Geografia Geografia 7º ano – Unidade II 7º ano – Unidade II

Capítulo Capítulo 6 – Brasil: o 6 – Brasil: o desenvolvimento desenvolvimento

econômico e socialeconômico e social

Observe as fotografias.Observe as fotografias.

Moradias em Manaus (2001).

Moradias em Santa Catarina (2004).

Comércio em São Paulo (2006).

Indústria na Bahia (2008).

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É mais um momento de reflexão sobre o espaço geográfico brasileiro, tendo por base algumas paisagens.

A análise das fotografias possibilita a elaboração de algumas hipóteses sobre a diversidade de paisagens existente em nosso país,

ao mesmo tempo que pode facilitar o desenvolvimento de questionamentos sobre as condições de vida da sociedade e suas atividades que são praticadas.

Crescimento econômico e distribuição de Crescimento econômico e distribuição de riquezasriquezas

No decorrer do século XXI,

o Brasil cresceu economicamente

pelo processo de industrialização,

impulsionado

modelo de desenvolvimento apoiado na exploração de mão de obra numerosa, que recebia baixos salários.

Por um lado, crescimento econômico expressivo, por outro, concentração de riquezas nas mãos de uma pequena parcela da população.

Resultado

excluiu a maior parte da população dos seus benefícios e concentrou renda e riquezas. Isso está evidenciado nas paisagens do nosso espaço geográfico.

Em função dissoAfirma-se

O processo de crescimento econômico brasileiro / o modelo de desenvolvimento aqui implementado

Para que um país tenha um bom nível de desenvolvimento, é necessário que os diversos setores produtivos tenham crescimento e produzam riquezas.

É fundamental também que os resultados ou benefícios desse crescimento sejam distribuídos de forma equilibrada entre a sociedade.

Por exemplo, rios precisam ser despoluídos, áreas desertificadas precisam ser recompostas e trechos de mata devastados precisam ser reflorestados com espécies nativas.

É importante e necessário que haja conservação dos elementos naturais presentes no espaço geográfico.

O que ainda resta dos ecossistemas naturais precisa ser preservado e aquilo que está quase degradado tem que ser recuperado.

ASSIM Tudo isso exige uma mudança nos modos de vida, de produção e nos padrões de consumo.

Muitos dos nossos hábitos precisam ser alterados. Exige-se que se pense as questões socioeconômicas com as questões ambientais. Não dá para separar economia, sociedade e ambiente.

Desse modo, quando governo e empresários forem estabelecer um projeto cujo objetivo seja propiciar aumento da produção, é preciso pensar se esse projeto irá beneficiar toda a sociedade – e não apenas um pequeno grupo de pessoas – e se não irá agredir o ambiente. Se a degradação ambiental ocorrer, a própria sociedade sofrerá as consequências.

Os custos sociais, econômicos e ecológicos da rodovia Transamazônica foram altíssimos. Somente 2.500 km da rodovia, ligando Aguiarnópolis a Lábrea (AM), foram abertos. O restante do projeto foi abandonado. Na fotografia, gado em área que deveria ser da rodovia (2007).

Mauricio Simonetti / Pulsar Imagens

Crescimento econômico e populacionalCrescimento econômico e populacionalÉ preciso considerar também que o crescimento econômico deve acompanhar o crescimento populacional.

É necessário acrescentar ainda os fatores socioambiental e da sustentabilidade. A noção de desenvolvimento precisa ser considerada sob a perspectiva da conservação dos ecossistemas naturais e das condições ambientais em geral.

Se a população tem crescimento acentuado sem que a economia do país e a distribuição de riquezas sejam adequadas às necessidades das pessoas, os problemas sociais podem ser agravados.

É importante ressaltar que o desenvolvimento é resultado da combinação de crescimento econômico, redução das desigualdades sociais e distribuição mais justa das riquezas geradas pelo crescimento.

Há países que apresentam taxas anuais relativamente elevadas de crescimento econômico durante décadas, sem que a maioria da população se beneficie desse crescimento por meio de melhores salários e serviços de saúde, educação e transporte satisfatórios e boas condições de moradia.

O Brasil é um exemplo de país que, durante anos, apresentou crescimento econômico elevado sem uma justa distribuição de renda.

Observe a imagem a seguir.Observe a imagem a seguir.

Rio de Janeiro, RJ (2006).

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Conversa Conversa

Quais características da paisagem são Quais características da paisagem são mostradas?mostradas?

Essa fotografia revela desigualdade social? Essa fotografia revela desigualdade social? Explique.Explique.

Se considerarmos a relação sociedade-Se considerarmos a relação sociedade-natureza, há algum tipo de problema natureza, há algum tipo de problema evidenciado na fotografia? Discuta com evidenciado na fotografia? Discuta com seus colegas e professor para identificar e seus colegas e professor para identificar e descrever esse problema.descrever esse problema.

Observe a tabela:Observe a tabela:

Porcentagem de renda por faixa, em 1977

Porcentagem de renda por faixa, em 2005

10% mais ricos10% mais ricos 5252 45,3145,31

40% intermediários40% intermediários 3636 40,6240,62

50% mais pobres50% mais pobres 1212 14,0714,07

Distribuição de renda por faixas (1977 e 2005)

Qual a porcentagem de renda dos Qual a porcentagem de renda dos 10% mais ricos?10% mais ricos?

E a porcentagem de renda dos 50% E a porcentagem de renda dos 50% mais pobres?mais pobres?

Em relação à distribuição de renda, o Em relação à distribuição de renda, o que ocorreu entre 1977 e 2005?que ocorreu entre 1977 e 2005?

Observe a charge a seguir.Observe a charge a seguir.

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A qual problema socioeconômico do Brasil o chargista se refere? De que forma ele

quis expressar isso?

A classificação dos países e o conceito A classificação dos países e o conceito de desenvolvimentode desenvolvimento

Isso depende, em parte, do nível de desenvolvimento econômico, que corresponde à produção de riquezas (bens e serviços) geradas pelas atividades econômicas nos diferentes setores da economia — primário, secundário e terciário.

Os países podem ser classificados de acordo com o nível de desenvolvimento social e econômico que apresentam.

Quando nos referimos ao desenvolvimento social, estamos considerando as condições gerais de vida da população, em relação a:

• moradia;• alimentação;• saúde;• educação;• transporte;• lazer.

Assim, quanto maior a produção de riquezas, maior o nível de desenvolvimento econômico do país ou maior o crescimento da economia.

Quando afirmamos que a economia de um país está crescendo, é porque está havendo aumento:

• da produção agrícola e/ou industrial; • do volume de mercadorias transportadas; • das vendas no comércio; • dos lucros dos bancos; • da quantidade de energia gerada nas usinas; • da arrecadação de impostos pelo Estado.

Dessa forma, numa avaliação do nível de desenvolvimento socioeconômico de um país torna-se imprescindível levar em conta as condições ambientais – qualidade das águas dos rios, conservação dos ecossistemas, condições do ar nas cidades, índice de coleta seletiva e reciclagem do lixo, por exemplo.

Entretanto, como se vê, o fato de não terem sido consideradas as consequências do crescimento econômico para a natureza e o quanto isso afeta a própria sociedade nos leva a perceber que é necessário rever o conceito de desenvolvimento social.

A partir de 1950, a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a divulgar uma série de dados sobre a situação econômica e a qualidade de vida de vários países do mundo. Com isso, as noções de desenvolvimento e subdesenvolvimento passaram a ser divulgadas.

O nível de vida das pessoas também depende das condições do ambiente – ecossistemas, rios, ar etc. - mas esse fator não é considerado na avaliação do nível de desenvolvimento em muitos estudos e estatísticas oficiais.

Os países desenvolvidos apresentam grau elevado de desenvolvimento tecnológico e industrial, de produtividade agrícola, sistemas modernos de transporte e comunicação e altos índices de geração de energia. A maior parte da população desses países desfruta de boa qualidade de vida, e boa formação educacional e profissional.

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Colheita de beterraba para a produção de açúcar, na Califórnia, Estados Unidos (2006).

No entanto, o modelo de desenvolvimento desses países não deve ser encarado como referência para os outros países, uma vez que os problemas ambientais são uma conseqüência importante desse modelo.

Entre os países subdesenvolvidos, há alguns que atingiram um nível de desenvolvimento industrial relativamente elevado, com um grande e diversificado número de indústrias. São exemplos o Brasil, o México e a Argentina.

Em quase todos os países subdesenvolvidos há fortes contrastes sociais, decorrentes, em boa parte, da má distribuição de renda. O valor do salário mínimo é um indicador dessas diferenças. Estabelecido pelo governo, esse salário deveria garantir as condições mínimas de sobrevivência.

Pobreza e misériaPobreza e miséria

O nível de pobreza ou miséria de uma população é medido pela sua renda. São consideradas pobres numa sociedade as pessoas que não têm rendimento suficiente para satisfazer as necessidades básicas, como alimentação, moradia, saúde, educação e transporte. São consideradas miseráveis as pessoas que não têm rendimento suficiente para satisfazer sequer as necessidades aliementares.

Observe a fotografia.Observe a fotografia.

Favela na Villa Retiro, uma área de moradias carentes em Buenos Aires, Argentina (2001).

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Conversa Conversa

Trata-se de uma cidade de país Trata-se de uma cidade de país desenvolvido ou subdesenvolvido? desenvolvido ou subdesenvolvido? Justifique sua resposta.Justifique sua resposta.

Quais características de Quais características de desenvolvimento ou de desenvolvimento ou de subdesenvolvimento podem ser subdesenvolvimento podem ser observadas na imagem?observadas na imagem?

O IDH, o Brasil e os países O IDH, o Brasil e os países subdesenvolvidossubdesenvolvidos

O IDH sigla para Índice de Desenvolvimento Humano, é um indicador estabelecido pela ONU para avaliar o nível de desenvolvimento econômico e social dos países. Esse índice leva em conta:

• a expectativa ou esperança de vida ao nascer, ou seja, a quantidade de anos que as pessoas poderão viver, considerando as condições de moradia, saúde, alimentação, etc.;

• o grau de conhecimento, baseado na taxa e alfabetização de adultos e na taxa de matrícula nas escolas;

• o PIB per capita ajustado, ou seja, a soma das riquezas geradas no período de um ano, dividida pelo número de habitantes do país e ajustada ao poder de compra da população.

Garoto vendendo comida para ajudar no sustento da família na Índia, país que possui IDH médio, apesar de apresentar graves problemas sociais e econômicos.

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Os valores do IDH situam-se entre 0, o mais baixo, e 1, o mais alto. Assim, a ONU considera de baixo desenvolvimento humano os países cujo IDH é menor que 0,5; de médio desenvolvimento humano os valores que estão entre 0,5 e 0,799; e de alto desenvolvimento aqueles cujos valores são superiores a 0,8.

Entretanto, uma falha que poderia ser apontada nesse critério de classificação é o fato de considerar o PIB per capita (apenas uma média), mesmo que ajustado, para refletir o poder de compra em cada país.

Ao se dividir a soma de todas as riquezas geradas no período de um ano pela população total do país, ocultam-se as desigualdades de renda existentes na sociedade.

A própria ONU, reconhecendo esse fato, diminuiu o peso do PIB per capita na elaboração dos cálculos para o IDH a partir de 1999. Mesmo assim, países como o Chile e a Argentina, por exemplo, aparecem em situação de alto desenvolvimento humano, apesar de apresentarem grande desigualdade social e elevado índice de pobreza — duas características marcantes dos países subdesenvolvidos.

Restaurante de alto padrão na Bélgica, país da Europa que apresenta IDH elevado. Fotografia de 2002.

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Desenvolvimento e a questão Desenvolvimento e a questão ambientalambiental

• Rios poluídos.

• Crateras enormes no solo que resultaram da exploração de minérios e erosões.

• Áreas de vegetação natural devastadas.

• Poluição atmosférica nas grandes cidades causada pelas indústrias e pelos automóveis.

São marcas na paisagem do desenvolvimento econômico sem planejamento.

Área devastada pela exploração de minérios, em Paranapebas, PA (2001).

Delfim Martins/ Pulsar Imagens

Pobreza e meio ambientePobreza e meio ambiente

A natureza tem seus limites

Os elementos naturais presentes no planeta Terra, como ecossistemas, solo, minérios, rios e oceanos, não podem ser encarados apenas como recursos a serem explorados.

É necessário relacionar também as questões sociais com as ambientais.

Uma série de indicadores das condições de vida das pessoas depende de ações que contribuam para não agredir o ambiente.

Observe os gráficos.Observe os gráficos.

Domicílios urbanos e rurais.Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006.

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006.

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Conversa Conversa

Quais regiões apresentam índice mais Quais regiões apresentam índice mais elevados de domicílios conectados à elevados de domicílios conectados à rede geral de água encanada e rede geral de água encanada e esgoto?esgoto?

Quais regiões apresentam situações Quais regiões apresentam situações menos favoráveis para a diminuição menos favoráveis para a diminuição da mortalidade infantil, considerando da mortalidade infantil, considerando as informações dos gráficos?as informações dos gráficos?

O crescimento econômico trouxe O crescimento econômico trouxe melhorias relativasmelhorias relativas

Apesar de o modelo de desenvolvimento econômico do Brasil ser concentrador e excludente, não se pode negar que tem trazido algumas melhorias para a população e alguns avanços em relação aos índices sociais. A redução da taxa de mortalidade infantil e do índice de analfabetismo e o aumento do índice de esperanças de vida ao nascer e do número de crianças na escola são exemplos dessas melhorias.

Considerar esses indicadores não significa afirmar que a maioria da população está vivendo bem, com boas condições de educação, alimentação, saúde, moradia, transporte etc. Ao contrário, alguns indicadores sociais do Brasil demonstram que há ainda muito a fazer em relação à distribuição dos benefícios do crescimento econômico, à diminuição da desigualdade social, à distribuição de renda e, consequentemente, à melhoria nas condições gerais de vida da maior parte da população brasileira.

Desequilíbrios regionaisDesequilíbrios regionaisObserve o gráfico.Observe o gráfico.

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Fonte: IBGE. Síntese dos indicadores sociais 2006.

Conversa Conversa Quais regiões apresentavam áreas Quais regiões apresentavam áreas

com taxas de analfabetismo mais com taxas de analfabetismo mais baixas, em 2006?baixas, em 2006?

Quais regiões apresentavam áreas Quais regiões apresentavam áreas com taxas de analfabetismo mais com taxas de analfabetismo mais elevadas, em 2006?elevadas, em 2006?

Qual a importância econômica, social Qual a importância econômica, social e política da redução das taxas de e política da redução das taxas de analfabetismo?analfabetismo?

A análise do gráfico permite constatar um aspecto importante da realidade social e espacial do Brasil. Trata-se do fato das relativas melhorias terem ocorrido de maneira diferenciada.

A região Centro-Oeste, principalmente as regiões Sudeste e Sul apresentam indicadores sociais melhores do que as regiões Norte e Nordeste, que apresenta os piores indicadores.

É importante ressaltar que as diferenças em relação aos indicadores sociais também se verificam em nível local. As periferias e as áreas de favelas das grandes cidades do Sudeste apresentam indicadores piores que os bairros mais centrais.

Apesar de os indicadores sociais brasileiros terem melhorado nos últimos anos, há ainda muito o que fazer. Isso se torna evidente quando comparamos alguns indicadores brasileiros com os de outros países, que têm, por exemplo, PIB per capita equivalente ao brasileiro e apresentam indicadores sociais melhores.

Fatores que agravam a Fatores que agravam a desigualdade de rendadesigualdade de renda

A desigualdade de renda é resultado principalmente das diferenças salariais, que, por sua vez, refletem uma situação também desigual em termos educacionais: os mais pobres têm menos anos de estudo e recebem um ensino de pior qualidade.

O nível de escolaridade acaba sendo transmitido de uma geração para outra. Em geral, famílias com bom nível de escolaridade formarão filhos nas mesmas condições ou melhores. Da mesma forma, quem não teve acesso à educação não terá condições de oferecê-la aos filhos. Disso decorre a necessidade de se alterar o sistema educacional de alguns países para que os filhos de famílias de baixo nível de escolaridade e de baixa renda possam ter boa formação.

Um dos fatores que contribuíram para a baixa escolaridade das pessoas de baixa renda é o trabalho infantil.

Também são formas de distribuir renda ou de “salário indireto” a assistência médico-odontológica e a educação gratuita e de bom nível.Os problemas na distribuição de renda estão relacionados também com os impostos. O valor dos impostos que incidem sobre a produção e a comercialização de mercadorias é frequentemente alto nos países subdesenvolvidos. Um Estado mais atuante nas áreas de saúde, educação e moradia, por exemplo, pode melhorar as condições de vida da população.

Observe a charge.Observe a charge.

O que o chargista quis expressar?

Fonte: Angeli. Folha de S.Paulo, maio 2005, p. A-2.