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1 IDENTIDADE NAZARENA UNIDADE I – RAÍZES HISTÓRICAS Santidade ao Senhor – Êxodo 28:36 INDICE DOS ASSUNTOS DA UNIDADE I A- CRISTIANISMO CLÁSSICO – SÉCULOS I A III B- IDENTIDADE NAZARENA C- DECLARAÇÃO HISTÓRICA – Cristianismo histórico e Herança Wesleyna D- REFORMA PROTESTANTE E- ANGLICANISMO F- PURITANISMO G- WESLEYANISMO E METODISMO H- MOVIMENTOS DE SANTIDADE I- DEFINIÇÕES DE DOUTRINAS METODISTAS J- OS 16 ARTIGOS DE FÉ DA IGREJA DO NAZARENO APENDICES: Apendice I – Resumo histórico dos principais fatos do cristianismo séc. I a XXI. Apendice II – Diferentes movimentos que formaram a igreja do Nazareno nos Estados Unidos e as raízes da igreja no leste americano. Apendice III – Confissão de Fé de Westminster N N a a z z a a r r e e n n o o P P a a u u l l i i c c e e i i a a S S S a a a n n n c c c t t t u u u m m m D D D o o o m m mi i i n n n o o o - - - S S S a a a n n n t t t i i i d d d a a a d d d a a a J J J e e e h h h o o o v v v a a a - - - D D D i i i e e e H H H e e e i i i l l l i i i g g g k k k e e e i i i t t t d d d e e e s s s H H H e e e r r r r r r n n n S S S a a a i i i n n n t t t t t t é é é à à à L L L E E E t t t e e e r r r n n n e e e l l l

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IDENTIDADE NAZARENA UNIDADE I – RAÍZES HISTÓRICAS

Santidade ao Senhor – Êxodo 28:36

INDICE DOS ASSUNTOS DA UNIDADE I

A- CRISTIANISMO CLÁSSICO – SÉCULOS I A III

B- IDENTIDADE NAZARENA

C- DECLARAÇÃO HISTÓRICA – Cristianismo histórico e Herança Wesleyna

D- REFORMA PROTESTANTE

E- ANGLICANISMO

F- PURITANISMO

G- WESLEYANISMO E METODISMO

H- MOVIMENTOS DE SANTIDADE

I- DEFINIÇÕES DE DOUTRINAS METODISTAS

J- OS 16 ARTIGOS DE FÉ DA IGREJA DO NAZARENO

APENDICES:

Apendice I – Resumo histórico dos principais fatos do cristianismo séc. I a XXI. Apendice II – Diferentes movimentos que formaram a igreja do Nazareno nos Estados Unidos e as raízes da igreja no leste americano. Apendice III – Confissão de Fé de Westminster

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‘UNIDADE I – RAÍZES HISTÓRICAS DA IGREJA DO NAZARENO A identidade tem a ver com as raízes, a história, as características distintivas. Os objetivos da organização são uma decorrência disso: à luz das raízes, da identidade, das convicções básicas, serão estabelecidos os alvos, as prioridades, a maneira de ser do grupo, a cara da denominação. Como uma igreja cristã, as nossas raízes remontam ao cristianismo clássico. A) Cristianismo Clássico

1) Século I A Igreja do Nazareno, tal como ela é hoje, originou-se não unicamente há partir do Movimento de Santidade, mas a princípio do Cristianismo Apostólico do século I. Este período é caracterizado pela relação direta com aqueles que conheceram e conviveram com Cristo. O Cristianismo nasceu no berço judeu mas, desenvolveu-se e ganhou corpo com a ruptura das relações monopolizadoras dos judaizantes (Concílio de Jerusalém – Atos capitulo 15) O nascimento da Igreja foi marcado por um evento excepcional prometido por Deus em Joel 2:28. E a teologia era estudada a partir do testemunho apostólico no início oral, mas depois escrito. Os Apóstolos fincaram os marcos através dos quais nos sustentamos até hoje. Aí temos o “Fundamento de Cristo e dos Apóstolos”; a Dispersão; O Pentecostes; As viagens Missionárias de Paulo, A produção das Cartas, dos Evangelhos e do Apocalipse.Ainda neste tempo embrionário da Igreja, temos uma estrutura organizacional, com a eleição de anciãos nas igrejas, as figuras de pastores ou bispos e até mesmo um concílio para deliberarem sobre práticas eclesiásticas. ( At. 14:23, 20:17, 20:28, Tg. 5:14, Atos 15:6-31 )

2) Séculos II e III Em sucessivos Concílios depois do século IV, os papas sancionaram muitos dogmas que modificaram o Cristianismo na sua essência. - A IGREJA PRIMITIVA desconhecia a Missa, o Purgatório, o Celibato, a Transubstanciação, a Infalibilidade papal, o Culto à Maria, a veneração de imagens, o uso de velas, a água benta, etc. - VIVERAM NOS 4 PRIMEIROS SÉCULOS do Cristianismo, Cristãos veneráveis, foram verdadeiros pais da Igreja que guardaram a fé que ouviram dos Apóstolos. Os principais representantes desta época, são: Lino viveu no ano 65; Cleto em 69; Clemente no ano 95; Justino, ano 100; Santo Inácio, 110; Higino no ano 139; Papias viveu em 140; Policarpo, ano 155; Santo Irineo viveu por volta do ano 180; Orígenes em 220; Urbano no ano 223; S. Cipriano, Bispo de Cartago era do ano 247; São Vicente no ano 310; S. Silvestre em 314; São João Crisóstomo, famoso Cristão, no ano 350; São Genaro, desconhecia também os dogmas católicos de hoje, viveu em 384; Ambrósio e S. Sebastião foram do ano 397 e Santo Agostinho, bispo de Hipona

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viveu por volta do ano 420. Todos esses Cristãos primitivos e milhares de outros não foram Católicos! Desconheciam os dogmas que vieram depois... DEPOIS DA MORTE DESSES CRISTÃOS SURGIRAM OS SEGUINTES DOGMAS: - Ano 400 – Maria passa a ser considerada”Mãe de Deus” e os cristãos começam a interceder pelos mortos. - Ano 431, a Igreja começou a cultuar Maria, visando sensibilizar as mulheres. - Ano 451 – Surge a doutrina da Virgindade Perpétua de Maria. - Ano 503, o papa em exercício lança a idéia do "purgatório" mais tarde efetivada; o dinheiro que recebem pelas "Missas de Intenção" trazem problemas de consciência pois tem um fim específico: Remover almas do purgatório para o Céu! - Ano 782, a Igreja inicia a prática da idolatria e a veneração de imagens. - Ano 880, o Catolicismo instituiu a "canonização". Essa distinção da Igreja tem sido concedida inclusive por bravura, como matar Protestantes e Maçons! - Muitos "canonizados" não passariam de criminosos comuns nas leis de hoje. No Ano 1073, foi introduzido pelo Vaticano o Celibato, - Esse dogma do Catolicismo influiu mal na sociedade; o escritor Leo Hubermam disse que o Celibato é exigido porque a Igreja teme perder as propriedades dos Clérigos, caso venha a casar-se devido as leis de heranças. - A dupla identidade também causa problemas, o "Frei Antão" da Igreja tal bem pode ser o José da Silva no cartório civil, isso os tornam suspeitos. - Em 1094, o Vaticano começou a "negociar", o perdão dos pecados através das indulgências. - Foi no ano 1208 que começaram a "levantar a hóstia para ser adorada" e no ano 1414 declararam negar o vinho, na Ceia aos fiéis. O Senhor Jesus celebrou a Santa Ceia com pão e vinho. (Mateus 26,26-29). - No ano 1854 o papa Pio XII proclama o dogma da “ Imaculada Conceição” de Maria. ESSAS E OUTRAS INOVAÇÕES, todas introduzidas na Igreja depois do século V, foram desconhecidas pelos primeiros Cristãos, o que torna a IGREJA CATÓLICA ILEGÍTIMA DIANTE DO NOVO TESTAMENTO E DOS PAIS DA IGREJA.

3) Séculos Posteriores – A decadência a) Fatores que a desencadearam

• Falta do conhecimento de Deus (Mateus 22:29) • O Desenvolvimento da razão (Provérbios 3:5) • Falta de guias espirituais (Jeremias 23:9 em diante) • Comprometimento da Igreja com o Estado Romano

b) A Igreja tornou-se: Sacramental – Nela há poder para entronizar e destronar; para salvar e excomungar.

( Vide Resumo mais completo de todos os principais fatos históricos do cristianismo do século I ao

século XXI , no apêndice 1 )

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B ) Identidade Nazarena

A Igreja do Nazareno é parte da Igreja Cristã, protestante, e de linhagem Wesleyana. Esta afirmação nos leva a atenção a elementos chaves de nossa identidade.

Primeiro, a Igreja do Nazareno é uma Igreja Cristã. Isto pode parecer óbvio, mas é o fundamental ponto de partida. As primeiras palavras do nosso manual declaram que a Igreja do Nazareno, desde o seu início, confessa ser um ramo da "única Igreja Santa, Universal, e Apostólica". Aceitamos e endossamos os credos, redigidos nos primeiros séculos da história da Igreja Cristã, como expressões da nossa fé e identidade.

Isto significa que a Igreja do Nazareno abraça como sua, a história daqueles redimidos pela graça, por meio do Senhor Jesus Cristo, através dos séculos. Assim, nossa genealogia começa descrita no Antigo Testamento, destaca-se no Novo, e prossegue por toda a história, e acompanha todos os crentes fiéis, espalhados por todo o mundo.

A Igreja do Nazareno sabe que tem uma missão especial, dada por Deus. Entretanto, para compreendê-la procura arraigar-se, firmemente, dentro da extensa corrente de fé e prática do cristianismo, abalizado pelo ensino das Sagradas Escrituras.

A Igreja do Nazareno é uma Igreja Protestante. Isto significa que seu caráter é nitidamente forjado pela Reforma Protestante, do século XVI. Neste amplo movimento de restauração da Igreja Cristã, vários pontos doutrinários, cruciais foram resgatados.

Reafirmou-se que a Bíblia é a autoridade final da definição de nossos postulados. A salvação é uma dádiva da graça de Deus, não uma conquista humana, por meio de boas obras. Os nazarenos se encontram entre aqueles que acreditam que Deus oferece sua graça a todas as pessoas. Todos podem ser alcançados pela redenção. Todos os crentes têm o privilégio e a responsabilidade de atuar como "sacerdotes" (Sacerdócio Universal), relacionando-se com Deus pela mediação do Senhor Jesus Cristo.

A Igreja do Nazareno abraça cada um desses princípios da reforma, e junta-se a outras denominações que preservam o mesmo legado. Isto está refletido nos artigos de Fé de nosso manual, no perfil de nossas congregações locais, e no testemunho dos crentes.

A Igreja do Nazareno é marcada, em sua identidade, pela herança Wesleyana. O avivamento do século XVIII, impulsionado por John e Charles Wesley, foi parte de um movimento maior, de abrangência mundial, que fomentou uma renovação espiritual, a partir da Igreja da Inglaterra.

Entre as contribuições distintivas do avivamento wesleyano, está a ênfase na experiência pessoal com o Espírito Santo; na importância da santificação dos

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crentes, ou seja, no crescimento espiritual, gradual rumo à semelhança de Cristo. A busca pela santidade foi o aspecto central na composição de grandes, médios e pequenos grupos de comunhão, que John Wesley organizou por toda a Inglaterra e além. Mais tarde, esses grupos desenvolveram-se institucionalmente, dando origem a Igreja Metodista. Esta, logo se espalhou por várias partes do mundo, especialmente pela América do Norte.

Finalmente, a Igreja do Nazareno é uma Igreja de "Santidade". Nossa Igreja cresceu em meio a focos de avivamento, nos Estados Unidos, na Segunda metade do século XIX. O anseio por uma vida incorrupta aqueceu o coração de inúmeros crentes, metodistas e outros. Retiros especiais em áreas rurais, e trabalho missionário arrojado, foram evidências de um extraordinário despertamento.

Eventualmente, as fronteiras denominacionais foram transpostas. Isso resultou na formação de algumas igrejas independentes, cuja caracterização básica era o apego à santidade ética e comportamental. Os membros dessas igrejas vieram de grupos de diferentes posições teológicas: metodistas, batistas, presbiterianos e outros.

O fundamento da Igreja do Nazareno foi edificado pela união de vários destes grupos independentes. Essas junções ocorreram, periodicamente desde 1890. Em 1908, ano chave no processo de união, alguns adicionamentos vitais aceleraram o processo, que culminou na fundação oficial da Igreja. Ao longo da história recente, outras incorporações ainda têm ocorrido.

A Igreja tem se expandido mundialmente, devido a programas missionários vigorosos. Isto a projetou, como uma Igreja de visão global, que ministra em mais de cento e cinqüenta diferentes países. A Igreja do Nazareno, como outras denominações, têm seu próprio "ramo" na grande "árvore genealógica!" da Igreja Cristã. Como nazarenos, não deixamos de proclamar, que no centro unificante, no tronco, está o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da Igreja Universal, dos primogênitos arrolados nos céus.

C) Declaração Histórica Cristianismo Histórico e herança Wesleyana de santidade

Uma Fé Santa. Desde os seus começos, a Igreja do Nazareno tem-se confessado um ramo da igreja “única, santa, universal e apostólica”, e tem procurado ser fiel a ela. Confessa como sua própria história a do povo de Deus registrada no Antigo e no Novo Testamentos, e a mesma história tal como ela se tem estendido dos dias dos apóstolos aos nossos tempos. Como seu próprio povo, ela abarca o povo de Deus através das idades, os redimidos através de Jesus Cristo, em qualquer expressão de uma igreja na qual estes possam ser encontrados. Ela aceita os credos ecumênicos dos cinco primeiros séculos cristãos como expressões da sua própria fé. Enquanto a Igreja do Nazareno vai respondendo a sua chamada especial de proclamar a doutrina e a experiência da inteira santificação, ela tem tido o cuidado de reter e fomentar identificação com a igreja histórica, em sua pregação da Palavra, na sua administração dos sacramentos, sua preocupação de promover e manter um ministério que seja genuinamente apostólico na fé e na prática, bem como ao inculcar as disciplinas dum viver semelhante ao de Cristo e no serviço a outros.

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O Avivamento Wesleyano. Esta fé cristã tem sido facultada aos nazarenos através de correntes religiosas históricas e, particularmente, através do reavivamento Wesleyano ocorrido no século XVIII. Nos anos a partir de 1730 deu-se o Reavivamento Evangélico mais vasto na Grã-Bretanha, liderado principalmente por João Wesley, seu irmão Carlos e por Jorge Whitefield, clérigos da Igreja da Inglaterra. Através da instrumentalidade destes, muitos outros homens e mulheres abandonaram o pecado e foram cheios de poder para o serviço de Deus. Caracterizou-se este movimento pela pregação de leigos, testemunho, disciplina e círculos de discípulos dedicados, conhecidos por “sociedades”, “classes” ou “bandos”. Como movimento de vida espiritual, seus antecedentes incluíram o Pietismo Alemão, tipificado por Philip Jacob Spener; o Puritanismo Inglês do século XVII; e o despertamento espiritual na Nova Inglaterra descrito pelo pastor-teólogo Jonathan Edwards.

A fase Wesleyana do grande reavivamento caracterizou-se por três marcos teológicos: regeneração pela graça, através da fé; perfeição cristã, ou santificação, também pela graça através da fé; e o testemunho do Espírito quanto à certeza da graça. Entre as contribuições distintas de João Wesley achava-se uma ênfase à inteira santificação nesta vida, como provisão graciosa de Deus ao cristão. Os empreendimentos missionários primitivos do Metodismo Britânico começaram a disseminar estas ênfases teológicas através do mundo. Na América do Norte, a Igreja Metodista Episcopal foi organizada em 1784. O seu propósito declarado foi “reformar o Continente e espalhar a santidade escriturística sobre estas terras”.

O Movimento de Santidade do Século XIX. No século XIX começou no Leste dos Estados Unidos e se espalhou pela nação uma renovada ênfase à santidade cristã. Timóteo Merritt, clérigo metodista e editor-fundador do Guia da Perfeição Cristã, esteve entre os líderes deste reavivamento de santidade. A figura central do movimento foi Phoebe Palmer, da cidade de Nova Iorque, líder da Reunião da Terça-Feira para a Promoção da Santidade, na qual bispos, educadores e outros clérigos metodistas se juntaram ao grupo original de senhoras em busca de santidade. Ao longo de quatro décadas, a Sra. Palmer promoveu a fase metodista do movimento de santidade, através de palestras públicas, escritos e também como editora do Guia para a Santidade.

O reavivamento de santidade alastrou-se para além das fronteiras do Metodismo. Charles F. Finney e Asa Mahan, ambos do Colégio Oberlin, lideravam a renovada ênfase à santidade nos círculos presbiterianos e congregacionalistas, tendo feito o mesmo o avivador William Boardman. O evangelista batista A. B. Earle esteve entre os líderes do movimento de santidade dentro da sua denominação. Hannah Whitall Smith, uma quaquer e avivadora popular do movimento de santidade, publicou O Segredo Cristão duma Vida Feliz (1875), um texto clássico sobre a espiritualidade cristã.

Em 1867 os ministros metodistas John A. Wood, John Inskip e outros começaram, em Vineland, Nova Jersey, a primeira de uma longa série de reuniões nacionais de avivamento. Também organizaram nessa altura a Associação Nacional de Encontros de Avivamento para a Promoção de Santidade, comumente conhecida como Associação Nacional (hoje, Associação de Santidade Cristã). Até aos primeiros anos do século XX, esta organização patrocinou reuniões de santidade através dos Estados Unidos. Surgiram também associações locais e regionais de santidade e uma imprensa vital de santidade publicou muitos periódicos e livros.

O testemunho prestado à santidade cristã desempenhou funções de diversos significados na fundação da Igreja Metodista Wesleyana (1843), da Igreja Metodista Livre (1860) e, na Inglaterra, do Exército da Salvação (1865). Nos anos de 1880 desabrocharam novas igrejas distintivamente de santidade, incluindo a Igreja de Deus (Anderson, Indiana) e a Igreja de Deus (Santidade). Várias outras tradições religiosas foram também influenciadas pelo movimento de santidade, incluindo certos grupos Menonitas, Irmãos e Amigos que adotaram o ponto de vista wesleyano quanto à inteira

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santificação. Os Irmãos na Igreja de Cristo e a Aliança Evangélica de Amigos são exemplos desta fusão de tradições espirituais.

União de Grupos de Santidade

Nos anos de 1890 despontou uma nova onda de grupos de santidade independentes. Estes incluíram igrejas independentes, missões urbanas, casas de socorro a necessitados e associações missionárias e evangelísticas. Alguns entre o povo envolvido nestas organizações suspiravam por uma união que produzisse uma igreja nacional de santidade. Desse impulso nasceu o que é hoje a Igreja do Nazareno.

A Associação de Igrejas Pentecostais da América. A 21 de Julho de 1887, organizou-se a Igreja Evangélica do Povo, com 51 membros, em Providence, Rhode Island, tendo como pastor Fred A. Hillery. No ano seguinte foi organizada a Igreja Missão, em Lynn, Massachusetts, tendo C. Howard Davis como pastor.

Nos dias 13 e 14 de Março de 1890, representantes destes grupos e de outras congregações de santidade independentes reuniram-se em Rock, Massachusetts, e organizaram a Associação Central Evangélica de Santidade, com igrejas em Rhode Island, New Hampshire e Massachusetts. Em 1892, a Associação Central Evangélica de Santidade ordenou Anna S. Hanscombe. Crê-se que ela foi a primeira de muitas mulheres ordenadas para o ministério cristão nas congregações que se uniram para formar a Igreja do Nazareno.

Em Janeiro de 1894, o comerciante William Howard Hoople fundou uma missão em Brooklyn, reorganizada em Maio seguinte como o Tabernáculo Pentecostal da Avenida Utica. No fim do ano seguinte foram também organizadas a Igreja Pentecostal da Avenida Bedford e o Tabernáculo Pentecostal Emanuel. Em Dezembro de 1895, delegados destas três congregações adotaram uma constituição, um sumário de doutrinas e legislação, formando a Associação de Igrejas Pentecostais da América.

A 12 de Novembro de 1896, reuniu-se em Brooklyn um comitê conjuntamente formado pela Associação Central Evangélica de Santidade e pela Associação de Igrejas Pentecostais da América, e traçou um plano de união, retendo para o corpo assim unido o nome do último destes dois grupos. Entre os obreiros proeminentes nesta denominação contavam-se Hiram F. Reynolds, H. B. Hosley, C. Howard Davis, William Howard Hoople e, mais tarde, E. E. Angell. Alguns destes eram originalmente pregadores leigos que mais tarde foram ordenados pelas suas congregações. Esta igreja foi marcadamente missionária e, sob a liderança de Hiram F. Reynolds, secretário missionário, empenhou-se num ambicioso programa de testemunho cristão nas Ilhas de Cabo Verde, na Índia e em outros lugares. Chamava-se The Beulah Christian o seu periódico oficial.

A Igreja de Cristo de Santidade. Em Julho de 1894, R. L. Harris organizou a Igreja de Cristo do Novo Testamento, em Milan, Tennessee, pouco antes da sua morte. Mary Lee Cagle, viúva de R. L. Harris, continuou o trabalho e tornou-se seu líder primitivo mais proeminente. A igreja, estritamente congregacional em seu regulamento, espalhou-se através de Arkansas e do Texas ocidental, com esparsas congregações em Alabama e Missouri. Mary Cagle e uma cooperadora, a Sra. E. J. Sheeks, foram ordenadas em 1899, na primeira classe de candidatos à ordenação.

A partir de 1888, um punhado de congregações rotuladas como Igreja de Santidade foram organizadas no Texas pelos ministros Thomas e Dennis Rogers, vindos da Califórnia.

Em 1901 formou-se em Van Alstyne, Texas, a primeira congregação da Igreja Independente de Santidade, por Charles B. Jernigan. Logo do princípio, James B. Chapman afiliou-se a esta denominação, a qual prosperou e cresceu rapidamente. Com a passagem do tempo, as congregações lideradas por Dennis Rogers se afiliaram à Igreja Independente de Santidade.

Em Novembro de 1904, representantes da Igreja de Cristo do Novo Testamento e da Igreja Independente de Santidade reuniram-se em Rising Star, Texas, onde chegaram

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a acordo sobre princípios de união, adotaram um Manual e escolheram o nome de Igreja de Cristo de Santidade. Esta união foi finalizada no ano seguinte, num conselho geral reunido com delegados em Pilot Point, Texas. A publicação oficial da igreja intitulava-se Holiness Evangel. Outros ministros proeminentes deste grupo incluíam William E. Fisher, J. D. Scott e J. T. Upchurch. Entre seus leigos de maior destaque achavam-se Edwin H. Sheeks, R.B. Mitchum e a Sra. Donie Mitchum.

Vários líderes desta igreja foram ativos na Associação de Santidade de Texas, um corpo interdenominacional vital que patrocinava um colégio em Peniel, próximo de Greenville, Texas.

A associação também patrocinava o Pentecostal Advocate, a publicação de santidade de maior relevo no Sudeste, que viria a ser órgão nazareno, em 1910. Foram obreiros proeminentes nesta organização o ministro E. C. DeJernett e o leigo C. A. McConnell .

A Igreja do Nazareno. Em Outubro de 1895, Phineas F.Bresee, doutor em divindade, e Joseph P. Widney, médico, com cerca de 100 outras pessoas, incluindo Alice P. Baldwin, Leslie F. Gay, W. S. e Lucy P. Knott, C. E. McKee, bem como membros das famílias Bresee e Widney, organizaram a Igreja do Nazareno, em Los Angeles. Desde o princípio, viram esta igreja como a primeira duma denominação que pregava a realidade da inteira santificação recebida pela fé em Cristo. Mantiveram que os cristãos santificados pela fé devem seguir o exemplo de Cristo e pregar o evangelho ao pobre. Sentiram-se especialmente chamados para este trabalho. Eles criam que o refinamento e adornos desnecessários das casas de culto não representavam o espírito de Cristo mas antes o espírito do mundo, e que seus investimentos de tempo e dinheiro deviam fazer-se a ministérios que refletissem Cristo, para salvação de almas e socorro ao necessitado. Eles organizaram desta forma a igreja. Adotaram regras gerais, uma declaração de fé, uma estrutura baseada numa superintendência limitada, princípios para a consagração de diaconisas e a ordenação de presbíteros, bem como um ritual. Todos estes foram publicados como um Manual, começando em 1898. Publicaram um jornal intitulado The Nazarene (O Nazareno) e, depois, The Nazarene Messenger (O Mensageiro Nazareno). A Igreja do Nazareno expandiu-se principalmente ao longo da Costa Ocidental, tendo congregações espalhadas a leste das Montanhas Rochosas, até Illinois.

Entre os ministros que se agregaram à nova igreja contavam-se H. D. Brown, W. E. Shepard, C. W. Ruth, L. B. Kent, Isaiah Reid, J. B. Creighton, C. E. Cornell, Robert Pierce e W. C. Wilson.

Entre os primeiros a serem ordenados, contavam-se o próprio Joseph P. Widney, Elsie e DeLance Wallace, Lucy P. Knott e E. A. Girvin.

Os 38 anos de experiência que teve Phineas F. Bresee, como pastor, superintendente, editor, membro da junta de colégio e pregador em reuniões públicas de avivamento no Metodismo, adicionados à sua característica personalidade magnética, entraram no esmerado aprumo eclesiástico que ele trouxe à união de diferentes igrejas de santidade num só corpo nacional.

O Ano da União: 1907-1908. A Associação de Igrejas Pentecostais da América, a Igreja do Nazareno e a Igreja de Cristo de Santidade foram levadas a uma associação mútua por C. W. Ruth, superintendente geral assistente da Igreja do Nazareno, que tinha extensos laços de amizade através do movimento Wesleyano de Santidade. Delegados da Associação de Igrejas Pentecostais da América e da Igreja do Nazareno reuniram-se em assembléia geral, em Chicago, de 10 a 17 de Outubro de 1907. Os grupos em processo de união concordaram quanto a um governo da igreja que equilibrava a necessidade de uma superintendência com a independência de congregações locais.

Competia aos superintendentes nutrir e cuidar de igrejas já organizadas e estimular a organização de igrejas em toda a parte, mas a sua autoridade não devia interferir com as ações independentes de uma igreja totalmente organizada. Além disso, a Assembléia Geral adotou um nome para o corpo resultante de ambas as

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organizações: a Igreja Pentecostal do Nazareno. Phineas F. Bresee e Hiram F. Reynolds foram eleitos superintendentes gerais. Esteve presente e participou no trabalho da assembléia uma delegação de observadores da Igreja de Cristo de Santidade. Durante o ano seguinte, ocorreram dois novos adicionamentos. Em Abril de 1908, P. F. Bresee organizou a congregação da Igreja Pentecostal do Nazareno em Peniel, Texas, que trouxe à igreja figuras proeminentes da Associação de Santidade do Texas e abriu a porta de entrada a outros membros. Em Setembro, a Conferência de Santidade da Igreja Cristã de Pensilvânia, uma vez recebida a dispensa que lhe foi concedida pela sua Conferência Geral, dissolveu-se e, sob liderança de H. G. Trumbaur, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno.

A segunda Assembléia Geral da Igreja Pentecostal do Nazareno reuniu-se em sessão conjunta com o Conselho Geral da Igreja de Cristo de Santidade, de 8 a 14 de Outubro de 1908, em Pilot Point, Texas. O ano do processo de união culminou na manhã de terça-feira, 13 de Outubro, quando R. B. Mitchum apresentou e C. W. Ruth secundou a proposição: “Que a união das duas igrejas seja agora consumada”. Vários discursaram a favor da moção. Phineas Bresee tinha-se esforçado continuamente para o alcance deste almejado fim. Às 10:40 horas, em ambiente de grande entusiasmo, a moção para a união foi adotada,de pé, por um voto unânime do povo.

A Denominação Muda de Nome. A Assembléia Geral de 1919, em resposta a memoriais de 35 distritos de assembléia, mudou oficialmente o nome da organização, para Igreja do Nazareno, em vista do novo sentido que fora associado ao termo “Pentecostal”.

Novos Adicionamentos

Depois de 1908 vários outros corpos se uniram à Igreja do Nazareno: A Missão Pentecostal. Em 1898, J. O. McClurkan, um evangelista presbiteriano de

Cumberland, liderou na formação da Aliança Pentecostal, em Nashville, de que resultou a fusão do povo de santidade do Tennessee e estados adjacentes. Este corpo tinha um acentuado espírito missionário, tendo enviado pastores e professores a Cuba, Guatemala, México e Índia. McClurkan faleceu em 1914. Esse grupo, então conhecido como Missão Pentecostal, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno em Novembro de 1915.

Igreja Pentecostal da Escócia. Em 1906, George Sharpe, da Igreja Congregacional de Parkhead, Glasgow, foi expulso do seu púlpito por pregar a doutrina wesleyana da santidade cristã. Oitenta membros que saíram com ele formaram, imediatamente, a Igreja Pentecostal de Parkhead. Outras congregações foram organizadas e, em 1909, formou-se a Igreja Pentecostal da Escócia. Este corpo uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno em Novembro de 1915.

Associação de Leigos de Santidade. A Associação de Leigos de Santidade foi formada sob S. A. Danford, em 1917, em Jamestown, Dakota do Norte, para servir a causa do avivamento da santidade wesleyana nas Dakotas, Minnesota e Montana. Este grupo tinha um periódico intitulado O Leigo de Santidade.

J. G. Morrison foi eleito presidente em 1919 e liderou uma organização que contava mais de 25 outros evangelistas e obreiros. Em 1922, Morrison, com a maior parte dos obreiros e mais de 1.000 membros, uniu-se à Igreja do Nazareno.

Associação de Fé Missionária Hephzibah. Este corpo missionário, centralizado em Tabor, Iowa, organizado em 1893 por Elder George Weavers, enviou subsequentemente mais de 80 obreiros a mais de meia dúzia de países. Por volta de 1950, o trabalho em Tabor, a missão Sul Africana e outras partes da organização se uniram à Igreja do Nazareno.

Missão Internacional de Santidade. David Thomas, homem de negócios e pregador leigo, fundou a Missão de Santidade, em Londres, no ano de 1907. Sob a liderança de David Jones, desenvolveu-se extensivo trabalho missionário na parte Sul da África, tendo recebido a igreja um novo nome em 1917: Missão Internacional de Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno a 29 de Outubro de

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1952, com 28 igrejas e mais de 1.000 membros na Inglaterra sob a superintendência de J. B. Maclagan, bem como um trabalho liderado por 36 missionários na África.

Igreja de Santidade do Calvário. Em 1934, Maynard James e Jack Ford, que dirigiam o esforço evangelístico itinerante (ou “trekking”) na Missão Internacional de Santidade, formaram a Igreja de Santidade do Calvário. A 11 de Junho de 1955, efetuou-se a união com a Igreja do Nazareno, trazendo à denominação cerca de 22 igrejas e mais de 600 membros. A adição da Missão Internacional de Santidade e da Igreja de Santidade do Calvário consumou-se, em grande parte, graças à visão e aos esforços do superintendente distrital George Frame.

Igreja de Obreiros do Evangelho do Canadá. Organizada em Ontário por Frank Goff, em 1918, esta igreja surgiu dum grupo anterior chamado Obreiros de Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno, a 7 de Setembro de 1958, adicionando cinco igrejas e cerca de 200 membros ao Distrito Central Canadiano.

Igreja do Nazareno (Nigéria). Nos anos de 1940 organizou-se na Nigéria, sob liderança indígena, uma igreja wesleyana de santidade. Adotou o nome de Igreja do Nazareno, derivando em parte as suas crenças doutrinais e o próprio nome dum Manual da Igreja do Nazareno Internacional. Sob a liderança de Jeremiah U. Ekaidem, uniu-se a esta a 3 de Abril de 1988. Formou-se um novo distrito com 39 igrejas e 6.500 membros.

TAREFA Ao completar estes tópicos, baseado nos itens B e C, responda às seguintes questões:

1- Explique estes elementos chaves da Identidade Cristã da Igreja do Nazareno:

• É uma Igreja Cristã • É uma Igreja Protestante • É portadora de uma herança Wesleyana • É uma igreja de santidade

2- Enumere algumas características do movimento de avivamento Wesleyano

3- Quanto à teologia, cite 3 bases do movimento(avivamento Wesleyano )

4- Conta a história que o “Movimento de Santidade”, nos Estados

Unidos,começou pelo Leste. Cite pelo menos 8 nomes de líderes metodistas e de outras denominações, envolvidos no movimento.

5- Observamos que o Movimento de Santidade, para a sua divulgação,

utilizou-se bastante das Reuniões em série, dos acampamentos, da literatura e da formação de sociedades para a busca da santidade. Cite alguns periódicos e algumas sociedades fundados na época para esse fim.

6- Cite algumas igrejas conhecidas como “Igrejas de Santidade” e de tradição

Wesleyana que se formaram nesta época, nos EUA.

7- No final do século XIX, vimos o nascimento das igrejas independentes e a organização destas igrejas em “Associações”. Liste as principais associações e igrejas criadas pelos grupos de santidade.

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8- Com referência à Ordenação Feminina, qual a tendência nestes grupos? Cite Exemplos.

9- Conte como se deu a formação da igreja do Nazareno em Outubro de 1895.

10- Em Outubro de 1908 completou-se um processo de fusão de Associações

de Igrejas iniciado em 1907. Descreva os seguintes pontos:

• Quais igrejas se uniram ? • O que deliberaram sobre o governo da igreja e os limites da

superintendência?

11- Relacione os novos adicionamentos à Igreja Pentecostal do Nazareno após 1908.

12 – Fale sobre os distintivos ministeriais que cedo se evidenciaram na história da igreja do Nazareno.

UM POUCO MAIS DE HISTÓRIA

Leia mais sobre os diferentes movimentos que formaram a Igreja do Nazareno nos Estados Unidos e As raízes da igreja no Leste americano. Ver apêndice 2.

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D ) Reforma Protestante – Século XVI 1. Precursores da Reforma: João Wycliffe- 1328-1384 – Estudou e ensinou na Universidade de Oxford. Queria reformar a Igreja através da eliminação do clero imoral. Ele achava que os padres, bispos e papas não tinham direito às riquezas que possuíam e que se despojassem-se delas conseguiríam vencer a corrupção. Pregava que a Bíblia deveria ditar a conduta do fiel e não a Igreja e que esta deveria remodelar-se tendo como base a Igreja do Novo Testamento. Questionou a autoridade da hierarquia eclesiástica e a doutrina a respeito da Eucaristía da Igreja. Em 1382 traduziu o Novo Testamento para o Inglês. A sua vida deu uma grande colaboração para a futura reforma na Inglaterra. João Huss - 1373 – 1415 – Estudantes da Boemia iam estudar em Oxford e eram influenciados pelas idéias de Wyclif, João Huss que era Reitor da Universidade de Praga, leu as idéias de Wyclif concordou com elas e começou a pregá-las. Sua idéia era livrar a Boemia do controle do Santo Império Romano e reformar a sua Igreja. Não conseguiu, foi considerado herético e condenado à morte na fogueira. Ao morrer disse: “Podem matar o ganso (huss), mas daqui cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar”. Jerônimo Savanarola – 1422- 1498 – Depois de se tornar monge em 1474, passou a pregar contra a imoralidade, injustiça e corrupção da Igreja, enquanto clamava e trabalhava para reformar a Igreja em Florença, por pregar particularmente contra a vida desregrada do Papa, foi condenado à forca. Úlrico Zwínglio – 1484- 1531 – Reformador da cidade de Zurique. Foi profundamente influenciado pelo humanismo. Tomou a Bíblia como base e fundamento para o movimento de reforma da igreja. William Tyndale – 1494-1536 – Nascido na Inglaterra.Graduou-se em Oxford, no ano de 1515.Estudou as Escrituras na linguas originais. A Igreja Católica proibia severamente qualquer pessoa leiga ler a Bíblia. Até mesmo se uma criança recitasse a oração do “Pai Nosso” em Inglês, toda a sua família seria condenada à fogueira. Na Alemanha, Tyndale concluiu a tradução do Novo Testamento para o Inglês. Produziu 15 mil cópias e as contrabandeou para a Inglaterra nos anos de 1515 a 1530. Moveram grande perseguição a Tyndale e em maio de 1535, foi preso e levado a um castelo perto de Bruxelas, na Bélgica. Posteriormente foi condenado à morte por ter colocado a Bíblia nas mãos do povo. No dia 6 de Outubro de 1536 foi estrangulado e queimado em público. Suas últimas palavras foram: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra.” O rei Tiago, da Inglaterra, após a sua conversão à doutrina protestante, financiou a publicação da Bíblia traduzida por William Tyndale, a bem conhecida versão King James. Martinho Lutero – O grande Reformador (1483-1546) nasceu na Alemanha e era filho de camponeses pobres. O pai trabalhava nas minas de cobre e a mãe

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cuidava da casa e dos 7 filhos, carregando lenha da floresta para cozinhar e ainda achava tempo para ensinar os filhos. Desde menino aprendeu os dez mandamentos de cor, o Pai nosso e a respeitar a Igreja. A base da sua fé era a figura de um Deus vingativo, esperando a falha e não o acerto. Aos trezes anos foi estudar na escola Franciscana de Magdeburgo mas, para manter-se tinha que esmolar, e para manter-se tranquilo com a sua consciência confessava continuadamente e pagava todas as penitências, impostas pelos padres. Uma Senhora chamada Ursula que o via esmolar resolveu acolhê-lo em casa e assumir os seus estudos. O Jovem Lutero desenvolvia-se cada vez mais.

Aos 18 anos ele ansiava estudar em uma universidade, o Pai que já estava em melhores condições financeiras, enviou-o ao centro intelectual do pais, Erfurt. Lá destacou-se por seu afinco pelos estudos e no 3º semestre obteve o grau de bacharel em filosofia e com a idade de 21 anos já era doutor em Filosofia. Ele orava muito, e sentia muito prazer nisto. Sua alma suspirava por Deus e pelo Seu conhecimento. Foram vários os incidentes que o tornaram, não um advogado como o pai queria, mas um religioso: Na Biblioteca da Faculdade encontrou uma Bíblia completa escrita em latim; uma enfermidade que o fragilizara bastante; quando voltava para sua casa, numa ocasião, foi ferido por uma espada e quase morreu; além do assassinato de um colega da universidade. O que mais o abalou no entanto, foi quando teve que enfrentar uma tempestade. Então fez uma promessa de que se Santa Ana o salvasse, se tornaria um monge. Tornou-se um monge agostiniano. Um dia no convento encontrou uma velha Bíblia em Latim presa a uma cadeira. Leu-a durante semanas e ficou enbevecido pelas verdades que descobriu. Mais tarde o Vigário Geral da Ordem agostiniana, ofereceu-lhe uma Bíblia. Na leitura dela achou consolo mas não a paz, continuou a orar, jejuar e se penitenciar por causa dos seus pecados. Tornou-se padre e ao completar 25 anos professor de Filosofia em Wittemberg. No meio de suas atividades, ele obteve o doutorado em Bíblia e um pouco mais tarde em Teologia.

A partir do seu estudo constante da Biblia, descobriu que aquele Deus vingativo que lhe apresentaram era um Deus justo que planejou salvar a todos. Testemunhando a sua transformação ele disse: “ Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo comecei o estudo da carta aso Romanos. Porém logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho. Eu detestava as palavras – justiça de Deus.... porque a justiça de Deus que eu conhecia, era a ação de um Deus Santo que o leva a castigar os pecadores...” No entanto depois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus na sua graça me mostrou a Palavras: O Justo viverá pela fé. Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva.” A partir daí Lutero passou a pregar a verdadeira religião – não um sistema de doutrinas mas, como uma nova vida em Cristo. Sua fama de pregador espalhou-se, deixou de trabalhar para a Igreja Romana mas para a Igreja dos Salvos. Em Outubro de 1517 fixou as suas 95 teses cujo teor é que Cristo requer arrependimento e tristeza pelo pecado e não penitência. Apesar de não ter sido feito como um ataque, este ato tornou-se o pivô da Reforma. Em agosto de 1518 ele foi chamado a Roma, seus amigos não permitiram ainda assim teve que ir a Augsburg e a ordem do Papa era que ele se retratasse das heresias, que segundo eles, vinha pregando, não retratou-se e para não morrer lá mesmo teve que fugir. Tornou-se muito celebre pelo que pregava e escrevia,

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mas foi excomungado através de uma bula do Papa Leão X. Lutero queimou a bula e continuou pregando e fazendo a reforma. Aos sessenta e dois anos, escondido no Castelo de Wartburgo, sempre esperava que o Papa cumprisse a promessa de queimá-lo vivo, mas Deus não quis e levou para junto de Si por meio de um ataque de coração. João Calvino – 1509-1564 - Grande reformador da cidade de Genebra. Seu movimento se espalhou pelo mundo todo, através das igrejas reformadas e presbiterianas. Sua Obra mais famosa foi “A Intituição da Religião Cristã”, ou “As Institutas”, como é conhecida, cuja primeira edição parcial foi em 1536. OUTROS – Há outros nomes de menor expressão, mas com decisiva participação no movimento de reforma, como: Guilherme Farel ( 1489-1565); João Ecolampádio ( 1482-1531) ; Martinho Bucer ( 1491-1551); Teodoro Beza ( 1519 – 1605) ; Henrique Bullinger ( 1504-1575). 2. Definição Movimento liderado por Martinho Lutero que teve como propósito, restaurar a Igreja fazendo-a retornar ao verdadeiro Cristianismo Primitivo. 3. Causas da Reforma

• Centralização do poder, • corrupção e imoralidade do clero, • opressão fomentada pela igreja através da Inquisição, • venda de indulgências como condição para resgatar a alma do

purgatório, • falta de uma pregação baseada no evangelho simples de Jesus, • falta de conversões genuínas que geravam uma vida dúplice, • falta de certeza da salvação que levava aos recursos beatice,

penitências e idolatria • Causas Políticas - A Igreja Católica impedia o pleno desenvolvimento

dos emergentes estados nacionais. Exercia grande poder de punição, castigo e repressão. O questionamento que os reformadores fizeram ao sistema imperialista católico e a adoção das premissas reformadas pelos Estados nascentes, fizeram com que a Reforma passasse a ser considerada como um dos elementos desencadeadores de movimentos como o racionalismo e o iluminismo. Fazem parte também desse processo os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, defendidos pela Revolução Francesa. Todos esses movimentos foram capitaneados pela classe social em ascensão, a burguesia. A pregação reformada foi, sem dúvida, uma das principais alavancas das Monarquias absolutistas, que estavam em emergência na Europa, sobretudo ao tratar a relação Igreja/Estado. Definindo a igreja como uma “Congregação de Fiéis”, apenas, sem o exercício do poder, a Reforma, automaticamente fortaleceu as bases dos reis e magistrados.

4. A Proposta dos Reformadores

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• Que se voltasse a pregar: Salvação pela graça mediante a fé • Que os crentes soubessem que podem entrar no “Santo dos Santos” • Que a Bíblia era a única Regra de Fé e Pratica • Que houvesse uma separação entre a Igreja e o Estado

• Tornar a Igreja na verdadeira Igreja que Jesus deixou • Purificar a Igreja tornando-a protestante

E) Anglicanismo – Séculos XVI – XVII

E impossível de dizer quando o cristianismo chegou na Inglaterra. Há evidência de que os bispos ingleses participaram no Concilio de Arles( AD. 314), e de Ariminium (359), de que ,naquele época, existia uma Igreja organizada.

O nome da Igreja que existia antes de chegada de Santo Agostinho, de Roma, ( 596-7) , é IGREJA CELTA. Sua fundação na Inglaterra é considerada no Século II ou III, pelos missionários de Roma ou Gauleses. E com a chegada de S. Agostinho, a Igreja Celta foi obrigado a submeter a Roma no Sínodo Whitby ( 664). Mas algumas Igrejas Celtas permaneceram independentes por muitos anos.

No século XI, o Rei William , da Normandia, conquistou a Inglaterra sob a benção de Papa Gregório VII. E exatamente, nesta época , na Europa, começou o conflito entre o poder civil e o poder eclesiástico. Especialmente o problema de investidura dos bispos , de imposto eclesiástico e de posse da terra da Igreja, e de imposto para Igreja.

a supremacia do papado foi estabelecida na Inglaterra há cerca de 400 anos antes da Reforma Religiosa. Ninguém duvidava da supremacia do Papa diante de Rei na Inglaterra. Portanto a Reforma Religiosa na Inglaterra pode ser interpretada como a recuperação da supremacia do rei diante do papado, separando não somente religiosamente, mas também , política, jurídica, e economicamente de Roma.

2. A Reforma Inglesa -- deu-se de forma diferenciada das demais na Europa. O rei Henrique VIII queria divorciar-se de sua esposa que só lhe dera filhas. A Igreja católica romana, oficial também na Inglaterra era

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contrária ao divórcio. Ele rompeu com ela e nomeou Primaz em toda a Inglaterra o Teológo Thomas Cranmer da Universidade de Cambridge que se tornou-se arcebispo de Cantuária. Ele aprovou o divórcio e o novo casamento do rei. Em 1534 o rei declarou-se chefe da Igreja católica Inglesa. Durante todo o seu reinado, a igreja na Inglaterra era católica na doutrina ,mas independente de Roma.

. A oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-se quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em 1534, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igreja anglicana.

Pelo Ato dos Seis Artigos, assinado em 1539, Henrique VIII mantinha todos os dogmas católicos, exceto o da autoridade papal. Esta dubiedade foi atacada tanto por protestantes como por católicos: os protestantes reprovavam a fidelidade aos dogmas católicos, e os católicos reprovavam o cisma. Henrique VIII Morreu em 1547 e foi substituído pelo seu filho Eduardo VI de apenas 9 anos de idade. Neste período a Inglaterra foi influenciada por protestantes vindos da Europa e quase tornou-se protestante sob a liderança de Cranmer.

Em 1553 morre o pequeno rei e assume a sua irmã Maria, uma católica fanática que foi chamada de “A sanguinária”. Reinou cinco anos e retomou o catolicismo romano, mandou queimar a Cranmer e mais de trezentos clérigos e teólogos protestantes.

A “Sanguinária” morreu em 1558 e sua meia-irmã Elizabete I reinou em seu lugar até 1603. Apesar de protestante não apreciava de todo a teologia e o governo reformados. Seu desejo era estabelecer em seu pais uma igreja de meio termo. Isto é uma teologia moderadamente protestante e um governo e liturgia moderadamente católicas. Tendo conseguido isto, os reformadores europeus a consideravam católica demais e Roma a considerava protestante demais. Sua mensagem principal e que identificava com a reforma é que pregava a salvação pela graça. Elizabete conseguiu manter a Igreja unida enquanto a Igreja Alta (formada pelos que queriam a volta do catolicismo – ritualistas) e a Igreja Baixa (formada pelos herdeiros da doutrina de Cranmer queria o protestantismo – evangelicais) viviam divididas entre si.

Neste primeiro século de Reforma Protestante , tres principais grupos ocupam o cenário: Os Anglicanos, os Luteranos e os Reformados ( Calvinistas)

A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil centraliza sua missão em 5 pontos: 1- Proclamar as Boas Novas do Evangelho 2- Batizar, ensinar e nutrir pastoralmente os fiéis 3- Servir com amor aos necessitados 4- Lutar pela transformação das estruturas sociais injustas 5- Zelar pela integridade da vida em todas as suas manifestações

Site da Igreja no Brasil: www.ieab.org.br

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Wesley Retifica o Anglicanismo O sucesso do Metodismo como uma sociedade religiosa dentro da igreja da

Inglaterra , encorajou seu senso de liberdade para retificar costumes anglicanos, sem rejeitar a herança anglicana. Eis as mudanças:

� Contra a confiança na igreja, como ministrante dos meios da graça,

Wesley contrapôs com a doutrina da Justificação pela fé, apenas. Era o resgate de uma verdade antiga e que soava como nova.

� Com respeito à tradição anglicana da regeneração batismal, ele

acrescentou a conversão - “Novo Nascimento”- , como requisito evangélico. � Quanto às restrições impostas pelo “livro comum de Orações”, Wesley

acrescentou a pregação no campo e fora dos templos, a oração de improviso, a itinerância, as classes de encontro com suas 3 divisões: Classes, grupos e sociedades seletas.

� Quanto à tradição da aliança “natural” entre Igreja e Estado, ele

contrapôs com o conceito de igreja, como uma associação voluntária.

F) Puritanismo

A HISTÓRIA DO MOVIMENTO PURITANO E SUAS ÊNFASES PRINCIPAIS

O Puritanismo é o movimento de Reforma na Igreja da Inglaterra, enquanto na Alemanha, o movimento de Reforma na Igreja Luterana se dá através dos Pietistas ( 1600-1760). Puritanos queriam que a Inglaterra seguisse o exemplo da reforma da Escócia liderada por J.Knox. Cada vez mais pediam a abolição do livro de oração comum ,dos bispos, do sacerdócio e da sucessão apostólica, bem como do culto exageradamente litúrgico. Por quererem purificar a Igreja Anglicana com a remoção dos elementos católicos remanescentes, ficaram conhecidos como puritanos. Os que seguiam a teologia ritualista da igreja alta, foram chamados anglicanos.

O que nos dá a chave para compreender o Movimento Puritano é a concepção de Avivamento. Portanto, citamos um profundo conhecedor de História da Igreja que ensinou na Universidade de Princeton, Professor Latoretti. No final da segunda guerra mundial, ele escreveu um pequeno livro, mas de grande valor, sobre a História da Igreja, cujo nome é “A Luz Inextinguível”. Em menos de cem páginas ele conseguiu resumir de forma clara o movimento e a obra de Deus na história. Vejam o que ele disse:

“A influência de Jesus tem crescido com o passar dos anos e nunca foi tão poderosa como nos últimos 125 anos. A influência de Cristo pode se comparar ao avanço das marés. A maré se projeta e cresce através da vinda sucessiva de ondas. À medida que uma nova onda chega, ela eleva o nível da água um pouco

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mais acima. Semelhantemente, à medida que aquela onda recua, há uma recessão. A próxima onda coloca o nível da água em um nível acima da onda anterior. Portanto, desta forma, cada um dos períodos de recuo, quando as ondas retornam, é menos notado do que na vez anterior.”

Em outras palavras, o que o Prof. Latoretti está dizendo é o seguinte: O Cristianismo se move e progride em termos de avivamento, como estas ondas, seguidas de períodos de recessão, de retraimento. Avivamento, recessão, avivamento. Mas cada novo avivamento nos leva além da posição anterior, nos dá mais luz do que o anterior; ao mesmo tempo em que esses períodos de recessão e esfriamento que se seguem, nunca são tão profundos como nos períodos de retração anteriores.

Tem havido vários avivamentos e períodos de retração na história da Igreja, mas o nosso assunto começa aqui com a grande Reforma Protestante no século XVI. Poderíamos dizer muita coisa a respeito da Reforma da perspectiva política, social e militar. Todas elas são importantes, mas ninguém poderá compreender o que foi realmente a Reforma até que se conscientize de que ela nada mais foi do que um “derramar do Espírito Santo” sobre o povo da Europa. A Igreja Católica medieval, no último período da Idade Média, estava profundamente corrompida. O Evangelho havia sido obscurecido pela filosofia tomista (Tomás de Aquino) e também por uma série de acréscimos humanos na vida da Igreja. Havia muita depressão e confusão, além de imoralidade em toda a Europa. O povo havia se tornado céptico, incrédulo; e esta é uma das razões em que a Renascença encontrou apoio.

Foi um período muito difícil, exatamente como o nosso hoje. Nessa época, um simples monge desconhecido redescobriu a verdade de que somos justificados pela graça e que não somos salvos por nossas obras mescladas com os sacramentos da Igreja, mas que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado; e que o crente no Senhor Jesus pode chegar a conhecê-Lo sem a mediação da Igreja. Lutero redescobriu que o cristianismo é na realidade uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus agora, e que na ressurreição futura, o corpo terá esta experiência. Nós temos a impressão de que com a Reforma a alma da Europa foi libertada. Houve uma explosão de louvor, de hinos sendo escritos e grande alegria, como uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus. Houve também uma purificação da vida moral e a família foi fortalecida; houve avanços na medicina e em outras áreas do conhecimento científico.

O mundo nunca mais foi o mesmo após este grande avivamento que bem conhecemos como a Reforma. Mas, na realidade, não foi um movimento perfeito; e especialmente na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos crentes de que a Reforma não houvesse se estendido o suficiente. Os Reis da Inglaterra tinham controle sobre a Igreja e podiam tolerar que houvesse uma reforma dentro dela, mas não queriam permitir a reforma de coisas vindas do Catolicismo, e que já estavam estabelecidas. O receio deles era que se a Igreja se reformasse totalmente, na Inglaterra e na Escócia, eles perderiam o poder.

É neste cenário que os Puritanos aparecem. Depois da Reforma, na Inglaterra e na Escócia seguiu-se um período de recessão e esfriamento. Para usar uma figura do Prof. Latoretti, durante a Reforma veio aquela grande onda espiritual que depois foi seguida por uma baixa no fervor do povo. Havia um grande grupo na Inglaterra e na Escócia que tinha um desejo profundo de ver uma reforma completa na vida da Igreja. Essa vontade era controlada por aquilo que conhecemos como o princípio regulador do movimento Puritano. A idéia é esta: Tudo no culto deve ser regulado e controlado pela Palavra de Deus escrita. Para esse grupo, aqueles acréscimos humanos ao culto,

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que não podiam ser demonstrados nem apoiados pela Escritura, deviam ser tirados. Esse grupo não queria que se permitisse o acréscimo cada vez maior de tradições humanas no culto, pois isso quebraria o segundo mandamento, obscureceria a clareza do Evangelho e impediria que o poder de Deus viesse sobre a Igreja. Por causa desse desejo, esses crentes fervorosos na Igreja, na Inglaterra e na Escócia, vieram a ser chamados e conhecidos como Os Puritanos. A palavra vem do inglês e significa purificar.

Em primeiro lugar, eles queriam purificar a Igreja de Deus, especialmente o culto, através da Palavra de Deus escrita. Mas não pararam aí, estavam interessados em purificar também, em segundo lugar, o governo da Igreja e depois a vida da família, o comércio, e os negócios. Daí passavam para o governo civil; queriam purificar a forma do governo dirigir a nação. Eles queriam reformar as escolas e as universidades à luz da Palavra de Deus. Por isso começaram a orar e a pregar para que toda a terra, em todos os aspectos do país, fosse reformada pela Palavra. Geralmente é aceito pelos historiadores que o Movimento Puritano começou no fim de 1550 e se estendeu até o século seguinte, no ano de 1600. Mas há quem diga (Prof. Sidney da Universidade de Yale) que o período puritano se estendeu nos E.E.U.U. além dessa data, até à eleição de John Kennedy, em 1960. Os Puritanos amavam a Palavra de Deus, traziam cadernos de anotações para os cultos, ansiavam pelo poder do Espírito Santo, ensinavam que o crente podia experimentar uma segunda benção ou seja; uma plenitude do Espírito, mesmo depois de salvo. No século XVII, o teólogo puritano Thomas Goodwin chamou esta segunda operação de “Amor seletivo de Deus” introduzido na alma, defendendo que era algo diferente, distinto da conversão.

A bênção maior de Deus em tudo isso foi a seguinte: À medida que os Puritanos tinham esse desejo profundo de Reformar, em todos os aspectos, a Inglaterra e a Escócia, havia uma quantidade enorme de jejuns e orações para que o Espírito de Deus viesse sobre aquela terra. Os Puritanos, juntamente com Calvino, mantinham juntos estes dois conceitos: A palavra de Deus e o Espírito Santo. Então, à medida que eles pregavam a Palavra de Deus, também oravam para que o Espírito viesse satisfazer a fome dos que a ouviam. Eles sabiam que a Palavra sem o Espírito seria morta, sem vida; e que o Espírito sem a Palavra poderia tornar-se em confusão e desordem; mas sabiam também que a Palavra de Deus juntamente com o Espírito traz a vitória, a vida e a reforma. Assim, ao mesmo tempo que oravam por despertamento, também estavam fazendo o que podiam através da pregação, da literatura e da mudança do governo. À medida que eles estavam engajados nessas atividades, percebia-se que estava chegando sobre toda a terra uma fome da Palavra de Deus.

O governo Inglês começou a perseguir os Puritanos porque temia que eles acabariam por dar à Igreja um poder político muito grande. Mesmo que os Puritanos estivessem sendo perseguidos, a sua influência entretanto estava se espalhando pelo país. Não há dúvida alguma de que era o Espírito Santo que estava predispondo os corações e dando a todos a fome de ouvir a pregação Puritana. Milhares e milhares de pessoas, tanto da Escócia como da Inglaterra, se congregavam para ouvir a pregação dos Puritanos. Depois de trinta anos de pregação, desde o início do movimento, a mensagem dos Puritanos começou a produzir mudanças. Os primeiros pregadores Puritanos, durante os primeiros trinta anos do movimento, não viram resultado da sua pregação. Eles pregavam o máximo que podiam, oravam muito, trabalhavam e escreviam livros maravilhosos e conseguiram até mesmo colocar excelentes professores nas universidades de Cambridge e Oxford. Mas durante vinte ou trinta anos receberam muito pouco apoio ou resposta. De repente, no final do século XVI e início do século XVII, ocorreu uma tremenda resposta do povo à pregação e propostas dos Puritanos.

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Tudo isso nos ensina que não devemos perder a paciência e ficar desencorajados se não temos resultados à primeira vista. Deus pode estar nos usando para preparar uma tremenda bênção que a geração seguinte irá desfrutar. E mesmo que não vivamos o suficiente para ver essa bênção, nos alegraremos juntos no grande dia da colheita, no último dia. O que importa é que o Senhor Jesus vai receber a glória e será coroado com mil coroas naquele grande dia. O calendário de Deus não funciona segundo os nossos desejos.

Não queremos entrar em detalhes no conflito político entre os Puritanos e o governo. Apenas mencionaremos que o Rei Carlos I odiava os Puritanos. Ele era secretamente um católico romano, mesmo sendo considerado o cabeça da Igreja da Inglaterra. Ele elegeu então o Arcebispo de Cantuária, Arcebispo Laud, que era uma pessoa tremendamente preconceituosa contra os Puritanos. Com a autoridade dada pelo estado e pelo Rei, Laud começou a perseguir os Puritanos onde quer que pudesse. Foi por esta época que os pais peregrinos cruzaram o oceano e vieram da Europa para a América do Norte. Dessa forma os primeiros peregrinos colonizadores da América do Norte foram aqueles Puritanos perseguidos na Inglaterra.

Durante muitos anos o Rei Carlos I governou de forma irregular, sem nenhuma reunião do Parlamento. Subitamente, ele se viu diante da possibilidade de uma guerra com a Escócia. Isso fez com que convocasse o Parlamento para conseguir os recursos necessários para sair à guerra. Ele convocou o que se chamou de Breve Parlamento. Com surpresa e horror constatou que aquele Parlamento, na grande maioria, era composto de homens favoráveis aos Puritanos. Imediatamente dissolveu o Parlamento, antes que tomassem qualquer decisão e começassem a reformar o país. Mas o problema continuava: não havia dinheiro no tesouro real. Enquanto isso, em Edimburgo, o Rei começara uma “guerra litúrgica” contra a Escócia, que já tinha purificado o culto de todos os acréscimos humanos. Os escoceses estavam furiosos com a possibilidade de que qualquer tipo de catolicismo fosse introduzido outra vez no culto, pois a Igreja da Escócia era muito mais reformada do que a Igreja da Inglaterra. Então, o Rei resolveu mandar as suas tropas e obrigar a Igreja da Escócia a seguir o Livro Comum de Oração que era usado na Igreja da Inglaterra. Naquele tempo, o Rei era monarca da Inglaterra e da Escócia. Os escoceses tinham chegado à conclusão de que o livro de orações tinha muita coisa remanescente do catolicismo em termos humanos, por isso o haviam abandonado. O Rei então enviou uma alta autoridade eclesiástica para a Catedral principal da Escócia e durante o culto ele começou a ler o livro de orações. Mas o povo da Escócia estava muito bem preparado para agir. Naqueles dias não havia bancos confortáveis nas catedrais como temos hoje. Todos traziam banquinhos que eram usados na ordenha das vacas. Uma fonte diz que, no decorrer do culto, uma moça simplesmente pegou o banquinho de três pernas e o jogou na cara do bispo. De repente a catedral se encheu de banquinhos de três pernas voando de um lado para outro, e aqueles que eram da Igreja da Inglaterra começaram a correr para salvar a pele.

A Escócia se organizou em um grande exército para atacar a Inglaterra. Finalmente, o Rei Carlos I conscientizou-se de que devia convocar o Parlamento, mesmo que fosse Puritano. Este se tornou o que se chama o Grande Parlamento, que se reuniu por 12 anos sem qualquer interrupção, (1640-1652), até que foi finalmente dissolvido por Cromwell. Embora houvesse muitos partidos dentro deste Parlamento, a grande maioria era a favor dos Puritanos. Eles eram também contra o catolicismo e contra o poder absoluto do monarca; não eram contra a monarquia em si, mas contra a monarquia tirânica. Este Parlamento estava decidido a reformar a vida da Igreja através de leis e reformar a própria lei. Foi este Parlamento que convocou a Grande Assembléia de Westminster, que começou a reunir-se há 350 anos, em 16 de setembro de 1643. (Em1993, comemorou-se a data na Inglaterra com um grande

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encontro na Capela de Westminster). A Assembléia de Westminster foi uma grande assembléia, composta de pastores e teólogos de todas as partes das Ilhas Britânicas, e que escreveram nossos símbolos, debaixo da autoridade da Igreja, ou seja: a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo, além de um livro de regulamento para o culto e uma edição de livros de salmos metrificados para serem cantados no culto. A lei determinava que esta seria a Confissão de Fé em toda a Inglaterra. Esta é a confissão de fé vigente nos dias de John Wesley, com seus 39 artigos.

Vide apêndice 3 – Confissão de Fé de Westminster

G ) Wesleyanismo e Metodismo – Século XVIII

1. Metodismo - Movimento que começou dentro da Igreja Anglicana - Um outro movimento de reforma que desenvolveu-se na Inglaterra e nas suas colônias, quando o Puritanismo perdia sua força foi chamado o Grande Avivamento de João Wesley. Ele era de uma família Anglicana, perseguida por sua postura protestante.

Liderado por João Wesley este avivamento não tinha o propósito de fundar o Metodismo e sim, reformar a teologia da Igreja que pregava somente a Salvação (1ª obra da graça) João Wesley vivenciou a Santificação e a perfeição cristã e passou a pregá-la em todos os lugares, nas casas, nas praças, nas fábricas e minas, por onde quer que fosse, o entusiasmo pentecostal o acompanhava. Diz-se que ele e seus seguidores promoveram um grande avivamento que mudou a História da Inglaterra e praticamente a livrou de uma Revolução tão grande quanto a francesa. Os membros do Clube Santo fundado por Carlos Wesley, começaram a ser chamados de Metodistas por buscarem uma santidade disciplinada.Particiapavam da ceia uma vez por semana, jejuavam nas quartas e sextas-feiras, oravam fielmente e passavam três horas reunidos a cada tarde estudando as Escrituras e outros livros cristãos.

2. Características do Movimento

• Pacifista – livrou a Inglaterra de uma revolução • Tinha caráter de renovação (restauração) e não

divisão • Fomentado por leigos (incluindo mulheres) • Influencia social • Desenvolveu-se sob o sistema de clubes,

sociedades, reuniões (células caseiras) • Expansão: Em pouco tempo disseminou-se por toda

Inglaterra, Estados Unidos, Escócia e Irlanda do Norte.

• Deu origem à Igreja Metodista

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3 – Gênese do Arminianismo Wesleyano John Wesley nasceu e viveu servindo à Igreja Anglicana.(1703-1784). Em sua época, os artigos de fé de sua igreja, eram os 39 artigos da Confissão de Fé de Westminster que continuavam a ser o padrão doutrinário. Esses artigos eram calvinistas em sua natureza, porém, a interpretação que se fazia deles, era predominantemente arminiana. Foi uma transição lenta que se iniciou por volta de 1580 até ao tempo de Wesley. Os teólogos tentavam conciliar a doutrina calvinista da graça com a das obras, que era adotada pela igreja Católica. Nos dias de Wesley, estava em voga uma obra escrita pelo bispo George Bull, denominada “A Harmonia Apostólica “, que logrou êxito na Inglaterra. Bull procurava harmonizar os sistemas teológicos calvinista e arminiano:

a) Em um ponto mantèm-se fiel à doutrina calvinista: sustenta a necessidade da graça divina para que se realize a salvação.

b) Sua interpretação dos sacramentos, confundi-se com a de Roma-Catolica, pois lhe concede virtudes. Diz ele: “O batismo purifica de todo o pecado e capacita a pessoa a dar os primeiros passos na vida cristã. Pela Santa Ceia, Deus confirma e fortalece e leva à prática do bem. Os meios são de Deus, mas a iniciativa em buscá-los pertence ao homem.

c) Em outros pontos doutrinários, a visão é arminiana.Ex: A graça ao alcance de todos, a extensão da obra vicária de Cristo, a responsabilida-de do homem por sua própria salvação.

Influência familiar de Wesley: Os pais de Wesley, Suzana e Samuel, foram pessoas de forte vivência religiosa.Defendiam com ardor convicções doutrinárias e as passavam aos filhos. Há evidências destas orientações em cartas enviadas aos filhos. O lar, torna-se uma mini escola teológica. Por volta do ano de 1725, Wesley decide-se perlo ministério evangélico. Estudando em Oxford, começou a ler os obras de Jeremias Taylor que lhe deram idéias mais claras sobre o arminianismo. A questão predestinista o incomodava. Escreve uma carta à sua mãe e dela indaga sobre o assunto.Diz:

“ Se estivesse decretado infalivelmente desde a eternidade que certa parte da humanidade se salvaria e ninguém mais, e uma grande maioria nascesse para a morte eterna, sem mesmo a possibilidade de evitá-la, estaria isto de acordo com a justiça divina, ou a misericórdia? Será misericórdia a uma criatura a miseria eterna? Que Deus fosse o autor do pecado e da injustiça [...] É uma contradição das idéias mais claras que temos da natureza e perfeição divinas.”

A resposta de Susana a João Wesley foi: “Essa doutrina, como mantida pelos calvinistas rígidos, é muito horripilante, e deve ser odiada, porque diretamente acusa ao Deus altíssimo de ser o autor do pecado. Penso que você raciocina bem contra ela, porque é inconsistente com a justiça e a bondade de Deus, deixar alguém sob a necessidade física ou moral de cometer pecado e então puní-la poe ele. Deus tem uma eleição, mas é baseada na sua presciência, e de modo algum derroga (anula) a livre graça ,nem prejudica a liberdade do homem.”

No entendimento de Susana, a presciência de Deus o habilita a prever o fim de tudo e de todas as pessoas. Ele provê salvação de uns e condenação de outros, mas não é ele a causa determinante de uma e de outra situação. Os eleitos são os que se voltam para Deus e os condenados são todos os que o rejeitam.

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O casal, Samuel e Susana, repudiavam a doutrina da eleição incondicional. Acreditavam que Deus por sua presciência sabe de tudo que há de acontecer e conhece os que aceitarão a Graça, mas de modo algum intervém na liberdade do homem. Samuel, o pai de Wesley, escreve: “Deus fez o homem reto e agente livre. A presciência de Deus dirige a livre agência do homem, mas não a anula, salvando-o quando Ele queira ou não, ou condenando-o injustamente.” ( Oráculo Ateniense I, 58)

Nesse tempo, 1727, Wesley é ordenado diácono e auxilia o velho pai em sua paróquia. É um tempo de busca por uma vida mais sanata. Lê obras, como: “A Vida de Deus na Alma do Homem”, de Scougal, e obras de William Law: “A Perfeiçãp Cristã”, e “Chamado Sério para uma Vida Devota e Santa”.

A busca pela maturidade doutrinária:

Em 1729, Wesley assume o posto de Fellow (tutor) na universidade. Junta-se ao Clube Santo que o irmão, Carlos, organizou, dando-lhe apoio. Não se descuida de visitar os presos e os enfermos e de ajudar os necessitados. Fazer o bem era tão indispensável à fé como ler as Escrituras, praticar jejuns, orar ou utilizar-se dos sacramentos. Wesley queria receber as bençãos da expiação de Cristo por seus próprios esforços.

Em 1735, após oferecer-se para ir à América evangelizar os selvícolas da Geórgia, manifesta o seguinte pensamento: “Meu principal objetivo, nisso, é a esperança de salvar minha própria alma.” ( Carta de 10/10/1735)

Em 1738, no dia 24 de Maio, na rua Aldersgate, algo importante ocorreu com Wesley. Seu coração se aquece de forma inusitada; seu pensamento recebe novas luzes, sua vida se inflama com o poder de Deus. Passou a ter paz e a sentir-se seguro quanto à salvação. Sua teologia adquire um sabor que antes não possuia. Nesse tempo, John Wesley, seu irmão Carlos e George Whitifield trabalham juntos.

Wesley mostra um conhecimento mais aprofundado da vida e obra de Armínio após 1770. Em 1778 a Revista Wesleyna passa a denominar-se “The Arminian Magazine” A Revista Arminiana. Em 1784, Wesley redige os “ 25 artigos para a Nova Igreja Metodista da América”, que são uma síntese dos “39 artigos” da igreja Anglicana, livres dos elementos calvinistas.

4- Metodismo e Arminianismo

Metodismo não é simples continuação do arminianismo. Eles se ligam quanto a certos conceitos, mas estão distanciados quanto ao tempo e contexto histórico. O arminianis-mo desenvolve-se na Holanda, no século XVII. O Metodismo acontece na Inglaterra, em meados do século XVIII. Na Holanda reina o calvinismo. Na Inglaterra, o Anglica-nismo. Para Armínio, as questões eram fundamentalmente teológicas, e afetavam as Escrituras. Para Wesley, estava em jogo a sua própria vida espiritual. Após a experiência de Aldersgate, Wesley reestrutura a sua teologia, estribando-se, sobretudo no testemunho intimo do Espírito Santo, ao lado de evidências Bíblicas.

O arminianismo, como controvérsia religiosa, fica muito restrito à universidade. O Metodismo, apoiado nos princípios arminianos, sai para as ruas e praças públicas, para as fábricas, desce às minas e penetra nos cortiços de miseráveis criaturas humanas, tudo porque o coração de um homem foi ligeiramente aquecido.

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Foi o metodismo que propiciou a divulgação do arminianismo. Hoje, este “arminianis-mo agressivo”, é sem dúvida nenhuma, o maior grupo de crentes no mundo.

5- Os cinco pontos do Arminianismo.

A teologia arminiana defende a vontade livre. Armínio acreditava que a queda do homem não foi total, e sustentou que, no homem, restou bem suficientemente capaz de habilitá-lo a querer aceitar a Cristo como salvador. O arminianismo após a morte de seu fundador foi defendido com muito fervor e os desbravadores o dividarm em cinco pontos:

1- A vontade do homem é livre para escolher a palabra de Deus ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.

2- A Eleição é condicional está baseado no pré-conhecimento de Deus em relação àquele que deve crer.

3- A morte de Cristo oferece a Deus a base para salvar a todos os homens, e não somente alguns em particular.

4- Cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo, ainda que se creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade de Deus, em salvar a todos os homens, pode ser frustrada, pois o homem pode determinar se quer ser salvo ou não.

5- Mesmo depois de salva, a pessoa pode perder-se, se não perseverar ou cair em apostasia. Em havendo arrependimento, há uma nova ação redentora.

6- Púlpito aliado ao quotidiano das ruas

A pregação de Wesley, além de salvacionista, passa pelo viés social. A cidade de Bristol, na Inglaterra, era um porto marítimo e em rápida expansão. Por volta de 1739, a população operária estava confinada em casas úmidas, em ruas escuras e estreitas. Os serviços assistenciais da cidade faliram. As antigas e elegantes igrejas fracassaram em suprir as necessidades espirituais da população. Começaram a ocorrer disturbios em protesto contra as precárias condições de vida. A Igreja Anglicana proibia qualquer pregação fora do templo das igrejas. John Wesley resolveu pregar aos pobres em grande aflição, uma mensagem de libertação, restauração e liberdade em Cristo. Reuniu-os em uma elevação, perto da cidade, cerca de 3 mil pessoas. Wesley começou a lutar por preços justos, por salários com os quais fosse possível viver, por ambientes saudáveis de trabalho. Questionou os postulados econômicos da sua época. Foi contra as guerras, a produção e o consumo de bebidas alcoólicas, contra o trabalho infantil, mas também contra a escravidão de africanos.

Nas praças de Londres, Bristol e Newcastlhe, o evangelho era oferecido ao público em pregações ao ar livre, para 20 e até 30 mil pessoas. George Whitifield também pregava com grande eloquência. ( FERREIRA.Franklin.Giganates da Fé.Ed.Vida.SP.2006.p.234)

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7 – A Inglaterra no Século XIX

John Wesley faleceu em 1791. Deixou um grande exército de líderes que mantinham o sistema de discipulado nos pequenos grupos funcionado. Estima-se que por volta do ano 1800, os pequenos grupos metodistas contavam com 100 mil membros e 10 mil líderes.

O século XIX trará grandes despertamentos na Inglaterra, Escócia, País de Gales e América do Norte. Nesta época, a igreja começa a sofrer grande pressão ideológica. Nacionalismo, evolucionismo, materialismo e liberalismo teológico vão produzir grande devastação. O iluminismo com seu ponto de vista centrado no homem, considerou a razão humana como juiz supremo de tudo, rejeitou os milagres , a revelação e as doutrinas sobrenaturais como a encarnação e a redenção.

Na Inglaterra e América do Norte, Deus levanta grandes e inflamados pregadores, tais como: Alexander Maclaren ( 1826-1910) ; Joseph Parker (1830-1902); Charles Haddon Spurgeon ( 1834-1892); John Henry Newman ( 1801-1890); Wiliam Wilberforce ( 1759-1833) ; Charles Grandison Finney (1792-1875) ; Phoebe Palmer ( 1807-1874); Dwight Lyman Moody ( 1837-1899)

H ) Movimento de Santidade – Século XIX Os três movimentos mais importantes de santidade, neste século, nascem na Inglaterra e irradiam para a América do Norte. São eles: � Os irmãos de Plymouth – uma cidade da Inglaterra � O Movimento de Oberlim – Ligado a G.Finney- auge em 1836 � O Movimento de Keswick – 1874 ( ver livros: “Introdução à Teologia” De Willey e Culterson- CNP. pp. 343-349 , “Santidade e Poder” de A.M.Hills.CNP. Cap.III.pp.63-102. )

1. O Avivamento de Santidade nas Igrejas Metodista (1865-1885)

A guerra civil americana deixou como herança uma terrível crise moral e

espiritual. Alguns pastores metodistas acreditaram que estas poderiam ser confrontadas com o retorno à fé dos seus fundadores. Sob a liderança de John C. Mcclintock celebraram o centenário da denominação cujo tema central foi: A Perfeição Cristã – o tema central da Bíblia. Durante o ano do centenário as reuniões de oração se multiplicaram e os Palmers continuaram a trabalhar. Dirigiram muitos acampamentos em Nova Yorque, Michigan e Illinóis. Enquanto isto o Presidente da União de Pastores Metodistas dirigia uma série de discussões que deram origem ao Primeiro Acampamento Nacional para a Promoção da Santidade. Desta reunião originou-se uma Associação.

A Associação Nacional de Encontros de Avivamento para a Promoção da Santidade Cristã em Vineland, New Jersey. Esta associação reunia-se em acampamentos a cada ano nos mais variados lugares e, era sempre um pentecostes. Pouco a pouco a mensagem ia ganhando o coração dos metodistas. Dois grandes nomes destes acampamentos foram John Inskip e o

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Bispo Matheu Simpson. E em cada uma dessas reuniões o Espírito Santo operava a vontade de Deus. Esta associação deu uma dinâmica nacional ao movimento os que participavam do movimento: • reuniam-se semanalmente nas Igrejas ou nas casas para buscar a Segunda

bênção, • Contavam com o apoio de grandes líderes denominacionais existentes, • Davam muito ênfase ao ministério dos leigos e mulheres

Fundaram associações com o propósito de – 1) espalhar a doutrina, 2) ensinar a doutrina 3) ter comunhão.

2. Aspectos do Movimento Interdenominacional e Internacional

• Foram muitos os participantes do Movimento que não eram metodistas, esses já exerciam ministérios interdenominacionais, alguns se tornaram membros fundadores da Igreja do Nazareno.

• Todos foram influenciados pelo Movimento de Oberlim. • Alguns desses fundadores são:

William Howard Hoople --- Batista Edward F. Walker ; William Boardman e J.O. Mc Curkan --

Presbiterianos Aaron M. Hills, Asa Manhan e George Sharpe(escoceses)

congregacionais Edgar P. Ellyson e Seth C. Rees eram da Igreja dos Amigos John W. Goodwin – Cristãos Adventistas Palmers – Metodistas Dugan Clark e David B. Updegraff – Quaquer (Luz Interna)

3. Movimento de Santidade na Inglaterra – Movimento de Keswick Um movimento religioso com tanta influencia nos pregadores

Estadunidenses de avivamento invevitavelmente alcançaria até a Inglaterra. Movimento de Keswick - Foi um Movimento correspondente ao

Movimento rural Nacional nos Estados Unidos. Em 10 anos Keswick havia se tornado o maior centro de pregação da doutrina da Santidade. No entanto, havia uma tônica diferente em suas pregações: Ele enfatizavam o premilenismo, a cura divina e os dons como evidência da vida de uma pessoa que havia sido batizada com o Espírito Santo. Para eles, a ação do Espírito Santo na hora da santificação era centralizada em dar poder (capacitação) e não para a limpeza da natureza pecaminosa. 4) O Exército da Salvação

O Exército de Salvação foi um Movimento de Santidade que iniciou-se

na Inglaterra na década de 60. Logo depois de 1880 chegou nos EUA e lá ganhou muita força. Aliou à doutrina da Inteira Santificação com ênfase nos frutos o traballo social.

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Fundador – Foi William Booth um Metodista que depois de ser santificado tornou-se um Evangelista de ruas e praças. Organizaram-se em 1878 em um sistema, como exercito, razão do nome. Booth foi o primeiro General in chef , o líder do Movimento. Um outro nome influente deste grupo foi Samuel Longan Brengle, autor de um excelente livro de Santidade chamado: “ Para que todos Sejam santos”.

Conclusão: O Movimento de Santidade nasceu por causa desses

grandes avivamentos da doutrina da Santificação. Prosperou por causa do empenho dos leigos e mulheres pregadores usados por Deus de forma poderosíssima e nova. Apesar de ser um movimento que se deu também no campo, centralizou-se nas cidades. Seus grandes pregadores viviam nas cidades e no stress delas, fincavam-se as estacas das tendas em que se realizavam as grandes campanhas e milhares de pessoas ouviam a mensagem de santidade. É interessante notar que com as mudanças sociais (êxodo rural) o cristianismo urbano passou por conflitos em relação à santidade. Apesar disto, o movimento cresceu e produziu algumas denominações Wesleyanas, dentre as quais, talvez a Igreja do Nazareno seja a maior.

É bom lembrarmos a premissa verdadeira de que um avivamento só é avivamento quando o despertar espiritual resulta em reforma social. Diz: o escritor David Mc Kenna em seu livro Liderança Wesleyana: “Um despertar da igreja sem reforma na cultura não pode ser considerado um grande avivamento e isso toma toda uma geração ou mais, até que ele resulte em reforma social. É necessário tempo para a influência moral do avivamento trilhe seu caminho no coração da cultura para transformar a sociedade.”

Um dos maiores avivamentos que a América experimentou veio do chamado Movimento de Santidade, isto é, mover de Deus no seio das Igrejas tradicionais promovendo a vida de santidade. Foi um mover que explodiu onde quer que pessoas se reunissem em Seu nome.

I) DEFINIÇÕES DAS DOUTRINAS METODISTAS –( Rev.Edson Alves )

Definição geral e legal: "A Igreja Metodista adota os princípios de fé aceitos pelo Metodismo Universal, os quais tem por fundamento as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, testemunho escrito da revelação divina, dado por homens movidos pelo Espírito Santo, as quais contém tudo quanto é necessário para a salvação e são suficiente regra de fé e prática para os cristãos".

A tradição doutrinária metodista orienta-se pelo Credo Apostólico, pelos 25 Artigos de Religião do Metodismo Histórico e pelos Sermões de João Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento. Citamos também como Elementos Básicos da Igreja Metodista os seguinte documentos: Costumes dos Metodistas (Regras Gerais), Credo Social da Igreja Metodista, Normas do Ritual, Plano para a Vida e a Missão, Diretrizes para a Educação, Plano Diretor Missionário e as Pastorais de responsabilidade do Colégio

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Episcopal. Definição particular e específica - "O metodismo tem suas doutrinas, mas dá mais ênfase à vida moral e espiritual. O avivamento espiritual, promovido por João Wesley e seus cooperadores, visava à santidade de vida, à harmonização da vontade do homem com a vontade de Deus" (História do Metodismo de Paul E. Buyers, pg. 83, Imprensa Metodista, 1945).

Em essência as doutrinas do Metodismo são as mesmas da Reforma do Século XVI. Wesley não acrescentou à teologia qualquer idéia nova. Nem inventou nova doutrina. Sua ação foi em vitalizar as doutrinas da Reforma com o fogo da experiência do Espírito Santo na sua vida e na dos seus colaboradores. Ele mesmo disse: "As minhas doutrinas são simplesmente os princípios fundamentais do Cristianismo".

Sua declaração muito familiar, num resumo, declara: "As nossas doutrinas principais, que encerram todas as demais, são o arrependimento, a fé e a santificação. A primeira é o vestíbulo da religião; a segunda, a porta; a terceira, a própria religião".

ORIGEM DAS DOUTRINAS METODISTAS

“A origem das doutrinas Metodistas é o cristianismo puro mediante uma experiência pessoal do poder de Deus na vida dos crentes”. Essas doutrinas não nasceram, pois, num meio exclusivamente intelectual, porém, na experiência dos homens. Portanto, o metodismo não se caracteriza tanto pela sua insistência na conformidade do indivíduo a um credo, mas em conformar a sua vida à santidade.

- PADRÕES DAS DOUTRINAS METODISTAS

Conforme já foi dito, "o padrão de doutrinas metodistas consiste nos 25 Artigos de Religião , nos 52 Sermões de Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento e o Credo Apostólico. Os "Sermões" e as "Notas" são verdadeiros símbolos cristãos. Neles estão contidos as verdades fundamentais da fé cristã. Em resumo, os "Sermões" de Wesley apontam:

1 - A universalidade e imparcialidade da graça de Deus em relação ao homem manifestada nas provisões feitas para a propiciação.

2 - A liberdade da vontade humana e do homem individualmente, probatória da responsabilidade para com Deus.

3 - A necessidade absoluta, em religião, de santidade no coração e na vida.

4 - A impossibilidade essencial da natureza humana decaída, de alcançar esta santidade.

5 - A provisão feita para tal necessidade e impossibilidade, assim como para o perdão dos pecados passados, feita na salvação oferecida por Cristo.

6 - A única condição de Salvação: a fé.

7 - O testemunho consciente do Espírito acerca desta salvação.

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- ALGUMAS DOUTRINAS MAIS ENFATIZADAS NO METODISMO

1 - A redenção universal - "O metodismo ensina que a expiação de Cristo é universal na sua extensão, isto é, que Jesus experimentou a morte por todos os homens; que todos os filhos de Adão estão abrangidos no seu sacrifício expiatório; que o valor da expiação de Cristo consiste na sua divindade; que Deus entregou Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, para padecer a morte de cruz, para a nossa redenção, o qual, pela oblação de si mesmo, feita uma só vez, realizou um sacrifício, uma oblação e uma satisfação plena, perfeita e suficiente pelos pecados de todo o mundo", e que era intuito de Deus assim redimir a humanidade. 1º Timóteo 2.4; Tito 2.11; João 3.16 e Romanos 8.32.

2 - Justificação pela fé - "Justificação pela fé é o ato judicial e divino que aplica ao pecador crente em Cristo o benefício da expiação, libertando-o da condenação de seus pecados, colocando-o no estado de favor e tratando-o como justo". Ser justificado é ser perdoado e recebido no favor de Deus; porque em tal estado seremos finalmente salvos". Justificação e perdão significam a mesma coisa. A causa originária é o amor de Deus; a causa meritória é a expiação de Cristo; e a causa instrumental é a fé pessoal do crente. Romanos 3.20,24-26, 28; 2 Coríntios 5.18-21; Gálatas 2.16-20; Efésios 2.4-8,15-16; Tito 3.4-7; Atos 13.38-39; Romanos 3.21-22.

3 - O Arrependimento - o arrependimento pessoal para com Deus e fé no Senhor Jesus Cristo são os dois elementos básicos do arrependimento. "O arrependimento é o meio e a fé é a condição da salvação". O coração quebrantado, a tristeza da alma e o aborrecimento pelo pecado levam a alma a aceitar a Cristo como único Salvador. Então vem a confissão dos pecados e a reforma da vida. O arrependimento é dever de todos os homens "porque todos pecaram e necessitam da glória de Deus". O arrependimento evangélico é chamado "o arrependimento para com Deus", porque ele consiste em voltar-se do pecado para a santidade; implica um sentimento de ódio ao pecado e um amor à santidade. As provas de um verdadeiro arrependimento salvador encerram a consciência e a confissão do pecado; assim como uma profunda tristeza pelo pecado e a sua renúncia de coração".

4 - Regeneração ou Novo Nascimento Regeneração é o novo nascimento; é obra do Espírito Santo pela qual experimentamos uma mudança de coração. Os termos pelos quais este estado se exprime nas Escrituras são: Nascer de novo, ressuscitado com Cristo e participante da natureza divina ".João 1.12-13; 2 Coríntios 5.17; Colossenses 1.12-15; 1 Pedro 1.22-23.

5 - A possibilidade de apostasia final - é possível para uma pessoa que tenha sido genuinamente regenerada cair de novo em pecado e perder-se para sempre. Confirmam esta doutrina as seguintes passagens das Escrituras: Ezequiel 33.12-20; Hebreus 6.4-8; João 15.1-6; Romanos 11.20-22; Hebreus 3.12-14; 1 Timóteo 1.19-20; 2 Pedro 2.4; 20-22.

6 - Os Sacramentos - O Metodismo reconhece só dois sacramentos: a Ceia do Senhor e o Batismo. Os metodistas convidam a todos os crentes em plena comunhão com sua Igreja, seja qual for a denominação evangélica, a comungar com eles e dão aos seus membros a liberdade de comungar com outras Igrejas evangélicas. Quanto ao batismo, batizam crianças e adultos e não fazem questão de modo pelo qual batizam, mas exigem uma experiência da graça de Deus no coração.

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7 - As Escrituras Sagradas - A Bíblia é a fonte de toda a verdade evangélica e a Igreja Metodista considera as Escrituras Sagradas como a única e suficiente regra de nossa fé e prática.

- DOUTRINAS CARACTERÍSTICAS DO METODISMO

1 - O Testemunho do Espírito Santo - "Pelo testemunho do Espírito Santo eu quero falar de uma impressão íntima na alma, pela qual o Espírito de Deus imediata e diretamente testifica com o meu espírito que sou filho de Deus; que Jesus me amou e se deu a si mesmo por mim; que todos os meus pecados estão lavados e eu, sim eu, estou reconciliado com Deus" (João Wesley).

2 - Santificação - "A santificação é a obra da graça de Deus pela qual somos renovados à imagem de Deus, separados para o seu serviço, capacitados a morrer para o pecado e a viver para a justiça. A santificação abrange todas as graças de sabedoria, fé, arrependimento, amor, humildade, zelo, paciência e a prática disso tudo para com Deus e o homem. A natureza da santificação é a conformidade do coração e da vida com a lei de Deus.

VOCABULÁRIO

Vestíbulo - Espaço entre a rua e a entrada da casa, edifício etc.

Propiciação - Favor ou ação de Deus para libertar o homem do pecado e da condenação. Jesus Cristo é a nossa propiciação. Veja 1º João 2.2.

Probatória - "que contém prova"

Expiação - Refere-se ao sofrimento, padecimento e morte do Senhor Jesus Cristo, para cancelamento de nossa "dívida" ou pecados.

Oblação - Oferecimento, oferta feita a Deus.

Quebrantado - quebrado, moído, partido, humilde.

Apostasia - abandono ou desvio da fé, separação.

Comungar - receber ou tomar em comunhão.

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J ) Os 16 “ARTIGOS DE FÉ” da Igreja do Nazareno e a declaração de fé convencionada.

ARTIGOS DE FÉ

I. O Deus Trino

1. Cremos num só Deus infinito, eternamente existente, Soberano do universo; que somente Ele é Deus, criador e administrador, santo na Sua natureza, atributos e propósitos; que Ele, como Deus, é trino no Seu ser, revelado como Pai, Filho e Espírito Santo.

(Gênesis 1; Levítico 19:2; Deuteronômio 6:4-5; Isaías 5:16; 6:1-7; 40:18-31; Mateus 3:16-17; 28:19-20; João 14:6-27; I Coríntios 8:6; II Coríntios 13:14; Gálatas 4:4-6; Efésios 2:13-18)1

II. Jesus Cristo

2. Cremos em Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; que Ele é eternamente um com o Pai; que encarnou pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria e, assim, duas naturezas perfeitas e completas, isto é, a Divindade e a humanidade, se uniram em uma Pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem — o Deus-homem.

Cremos que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e que Ele verdadeiramente ressuscitou dos mortos e tomou de novo o Seu corpo, juntamente com tudo o que pertence à perfeição da natureza humana, e com isto subiu ao céu, onde Se ocupa em interceder por nós.

(Mateus 1:20-25; 16:15-16; Lucas 1:26-35; João 1:1-18; Atos 2:22-36; Romanos 8:3, 32-34; Gálatas 4:4-5; Filipenses 2:5-11; Colossenses 1:12-22; I Timóteo 6:14-16; Hebreus 1:1-5; 7:22-28; 9:24-28; I João 1:1-3; 4:2-3, 15)

III. O Espírito Santo

3. Cremos no Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; que Ele está sempre presente e operando eficientemente dentro da Igreja de Cristo e com ela, convencendo o mundo do pecado, regenerando aqueles que se arrependem e crêem, santificando os crentes e guiando em toda a verdade tal como está em Jesus.

(João 7:39; 14:15-18, 26; 16:7-15; Atos 2:33; 15:8-9; Romanos 8:1-27; Gálatas 3:1-14; 4:6; Efésios 3:14-21; I

Tessalonicenses 4:7-8; II Tessalonicenses 2:13; I Pedro 1:2; I João 3:24; 4:13)

IV. As Escrituras Sagradas

4. Cremos na inspiração plena das Escrituras Sagradas, pelas quais entendemos os 66 livros do Antigo e Novo Testamentos, dados por inspiração divina, revelando sem erros a vontade de Deus a nosso respeito em tudo o que é necessário à nossa salvação, de maneira que o que não se encontra nelas não pode ser imposto como artigo de fé.

(Lucas 24:44-47; João 10:35; I Coríntios 15:3-4; II Timóteo 3:15-17; I Pedro 1:10-12; II Pedro 1:20-21)

V. Pecado, Original e Pessoal

5. Cremos que o pecado veio ao mundo através da desobediência dos nossos primeiros pais e, pelo pecado, veio a morte.

Cremos que o pecado se manifesta de dois modos: pecado original ou depravação, e pecado atual ou pessoal.

5.1. Cremos que o pecado original, ou depravação, é aquela corrupção da natureza de todos os filhos de Adão pela qual o homem está muito longe da retidão original, ou seja do estado de pureza dos nossos primeiros pais quando foram criados, é contrário a Deus, não tem vida espiritual e é inclinado para o mal, e isto continuamente. Cremos, além disso, que o pecado original continua a existir com a nova vida do regenerado, até que seja [erradicado] o coração inteiramente limpo pelo batismo com o Espírito Santo.

5.2. Cremos que o pecado original difere do pecado atual, em que constitui uma propensão herdada para o pecado atual, pela qual ninguém é responsável até o momento em que se negligencia ou se rejeita o remédio divinamente providenciado.

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5.3. Cremos que o pecado atual ou pessoal constitui uma violação voluntária da vontade conhecida de Deus, feita por uma pessoa moralmente responsável. Portanto, não deve ser confundido com limitações involuntárias e inescapáveis, enfermidades, faltas, erros, falhas ou outros desvios de um padrão de perfeita conduta, que são os efeitos residuais da Queda do Homem. Contudo, tais efeitos inocentes não incluem atitudes ou respostas contrárias ao espírito de Cristo que, propriamente, podem ser consideradas pecados do espírito.

Cremos que o pecado pessoal é, primária e essencialmente, uma violação da lei do amor; e, que em relação a Cristo, pecado pode ser definido como descrença.

(Pecado Original: Gênesis 3; 6:5; Jó 15:14; Salmo 51:5; Jeremias 17:9-10; Marcos 7:21-23; Romanos 1:18-25; 5:12-14; 7:1—8:9; I Coríntios 3:1-4; Gálatas 5:16-25; I João 1:7-8 Pecado Pessoal: Mateus 22:36-40; (com I João 3:4); João 8:34-36; 16:8-9; Romanos 3:23; 6:15-23; 8:18-24; 14:23; I João 1:9—2:4; 3:7-10)

VI. Expiação

6. Cremos que Jesus Cristo, pelos Seus sofrimentos, pelo derramamento do Seu próprio sangue e pela Sua morte na Cruz, fez uma expiação completa para todo o pecado humano; e que esta Expiação é a única base de salvação; e que é suficiente para cada pessoa da raça de Adão. A Expiação é benignamente eficaz para a salvação dos irresponsáveis e para as crianças na inocência, mas somente é eficaz para a salvação daqueles que chegam à idade da responsabilidade, quando se arrependem e crêem.

(Isaías 53:5-6, 11; Marcos 10:45; Lucas 24:46-48; João 1:29; 3:14-17; Atos 4:10-12; Romanos 3:21-26; 4:17-25; 5:6-

21; I Coríntios 6:20; II Coríntios 5:14-21; Gálatas 1:3-4; 3:13-14; Colossenses 1:19-23; I Timóteo 2:3-6; Tito 2:11-14; Hebreus 2:9; 9:11-14; 13:12; I Pedro 1:18-21; 2:19-25; I João 2:1-2)

VII. Graça Preveniente

7. Cremos que a criação da raça humana à imagem de Deus inclui a capacidade de escolher entre o bem e o mal e que, assim, seres humanos foram feitos moralmente responsáveis; que pela queda de Adão se tornaram depravados, de maneira que agora não são capazes de se voltar e se reabilitar pelas suas próprias forças e obras, e, desta forma, renovar a fé e a comunhão com Deus. Mas também cremos que a graça de Deus mediante Jesus Cristo é dada gratuitamente a todos os seres humanos, capacitando todos os que queiram converter-se do pecado para a retidão, a crer em Jesus Cristo para perdão e purificação do pecado, e a praticar boas obras agradáveis e aceitáveis à Sua vista.

Cremos que todas as pessoas, ainda que possuam a experiência de regeneração e inteira santificação, podem cair da graça, apostatar e, a menos que se arrependam do seu pecado, ficar eternamente perdidas e sem esperança.

(A imagem de Deus e a responsabilidade moral: Gênesis 1:26-27; 2:16-17; Deuteronômio 28:1-2; 30:19; Josué 24:15; Salmo 8:3-5; Isaías 1:8-10; Jeremias 31:29-30; Ezequiel 18:1-4; Miqueias 6:8; Romanos 1:19-20; 2:1-16; 14:7-12; Gálatas 6:7-8 Inabilidade natural: Jó 14:4; 15:14; Salmos 14:1-4; 51:5; João 3:6a; Romanos 3:10-12; 5:12-14, 20a; 7:14-25 Graça gratuita e obras de fé: Ezequiel 18:25-26; João 1:12-13; 3:6b; Atos 5:31; Romanos 5:6-8, 18; 6:15-16,

23; 10:6-8;11:22; I Coríntios 2:9-14; 10:1-12; II Coríntios 5:18-19; Gálatas 5:6; Efésios 2:8-10; Filipenses 2:12-13; Colossenses 1:21-23; II Timóteo 4:10a; Tito 2:11-14; Hebreus 2:1-3; 3:12-15; 6:4-6; 10:26-31; Tiago 2:18-22; II Pedro 1:10-11; 2:20-22)

VIII. Arrependimento

8. Cremos que o arrependimento, que é uma sincera e completa mudança do pensamento no que diz respeito ao pecado, incluindo o sentimento de culpa pessoal e o afastamento voluntário do pecado, é exigido de todos aqueles que, por ato ou propósito, se fazem pecadores contra Deus. O Espírito de Deus dá a todos que quiserem arrepender-se a ajuda benigna da penitência do coração e a esperança da misericórdia, a fim de que possam crer para o perdão e a vida espiritual.

(II Crônicas 7:14; Salmos 32:5-6; 51:1-17; Isaías 55:6-7; Jeremias 3:12-14; Ezequiel 18:30-32; 33:14-16; Marcos 1:14-15; Lucas 3:1-14; 13:1-5; 18:9-14; Atos 2:38; 3:19; 5:31; 17:30-31; 26:16-18; Romanos 2:4; II Coríntios 7:8-11; I Tessalonicenses 1:9; II Pedro 3:9)

IX. Justificação, Regeneração e Adoção

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9. Cremos que a justificação é aquele ato gracioso e judicial de Deus, pelo qual Ele concede pleno perdão de toda a culpa, a remissão completa da pena pelos pecados cometidos e a aceitação como justo a todos aqueles que crêem em Jesus Cristo e O recebem como Senhor e Salvador.

10. Cremos que a regeneração, ou o novo nascimento, é aquela obra da graça de Deus pela qual a natureza moral do arrependido que confia em Deus é vivificada espiritualmente, recebendo uma vida distintamente espiritual, capaz de fé, amor e obediência.

11. Cremos que a adoção é aquele ato gracioso de Deus pelo qual o crente justificado e regenerado se constitui um filho de Deus.

12. Cremos que a justificação, a regeneração e a adoção são simultâneas na experiência daqueles que buscam a Deus e são obtidas na condição de haver fé, precedida pelo arrependimento; e que o Espírito Santo testifica desta obra e estado de graça.

(Lucas 18:14; João 1:12-13; 3:3-8; 5:24; Atos 13:39; Romanos 1:17; 3:21-26, 28; 4:5-9, 17-25; 5:1, 16-19; 6:4; 7:6;

8:1, 15-17; I Coríntios 1:30; 6:11; II Coríntios 5:17-21; Gálatas 2:16-21; 3:1-14, 26; 4:4-7; Efésios 1:6-7; 2:1, 4-5; Filipenses 3:3-9; Colossenses 2:13; Tito 3:4-7; I Pedro 1:23; I João 1:9; 3:1-2, 9; 4:7; 5:1, 9-13, 18)

X. Inteira Santificação

13. Cremos que a inteira santificação é aquele ato de Deus, subseqüente à regeneração, pelo qual os crentes são libertados do pecado original, ou depravação, e levados a um estado de inteira devoção a Deus e à santa obediência do amor tornado perfeito.

É operada pelo batismo com o Espírito Santo e compreende, numa só experiência, a purificação do coração e a permanente presença íntima do Espírito Santo, dando ao crente poder para uma vida santa e para serviço.

A inteira santificação é garantida pelo sangue de Jesus, realiza-se instantaneamente pela fé, precedida pela inteira consagração; e desta obra e estado de graça o Espírito Santo testifica.

Esta experiência é também conhecida por vários termos que representam diferentes aspectos dela, tais como: “perfeição cristã”, “perfeito amor”, “pureza do coração”, “batismo com o Espírito Santo”, “plenitude da bênção” e “santidade cristã”.

14. Cremos que há uma distinção bem definida entre um coração puro e um caráter maduro. O primeiro é obtido instantaneamente, como resultado da inteira santificação; o último resulta de crescimento na graça.

Cremos que a graça da inteira santificação inclui o impulso para crescer na graça. Contudo, este impulso deve ser conscientemente alimentado; e deve ser dada cuidadosa atenção aos requisitos e processos de desenvolvimento espiritual e avanço no caráter e personalidade semelhantes a Cristo. Sem tal esforço intencional, o testemunho do crente pode ser enfraquecido e a própria graça comprometida e mesmo perdida.

(Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; João 7:37-39; 14:15-23; 17:6-20; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9; Romanos 6:11-13, 19; 8:1-4; 8-14; 12:1-2; II Coríntios 6:14—7:1; Gálatas 2:20; 5:16-25; Efésios 3:14-21; 5:17-18, 25-27; Filipenses 3:10-15; Colossenses 3:1-17; I Tessalonicenses 5:23-24; Hebreus 4:9-11; 10:10-17; 12:1-2; 13:12; I João 1:7, 9) (“Perfeição cristã”, “perfeito amor”: Deuteronômio 30:6; Mateus 5:43-48; 22:37-40; Romanos 12:9-21; 13:8-10; I Coríntios 13; Filipenses 3:10-15; Hebreus 6:1; I João 4:17-18. “Pureza do coração”: Mateus 5:8; Atos 15:8-9; I Pedro 1:22; I João 3:3; “Batismo com o Espírito Santo”: Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9 “Plenitude da bênção”: Romanos 15:29 “Santidade cristã”: Mateus 5:1—7:29; João 15:1-11; Romanos 12:1—15:3; II Coríntios 7:1; Efésios 4:17—5:20; Filipenses 1:9-11; 3:12-15; Colossenses 2:20—3:17; I Tessalonicenses 3:13; 4:7-8; 5:23; II Timóteo 2:19-22; Hebreus 10:19-25; 12:14; 13:20-21; I Pedro 1:15-16; II Pedro 1:1-11; 3:18; Judas 20-21)

XI. A Igreja

15. Cremos na Igreja, a comunidade que confessa a Jesus Cristo como Senhor, o povo da aliança de Deus feito novo em Cristo, o Corpo de Cristo chamado e congregado pelo Espírito Santo através da Palavra.

Deus chama a Igreja a exprimir a sua vida na unidade e comunhão do Espírito; na adoração através da pregação da Palavra, na observação dos sacramentos e no ministério em Seu nome; pela obediência a Cristo e responsabilidade mútua.

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A missão da Igreja no mundo é a de continuar a obra redentora de Cristo no poder do Espírito, através de viver santo, evangelismo serviço.

A Igreja é uma realidade histórica que se organiza em moldes culturalmente condicionados; existe tanto como um corpo universal quanto congregação local; separa pessoas chamadas por Deus para ministérios específicos. Deus chama a Igreja para viver sob a Sua orientação, enquanto ela anticipa a consumação na vinda do nosso Senhor Jesus Cristo.

(Êxodo 19:3; Jeremias 31:33; Mateus 8:11; 10:7; 16:13-19, 24;18:15-20; 28:19-20; João 17:14-26; 20:21-23; Atos 1:7-8; 2:32-47; 6:1-2;13:1; 14:23; Romanos 2:28-29; 4:16; 10:9-15; 11:13-32; 12:1-8; 15:1-3;I Coríntios 3:5-9; 7:17; 11:1,17-33; 12:3,12-31; 14:26-40; II Coríntios 5:11-6:1, Gálatas 5:6, 13-14; 6:1-5,15; Efésios 4:1-17; 5:25-27; Filipenses 2:1-16; I Tessalonicenses 4:1-12; I Timóteo 4:13; Hebreus 10:19-25; I Pedro 1:1-2, 13; 2:4-12, 21; 4:1-2; 10-11; I João 4:17; Judas 1:24; Apocalipse 5:9-10)

XII. Batismo

16. Cremos que o batismo cristão, ordenado pelo nosso Senhor, é um sacramento que significa a aceitação dos benefícios da expiação de Jesus Cristo, para ser administrado aos crentes e é declarativo da sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador e do seu pleno propósito de andar obedientemente em santidade e justiça.

Sendo o batismo símbolo da nova aliança, as crianças poderão ser batizadas quando os pais ou tutores o pedirem, os quais ficarão na obrigação de lhes assegurar o necessário ensino cristão.

O batismo pode ser administrado por aspersão, afusão ou imersão, segundo o desejo do candidato.

(Mateus 3:1-7; 28:16-20; Atos 2:37-41; 8:35-39; 10: 44-48; 16:29-34; 19:1-6; Romanos 6:3-4; Gálatas 3:26-28; Colossenses 2:12; I Pedro 3:18-22)

XIII. A Ceia do Senhor

17. Cremos que a Ceia Memorial e de Comunhão, instituída por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, é essencialmente um sacramento do Novo Testamento declarativo da morte sacrificial de Jesus, e de que os crentes, pelo merecimento desta, têm vida e salvação e promessa de todas as bênçãos espirituais em Cristo. É distintivamente para aqueles que estão preparados para uma reverente apreciação do seu significado e por meio dela anunciam publicamente a morte do Senhor, até que Ele venha de novo. Sendo esta a festa da Comunhão, somente aqueles que têm fé em Cristo e amor pelos irmãos devem ser convidados a participar dela.

(Êxodo 12:1-14; Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; João 6:28-58; I Coríntios 10:14-21; 11:23-32)

XIV. Cura Divina

18. Cremos na doutrina bíblica da cura divina e exortamos o nosso povo a procurar oferecer a oração da fé para a cura dos doentes. Cremos, também, que Deus cura através de recursos da ciência médica.

(II Reis 5:1-19; Salmo 103:1-5; Mateus 4:23-24; João 4:46-54; 9:18-35; Atos 5:12-16; 9:32-42; 14:8-15; I Coríntios

12:4-11; II Coríntios 12:7-10; Tiago 5:13-16)

XV. Segunda Vinda de Cristo

19. Cremos que o Senhor Jesus Cristo voltará outra vez; que nós, os que estivermos vivos na Sua vinda, não precederemos aqueles que morreram em Cristo Jesus; mas que, se permanecermos n’Ele, seremos arrebatados com os santos ressuscitados para encontrarmos o Senhor nos ares, de sorte que estaremos para sempre com o Senhor.

(Mateus 25:31-46; João 14:1-3; Atos 1:9-11; Filipenses 3:20-21; I Tessalonicenses 4:13-18; Tito 2:11-14; Hebreus 9:26-28; II Pedro 3:3-15; Apocalipse 1:7-8; 22:7-20)

XVI. Ressurreição, Juízo e Destino

20. Cremos na ressurreição dos mortos: que tanto os corpos dos justos como dos injustos serão ressuscitados e unidos com os seus espíritos—“os que tiverem feito o bem, sairão para a ressurreição da vida; e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição da condenação”.

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21. Cremos no juízo vindouro, no qual cada pessoa terá de comparecer diante de Deus, para ser julgada segundo os seus feitos nesta vida.

22. Cremos que uma vida gloriosa e eterna é assegurada a todos aqueles que crêem em Jesus Cristo, nosso Senhor, para salvação, e O seguem obedientemente; e que os que são impenitentes até o fim sofrerão eternamente no inferno.

(Gênesis 18:25; I Samuel 2:10; Salmo 50:6; Isaías 26:19; Daniel 12:2-3; Mateus 25:31-46; Marcos 9:43-48; Lucas

16:19-31; 20:27-38; João 3:16-18; 5:25-29; 11:21-27; Atos 17:30-31; Romanos 2:1-16; 14:7-12; I Coríntios 15:12-58; II Coríntios 5:10; II Tessalonicenses 1:5-10; Apocalipse 20:11-15; 22:1-15)

Declaração de Fé Convencionada

26. Reconhecendo que o direito e privilégio de alguém ser membro de uma igreja se baseia no facto da sua regeneração, devemos requerer somente uma declaração de fé essencial à experiência cristã. Julgamos, portanto, que será suficiente crer nas seguintes breves declarações.

Cremos: 26.1. Que há um só Deus—o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 26.2. Que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, dadas por

inspiração plena, incluem toda a verdade necessária à fé e à vida cristã. 26.3. Que todo o ser humano nasce com uma natureza corrompida e é,

portanto, inclinado ao mal, e isto continuamente. 26.4. Que aquele que continua impenitente até o fim fica perdido eternamente

e sem esperança. 26.5. Que a expiação mediante Jesus Cristo é para toda a raça humana; e

que aquele que se arrepende e crê no Senhor Jesus Cristo é justificado, regenerado e salvo do domínio do pecado.

26.6. Que os crentes, depois da regeneração, deverão ser inteiramente santificados pela fé no Senhor Jesus Cristo.

26.7. Que o Espírito Santo testifica do novo nascimento e também da inteira santificação dos crentes.

26.8. Que o nosso Senhor voltará, os mortos serão ressuscitados e se realizará o juízo final.

IDENTIDADE NAZARENA UNIDADE II – Panorana Teológico Global

ÍNDICE DOS ASSUNTOS DESTA UNIDADE Introdução: Áreas onde a Reforma falhou

a- Igrejas Metodistas e igrejas de santidade b- Igrejas Litúrgicas – Católica Romana e Ortodoxa

c- Igrejas Protestantes Históricas –Luterana,

Presbiteriana, Anglicana,Congregacional.

d- Igrejas Pacifistas – Anabatistas(Menonitas) Batistas.

e- Igrejas Pentecostais

f- Igrejas Neo-Pentecostais

IDENTIDADE NAZARENA UNIDADE II – PANORAMA TEOLÓGICO GLOBAL – HISTÓRIA E DOUTRINAS FUNDAMENTAIS Partindo da Reforma, relembremos os principais marcos dogmáticos: ∆ Sola Fide – Justificação pela fé somente. Lutero acreditava que as exigências justas de Deus eram supridas perfeitamente pela fé em Jesus Cristo. A vida cristã é vivida pela gratidão, não pela tentativa de merecer a salvação. ∆ Sola Gratia – Salvação baseada apenas na Graça de Deus. ∆ Sola Scriptura – A Bíblia como autoridade única de fé e prática.

ÁREAS ONDE A REFORMA FALHOU: Missões e Ministério. a) MISSÕES: A difusão do Evangelho se limitou às pessoas que viviam nos países da reforma. b) ÁREA DO MINISTÉRIO: A igreja não mobilizou os membros para o ministério. Embora Lutero quisesse reformar a igreja e ensinar o sacerdócio de todos os crentes, ele e outros reformadores mantiveram a estrutura medieval e as práticas da igreja que continuam até hoje em muitas igrejas. Tradicionalmente o sacerdote ou o pastor com formação teológica faz a obra do ministério. Após o avivamento Wesleyano, constatamos que esta lacuna da reforma, é suprida pelo estrategista em Eclesiologia, o Espírito Santo. A visão da Igreja foi renovada, o fogo do Espírito Santo aceso e um grande exército de leigos foi mobilizado para o ministério. A partir de então, o panorama eclesiológico e teológico é construido pelas principais denominações que estudaremos a seguir. A) IGREJAS METODISTAS 1) Igreja Metodista João Wesley, Carlos Wesley e o amigo George Whitefield, foram os responsáveis pelo Avivamento de Santidade que sacudiu a Inglaterra e mais tarde os Estados Unidos da América. A Igreja Anglicana se preocupava muito com a aristocracia e a pregação aos pobres era negligenciada. Estes três amigos, em especial. João Wesley falavam nas praças públicas, nas portas das fabricas e nas casas. Onde quer que João Wesley pregava, as pessoas se convertiam. Os crentes que se convertiam ele os agrupava em sociedades e conforme cresciam ele mesmo designava pregadores e líderes. Essas sociedades eram divididas em Irmandades e Grupos de oração. Desde a época em que estudava em Oxford já fazia reuniões regulares de oração com os seus colegas. Devido a postura deles, quanto à busca de Deus na vida, os colegas debochavam deles chamando-os de metodistas. Os irmãos Wesley não tinham a intenção de romper com a Igreja Anglicana, ao contrário, queriam reformar a igreja, queriam incentivá-

los a pregar a mensagem da Santidade. A ruptura aconteceu de forma lenta, mas aconteceu. 1) Carlos Wesley, foi muito importante para o desenvolvimento da

doutrina Metodista. Isto porque ele conseguia expressar a doutrina da santdade através da música.

2) A. Kenneth Curtis enfatiza: “ O Metodismo de forma suave e amável, mudou a sociedade britanica. Mesmo quando alcançou posições políticas, encorajou um espírito de liberalidade que levou à melhoria das condições na Inglaterra.” Muitos atribuem a João Wesley o fato de não haver uma revolução como a que os franceses tiveram que enfrentar no século XVIII.

3) Doutrinas Principais a) O Legado Metodista - Eles passaram para as próximas

gerações que cristianismo não é o mero assentimento nominal à exatidão doutrinária. Mas sim, a experiência, aquele toque de Deus no coração que leva a pessoa a um novo nascimento. Isto sim é que faz a pessoa ser genuinamente cristão. A valorização da experiência pessoal ocorreu paralelamente à valorização das doutrinas essenciais da fé cristã.

b) Doutrina:

• Arminianos –criam na justificação pela fé que se processava na hora do novo nascimento. Wesley foi o responsável pela grande divulgação do arminianismo.

• Acreditavam na perfeição cristã ou perfeito amor. A ênfase era no fato de que quando Deus derrama o seu amor no coração regenerado, ele expulsa o pecado e a pessoa tem a possibilidade de não pecar. E para se obter esta experiência é necessário se ter fé.

• Etica Cristã – A Igreja deve influenciar a Sociedade. Se opuseram ao álcool, guerra e escravidão.

4) Influências do Arminianismo: Não se limitou ao campo teológico.Calou na Filosofia, na ciência do Direito e da Política. Realçando a capacidade do homem e valorizando-o, podia mais facilmente aliar-se à investigação, à crítica e, enfim, ao avanço cinentiífico. Por isso, vemos a filosofia cartesiana ser perseguida na Holanda pelos calvinistas ortodoxos, ao passo que o arminianismo a favorecia. O arminianismo possuia tendência para a moderação e a tolerância, harmonizando-se facilmente com o espírito da época. Encontramo-lo, por esse motivo, aceitando a contribuição humanística da renascença, favorecendo o uso da razão, sem descurar o valor da ética e da revelação divina. Pôde assim, livrar-se de cair tanto no racionalismo como no humanismo puro. Na Holanda soube compreender Descartes. Na Inglaterra amparou os latitudinárianos. Na Alemanha serviu de inspiração a Kant e a Schleiermacher, deixando marcas indeléveis em seus sistemas. No setor dos direitos humanos, o arminianismo foi além do argumento teológico. Advogou a liberdade de consciência, ensinando o respeito mútuo. Armínio dava importância à

capacidade e à responsabilidade do homem. Todos são iguais perante a lei e perante Deus. Há direitos que ninguém pode do ser humano. O arminianismo chamou a atenção para a dignidade humana. Deu ao homem senso mais claro do seu próprio valor, realçando seus deveres e suas possibilidades. Fê-lo mais conscio de sua participação na obra de Deus. Visto que Cristo deu a sua vida por todos e a salvação é universal, logo, todas as raças necessitam do Evangelho e é dever dos cristãos levar as Boas Novas a todos os recantos da Terra. Se o destino a ninguém é imposto, a situação de qualquer um pode ser modoficada. Isto incentiva o cristão a ministrar frente aos problemas do próximo. ( SALVADOR,José Gonçalves.Arminianismo e Metodismo.Imprensa Metodista.SP.Cap.IV.) Sites Metodistas: www.metodista.org.br , www.metodistaonline.kit.net

2) Outras Igrejas de Santidade: Exército de Salvação Metodista Livre Metodista Wesleyana Igreja do Nazareno Igreja Evangelica Holinnes no Brasil Igreja Missionária Unida Igreja de Deus – ( sede em Cleveland, Tennessee.Começou em 1886 num avivamento dirigido no sudeste do Estado por Richard G.Spurling.) Igreja de Cristo Igreja de Deus Pentecostal – ( Oral Roberts pertenceu a esta igreja.) Igreja de Deus em Cristo ( É a segunda igreja protestante em importância nos Estados Unidos.É uma igreja de negros fundada por C.H.Mason e C.P.Jones. Menonitas B) IGREJAS LITURGICAS 1) Católica Romana Desde o Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, a igreja cristã subordinada à autoridade papal passou a denominar-se Católica Apostólica Romana, em oposição às igrejas protestantes constituídas a partir da Reforma. Define-se como una, santa, católica e apostólica e considera seu chefe como legítimo herdeiro da cátedra do apóstolo Pedro, sagrado papa, segundo o Evangelho, pelo próprio Cristo. O termo catolicismo foi usado por alguns autores (Aristóteles, Zenão, Políbio), antes da era cristã, com o sentido de universalidade. Aplicado à igreja, aparece pela primeira vez por volta do ano 105 da era cristã na carta de Inácio, bispo de Antioquia. Nos textos mais antigos, aplica-se à igreja geral considerada em relação às igrejas locais. Nos autores do século II da era cristã (Justino, Ireneu, Tertuliano, Cipriano), o termo assume duplo significado: o de

universalidade geográfica, pois na opinião desses autores a igreja já havia atingido os confins do mundo; e o de igreja verdadeira, ortodoxa, autêntica, em contraposição às seitas que começavam a surgir. a) Doutrinas da Igreja Católica Trindade - Os quatro primeiros concílios ecumênicos definiram as concepções trinitárias e cristológicas, sintetizadas no símbolo conhecido como Credo, adotado no ritual da missa. O dogma trinitário afirma a crença num só Deus, que se manifesta por meio de uma trindade de pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cristo - O dogma cristológico admite que Cristo é o Filho de Deus, encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O advento de Cristo deu-se por meio da Virgem Maria que, segundo o dogma mariológico, concebeu do Espírito Santo. A finalidade da encarnação de Cristo foi salvar a humanidade do pecado original, que enfraqueceu a natureza humana e acentuou sua tendência para o mal, de acordo com o dogma soteriológico. O Pecado Original - A doutrina do pecado original e da graça foi elaborada por santo Agostinho nas primeiras décadas do século V. O Agostinianismo, assim denominado consiste no seguinte: A supremacia de Deus é absoluta e a alma humana é frágil e absolutamente dependente de Deus. Foi Agostinho quem introduziu o chamado monergismo, ou seja: A crença de que a vontade do homem é inteiramente passiva e a de Deus totalmente determinada, tanto na história universal quanto na salvação individual. A partir do século XIII, Tomás de Aquino procurou estabelecer uma ponte entre o saber teológico e a filosofia aristotélica, afirmando que as verdades da fé superam a racionalidade humana mas não estão em contradição com ela. Assim sendo, a filosofia deve estar a serviço da teologia cristã. Tomás de Aquino tornou-se o mestre por excelência da doutrina católica, com a síntese por ele realizada na Suma teológica. No século XVI, o Concílio de Trento definiu dois pontos fundamentais. A Igreja - Em primeiro lugar, a afirmação da doutrina da igreja, considerada como uma sociedade hierárquica, dentro da qual se atribui ao clero o poder de magistério, de ministério do culto e de jurisdição sobre os fiéis. Em segundo lugar, o concílio definiu a doutrina dos sete sacramentos da igreja (batismo, crisma ou confirmação, confissão, eucaristia, extrema-unção, ordem e matrimônio), além de proclamar a presença real de Cristo na eucaristia, no mistério da transubstanciação. Dogmas - Ao longo dos séculos XVII e XVIII a teologia católica foi conturbada por polêmicas referentes ao papel da graça e da participação do homem em sua própria salvação, onde se confrontam

principalmente os jesuítas e os jansenistas, estes últimos partidários de maior valorização da presença do mistério divino na história humana. Jansenismo:

(Doutrina do teólogo holandês Cornelius Jansenius de seus seguidores. Fazia depender a salvação da graça e não das boas obras ou do livre arbítrio. Teve como centro Na França no convento de Port- Royal.)

Durante o século XIX, foram proclamadas como verdades de fé a Imaculada Conceição de Maria e a infalibilidade pontifícia. O primeiro dogma representou uma resposta da Igreja Católica às novas concepções materialistas e hedonistas resultantes da revolução burguesa, paralelas ao processo acelerado de industrialização; o segundo constituiu uma reação ante o avanço das idéias liberais, com afirmação progressiva dos direitos do homem. O último dogma da Igreja Católica foi proclamado por Pio XII em meados do século XX: a Assunção da Virgem Maria ao céu, com corpo e alma. É necessário ainda ter presente que, desde a Idade Média, com o surgimento do chamado catolicismo popular à margem da igreja oficial, criaram-se também novas versões teológicas mais adequadas à compreensão do povo, cuja influência muito se faz sentir na formação do catolicismo brasileiro. Autoritarismo Católico Romano: “ O cristianismo no Império Romano não pôde escapar à influência da cultura romana que cunhou sua natureza legal e política. A autoridade imperial, derivando seu poder agora da união política e eclesiástica, podia declarar todos os cidadãos do Estado cristãos e membros da igreja institucional. Como resultado disto, a verdadeira natureza da eclésia, como corpo de Cristo, se perdeu na igreja, e esta se tornou um corpo legal regido pela lei da igreja. A fé, como as leis do Estado, foi reduzida a um credo, formulado para ser lembrado pelos membros comuns da igreja. Aqueles que não aceitavam o credo, como os que não o abedeciam, eram julgados como hereges e punidos. Desta forma, Lutero foi perseguido. Como resultado desta política inquisitória, John Huss de Praga, Savonarola da Itália e William Tyndale da Inglaterra foram mortos. Esta era a Igreja Romana, que insistia que fora da sua comunhão não poderia haver salvação. Sem a aprovação do Papa ninguém podia entrar no Reino de Deus, porque só ele tinha as chaves do céu. Punições como as que citamos, impressionavam a massa analfabeta com o conceito de que rejeitar a doutrina autorizada da igreja era o pior pecado que um homem podia cometer, e significava também que tolerar tal heresia era igualmente errado. O dever do cristãoi era seguir o dogma e perseguir os hereges.” ( KUROSAKI,Kokichi.União através da Comunhão. Ed.p/John Walker.Rubiataba.GO.1978.pp.9-12) Site Igreja Católica: www.cnbb.org.br

2) Igreja Ortodoxa a) História As igrejas ortodoxas e a Igreja Católica tiveram história comum até a Paz de Constantino, no ano 313, e a divisão do império entre Oriente e Ocidente (395). As primeiras divergências políticas entre latinos e gregos, que desfizeram a comunhão entre as igrejas, manifestaram-se desde a transferência, em 330, da sede do império para Constantinopla. A decadência da velha capital sob o domínio dos bárbaros, a divisão do império e as pretensões do imperador de Bizâncio, que se considerava o herdeiro único do império - de toda a cristandade - acentuaram o antagonismo entre as igrejas, e iniciaram um processo de crescente afastamento, do século V ao século XI, em meio a fracassadas tentativas de reunificação. O conflito político e a diversidade de idioma, costumes e ritos litúrgicos sublinharam as divergências teológicas, que passaram a ser resolvidas, nos concílios ecumênicos, com a participação dos bispos do Oriente e do Ocidente. No ano 867, Fócio, patriarca de Constantinopla, suscitou grave ruptura, ao condenar o papa Nicolau I pelo acréscimo da expressão Filioque ("e do Filho") na versão ocidental do credo de Nicéia, para indicar que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e por sua determinação em tornar a sede episcopal de Roma cabeça de todas as igrejas cristãs. Deposto a pedido de Roma, o patriarca foi reintegrado depois no posto e, finalmente, confinado num mosteiro armênio. A ruptura decisiva, o cisma entre Oriente e Ocidente, deu-se no século XI, quando o patriarca Miguel Cerulário reproduziu as acusações de Fócio contra Roma, e desafiou o papa Leão IX, sendo por ordem deste excomungado (1054). As cruzadas, organizadas pela cristandade latina, e especialmente a tomada de Constantinopla pelos cruzados, em 1204, além do estabelecimento do império latino de Constantinopla, consumaram a separação entre as igrejas oriental e ocidental. Missionários da igreja oriental converteram os búlgaros no século IX, os sérvios e os russos nos séculos X e XII, e criaram novos patriarcados. Numerosas tentativas de união foram feitas. Entre os atos de reunificação, todos com resultados efêmeros, foram importantes o Concílio de Lyon (1274) e o de Ferrara-Florença (1438-1439). Com a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, por falta de ajuda militar substancial do Ocidente, a união também se tornou politicamente inviável. Nos últimos séculos, a Igreja Ortodoxa, cuja ação se concentrava na Ásia e na Europa oriental, expandiu-se para o Ocidente e incluiu o continente americano e a Austrália. No século XX, os ortodoxos participaram do movimento ecumênico para a restauração da unidade cristã, e para a orientação da ação evangélica e social comum. A partir da fundação do Conselho Mundial de Igrejas, em 1948, foram organizados estudos conjuntos e formas de cooperação para descobrir caminhos que possam expressar a unidade entre ortodoxos e anglicanos e entre ortodoxos e católicos.

O patriarca de Constantinopla (em Istambul), no fim do século XX guiava dois milhões de fiéis, dos quais um milhão na Turquia, Grécia, outros países europeus e Austrália, e um milhão nos Estados Unidos. Os patriarcas de Alexandria, Antioquia-Damasco, Moscou, Sérvia, Romênia e Bulgária são independentes. As igrejas da Grécia, Chipre, Sinai, Geórgia, Polônia e Albânia são autocéfalas, ou seja, independentes e sem patriarcas. Já as igrejas da Finlândia, República Tcheca, Hungria e Ucrânia são autônomas e seus arcebispos, eleitos, são confirmados pelo patriarca de Constantinopla. A igreja do Japão está ligada à dos Estados Unidos. 3) Doutrina. As igrejas ortodoxas definem-se como "igreja una,

santa, católica e apostólica". Suas doutrinas apóiam-se nos livros do Novo Testamento, nos decretos dos sete primeiros concílios ecumênicos e nas obras patrísticas. Como a Igreja Católica, aceitam a tradição e a Bíblia como fontes paralelas de doutrina, mas diferem dos católicos principalmente do ponto de vista litúrgico.

As principais divergências entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Concepção de Igreja - Para os ortodoxos, a totalidade da igreja realiza-se em cada comunidade cristã que celebra a eucaristia presidida por um bispo. Em sua comunidade, o bispo é a máxima autoridade de origem divina, e nenhuma outra existe acima dele. Sucessor dos apóstolos, deles procede sua autoridade. Não há, religiosa ou dogmaticamente, diferença entre bispo, arcebispo, metropolita e patriarca: todos são iguais na única e invariável sucessão apostólica. Apenas haverá primazia de bondade, sabedoria, idade e ordem hierárquica. A autonomia das igrejas não significa isolacionismo, dada a exigência de comunhão com o sínodo dos bispos, claramente expressa no fato de ser indispensável, na consagração dos novos bispos, a presença dos bispos regionais. Autoridade papal - Os ortodoxos, assim, não reconhecem o primado e a infalibilidade do papa, a que concedem uma primazia de honra e a quem só consideram primus inter pares ("o primeiro entre iguais"). Filioque - Diversamente da doutrina católica, o Espírito Santo procede do Pai, mas não do Filho (pois rejeitam o filioque). Negam a doutrina do purgatório e o dogma da Imaculada Conceição de Maria, mas aceitam a assunção da Virgem Maria, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos. Outra distinção significativa é que, na Igreja Ortodoxa, só os bispos devem manter-se celibatários.

2) Igrejas Protestantes e Históricas

Protestantismo é um termo empregado para designar um amplo espectro de igrejas cristãs que, embora tão diferentes entre si, compartilham princípios fundamentais como o da salvação pela graça de Deus mediante a fé, o reconhecimento da Bíblia como autoridade suprema e o sacerdócio comum de todos os fiéis. a) Luterana Embora apresentem ligeiras diferenças entre si, as igrejas luteranas mantêm-se na essência fiéis às diretrizes fixadas pelo agostiniano Martinho Lutero. As igrejas luteranas provêm do movimento de que resultou a igreja reformada pela atividade e doutrina de Lutero. Embora este pretendesse denominá-la Igreja Evangélica, ela foi logo chamada luterana, por analogia a outras confissões oriundas da Reforma e igualmente evangélicas - calvinismo, anabatismo, anglicanismo. Apesar disso, e da tendência contemporânea à unificação, não existe uma instituição eclesiástica luterana universalmente reconhecida. Por isso se fala mais apropriadamente em igrejas luteranas. Princípios fundamentais. A doutrina de Lutero articulou-se em torno de dois elementos fundamentais: a "justificação pela fé" e a autoridade única das Escrituras. A primeira foi produto da intuição teológico-religiosa que veio ao encontro das angústias de Lutero sobre sua salvação, ao refletir sobre uma passagem da epístola de São Paulo aos romanos: "O justo viverá da fé" (Rm 1:17). O Justo viverá pela fé --Nessa intuição teve origem o preceito fundamental do luteranismo sobre a justificação do homem pela fé - sola fide, somente a fé - e da ineficácia das obras humanas como instrumento da salvação. Resultados lógicos de tal preceito foram o desenvolvimento da doutrina sobre a corrupção da natureza humana devido ao pecado original e a convicção de que apenas a graça de Deus, manifesta nesse dom da fé, poderia conduzir o homem à salvação. Rejeitava-se, assim, o espírito renascentista que preparara a atmosfera ideológica da Reforma. A controvérsia entre Erasmo, que defendia a liberdade do homem (De libero arbitrio), e Lutero, que a negava (De servo arbitrio), é o exemplo mais significativo. Decadência da Igreja Católica na Idade Média - O segundo elemento fundamental da Reforma luterana foi determinado pela decadência da Igreja Católica no final da Idade Média, com o desprestígio do papado, a administração nepotista, o abuso de contribuições em troca de benefícios e cargos eclesiásticos, o relaxamento dos costumes e a má-formação do clero. A reação adversa que tudo isso suscitava no povo e nos príncipes alemães desaguou no protesto de Lutero. A venda de indulgências foi a centelha que incendiou a contenda entre o agostiniano alemão e o poder de Roma.

Sola Scriptura - Em consonância com sua intuição fundamental, que encontrara novas perspectivas a partir da meditação pessoal sobre um texto da Bíblia, e ante o espetáculo de uma hierarquia eclesiástica decadente, Lutero concebeu seu segundo princípio básico: sola Scriptura (apenas a Sagrada Escritura). Ou seja, a eficácia da graça de Deus - sola gratia - realiza-se por meio de sua palavra, acolhida na fé e interpretada com o auxílio do Espírito Santo, sem a mediação da igreja. Desenvolvimento doutrinário. Os dois princípios fundamentais do luteranismo continham uma grande carga subjetiva, já que se baseavam na experiência pessoal da fé e do Espírito Santo, mas também serviram de base para um profundo movimento social. Essa dupla condição exigiu que a nova confissão se concentrasse num corpo teológico, numa organização e em atuações práticas, cuja determinação ocorreu de acordo com as circunstâncias históricas dos primeiros momentos do processo. Disputas teológicas com a igreja de Roma - Lutero atacou principalmente a autoridade do papa e as práticas eclesiásticas que instrumentalizavam sua dominação religiosa. Admitiu, no entanto, as tradições dos primeiros concílios ecumênicos, com sua doutrina sobre a trindade e sobre Jesus Cristo. Na estrutura da igreja, admitiu o sacramento do batismo e a presença real de Cristo na eucaristia (entendida de forma diversa da explicação católica romana e de outras igrejas protestantes). Admitiu também a instituição do episcopado, embora com um sentido bastante diferente do católico, já que, de um lado, convidou os príncipes alemães a exercerem as funções episcopais e, de outro, defendeu o sacerdócio de todos os fiéis. Assim, havia uma distinção entre a "igreja visível", submetida ao estado, e a "igreja invisível" dos que estavam unidos pela fé. Evolução doutrinal e política – Essa não foi nem linear nem homogênea. Lutero defendeu, por exemplo, o direito de rebelião dos príncipes contra o imperador Carlos V, mas condenou a rebeldia dos camponeses contra esses mesmos príncipes. As diferentes concepções em torno da organização da igreja e das questões teológicas, assim como o peso de determinantes geográficos e históricos, fizeram com que, do tronco inicial do luteranismo, se formassem tambem outros ramos como o calvinismo, o anabatismo e o anglicanismo. Por outro lado, a própria concepção que tinha Lutero da instituição eclesiástica também deu margem à criação de diversas igrejas luteranas, geralmente de caráter nacional.

• Os princípios doutrinais do luteranismo desenvolvidos ao longo das controvérsias foram expostos em obras de Philipp Melanchthon, como a Augsburger Konfession (1530; Confissão de Augsburg), sobre textos de Lutero; a Apologia, desse mesmo ano; o Kleiner Katechismus (1529; Pequeno

catecismo) e o Grosser Katechismus (Grande catecismo), do mesmo ano; em obras do próprio Lutero, como os Schmalkaldensche Artikel (1537; Artigos de Esmalcalda); e a Formula concordiae (1577; Fórmula de concórdia), de Jakob Andreä e Martin Chemnitz.

• Além dessa fixação doutrinária, os fiéis luteranos ganharam

também, com o correr do tempo, um dos mais ricos acervos hinológicos da história das religiões. Fator indispensável à coesão das comunidades religiosas e à atração de seus ritos, o hino teve grande expansão nos estados alemães. O próprio Lutero foi eminente compositor de hinos, e em torno de um deles, Ein feste Burg (Castelo forte), Bach compôs sua cantata homônima, BWV 80. Na realidade, o gênio de Bach, sobretudo na música vocal, é indissociável da liturgia e dos princípios da igreja luterana de sua terra.

• A paz de Augsburg (1555) determinou que cada região do

Sacro Império Romano-Germânico conservasse sua religião, e com isso o luteranismo ficou estabelecido no centro e norte da Alemanha e nos países escandinavos. No século XVII, desenvolveu-se dentro do luteranismo alemão um movimento espiritual que foi chamado pietismo por sua difusão mediante os collegia pietatis do pastor Philipp Jakob Spener (1635-1705) que foi o patriarca do movimento.Escreveu “Pia Desideria” em 1675, que se traduz por “desejos piedosos ou santos.” Essa renovação religiosa, que reagia contra o dogmatismo e a retórica oficial, revalorizando o fervor e a moralidade, chegou a exercer grande influência sobre o pensamento alemão dos séculos XVIII e XIX. Foi decisiva, por exemplo, na formação ética de Immanuel Kant e suscitou um reavivamento bíblico e missionário.

• A partir do fim da primeira guerra mundial, as igrejas luteranas realizaram uma série de convenções. Em 1947, foi fundada a Federação Luterana Mundial, membro do Conselho Ecumênico das Igrejas. Aproximadamente a metade dos luteranos do mundo se concentra no oeste da Alemanha. Também muito ativas são as igrejas escandinavas, bem como as do Canadá e Estados Unidos, que dispõem de missões no mundo inteiro.

• No século XX, as diversas igrejas luteranas, em linhas gerais, só diferem na organização. Mantêm o episcopado - em certos casos, exercido muito moderadamente - , com caráter temporal e com determinados conselhos ou sínodos que lhe limitam a autoridade. Muitas igrejas luteranas não participam da Federação Luterana Mundial. Todas, porém, se pautam pelos pontos centrais da doutrina tradicional. Nesse sentido, entre as instituições denominadas protestantes, constituem certamente

um dos conjuntos de maior homogeneidade, tanto do ponto de vista doutrinário, como administrativo.

Luteranismo no Brasil - Os primórdios do luteranismo no Brasil remontam à imigração alemã, resultado da política imperial de colonização. Os primeiros grupos fixaram-se em Nova Friburgo RJ (1823) e São Leopoldo RS (1824), formando comunidades que hoje constituem a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com sede em Porto Alegre RS. Outras comunidades luteranas, resultantes de atividade missionária americana, constituem hoje a Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Site da Igreja Luterana: www.luteranos.com.br b) Calvinistas ou reformadas

As igrejas reformadas são aquelas denominações protestantes que são calvinistas em sua teologia e presbiterianas na organização. Seguem sua origem se deve ao ministério reformado de Ulrico Zwinglio e de João Calvino.

Esta ênfase da reforma espalhou-se ràpidamente pela Europa e deu formato à igreja da Escócia e muito influenciou a igreja de Inglaterra, especial com os Puritanos. Na América a maior igreja reformada é a Presbiteriana.

Este termo reformado é usado para distinguir o calvinista dos luteranos e dos anabatistas . No entanto, há muitas tensões na tradição e teologia das Igrejas reformadas, dependendo das diferenças na difusão da desta doutrina de Calvino. João Calvino realizou uma "segunda Reforma". Seus esforços tiveram o objetivo de reunificar as diversas correntes protestantes e conseguiu atrair os seguidores de Ulrico Zwinglio no Consensus tigurinus (1549); no entanto, na verdade ele consumou uma ruptura com o luteranismo, formando, ao lado deste e do anglicanismo, o terceiro grande grupo dentro do protestantismo. Na Europa, as igrejas calvinistas recebem geralmente o nome de reformadas,

a) Organização das igrejas locais.- Com a autoridade que lhe foi

outorgada, Calvino publicou as Ordenações eclesiásticas, que posteriormente serviram de base para a fundação de outras igrejas locais. As ordenações confiavam a atividade eclesiástica a quatro grupos:

• os pastores, que, eleitos pelo povo e encarregados de pregar a palavra de Deus, reuniam-se semanalmente em congregação e mensalmente em sínodo;

• os doutores, que se dedicavam ao ensino;

• os presbíteros, "anciãos" leigos que mantinham a disciplina;

• os diáconos, que cuidavam das tarefas assistenciais. O consistório -- que em Genebra tinha caráter de conselho municipal -- era formado por seis pastores e 12 anciãos. Tinha competência para punir deslizes disciplinares ou passar a acusação para os tribunais civis.

b) Presbiteriana Os postulados propostos no século XVI pela Reforma protestante de João Calvino deram lugar ao surgimento das igrejas presbiterianas, nos países de tradição anglo-saxônica, e das reformadas, na Europa continental. Governo e organização - Igrejas presbiterianas são as igrejas protestantes que não admitem hierarquia eclesiástica superior à dos presbíteros, em oposição à organização de tipo episcopal, seguida pela Igreja da Inglaterra, que conserva as três ordens do clero: bispo, presbítero e diácono. Governadas por um presbitério, conselho composto de leigos e pastores chamados presbíteros, as igrejas presbiterianas encontram fundamento teológico no princípio da igualdade de todos os membros da congregação -- a qual tem em Cristo seu único senhor e cujos serviços devem ser delegados a membros eleitos pela comunidade. Opõem-se, assim, à autoridade do papa e dos bispos, que a Igreja Católica e outras confissões protestantes consideram sucessores dos apóstolos e depositários da autoridade divina. A organização do sistema de direção eclesial consiste de assembléias locais, regionais e gerais, integradas por pastores (ministros docentes), anciões (regentes), diáconos e administradores. Para dirigir a congregação local constitui-se uma junta, presidida pelo pastor e integrada pelos anciões regentes, a qual decide sobre todos os assuntos da comunidade: admissão ou expulsão de seus membros, tarefas a realizar, medidas disciplinares, eleição de um novo pastor etc. O pastor dirige um grupo de diáconos que se ocupam das atividades materiais e do sustento dos pobres. A comunidade designa também administradores para tratar dos assuntos econômicos e legais. Os anciões e diáconos recebem sua ordenação, ou consagração, das mãos do pastor e aceitam de modo explícito a profissão de fé e as normas da igreja, recolhidas no Book of Common Order (Livro de disciplina). Essa ordenação tem caráter permanente, mas o exercício das funções se limita, em geral, a um período determinado. Os administradores não precisam ser ordenados e seu cargo tem caráter temporal. No âmbito regional, o órgão dirigente é constituído pelo presbitério, ao qual pertencem todos os ministros da região, estejam ou não no

exercício de suas funções de pastores, e os anciões designados pelas congregações locais. Ao presbitério cabe a ordenação dos pastores, sua adjudicação a cada congregação ou sua remoção, de acordo com propostas recebidas das próprias congregações. O presbitério tem autoridade sobre as juntas locais e serve de tribunal de apelação ante as decisões daquelas: desempenha, por conseguinte, as funções que outras confissões cristãs atribuem aos bispos. Os diversos presbitérios de uma região são coordenados por um sínodo anual. O órgão supremo das igrejas presbiterianas é a assembléia geral, na qual se congregam, também anualmente, os delegados, pastores e anciões eleitos por todos os presbitérios Ortodoxia - Os presbiterianos condenam o aparato litúrgico de católicos e anglicanos. Seu culto prima pela simplicidade: consiste de prédica, leituras bíblicas, canto de hinos e orações. O sermão ocupa a parte principal do serviço religioso. São administrados apenas os sacramentos do batismo e da eucaristia, e esta é considerada como profissão de fé comunitária e não como presença real de Cristo no pão e no vinho. Com relação a outros temas doutrinais, os teólogos presbiterianos tendem, em geral, a afastar-se da teoria calvinista da predestinação, pela qual a salvação ou a condenação dos homens já está determinada desde antes da criação do mundo. Principais igrejas presbiterianas. A Aliança Mundial de Igrejas Presbiterianas agrupa 120 confissões independentes, com a maior parte dos fiéis no Reino Unido e nos Estados Unidos. Sua atividade missionária permitiu-lhe estender-se também ao Extremo Oriente, sobretudo por meio de universidades e hospitais. A Igreja Presbiteriana Britânica foi fundada em 1876 pela fusão da Igreja Presbiteriana Unida com diversas outras congregações presbiterianas da Inglaterra e da Escócia, nascidas de dissidências do anglicanismo. Cabe assinalar, a esse respeito, a importância do reformador escocês do século XVI John Knox que, exilado na França e na Suíça durante o reinado de Maria Tudor, exerceu grande influência sobre o culto presbiteriano. A implantação dessa religião nas ilhas britânicas em geral e na Escócia em particular foi sem dúvida favorecida pela ação de Knox. A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos é resultado da fusão, em 1983, dos dois grandes grupos protestantes que se haviam formado no norte e no sul do país em conseqüência da guerra civil. Sua origem remonta aos colonos ingleses, irlandeses e escoceses do século XVII, que preferiram a organização presbiteriana à congregacionista. Divergências doutrinárias provocaram, no século XVIII, a cisão de escoceses e irlandeses, mas as duas tendências se reconciliaram em 1758. Novas divisões se produziram durante o século XIX, provocadas tanto por questões sociais como por diferenças teológicas, mas foram finalmente superadas. Site da Igreja Presbiteriana: www.ipb.org.br

c) Anglicana Organização e doutrina. O chefe da Igreja Anglicana é o monarca, embora com relação a esse ponto se devam assinalar certas nuances importantes. Elizabeth I, ao consumar a separação definitiva da igreja de Roma, já se declarava "a única governante suprema do reino, tanto nas causas temporais como nas espirituais", o que, em sentido estrito, não significa que o soberano fosse chefe da igreja, mas sim a autoridade máxima nos assuntos legais, submetidos às leis do Parlamento. O arcebispo de Canterbury é o "primaz de toda a Inglaterra"; seguem-se hierarquicamente os bispos, presbíteros e diáconos, e somente os bispos têm autoridade para conferir ordens sagradas, confirmar os fiéis e consagrar templos.

A doutrina da Igreja Anglicana está contida nos chamados "trinta e nove artigos", que tiveram sua primeira redação em 1571, na intenção de obter a uniformidade doutrinária. Hoje em dia, com algumas exceções, os "artigos" não são usados fora da própria Inglaterra. Além deles, reconhecem-se três credos: o de Nicéia, o de Constantinopla e o Apostólico; e, como normas comuns, o Catecismo, as Homilias e o Book of Common Prayer,( Livro comum de orações) o qual, entre outras coisas, fixa a liturgia dos atos de culto. Nesse último aspecto, o movimento de Oxford mudou consideravelmente a vida paroquial, a tal ponto que às vezes não é fácil distinguir as cerimônias e o aspecto dos templos anglicanos da liturgia e dos templos católicos.

Nos últimos tempos, os teólogos anglicanos exerceram grande influência na aproximação entre as igrejas da Inglaterra e de Roma, sobretudo a partir do concílio Vaticano II , no qual estiveram presentes ilustres representantes anglicanos. Apesar disso, continuam existindo diversos aspectos nos quais o acordo não parece fácil, especialmente os que se referem aos dogmas da conceição e da assunção da Virgem Maria e ao da infalibilidade do papa.

Atualmente, a comunhão anglicana é composta pela igreja da Inglaterra, a da Irlanda, a de Gales, a Episcopal Escocesa, as do Canadá, Austrália e Nova Zelândia, a da África do Sul e, finalmente, a Episcopal Protestante dos Estados Unidos, além das igrejas estabelecidas nas antigas colônias britânicas.

Site da Igreja Anglicana: www.ieab.org.br

C) A Igreja Congregacional ( Por M.Bernardino Filho )

As igrejas ou comunidades do tipo congregacionalistas eram originalmente chamadas independentes, na Inglaterra, no final do século XVI e início do século XVII. O nome congregacional veio depois. Pode-se entender o significado desse nome quando se observa o caráter dos grupos eclesiásticos que ali se definiram desde Eduardo VI e Isabel. De um lado havia a igreja nacional, Anglicana, que mantinha a mesma estrutura eclesiástica de Roma, apenas nacionalizada, tendo o Rei como seu chefe. De outro lado estava o

movimento puritano que cedo se manifestou e assumiu tendências diferentes. As primeiras manifestações históricas das comunidades congregacionalistas se verificaram em Londres entre 1567 e 1568. Richard Fytz é considerado como o mais antigo pastor de uma Igreja desse tipo. Em 1570 ele publicou um manifesto sobre “As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.” Robert Browne, clérigo anglicano, adotou tais idéias em 1580 e com Robert Harrison organizou em Norwich uma congregação independente cujo sistema era substancialmente congregacionalista. Browne foi o primeiro teórico do movimento e logo as comunidades independentes passaram a receber o nome de Brownistas. Os congregacionais são geralmente calvinistas em doutrina e mantém um sistema de governo eclesiástico baseado em dois princípios fundamentais: 1) Cada congregação de fiéis, unida pela adoração, observação dos sacramentos e disciplina cristã, é uma Igreja completa, não subordinada em sua administração a qualquer outra autoridade eclesiástica senão a de sua própria assembléia; 2) tais igrejas locais estão em comunhão umas com as outras e intercomprometidas no cumprimento de todos os deveres resultantes dessa comunhão.

O CONGREGACIONALISMO NO BRASIL

Robert Reid Kalley (1809-1888) médico escocês, natural de Mount Florida, nos arredores de Glasgow, nasceu no dia 8 de setembro de 1809. Pouco se sabe acerca de sua infância. Era filho de Robert Kalley, abastado negociante, e Jane Reid Kalley, que pertencia à Igreja Presbiteriana da Escócia. Em 1829 tirou o diploma de cirurgião e farmacêutico pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Glasgow, tendo feito os seus estudos práticos no Hospital Real dessa cidade. Era ateu mas graças ao testemunho de uma cliente foi conduzido a estudar cuidadosamente as Escrituras Sagradas. Esses estudos o conduziram à conversão.

À princípio Kalley pretendia evangelizar a China, mas, em conseqüência do grave estado de saúde de sua esposa, resolveu ir para a Ilha da Madeira, na costa portuguesa, onde chegou em 1838. No ano seguinte foi ordenado ao ministério pastoral, no dia 8 de julho. Em 1840 fundou um hospital. Em 1843 foi preso acusado de apostasia, heresia e blasfêmia, crime considerado inafiançável e permanecendo preso por 5 meses. Em agosto daquele mesmo ano teve início uma terrível perseguição. Kalley saiu de casa disfarçado de camponês. Sua esposa e parentes se refugiram no consulado britânico. Sua casa foi invadida e destruída por homens que tinham ido eliminá-lo. Sem outra alternativa, foi deitado em uma rede disfarçado de velhinha enferma e transportado para bordo de um navio inglês que partiria para as Índias Ocidentais.

Em dezembro de 1852 casou-se com D. Sarah Poulton Kalley. Sua primeira esposa, Mrs. Margareth Kalley falecera em 1851. Partiu para os Estados Unidos onde foi visitar aos madeirenses que ali se haviam refugiado por causa das perseguições. Passou com eles o inverno de 1853/54. Em 9 de abril de 1855 partiu com destino ao Brasil. Ele ficara impressionado com este país por conta da leitura de um livro publicado em 1845 pelo Rev. Daniel P. Kidder “Reminiscências de viagens e Permanências nas Províncias do Sul e Norte do Brasil” . Enquanto esteve em Ilinnois Kalley leu esta obra e ficou impressionado com a descrição da cidade do Rio de Janeiro e outros lugares. Em 10 de maio de 1855 aportava no Rio de Janeiro o vapor Great Western da mala real inglesa. Nele vinham, entre outros passageiros, o Dr. Kalley e sua esposa, D. Sarah, para iniciarem nessa terra um trabalho que duraria 21 anos e 57 dias. O Rio de janeiro de 1855 era uma cidade com cerca de 300 mil habitantes. Haviam cerca de 50 igrejas e capelas espalhadas pela cidade. A religião do império era a católica. Kalley, chegado ao Rio foi instalar-se em Petrópolis, numa mansão conhecida como GERNHEIM, que significa, “Lar muito amado”, antes habitada pelo embaixador dos EUA, Mr. Webb. Em 19 de agosto de 1855, um domingo à tarde, Kalley e sua esposa instalaram em sua residência a primeira classe de Escola Dominical, contando com cinco crianças, filhos dos Webbs e do sr Carpenter. Foi contada a história do profeta Jonas. Com o desenvolvimento do trabalho, Kalley escreveu para amigos e antigos companheiros de Ilinnois, convidando-os a virem auxiliá-lo no Brasil. O primeiro a chegar foi Wiliam Pitt, inglês que fora aluno de D. Sarah em Illinois (EUA). Pouco depois vierem Francisco da Gama e sua mulher, D. Francisca, Francisco de Souza Jardim e família. O primeiro crente batizado pelo Dr. Kalley foi o sr. José Pereira de Souza Louro, em 8 de novembro de 1857. Mas foi em 11 de julho de 1858 que ele organizou a primeira igreja evangélica de regime congregacionalista no Brasil: A Igreja Evangélica Fluminense. Foi organizada com 14 membros tendo sido batizado naquele dia o sr. Pedro Nolasco de Andrade, primeiro brasileiro batizado por Kalley.

DR. KALLEY E O CONGREGACIONALISMO

Sua origem era presbiteriana, tendo sido batizado na Igreja Presbiteriana da Escócia. Mas no Brasil ele não organizou uma igreja nos moldes presbiterianos. No entanto há o que se distinguir entre ser presbiteriano eclesiasticamente e ser calvinista em teologia. Kalley não se converteu ao congregacionalismo. Foi aos poucos que ele foi assumindo o jeito de ser congregacional. Lentamente desenvolveu um conceito de povo de Deus - Igreja - diferente do conceito calvinista. Quando veio para o Brasil depois de passar algum tempo nos Estados Unidos, sua convicção congregacionalista em matéria de organização e caráter da igreja local, já estava bem definida: não

batizava mais crianças, organizou igrejas autônomas - Igreja Evangélica Fluminense, 1858 e, Igreja Evangélica Pernambucana, 1873 - independentes entre si e estabeleceu presbíteros e diáconos.

Site: www.uiecb.com.br

D .Igrejas Pacifistas 1) Anabatista Uma das primeiras divisões da Reforma, quando esta ainda não se havia definido inteiramente, o anabatismo condenava o batismo infantil, que considerava blasfemo, preconizando em seu lugar o batismo dos adultos. O anabatismo, que em grego quer dizer "rebatismo", estava incluído no código de Justiniano (ano de 529) como uma das duas heresias a serem punidas com a morte. Mil anos depois, no início do século XVI, surgiu no cantão de Zurique (Suíça) uma doutrina que rejeitava o batismo infantil e afirmava que "a vida cristã não é brinquedo de criança". Só reconhecia como verdadeiro sacramento o que fosse acompanhado de confissão de fé e consciente declaração do propósito de levar uma vida cristã. A denominação "anabatistas" foi dada pejorativamente por seus opositores. Eles não se consideravam rebatizadores, pois repudiavam seu próprio batismo na infância como uma formalidade blasfema. Preferiam ser chamados apenas Brüder (irmãos). Os anabatistas pregavam também a separação da igreja do estado, condenavam o uso da força e das armas e recusavam-se a prestar juramentos civis. Julgavam que Lutero e Zwingli acomodavam as conquistas da Reforma a conveniências políticas e culturais. Estavam decididos a restaurar as instituições e o espírito da igreja primitiva, pois previam o fim dos tempos e exigiam uma nova sociedade. O movimento expandiu-se com rapidez na Suíça, passando aos Países Baixos, Frísia, Prússia, Polônia e Lituânia. Em contradição com um dos pontos principais da doutrina, uma minoria radical chegou a pegar em armas na defesa de sua concepção teológica e ética. A perseguição à seita iniciou-se em 1525, quando se proibiram as reuniões dos anabatistas suíços. Em 1529, um edito oficial anunciava que "todo anabatista ou pessoa rebatizada seria morta a espada ou na fogueira". Desencadeou-se uma feroz repressão aos núcleos anabatistas, que redundou na tortura e execução de milhares de pessoas. Nos Países Baixos formou-se um grupo pacifista liderado por Memno Simons. O termo menonita passou então a designar a principal corrente dos antigos anabatistas. Os menonitas espalharam-se por vários países, como Estados Unidos, Canadá e muitas nações latino-americanas. No Brasil os menonitas chegaram em 1930, estabelecendo-se em colônia agrícola no Rio Grande do Sul e

transferindo-se depois para as cercanias de Curitiba, onde em 1964 foi fundada a Associação Evangélica Menonita. Site da Igreja Menonita: www.cobim.com.br 2) Igreja Batista Como outros grupos protestantes, os batistas acreditam que somente os fiéis adultos devem ser batizados e por imersão. A Igreja Batista originou-se dentro do movimento puritano, surgido no século XVII, na Inglaterra, como uma corrente do congregacionalismo, que defendia a plena autonomia das igrejas locais, conforme o modelo das primeiras comunidades cristãs, descritas no Novo Testamento. Embora não constitua uma igreja única, possui uma forma congregacional de governo eclesiástico, e sua expansão internacional, a partir do século XIX, levou à formação em Londres, em 1905, da Aliança Mundial Batista (BWA), que coordena as igrejas afiliadas, promove congressos e mantém um secretariado em Washington, nos Estados Unidos. De início os batistas se dividiram em duas correntes principais: a dos particulares, calvinistas extremados que acreditavam ter Cristo morrido só para os eleitos; e a dos batistas gerais, calvinistas moderados, que acreditavam numa expiação em favor de todos os homens. Aderiram à crença de que a salvação se oferece a todos -- e por isso Cristo morreu -- e que os homens são dotados de liberdade e não predestinados, como prega a corrente dos particulares. Após um período de decadência, os batistas receberam no final do século XVIII um novo impulso e desenvolveram uma grande obra missionária. Em 1891 os grupos se fundiram na grande União Batista, que alcançou notável influência na vida religiosa e política britânica, até a primeira guerra mundial. Os batistas se estabeleceram nos Estados Unidos, em meados do século XVIII, em Providence e Filadélfia. Influenciados pelo movimento religioso que pregava a primazia da vivência religiosa sobre a razão, multiplicaram-se e atingiram principalmente os estados sulistas. A atitude diante da escravatura dividiu os batistas em duas igrejas. A Igreja Batista negra, no sul, adquiriu maior desenvolvimento e importância que a do norte e formou suas próprias comunidades e federações. Na década de 1960 a Igreja Batista negra e seus ministros, sob a liderança de Martin Luther King, desempenharam um significativo papel no movimento pelos direitos civis. No século XX os batistas fragmentaram-se num grande número de igrejas independentes, constituídas em seitas fundamentalistas. Estas deram alguns líderes importantes aos movimentos teológicos, porém, de modo geral, os batistas se destacaram mais por suas experiências religiosas e de expressão do que por suas próprias concepções teológicas. A maioria dos núcleos batistas se concentra nos Estados Unidos. Doutrina e culto. Os batistas reconhecem as Sagradas Escrituras como livros inspirados e autoridade suprema. As igrejas locais são totalmente autônomas, mas podem unir-se em congregações. Seus

ministros atuam por delegação da comunidade e os sacramentos têm somente valor simbólico. Os fiéis gozam de liberdade de consciência, sem nenhuma imposição doutrinal. O culto religioso é centrado na exposição das Sagradas Escrituras, através do sermão. As palavras do pastor são seguidas de meditação e apresentação da experiência religiosa de cada um, acompanhada de cantos entoados durante o ato comunitário. Sites dos Batistas: Convenção Batista Brasileira: www.batistas.org.br Convenção Batista Nacional: www.cbn2.org.br E ) Igrejas Pentecostais Com cultos muito concorridos e entusiásticos, em que a par da leitura de textos bíblicos usam-se linguagem e música populares, o pentecostalismo tornou-se na segunda metade do século XX o movimento religioso de maior expansão no mundo ocidental. Pentecostalismo é o movimento de renovação carismática evangélica baseado na crença de que a experiência do batismo no Espírito Santo deve ser normativa para todos os cristãos. São muitas as denominações pentecostais, mas todas têm em comum o batismo no Espírito Santo, a crença nos dons e a oração não-convencional. O nome pentecostalismo provém da festa judaica de Pentecostes, pois foi por ocasião dessa festa, após a morte de Jesus, que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos em assembléia, conforme está descrito nos Atos dos Apóstolos (At 2:1-4).

Os pentecostais acreditam que as pessoas batizadas pelo Espírito Santo poderão ser agraciadas não só com o carisma de falar outras línguas ("glossolalia"), mas também com pelo menos um dos demais dons sobrenaturais: a profecia, a cura, a interpretação de línguas, as visões etc. Ao contrário da profecia, a glossolalia não tem por fim edificar nem instruir, mas apenas confirmar a presença do Espírito divino. Histórico. O movimento de reforma carismática que fundou o pentecostalismo originou-se em Topeka, Kansas, nos Estados Unidos, em 1901, quando vários fiéis, sob a liderança do pastor Charles Fox Parham, passaram a falar em outras línguas. Já no século XIX haviam ocorrido fenômenos semelhantes nos Estados Unidos e na Inglaterra, mas os pentecostais foram os primeiros a dar primazia à doutrina prática. O avivamento da rua Azuza em 1906 também foi fator de expansão pentecostal, nascendo ali igrejas, como a Assembléia de Deus.

O pentecostalismo cresceu principalmente dentro do movimento mundial de santidade (Holiness), que se desenvolveu a partir do metodismo americano do século XIX. Dos Estados Unidos e Inglaterra, o movimento espalhou-se pelo mundo, levado por missionários metodistas e pregadores itinerantes. Sua pregação enfatizou a experiência consciente do batismo no Espírito Santo e a esperança de uma restauração da igreja no Novo Testamento. Do pentecostalismo dito clássico, originado do movimento americano,

surgiu nas últimas décadas do século XX o chamado pentecostalismo autônomo, dissidente do primeiro, formado em torno de novas lideranças e baseado na tríade cura, exorcismo e prosperidade.

Os principais pioneiros do pentecostalismo foram o pastor metodista norueguês Thomas Ball Barratt, que fundou movimentos na Noruega, Suécia e Inglaterra; o líder do movimento da Santidade, Jonathan Paul, na Alemanha; Lewi Pethrus, na Suécia; e Ivan Voronaev, na Rússia, que em 1920 começou um ministério em Odessa que se espalhou pelas nações eslavas e fundou mais de 350 congregações na Rússia. Principais igrejas representantes do Movimento Pentecostal no Brasil: • Assembleia de Deus – 1910 www.igrejaassembleiadedeus.org e www.assembleia.org.br • Congregação Cristã no Brasil ( 1910) • Igreja do Evangelho Quadrangular ( 1951) • O Brasil Para Cristo ( 1956) • Igreja do Nazareno ( 1958) • Igrej Pentecostal de Nova Vida ( 1960) • Deus é Amor ( 1962) F) Igrejas Neo-Pentecostais Pentecostalismo: Movimento evangélico surgido nos Estados Unidos no início do século XX que enfatizava o batismo com o Espírito Santo como uma bênção subseqüente à conversão e a contemporaneidade dos dons espirituais. Neo-pentecostalismo: Movimento surgido em meados do século XX que enfatiza o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, dinamizando o método litúrgico e incluindo em sua teologia, doutrinas rejeitadas pela fé apostólica e ortodoxia. O neopentecostalismo é uma vertente do Evangelicalismo que congrega denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais. Surgiram sessenta anos após o movimento pentecostal do início do século XX, ambos nos Estados Unidos da América.

Em alguns lugares são chamados de carismáticos, tendo como exceção o Brasil, onde essa nomenclatura é reservada exclusivamente para um grupo dentro da igreja Católica que se assemelha aos neopentecostais, chamada Renovação Carismática Católica.

No Brasil as principais igrejas que representam os neopentecostais são:

Igreja Universal ( 1977) , Igreja Internacional da Graça de Deus ( 1980), Igreja Apostólica Renascer em Cristo ( 1986), Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra ( 1994) , Igrejas Apostólicas e outras tantas igrejas independentes.

Os neopentecostais formaram um grupo coexistente com os pentecostais, mas com uma identidade distinta. Possuem uma forma muito sobrenaturalista de encarar sua vida religiosa, com ênfase na busca de revelações diretas da parte de Deus, de curas milagrosas para doenças e uma intensa batalha espiritual entre forças espirituais do bem e do mal, que afirmam ter consequências diretas em sua vida cotidiana. São mais flexíveis em questões de costumes em relação aos Pentecostais tradicionais,pois dão bastante ênfase aos dons espirituais como dons de profecia, visão, revelação e "linguas estranhas".

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Neopentecostalismo"

1. Pontos discutíveis da Eclesiologia neopentecostal

UMA CRÍTICA

O pensamento neopentecostal no tocante à eclesiologia (NOTA 4) possui vários pontos questionáveis, porém, nossa abordagem não será exaustiva, explorando apenas três temas relativos: O culto, a evangelização e o ofício ministerial.

1.a. O Culto neopentecostal

Temos entendido que o propósito exclusivo de um culto é a adoração a Deus e a edificação da alma adoradora. Contudo, não se pode dizer que a igreja neopentecostal tem seguido este propósito, isto porque a ênfase destes cultos, geralmente, não é a glória de Deus. Na "igreja neopentecostal" o conceito de culto é ambíguo, pois, ao invés de cultuar, faz-se "campanhas" de cura, revelação, prosperidade, etc. E desta forma, se Deus comparecer nestes "cultos", terá que ser para servir à agenda semanal destas igrejas e não para ser adorado. A liturgia deles é cheia de "glória a Deus", mas é tão desvirtuada de um padrão bíblico que a ênfase recai sobre fenômenos (pouco comprovados) como curas, milagres e testemunhos muito enfadonhos que resultam mais em projeção pessoal do que em exaltação ao Senhor.

E as pregações, quando não são pura aberração, são cheias de “confissões positivas” do tipo: "Você vai prosperar, use sua fé e prospere, hoje Jesus vai te curar, Deus vai mudar sua vida..." Não existe, portanto, na maioria destas igrejas, uma exposição das Escrituras sequer razoável, capaz de tirar o leigo da ignorância teológica total. Por este fato, quase sempre a palavra do líder passa a ter um valor relativo ao da Palavra de Deus e, o que ele determina, passa a ser seguido como regra de fé e prática.

E esta valorização da "tradição oral" não difere muito da atitude de uma igreja que se chama primitiva, cujo chefe supremo é

considerado infalível no que fala e somente agora, por pressão evangélica, é tolerante com a leitura bíblica. Outro problema é o que o culto neopentecostal, que não tem espaço para a adoração, se corrompe mais ainda com a demasiada cobrança de oferta dos fiéis (quase sempre prometendo a estes soluções da parte de Deus) o que tem dado a estes "cultos" um caráter mercantilista e explorador. Não somos contrários a se pedir ofertas, diga- se de passagem, mas não concordamos com a falta de bom senso e critério bíblico na administração destas coisas no culto a Deus. A Evangelização neopentecostal

A evangelização do movimento neopentecostal apresenta uma problema seriíssimo que é o proselitismo (NOTA 5), uma característica inconfundível de uma seita. Muitos deles são do tipo que "pescam no aquário dos outros" por alimentarem a crença de que são os detentores da verdade, enquanto os demais estão enganados. A igreja verdadeira não faz prosélitos, faz “convertidos que são discípulos”. A busca do crescimento numérico por meio do proselitismo é no mínimo insensata, pois podemos até persuadir alguém a ser um religioso, mas só Deus pode transforma-lo em nova criatura. Às vezes penso que as campanhas evangelísticas de nossos dias têm mais aparência proselitista do que evangelística. Afinal, a maioria delas é realizada para crentes. Outro problema relacionado a evangelização do movimento neopentecostal é a exagerada dependência da mídia. O uso da mídia é, sem dúvida, muito importante para a igreja, mas a dependência da mesma significa a insubordinação ao Espírito. Antigamente a igreja crescia sob a influência do Espírito e trabalho de evangelização pessoal, hoje a estratégia de algumas igrejas tem sido a de colocar um anúncio apelativo no rádio ou televisão, convidando as pessoas e prometendo-lhes a solução de seus problemas. E perguntamos, qual igreja que promete cura, paz, prosperidade e solução de conflitos familiares, que não vai crescer? Contudo, praticando isto a igreja deixa de ser igreja do IDE e passa a ser igreja do VINDE, a evangelização passa a ser estratégia de marketing e os que se "convertem" para a igreja, passam a ser clientes e não ovelhas. Ademais, o evangelismo neopentecostal carece de um conteúdo teológico que é essencial para a elucidação de verdades elementares da fé cristã. Suas estratégias são pregar promessas de uma realidade virtual e não pregar um evangelho genuíno, o evangelho de Jesus. O Ofício Ministerial Neopentecostal Enquanto nas igrejas históricas os candidatos ao ministério pastoral passam por uma preparação e zelosa avaliação quanto ao caráter e chamado, no movimento neopentecostal, qualquer um pode ser "pastor". Os critérios baseiam-se em saber pregar, falar línguas estranhas, ter sido revelado, etc e, por esta razão, muitos líderes neopentecostais são tão desvirtuados das caracteres de um verdadeiro homem chamado ao ministério. Poucos são aqueles que tem alguma preparação teológica. Segundo Paulo, as características de um homem apto para o ministério devem estar relacionadas ao seu caráter irrepreensível, com sua capacidade de ensinar, com sua boa administração do lar, com sua competência nos relacionamentos, com sua boa conduta para com o mundo, etc (1 Tm 3). Além do mais cada pastor neopentecostal é livre pensador, ou seja, pode pregar o

que acredita, sem a supervisão de ninguém, o que favorece ao surgimento de tendências heréticas e inovações doutrinárias no meio deles. E quando são questionados por alguma autoridade, se revoltam e abrem suas próprias igrejas dirigindo-as como bem lhes apetece. Tendo falado sobre a questão eclesiológica da igreja neopentecostal, apresentaremos agora alguns pontos teológicos questionáveis que eles sustentam. Pontos discutíveis da Teologia neopentecostal 1) A exclusividade das Escrituras Os neopentecostais afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus e, com isto, nós concordamos. Mas para eles, a palavra dos "profetas", dos visionários, também é a Palavra de Deus. E, por isto, baseiam suas vidas e suas doutrinas também em visões, "novas revelações" e em experiências místicas. A Bíblia é a revelação perfeita e final de Deus para o homem; visões e profecias, foram acessórios usados neste processo de formação da Sagrada Escritura. Hoje, porém, temos a fé de que a Palavra de Deus é viva, eficaz e suficiente (Heb 4.12) sendo esta a nossa única regra de fé e prática. E uma vez que o cânon do Novo Testamento foi concluído, devemos nos apoiar apenas na Palavra e em nada mais. Não ignoramos a iluminação do Espírito propiciada para que entendamos mais profundamente a Palavra, mas negamos que sejam necessárias "novas revelações". Em Jo 16.13 o Senhor Jesus diz que o Espírito nos guiaria em toda a verdade e não que nos revelaria "novas verdades". 2) A Trindade A maioria deles defende a doutrina da Trindade, como nós também, porém a pessoa mais enfatizada no culto neopentecostal é o Espírito Santo. Praticamente tudo no culto é atribuído ao Espírito: cura, expulsão de demônios, decisões, etc. E o papel das outras pessoas da Trindade é ignorado. Parece que eles consideram o Espírito superior aos demais membros da divindade, ou pelo menos, mais importante. No entanto, a Bíblia diz que o Filho glorifica o Pai e, o Espírito, glorifica o Filho, que por sua vez, derrama o Espírito que faz o homem orar ao Pai em nome de Jesus (Jo 13. 32; 14.13; 16.14). A verdade é que, embora a divindade seja composta de três pessoas distintas, elas formam uma unidade essencial perfeita. De forma que é impossível um existir e agir sem a participação de todo o conselho divino. 4) A Superficialidade da Vida Espiritual

Devido à ênfase na liturgia envolvente, curas e exorcismos, os neopentecostais são na sua maioria superficiais na fé e no conhecimento das Escrituras. Este superficialismo os faz presa fácil de perniciosas heresias e de lobos vestidos de cordeiro. Por isto também que as comunidades neopentecostais são tão suscetíveis ao empirismo, misticismo, materialismo e muitas outras tendências tão nocivas à fé cristã. E o resultado desta superficialidade é a imaturidade manifesta numa vida carnal não experimentada no fruto do Espírito Santo. Não estamos dizendo que todos os neopentecostais são leigos, porque não são. Contudo, a hermenêutica deles é profundamente comprometida com "novas revelações" o que os faz suscetíveis à tendenciosidade. 4) Quanto à Salvação O pensamento deles sobre salvação não se limita a considerá-la apenas obra do Espírito, fruto da graça, mas tem a tendência de enfatizar muito a participação humana.

5) A prática Mística neopentecostal Misticismo é o conjunto de normas e práticas que tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema é que quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem coisas espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes. Estas coisas se estabelecem como pontos de contato e não passam de artifícios que roubam o lugar da fé e da eficácia da obra de Cristo. Este tipo de prática é rejeitado tantos pelos Pentecostais como pelas Igrejas Históricas, visto ser uma doutrina pagã que visa estabelecer por meio de objetos, um ponto de contato entre Deus e o homem. O ponto de contato dos verdadeiros cristãos é a fé em Jesus, pois Ele é o único mediador entre Deus e o homem. As magias pagãs estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção". Estes ensinos anulam a obra de Cristo criando um novo meio de justificação ou arranjando um amuleto de fé para as pessoas se apoiarem. O

problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos assim como fez Gideão (Jz 8.27). A questão não é se Jesus ou apóstolos usou nalgumas vez algum objeto em suas ministrações, mas no que isto pode implicar. Basicamente, a cosmologia brasileira é sincretizada pelo cristianismo europeu, pelo animismo dos índios e pelo fetichismo dos africanos. O animismo prega que existe uma alma ou poder, a permear cada objeto. E o fetichismo manifesta-se na cultuação, veneração ou uso religioso de um objeto que representa uma pessoa, coisa, divindade ou ritual. Estas práticas pagãs não possuem uma relação muito intima com os pontos de contato? Entretanto, a igreja não tem que imitar ao mundo; e o animismo é a base para a idolatria. 6) A prática Legalista e liberal do neopentecostalismo Ou eles são legalistas ou liberais, e poucos deles são equilibrados. Os legalistas enfatizam, sobretudo, a observância dos usos e costumes como um processo de santificação e preparação para a salvação. Outros já não se importam com mudança de vida, preocupam-se apenas com prosperidade, saúde e felicidade neste mundo. Estes últimos vivem uma espécie de "evangelho hedonista " que enfatiza apenas o prazer como o fim último da vida. Os primeiros, os legalistas, desenvolvem o “evangelho ascético que opta pela “mortificação da carne, isolamento social e confinamento espiritual como um tipo de disciplina pessoal”. Só um entendimento correto da doutrina da graça de Deus, poderia conduzir estas pessoas a uma coerência bíblica e, conseqüentemente, a uma prática religiosa sadia.

IDENTIDADE NAZARENA UNIDADE III – DISTINÇÕES TEOLÓGICAS E

ORGANIZACIONAIS

ÍNDICE DOS ASSUNTOS DESTA UNIDADE 1 – Pano de fundo histórico das correntes teológicas: agostinianismo – Pelagianismo – semipelagianismo – Calvinismo – Arminianismo – Socianismo. 2- Fundamentalismo 3 – Secularismo 4 – Caracteristicas do cristianismo atual 5- Sínstese teológica e Ministerial da posição Nazarena 6 – Visão Ministerial da Igreja do Nazareno

UNIDADE III – DISTINÇÕES TEOLÓGICAS E ORGANIZACIONAIS DA IGREJA DO NAZARENO - Tensões Históricas presentes na posição teológica da Igreja do Nazareno 1) Pano de fundo histórico das correntes teológicas e suas tensões:

a) Sec. V – Agostinianismo, Pelagianismo e semipelagianismo Agotinianismo -- Agostinho era filho de uma cristã chamada Monica

que casou-se com um pagão, funcionário público de Roma. Embora criado como um cristão, desviou-se da fé na adolescência. Mais tarde na faculdade foi influenciado por uma seita chamada maniqueísmo(seguidores de Mani, eles acreditavam em duas forças eternas e igualmente poderosas, do bem e do mal que lutam perpetuamente. Acreditavam que a matéria foi criada pelo princípio do mal e que o espírito criado pelo Deus do céu.) desiludido com a seita passou a viver como um pagão. Quando foi morar em Milão se admirava muito com a retórica de Ambrósio, um bispo cristão da Itália do Norte e foi influenciado por ele. Com 30 anos já tinha uma cosmovisão cristã e no mesmo ano , enquanto lia Romanos 13:13-14 junto com um amigo, foi tocado e converteu-se ao cristianismo de sua mão. Foi batizado por Ambrósio. Daí até chegar a bispo foi um passo. Com 42 anos tornou-se bispo de uma Sé muito importante na África e permaneceu no cargo até a sua morte aos 72 anos. Foi um dos grandes pensadores da sua época e ganhou a reputação de um dos líderes mais Sábios do cristianismo. Ele foi Pai da Igreja, teólogo e bispo. Sua teologia ganhou a designação de: Agostinismo ou Agostianismo e consistia no seguinte: “ A supremacia de Deus é absoluta e a alma do homem é frágil e absolutamente dependente de Deus. Foi ele que introduziu ao pensamento cristão o chamado nonergismo o seja: a crença de que a vontade do homem é inteiramente passiva e a de Deus totalmente determinada tanto na história universal quanto na salvação individual” Roger Olson

Pelagianismo - Pelágio (360-422). nasceu na Inglaterra. Foi considerado um herege e sua vida cheia de mistérios. Chegou em Roma em 405 e começou a questionar a vida imoral dos cristão, enquanto questionava isto, tomou conhecimento do que Agostinho pregava então pensou ele: “se os cristãos não acreditavamm que podem ser abstinentes a não ser que Deus lhes dê esta graça, então isto é justificável”. Foi condenado por heresia pelo bispo de Roma em 417 e pelo Concilio de Éfeso em 431. Foi considerado como um “herege relutante”. Agostinho o acusou de: 1)Negar o pecado original; 2)negar que a graça de Deus é essencial para a salvação; 3) Pregava a impecabilidade operada pelo livre arbítrio. Na realidade o que ele pregava:

a.Negava o pecado original, no que concerne à culpabilidade – não acreditava que as crianças são culpadas diante de Deus pelo pecado de Adão. Acreditava que todos nascemos em um mundo corrompido pelo pecado e que tendemos a pecar por causa dos maus exemplos de nossos pais e amigos. Ele nega a inevitabilidade de pecado. Não existe uma tendência para o pecado.

b. Quanto à graça – Não precisamos da influência da graça, mas somos salvos pela lei da consciência que Ele nos dá, aliada aos seus ensinos da Palavra de Deus.

c. Uma pessoa pode ficar isento do pecado se assim o desejar. Ele mesmo disse: Aquele que é convertido pode permanecer isento do pecado por seus próprios esforços.

Semipelagianismo – Seu teólogo principal foi o francês Monge de

Marselha. Chamado João Cassiano, nasceu por volta de 360 e ingressou muito jovem no mosteiro de Belém na Palestina, depois de viajar muito e conhecer quase todo o mundo romano, fundou seu próprio mosteiro em Marselha em 410. A sua responsabilidade teológica era refutar o monergismo de Agostinho e sinergismo de Pelagio. Síntese da sua teologia é: O Ser humano é salvo exclusivamente por Deus mediante a graça, mas que a salvação partia somente da iniciativa da boa vontade no coração do homem para com Deus. É mais ou menos assim: “Deus ajuda quem cedo madruga” ou “ dê o primeiro passo em direção a Deus que ele o ajuda” O semipelagianismo procura estabelecer um sincretismo entre as doutrinas de Agostinho e de Pelágio. Tem sido a doutrina oficial da Igreja Católica .Foi este sistema teológico que os reformadores enfrentaram. E deste sistema, Jacobus Arminius derivou a sua teologia. Erro semipelagiano: É o homem que toma a iniciativa.

b) Sec. XVI e XVII Calvinismo, Arminianismo e Socianismo

Calvinismo Biografia: “João Calvino nasceu perto de Noyon, na França em 10 de Julho de 1509. Seu pai recebia bolsa de estudo da Igreja Romana para investiu na formação religiosa dele desde Os seis anos de idade. Estudou na Universidade de Paris onde começou a ser influenciado pelo humanista Guillam Cop. Mas lá também conheceu os ideais da reforma e se converteu. Tão logo se convertera à Reforma, abriu mão do subsidio dado pela Igreja para sua formação. Devido à sua formação sua teologia foi muito influenciada por Santo Agostinho e surgiu do esforço de maximizar a soberania de Deus. Trabalhou, tanto quanto Lutero pelos interesses da reforma.

A doutrina do Calvinismo é baseada nas seguinte premissa:

• A Soberania de Deus - Deus faz o que Lhe apraz

Cinco Pontos Calvinistas – Formulados no Sínodo de Dort:

• Depravação total – inabilidade do homem • Eleição incondicional ou predestinação particular • A graça irresistível ou chamado eficaz – não podem

escapar da salvação • Expiação limitada – só parra os predestinados • Segurança eterna - E jamais se perderão

Calvinismo – supralapsariano – a predestinação foi antes da criação. Infralapsariano – a predestinação veio depois da queda.

Arminianisno - Biografia - Tiago Arminio nasceu em Oudewater na Holanda em 1560, por ser muito pobre sua mãe deixou-o nas mãos de um sacerdote católico que o adotou e o enviou a um internato em Utrecht. Depois que seu pai adotivo morreu um professor da escola cuidou dele e o enviou à Universidade Luterana. Os espanhóis invadiram e tomaram a cidade de Oudewater. Os irmãos e Pais de Armínio foram mortos por não quererem regressar ao Catolicismo. Ele ficou muito revoltado contra a Igreja e a política. Enquanto sofria a perda de sua família encontrou-se com o Reverendo Pedro Bertius pastor da Igreja Reformada em Rotterdam. Morou algum tempo com a sua família até que, com a ajuda deles ingressou na Universidade de Leiden . Lá distinguiu-se por sua aplicação como estudante. Vendo o seu potencial a Igreja Reformada de Amsterdã resolveram investir em sua formação teológica, com a condição de que ele ingressasse nas fileiras da Igreja, tão logo terminasse os estudos. Realmente em pouco tempo depois de formado, Armínio tornou-se o pastor da Igreja de Amsterdan. Ao mesmo tempo em que era um pregador de primeira estirpe e um exegeta bíblico, era um homem muito humilde e consagrado. Na Universidade familiarizou-se com os ensinos de Besa e Calvino e tornou-se Calvinista. Era tão reconhecido que foi convidado para refutar as idéias de Koornheert que levantou-se contra a teoria dos decretos divinos, as quais eram pregadas por Calvino. Para fazê-lo Armínio teve que voltar-se para a Palavra e estudou o livro de Romanos. Enquanto pesquisava, foi convencendo-se de que Calvino no afã de extirpar de vez a soberania da Igreja, com respeito à salvação, maximizou a soberania de Deus ao ponto não relevar a responsabilidade moral do homem no uso do seu livre arbítrio. A referida reputação nunca existiu, visto que à medida que estudava, concluía que apesar de ser soberano Deus deu ao homem o livre arbítrio e tem plena responsabilidade em relação a ele. Sendo assim tornou-se opositor de seu próprio mestre

A Doutrina Arminiana é expressa da seguinte maneira:

• Eleição condicional - Deus só predestinou após a queda, levando em

consideração, por sua presciência, a atitude do homem em face da tentação. – Infralapsarianismo.Logo, a predestinação era consequência do ato humano e, de modo algum, o resultado de um decreto preestabelecido por Deus.

• Expiação Universal – A possibilidade de salvação existe para todos e não depende de determinação divina. A vontade humana é o que conta. A graça pode ser aceita ou resistida.

• Graça preveniente – Cremos que a criação do homem à imagem e

semelhança de Deus, inclui a capacidade de escolher entre o bem e o mal. A graça preveniente atua preparando o homem para responder positivamente ao Espírito Santo.

• Perseverança condicional – A perseverança não depende exclusivamente de Deus e sim do crente. O eleito pode cair da graça e ser condenado.

Socinianismo – Sistema de doutrina desenvolvido por Lélio Sozini (socinus) de Siena e Fausto Sozinni( 1537-1604), seu sobrinho e fez parte da reforma radical, são anti-trinitarianos e afirmam que Cristo era um homem que obteve a sua divindade por seu modo superior de viver. Negavam o pecado original e a deidade de Cristo e negavam a predestinação. Estes reformadores italianos que deram origem ao socianismo, ensinavam uma forma de unitarismo estritamente ligado com o arianismo primitivo. Cristo foi considerado um homem comum, embora de nascimento milagroso, a quem Deus de revelações extraordinárias e levou aos céus depois da morte. Foi, portanto, um simples homem divinizado. O Erro, aqui, consiste na negação da divindade de Cristo, e portanto, destroi o fundamento da expiação. Depois de ouvir alguns sermões de Armínio sobre o considerado erro do sinergismo, Francisco Gomaro, um catedrático de teologia, levantou uma campanha difamando Armínio. Foram duas as acusações: Ser um traidor – amigo dos jesuítas (tropa de cheque da contra-reforma) Ser um socianista – um herege que negava as doutrinas básicas do cristianismo.

c)Século XX Fundamentalismo Calvinista, Fundamentalismo

Arminiano e Liberalismo A história da teologia protestante é comumente dividida em cinco

grandes períodos: 1- Fundadores (Lutero,Calvino,Zwinglio,Melanchthon) 2- Ortodoxia ou Escolástica – Entenda-se por escolástica a

integração da teologia cristã com a filosofia aristotélica. 3- Iluminismo 4- Liberalismo 5- Neo-ortoxia. Para se entender o liberalismo temos que definir o que é

modernidade. Portanto: Os liberais foram os teólogos que queriam adaptar a teologia à modernidade

� Modernidade é o conjunto de atitudes e perspectivas que durou de 1650 a 1950, tendo como base o iluminismo (atitude de confiança nas virtudes da razão e das ciências como principais motores do progresso da sociedade)

� Immanuel Kant -- influenciou muito o iluminismo. Kant

acreditava que ser cristão era viver de acordo com os deveres racionalmente discerníveis

� George Hegel – cria em Deus e Ele era imanente – Ele e o mundo eram um só e interagia para crescimento.

� Friedrich Schleiermacher – Pai da teologia liberal ou

liberalismo. Não cria nas intervenções divinas

� Os liberais do fim do século XIX e início do século XX sustentaram três temas importantes: A imanência divina, a moralização do dogma e a salvação universal da raça humana.

A pós-modernidade traz consigo uma ideologia chamada “pós-modernismo”. Essa nova ideologia, de muitas maneiras, é antagonista à fé cristã. Por exemplo, o pós-modernismo opõe-se ao conceito de verdade objetiva e absoluta. No lugar da verdade absoluta, apregoa o evangelho do relativismo. A verdade para alguém é aquilo que a faz se sentir bem. 2 - Fundamentalismo

Fundamentalismo foi o movimento que nasceu no princípio do século XX para marcar de vez a sua

oposição ao liberalismo, significando, à partida, uma clara e indefectível adesão aos grandes

fundamentos do cristianismo histórico, nomeadamente: (1) a inerrância bíblica; (2) a divindade de Jesus

Cristo; (3) o nascimento virginal de Cristo; (4) a morte vicária de Cristo, que ele morreu para redimir a

humanidade; (5) a ressurreição física de Cristo e a esperança da segunda vinda. Não se trata de um termo

de reação meramente atribuído à linha dura dos conservadores que se recusavam a cooperar com os

liberais. Encarna, sim, um conceito mais profundo com implicações de caráter histórico, doutrinário e

ético.

O movimento fundamentalista nasceu, de fato, nos dias em que o liberalismo ousou começar a instalar-se

no seio das comunidades cristãs e a tomar de assalto igrejas e escolas confessionais de teologia, pondo

sobretudo em causa a autoridade das Escrituras. No princípio, repito, fundamentalista era identificação

clara com os fundamentos da fé bíblica e oposição firme ao modernismo racionalista. Por outras palavras,

era o mesmo que ser chamado cristão no sentido mais puramente bíblico da igreja primitiva. Mas o termo

fundamentalismo foi assumindo outros contornos semânticos e acumulando significados mais radicais à

medida que se ia usando para representar condutas extremas de intolerância e violência mais fora do que

dentro do próprio cristianismo.

A teologia liberal, por outro lado, tem as suas raízes no iluminismo; movimento filosófico que desde o

século XVII vinha enfatizando a supremacia do livre pensamento, da razão pura e da capacidade de todo

o ser humano para progredir e se aperfeiçoar por si mesmo. No largo espectro de idéias que a teologia

liberal representa, são de salientar as seguintes. (1) A Bíblia dá testemunho de Deus, mas não é revelação

direta de Deus nem é, no sentido rigoroso do termo, a Palavra de Deus; e, como tal, ela deve interpretar-se

como obra literária em seu contexto histórico, com base numa análise crítica fundada nos pressupostos

filosóficos da nossa cultura, e especialmente direcionada para as afirmações de Jesus sobre paz, justiça,

compaixão e amor. (2) Os relatos bíblicos são primariamente simbólicos, não sendo necessariamente

credíveis do ponto de vista científico e histórico. (3) A ciência moderna é, também ela, fonte de revelação

no que respeita às leis que governam o universo e a vida. (4) A humanidade não herdou fisicamente o

pecado original, e Satanás não existe. (5) O homem é obra de um Deus bom e permanece inerentemente

bom em progresso constante até à perfeição.

Ora com o evoluir do Iluminismo, foi-se instalando a dúvida em torno dos principais temas da fé cristã.

A credibilidade dos Evangelhos foi posta em causa. Insinuou-se que estes não eram a história verdadeira

de Jesus, mas apenas histórias acerca de Jesus; histórias escritas mais tarde do que realmente foram, e

entretanto impregnadas de mitos, lendas e tradições várias. Insinuavam os mentores desta nova idéia que

o verdadeiro Jesus de Nazaré se oculta por detrás de uma enorme massa de informação duvidosa, que Ele

não foi mais do que uma importante figura religiosa do seu tempo e que a real imagem dessa figura

precisa de ser redescoberta.

Uma das expressões mais radicais da teologia liberal surgiu recentemente encarnada no movimento

revisionista do chamado Jesus Seminar, o qual questiona a autenticidade dos Evangelhos e rejeita quase

tudo o que os evangelhos afirmam que Jesus disse ou fez. Trata-se de uma nova ideologia pagã onde não

há mais lugar para Cristo, nem para o evangelho de Cristo, nem sequer para a tradição cristã. As

conclusões deste grupo de críticos foram posteriormente divulgadas em vinte e uma teses, das quais aqui

destaco apenas doze: (1) Não existe um deus exterior ao mundo material; (2) O darwnismo matou de vez

a doutrina de uma criação especial conforme a narrativa bíblica; (3) A desliteralização da narrativa bíblica

das origens acabou de vez com o dogma do pecado original; (4) Os milagres de Jesus são uma afronta à

justiça e integridade de Deus; (5) Jesus não é divino; (6) A idéia de Jesus como redentor é fantasiosa e

arcaica; (7) Jesus não ressuscitou dos mortos; (8) O nascimento virginal de Jesus é um insulto à

inteligência moderna; (9) Não existem mediadores entre Deus e o homem; (10) O reino de Deus é uma

viagem sem fim e uma perpétua odisséia; (11) A Bíblia não contém modelos objetivos de conduta; (12)

As reconstruções da pessoa e obra de Jesus podem ser sempre modificadas.

Liberalismo e fundamentalismo eram basicamente as únicas posições sustentadas pela maioria dos

protestantes e evangélicos do século XX até ao surgimento da neo-ortodoxia.

Mas esse não foi desde então o caso. As variantes e sensibilidades cristãs das últimas décadas dentro de

cada um destes sistemas são cada vez mais acentuadas. A unidade deixou de existir quer no liberalismo

quer no conservadorismo. Há um mundo de diferença entre os que se afirmaram fundamentalistas em

1909 e em sete anos produziram uma série de manifestos sobre os princípios fundamentais de fé cristã, e

alguns ditos fundamentalistas de hoje. Muitos, porém, dos que assim são chamados permanecem lúcida e

equilibradamente fiéis aos mesmos princípios, valores e ideais por que se bateram os fundadores deste

movimento cristão, cujo único anseio foi mesmo o regresso às origens.

Até finais do século XIX, os ataques desferidos contra o Cristianismo eram ataques vindos de fora:

ataques de inspiração filosófica e científica: Ataques filosóficos de caráter racionalista como os de

Descartes, Espinosa e Leibniz, que elevaram a razão e afrontaram a crença na revelação objetiva da

Bíblia; Ataques filosóficos de caráter naturalista e materialista como os de Dewey e Hobbes, que puseram

em causa o sobrenatural e passaram a justificar e explicar tudo com base em causas naturais; E ataques de

fundamento e inspiração científica como os de Copérnico e Darwin, que reduziram o homem ao plano do

puramente animal e esvaziaram o mundo de um Deus criador que cuida da sua criação. Em vez de

olharem para o homem como um ser caído, depravado e pecador, esses mentores do liberalismo

imaginaram-no a progredir até à perfeição sem qualquer necessidade de um ser sobrenatural.

Hoje, como no passado, há um mundo de diferença entre cristianismo e cristandade.Duas visões distintas

de Deus e da sua Palavra, duas visões distintas de Cristo e da sua cruz, duas visões distintas da igreja e do

reino de Deus, duas visões distintas da fé e do discipulado cristão.

Vivemos num tempo em que velhos paradigmas se esboroam e outros novos gradualmente se instalam.

As igrejas de Cristo já passaram várias vezes por situações semelhantes às que agora enfrentam. Nada há

novo debaixo do sol e todas essas crises nada mais são do que crises recicladas.

Como acabamos de recordar, o cristianismo esteve dividido por mais de um século entre liberais e

fundamentalistas ou conservadores; os primeiros, cultivando uma espécie de fé secularizada e desviante

da essência do cristianismo nascente; os segundos, batendo- se pela sã doutrina, cumprindo uma missão

excelente na proclamação e defesa da verdade, mas nem sempre harmonizando ortodoxia com ortopraxia

e tantas vezes se rendendo à cultura do presente século38. Esse é o desafio que cada um de nós continua a

receber. O evangelho de Cristo não se materializa num cristianismo de mera cristandade. Na pureza

cristalina das suas origens, ele se proclama e expande como poder transformador da própria cultura que é

boa nova para os pobres, dá liberdade aos cativos e anuncia o ano aceitável do Senhor. O liberalismo

acomodou-se à cultura materialista e secular, deixou-se servilmente acorrentar por uma forma de neo-

paganismo que não só vira as costas ao sobrenatural e se limita a construir um mundo sem Deus, mas

também declara o homem como medida de todas as coisas, e ao mesmo tempo o afirma refém de si

mesmo, perdido nos meandros de uma vida sem sentido e pronto a abalar as estruturas mais sagradas da

sua própria existência.

Num tempo de tão claras mudanças como é o nosso; num tempo em que novas revoluções

vertiginosamente se fazem sentir em todas as áreas da vida – na ciência, na filosofia e nas comunicações;

num tempo em que o maravilhoso pagão parece querer afirmar-se como alternativa à fé cristã, é

necessário retomar em pleno o paradigma universal que Cristo inspirou e os apóstolos encarnaram, para

de novo fazer germinar em nossa cultura os princípios e valores do Evangelho. Nós não fomos chamados

a reinventar a fé cristã, mas sim a ser fiéis às suas origens. Se o nome em que nos revemos ou com que

nos alcunham é o de conservador ou fundamentalista, que importa? A nossa missão é servir Cristo e

defender a todo o custo os princípios e valores sagrados do evangelho; esse evangelho que é Boa Nova e

poder de Deus para a salvação de todo aquele que Crê; esse mesmo evangelho que simultaneamente é

doutrina e vida, fé e ação, testemunhado pela palavra e pelo exemplo, em constante fidelidade e

obediência a Jesus Cristo nosso único Salvador, Mediador e Senhor.

( Por Manuel Alexandre Junior– Seminário Batista de Portugal )

Fundamentalismo – É a resposta ao liberalismo, uma defesa ferrenha dos princípios da fé cristã, quer sejam entendidos pela razão e sustentados pela ciência. Uma das grandes teólogos do fundamentalismo foi o presbiteriano Charles Hodge.

Calvinismo Fundamentalista – Hodge e outros defenderam o calvinismo, tal como Calvino, apesar de ser infralapsariano mas defendia a inteira passividade do homem no que concerne à salvação (monergismo)

Arminianismo Fundamentalista - Foi questionado pelos teólogos fundamentalistas como sendo um braço do liberalismo. Hodge cria que o armininismo era:

• uma concessão ao humanismo. • um atalho para se chegar ao liberalismo (questionamento da natureza

de Deus).

3 - SECULARISMO

Atualmente, a influência básica que predomina na cultura ocidental moderna é o secularismo, uma filosofia que considera a religião e a moralidade como questões de opinião individual. Somente os fatos e as influências que se derivam do “ aqui e agora” são considerados válidos. O secularismo defende que os cinco sentidos são o critério para determinar aquilo que é real. Tudo o mais é questão de opinião e, portanto, algo pessoal. Assim sendo, o secularismo filosófico é uma pessoa anti-religiosa que nega a importância de Deus para a vida.

Dimensões do Secularismo No centro dessa filosofia secular está o Humanismo, onde a vida se torna centrada no homem e não centrada em Deus. Em vez de todas as coisas serem criadas Por e para Deus, os secularistas acreditam que a razão humana é quem dá a última palavra e que o mais importante na vida é o direito de viver, ser feliz e buscar a felicidade.

A maioria de nós, percebendo ou não, é bombardeado diariamente pelo ponto de vista pragmático da realidade, onde significado é encontrado somente dentro do próprio universo. ( Uma Igreja de Alto Impacto. Linus Morris. Ed. Mundo Cristão. SP. 2003. p. 31 ) O secularismo define duas categorias de pensamento: Fato e Fé. Fatos – são baseados em qualquer coisa que possa ser verificada pelos 5 sentidos. Só os fatos são aceitáveis publicamente. Religião, moralidade, valores e estilos de vida são classificados como assuntos de opinião e escolha pessoal ( Assuntos privados. ) O mundo real, segundo o secularismo, inclui somente aquilo que pode ser explicado cientificamente pela causa e efeito , e expresso em termos científicos e matemáticos. No secularismo, a fé é considerada “ menos real” e, portanto, tida como questão de opinião pessoal. Nesse âmbito se inclui o casamento, a família, os hobbies e , mais que tudo, crenças religiosas. No ocidente, os âmbitos público e particular ficam separados... e do âmbito público se exclui a moralidade e a religião.

AS RAÍZES DO PROCESSO DE SECULARISMO “Este processo de secularização tem suas raízes no chamado “ Iluminismo”. Por volta da metade do século XVIII havia a sensação amplamente comum e muito profunda entre os pensadores da Europa Ocidental de que uma nova era havia chegado, e que a sua natureza essencial era a “ Iluminação” . Antes do iluminismo, a natureza do universo e da realidade era vista em termos de um propósito divino, cuja revelação se dera nas Escrituras e nos Credos da Igreja. O efeito do iluminismo foi substituir essa estrutura explanatória pelo ponto de vista de que o mundo não era governado pelo propósito divino, mas por leis naturais de causa e efeito. “Não havia mais necessidade de explicar qualquer coisa em termos de propósito ou desígnio; já não havia lugar para o milagroso nem para a intervenção divina; a natureza se tornou a soma de tudo que existe.” ( Eddie Gibbs in “ Contextual Considerations in Responding to Nominality” – Citado em “ Uma igreja de Alto

Impacto.Linus Morris. Editora Mundo Cristão. SP. 2003 p. 366. citação n.9 )

“ O mundo secular em volta de nós cristãos, está dizendo em alta voz: “ Nós podemos cuidar de nos mesmos. Não precisamos de Deus, da igreja ou de um sacerdote. Nós estamos no controle. E se não estamos devemos trabalhar ainda mais para o retomar. O problema não é falta de fé, mas falta de competência. Se você está doente, precisa de um médico competente; se você é pobre, precisa de políticos competentes; se há problemas técnicos, você precisa de engenheiros competentes; se há guerras, você precisa de negociadores competentes. Deus, a igreja, e os ministros têm sido usados por séculos para preencher as brechas da incompetência, mas hoje as brechas estão preenchidas de outras maneiras e nós já não precisamos de respostas espirituais para questões práticas. ( Henri J.M.Nouwen. O Perfil do Líder Cristão no Século XXI.

Worship Prod.Americana.SP.1993 p.22)

4 - Características do Cristianismo Atual – ( F.Ferreira)

∆ Época onde impera o individualismo, relativismo, secularismo e consumismo. ∆ Ressurgimento de uma cultura pagã que afeta o culto. Esse paganismo é revelado em aspectos tais como: A reverência cede lugar à descontração ; o bem-estar do fiel é mais importante que sua contrição ; Deus é transformado numa espécie de força, sempre à disposição do usuário, mas que não lhe incomoda nem exige mudança comportamental. ∆ Negligência e desprezo para com a pregação e a Palavra de Deus. ∆ Valorização da música para produzir em elevado clima emocional. ∆ Valorização das experiências emocionais sem muito apelo à razão. ∆ Falta de cultivo de amizades profundas e verdadeiras. Comunhão frágil. ∆ Sincretismo religioso, resgatando superstições do catolicismo, como simpatias, copo de água benzido, etc... Resgatando práticas da macumba e candomblé, sobre o pretexto de falar a linguagem deles, tais como sal grosso, arruda, descarrego, etc... ∆ Ameaça de ser seduzido pela cultura circundante. ( A cultura está sob julgamento da Palavra de Deus e não a Palavra sob julgamento da cultura.) ∆ Mudança na maneira de se medir a eficiência da igreja. Na igreja antiga, esta aferição apontava para a Teologia prática, ou seja, a fidelidade com a qual o Evangelho era pregado e a observação das doutrinas e sacramentos. Por isso, temos as antigas confissões de fé. Na igreja moderna, isto é secundário. Mede-se a eficiência pela quantidade de membros. ( FERREIRA,Franklin.Gigantes da Fé.Ed. Vida.SP.2006.pp.336-345 )

5 ) Síntese Teológica e Ministerial da Posição Nazarena

A posição nazarena é construída à partir das bases da nossa existência. Somos um povo que é Agostiniano e calvinista no sentido de que cremos na soberania de Deus, na existência do pecado original, na eleição de todos para serem conformes à imagem de Seu Filho. Somos Arminio/Wesleyanos porque cremos que apesar de ser caído, o homem pode se levantar, crer que Cristo pagou o preço pelo seu pecado, aceitar a graça resistível e preveniente de Deus a seu favor. Cremos que o homem pode ser justificado legalmente, regenerado, tornar-se filho de Deus e inteiramente santificado pela poder do Espírito Santo. E assim pode viver em uma vida de santidade ou perfeição cristã, a qual implica em perseverança na salvação.

Distinções teológicas no surgimento da Igreja do Nazareno O Ministério da mulher Desde o inicio do Movimento de Santidade do Século XIX a mulher tem tido um papel muito importante, elas cuidavam das necessidades da Igreja e Os pobres da comunidade eram levados a Cristo,. Muitas trabalhavam sozinhas desenvolvendo um ministério evangelístico/social. Outras faziam o mesmo ao lado de seus maridos. Elas pregavam e davam sua opinião em todos Os assuntos da igreja. O Ministério da Mulher na Igreja do Nazareno – Desde Os primeiros dias a Igreja do Nazareno reconheceu oficialmente o Ministério da Mulher. Dr. Bresee disse: “ Alguns de nossos melhores homens são mulheres” – Tres dos nossos grupos originais já ordenavam mulheres. Na formação da Igreja a mais efetiva agencia de promoção das missões estrangeiras foi a Sociedade de Missões Estrangeiras de Mulheres. Os esforços da Mulher na Igreja tem sido notável na construção do Reino de Deus. Elas tem preenchido uma posição da qual a igreja não deve prescindir. Como tudo começou? – O trabalho das mulheres começou em 1895 com a formação da Associação das Igrejas Pentecostais da América . Em 1907 quando da oficialização da Igreja a recomendação da Assembléia foi a seguinte: “ Que a Sociedade Auxiliar de Mulheres para Missões Estrangeiras continue, dentro do possível, a fazer missões da forma tão nobre e efetiva que vem fazendo deste 1895. E que em cada Igreja local haja uma Sociedade Missionária de Mulheres.” O trabalho delas, no entanto, não cresceu muito até que em 1915 O Comitê de Missões Estrangeiras, formado por 14 mulheres reviram Os conceitos e paradigmas ao ponto de conseguirem que a Assembléia Geral Oficializasse A Sociedade Missionária de Mulher. O Propósito dela era: Alistar mulheres jovens e crianças da Igreja do Nazareno em um serviço ativo de missões, unindo-os em oração, levando-os a interessar-se pelas necessidades do mundo e a levantar fundos para a Evangelização. Contribuição do Ministério da Mulher na Igreja do Nazareno: • Ajudar a organizar o sentimento de Missões, • Ajudar a despertar e guardar o espírito de Missões, • Com o seu insaciável desejo de saber é capaz de informar e ensinar de

forma produtiva, • Eleva a visão terrena da igreja para a celestial – a tarefa de mostrar que Os

campos estão brancos para a Ceifa. Fatores que diminuíram a ordenação de Mulheres 1) A liberação Feminina

Antes de 1950 o ministério da mulher nazarena herdou o que de bom lhes trouxe o movimento de liberação feminina garantindo-lhe o direito de voto e acesso ao público. Depois de 1950 porém, houve decréscimo da atuação da mulher, ainda que tivesse levantado-se uma Segunda onda com o liberalismo em 1960 a 70. E isto deveu-se a uma forte reflexão da igreja a fim de evitar o extremo do feminismo. Isto levou-a a definir o papel da

mulher trabalhando o conceito de que a família precisa de sua presença para fortalecer-se.

2) Culturalismo/ Machista 3) Posição de alguns líderes que julgam não ser escriturístico o ministério

pastoral da mulher – a maioria destes acreditam elas podem fazer qualquer trabalho desde que não sejam, pastorais.

As Duas Mulheres do Movimento de Santidade Antoinette L. Brown – “ Um dos ministros da Nova Aliança, autorizada, qualificada e chamada por Deus para pregar o Evangelho de Seu Filho” Donald Dayton em seu artigo Holiness Tracks - Defesa do Ministério da Mulher, 1985. Phoebe Palmer – Grande evangelista de santidade, seu trabalho centralizou-se em Nova Iorque mas, mas foi um dos expoentes da doutrina na Inglaterra pois passou alguns anos lá pregando e influenciando muitos à vida de santidade. O compromisso social No princípio o Programa extensivo missionário da igreja focou sua atenção na pregação da salvação em seu aspecto espiritual. E não desenvolveu muito a área social, por ocasião da formação da Igreja havia somente alguns orfanatos. Em 1908 a Assembléia Geral nomeou um Comitê do Bem Estar Social e em 1919 formou a Junta Geral do Bem Estar, na ocasião já havia muitos orfanatos e progamas de assistência mas realmente, nunca chegou a ser um trabalho de nível geral. Devido às dificuldades de desenvolver projetos nível geral em 1923 a referida junta foi desfeita, isto não significa que a Igreja não se preocupa com o Bem Estar Social, mas esta responsabilidade passou para a Sociedade Missionária com o Ministério de Compaixão. Piedade Vital A nossa herança é preciosa. Desde Os primeiros anos a Igreja tem enfatizado que há um padrão, o padrão dos santos, começa em pureza sexual, fidelidade matrimonial, honestidade quanto aos negócios, boa reputação quanto ao uso do dinheiro e abstinência de álcool, cigarros ou qualquer outro tipo de droga e esta continua sendo a nossa posição até hoje, como se vê no Manual. Há a necessidade de se Ter critérios determinantes quanto à entretenimento, esporte e vestimenta e etc. A inteira santificação como a doutrina principal A ênfase principal da Igreja do Nazareno hoje é a Inteira Santificação desde o início do Movimento de Santidade, Os que iam sendo santos, testemunhava desta como sendo uma das mais importantes e essenciais verdades bíblicas. A força da pregação de Santidade se deu ao fato de haver muitos, tido a experiência, ademais Martinho Lutero preparou o caminho para ela, pregando a justificação pela fé e João Wesley também a viveu e pregou. A Expressão da doutrina se deu através de 4 fatores: 1) As definições em suas declarações oficiais. 2) A exposição da santidade nos períodicos, jornais escritos pelos fundadores

e quem tinha autoridade.

3) Literatura apropriada para treinamento leigo e eclesiástico. Surgem Os teólogos de Santidade, tais como: Everett Catell, Aaron M. Hills , Purkiser Wiley e outros.

4) Testemunho dos membros. Vida de santidade Para Os Wesleyanos e Nazarenos “ santidade de vida” implica em perfeição, uma perfeição cristã. A mesma não é adâmica, nem divina. Para entender esta verdade temos que ter bem clara em nossa mente a distinção da definição Wesleyana de pecado. Vale ressaltar também que, perfeição cristã é uma vida inteiramente dependente de Deus. Educação A Igreja do Nazareno entende a educação como um veículo de transformação. A Igreja dá suporte a 11 Universidades nos Estados Unidos, Canadá, na África (Kenia – 700 alunos)e na Coréia, ( dois seminários de nível superior e mais de quarenta colégios bíblicos que dão treinamento teológico. 2 escolas de enfermagem de nível técnico e mais de 430 escolas de ensino secundário. A observância do Dia do Senhor: A igreja do Nazareno sempre primou pela observância do Domingo como dia do Senhor. Orienta aos pastôres que não secularizem esse dia. Promovam cultos pela manhã e zelem pela Escola Bíblica Dominical. O uso de Hinos na liturgia do culto: Nossas raizes, no movimento Wesleyano, ficaram gravadas com a composição de centenas de hinos, que contêm substancioso conteúdo doutrinário. Os hinos enfatizam mais a transcendência de Deus, enquanto os coros modernos, a imanência de Deus. Ambos devem ser usados. Cabe ao pastor nazareno orientar os ministros de louvor e incluir na liturgia do culto os hinos. Eixos Teológicos na Igreja do Nazareno (Ver Manual)

1) Soberania de Deus 2) Criação do ser humano 3) Natureza humana 4) Pecado original 5) Definição de pecado 6) Conseqüências da queda 7) Transmissão do pecado- Traducianismo 8) Expiação 9) Eleição 10) Segurança da Salvação 11) Graça e livre arbítrio 12) Santidade

6 ) VISÃO MINISTERIAL DA IGREJA DO NAZARENO: ATUALIZAÇÃO E PROJEÇÕES

A) A situação atual da Igreja a nível mundial, regional e nacional. Onde estamos? Qual é a nossa missão? Atualmente a Igreja está radicada em 148 áreas do mundo. Estamos organizadas a nível, Mundial, regional e nacional.

1) Mundial – Somos administrados por uma Junta de seis Superintendentes. São eles:

• Dr. James H.Diehl • Dr .Paul G.Cunningham • Dr. Jerry Porter • Dr. Jesse C. Minddendorf • Dra. Nina G.Gunter • Dr. J.K. Warrick O ministério deles inclui: Presidir as Assembléias Gerais e distritais,

além de resolver problemas de ordem administrativas e doutrinárias além de ordenar presbíteros. As pessoas que inventaram a Junta de Superintendentes, no decorrer da nossa história foram homens de fé e de experiência. Suas vidas têm influenciado todos nós através do exemplo, da visão apaixonante e pregação fervorosa. Ao aproximarmos do fim do primeiro século, a junta geral de superintendente em vigor celebra a liderança fiel das últimas gerações. Nós honramos o seu sacrifício e estilo de vida santa . Convocamos todos os nazarenos do mundo todo a seguirem os seus exemplos e a se comprometerem numa aliança apaixonada com o evangelho sagrado.

Em um mundo cheio de guerras e rumores de guerra, com terrorismo e medo, com tumulto e necessidades intensas em todo o continente, lembramos os nossos irmãos e irmãs em toda a parte a terem em mente que somos seguidores de “Jesus – a Esperança”.

Ele é Aquele que falou: “Eu estabelecerei a minha igreja e as Portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Vamos incendiar o nosso mundo com esperança autenticamente,

vivendo a vida santa dirigida pela compaixão cristã.

2) Regional – Devido ao desenvolvimento fez-se necessário dividir a Igreja em Regiões e Áreas

O Brasil agora é uma região administrativa distinta na América do Sul

• Nacional – Três áreas

• Brasil Norte e Nordeste – Rubens Rodrigues • Brasil Sul – Pedro Paulo F. Matos • Brasil Central – L. Aguiar Valvassoura 3) Nacional - Junta Nacional Distrital – Agrupamento de igrejas dentro de uma área geográfica – administrado por um superintendente distrital – O mesmo deve ser o pastor dos pastores.

Local - A Igreja Local não é independente . É administrada pelo pastor e pela Junta eleita por aqueles a quem ela representa. Governo representativo.

4) Desenvolvimento Ministerial da Igreja do Nazareno

Estamos radicalmente otimistas quanto ao impacto que podemos causar no século 21 com a livre pregação da Santidade. Ela é nossa missão, ela nunca foi tão relevante, as necessidades são obvias e as oportunidades são abundantes. Nos rendemos aos pés do Senhor Jesus clamando por unção para Os lideres da nossa amada igreja. Possa o Senhor ajudar o nosso povo e tornar realidade a distinta missão que Deus nos deu. Jim L. Bond

1) A nossa visão ministerial A nossa visão passa pelo compromisso que temos com a Grande Comissão:

• Comunhão – Koinonia • Proclamação – Kerigma • Ensino - Didake • Serviço – Diakonia

Nossos Ministérios: Compaixão...... radio, Mulheres, Med, Trabalho e

Tetemunho

2) Avanço Missionário atualizado: Áreas Pioneiras – Estatísticas A Igreja do Nazareno tem tido uma visão missionária desde os primeiros começos. O desafio de ganhar o mundo está no coração da Igreja. A doutrina do perfeito amor em relação a Deus é uma devoção que consome e em relação ao homem é um serviço de compaixão. Sendo assim não há barreiras, sociais, raciais ou geográficas para se compartilhar o amor divino. Nosso fundador disse: “ Somos devedores de dar a todo homem o evangelho na mesma medida em que recebemos. Pensando na Misio Dei temos que seguir a direção que o Seu dedo aponta. – A igreja deve providenciar os meios:

• Recursos humanos • Recursos materiais

O conceito de Missões é desenvolvido da seguinte maneira:

• A igreja tem que enviar ou morrerá, • Temos que ir a todos e todos têm que ir, • cristianismo é missionário porque isto é o que significa ser

verdadeiramente cristão, • Evangelismo é ajudar Deus realizar o Seu propósito. A Igreja do Nazareno trabalha em duas frentes missionárias: 1ª) Home fronte – Mobiliza recursos humanos e financeiros e organiza, 2ª) Field Fronte – Estão nos campos engajado em curar as feridas espirituais e físicas.

3) Estatísticas do Crescimento da Igreja do Nazareno

B) Projeções e desafios da Igreja do Nazareno frente ao Novo Século

1) Desafios organizacionais Uma igreja para o povo

Desde o início a Igreja do Nazareno existe por causa de pessoas de diversos níveis social, educacional, político e de todos Os backgrounds. Denominações foram cativas pela visão de fé cristã que transcende suas diferenças. O povo que se tornou nazareno deu provas de suas convicções em um evangelho que salva e dá poder a todo que o recebe. Diferenças são secundárias As diferenças em coisas secundárias não eram o bastante para dividir, pois havia e continua havendo um interesse em estar unidos naquilo que é fundamental. O que nos interessa guardar é a fé que um dia foi entregue aos santos. (Judas 3) Nossa Herança O testemunho daqueles que sacrificaram suas vidas para trazer à existência a Igreja do Nazareno não deixam dúvida quanto à sua razão de ser. Não há justificativas para deixar nossas convicções no esquecimento. As convicções garantem a vida da Igreja. A Igreja do Nazareno organizada em 1908 em Pilot Point no Texas estabeleceu a sua sede em Kansas City no estado de Missouri, logo depois do seu nascimento como denominação. Esta sede provê serviço de suporte para mais 1.4 milhões de membros que se congregam em mais de 13.259 igrejas nos Estados Unidos, Canadá e 148 áreas do mundo. Cada quatro anos a Igreja trabalha dentro de um tema. O do quadriênio junho de 2005 a junho de 2009 é “Santidade a Mensagem de Esperança”. Este tema expressa o desejo da denominação de compartilhar as boas novas de que Jesus é a nossa esperança. 2) Desafios teológicos a) Grande Desafio (Al Truesdal – Professor de Filosofia da Religião e Ética Crista do Seminário Nazareno em Kansas City) Sugere:

• Manter uma identidade teológica clara para uma atuação e realização no terceiro século,

• Manter uma postura ética saudável que condiz com Os princípios estabelecidos pela Palavra,

• Manter viva a visão de pregar a salvação e a santificação, cumprindo assim a sua missão,

• Ter uma pastoral que atenda as necessidades do mundo.

b)Como Garantir que a Igreja tenha uma boa teologia? • Investimento nas Instituições teológicas, • Desenvolvendo fóruns e debates de reflexão teológica, • Investindo na literatura, • Descobrindo novos pensadores

3) Desafios Educativos Continuar investindo na Implantação de Escolas e Universidades em todo o

mundo. FNB- FACULDADE NAZARENA BRASILEIRA

4) Desafios Missiológicos

Fazer discípulo de todas as nações.

1) Estratégia consiste no seguinte:

• Evangelização, discipulado, comunhão e adoração que acontece todos Os dias nas nossas 13.259 igrejas locais,

• Envolvimento Total das 51 Instituições Educacionais (globais) na missão da igreja,

• Envio de missionários a todos que ainda não ouviram acerca das Boas Novas.

• Investimento na Literatura - NPH 2) Ênfase da década - Conectando a Nova Geração

Durante 10 anos a partir de 2001 a Igreja está engajada em capacitar a nova geração. Não queremos perder a janela 4/14, isto é, as crianças de 4 a 14 anos, é nesta idade que a maioria dos missionários são chamados.

1 ) Principais Eventos do Cristianismo - do século I ao XXI

IGREJA PRIMITIVA - Ano 1 ao ano 500

Século

I - 01-100

**** Fundamento dos apóstolos e de Cristo. / Dispersão / Pentecostes / Concílio de Jerusalém (Fundamento dos apóstolos e de Cristo. / Dispersão / Pentecostes / Concílio de Jerusalém (Fundamento dos apóstolos e de Cristo. / Dispersão / Pentecostes / Concílio de Jerusalém (Fundamento dos apóstolos e de Cristo. / Dispersão / Pentecostes / Concílio de Jerusalém (

AtoAtoAtoAtos 15) / Ruptura das relações monopolizadoras judaizantes / Viagens Missionárias de Paulo/s 15) / Ruptura das relações monopolizadoras judaizantes / Viagens Missionárias de Paulo/s 15) / Ruptura das relações monopolizadoras judaizantes / Viagens Missionárias de Paulo/s 15) / Ruptura das relações monopolizadoras judaizantes / Viagens Missionárias de Paulo/

Evangelhos/Cartas/Apocalipse .Evangelhos/Cartas/Apocalipse .Evangelhos/Cartas/Apocalipse .Evangelhos/Cartas/Apocalipse .

Pais da Igreja: Clement de Roma, Mathetes, Polycarp, Ignatius,Barnabás, Papias,

Mártir de Justin, Irenaeus.

I II II II I ---- 101101101101----200200200200

Os pais da iOs pais da iOs pais da iOs pais da igreja tornamgreja tornamgreja tornamgreja tornam----se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.

130130130130----160160160160 ---- MontanoMontanoMontanoMontano---- Frígia.Frígia.Frígia.Frígia. MontanismoMontanismoMontanismoMontanismo

156156156156---- Surge o termo "Igreja Católica"Surge o termo "Igreja Católica"Surge o termo "Igreja Católica"Surge o termo "Igreja Católica"

160160160160 ---- Marcion tenta introduzir o GnosticismoMarcion tenta introduzir o GnosticismoMarcion tenta introduzir o GnosticismoMarcion tenta introduzir o Gnosticismo

Pais da Igreja: Hermas, tatian, Theophilus, athenagoras, Clement de AlexPais da Igreja: Hermas, tatian, Theophilus, athenagoras, Clement de AlexPais da Igreja: Hermas, tatian, Theophilus, athenagoras, Clement de AlexPais da Igreja: Hermas, tatian, Theophilus, athenagoras, Clement de Alexandria.andria.andria.andria.

IIIIIIIIIIII ---- 201201201201----300300300300

218218218218 ---- Surge o ensinamento de Pedro ter sido o primeiro papa.Surge o ensinamento de Pedro ter sido o primeiro papa.Surge o ensinamento de Pedro ter sido o primeiro papa.Surge o ensinamento de Pedro ter sido o primeiro papa.

Sabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinavaSabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinavaSabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinavaSabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinava

várias manifestações de Deus.várias manifestações de Deus.várias manifestações de Deus.várias manifestações de Deus.

Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian,Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian,Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian,Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian, Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,

Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.

IVIVIVIV ---- 301301301301----400400400400

313313313313 ---- Imperador Constantino adota o cristianismo para todo o Império Romano.Imperador Constantino adota o cristianismo para todo o Império Romano.Imperador Constantino adota o cristianismo para todo o Império Romano.Imperador Constantino adota o cristianismo para todo o Império Romano.

325325325325 ---- 1º Concílio da Igreja em Nicéia da Bitínia. +1º Concílio da Igreja em Nicéia da Bitínia. +1º Concílio da Igreja em Nicéia da Bitínia. +1º Concílio da Igreja em Nicéia da Bitínia. +---- 333300 bispos.00 bispos.00 bispos.00 bispos. Tratou das controvérias cristológicasTratou das controvérias cristológicasTratou das controvérias cristológicasTratou das controvérias cristológicas

relacionadas à Trindade.relacionadas à Trindade.relacionadas à Trindade.relacionadas à Trindade.Condenou o Arianismo.Promulgou o Credo de Nicéia.Condenou o Arianismo.Promulgou o Credo de Nicéia.Condenou o Arianismo.Promulgou o Credo de Nicéia.Condenou o Arianismo.Promulgou o Credo de Nicéia.

367367367367 ---- Concílio de HipoConcílio de HipoConcílio de HipoConcílio de Hipo ---- Ratificou os 66 livros da Bíblia.Ratificou os 66 livros da Bíblia.Ratificou os 66 livros da Bíblia.Ratificou os 66 livros da Bíblia.

360360360360----422422422422 ---- PelágioPelágioPelágioPelágio ---- PelagianismoPelagianismoPelagianismoPelagianismo / João Cassiano: Monge Francês de Marsel/ João Cassiano: Monge Francês de Marsel/ João Cassiano: Monge Francês de Marsel/ João Cassiano: Monge Francês de Marselha e oha e oha e oha e o

semipelagianismo.semipelagianismo.semipelagianismo.semipelagianismo.

381381381381 ---- Concílio de Constantinopla. (+Concílio de Constantinopla. (+Concílio de Constantinopla. (+Concílio de Constantinopla. (+---- 150 Bispos) Afirmou a plena divindade do Espírito Santo.150 Bispos) Afirmou a plena divindade do Espírito Santo.150 Bispos) Afirmou a plena divindade do Espírito Santo.150 Bispos) Afirmou a plena divindade do Espírito Santo.

Entre os séculos VI e IIEntre os séculos VI e IIEntre os séculos VI e IIEntre os séculos VI e II –––– Temos a Bíblia Versão dos 70 , a Septuaginta,feita em Alexandria noTemos a Bíblia Versão dos 70 , a Septuaginta,feita em Alexandria noTemos a Bíblia Versão dos 70 , a Septuaginta,feita em Alexandria noTemos a Bíblia Versão dos 70 , a Septuaginta,feita em Alexandria no

Egito.Egito.Egito.Egito.

VVVV ---- 401401401401----500500500500

354354354354----430430430430 ---- AgostinhoAgostinhoAgostinhoAgostinho

404040400000 ---- Maria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelosMaria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelosMaria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelosMaria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelos

mortos.mortos.mortos.mortos.

404404404404 –––– Tradução da Bíblia chamada de “Vulgata Latina” por São Jerônimo.Tradução da Bíblia chamada de “Vulgata Latina” por São Jerônimo.Tradução da Bíblia chamada de “Vulgata Latina” por São Jerônimo.Tradução da Bíblia chamada de “Vulgata Latina” por São Jerônimo.

431431431431 ---- Concílio de Éfeso./ Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.Concílio de Éfeso./ Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.Concílio de Éfeso./ Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.Concílio de Éfeso./ Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.

451451451451 ---- ConcíConcíConcíConcílio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesuslio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesuslio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesuslio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesus

Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.

500500500500 ---- Queda do Império Romano Ocidental.Queda do Império Romano Ocidental.Queda do Império Romano Ocidental.Queda do Império Romano Ocidental.

########################################################################################

IGREJA MEDIEVALIGREJA MEDIEVALIGREJA MEDIEVALIGREJA MEDIEVAL ---- Ano 50Ano 50Ano 50Ano 501 a 14531 a 14531 a 14531 a 1453

VIVIVIVI ---- 501501501501----600600600600

503503503503 ---- Igreja decreta o " Purgatório".Igreja decreta o " Purgatório".Igreja decreta o " Purgatório".Igreja decreta o " Purgatório".

553553553553 ---- Concílio de Constantinopla II.Concílio de Constantinopla II.Concílio de Constantinopla II.Concílio de Constantinopla II.

554554554554 ---- ConvencionouConvencionouConvencionouConvencionou----se o nascimento de Cristo para a data de 25 de Dezembrose o nascimento de Cristo para a data de 25 de Dezembrose o nascimento de Cristo para a data de 25 de Dezembrose o nascimento de Cristo para a data de 25 de Dezembro

VIIVIIVIIVII ---- 601601601601----700700700700

600600600600 ---- Gregório, o grande, tornaGregório, o grande, tornaGregório, o grande, tornaGregório, o grande, torna----se o 1º Papa oficial da Igreja.se o 1º Papa oficial da Igreja.se o 1º Papa oficial da Igreja.se o 1º Papa oficial da Igreja.

680680680680 ---- Concílio de Constantinopla III.Concílio de Constantinopla III.Concílio de Constantinopla III.Concílio de Constantinopla III.

VIIIVIIIVIIIVIII ---- 701701701701----800800800800

787787787787 ---- Instituição do culto às imagens e às relíquias. /Concílio de Nicéia II.Instituição do culto às imagens e às relíquias. /Concílio de Nicéia II.Instituição do culto às imagens e às relíquias. /Concílio de Nicéia II.Instituição do culto às imagens e às relíquias. /Concílio de Nicéia II.

794794794794 ---- Concílio de Frank FurtConcílio de Frank FurtConcílio de Frank FurtConcílio de Frank Furt ---- Condena o culto às imagensCondena o culto às imagensCondena o culto às imagensCondena o culto às imagens

IXIXIXIX ---- 801801801801 ----900900900900

850850850850 ---- Concílio de PaivaConcílio de PaivaConcílio de PaivaConcílio de Paiva ---- InstituiçInstituiçInstituiçInstituição do Rosário e da Coroa da Virgem Maria e da Doutrina daão do Rosário e da Coroa da Virgem Maria e da Doutrina daão do Rosário e da Coroa da Virgem Maria e da Doutrina daão do Rosário e da Coroa da Virgem Maria e da Doutrina da

Substanciação.Substanciação.Substanciação.Substanciação.

880880880880 ---- Início da Canonização dos santos.Início da Canonização dos santos.Início da Canonização dos santos.Início da Canonização dos santos.

XXXX ---- 901901901901----1000100010001000

XIXIXIXI ---- 1001100110011001----1100110011001100

1054105410541054 ---- Igreja Ortodoxa de Constantinopla, separaIgreja Ortodoxa de Constantinopla, separaIgreja Ortodoxa de Constantinopla, separaIgreja Ortodoxa de Constantinopla, separa----se da Igreja de Roma.se da Igreja de Roma.se da Igreja de Roma.se da Igreja de Roma.

1073107310731073 ---- Implantada a "Doutrina do Celibato",Implantada a "Doutrina do Celibato",Implantada a "Doutrina do Celibato",Implantada a "Doutrina do Celibato", pelo papa Hildebrando (Gregório VIII)pelo papa Hildebrando (Gregório VIII)pelo papa Hildebrando (Gregório VIII)pelo papa Hildebrando (Gregório VIII)

1094109410941094 ---- Concílio de ClemontConcílio de ClemontConcílio de ClemontConcílio de Clemont ---- A Igreja de Roma cria as "Indulgências" ( venda da salvação.)A Igreja de Roma cria as "Indulgências" ( venda da salvação.)A Igreja de Roma cria as "Indulgências" ( venda da salvação.)A Igreja de Roma cria as "Indulgências" ( venda da salvação.)

XIIXIIXIIXII ---- 1101110111011101---- 1200120012001200

1160116011601160 ---- Igreja estabelece os 7 sacramentos.Igreja estabelece os 7 sacramentos.Igreja estabelece os 7 sacramentos.Igreja estabelece os 7 sacramentos.

1184118411841184 ---- Concílio de VeronaConcílio de VeronaConcílio de VeronaConcílio de Verona ---- Instalação da "Santa Inquisição".Instalação da "Santa Inquisição".Instalação da "Santa Inquisição".Instalação da "Santa Inquisição".

XXXXIIIIIIIIIIII ---- 1201120112011201----1300130013001300

1229122912291229 ---- A Igreja proíbe a "Leitura da Bíblia", pelos leigos.A Igreja proíbe a "Leitura da Bíblia", pelos leigos.A Igreja proíbe a "Leitura da Bíblia", pelos leigos.A Igreja proíbe a "Leitura da Bíblia", pelos leigos.

1250125012501250 ---- Divisão da Bíblia em Capítulos. A divisão em versículos ocorreu em 1525.Divisão da Bíblia em Capítulos. A divisão em versículos ocorreu em 1525.Divisão da Bíblia em Capítulos. A divisão em versículos ocorreu em 1525.Divisão da Bíblia em Capítulos. A divisão em versículos ocorreu em 1525.

1275127512751275 ---- A transubstanciação da Hóstia é convertida em artigo de fé.A transubstanciação da Hóstia é convertida em artigo de fé.A transubstanciação da Hóstia é convertida em artigo de fé.A transubstanciação da Hóstia é convertida em artigo de fé.

XIVXIVXIVXIV ---- 1301130113011301----1400140014001400

1328132813281328----1384138413841384---- JohnJohnJohnJohn WycliffWycliffWycliffWycliff ---- Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,

defendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindodefendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindodefendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindodefendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindo----a para o Inglês.a para o Inglês.a para o Inglês.a para o Inglês.

XVXVXVXV ---- 1401140114011401----1500150015001500

1373137313731373----1415141514151415 ---- John HussJohn HussJohn HussJohn Huss ---- Precursor da ReformaPrecursor da ReformaPrecursor da ReformaPrecursor da Reforma ---- Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,

exexexexalta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.alta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.alta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.alta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.

1422142214221422----1498149814981498 ---- Jerônimo SavonarolaJerônimo SavonarolaJerônimo SavonarolaJerônimo Savonarola ---- Outro Precursor da Reforma.Outro Precursor da Reforma.Outro Precursor da Reforma.Outro Precursor da Reforma.

1450145014501450 ---- Gutenberg imprime a primeira Bíblia.Gutenberg imprime a primeira Bíblia.Gutenberg imprime a primeira Bíblia.Gutenberg imprime a primeira Bíblia.

1453145314531453 ---- Queda do Império Romano OrientalQueda do Império Romano OrientalQueda do Império Romano OrientalQueda do Império Romano Oriental ---- Queda de Constantinopla.Queda de Constantinopla.Queda de Constantinopla.Queda de Constantinopla.

1498149814981498 ---- Jerônimo SavonarolJerônimo SavonarolJerônimo SavonarolJerônimo Savonarola, reformador em Florença, prega contra a vida desregrada dos Papasa, reformador em Florença, prega contra a vida desregrada dos Papasa, reformador em Florença, prega contra a vida desregrada dos Papasa, reformador em Florença, prega contra a vida desregrada dos Papas

e é condenado e enforcado.e é condenado e enforcado.e é condenado e enforcado.e é condenado e enforcado.

########################################################################################

IGREJA MODERNAIGREJA MODERNAIGREJA MODERNAIGREJA MODERNA ---- Ano 1500 a 1989Ano 1500 a 1989Ano 1500 a 1989Ano 1500 a 1989

XVIXVIXVIXVI ---- 1501150115011501----1600160016001600

1517151715171517 ---- Martinho Lutero ( 1483Martinho Lutero ( 1483Martinho Lutero ( 1483Martinho Lutero ( 1483----1546) Lança suas 95 teses que1546) Lança suas 95 teses que1546) Lança suas 95 teses que1546) Lança suas 95 teses que abalam a Igreja de Roma. Estáabalam a Igreja de Roma. Estáabalam a Igreja de Roma. Estáabalam a Igreja de Roma. Está

decretada a "Reforma Protestante", que chega para mudar a história da Igreja Cristã.decretada a "Reforma Protestante", que chega para mudar a história da Igreja Cristã.decretada a "Reforma Protestante", que chega para mudar a história da Igreja Cristã.decretada a "Reforma Protestante", que chega para mudar a história da Igreja Cristã.

1520152015201520 ---- O Papa Leão X excomunga Lutero.O Papa Leão X excomunga Lutero.O Papa Leão X excomunga Lutero.O Papa Leão X excomunga Lutero.

1522152215221522 ---- Lutero traduz e publica a 1º Bíblia em Alemão.Lutero traduz e publica a 1º Bíblia em Alemão.Lutero traduz e publica a 1º Bíblia em Alemão.Lutero traduz e publica a 1º Bíblia em Alemão.

1525152515251525 ---- ZuínglioZuínglioZuínglioZuínglio –––– ( 1484( 1484( 1484( 1484----1531 ) Reformador em Z1531 ) Reformador em Z1531 ) Reformador em Z1531 ) Reformador em Zuriqueuriqueuriqueurique

1525152515251525----1530153015301530 –––– William Tyndale ( 1494William Tyndale ( 1494William Tyndale ( 1494William Tyndale ( 1494----1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias

1530153015301530 –––– Confissão de Augsburgo ( Luterana )Confissão de Augsburgo ( Luterana )Confissão de Augsburgo ( Luterana )Confissão de Augsburgo ( Luterana )

1541154115411541 ---- João Calvino ( 1509João Calvino ( 1509João Calvino ( 1509João Calvino ( 1509 ---- 1564 ) Funda a Igreja Calvinista1564 ) Funda a Igreja Calvinista1564 ) Funda a Igreja Calvinista1564 ) Funda a Igreja Calvinista---- Futura Igreja Presbiteriana.Futura Igreja Presbiteriana.Futura Igreja Presbiteriana.Futura Igreja Presbiteriana.

1545154515451545 ---- Concílio de TreConcílio de TreConcílio de TreConcílio de Trento ( 1545nto ( 1545nto ( 1545nto ( 1545----1563) Importante por suas decisões sobre os Dogmas e a1563) Importante por suas decisões sobre os Dogmas e a1563) Importante por suas decisões sobre os Dogmas e a1563) Importante por suas decisões sobre os Dogmas e a

legislação eclesiástica, lançando a "Contralegislação eclesiástica, lançando a "Contralegislação eclesiástica, lançando a "Contralegislação eclesiástica, lançando a "Contra----Reforma".Reforma".Reforma".Reforma".

1560156015601560 ---- ArmínioArmínioArmínioArmínio ---- Arminianismo. // Confissão de fé EscocesaArminianismo. // Confissão de fé EscocesaArminianismo. // Confissão de fé EscocesaArminianismo. // Confissão de fé Escocesa

1566156615661566 –––– Confissão HelvéticaConfissão HelvéticaConfissão HelvéticaConfissão Helvética ---- CalvinistaCalvinistaCalvinistaCalvinista

1572157215721572 ---- Morte de John KnoxMorte de John KnoxMorte de John KnoxMorte de John Knox ---- ReformaReformaReformaReformador que tornou o Presbiterianismo, a religião oficial dador que tornou o Presbiterianismo, a religião oficial dador que tornou o Presbiterianismo, a religião oficial dador que tornou o Presbiterianismo, a religião oficial da

Escócia.Escócia.Escócia.Escócia.

1573157315731573 ---- A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7

livros, dandolivros, dandolivros, dandolivros, dando----lhes canonicidade.lhes canonicidade.lhes canonicidade.lhes canonicidade.

XVIIXVIIXVIIXVII ---- 1601160116011601----1700170017001700

1600160016001600 ---- ( 1600( 1600( 1600( 1600----1760) Surge o Pietismo1760) Surge o Pietismo1760) Surge o Pietismo1760) Surge o Pietismo ---- MoviMoviMoviMovimento de Santidade para a renovação da Igrejamento de Santidade para a renovação da Igrejamento de Santidade para a renovação da Igrejamento de Santidade para a renovação da Igreja

Luterana. Johann Arndt ( 1555Luterana. Johann Arndt ( 1555Luterana. Johann Arndt ( 1555Luterana. Johann Arndt ( 1555----1621); Philipp Jacob Spenner(16351621); Philipp Jacob Spenner(16351621); Philipp Jacob Spenner(16351621); Philipp Jacob Spenner(1635----1705) ; Nikolaus L.Von1705) ; Nikolaus L.Von1705) ; Nikolaus L.Von1705) ; Nikolaus L.Von

Zinzendorf ( 1700Zinzendorf ( 1700Zinzendorf ( 1700Zinzendorf ( 1700----1760).1760).1760).1760).

1604160416041604 ---- Nasce na Inglaterra a Igreja Batista.Nasce na Inglaterra a Igreja Batista.Nasce na Inglaterra a Igreja Batista.Nasce na Inglaterra a Igreja Batista.

1620162016201620 ---- As missões protestantes chegam nas 13 colôniasAs missões protestantes chegam nas 13 colôniasAs missões protestantes chegam nas 13 colôniasAs missões protestantes chegam nas 13 colônias da América do Norte.da América do Norte.da América do Norte.da América do Norte.

1646164616461646 –––– Confissão de fé de WestminsterConfissão de fé de WestminsterConfissão de fé de WestminsterConfissão de fé de Westminster

1660166016601660 ---- PuritanismoPuritanismoPuritanismoPuritanismo ---- Movimento de Santidade para a renovação da Igreja na Inglaterra.Movimento de Santidade para a renovação da Igreja na Inglaterra.Movimento de Santidade para a renovação da Igreja na Inglaterra.Movimento de Santidade para a renovação da Igreja na Inglaterra.

1650165016501650----1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.

XVIIIXVIIIXVIIIXVIII ---- 1701170117011701----1800180018001800

1727172717271727 ---- Nasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãosNasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãosNasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãosNasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãos

morávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelomorávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelomorávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelomorávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelo

Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.

1730173017301730 ---- John WesleyJohn WesleyJohn WesleyJohn Wesley lidera o maior reavivamento da história da Grãlidera o maior reavivamento da história da Grãlidera o maior reavivamento da história da Grãlidera o maior reavivamento da história da Grã----Bretanha e lança oBretanha e lança oBretanha e lança oBretanha e lança o

metodismo.metodismo.metodismo.metodismo.

1753175317531753 ---- Primeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante JoãoPrimeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante JoãoPrimeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante JoãoPrimeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante João

Ferreira de Almeida.Ferreira de Almeida.Ferreira de Almeida.Ferreira de Almeida.

1780178017801780 ---- A E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministA E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministA E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministA E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministrar educação Cristã às criançasrar educação Cristã às criançasrar educação Cristã às criançasrar educação Cristã às crianças

pobres que não freqüentavam a escola.pobres que não freqüentavam a escola.pobres que não freqüentavam a escola.pobres que não freqüentavam a escola.

1784178417841784 –––– Organização da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte.Organização da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte.Organização da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte.Organização da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte.

XIXXIXXIXXIX ---- 1801180118011801----1900190019001900

1825182518251825 ---- Charles Finey lidera reavivamentosCharles Finey lidera reavivamentosCharles Finey lidera reavivamentosCharles Finey lidera reavivamentos

1844184418441844 ---- Início da Igreja Adventista do Sétimo dia, nos E.U.Início da Igreja Adventista do Sétimo dia, nos E.U.Início da Igreja Adventista do Sétimo dia, nos E.U.Início da Igreja Adventista do Sétimo dia, nos E.U.

1843184318431843---- Fundação da Igreja Metodista WesleynaFundação da Igreja Metodista WesleynaFundação da Igreja Metodista WesleynaFundação da Igreja Metodista Wesleyna ---- USAUSAUSAUSA

1854185418541854 ---- O Papa Pio XII cria o dogma da "Imaculada Conceição de Maria."O Papa Pio XII cria o dogma da "Imaculada Conceição de Maria."O Papa Pio XII cria o dogma da "Imaculada Conceição de Maria."O Papa Pio XII cria o dogma da "Imaculada Conceição de Maria."

1860186018601860 –––– Fundação da Igreja Metodista LivreFundação da Igreja Metodista LivreFundação da Igreja Metodista LivreFundação da Igreja Metodista Livre –––– USAUSAUSAUSA

1865186518651865 ---- Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth.Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth.Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth.Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth. //// Hudson TayHudson TayHudson TayHudson Taylorlorlorlor

evangeliza o interior da China.evangeliza o interior da China.evangeliza o interior da China.evangeliza o interior da China.

1870187018701870 ---- I Concílio VaticanoI Concílio VaticanoI Concílio VaticanoI Concílio Vaticano ---- proclama o dogma da "Infalibilidade Papal".proclama o dogma da "Infalibilidade Papal".proclama o dogma da "Infalibilidade Papal".proclama o dogma da "Infalibilidade Papal".

1875187518751875 ---- Movimento de Santidade de " Keswick", na GrãMovimento de Santidade de " Keswick", na GrãMovimento de Santidade de " Keswick", na GrãMovimento de Santidade de " Keswick", na Grã----Bretabha.Bretabha.Bretabha.Bretabha.

1895189518951895---- Em Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadaEm Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadaEm Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadaEm Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadamentementementemente

100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.

XXXXXXXX ---- 1901190119011901----2000200020002000

1908190819081908 ---- Fundada Oficialmente nos Estados Unidos, a Igreja Pentecostal do Nazareno, aFundada Oficialmente nos Estados Unidos, a Igreja Pentecostal do Nazareno, aFundada Oficialmente nos Estados Unidos, a Igreja Pentecostal do Nazareno, aFundada Oficialmente nos Estados Unidos, a Igreja Pentecostal do Nazareno, a

13/10/1908. Em 1919 Muda o Nome para "Igreja do Nazareno".13/10/1908. Em 1919 Muda o Nome para "Igreja do Nazareno".13/10/1908. Em 1919 Muda o Nome para "Igreja do Nazareno".13/10/1908. Em 1919 Muda o Nome para "Igreja do Nazareno".

1923192319231923 ---- Fundação Oficial da IFundação Oficial da IFundação Oficial da IFundação Oficial da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Los Angeles.USA.greja do Evangelho Quadrangular, em Los Angeles.USA.greja do Evangelho Quadrangular, em Los Angeles.USA.greja do Evangelho Quadrangular, em Los Angeles.USA.

1930193019301930----1964196419641964 ---- Igreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordataIgreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordataIgreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordataIgreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordata

moral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semimoral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semimoral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semimoral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semi----oficial e generosos subsídios paraoficial e generosos subsídios paraoficial e generosos subsídios paraoficial e generosos subsídios para

muitos projetos,muitos projetos,muitos projetos,muitos projetos, como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.

1933193319331933 ---- A.Hitler sobe ao poder. A resistência evangélica contra o Nazismo, na Alemanha, éA.Hitler sobe ao poder. A resistência evangélica contra o Nazismo, na Alemanha, éA.Hitler sobe ao poder. A resistência evangélica contra o Nazismo, na Alemanha, éA.Hitler sobe ao poder. A resistência evangélica contra o Nazismo, na Alemanha, é

comandada por Karl Bart, Dietrich Bonhoefer e Martin Niemoeller.comandada por Karl Bart, Dietrich Bonhoefer e Martin Niemoeller.comandada por Karl Bart, Dietrich Bonhoefer e Martin Niemoeller.comandada por Karl Bart, Dietrich Bonhoefer e Martin Niemoeller.

1939193919391939----1968196819681968 ---- Dr.D.Martyn LloydDr.D.Martyn LloydDr.D.Martyn LloydDr.D.Martyn Lloyd----JonesJonesJonesJones---- Pastor da CaPastor da CaPastor da CaPastor da Capela de Westminster, em Londres, é nome depela de Westminster, em Londres, é nome depela de Westminster, em Londres, é nome depela de Westminster, em Londres, é nome de

referência contra o liberalismo teológico.referência contra o liberalismo teológico.referência contra o liberalismo teológico.referência contra o liberalismo teológico.

1962196219621962 ---- II Concílio VaticanoII Concílio VaticanoII Concílio VaticanoII Concílio Vaticano ----

1964196419641964----1985198519851985 ---- A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,

denunciando a tortura e a desigualdade social. O cadenunciando a tortura e a desigualdade social. O cadenunciando a tortura e a desigualdade social. O cadenunciando a tortura e a desigualdade social. O catolicismo progressista, ativista e libertáriotolicismo progressista, ativista e libertáriotolicismo progressista, ativista e libertáriotolicismo progressista, ativista e libertário

floresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral dafloresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral dafloresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral dafloresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral da

Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".

1965196519651965 ---- Reaproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja CatólReaproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja CatólReaproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja CatólReaproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Católica Ortodoxa. / O papaica Ortodoxa. / O papaica Ortodoxa. / O papaica Ortodoxa. / O papa

Paulo VI extingue oficialmente aPaulo VI extingue oficialmente aPaulo VI extingue oficialmente aPaulo VI extingue oficialmente a " Inquisição"." Inquisição"." Inquisição"." Inquisição".

1966196619661966 ---- 1º Congresso Mundial de Evangelização em Berlim,Alemanha Ocidental.1º Congresso Mundial de Evangelização em Berlim,Alemanha Ocidental.1º Congresso Mundial de Evangelização em Berlim,Alemanha Ocidental.1º Congresso Mundial de Evangelização em Berlim,Alemanha Ocidental.

1967196719671967 ---- Papa Paulo VI proíbe os católicos de freqüentarem cultos evangélicos.Papa Paulo VI proíbe os católicos de freqüentarem cultos evangélicos.Papa Paulo VI proíbe os católicos de freqüentarem cultos evangélicos.Papa Paulo VI proíbe os católicos de freqüentarem cultos evangélicos.

1974197419741974 ---- II Congresso Mundial de EII Congresso Mundial de EII Congresso Mundial de EII Congresso Mundial de Evangelização, em Lousannevangelização, em Lousannevangelização, em Lousannevangelização, em Lousanne---- Suíça.Suíça.Suíça.Suíça.

1980198019801980 ---- João Paulo II tornaJoão Paulo II tornaJoão Paulo II tornaJoão Paulo II torna----se o primeiro Papa a visitar o Brasil, como estratégia para deter ose o primeiro Papa a visitar o Brasil, como estratégia para deter ose o primeiro Papa a visitar o Brasil, como estratégia para deter ose o primeiro Papa a visitar o Brasil, como estratégia para deter o

crescimento dos evangélicos.crescimento dos evangélicos.crescimento dos evangélicos.crescimento dos evangélicos.

1986198619861986----2007200720072007 ---- A igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelosA igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelosA igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelosA igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelos

partipartipartipartidos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.dos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.dos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.dos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.

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IGREJA PÓSIGREJA PÓSIGREJA PÓSIGREJA PÓS----MODERNAMODERNAMODERNAMODERNA ----

1992199219921992 ---- Na 4ª Conferência do Celam , o Papa fez com que a Igreja LatinoNa 4ª Conferência do Celam , o Papa fez com que a Igreja LatinoNa 4ª Conferência do Celam , o Papa fez com que a Igreja LatinoNa 4ª Conferência do Celam , o Papa fez com que a Igreja Latino----americana recuasse naamericana recuasse naamericana recuasse naamericana recuasse na

"Teologia da Libertação", abandono do método ativista, não dogmático, adotado pelo catolicismo"Teologia da Libertação", abandono do método ativista, não dogmático, adotado pelo catolicismo"Teologia da Libertação", abandono do método ativista, não dogmático, adotado pelo catolicismo"Teologia da Libertação", abandono do método ativista, não dogmático, adotado pelo catolicismo

libertário. A igreja brasileira passa a atuar como vigilante moral, denunciando injustiças e falhaslibertário. A igreja brasileira passa a atuar como vigilante moral, denunciando injustiças e falhaslibertário. A igreja brasileira passa a atuar como vigilante moral, denunciando injustiças e falhaslibertário. A igreja brasileira passa a atuar como vigilante moral, denunciando injustiças e falhas

das políticas sociais dos governos.das políticas sociais dos governos.das políticas sociais dos governos.das políticas sociais dos governos.

XXIXXIXXIXXI ---- 2001200120012001----2100210021002100

2001200120012001 ---- PPPPapa João Paulo II pediu à Igreja Latinoapa João Paulo II pediu à Igreja Latinoapa João Paulo II pediu à Igreja Latinoapa João Paulo II pediu à Igreja Latino----americana para fomentar uma "Ação Pastoralamericana para fomentar uma "Ação Pastoralamericana para fomentar uma "Ação Pastoralamericana para fomentar uma "Ação Pastoral

decidida", contra as seitas evangélicas, as quais definiu como um grave obstáculo para adecidida", contra as seitas evangélicas, as quais definiu como um grave obstáculo para adecidida", contra as seitas evangélicas, as quais definiu como um grave obstáculo para adecidida", contra as seitas evangélicas, as quais definiu como um grave obstáculo para a

evangelização do continente.evangelização do continente.evangelização do continente.evangelização do continente.

2007200720072007 ---- Papa Bento XVI, visita o Brasil, no mês de MaioPapa Bento XVI, visita o Brasil, no mês de MaioPapa Bento XVI, visita o Brasil, no mês de MaioPapa Bento XVI, visita o Brasil, no mês de Maio....

Raízes e desenvolvimento da Igreja Do Nazareno no Leste Americano 1. Associação Central Evangélica de Santidade a. Fundação: Nos dias 13 e 14 de março de 1890, representantes da maioria dos grupos, da Nova Inglaterra, se reuniram e uniram-se para formar a Associação Central Evangélica de Santidade.

b. Objetivos: Promover a santidade Bíblica através de um consenso e ação conjunta com vistas a fortalecer e animar aqueles que por causa de sua fé, estavam se vendo privados do companheirismo e serviços cristãos. Sua membresia era formada por igrejas, grupos ou pequenas associações de santidade do Leste dos Estados Unidos.

2. A Associação de Santidade do Estado de Vermont( 1892) – Foi fundada pelo Pr. H. F. Reynolds, o homem chave das Missões Nazarenas. Seu coração era missionário. 3. A Associação de Santidade do Estado de New York (1895) - Fundada por William Hoople 4. Associação das Igrejas Pentecostais da América 31/03/1896 Reynolds e Hoople iniciaram uma série de reuniões propondo a união com as igrejas da Associação Central Evangélica da Santidade. Entre as principais estavam a congregação de Hillery em Providence, Rhode Island, a de Sprague em Keene em New Hampshire as duas igrejas de C. Howard Davis (Lynn e Malden) em Massachussetts. Alguns dos líderes concordaram. Foi então que várias congregações da Nova Inglaterra se uniram à Associação das Igrejas Pentecostais da América em 31 de março de 1896.

a. Fatores de crescimento e prosperidade da Década de 1897 a 1907

• O fato de que nenhum dos líderes se sobressaía ao outro como em outros lugares,

• a qualidade de vida e palavra dos pregadores,

• os leigos captaram uma visão missionária doméstica e estrangeira que é a nossa marca até hoje,

• a adesão de mais seis congregações situadas nos centros urbanos perto de Boston em Massachusetts.

b. Os Campeões da Santidade - Uma olhada para traz trazia muito alegria para os Campeões da Santidade no Leste, pois nesta ocasião já havia 45 Igrejas na Associação das Igrejas Pentecostais da América com um total de 2.256 membros. Seus pastores formavam um grupo forte, consagrado e unido. Ao ler sobre esta década pode-se sentir que são homens e mulheres ansiosos por preservar o melhor da tradição evangélica, não eram homens rebeldes, sectários procurando destruir a sua herança teológica. Em todas as igrejas havia escola dominical,

sociedade de jovens e em algumas haviam uma biblioteca ambulante. Usava-se o hinário metodista, e, em sua maioria possuíam uma sociedade missionária, dirigida por mulheres.

B) Raízes e Desenvolvimento da Igreja no Oeste

1. Biografia – Phineas Bresee Phineas F. Bresee nasceu em uma cabana rústica em Franklin do condado de Delaware, na parte ocidental de New York no dia 31 de dezembro de 1838. Era o segundo dos três filhos. Seus pais Phineas P e Susana Brown Bresee eram cristãos metodistas desde a sua juventude. Ele aproveitou todas as oportunidades para estudar, fez o primeiro e segundo grau em oneonta – Nova Yorque. Se converteu num culto em fevereiro de 1856 e pouco tempo depois recebeu a licença de “Exortador” o primeiro passo para se tornar um ministro. No ano seguinte mudaram-se para Millesburg em Iowa. Ele se colocou à disposição da Conferência Anual para ajudar a um pastor mais experiente e isto realmente aconteceu, tornou-se co-pastor de A.C. Barnhart, encarregado do circuito de Marenco em 1857. Durante o ano seguinte deu-se nas áreas do seu pastorado um poderoso avivamento. Ele foi designado pastor do seu próprio circuito que era a Comunidade Holandesa de Pella. Foi para lá ministro metodista ordenado em 1859. Voltou a Nova Yorque no mesmo ano para casar-se com Mary Hibbard, irmã de um colega de classe e de uma família metodista muito conceituada. Depois de pedir transferência, o presidente da denominação o enviou para um campo muito difícil o circuito de Galesburg, no início ficou um pouco triste mas depois tomou esta designação como um desafio. Chegando lá, Deus o usou grandemente, provocando um despertamento em todo o circuito. Em apenas um ano ganhou cento e quarenta novos membros em sua igreja, comprou uma casa pastoral e um par de cavalos para viajar para as assembléias anuais. Tornou-se um pastor famoso entre os metodistas com apenas 23 anos, foi designado pastor de uma grande e boa igreja em Dês Moines, a cidade capital. Desde então todos reconheceram a sua capacidade e teve muito êxito naquela obra. Livrou a Igreja de Dês Moines da ruína financeira. Depois serviu dois anos como presbítero presidente do distrito de Witersert, que cobria toda a parte ocidental do estado de Iowa. Pastoreou muitas outras grandes igrejas metodistas. Durante estes anos se tornou um líder de confiança da conferência de Iowa, especialmente nas causas missionárias. Quando pastor em Red Oak construiu um dos mais lindos templos de então. Ali começou um trabalho de Acampamento Local. Deste, suscitou-se um avivamento que durou todo o inverno. Durante esta campanha foi que ele iniciou o costume de usar corinhos populares na adoração e preparação para o altar. Phineas Bresee testifica a sua santificação – No inverno de 1866 Bresee experimentou a inteira santificação. Durante o período em que havia sido presbítero presidente do distrito de Winterset passou por uma agonizante crise – a da dúvida. Ele mesmo disse que parecia duvidar de tudo, no início pensou que era uma questão intelectual e, procurou as respostas, depois

achou que o problema é que havia entrado no ministério muito novo. Estudou muito e nada resolvia o seu problema. Numa noite de muita neve, durante uma reunião de oração, Bresee caiu de joelhos e suplicou ao senhor que lhe desse uma experiência que desse cabo da sua luta. Realmente aconteceu. Mais tarde, ele mesmo, testemunhou dizendo “Aquela experiência desarraigou do meu coração as tendências ao mundanismo, a ira e ao orgulho. Foram-se todas dúvidas. Afirmou também que ficou claro que as dúvidas eram de origem moral e não intelectual e que, a dúvida, como as outras obras, eram provenientes da carnalidade do seu coração. De início nem ele sabia o que havia se passado com ele e reconheceu que antes não vivia nem ensinava acerca da vida vitoriosa. Depois de ter deixado de trabalhar integralmente no ministério para trabalhar com negócios, chegou até a pedir designação para uma igreja menor a fim de cuidar dos seus negócios. Mas Deus o queria integralmente na Sua Obra. Depois de passar por uma grave crise financeira, mudou-se para Los Angeles na Califórnia e decidiu não mais preocupar-se com dinheiro; daria a sua vida inteira para a Obra. Chegando lá, em apenas duas semanas foi instalado pastor da Igreja Metodista de Los Angeles. 2. O Avivamento de Santidade na Califórnia do Sul. Foi nesta igreja que Bresee teve contato com um grupo forte de leigos que professavam a inteira santificação. Seu líder era Leslie F. Gay em cuja casa se reuniam, os irmãos reuniam-se semanalmente para buscar a bênção. Gay havia sofrido muito com a saúde debilitada, depois de curado pelo Senhor decidiu entregar a sua vida para a Obra do Senhor e tornou-se uma coluna entre os metodistas. Em pouco tempo Bresee uniu-se a eles. A Convenção do seu distrito – a Califórnia do Sul. Designou-o junto com Leslie, Fasmeorth e mais dois pastores como Comitê para estabelecer contato com a Associação Nacional de Encontros para a Promoção da Santidade Cristã com o firme propósito de ligarem-se a ela. O resultado disto foi que William Eillian McDonald e George Watson vieram para uma série de campanhas de avivamento. Aquele tempo foi muito especial, Bresee, apesar de ter o coração incendiado pelo fogo do Espírito, decidiu fazer tudo paulatinamente e com muita sabedoria. O resultado foi que em 1885 o metodismo na Califórnia parecia estar a ponto de aceitar completamente a doutrina da Inteira Santificação e da perfeição cristã.

A primeira reunião desta conferência em Long Beach provou um mini-pentecostes. Trinta e nove dos 72 líderes que testificaram naquele encontro, confessavam ter recebido a bênção do enchimento de poder. Bresee pregou em Efésios 5:25 comparando o batismo do amor divino com a limpeza de todo o pecado. Ele mesmo disse: “Ainda que esta doutrina seja básica no Metodismo muitos pregadores não são claros em pregá-la como deveriam fazer. Os que estavam à frente deste movimento eram líderes de proeminência do Metodismo da Califórnia do Sul. No fim do seu pastorado em Los Angeles a congregação já contava com seiscentos e cinqüenta membros, era a maior igreja do distrito. Seu salário era quase duas vezes maior do que o de qualquer outro pastor. Em agosto de 1886 aceitou a designação para Pasadena que era uma pequena aldeia. O templo estava sendo construído e o número de membros era de 130.

Chegando iniciou uma campanha evangelistica e não parou mais de evangelizar, em menos de um ano a membresia havia dobrado.

Enquanto Bresee trabalhava outros também faziam o mesmo, em 1888 e 89 McDonald e Wood dirigiram campanhas de avivamentos em igrejas pequenas e grandes. Leslie Gay tornou-se membro da Associação Nacional de Encontros para a Promoção da Santidade Cristã. Bresee ganhou o reconhecimento do público por seus esforços em aplicar o cristianismo às necessidades sociais durante os anos que passou em Pasadena em 1890 o avivamento de santidade da Califórnia chegava a uma nova fase – uma fase muito crítica. Crescia o número de grupos Independentes e os líderes Metodistas ficavam envergonhados, pois segundo eles, isto comprometia o testemunho ministerial deles. No entanto foram muitos os que permaneceram leais às suas lideranças. Bresee estava pastoreando a Igreja de Asbury, ele era um líder amoroso e desenvolveu na Califórnia um espírito brando e compassivo. No entanto aconteceu algo muito desagradável. John H. Vincent tornou-se presidente da Conferência da Califórnia do Sul, este era inimigo da doutrina da Inteira Santificação. Logo ao assumir depôs Bresee e outros dos seus cargos e o enviou à Igreja de Simpson, onde dominavam os oponentes. Passou algum tempo lá mas, o relacionamento tornou-se inviável. Ninguém queria aceitar a doutrina, e antes pelo contrário, perseguia os que a defendiam. No ano seguinte foi designado pastor de uma pequena Igreja de Boyle Heights em Los Angeles. Apesar deste incidente Dr. Bresee continuou sendo estimado entre a liderança Metodista e um líder chave no programa de evangelismo e educação da Igreja. Foi presidente da Junta de Síndicos da conferência, da Junta de Extensão da Igreja e presidente do Comitê de Educação.

1. A Fundação da Igreja do Nazareno

a) A Missão Peniel

Desde de que deixou de ser presidente de distrito em 1892, Bresee tentou ser designado como Missionário Independente metodista para a cidade de Los Angeles. No início de 1894 os lideres de uma Independente chamada Missão Peniel convidou o dr. Bresee, ele aceitou mas pediu licença da Igreja Metodista para isto, a conferência negou veemente o seu pedido. Nesta altura Dr. Bresee juntamente com Dr. J.P. Widney um famoso médico que investia quase tudo que ganhava na Obra de Deus, estavam pregando, alternadamente na referida Igreja.

Os Primeiros Sinais de Separação:

• A declaração de princípios que Bresee fez para a Missão Peniel.

• A grande reunião de jovens às sexta feira,

• Seu programa de evangelização aos pobres

O veredito final: Os bispos da conferência Metodista convidaram-no. para uma entrevista. Depois de passar uma noite inteira em oração Bresee decidiu solicitar à superintendência do distrito que o

colocasse na lista de ministros inativos; assim o fizeram. Passou outra noite em oração e entendeu que Deus lhe dera o texto de Isaías 66:5 este texto lhe trouxe muita paz e consolo.

b) A Organização da Igreja do Nazareno

Depois de servir como pastor da Missão Peniel por um ano, uma nova porta se abriu. Alguns amigos interessados em promover a doutrina da santidade, alugaram um prédio de comércio na Rua Main (central) 317 em Los Angeles e convidou–o para pregar em seus cultos pela manhã, e o Dr. J.P. Widney à noite. No terceiro domingo de manhã com a presença de 86 pessoas organizaram a Igreja do Nazareno com o propósito declarado de pregar a santidade e levar o evangelho, prioritariamente, aos pobres. Poucos dias depois a membresia subiu para 135 membros.O nome foi escolhido a fim de homenagear a Jesus e não ter cor denominacional. Além do Dr. Bresee outros metodistas de renome juntaram-se a eles. No dia da organização o irmão Widney pregou uma mensagem cuja síntese foi: “A essência do Cristianismo não consistia em receber um credo, nem em observar as formas e rituais de uma igreja mas sim, aceitar a vida de Cristo, para tornar Cristo o Senhor dela mesma”.

4) O Estabelecimento de Igrejas do Nazareno do Nazareno na Califórnia Mesmo pequena e limitada de recursos no princípio, a Igreja do Nazareno cresceu rapidamente chegando a cidades chaves e aos estados vizinhos. Em 1897 estabeleceu-se igrejas em Berkeley, Oakland e deu-se Os primeiros passos para organizar as Igrejas em Elsyn Heights, Los Angeles, e South Pasadena. No princípio o Dr. Bresee não teve o propósito de fundar uma nova denominação. No entanto, aquela que era para ser somente uma Igreja local como o nome de Igreja do Nazareno estava fundando congregações que estavam aptas para se tornarem igrejas. Quando Dr. Bresee se deu conta de que se desenvolvia uma nova denominação começou a estudar seriamente a Igreja neo-testamentária para descobrir a maneira apostólica de se estabelecer uma igreja Não demorou muito para que os outros grupos reconhecessem a nova Igreja. Um grande número de pregadores célebres de santidade se uniu a Igreja do Nazareno. Muitos deles eram famosos nacional e internacionalmente. Dentre eles: Bud Robinson, Will Huff, C. R. Cornell, J. T. Hatfield, C.W Ruth, L. Milton Willians, Jeff Rogers, Seth C. Rees e I. C. Martim. Em 1905, dez anos depois, havia 4000 mil membros. Quase 2000 só em Los Angeles.

a) Refinando a Organização da Igreja

• Em 18 de abril de 1898 reuniu-se o primeiro concilio da Igreja do Nazareno no Tabernáculo da Rua Los Angeles. Estiveram presentes pastores, representantes de todas as Congregações, a assembléia adotou uma breve declaração de fé e regras gerais.

• No entanto, somente em 14 de Outubro de 1898 reuniu-se oficialmente uma Assembléia. Dentre os assuntos, trataram a questão da eleição para a superintendência. Nesta ocasião decidiu-se que haveria eleição anual para a superintendência e prepararam o primeiro manual.

• Em 16 de outubro de 1899 reuniram de novo em Assembléia e o Dr. Bresee foi eleito superintendente geral da denominação. Decidiu-se também fundar uma Casa Nazarena de Publicações para editar literatura de santidade e edição do Jornal O Nazareno.

• Assembléia de 1900 – No dia 16 de Outubro de 1900 reuniu-se a 3ª Assembléia. Em seu relatório anual o superintendente falando acerca de algumas dificuldades declarou: Um movimento novo, especialmente se tem êxito, atrai muitos, que se tornam verdadeiros estorvos. Fanáticos de todos os tipos esperam que o movimento novo adote os seus conceitos, porém quando descobrem que se trata do mesmo evangelho, incendiado pelo fogo do Espírito mas original..... levantam vôo rumo a climas mais acolhedores.

• Em apenas 11 anos o Dr. Bresee e seus colaboradores já haviam desenvolvido um sistema de organização e governo de igreja sólido, tanto nos Estados Unidos como em outros países. O espírito de abrir novos campos para pregar a doutrina levou o povo de santidade a realizar sacrifícios e como resultado disto, colheram frutos sobrenaturais.

C) O Desenvolvimento das Igrejas de Santidade no Sul

A formação das igrejas de santidade do sul dos Estados Unidos seguiu o mesmo padrão das igrejas no leste e oeste. Surgiram três grupos principais: A Igreja de Cristo do Novo Testamento, a Igreja Independente de Santidade e a Missão Pentecostal. 1) Igreja de Cristo do Novo Testamento

A sua fundação deu-se a uma profunda convicção de que deveríam voltar à pureza de convicção, à simplicidade e o poder do Espírito que caracterizava a Igreja Neo-testamentária. Dentre os seus fundadores estava o Rev. R. L. Harris, um pregador rural que tinha plena convicção de que Deus o estava chamando para uma grande obra. Em julho de 1893 o pastor batista R. B. Mitchum e sua esposa de Milauyn, Tennessee convidaram o Pastor Harris para dirigir um “Campanha ”. Quando terminou a primeira semana de avivamento, o local onde se reuniam já não comportava mais ninguém. Houve um tremendo mover do Espírito e por causa disto houve um debate entre o convidado e aquele que o convidou. Isto produziu uma série discussões acerca da santidade cristã. Em maio de 1894 iniciou-se um avivamento que durou por três meses. O Pastor Harris ensinava que todos que nasciam de novo, aos moldes do Novo Testamento deveriam buscar o batismo com o Espírito como uma segunda bênção. Durante aproximadamente cinco anos o Rev.Harris vinha sentindo que Deus desejava uma nova congregação e que o povo de santidade pudesse ter um lar espiritual para receber instrução, tal qual a

Igreja neo-testamentária. Reuniu todos os que participavam de suas campanhas e de acordo com a vontade deles decidiu fundar a Igreja de Cristo do Novo Testamento em 9 de julho de 1894.

2) Igreja Independente de Santidade Dentre os vários grupos que ao longo dos anos se uniram à Igreja de Cristo do Novo Testamento, o mais proeminente foi a Igreja Independente de Santidade. Debaixo da liderança agressiva de do Rev. C.Br Jernigan e seus ajudantes . Este grupo se havia formado Van Alstyne no Texas em 1901. A maioria dos seus membros eram provenientes da Associação de Santidade do Texas, que havia sido uma conseqüência dos avivamentos de santidade de 1896 pelos Revs. Thomas Dennis Rogers e George Tell. O Rev. C.B. Jernigan, pastor da Primeira Igreja Independente de Santidade dedicou-se ao evangelismo de tal forma que em pouco tempo já contavam com algumas congregações que se tornaram igrejas em Red Oak e Lason no Texas. Estas igrejas prosperaram muito .

a) Primeiro Concílio Anual da Igreja Independente de Santidade. – Reuniu-se em 1º de Fevereiro de 1903 em Blosson – Texas. Elegeram como presidente C.B. Jernigam e o J.B. chapnam.

b) Terceiro Concílio Anual – Reuniu-se em 1904 e designaram vários pastores dentre eles Jernigan e Chapnan para participarem do Concílio Anual da Igreja de Cristo do Novo Testamento em novembro.

c) A União das duas Igrejas – Em 22 de Novembro de 1904 se

reuniu o terceiro Concílio da Igreja de Cristo do Novo Testamento em Rising Star no Texas. Nesta Reunião estavam representantes das Igrejas: Igreja de Cristo do Novo Testamento, Igreja Independente de Santidade e Igreja de Deus além de outros grupos menores. Prepararam um Manual e formou-se uma só igreja cujo nome era: Igreja de Cristo de Santidade.

d) Planos para a união com os Nazarenos

1. Concílio da Igreja de Cristo – 1906 - Estiveram presentes delegados dos Estados do Texas, Arkansas, Oklahoma, Missouri, Lousyania, Kentuck e Geórgia além de alguns índios. Não houve mudanças consideráveis mas decidiu-se criar uma espécie de Junta de Credenciais Ministeriais como temos hoje e ficou convencionado que todos os ministros licenciados e ordenados deveriam prestar relatórios anualmente ao concílio. 2. Primeiros contatos – C.W.Ruth mantinha correspondência com alguns membros importantes da Igreja de Cristo de Santidade sobre a possibilidade de uma união. Ele deixou bem claro que a Igreja do Nazareno e a Associação de Igrejas Pentecostais da América estavam considerando seriamente unirem-se e que em abril de 1907

teriam uma reunião em Brookyin, Nova Iorque uma reunião especial para tratar deste assunto. Os representantes eleitos para aquela ocasião tiveram total liberdade para discutir as bases da possível união. 3. Reunião do Broklym para União das Igrejas -- Durante a reunião no Brooklyn a Igreja do Nazareno e as Igrejas Pentecostais da América formularam planos para uma convenção de união que deveria reunir-se em Chicago, Illinóis no dia 10 de outubro de 1907.Nesta convenção a Igreja de Cristo de Santidade esteve representado por C.B. Jernigam, J.D. Scott, Joseph N. Speakes, J.P. Roberts; T.J. Shingeer, S.M. Stafford e a senhora E.H. Sheeks. Durante as reuniões da desta Assembléia discutiu-se abertamente as diferenças entre a Igreja de Cristo de Santidade e o novo corpo eclesiástico que se estava formando chamado “Igreja Pentecostal do Nazareno” e estudaram as bases de uma união. Os representantes legais voltaram animados e decididos a se unirem para fazer uma Igreja nacional. e) A União das Igrejas – Um estudo do surgimento e desenvolvimento da Igreja do Nazareno no oeste, da Associação de Igrejas Pentecostais da América no leste e a Igreja de Cristo de Santidade no sul, revelam-se incrivelmente semelhantes na doutrina, no governo e nos costumes. O fator de maior significado no movimento que teve como fruto a Igreja do Nazareno de hoje foi o desejo de serem um. Todos eles acreditavam na 1ª e 2ª obras da Graça. A 1ª na hora da salvação e a 2ª como o batismo com o Espírito Santo por fé e consagração.

1) A União da Igreja do Leste e Oeste(Igreja Pentecostal do

Nazareno) com o sul No dia 8 de outubro de 1908 reuniu-se a 2ª Assembléia Anual da Igreja Pentecostal do Nazareno em Pilot Point no Texas e Dr. Phinas Bresee abriu a sessão com um pequeno devocional e a santa ceia. Alguns delegados da Missão Pentecostal de Nashville do Tennesee, também estavam presentes pleiteando uma possível união, foram membros honorários da Assembléia. As reuniões duraram 5 dias, depois de entrarem em acordo em tudo, o Sr. R.B. Mitchum propôs a união e o Reverendo C.W. Ruth secundou a proposta; todos concordaram e em meio a expressões e regozijo ás 10:40 da manhã do dia 13 de outubro uniram-se leste/oeste com o sul, formando a Igreja Pentecostal do Nazareno.

Confissão de Fé de Westminster

CAPÍTULOS CONTEÚDO I ESCRITURA SAGRADA II DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE III ETERNOS DECRETOS DE DEUS IV CRIAÇÃO V PROVIDÊNCIA VI QUEDA DO HOMEM, O PECADO E O SEU CASTIGO VII PACTO DE DEUS COM O HOMEM VIII CRISTO O MEDIADOR IX LIVRE ARBÍTRIO X VOCAÇÃO EFICAZ XI JUSTIFICAÇÃO XII ADOÇÃO XIII SANTIFICAÇÃO XIV FÉ SALVADORA XV ARREPENDIMENTO PARA A VIDA XVI BOAS OBRAS XVII PERSEVERANÇA DOS SANTOS XVIII CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO XIX LEI DE DEUS XX LIBERDADE CRISTÃ E LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA XXI CULTO RELIGIOSO E O DOMINGO XXII JURAMENTOS LEGAIS E OS VOTOS XXIII MAGISTRADO CIVIL XXIV MATRIMÔNIO E DIVÓRCIO XXV IGREJA XXVI COMUNHÃO DOS SANTOS XXVII SACRAMENTOS XXVIII BATISMO XXIX CEIA DO SENHOR XXX CENSURAS ECLESIÁSTICAS XXXI SÍNODOS E CONCÍLIOS XXXII ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E A RESSUREIÇÃO DOS MORTOS XXXIII JUÍZO FINAL PREFÁCIO AOS NOVOS CAPÍTULOS XXXIV ESPÍRITO SANTO XXXV AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES NOTA HISTÓRICA A AUTORIDADE DA CONFISSÃO DE FÉ E DOS CATECISMOS

CO�FISSÃO DE FÉ DE WESTMI�STER CAPÍTULO I DA ESCRITURA SAGRADA I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis,

contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19. II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

O VELHO TESTAMENTO Gênesis Esdras Oséias Êxodo Neemias Joel Levítico Ester Amós Números Jó Obadias Deuteronômio Salmos Jonas Josué Provérbios Miquéias Juízes Eclesiastes Naum Rute Cântico dos Habacuque I Samuel Cânticos Sofonias II Samuel Isaías Ageu I Reis Jeremias Zacarias II Reis Lamentações Malaquias I Crônicas Ezequiel II Crônicas Daniel O NOVO TESTAMENTO Mateus Efésios Hebreus Marcos Filipenses Tiago Lucas Colossenses I Pedro João I Tessalonicenses II Pedro Atos II Tessalonicenses I João Romanos I Timóteo II João I Coríntios II Timóteo III João II Coríntios Tito Judas Gálatas Filemon Apocalípse Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27. III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos. Ref. Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações. Ref. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12. VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espíri'to, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14. VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas. Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras. Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4. IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente. Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura. Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10. CAPÍTULO II DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juizos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado. Ref. Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim. 1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3; Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3. II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles. Ref. João 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc. 5: 12-14. III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho. Ref. Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; João 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6. CAPÍTULO III DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.

Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34. II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições. Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18. III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna. Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6. IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído. Ref. João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.

V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9. VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo. Ref. I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19. VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas, o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados. Ref. Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8. VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e abundante consolação. Ref. Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6, 10.

CAPÍTULO IV DA CRIAÇÃO I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis. Ref. Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11. II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas. Ref. Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6. CAPÍTULO V DA PROVIDÊNCIA I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor. Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5. II. Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou contingentemente. Ref. Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.

III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio. Ref. At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; João 11:34-45; Rom. 1:4. IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo. Ref. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.

V. O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e santos. Ref. II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9. VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso os entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Sataná5: assim acontece que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos outros. Ref. Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13; Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14. VII. Como a providência de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, também de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela. Ref. Amós 9:8-9; Mat. 16:18; Rom. 8-28; I Tim. 4: 10. CAPÍTULO VI DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Ref. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.

II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma. Ref. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18. III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. Ref. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6. IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Ref. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.

V. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são real e propriamente pecado. Ref. Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17. VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. Ref. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9. CAPÍTULO VII DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM I. Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto. Ref. Jó 9:32-33; Sal. 113:5-6; At. 17:24-25; Luc. 17: 10. II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal. Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10.

III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer. Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14. IV. Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perduravel herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto. Ref. Hebr. 9:15-17.

V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento. Ref. II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; João 8:36; Gal. 3:7-9, 14.

VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações. Ref. Col. 2:17; Mat. 28:19-2; I Cor. 11:23-25; Heb. 12:22-24; II Cor. 3:9-11; Luc. 2:32; Ef. 2:15-19; Luc. 22:20; Gal. 3:14-16; At. 15: l 1; Rom. 3:21-22, 30 e 4:16-17, e 23-24; Heb. 1:1-2. CAPÍTULO VIII DE CRISTO O MEDIADOR I. Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado. Ref. Isa. 42: 1; I Ped. 1: 19-20; I Tim. 2:5; João 3:16; Deut. 18:15; At. 3:20-22; Heb. 5:5-6; Isa. 9:6-7; Luc. 1:33; Heb. 1:2; Ef. 5:23; At. 17:31; II Cor.5:10; João 17:6; Ef. 1:4; I Tim. 2:56; I Cor. 1:30; Rom.8:30. II. O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade - foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão; essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem. Ref. João 1:1,14; I João 5:20; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Heb. 2:14, 17 e 4:15; Luc. 1:27, 31, 35; Mat. 16:16; Col. 2:9; Rom. 9:5; Rom. 1:3-4; I Tim. 2:5. III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse. Ref. Sal. 45:5; João 3:34; Heb. 1:8-9; Col. 2:3, e 1:9; Heb. 7:26; João 1: 14; At. 10:38; Heb. 12:24, e 5:4-5; João 5:22, 27; Mat. 28:18. IV. Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercê-lo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os homens e os anjos.

Ref. Sal. 40:7-8; Heb. 10:5-6; João 4:34: Fil. 2-8; Gal. 4:4; Mat. 3:15 e 5:17; Mat. 26:37-38; Luc.22:24; Mat. 27.46; Fil 2:8; At. 2:24, 27 e 13:37; I Cor.15:4; João 20:25-27; Luc. 24:50-51; II Ped. 3:22; Rom. 8:34; Heb. 7:25; Rom. 14:10: At. 1:11, João5:28-29; Mat. 13:40-42. V. O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus. Ref. Rom. 5: 19 e :25-26; Heb. 10: 14; Ef. 1: 11, 14; Col.1:20; II Cor.5: 18; 20; João 17:2; Heb.9:12,15. VI. Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ref. Gal. 4:45; Gen. 3:15; Heb. 3:8.

VII. Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza. Ref. João 10:17-l8; I Ped. 3:18; Heb. 9:14; At. 20:28; João3:13 VIII. Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvação a todos aqueles para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercessão por eles e revelando-lhes na palavra e pela palavra os mistérios da salvação, persuadindo-os eficazmente pelo seu Espírito a crer e a obedecer, dirigindo os corações deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirável e inescrutável dispensação. Ref. João 6:37; 39 e10:15-16; I João 2:1; João 15:15; Ef. 1:9; João 17:6; II Cor. 4:13; Rom. 8:9, 14 e 15:18-19; João 17:17; Sal. 90:1; I Cor. 15: 25-26; Col. 2:15; Luc. 10: 19. CAPÍTULO IX DO LIVRE ARBITRIO I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.

Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7. II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder. Ref. Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e 2:16-17 e 3:6.

III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.

Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.

IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau.

Ref. Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João 1:8, 10.

V. É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só. Ref. Ef. 4:13; Judas, 24; I João 3:2. CAPÍTULO X DA VOCAÇÃO EFICAZ I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça. Ref. João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14; IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef. 1:17-18; II Çor. 4:6; Eze. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23; João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17. II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada. Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Eze. 36:27; João5:25. III. As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Espírito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra. Ref. Gen. 17:7; Sal. 105:8-10; Eze. 16-20-21; Luc. 18:1516; At. 2:39; Gal. 3:29; João 3:8 e 16:7-8; I João 5: 12; At. 4:12. IV. Os não eleitos, posto que sejam chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas das operações comuns do Espírito, contudo não se chegam nunca a Cristo e portanto não podem ser salvos; muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio os que não professam a religião cristã, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas com a luz da natureza

e com a lei da religião que professam; o asseverar e manter que podem é muito pernicioso e detestável. Ref. Mat. l3:14-15; At. 28:24; Mat. 22:14; Mat. 13:20-21, e 7:22; Heb. 6:4-5; João 6:64-66, e 8:24; At. 4:12; João 14:6 e 17:3; Ef. 2:12-13; II João 10: l 1; Gal. 1:8; I Cor. 16:22. CAPÍTULO XI DA JUSTIFICAÇÃO I. Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus. Ref. Rom. 8:30 e 3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; João 1:12 e 6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8. II. A fé, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justiça dele, é o único instrumento de justificação; ela, contudo não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre anda acompanhada de todas as outras graças salvadores; não é uma fé morta, mas obra por amor. Ref. Jão 3:16, 18, 36; Rom. 3:28, e 5: I; Tiago 2:17, 22, 26; Gal. 5:6. III. Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados, e, em lugar deles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo, como Cristo foi pelo Pai dado em favor deles e como a obediência e satisfação dele foram aceitas em lugar deles, ambas livremente e não por qualquer coisa neles existente, a justificação deles é só da livre graça, a fim de que tanto a justiça restrita como a abundante graça de Deus sejam glorificadas na justificação dos pecadores. Ref. Rom. 5:8, 9, 18; II Tim. 2:5-6; Heb. 10:10, 14; Rom. 8:32; II Cor. 5:21; Mat. 3:17; Ef. 5:2; Rom. 3:26; Ef. 2:7. IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos, e Cristo, no cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles; contudo eles não são justificados enquanto o Espírito Santo, no tempo próprio, não lhes aplica de fato os méritos de Cristo. Ref. Gal. 3:8; I Ped. 1:2, 19-20; Gal. 4:4; I Tim. 2:6; Rom. 4:25; I Ped. 1:21; Col. 1:21-22; Tito 3:4-7. V. Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de Deus. e ficar privados da luz do seu rosto, até que se humilhem, confessem os seus pecados, peçam perdão e renovem a sua fé e o seu arrependimento. Ref. Mat. 6:12; I João 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; João 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5. VI. A justificação dos crentes sob o Velho Testamento era, em todos estes respeitos. a mesma justificação dos crentes sob o Novo Testamento. Ref. Gal. 3:9, 13-14; Rom. 4:22, 24.

CAPÍTULOXII DA ADOÇÃO Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer participantes da graça da adoção. Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus e gozam a liberdade e privilégios deles; têm sobre si o nome deles, recebem o Espírito de adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça e são habilitados, a clamar "Abba, Pai"; são tratados com comiseração, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai; nunca, porém, abandonados, mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como herdeiros da eterna salvação. Ref. Ef. 1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom. 8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef. 4:30; Heb. 6:12; I Ped. 1: 3-4; Heb. 1: 14. CAPÍTULO XIII DA SANTIFICAÇÃO I. Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo coração e um novo espírito, são além disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais é mais enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvadores, para a prática da verdadeira santidade, sem a qual ninguém verá a Deus. Ref. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13; Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14. II. Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne. Ref. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11. III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus. Ref. Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1. CAPÍTULO XIV DA FÉ SALVADORA I. A graça da fé, pela qual os eleitos são habilitados a crer para a salvação das suas almas, é a obra que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério da palavra; por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração, ela é aumentada e fortalecida. Ref. Heb. 10:39; II Cor. 4:13; Ef. 1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom. 10:14, 17: I Cor. 1:21; I Ped. 2:2; Rom. 1:16-17; Luc. 22:19; João 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.

II. Por essa fé o cristão, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em sua palavra, crê ser verdade tudo quanto nela é revelado, e age de conformidade com aquilo que cada passagem contém em particular, prestando obediência aos mandamentos, tremendo às ameaças e abraçando as promessas de Deus para esta vida e para a futura; porém os principais atos de fé salvadora são - aceitar e receber a Cristo e firmar-se só nele para a justificação, santificação e vida eterna, isto em virtude do pacto da graça. Ref. João 6:42; I Tess. 2:13; I João 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb. 11:13; I Tim. 6:8; João1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At. 15: 11. III. Esta fé é de diferentes graus, é fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos assaltada e enfraquecida, mas sempre alcança a vitória, atingindo em muitos a uma perfeita segurança em Cristo, que é não somente o autor, como também o consumador da fé. Ref. Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I João 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2. CAPÍTULO XV DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA I. O arrependimento para a vida é uma graça evangélica, cuja doutrina deve ser tão pregada por todo o ministro do Evangelho como a da fé em Cristo. Ref. At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.

II. Movido pelo reconhecimento e sentimento, não só do perigo, mas também da impureza e odiosidade do pecado como contrários à santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador pelo arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos.

Ref. Eze. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat. 21:28-29.

III. Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça de Deus em Cristo, contudo, ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém poderá esperar o perdão, Ref. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31. IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente. Ref. Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,

V. Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados. Ref. Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.

VI. Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados, assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu

arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-lo em amor. Ref. Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8. CAPÍTULO XVI DAS BOAS OBRAS I. Boas obras são somente aquelas que Deus ordena em sua santa palavra, não as que, sem autoridade dela, são aconselhadas pelos homens movidos de um zelo cego ou sob qualquer outro pretexto de boa intenção. Ref. Miq. 6:8; Rom. 12:2; Heb. 13:21; Mat. I5:9; Isa. 29:13; I Ped. 1:18; João 16:2; Rom. 10:2;1 Sam. I5:22; Deut. 10:12-13; Col. 2:16, 17, 20-23. II. Estas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são o fruto e as evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratidão, robustecem a sua confiança, edificam os seus irmãos, adornam a profissão do Evangelho, tapam a boca aos adversários e glorificam a Deus, cuja feitura são, criados em Jesus Cristo para isso mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificação, tenham no fim a vida eterna. Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat. 5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedr. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom. 6:22. III. O poder de fazer boas obras não é de modo algum dos próprios fiéis, mas provém inteiramente do Espírito de Cristo. A fim de que sejam para isso habilitados, é necessário, além da graça que já receberam, uma influência positiva do mesmo Espírito Santo para obrar neles o querer e o perfazer segundo o seu beneplácito; contudo, não devem por isso tornar-se negligentes, como se não fossem obrigados a cumprir qualquer dever senão quando movidos especialmente pelo Espírito, mas devem esforçar-se por estimular a graça de Deus que há neles. Ref. João I5:4-6; Luc. 11:13; Fil. 2:13, e 4:13; II Cor. 3:5; Ef. 3:16; Fil. 2:12; Heb. 6:11-12; Isa. 64:7. IV. Os que alcançam pela sua obediência a maior perfeição possível nesta vida estão tão longe de exceder as suas obrigações e fazer mais do que Deus requer, que são deficientes em muitas coisas que são obrigados a fazer. Ref. Luc. 17: 10; Gal. 5: 17. V. Não podemos, pelas nossas melhores obras, merecer da mão de Deus perdão de pecado ou a vida eterna, porque é grande a desproporção que há entre eles e a glória porvir, e infinita a distância que vai de nós a Deus, a quem não podemos ser úteis por meio delas, nem satisfazer pela dívida dos nossos pecados anteriores; e porque, como boas, procedem do Espírito e, como nossas, são impuras e misturadas com tanta fraqueza e imperfeição, que não podem suportar a severidade do juízo de Deus; assim, depois que tivermos feito tudo quanto podemos, temos cumprido tão somente, o nosso dever, e somos servos inúteis. Ref. Rom. 3:20, e 4:2,4, 6; Éf. 2:8-9; Luc. 17:lO;Gal. 5:2223; Isa. 64-6; Sal. 143, 2, e 130:3. VI. Não obstante o que havemos dito, sendo aceitas por meio de Cristo as pessoas dos crentes, também são aceitas nele as boas obras deles, não como se fossem, nesta vida, inteiramente puras e irrepreensíveis à vista de Deus, mas porque Deus considerando-as em seu

Filho, é servido aceitar e recompensar aquilo que é sincero, embora seja acompanhado de muitas fraquezas e imperfeições. Ref. Ef. 1:6; I Ped. 2:5; Sal. 143:2; II Cor. 8:12; Heb. 6:10; Mat. 2,5:21, 23. VII. As obras feitas pelos não regenerados, embora sejam, quanto à matéria, coisas que Deus ordena, e úteis tanto a si mesmos como aos outros, contudo, porque procedem de corações não purificados pela fé, não são feitas devidamente - segundo a palavra; - nem para um fim justo - a glória de Deus; são pecaminosas e não podem agradar a Deus, nem preparar o homem para receber a graça de Deus; não obstante, o negligenciá-las é ainda mais pecaminoso e ofensivo a Deus. Ref. II Reis 10:30, 31; Fil. 1:15-16, 18; Heb. 11:4, 6; Mar. 10:20-21; I Cor. 13:3; Isa. 1:12; Mat. 6:2, 5, 16; Ag. 2:14; Amós 5:21-22; Mar. 7:6-7; Sal. 14:4; e 36:3; Mat. 2,5:41-45, e 23:23. CAPÍTULO XVII DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos. Ref. Fil. 1: 6; João 10: 28-29; I Ped. 1:5, 9.

II. Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e intercessão de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da natureza do pacto da graça; de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade. , Ref. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25; Luc. 22:32; Rom. 8:33, 34, 38-39; João 14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jer. 32:40; II Tess. 3:3; I João 2:19; João 10:28. III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre si juízos temporais. Ref. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal. 51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52; Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor. 11:32. CAPÍTULO XVIII DA CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO I. Ainda que os hipócritas e os outros não regenerados podem iludir-se vãmente com falsas esperanças e carnal presunção de se acharem no favor de Deus e em estado de Salvação, esperança essa que perecerá, contudo, os que verdadeiramente crêem no Senhor Jesus e o amam com sinceridade, procurando andar diante dele em toda a boa consciência, podem, nesta vida, certificar-se de se acharem em estado de graça e podem regozijar-se na esperança da glória de Deus, nessa esperança que nunca os envergonhará.

Ref. Deut. 29:19; Miq. 3:11; João 5:41; Mat. 8:22-23; I João 2:3 e 5: 13; Rom. 5:2, S; II Tim. 4:7-8. II. Esta certeza não é uma mera persuasão conjectural e provável, fundada numa falsa esperança, mas uma infalível segurança da fé, fundada na divina verdade das promessas de salvação, na evidência interna daquelas graças a que são feitas essas promessas, no testemunho do Espírito de adoção que testifica com os nossos espíritos sermos nós filhos de Deus, no testemunho desse Espírito que é o penhor de nossa herança e por quem somos selados para o dia da redenção. Ref. Heb. 6:11, 17-19; I Ped. 1:4-5, 10-11; I João 3:14; Rom.8:15-16; Ef.1: 13-14, e 4:30; II Cor.1:21-22. III. Esta segurança infalível não pertence de tal modo à essência da fé, que um verdadeiro crente, antes de possuí-la, não tenha de esperar muito e lutar com muitas dificuldades; contudo, sendo pelo Espírito habilitado a conhecer as coisas que lhe são livremente dadas por Deus, ele pode alcançá-la sem revelação extraordinária, no devido uso dos meios ordinários. É, pois, dever de todo o fiel fazer toda a diligência para tornar certas a sua vocação e eleição, a fim de que por esse modo seja o seu coração no Espírito Santo confirmado em paz e gozo, em amor e gratidão para com Deus, em firmeza e alegria nos deveres da obediência que são os frutos próprios desta segurança. Este privilégio está, pois, muito longe de predispor os homens à negligência. Ref. I João 5:13; I Cor. 2:12; I João 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped. 1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e 15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2; Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I João 1:6-7, e 3:2-3. IV. Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurança de salvação abalada, diminuída e interrompida negligenciando a conservação dela, caindo em algum pecado especial que fira a consciência e entristeça o Espírito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentações, retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e não tenham luz mesmo os que temem; contudo, eles nunca ficam inteiramente privados daquela semente de Deus e da vida da fé, daquele amor a Cristo e aos irmãos, daquela sinceridade de coração e consciência do dever; dessas bênçãos a certeza de salvação poderá, no tempo próprio, ser restaurada pela operação do Espírito, e por meio delas eles são, no entanto, suportados para não caírem no desespero absoluto. Ref. Sal. 51: 8, 12, 14; Ef. 4:30; Sal. 77: 1-10, e 31:32; I João 3:9; Luc. 22:32; Miq. 7:7-9; Jer. 32:40; II Cor. 4:8-10. CAPÍTULO XIX DA LEI DE DEUS I. Deus deu a Adão uma lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem como toda sua posteridade, a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a morte no caso dele violá-la; e dotou-o com o poder e capacidade de guardá-la. Ref. Gen. 1:26, e 2:17; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15, e 10:5, e 5:12, 19. II. Essa lei, depois da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça. Como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tábuas; os primeiros quatro mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros seis os nossos deveres para com o homem.

Ref. Tiago 1:25 e 2:8, 10; Deut. 5:32, e 10:4; Mat. 22:37-40. III. Além dessa lei, geralmente chamada lei moral, foi Deus servido dar ao seu povo de Israel, considerado uma igreja sob a sua tutela, leis cerimoniais que contêm diversas ordenanças típicas. Essas leis, que em parte se referem ao culto e prefiguram Cristo, as suas graças, os seus atos, os seus sofrimentos e os seus benefícios, e em parte representam várias instruções de deveres morais, estão todas abrogadas sob o Novo Testamento. Ref. Heb.10:1; Gal. 4:1-3; Col. 2:17; Exo. 12:14; I Cor.5:7; II Cor. 6:17; Col. 2:14, 16-17; Ef. 2:15-16. IV. A esse mesmo povo, considerado como um corpo político, Deus deu leis civis que terminaram com aquela nacionalidade, e que agora não obrigam além do que exige a sua eqüidade geral. Ref. Exo. 21, e 22:1-29; Gen. 49:10; Mat. 5:38-39.

V. A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, não desfaz de modo algum esta obrigação, antes a confirma. Ref. I João 2:3-4, 7; Rom. 3:31; Tiago, 2:8, 10, 11; Rom-. 3:19- Mat. 5:18-19. VI. Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei como pacto de obras, para serem por ela justificados ou condenados, contudo, ela lhes serve de grande proveito, como aos outros; manifestando-lhes, como regra de vida, a vontade de Deus, e o dever que eles têm, ela os dirige e os obriga a andar segundo a retidão; descobre-lhes também as pecaminosas poluções da sua natureza, dos seus corações e das suas vidas, de maneira que eles, examinando-se por meio dela, alcançam mais profundas convicções do pecado, maior humilhação por causa deles e maior aversão a eles, e ao mesmo tempo lhes dá uma melhor apreciação da necessidade que têm de Cristo e da perfeição da obediência dele. Ela é também de utilidade aos regenerados, a fim de conter a sua corrupção, pois proíbe o pecado; as suas ameaças servem para mostrar o que merecem os seus pecados e quais as aflições que por causa deles devem esperar nesta vida, ainda que sejam livres da maldição ameaçada na lei. Do mesmo modo as suas promessas mostram que Deus aprova a obediência deles e que bênção podem esperar, obedecendo, ainda que essas bênçãos não lhes sejam devidas pela lei considerada como pacto das obras - assim o fazer um homem o bem ou o evitar ele o mal, porque a lei anima aquilo e proibe isto, não é prova de estar ele debaixo da lei e não debaixo da graça. Ref. Rom. 6:14,e 8:1; Gal. 3:13; Rom. 7:12, 22, 25; Sal.119:5; I Cor. 7:19; Rom.7:7, e 3:20; Tiago 1:23, 25; Rom. 7:9,14, 24; Gal. 3:24; Rom. 8:3-4; Rom. 7:25; Tiago 2:11; Esdras 9:13-14; Sal. 89:30-34 e 37:11, e 19:11; Gal. 2:16; Luc. 17:10; Rom. 6:12,-14; Heb. 12:28-29; I Ped. 3:8-12; Sal. 34:12, 16. VII. Os supracitados usos da lei não são contrários à graça do Evangelho, mas suavemente condizem com ela, pois o Espírito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer se faça. Ref. Gal. 3:21; Eze. 36:27; Heb. 5:10. CAPÍTULO XX DA LIBERDADE CRISTÃ E DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA

I. A liberdade que Cristo, sob o Evangelho, comprou para os crentes consiste em serem eles libertos do delito do pecado, da ira condenatória de Deus, da maldição da lei moral e em serem livres do poder deste mundo. do cativeiro de Satanás, do domínio do pecado, do mal das aflições, do aguilhão da morte, da vitória da sepultura e da condenação eterna: como também em terem livre acesso a Deus, em lhe prestarem obediência, não movidos de um medo servil, mas de amor filial e espírito voluntário. Todos estes privilégios eram comuns também aos crentes debaixo da lei, mas sob o Evangelho, a liberdade dos cristãos está mais ampliada, achando-se eles isentos do jugo da lei cerimonial a que estava sujeita a Igreja Judaica, e tendo maior confiança de acesso ao trono da graça e mais abundantes comunicações do Espírito de Deus, do que os crentes debaixo da lei ordinariamente alcançavam. Ref. Tito 2:14; I Tess. 1: 10; Gal. 3:13; Rom. 8: 1; Gal. 1:4; At. 26:18; Rom. 6:14; I João 1:7; Sal. 119:71; Rom. 8:28; I Cor, 15:54-57; Rom. 5l: 1-2; Ef. 2:18 e 3:12; Heb. 10: 19; Rom. 8:14. 15; Gal. 6:6; I João 6:18; Gal. 3:9, 14, e 5: 1; At. 15: 10; Heb. 4:14, 16, e 10: 19-22; João 7:38-39; Rom. 5:5. II. Só Deus é senhor da consciência, e ele deixou livre das doutrinas e mandamentos humanos que em qualquer coisa, sejam contrários à sua palavra ou que, em matéria de fé ou de culto estejam fora dela. Assim crer tais doutrinas ou obedecer a tais mandamentos como coisa de consciência é trair a verdadeira liberdade de consciência; e requerer para elas fé implícita e obediência cega e absoluta é destruir a liberdade de consciência e a mesma razão. Ref. Rom. 14:4, 10; Tiago 4:12; At. 4:19, e 5:29; Mat. 28:8-10; Col. 2:20-23; Gal. 1: 10, e 2:4-5, e 4:9-10, e 5: 1;. Rom, 14:23; At. 17:11; João 4:22; Jer. 8:9; I Ped. 3: 15. III. Aqueles que, sob o pretexto de liberdade cristã, cometem qualquer pecado ou toleram qualquer concupiscência, destroem por isso mesmo o fim da liberdade cristã; o fim da liberdade é que, sendo livres das mãos dos nossos inimigos, sem medo sirvamos ao Senhor em santidade e justiça, diante dele todos os dias da nossa vida. Ref. Luc. 1:74-75; Rom. 6:15; Gal. 5:13; I Ped. 2:16; II Ped. 3: 15. IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas. Ref. I Ped. 2:13-16; Heb. 13:17; Mat. 18:15-17; II Tess.3:14; Tito3:10; I Cor. 5:11-13; Rom. 16:17; II Tess. 3:6. CAPÍTULO XXI DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO I. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem

sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. Ref. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; João 4:3, 24; Exo. 20:4-6. II. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo. Ref. João 5:23; Mat. 28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; João 14:6; I Tim. 2:5; Ef. 2:18; Col. 3:17. III. A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em o nome do Filho, pelo auxílio do seu Espírito, segundo a sua vontade, e isto com inteligência, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. Se for vocal, deve ser proferida em uma língua conhecida dos circunstantes. Ref. Fil. 4:6; I Tim. 2:1; Col. 4:2; Sal. 65:2, e 67:3; I Tess. 5:17-18; João 14:13-14; I Ped. 2:5; Rom. 8:26; Ef. 6:8; João 5:14; Sal. 47:7; Heb. 12:28; Gen. 18:27; Tiago 5:16; Ef. 6:18; I Cor. 14:14. IV. A oração deve ser feita por coisas lícitas e por todas as classes de homens que existem atualmente ou que existirão no futuro; mas não pelos mortos, nem por aqueles que se saiba terem cometido o pecado para a morte. Ref. Mat. 26:42; I Tim. 2:1-2; João 17:20; II Sam. 7:29, e 12:21-23; Luc. 16:25-26; I João 5: 16. V. A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo - são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso. Ref. At. 15:21; Apoc. 1:3; II Tim. 4:2; Tiago 1:22: At. 10:33; Heb. 4:2; Col. 3:16; Ef. 5:19; Tiago 5:13; At. 16:25; Mat. 28:19; At. 2:42; Deut. 6:13; Ne. 10:29; Ec. 5:4-5; Joel 2:12; Mat. 9:15. VI. Agora, sob o Evangelho, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto religioso é restrito a um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se ofereça ou para o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em espírito e verdade - tanto em famílias diariamente e em secreto, estando cada um sozinho, como também mais solenemente em assembléias públicas, que não devem ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas nem abandonadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporciona ocasião. Ref. João 5:21; Mal. 1:11; I Tim. 2:8; João 4:23-24; Jer. 10: 25; Jó 1:5; II Sam. 6:18-20; Deut. 6:6-7; Mat. 6: 11, e 6:6; Isa. 56:7; Heb. 10:25; Prov. 5:34; At. 2:42. VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até

a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão. Ref. Exo. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18. VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia. Ref. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13. CAPÍTULO XXII DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS I. O Juramento, quando lícito, é uma parte do culto religioso pelo qual o crente, em ocasiões necessárias e com toda a solenidade, chama a Deus por testemunha do que assevera ou promete; pelo juramento ele invoca a Deus para julgá-lo segundo a verdade ou falsidade do que jura. Ref. Deut. 10:20; Exo..20:7; Lev. 19:12; II Cor. 1:23; II Cron. 6:22-23. II. O único nome pelo qual se deve jurar é o nome de Deus, nome que se pronunciará com todo o santo temor e reverência; jurar, pois, falsa ou temerariamente por este glorioso e tremendo nome ou jurar por qualquer outra coisa é pecaminoso e abominável, contudo, como em assuntos de gravidade e importância o juramento é autorizado pela palavra de Deus, tanto sob o Novo Testamento como sob o Velho, o juramento, sendo exigido pela autoridade legal, deve ser prestado com referência a tais assuntos. Ref. Deut. 6:13; Jer. 5:7; Mat. 5:34,.37; Tiago 5:12; Heb. 6:16; I Reis 5:31; Esdras 10:5. III. Quem vai prestar um juramento deve considerar refletidamente a gravidade de ato tão solene e nada afirmar de cuja verdade não esteja plenamente persuadido, obrigando-se tão somente por aquilo que é justo e bom e que tem como tal, e por aquilo que pode e está resolvido a cumprir. É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa, sendo ele exigido pela autoridade legal. Ref. Jer. 4:2; Gen. 24:2-3; 9; Ne.5: 12. IV. O juramento deve ser prestado conforme o sentido claro e óbvio das palavras, sem equívoco ou restrição mental. Não pode obrigar a pecar, mas sendo prestado com referência a qualquer coisa não pecaminosa, obriga ao cumprimento, mesmo com prejuízo de quem jura. Não deve ser violado, ainda que feito a hereges ou infiéis. Ref. Sal. 24:4, e 15:4; Eze. 17:16, 18.

V. O voto é da mesma natureza que o juramento promissório; deve ser feito com o mesmo cuidado religioso e cumprindo com igual fidelidade. Ref. Isa. 19:21; Ec. 5:4-6; Sal. 66:13-14. VI. O voto não deve ser feito a criatura alguma, mas somente a Deus; para que seja aceitável, deve ser feito voluntariamente, com fé e consciência de dever, em reconhecimento de misericórdias recebidas ou para obter o que desejamos. Pelo voto obrigamo-nos mais

restritamente aos deveres necessários ou a outras coisas, até onde ou quando elas conduzirem a esses deveres. Ref. Sal. 76:1 1; Deut. 23:21, 23; Sal. 50:14. VII. Ninguém deve prometer fazer coisa alguma que seja proibida na palavra de Deus ou que embarace o cumprimento de qualquer dever nela ordenado, nem o que não está em seu poder cumprir e para cuja execução não tenha promessa ou poder de Deus; por isso os votos monásticos que os papistas fazem do celibato perpétuo, pobreza voluntária e obediência regular, em vez de serem graus de maior perfeição, não passam de laços supersticiosos e iníquos com os quais nenhum cristão deve embaraçar-se. Ref. At. 23:12; Mar. 6:26; I Cor. 2:9; Ef. 4:28; I Tess. 4:11-12; I Cor. 7:23. CAPÍTULO XXIII DO MAGISTRADO CIVIL I. Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público, constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores. Ref. Rom. 13:1-4; I Ped. 2:13-14.

II. Aos cristãos é licito aceitar e exercer o ofício de magistrado, sendo para ele chamado; e em sua administração, como devem especialmente manter a piedade, a justiça, e a paz segundo as leis salutares de cada Estado, eles, sob a dispensação do Novo Testamento e para conseguir esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias. Ref. Prov. 8:15-16; Sal. 82:3-4; II Sam. 23:3; Luc. 3:14; Mat. 8:9-10; Rom. 13:4. III. Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da palavra e dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação cristã, segundo a profissão e crença de cada uma. E é dever dos magistrados civis proteger a pessoa e o bom nome de cada um dos seus jurisdicionados, de modo que a ninguém seja permitido, sob pretexto de religião ou de incredulidade, ofender, perseguir, maltratar ou injuriar qualquer outra pessoa; e bem assim providenciar para que todas as assembléias religiosas e eclesiásticas possam reunir-se sem ser perturbadas ou molestadas. Ref. Heb. 5:4; II Cron. 26:18; Mat. 16:19; I Cor. 4:1-2; João 15:36; At. 5:29; Ef. 4:11-12; Isa. 49:23; Sal. 105:15; 11 Sam.23:3. IV. É dever do povo orar pelos magistrados, honrar as suas pessoas, pagar-lhes tributos e outros impostos, obedecer às suas ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade, e tudo isto por amor da consciência. Incredulidade ou indiferença de religião não anula a justa e legal autoridade do magistrado, nem absolve o povo da obediência que lhe deve, obediência de que não estão isentos os eclesiásticos. O papa não tem nenhum poder ou jurisdição sobre os magistrados dentro dos domínios deles ou sobre qualquer um do seu povo; e muito menos tem o

poder de privá-los dos seus domínios ou vidas, por julgá-los hereges ou sob qualquer outro pretexto. Ref. I Tim. 2:1-3; II Ped. 2:17; Mat. 22:21; Rom. 13:2-7, e 13:5; Tito 3:1; I Ped. 2:13-14, 16; Rom. 13:1; At. 25:10-11; II Tim. 2:24; I Ped. 5:3. CAPÍTULO XXIV DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo. Ref. Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3.

II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza. Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9. III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas. Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14. IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consagüinidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher. Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.

V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta. Ref. Mat, 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9.

VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discreção das partes o decidirem seu próprio caso. Ref. Mat. 19:6-8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1-4; Esdras 10:3. CAPÍTULO XXV DA IGREJA

I. A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas. Ref. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.

II. A Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo restrita a uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação. Ref. I Cor. 1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7; Rom. 9:16; Mat. 13:3 Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47. III. A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus, para congregamento e aperfeiçoamento dos santos nesta vida, até o fim do mundo, e pela sua própria presença e pelo seu Espírito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua promessa. Ref. Éf. 4:11-13; Isa. 59:21; Mat. 28:19-20. IV. Esta Igreja Católica tem sido ora mais, ora menos visível. As igrejas particulares, que são membros dela, são mais ou menos puras conforme neles é, com mais ou menos pureza, ensinado e abraçado o Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público. Ref. Rom. 11:3-4; At. 2:41-42; I Cor. 5:6-7. V. AS igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm degenerado ao ponto de não serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo. Ref. I Cor. 1:2, e 13:12; Mat. 13:24-30, 47; Rom. 11.20-22; Apoc. 2:9; Mat. 16:18. VI. Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus. Ref. Col. 1:18; Ef. 1:22; Mat. 23:8-10; I Ped. 5:2-4; II Tess. 2:3-4. CAPÍTULO XXVI DA COMUNHÃO DOS SANTOS I. Todos os santos que pelo seu Espírito e pela fé estão unidos a Jesus Cristo, seu Cabeça, têm com Ele comunhão nas suas graças, nos seus sofrimentos, na sua morte, na sua ressurreição e na sua glória, e, estando unidos uns aos outros no amor, participam dos mesmos dons e graças e estão obrigados ao cumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o seu mútuo proveito, tanto no homem interior como no exterior. Ref. I João 1:3; Ef. 3:16-17; João 1:16; Fil. 3:10; Rom. 6:56, e8:17; Ef. 4:15-16; I Tess.5:11, 14; Gal. 6:10. II. Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas

necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus. Ref. Heb.10:24-25; At.2:42,46; I João3:17; At. 11:29-30.

III. Esta comunhão que os santos têm com Cristo não os torna de modo algum participantes da substância da sua Divindade, nem iguais a Cristo em qualquer respeito; afirmar uma ou outra coisa, é ímpio e blasfemo. A sua comunhão de uns com os outros não destrói, nem de modo algum enfraquece o título ou domínio que cada homem tem sobre os seus bens e possessões. Ref. Col. 1:18; I Cor. 8:6; I Tim. 6:15-16; At. 5:4. CAPÍTULO XXVII DOS SACRAMENTOS I. Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra. Ref. Ron. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16. II. Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro. Ref. Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.

III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem. Ref. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26. IV. Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da palavra legalmente ordenados. Ref. Mat. 28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.

V . Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas espirituais por eles significados e representados, eram em substância os mesmos que do Novo Testamento. Ref. I Cor. 10: 1-4. CAPÍTULO XXVIII DO BATISMO I. O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não só para solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas também para servir-lhe de sinal e selo do pacto da graça, de sua união com Cristo, da regeneração, da remissão dos pecados e também da sua consagração a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida. Este sacramento, segundo a ordenação de Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao fim do mundo.

Ref. Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom. 4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At. 2:38; Rom. 6:3-4; Mat. 28:19-20. II. O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ref. At. 10-47, e 8:36-38; Mat. 28:19.

III. Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado por efusão ou aspersão. Ref. At. 2:41, e 10:46-47, e 16:33; I Cor. 10:2.

IV. Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, mas os filhos de pais crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados. Ref. At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal. 3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39. V. Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança, contudo, a graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são batizados. Ref. Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut. 28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23. VI. A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo, pelo devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele pertence, adultos ou crianças, segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado. Ref. João 3:5, 8; Gal. 3:27; Ef. 5:25-26.

VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa. R.ef. Tito 3:5. CAPÍTULO XXIX DA CEIA DO SENHOR I . Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja até ao Fim do mundo, a fim de lembrar perpetuamente o sacrifício que em sua morte Ele fez de si mesmo; selar aos verdadeiros crentes os benefícios provenientes. desse sacrifício para o seu nutrimento espiritual e crescimento nele e a sua obrigação de cumprir todos os seus deveres para com Ele; e ser um vínculo e penhor da sua comunhão com Ele e de uns com os outros, como membros do seu corpo místico. Ref. I Cor. 11:23-26, e 10: 16-17, 21, e 12:13.

II. Neste sacramento não se oferece Cristo a seu Pai, nem de modo algum se faz um sacrifício pela remissão dos pecados dos vivos ou dos mortos, mas se faz uma comemoração daquele único sacrifício que Ele fez de si mesmo na cruz, uma só vez, e por meio dele uma oblação de

todo o louvor a Deus; assim o chamado sacrifício papal da missa é sobremodo ofensivo ao único sacrifício de Cristo, o qual é a única propiciação por todos os pecados dos eleitos. Ref. Heb. 9:22, 25-26, 28; Mat. 26:26-27; Luc. 22:19-20; Heb. 7:23-24, 27, e 10:11-12, 14, 18. III. Nesta ordenança o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua palavra de instituição, orar, abençoar os elementos, pão e vinho, e assim separá-los do comum para um uso sagrado, tomar e partir o pão, tomar o cálice dele participando também e dar ambos os elementos aos comungantes e tão somente aos que se acharem presentes na congregação. Ref. Mar. 14:22-24; At. 20:7; I Cor. 11:20.

IV. A missa ou recepção do sacramento por um só sacerdote ou por uma só pessoa, bem como a negação do cálice ao povo, a adoração dos elementos, a elevação ou procissão deles para serem adorados e a sua conservação para qualquer uso religioso, são coisas contrárias à natureza deste sacramento e à instituição de Cristo. Ref. I Tim.1:3-4; I Cor. 11:25-29; Mat. 15:9. V. Os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos ordenados por Cristo, têm tal relação com Cristo Crucificado, que verdadeira, mas só sacramentalmente, são às vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o corpo e o sangue de Cristo; porém em substância e natureza conservam-se verdadeira e somente pão e vinho, como eram antes. Ref. Mat. 26:26-28; I Cor. 11:26-28.

VI. A doutrina geralmente chamada transubstanciação, que ensina a mudança da substância do pão e do vinho na substância do corpo e do sangue de Cristo, mediante a consagração de um sacerdote ou por qualquer outro meio, é contrária, não só às Escrituras, mas também ao senso comum e à razão, destrói a natureza do sacramento e tem sido a causa de muitas superstições e até de crassa idolatria. Ref. At. 3:21; I Cor. 11:24-26; Luc. 24:6, 39.

VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visíveis deste sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios da sua morte, e nele se alimentam, não carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e espiritualmente, não estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos elementos pão e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes à fé dos crentes nessa ordenança, como estão os próprios elementos aos seus sentidos corporais. Ref. I Cor. 11:28, e 10:16.

VIII. Ainda que os ignorantes e os ímpios recebam os elementos visíveis deste sacramento, não recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do corpo e do sangue do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de gozar comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem grande pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser admitidos, enquanto permanecerem nesse estado. Ref. I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor. 5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6. CAPÍTULO XXX DAS CENSURAS ECLESIÁSTICAS

I. O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça da sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos dos oficiais dela; governo distinto da magistratura civil. Ref. Isa. 9:6-7; I Tim. 5:17; I Tess. 5:12; At. 20:17, 28; I Cor. 12:28. II. A esses oficiais estão entregues as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem. Ref.Mat.l6:19,e18:17-18;João 20:21-23;IICor.2:6-8.

III. As censuras eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos ofensores para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do Evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justiça poderia cair sobre a Igreja, se ela permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notórios e obstinados. Ref. I Cor. S; I Tim. 5:20; e 1:20; Judas 23.

IV. Para melhor conseguir estes fins, os oficiais da Igreja devem proceder na seguinte ordem, segundo a natureza do crime e demérito da pessoa: repreensão, suspensão do sacramento da Ceia do Senhor e exclusão da Igreja. Ref. Mat. 18:17; ITess.5:12; IITess. 3:6,14-15; I Cor. 5:4-5;13. CAPÍTULO XXXI DOS SÍNODOS E CONCÍLIOS I. Para melhor governo e maior edificação da Igreja, deverá haver as assembléias comumente chamadas sínodos ou concílios. Em virtude do seu cargo e do poder que Cristo lhes deu para edificação e não para destruição, pertence aos pastores e outros presbíteros das igrejas particulares criar tais assembléias e reunir-se nelas quantas vezes julgarem útil para o bem da Igreja. Ref. At.15:2, 4, 6 e 20:17, 28; Apoc. 2:1-6.

II. Aos sínodos e concílios compete decidir ministerialmente controvérsias quanto à fé e casos de consciência, determinar regras e disposições para a melhor direção do culto público de Deus e governo da sua Igreja, receber queixas em caso de má administração e autoritativamente decidi-las. Os seus decretos e decisões, sendo consoantes com a palavra de Deus, devem ser recebidas com reverência e submissão, não só pelo seu acordo com a palavra, mas também pela autoridade pela qual são feitos, visto que essa autoridade é uma ordenação de Deus, designada para isso em sua palavra. Ref. At. 16:4, e 15:27-31.

III. Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer particulares, podem errar, e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa. Ref. At. 17:11; I Cor. 2:5; II Cor. 1:24.

IV. Os sínodos e concílios não devem discutir, nem determinar coisa alguma que não seja eclesiástica; não devem imiscuir-se nos negócios civis do Estado, a não ser por humilde petição em casos extraordinários ou por conselhos em satisfação de consciência, se o magistrado civil os convidar a fazê-lo. Ref. Luc. 12:13-14; João 18:36; Mat. 11:21. CAPÍTULO XXXII DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS I. Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em pó e vêm a corrupção; mas as suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma substância imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde vêm a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar. Ref. Gen. 3:19; At. 13:36; Luc. 23:43; Ec. 12:7; Apoc. 7:4, 15; II Cor. 5: 1, 8; Fil. 1:23; At. 3:21; Ef. 4:10; Rom. 5:23; Luc. 16:25-24. II. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão mudados; todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre. Ref. I Tess. 4:17; I Cor. 15:51-52, e 15:42-44.

III. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra, os corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao próprio corpo glorioso dele. Ref. At. 24:l5; João5:28-29; Fil. 3:21. CAPÍTULO XXXIII DO JUIZO FINAL I. Deus já determinou um dia em que, segundo a justiça, há de julgar o mundo por Jesus Cristo, a quem foram pelo Pai entregues o poder e o juízo. Nesse dia não somente serão julgados os anjos apóstatas, mas também todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem conta dos seus pensamentos, palavras e obras, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito, bom ou mau, estando no corpo. Ref. At. 17:31 ; João 5:22, 27; Judas 6; II Ped. 2:4; II Cor.5:10; Ec. 12:14; Rom. 2:16, e 14:10, 12; Mat. 12:36-37. II. O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, é manifestar a sua glória - a glória da sua misericórdia na salvação dos eleitos e a glória da sua justiça na condenação dos réprobos, que são injustos e desobedientes. Os justos irão então para a vida eterna e receberão aquela plenitude de gozo e alegria procedente da presença do Senhor; mas os ímpios, que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos eternos tormentos e punidos com a destruição eterna proveniente da presença do Senhor e da glória do seu poder. Ref. Rom. 9:23; Mat. 2.5:21; Rom. 2:5-6; II Tess. 1:7-8; Mat. 25:31-34; At. 3:19.

III. Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um dia de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles se despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não sabendo a que hora virá o Senhor, e estejam prontos para dizer - "Vem logo, Senhor Jesus". Amém.

Ref. II Ped. 3:11, 14; II Cor. 5:11; II Tess. 1:5-7; Luc. 21:27-28; Mat. 24:36, 42-44; Mar. 13:35-37; Luc. 12:35-36; Apoc. 22:20. PREFÁCIO AOS NOVOS CAPÍTULOS Considerando a conveniência de exprimir claramente a doutrina da Igreja a respeito do Espírito Santo, das Missões e do amor de Deus para com todos os homens, foram acrescentados os seguintes capítulos: CAPÍTULO XXXIV DO ESPÍRITO SANTO I. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, procedente do Pai e do Filho, da mesma substância e igual em poder e glória, e deve-se crer nele, amá-Lo, obedecê-Lo e adorá-Lo, juntamente com o Pai e o Filho, por todos os séculos. Ref. Mt.3:16-17; Mt.28:19; II Cor. 13:13; Jo.15:26 e 16:13,14 e 17:24. II. É Ele o Senhor e Doador da vida, presente em toda parte na natureza, e é a fonte de todos os pensamentos bons, desejos puros e conselhos santos que se encontram nos homens. Por Ele os Profetas foram levados a falar a Palavra de Deus, e todos os autores da Sagrada Escritura foram inspirados a registrar de um modo infalível a disposição e a vontade de Deus. A dispensação do Evangelho foi-lhe entregue de um modo especial. O Espírito Santo prepara o caminho para o Evangelho, acompanhado com seu poder persuasivo e recomenda a sua mensagem à razão e à consciência dos homens, de maneira que os que rejeitam a oferta misericordiosa, ficam não somente sem desculpa, mas também culpados de terem resistido ao Espírito Santo. Ref. Rom. 8:2; Gn.1:2; Sl.139:7; Jo.16:13,14; II Pe. 1:19-21; Jo. 14:16 e 16:7-11; At.7:51-53. III. O Espírito Santo, o qual o Pai prontamente dá a todos os que Lho pedirem, é o único agente eficaz na aplicação da redenção. Ele convence os homens do pecado, leva-os ao arrependimento, regenera-os pela sua graça e persuade-os e habilita-os a abraçar a Jesus Cristo pela fé. Ele une todos os crentes a Cristo, habita neles como seu Consolador e Santificador, dá-lhes o espírito de adoção e de oração, e cumpre neles todos os graciosos ofícios pelos quais eles são santificados e selados até o dia da redenção. Ref. Lc.11:13; At.1:5; At.5:32; Jo.16:8; At.2:37,38; Tt.3:4-7; At.8:29,37; I Cor.12:13 e 3:16,17; Rom.8:15; Ef.4:30. IV Pela presença do Espírito Santo nos seus corações, todos os crentes, estando intimamente unidos a Cristo, a Cabeça, estão assim unidos uns aos outros na Igreja, que é o seu corpo. Ele chama e unge os ministros para o seu santo ofício, prepara todos os outros oficiais na Igreja para o seu trabalho especial e concede vários dons e graças aos demais membros. Ele torna eficazes a Palavra e as ordenanças do Evangelho. Por Ele a Igreja será preservada e aumentada até cobrir a face da terra, será purificada e, afinal, tornada perfeitamente santa na presença de Deus.

Ref. Ef.1:22,23; At.20:28; I Cor.12:11; Ef.5:27. CAPÍTULO XXXV DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES I Em seu amor infinito e perfeito - e tendo provido no pacto da graça, pela mediação e sacrifício do Senhor Jesus Cristo, um caminho de vida e salvação suficiente e adaptado a toda a raça humana decaída como está - Deus determinou que a todos os homens esta salvação de graça seja anunciada no Evangelho. Ref. Jo.3:16; I Tim.4:10; Mc.16:15 II. No Evangelho Deus proclama o seu amor ao mundo, revela clara e plenamente o único caminho da salvação, assegura vida eterna a todos quantos verdadeiramente se arrependem e crêem em Cristo, e ordena que esta salvação seja anunciada a todos os homens, a fim de que conheçam a misericórdia oferecida e, pela ação do Seu Espírito, a aceitem como dádiva da graça. Ref. Jo.3:16 e 14:6; At.4:12; I Jo.5:12; Mc.16:15; Ef.2:4,8,9. III. As Escrituras nos asseguram que os que ouvem o Evangelho e aceitam imediatamente os seus misericordiosos oferecimentos, gozam os eternos benefícios da salvação: porém, os que continuam impenitentes e incrédulos agravam a sua falta e são os únicos culpados pela sua perdição. Ref. Jo.5:24 e 3:18. IV. Visto não haver outro caminho de salvação a não ser o revelado no Evangelho e visto que, conforme o usual método de graça divinamente estabelecido, a fé vem pelo ouvido que atende à Palavra de Deus, Cristo comissionou a sua Igreja para ir por todo o mundo e ensinar a todas as nações. Todos os crentes, portanto, têm por obrigação sustentar as ordenanças religiosas onde já estiverem estabelecidas e contribuir, por meio de suas orações e ofertas e por seus esforços, para a dilatação do Reino de Cristo por todo o mundo. Ref. Jo.14:6; At.4:12; Rom.10:17; Mt.28:19,20; I Cor.4:2; II Cor.9:6,7,10.

NOTA HISTÓRICA Desde Julho de 1643 até Fevereiro de 1649, reuniu-se em uma das salas da Abadia de Westminster, na cidade de Londres, o Concílio conhecido na história pelo nome de Assembléia de Westminster. Este Concílio foi convocado pelo Parlamento Inglês, para preparar uma nova base de doutrina e forma de culto e governo eclesiástico que devia servir para a Igreja do Estado nos Três Reinos. Em um sentido, a ocasião não foi propícia. Já começara a luta entre o Parlamento e o rei Carlos I, e durante as sessões do Concílio o país foi agitado pela revolução em que o rei perdeu a vida e Cromwell tomou as rédeas do governo. Em outro sentido, a ocasião foi oportuna. Os teólogos mais eruditos daquele tempo tomaram parte nos trabalhos da Assembléia. A Confissão de Fé e os Catecismos foram discutidos ponto por ponto, aproveitando-se o que havia de melhor nas Confissões já formuladas, e o resultado foi a organização de um sistema de doutrina cristã baseado na Escritura e notável pela sua coerência em todas as suas partes. O Parlamento não conseguiu o que almejava quando nomeou os membros do Concílio. A Confissão de Pé foi aprovada, mas apenas poucos meses a Igreja Presbiteriana foi nominalmente a Igreja do Estado na Inglaterra. A Confissão de Westminster foi a última das confissões formuladas durante o período da Reforma. Até agora tem havido na história da Igreja somente dois períodos que se distinguiram pelo número de credos ou confissões que neles foram produzidos. O primeiro pertence aos séculos IV e V, que produziram os credos formulados pelos concílios ecumênicos de Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia; o segundo sincroniza com o período da Reforma. Os símbolos do primeiro período chamam-se "credos", os do segundo "confissões". Uma comparação entre o Credo dos Apóstolos, por exemplo, e a Confissão de Westminster mostrará a diferença. O Credo é a fórmula de uma fé pessoal e principia com a palavra "Creio". A Confissão de Fé de Westminster segue o plano adotado no tempo da Reforma, é mais elaborada e apresenta um pequeno sistema de teologia. Esse sistema é conhecido pelo nome de Calvinismo, por ser o que João Calvino ensinou, e foi aceito pelas Igrejas Reformadas, que diferiam das Luteranas. A utilidade de uma Confissão de Fé evidenciou-se na história das Igrejas Reformadas ou Presbiterianas. Sendo a Confissão de Westminster a mais perfeita que elas têm podido formular, serve de laço de união e estreita as relações entre os presbiterianos de todo o mundo. Os Catecismos especialmente têm servido para doutrinar a mocidade nas puras verdades do Evangelho. No tempo em que se reuniu a Assembléia, e por muito tempo antes, todos sustentavam a necessidade da união da Igreja e do Estado, e originalmente havia no Capítulo que trata do Magistrado Civil uma seção ensinando essa necessidade. Ao formar-se a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América do Norte, em 1788, essa seção foi omitida, pois ali quase todos entendiam que a Igreja devia estar livre de toda união com o Estado, sendo ambos livres e independentes na esfera que lhes pertence. Em 1887, ou quase cem anos mais tarde, a Igreja geralmente chamada Igreja do Norte eliminou a última parte da Seção IV do Capítulo XXIV, que dizia: "O viúvo não pode desposar nenhuma parente carnal de sua mulher nos graus de parentesco em que não possa desposar uma das suas próprias parentes, nem a viúva poderá casar-se com um parente carnal de seu marido nos graus de parentesco em que não possa casar-se com um de seus próprios parentes". O Sínodo do Brasil organizado em 1888, fez igual eliminação. No ano 1903 a mesma Igreja do Norte dos Estados Unidos fez outras emendas mais importantes que, por serem de interesse geral, ficam aqui registradas. As duas Seções que foram modificadas, rezam do modo seguinte: CAPÍTULO XVI. SECÃO VII:

As obras feitas pelos não regenerados, embora sejam quanto à matéria. coisas que Deus ordena e em si mesmas louváveis e úteis, e embora o negligenciá-las seja pecaminoso e ofensivo a Deus, não obstante, em razão, de não procederem de um coração purificado pela fé, elas não são feitas devidamente - segundo a Palavra - nem para um fim justo - a glória de Deus - ficam aquém do que Deus exige e não podem preparar homem algum para receber a graça de Deus. CAPÍTULO XXV, SEÇÃO VI: Nosso Senhor Jesus Cristo é o único Cabeça da Igreja, e a pretensão de qualquer homem ser vigário de Cristo e cabeça da Igreja, é contrária à Escritura nem tem base alguma na História e é uma usurpação que desonra a nosso Senhor Jesus Cristo. Também foram acrescentados mais dois Capítulos à Confissão de Fé, que são os seguintes: CAPÍTULO XXXIV - DO ESPIRITO SANTO CAPÍTULO XXXV - DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES A AUTORIDADE DA CONFISSÃO DE FÉ E DOS CATECISMOS Pessoas há que estranham adotar a Igreja Presbiteriana uma Confissão de Fé e Catecismo como regra de fé, quando sustenta sempre ser a Escritura Sagrada sua única regra de fé e de prática. A incoerência é apenas aparente. A Igreja Presbiteriana coloca a Bíblia em primeiro lugar. É ela só que deve obrigar a consciência. É também princípio fundamental da Igreja Presbiteriana que toda autoridade eclesiástica é ministerial e declarativa; que todas as decisões dos concílios devem harmonizar-se com a revelação divina. A consciência não se deve sujeitar a essas decisões se forem contrárias à Palavra de Deus. Ainda outro princípio da mesma Igreja é que os concílios, sendo compostos de homens falíveis, podem errar, e muitas vezes têm errado. Suas decisões, portanto, não podem ser recebidas como regra absoluta e primária de fé e prática; servem somente para ajudar na crença ou na conduta que se deve adotar. O supremo juiz de todas as controvérsias, em matéria religiosa, é o Espírito Santo falando na e pela Escritura. Por esta, pois, devem-se julgar toda e qualquer decisão dos concílios e toda e qualquer doutrina ensinada por homens. Admitir-se a falibilidade dos concílios não é depreciar a autoridade da Confissão de Fé e dos Catecismos para aqueles que de livre vontade os aceitem. Admitindo tal, a Igreja somente declare que depende do Autor da Escritura, e recebe a direção do seu Espírito na interpretação da Palavra e nas fórmulas de aplicar suas doutrinas. A Igreja Presbiteriana sustenta que a Escritura é a suprema e infalível regra de fé e prática; e também que a Confissão de Fé e os Catecismos contêm o sistema de doutrina ensinado na Escritura, e dela deriva toda a sua autoridade e a ela tudo se subordina. É justamente porque cremos que a Confissão de Fé e os Catecismos estão em harmonia com a Escritura, nossa regra infalível, que os aceitamos. Não existem, pois, na Igreja Presbiteriana, duas regras de fé, mas uma só, suprema e infalível. As outras fórmulas são subordinadas e falíveis, necessárias para a pureza, governo e disciplina da Igreja. Assim a experiência de muitos séculos o tem demonstrado.

J. M. K.

Transposição para meio digital feita pelo Presb. Eduardo Gonçalves Pinheiro - Igreja Presbiteriana de Santo André, S.P. 1998.