-ICongresso de Ecologia do Brasil Livro de Resumos · 2019. 8. 20. · arroz irrigado por...

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-I"Congresso de Ecologia do Brasil Livro de Resumos As várzeas do estuário arnazoruco estimadas através de imagens de radar em três milhões de hectares. apresentam exce lentes cond ições edafo- climáticas para o desenvolvimento de uma rizicultura irrigada altamente produtiva com possibilidades de obter-se em três safras anuais até 20 t/ha/ano. Embora estes solos possuam boa fertilidade a sua utilização intensiva com a cultura do arroz, requer a aplicação de adubos nitrcgenados para a manutenção da produtividade. I\. possibilidade de substituição parcial ou total desses adubos pelo nitrogênio atmosférico fixado por sistemas biológicos, como Azolla-Anabacna. apresenta-se como uma alternativa econômica e viável, além de reduzir possíveis perigos de poluição causados pelos fertilizantes industriais. Com o objetivo de estudar a I\.zolla como fonte de nitrogênio para o arroz irrigado por inundação, em lârn ina de água constante de 15 em, foi conduzido em 1989, na Ernbrapa Amazônia Oriental em área de várzea sistematizada do rio Guarná, um experimento utilizando a cultivar Br3 - Caeté, em plantio feito por sementes pré-germ inadas, efetuando-se após a emergência do arroz () desbaste, mantendo-se cinco mudas por cova. no cspaçarncnto de 0,25m x O,25m, em parcelas de 36 m 2 . ° delineamento experimental foi de blocos casualizados com quatro repetições. com os seguintes tratamentos: T1- Azolla incorporada e em consórcio com arroz: T2- Arroz em consórcio com Azolla: T3- Azolla incorporada: '1'4- Testemunha sem Azolla: T5- Nitrogênio mineral (60 kg de N/ha). Empregou-se a Azolla pinnata var. imbricara na base de 0,5 kg/ m 2 peso fresco, seguida de adubação fosfatada foliar na dosagem de 5 kg de P205/ha em solução a I %, em quatro aplicações com intcrva los de sete dias. os tratamentos I e 3a 1\.. pinnata var. imbricara foi inoculada e incorporada ao solo antes do plantio de arroz, enquanto que, nos tratamentos I e 2 foi apenas inoculada após o desbaste, permanecendo em consórc ia com o arroz como cobertura na lâm ina de água, durante o ciclo da cultura. Na adubação nitrogenada mineral para o arroz, empregou-se o sul fato de amôn io na base de 60 kg de N/ha, parcelado em três aplicações aos 20,30 e 40 dias após o plantio. I\. produtividade de arroz em casca. para os tratamentos foram, em ordem decrescente:TI- 4.766 kg/ha; T5- 4.555 kg/ha; T3- 4.440 kg/ha: '1'4- 3.4 I2 kg/ha: T2- 2.533 kg/ha. Para as condições de várzea do rio Guamá, a utilização da incorporação com o consórcio de A. pinnata var. imbricara é capaz de substituir a adubação mineral na base de 60 kg/ha, constitu indo-se uma fonte alternativa de nitrogênio para a cultura do arroz irrigado. FENOLOGIA DA PRODUÇÃO DE FRUTEIRAS TROPICAIS MÜLLER, C.H. I ; NASCIMENTO, W. M. O. 00 1 & CARVALHO,.1. E. U. DEI I. Laboratório de Ecofisiologia e Propagação de Plantas. Embrapa Amazônia Oriental Belérn - Pará - Brasil, cx 48 CEP: 66095- I00. [email protected]. A potenc iaIidade da região amazônica para cultivos perenes é indiscutível, em decorrência de sua vocação florestal. Dentre as espécies perenes, o cultivo de fruteiras tropicais nativas ou exóticas, introduzidas principalmente do sudeste asiático, desponta como alternativa prorn issora para pequenos, méd ios e grandes produtores. ° objetivo desse trabalho foi estudar a distribuição da produção de frutos durante os meses do ano e a freqüência com que esse evento se man ifesta em determ inado mês em anos sucessivos. As avalições foram efetuadas durante os anos de 1985 a 1994, nas seguintes espécies: abieiro (Pouteria caimito), abricozeiro (Marnrnea americana), açaizeiro (Euterpea oleracea), araçazei ro-boi (Eugen ia sti pitara), araçazeiro- pêra (Psidium acutangulum) , bacuriparizeiro (Rheedia macrophyla), cararnboleira (Averrhoa cararnbola), jenipapeiro (Genipa americana), jambeiro (Syzygium mallacense), mangostãozeiro (Garcínia rnangostana), murucizeiro (Byrsonima crassifolia) e sorveira (Couma utilis). Os frutos, em completo estádio de maturação, foram colhidos diariamente e pesados, computando-se, ao final de cada ano, as produções mensais e anuais, estabelecendo-se, então, a distribuição percentual de produção nos diferentes meses Determ inou-se tam bérn a freqüência em que ocorreu a produção de frutos em determ inado mês nos dez anos considerasdos. Para cada espécie os dados foram tomados em 15 plantas estabelecidas no Campo de Fruteiras Tropicais da Embrapa Amazônia Oriental em Belém,PA. Os resultados obtidos mostraram que, o abieiro e a cararnboleira. a produção concentra- se com alta freqüência no primeiro e segundo Página 350

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-I"Congresso de Ecologia do Brasil Livro de Resumos

As várzeas do estuário arnazoruco estimadasatravés de imagens de radar em três milhões dehectares. apresentam exce lentes cond ições edafo-climáticas para o desenvolvimento de umarizicultura irrigada altamente produtiva compossibilidades de obter-se em três safras anuaisaté 20 t/ha/ano. Embora estes solos possuam boafertilidade a sua utilização intensiva com acultura do arroz, requer a aplicação de adubosnitrcgenados para a manutenção daprodutividade. I\. possibilidade de substituiçãoparcial ou total desses adubos pelo nitrogênioatmosférico fixado por sistemas biológicos, comoAzolla-Anabacna. apresenta-se como umaalternativa econômica e viável, além de reduzirpossíveis perigos de poluição causados pelosfertilizantes industriais. Com o objetivo deestudar a I\.zolla como fonte de nitrogênio para oarroz irrigado por inundação, em lârn ina de águaconstante de 15 em, foi conduzido em 1989, naErnbrapa Amazônia Oriental em área de várzeasistematizada do rio Guarná, um experimentoutilizando a cultivar Br3 - Caeté, em plantio feitopor sementes pré-germ inadas, efetuando-se apósa emergência do arroz () desbaste, mantendo-secinco mudas por cova. no cspaçarncnto de 0,25mx O,25m, em parcelas de 36 m2. ° delineamentoexperimental foi de blocos casualizados comquatro repetições. com os seguintes tratamentos:T 1- Azolla incorporada e em consórcio comarroz: T2- Arroz em consórcio com Azolla: T3-Azolla incorporada: '1'4- Testemunha sem Azolla:T5- Nitrogênio mineral (60 kg de N/ha).Empregou-se a Azolla pinnata var. imbricara nabase de 0,5 kg/ m2 peso fresco, seguida deadubação fosfatada foliar na dosagem de 5 kg deP205/ha em solução a I %, em quatro aplicaçõescom intcrva los de sete d ias. os tratamentos I e3 a 1\.. pinnata var. imbricara foi inoculada eincorporada ao solo antes do plantio de arroz,enquanto que, nos tratamentos I e 2 foi apenasinoculada após o desbaste, permanecendo emconsórc ia com o arroz como cobertura na lâm inade água, durante o ciclo da cultura. Na adubaçãon itrogenada mineral para o arroz, em pregou-se osul fato de amôn io na base de 60 kg de N/ha,parcelado em três aplicações aos 20,30 e 40 diasapós o plantio. I\. produtividade de arroz emcasca. para os tratamentos foram, em ordemdecrescente:TI- 4.766 kg/ha; T5- 4.555 kg/ha;T3- 4.440 kg/ha: '1'4- 3.4 I2 kg/ha: T2- 2.533kg/ha. Para as condições de várzea do rio Guamá,a utilização da incorporação com o consórcio de

A. pinnata var. imbricara é capaz de substituir aadubação mineral na base de 60 kg/ha,constitu indo-se uma fonte alternativa denitrogênio para a cultura do arroz irrigado.

FENOLOGIA DA PRODUÇÃO DEFRUTEIRAS TROPICAIS

MÜLLER, C.H.I; NASCIMENTO, W. M. O.001& CARVALHO,.1. E. U. DEI

I. Laboratório de Ecofisiologia e Propagação dePlantas.Embrapa Amazônia OrientalBelérn - Pará - Brasil, cx 48CEP: 66095- I00. [email protected].

A potenc ia Iidade da região amazônicapara cultivos perenes é indiscutível, emdecorrência de sua vocação florestal. Dentre asespécies perenes, o cultivo de fruteiras tropicaisnativas ou exóticas, introduzidas principalmentedo sudeste asiático, desponta como alternativaprorn issora para peq uenos, méd ios e grandesprodutores. ° objetivo desse trabalho foi estudara distribuição da produção de frutos durante osmeses do ano e a freqüência com que esse eventose man ifesta em determ inado mês em anossucessivos. As avalições foram efetuadas duranteos anos de 1985 a 1994, nas seguintes espécies:abieiro (Pouteria caimito), abricozeiro (Marnrneaamericana), açaizeiro (Euterpea oleracea),araçazei ro-boi (Eugen ia sti pitara), araçazeiro-pêra (Psidium acutangulum) , bacuriparizeiro(Rheedia macrophyla), cararnboleira (Averrhoacararnbola), jenipapeiro (Genipa americana),jambeiro (Syzygium mallacense),mangostãozeiro (Garcínia rnangostana),murucizeiro (Byrsonima crassifolia) e sorveira(Couma utilis). Os frutos, em completo estádio dematuração, foram colhidos diariamente epesados, computando-se, ao final de cada ano, asproduções mensais e anuais, estabelecendo-se,então, a distribuição percentual de produção nosdiferentes meses Determ inou-se tam bérn afreqüência em que ocorreu a produção de frutosem determ inado mês nos dez anos considerasdos.Para cada espécie os dados foram tomados em 15plantas estabelecidas no Campo de FruteirasTropicais da Embrapa Amazônia Oriental emBelém,PA. Os resultados obtidos mostraram que,o abieiro e a cararnboleira. a produção concentra-se com alta freqüência no primeiro e segundo

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semestre do ano. Enquanto que, o açaizeiro oabricozeiro o jambeiro c a sorvinha, a produçãodistribuí-se no segundo semestre do ano. Oaraçazciro-boi apresenta produção de frutos emtodos os meses do ano. enquanto que omangostãozeiro é fruteira com produçãotipicamente de início do ano. Com freqüência deprodução no final e início do ano podem seragrupadas as seguintes fruteiras: araçazeiro-pêra,jenipapeiro, murucizeiro e bacuriparizeiro. Paratodas as espécies a menor disponibilidade defrutos foi observada nos meses de junho e julho.

I. Pesquisadores da Embrapa AmazôniaOriental

VARIAÇÃO EST ACIONAL DAOCUPAÇÃO DO SOLO E DE ATRIBUTOS

DA VEGETAÇÃO EM PASTAGEMNATIVA, SOURE, ILHA DE MARAJÓ,

PARÁI

SÁ T. D. DE A.I; MOLLER, M. R. F.2; DIAS-FILH02, M. B.; CARVALHO, C. J. R. DE 2;

& CAMARÃO, A. P. 2

2 Em brapa Arnazón ia Orienta ICaixa Postal 4866095-100, Belém, PAtat [email protected]

As áreas de pastagem nativa da porçãooriental da ilha de Marajó são caracterizadas pormarcante variabilidade sazonal, resultante desituações extremas representadas por períodos deinundação e de seca, que ocorrem anualmente. Oconhecimento da dinâmica de ocupação do solo ede atributos da vegetação nessas áreas é relevantepara: avaliar o seu potencial de utilização:subsidiar o seu manejo; orientar a seleção deespécies a serem introduzidas; identificarmecanismos de tolerância e apontar práticasmitigadoras de estresses; e avaliar a possibilidadede introduzir essas espécies em outros ambientes.O estudo teve lugar no município de Sourc , emfazenda onde a pecuária bubalina é praticadaextensivamente. As avaliações foram feitas emduas parcelas circulares (30m de raio). entreagosto/95 e dezembro/96, consistindo de:ocupação espacial da área; composiçãofloristica: produção de matéria seca (parte aérea eraizes); índice de área foliar (IAF); área foliarespecífica (AFE); e reflectância na faixa da

fotossíntese (400nlll a 700nlll), R . No período dealagamento, cerca de 54% da área encontrava-sealagada, enquanto que. no período de menordisponibilidade de água no solo, cerca de 76% daárea encontrava-se coberta por vegetação seca. Aespécie C~ Paspalurn pleostachyum exibiuocorrência constante durante o ano: algumasespécies (e.g. Eragrostis sp .. Leersia hexandra eEleocharis iterstincta) reduziram drasticamentesua ocorrênc ia na época seca; e espéc ies COIllOLuzioloa spruceana só ocorrem no período dea lagamcnto. A quant idade de matéria seca (aéreac radicular) foi mais elevada em fevereiro emenos elevada em novembro, sendo que, para aparte aérea, a diferença entre esse dois períodosfoi da ordem de nove vezes. lAF variou depraticamente zero (dezem bro/96) aaproximadamente 0,47 (fevereiro/96). Refletindoa variação na vegetação, R oscilou entre 4,5 e12,5% no período seco, e entre 1,5 e 4,7% noperíodo chuvoso. Complernentarmente, emambiente controlado, foi avaliada a respostamorfofisiológica de espécies deste ambiente acondições de alagamento, evidenciando queEragrostis sp e P. plcostachyurn tiveram reduçãosignificativa de sua elongação foliar diária peloalagamento. enquanto que em E. iterstinctahouve um aumento sob tais condições.

I Financiado pela ErnbrapaI Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental

LEVANTAMENTO E CATALOGAÇÃO DEPLANTAS DE INTERESSE ECONÔMICODO BAIRRO JARDIM PADRE PAULO,

CÁCERES - MATO GROSSO.

AGUINEL MESSIAS DE LlMA*, WILSONSOUZA SANTOS*, ROGÉRIO B. S.ANEZ**.

Com vistas a conhecer, de forma lógica esistematizada, as etnocategorias das plantas deinteresse econômico. cultivadas nos quintais doBairro Jardim Padre Paulo, localizado a Nordestedo perímetro urbano da cidade de Cáceres - MT(Lat. 16° 03' Sul e Long. 57° 41 ' Oeste), real izou-sc um projeto de levantamento e catalogação,inserido na disciplina de Botânica Econômica doCurso de Ciências Biológicas da UniversidadeEstado de Mato Grosso. Este projeto foidesenvolvido, primeiramente, com a escolhaaleatória de 50 (cinqüenta) quintais; seguido de

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