formação da população 1. Estrutura etária do população

O Brasil sempre foi considerado um país jovem. No entanto, de acordo com o último censo, realizado em 1991, o perfil etário da população tem apresentado mudanças. A taxa de natalidade está se reduzindo de maneira signi-ficativa nos últimos anos e isto apresenta reflexo imediato na construção da pirâmide etária.

Pirâmide etária é a representação gráfica da composição de uma população segundo o sexo e a idade. Na construçâo da pirâmide, representam-se: homens do lado esquerdo e mulheres do lado direito da linha vertical. A escala vertical representa os grupos etários. Nas abscis-sas temos os totais absolutos ou relativos da população. A base da pirâmide representa a população jovem, a parte intermediária, os adultos, e o ápice, os idosos.

O Brasil é considerado um país subdesenvolvido e, como tal, sempre apresentou a pirâmide com base larga e ápice estreito. Mas, de acordo com o censo de 91, houve

CV = Nat – Mort

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uma mudança deste quadro, pois a população adulta pas-sou a predominar em relação àjovem. Caracteriza, assim, uma transição demográfica.

Este fenômeno ocorreu porque o Brasil passou a ser um país urbano-industrial e nestas condições as taxas de natalidade são naturalmente mais baixas.

Nota-se que as regiões de maior dinamismo econô-mico são justamente as que apresentam maiores propor-ções de adultos, indicando fatores como menores taxas de natalidade ou mesmo forte migração interna. 2. Estrutura por sexos

O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um ligeiro predomínio de mulheres. Nos estados nordestinos, onde a saída da população masculina é bem mais acentuada, encontramos predomínio feminino, enquanto nos estados de migrações recentes da região centro-oeste e norte há o predomínio de homens. 3. Formação étnica da populaçõo brasileira

Três grupos deram origem à população brasileira: o índígena, de provável origem páleo-asiática, por isso tam-bém classificado como amarelo; o branco, principalmente o atlanto-mediterrâneo (portugueses, espanhóis e italianos), além dos germanos (alemães, suíços, holandeses), eslavos (poloneses, russos e ucranianos) e asiáticos (árabes e judeus) e negros, principalmente bantos e sudaneses. No século atual, mais um grupo veio integrar a população brasileira: o amarelo, de origem asiática recente, prin-cipalmente os japoneses e, em menor quantidade, os chi-neses e coreanos.

A miscigenação da população ocorreu de forma in-tensa, desde o início do processo colonial, no século XVI, quando os colonos portugueses se relacionavam com escravas negras e indígenas, muitas vezes à força, dando origem aos mestiços (mulatos e caboclos ou mamelucos), assim como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo. As estimativas sobre o número de indígenas presentes no Brasil no início da colonização e o número de escravos africanos ingressos durante a es-cravatura são muito elásticas e imprecisas, variando entre 2 milhões a 10 milhôes para os indígenas, e cerca de 6 milhões de escravos africanos. Por outro lado, os portu-gueses ingressos ainda no período colonial alcançaram uma cifra de aproximadamente 500 mil, e após a indepen-dência, cerca de 5 milhões, dos quais aproximadamente 2,5 milhões retornaram a Portugal. Já dos imigrantes ingressos no País após 1850, cerca de 4,2 milhões permaneceram no Brasil. Assim, podemos deduzir que, em termos étnicos, a maioria da população brasileira é mestiça. No entanto, as pesquisas levantadas pelos últimos recenseamentos procuram enfatizar apenas a cor da pele da população, com base na informação geralmente não muito precisa do entrevistado. A população indígena encontra-se reduzida a aproximadamente 0,6% da população brasileira, refletindo o etnocídio a que foi submetida, com a extinção de inúmeras nações indígenas, quer seja pelo seu extermínio físico, quer seja pelo desaparecimento de sua cultura, em função da "integração" com a sociedade global. Os negros foram reduzidos a cerca de 5% da população total, enquanto os brancos representam cerca de 54,3%, e os mestiços, genericamente denominados de pardos nos

atuais recenseamentos, atingiram o índice de cerca de 40,1 %. Obviamente que esses índices não representam especificamente a formação étnica da população brasileira, porém, apenas uma classificação quanto à cor da pele. Contudo, o que mais se evidencia nos dados coletados é o constante crescimento da miscigenação, representada pelo crescimento da população mestiça e redução percentual dos 3 grupos básicos. BRASIL - GRUPOS ÉTNICOS NA POPULAÇÃO TOTAL

COR DA PELE % DA POPULAÇÃO EM 1950

% DA POPULAÇÃO EM 1980

% DA POPULAÇÃO EM 1996

Brancos Negros Pardos Amarelos Não declarados TOTAL

61,7 11,0 26,5 0,6 0,2

100,0

54,7 5,9 38,5 0,6 0,3

100,0

54,5 4,9 40,1 0,6 0,1

100,0

Fonte: IBGE: 1950, 1980 e 1996 População economicamente ativa - PEA

Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma população, ressaltam-se, pela sua influência no desenvolvimento do País, as atividades prin-cipais exercidas pela população.

Segundo um critério hoje universalmente aceito, agrupamos as atividades humanas em três classes principais, assim denominadas: - Setor Primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca; - Setor Secundário: indústria de transformação; - Setor Terciário: comércio, serviços e profissões liberais.

A população ativa no Brasil, em 1991, era de 43%, o que, conjugado ao baixo nível tecnológico dos diversos setores de atividades, acarreta um baixo nível de produção econômica.

Apesar de sua diminuição progressiva, o setor pre-dominante sempre foi o primário; porém, a partir de 1976, o terciário passou a ser o setor de maior absorção de ativos, enquanto o secundário sofre um grande aumento de 1970 para 1991, passando de 17,8% para 22,7%.

Dentre as regiões brasileiras, a Norte e a Nordeste são as que apresentam maiores concentrações no setor primário, enquanto a Sudeste e a Sul são as regiões de menores concentrações.

Na década de 70, o crescimento do setor secundário foi maior, uma vez que o país atravessou uma fase de grande desenvolvimento industrial ("Milagre Brasileiro").

Evidentemente, a população ativa utilizada no setor secundário concentra-se fortemente no Sudeste, já que a grande maioria da nossa indústria de transformação encontra-se nessa região.

O grande aumento do terciário ocorreu devido ao desenvolvimento do País, juntamente com a urbanização da população, que passou a exigir mais intensamente as atividades de serviços.

Temos observado, nas últimas décadas, uma imporlante transferência da população economicamente ativa do setor primário para o setor terciário. Este fenômeno

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explica-se pela importante urbanização verificada nas úl-timas décadas, principalmente no Sudeste, somada às transformações verificadas na zona rural.

A região de maior participação da população femini-na na população economicamente ativa é a Sudeste.

A maior participação da população feminina ocorre em atividades sociais e de prestação de serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a masculina.

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS

1. Introdução Entre outras explicações que se podem aventar

para o fraco interesse que os homens públicos de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últimos anos, destaca-se a importância assumida pelas cor-rentes de migração interna. Correntes orientadas de uma região para outra no interior do país ou entre Estados de uma mesma região, ou dos campos para as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do elemento estrangeiro. Os principais movi-mentos migratórios ocorridos no Brasil foram: a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado); b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro); c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café); d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha); e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).

As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores, como por exemplo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas em absorver ou manter as popula-ções locais.

As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações de outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida. 2. Mlgração de campo-cidade ou êxodo rural

Consiste no deslocamento de grande parcela da população da zona rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é na atualidade o mais importante movimento de população e ocorre praticamente no mundo todo.

Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de de-senvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto industrial do Sudeste, iniciado na década de 40.

Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do campo, ocasionado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas, de assistência médica; de outro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver oportunidade de alcançar melhor padrão de vida.

Na prática, não aconteceu por dois motivos: a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra;

b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às necessidades dos setores secundário e terciário.

As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades.

Na zona rural, a maior conseqüência da migração para as cidades é o despovoamento, que, sem ser com-pensado pela mecanização e alado a outros problemas, ocasiona queda da produção e elevação do custo de vida.

O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o homem do campo, obrigando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que acabou por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia.

Em síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são: Causas repulsivas: a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a oferta de emprego; b) mecanização de agricultura; c) secas, inundações, geadas; d) erosão e esgotamento do solo; e) falta de assistência médica e de escolas; f) baixa remuneração no trabalho; g) concentração das terras, em mãos de poucos; h) Estatuto do Trabalhador Rural. Causas atrativas: Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem: a) empregos; b) escolas; c) moradia; d) profissionalização; e) assistência médica. Conseqüência do êxodo rural:

Nas zonais rurais: perda da populaçáo ativa e queda geral da produção ou estagnação econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensada pela mecanização.

Nas zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas; delinqüência; mendicância. 3. Hoje: a atração dos centros regionais

Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:

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1) A migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam às suas cidades de origem. 2) O crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros.

A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou a dos paranaenses. Hoje os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região, transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul. 4. 1970-1990: a nova fronteira agrícola do Brasil

A partir da década de 70, a região Sul passou a ter importância como área de saída populacional em direção à nova fronteira agrícola brasileira (MT/RO). O desenvol-vimento na região Sul, o aumento das culturas mecaniza-das, a geada negra que atingiu a cafeicultura e o cresci-mento do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram para a expulsão dos trabalhadores rurais e dos pequenos proprietários.

O PR registrou a maior saída de migrantes no Sul. A população do Centro-Oeste cresceu 73% na década de 70 enquanto a da região Norte obteve maior crescimento na década de 80. Nessas duas regiões, o crescimento deu-se devido ao forte fluxo migratório, favorecido pelo projeto de colonização e pela abertura de novas rodovias.

Rondônia registrou grande crescimento migratório, pois sua população aumentou 342% na década de 70. Migrações Internas Recentes Áreas de forte atração populacional:

metropolitanas de caráter nacional e regional;

catarinense;

-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará;

da Amazônia; nas

propriedades no Pará; e chas de

cerrados no Centro-Oeste. Áreas de Evasão Populacional:

da pela pecuária de corte: Colatina e Alto São Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG.

outras culturas comerciais ou pela pecuária, como a região da Borborema, na Paraíba;

pela pecuária extensiva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no PI. 5. Migrações diárias

Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando ritmos, dimensões

e objetivos variados e que são chamados migrações pendu-lares.

Os principais são: -Frias

Morando na cidade, dirigem-se diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural.

s-Dormitórios Movimentos pendulares diários inconstantes dos

núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais. Relacionado às imigrações de trabalho próprias das áreas metropolitanas, tais como: SP, RJ e Belo Horizonte. Nas grandes metrópoles, a especulação imo-biliária, aliada aos baixos salários, empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar de, transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para atender ao enorme fluxo populacional. Imigração no Brasil

Teoricamente, podemos dizer que a imigração começou no Brasil em 1808, embora os primeiros imigrantes tenham chegado no ano de 1818, durante a regência de D. João VI, por ocasião da publicação de um decreto em 25 de novembro do mesmo ano, o qual permitia ao governo conceder terras aos estrangeiros.

A partir desta data, até os dias atuais, entraram no Brasil aproximadamente 5,5 milhões de estrangeiros, ten-do, alguns regressado para o país de origem.

Em 1752, 1.500 famílias se instalaram no Rio Grande do Sul, fundando o Porto dos Casais, atual cidade de Porto Alegre.

Entre 1808 e 1850, verificamos as seguintes experiências de colonização:

grantes não-portugueses. Eram cerca de 1.700 suíços de língua alemã, provenientes do Cantão de Friburgo, que o governo instalou no Rio de Janeiro, onde fundaram, em 1820, a atual cidade de Nova Friburgo.

Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e, em 1827, outra colônia alemã foi instalada em Rio Negro, no Paraná.

Amaro (SP) e outra em São Pedro de Alcântara (SC).

Nos últimos cem anos, é possível distinguir quatro períodos sucessivos:

-1871); -eslavo (1872-1886);

-1914) - foi o período de maior entrada, chegando a atingir 100.000 imigrantes anuais;

-1934). A imigração no Brasil foi, na maior parte das vezes,

provocada, e raramente espontânea. Por esse motivo, as maiores entradas coincidiram com períodos em que houve escassez de mão-de-obra na nossa lavoura, intensificando-se, por isso, a propaganda brasileira no exterior.

Etnia: conjunto de indivíduos que apresentam idên-

ticos caracteres físicos e culturais.

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Força de trabalho: conjunto de faculdades físicas e mentais que habilitam um homem a realizar qualquer ativi-dade produtora de riqueza.

Custo de criação: ou de formação do indivíduo correspondente à quantidade gasta à criação e formação de uma criança até que ela se torne um produtor.

Aculturação: termo sociológico que se refere ao conjunto dos fenômenos determinados pelo contato de gru-pos de indivíduos de culturas diferentes.

Assimilação: interpretação e fusão de culturas. Enquistamento: relativo à formação de "quistos ra-

ciais" e culturais, dificuldade em assimilar culturas. Latifúndio: propriedade rural de grande dimensão

geralmente inexplorada ou indevidamente explorada. Minifúndio: propriedade rural de pequenas propor-

ções, geralmente explorada através da agricultura de sub-sistência.

Policultura: sistema agrícola que se baseia no cultivo de vários produtos simultaneamente, em diferentes espaços.

Expropriar: retirar alguma coisa de alguém, roubar.

Grileiro: aquele que procura apossar-se de terras alheias mediante escrituras falsas.

Arrendatário: aquele que arrenda uma propriedade ou parte desta, mediante um certo preço e tempo.

Posseiro: que se estabelece em terras de alguém com o intuito de produzir para sua subsistência e seu grupo.

Parceiro: tipo de exploração indireta da terra onde se estipula a porcentagem para divisão dos lucros. Fatores favoráveis à imigração

Entre os vários fatores favoráveis à imigração, podemos citar os seguintes:

lação; desenvolvimento da cultura cafeeira no Planalto Paulista,

que passou a exigir numerosa mão-de-obra;

extinção do tráfico (1850);

governo; -

racterizada pelo desemprego, estimulando o fluxo imigratório para o Brasil. Fatores desfavoráveis à imigração

Entre os fatores desfavoráveis, podemos citar os seguintes:

emigração, que são, em geral, de clima temperado; ção;

falta de garantias para os que aqui chegavam como imigrantes;

financiamento da viagem. Questão 01 - (UFV MG) Analise o gráfico abaixo, referente ao crescimento da população brasileira.

(IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. 1995. p. 55.)

Após análise, é CORRETO afirmar que o fenômeno que explica o atual estágio da população brasileira é: a) a explosão demográfica. b) a aceleração demográfica. c) a desaceleração demográfica. d) a transição demográfica. TEXTO: 1 - Comum à questão: 2 Os avanços tecnológicos são sempre fundamentais ao progresso da Medicina e, consequentemente, à melhoria da qualidade e expectativa de vida. No campo da prevenção primária, visando à remoção de fatores de risco, o avanço tecnológico das imunizações, no século XX, permitiu a erradicação mundial de doenças letais ou incapacitantes, como a varíola, e, em muitos países, a do sarampo e da poliomielite. Atualmente, a discussão da inclusão da vacina antivaricela, doença de evolução benigna, no calendário brasileiro de imunizações, é pertinente e, ainda mais recente, a da vacina anti-HPV, um papilomavírus relacionado com o desenvolvimento de carcinoma de colo de útero. Incorporar novos conhecimentos às áreas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação traz benefícios de pequeno ou grande impacto, nem sempre mensuráveis no momento de sua aplicação. Na contemporaneidade, a implantação de novas tecnologias a uma velocidade cada vez maior traz, no seu bojo, um custo econômico muitas vezes incompatível com o ganho obtido. Sabe-se que não existe exame a custo zero. Ele será pago pelo sistema público de saúde, pelo plano ou seguro de saúde privado, ou pelo próprio paciente. Quando esse custo ultrapassa o suportável para o Estado, a sociedade ou o indivíduo, o bem obtido em qualidade de vida é anulado. Assim sendo, o equilíbrio entre custo versus benefício é, em última instância, o que irá determinar se uma nova tecnologia resulta em melhor qualidade de vida a longo prazo. O arsenal tecnológico atual propicia ao médico a tentação de investigar “todas” as doenças, “cobrir todas as possibilidades”, o que, como já foi sinalizado, se torna, não raro, caro demais. Além disso, quanto maior o número de exames solicitados tanto maior o risco de se obter um

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resultado falso positivo, o que leva à solicitação de mais e mais exames. A grande velocidade de renovação dos aparelhos usados no diagnóstico das doenças é o maior componente do seu custo crescente. Equipamentos de última geração surgem, muitas vezes, antes de o equipamento anterior ter cumprido seu papel em número de exames realizados. Desse modo, não obstante os enormes benefícios delas advindos, novas tecnologias resultam, muitas vezes, em procedimentos de alta complexidade. Questão 02 - (Escola Bahiana de Medicina e Saúde )

A partir da análise da charge e do texto, aliados aos conhecimentos sobre a população brasileira, é correto afirmar: 01. O aumento da longevidade e a consequente queda da mortalidade justifica o descontentamento demonstrado pelo personagem da charge. 02. O aumento da expectativa de vida decorre tão somente dos avanços tecnológicos nas áreas de diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. 03. As mudanças no perfil etário evidenciadas pelo envelhecimento da população correspondem ao quarto estágio de transição demográfica. 04. A taxa de fecundidade de dois filhos por mulher é considerada acima do nível ideal para reposição populacional a longo prazo. 05. O número de idosos já ultrapassa o da população economicamente ativa, trazendo consequências estruturais, a exemplo do desequilíbrio nas contas da previdência pública. Questão 03 - (FGV) No texto abaixo, o demógrafo Fausto Brito analisa o fenômeno das migrações internas no Brasil entre 1960 e 1980. As migrações internas redistribuíam a população do campo para as cidades, entre os estados e entre as diferentes regiões do Brasil, inclusive para as fronteiras agrícolas em expansão, onde as cidades eram o pivô das atividades econômicas. Mas, o destino fundamental dos migrantes que abandonavam os grandes reservatórios de mão de obra – o Nordeste e Minas Gerais, principalmente – eram as grandes cidades, particularmente, os grandes aglomerados metropolitanos em formação no Sudeste, entre os quais a Região Metropolitana de São Paulo se destacava.

http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/outros/6EncNacSobreMigracoes/ST3/FaustoBrito.pdf

De acordo com a visão do autor, as migrações internas podem ser associadas, essencialmente, ao a) povoamento de novas áreas rurais situadas na fronteira agrícola em expansão, nas quais cidades médias comandavam as atividades econômicas. b) processo de urbanização e ao incremento da concentração populacional que deu origem aos grandes aglomerados metropolitanos. c) processo de transição demográfica, que ajudou a redistribuir mais equitativamente a população pelo território brasileiro. d) descolamento entre mobilidade espacial e mobilidade social, já que a população rural foi transferida para os centros urbanos, mas permaneceu em situação de exclusão. e) processo de transferência das cidades do Nordeste e de Minas Gerais, que funcionavam como reservatório de mão de obra, para os grandes aglomerados metropolitanos do Sudeste. Questão 04 - (ACAFE SC) Em toda a história da humanidade os agrupamentos humanos ou os indivíduos, isoladamente, se movimentam pelo espaço, dentro das fronteiras político-administrativas ou para fora delas. É a busca por melhores condições de vida ou produção que motiva a grande maioria desses movimentos populacionais. Sobre a população brasileira, a alternativa FALSA é: a) Está bem distribuída pelo Território nacional. b) O desenvolvimento do capitalismo vem acarretando uma concentração demográfica em certas áreas, especialmente nos grandes centros urbanos. c) A intensidade das migrações rurais-urbanas, no Brasil, provocou uma diminuição absoluta (e não somente relativa) da população rural do país, nas duas últimas décadas. d) A proporção dos brasileiros que viviam em metrópoles passou de 18% do total em 1950 para 25% em 1979 e mais de 30% em 1991. e) As grandes cidades têm sido o destino de migrações não só do campo, mas também de migrações urbanas das pequenas e médias cidades. Questão 05 - (ACAFE SC) Com relação à tabela abaixo, a alternativa FALSA é: EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA ETÁRIA DO BRASIL (em %) Jovens Adultos Idosos Ano 0 a 14 15 a 64 65 ou mais 1980 38,2 57,7 4,0 1991 34,7 60,4 4,87

Fonte: IBGE a) A análise da evolução demográfica

demonstra serem desnecessárias alterações no planejamento das ações sócio-econômicas do governo para o setor. b) A queda no crescimento da população jovem diminui a busca por empregos e permite melhor preparação técnica das pessoas antes de ingressarem no mercado de trabalho. c) Houve elevação da participação da população adulta na composição etária nacional, podendo significar um aumento da capacidade produtiva do país.

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d) O aumento da população idosa exige uma mudança de atitude da sociedade brasileira frente às pessoas da terceira idade. e) O envelhecimento da população exige política social condizente com a nova realidade demográfica, sobretudo no que concerne à previdência social. Questão 06 - (FURG RS) Uma das características atuais do comportamento da população brasileira é: a) aumento da taxa de crescimento nos últimos anos. b) a estabilidade da taxa de crescimento nos últimos anos. c) a redução da taxa de crescimento nos últimos anos. d) a tendência de estabilização no crescimento da população mais velha. e) a tendência do crescimento da população empregada no setor secundário.

Urbanização 1 . Introdução Hábitat

Refere-se à natureza do local em que os grupos hu-manos vivem. Em decorrência dessa ocupação e do reflexo do seu gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações.

De acordo com a situação geográfica, o hábitat pode ser rural ou urbano. Hábitat Rural

Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural, e a sua exploração às relações entre os habitantes. Hábitat Urbano

Relativo às cidades e sua ocupação: nelas, as ativi-dades predominantes originam-se do setor econômico secundário e do terciário (serviços).

A sociedade rural apresenta contrastes com a urba-na, tais como:

Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou completamente urbana, cidade e campo; hoje, não estão inteiramente em oposição como local de residência, ocupação ou modo de vida, pois cada vez mais se relacionam, sendo difícil separar o rural do urbano, uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana à medida que passa de fazendas isola-das para estágios representados pelas aldeias, vilas (hábitat urbano), cidades comerciais, grandes cidades e, finalmente, metrópoles.

Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países, tornando difíceis as comparações inter-nacionais.

O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o urbano e o rural e é o critério entre as Nações Unidas em suas publicações. Isto, no entanto, não resolve o problema da linha divisória, uma vez que a contagem da população urbana é subestimada e a rural

exagerada, pois os citadinos que vivem fora dos limites da cidade vêm se tornando muito numerosos. 2. Hábitat rural

Pode ser organizado, no Brasil, da seguinte forma: Disperso

Próprios das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes espaços. Ordenado

Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia, rodovia, litoral. É o mais freqüente na paisagem rural brasileira. Desordenado

Quando não há um elemento que orienta a dispersão. Aglomerado

Quando as moradias no meio rural estão próximas umas das outras, ocorrendo relação de vizinhança entre as habitações que, por sua vez, estão relativamente próximas às áreas de cultivo ou de pastagens.

O hábitat aglomerado apresenta três modalidades: Núcleo

Em áreas ocupadas por grandes fazendas, nas quais os trabalhadores habitam junto à sede, formando o hábitat aglomerado. Exs.: cana-de-açúcar no Nordeste, cacau no sul da Bahia (Ilhéus e Itabuna) e café em São Paulo. Povoados

Em quase todo o país, predominando nas áreas de pequenas propriedades rurais. Têm origens e funções bem diversas. Coloniais

Geralmente estabelecidas pelos grupos imigrantes, freqüentes nos Estados sulinos, com destaque para a re-gião do Rio Grande do Sul. 3. Hábitat urbano

Cidade é um "organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de relações entre seus habitantes, pelas suas relações com um espaço maior e pela independência de suas atividades em relação ao solo onde está localizada".

As definições de cidade são diferentes, mas a maio-ria delas concorda num ponto: trata-se de um aglomerado humano, variando em número e na sua relação com o espaço (sua área).

No Brasil, a partir de uma lei em 1938, utiliza-se o critério político-administrativo para se definir a cidade, sendo assim considerada toda sede de Município, não importando sua população nem expressão econômica.

Município é uma sociedade capaz de autogoverno e autoadministração dos serviços que Ihe são peculiares. Ao Município, em colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e segurança da população.

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Classificação das Cidades quanto à Hierarquia Urbana É expressa pela rede urbana que a cidade

apresenta e sua posição de polarização sobre as demais. Metrópole nacional

Aquela cuja área de influência abrange todo o terri-tório nacional. Ex.: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Metrópole regional

Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área através de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Capital regional

O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o centro regional e a metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos (SP) e São José dos Campos (SP). Centro regional

Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área de influência da capital regional. Ex.: Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e Jacareí (SP). 4. Urbanização

É um processo de criação ou de desenvolvimento de organismos urbanos. Certos períodos foram especialmente favoráveis ao desenvolvimento da vida urbana. No Brasil, o desenvolvimento da urbanização teve um incremento a partir de 1930, quando o desenvolvimento industrial se intensificou, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente do Sudeste, por receberem a população do campo atraída pela indústria.

Recentemente, o processo abrange quase todas as partes do país, não só pela indústria, mas por outras ati-vidades econômicas ou expansão de serviços.

Em 1970, o Brasil atingiu um total de 3.951 cidades. Dentre estas, nove transformaram-se em grandes aglo-merados urbanos, denominados metrópoles, constituídos pela cidade principal e por núcleos urbanos de maior importância, situados à sua volta em sua função. Causas da urbanização:

êxodo rural: precárias condições no campo e atração das

cidades;

5. Megalópoles

Correspondem à conurbação de várias metrópoles, com fusão de sítios urbanos, gerando gigantescos aglo-merados que ocupam extensas áreas. Exemplo: a região que se estende de Boston até Washington, tendo como centro Nova Iorque. 6. A Grande São Paulo

A região da Grande São Paulo é definida e regula-mentada pelos Decretos n° 48.163, de 3 de julho de 1967 e n° 50.096, de 30 de julho de 1968, do Governo do Estado

de São Paulo. Essa definição está vinculada ao processo de institucionalização de áreas e entidades metropolitanas no Brasil.

A região possui 15.992.170 habitantes (1993), numa superfície de 7.951 km2, com 39 municípios. Tal população é equivalente à da Venezuela (912.050 km2), Arábia Saudita (2.240.000 km2), Holanda (33.936 km2) ou, ainda, de Moçambique (799.380 km2) . A ela correspondia, em 1980, 68% do valor da produção industrial do Estado de São Paulo e 39% do Brasil. Em 1967, foi criado o GEGRAM Grupo Executivo da Grande São Paulo - órgão técnico da Secretaria de Economia e Planejamento desse estado, para enfrentar os grandes problemas ainda existentes.

Esta região assume importância nacional, não ape-nas por sua grande população (15,9 milhões de habitantes - 1993), mas por se constituir em um pólo de desen-volvimento para o crescimento do Brasil. Contudo, essa área apresenta grandes problemas a serem resolvidos, como os de habitação, transportes, assistência médico--hospitalar, educação, abastecimento de água, rede de esgotos, etc. 7. Conceitos Importantes Região Polarizada

Constituição da região planejada em torno de metrópoles. O regionalismo leva à formação de diversas grandes cidades que podem atingir vários milhões de habi-tantes e onde cada uma delas pode alcançar caráter me-tropolitano internacional e, como pólos, organizar regiões em torno de si, onde a população gradativamente adquire consciência regional. O estudo das regiôes polarizadas nos leva à divisão de estados em regiões administrativas e, estas, em sub-regiões. Malha Urbana

Diz-se da forte concentração de cidades em uma determinada área do país, como, por exemplo, a região Su-deste, em determinadas partes. Na região Sul, a malha urbana caracteriza-se por maiores concentrações em al-guns pontos, por exemplo, as áreas próximas a Porto Ale-gre, Curitiba e leste catarinense. Rede Urbana

Sistema de cidades distribuídas numa região, enca-radas como um complexo sistema circulatório entre núcleos e funções diferentes, mantendo relações entre si e dependentes de um centro principal que comande a vida regional. Existem redes urbanas mais e menos organiza-das, estando em permanente processo de transformação. Áreas metropolitanas

Conjunto de municípios contíguos e integrados com serviços públicos de infra-estrutura comuns. Grandes espaços urbanizados que se apresentam integrados, seja quanto aos aspectos físicos ou funcionais de uma metró-pole que exerce o papel dirigente. Conurbação

Reunião de duas ou mais cidades de crescimento contínuo formando um único aglomerado urbano. Ex: Regiâo do ABC (SP).

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Regiões funcionais urbanas Divisão regional tendo por base a influência das ci-

dades sohre o espaço ou sua polarização. Macrocefalismo

Crescimento acentuado e desordenado das cidades. Subemprego

Atividade gerada pelo inchaço do setor terciário, com atividades tais como cuidador de carros, vendedores de semáforos, biscateiros; surgem para desafogar a falta de trabalho. Questão 01 - (UFPB) Com relação às cidades de Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, bem como as de Campinas (SP) Londrina (PR) e Campina Grande (PB), é correto afirmar-se: a) Todas podem ser classificadas como metrópoles regionais. b) As três capitais são metrópoles regionais e as outras são centros regionais. c) Todas fazem parte das áreas metropolitanas de seus respectivos Estados. d) As três primeiras são metrópoles nacionais e as demais são centros de importância média. e) As seis cidades representam, pela ordem, um exemplo de rede urbana. Questão 02 - (UFES) Observe a figura ao lado, sobre a evolução da população rural/urbana, no Brasil e no Estado do Espírito Santo, no período de 1940 a 1990.

Sobre a situação rural/urbana é INCORRETO afirmar que: a) a economia baseada principalmente nas atividades do setor primário, voltada para exportação, é uma das causas do predomínio da população rural até os anos 50. b) a urbanização no país é uma realidade recente, acelerada pelo processo de modernização intensificado no pós-Segunda Guerra Mundial. c) o intenso ritmo de urbanização do Espírito Santo foi acompanhado de uma grande geração de novos empregos, eliminando problemas de favelização. d) o modelo econômico adotado pelo país após 1964 privilegiou a modernização agrícola e a expansão industrial, contribuindo para o êxodo rural. e) os grandes projetos implantados no Espírito Santo, a partir dos anos 70, impulsionaram o crescimento do setor industrial e de áreas urbanas. Questão 03 - (FATEC SP) “São cidades não-urbanizadas. Pode parecer um paradoxo, mas não vejo outra maneira de definir lugares com mais de 100 mil habitantes sem

uma rua asfaltada, sem saneamento, água encanada.” (E. Maricato. Folha de S. Paulo, 2/6/96) O texto aplica-se, preferencialmente às cidades brasileiras de porte médio

a) das regiões Norte e Centro-Oeste, que cresceram aceleradamente devido à expansão das atividades de extração mineral, vegetal e da agroindústria. b) do Oeste Paulista, que se beneficiaram com a revalorização do café na região, nos últimos anos. c) do Nordeste, cujo melhor exemplo é Recife, que passa por um processo de explosão urbana, nesta década. d) do Centro-Oeste, que surgiram em decorrência da expansão da cafeicultura paulista. e) do Norte e do Nordeste, que cresceram aceleradamente em razão dos projetos governamentais, como os da Sudene. Questão 04 - (FATEC SP) No Brasil, entre os anos 70 e 80, a população das áreas metropolitanas apresentou um crescimento de 45%. Atualmente, o processo de metropolização: a) está estagnado, uma vez que o êxodo rural perdeu a força em virtude das crises e da violência urbana. b) teve sua intensidade reduzida, sobretudo devido ao menor crescimento das metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro. c) acelerou-se, porque, com o esgotamento das fronteiras agrícolas, a população rural voltou a migrar para as metrópoles. d) continua no mesmo ritmo, tendo como um dos fatores de crescimento o aumento do emprego na indústria, sobretudo em Belém e no Rio de Janeiro. e) atingiu o nível dos países mais industrializados e, portanto, não deve mais crescer nas próximas décadas. Questão 05 - (ESCS DF) A urbanização da população brasileira se acelerou, na segunda metade do século XX, acompanhando as profundas mudanças econômicas que o país conheceu no período. Sobre o processo de urbanização brasileiro, indique a principal tendência observada hoje: a) é mais acelerado nas grandes metrópoles nacionais porque a introdução das inovações tecnológicas ampliou o mercado de trabalho; b) ocorre devido aos fluxos migratórios que buscam nas cidades os empregos mais qualificados e o acesso a bens de consumo e serviços modernos; c) transfere população das grandes para as cidades médias devido à instalação de empresas que se deslocaram em busca de vantagens locacionais; d) ocorre em todo o território nacional graças à formação de redes de cidades integradas por uma eficiente infra-estrutura viária intermodal; e) reforça o padrão hegemônico das metrópoles regionais que atuam como os pontos de articulação do país com a economia globalizada. Questão 06 - (UDESC SC) As regiões mais urbanizadas do Brasil são: a) Centro-Oeste e Sudeste. b) Centro-Oeste e Nordeste. c) Norte e Sul.

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d) Sul e Sudeste. e) Norte e Nordeste. Questão 07 - (FURG RS) Selecione a alternativa que completa corretamente o parágrafo abaixo. O ritimo de crescimento da população brasileira diminuiu consideravelmente nos últimos quarenta anos. Explica-se esse processo através da .......................... acelerada ocorrida nos anos setenta, que estimulou o êxodo rural, aumentando a taxa de ................................do país. Por outro lado, a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho urbano, associada aos métodos contraceptivos, desencadeou uma rápida queda nas taxas de ................................., refletidas na acentuada queda da .............................. da mulher brasileira. A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto é: a) industrialização - urbanização - natalidade - fecundidade. b) Industrialização - urbanização - natalidade – mortalidade c) Urbanização - industrialização - fecundidade – mortalidade d) Urbanização - industrialização - mortalidade – natalidade e) Urbanização - industrialização - mortalidade – fecundidade Questão 08 - (UFJF MG) Leia, com atenção, o texto abaixo: “Entre as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade brasileira destaca-se o agravamento da pobreza e da exclusão social nas regiões metropolitanas. Além dos problemas que acarreta, a expansão da pobreza metropolitana não encontra arranjos institucionais que contribuam para a eficácia das políticas governamentais. Estas raramente consideram a nova geografia da exclusão e seus requisitos quanto à tomada de decisões e à coordenação das ações que cabem às diferentes unidades da Federação. A preocupação com o rápido agravamento das desigualdades sociais nas grandes cidades deu origem à expressão “metropolização da pobreza”, que se justifica em termos quantitativos e das transformações qualitativas que estão ocorrendo nas regiões metropolitanas a partir de meados da última década.”

REZENDE, Fernando & TAFNER, Paulo(orgs.). Brasil: o estado de uma nação. São Paulo: Ipea, 2005.

A expansão da pobreza nas regiões metropolitanas ocorre, porque: a) é um problema que se restringe exclusivamente a essas aglomerações e é um processo de degradação urbana por meio da invasão e ocupação ilegal de áreas públicas e privadas, como é o caso das áreas de preservação ambiental e de proteção de mananciais. b) os domicílios pobres e indigentes localizados nessas regiões são os menos afetados pela crise da economia, já que neles a renda do trabalho aumenta e é menor o peso dos benefícios constitucionais sobre a renda familiar. c) durante os períodos de estagnação econômica ou de crescimento lento, as atividades muito sensíveis à queda no consumo são as primeiras a serem afetadas e uma parcela

considerável dessas atividades localizase nessas regiões.

d) as melhorias das condições de moradia das populações de baixa renda estão atreladas ao financiamento privado, ocasionando a menor participação de favelas, casas de cômodos e cortiços no total dos domicílios urbanos. e) o setor informal, entendido como o conjunto dos postos de trabalho protegidos pela legislação trabalhista, decresceu na última década, explicando assim a propagação da qualificação da mão-de-obra nessas regiões. A Importância da Agricultura 1. Importância da Atividade Agrícola

O cultivo de produtos agrícolas alimentícios ou destinados à indústria consiste em uma importante atividade econômica que, para desenvolver-se, necessita da mão-de-obra humana para arar, adubar e plantar as espécies. A agricultura é diferenciada, desta forma, da atividade extrativa vegetal que somente retira produtos da natureza. Destaca-se a importância da agricultura no processo de desempenho econômico do Brasil nos seguintes aspectos:

do país, superior a 10%; base da alimentação do país, portanto, é

um setor destacável da economia, além de servir produtos agropecuários ao desenvolvimento da indústria, principalmente do setor alimentício;

Brasil, o país ainda não é auto-suficiente na produção de alimentos. Importamos vários produtos agrícolas, como o trigo, de maior valor;

cais, principalmente de frutas, como laranja e banana, é destacada mundialmente. 2. Fatores Naturais Clima

Embora a agricultura não dependa unicamente das condições climáticas, a verdade é que elas assumem im-portância fundamental para a prática agrícola. A existência de variados tipos climáticos no País (equatorial, tropical, de altitude, subtropical e semi-árido) permite uma boa diversificação da produção agrícola, podendo-se cultivar desde os vegetais tipicamente tropicais até aqueles próprios de áreas temperadas, como é o caso do trigo, que é o mais cultivado no Centro-Sul do País.

Devido ao predomínio de climas tropicais, é natural que nossa agricultura seja baseada no cultivo de vegetais típicos desse clima, como é o caso do café, da cana-de-açúcar, do cacau, do algodão e outros. Solo

A camada superficial da litosfera, formada por rocha decomposta, e onde há vida microbiana, é o que definimos como solo. As transformações físico-químicas criam aí condições favoráveis a nutrição e desenvolvimento das plantas e espécies vegetais de modo geral. Seu pro-cesso de formação é denominado pedogênese, sendo lento e complexo, dependendo da rocha matriz, do clima, das características do relevo e da matéria orgânica presente.

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A espessura do solo varia e ele tem ciclo evolutivo: há solos jovens, maduros e senis. Uma vez degradados, é difícil recuperá-los. Devido à diversidade de nossa geologia e condições climáticas, o Brasil possui vários tipos de solos agrícolas, considerados, de modo geral, muito ácidos e frágeis, ao contrário do refrão comumente utilizado de que no Brasil "se plantando tudo dá". Sendo assim, para que sejam utilizados de forma eficiente, os solos brasileiros têm que ser corrigidos de maneira correta quanto à acidez ou composição química.

Massapê ou Massapé: solo escuro e resultante da composição do ganisse e do calcário. É um solo de elevada fertilidade natural, encontrado na Zona da Mata Nordestina, onde, desde o período Colonial, é utilizado para o plantio da cana-de-açúcar.

Terra Roxa: solo castanho-avermelhado, resultante da decomposição do basalto. É também um solo de elevada fertilidade, de origem vulcânica, encontrado no Planalto Meridional e utilizado para diversos cultivos, com destaque para o café.

Solo de Várzea: trata-se de um solo fertilizado pelo acúmulo de matéria orgânica e húmus trazido pelo rio margeado por ele. No entanto, devido às inundações constantes, restringe seu uso a alguns produtos, tais como o arroz.

Salmourão: solo argiloso, geralmente formado pela decomposição do granito em climas úmidos. Apresenta alguma fertilidade e é encontrado no Planalto Atlântico e no Centro-Sul do País. Problemas dos Solos

Há diversos problemas que afetam os solos brasileiros, mas os mais comuns são: erosão, esgotamento, laterização e lixiviação. Esses provocam graves conse-qüências que decorrem das características climáticas (quentes e úmidos) e das técnicas agrícolas empregadas (rudimentares). Apesar de limitadas, as medidas atual-mente adotadas para combater tais problemas são: terra-ceamentos, curvas de nível, aplicação de adubos, irrigação e reflorestamento. Tais práticas são mais difundidas nas regiôes Sudeste e Sul do País.

Erosão e esgotamento dos solos: são provocados, sobretudo, pelas características climáticas predominantes no país, isto é, maior concentração das chuvas durante o verão, e também pelo predomínio de técnicas rudimentares de cultivo: plantio em encostas de morros, inadequação dos vegetais às condições naturais, etc.

Laterização: processo característico das regiões intertropicais de clima úmido e estações chuvosa e seca alternadas. Consiste na remoção da sílica e no enriquecimento dos solos em óxidos de ferro e alumínio, originando a formação de uma "crosta ferruginosa" capaz de impedir ou dificultar a prática agrícola. Esta crosta é conhecida também como "canga" e aparece em grandes extensões dos chapadões do Centro-Oeste e na Amazônia.

Lixiviação: é a "lavagem" que ocorre nos solos das regiões tropicais úmidas, quando as chuvas intensas atravessam os solos de cima para baixo, carregando os elementos nutritivos superficiais.

Combate aos problemas do solo Existem várias técnicas agrícolas que podem

combater os problemas dos solos, tais como: bém a

associação da agricultura com a pecuária;

ento;

Os efeitos do uso do solo

Preservar árvores é um bom método para a conser-vação do solo. A prática primitiva da queimada e o uso irracional do espaço agrícola são destrutivos. Não é re-comendável que a floresta seja substituída por campo ou por cuitivo dos produtos, porém, no Brasil, uma prática desenvolvida por técnicas agrícolas consiste em aproveitar os restos vegetais da própria mata para "forrar" o solo e plantar, como técnica de sombreamento, espécies de produtos entre as árvores nativas. É um sistema do tipo "corredor" com racionalização de cultivo móvel e a idéia é manter a capacidade produtiva do solo.

A substituição gradual de árvores não produtivas por árvores comerciais é um outro método de conservação, mas este pode trazer o perigo das monoculturas, ao menos que o processo de substituição seja limitado a determinadas proporções.

Os efeitos destrutivos das enchentes, por outro lado, e os benefícios da água e dos minerais dissolvidos, difundem-se em uma extensa área pelos sistemas de irriga-ção. Em muitas regiões, as medidas para irrigar o solo precisam ser combinadas com a drenagem do mesmo, no caso de excesso de água. Principais problemas da agricultura Subaproveitnmanto do Espaço Agrícola

ras agrícolas, já que, apesar de possuir 8.547.403 km2, ocupa apenas cerca de 580.000 km2 com lavouras e 1.750.000 km2 com pastagens.

Áreas de lavouras, pastagens, matas e terras não aproveitadas em relação à área total do território. Nos últimos anos, a área ocupada pelas atividades agropecuárias tem aumentado, embora a maior parte do território (73%) encontre-se ocupada por terras não-aproveitadas.

lecimentos agro-pecuários, verifica-se que as lavouras, pastagens, matas e terras não-aproveitadas ocupam cerca de 40% das terras brasileiras. Suas terras estão utilizadas da seguinte maneira: áreas de lavouras, pastagens, matas e terras não-aproveitadas em relação à área total dos estabelecimentos agropecuários. O Uso da Terra

Há uma correlação entre o tipo de utilização agrária e o tamanho da propriedade. Assim, as grandes proprieda-des dedicam-se, em geral, ao cultivo de produtos voltados para a exportação (café, cana-de-açúcar, cacau, soja, algodão), à pecuária e ao extrativismo vegetal. Já as pe-

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quenas propriedades se caracterizam pelo desenvolvi-mento de cultivos comerciais e de subsistência, como arroz, feijão, milho, mandioca e produtos hortifrutigranjeiros em geral. Produtividade Agrícola

O aumento da produção agrícola deve-se:

Rondônia e Mato Grosso;

alto custo para os agricultores; às altas cotações de alguns produtos no mercado

nacional e internacional, como o café, a laranja, o algodão, o arroz, a cebola e outros;

vouras comerciais como a da soja e do trigo no Centro-Oeste e no Sul do País.

Entretanto, em algumas áreas do Brasil, ainda são registradas baixas taxas de produtividade, o que pode ser explicado por vários motivos:

tes e defensivos agrícolas;

retudo para os grandes proprietários do Sudoeste e do Sul;

lhador rural.

O Governo, por meio de vários programas específi-cos e de órgãos como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), pretende aumentar a produ-tividade agrícola. Para isso, aponta as seguintes metas:

quenos

proprietários; lheita,

seleção de sementes, etc.;

O Provárzeas Nacional é um programa agrícola criado em junho de 1981, que pretende utilizar as terras fér-teis das várzeas e, por meio de irrigação, obter maior pro-dutividade. O programa baseia-se na existência de pelo menos 3 milhões de hectares de várzeas irrigáveis, ainda sem qualquer aproveitamento. Grande parte dessa área está na bacia do rio Solimões (Amazônia). O Governo Federal criou, também, o Profir (Programa de Financia-mento de Equipamentos de Irrigação). Armazenamento e Transporte

Embora de forma indireta, esses dois fatores estão profundamente inseridos em atividades agrícolas. Só para citar um exemplo, em determinadas regiões, chega-se a perder grande parcela de produção agrícola por falta de transporte e/ou armazenamento adequado. Tais dificul-dades facilitam a ação dos intermediários e especuladores, diminuindo a lucratividade do homem do campo e aumen-tando o custo dos alimentos ao consumidor. Segundo os últimos levantamentos, o Brasil é o campeão do desper-dício, calculado, em alguns casos, em cerca de 30% da

safra. Em valores, estima-se que o desperdício alcance 5 bilhões de dólares por ano.

Alqueire: medida agrária que corresponde em GO, MG e RJ a 48.000 m2 e em SP a 24.000 m2.

Hectare: unidade de medida agrária equivalente a cem acres ou ainda a um hectômetro quadrado 10.000 m2.

Pedogênese: processo de formação do solo onde percebe-se a decomposição da rocha original, acúmulo de matéria orgânica e formação de húmus.

Terraceamento: técnica agrícola que se constituiu em aproveitar-se de curvas de nível de degraus (terraços). Típico da Ásia Oriental.

Curva de nível: linha imaginária que une todos os pontos da mesma altitude, acima ou abaixo de uma referência conhecida. O mesmo que curva altimérrica, isópsa. Estrutura fundiária

A expressão "estrutura fundiária", engloba o núme-ro e tamanho das propriedades rurais, segundo as cate-gorias dimensionais. Nesse campo, o Brasil enfrenta sérias dificuldades. Nossa estrutura fundiária é herança de um passado colonial, com predomínio das grandes pro-priedades (plantations) voltadas para atender às neces-sidades do mercado externo. Até hoje os grandes latifún-dios são maioria na área rural, geralmente subaproveitados.

Podemos concluir que: a) Os pequenos estabelecimentos predominam em número (50,3%), enquanto sua área é insignificante (2,5%). b) Os grandes estabelecimentos (mais de 1.000 ha) ocupam quase a metade da área rural (45%), representan-do apenas 1,2% das propriedades; ou, simplificando: há muita gente com pouca terra e muita terra com pouca gente, o que demonstra a concentração fundiária.

Note que tanto o minifúndio (pequena propriedade) quanto o latifúndio são responsáveis por um desperdício de recursos, já que: a) No latifúndio, nem todo o espaço é aproveitado, havendo, portanto, desperdício de terras e capital. b) No minifúndio, há mão-de-obra ociosa, pois a terra é escassa.

Os pequenos proprietários respondem por mais da metade da produçâo de alimentos do Brasil, e são os que menos assistência recebem do governo.

Os conceitos de latifúndio e minifúndio serão defini-dos em função do módulo rural adotado na região gráfica e de seu uso. Assim, uma grande propriedade dentro da Amazônia, embora não aproveitada com alguma atividade, é menos prejudicial que uma outra propriedade bem menor e mal aproveitada próxima a São Paulo.

Por este motivo, surgiu a idéia de módulo rural (Estatuto da Terra, Lei n° 4.504 de 30/11/64), criado para estabelecer uma unidade legal de medida das propriedades, onde se leva em conta a independência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel e seu aproveitamento.

Os conceitos de latifúndio e minifúndio são defini-dos em função do módulo rural adotado na região.

Módulo rural: área explorável que, em determinada posição do País, é direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas, correspondendo a mil jornadas anuais. A força de trabalho do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e,

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conforme o tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência no pro-cesso social e econômico. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), é o mínimo de terras que uma família de 4 pessoas necessita para sua manutenção. O módulo rural varia conforme o desenvolvimento da região, sendo menor quanto maior o desenvolvimento.

Minifúndio: será todo o imóvel com área explorável inferior ao módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes.

Latifúndio por dimensão: será todo o imóvel com área superior a 600 vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nelas ocorrente.

Latifúndio por exploração: será todo o imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural, tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins expeculativos, ou que seja deficiente, ou inadequadamente explorada de modo a vedar-Ihe a classifi-cação como empresa rural.

Atualmente, a estrutura fundiária brasileira tem-se caracterizado por um parcelamento das propriedades, o que traz como conseqüência um crescimento do número de latifúndios:

- 3.337.000 estabelecimentos - 5.045.000 estabelecimentos Além desse fracionamento, verifica-se uma concen-

tração de terras nas mãos dos latifundiários. - 7l.000.000 ha - 164.500.000 ha SISTEMAS AGRÍCOLAS DE PRODUÇÃO

1. Sistemas Agrícolas Sistema agrícola é a combinação de técnicas e

tradições utilizadas pelo homem nas suas relações com o meio rural para obter os produtos de que necessita.

No Brasil são aplicados no campo vários tipos de sistemas agrícolas.

O sistema extensivo é o mais utilizado: apenas em certas áreas, como no Sul e Sudeste, são encontradas propriedades utilizando com mais freqüência o sistema intensivo.

Também os sistemas chamados de roça e plantation são antigos no Brasil e até hoje empregados.

Veja abaixo os principais sistemas e suas caracterísiicas. Sistema Intensivo

.

-de-obra abundante e qualificada. Terra escassa

O sistema intensivo pode ser caracterizado pela menor dependência do agricultor às condições naturais.

Quanto menor a dependência, mais intensivo será o sistema agrícola. Sistema Extensivo

or trabalhador.

-de-obra escassa e não-qualificada.

Dentro do sistema extensivo surge o termo "roça" ou itinerante, onde as técnicas utilizadas são bastante rudimentares com pouco ou nenhum adubo, levando a terra ao esgotamento e, posteriormente, ao abandono.

No Brasil, o sistema de roça é largamente encontra-do, apresentando como resultado uma agricultura de baixos rendimentos e produção irregular. Plantation

belecimentos.

-de-obra numerosa e barata.

O sistema de plantation foi introduzido no Brasil na

época colonial, com o cultivo da cana-de-açúcar. No en-tanto, até hoje, este sistema é utilizado no cultivo do café, do cacau, da laranja, da soja e da própria cana. 2. Exploração da Terra

Distinguem-se no Brasil as seguintes modalidades de exploração da terra:

exploração direta - quando é realizada pelo proprietário da terra;

exploração indireta - pode ser por meio de: - arrendamento - quando a terra é alugada por um

certo tempo e preço; - parceria - quando, por meio de contrato, a terra é

cultivada e a produção é repartida na proporção estipulada entre as partes. A forma mais comum é a meiação (metade), havendo também outras, como a terça, etc. Nesta modalidade há também os "posseiros" ou ocupantes, lavradores sem terras que ocupam uma área para poder plantar. Os assalariados podem ser mensalistas ou diaristas. Deste último grupo fazem parte os bóias-frias. Questão 01 - (FEI SP) Seu cultivo enriqueceu a região durante décadas. O aparecimento de uma praga denominada “vassoura-de-bruxa” fez fortunas desaparecerem e trouxe a crise à região. Estamos falando, respectivamente: a) do café e do Vale do Paraíba. b) do cacau e do sul da Bahia. c) do algodão e do sul do Maranhão. d) da cana-de-açúcar e do litoral pernambucano.

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e) da cana-de-açúcar e do interior paulista. Questão 02 - (EFEI SP) A acentuada aceleração do êxodo rural no Brasil, a partir da década de 60, em decorrência da industrialização e da urbanização, transformou significativamente as relações de trabalho no meio rural. Estas modificações fizeram com que a parcela da mão-de-obra agrícola, hoje conhecida como bóias-frias, adquirisse uma dimensão em torno de 30 a 40 % do total da mão de obra no setor primário. Poderíamos caracterizar o bóia-fria como um trabalhador que: a) recebe uma parcela da propriedade para cultivo próprio em troca de um dia de trabalho para o dono da terra. b) reside na propriedade sendo remunerado parte em dinheiro e parte em alimentos. c) é um diarista temporário que recebe em dinheiro sem residir na propriedade. d) trabalha somente no período de safra, recebendo por empreitada e participação na colheita. e) reside na propriedade e tem parte do seu salário confiscado para quitação de dívidas decorrentes do transporte por ocasião da migração. Questão 03 - (FATEC SP) A partir da análise da evolução da propriedade da terra e de conhecimentos sobre a realidade econômica brasileira deve-se afirmar que:

a) somente com concentração da propriedade foi possível ocupar e tomar produtivas grandes porções do Centro-Sul do País. b) a concentração da propriedade possibilitou a expansão do trabalho familiar, reduzindo o trabalho assalariado. c) a maior produção de gêneros agrícolas destinados ao mercado interno está associada à concentração das propriedades. d) a tendência à concentração da propriedade deverá ser revertida com o crescimento do incentivo do Estado à exportação de produtos agropecuários. e) o aumento da concentração da propriedade deve-se sobretudo à incorporação de novas terras agrícolas das Regiões Norte e Centro-Oeste. Questão 04 - (UFTM MG) Na atualidade, um dos fatos mais marcantes da agricultura brasileira é: a) a quase extinção do trabalho familiar, devido à maciça ampliação do trabalho assalariado. b) o desaparecimento da agricultura camponesa dedicada aos cultivos de subsistência.

c) a diminuição da interdependência técnica e econômica entre o campo e a cidade. d) o expressivo aumento das propriedades com área superior a 1.000 ha – os latifúndios. e) a redução do espaço agropecuário devido ao abandono de antigas áreas produtoras. Questão 05 - (FUVEST SP) Abaixo estão relacionadas algumas características da produção agrícola familiar e da grande empresa agrícola no Brasil: 1. trabalho e gestão intimamente relacionados. 2. trabalho assalariado predominante. 3. predomínio da especialização da produção. 4. trabalho assalariado complementar. 5. trabalho e gestão completamente separados. São características da produção agrícola: Familiar Grande Empresa a) 1 e 2 3, 4 e 5 b) 1 e 4 2, 3 e 5 c) 3, 4 e 5 1 e 2 d) 1, 2 e 3 4 e 5 e) 4 e 5 1, 2 e 3 Questão 06 - (PUC RS) Quanto às áreas de planaltos e chapadas da Bacia do Paraná, no Rio Grande do Sul, é correto afirmar que a) a formação étnica predominante nessas áreas é constituída por descendentes de portugueses e de japoneses. b) limitam-se, a leste, com o Escudo Cristalino. c) trata-se de importantes áreas produtoras de soja e de trigo. d) sua cobertura vegetal natural é constituída de Florestas Tropicais. e) sua formação geológica é basicamente constituída de rochas metamórficas. Questão 07 - (UFTM MG) Observe o gráfico:

(EMBRAPA)

A evolução apresentada no gráfico demonstra a possibilidade de o Brasil, nos próximos anos, liderar a produção mundial de:

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a) café. b) carne bovina. c) cana-de-açúcar. d) oja. e) trigo. Questão 08 - (PUC PR) O gado caracterizou os hábitos de vestuário, de habitação, os utensílios de uso doméstico e profissional, caracterizou, de igual modo, a alimentação baseada na carne e no leite, observando-se a princípio a falta de farinha de mandioca, alimento fundamental da população, por se acreditar imprópria à cultura de raiz. O texto caracteriza o modo de vida do: a) peão boiadeiro do Centro-Oeste. b) peão dos rodeios do interior paulista. c) vaqueiro nordestino. d) gaúcho dos Pampas. e) agropecuarista de Guarapuava. Questão 09 - (UFAC) São imóveis explorados de forma econômica e racional, com uma área que, no máximo, chega a 600 módulos rurais. A definição refere-se a: a) ( ) Empresa Rural b) ( ) Latifúndio por exploração c) ( ) Minifúndios d) ( ) Latifúndio por dimensão e) ( ) Terras Devolutas Questão 10 - (UFC) Assinale a alternativa que indica a principal característica do processo de modernização da agricultura brasileira. a) Redução da produtividade por falta de insumos b) Atendimento à demanda interna por produtos agrícolas c) Aplicação de técnicas tradicionais no uso agrícola da terra d) Atendimento à demanda externa por produtos agrícolas e) Fundamentação em cultivos de subsistência e minifúndios

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PRINCIPAIS SETORES

1. Conceito Indústria pode ser entendida como ato de transfor-

mar matérias-primas em bens de produção e de consumo. Tipos de Indústria a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem alterar suas características. b) Indústrias de transformação: são as que convertem as matérias-primas obtidas da natureza em objeto útil para o homem. Dividem-se em: bens de produção e bens de consumo. c) Indústrias de tecnologia de ponta e a bélica: envolve robótica, informática e armamentos. d) De base ou pesada: quando se preocupa em obter bens de produção ou de cpaital. São exemplos deste tipo de indústrias as máquinas, geradores, turbinas, etc... e) Leve ou de bens de consumo: Duráveis e não-duráveis.

Bens de Produção São também chamados de bens de capital, bens de

equipamento, indústrias pesadas e indústrias de base. São indústrias que produzem "produtos" (matérias-primas e equipamentos) para outras indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia, metalurgia, mecânica, naval, etc. Bens de Consumo

São indústrias que produzem "produtos" voltados diretamente para o consumo da população. Essas indús-trias produzem bens de consumo duráveis (eletrodomés-ticos, automóveis, eletrônicos, móveis, etc.) e não-duráveis (remédios, bebidas, alimentos, vestuário, etc.). 2. Evolução Indusstrial no Brasil

Até 1808, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País, resumindo-se esta atividade à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal.

Após 1808, apesar de liberação da atividade indus-trial que até então havia sido impedida pela metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infra-estrutura interna e à concorrência dos pro-dutos externos, sobretudo ingleses.

Com a introdução do café em SP e a conseqüente chegada dos imigrantes, houve certa expansão do mercado interno consumidor, além da disponibilidade de capitais e melhores transportes. Começam a surgir alguns setores industriais de necessidade mais imediata e de menor custo como: alimentícios, têxtil, de material de construção, etc.

Em 1850 havia no país: - 02 fábricas de tecidos; - 10 indústrias de alimentos; - 02 indústrias de caixas e caixões; - 05 indústrias metalúrgicas; - 07 indústrias químicas.

No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das medidas protecionistas adotadas pelo governo para proteger a indústria nacional da concorrência externa.

A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade in-dustrial apresentou uma certa expansão, pois já que não podia contar com as importações européias, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais.

A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase de crescimento industrial, sobretudo em SP, RS e MG. Após 1940, surgem outros tipos de atividades industriais, já que antes dominavam indústrias apenas de bens de consumo.

Em 1942, ocorre a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço em grande escala, que abre novas perspectivas para a expansão industrial brasileira.

A década de 1950 ainda enfrenta problemas e obstáculos, como falta de energia e deficiente rede de trans-portes e comunicações, que vão ser tratados por Juscelino em seu plano de Metas - além disso, o desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital externo. Nessa fase, o governo optou pela indústria de bens de consumo duráveis, como as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos, além de setores básicos e energia

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elétrica através da criação de várias empresas Cemig - Furnas, etc.).

A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação da atividade industrial. Essa fase marca uma economia associada e dependente do capital externo, e o Estado como forte centralizador e controlador dos setores econômicos básicos.

A década de 70 caracteriza-se por uma maior diversificação da produção industrial e, conseqüentemente, das exportações que até hoje têm nos manufaturados o seu maior peso.

O Brasil, bem como a maior parte dos países de in-dustrialização recente, apresenta um grande peso na eco-nomia estatal. Durante as décadas de industrialização acelerada tem que criar a infra-estrutura básica necessária e isto incluía siderúrgicas, estradas e outras.

O conceito moderno de economia e Administração Pública tomou este sistema obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua de apoio para a economia do país, passou a ser visto como um grande estorvo.

Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parecem ter se tornado insustentáveis para um país que procura uma nova colocação no mundo.

O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundo de pensões de funcionários de estatais e a entrada de "moedas podres", nos leilões, sugeria que nem tudo estava às claras nessas transações. No entanto, algumas das empresas já privatizadas começam a apresentar um desempenho compatível com as regras básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresenta lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu um terço seu endividamento, entre outros exemplos. Siderurgia

Foi somente a partir de 1917 que se instalou no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo-Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG). Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Ge-rais foi o único centro siderúrgico do País. As causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da ausência de indústrias capazes de consumir a produção.

A partir de 1942, a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica Nacional (estatal) na localidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à situação interme-diária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia elétrica; e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra.

A elevada taxa de crescimento alcançada por este setor deve-se a vários fatores, tais como: a) desenvolvimento das atividades industriais de base. as quais passaram a consumir a produção siderúrgica; b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil; c) grande apoio governamental; d) aumento do consumo de produtos industrializados;

O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo por isso, muito grande o consumo de carvão vegetal.

Observações: - 94% da produção siderúrgica concentra-se no SE - As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa. Distribuição espacial das usinas siderúrgicas

As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço indepen-dentemente da localização do carvão mineral, pois as maiores produções desse produto vêm do sul, e é no SE que se encontra a maior produção de aço.

Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização. E, sobretudo, a presença de minério, como o ferro e o manganês e o mercado consumidor, que regem tal distribuição.

A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 bilhões de toneladas, colocando o Brasil entre os 10 maio-res produtores do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, a produção brasileira é de cerca de 100 kg/hab/ano. Os problemas da nossa indústria e atualidades sobre o setor

Apesar do franco desenvolvimento industrial expe-rimentado pelo País nas últimas décadas, vários são os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes: - Quanto à energia: empregamos ainda elevada quantidade de lenha como fonte energética. - Quanto ao capital: escasso, não permitindo grandes investimentos por parte dos particulares, o que permite grande participação de capitais estatais e estrangeiros. - Quanto ao equipamento: a produção da indústria de máquinas e equipamentos ainda é insuficiente, sendo necessária a importação em larga escala. - Quanto aos transportes: o sistema ferroviário e o hidroviário são deficientes. - Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento. Questão 01 - (UFU MG) O desenvolvimento industrial brasileiro se deu lentamente e somente aconteceu após o rompimento de obstáculos e de medidas políticas, como nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, que foram imprescindíveis para que as indústrias se proliferassem no Brasil. Nesse contexto, pode ser considerada como “rompimento de obstáculos e de medidas políticas” desses governos a a) modernização das redes de transporte, a exemplo das estradas de ferro, das hidrovias e das rodovias, que

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articulam e integram, nos dias atuais, as regiões e os mercados. b) produção interna de matérias-primas que sustentam parte do parque industrial nacional, especialmente os setores que dependem do ferro e do petróleo. c) diversificação produtiva rapidamente conseguida após a crise de 1929, que impôs a necessidade de estatizar a produção interna, especialmente em setores como o automobilístico. d) qualificação da mão de obra com ampla implantação de universidades e cursos técnicos no país, possibilitando a organização e o crescimento das indústrias, especialmente na década de 1980. Questão 02 - (UEPA) Com maior intensidade que em outras regiões do Brasil, a esfera técnico-cientifica espalha-se na Região Concentrada, substituindo os escassos interstícios de um meio natural e as amplas manchas de sucessivos meios técnicos. A respeito do processo desigual e combinado no espaço brasileiro é correto afirmar que: a) a região concentrada do território brasileiro constitui um espaço onde os diversos fatores de produção deslocam-se de um ponto a outro, contribuindo para um maior dinamismo econômico. b) em regiões de economia menos dinâmica, a exemplo da Amazônia, o meio técnico-científico informacional se desenvolve precariamente, atingindo igualmente a sociedade que habita essa região. c) a divisão territorial do trabalho na Região Concentrada do Brasil torna-se menos densa em áreas portadoras de densidades técnicas elevadas, devido à ampliação do processo de centralização industrial. d) as inovações técnicas e organizacionais na agricultura brasileira vêm desenvolvendo uma modernização em áreas contínuas e especializadas, criando um mercado que unifica e desenvolve igualmente as regiões brasileiras modernizadas e as periféricas. e) o desaparecimento do desenvolvimento desigual e combinado entre a Região Concentrada e as outras regiões brasileiras ocorreu a partir do fenômeno da globalização e da implantação do meio técnicocientífico informacional o qual se impõe igualmente sobre o território. Questão 03 - (UEPA) O meio técnico-científico informacional tem gerado várias transformações no espaço brasileiro, que resultou em novas formas de dividir social e territorialmente o espaço geográfico. Sobre as consequências dessas inovações tecnológicas no território brasileiro, é correto afirmar que: a) os postos de trabalho como operador de telemarketing, no atual período, têm cedido lugar, aos telefonistas e telegrafistas em atividades dos setores industrial e comercial brasileiro. b) o avanço técnico-científico informacional nas regiões Sul e Sudeste do Brasil contribuiu para a maior densidade de rodovias, ferrovias, cientificização da agricultura e presença de centros de pesquisa e ensino superior. c) a revolução das telecomunicações, nas regiões Norte e Nordeste, foi responsável pela redução da terceirização da mão de obra e pelo crescimento da demanda por mercadorias informacionais.

d) a informatização e automação de tarefas na agricultura, na indústria e nos serviços foram responsáveis pela redução do desemprego nas regiões brasileiras. e) a redução da flexibilização do trabalho, no espaço brasileiro, provocou o aumento de novas formas de contratação de profissionais especializados e ao mesmo tempo reduziu a terceirização da mão de obra. Questão 04 - (ACAFE SC) O Pequeno Notável: nas últimas três décadas a economia deste estado brasileiro cresceu acima da média nacional”. Nele aparecem empresas de destaque nacional e internacional, como a DUAS RODAS INDUSTRIAL, fabricante de aromas e sabores para a indústria de alimentos e a EMBRACO, a terceira maior fabricante de compressores no mundo. É um estado singular, com pouca expressão política e que tem crescido graças às suas próprias forças. Estes dados constam na Revista Exame no 668 e correspondem ao estado de: a) Sergipe b) Santa Catarina c) Minas Gerais d) Tocantins e) Alagoas Questão 05 - (ACAFE SC) As montadoras de automóveis procuravam se fixar no Sudeste brasileiro. Hoje, outras regiões do país, como é o caso do Sul, têm atraído este tipo de indústria. O(s) fator(es) responsável(eis) por esta desconcentração industrial é(são): a) o potencial hidrelétrico disponível que favorece sua instalação. b) as possibilidades de exploração de uma mão-de-obra mais Qualificada. c) a enorme quantidade de matérias-primas exigidas por este setor industrial. d) os estímulos oferecidos pelos estados com reflexos nos custos da produção. e) o peso do mercado consumidor das populações do Sul do Brasil. Questão 06 - (UFRN) Nos anos 70, intensificaram-se os desequilíbrios regionais e a concentração industrial no Brasil. Isso levou o governo federal a adotar uma série de medidas no sentido de promover a desconcentração industrial. Entre essas medidas, pode-se destacar: a) crescimento agroindustrial nas regiões Norte e Centro-Oeste b) fortalecimento da economia do Sudeste, através do crescimento industrial c) integração nacional através de incentivos à produção agrícola mecanizada d) desenvolvimento industrial das áreas periféricas, a partir de incentivos fiscais Questão 07 - (UFLA MG) A indústria brasileira integrou-se à economia globalizada constituindose internamente por fatores considerados positivos e negativos. Assinale a alternativa em que, no que diz respeito aos elementos constitutivos de uma economia globalizada, possam ser

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considerados um fator positivo e um negativo, respectivamente. a) Valorização cambial - ausência de incentivos governamentais. b) Custo de mão-de-obra - custo de equipamentos importados. c) Crescimento do mercado interno - carga de impostos. d) Carga de impostos - custo de mão-de-obra. e) Taxa atual de inflação - taxas de juros internacional. Questão 08 - (FUVEST SP) A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década, decorre, entre outros fatores, da: a) ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a exemplo da Zona Franca de Manaus. b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna todo o território nacional atraente para novos investimentos industriais. c) presença de sindicatos fortes nos estados das Regiões Sul e Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões. d) isenção fiscal oferecida por vários Estados, associada à baixa remuneração da mão-de-obra local. e) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o território.